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RESUMO
1
Artigo extraído do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do
grau de Bacharel em Ciências Jurídicas e Sociais da Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul. Banca examinadora composta pelos professores: Professor Me. Luís
Gustavo Andrade Madeira, Professor Me. Angelo Maraninchi Giannakos, Professora Me. Letícia
Loureiro Correa.
2
Acadêmica do curso de Ciências Jurídicas e Sociais (Direito), da Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul. E-mail: patcky@hotmail.com.
INTRODUÇÃO
1.3.2 SENTENÇA
O antigo CPC (1973) continha, no texto original de seu art. 162, § 1º
o objetivo
ais
da muito
precisa do ponto de vista técnico, tendo em vista que a (nem nunca
foi) capaz de extinguir o processo, uma vez ecurso
contra a mesma, o que faz com que o processo continue a se desenvolver. O
. (OAB,
2015)
No CPC atual, a definição encontra-se no §1º do art. 203 (CPC 2015),
sentença é "o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts.
485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a
execução". O art. 485 cuida das hipóteses em que o mérito não é resolvido,
enquanto o art. 489, das hipóteses em que o é.
Assim, sentença, de acordo com a lei, é a decisão judicial que trata,
definitivamente, do objeto litigioso extinguindo a fase cognitiva do procedimento
comum. O CPC/2015 combinou o critério substancial, pois indica quais as matérias
passíveis de sentença (arts. 485 e 487), com o critério topológico, dado que situa a
sentença ao final do procedimento. Diante dessa cumulatividade de critérios, a
decisão definitiva sobre a questão litigiosa, pode ser interlocutória, diante dos
conceitos do art. 203, §§ 1º e 2º, combinado com as hipóteses do art. 354 e 356,
inclusive para a formação de coisa julgada, nas hipóteses que lhe são pertinentes
(OAB, 2015).
O rol do art. 203 não é exaustivo quanto aos atos do juiz, pois, além de
sentenciar, decidir interlocutoriamente e despachar, também realiza inspeção judicial
(art. 481), ouve testemunhas (art. 456), inquire as partes (art. 139), entre outras
atribuições. (OAB, 2015).
No conceito de Didier (JÚNIOR, BRAGA, & OLIVEIRA, 2015) "sentença,
no procedimento comum ou nos procedimentos especiais, é o pronunciamento do
juízo singular que encerra uma fase do processo, seja ela cognitiva ou executiva".
O art. 316 do CPC (2015) diz que "a extinção do processo dar-se-á por
sentença"; no entanto, nem todo processo se extingue por sentença e nem toda
sentença extingue o processo.
Podem ser, as sentenças, subdivididas em terminativas, quando
extinguem a relação processual sem decidir o mérito da causa, e definitivas, quando
encerram a relação processual decidindo o mérito da causa (SILVA, 2005).
"
. Assim,
por exemplo, se o autor formulou dois pedidos,
.
(CALAMANDREI,
1972, apud, CÂMARA, 2014)
uma , um ato jurisdicional completo e tal que
pode
.
Essa teoria foi criticada por Carnelutti (CARNELUTTI, 1952, apud,
CÂMARA, 2014). Afirmava o jurista que,
, apenas se mudava o foco do problema.
. Dizia o processualista:
.
, par
.
-
que poderiam ser proferidas autonomamente, em p
2.1 CONCEITO
objeto de
-
ainda que se c
(CÂMARA, 2014).
a
, como no caso de ter decorrido o p
sido interposto, torna-se irre
-
(CÂMARA, 2014).
A (LIEBMAN, 1985, apud,
CÂMARA, 2014) é . Para ele
. Consistiria a
cois
formal, e ainda dos efeitos dela provenientes.
). (CÂMARA, 2014)
A coisa julgada, segundo essa doutrina, deve ser considerada em dois
aspectos: - -
, e coisa julgada material, a imutabilidade
dos seus efeitos. ,
enquanto a coisa .
- -
. (CÂMARA, 2014)
Pode-se
. (CÂMARA, 2014)
2.2 NATUREZA
Existe uma corre
. De acordo com Câmara (2014), esta encontra-se equivocada. Isso
porque, conforme Barbosa Moreira (1977, apud CÂMARA, 2014), "
'conatural'". Significa
, todos sujeitos
pudessem ser discutidas ad infinitum. (CÂMARA, 2014)
Câmara defende que
jur
, em verdade,
a autoridade de coisa julgada. A
-
e
ais sujeito a
qualquer recurso. (CÂMARA, 2014)
2.3 LIMITES
Os limites da coisa julgada, conforme Câmara, tratam
, vista
em seu aspecto objetivo. Em outras palavras, saber o que transitou em julgado.
(CÂMARA, 2014)
A ocorrência da coisa julgada material, na lição de Luiz Guilherme
Marinoni, Sérgio Cruz Arenhart e Daniel Mitidiero (Curso de Processo Civil, vol. 2,
São Paulo: RT, 2015, p. 634 e 635, apud OAB, 2015) produz basicamente três
efeitos: a eficácia negativa, positiva e preclusiva. A eficácia negativa se projeta na
proibição de nova demanda sobre o objeto do processo, proporcionado a chamada
exceção de coisa julgada, que atuará como pressuposto processual negativo.
