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Assembleia Municipal do Seixal

EDITAL
N.º 24/2019

Alfredo José Monteiro da Costa


Presidente da Assembleia Municipal do Seixal
Torna público, nos termos da alínea b) do n.º 1 do art.º 30.º do anexo à Lei n.º 75/2013 de 12 de
setembro, que a Assembleia Municipal do Seixal reunirá em Sessão Ordinária, a 4.ª de 2019, no
próximo dia 20 de Setembro, pelas 20H00, nas instalações dos Serviços Centrais da Câmara
Municipal do Seixal, sitas na Alameda dos Bombeiros Voluntários, 45.
I – PERÍODO DE INTERVENÇÃO DA POPULAÇÃO.
II – PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA.
III – PERÍODO DA ORDEM DO DIA.

III.1. Suspensão de Mandato de Sandra Anabela Alves de Sousa.


III.2. Ata nº 09/2018 - 4ª Sessão ordinária, de 10 de setembro de 2018. Aprovação.
III.3. Informação sobre o trabalho em curso das Comissões da Assembleia Municipal.
III.4. Apreciação de informação da Câmara, sobre a atvidade desta, nos termos e para efeitos
das alíneas a) e b) do n.º 2 do art.º 25.º do Anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro.
III.5. Apreciação de informação do Presidente da Câmara, sobre a atvidade do município e
situação fnanceira do mesmo, nos termos e para efeitos da alínea c) do n.º 2 do art.º 25.º
do Anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro.
III.6. Plano Municipal de Defesa da Floresta contra Incêndios. Consulta Pública. Aprovação.
III.7. Alteração do objeto da doação ao Centro de Atvidades Sociais de Miratejo (CASM).
Revogação da deliberação n.º 149/2009-CMS de 8 de abril. Aprovação.
III.8. Regulamento de taxas do Município do Seixal. Alteração. Versão defnitva. Aprovação.
III.9. Fixação do valor da taxa do imposto municipal sobre imóveis (IMI), nos termos da alínea d)
do n.º 1 do art.25.º do Anexo à Lei n.º 75/2013 de 12 de setembro e alínea a) do art. 14.º
da Lei n.º 73/2013 de 3 de setembro. Aprovação.
III.10. Lançamento de derrama, nos termos da alínea d) do n.º1 do art. 25.º do Anexo à Lei n.º
75/2013 de 12 de setembro e alínea b) do art. 14.º e 18.º da Lei n.º 73/2013 de 3 de
setembro. Aprovação.
III.11. Defnição da partcipação percentual no IRS, nos termos do art. 26.º da Lei n.º 73/2013 de 3
de setembro. Aprovação.

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III.12. Delegação contratual de competências nas juntas de freguesia. Reforço dos meios
fnanceiros do contrato interadministratvo celebrado com a União de Freguesias do Seixal,
Arrentela e Aldeia de Paio Pires. Aprovação.
III.13. Percentual da Taxa Municipal de Direitos de Passagem para o ano de 2020. Aprovação.

Nos termos do n.º 2 artgo 18º do Regimento da Assembleia Municipal, a presente sessão poderá
ser repartda por duas reuniões, fcando desde já convocada a segunda reunião, a ter lugar no dia
útl imediatamente seguinte, no caso o dia 23 de Setembro de 2019, para o mesmo horário e no
mesmo local, caso se verifque a necessidade da sua realização para conclusão do Período da
Ordem do Dia.

Para conhecimento geral se publica o presente e outros de igual teor que vão ser afxados nos
lugares habituais estabelecidos na Lei, por cinco dias (úteis) dos dez dias subsequentes à data do
presente.

Seixal, 16 de Setembro de 2019

O Presidente da Assembleia Municipal

___________________________________________________
Alfredo José Monteiro da Costa

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Assembleia Municipal do Seixal
Ata nº 9/2018
4ª Sessão ordinária – 10 de setembro de 2018

