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DISTÚRBIOS DA ESTÁTICA PÉLVICA – GEILSON ARAÚJO – 2018.

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 O risco de haver a necessidade de uma nova cirurgia é cerca de 30%, devido


a uma possível recidiva.
 A nossa pelve tem um mecanismo próprio de sustentação, que envolvem
ligamentos e músculos que fazem a suspensão dessa parede pélvica, é como
se fosse uma “rede” que segura a bexiga, o reto e o útero. Se esse sistema
UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG de suspensão e sustentação está íntegro, os órgãos não caem. No entanto,
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALCIDES CARNEIRO – HUAC com o decorrer dos anos, o colágeno vai diminuindo e essa sustentação
GINECOLOGIA – Dra. CLARISSA QUEIROZ tende a ceder e os órgãos tendem a descer. Portanto, a integridade da
DISTÚRBIOS DA ESTÁTICA PÉLVICA função e localização dos órgãos pélvicos depende da interação complexa
entre os músculos do assoalho pélvico, fáscias de tecido conjuntivo e a
vagina, para que se mantenha a estática pélvica.
 PROLAPSO GENITAL  Ligamentos de sustentação:
 O que é o prolapso genital? o Ligamentos pubovesicouterinos
- São alterações da posição de órgãos pélvicos. É um deslocamento total ou o Ligamentos paramétricos laterais
parcial de um órgão pélvico do seu sítio habitual. o Ligamento transverso do colo (ligamento de Mackenrodt)
o Ligamentos uterossacros
 Essa sustentação vai cedendo se a pessoa pega muito peso, se ela é muito
obesa, etc.
 Existe também o aparelho de sustentação formado pelos músculos do
diafragma pélvico:

 Quando o prolapso é total, o útero vai descendo pela vagina e leva a bexiga,
até sair totalmente. Esse processo não é do dia para a noite, são anos.
 O prolapso genital é subestimado, pois não há uma padronização, uma vez
que nem todos os ginecologistas adotam a mesma padronização para
classificar o prolapso.
 30% das mulheres na pós-menopausa vão ter algum quadro de
distopia/prolapso de órgão pélvico, e 15% dessas precisam de tratamento
cirúrgico, portanto nem sempre uma paciente com distopia vai precisar de
um tratamento cirúrgico. As possibilidades são o tratamento
medicamentoso e/ou Fisioterapia.
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 Com o tempo, se a pessoa não tem hábitos de vida saudáveis, ou então se  Ainda dentro do aparelho de
ela foi submetida a um parto traumático, esses músculos cedem, eles se sustentação, temos a Fáscia
rompem e pode haver a distopia também. endopélvica, e que atua como um
 Além do diafragma pélvico, também temos o diafragma urogenital (os que “plástico filme” recobrindo a bexiga,
estão circulados abaixo fazem parte do mecanismo de sustentação dos o útero e o reto, bem como ligando
órgãos pélvicos) os órgãos pélvicos (útero/vagina).
 FATORES DE RISCO PARA PROLAPSO
GENITAL:
o Gestação: se uma mulher
engravida, é obesa e faz um
polidrâmio (bebê
macrossômico), a chance
dela é bem maior, pois
aumenta a pressão intra-
abdominal
o Parto vaginal (mas mesmo assim isso não deve ser motivo para não
realizar o parto vaginal, pois a própria gravidez já é um fator, por si
só, de risco); se o parto vaginal for bem assistido, os riscos diminuem
o Menopausa
o Pressão intra-abdominal aumentada
o Traumatismo do assoalho pélvico
o Fatores genéticos (investigar histórico familiar de distopias pélvicas)

o Histerectomia
 CLASSIFICAÇÃO

SISTEMA DE BADEN-WALKER (serve para útero e reto)


Grau 0 Posição normal
Grau 1 Deiscência de metade em direção ao hímen
Grau 2 Deiscência até o hímen
 As mulheres que foram submetidas à episiorrafia correm um risco maior de Grau 3 Deiscência na qual a metade atravessa o hímen
terem uma distopia. Grau 4 Deiscência máxima possível
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 Prolapso de 1º e 2º graus: tratamento não-cirúrgico; deve incluir


Fisioterapia, mudanças de estilo de vida, etc. Lembrar que nem sempre as  PROLAPSO DE PAREDE POSTERIOR (RETOCELE) E PROLAPSO
cirurgias são satisfatórias, devido à possibilidade de recidivas. No entanto, se INTESTINAL (ENTEROCELE)
já passou do hímen, há indicação cirúrgica (Graus 3 e 4)
 PROLAPSO DE PAREDE ANTERIOR (CISTOCELE - DISTOPIA DE PAREDE
ANTERIOR):

