Vous êtes sur la page 1sur 4

A coragem de criar

Rollo May

Impressionante como um livro de praticamente meio século atrás, numa era de


evolução rápida ainda seja tão atual, retratando a realidade com tanta maestria.

Escolher nos trás angustia, porem não escolher também é uma escolha pela qual quem
a faz deve se responsabilizar por esta. É preciso ter coragem para criar e participar da criação de
nosso próprio futuro.

Coragem é a superação do desespero permitindo ao homem ser e vir a ser.

A coragem física não é usar a forca física, mas conhecer o corpo, permitir que o corpo
pense, ouça e produza empatia.

A coragem moral é lutar por causas nobres e da verdade. Em que se valoriza o ser e o
protege das injustiças, mesmo que isto leve a sofrer a injustiça também. Vem da audácia e da
compaixão. É a coragem de corrigir o que está errado.

A coragem social é a coragem de se relacionar, em especial o relacionamento “amoroso”


em que o risco é inevitável. Rolo May afirma que a ausência da coragem social faz muitos se
voltarem para a coragem física, ao permitir o outro conhecer o corpo, o prazer, mas não
conhecer em profundida e na essência o outro. Ele utiliza a definição de Otto Rank e afirma
haver o medo da vida (medo da auto realização) e o medo da morte (medo da perda da
autonomia, da identidade e da independência ao ter o outro em sua vida).

Estes medos geram ansiedade e devem ser enfrentados. “É preciso ter consciência para
crescer, não basta sermos nos mesmos, mas é preciso participar da individualidade do outro.”

É preciso ter coragem de saber, mas também é preciso ter coragem de reconhecer o que não se
sabe.

Coragem criativa todos precisam criar principalmente quando a mudança é eminente.


São os artistas em geral que mais se apropria desta coragem, e vendo suas produções também
somos levados a criar mentalmente. “A arte criativa nos permite alcançar além da morte”, sendo
a morte a consciência da finitude, e esta consciência da finitude é fonte de angustia para o ser
humano.

A arte tem capacidade de contribuir para a criação da consciência da raça. Artistas são
rebeldes por serem revolucionários e inovadores, gerando consciência na raça humana. São
intensos em emoções, vivos. E esta vitalidade opõem se a morte, a maior de todas as injustiças.
A dor pela morte, não está em sua explicação objetiva mais ao fato de amarmos e sermos
privados deste objeto de amor. É a morte subjetiva.

O tempo nos ensina a amar de forma mais autentica. O amor exige sabedoria que vem
com a idade. Porém o peso dos anos nos leva a tornarmos apenas lembrança e esta se esvai com
o tempo.

Há uma grande ligação entre religião e rebeldia. Os santos foram rebeldes que
marcaram a sociedade e elevaram a raça de forma ética, moral e espiritual.

II - A criatividade ocorre como meio de compensar a fragilidade. O que nos falta nos leva
a uma vocação. Porém isto ainda não explica o processo criativo.

1) Criatividade é o processo de criar algo novo. Podendo se distinguir entre o artificio e a


arte. “Os artistas alargam a consciência humana.” E permite o homem realizar seu EU
no mundo.

A criatividade refere-se ao fazer na luta diária de todos os seres e de todas as atividades


ocupacionais, não sendo exclusiva do artista. Também é sinal de saúde emocional.

2) Rolo May explica a criatividade partindo dos artistas por ser um dele e estar em seu
meio.

Para criar é preciso força de vontade, engajamento. A criatividade só existe no ato.

Existem pessoas criativas e com talentos. Porém é preciso haver encontro com intensidade.

O momento de criação produz reações corporais semelhantes a ansiedade e ao medo, porem


trata-se de regozijo.

A criatividade no processo de criação não ocorre de forma consciente e volitiva. Porém


o que nos vem em devaneio ou sonhos não ocorre por acaso. Ele surge em cima do que
trabalhamos com afinco e determinação.

Há no meio artístico a impressão que sobre o efeito do álcool ou de alguma droga


alucinógena o processo criativo iria fluir melhor. Porem o artista ao sair do estado alterado de
sua consciência percebe produzir melhor consciente.
Acredita-se haver uma diferença entre razão e emoção porem já há testes que indicam
o contrario, somos capazes de observar melhor um objeto quando emocionalmente envolvidos.

A arte permite o encontro do artista e seu mundo, e a arte retrata o estado psicológico
e espiritual da época. Retrata a realidade como aqueles contemporâneos a veem e seus
presságios.