A T A nº 9/2018

Aos dez dias de setembro de dois mil e dezoito, reuniu a Assembleia Municipal do Seixal, na sua
4ª sessão ordinária de 2018, nas instalações dos Serviços Centrais da Câmara Municipal do Seixal,
sitas na Alameda dos Bombeiros Voluntários, presidida por Alfredo José Monteiro da Costa e
secretariada pelo 1º Secretário, Américo Augusto de Oliveira da Costa, e pela 2ª secretária, Sara
Sofia Oliveira da Silva Lopes Oliveira, com a seguinte Ordem de Trabalhos, divulgada pelo edital nº
30/2018, de 6 de setembro.
I – PERÍODO DE INTERVENÇÃO DA POPULAÇÃO
II – PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA
III – PERÍODO DA ORDEM DO DIA
III.1. Ata da 1ª Sessão Extraordinária de 2018, de 30 de janeiro. Aprovação.
III.2. Apreciação de informação da Câmara, sobre a atividade desta, nos termos e para efeitos das
alíneas a) e b) do n.º 2 do art.º 25.º do Anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro.
III.3. Apreciação de informação do Presidente da Câmara, sobre a atividade do município e
situação financeira do mesmo, nos termos e para efeitos da alínea c) do n.º 2 do art.º 25.º do
Anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro.
III.4. Aquisição do imóvel usualmente designado por Edifício dos Serviços Centrais da Câmara
Municipal do Seixal, sito na Alameda dos Bombeiros Voluntários, 45, Seixal, União das Freguesias
do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, com a área de 15.500 m2, descrito na Conservatória do
Registo Predial do Seixal com o nº 6220/20050112 e inscrito na matriz predial urbana sob o artigo
7281, com recurso a contratação de empréstimo bancário. Suspensão do Plano de Consolidação
Orçamental. Relatório final e adjudicação. Aprovação.
III.5. Transferência de competências nos termos da alínea a) do nº 2 do art. 4º da Lei nº 50/2018
de 16 de agosto. Não aceitação. Aprovação.
Estiveram presentes, para além dos membros da Mesa:
Da CDU: Paulo Alexandre da Conceição Silva, Paula Alexandra Sobral Guerreiro Santos Barbosa,
Custódio Luís Quaresma Jesus Carvalho, Maria Júlia dos Santos Freire, Nuno Filipe Oliveira Graça,
Fernando Júlio da Silva e Sousa, Carlos Alberto de Sousa Pereira, Ana Luísa Pereira Inácio, Rui
Fernando Valente Algarvio, Maria João Evaristo de Oliveira Santos e Nuno Filipe Pombo Soares
Nunes;
Do PS: Samuel Pedro da Silva Cruz, Tomás Baptista Costa dos Santos, Luís Pedro de Seia Gonçalves,
Célia Maria Martins Cunha, Jorge Leonel Vaz Freire, Rui Miguel Santos Brás, Sérgio Miguel Carreiro

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Ata nº 9/2018
4ª Sessão ordinária – 10 de setembro de 2018

Ramalhete, Marta Sofia Valadas Barão, Bruno António Ribeiro Barata e Rui Jorge Guerreiro
Parreira;
Do PSD: Rui Miguel Lança Belchior Pereira, Maria Luísa Marques da Gama, Duarte Sérgio dos
Santos Melo Correia e Ricardo Manuel de Barboza Marques de Moraes e Soares;
Do BE: Vítor Manuel Cavalinhos, Eduardo Manuel Lino Grêlo e Sandra Anabela Alves Sousa;
Do PAN: António Joaquim Sota Martins;
Do CDS-PP: João Guilherme Nobre Prata Rebelo .
Estiveram ainda presentes os Presidentes de Junta de Freguesia de Amora, Corroios, Fernão Ferro
e da União das Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, respetivamente, Manuel
Ferreira Araújo, Eduardo Rosa, Carlos Reis e António Santos.
Registaram-se as seguintes substituições:
No grupo municipal da CDU: Hernâni Magalhães por Maria João Oliveira Santos e Rosária Antunes
por Nuno Pombo;
No grupo municipal do PSD: Rui Mendes por Ricardo Soares;
No grupo municipal do PAN: André Nunes por António Martins;
Para além do Presidente da Câmara Municipal do Seixal, Joaquim Cesário Cardador dos Santos,
estiveram presentes os seguintes Vereadores:
Maria Manuela Palmeiro Calado, Joaquim Carlos Coelho Tavares, José Carlos Marques Gomes,
Maria João Varela Macau, Eduardo Rodrigues, Elizabete Adrião, Marco Teles Fernandes, Nuno
Moreira, Manuel Pires e Francisco Morais.
A Sessão teve início cerca das 20:28 horas e constou de duas reuniões tendo a segunda tido início,
nos termos do artigo 18º do Regimento da Assembleia Municipal, pelas 20.35h do dia 11 de
setembro, no mesmo local, depois de a primeira reunião ter terminado pela 1:00h desse mesmo
dia.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Vamos dar início à 4ª Sessão Ordinária da
Assembleia Municipal de 2018 com uma primeira indicação, pedidos de substituição com ausência
inferior a 30 dias, da CDU: Hernâni Magalhães por Maria João Oliveira Santos e Rosária Antunes
por Nuno Pombo; do PSD: Rui Mendes por Ricardo Morais Soares; do PAN: André Nunes por
António Sota Martins; Começamos pelo primeiro ponto que é o Período de Intervenção da
População.”