Poderá ser alegada pela parte a quem aproveita, que geralmente irá fazê-lo na
oportunidade da defesa, como preliminar de mérito na contestação, ou ser
conhecida de ofício pelo julgador, ocasionando a extinção do processo sem
julgamento do mérito. A eficácia positiva da coisa julgada permite a sua utilização
como ponto de apoio para a propositura de certa demanda, fundando novo pedido.
Já a eficácia preclusiva é expressada no art. 508, no sentido de que, transitada em
julgado a decisão de mérito, serão consideradas deduzidas e repelidas todas as
alegações de defesa que a parte poderia opor tanto ao acolhimento quanto à
rejeição do pedido. (OAB, 2015)
Entretanto, esta consequência somente se mantém nas questões
pertinentes à mesma causa de pedir. Voltando aos ensinamentos de Luiz Guilherme
S
causa determinada, relativas à ação proposta – e portanto referentes às mesmas
partes, ao mesmo pedido e a mesma causa de pedir é que serão apanhadas por
esse 2 S R 2015 4
e 635, apud OAB, 2015). (OAB, 2015)
Conforme o art. 503 do CPC (2015):
2.4 ESPÉCIES
A
- -
process
. (CÂMARA, 2014)
Por tal mo
ser novamente
discutida, em nenhum outro processo. ,
r em , pois
- S
(art. 267, V, CPC). A coisa julgada material funciona, pois, como impedimento
processual, o que significa d
. Trata-se
, verificar se existe c
). Pode ocorrer, no
entanto, que, , surja novo processo, com
objeto distinto do anterior, onde a
. (CÂMARA, 2014)
3.1 DEFINIÇÃO
A definição de Coisa Julgada Progressiva, ou Coisa Julgada Parcial,
como parte da doutrina a ela se refere, está diretamente vinculada ao conceito de
Capítulos da Sentença. Acolher uma tese significa, por lógica, aceitar a outra. Ao
reconhecer que a sentença pode ter mais de um capítulo, se reconhece que pode
haver capítulos não impugnados que transitam em julgado em momento diverso dos
impugnados.
Quando o juiz se vê na contingência de proferir a sentença, o objeto de
seu pronunciamento nunca se resumirá a uma só questão. Sempre terá, por
exemplo, que responder ao pedido do autor (mérito) e que decidir sobre os encargos
sucumbenciais (imputação de responsabilidade pelas custas e demais despesas do
processo). Muitas vezes terá que enfrentar questões processuais (debate sobre
pressupostos processuais e condições da ação) além da demanda propriamente
dita. Há também as cumulações originárias de pedidos e acumulação sucessiva de
ações incidentais (reconvenção declaratória incidental, denunciação da lide etc.).
Pode ainda, o julgador, desdobrar a análise do pedido único por meio do enfoque
das unidades que o integram. (JÚNIOR H. T., 2010)
Em todas essas eventualidades, a sentença apresenta-se composta por
capítulos, cuja autonomia terá grande influência, sobretudo, na sistemática recursal,
na formação da coisa julgada, na execução da sentença e no regime da ação
rescisória. (JÚNIOR H. T., 2010)
Os capítulos de uma sentença, por sua vez, podem ser homogêneos ou
heterogêneos, conforme versem, ou não, sobre questões da mesma natureza. Há
homogeneidade quando todos eles funcionam questões de mérito, ou todos se
refiram a preliminares processuais; há heterogeneidade quando alguns capítulos
incidem sobre questões ver processo e outras sobre o mérito. (JÚNIOR H. T., 2010)
É apenas na parte dispositiva que se devem identificar os capítulos da
sentença, porque é ali que se dá solução as diversas questões que revelam as
pretensões solucionado judicialmente. Somente quando a sentença enfrenta
questões autônomas, dentro do debate processual, é que realmente se enseja a
formação de capítulos em sentido técnico. O capítulo da sentença corresponde a
uma unidade elementar autônoma dentro das questões enfrentadas pelo julgado.
(JÚNIOR H. T., 2010)
Da autonomia (e não necessariamente Independência), decorre a
possibilidade de o recurso abordar apenas um ou alguns dos capítulos, o que
provocaria o trânsito em julgado dos que não foram alcançados pela impugnação.
Mas, para tanto, é preciso que a conservação da parte não discutida no recurso não
esteja vinculada por nexo de prejudicialidade àquela que foi nele atacada. Havendo
nexo de prejudicialidade, o recurso, mesmo limitado a um capítulo só da sentença,
poderá vir a afetar todos os seus demais capítulos. (JÚNIOR H. T., 2010)
Essa visão da sentença dividida em capítulos oferece reflexos no plano
da rescisória, que se presta a desconstruir a sentença de mérito transitada em
julgado. Logo, se é possível no mesmo processo formar-se, por capítulos, a coisa
julgada em momentos diferentes, se pode também cogitar a rescisão desses
capítulos em ações rescisórias aforadas separadamente e em tempo diverso. Isto,
porém, pressupõe a autonomia e independência entre os capítulos, pois só assim
haverá a possibilidade de sucessivas coisas julgadas em diferentes momentos.
