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ANUÁRIO

PeixeBR da Piscicultura
2018

Brasil é o 4º maior produtor


mundial de Tilápia
Brasil, the 4th world´s largest Tilapia producer

Atividade cresce Tilápia Produção


8% e chega a representa 51,7% por estados
691.700 t da produção total e por regiões

WWW.PEIXEBR.COM.BR 1
EDITORIAL

O Anuário Brasileiro da
Piscicultura PEIXE BR 2018 é o
veículo de comunicação oficial
da Associação Brasileira da
Piscicultura
COORDENAÇÃO GERAL
Francisco Medeiros

JORNALISTA RESPONSÁVEL
Altair Albuquerque (MTb 17.291)

EDIÇÃO
Texto Comunicação Corporativa
www.textoassessoria.com.br

REDAÇÃO
Caroline Baptista
Dâmaris Dellova
Guilherme Donati
Gustavo Cezário
Juliana Villa Real
Juliete Lino
Livia Albuquerque
Micaela Santos
Monique Oliveira
Rodolfo Vieira

PROJETO GRÁFICO E DESIGN


Rodrigo Bonaldo ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DA PISCICULTURA
DEPARTAMENTO COMERCIAL
Eder Benício www.peixebr.com.br
comunicacao@ peixebr.com.br
FOTOS Rua Claudio Soares, 72 - cj. 417
Agência Shutterstock, Colpani Pescados, Pinheiros - São Paulo/SP
AquaAmérica, Fontes estaduais e Texto
CEP 05422-030

TIRAGEM
3 mil exemplares

2 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 3


EDITORIAL EDITORIAL

Cada vez maior Growing and


e melhor improving standards


O Brasil entrou para o seleto grupo dos quatro maiores pro-
dutores de Tilápia do mundo. O levantamento exclusivo da
PEIXE BR mostra que superamos a barreira das 357 mil
toneladas em 2017, com mais de 51% da produção total da
Piscicultura nacional! É um resultado para comemorar.

Também é para destacar os ganhos em termos de produtivi-


dade, com o uso de genética de padrão internacional, manejo
nutricional mais equilibrado e controle de enfermidades mais

Brazil has been included in the selected group of the top 4 global
Tilapia producers. The exclusive survey conducted by PEIXE BR
shows that Tilapia production in Brazil has exceeded 350 thousand
tons in 2017, and currently represents more than 51% of the coun-
try’s total fish production! This achievement calls for a celebration.

Another reason for pride are the significant improvements obtained


in productivity, resulting from the use of high quality genetics, ba-
lanced feed management, and stricter control of diseases.
rígido.
The above-mentioned gains, coupled to the skills of Brazilian en-
Com isso e com a competência dos empresários brasileiros, trepreneurs, have led to higher weight gains and increased yields of
nossa Tilápia ganha peso mais rápido e tem mais e melhor good quality fish. These improvements have contributed to the re-
qualidade de carne. Esses avanços têm permitido, inclusive, cognition by international markets, and if Brazil maintains the cons-
a conquista de espaços no comércio internacional. Nesse rit- tant rates of growth, it will soon become a major player in exports.
mo, em poucos anos também seremos players importantes em
exportação. Tilapia production growth was a major contributor for driving the
Brazilian fish industry as a whole in 2017, and we are now approa-
O resultado da Tilápia puxou a produção total da Piscicultu- ching 700,000 tons, an 8% growth when compared to the previous
ra brasileira para perto de 700 mil toneladas em 2017, com year. In spite of the many challenges to be faced (especially those
crescimento de 8% sobre o ano anterior. Apesar dos gargalos related to environmental and regulatory issues), and seasonal local
normais (ligados sobretudo à questão ambiental e de uso das issues (major drought in the Northeast), the Brazilian fish industry
águas da União) e dos sazonais (intensa seca no Nordeste), is advancing and maturing as a business, and currently generates an-
a atividade avança e cresce como negócio, já representando nual revenues of R$ 4.7 billion.
cerca de R$ 4,7 bilhões em receita anual.
These results include the efforts to promote and develop the pro-
Esse resultado também inclui os peixes nativos, sobretudo o duction of native Brazilian species of fish, as the Tambaqui. This fish
Tambaqui. O desafio é aumentar a competitividade econô- can be grown in different regions of the country, but the challenge
mica dessa espécie, presente em grande parte do Brasil. Para is to make this production more competitive. One major partner
Francisco Medeiros isso, contamos com a importante contribuição das pesquisas responsible for conducting research in this area is Embrapa Pesca e Francisco Medeiros
Diretor Presidente Executivo da Associação da Embrapa Pesca e Aquicultura. Esperamos ter, muito em Aquicultura, and we expect to have positive results to share in the CEO of the Brazilian Fish
Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR) breve, resultados para compartilhar. near future. Farming Association (PEIXE BR)

4 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 5


EDITORIAL EDITORIAL

Diretoria Executiva da Conselho de Administração


Associação Brasileira da 2017/2018
Piscicultura (2017/2018)
PRESIDENTE
Ricardo Neukirchner
PRESIDENTE
VICE-PRESIDENTE
Francisco Medeiros
Breno Davis
VICE-PRESIDENTE
MEMBROS
Marcelo Toledo
Eduardo Marchesi de Amorim
José Ricardo Rocha
DIRETOR INTERNACIONAL
Juliano Kubitza
Giovanni Lemos de Mello
Antônio Ramon do Amaral Neto
Martinho Colpani Filho
DIRETOR TESOUREIRO
Paulo Roberto Silveira Filho
Mauro Tadashi Nakata

DIRETOR SECRETÁRIO
André Luiz Camargo

ASSOCIE-SE
DIRETOR DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS
Jules Ignácio Bortoli

CONSELHO FISCAL

À PEIXE BR
Valdemir Paulino dos Santos
João Manoel Cordeiro Alves
Cleiton Coldebella

COMISSÃO DE ÉTICA
Dennys Itagaki
Sylvio Santoro Filho
Henrique Martha de Oliveira

WWW.PEIXEBR.COM.BR
COMUNICACAO@PEIXEBR.COM.BR

(11) 3039-4107
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ASSOCIADOS DA PEIXE BR ASSOCIADOS DA PEIXE BR

CONDOMÍNIO
RURAL DE
COOPER PEIXE
PISCICULTORES
DE MANSO

FISH COMPANY

PISCICULTURA PISCICULTURA PISCICULTURA


PISCICULTURA
ESTRELA D’ FAZENDA JOICE EDUARDA
SANTA RITA
AGUA JULIANA VIEIRA

8 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 9


ÍNDICE ÍNDICE

Piscicultura Mundial Desempenho dos Estados Passos para o Crescimento 1 Desafio do Consumo
Brasil é o 4º maior produtor Características do mercado, As pesquisas necessárias para Marketing agressivo e aprendizado
mundial de Tilápia potencialidades, gargalos e contribuir com o aumento da com outras cadeias produtivas
números de produção produtividade da Piscicultura
Produção global de Tilápia
brasileira
em crescimento
Produção de Salmão e Panga 38 124
também avança
Pescado lidera entre as
proteínas animais Casos de Sucesso 1 Desafio da Sanidade
Mais e melhores soluções para
Cooperativas Copacol e C.Vale
12 investem pesado na Piscicultura
proteção contra as enfermidades

94 126
Piscicultura no Brasil
102
Desafio da Nutrição
Produção cresce 8% e atinge 691.700 t Peixes Nativos
Paraná lidera por estado.
Passos para o Crescimento 2 Indústria investe na nutrição de
Sul está à frente por regiões Melhor genética e maior precisão para atender às necessidades
produtividade são os desafios Nota Técnica sobre a Tilápia da
Embrapa Pesca e Aquicultura e o da Piscicultura
importante trabalho de pesquisa

110
Águas da União
Aprovação dos processos passa por

22 momento decisivo

128
96 116
Tilápia na liderança
Atividades da PEIXE BR
Espécie representa 51,7% da Casos de Sucesso 2 Desafio do Varejo
Resumo das principais conquistas,
produção brasileira
As potencialidades do Baixo Rio São É preciso ter frequência nas gôndolas atividades e posicionamentos da
Peixes nativos participam com 43,7% Francisco, no Nordeste dos supermercados entidade em 2017

30 98 122 132
10 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 11
PISCICULTURA MUNDIAL PISCICULTURA MUNDIAL

Brasil é o 4º maior produtor BRAZIL IS THE 4TH LARGEST TILAPIA PRODUCER


The country has produced 357 thousand tons in 2017, beating the Philippines and Thailand.
A produção brasileira
mundial de Tilápia de Tilápia foi de
According to a survey conducted by PEIXE BR (Brazilian
Fish Farming Association), Brazil has produced 357,639
tons of tilapia in 2017. These are quite expressive fig-
and organic growth is expected to be seen in 2017.
However, statistical data collected by PEIXE BR show
that Brazil has produced 640,510 tons of farmed fish in
357.639 toneladas ures, and Brazil is now among the top 4 global producers, 2016. Considering that Tilapia represents at least 50%
País produziu 357 mil t em 2017, superando Filipinas e Tailândia. em 2017, de acordo
together with China, Indonesia, and Egypt. of the total production, 320 thousand tons have been
According to the Intrafish Report, a respected publication produced in 2016, what by itself would place Brazil as
from Norway, China is the isolated leader in this ranking, the 4th largest global producer.
com levantamento da producing 1.8 million tons of Tilapia per year. Indonesia The most recent survey conducted by PEIXE BR corrobo-
is second in the ranking, with 1.1 million tons, and Egypt rates the previous assumption. As Tilapia has a share of
A produção brasileira de Tilápia foi de
357.639 toneladas em 2017, de acordo com
produtores do mundo, atrás de China, Indoné-
sia e Egito.
Associação Brasileira ranks third, with 800 thousand tons a year. Next come 51.7% of the Brazilian farmed fish production, or 357
levantamento da Associação Brasileira da Pis-
cicultura (PEIXE BR). É um volume e tanto,
De acordo com o Relatório Intrafish, respei-
tada publicação da Noruega, a China lidera
da Piscicultura the Philippines (311.6 thousand tons), and Thailand
(300 thousand tons). These data refer to the year 2016,
thousand tons, Brazil can be definitely included among
the global top 4.
que coloca o nosso país entre os quatro maiores com folga o ranking com 1,8 milhão de tone- (PEIXE BR). Esse
resultado coloca o
Brasil entre os quatro
maiores produtores
do mundo, atrás de
China, Indonésia e
Egito.

OS MAIORES PRODUTORES DE TILÁPIA, EM T (2016)

03 01

05
07
04 02
08
06

fonte Relatório Intrafish 2016 e (*) Peixe BR 2017

01 02 03 04 05 06 07 08

CHINA INDONÉSIA EGITO BRASIL* FILIPINAS TAILÂNDIA BANGLADESH VIETNÃ


1,8 1,1 800 357 311,7 300 200 188
MILHÃO MILHÃO MIL MIL MIL MIL MIL MIL

12 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 13


PISCICULTURA MUNDIAL

ladas de Tilápia por ano. A Indonésia está na com 51,7% do total, atingindo 357,639 mil to-
segunda posição, com 1,1 milhão/t, e, depois, neladas, volume suficiente para colocar o Brasil
o Egito, com 800 mil t/ano. Na sequência vêm entre os top 4.

PAQ-GroTM
Filipinas (311,6 mil t) e Tailândia (300 mil t). A distância para o Egito é grande, mas não
Os dados referem-se à produção de 2016, com impossível de alcançar. O Relatório Intrafish

Alta performance
tendência de crescimento orgânico para 2017. aponta que a previsão é o Brasil produzir 500
A favor do Brasil estão as estatísticas da PEIXE mil t de Tilápia em 2020. Não há fonte dessa
BR. Em 2016, o país produziu 640.510 t de
peixes cultivados. Considerando que a Tilápia
informação, mas a realidade dos investimentos
no país mostra que é perfeitamente possível na taxa de conversão
lidera a produção com pelo menos 50% do
total, a produção nacional seria de 320 mil t/
chegar a esse volume já em 2019.
Um dado sobre a cadeia produtiva da Tilápia
alimentar de tilápias
ano, o que já colocaria o Brasil na 4ª posição em
termos mundiais.
das Filipinas no Relatório Infrafish chama a
atenção. Lá, o mercado movimenta US$ 12
e camarões.
O mais recente levantamento da PEIXE BR bilhões por ano! No Brasil, segundo a PEIXE
destrinchou os números das principais espécies BR, o mercado de peixes cultivados total gera
produzidas no país, com a Tilápia liderando negócios de US$ 1,5 bilhão.

Reduza o impacto de doenças e melhore a produtividade e a


rentabilidade da piscicultura e carcinicultura.

PAQ-GroTM - especialidade nutricional com formulação exclusiva e


resultados comprovados na melhora da taxa de conversão alimentar
e sobrevivência das espécies.

O probiótico com base


científica e resultados
comprovados.

BioPlus® PS é um excelente probiótico da CHR Hansen,


distribuído com exclusividade pela Phibro no Brasil, composto
por Bacillus licheniformis e Bacillus subtilis, que pode ser
utilizado tanto na ração quanto diretamente na água.
14 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 15
PISCICULTURA MUNDIAL PISCICULTURA MUNDIAL

Produção global de Tilápia cresce PRODUÇÃO GLOBAL DE TILÁPIA,


EM MILHÕES T
PRINCIPAIS ESPÉCIES DE WHITE
FISHES IMPORTADOS PELA UNIÃO

para atender demanda


EUROPEIA (2015)

Oferta de Tilápia avança em todas as partes do mundo. ESPÉCIE PERCENTUAL


VOLUME
Brasil surge como um grande player. 5,33 5,55 IMPORTADO

BACALHAU 33% 813.615 T


Vários fatores contribuem para colocar a Tilá- Em 2017, as indústrias brasileiras venderam
pia entre os peixes mais produzidos no mundo, apenas 616 toneladas para os EUA, com recei- 2015 2016
com esperadas 5,88 milhões/t em 2018. As ta pouco superior a US$ 4,4 milhões, aponta POLCA 32% 788.960 T
potencialidades do mercado global estão entre a Secex. Somente os EUA
elas, já que as oportunidades de crescimento do Na União Europeia, outro grande comprador
consumo empurram os projetos de produção e consumidor de peixes, a Tilápia ainda tem o importaram US$ 1 bi PESCADA
nos países mais importantes. Os Estados Uni- que provar. Lá, a espécie ainda perde para pelo 14% 345.170 T
BRANCA
dos, por exemplo, importaram 197.239 t de menos quatro itens dos chamados white fishes, em Tilápia em 2016,
Tilápia em 2016, aponta o Relatório Intrafish,
ao custo de US$ 755 milhões – foram 225.058
como mostra o Gráfico – Principais espécies de
white fishes importados pela União Europeia segundo o Relatório 5,70 5,88 PANGA 9% 221.895 T
t e US$ 980,6 milhões em 2015.
A produção mundial aumentou 6,9% entre 2015
(2015).
Os países da União Europeia importaram so-
Intrafish.
e 2017, de acordo com o Intrafish, passando de mente 49,3 mil toneladas de Tilápia em 2015. TILÁPIA 2% 49.310 T
5,33 mi t para 5,7 mi t. As previsões para 2018 A China surge como a grande exportadora
2017 2018*
* Previsão
fonte Relatório Intrafish
são ainda melhores: 5,88 mi t (veja gráfico). para a UE, com cerca de 70% do total (35.238
Se a produção vai bem, o comércio também t), seguindo por Vietnã (8.636 t), Indonésia
está num bom momento. Em 2016, os Estados (3.460 t) e Tailândia (1.722 t), segundo o In-
Unidos compraram mais de 145 mil toneladas trafish.
de Tilápia da China – volume equivalente a A UE pagou, em média, € 1,91 por kg de Tilá-
40% da produção total do Brasil. Na média, pia congelada (inteira) e € 3,48 pelo kg do filé
os norte-americanos pagaram US$ 3,6 por kg congelado. Porém, o kg do filé premium foi co-
(filé congelado). tado em até € 13.

16 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 17


PISCICULTURA MUNDIAL PISCICULTURA MUNDIAL

Produção global de Salmão e


Panga em crescimento
O Brasil avança a olhos vistos na produção a União Europeia foi a grande compradora,
de Tilápia, mas tem números insignificantes investindo US$ 4,5 bilhões. Os Estados Uni-
em duas espécies de grande presença global: dos compraram US$ 807 milhões de Salmão
Salmão e Panga. As razões são diversas, pas- norueguês.
sando pelo clima e pela falta de histórico com A produção mundial de Salmão atingiu 2,4 mi-
esses peixes. Porém, pelo menos no caso do lhões de toneladas em 2016, segundo a FAO.
Salmão, é um grande importador. Em 2016, A Noruega foi responsável por 1,3 milhão/t,
foi responsável por 19% das vendas externas seguida pelo Chile, com 800 mil toneladas.
do Chile – 2º maior produtor mundial –, Em relação ao Panga, a produção mundial che-
com a compra de 71,85 mil toneladas (US$ gou a 2 milhões de toneladas em 2016, aponta
466,76), informa a Secex. o Relatório Intrafish. Além do Vietnã, os gran-

Cortesia Colpani Pescados


Já os grandes produtores e exportadores de des fornecedores são Bangladesh e Indonésia.
Salmão e Panga comemoram o bom momen- Praticamente 100% da importação de Panga
to do mercado para essas espécies. Somente pelos Estados Unidos (130,8 mil t) provêm
o Vietnã – exportador de Panga – arrecadou do Vietnã. Esse volume envolveu montante
mais de US$ 1,6 bilhão em 2016, com a ven- de US$ 366 milhões em 2016, de acordo com
da do peixe para mais de 140 diferentes paí- o Intrafish.
ses, informa o Relatório Intrafish. A Norue- A União Europeia foi o maior importador
ga, maior player no mercado do Salmão, foi de Panga do Vietña no mesmo ano: 131.233
muito além, faturamento US$ 6,2 bilhões em toneladas, negócios igualmente na faixa dos
exportação da espécie em 2016. Desse total, US$ 370 milhões/ano.

18 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 19


PISCICULTURA MUNDIAL PISCICULTURA MUNDIAL

Aquicultura ultrapassará peixes PRODUÇÃO MUNDIAL DE PROTEÍNAS ANIMAIS (MILHÕES/T)

de captura em 2020, diz FAO 210 195

180 172
O Pescado é, de longe, a proteína de origem ções, entre 2020 e 2021 a produção global de
animal mais produzida no planeta. De acordo peixes de cultivo ultrapassará a produção de
com estudo da OCDE (Organização para a peixes de captura.
Cooperação e Desenvolvimento Econômi- O estudo mostra, também, que a produção
co) e a FAO (Organização da Alimentação e de peixes de cultivo cresceu 60% entre 2007 e 150
Agricultura da ONU), em 2017 foram pro- 2017, saindo de 50 milhões/t/ano para os atuais
130
duzidos 172 milhões de toneladas de Pescado 80 milhões/t. No mesmo período, a produção
(peixes de cultivo e peixes de captura), bem de peixes de captura manteve-se estável, na faixa 121 120
acima da carne suína (2ª colocada), responsá- dos 90/92 milhões de toneladas por ano.
vel por 120 milhões de toneladas. A 3ª proteína animal mais produzida no mun- 120 130
Do total da produção de Pescado, 80 mi- do, segundo a OCDE/FAO, é a carne de fran- 101
lhões/t referem-se aos peixes de cultivo e 92 gos, com 118 milhões/t/ano. A carne bovina 102
milhões/t aos peixes de captura, informa a – 4ª carne mais produzida – saltou de 65 mi- 118
OCDE/FAO. Pelas estimativas das institui- lhões/t para 70 milhões/t, entre 2007 e 2017. 90
90 92
90 93
80
65
78
60 70

50
30
12 13
11

2007 2017 2025*

CRESCIMENTO
PESCADO TOTAL
42%

60% PEIXES DE CULTIVO

2,2% PEIXES DE CAPTURA

19% CARNE SUÍNA

31% CARNE DE FRANGOS


7,7% CARNE BOVINA
9%
CARNE OVINA
* Estimativa
fonte Fontes: OCDE e FAO

20 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 21


PISCICULTURA NO BRASIL PISCICULTURA NO BRASIL

Brasil produziu 691.700 BRAZIL HAS PRODUCED 691,700 TONS OF FARMED FISH IN 2017
Fish farming in Brazil has grown at significant rates during the last decade.

toneladas de peixes In 2017, Brazilian fish farming has grown by 8%, and the to-
tal production volume has reached 691,700 tons. In 2016,
the country had produced 640,410 tons, just 1% above the
The positive scenario led to the implementation of new
fish-farming projects in different regions – especially in
the Central and Southern areas. However, there are still

cultivados em 2017
2015 output: 638,000 tons. environmental and regulatory issues to be solved, as the
The industry has now resumed the expected growth rates, use of water sources for fish farming. In the Northeast,
after facing many challenges in 2016, mainly related to the the major problem is related to the continued drought the
macroeconomical scenario, with reduced investments, grow- region has been facing during the last years.
Resultado recoloca atividade no rumo do crescimento médio da última década. ing unemployment rates, reduced consumption of animal Considering the existing challenges and the signs of re-
protein – and prolonged drought in the Northeast, leading covery of the Brazilian economy, the Brazilian Fish Farm-
to critical shortage of water. ing Association (PEIXE BR) believes that the 8% growth
In 2017, the Brazilian economy started to show slight signs in 2017 creates a positive outlook for the future of the
of recovery. The GDP grew by 1%, after two consecutive industry.
years of significant reduction (almost 8%), inflation rate was PEIXE BR believes that the industry will grow in 2018, and
A Piscicultura brasileira cresceu 8% em 2017,
reduced to 3%, employment rates showed signs of recovery, there is an expectation of increased domestic fish consump-
terminando o ano com a produção de 691.700
and food consumption is slowly growing. tion – currently at the level of 9.5 kg/person/year.
toneladas de peixes cultivados. Em 2016, o
país havia produzido 640.410 toneladas, com
aumento de apenas 1% sobre o resultado de
2015: 638 mil toneladas.
Com este resultado, a atividade voltou ao eixo
normal de crescimento em 2017, após enfren-
tar muitas dificuldades em 2016 por conta,
especialmente, da situação macroeconômica
do Brasil, com redução dos investimentos, au-
mento do desemprego e queda no consumo de
Produção cresceu 8% sobre ano anterior,
proteínas animais como um todo – na região
Nordeste, a estiagem prolongada e a conse-
retomando o ritmo.
quente redução dos níveis de reservatórios
também impactaram diretamente o resultado
da atividade.
Em 2017, a situação macroeconômica esteve
um pouco melhor. Após recuo de quase 8%
do PIB em dois anos, a economia ensaiou re-
cuperação e o Produto Interno Bruto voltou a EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE PEIXES CULTIVADOS NO BRASIL
crescer cerca de 1%. A inflação também foi a
menor dos últimos anos, ficando na faixa dos
3%. O emprego voltou a crescer, porém ainda
aquém das necessidades e o consumo de alimen-
tos também mostrou sinais de melhoria.
Essa realidade foi responsável pela ativação de
projetos de Piscicultura em diferentes localida-
des do país – especialmente o Centro-Sul. Po-
691.700 t
rém, a situação ambiental continua emperrada
em muitos estados e os processos para liberação
de águas da União para a produção continuam
parados. A escassez de chuvas manteve-se como
um grande problema para o Nordeste.
Tendo em vista as adversidades e o início do 640.510 t
processo de recuperação da economia brasi- 638.000 t
leira, a Associação Brasileira da Piscicultura
(PEIXE BR) considera o resultado positivo o
crescimento de 8% em 2017.
578.800 t
A expectativa da entidade é que o desempenho
da Piscicultura mantenha a rota de crescimen-
to em 2018, com aumento do consumo inter-
no de peixes – atualmente na faixa dos 9,5 kg/
hab/ano.
2014

2015

2016

2017
fonte PeixeBR

22 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 23


PISCICULTURA NO BRASIL PISCICULTURA NO BRASIL

Ranking da Produção de Peixes Produção de Peixes Cultivados


Cultivados por Espécies 2017 no Brasil em 2017
RANK 2016 RANK 2017 ESTADO 2016 2017 VARIAÇÃO ESTADO TILÁPIA NATIVOS OUTROS* TOTAL
1O 1O PARANÁ 93.600 112.000 19,7 % ACRE 160 7.840 8.000
2O 2O RONDÔNIA 74.750 77.000 3,0 % AMAZONAS 28.000 28.000
3O 3O SÃO PAULO 65.400 69.500 6,3 % ALAGOAS 2.540 897 63 3.500
4O 4O MATO GROSSO 59.900 62.000 3,5 % AMAPÁ 68 932 1.000
5O 5O SANTA CATARINA 38.830 44.500 14,6 % BAHIA 22.220 5.225 55 27.500
6O 6O GOIÁS 34.000 33.000 -2,9 % CEARÁ 6.993 7 7.000
11O +4 7O MINAS GERAIS 23.000 29.000 26,1 % DISTRITO FEDERAL 1.500 1.500
7O -1 8O AMAZONAS 27.500 28.000 1,8 % ESPÍRITO SANTO 10.768 308 924 12.000
8O -1 9O BAHIA 25.500 27.500 7,8 % GOIÁS 18.150 14.718 132 33.000
9O -1 10O MARANHÃO 24.150 26.500 9,7 % MARANHÃO 2.650 23.850 26.500
10O -1 11O MATO GROSSO DO SUL 24.150 25.500 5,6 % MINAS GERAIS 27.579 464 957 29.000

12O 12O RIO GRANDE DO SUL 20.000 22.000 10,0 % MATO GROSSO DO SUL 17.850 7.599 51 25.500

13O 13O PARÁ 19.080 20.000 4,8 % MATO GROSSO 1.860 60.134 6 62.000

14O 14O PIAUÍ 17.000 18.000 5,9 % PARÁ 560 19.440 20.000

17O +2 15O PERNAMBUCO 12.000 17.000 41,7 % PARAÍBA 2.971 27 2 3.000

16O 16O RORAIMA 14.700 16.000 8,8 % PERNAMBUCO 16.694 255 51 17.000

15O -2 17O TOCANTINS 15.200 14.500 -4,6 % PARANÁ 105.392 3.248 3.360 112.000

19O +1 18O ESPÍRITO SANTO 10.800 12.000 11,1 % PIAUÍ 9.360 8.635 5 18.000

20O +1 19O ACRE 7.020 8.000 14,0 % RORAIMA 16.000 16.000

18O -2 20O CEARÁ 12.000 7.000 -41,7 % RONDÔNIA 77.000 77.000

21O 21O SERGIPE 6.100 6.600 8,2 % RIO GRANDE DO NORTE 2.231 62 7 2.300

22O 22O RIO DE JANEIRO 4.630 4.800 3,7 % RIO DE JANEIRO 3.768 590 442 4.800

23O 23O ALAGOAS 2.830 3.500 23,7 % RIO GRANDE DO SUL 4.158 1.778 16.064 22.000

25O + 1 24O PARAÍBA 2.500 3.000 20,0 % SERGIPE 1.122 5.478 6.600

26O +1 25O RIO GRANDE DO NORTE 2.500 2.300 -8,0 % SÃO PAULO 66.101 3.128 271 69.500

24O -2 26O DISTRITO FEDERAL 2.620 1.500 -42,7 % SANTA CATARINA 32.930 2.136 9.434 44.500

27O 27O AMAPÁ 650 1.000 53,8 % TOCANTINS 15 14.486 14.500

*CARPAS E TRUTAS, PRINCIPALMENTE

TOTAL 640.510 691.700 8,0 TOTAL 357.639 302.235 31.825 691.700

24 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 25


PISCICULTURA NO BRASIL PISCICULTURA NO BRASIL

Estados do Sul puxam


crescimento da atividade Não houve alteração no ranking dos maiores
Paraná mantém-se, com folga, na liderança da produção por estados. produtores de peixes no Brasil.