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Ata nº 9/2018
4ª Sessão ordinária – 10 de setembro de 2018

I. PERÍODO DE INTERVENÇÃO DA POPULAÇÃO.


O Presidente da Assembleia Municipal disse: “A primeira inscrição é do Sr. José Carlos Pires
Mendes, que tem a palavra; dizer ou recordar que o período de intervenção é de 5 minutos no
máximo claro, se faz favor.”
I.1. José Carlos Pires Mendes disse: “O que eu tenho para dizer é o seguinte: há cerca de 10 anos
abriu no prédio onde eu moro, junto à minha habitação, um café com um simples pedido de
licenciamento entregue na Câmara, há 10 anos que está a funcionar a minha habitação é parede
meias com o café, a minha casa de banho está no espaço do café, está no espaço da loja, entre as
casas de banho da mesma; ouve-se todo o tipo de barulho, tivemos que meter uma grade na
entrada do prédio para que as pessoas não ficassem ali a fumar e a beber cerveja e, por vezes,
chegavam a ser 6 e 7 pessoas eu tinha que pedir licença para entrar em casa. Tenho que ter as
janelas da minha habitação fechadas por causa do cheiro do fumo porque ficam ali a fumar a 2 ou
3 metros, o barulho do café ouve-se, tudo é nítido e até se reconhecem as pessoas que eu
conheço que por vezes estão lá dentro do café a falar, ouve-se todo o tipo de barulho e assim tem
continuado durante estes 10 anos; eu tive reclamações, eu tive exposições com o nosso ex-
vereador Jorge Silva e a seguir com o vereador Jorge Gonçalves, e com vários técnicos; muitos dos
nossos técnicos iam-me dizendo tenha calma que o problema há de ser resolvido, isto não pode
estar assim, mas antes de mais eu quero pedir desculpa, o meu nome é José Carlos Pires Mendes
como foi dito, sou aposentado da nossa Câmara, a minha mulher também tem problemas de
saúde e por vezes tem dias que precisa descansar; ela trabalha na nossa Câmara e o trabalho
também é muito desgastante que é nos infantários, trabalha com meninos desde os 2 anos e meio
até aos 6 anos, ela tem os relatórios médicos dela, entretanto há 1 ano recebi um despacho do
nosso urbanismo: «serve o presente para informar que se irá dar início ao procedimento do
encerramento do estabelecimento da Av. General Humberto Delgado»; até hoje, vamos a caminho
de um ano eu pergunto o que é que eu devo fazer para que a lei seja aplicada para que isto seja
resolvido? Eu não tenho nada contra ninguém, e eu sempre me dei bem com a nossa Câmara e
tenho o maior respeito pela nossa Câmara e eu não queria ficar de costas viradas para a nossa
Câmara, agradeço a atenção e obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Passamos para a segunda intervenção que é Rita
Almeida, se faz favor.”
I.2. Rita Almeida disse: “O meu nome é Rita Almeida estou aqui em representação de mais 2
colegas minhas que estão ali, Laura Bizarro e Ana Duarte, somos as três ex-funcionárias da
cooperativa “pelo sonho é que vamos”; não sei se muitos dos presentes aqui sabem a nossa
creche encerrou dia 24 de agosto devido a uma dívida descomunal que a cooperativa adquiriu ao
longo de quase 20 anos de funcionamento; a cooperativa tinha várias respostas, tínhamos a
creche na Arrentela, amas, a casa abrigo, o CAT, o lar de jovens; eu venho aqui falar mais da
creche porque era o meu posto de trabalho porque éramos cerca de 11, 12 funcionários e que dia