 Nessa imagem acima, temos a representação de uma retocele, situação


na qual o reto prolapsa quando a mulher faz força. Perceba que o
abaulamento surge da região posterior (na visão, a gente vê como se o
abaulamento viesse “de baixo para cima”). Para dirimir dúvidas, a gente
 Aqui acima temos a paciente deitada na posição ginecológica pega um espéculo, apenas uma parte dele, e empurra o períneo para
(litotômica). Ao abrir os pequenos + grandes lábios, peço pra ela fazer baixo. Se o abaulamento desaparecer, é porque era mesmo retocele. Se
força. Ao surgir um abaulamento vindo de cima, temos um prolapso de não desaparecer (como está na imagem ao lado, do prolapso anterior),
parede anterior, chamado de cistocele. A bexiga desce. O reto está no temos uma cistocele.
seu lugar.  Também pode haver uma situação chamada de enterocele, quando uma
parte do intestino (geralmente delgado) sofre prolapso, devido a uma
falha no fundo de saco posterior, e surge uma “bola” na vagina, e ao
exame físico a gente percebe a movimentação dessas alças, devido aos
movimentos peristálticos intestinais. Podemos usar uma parte do
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espéculo para baixar o períneo, e percebemos que o reto está no lugar


correto, a bexiga também está no seu lugar correto, e mesmo assim
consigo visualizar esse abaulamento. Esse abaulamento é a enterocele.
Muitas vezes, a enterocele não é de fácil diagnóstico, pois é muito raro
uma paciente apresentar apenas enterocele. Geralmente ela já vai ter
cistocele, retocele e enterocele. É um tipo de distopia mais complicada.
 Prolapso de cúpula vaginal: o prolapso pode acontecer quando a
paciente não tem útero! Ela chega com um histórico de histerectomia
e relata uma “bola na vagina”, o que significa um prolapso de cúpula
vaginal, ou seja, a cúpula vaginal do útero (que estava sendo “segurada”
pelos pontos de sutura após a cirurgia) caiu, e quando essa cúpula
vaginal cai, tudo cai (bexiga, reto, alça intestinal). A cúpula vaginal só é
vista quando a gente retira o útero, então, após a histerectomia o que a
gente enxerga é a própria cúpula vaginal.
 Classificação – POP-Q (Quantificação de prolapso de órgão pélvico)
É um método de padronização que deve ser utilizado nos casos de
 a = anterior
prolapso genital. Essa classificação é internacional para as distopias de
 p = posterior
órgãos pélvicos. Essa classificação vai servir para dizer onde está o
 C = colo de útero
prolapso!
 D = Fundo de saco de Douglas
 HG = hiato genital
 CP = Corpo perineal
 Padronizações:
o Comprimento total da vagina = +8 (positivo = está todo para fora);
se for -8 (negativo), significa que o colo está normal, para dentro.
Se estiver -4, signfica que está com a metade para dentro.
Se a mulher não tiver útero, o valor é 0 (zero).
o Bexiga = +3 (positivo = bexiga está para fora); se for -3 = bexiga está
no lugar.
o Reto = +3 (positivo = reto está totalmente prolapsada); se for -3 =
reto está no seu lugar correto
o Fundo de saco (D) = +10 (Positivo = está totalmente prolapsado);
se -10 = está no seu lugar correto
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Exemplo 1: Prolapso uterino total

Exemplo 3: Retocele

Exemplo 2: Cistocele
Exemplo 4: o ginecologista fez as seguintes anotações
Aa +3, Ba +5, C -8, D -10, Ap +2, Bp+2

+3 +5
Prolapso de
parede vaginal
anterior
ACENTUADO e
prolapso de
parede posterior

+2 +2

Ausência de
prolapso
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 QUADRO CLÍNICO (SINTOMAS ASSOCIADOS A PROLAPSO DE ÓRGÃOS  É importante diferenciar esses dois tipos de Cistocele, pois se temos um defeito
PÉLVICOS): paravaginal, se não pegarmos o arco tendíneo para corrigir, o defeito volta. A
o Sintomas de abaulamento taxa de recidiva é muito alta.
o Sintomas urinários  RETOCELE X ENTEROCELE
o Sintomas gastrointestinais
o Disfunção sexual Retocele Enterocele
o Dor pélvica e lombar
o Mulheres assintomáticas
 DIAGNÓSTICO
o Anamnese
o Exame ginecológico
 Inspeção estática e dinâmica (dinâmica: pede para ela fazer
força)
 Exame vaginal bimanual (toque combinado)
 Tração do colo uterino (faz com a pinça de Pozzi): para ver
se o colo desce, e para ver também se o colo está
hipertrofiado, pois muitas vezes, ao toque, o colo está mais
baixo do que o normal, então temos que ver se é o útero que
está mais baixo ou é o colo que é longo, hipertrofiado
(tamanho normal do colo é 3-4 cm, mas se estiver
hipertrofiado pode chegar a 5-6 cm).