O avanço de 8% da produção brasileira de pei- sição permanece com Rondônia, agora com
xes cultivados em 2017 foi comandado pelos 77 mil toneladas e crescimento de apenas 2%
três estados da região Sul. Juntos, Paraná, Santa sobre o resultado de 2016.
Catarina e Rio Grande do Sul, contribuíram A terceira posição continua com São Paulo.
com mais 24.500 toneladas no ano, com mé- O estado atingiu a produção de 69.500 to-
dia de crescimento de dois dígitos por estado. neladas, com elevação de 6,3% sobre o ano PRODUÇÃO NO BRASIL POR REGIÃO (EM MIL T)
Paraná mantém-se na liderança entre os estados anterior.
produtores, com 112 mil toneladas. O aumen- A quarta posição no ranking estadual per-
to foi de 19,3% em relação a 2016, motivado manece com Mato Grosso. O estado cresceu
por grandes investimentos feitos por coopera- 3,5% em 2017, atingindo 62.000 toneladas,
tivas importantes, como Copacol e C.Vale. porém com potencial para grande desenvol-
O levantamento da Associação Brasileira da vimento a médio prazo.
Piscicultura (PEIXE BR) não apresentou mu- Santa Catarina manteve-se na 5ª posição, com
danças no ranking dos maiores estados pro- produção de 44.500 toneladas de peixes culti-
dutores de peixes cultivados. A segunda po- vados em 2017.

Paraná: 112.000 t

Rondônia: 77.000 t

São Paulo: 69.500 t


Mato Grosso: 62.000 t



Santa Catarina: 44.500 t
fonte PeixeBR 5º
26 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 27
PISCICULTURA NO BRASIL PISCICULTURA NO BRASIL

Sul cresce mais e no em relação a 2016 (120.670 t): somente


1.330 t a mais no ano, devido ao pequeno
A dramática situação climática em alguns
estados, como Ceará e Rio Grande do Nor-

assume liderança entre


crescimento da produção de Mato Grosso e à te, impediu maior crescimento da produção
redução da produção de Goiás. de peixes cultivados na região Nordeste. O
A região Sudeste vem a seguir, com 115.300 desempenho total foi positivo: +6,4%. Po-

as regiões do país
toneladas, com boa evolução de 11.470 tone- rém, como a atividade tem boas condições
ladas em comparação ao ano anterior, devido de desenvolvimento na região, o avanço fi-
– sobretudo – ao consistente crescimento da cou aquém do esperado, mas mostrou boas
atividade em Minas Gerais (+26,1%). Todos surpresas, principalmente em Piauí, Bahia e
os estados da região apresentaram boa evolu- Pernambuco, que absorveram os produtores
Norte perde espaço devido à questão ambiental e à produção de Tambaqui. ção em 2017. que migraram do Ceará.

Os maiores investimentos ocorridos sobretudo Questões ligadas à legislação ambiental pro-


no Paraná alçaram o Sul à liderança entre as re- vocaram menor crescimento da Piscicultura
giões produtoras de peixes cultivados no Brasil. na região Norte. No total, o aumento da pro-
Juntos, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande dução foi de apenas 5.600 toneladas, saltando
do Sul, forneceram 24.500 toneladas a mais, de 158.900 t (2016) para 164.500 t (2017).
levando a região a 178.500 toneladas em O Centro-Oeste permanece na terceira posi-
2017. Considerando a região como um todo, ção entre as regiões, com 122 mil toneladas.
o avanço foi de expressivos 17%. Porém, o crescimento também foi peque-

PRODUÇÃO NO BRASIL POR REGIÃO (EM MIL T)

AP

RR

CE RN
MA PB
PE
PA PI
AM AL

SE

TO
BA

RO
AC DF
MT

GO

MG
ES

RJ

164.500 t MS
SP

122.000 t PR

111.400 t SC

115.300 t RS

178.500 t
TOTAL – 691.700 t fonte PeixeBR

28 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 29


PISCICULTURA NO BRASIL PISCICULTURA NO BRASIL

Tilápia representa 51,7% TILAPIA REPRESENTS 51.7% OF THE BRAZILIAN FARMED FISH PRODUCTION
Tilapia is the major species farmed in the country, especially in the Central and Southern regions,
as well as in some States in the Northeast.

da Piscicultura brasileira Tilapia is the major species farmed in Brazil. According to the
survey conducted by the Brazilian Fish Farming Association
tons were produced – especially in the South of the country.
According to Francisco Medeiros, CEO of PEIXE BR, “this sur-
(PEIXE BR), Tilapia represents 51.7% of the Brazilian produc- vey involved respondents from all over Brazil, and shows,
Espécie é a mais produzida em praticamente todos os estados do país. tion, with 357,639 tons produced in 2017. for the first time, overall data related to Tilapia production
The position #2 in the ranking belongs to a group of fish: in the country, proving the feasibility of the business. This
native species. They represent 43.7% of the production, with species is the target of major and recent investments, mainly
302,235 tons. According to the survey conducted by PEIXE in the Southern region. Other States with significant potential
BR, Tambaqui is the leading of the native species. have already granted authorization for Tilapia production, as
Other species, as Carp and Trout, represent a 4.6% share of Tocantins and Mato Grosso, signaling that Tilapia farming will
the Brazilian production of farmed fish. In 2017, 31,825 grow in the near future in Brazil”.
A Tilápia é a mais importante espécie de peixes
cultivados do Brasil. Segundo levantamento
inédito da Associação Brasileira da Piscicultu-
ra (PEIXE BR), a Tilápia representa 51,7% da
Piscicultura nacional, com 357.639 toneladas
em 2017.
A segunda posição não é de uma espécie em
PRODUÇÃO BRASILEIRA DE PEIXES CULTIVADOS (POR ESPÉCIES)
si, mas de uma categoria de peixes: os nativos.
De acordo com a pesquisa da PEIXE BR, li-
derados pelo Tambaqui os nativos represen-
tam 43,7% da produção brasileira: 302.235

43,7%
toneladas.
Outras espécies, entre as quais destacam-se
Carpas e Trutas, representam 4,6% da produ-
ção brasileira de peixes cultivados em 2017,
51,7% 302.235 t 4,6%
com 31.825 toneladas – forte presença na
região Sul.
357.639 t Peixes Nativos 31.825 t
Essa pesquisa feita pela entidade em todo o Tilápia (Tambaqui e Outras
Brasil mostra, pela primeira vez, os números da
Tilápia no país, comprovando sua viabilidade
outros)
em termos produtivos e como negócio, já que a
espécie está presente nos maiores e mais recen-
fonte PeixeBR
tes empreendimentos, sobretudo na região Sul.
A autorização para produção da Tilápia em
estados com grande potencial de desenvolvi-
mento da Piscicultura, como Tocantins e Mato
Grosso, também mostra que a participação da OS MAIORES PRODUTORES DE TILÁPIA DO BRASIL
espécie na Piscicultura brasileira deve crescer
ainda mais no futuro”, diz Francisco Medeiros, Paraná – 105.392 t
presidente executivo da PEIXE BR.
O Paraná é o maior produtor de Tilápia do
Brasil, com 105.392 toneladas. A espécie par-
ticipa com 94% da produção total de peixes
cultivados do estado. A Tilápia também está São Paulo – 66.101 t
presente com força de São Paulo. Nada menos
do que 95% da produção do estado – equiva-
lentes a 66.101 t – são de Tilápia.
O terceiro maior produtor de Tilápia do Brasil
é Santa Catarina, com 32.930 t (74% do to-
tal). Depois vêm Minas Gerais, com 27.579 t
Santa Catarina – 32.930 t
(95%), e Bahia, com 22.220 t (81%).
Juntos, os cinco estados maiores produtores de
Tilápia do Brasil representam 64,9% da produ-
ção nacional.
Minas Gerais – 27.579 t

Bahia – 22.220 t
fonte PeixeBR

30 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 31


PISCICULTURA NO BRASIL PISCICULTURA NO BRASIL

Os maiores produtores
de peixes nativos
Espécies estão presentes em todas as regiões do país.

Rondônia, Amazonas e Pará (região Norte),


Mato Grosso e Goiás (região Centro-Oeste)
e Maranhão (região Nordeste) são os maiores
produtores de peixes nativos do Brasil. A pes-
quisa da Associação Brasileira da Piscicultura
(PEIXE BR) não detalhou, em percentual, as
espécies nativas mais produzidas, porém a lide-
rança é do Tambaqui, Pirapitinga, Pacu e seus
híbridos, principalmente Tambatinga.
Rondônia lidera o ranking, com 100% de sua
produção (77 mil t, em 2017) de espécies na-
tivas. Mato Grosso aparece em segundo lugar,
com 60.134 t (97% do total). Na sequência,
vêm Amazonas, com 100% da produção de
peixes nativos (28 mil t), Maranhão, com 90%
das 26.500 t, e Pará, com 97,2% da produção
total de 20 mil t.
Os cinco estados, juntos, representam 69% da
produção total de peixes nativos, lembrando
que estas espécies estão mais disseminadas pelo

NUTRIÇÃO AQUA
Brasil – especialmente pelas regiões Norte,
Centro-Oeste e Nordeste. De acordo com o
levantamento da PEIXE BR, somente no Dis-

POLI-NUTRI
trito Federal não há cultivo de peixe nativo.

NUTRIÇÃO DE CONFIANÇA
Produtos de avançada tecnologia, com os melhores serviços atendimento
ao produtor. A satisfação do cliente em primeiro lugar.
OS MAIORES PRODUTORES DE PEIXES NATIVOS DO BRASIL

Rondônia 77.000 t

Mato Grosso 60.134 t NATUS PEIXE FLASH FISH POLI-PEIXE HE E HB


Programa nutricional para peixes Programa nutricional para Alimento completo com aditivos
nativos (Matrinxã, Pirapitinga, alevinos de peixes tropicais naturais para tilápias
Amazonas 28.000 t
Pintado, Pirarucu, Tambaqui)

Maranhão 23.850 t
CONHEÇA NOSSOS PRODUTOS E VIVA A EXPERIÊNCIA DE SER CLIENTE POLI-NUTRI.
Pará 19.440 t
fonte PeixeBR

32 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 33


PISCICULTURA NO BRASIL PISCICULTURA NO BRASIL

Tilápia brasileira pode EVOLUÇÃO DOS PREÇOS MÉDIOS


(USD/KG) DA EXPORTAÇÃO DA TILÁPIA
EVOLUÇÃO DO VOLUME (KG) DE
EXPORTAÇÃO DE TILÁPIAS NOS
NOS ÚLTIMOS ANOS ÚLTIMOS 6 ANOS
conquistar o mundo

2017
2017
USD 7,18 616.942

O avanço do Brasil no mercado internacional

2016
2016
de Tilápia divide opiniões. Para alguns, é pre- USD 7,43 752.136
ferível concentrar as forças no mercado inter-
no, que tem grande potencial de crescimento Brazilian fish companies
– o que é verdade –, necessitando de menores

2015
exported US$ 150

2015
investimentos (também faz sentido). Ou seja, USD 8,13 171.370
para esse grupo o mercado internacional pre-
cisa esperar um pouco. million, in 2017,

2014
2014
Para outro grupo, há um oceano a prospectar
e toda vitória deve ser comemorada. Também according to Secex. US USD 8,52 73.475
faz sentido e algumas empresas, como Royal
Fish, Geneaseas, Peixes Brasil, Cristalina, Co-
is the most important

2013
2013
pacol e Netuno, já atuam e/ou prospectam
oportunidades.
market to the Brazilian USD 8,61 71.890
Segundo a Secretaria de Comércio Exterior,
do Ministério da Indústria, Comércio Exte-
Tilapia.

2012
2012
rior e Serviços (MDIC), o Brasil exportou USD 6,70 11.287
pouco menos de US$ 150 milhões em pes- fonte Secex
cado em 2017. Esse número incluiu pesca e
aquicultura.
Somente US$ 4,4 milhões referem-se à Tilá-
pia. Trata-se de um resultado ainda modesto,
mas – mais uma vez – as possibilidades são
imensas. De acordo com a Secex, em 2017
foram exportados apenas 617 toneladas da es-
pécie. Praticamente 100% desse volume para
os Estados Unidos pelo preço médio de US$
7,18 o quilo. São Paulo, Bahia, Mato Grosso
do Sul e Goiás fizeram vendas para o exterior
no ano passado.
A China, por exemplo, exporta perto de U$ 1
bilhão de Tilápia, incluindo filés congelados,
peixes inteiros e filés empanados! O país é, de
longe, o maior exportador mundial da espé-
cie, com 391.200 t em 2016, de acordo com
o Relatório Intrafish. A Indonésia vem em
segundo lugar com 16.694 t (dados de 2014).
Os Estados Unidos representam 56% das
exportações de Tilápia da China. O México
vem em segundo lugar, com 10%. O filé con-
gelado representa 39% das vendas chinesas ao
exterior. Mais de 82% da importação norte-
-americana são de filés congelados de Tilápia
– esse item representou, em 2016, US$ 478,7
milhões.
Segundo o relatório Intrafish, a China rece-
beu US$ 3,6 por kg de filé congelado expor-
tado em 2015.

34 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 35


PISCICULTURA NO BRASIL PISCICULTURA NO BRASIL

Importação de Pescado supera


FÍGADOS, OVAS E GÔNADAS MASCULINAS, CONGELADO 785.045 38.014
FILÉS DE SALMÕES-DO-PACÍFICO E SALMÃO-DO-DANÚBIO 15.084.096 1.474.558
FILÉS DE OUTROS PEIXES, FRESCOS OU REFRIGERADOS 10.196 1.022

US$ 1,3 bi em 2017


OUTROS FILÉS DE PEIXES, CONGELADOS 94.734.442 42.999.157
FILÉ BACAL.-DO-ATLÂNTICO, DA-GROENL., DO-PACÍFICO,CONG. 8.489.358 1.274.177
FILÉ DE SAITHE (POLLACHIUS VIRENS), CONGELADO 6.374.066 1.818.154
FILÉS DE MERLUZAS E ABROTEAS, CONGELADOS 100.815.368 34.080.091
FILÉ DE MELUZA-DO-ALASCA (THERAGRA CHALCOGRAMMA), CONG 47.363.165 20.145.107
OUTROS FILÉS DE PEIXES, CONGELADOS 950.573 352.035
O Brasil importou US$ 1,318 bilhão de Pescado neladas e US$ 588 milhões. Na sequência vêm FILÉ DE SALMÃO-DO-PACÍFICO,DO-DANÚBIO,DO-ATLÂNTICO,CONG 55.843.677 6.704.548
em 2017, informa a Secex, do Ministério da In- o Bacalhau (20,6 mil t e US$ 155,3 milhões), FILÉS DE TRUTAS, CONGELADOS 275.069 23.919
dústria, Comercio Exterior e Serviços (MDIC). a Merluza (56,3 mil t e US$ 152 milhões) e FILÉS DE PEIXES CHATOS, CONGELADOS 1.082.562 354.240
Esse valor representa a compra de 383,6 mil to- a Sardinha (93 mil t e US$ 74,2 milhões). A FILÉ DE MERLUZA NEGRA (DISSOSTICHUS ELEGINOIDES),CONG 104.988 3.000
neladas de 103 produtos diferentes. relação completa dos itens importados está na FILÉS DE ATUNS E BONITO-LISTRADO, CONGELADOS 727.335 70.555
O Salmão lidera as estatísticas com 106 mil to- tabela a seguir. FILÉS DE TUBARÃO-AZUL (PRIONACE GLAUCA), CONGELADOS 3.303.618 1.323.187
OUTROS FILÉS CONGELADOS, DE PEIXES 17.442.348 4.814.466
OUTRAS CARNES DE TILÁPIAS,BAGRES,CARPAS,ENGUIAS, CONG. 237.716 6.000
PRODUTOS US$ FOB PESO (KG) OUTRAS CARNES DE MERLUZA-DO-ALASCA, CONGELADAS 140.284 44.020
ARUANA (OSTEOGLOSSUM BICIRRHOSUM) 390 54 OUT.CAR.PEI.DA FAM. BREG,EUC,GAD,MAC.MEL.MER. ETC,CONG. 1.683.941 206.091
OUTROS PEIXES ORNAMENTAIS, VIVOS, DE ÁGUA DOCE 78.136 4.717 FILÉS DE CAÇÃO E OUTROS TUBARÕES, FRESCOS, REFRIGERADOS 46.694 22.000
OUTROS PEIXES ORNAMENTAIS VIVOS 216.859 12.580 OUTS.CARN.DE PEIXES,FRESC.,REFRIG.OU CONGELADOS 9.207.511 1.724.903
TILÁPIAS,PEIXES PARA REPRODUÇÃO 498 600 FARINHAS,POS E "PELLETS" DE PEIXES,P/ALIMENTACAO HUMANA 51.213 2.400
OUTS.PEIXES VIVOS 4.775 23 FILÉS DE BACALHAU,SECOS,SALGADOS,EM SALMOURA,N/DEFUMADO 9.485.698 1.005.218
TRUTAS FRESCAS,REFRIG.EXC.FILES,OUTS.CARNES,FÍGADOS ETC 166.750 30.000 FILÉS DE SAITHE, SECOS,SALGADOS,EM SALMOURA,N/DEFUMADOS 1.799.278 427.250
SALMÕES-DO-PACÍFICO (ONCORHYNCHUS NERKA, ETC), FR.OU R. 4.182.643 657.080 FILÉS DE LING (MOLVA MOLVA) E ZARBO (BROSME BROSME) 142.213 47.500
SALMÃO-DO-ATLÂNTICO E SALMÃO-DO-DANÚBIO, FR. OU REFRI. 503.997.534 71.753.311 OUTROS FILÉS DE PEIXES, SECOS,SALGADOS/SALMOURA,N/DEFUMADOS 194.528 59.000
ALBACORAS-AZUIS (ATUNS-AZUIS) FRESCOS,REFRIG. 313.934 13.805 SALMÕES-DO-PACÍFICO,DO ATLÂNTICO E DO DANÚBIO,DEFUMADOS 385.311 20.943
OUTRAS ANCHOVAS, FRESCAS OU REFRIGERADAS 41.062 32.800 BACALHAU (GADUS) DEFUMADO,MESMO EM FILÉS 81.501 5.000
OUTROS PEIXES FRESCOS OU REFRIGERADOS 78.226 56.000 SAITHES(POLACHIUS VIRENS),LINGS E ZARBOS (BROSME BROSME) 153.781 32.500
SALMÕES VERMELHOS CONGELADOS 389.547 50.864 BACALHAU (GADUS) SECO,MESMO SALGADO MAS N/DEFUMADO 12.951.877 1.721.655
OUTROS SALMÕES-DO-PACÍFICO, CONGELADOS 12.242.349 2.334.077 BACALHAU POLAR(BOREOGADUS SAIDA),SAITHE (POLLACHIUS VIR) 8.106.782 2.042.450
SALMÃO-DO-ATLÂNTICO E SALMÃO-DO-DANÚBIO, CONG. 10.877.081 1.811.781 OUTROS PEIXES SECOS, EXCETO SUBPRODUTOS COMESTÍVEIS 335.921 35.972
TRUTAS (SALMO TRUTTA,ONCORHYNCHUS MYKISS, ETC.),CONGEL. 114.138 23.260 BACALHAUS POLARES,LINGS,ZARBOS ETC.SECOS,NAO DEFUMADOS 105.518 25.000
PERCA-DO-NILO E CABEÇAS-DE-SERPENTE, CONGELADOS 48.971 26.000 BACALHAUS (GADUS) SALGADOS,N/SECOS,N/DEFUMADOS,SALMOURA 74.415.502 10.034.804
ENGUIAS CONGELADAS (ANGUILLA SPP.), CONGELADAS 38.796 880 SAITHES(POLACHIUS VIRENS),LINGS E ZARBOS(BROSME BROSME) 49.287.851 11.649.390
ALBACORAS/ATUNS BARBAT.AMARELA,CONGELADAS,EXC.FILES ETC 39.508 22.354 OUTROS PEIXES SALGADOS N/SECOS, N/DEFUM E EM SALMOURA 40.442.804 12.158.311
BONITOS-LISTRADOS ETC.CONGELADOS,EXC.FILES ETC 3.799.121 2.168.718 LAVAGANTES ("HOMARDS")(HOMARUS SPP) CONGELADOS 3.970 100
ALBACORAS-BANDOLIM (PATUDOS) CONGELADOS 13.543 7.651 CARANGUEJOS CONGELADOS 374.900 20.500
ARENQUES,CONG.,EXC.FÍGADO,OVAS,SÊMEN 438.103 304.800 OUTROS CAMARÕES, QUE NÃO INTEIROS, CONGELADOS 2.646 200
SARDINHAS, CONGELADAS 74.217.295 93.084.528 OUTS.CRUSTÁCEOS NÃO CONGEL.INCL.FARINHAS P/ALIM.HUMANA 9.708 660
CAVALINHAS, CONGELADAS 6.231.764 7.956.037 OUTROS CRUSTÁCEOS, INCLUINDO AS FARINHAS, PÓS E PELLETS 63.731 3.820
CHICHARROS (TRACHURUS SPP.), CONGELADOS 45.150 90.000 OUTRAS OSTRAS VIVAS 20.910 14.000
OUTROS PEIXES CONGELADOS, EXCETO OS FILÉS DE PEIXES E O 90.140 77.107 VIEIRAS, INCLUINDO A AMERICANA, E OUTROS MOLÚSCOS DOS G 1.429.578 54.091
BACALHAU-DO-ATLÂNTICO E BACALHAU-DO-PACÍFICO, CONGELADO 41.651.324 4.542.471 VIEIRAS,OUTS.MARISCOS (PECTEN ETC) CONGELADOS,SECOS ETC 293.201 13.403
SAITHE (POLLACHIUS VIRENS), CONGELADO 2.614.342 739.075 MEXILHÕES (MYTILUS SPP., PERNA SPP.), CONGELADOS 28.750 23.000
MERLUZAS E ABROTEAS (MERLUCCIUS ,UROPHYCIS ),CONGELADAS 2.065.474 1.290.989 MEXILHÕES (MYTILUS,PERNA) CONGELADOS,SECOS,SALGADOS ETC 5.191 1.100
MERLUZA-DO-ALASCA (THERAGRA CHALCOGRAMMA) 509.604 291.560 LULAS, CONGELADAS 27.616.212 8.139.830
MERLUZA ROSADA (MACRURONUS MEGELLANICUS), CONGELADA 673.315 456.675 SÉPIAS, CONGELADAS 32.571 24.000
OUTROS PEIXES CONGELADOS, EXCETO FILÉ E OUTRAS CARNES 139.377 82.084 OUTRAS SÉPIAS (CHOCOS) (CHOCOS E CHOPOS); LULAS (POTAS) 66.678 36.995
TUBARÃO-AZUL,EVISCERADO, S/ CABECA E S/ BARBATANA,CONG. 13.276.497 9.840.183 POTAS E LULAS (OMMASTREPHES,LOLIGO,ETC),CONGELADOS 84.018 18.400
TUBARÃO-AZUL EM PEDAÇOS, SEM PELE, CONGELADO 19.672.508 9.074.348 POLVOS (OCTOPUS SPP.), CONGELADOS 7.103.398 884.565
OUTROS TUBARÕES-AZUIS, CONGELADOS 973.010 465.716 POLVOS (OCTOPUS SPP.) EM OUTRA FORMA QUE NÃO VIVOS, FRE 17.062 540
OUTROS TUBARÕES, CONGELADOS 130.962 74.200 CARACÓIS,EXC.OS DO MAR,VIVOS,FRESCOS,REFRIGERADOS ETC 1.065 8
CORVINA (MICROPOGONIAS FURNIERI), CONGELADA 2.409.088 1.640.715 AMEIJOAS, BERBIGÕES E ARCAS, VIVOS, FRE. OU REFRIGER. 3.527 461
CHERNE-POVEIRO (POLYPRION AMERICANUS), CONGELADO 4.450 1.780 AMÊIJOAS, BERBIGÕES E ARCAS (FAMÍLIAS ARCIDAE, ARCTICID) 48.249 6.720
GAROUPAS (ACANTHISTIUS SPP.), CONGELADAS 1.372 980 OUTROS MOLUSCOS,INVERTEBR.AQUÁTIC.VIVOS,FRESCOS,REFRIG. 209 2
TAINHAS (MUJIL SPP.), CONGELADAS 307.482 251.860 OUTROS MOLUSCOS,INVERTEBR.AQUÁTIC.CONGELADOS,SECOS ETC 185.764 95.000
CURIMATÁS (PROCHILODUS SPP.), CONGELADOS 5.176.615 4.079.180 PEPINOS-DO-MAR, VIVOS, FRESCOS OU REFRIGERADOS 39 24
TRAÍRAS (CONGELADAS), EXCETO FILES, OUTRAS CARNES ETC 1.911.202 1.232.120 OURICOS-DO-MAR, VIVOS, FRESCOS OU REFRIGERADOS 126 57
PIAUS (LEPORINUS SPP.) CONGELADOS 443.749 198.535 OUT. INVER. AQUAT, EXC. CRUST. E MOLU.,CONG,SECO ETC 104.935 6.768
OUTROS PEIXES CONGELADOS, EXC.FILÉS, OUTRAS CARNES ETC 7.842.064 2.779.813 TOTAL 1.317.607.016 383.652.192
fonte Secex/MDIC

36 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 37


ACRE ACRE

Programa impulsiona produção


de peixes nativos no estado a autorização para exportação para os Estados
Unidos.
Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR), o Acre
produziu 8.000 toneladas de peixes cultiva-
Os resultados aparecem em outra ponta. Se- dos em 2017. Esse resultado é 14% superior à
gundo o Escritório Federal de Pesca e Aquicul- produção de 2016, o que representa mais um
tura do Acre, o estado tem cadastrados 2.162 exemplo de sucesso das iniciativas para fomen-
Produção cresceu 14%. Legislação ambiental ainda trava atividade. Piscicultores, todos devidamente licenciados tar e fortalecer a atividade no estado.
para exercer a atividade. Tambaqui, Curimatã, “Apesar da carência de assistência técnica, a
Pirarucu e Pintado são as espécies nativas com perspectiva para esse mercado é de crescimento
maior destaque na Piscicultura acreana. aliado ao desenvolvimento de novas técnicas e
De acordo com Kelly Kley Saldanha, coorde- ao interesse de piscicultores na construção de
nadora do Escritório, a crescente procura pelo novos tanques”, complementa Kelly Saldanha,
O Acre é um estado com grande potencial para atividade, estimular os produtores, atrair inves- registro de produtores é importante, mas a ati- destacando o apoio oficial ao Programa de De-
a Piscicultura. Essa condição levou à constitui- timentos e reduzir impactos sobre a floresta na- vidade tem obstáculos a superar, especialmente senvolvimento da Aquicultura Familiar, como
PRODUÇÃO DA ção, em 2015, do Complexo Industrial Peixes tiva, aliado ao crescimento da oferta de proteí- os relacionados ao licenciamento ambiental. forma de geração de renda para os pequenos
da Amazônia, com o objetivo impulsionar a na animal. Entre as conquistas do projeto está De acordo com levantamento da Associação produtores.
PISCICULTURA
DO ACRE (em t)

8.000
7.020

14%

2016 2017
fonte PeixeBR

ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

7.840

160
0

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

38 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 39


ALAGOAS ALAGOAS

Atividade conquista produtores As melhores soluções


em todas as regiões do estado nutricionais e de negócio
para aquacultura
Primeiros projetos objetivavam complementar renda. Agora geram lucro.

Se continuar crescendo nos níveis verificados Sertão e em diversas lagoas espalhadas pelo es-
em 2017, a Piscicultura alagoana duplicará de tado, informa Edson Maruta, assessor técnico
PRODUÇÃO DA tamanho até 2020. Segundo levantamento da da Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e
Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE Aquicultura (Seagri) de Alagoas.
PISCICULTURA BR), a produção deu salto de 23,7% em 2017 O carro chefe é a Tilápia. De acordo com o
DE ALAGOAS (em t) em relação a 2016, atingindo 3.500 tonela- levantamento da PEIXE BR, a espécie repre-
das no ano. Ainda é pouco, mas a julgar pelo senta mais de 70% da Piscicultura de Alagoas.
3.500 avanço da produção em diferentes regiões de A diversificação é uma pauta amplamente dis-
Alagoas, esses números serão bem maiores em cutida. O Surubim, peixe encontrado no São
2.830 pouco tempo. Francisco, está conquistando muitos produto-
A história da Piscicultura em Alagoas tem res alagoanos. Esse processo é confirmado pelo
menos de quatro décadas. A atividade deu os estudo da Associação Brasileira da Piscicultu-
primeiros passos no início dos anos 1980, no ra, que mostra que 897 t/ano vêm de peixes
23,7% Baixo Rio São Francisco. Ali ela surgiu como nativos.
complemento à criação de gado, cana-de-açú- O estado faz a sua parte para dinamizar a Pisci-
car, coco e arroz. Pouco tempo depois, a Com- cultura. Estudo da Seagri mostra que nada me-
panhia de Desenvolvimento dos Vales do São nos do que 168 barragens têm potencial para
Francisco e do Parnaíba (Codevasf ) criou a Es- produzir 36 mil toneladas/ano. Para fomentar
2016 2017 tação Piloto de Piscicultura de Itiúba, em Por- a atividade foi criado o programa Alagoas Mais
fonte PeixeBR to Real do Colégio, para produção de alevinos. Peixe, que objetiva gerar emprego e renda no
Os tanques-rede surgiram na década seguinte campo, desenvolver a cadeia produtiva e viabi-
e, nos últimos anos, a atividade chegou ao Alto lizar unidades de beneficiamento de pescado.

ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

2.540

897
63

Tilápia Nativos Outros*


A Cargill® tem a aquacultura como um negócio estratégico e prioritário para o futuro da pro-
* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR
dução de proteína animal no mundo. Por isso, investimos globalmente no desenvolvimento
de soluções para a atividade. São mais de 150 anos de experiência, 150 mil funcioná-
rios em 70 países que estão comprometidos em alimentar o mundo de forma responsável,
reduzindo impactos ambientais e melhorando as comunidades onde vivem e trabalham.

Nutron sempre ao seu lado, para te ver lá na frente.


40 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 41
AMAPÁ AMAPÁ

Grande potencial de
crescimento à frente
Isenção de alguns impostos e porto para exportação
Política de incentivo proporciona ganhos para todos. são atributos positivos no estado.

O Amapá produziu 1.000 toneladas de peixes fábricas de rações, além da alocação de recur-
cultivados em 2017, de acordo com o levanta- sos para aquisição de escavadeira hidráulica e
PRODUÇÃO DA mento da Associação Brasileira da Piscicultu- caminhões de transporte de peixe vivo. Outras
ra (PEIXE BR). Esses números estão aquém ações também estão planejadas, como o proje-
PISCICULTURA das estimativas do governo do estado, porém to do curso básico de Piscicultura, para levar
DO AMAPÁ (em t) comprovam as condições locais para desenvol- conhecimento sobre cooperativismo, associati-
vimento da Piscicultura, uma vez que há recur- vismo e linhas de créditos aos pequenos pro-
1.000 sos hídricos, solos e relevos adequados e baixa dutores”, explica Raimundo Cavalcante, chefe
variação térmica. Além disso, o Amapá ofe- da Coordenação de Desenvolvimento de Pesca
rece isenção de alguns impostos e conta com e Aquicultura da Agência de Pesca do Amapá.
um porto para exportação – sem dúvida, uma Como parte desse trabalho, boa parte de 2017
650
vantagem competitiva por estar mais próximo foi marcada pela peregrinação junto às prefei-
dos mercados europeu e norte-americano. Por turas municipais para fortalecer e amparar os
53,8% conta desses fatores, a atividade cresceu mais de procedimentos de licenciamento dos projetos
50% em relação a 2016. aquícolas, destacando a devida preocupação
Ainda em formação, a Piscicultura local conta com o meio ambiente e o desenvolvimento
com empreendimentos de pequeno porte, com econômico do estado.
predominância de cultivo em sistema semi “Porém, há vários desafios a vencer, como
2016 2017 intensivo. O governo do estado, por meio da continuidade da política pública de incenti-
fonte PeixeBR Agência de Pesca do Estado do Amapá (PES- vo à Piscicultura, descentralização da política
CAP), executa projetos de investimentos e cus- ambiental e aparelhamento orçamentário para
teio, com assistência técnica até os processos de garantir a execução de extensão pesqueira e
despesca e comercialização. aquícola”, destaca Cavalcante.
‘’Um dos destaques positivos em 2017 foi a Mais de 90% da produção envolvem peixes
adoção da política aquícola como política de nativos, especialmente Tambaqui, Pirarucu,
ESPÉCIES MAIS
estado e a criação da lei da Zona Franca Ver- Curimatã, Matrinxã e Piauçu.
PRODUZIDAS de, para atrair investidores, especialmente de
EM 2017 (em t)

932

68
0

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente C

fonte PeixeBR M

SOLUÇÃO COMPLETA PARA


Y

CM

CÂMARA
MY

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CADEIA PRODUTIVA DO PEIXE. FRIGORÍFICA
PORTAS
EXPOSITORAS
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42 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 /SaoRafaelCamarasFrigorificas
WWW.PEIXEBR.COM.BR 43
AMAZONAS AMAZONAS

Infraestrutura ajuda a produzir


cada vez mais peixes nativos
Bons projetos e condições de cultivo impulsionam produção.

Liderada pelo Tambaqui e com boa presença perativa de Trabalho de Engenheiros de Pesca
de Matrinxã e Pirarucu, entre outras espécies, do Amazonas (AQUICPESCA), para respal-
PRODUÇÃO DA a Piscicultura do Amazonas produz 28 mil to- do e fomento da atividade”, informa Marcon-
neladas de peixes cultivados por ano, segundo des Junior.
PISCICULTURA o levantamento da Associação Brasileira da Leocy Cutrim dos Santos Filho, engenheiro
DO AMAZONAS (em t) Piscicultura (PEIXE BR). No total, são cerca de pesca, analista técnico e gestor de projetos
de 1.400 produtores, de acordo com o Institu- do Sebrae AM, explica que ainda há muitos
28.000 to de Proteção Ambiental do Estado do Ama- gargalos a resolver, como o licenciamento am-
27.500 zonas (IPAAM). biental. “Criamos em 20% da área da proprie-
As condições gerais do estado explicam os dade e preservamos 80%. Não temos nenhum
bons números da atividade no Amazonas. benefício com isso. Outro ponto é que, apesar
Destaque também à infraestrutura de pro- de haver três fábricas de rações no estado, o
dução de alevinos, que proporciona uma im- preço dos insumos é elevado, uma vez que o
1,8% portante e sólida base para o crescimento da Amazonas não é produtor de grãos, como mi-
Piscicultura no estado. lho e soja.
Marcondes Agostinho Gonzaga Junior, pro- “Mesmo com obstáculos, a Piscicultura vem
fessor e coordenador pedagógico do curso su- ganhando espaço. Há, obviamente, a neces-
perior de Tecnologia em Produção Pesqueira sidade de aumentar a oferta de alimentos
2016 2017 (TECPESQ), da Universidade do Estado do saudáveis e de qualidade para a crescente
fonte PeixeBR Amazonas (UEA), destaca avanços importan- população, porém é perceptível o avanço da
tes, como a criação, em 2017, da Associação tecnologia e da profissionalização”, comple-
Independente dos Aquicultores do Estado do menta Marcondes Junior, lembrando que o
Amazonas (AQUAM) e os investimentos em consumidor preza e valoriza empresas e pro-
ensino, pesquisas e extensão, além dos acor- dutores transparentes, com boas práticas e
dos de cooperação técnica acadêmica entre as respeito ao meio ambiente.
ESPÉCIES MAIS
instituições públicas e privadas. “Nos últimos Amazonas apresenta excelentes condições de
PRODUZIDAS dez anos, a UEA formou 405 tecnólogos; so- produção, além de um bom mercado consu-
EM 2017 (em t) mente em 2017, foram mais 63 profissionais midor, porém sua política ambiental precisa
para atuar nos municípios mais distantes do ser mais clara para proporcionar segurança
estado. Também foi montada a primeira Coo- jurídica aos investidores.
28.000

0 0

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

44 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 45


BAHIA BAHIA

Estado aposta em bioblocos


para vencer o clima semi árido
Momento de euforia na Bahia, mesmo em áreas com pouca água.

Com produção de cerca de 27.500 toneladas criação de polos de Piscicultura em locais onde
de peixes cultivados em 2017, segundo o levan- praticamente não existe água, proporcionando
PRODUÇÃO DA tamento da Associação Brasileira da Piscicul- alimento para as famílias e maior renda”.
tura, a Bahia desponta como líder na atividade Apesar dos aspectos positivos, alguns gargalos
PISCICULTURA no Nordeste por uma série de fatores. da Piscicultura baiana ainda afetam a produti-
DA BHAIA (em t) Antonio Laborda, gerente de operações da vidade no estado, segundo a Bahia Pesca. É o
Bahia Pesca – órgão vinculado à Secretária da caso da oferta irregular de alevinos, a questão
27.500 Agricultura do Estado (Seagri), informa que do licenciamento ambiental e os processos de
essa expansão decorre da maior utilização e comercialização.
25.500 ampliação dos empreendimentos aquícolas nos “A Bahia possui um clima bastante favorável ao
grandes reservatórios do estado. “Além disso, a desenvolvimento de muitas espécies cultivadas
política do governo de doação de alevinos ga- hoje no Brasil, como Tilápia, Tambaqui, Pira-
rante a matéria-prima para as associações e coo- rucu, Surubim e outros. O potencial hídrico do
7,8% perativas de produtores, espalhadas pela Bahia”. estado é imenso, com 16 grandes barragens ca-
O gerente da Bahia Pesca chama atenção para pazes de triplicar a produção se utilizarmos 50%
a produção em bioflocos. “Está é, sem dúvida da capacidade de suporte destes reservatórios”,
alguma, a revolução e a redenção do semi árido analisa o gerente de operações da Bahia Pesca.
nordestino, pois envolve a produção de peixes Importante destacar que o crescimento da
2016 2017 em lugares jamais imaginados”, afirma Labor- Piscicultura baiana nos últimos anos deve-se
fonte PeixeBR da. Essa técnica caracteriza-se pela utilização principalmente à criação de peixes no sistema
mínima de água, alta densidade de peixe em de tanques-rede nos lagos do Rio São Fran-
um tanque suspenso, sem necessidade de licen- cisco, decorrente das iniciativas dos próprios
ciamento ambiental. “Esse modelo possibilita a produtores.

ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

22.220

5.225
55

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

46 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 47


CEARÁ CEARÁ

A seca continua e provoca


grandes prejuízos
Seca já atingiu, em maior ou menor intensidade,
Reservatórios estão com menos de 10% da capacidade total. 100% do território cearense.

Há cinco anos o Ceará, que sempre se destacou


na produção aquícola nacional, tanto no culti-
PRODUÇÃO DA vo de Tilápia quando na carcinocultura, sofre
com a falta de chuva e diminuição, em níveis
PISCICULTURA alarmantes, dos reservatórios. Segundo a Fun-
DO CEARÁ (em t) dação Cearense de Meteorologia e Recursos
Hídricos (FUNCEME), a seca já atingiu, em
12.000 maior ou menor intensidade, 100% do territó-
rio cearense.
A situação hídrica do estado influencia dire-
tamente a Piscicultura, explica o secretário
da Agricultura, Pesca e Aquicultura, Euvaldo
7.000 Bringel. “Com os efeitos da seca prolongada,
41,7% vários reservatórios secaram e outros apresen-
tam volume de água insuficiente para a ativi-
dade. Os maiores produtores migraram para
estados vizinhos com maior oferta de água”,
explica Bringel.
2016 2017 A SEAPA (Secretaria da Agricultura, Pesca e
fonte PeixeBR Aquicultura do Estado) busca alternativas para
retomar a produção de peixes cultivados, seja
com incentivo à implantação de unidades de
produção em sistemas fechados, reuso, bio-
flocos e sistemas integrados com o cultivo de
frutas e verduras.
ESPÉCIES MAIS
“Estamos trabalhando para a retomada da pro-
PRODUZIDAS dução de peixes, implementação e fortaleci-
EM 2017 (em t) mento da assistência técnica e participação de
projetos alternativos, como os de recirculação
e reuso de água, mas é evidente que essa tarefa
6.993 tem como pré-requisito a retomada de volume
nos reservatórios”, destaca o secretário.
Esta situação climática explica a redução dra-
mática da produção de peixes cultivados no
Ceará nos últimos anos. Somente entre 2017
7 e 2016, a queda foi superior a 40%.
0 Destaque-se, ainda, que os produtores do Cea-
rá migraram seus projetos de Piscicultura para
Tilápia Nativos Outros* o Rio Parnaíba (Piauí) e o Rio São Francisco
* Carpas e Trutas, principalmente (Bahia e Pernambuco), influenciando o au-
fonte PeixeBR mento de produção nesses estados.

48 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 49


DISTRITO FEDERAL DISTRITO FEDERAL

Número de piscicultores dobra,


mas oferta de peixes cai em 2017
Máquinas e equipamentos para
a produção de ração animal.
Autoridades apostam na informação para aumentar a produtividade.
Do manuseio de matérias-primas, mistura,
moagem e extrusão, até a secagem do produ-
to final. Com um extenso know-how e paixão
A Piscicultura no Distrito Federal é modesta, preço subsidiado, treinamento e capacitação pela qualidade, asseguramos a uniformidade
porém tem potencial para crescimento. O le- em Piscicultura, além de incentivo à pesquisa e do produto, a eficiência da produção, além de
PRODUÇÃO DA vantamento da Associação Brasileira da Pisci- difusão de tecnologias”, complementa.
máxima sanitariedade e segurança.
cultura (PEIXE BR) mostra que a produção lo- Anualmente, a Granja do Ipê atende cerca de
PISCICULTURA DO cal foi de 1.500 t em 2017, com recuo de 42,7% mil produtores rurais. São comercializados cer-
DISTRITO FEDERAL sobre as 2.620 t do ano anterior. A crise hídrica ca de 500 mil alevinos por ano. www.buhlergroup.com/aquafeed
(em t) foi uma das principais responsáveis pela drástica Como consequência dessas ações, o número de
redução da produção de peixes de cultivo. piscicultores no Distrito Federal duplicou. “A
2.620 O Distrito Federal dispõe de estrutura com-
posta por 20 viveiros escavados, destinados
área inundada em produção também cresceu.
O salto foi de 79,4 hectares para 140 hectares. Soluções para a
à reprodução de peixes de espécies nativas e A eficiência no processo produtivo e o aprovei-

1.500
exóticas, totalizando 1,02 hectares de lâmina
d´água, além de um laboratório de reprodução
tamento racional dos recursos naturais também
contribuíram para o aumento do índice de pro-
produção de ração.
42,7% e um auditório para treinamento com capaci- dutividade média, que aumentou de 5,15 para
dade para 90 pessoas. 7,7 toneladas por hectare/ano”, explica Souto.
“Neste espaço, a Granja do Ipê, são desenvol- Ele elenca três pontos para o crescimento da
vidas diversas ações para o fomento da Pisci- Piscicultura do Distrito Federal: melhorias no
cultura”, explica o diretor de políticas para processo de licenciamento ambiental, necessi-
2016 2017 desenvolvimento rural da Secretaria de Estado dade de outorga para uso das águas da União e
fonte PeixeBR da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvi- adequação dos custos dos insumos.
mento Rural do Distrito Federal (SEAGRI/ Destaque-se, ainda, que o Distrito Federal im-
DF), Mac Leonardo Souto. “Com foco nos porta de outros estados praticamente todo o
pequenos produtores e propriedades familia- peixe consumido. Esta é mais uma demonstra-
res, destacam-se a produção e a comercializa- ção da grande oportunidade da atividade para
ção de alevinos com alta qualidade genética a os produtores da região.
ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

1.500

0 0

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

50 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 Innovations for a better world. WWW.PEIXEBR.COM.BR 51


ESPÍRITO SANTO ESPÍRITO SANTO

Parcerias público-privadas em
prol da Piscicultura capixaba
Programas Propesca e Funpesca contribuem para o fomento da atividade.

A Piscicultura do Espírito Santo apresentou focam no repasse de conhecimento e infraes-


recuperação em 2017 após altos e baixos em trutura para o aumento da produtividade. É o
PRODUÇÃO DA anos anteriores. Segundo a PEIXE BR, o esta- caso do Propesca (Programa Estadual de Desen-
do produziu 12 mil toneladas contra 10.800 t volvimento da Pesca e Aquicultura), que envol-
PISCICULTURA no ano anterior: bom crescimento de 11,1%. ve a participação direta de instituições estaduais
DO ESPÍRITO SANTO A Tilápia é carro chefe da atividade do estado, de pesquisas e extensão rural (Incaper), de fis-
(em t) com cerca de 90% da produção. Peixes nativos, calização agropecuária (Idaf ), licenciamento e
12.000 como Tambaqui e Pintado, e Carpas e Trutas, fiscalização ambiental (Lema), além de institui-
10.800 representam os outros 10%. “Na região norte ções federais de ensino e pesquisa (Ifes e Ufes).
do Espírito Santo, há predominância de produ- O objetivo é desenvolver ações de apoio às or-
ção de Tilápia em tanques-rede e boa estrutura ganizações de pescadores e convênios com uni-
de produção, com unidades de beneficiamento versidades para pesquisas, afim de diagnosticar e
estruturadas para venda no Brasil e exterior. Já monitorar a cadeia produtiva, além de ações de
11,1% na região Sul do estado, há produção de pei- comercialização e beneficiamento de pescado,
xes em viveiros escavados com média e baixa considerando o abastecimento local e regional.
densidade. De uns anos para cá, os produtores Há, ainda, o Funpesca (Fundo de Desenvolvi-
vêm implementando novas tecnologias, como mento da Pesca e da Aquicultura), em trâmite
aeradores para melhorar sua produtividade”, final, para gerar recursos oriundos de condicio-
2016 2017 informa Alejandro Garcia Padro, coordenador nantes e compensações socioambientais prove-
fonte PeixeBR de Pesca e Aquicultura da Secretaria de Estado nientes de empreendimentos a ser instalados
de Agricultura, Abastecimento, Pesca e Aqui- em áreas que venham a impactar a atividade
cultura (Seag).
Garcia explica que entraves burocráticos difi-
cultam a expansão da atividade no estado. “Te-
pesqueira. O Funpesca será o principal finan-
ciador do Propesca.
O coordenador de Pesca e Aquicultura da
Muito prazer,
nós Somos a Fider!
mos dificuldade para obtenção da outorga de (Seag) também ressalta o fomento da Piscicul-
ESPÉCIES MAIS
águas da União e, consequentemente, libera- tura de baixo impacto ambiental, com recir-
PRODUZIDAS ção de licenciamento ambiental e linhas de cré- culação e reuso de água, buscando integrá-la à
EM 2017 (em t) dito. Sem a licença, as prefeituras não podem produção de hortaliças e outros vegetais. Esta
fornecer máquinas agrícolas para o fomento tecnologia de produção deverá ser o motor da
da atividade e os bancos não liberam recursos”, atividade em alguns anos, garantindo diversifi-
10.768 analisa o especialista. cação agrícola a produtores rurais que desejem
Algumas iniciativas de fomento, no entanto, uma alternativa à pesca. Disponibilizamos a maior infraestrutura para produção de tilápias de
924 alta qualidade, sempre acompanhada por profissionais especializados
308
para cada processo de produção

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente Alimentação diferenciada, limpeza dos tanques-rede feita por
fonte PeixeBR

mergulhadores profissionais e transporte projetado para manter em


todo o momento o frescor do produto.

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52 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 53
GOIÁS GOIÁS

Estado sofre com o clima, mas


mantém otimismo com retomada
Grãos e benefícios tributários ajudam atividade a superar os desafios.

Goiás produziu 33 mil toneladas de peixes cul-


tivados em 2017, com ligeiro recuo de 2,9% so-
PRODUÇÃO DA bre o resultado do ano anterior. O clima e a não
PISCICULTURA emissão, pela Secretaria de Pesca e Aquicultura AGP é um agente
(SAP), dos títulos de cessão das áreas aquícolas
DE GOIÁS (em t) empresariais de águas da União foram os prin- agregador da cadeia
cipais responsáveis por essa queda.
34.000 Mas vários pontos positivos contribuíram para produtiva
33.000 manter os níveis de produção em bom patamar.
Entre eles estão o aumento do consumo inter-
no de peixes, a própria localização estratégica
do estado para escoamento da produção e a fa-
cilidade de acesso aos insumos para fabricação ciamento ambiental, assessoramento das asso-
2,9% de rações, além das extensas áreas hídricas (hi- ciações e cooperativas de produtores, além de
drelétricas e PCHs) para a produção aquícola. outras medidas estratégicas.
“A Piscicultura goiana enfrenta problemas “A desorganização da cadeia dificulta a im-
que dificultam a continuação do crescimen- plantação de políticas públicas de incentivo
to exponencial apresentado em outros anos. à regularização dos produtores. Acreditamos
2016 2017 Fatores climáticos, como a falta de chuvas,
afetaram a recarga dos mananciais”, explica
que quando os desafios políticos, econômicos
e tecnológicos forem superados haverá maior
QUER CONHECER A
VERDADEIRA PERFORMANCE?
fonte PeixeBR

Agda Manoella Bueno de Freitas, engenheira disponibilidade de produtos com qualidade e


DESDE 1940
agrônoma e responsável técnica pela área de sustentabilidade”, explica Agda.
Nanolis - Tecnologia internacional para nutrição de peixes em fases iniciais.
Aquicultura e Pesca da Secretaria de Desen- A Associação Goiana de Piscicultura (AGP),
volvimento Econômico, Científico e Tecno-
lógico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação
aliás, é um agente agregador da cadeia produ-
tiva, focando o seu trabalho nos principais
Experiência e
ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
do Estado de Goiás. “Além disso, há a crise temas que hoje interferem no pleno desenvol- tecnologia em
nutrição para
econômica que assolou o país, prejudicando vimento da atividade no estado.
EM 2017 (em t) vários investimentos privados. Mesmo com a De acordo com o levantamento da PEIXE BR,

18.150
redução da carga tributária para a atividade e
tentativas de organização da cadeia pelo esta-
a Tilápia representa cerca de 55% da produção
de peixes cultivados de Goiás. “Trabalhamos peixes.
do, este quadro ainda encontra alguns entra- para aumentar a utilização dos reservatórios
14.718 ves”, complementa. de água disponíveis e liberados para criação de
Apesar desse cenário, há boas expectativas peixes em tanques-rede, como o Reservatório
para o futuro. O objetivo é elevar a produção de Serra da Mesa, localizado na região norte do
de peixes por meio de estratégias políticas, Estado”, explica Agda. Além da Tilápia, Goiás
132 principalmente a emissão dos títulos de ces- cultiva vários peixes nativos, como Pacu, Tam-
são de águas da União, acessibilidade ao licen- bacu, Tambaqui, Piau e Pintado. A linha Laguna oferece as
Tilápia Nativos Outros* melhores soluções para peixes
* Carpas e Trutas, principalmente
brasileiros, tilápias e peixes
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54 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 55


MARANHÃO MARANHÃO

Resultado positivo de
estratégias bem construídas
A Piscicultura cresce em ritmo acelerado, com medidas de apoio à atividade.

O Maranhão consolida-se, cada vez mais, pequenos piscicultores cresçam em produção e


como um dos principais estados produtores de geração de renda, movimentando a economia
PRODUÇÃO DA peixes cultivados da região Nordeste. A Aqui- maranhense.
cultura está entre as prioridades do programa Uma das conquistas da Piscicultura mara-
PISCICULTURA “Mais Produção”, que investe em projetos para nhense é a evolução do nível tecnológico da
DO MARANHÃO aprimorar formas de manejo e melhorias na produção, a partir do convênio com o Serviço
(em t) produção com novas tecnologias. Como resul- Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR),
26.500 tado, a produção atingiu 26.500 toneladas em que oferece auxilio técnico e gerencial a 175
24.150 2017, com aumento de 9,7% em relação ao ano propriedades em 19 municípios, além da dis-
anterior, segundo levantamento da Associação tribuição de insumos e equipamentos aos pro-
Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR). dutores. Também faz parte desse processo de
“Trabalhamos para ampliar a assistência técni- qualificação a realização de eventos técnicos.
ca e melhorar a gestão dos produtores, contri- Outro fator que permite a evolução da Pisci-
9,7% buindo para resolver entraves, como oferta de cultura no Maranhão é a flexibilização das leis
energia elétrica a polos produtivos, escoamen- ambientais: cultivos de até 5 ha em sistema de
to da produção (logística) e maior agilidade na viveiros escavados e até 1.000 m3 para sistemas
regularização da atividade pelos órgãos de con- de tanques-rede não precisam de licenciamen-
trole ambiental. Todas essas ações fortificam to ambiental.
2016 2017 cada vez mais a atividade no estado”, destaca Atualmente, destacam-se quatro polos de pro-
fonte PeixeBR o Secretário de Agricultura, Pecuária e Pesca, dução no Maranhão. São eles: Baixada Oci-
Márcio José Honaiser. dental, Baixada Oriental, Região Sul ou Gerais
A difusão de conhecimentos e a realização de de Balsas e Região Tocantina. As principais es-
parcerias, sobretudo nos chamados agropolos, pécies cultivadas são Tambaqui, Tambatinga,
com instituições de ensino, pesquisas e finan- Curimatã, Piau e Pacu (todos peixes nativos)
ceiras também têm contribuído para que os e Tilápia.
ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

23.850

2.650
0

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

56 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 57


MATO GROSSO MATO GROSSO

Licença ambiental e outorga de


águas da União entre as prioridades
Produção de Tilápia em tanques-rede deve
Estado tem grande potencial e busca solucionar problemas legais. contribuir com crescimento da atividade.

A região Centro Sul de Mato Grosso con-


centra 34% da produção de peixes cultivados
PRODUÇÃO DA no estado, mesmo com grandes períodos de
estiagem, graças ao solo e à topografia. Alto
PISCICULTURA volume de chuvas, grande disponibilidade hí-
DO MATO GROSSO drica e solos argilosos tornam a região do Mé-
(em t) dio Norte de Mato Grosso a segunda maior
62.000 na produção de peixes no estado, com 28%
do total.
59.900
Os híbridos de espécies nativas concentram
a maior produção no estado, representando
cerca de 97% do total, de acordo com levan-
tamento da PEIXE BR. A Tilápia absorve os
3,5% demais 3% do total, mas apenas na segunda
metade de 2017 foi autorizada a produção
dessa espécie em tanques-rede.
2017 foi um ano de recuperação da Piscicul-
tura mato-grossense. A produção aumentou
2016 2017 3,5%, alcançando 62 mil toneladas, segundo
fonte PeixeBR a Associação Brasileira da Piscicultura.
Porém, há problemas a resolver. Um deles é a
legislação ambiental. Segundo Daniel Garcia
de Carvalho, presidente da Associação dos
Aquicultores de Mato Grosso (Aquamat), é
extremamente baixo o número de empreen-
ESPÉCIES MAIS
dimentos com todas as licenças ambientais.
PRODUZIDAS “É necessária uma legislação específica para a
EM 2017 (em t) regularização dos barramentos, pois a produ-
ção é expressiva e fica impossibilitada de ser
regularizada”, afirma.
60.134 Em contrapartida, a medida do governo do
estado que estende por mais 10 anos a isenção
do ICMS para comercialização de pescado e
o decreto que libera a produção de exóticos
(como a Tilápia) em tanques-rede são desta-
1.860
ques positivos da Piscicultura de Mato Gros-
0 so em 2017, representando ações efetivas de
política de estado.
Tilápia Nativos Outros* Espera-se que já em 2018 haja aumento signi-
* Carpas e Trutas, principalmente ficativo da produção de Tilápia em função da
fonte PeixeBR regularização, já demonstrado pela instalação
dos primeiros projetos em MT.
Eduardo Miranda, diretor financeiro da
Aquamat, explica que em Mato Grosso há
121 reservatórios entre PCHs e Hidroelétri-
cas, como a do Lago do Manso, que já tem ou-
torga que pode aumentar significativamente a
produção em MT.

58 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 59


MATO GROSSO DO SUL MATO GROSSO DO SUL

Em breve, entre os maiores


produtores do Brasil
Aparecida do Taboado transforma-se em cluster de
Novos projetos impulsionam a produção da Piscicultura sul-mato-grossense. Piscicultura no estado.