III - Há uma disputa entre consciente e o inconsciente. Mas diante da necessidade de se


criar algo novo, ou quando nossas teses não são comprovadas e precisamos enxergar o novo
caminho o inconsciente acessa o consciente.

A ansiedade se dá diante de algo que não é velado.

A ideia do inconsciente chega a nível consciente de forma padronizada. É sempre diante


de uma problema o qual estamos pensando intensamente. Diante do nosso compromisso.

É como uma Gestalt aberta que pode ser definida como o “chamado” ao inconsciente.
E ocorre no momento de pausa destes pensamentos (intuição).

Para que o inconsciente acesse o consciente é preciso alguns dias trabalhando no


assunto e depois permitir “relaxar” na solidão.

A fuga da solidão e da ansiedade que ela trás impede o acesso inconsciente ao


consciente. “Para que possamos receber a inspiração do inconsciente é preciso saber ficar só.”

No mundo tecnológico e em ambientes produtivos a criatividade inconsciente é


perigosa e tem cada vez menos espaço. Com isto haverá cada vez menos contado dos polos
consciente e inconsciente. “Os impulsos irracionais do inconsciente (...) são uma ameaça a
racionalidade, e a ansiedade é uma decorrência inevitável.”

“O sine qua non da criatividade é a possibilidade do artista de liberar todos os seus


elementos interiores, e (...) permitir a entrada da ‘vontade criativa’”.

A criatividade ocorre num ato de encontro. O encontro trás sensações como as que
ocorrem durante o ato sexual. “E o desafio dá sentido a vida”

Uma característica do encontro é a intensidade a qual é chamada de paixão. O talento


e a técnica são artifícios da arte, e estão sendo utilizados cada vez mais e vê se uma fuga do
encontro. “A paixão é obliterada para dar lugar ao conhecimento” Kierkegaard.
Para que a inspiração venha é preciso estar receptivo, não passivo permitindo o
relacionamento EU-mundo. Para que o ato criativo atinja maturidade, o artista deve enfrentar
a ansiedade. Esta ansiedade é, por um tempo, desligamento, desorientação, a angustia do nada.

Em meio ao caos da evolução, do desconhecido precisamos de algo que nos de


segurança como o Delfos antigamente e a religião (Apoio é o deus da luz e da inspiração. É o
deus da cura e do bem estar).

Segundo Kierkegaard “o eu é apenas aquilo que está em processo de vir a ser”. Quando
nos focamos no que buscamos ser nos encaminhamos para este processo de “cura”. Pensar e
auto criar ocorrem juntos.

Diante dos estímulos somos livres para fazer nossas escolhas. A virtude consiste em
escolher as paixões e não deixa-las nos dominar. A paixão descontrolada pode destruir o EU.

Delfos assim como os sonhos envia mensagens as quais não levaríamos a consciência
acordados por serem deveras ansiogenicas. Porem são ambíguas e é preciso fazer a escolha de
como vive-las. E nos leva a fazer uma analise consultando nossa própria intuição e sabedoria.

A psicoterapia “levam o individuo a reconhecer suas possibilidades, trazendo a luz novos


aspectos de si mesmos e do seu relacionamento com os outros”.

Somos limitados aos criarmos, e as criações são tentativas de ultrapassar estes limites.
Limites físicos, metafísicos (família, local, momento histórico). A consciência nasce do
reconhecimento dos limites. Limitação e expansão se completam.

Heráclito dizia que “os limites são tão necessários quanto as margens dos rios.” A
imaginação é a extrapolação da mente. Os limites devem estar sempre claros e visíveis. A ordem
nasce da desordem.

A psicoterapia poderia dar origem ao nosso ser ou trata-se apenas de um artificio? Pode
se viver em um lugar no qual não se é aceito, porem não é possível viver sem significações.

“o equilíbrio essencial não é dado apenas pelo meu corpo.”

Cena holística igual forma. O que se passa no individuo, sob o disfarce de seus sintomas
é a paixão carregada de conflitos, para dar sentido a uma vida em crise. Temos necessidade de
fechar as Gestalts. A mente é um processo ativo de formulação e reformulação do mundo, que
é feito pela razão, emoção e imaginação.

O terapeuta não pode prever a natureza exata dessas decisões, são as vivencias da nova forma.

Vous aimerez peut-être aussi