 PROLAPSO UTERINO

Cistocele de Deslocamento
(PARAVAGINAL) No prolapso uterino, a vagina everte e sai, inclusive desce junto com a bexiga,
Cistocele de Distensão
(Defeito na LINHA MÉDIA) (perda da sustentação mais a qual está grudada à parede anterior do útero
Aspecto liso lateral que central)
Aspecto enrugado
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 TRATAMENTO PROFILÁTICO  TRATAMENTO CIRÚRGICO


o Evitar fatores predisponentes o Parede Vaginal Anterior
 Obesidade  Colporrafia tradicional = 40% de sucesso
 Hipoestrogenismo o Parede Vaginal Posterior
 Atividade profissional (caso carregue muito peso)  Colporrafia tradicional = baixa taxa de recidiva
 Obstipação crônica  Perineorrafia sempre? Sempre devemos apertar para deixar
o Adequada assistência ao parto a vagina mais estreita? Essa ainda é uma discussão aberta;
o Exercícios perineais/correção de lesões perineais para a professora, nem sempre se deve fazer a perineorrafia
 TRATAMENTO depois da correção cirúrgica, pois na região perineal há
o Expectante: para pacientes assintomáticas (grau 1, grau 2); orientar para muitas inervações e ao mexer vai provocar alterações na
MEV e evitar pegar muito peso sensibilidade da região
o Clínico: pessário -> uso de uma peça dentro da vagina, para empurrar o o Prolapso uterino
colo para cima, suspendendo-o, e deixa essa peça dentro da vagina. A  Puxa o colo do útero -> coloca o reto para baixo, bexiga para
gente prescreve o pessário para uma paciente que não tem condições frente -> para retirar o útero
de realizar uma cirurgia e o seu útero está ali, exposto. Tem que orientar  Ao final, vê-se a cúpula vaginal
a paciente acerca de seu uso e da sua limpeza, pois também pode  Se tiver Cistocele e/ou Retocele, corrige também
infeccionar.  Questionamento: realizar a histerectomia no momento da
correção ou manter o útero?
 Se tem um prolapso total e a mulher já tem prole
definida, deve-se tirar o útero, pois a taxa de
recidiva é muito alta;
o Complicações
 Se a paciente não tiver o repouso adequado, pode-se abrir
tudo e prolapsar útero, reto, bexiga, intestino...
o Cirúrgico: depende da via de acesso (pode ser vaginal ou abdominal); o Prolapso de cúpula vaginal
corrigir também a incontinência urinária (pois a maioria das pacientes  0,1 a 3,4% das histerctomias vai cursar com prolapso de
que tem distopia tem também incontinência urinária, então se cúpula vaginal
corrigirmos a distopia e não soubermos que a paciente possui  Mais frequente pós-histerectomia vaginal
incontinência, ela continuará perdendo urina e vai achar que a cirurgia  Etiopatogenia: déficit de colágeno; Hipoestrogenismo
não foi bem feita); portanto, tem-se que diagnosticar a incontinência  Na correção, tem-se que perguntar se a mulher ainda tem
antes de realizar o procedimento, e para diagnosticá-la realiza-se o teste vida sexual ativa, para que se preserve, ou não, o canal
urodinâmico (feito pelo/pela gineco e também urologista), que é um vaginal
aparelho conectado a um monitor que monitoriza a pressão da perda de
urina. Ao diagnosticarmos, podemos resolver os dois problemas em uma
única ida ao centro cirúrgico.
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 Técnicas (para o prolapso de cúpula vaginal):


 Sacrocolpexia abdominal / Colpossacrofixação –
tradicional (
 Fixação do ligamento sacroespinhoso: fixação da
cúpula no ligamento sacroespinhoso
 Cirurgia de McCall / Culdoplastia de McCall– quando
se tem excesso de tecidos - suspensão da cúpula
com ligamentos uterossacros
 Telas de Polipropileno:
o Não se usa mais a Prolift, devido ao risco de
fistulização e exteriorização de tela
(imagem ao lado)

o Atualmente, usa-se a Up hold Boston, que


fixa a cúpula vaginal por acesso vaginal ->
cirurgia rápida, porém a tentativa de fixar a Prolift
cúpula ao ligamento (Sacroespinhoso) é
totalmente às cegas -> sacroespinofixação
(imagem ao lado)

 Tratamento cirúrgico obliterativo – Colpocleise:


fecha o canal vaginal e deixa só a saída da uretra
para urinar (quando a mulher não tem mais o útero)
 Tratamento cirúrgico obliterativo parcial –
Colpocleise parcial de Le Fort: paciente que tem o
útero prolapsado, não tem relações sexuais há anos,
não tem interesse em ter mais filhos, então realiza-
Uphold Boston
se essa cirurgia unindo a parede anterior com a
parede posterior e fecha, deixando apenas o orifício
do colo uterino para drenar as secreções uterinas
fisiológicas.

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