Mato Grosso do Sul tem todas as condições na- alevinos de Tilápia, na unidade da Aquabel,
turais para ser líder em Piscicultura no Brasil. em Paranaíba.
PRODUÇÃO DA Esse salto é possível porque em junho de 2017 Já entre os peixes adultos, 70% da produção
o ministro da Agricultura, Pecuária e Abaste- sul-mato-grossense são de Tilápia. Esses pei-
PISCICULTURA cimento, Blairo Maggi, concedeu os contratos xes são comercializados para São Paulo, Brasí-
DO MATO GROSSO de cessão de uso de águas da União às empresas lia, Rio de Janeiro e Paraná, além de exportar
DO SUL (em t) GeneSeas e Tilabras, criando condições para a países da Europa e Estados Unidos.
25.500 grandes grupos do agronegócio investirem Com a produção de peixes cultivados em
24.150 com segurança jurídica na Piscicultura nos plena expansão, a Semagro também objetiva,
lagos das hidrelétricas de Ilha Solteira e Jupiá. em parceria com os setores produtivo e téc-
Atualmente, a produção é de 25.500 tone- nico e universidades, a reativação da Câmara
ladas, segundo levantamento da Associação Setorial da Piscicultura em Mato Grosso do
Brasileira da Piscicultura. “Temos potencial Sul, fechada em 2013. “O objetivo é ajudar o
5,6% para multiplicar o atual patamar, com a ope- setor a se estruturar, analisando e oferecendo
ração dos novos grupos”, expressa Jaime Ver- soluções para os gargalos da Piscicultura no
ruck, secretário de Estado de Meio Ambiente, Estado”, finaliza o secretário Verruck.
Desenvolvimento Econômico, Produção e Mato Grosso do Sul ainda conhece pouco
Agricultura Familiar (Semagro). Juntas, Ge- sua própria Piscicultura, principalmente a
2016 2017 neSeas e Tilabras poderão ocupar 554 hecta- Tilápia, pois essa produção está localizada
fonte PeixeBR res com tanques-rede e incrementar em mais nos lagos das hidrelétricas de Ilha Solteira e
de 120 mil toneladas a produção do estado. Jupiá, distantes dos olhos dos empresários do
Além da atratividade natural do estado, quem estado, que permanecem concentrados prin-
produz peixe em Mato Grosso do Sul pode cipalmente na região da Grande Dourados e
usufruir de concessão de benefícios tributá- focados em peixes nativos, cuja produção tem
rios. A Semagro conta com o programa Peixe- demonstrado declínio nos últimos anos, ao
ESPÉCIES MAIS
Vida, que estimula os produtores a explorar contrário do comportamento do cultivo de
PRODUZIDAS de forma sustentável a atividade. Tilápia. A cidade de Aparecida do Taboado
EM 2017 (em t) O Mato Grosso do Sul é pioneiro na pro- (MS) está se tornando um cluster de Piscicul-
dução de alevinos, principalmente de peixes tura com a instalação de fábricas de rações e
nativos, e é também um grande produtor de frigorifico para atender à crescente demanda.
17.850

7.599
51

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

60 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 61


MINAS GERAIS MINAS GERAIS

Estratégia de crescimento
já colhe frutos no estado
Produção cresceu mais de 25% em 2017 devido ao fomento e à capacitação.

Unidade Porto | Alfenas - MG

A Piscicultura de Minas Gerais é puxada pela realização de mutirões de regularização”, expli-


produção de Tilápia (+95% do total) em tan- ca a diretora da Seapa.
PRODUÇÃO DA ques-rede nos três principais reservatórios da Além dessa providência, a Semad também está
União: represa de Três Marias, Furnas e região reformulando a Deliberação Normativa 74, de
PISCICULTURA do Triângulo Mineiro. Por conta dessa infraes- 2004, que rege o licenciamento ambiental no
DE MINAS GERAIS trutura privilegiada, a atividade colhe resultados estado e estabelece critérios segundo porte e
(em t) positivos nos últimos anos. Em 2017, o estado potencial poluidor, listando empreendimentos
29.000 saltou para a 7ª posição entre os maiores produ- e atividades aptas para concessão.
Unidade Barranco Alto - MG
tores de peixes cultivados do Brasil – era o 11º Mesmo com a esperada regularização das águas,
23.000 em 2016 –, atingindo 29 mil toneladas/ano, de a Emater defende melhorias em outros pontos
acordo com o levantamento da Associação Bra- da produção, como assistência técnica e abate.
sileira da Piscicultura (PEIXE BR). “Também atuamos na divulgação de novas tec-
Para Ana Euler, diretora de Aquacultura da nologias de produção, com destaque para siste-
26,1% Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e mas fechados, ativação de frigoríficos de pesca-
Abastecimento (Seapa), mesmo em crescimen- do, cursos, capacitação e seminários. A sanidade
to, a Piscicultura mineira tem obstáculos a su- é igualmente uma das prioridades, assim como
perar, como a regularização aquícola. Convê- a inclusão do estado em grandes rodas de negó-
nio entre a Secretaria Especial de Agricultura cio”, finaliza Ana Euler.
2016 2017 Familiar e Desenvolvimento Agrário, a Secre- Apesar da produção de Tilápia liderar com fol- Unidade Serra da Mesa | Niquelândia - GO
fonte PeixeBR taria de Estado de Meio Ambiente e Desenvol- ga a produção de peixes cultivados em Minas
vimento Sustentável (Semad) e a Emater deve Gerais, os Piscicultores apostam em outras es-
equacionar essa questão durante 2018, com a pécies, como as Trutas na região Sul do estado.
A Aquaporto junto com
a Aquaamérica apresentam
ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS novas unidades ao mercado
EM 2017 (em t)
Unidade Capitólio - MG de tilapicultura brasileira,
27.579 ampliando sua produção e
distribuição.
957
464

Tilápia Nativos Outros* Unidade Santa Clara D’Oeste - SP


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

Unidade Nova Esperança - PR

62 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 63


PARÁ PARÁ

Grande potencial a ser


explorado na atividade
Ações regionais ajudam a potencializar a produção em todo o estado.

A Piscicultura paraense é baseada na produção de cultivo, principalmente Tambaqui, de Mato


de peixes nativos, especialmente o Tambaqui. Grosso e Rondônia, demonstrando o grande
PRODUÇÃO DA Segundo levantamento da PEIXE BR, o esta- potencial para crescimento da atividade somen-
do produziu 20 mil toneladas em 2017, com te para atender à demanda interna. Porém, os
PISCICULTURA aumento de 4,8% sobre 2016. Os nativos repre- custos de produção locais ainda são altos para
DO PARÁ (em t) sentam 97% do total. competir com esses estados.
A atividade reúne um grande contingente de O Sebrae-PA cumpre o seu papel e oferece
20.000 pequenos produtores, especialmente nas regiões consultoria e orientação técnica para peque-
19.080 de Paragominas e já conta com um número sig- nos produtores em diversas regiões do estado.
nificativo de médios e grandes produtores. No Dentre as atividades, estão melhoria da gestão,
lago de Tucuruí, o destaque é para o produtor controle da produção, utilização de ração e
Gilberto Vaz, pioneiro na produção de peixes compra de alevinos.
em tanques-rede na região, com resultado eco- Também está em discussão no estado uma
4,8% nômico positivo e referência de empreendedor nova legislação ambiental para a Aquicultura,
que cria seu negócio sem aguardar o estado. Os na qual o maior foco de discussão é a criação
resultados têm sido positivos, com crescimento de Tilápia. No censo de 2008, elaborado pelo
em área e produção. Porém, os desafios ainda são MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura), fo-
grandes, principalmente em relação à organiza- ram identificados 193 produtores de Tilápia
2016 2017 ção do setor independentemente do governo. no Pará, distribuídos em 58 municípios, todos
fonte PeixeBR Pará é um dos maiores compradores de peixes georreferenciados.

ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

19.440

560
0

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

64 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 65


PARAÍBA PARAÍBA

Ações em conjunto para


incentivar a Piscicultura
Programa de expansão apoia pequenos produtores
Números são modestos, mas estado tem potencial para crescimento. a investir na atividade.

A Paraíba produz 3 mil toneladas de peixes


cultivados por ano, sendo a Tilápia responsável
PRODUÇÃO DA pela quase totalidade. Esses números constam
do levantamento da Associação Brasileira da
PISCICULTURA Piscicultura, que constata crescimento de 20%
DA PARAÍBA (em t) na atividade em relação a 2016.
A Piscicultura paraibana é constituída quase
3.000 que exclusivamente por pequenos empreen-
2.500 dimentos. De acordo com Sebrae-PB, a maior
parte dos produtores possui área inferior a 1
hectare de viveiros, sendo os municípios de Ba-
naneiras e Sapé os maiores polos de produção.
A mesorregião do Agreste e as microrregiões
20% do Brejo e Guarabira são as principais regiões
produtoras, responsáveis por 75% da produção
da Paraíba atualmente.
Os principais desafios dos piscicultores estão
ligados à regularização ambiental, compos-
2016 2017 ta por licenciamento ambiental e outorga de
fonte PeixeBR águas da União, e ao consequente acesso a li-
nhas de crédito. Para solucionar essas adversi-
dades, o estado empreende algumas ações.
O Programa de Expansão e Desenvolvimento
da Aquicultura e Pesca em Águas Interiores da
Paraíba é uma dessas iniciativas. Administrado
ESPÉCIES MAIS
pela Empresa Paraibana de Abastecimento e
PRODUZIDAS Serviços Agrícolas (Empasa), o programa já
EM 2017 (em t) beneficiou 670 produtores rurais em 34 muni-
cípios, a partir da comercialização e doação de
aproximadamente 650 mil alevinos.
2.971 O Sebrae-PB também faz sua parte com o
projeto AquiParaíba, que fomenta a difusão
de novas tecnologias em seminários, cursos e
missões técnicas a outras regiões do país, além
27 de discutir as políticas ambientais, pesquisas de
2 mercado e organização dos produtores.
Como acontece com a maioria dos estados da
região Nordeste, há um grande mercado para a
Tilápia Nativos Outros* Tilápia na Paraíba, especialmente de peixe intei-
* Carpas e Trutas, principalmente ro – o mercado de filé é atendido pelas grandes
fonte PeixeBR redes de supermercados, cujos produtos são im-
portados das regiões Sudeste e Sul do país.

66 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 67


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68 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 69
PARANÁ PARANÁ

O estado cresce na Piscicultura


e é um exemplo a ser seguido
2017, com crescimento de 19,7% sobre o ano “Os investimentos em tecnologia e equipa-
anterior (93.600 t). A Tilápia representa 94% mentos nas explorações já existentes também
da produção, seguida por Carpas e Trutas têm contribuído para o aumento da produti-
(3%) e peixes nativos e Bagres (3%). A região vidade e ampliação da área de cultivos, além
Oeste do estado, especialmente representada de atrair novos produtores. Com o aumento
por Toledo e Cascavel, é responsável por 70% da demanda, também foram ampliadas as es-
da produção estadual. truturas de abate e processamento para forta-
Há projetos em praticamente todo o estado. Cooperativas lideram avanço. Os piscicultores não integrados ou com baixo lecer ainda mais a atividade no Paraná”, expli-
nível de organização são os mais afetados em ca o coordenador técnico da Emater.
relação à regularização ambiental e aos aspec- Como exemplos do crescente investimento
tos técnicos e econômicos da atividade. na atividade, as cooperativas COPACOL
A falta de análise e entrega dos títulos de ces- e COOPISCES dobraram a capacidade de
são de áreas aquícolas na região Norte e Oeste produção dos seus frigoríficos para atender à
Com produção espalhada por todo o estado, dor estadual da Aquicultura e Pesca da Emater, do estado pela Secretaria de Pesca e Aqui- maior demanda. Além disso, a C.Vale inaugu-
o Paraná é líder na produção de peixes cultiva- o crescimento da atividade é regular no estado. cultura do governo federal tem impedido o rou uma nova e moderna estrutura de abate e
PRODUÇÃO DA dos no Brasil. A produção é caracterizada pela “Alguns polos, como a região Oeste, têm se maior crescimento da atividade nas regiões. processamento de peixes. Na região Norte do
predominância das áreas de lâmina d’água in- destacado na Piscicultura paranaense. Da mes- Para Luiz Muehlmann, a maior procura por estado está sendo criada uma nova cooperati-
PISCICULTURA feriores a três hectares, divididos em tanques- ma forma, aumenta a participação da Tilápia peixes em 2017 contribuiu para o aumento va, a COOAQUI, para o processamento dos
DO PARANÁ (em t) rede e viveiros de terra, porém há grandes na produção total”, explica Muehlmann. real dos preços ao produtor, refletindo no au- peixes oriundos da região, além da reativação
projetos, que utilizam as mais modernas tec- Segundo dados da Associação Brasileira da mento da rentabilidade da exploração e com- do frigorífico local. Mais informações sobre o
112.000 nologias existentes. Piscicultura (PEIXE BR), o Paraná produziu petição, com vantagens, sobre a maioria das investimento das cooperativas paranaenses na
Segundo Luiz Danilo Muehlmann, coordena- 112.000 toneladas de peixes cultivados em demais atividades agropecuárias. Piscicultura na página 94.
93.600

19,7%

2016 2017
fonte PeixeBR

ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

105.392

3.248 3.360

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

70 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 71


PERNAMBUCO PERNAMBUCO

Atividade gera oportunidades


de profissionalização
a atividade formatou uma matriz de investi- Tilápia é a principal espécie do Estado, com
mento para resolver as dificuldades e conhecer 98% da produção total.
as necessidades em termos de incentivo para Esse grande incremento na produção deu-se
produção, licenciamento ambiental, beneficia- principalmente em função da seca dos açudes de
mento, comercialização e assistência técnica. Castanhão e Orós, no Ceará, e consequente mi-
O projeto também inclui a implantação de gração dos empresários daquele estado para Per-
unidade frigorífica de pescado para facilitar o nambuco, estimulando outros empresários lo-
Produção dá um grande salto devido à disseminação de novas tecnologias. acesso ao mercado”, destaca Kleyton Lima. A cais a também fazer investimentos na atividade.

Pernambuco tem características que favorecem


o desenvolvimento da Piscicultura, entre elas:
PRODUÇÃO DA qualidade da água com grande volume devido
às barragens construídas para geração de ener-
PISCICULTURA gia elétrica, bons níveis de oxigênio e clima
DE PERNAMBUCO propício para a criação o ano todo. Tais carac-
(em t) terísticas fazem o estado ser uma importante
17.000 região produtora de peixes cultivados.
Segundo levantamento da Associação Brasilei-
12.000 ra da Piscicultura (PEIXE BR), Pernambuco
produziu 17 mil toneladas em 2017, com cres-
cimento de 41,7% sobre 2016 (12 mil t). A ex-
pectativa é atingir 27.500 t em 2018, segundo a
41,7% Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária de
Pernambuco (SARA), que em parceria com a
Embrapa PE e o Instituto Agronômico de Per-
nambuco (IPA) criou o Programa Estadual de
Apoio ao Pequeno Produtor Rural (Prorural).
2016 2017 “Pernambuco ainda se destaca por obter pa-
fonte PeixeBR dronização dos processos de licenciamento
ambiental, elevada oferta de insumos e uma
gama de profissionais qualificados pelo curso
de Engenharia de Pesca, da Universidade Fe-
deral Rural de Pernambuco”, informa Kleyton
Souza Lima, engenheiro de pesca e coordena-
ESPÉCIES MAIS
dor do Prorural.
PRODUZIDAS O estado possui dois polos produtivos princi-
EM 2017 (em t) pais: um na zona da mata Sul e outro na região
do sertão do Rio São Francisco. O primeiro
é marcado por viveiros escavados. Já em São
16.694 Francisco, devido às grandes barragens de Mo-
xotó e Itaparica, o sistema é baseado em tan-
ques-rede de alta produção intensiva.
Pernambuco conta com um dos maiores po-
255 los de Piscicultura do Nordeste, no Território
51 de Itaparica, que abrange Petrolândia, Jatobá,
Itacuruba, Belém do São Francisco e Floresta.
Petrolândia está entre os maiores produtores
Tilápia Nativos Outros* nacionais.
* Carpas e Trutas, principalmente Empresas, como a Netuno Pescados, são res-
fonte PeixeBR ponsáveis por levar a Tilápia produzida em
Pernambuco para os mercados competitivos,
como da região Sudeste e Sul, e também para
que seja exportada para países da União Euro-
peia e Estados Unidos.
“Implantamos em todo o estado fóruns regio-
nais de Piscicultura para debater as demandas,
os desafios e os investimentos necessários para
o desenvolvimento da cadeia produtiva no es-
tado. Com isso, cada região com potencial para

72 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 73


PIAUÍ PIAUÍ

Estado busca fim da


informalidade na Piscicultura
Com ações e planejamento, Piauí visa expandir e profissionalizar a produção.

Planejamento é a palavra que melhor define necessita de um marco legal que proporcio-
o posicionamento do Piauí em relação à Pis- ne o desenvolvimento da Aquicultura. A
PRODUÇÃO DA cicultura. O estado organizou-se para profis- maioria dos produtores não possui licença
sionalizar e expandir sua produção de peixes ambiental. A boa notícia é que essa realidade
PISCICULTURA cultivados. Os resultados já aparecem. Se- pode mudar em breve.
DO PIAUÍ (em t) gundo a Associação Brasileira da Piscicultura “A informalidade contribui bastante para o
(PEIXE BR), a produção piauiense atingiu baixo número de piscicultores licenciados
18.000 18 mil toneladas em 2017, com crescimento no estado. A Piscicultura vem crescendo no
17.000 de 5,9% sobre o ano anterior. Piauí, mas poderíamos ser melhores nessa ati-
O governo estadual elaborou o Plano de vidade com a mudança da legislação ambien-
Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da tal, a conscientização e a profissionalização
Piscicultura, com a finalidade de transfor- dos produtores”, comenta Luciano Brito.
mar a atividade, atendendo a determinadas Algumas iniciativas em 2017 contribuíram
5,9% premissas, como a participação do pequeno para a transformação da atividade no esta-
produtor no desenvolvimento rural e o esta- do. O governo deu subsidio de energia elé-
belecimento de uma alternativa de renda para trica para piscicultores, realizou um grande
os homens do campo. seminário estadual de Aquicultura, passou a
“Trabalhamos para encontrar metodologias taxar o peixe importado de outros estados e
2016 2017 e meios concretos para solucionar os princi- organizou reuniões e discussões da Câmara
fonte PeixeBR pais problemas do estado. E temos o grande Setorial da Cadeia Produtiva da Piscicultura
desafio de conscientizar e fazer com que os do Piauí.
piscicultores trabalhem de forma coletiva e Como aconteceu em Pernambuco e Bahia,
organizada, como acontece em associações e o incremento da produção no Piauí deu-se
cooperativas”, explica Luciano Sousa de Bri- principalmente em função da migração dos
to, diretor da Secretaria de Desenvolvimento piscicultores do Ceará, que estão produzin-
ESPÉCIES MAIS
Rural (SDR) e da Coordenação de Aquicul- do Tilápia em tanques-rede no lago de Boa
PRODUZIDAS tura e Pesca (CAP/SDR) do Piauí. Esperança, em associação com empresários
EM 2017 (em t) Entre os problemas comentados por Brito do próprio estado, com produção destinada
destacam-se as licenças ambientais. O Piauí principalmente ao mercado de Fortaleza.
9.360
8.635

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

74 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 75


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A Tilápia é a principal espécie cultivada tores. O objetivo central é beneficiar e apoiar 1ª EMPRESA DO BRASIL COM CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL BAP;
no Rio de Janeiro. Em 2017, foram 3.768 t, quem tem passado por momentos difíceis no
PRODUÇÃO DA equivalentes a 78% de toda a Piscicultura do estado, particularmente devido ao clima”, co- REFERÊNCIA EM SUSTENTABILIDADE E PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA;
estado, que também produz Pacu, Tambacu, menta Glauco Barradas, presidente da Fiperj.
PISCICULTURA Trutas e Carpas. No total, o Rio de Janeiro foi Barradas destaca os mais recentes projetos da SOLUÇÃO COMPLETA EM PESCADOS AO MERCADO.
DO RIO DE JANEIRO responsável pela produção de 4.800 t de pei- Fiperj, como o Programa de Desenvolvimento
(em t) xes cultivados em 2017: crescimento de 3,7% Sustentável em Microbacias Hidrográficas, que
4.800 sobre 2016, segundo a PEIXE BR. tem por objetivo a autogestão de recursos na-
4.630 Porém, há potencial para muito mais, o que turais por comunidades rurais a partir de práti-
leva o estado a desenvolver projetos e progra- cas sustentáveis, contribuindo para a queda de
mas para fortalecer e fomentar a Piscicultu- ameaças à biodiversidade, reversão do processo
ra, além de medidas de desburocratização, de degradação de terras, além do aumento dos AQUICULTURA

asc
RESPONSÁVEL
especialmente em relação ao licenciamento estoques de carbono na Mata Atlântica.
3,7% ambiental. As emissões de Declaração de Aptidão ao CERTIFICADA
A Fiperj (Fundação Instituto de Pesca do Es- Pronaf (DAP) representam outro ponto de ASC-AQUA.ORG ™
tado do Rio de Janeiro), instituição veiculada atenção e trabalho da Fiperj. A DAP identi-
à Secretária de Agricultura e Pesca do Rio de fica pescadores e aquicultores aptos a realizar RESPONSABILIDADE SOCIAL
Janeiro, é a responsável por promover, por operações de crédito rural junto ao Pronaf.
2016 2017 meio de políticas públicas, o aprimoramen- “Trabalhamos fortemente para o aumento
fonte PeixeBR to e desenvolvimento sustentável da Pesca e da emissão de DAP, para que os piscicultores
Aquicultura do Rio de Janeiro. fluminenses possam potencializar suas ativi-
“Trabalhamos com pesquisas de extensão e dades”, explica o dirigente. “A falta de apoio
fomento. A Fiperj investe nas cooperativas ao produtor é uma das grandes barreiras da
fluminenses, com apoio técnico, equipa- Piscicultura e enxergamos essa questão como
mentos, coparticipação em projetos e outras essencial para avançarmos neste segmento”,
ESPÉCIES MAIS
ações. Tudo sem custo algum para os produ- finaliza.
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

3.768

590 442

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

www.geneseas.com.br | Tel. +55 (11) 3123-2100


76 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 77
RIO GRANDE DO NORTE RIO GRANDE DO NORTE

Piscicultura potiguar sofre


efeitos da seca no Nordeste
Crescimento da atividade é prejudicado, mas os produtores não desistem.

A Piscicultura é uma atividade relativamente do estado para o interior: a existência de ma-


recente no Rio Grande do Norte, mas vinha nanciais subterrâneos permanece nesses locais,
PRODUÇÃO DA apresentando bom crescimento até que a maior abastecendo os viveiros.
seca da história atingiu em cheio o estado. Apesar do cenário de dificuldades, o Rio Gran-
PISCICULTURA A falta de chuvas se prolonga há sete anos. Se- de do Norte produziu 2.300 toneladas de
DO RIO GRANDE DO gundo a Secretaria de Estado da Agricultura, peixes cultivados em 2017, de acordo com o
NORTE (em t) da Pecuária e da Pesca do Rio Grande do Nor- levantamento da Associação Brasileira da Pis-
2.300 te, 153 dos 167 municípios potiguares estão cicultura (PEIXE BR). A entidade detectou
em “estado de emergência”. Quanto às reservas queda de 8% em relação ao ano anterior. A
hídricas superficiais, mais de 80% da água de- Tilápia foi a espécie mais produzida no estado,
sapareceram por infiltração e, principalmente, representando 97% do total.
2.550
por evaporação. A situação é caótica. Somente a construção de unidades de produ-
Em algumas regiões do estado até há ocorrên- ção de alevinos e fomento a pequenos e médios
1857_anuario_peixe_br_2017.eps 1 20/10/17 18:40
- 8% cia de chuvas regulares, mas não nos níveis ne- com assistência técnica proporcionada pela
cessários para garantir a continuidade da Pisci- Emater e EMPARN e trabalho do Sebrae-RN,
cultura quer com tanques-rede ou em viveiros por meio do projeto AquiNordeste, possibilita
escavados. a manutenção da Piscicultura mesmo com as
A exceção ocorre em algumas áreas do Leste condições adversas na maior parte do estado.
2016 2017
fonte PeixeBR

ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

2.231 C

62 CM

7 MY

CY

Tilápia Nativos Outros* CMY

* Carpas e Trutas, principalmente K

fonte PeixeBR

78 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 79


RIO GRANDE DO SUL RIO GRANDE DO SUL

Pequenas propriedades,
grandes desafios no estado Potencial de crescimento é grande, porém restrição à
Tilápia em águas da União impede avanços maiores.
Carpa é a espécie mais produzida no estado, porém produtividade é baixa.

A Piscicultura não está entre as mais impor-


tantes atividades agropecuárias do Rio Grande
PRODUÇÃO DA do Sul. A produção é familiar, realizada em pe-
quenas propriedades e direcionada ao consumo
PISCICULTURA local. De acordo com estudos da Universidade
DO RIO GRANDE Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o es-
DO SUL (em t) tado conta com cerca de 50 mil piscicultores,
22.000 sendo que 97% desse atuam em regime familiar.
A produção anual de peixes cultivados de 22
20.000
mil toneladas em 2017, de acordo com levan-
tamento da Associação Brasileira da Piscicul-
tura (PEIXE BR), é distribuída em diferentes
sistemas de produção: extensivo, utilizado por
10% cerca de 65% dos produtores, semi intensivo
(33%) e intensivo (apenas 2% da produção to-
tal). Há no Rio Grande do Sul 84 unidades de
beneficiamento de peixes.
As espécies mais cultivadas no Rio Grande do
2016 2017 Sul são as Carpas, representando 73% do to-
fonte PeixeBR tal. Em segundo lugar, vem a Tilápia com 19%
da produção e, em seguida, o Jundiá e outros
peixes nativos, com 8% da produção, segundo
a PEIXE BR.
O potencial de crescimento é grande, mas a
Piscicultura gaúcha ainda necessita de políti-
ESPÉCIES MAIS
cas governamentais específicas para se tornar
PRODUZIDAS competitiva comercialmente. De acordo com o
EM 2017 (em t) estudo da UFRGS, uma das primeiras ações é
estimular o consumo de peixes no estado. Além
disso, há outros gargalos, como a necessidade
16.064 de melhoramento genético, mais rigor na fis-
calização, eficiente controle sanitário, agilidade
do licenciamento ambiental, qualificação de
mão de obra e fortalecimento das cooperativas
4.158
agrícolas de pequenos produtores. Outro fator
1.778 de forte impacto na produção gaúcha é a proi-
bição da produção de Tilápia na bacia do Rio
Uruguai, que abrange 230 municípios com alto
Tilápia Nativos Outros* potencial de produção de peixes. A restrição ao
* Carpas e Trutas, principalmente cultivo nessa área impede que os produtores
fonte PeixeBR licenciem suas atividades, influenciando dire-
tamente a concessão de crédito bancário para
produção de Tilápia, muito presente na região.
A política de restrição à criação de Tilápia,
principalmente nos lagos de águas da União,
impede que o estado se insira nesse crescente e
promissor mercado, indo contra a tradição do
empreendedor rural gaúcho, que disseminou
pelo Brasil a cultura inovadora e corajosa do
agronegócio.

80 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 81


RONDÔNIA RONDÔNIA

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Maior produtor de peixes AQUATE™ OFF FLAVOR SOLUÇÕES
nativos do Brasil AQUATE SHRIMP
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Estado utiliza bem sua infraestrutura e potencializa cultivo de várias espécies. AQUATE FISH
™ para o seu negócio.

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Os viveiros escavados, a adoção do regime Para mudar esse cenário, o estado tem realiza-
semi intensivo e o sistema trifásico com o cul- do encontros técnicos sobre prevenção e com-
PRODUÇÃO DA tivo de espécies nativas definem a Piscicultu- bate às parasitoses. Além disso, reúne periodi-
ra de Rondônia, que aposta na produção de camente empresários do Brasil e exterior para
PISCICULTURA Tambaqui, Pintado e Jatuarana, além do in- abrir novos mercados. A desburocratização do
DE RONDÔNIA (em t) centivo de novas cadeias produtivas, como é o licenciamento ambiental, o aumento da capa-
caso do Pirarucu. cidade de laboratórios de alevinos e o estímulo
74.750 77.000 De acordo com o levantamento da Associação às novas cadeias produtivas são tópicos positi-
Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR), Ron- vos para a atividade no último ano.
dônia é o segundo maior produtor de peixes Também Coordenadora do Grupo Técnico
C
cultivados do Brasil, com 77 mil toneladas em Multidisciplinar da Cadeia Produtiva do Pes-
2017: crescimento de 3% sobre 2016. O estado cado de Rondônia, que reúne os principais M

é líder absoluto na produção de peixes nativos. órgãos estaduais envolvidos no desenvolvi-


Y

3% A gerente de Pesca, Aquicultura e Manejo de mento da atividade, Marli destaca a capacida-


Fauna da Secretaria de Estado de Desenvolvi- de do Brasil na produção de peixes. “O país CM

mento Ambiental do Estado de Rondônia (SE- dispõe de qualidade e quantidade hídrica, MY


DAM/RO), Marli Lustosa Nogueira, explica condições climáticas favoráveis, variedade e
que a questão sanitária, o custo elevado da ali- potencial zootécnico de produção de espécies CY

2016 2017 mentação, além da dificuldade de obtenção de nativas. Dessa maneira, temos condições de CMY

fonte PeixeBR preços justos para o peixe e a escassez de unida- ser o maior produtor global de espécies nati-
des de beneficiamento no estado estão entre os vas. E Rondônia quer participar ativamente K

principais obstáculos ao avanço da Piscicultura. desse processo”, afirma.

ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

77.000

0 0

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

alltech.com/pt AlltechdoBrasil

82 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 83


RORAIMA RORAIMA

Em expansão, Roraima tem


aumento da produção de Tambaqui
Estado investe em nova tecnologias para produzir com mais eficiência.

A Piscicultura de Roraima é totalmente base- é melhorar o diálogo com os agentes oficiais.


ada nos peixes nativos, especialmente o Tam- Isabel Santos Diniz, zootecnista e analista téc-
PRODUÇÃO DA baqui e com ainda modesta participação de nica da Unidade de Agronegócios do Sebrae-
Matrinxã e Pirarucu, entre outras espécies. Em RR, vê melhorias mas também pontua os
PISCICULTURA 2017, o estado produziu 16 mil toneladas, de principais gargalos da atividade: deficiência no
DE RORAIMA (em t) acordo com o levantamento da Associação planejamento, com falta de escalonamento da
Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR). Com produção e instabilidade de energia elétrica.
16.000 foco no sistema semi intensivo e, em sua maio- “Outros problemas que impactam a atividade
14.700 ria, em tanque escavado ou represa, os produ- são as estradas precárias e a falta de matérias-
tores têm níveis diversos de tecnificação. Cli- primas para fabricação local de rações, o que
ma, temperatura e chuvas bem definidas, solos eleva o custo da produção”, explica Isabel Diniz.
e relevo de fácil manejo são as vantagens com- “A construção de um frigorífico em Iracema
petitivas do estado para a produção de peixes pode abrir novos mercados para o Tambaqui.
8,8% cultivados. Boa Vista criou uma secretaria de agricultura
O aumento da produção em 8,8% em 2017 para auxiliar os pequenos produtores do muni-
está diretamente ligado à melhoria climática, cípio. São medidas positivas, que proporciona-
após três anos de estiagem prolongada. Os rão resultados a médio prazo”, lembra Marcelo
produtores também valorizam a recriação da Debastiani, presidente da AQUARR, entida-
2016 2017 Secretaria de Pesca do Estado, cuja prioridade de de Aquicultura do estado.
fonte PeixeBR

ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

16.000

0 0

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

Garantia desde a origem!


84 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 85
SANTA CATARINA SANTA CATARINA

Várias espécies e projetos de


pequenos produtores
Tilápia domina a produção, mas a diversidade de espécies é marcante.

Santa Catarina tem grande participação em e fabricantes de alimentação animal, além do


pesca, inclusive com exportação. A Piscicultu- apoio da EPAGRI, que recentemente teve con-
PRODUÇÃO DA ra, porém, é caracterizada como uma atividade solidada a sua unidade de melhoramento gené-
PISCICULTURA familiar, realizada em sua grande maioria em tico de peixes, por meio do CEDAP. Perfil do estado, com propriedades de
viveiros escavados. A indústria catarinense de apoio à Piscicultura
DE SANTA CATARINA Pela grande diversidade de clima no estado, destaca-se no Brasil desde a base, com fábricas pequeno porte e cooperativas, contribui para o
(em t) foram introduzidas diversas espécies. Nas re- de rações, passando por equipamentos que aju-
desenvolvimento da atividade.
44.500 giões Oeste, Meio Oeste e Alto Vale do Itajaí, dam na produção e principalmente no processa-
a Piscicultura é realizada por policultivos, nos mento do pescado.
38.830 quais a Tilápia tem boa participação, além das
Carpas. Já nas regiões do Médio e Baixo Vale
do Itajaí e no litoral Norte e Sul predominam o
monocultivo de Tilápia. Nas regiões serranas e
14,6% em determinadas regiões, é feito o monocultivo
intensivo de Trutas. Pontualmente, nas regiões
serranas, Médio Vale do Itajaí e no Meio Oeste
existe o monocultivo do Jundiá e, em determi-
nadas regiões, o policultivo de Tilápia e Jundiá.
2016 2017 Segundo o levantamento da Associação Brasi-
fonte PeixeBR leira da Piscicultura (PEIXE BR), Santa Cata-
rina é o 5º maior produtor de peixes cultivados
do Brasil, com 44.500 toneladas em 2017. A
Tilápia participa com 74% do total e as Carpas
e Trutas com 21%.
Hilton Amaral Júnior e Bruno Corrêa da Silva,
ESPÉCIES MAIS
pesquisadores em Aquicultura e integrantes do
PRODUZIDAS Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e
EM 2017 (em t) Pesca (CEDAP) da EPAGRI, explicam que a
Piscicultura catarinense enfrenta alguns proble-
mas que impedem o seu crescimento e profissio-
32.930
nalização, como o licenciamento ambiental, a
desorganização da cadeia produtiva, o alto custo
dos insumos e o baixo preço pago pelas indús-
9.434 trias de beneficiamento.Outro importante gar-
2.136 galo diz respeito aos peixes nativos, como Acará,
Suruvi, Cascudo e Traíra, entre outros. O pouco
conhecimento dessas espécies impossibilita o
cultivo mais eficiente.
Tilápia Nativos Outros* Em contrapartida, algumas ações são realizadas
* Carpas e Trutas, principalmente para a melhoria da Piscicultura no estado, den-
fonte PeixeBR tre elas a realização de cursos para piscicultores
e técnicos, seminários regionais, dias de campo,
distribuição de material didático, fomento a
pesquisas essenciais para o desenvolvimento de
tecnologias de melhoramento genético da Ti-
lápia, além de sistemas de produção de espécies
alternativas, como o Jundiá e o Lambari.
Outro fator de destaque é a existência de empre-
sas de todos os elos da Piscicultura, como pro-
dutores de alevinos, indústrias de equipamentos

86 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 87


SÃO PAULO SÃO PAULO

O maior mercado consumidor


tem desafios a superar
Decreto que simplifica questão ambiental é um
Produção não é suficiente para atender à demanda. Importação é necessária. ponto positivo para a Piscicultura paulista.

Uma conquista no final de 2016 repercute ção local, precisando recorrer a outros estados dreléticas dos rios Paraná (Primavera, Jupiá e pansão da atividade. A implantação do sistema,
positivamente na Piscicultura paulista: a as- e ao pescado importado. Segundo Leonardo Ilha Solteira), Grande (Água Vermelha), Para- idealizada pelo Instituto de Pesca, consiste em
PRODUÇÃO DA sinatura do Decreto 62.243, que tornou o Chagas, diretor técnico do Centro de Comu- napanema (Rosana, Taquaruçu, Capivara, Ca- um regime intensivo na criação, utilizando ae-
sistema de obtenção das licenças ambientais nicação e Transferência do Conhecimento noas I, Canoas II, Salto Grande, Chavantes e radores e altas densidades de estocagem.
PISCICULTURA no estado mais ágil e acessível, simplificando, (CECOM) do Instituto de Pesca, o aumento Jurumirim), Baixo Tietê (Três Irmãos e Nova O atrativo mercado paulista tem provocado em
DE SÃO PAULO (em t) desburocratizando e baixando os custos. O da procura por peixes cultivados tem contri- Avanhandava) e Médio Tietê (Promissão). alguns estados a criação de legislações especifi-
desafio agora é agregar ainda mais valor ao buído para o avanço das pesquisas que visam A Tilápia é a espécie mais cultivada no estado cas de ICMS que aumentam a competitividade
69.500 peixe, como inovação tecnológica aplicada o desenvolvimento e fortalecimento do setor. (95%) e a que possui mais estudos sobre seu quando da venda para São Paulo. Atualmente, a
65.400 aos processos de produção, redução de despe- “O Instituto de Pesca atua em algumas lacu- potencial de crescimento. A criação em vivei- PEIXE SP atua junto ao governo do estado para
sas, melhor aproveitamento dos subprodutos nas tecnológicas ainda não cobertas pela in- ros escavados, como acontece no Paraná, vem que melhore as condições locais de tributação
e segurança alimentar. Outro aspecto impor- dústria, oferecendo alternativas inovadoras, sendo analisada como uma alternativa para ex- do ICMS e, assim, faça frente a essa situação.
tante do decreto foi a liberação da criação do como novos produtos e insumos funcionais.
Panga em São Paulo, tornando o primeiro es- O desenvolvimento de novas formulações de
6,3% tado brasileiro a liberar o cultivo dessa espécie. rações que melhorem os índices zootécnicos,
São Paulo conta com diversos reservatórios principalmente quanto à redução do tempo de
hidrelétricos com grande potencial para a cultivo, melhor conversão alimentar e menor
prática da Piscicultura em tanques-rede, o que custo de produção resultam na produção de
garante a 3ª posição no ranking nacional, com um pescado de excelente qualidade e mais aces-
2016 2017 69.500 toneladas em 2017, de acordo com o sível à população”, explica Leonardo Chagas.
fonte PeixeBR levantamento da Associação Brasileira da Pis- A Piscicultura em tanques-rede está estabe-
cicultura (PEIXE BR). lecida no Estado de São Paulo como uma das
Ainda assim, a produção paulista não tem ca- mais promissoras técnicas, com maior con-
pacidade para atender à demanda da popula- centração nos reservatórios das Usinas Hi-

ESPÉCIES MAIS
PRODUZIDAS
EM 2017 (em t)

66.101

3.128 271

Tilápia Nativos Outros*


* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

88 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 89


SERGIPE SERGIPE

Projetos atraem pequenos


produtores e geram mais renda
Prioridade é dar condições para exploração da água
Também está nos planos a criação de um Terminal Pesqueiro em Aracaju. com eficiência.

Seja em tanques-rede, viveiros escavados ou


canais de irrigação, a Piscicultura é a atividade
PRODUÇÃO DA aquícola no estado de Sergipe com maior pos-
sibilidade de desenvolvimento e boas perspec-
PISCICULTURA tivas de produção. Isso porque, além do clima
DE SERGIPE (em t) favorável, do relevo propício e da boa qualida-
de dos solos, o estado conta com uma impor-
6.600 tante rede hidrográfica. Só na região do Baixo
6.100 Rio São Francisco, por exemplo, são 245 km de
margens e 29 km do lago Xingó.
Muitos municípios dessas regiões começaram
como vilas de pescadores. As atividades pes-
queiras perderam o fôlego na década de 1970,
8,2% com a construção das primeiras barragens para
geração de energia a partir do rio. Como alter-
nativa, foram criadas ações de incentivo à pro-
dução de peixes em cativeiro nos perímetros
públicos implantados pela Codevasf.
2016 2017 Até hoje há projetos de incentivo na região,
fonte PeixeBR de acordo com o engenheiro agrônomo Espe-
cialista em Aquicultura da Emdagro, Sandro
Roberto Kruger, que destaça as ações do Pro-
jeto Dom Távora, parceria entre o governo do
estado de Sergipe e o Fundo Internacional de
Desenvolvimento Agrícola (Fida), com foco
ESPÉCIES MAIS
em municípios com baixo Índice de Desen-
PRODUZIDAS volvimento Humano (IDH), como Neópolis,
EM 2017 (em t) Ilha das Flores, Pacatuba, Graccho Cardoso e
Brejo Grande.
O objetivo é oferecer apoio financeiro e su-
5.478 porte técnico para os pequenos produtores.
O projeto tem como meta beneficiar 10 mil
famílias de agricultores sergipanos, atingindo
aproximadamente 40 mil pessoas. “Inicialmen-
1.122 te buscamos atuar com as associações, sempre
em projetos coletivos, oferecendo assistência
0 técnica. Para o futuro, a meta é criar uma cen-
tral de compra de insumos e venda de produtos
Tilápia Nativos Outros* certificados”, explica Sandro Kruger.
* Carpas e Trutas, principalmente

fonte PeixeBR

90 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 91


TOCANTINS TOCANTINS

Tocantins: investimento na Adequação Ambiental e Atividade Rural. O


objetivo é inserir as propriedades no Sistema
média nacional na próxima década, também
em decorrência de todos os fatores favoráveis

estrutura amplia crescimento


de Cadastramento Ambiental Rural (CAR) e à produção citados.
no Licenciamento Ambiental Único (LAU)”. Em decorrências da falta de chuva em algu-
A presença da Embrapa Pesca e Aquicultura mas regiões produtoras do estado, houve
contribui para que o estado se torne nos próxi- redução na produção em 2017, levando o
mos anos um grande centro gerador de tecno- Tocantins a continuar comprando peixes de
logias de peixes de cultivo. A liberação da cria- outros estados, principalmente Mato Gros-
ção da Tilápia em tanques-rede no Tocantins so e Rondônia, para atender à demanda das
Estado tem todas as condições para se tornar um líder na Piscicultura. promoverá crescimento da atividade acima da plantas de processamento.

Com grande potencial hídrico, temperatura


alta durante todo o ano e relevo plano e bem
PRODUÇÃO DA distribuído, Tocantins possui características
indiscutivelmente favoráveis para o cultivo de
PISCICULTURA peixes.
DO TOCANTINS (em t) Resultado de parceria da Secretaria do Desen-
volvimento e Agricultura, Instituto de De-
15.200 senvolvimento Rural e Secretaria da Indústria
14.500 e Comércio, em 2017 teve início um amplo
diagnóstico sobre o desenvolvimento da ativi-
dade no estado. Outra conquista importante
foi a autorização para criação de Tilápia em
tanques-rede, que engrossará a lista das espé-
4,6% cies locais, como Tambaqui, Caranha, Piau,
Pirarucu, Matrinxã e Cachara.
Diversas ações estão em andamento, como a
criação do Plano de Desenvolvimento e o Con-
selho da Piscicultura. Com estes dois projetos,
2016 2017 a expectativa é que a Piscicultura em Tocantins
fonte PeixeBR tenha progresso sustentável, pois há participa-
ção efetiva dos órgãos governamentais, univer-
sidades, produtores e indústrias.
“Há busca constante de recursos financeiros
para a realização de outras ações, incluindo a
formação de técnicos, capacitação dos pro-
ESPÉCIES MAIS
dutores e contratação de profissionais para as
PRODUZIDAS regionais do Instituto de Desenvolvimento
EM 2017 (em t) Rural (RURALTINS)”, explica Arthur França,
gerente de Aquicultura da Secretária de Agri-
cultura do Tocantins.
14.486 O estado é importador de peixes nativos in na-
tura e exportador de pescado processado. Sua
estrutura é composta por cinco unidades de
processamento nas cidades de Almas, Brejinho
de Nazaré, Aliança do Tocantins e Palmas.
15 De acordo com Arthur França, a legislação am-
0 biental do estado é uma das melhores do país.
A lei atual COEMA/TO 27, de 22.11.2017,
Tilápia Nativos Outros* está em processo de revisão. “O Programa
* Carpas e Trutas, principalmente “TO Legal”, do Instituto Natureza do Tocan-
fonte PeixeBR tins (NATURATINS), ajuda o produtor a
regularizar sua propriedade pelo Programa de

92 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 93


CASOS DE SUCESSO CASOS DE SUCESSO

Cooperativas paranaenses,
referência nacional
Copacol e C.Vale comprovam, com investimentos e estratégias bem definidas,
que o retorno econômico da Piscicultura supera outras atividades.

Estão localizadas no Paraná, estado líder em novo sistema de integração com tecnologias
Piscicultura no Brasil com 112 mil toneladas que permitam maior produção de peixes por
em 2017 segundo o levantamento da Associa- metro quadrado de água. “Pelo sistema con-
ção Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR), vencional, alojam-se cinco unidades por me- Objetivo é oferecer
duas cooperativas que representam muito tro quadrado. Num sistema super intensivo é
bem a atividade em termos de números de possível criar até 60 peixes”, explica Paulert. mais uma opção para
produção, tecnologia e diversificação. A Co-
pacol já atua na Piscicultura há alguns anos; PIONEIRISMO investimento dos
a C.Vale está dando os primeiros passos, mas
com um grande investimento.
A Copacol inaugurou o seu abatedouro de
peixes em 2008, sendo a primeira cooperativa cooperados
Em outubro de 2017, a C.Vale inaugurou o a trabalhar com sistema integrado de Piscicul-
maior abatedouro de peixes do Brasil. A plan- tura no Brasil. Sua planta está localizada em
ta de 10 mil m2 foi construída com tecnolo- Nova Aurora, também no Oeste do Paraná,
gia suíça, norte-americana e brasileira e está e abate 130 mil peixes por dia. “Nossa meta
localizada em Palotina, no Oeste do estado. é chegar a 140 mil/dia já no início de 2018”,
A meta é abater 75 mil peixes/dia até o final conta o presidente da Copacol, Valter Pitol.
de 2018, podendo aumentar essa capacidade Toda a produção começa nos laboratórios da
algumas vezes nos próximos anos. UPA (Unidade de Produção de Alevinos).
O abatedouro foi construído para permitir Depois segue para os produtores de juvenis e,
a triplicação da produção apenas com a ins- posteriormente, aos terminadores, até atingir
talação de novos equipamentos. “Investimos o peso ideal para abate, com o transporte para
R$ 110 milhões”, informa o gerente do De- o abatedouro. A Copacol conta atualmente
partamento de Peixes da C.Vale, Flávio Pau- com 160 produtores integrados e tem como
lert. “Estamos criando uma nova alternativa meta elevar esse número para 300 em 2018.
de renda aos associados. Além disso, a C.Vale Os números de produção impressionam: 30
está gerando cerca de 450 novos empregos na mil toneladas por ano. Esse montante repre-
região”. senta quase 1/3 de toda a produção do Paraná
Nesse primeiro momento, a produção envol- e faz da Copacol a maior em volume de abate
ve 70 cooperados. O desafio é estruturar um da América do Sul.

FOTO FOTO

94 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 95


PEIXES NATIVOS PEIXES NATIVOS

“Devemos valorizar
O Brasil é um país privilegiado por sua fauna e de peixes nativos. Para Vaz, é preciso investir
flora. Aqui estão 13% das reservas de água do pesado em pesquisas voltadas para o aumento
planeta, mais de 8,5 mil km de costas, a maior da produtividade das principais espécies. Ele
Desafio é avançar o
o que é nosso”
floresta tropical do mundo, diversidade de cli- também recomenda promoção de peixes fres-
ma, geografia e espécies aquáticas. cos, sem processamento. “Falta aprimorar o di-
É chover no molhado falar das potencialidades álogo entre os produtores e a indústria. Temos melhoramento genético
do nosso país, mas nunca é demais exaltar as de nos unir para ter escala, ganhar a confian-
vantagens competitivas indiscutíveis em rela- ça dos consumidores e crescer. Não podemos das espécies.
Brasil tem dezenas de espécies nativas com potencial econômico ção a outras nações. esquecer que o mercado quer regularidade e
Porém, as estatísticas estão aí para mostrar que padrão. Temos produtos diferenciados, mas
para explorar aqui e no mercado internacional. não é porque temos fartura que somos os me- precisamos fazer nossa lição de casa”, diz o pre-
lhores do mundo em todas as atividades. sidente da Peixes da Amazônia, lembrando da
A boa notícia é que podemos virar esse jogo. questão sanitária do Tambaqui e do Pacu como
A Piscicultura é uma das atividades com maior um fator limitante para a exportação.
potencial de crescimento do Brasil no cenário Herbert Carli Junior, coordenador de Aqui-
mundial. É um bom exercício imaginar até cultura do Grupo Bom Futuro, reconhece a
onde podemos ir com o que já temos. dádiva dos peixes nativos, mas concorda que é
O levantamento da Associação Brasileira da preciso investir em melhorias. “As regiões onde
Piscicultura (PEIXE BR) dá números a esse estão localizadas nossas fazendas de engorda
potencial. Segundo a entidade, o Brasil pro- são vocacionadas para a produção de peixes
duziu 302.235 toneladas de peixes nativos em nativos, como o Tambaqui e o Pintado Ama-
2017, o que representou 43,7% da produção zônico. A aposta agora é o investimento no
total. É um número que não deve ser despre- melhoramento genético dessas duas espécies
zado. Pelo contrário, é uma base fantástica para e, em paralelo, a evolução de dietas mais ba-
pensar grande e crescer tanto internamente lanceadas, com o objetivo de ter peixes com
quanto se tornar um player importante do melhor crescimento, livres de problemas sa-
mercado global. nitários, melhor conversão alimentar e conse-
Fabio Vaz, presidente da Peixes da Amazônia, quentemente mais competitivos no mercado
dá sua receita para o crescimento da produção nacional e internacional”.

“WE MUST VALUE WHAT WE HAVE...”


Brazil has dozens of native species of fish with economic potential to be explored,
both for the domestic and export markets.

Brazil is a blessed country for the diversity of fauna, flora, and and is one of the industries in Brazil with the highest potential
natural resources. We have 13% of the global freshwater re- for growth. Expectations are high in what regards the future
serves, a coastline that extends for more than 8.5 thousand of fish farming in Brazil.
km, the largest tropical forest in the world, a mild and diverse The survey conducted by the Brazilian Fish Farming Associ-
climate, favorable topography, and plenty of aquatic species. ation (PEIXE BR) expresses this potential. According to the
We are proud of the huge potential of our country, and it is Association, Brazil has produced 286,235 tons of native fish
worth mentioning that there are many competitive advantag- in 2017, representing 41.4% of the total fish production.
es still to be fully explored. These data show that we already have a foundation built in
However, statistical data show that we have been working our country, a fantastic starting point to think big, grow the
very hard, and already excel in many fields. domestic market, and also invest in becoming a major player
The good news is that fish farming has endless possibilities in the global market.

96 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 97


CASOS DE SUCESSO CASOS DE SUCESSO

Tilápia puxa o PRINCIPAIS TENDÊNCIAS E PERSPECTIVAS DO POLO DO SBSF

desenvolvimento no AUMENTO DA OFERTA DE TILÁPIA E ESTABILIZAÇÃO DOS PREÇOS DEVIDO À


CHEGADA DE PRODUTORES DE OUTROS ESTADOS E AMPLIAÇÃO DOS VOLUMES
Baixo Rio São Francisco
MOBILIDADE DOS PRODUTORES, NECESSITANDO MAIOR ORDENAMENTO PARA
Polo de produção já é um dos maiores do Brasil e tem potencial para GARANTIR A QUALIDADE DA ÁGUA DOS RESERVATÓRIOS
crescer ainda mais. Expectativas são otimistas.

MELHORIA DO NÍVEL TÉCNICO DOS PISCICULTORES A PARTIR DA CHEGADA DE


Com extensão de 2.830 Km, cortando cin-
PRODUTORES MAIS TECNIFICADOS E ACESSO ÀS NOVAS TECNOLOGIAS
co estados brasileiros (Minas Gerais, Bahia,
Pernambuco, Sergipe e Alagoas), o Rio São
Francisco é um dos mais importantes cursos
d’água do Brasil e da América Latina. Com
área de bacia de 641.000 Km2, recebendo AUMENTO DA PREOCUPAÇÃO COM O IMPACTO AMBIENTAL DA ATIVIDADE
água de 168 rios afluentes, o São Francisco
tem importância econômica, cultural e social
para a região e para o país.
Além da fama e extensão, o Rio São Francis-
FONTE: EMBRAPA PESCA E AQUICULTURA)
co representa o sustento e fonte de renda de
milhares de famílias ribeirinhas. Nos últimos
anos, um importante polo de produção de
Tilápia tem se destacado nos reservatórios do
Submédio e Baixo São Francisco.
Conhecido pelas iniciais SBSF, o projeto re-
presenta um dos maiores casos de sucesso na
produção de Tilápia do Brasil, já estando en-
tre os maiores do país.
Localizado em águas da União abrangen-
do Alagoas, Bahia e Pernambuco, o polo do
SBSF é composto pela produção de Tilápia
nos reservatórios de Itaparica, Moxotó e Xin-
gó. Os projetos de Piscicultura nestes reserva-
tórios estão distribuídos em sete municípios e
em indústrias estabelecidas em Glória e Paulo
Afonso, ambos na Bahia.
Devido à conclusão de novos projetos nos
reservatórios do SBSF, essa distribuição su-
biu para 12 municípios: 3 em Alagoas, 4 na
Bahia e 5 em Pernambuco. E novos devem ser
incluídos.
Recentemente, a Embrapa Pesca e Aquicultu-
ra finalizou estudo sobre a produção de Tilá-
pia nestes reservatórios, e os dados colhidos
são animadores. O polo do SBSF, de acordo
com a instituição, está entre as cinco maiores
regiões produtoras de Tilápia do Brasil, sendo
Nós alimentamos milhões.
o município de Glória (BA) o maior produtor
do polo. As pessoas estão comendo cada vez mais peixes e camarões. Grande parte dos produtores tem
“Alternativa econômica para a região, a Pis- prosperado utilizando alimentos Skretting. Somos líderes mundiais em soluções nutricionais inovadoras
cicultura tem desempenhado papel essencial e sustentáveis para peixes e camarões cultivados. Produzimos alimentos nos cinco continentes.
na economia de Glória e cidades vizinhas. O
comércio é muito forte no sertão nordestino Gostaríamos de agradecer aos nossos clientes que contribuem para alimentar milhões e a todos os
e a população consome muitos peixes, o que consumidores de peixes e camarões. Conheça mais em:
agrega valor ao produto”, analisa Renata Me-
lon Barroso, pesquisadora da Embrapa Pesca www.skretting.com/pt-br/
e Aquicultura.

98 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 99


CASOS DE SUCESSO CASOS DE SUCESSO

POTENCIAL IMPRESSIONANTE
O estudo da Embrapa também apontou que
a produção nos reservatórios do SBSF atin-
girá em breve 50 mil toneladas/ano, apesar
da crise hídrica do Rio São Francisco, pres-
supondo-se que a capacidade não atingiu o
nível máximo.
Aliás, a capacidade hídrica – fator essencial
para a Piscicultura – é um dos pontos de des-
taque do polo do SBSF. O reservatório de
Itaparica possui volume de 10.782 x 106 m³
com lâmina d’água de 839,4 km²; o de Mo-
xotó têm volume de 1.150 x 106 m³ e lâmina
d’água com 94,96 km²; e o de Xingó possui
volume de 3.800 x 106 m³ com lâmina d’água
58,94 km².
O estudo da Embrapa Pesca e Aquicultu-
ra também mostrou diferenciais que fazem
dos reservatórios do Submédio e Baixo São
Francisco casos de sucesso na produção de
Tilápia.

• Alto volume de água e elevada média


anual de vazão
• Facilidade de escoamento da produ-
ção para os grandes centros
• Clima favorável durante o ano, pro-
porcionando boas condições para a
criação de Tilápia
• Adequada infraestrutura para o for-
necimento de alevinos

“Para se ter uma ideia da relevância da ativi-


dade na região, 80% das carteiras assinadas
de produtores rural são da Piscicultura. A re-
gião tem feito por onde para elevar seu status
de produtividade e relevância no sertão nor-
destino”, destaca a pesquisadora da Embrapa
Pesca e Aquicultura.


