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CHUMBINHO
OLGA CURADO
OLGA CURADO
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O gatinho Chumbinho
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prender e não naquelas coisas em que as unhas
apenas escorregam. Para prender as unhas e brincar
o gostoso é o novelo de lã – ele tinha ganhado um
azulzinho só seu – que ele rolava pela casa inteira –
ou melhor por todos os cantos que ele sabia que
eram da casa. Não tinha certeza, e nunca perguntou
– se eram a casa inteira. Aliás, uma coisa boba esta
que estou falando – Chumbinho nem sabia o que era
casa e nem o que era inteira. Apenas brincava com
sua bola de lã e também espetava as unhas nas
coberturas das coisas onde as suas unhas não
escorriam e sim ficavam meio presas, mas que
podiam sair, se ele se esforçasse só um pouquinho.
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Chumbinho gostava de muitas coisas e não só o
novelo de lã azul que rolava pelo chão da casa.
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E tinha outras alegrias na vida do Chumbinho.
Alguém pegava ele no colo, abraçava devagarzinho e
ia mexendo com os dedinhos na cabeça de
Chumbinho. Ele ficava com um tipo de sono diferente
– só tinha igual a um outro sono, os olhinhos
fechados – continuava escutando os barulhos. No
sono-sono ele não escutava nada. A não ser quando
era um barulho muito grande. E aí, uma pena! O
sono ia embora.
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experimentado isso uma vez. Parece que foi sem
querer.
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Chumbinho descobriu então que quando a água não
está na vasilha aonde ele bebe, água não é uma
coisa muito gostosa.Chumbinho gostava de água
sim, mas quando tinha vontade de lamber e não
gostava nem um pouco se ela ficasse escorrendo e
caindo em cima dele.
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era para pegar ele no colo,para dar leitinho ou para
jogar o novelo de lã no chão. Tudo muito bom!
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Tudo no seu lugar. A vida era muito boa.
Principalmente agora que ele sabia o que era ruim:
água caindo em cima dele. E ele sabia o que fazer
para isso não acontecer. No lugar de correr para fora,
correr para dentro!
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Não tinha cadeira. Era uma coisa diferente...
Hummm... será que dá para se deitar aí?
IIIhhh! Melhor sair do caminho. Umas vozes também
diferentes estavam falando pela casa. Um entra-e-
sai. Puxa-empurra de móveis...
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Estava com tanto tanto medo que não conseguia se
mexer. Os seus olhinhos estava muito muito abertos.
Pode-se dizer que estavam arregalados mesmo.
Chumbinho fez uma força. Fez um miado alto e
correu. Correu muito depressa e chegou ao quarto.
No quarto continuou correndo e se escondeu. Ficou
encolhidinho debaixo da cama.
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- Onde está Chumbinho? Onde está Chumbinho?
Perguntavam todos que moravam na casa
depois que as pessoas que não moravam já
tinham ido embora.
- CCCCCCCHHHHHHHHHUUUUUUUUUUMMMMMM
M----
BBBBBBBBBIIIIIIIIIIINNNNNNNNNNNNHHHHHHHO
OOOOOO.
- CCCCCCCCCHHHHHHHHHHUUUUUUUMMMMMM
M-----
BBBBBBBBIIIIIIINNNNNNNNNNHHHHHHHHHHOO
OOOOOO.
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E continuaram chamando e chamando. Onde estará
Chumbinho que não aparece para tomar o leitinho?
Chumbinho estava ainda tremendo de medo
escondido debaixo da cama. Ele tinha visto uma
coisa muito... como posso explicar ... muito estranha.
O que era aquilo???
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Chumbinho foi indo então bem devagarzinho atrás
do menino que estava com a vasilha com o leite.
Hummm, mas estava tudo tão diferente... que
cadeira era aquela? E aquela mesa? Que coisa
esquisita. Parece outra casa... E, de novo!!
Naaaaaaãaaaaooooo! O susto.
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O menino pegou o Chumbinho no colo e se
aproximou devagarzinho do espelho.
- Olha lá, aquele é você... e aqui, olha sou eu.
Olha Chumbinho. Não precisa ter medo.
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tremendo. Ia lamber o leite mais tarde. E voltou para
debaixo da cama... Será que ia ter coragem de andar
pela casa outra vez rolando a bola de lã azul?
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Mostrou para Chumbinho como fazia o sininho. Dim-
dim-dim-dim. Chumbinho balançava o pescoço e o
sininho fazia outra vez dim-dim-dim...
Assim, se Chumbinho ficasse escondidinho ficava
mais fácil ser encontrado.
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com medo do sininho. Balançava a cabecinha e
outra vez o sininho... e mais... e mais...
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