A regra é a mesma para execução: se o capítulo irrecorrido for
independente daquele impugnado, a parte estará livre para contrapor-lhe a
execução definitiva. (DINAMARCO, apud JUNIOR, H. T., 2010)
Assim, pode-se definir o instituto da Coisa Julgada Progressiva (ou
parcial) como a formação de coisa julgada em momentos distintos e sucessivos do
mesmo processo, derivada da existência de capítulos autônomos e independentes
de uma decisão, atacados apenas parcialmente por recurso, cujo objeto de
impugnação não é vinculado por nexo de prejudicialidade aos demais capítulos não
atacados.
".
No Brasil, um dos principais e pioneiros doutrinadores a abordar o tema
diretamente é Cândido Rangel Dinamarco. Barbosa Moreira, Humberto Theodoro
Júnior, Thereza Arruda Alvim, Ovídio Araújo Baptista da Silva e Fredie Didier Jr. são
alguns dos doutrinadores que também defendem a validade dessa teoria, apesar de
não se aprofundarem no estudo da mesma.
A teoria foi incorporada pelo CPC de 2015, como se pode verificar nos
arts. 966, §3º, 1.013, §1º e 1.034 §U:
3.3 CASUÍSTICA
Opta-se, aqui, por se limitar à analise apenas das decisões
jurisprudenciais dos Tribunais que versam sobre o prazo para a propositura da ação
rescisória, tendo em vista que a divergência é mais visível nesse caso, pois os
Tribunais superiores possuem orientação em sentido oposto entre si.
O STF possui duas Súmulas que versam a respeito, quais sejam:
Súmula 514 STF
Admite-se ação rescisória contra sentença transitada em julgado,
ainda que contra ela não se tenha esgotado todos os recursos.
Súmula 354 STF
Em caso de embargos infringentes parciais, é definitiva a parte da
decisão embargada em que não houve divergência na votação.
SÚMULA N. 401
O prazo decadencial da ação rescisória só se inicia quando não
for cabível qualquer recurso do último pronunciamento judicial.
Referência: CPC, art. 467 c/c art. 4953.
Nota-se que esta Súmula foi convertida em artigo no novo CPC, qual seja,
3
No CPC de 2015, refere-se aos arts. 502 e 975, respectivamente.
o artigo 975, mencionado anteriormente. Possui, assim, o mesmo problema deste - é
dúbia, pois pode levar a duas interpretações: que a "última decisão do processo"
seria a última entre todas as decisões que podem ser proferidas ou que seria a
última decisão sobre a questão, que se tornou indiscutível pela coisa julgada.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BRASIL, Superior Tribunal de Justiça. Recurso especial. Civil e processual civil. Taxa de
juros de mora. Sentença anterior e acórdão posterior a entrada em vigor do novo código
civil. Art. 406 do cc/02. Extensão do efeito substitutivo. Inexistência de ofensa à coisa
julgada. Incidência da modificação legal da taxa de juros moratórios sobre o título.
Precedente específico da corte especial. Recurso Especial nº 1.367.932 - RS. Recorrente:
Porto Seguro Companhia De Seguros Gerais. Recorrido: Irmãos Nei Ltda. Relator: Ministro
Paulo De Tarso Sanseverino. Brasília, DF, DJe: 25/10/2013. Acesso em 10 de 05 de 2016,
disponível em: <http://www.stj.jus.br>
BRASIL, Superior Tribunal de Justiça. Recurso especial. Processual civil. Ação rescisória
ajuizada contra acórdão a reconhecer a decadência em anterior ação rescisória.
Possibilidade. Discussão acerca do termo inicial da contagem do prazo decadencial.
Pacificidade, no âmbito desta corte superior e à época da prolação do acórdão rescindendo,
da interpretação da norma que se diz violada. Resguardo da função atribuída a este tribunal
superior pela constituição da república. Enunciado sumular 343/stf que não se aplica na
espécie. Recurso Especial nº 1.504.753 - AL. Recorrente: Banco Do Brasil S/A. Recorrido:
Cooperativa Regional Dos Produtores De Açúcar E Álcool De Alagoas. Relator: Ministro
Paulo De Tarso Sanseverino. Brasília, DF, DJe: 18/02/2016. Acesso em 10 de 05 de 2016,
disponível em: <http://www.stj.jus.br>
CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil. 25 ed. São Paulo: Atlas,
2014.
JÚNIOR, Fredie Didier, BRAGA, P. S., & OLIVEIRA, R. A. Curso de direito processual
civil: teoria da prova, direito probatório, ações probatórias, decisão, precedente, coisa
julgada e antecipação dos efeitos da tutela. (10 ed., Vol. 2). Salvador: JusPodium, 2015.
JÚNIOR, Humberto Theodoro. Curso de direito processual civil: teoria geral do direito
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2010.
MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de processo civil: teoria geral do processo. 8 ed.,
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MIRANDA, Pontes de. Tratado da ação rescisória das sentenças e de outras decisões.
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