Alternativa econômica para a região, a Piscicultura tem desempenhado papel essencial na
economia de Glória e cidades vizinhas. O comércio é muito forte no sertão nordestino e a
população consome muitos peixes, o que agrega valor ao produto”

Renata Melon Barroso, Pesquisadora da Embrapa Pesca e Aquicultura

100 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 101


PASSOS PARA O CRESCIMENTO PASSOS PARA O CRESCIMENTO

O que a atividade WHAT DOES THE INDUSTRY WANT (AND NEED) TO GROW?

precisa para crescer According to Francisco das Chagas Medeiros, CEO of Peixe
BR, and Giovanni Lemos de Mello, International Director of
Peixe BR, “In 2017, primary fish farming has produced R$
HEALTH: development of vaccines and treatments for the
prevention/cure of the main diseases currently affecting the
Brazilian fish farming industry
4.7 billion in Brazil, generating more than 1 million jobs
Por Francisco das Chagas Medeiros, diretor presidente and income for thousands of families all over the country. WATER QUALITY: development of new methodologies for the
One point to be stressed, however, is the huge potential for assessment of the hydroelectric power plant reservoirs as to
da Peixe BR, e Giovanni Lemos de Mello, diretor growth of the fish farming industry in Brazil. The estimated the support capacity for fish farming
internacional da Peixe BR production potential exceeds 5 million tons of fish/year, just
considering the exploration of state-controlled reservoirs of ex- GENETICS: implementation of genomic methods to develop
isting hydroelectric power plants. Brazil will certainly become Tambaqui (Colossoma macropomum) and Matrinxã (Brycon
the new global aquaculture “frontier” in the years to come”. sp) without Y bones; genetic improvement of Tilapia (related to
A produção primária da Piscicultura em 2017 dificuldades, gargalos e desafios da atividade. PEIXE BR conducted a survey among its members all over types of production systems, regions, climate, inbreeding, etc.)
foi de R$ 4,7 bilhões, gerando mais de 1 mi- Boa parte das demandas aqui apresentadas Brazil. They have listed major problems, issues, bottlenecks,
lhão de empregos e renda para milhares de pode já estar sendo contemplada em diversos and challenges faced by the fish farming industry in the FISH PROCESSING: development of deboning technologies
famílias em todas as regiões do Brasil. Além centros de pesquisas pelo Brasil. Entretanto, country. Many of the listed issues are certainly already being for mechanical removal of Y bones of Tambaqui (Colossoma
disso, chama a atenção o potencial brasileiro. sem nenhuma conexão entre si e longe dos addressed by research centers in Brazil, but the productive macropomum) and Matrinxã (Brycon sp)
Estima-se que o país tenha capacidade para olhos do setor produtivo. sector might not be aware of the fact, as there is huge gap
produzir mais de 3 milhões de toneladas de Neste contexto, desejamos, com a elabora- between the academia and the field. The main issues men- MARKET: identification of domestic market needs and oppor-
peixes/ano, utilizando somente os lagos das hi- ção deste documento, não só apresentar as tioned by the fish farmers were: tunities for the main species of fish farmed in Brazil
drelétricas de domínio da União, transforman- demandas, mas principalmente clamar para a
do-se, indiscutivelmente, em uma nova “fron- criação de um Plano Nacional de Desenvolvi- PRODUCTION SYSTEMS: specific information on major spe- NEW TECHNOLOGIES: development of automated feeding
teira” aquícola mundial nos próximos anos. mento da Piscicultura, que centralize todas as cies farmed in Brazil, broken down by production system, equipment and water quality control systems
Neste sentido, o compromisso de produzir e ações de pesquisas e desenvolvimento, com- and geographic location
ampliar a produção com responsabilidade e posto pelos pesquisadores, financiadores e se- Research agencies, as CNPQ and FINEP should focus on
sustentabilidade é tema central da Associação tor produtivo, evitando com isso desperdício SPECIES: definition of the major species to be produced in meeting the needs of the industry and developing innovation
Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR) e de de dinheiro público e privado no desenvolvi- different regions of the country, according to market pref-
seus associados. Para ter crescimento sustentá- mento de pesquisas no Brasil. erences, environmental regulation, and economic feasibility Health agencies should define technical and health standards for
vel e contínuo, o setor produtivo e a academia Este documento reúne as principais demandas new fish farming facilities, and/or renovation of existing ones
devem estar em perfeita sintonia. em termos de pesquisas da Piscicultura brasi- NUTRITION: specific information on the nutrition of major
A partir de um levantamento inédito, a PEIXE leira. As demandas foram agrupadas em gran- species farmed in different locations, and adjustments to be Governmental agencies should develop clear environmental
BR ouviu associados de todos as regiões brasi- des temas, para facilitar o entendimento e o made according to environment, climate, temperature, pH, standards, preferably creating a software for managing envi-
leiras. Eles elencaram os principais problemas, planejamento/definições de ações. hours of daylight, etc. ronmental licensing, available to all stakeholders.

102 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 103


PASSOS PARA O CRESCIMENTO PASSOS PARA O CRESCIMENTO

SISTEMAS DE PRODUÇÃO ESPÉCIES


Desenvolvimento de tecnologia e estabelecimento de padrões Definição das principais espécies de cultivo por região, orientan-
visando a produção em tanques-rede para as principais espécies do-se pelo mercado, legislação ambiental e viabilidade econômica.
cultivadas.

Estudar reprodução, nutrição e manejo das espécies Jundiá da Ama-


Estudar a viabilidade técnica e econômica de produção das princi- zônia (Leiarius marmoratus) e Mapará (Auchenipterus nuchalis) com
pais espécies cultivadas no Brasil em diferentes sistemas de pro- o objetivo de produção comercial nos diversos sistemas de cultivo.
dução e regiões.

Estudo de viabilidade técnica, ambiental e econômica para impor-


tação de novas espécies ainda não produzidas no Brasil, mas com
resultados econômicos importantes em outras parte do mundo.

NUTRIÇÃO
Proceder à revisão bibliográfica sobre todas as exigências nutri- A NATUREZA
cionais disponíveis para as principais espécies cultivadas no Brasil.
Compilar um documento sintetizando todas as informações. A par- É PODEROSA
tir daí, definir as exigências nutricionais ainda não estabelecidas. ESPECIALMENTE SE
VOCÊ DER UMA FORÇA
Determinar os níveis de exigência nutricional de aminoácidos, gor- Desenvolver o poder de
duras, minerais e vitaminas das principais espécies cultivadas. mudar o presente não é fácil.
Vem do fascínio pelos
processos fisiológicos, levando
à descoberta. E a descoberta
Estudar a nutrição das principais espécies cultivadas em diferen- leva à inovação.
tes regiões do país e sua inter-relação com ambiente, clima, tem-
Na AB Vista compartilhamos
peratura, pH, fotoperíodo etc. esse fascínio. É o que move
nosso trabalho; é o que nos
conduz. Atrai mentes curiosas
que veem as coisas de forma
Desenvolver estratégias nutricionais para a modulação da respos- diferente; aqueles que estão
ta imune de peixes de cultivo. determinados a propagar
energia e eficiência nutricional,
levando a ciência da nutrição
para uma nova era.
Avaliar o desempenho do DDG de milho e DDG de sorgo como fon-
tes proteicas na alimentação das principais espécies cultivadas. Procuramos constantemente
esse salto quântico, sem
esquecer que um conjunto
de pequenos passos também
Pesquisar formulações para os diferentes desafios climáticos, sa- produz grandes progressos.
nitários, sistema de produção e de qualidade de água no Brasil.
Nosso desejo é que as pessoas
sintam que, na AB Vista, vemos
as coisas de forma diferente.
Determinar a frequência de arraçoamento ideal para as principais
espécies cultivadas. www.abvista.com

104 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 105


Para mais informações, favor contatar marketing.br@abvista.com. Extraordinary science brought to life
PASSOS PARA O CRESCIMENTO PASSOS PARA O CRESCIMENTO

SANIDADE NOVAS TECNOLOGIAS PROCESSAMENTO DO PESCADO


QUALIDADE
Desenvolver vacinas e me- Desenvolver equipamentos de alimentação automática que pro- Desenvolver tecnologia para “retirada mecânica da espinha Y” dos DA ÁGUA
dicamentos para a preven- porcionem ganho de competitividade. peixes Tambaqui (Colossoma macropomum) e Matrinxã (Brycon sp).
ção das enfermidades en- Investigar uma nova me-
contradas atualmente na todologia para estabelecer
Piscicultura brasileira. Desenvolver sistemas de controle de qualidade de água nas áreas Desenvolver novas tecnologias para aproveitamento de resíduos a capacidade de suporte
de cultivo, com sondas automáticas de baixo custo. da Piscicultura. para produção de peixes
nos lagos de hidrelétricas.
Avaliar o status sanitário
da Piscicultura nacional, Desenvolver aplicativos para controle da Piscicultura. Desenvolver procedimentos técnicos e legais para aproveitamento
impactos atuais e possí- de subprodutos resultantes do abate do peixe como matéria prima Avaliação dos impactos
veis cenários futuros. para ração, sem a necessidade de transformação em farinha. positivos e negativos da
Desenvolver equipamentos específicos para biometria, estimati- Piscicultura em tanques-
vas de biomassa e fornecimento de ração. rede nos reservatórios
Estudar os principais pa- Desenvolver procedimentos para a redução do consumo de água brasileiros.
râmetros hematológicos e nas indústrias de processamento de pescado.
imunológicos dos peixes Desenvolver tecnologia na área de nanotecnologia aplicada à Pis-
cultivados no Brasil, deter- cicultura de alto desempenho. Estudar a ecotoxicologia
minando padrões e possi- Fazer estudo sobre a necessidade de lavagem do pescado prove- aplicada à Piscicultura.
bilitando, futuramente, a niente de Aquicultura na entrada do frigorífico.
utilização destes padrões Desenvolver equipamentos para aeração da água com alto desem-
como ferramenta de ava- penho, ou seja, melhores SOTR e SAE do que os valores existentes Elaborar manuais com
liação de eventuais proble- hoje no mercado. Criar manual técnico com sistematização dos procedimentos para os novos conceitos sobre
mas na Piscicultura. extração do CMS, assim como técnicas para sua lavagem e conge- qualidade de água e solo
lamento em blocos. aplicados à Piscicultura.
Estabelecer padrões de desempenho de aeradores com certifica-
Desenvolver mecanismos ção do INMETRO.
de controle de salmonelo- Estabelecer a relação entre nutrição, métodos de abate e gapping Estabelecer procedimen-
ses no Tambaqui desde a (quebra) nos filés de Tilápia. tos de monitoramento e
produção até a indústria. Desenvolver dispositivos de segurança anti roubo nos centros de correção da qualidade de
cultivo. água em diferentes siste-
mas de produção.
Estudar o uso de fitoterá-
picos na prevenção e tra-
tamento de doenças em Desenvolver equipamen-
peixes de cultivo. tos de baixo custo para o
monitoramento automa-
tizado da qualidade de
Estudar a fisiopatologia e água.
a biotecnologia aplicadas à
reprodução das principais GENÉTICA
espécies de cultivo.
Utilizar a genômica para criação de Tambaqui (Colossoma macropo-
mum) e Matrinxã (Brycon sp) sem espinhas em “Y” nos filés.
Estabelecer modelos de
desafios (com patógenos)
bem estabelecidos e con- Levantar o status genético da Tilapicultura nacional (relacionar
fiáveis para a avaliação de com sistemas de cultivo, regiões, climas, consanguinidade etc).
compostos funcionais.

Avaliar a variabilidade e a pureza das principais espécies nativas


Estudar as enfermidades cultivadas.
das principais espécies
cultivadas e desenvolver
protocolos de prevenção, Desenvolver programa de melhoramento genético das principais
diagnóstico e tratamento. espécies cultivadas no Brasil.

106 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 107


PASSOS PARA O CRESCIMENTO PASSOS PARA O CRESCIMENTO

DA AMAZÔNIA
PARA SUA MESA
PARA OS ÓRGÃOS DE
MERCADO DEFESA SANITÁRIA
Levantar a demanda de Estabelecimento de critérios técnicos e sanitários, discutidos com
mercado interno para as o setor produtivo, para a construção ou adaptação de infraestru-
principais espécies cultiva- turas existentes visando a utilização como quarentenários para a
das no Brasil. recepção de novas espécies/ou linhagens importadas de outros
países.

Diagnosticar os principais
gargalos de competitivida-
de das principais espécies
cultivadas visando o mer-
cado interno e externo.

Desenvolver novos produ-


tos para as principais es-
pécies cultivadas.
PARA OS ÓRGÃOS
GOVERNAMENTAIS DE Uma das pioneiras na atividade da piscicultura no Centro-Oeste, a Delicious Fish traz de Mato Grosso, Estado rico em
LICENCIAMENTO AMBIENTAL peixes da Amazônia, uma variada linha de pescados que vai desde o peixe “in natura” até cortes temperados e
congelados, além de empanados e caldos.
Desenvolver software de gestão do licenciamento ambiental a ser
utilizado por todas as secretarias estaduais de meio ambiente,
que permita o licenciamento online auto declaratório.
Cuidamos de todas as etapas de produção, desde a criação dos
alevinos e peixes até os cortes, embalagens e toda logística.
Investimos constantemente em nossos processos e procedimentos
para que as melhorias reflitam diretamente na qualidade do produto
final, diminuindo o impacto para o meio ambiente. Possuímos,
inclusive, uma exclusiva linha de rações para peixes disponível
também para criadores e indústrias.

PARA AS AGÊNCIAS DE
FOMENTO, COMO CNPQ E FINEP
Delicious Fish. O sabor único das espécies da Amazônia, com qualidade e praticidade nas mesas de todo o Brasil.
Abertura de editais de pesquisas específicos para a Piscicultura,
buscando projetos de pesquisas focados no atendimento das de-
mandas do setor.

Abertura de editais de apoio à inovação na Piscicultura, contem-


plando recursos para investimento e custeio, incluindo subsídios
(carência e juros reduzidos) para projetos que comprovadamen-
te aplicarão novas tecnologias na Piscicultura brasileira (como já
existe para outros setores da economia nacional).

Financiar um amplo estudo, em nível nacional, sobre as espécies


alóctones e/ou exóticas já introduzidas nas bacias hidrográficas
brasileiras, com vistas a classificá-las como residentes ou endêmi-
cas, quando for o caso.

6 6 3 5 8 4 - 1 0 0 0
W W W . D E L I C I O U S F I S H . C O M . B R
108 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 109
PASSOS PARA O CRESCIMENTO PASSOS PARA O CRESCIMENTO

Tilápia potencializa cadeia de


Tilápia chegou ao
negócios na Piscicultura Brasil na década de
1930, vinda da África.
Nota Técnica da Embrapa Pesca e Aquicultura detalha benefícios da
espécie e esclarece impacto ambiental.

“A introdução de espécies aquáticas exóticas


para fins de criação é uma prática bastante co-
mum em diversos países do mundo. Estima-se
que ao longo do século 20, cerca de 100 dife-
rentes espécies foram introduzidas em 140
países com essa finalidade. Tal prática tem sido
fomentada, muitas vezes, por meio de políti-
cas públicas ou organizações governamentais,
sendo recomendada para aumentar a produti-
vidade, gerar trabalho e renda e diversificar a
economia, conforme preconizado pela Orga-
nização das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura (FAO).
As motivações para a introdução de espécies
exóticas nos países são inúmeras e as mais va-
riadas, sendo a principal a inexistência ou a
fragilidade de pacotes tecnológicos confiáveis
que possibilitem a criação rentável e viável de
espécies nativas. Essa situação estimula a im-
portação de espécies com técnicas de criação
dominadas, o que possibilita menor custo de
produção e maior oferta de peixes durante o
ano. Com isso, as espécies introduzidas, além
de ser completamente domesticadas para culti-

FOTO
vo, são tidas como commodities, pois possuem
ampla aceitação de mercado e preços atrativos
para a comercialização em diferentes países
e continentes, fatos esses que ampliam ainda
mais o interesse pela criação dessas espécies”.
Estes dois parágrafos abrem a Norma Técnica
“Tilapicultura em tanques-rede no Estado do
Tocantins”, produzida pela equipe da Embrapa
Pesca e Aquicultura (Palmas, TO), para sub-
sidiar os órgãos de fomento à pesquisa para
planejamento e desenvolvimento da Piscicul-
tura no Estado do Tocantins”. Com apoio des-
se material e após uma ampla discussão entre
todos os agentes da cadeia produtiva, inclusive
a Associação Brasileira da Piscicultura, o Co-
ema (Conselho Estadual de Meio Ambiente)
aprovou, em meados de 2017, a produção de
Tilápia em tanques-rede no Tocantins.
A Nota Técnica é documento de alta qualida-
de, bastante detalhado e rico em informações
para municiar todos os agentes envolvidos so-
bre a criação de Tilápia, especialmente sobre o
seu impacto no meio ambiente.
“Por terem sido exaustivamente estudadas, es-
sas espécies exóticas (como a Tilápia) possuem
tecnologia de criação dominada para diferentes
sistemas de produção, o que as coloca entre as
mais criadas no mundo. Por se adaptarem bem

110 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 111


PASSOS PARA O CRESCIMENTO PASSOS PARA O CRESCIMENTO

às mais diversas condições ambientais, foram gráficas brasileiras, com exceção apenas à bacia
amplamente utilizadas no mundo para o po- do Paraguai.
voamento de corpos hídricos, principalmente Importante observar que “a Tilápia (e outras
Embrapa não vê riscos em países tropicais, cuja segurança alimentar e exóticas) tiveram importante papel na Aqui-
questões sociais relacionadas à socioeconomia cultura brasileira, uma vez que muito do know
ambientais da Tilápia. rural constituem sérios problemas”, diz a Nota how empregado para sua criação serviu de base
Técnica. O material destaca que estimativas da para adaptação ou desenvolvimento de tecno-
FAO projetam que a Tilápia, juntamente com logia específica para as espécies nativas”, além
Carpas e Bagres, corresponderá a 60% da pro- de contribuir com técnicas de manejo, nutri-
dução aquícola mundial em 2025. ção, equipamentos e controle sanitário, e ser
A Tilápia (espécie Tilapia rendalli) chegou referência de cultivo inclusive para as espécies
ao Brasil na década de 1930, com exemplares nativas, como a criação em cativeiro.
importados da República Democrática do A NT da Embrapa Pesca e Aquicultura tam-
Congo para povoamento dos reservatórios da bém destaca “o aumento do domínio de técni-
Light São Paulo. Na sequência, chegaram da cas de reversão sexual para criações monosse-
África as espécies Oreochromis angolensis, Ore- xo e o crescente interesse pela pesca esportiva
ochromis aureus e Oreochromis urolepis horno- (pesque-pague), que alavancaram a expansão
rum. “Durante mais de 50 anos, a Tilápia foi para as diferentes regiões brasileiras. Por ser
amplamente utilizada para povoamento nos animais que podem ser criados em diferentes
açudes do Departamento Nacional de Obras sistemas de produção, a Tilápia é produzida
Contra as Secas (Dnocs), em vários estados em praticamente todos os sistemas de cultivo”.
nordestinos, seguindo o modelo adotado para Especificamente sobre a produção em tanques-
os reservatórios da Light/Cesp, no Estado de rede no Tocantins, a Nota Técnica diz que a
São Paulo”, destaca a NT da Embrapa Pesca e baixa produção de Tilápia em tanques de terra
Aquicultura. escavados “acabou por popularizar a percepção
Esse histórico levou o Instituto Brasileiro do de que as restrições quanto à sua produção nos
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Re- reservatórios de usinas hidrelétricas valessem
nováveis (Ibama) a considerar a Tilápia como também para o cultivo em qualquer sistema de

Cortesia AquaAmérica
espécie exótica detectada nas áreas de abran- produção no estado. Esse fato, associado à falta
gência de praticamente todas as bacias hidro- de políticas de incentivo para atração de inves-
timentos também para a Piscicultura de peixes
nativos, fez com que o estado mantivesse baixa
representatividade na produção do País, com
crescimento pouco significativo quando com-
parado com outros estados”.
O documento detalha as condições hidrográ-
ficas – especialmente as barragens do Rio To-
cantins –, climáticas e de população aquícola
no Tocantins, jogando luz especialmente sobre
a maior preocupação sobre a liberação da pro-
dução em tanques-rede: os impactos no meio
ambiente.
Conclui a NT que “os reservatórios não são
considerados ambientes ideais para preserva-
ção, pois o impacto sofrido pelas barragens já
comprometeu profundamente todo o ecossis-
tema, particularmente as populações de peixes
existentes antes do enchimento. Apesar de o
cultivo de Tilápia em reservatórios ser uma
questão polêmica, estudos citados neste docu-
mento evidenciam que a espécie seria incapaz
de se estabelecer nesses ambientes. Caso ocor-
ram escapes, os indivíduos permanecem pró-
ximos às estruturas de cultivo e isso ocasiona
impacto local pontual, embora também pos-
sam ser alvo de pescadores. Não foi encontrada
nenhuma comprovação científica quanto ao
fato de o nível de impacto da Tilápia nos cor-
pos hídricos do estado vir a ser maior do que
o das espécies alóctones já introduzidas, ou se
realmente haverá algum impacto. Com base
nas informações levantadas, aparentemente
esse impacto eventual seria inferior ao que é
preconizado por algumas instituições”. A ínte-
gra da NT pode ser obtida diretamente com a
Embrapa Pesca e Aquicultura.

112 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 113


PASSOS PARA O CRESCIMENTO PASSOS PARA O CRESCIMENTO

O importante trabalho da THE IMPORTANT ROLE OF EMBRAPA (BRAZILIAN AGRICULTURAL RESEARCH AGENCY)
DIVISION OF FISHERIES AND AQUACULTURE

Embrapa Pesca e Aquicultura


The research conducted at Embrapa is aimed at meeting the needs of the production chain as a whole.

The agronomist Alexandre Aires de Freitas joined he agen- the successful farming of native species in Brazil”.
cy in 2010 and is the current director of Embrapa Pesca e Dr. Freitas also emphasizes the importance of aligning
Aquicultura (Fisheries and Aquaculture), headquartered in research goals to the needs of the different links of the
Pesquisas voltam-se para o atendimento das necessidades da cadeia Palmas (State of Tocantins). Dr. Freitas has worked with aquaculture chain. “As aquaculture involves a consider-
produtiva como um todo, cumprindo o seu papel. technology transfer both in the public and private sectors, able number of very diverse species, we have to be able
and also provided consultancy and coaching services in to identify the urgent needs and establish research priori-
the area of rural management. ties for the development of technologies”.
Dr. Freitas defines the priorities established for Embrapa As to the main issues related to the fish farming indus-
during his term: “We are involved in all areas of knowl- try, Dr. Freitas believes that one of the most important
O engenheiro agrônomo Alexandre Aires de cies. Uma agenda robusta que atenda questões edge, from biotechnology to processing. One important ones is environmental licensing. “The process has to be
Freitas é o atual chefe-geral da Embrapa Pesca prioritárias, urgentes e em fatores de desenvol- field is de development of the genetic improvement streamlined,” he says, “as to allow fish farming to ex-
e Aquicultura, sediada em Palmas (TO). Na vimento tecnológico certamente é prioritária”, program of the Tambaqui (native fish). We have already press its potential. In Brazil, the process is currently very
instituição desde 2010, com atuação em negó- destaca o chefe-geral da unidade. Melhoramento genético concluded the mapping of the genome, and are starting bureaucratic and time-consuming, and Embrapa will strive
cios tecnológicos e transferência de tecnologia, Sobre os principais gargalos da Piscicultura, to work on genetic improvement, an important step for to simplify it”.
Alexandre tem experiência nos setores público Alexandre Freitas chama atenção para o li- dos peixes nativos,
e privado, além de consultoria e treinamento cenciamento ambiental. É preciso, diz, um
em gestão rural. “destravamento” do licenciamento para a ati- como o Tambaqui, é
À frente da Embrapa Pesca e Aquicultura, ele
destaca as prioridades de sua gestão. “Estamos
vidade, para que ela consiga expressar todo o
seu potencial. “A simplificação destes trâmites prioridade.
envolvidos em todas as áreas de conhecimen- é essencial para o aprimoramento da Piscicul-
to, desde a biotecnologia até o processamen- tura nacional e será um dos focos da Embrapa”.
to. Destaco, por exemplo, a base genética para Ele reconhece que o pesquisador deve se de-
o melhoramento do Tambaqui. Já temos o ge- bruçar sobre os avanços necessários para a ati-
noma mapeado e vamos começar o trabalho vidade, as demandas reais do setor. “Temos de
de melhoramento genético, que vejo como estar atentos às necessidades do mercado em
um fator relevante para as espécies nativas termos de qualidade, segurança, questões am-
cultivadas do Brasil”. bientais e sociais, produção com baixa emissão
Alexandre também ressalta a importância de de carbono, utilização adequada dos recursos
manter uma agenda de trabalho que atenda às hídricos, dentre outros tópicos”, comenta o
demandas dos diferentes elos da cadeia produ- chefe-geral da Embrapa Pesca e Aquicultura.
tiva. “Quando falamos de Aquicultura, trata- “A cadeia produtiva pode contar com a Embra-
mos de uma diversidade considerável de espé- pa para vencer esses desafios”.

114 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 115


ÁGUAS DA UNIÃO ÁGUAS DA UNIÃO

A máquina precisa andar PASSO A PASSO PARA ENTENDER A QUESTÃO

Burocracia governamental trava processos que liberam águas da União.


TUDO COMEÇOU COM A CRIAÇÃO DO MINISTÉRIO DA PESCA, NO GOVERNO
Atividade precisa de agilidade para crescer.
DE FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, NA PRIMEIRA METADE DA DÉCADA DE
1990. O PRÓPRIO GOVERNO PASSOU A ANALISAR OS PROCESSOS DE PARQUES
AQUÍCOLAS (ÁGUAS DA UNIÃO).
O Brasil tem potencial para, em pouco tem- Piscicultura (PEIXE BR) a partir do momen-
po, multiplicar a atual produção de peixes to em que Secretaria da Aquicultura e Pesca
cultivados (691.700 t/ano), atingindo 4 mi- saiu do Ministério da Agricultura, Pecuária SOB O COMANDO DE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, O MINISTÉRIO DA PESCA PRI-
lhões de toneladas em menos de uma década. e Abastecimento (MAPA) e passou para o Produção pode ser VILEGIOU O SOCIAL, REPASSANDO ÁREAS PARA AS POPULAÇÕES RIBEIRINHAS.
Para isso, é preciso que o governo federal dê Ministério da Indústria, Comércio Exterior e
o primeiro passo e libere os mais de 2 mil Serviços (MDIC). multiplicada com novos SEM RECURSOS, ELAS NÃO CONSEGUIRAM TOCAR OS EMPREENDIMENTOS.
processos de águas da União que aguardam Sob a responsabilidade do MAPA, a fila an-
análise há anos – uma boa parte deles há pelo dou. Alguns dos mais importantes e novos projetos.
menos uma década. projetos – Geneseas e Tilabras, por exemplo COMO RESULTADO, HÁ MAIS DE 2 MIL PROCESSOS DE ÁREAS AQUÍCOLAS PEN-
Esses processos, que incluem tanto pedidos de – foram aprovados pela equipe do Ministério
Áreas Aquícolas como de Parques Aquícolas da Agricultura. No MDIC, infelizmente o DENTES.
(veja box explicativo) estão parados na Secre- processo voltou a parar.
taria Especial da Aquicultura e Pesca (SAP), “É importante destacar dois pontos. Primei-
atualmente subordinada à Secretaria da Presi- ro: a aprovação desses processos não requer COM A SECRETARIA DA AQUICULTURA E PESCA (SAP) SOB GESTÃO DO MINIS-
dência da República. aporte de recursos pela União. Segundo: a
E por que não avançam? Essa questão desa- liberação é o primeiro passo para agilizar pro-
TÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO (MAPA), FORAM LIBE-
fia a compreensão da Associação Brasileira da jetos que envolvem vários bilhões em inves- RADOS VÁRIOS PROJETOS, INCLUINDO DOIS GRANDES: GENESEAS E TILABRAS.

APÓS A SAÍDA DO MAPA EM MARÇO DE 2017, INDO PARA O MINISTÉRIO DA IN-


DÚSTRIA, COMÉRCIO EXTERIOR E SERVIÇOS (MDIC), AS LIBERAÇÕES DEIXARAM
DE SER FEITAS.

A SITUAÇÃO NÃO MUDOU APÓS A SAP PASSAR PARA A SECRETARIA DA PRESI-


DÊNCIA DA REPÚBLICA, EM OUTUBRO DE 2017.

116 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 117


ÁGUAS DA UNIÃO ÁGUAS DA UNIÃO

Fluxo do pedido de
timentos em fábricas de rações, frigoríficos, para processos de áreas e parques aquícolas é
equipamentos e infraestrutura, com geração de 3,9 milhões de toneladas/ano, equivalente
de milhares de empregos e aumento exponen- a 5 vezes e meia a produção atual de peixes
Sob gestão do MAPA,
Parque Aquícola
cial da produção de peixes. Segundo levan- cultivados em todo o país.
tamento da PEIXE BR, estamos falando de Atendendo a pedido da PEIXE BR, a SAP
aportes de R$ 33 bilhões, com renda primária informou que somente o Estado de São Paulo processos andaram. No
anual de R$ 25 bilhões”, informa Francisco tem capacidade de suporte em águas da União
Medeiros, presidente execultivo da Associa- superior a 800.000 toneladas/ano. Há solici- MDIC e, agora, ligados
ção Brasileira da Piscicultura.
De acordo com dados da SAP, a capacidade
tações para mais de 100.000 toneladas proto-
colados na SAP, sendo o primeiro pedido da à Presidência, ainda não
de suporte dos reservatórios demandados fila de 2003 – há, portanto, 14 anos.
avançaram.
SAP

ÁREAS AQUÍCOLAS E ÓRGÃO


MARINHA ANA
PARQUES AQUÍCOLAS AMBIENTAL

Há dois modelos de pedidos para cessão de


águas da União para a produção de peixes
cultivados: Áreas Aquícolas e Parques Aquíco-
SPU OUTORGA
las. A definição legal é a seguinte: PREVENTIVA EM
NOME DO SAP
Áreas aquícolas são espaços físicos contínuos
em meio aquático, delimitados, destinados a
projetos de Aquicultura, individuais ou cole-
tivos.
CONVERSÃO DA OUTORGA PREVENTIVA
Parques aquícolas são espaços físicos con- EM OUTORGA DE DIREITO DE USO
tínuos em meio aquático, delimitados, que
compreendem um conjunto de áreas aquíco-
las afins, em cujos espaços físicos intermedi-
ários podem ser desenvolvidas outras ativida- SAP
ANA
des compatíveis com a prática da Aquicultura. SOLICITA CONVERSÃO
DE ACORDO COM INFORMAÇÕES DA
PRÓPRIA SAP, OS PARQUES
AQUÍCOLAS ENVOLVEM: OUTORGA DE DIREITO DE
• Estudos caros e demorados
USO EM NOME DO SAP
• Dificuldade para licenciamento
• Custo para manutenção das licenças
• Baixa eficiência de produção
• Dificuldade de ocupação e alta desistência
• Ocupação de capacidade de suporte

JÁ AS ÁREAS AQUÍCOLAS, TAMBÉM DE


ACORDO COM A SAP, PROPORCIONAM:
• Aumento real da produção com investi-
mentos privados
• Estruturas e localização da área ajustadas
às condições do local e do empreendedor
• Autonomia e agilidade para readequações
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119
ÁGUAS DA UNIÃO ÁGUAS DA UNIÃO

Fluxo do pedido de
Mesmo técnicos da SAP entendem que áreas
Área Aquícola aquícolas deveriam ter prioridade em relação aos
parques aquícolas.

USUÁRIO

ESCRITÓRIOS ESTADUAIS
E SAP/BRASÍLIA

ÓRGÃO
MARINHA ANA
AMBIENTAL

SPU OUTORGA
PREVENTIVA EM
NOME DO SAP

CONVERSÃO DA OUTORGA PREVENTIVA


EM OUTORGA DE DIREITO DE USO

SAP ENCAMINHA O NOME DO


ANA
VENCEDOR DA LICITAÇÃO

OUTORGA DE DIREITO DE USO EM


NOME DO VENCEDOR DA LICITAÇÃO

120 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 121


DESAFIO - VAREJO DESAFIO - VAREJO

Passo 1:
aumentar o espaço nas gôndolas
Grandes redes de varejo têm papel fundamental no crescimento do consumo de peixes Varejo afirma querer mais peixes para ajudar
no Brasil. Elas pedem regularidade no fornecimento. aumento de consumo no país.

O mercado brasileiro de alimentos e bebidas mosfera modificada”, sugere Rafael Monezi,


saudáveis movimentou quase R$ 100 bilhões Gerente Comercial de Pescado do Grupo Pão
em 2017, de acordo com estudo da agência de Açúcar (GPA).
de pesquisas Euromonitor Internacional. A Outro desafio a vencer é o conhecimento raso
análise também mostra que entre 2009 e 2014 do consumidor sobre as espécies. Afinal, o fre-
o mercado de alimentação voltada à saúde do- guês vai ao mercado em busca do que já tem
brou de tamanho no Brasil. familiaridade – o que não significa que não
Outro relatório, o The Top 10 Consumer esteja aberto a novidades. “A cadeia produ-
Trends for 2017, comprova uma tendência não tiva deve evoluir para maior regularidade no
apenas no Brasil, mas no mundo todo: a bus- abastecimento, já que tem horas em que falta
ca por alimentos saudáveis – categoria na qual pescado e horas em que tem em excesso. Assim,
estão os peixes. Nada menos do que 83% dos ou os preços estão muito altos ou estão baixos
entrevistados disseram estar dispostos a gastar demais”, explica Monezi.
mais para comprar um alimento saudável e Divulgar dicas de preparo e receitas pode ser
79% já substituem alimentos “convencionais” um incentivo a mais ao consumo. “O GPA,
por opções mais saudáveis. detentor das bandeiras Extra e Pão de Açúcar,
Os dois exemplos comprovam as excepcionais procura estimular o consumo de pescado com
possibilidades para o crescimento do consumo constantes ofertas para a base de clientes fide-
de peixes no Brasil. Afinal, trata-se de um item lizados. Outro ponto importante é o constante
indispensável para a dieta balanceada e saudá- treinamento dos atendentes da peixaria, para
vel, pois possui proteínas complexas, iodo e que possam indicar as melhores opções para
várias vitaminas e minerais. O ômega-3, por nossos clientes e distribuir informativos para
exemplo, auxilia a reduzir o colesterol ruim os consumidores terem mais informações so-
e, consequentemente, aumentar o colesterol bre os benefícios de uma alimentação balance-
bom, além de melhorar o sistema imunológico. ada com peixes e sugestões de como preparar o
Porém, mesmo com tantas vantagens o peixe produto”, diz Rafael Monezi.
continua em quarto lugar entre as proteínas A rede de supermercados Walmart afirma in-
animais escolhidas pelo brasileiro para colocar centivar o consumo de pescado no país por
à mesa. Em primeiro lugar está o frango, cujo meio do Festival do Peixe, ação que faz parte
consumo per capita está em 45 kg/hab/ano. da “Semana do Peixe”, divulgando tabloide de
Em segundo lugar está a carne bovina, com 35 ofertas, sugestões de receitas do Chef Carre-
kg/hab/ano; depois a carne suína (15 kg/hab/ four e dicas para preparo do pescado.
ano) e só depois vem o peixe, com 9,5 kg/hab/ A Semana do Peixe, aliás, é um exemplo de
ano. parceria de sucesso entre a os elos da Piscicul-
tura. A campanha incentiva a comercialização
MAS O QUE FALTA PARA O PEIXE ES- de peixes no varejo e food service, assim como
TAR MAIS PRESENTE NA LISTA DE aumentar o conhecimento da população sobre
COMPRAS DO BRASILEIRO? os benefícios do pescado. A iniciativa tem al-
cançado resultados cada vez mais relevantes,
Para começar, sem dúvida estar mais à dispo- elevando as vendas em até 30% no período.
sição da população. Sob esse ponto de vista, Porém, só ocorre uma vez por ano.
explorar as grandes redes de supermercado não As oportunidades estão aí e há muito ainda
é apenas desejável, mas essencial. A partir daí a por fazer. A cadeia da produção de peixes tem
cadeia precisa avaliar a necessidade dos clien- muito espaço para crescer nas grandes redes, já
tes-alvo e ajustar a apresentação dos produtos. que alguns supermercados mal têm uma área
“Os consumidores buscam peixes frescos, mas específica para pescado. Os desafios são gran-
nem sempre é possível oferecer em todas às des, mas a Piscicultura tem o principal: qua-
lojas devido à logística e infraestrutura. Essa lidade. Nunca os alimentos saudáveis tiveram
é uma grande oportunidade para a indústria: tanta preferência dos consumidores. Porém, é
oferecer pescado fresco em bandejas com at- preciso ser encontrados nas gôndolas.

122 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 123


DESAFIO - CONSUMO DESAFIO - CONSUMO

O que fazer para aumentar o


consumo de peixes no Brasil?
Marketing agressivo e atenção à receita do sucesso das demais Qualidades do peixe como alimento são atributos
proteínas animais estão entre as medidas necessárias. para aumento do consumo.

As estatísticas são controversas, mas há con- produtos no mercado consumidor. Tipo de entidade, destaca que está em andamento um Conte, diretor da Ammco Pharma. Ele tam-
senso de que o consumo de peixes no Brasil produtos, campanhas de marketing, qualida- programa de marketing da Associação Brasi- bém enxerga boas oportunidades para expor-
não ultrapassa 9,5 kg/hab/ano. É pouco. Se- de de embalagens, entre outros”, complemen- leira da Piscicultura e do Sebrae. “Com a qua- tação da produção nacional, conquistando o
gundo a FAO, esse patamar equivale à mé- ta Alexandre Barbosa de Brito, gerente técni- lidade da produção já conquistada e melhorias consumidor internacional.
dia mundial da década de 60. Atualmente, a co para a América Latina da ABVista. em conservação e distribuição, o consumo Rodrigo Zanolo, gerente de mercado Aqui-
recomendação é para demanda per capita de Hilton Oshima, gerente de negócios Aqua- interno certamente avançará. Sou otimista e cultura da MSD Saúde Animal, segue a linha
20kg/hab/ano. Estamos, portanto, longe de cultura da Cargill Animal Nutrition, vai acredito que em alguns anos o peixe superará o sugerida por Eduardo Amorim e pede uma
atingir esse objetivo. pelo mesmo caminho. Para ele, a estratégia consumo per capita de carne suína (atualmente agressiva e sistêmica campanha de marketing,
“Não precisamos reinventar a roda. Precisa- de valorização do peixe e consequente maior na faixa dos 15kg/hab/ano) e atingirá os 20 kg valorizando a qualidade do produto nacional.
mos entender como ocorreu a evolução do atratividade para o consumidor passa por por pessoa recomendados pela FAO”. “Ações com os consumidores nos pontos de
consumo das demais proteínas animais, como campanhas de marketing que valorizam os “Também precisamos identificar formadores venda são muito importantes. Se queremos
a carne de frangos. Também temos de avan- produtos. “Pulverizar a oferta e o alcance de de opinião para divulgação da qualidade e dos mostrar nossos diferenciais, precisamos ter
çar em termos de organização da cadeia pro- forma continuada e conjunta com as demais benefícios do peixe”, propõe Luiz Eduardo um plano bem estruturado”.
dutiva. As indústrias precisam colocar novos proteínas animais que já estão estabelecidas
produtos no mercado, como empanados e nu- para popularizar o consumo também é reco-
ggets. Isso pode agregar bastante em aumento mendado. Evidente que existem segmentos
do tempo de prateleira, puxando o consumo”, diferenciados, mas se queremos que o grande
sugere Herbert Carli Junior, coordenador de brasileiro melhore o consumo, temos que al-
Piscicultura do Grupo Bom Futuro. cançar a base maior”, defende.
“Nosso desafio é migrar o hábito de consumo Eduardo Amorim, diretor-presidente da
de carnes e, para isso, devemos entender o que Aquafeed, ex-presidente da PEIXE BR e atual
as outras cadeias fizeram para alocar bem seus membro do Conselho de Administração da

124 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 125


DESAFIO - SANIDADE DESAFIO - SANIDADE

Portfólio precisa atender às


A Piscicultura brasileira é uma atividade rela- nisso e a partir de 2018 traremos soluções para
tivamente nova e a cadeia produtiva ainda está proporcionar segurança aos produtores, inclu-
em formação. Como há diversidade de espécies sive impulsionando a produtividade”, informa.
Industria reconhece
necessidades da atividade
e produção em todas as regiões, os desafios sa- “Temos de fazer rapidamente a lição de casa”,
nitários são igualmente grandes. Isso sem con- sentencia Luiz Eduardo Conte, diretor da
tar os inimigos de fora, já que o país está sus- Ammco Pharma. “Treinamento, informação, necessidade de
ceptível à entrada de enfermidades presentes diagnósticos rápidos e confiáveis. Ter um com-
em outros países. O TiLV (tilapia lake vírus) é pleto programa de biosseguridade é um gran- aumentar o portfólio.
Chegada de novos medicamentos contribui para prevenção e proteção dos peixes um exemplo de preocupação. de pilar de sustentação da atividade”, explica.
E trabalha para isso.
Nesse cenário, o cuidado com a saúde dos pei- “Também não podemos esquecer que somos
contra enfermidades, aumentando a produtividade. xes não pode ficar em segundo plano. É um uma vitrine e o consumidor está de olho em
risco muito grande para correr com um inves- nós. Se queremos ganhar sua confiança, temos
timento relativamente baixo, já que a sanidade de fazer a nossa parte em vários campos, inclu-
representa menos de 10% do custo de produ- sive na sanidade”.
ção total. No artigo “Uso de fitogênicos para melhorar
É consenso entre os especialistas consultados a resistência das espécies aquáticas cultivadas
pelo Anuário Brasileiro da Piscicultura que contra agentes patogênicos”, a especialista em
os programas de biosseguridade são muito Aquicultura Stephane Frouel, a especialista
importantes. “O grande desafio é promover o em microbiologia Clarisse Techer, ambas da
aumento da produtividade de forma sustentá- MiXscience (Grupo Avril), da França, e o jor-
vel e segura”, concorda Fernando de O. Roberti nalista especializado em Aquicultura Frederic
Filho, especialista técnico de nutrição animal Jozwiak, destacam que o desafio enfrentado
da Biorigin. “Minha empresa foca o seu tra- pela Aquicultura é maximizar a produção
balho no desenvolvimento de soluções que para atender às mais diferentes demandas. Po-
contribuam para a maior resistência dos peixes rém, os sistemas de produção superintensivos
a bactérias, como imunomoduladores e prebi- podem levar a surtos de doenças, além da in-
óticos. Temos de trabalhar para a redução do trodução e disseminação de novos patógenos.
uso dos antibióticos”. “Uma solução tem sido o uso de antibióticos
Programas de biosseguridade são necessários, para combater os surtos de doenças. No entan-
inclusive pelo modelo de produção da Pisci- to, o uso massivo de produtos químicos pode
cultura brasileira. “Há envio de peixes gordos ser um canal para a ocorrência de problemas de
e alevinos de uma região para outra e esses saúde pública, como possível resistência a anti-
processos precisam seguir controles rígidos”, bióticos e efeitos adversos no meio ambiente”,
destaca Rodrigo Zanolo, gerente de mercado dizem. Entre as alternativas aos tratamentos
Aquicultura da MSD Saúde Animal. com antibióticos, eles recomendam fitogêni-
Além disso, Zanolo assinala que a prevenção de cos naturais com base em extratos de plantas
enfermidades será cada vez mais importante e especificamente selecionados para controlar
um pacote maior e mais completo de vacinas “um amplo espectro de patógenos em sistemas
é determinante para o crescimento sustentá- de Aquicultura, primeiro em escala laborato-
vel desejado por todos. “Estamos trabalhando rial, seguido por ensaios de campo”.
Cortesia AquaAmérica

126 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 127


DESAFIO - NUTRIÇÃO DESAFIO - NUTRIÇÃO

A caminho da nutrição
assim o desperdício e os impactos alimentares”, lizados atualmente são os nutricionais, como
descreve Eduardo Yamashita, gerente de pro- os MOS – mananoligossacarídeos, betaglu-
dutos Aquacultura da Neovia Brasil. canos, probióticos e minerais orgânicos, entre
Objetivo é contribuir
de precisão na Piscicultura
Hilton Hiroshi Oshima, gerente de negócios outros. A utilização de antibióticos de forma
Aquacultura da Cargill Animal Nutrition, terapêutica também é importante para auxiliar
ressalta que “as rações não só devem atender no tratamento de doenças, sempre levando em para o aumento da
aos requerimentos nutricionais, mas também consideração o bem-estar do animal”, explicam
às necessidades nutricionais intrínsecas a cada Mariana Nagata, gerente de negócio Aqua da produtividade da
Indústria investe em novas tecnologias para atender às necessidades espécie, categoria, sistema e ambiente de culti- Phibro, e Graziela da Silva, gerente de produ-
Piscicultura.
vo, em linha com a melhoria da eficiência ali- tos Aves, Suínos e Aqua da mesma empresa.
específicas de cada estágio e das diferentes espécies. mentar, menor impacto na qualidade da água “O forte crescimento vem demandando da in-
e resultados técnico-econômicos superiores”. dústria de nutrição investimentos em pesquisas
“Do ponto de vista nutricional, é preciso com- e desenvolvimento que permitam avanços no
preender e respeitar as necessidades das dife- conhecimento das exigências nutricionais das
Não basta apenas ter alimentos-padrão para suínos e, também, peixes. É o que está sendo rentes espécies produzidas utilizando dietas principais espécies cultivadas, proporcionando
os peixes. É preciso ter os nutrientes certos e chamado de nutrição de precisão, “customiza- balanceadas, de acordo com a recomendação melhoria na eficiência e desempenho zootéc-
perfeitamente balanceados para as diferentes da para cada fase e que acompanha a intensi- nutricional, que auxiliem na redução do custo nico das fazendas aquícolas. Acompanhando
fases da produção e, assim, atender aos diversos ficação, reduzindo a necessidade de ocupação do quilo da carne, visto que a nutrição repre- o crescimento da produção da Aquacultura,
objetivos dos projetos de Piscicultura. de grandes áreas, com melhores taxas de con- senta até 60% do custo total de produção. Ou o Brasil produziu 270 mil toneladas de rações
Esse conceito está conectado ao trabalho reali- versão alimentar. Essa nutrição existe porque seja, é importante buscar ferramentas que con- para peixes e camarões em 2003, e alcançou
zado atualmente pela indústria de nutrição ani- o produtor busca cada vez mais eficiência e tribuam para melhor retorno ao investimento. um patamar de 910 mil toneladas em 2017, de
mal para as diferentes espécies – bovinos, aves, produtos com alta digestibilidade, reduzindo Uma das principais ferramentas para isso é o acordo com o Sindirações”, explica Yamashita,
uso de aditivos nutricionais para atingir me- da Neovia. “Considerando a menor disponi-
lhor resultado zootécnico e proteger a saúde bilidade de áreas e água, a população em cres-
do animal. Os aditivos mais amplamente uti- cimento, a necessidade de melhorar controles

O que era futuro,


hoje é Presence.
A Presence está junto ao
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DESAFIO - NUTRIÇÃO DESAFIO - NUTRIÇÃO

produtivos, rastreabilidade e biossegurança e de perdas (sanidade, manejo ou por qualidade


a busca por rentabilidade na atividade, não há de água) em produções que utilizam rações de
outro caminho a seguir a não ser produzir mais boa qualidade suplementadas com aditivos nu-
em áreas menores”, diz. tricionais demonstram ser minimizados”. Novas tecnologias,
Esse tema pode ser explorado porque as em- Outros ingredientes dessa classe de inovações
presas de nutrição têm investido pesado em são as enzimas digestivas, cuja vantagem é novos insumos.
pesquisas, adequando seus produtos às exigên- deixar os animais mais eficientes no processo
cias por peixes maiores, além de proporcionar digestório. “Nossos produtos são tradicional- Nutrição investe
melhor rendimento no frigorífico e, assim,
atender às novas exigências dos consumidores,
mente utilizados para aves, suínos e bovinos já
há longo período com resultados fantásticos. E para melhoria do
sem falar em conversões melhores e ciclo de
produção mais curto”, complementa Eduardo
agora estamos iniciando um trabalho forte no
mercado de Aquicultura”, explica Alexandre
desempenho dos
Amorim, presidente da Aquafeed.
Nesse cenário, também ganham espaço novos
Barbosa de Brito, gerente técnico para a Amé-
rica Latina da ABVista.
peixes cultivados.
aditivos nutricionais, que igualmente possibili- O foco da indústria é, afinal, proporcionar
tam aumento da produtividade, informa Felipe melhor produtividade com o melhor custo-be-
Amaral, sócio-diretor do Grupo Âmbar Ama- nefício, assinala Eduardo Pasquini, diretor da
ral. “A boa notícia é que nossa indústria de ali- Fosferpet. “O trabalho começa com a avaliação
mentação já produz rações que proporcionam das matérias primas que comporão o produto,
melhores índices zootécnicos”, diz, destacando escolha dos ingredientes, aditivos, definição da
os níveis de sobrevivência, menor tempo de fórmula. Em seguida, vem o ajuste do processo
alojamento do animal para atingir o tempo de produtivo e termina com a recomendação de
abate, menor consumo de ração e melhor con- uso e acompanhamento dos resultados. Mas
versão alimentar, com foco no “grande ganho nada disso é efetivo e eficaz se não conhecer-
em segurança alimentar, uma vez que os riscos mos e entendemos a demanda do produtor”.

130 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 131


ATIVIDADES DA PEIXE BR ATIVIDADES DA PEIXE BR

DEZEMBRO
PEIXE BR participou do Workshop Nacional SUMMIT BRASIL-NORUEGA quantidade máxima de pescados que pode ser PALESTRA EM SEMINÁRIO NO PIAUÍ O evento teve como objetivo qualificar os pis-
de Licenciamento Ambiental na Aquicultura. Foi realizado em São Paulo o I Summit Bra- produzida em determinado corpo d’água sem O presidente executivo da Associação Brasi- cicultores do estado, contribuindo para a pro-
O evento foi idealizado para ajudar o produtor sil-Noruega de Aquacultura, organizado pela afetá-lo. Além da PEIXE BR, participaram leira da Piscicultura participou da abertura do fissionalização da atividade.
a regularizar seu empreendimento, especial- Innovation Norway em parceria com a PEIXE do evento o Ministério da Indústria, Comér- Seminário Piauiense de Aquicultura, que con-
SUSPENSÃO DAS mente na obtenção das licenças ambientais. BR e apoio da Aquabio, Compesca, Embrapa cio Exterior e Serviços (MDIC), a Agência tou com a presença do governador do estado
EXPORTAÇÕES PARA A UE Esta informalidade cria obstáculos ao aquicul- Pesca e Aquicultura e FIESP. O evento reuniu Nacional de Águas (ANA), a Agência Paulis- Wellington Dias, da vice-governadora Marga-
A Associação Brasileira da Piscicultur divulgou tor, que fica sem acesso a crédito e a outras for- mais de 100 autoridades, empresários, cientis- ta de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e rete Coelho, do presidente do Conselho De-
comunicado lamentando a falta de atenção dos mas de incentivo, e aos órgãos de fomento e or- tas, fornecedores e investidores noruegueses o Grupo Integrado de Aquicultura e Estudos liberativo do Sebrae no Piauí Evandro Cosme,
órgãos competentes à Aquicultura nacional, denamento, que encontram dificuldades para e brasileiros para discutir como incrementar Ambientais (GIA). do secretário da Secretaria de Desenvolvimen-
que levou a um equívoco da União Europeia obter informações sobre a produção nacional, as relações bilaterais em prol do desenvolvi- to Rural, Francisco Lima e da coordenadora
de suspender a importação de pescado oriundo localização desses projetos, aquicultores envol- mento da Aquicultura brasileira. A Noruega nacional de Aquicultura do Sebrae Nacional,
da Piscicultura. “A notícia é ruim, sem dúvida, vidos, bem como os empregos gerados. está de olho na expansão aquícola do Brasil. Newman Costa, entre outras personalidades.
porém não se pode dizer que seja inesperada ou O país que mais fatura com a atividade no
que tenha sido uma surpresa para as autorida- mundo quer vender produtos, serviços e de-
des brasileiras. Exigimos que o governo federal senvolver cooperação com os brasileiros para
tome as medidas cabíveis com urgência, para pesquisas científicas aplicadas ao desenvolvi-
evitar que essa decisão afete outros mercados mento de alta tecnologia. SEJA UM ASSOCIADO
com os quais temos negócios e prejudique a
conquista de novos parceiros comerciais”. No www.peixebr.com.br
comunicacao@peixebr.com.br
NOVEMBRO
final do mês, o presidente executivo Francisco
Medeiros, o vice-presidente do Conselho, Bre- REGULARIZAÇÃO DA
no Davis, e Christian Becker, CEO da Netuno, PRODUÇÃO DA TILÁPIA NO TO (11) 3039-4107
visitaram Luiz Eduardo Pacifici Rangel, secre- Após a aprovação do COEMA (Conselho Es-
tário de Defesa Agropecuária do MAPA para tadual do Meio Ambiente do Tocantins) para
discutir o tema. DEMANDAS DE PESQUISAS criação da Tilápia em tanques-rede no estado,
PARA A EMBRAPA estabeleceu-se um prazo mínimo de 120 dias
O presidente executivo Francisco Medeiros para regulamentar e normatizar a atividade no
apresentou as “Demandas de Pesquisas na Tocantins. A PEIXE BR cumpre o seu papel

OUTUBRO
Piscicultura” ao grupo gestor do portfólio de e participa ativamente desta ação. Para isso,
pesquisas em Aquicultura da Embrapa Pesca e promoveu reunião com o gestor da Secretaria
Aquicultura, formado por pesquisadores dos 7 de Estado do Desenvolvimento Econômico,
centros da Embrapa que atuam na atividade. A Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura do
palestra foi realizada na sede da Embrapa Pesca Tocantins, Alexandro de Castro Silva, a gesto-
e Aquicultura, em Palmas (TO). O documento AUDIÊNCIA SOBRE ra da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e
com as demandas de pesquisas da PEIXE BR FISCALIZAÇÃO FINANCEIRA dos Recursos Hídricos, Meire Carreira, o Che-
foi elaborado a partir de levantamento inédi- A Associação Brasileira da Piscicultura po- fe Geral Interino da Embrapa Pesca e Aquicul-
to feito pela entidade, que ouviu associados de sicionou-se de maneira firme em defesa da tura, Alexandre Aires de Freitas, e o Diretor do
todas as regiões, com destaque aos principais cadeia produtiva na Audiência Pública da Instituto de Pesca do Estado de São Paulo, Luiz
ENCONTRO TÉCNICO EM MS Comissão de Fiscalização Financeira e Con-
A PEIXE BR teve importante participação gargalos, desafios e dificuldades na atividade. Marques da Silva Ayroza. A reunião objetivu
trole, realizada na Câmara dos Deputados, aproximar profissionais capacitados e com ex-
no 1º Encontro Técnico da Piscicultura Sul- em Brasília (DF). A PEIXE BR posicionou-
-Mato-Grossense, realizado no Sindicato periência em Tilapicultura, a fim de tratar da
-se contra a Medida Provisória 782/2017, regulamentação da normativa, visando à orien-
Rural de Dourados (MS). O presidente do que define a transferência da sanidade aquí-
Conselho da entidade, Ricardo Neukirchner, tação necessária para segurança ambiental.
cola do Ministério da Agricultura à nova
palestrou sobre o Panorama da Piscicultura estrutura. “Uma secretaria com status de

SETEMBRO
no Brasil e novas tecnologias para o melho- Ministério, no atual ambiente político e
ramento genético. O presidente executivo, econômico, não se sustenta. Num futuro
FÓRUM DE NUTRIÇÃO EM
Francisco Medeiros, falou sobre o mercado e bem próximo, teremos pleitos para reduzir
AQUICULTURA TROPICAL
as oportunidades para a Piscicultura em Mato custos e o primeiro órgão no qual o governo
O presidente executivo Francisco Medeiros fi-
Grosso do Sul. fará cortes é esta Pasta”, avalia o presidente PALESTRA NA ENAQUA, (PB)
nalizou o circuito de palestras do I Fórum de
Nutrição em Aquicultura Tropical, promovido Francisco Medeiros. O presidente executivo da Associação Brasi-
pela associada DSM, em São Paulo. Em sua pa- leira da Piscicultura palestrou no II Encontro
lestra, Francisco demonstrou os potenciais e as Paraibano de Aquicultura, em Guarabira (PB).
particularidades da Piscicultura brasileira, des- Francisco Medeiros destacou o panorama atual
tacando as grandes oportunidades de mercado da Piscicultura nacional e o mercado de Tilá-
no país. O fórum recebeu os principais produ- pia no Brasil, abordando o tema “Distribuição
tores de Tilápia do Brasil, bem como pesqui- da produção, mercado e organização do setor”.
sadores, referências acadêmicas, consultores e O objetivo da palestra foi disseminar o conhe-
técnicos da DSM do Brasil e do exterior. cimento e as experiências de outras regiões aos
piscicultores da Paraíba.
QUANTIDADE MÁXIMA DE
PEIXE POR ÁREA DE PRODUÇÃO
O presidente executivo Francisco Medeiros
WORKSHOP SOBRE participou de reunião técnica na Embrapa
LICENCIAMENTO AMBIENTAL Pesca e Aquicultura, em Palmas (TO), que
Atendendo a convite da Confederação da discutiu uma temática essencial á Aquicul-
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a tura: a capacidade de suporte. Em resumo, a

132 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 133


ATIVIDADES DA PEIXE BR ATIVIDADES DA PEIXE BR

PEIXE BR E ABPA DISCUTEM demonstraram que cerca de 80% dos consumi- SEMINÁRIO SOBRE ALGAS tecnológica aos piscicultores da região. Du- mente do pleito, apostando no potencial do WORKSHOP DE SANIDADE
PAUTAS COMUNS dores reconhecem o selo da instituição como NA NUTRIÇÃO DOS PEIXES rante o encontro em Paragominas, Francisco estado para Piscicultura e para atendimento EM JABOTICABAL (SP)
O vice-presidente do Conselho de Administra- marca de confiança e de credibilidade, influen- A entidade marcou presença no 1º Simpó- também se reuniu com o secretário de Agri- dos associados interessados em fazer investi- A PEIXE BR participou do X Workshop de
ção da PEIXE BR Breno Davis, o ex-presidente ciando positivamente sua decisão de compra. sio das Américas Brasil, realizado pela Ol- cultura do estado do Pará, Giovanni Queiroz, mentos para implementação da Tilapicultura Sanidade em Piscicultura e II FENAPIS (Feira
do Conselho e da diretoria executiva Eduardo mix, em Itapeva (MG). O evento, aberto com o diretor de Pesca e Aquicultura Júnior no local. A Embrapa Pesca e Aquicultura ela- Nacional da Piscicultura), de 5 a 7 de julho de
Amorim e o conselheiro Juliano Kubtiza reu- pelo presidente e CEO do grupo, Hervé Terra, o prefeito Paulinho Pombo e repre- borou nota técnica que comprova, com traba- 2017, na Unesp, em Jaboticabal (SP). O tema
niram-se com o presidente-executivo da Asso- Balusson, destacou a utilização de algas ma- sentantes da APA (Associação Paragominas lhos científicos, que a criação de Tilápia não central do evento foi “Melhoramento genéti-
ciação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) rinhas na nutrição animal. Os participantes de Aquicultura), com o objetivo de subsidiar representa riscos ao meio ambiente. co e boas práticas de manejo: unindo esforços
Francisco Turra, o vice-presidente técnico da tiveram, ainda, workshops específicos sobre representantes do governo, representantes do para eliminar doenças na Piscicultura”.
ABPA Rui Eduardo Saldanha Vargas, o Dire- Aquicultura, aves, suínos e gado leiteiro. setor e piscicultores, para formulação da nova
tor de Relações Institucionais Ariel Antônio No workshop de peixes, o gerente de Aqui- política aquícola no estado, em especial na
Mendes e o Diretor Administrativo José Per- cultura do Grupo Olmix na Europa e Ásia, questão de liberação da criação de Tilápia.
boyre. Na pauta, temas de interesse comum às Maarten Jay Van Schoonhoven, falou sobre
duas instituições com foco no fortalecimento “Soluções naturais à base de algas para os
das cadeias produtivas relacionados à susten- atuais desafios da Aquicultura”. No final, foi
tabilidade, qualidade de produtos e visão de PARCERIA COM A realizada mesa redonda sobre Piscicultura, PEIXES NA ALIMENTAÇÃO
mercado nacional e internacional. “SEMANA DO PEIXE” com a participação de Francisco Medeiros, ESCOLAR EM DISCUSSÃO
O presidente da Peixe BR participou da aber- presidente executivo da PEIXE BR, que fa- Francisco Medeiros falou sobre “Produção e
tura oficial da Semana do Peixe, iniciativa de lou sobre o cenário da Piscicultura nacional Compra de Pescado”, no curso “Desafios da
âmbito nacional entre 1 e 15 de setembro, que e os desafios da atividade no país. Alimentação Escolar”, promovido pela Comis-
incentiva o consumo de peixes e frutos do mar são de Aprimoramento Profissional (CAP),
em todo o país. O evento, em São Paulo, re- em São Paulo (SP). O público era composto

JUNHO
cebeu renomados chefs, empresários e repre-

JULHO
por técnicos, nutricionistas, veterinários, agrô-
sentantes de entidades da cadeia do pescado. nomos, educadores, assistentes e estagiários
A PEIXE BR é uma das promotoras e patro- da Coordenadoria de Alimentação Escolar/
cinadoras da iniciativa e participa do Grupo de PMSP (CODAE). Francisco mostrou dados
TILÁPIA EM TANQUES-REDE EM MT Trabalho de comunicação da Semana do Peixe. da produção nacional e estadual de pescado, as PALESTRA SOBRE TILÁPIA EM TO
O governador de Mato Grosso, José Taques, DEMANDAS AO O presidente executivo da Associação Brasi-
principais espécies cultivadas e os parâmetros
assinou, no dia 15.09, a norma que altera o GOVERNADOR DE MT leira da Piscicultura palestrou no Seminário
do mercado consumidor, deu ênfase à alimen-
Decreto n° 8.149/2006, que regulamenta a O presidente executivo Francisco Medeiros “Demandas e Tendências da Tilapicultura no
tação escolar e listou os tipos de controle de
lei da Piscicultura no estado, permitindo a e o presidente da Aquamat Daniel Costa Brasil”, realizado na sede da Embrapa Pesca e
qualidade para pescado de cultivo.
APOIO À SAP NO MAPA reuniram-se com o governador de Mato
criação de Tilápia em tanques-rede e viveiros Aquicultura, em Palmas (TO). O tema central
O diretor presidente da PEIXE BR, Francis- Groso, Pedro Taques e representantes de
escavados em MT. O evento de assinatura do da apresentação foi “Tendências da Piscicultu-
co Medeiros, reuniu-se com o Senador Fe- prefeituras de MT para discutir e sancionar
decreto contou com a presença do secretário ra no Brasil”, e o objetivo foi compartilhar os
deral Cidinho Santos (PR-MT) para pedir o Projeto de Lei que prorroga a isenção do
do meio ambiente Carlos Favaro, o presidente resultados do projeto “Indicadores Socioeco-
apoio na votação contra a Medida Provisória Imposto sobre Circulação de Mercadorias
executivo da PEIXE BR, Francisco Medeiros, nômicos do Desempenho da Produção de Ti-
782, de 31 de maio de 2017, que transferiu e Serviços (ICMS) para os piscicultores de
a diretoria da Aquamat, além de deputados, lápia no Brasil” e discutir demandas e tendên-
a Secretaria de Aquicultura e Pesca (SAP) Mato Grosso. A lei, que estava em vigor des-

AGOSTO
produtores e frigoríficos. “Quem ganha com cias da Tilápia no Brasil. Francisco falou sobre
do Ministério da Agricultura, Pecuária e de 20 de julho de 2007 e tinha prazo de 10
a decisão é o piscicultor. É preciso deixar cla- o atual panorama da Piscicultura nacional,
Abastecimento (MAPA) para o Ministério anos, foi prorrogada para mais 10 anos, com
ro que não foi proibida a criação das espécies além das perspectivas da entidade para o setor
da Indústria, Comércio Exterior e Serviços validade até 2027. No encontro, PEIXE BR
nativas e, sim, liberada a criação da Tilápia em nos próximos anos.
(MDIC), substituindo a MP 768/2017, e Aquamat manifestaram oficialmente o de-
tanques-rede. Dessa forma, o produtor passa
AGENDA EM BRASÍLIA COM O MDIC com o mesmo conteúdo, que havia sido sejo de alteração na legislação para permis- PRESENÇA NA PECNORDESTE 2017
a ter mais uma opção de espécie para criar e
A PEIXE BR cumpriu agenda no dia 24 de aprovada em fevereiro de 2017. são da produção de Tilápia em tanques-rede O presidente executivo da Associação Brasi-
diversificar o seu portfólio”, afirma Francisco
agosto de 2017, em Brasília (DF), com reu- em MT, já liberada em vários estados, como leira da Piscicultura Francisco Medeiros pales-
Medeiros, presidente da PEIXE BR.
niões no Ministério de Desenvolvimento, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Goiás, trou no 21º Seminário Nordestino de Pecuá-
Indústria e Comércio Exterior (MDIC). além de mais de 140 países. ria (PecNordeste), realizado em Fortaleza. O
Durante a reunião, a Associação apresentou tema central do seminário foi “A água e o semi
as suas demandas atuais e ressaltou princi- árido: uma nova postura”. Em sua apresenta-
palmente a falta de diálogo com o MDIC. ção, Francisco destacou o panorama atual da
Aproveitando a palavra, o presidente exe- Piscicultura nacional, além das perspectivas da
cutivo Francisco Medeiros explanou sobre DIA DO PEIXE EM GOIÁS
atividade para os próximos anos. Ele fez alerta
a instabilidade e apreensão do setor geradas O presidente executivo da Associação Brasilei-
para o setor se organizar e se desenvolver com
pela indefinição atual da transferência da ra da Piscicultura foi convidado pelo I Encon-
responsabilidade e sustentabilidade, a fim de
SAP para o MDIC. tro de Piscicultores do Vale do Paranaíba, em
CERTIFICAÇÃO DO PEIXE evitar os estraves atuais da Piscicultura do Ce-
Quirinópolis (GO), para falar do panorama da
DE CULTIVO EM DEBATE ENCONTRO DE PISCICULTURA EM ará por conta da seca do principal polo produ-
Piscicultura nacional e internacional. O evento
O presidente executivo da PEIXE BR partici- PARAGOMINAS (PA) tor de pescado do estado, o açude Castanhão.
reuniu produtores e apresentou as oportunida-
pou da cerimônia de assinatura de protocolo O presidente executivo da Associação Bra-
des de negócios, bem com os principais garga-
de melhoria da Aquicultura para a indústria sileira da Piscicultura, Francisco Medeiros,
los da atividade para a região.
brasileira. O encontro tratou dos processos para palestrou no III Encontro de Piscicultura da LIBERADA CRIAÇÃO DE
criação de um selo de certificação para o pesca- Região Capim/Paragominas (PA). Em sua TILÁPIA NO TOCANTINS
do de cultivo, acompanhado da logomarca do apresentação, Francisco detalhou o panora- Após um longo processo de discussão, o CO-
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade ma atual da Piscicultura nacional, abordan- EMA (Conselho Estadual do Meio Ambiente
e Tecnologia (INMETRO). O INMETRO do o tema “Cadeia Nacional de Piscicultura: do Tocantins), aprovou, no dia 30 de junho
possui reconhecimento da sociedade brasileira Tanques-rede”. O objetivo foi disseminar o de 2017, a criação da Tilápia em tanques-rede
e pesquisas recentes conduzidas pelo IBOPE conhecimento e as experiências de produção no Tocantins. A PEIXE BR participou ativa-

134 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 135


ATIVIDADES DA PEIXE BR ATIVIDADES DA PEIXE BR

SEBRAE, APEX E SAP mentos ambientais no Estado de São Paulo, Diretoria Executiva intensifica a participação Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para no evento. O tema central foi: “A Organização sa do amparo governamental de especialistas.
A PEIXE BR cumpriu agenda em Brasília (DF), que culminou com a criação de um ambien- da associação nas discussões mais importan- o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, setorial da Piscicultura no Brasil e seu impacto O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-
com reuniões no Serviço Brasileiro de Apoio às te de segurança jurídica. Essa nova realidade tes da cadeia produtiva, além de dar respaldo Indústria e Comércio Exterior). Em audiência nos negócios da cadeia produtiva”. tecimento (MAPA) abriga todas as atividades
Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), Agên- gera novos investimentos na atividade. Outro às empresas, produtores e entidades de classe pública, em Brasília, o secretário executivo da produtivas, inclusive de proteínas animais, e é a
cia Brasileira de Promoção de Exportações e mérito é a inauguração do Centro de Pescado associadas em termos de legislação, regulamen- PEIXE BR, Francisco Medeiros, argumentou Pasta que conhece a linguagem da Piscicultura,
Investimentos (APEX) e Secretaria de Aquicul- Continental em São José do Rio Preto (SP), tação, mercado e demais necessidades”, explica que a Piscicultura brasileira passou por várias suas necessidades, lutas e expectativas. Nesse
tura e Pesca (SAP). O presidente da entidade, unidade que contribui para o desenvolvimento Ricardo Neukirchner, presidente do Conselho crises institucionais em passado recente. Pri- cenário, é absolutamente inexplicável a decisão
Francisco Medeiros, reuniu-se com o diretor da Piscicultura nacional. de Administração da Associação Brasileira da meiramente, foi criado um Ministério, que de tirar a Secretaria da Pesca e Aquicultura do
nacional de agronegócio do Sebrae, Augusto Piscicultura, também eleito para mandato de depois foi extinto e se transformou em uma MAPA e passá-la para outro Ministério. Por
Togni, e com coordenador nacional de agrone- dois anos (2017/2018). Secretaria, a qual procura fazer o seu trabalho que? Não vemos razão técnica para isso. Muito
gócio, João Francisco. Na pauta, a apresentação e se mostra parceira da classe produtiva. “Essa menos necessidade”. Trecho de comunicado

MARÇO
do projeto de marketing para o pescado culti- alternância de estruturas e pessoas é muito divulgado pela PEIXE BR ao mercado.
vado. Francisco apresentou o cenário atual da ruim para a atividade. Toda mudança exige um
Piscicultura brasileira e seus principais gargalos processo de acomodação, que inclui o enten-
na primeira reunião com do setor de pescado dimento das necessidades do setor e os pleitos

MAIO
e a APEX. O encontro também discutiu a ela- dos segmentos envolvidos. E isso leva tempo.
CÓDIGO DE ÉTICA DA PEIXE BR
boração do projeto “Planejamento Estratégico A Piscicultura não tem tempo para perder com
Os associados Denny Itagaki (Puro Peixe),
Setorial da Aquicultura”. A diretora da APEX, EDUARDO AMORIM É recomeços”, destacou Francisco.
Henrique Oliveira e Rubem Groff (Buhler),
Marcia Nejaim Almeida, discorreu sobre a in- PERSONALIDADE DO ANO membros da Comissão de Ética da PEIXE BR,
serção da Aquicultura nas ações da Agência e PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO Eduardo Marchesi Amorim, ex-presidente da reuniram-se para dar continuidade ao trabalho
apresentou o cronograma de trabalho. DA EPAGRI, EM SANTA CATARINA Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE de construção do Código de Ética da associa-
A PEIXE BR e a Embrapa Pesca e Aquicultu- BR) e atual membro do Conselho de Admi- EM DISCUSSÃO, A SANIDADE
ção, documento com as diretrizes que orien-
ra foram convidados pela Empresa de Pesquisa nistração e diretor da Aquafeed, recebeu o O secretário executivo da PEIXE BR, Francis-
tam os associados quanto às posturas e atitudes
Agropecuária e Extensão Rural de Santa Cata- prêmio Carne Forte, na categoria de Pescado co Medeiros, reuniu-se com Eduardo Cunha,
ideais, moralmente aceitas ou toleradas pela
rina (EPAGRI) para contribuir para o planeja- na abertura da ExpoMeat 2017, em São Pau- coordenador de Sanidade Aquícola do MAPA.
sociedade, enquadrando os participantes em
mento estratégico da empresa para Aquicultura lo. A premiação destacou as personalidades Também participaram da reunião a Coordena-
uma conduta politicamente correta e em linha
em 2017. O papel da EPAGRI é realizar ações brasileiras mais importantes da produção de dora da Comissão de Aquicultura do CNA,
com a boa imagem da entidade, de forma que
de pesquisas e extensão rural para gerar renda proteínas animais. Lilian Figueiredo, e o ex-secretário de Defesa
ela esteja adequada aos interesses, lutas ou an-
nas propriedades rurais, a partir do aumento Agropecuária do Ministério da Agricultura,
seios da cadeia produtiva da Piscicultura.
da produtividade, redução de custos, diversifi- Pecuária e Abastecimento (SDA/MAPA),
PEIXE BR NO PISCISHOW cação e agregação de valor à produção. Foram Décio Coutinho. A PEIXE BR solicitou a reu-
A Associação Brasileira da Piscicultura, lidera- definidos os seguintes tópicos e compromissos PEIXE BR NA TECNOSHOW GO nião para pleitear alterações na IN 04/2015,
da pelo presidente executivo Francisco Medei- da EPAGRI: Visão de Futuro e Ações estrutu- O secretário executivo da Associação Brasileira que institui o Programa de Sanidade Aquícola
ros, participou do Piscishow 2017, evento pro- rantes, a curto, médio e longo prazos. As ações da Piscicultura Francisco Medeiros palestrou no Nacional, o qual não atende às necessidades e
movido pela revista Cerrado Rural, em Palmas prioritárias para o ano são: Licenciamento Am- AquaNegócios, espaço da Aquicultura na 16ª não condiz com a realidade do setor produtivo.
(TO). Na pauta, a discussão sobre a produção biental e Organização do setor. edição da Tecnoshow Comigo, mais importante
de Tilápia em tanques-rede no estado, poste- feira de agronegócios de Goiás, realizada no Cen-

FEVEREIRO
riormente aprovada pelo Coema. tro Tecnológico Comigo, em Rio Verde (GO). O PRESENÇA EM EVENTOS
CURSO DE SANIDADE tema central da apresentação foi “A organização INTERNACIONAIS
EM RIO PRETO (SP) setorial da Piscicultura no Brasil”. Destaque ao A Associação Brasileira da Piscicultura e as
PEIXE BR NO LANÇAMENTO
O curso “Tópicos especiais de sanidade em momento atual da atividade no país. associadas Brazilian Fish, Nativ, Peixe Brasil e
DO PLANO SAFRA
Tilapicultura” foi realizado no Centro do Pes- Royal Fish representaram a Piscicultura brasi- REGISTRO DE PRODUTOS E
O diretor de relações governamentais da
cado Continental (São José do Rio Preto, SP), leira na Seafood North America, a maior feira RÓTULOS ELETRÔNICOS
PEIXE BR, Jules Ignácio Bortoli, participou
pelo Instituto de Pesca, órgão da Secretaria de da Aquicultura mundial, realizada em Boston O secretário executivo Francisco Medeiros e os
do lançamento do Plano Agrícola e Pecuá-
Agricultura e Abastecimento do Estado de São (EUA). O Brasil contou com um pavilhão na associados Frigorífico Piracema (TO) e Bom
rio 2017/2018, em Brasília, que liberou R$ APOIO À PF CONTRA IMPORTADOS
Paulo. A PEIXE BR estava lá. feira, coordenado pelo Ministério da Agricul- Futuro Piscicultura (MT) participaram da
190,25 bilhões para a Safra 2017/18, em crédi- A Associação Brasileira da Piscicultura deu o
tura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Par- apresentação do novo Sistema Eletrônico de
to para médios e grandes produtores. seu total apoio à operação da Polícia Federal
ticiparam o Secretário de Aquicultura e Pesca Registro de Produtos e Rótulos “auto declara-
deflagrada para investigar a importação de pes- AQUISHOW 2017, tório”. Com o sistema, o registro de produtos
Dayvson Franklin, o Deputado Federal Cleber
cado sem o necessário controle de qualidade e EM SANTA FÉ DO SUL e rótulos passa a ser feito diretamente no site
Verde e o Cônsul Geral do Brasil em Boston
fora das especificações aprovadas pela legislação A PEIXE BR participou ativamente da do MAPA, sem o trâmite de papel e sem passar
Breno Hermann, entres outras autoridades.
brasileira. A entidade defende a apuração dos fa- Aquishow 2017, evento agora organizado pela pelas Superintendências. A análise de produtos
A PEIXE BR também participou da Seafood
tos com o máximo rigor, dando condições para Associação de Piscicultores de Águas Paulistas e passa a ser por ordem de chegada de pedido.
PEIXE BR NA EXPOLONDRINA 2017 Expo Global, a mais importante feira da Euro-
ampla defesa das empresas envolvidas. Águas da União (Peixe SP), que contou com ex-
“O Paraná é o estado líder na produção de pei- pa, realizada em Bruxelas.
posição comercial, palestras e debates de temas
xes cultivados, com 93.600 toneladas, segundo
relacionados à atividade, além de visitas técnicas
DIRETORIA EXECUTIVA o Anuário Brasileiro da Piscicultura. A julgar
a projetos de peixes cultivados da região.
DA PEIXE BR É DEFINIDA pela expressiva participação dos produtores no
Francisco Medeiros assumiu oficialmente 16º Seminário Estadual de Aquicultura, em

ABRIL
AGRADECIMENTO AO como presidente da Associação Brasileira da Londrina, o estado deve atingir novos recordes
SECRETÁRIO ARNALDO JARDIM Piscicultura. Ele exercia o cargo de secretário nos próximos anos”. A afirmação é de Ricardo
A diretoria da Associação Brasileira da Pisci- executivo da associação. A criação da Direto- Neukirchner, presidente do Conselho de Ad-
cultura reuniu-se com o Secretário de Agricul- ria Executiva da PEIXE BR foi proposta pelo ministração da Associação Brasileira da Pisci- PISCICULTURA QUER
tura do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, Conselho de Administração e aprovada pelos AUDIÊNCIA SOBRE SAP NO MDIC cultura (PEIXE BR). Mais de 300 piscicultores FICAR NO MAPA REDUÇÃO DE PIS/COFINS DA
durante a Aquishow, em Santa Fé do Sul (SP), associados da entidade em assembleia. “A Pis- A Associação Brasileira da Piscicultura foi e produtores rurais que desejam investir na ati- “Por estar no caminho do crescimento e envol- RAÇÃO PARA PEIXES
para entregar carta de agradecimento pelo cicultura brasileira está em crescimento acele- contrária à decisão de passar a Secretaria de vidade assistiram à apresentação de Francisco ver questões sanitárias, veterinárias e da cadeia O secretário executivo da PEIXE BR, Francis-
empenho na solução da questão dos licencia- rado e exige agilidade da PEIXE BR. Ter uma Aquicultura e Pesca do MAPA (Ministério da Medeiros, secretário executivo da PEIXE BR do agronegócio, a Piscicultura brasileira preci- co Medeiros, reuniu-se com o Deputado Fede-

136 ANUÁRIO PEIXE BR DA PISCICULTURA 2018 WWW.PEIXEBR.COM.BR 137


ATIVIDADES DA PEIXE BR ATIVIDADES DA PEIXE BR

ral Cleber Verde, presidente da Comissão de PROMOÇÃO DO AGRONEGÓCIO VISITA À NEOVIA, EM PAULÍNIA (SP)
Pesca e Aquicultura da Câmara Federal e líder O secretário executivo Francisco Medeiros reu- O secretário executivo da PEIXE BR esteve
na Câmara do Partido Republicano Brasileiro niu-se com Eduardo Sampaio Marques, diretor em Paulínia (SP) para fazer apresentação ins-
(PRB). O partido defende a pesca extrativista, de promoção internacional do Agronegócios titucional da Associação aos diretores da asso-
mas está buscando ampliar os horizontes. O do MAPA. Eduardo é responsável pela promo- ciada Neovia. Na oportunidade, foi destacada
deputado deseja conhecer melhor a Piscicultu- ção comercial do agronegócio brasileiro, bem a importância do licenciamento ambiental na
ra. Francisco informou que uma das demandas como a atração de investimentos externos e Piscicultura nacional, bem como os ganhos já
da entidade é a isenção do PIS/COFINS para cooperação. Francisco destacou o papel de fo- obtidos em estados com a simplificação desse
ração de peixes, pedido que se encontra parado mento da PEIXE BR e de defesa dos interesses processo. Francisco também apresentou os
na Comissão de Finanças e Tributação (CFT). da cadeia produtiva da Piscicultura. principais desafios da atividade em nutrição
animal, ressaltando o trabalho da entidade
para que a ração para peixes seja isenta de PIS
e Cofins. O dirigente da PEIXE BR ressaltou
a importância da parceria de trabalho entre
as empresas de rações e a entidade, para o de-
senvolvimento da Piscicultura nacional, pois a
nutrição representa cerca de 70% do custo de
SP SIMPLIFICA PROCESSOS produção do piscicultor.
O governador do Estado de São Paulo, Geral-
do Alckmin, anunciou o Programa de Desbu-
VISITAS À CNA E AO MAPA
rocratização e Modernização da Agricultura
A PEIXE BR cumpriu agenda em Brasí-
(Agrofácil SP), composto por medidas para
lia (DF), com reuniões na Confederação da
impulsionar a Aquicultura paulista, como a
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e no
Guia de Trânsito Animal eletrônica (e-GTA)
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abaste-
e a emissão da Declaração de Conformidade
cimento (MAPA). O secretário executivo da
da Atividade Agropecuária (DCAA) para a
entidade, Francisco Medeiros, reuniu-se com
Aquicultura, simplificando o licenciamento
a Coordenadora da Comissão de Aquicultura
ambiental, facilitando a emissão de documen-
do CNA, Lilian Figueiredo, e com o Coor-
tos e licenças para que os pequenos produtores
denador da Comissão de Meio Ambiente do
possam exercer a atividade.
CNA, João de Carli. O objetivo foi atualizar a
evolução dos assuntos que PEIXE BR e CNA
PRIMEIRA AGENDA EM BRASÍLIA

JANEIRO
conduzem juntos. O mais importante deles é a
A PEIXE BR cumpriu a primeira agenda do
questão do licenciamento ambiental. Francisco
ano em Brasília (DF), com reuniões no Minis-
Medeiros também se reuniu com o Diretor de
tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimen-
Defesa Sanitária do MAPA, que apresentou
to (MAPA) e no Serviço Brasileiro de Apoio
os resultados das ações da Pasta em 2016 e o INVESTIMENTOS DE R$ 5,5 BI às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).
planejamento das ações para 2017. A PEIXE Esse é o montante já investido na Piscicultura No primeiro encontro, o secretário executivo
BR solicitou a discussão da IN 4/2015, que brasileira. Os números foram apresentados em Francisco Medeiros reuniu-se com Emerson
implanta o programa sanitário aquícola, que primeira mão para Eumar Novacki, secretário Raiol, responsável pela coordenação da par-
está suspenso até setembro. executivo do Ministério da Agricultura, Pe- ticipação das empresas brasileiras das feiras
cuária e Abastecimento (MAPA), em reunião Seafood Expo North America (Boston, 19 a
com a diretoria executiva e o conselho da Asso- 21 de março de 2017) e Seafood Expo Global
ciação Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR), (Bruxelas, 25 a 27 de abril). Dando sequência
no dia 19 de janeiro. A entidade entregou a ao trabalho iniciado em 2014, a PEIXE BR
Novacki documento detalhando os principais voltou a se reunir com Augusto Togni Abreu,
gargalos da cadeia produtiva, que travam o de- gerente de Agronegócios do Sebrae. O tema
senvolvimento da atividade no país. A reunião central foi a apresentação de projeto nacional
também objetivou reforçar o alinhamento de marketing para a Piscicultura brasileira.
“PLEITOS PRECISAM AVANÇAR”
entre o trabalho da entidade e o Ministério,
Dayvson Franklin, secretario de Pesca e Aqui-
conforme as demandas estabelecidas no do-
cultura do Ministério da Agricultura, Pecuária O PEIXE É POP!
cumento entregue ao MAPA: Áreas aquícolas
e Abastecimento (MAPA), recebeu visita do A Piscicultura foi escolhida pela Rede Globo
da União, Isenção do PIS e Cofins da ração,
secretário executivo da PEIXE BR, Francis- para ilustrar campanha de valorização do agro-
Importação de pescado, Promoção do peixe de
co Medeiros. O objetivo da reunião foi obter negócio no início de 2017. As chamadas foram
cultivo, Sanidade Aquícola e Instrução norma-
feedback das demandas solicitadas pela enti- ao ar nos intervalos dos mais importantes pro-
tiva 35: extinção do RGP.
dade no mês anterior. Francisco explicou que gramas jornalísticos da emissora, como Jornal
o avanço prático nas demandas não acompa- Nacional e Jornal da Globo.
nhou as expectativas da atividade. Dayvson
falou sobre a liberação de contratos de cessão
das áreas aquícolas da União.

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