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24 vimos fechar a porta do nosso posto de trabalho onde tínhamos uma creche cheia de crianças
e os pais satisfeitos com o nosso trabalho, inscrições bastantes em lista de espera, tínhamos mães
que estavam com 3, 4 meses de gravidez e já tinham lá a inscrição feita para os seus bebés; é
muito triste dado que ouvimos nas notícias que o nosso País tem poucas creches e nós acabámos
de fechar uma, era uma IPSS também que fazia falta a muitos pais com carência financeira, pronto
aqui a minha questão é: O que é que vão fazer ao edifício, visto que aquele edifício foi construído
meramente para creche e segundo sei não poderá ser nem uma discoteca, nem um lar de idosos e
nem uma piscina; também gostaríamos de saber se a creche volta a abrir e se nós funcionárias
teremos a possibilidade de sermos chamadas para voltar a trabalhar lá e eu gostava de saber
também qual é a posição da Câmara em relação ao fecho da creche porque tínhamos tudo para
termos sucesso, pais contentes, uma equipa muito boa, os meninos gostavam muito de nós
também e era uma mais valia também aqui para o nosso concelho. Mas derivado às pessoas não
saberem gerir prejudicou-se 60 famílias e no total de todas as valências 45 funcionárias. Pronto
eram estas as minhas questões que gostava de ver respondidas se possível, agradeço a vossa
atenção.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Eu dou a palavra ao Sr. Presidente da Câmara se faz
favor.”
O Presidente da Câmara Municipal disse: “Vou começar pela 1.ª intervenção do munícipe José
Carlos Mendes. Bom, o compromisso que estabelecemos é que vamos analisar o processo; referiu
que recebeu uma carta do urbanismo, que iríamos nós, município, encerrar o estabelecimento
comercial e perguntou como vai ser feito; neste momento nós não temos aqui a resposta mas
comprometo-me juntamente com os Srs. Vereadores a informá-lo sobre essa questão e depois
tentar saber o porquê de ainda não ter sido concretizado; e já agora gostava também de dizer que
o encerramento de estabelecimentos comerciais só o fazemos em última instância quando todos
os passos no sentido de obrigar os proprietários a cumprir as ordens municipais ou outras não
forem, digamos assim, plenamente atingidos; isto é, temos vindo a encerrar vários
estabelecimentos comerciais no Concelho porque de facto os proprietários não cumprem aquilo
que são as leis, relativamente ao ruído, relativamente ao licenciamento relacionado com a
atividade económica e por isso é que eu vou dizer assim com algum constrangimento que a
Câmara Municipal do Seixal decide encerrar os estabelecimentos, porque nós sabemos que ao
encerrar aquele estabelecimento há também trabalhadores e há famílias que vão ficar também
sem a sua subsistência; bom, e é por isso que, quando abordamos esses problemas e essas
situações, temos que ter sempre muita ponderação e muita sensibilidade, em primeiro lugar
sensibilidade para os munícipes que estão a ser afetados na sua qualidade de vida, que é o caso do
Sr. e da sua família, mas também sensibilidade para aquilo que vai acontecer se o município
exercer o seu poder de autoridade para encerrar um estabelecimento; por isso para lhe dizer que
nós, Câmara Municipal, temos vindo a encerrar vários estabelecimentos nos últimos meses é uma
situação que não nos satisfaz e só o fazemos em última instância como referi. No entanto, na

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questão em concreto eu desconhecia, irei ver e transmito ao Sr. José Carlos Mendes e depois
havemos de conversar sobre o que é que a Câmara perspetiva fazer sobre esta situação. Mas no
entanto eu gostava de referir que o melhor era se os senhores do café conseguissem cessar o
incómodo que provocam a si e à sua família e por outro lado isso iria resolver o problema sem
necessidade do município estar aqui com este tipo de situação que não é benéfica, vamos dizer
assim, para ninguém; portanto fica desde já o compromisso, então, que vamos responder à
questão que o Sr. José Carlos Mendes nos trouxe. Bom, sobre a situação da senhora ex-funcionária
Rita Almeida e também das suas colegas gostava antes de mais de vos dizer que é com grande
tristeza que vemos um sonho e que foi partilhado também pela Câmara Municipal do Seixal há
muitos anos com Nidia Abreu ver-se encerrado desta forma, eu diria com muita mágoa, porque
quem viveu como alguns de nós vivemos esse sonho desde o início até agora, é com muita mágoa,
acreditem, que vemos que a creche e não só todas as respostas e valências vão terminar; mágoa
porque acreditámos naquela equipa, naquela equipa diretiva, mágoa porque foram construídas
muitas respostas sociais que apoiaram muitas famílias e muitas crianças e muitos jovens, mágoa
porque vamos deixar de ter respostas sociais muito importantes no concelho, mágoa porque são
afetadas essas 6 dezenas de famílias que disseram e os mais de 40 funcionários que saíram, mas
também vos quero dizer que, da nossa parte, este exemplo deve-nos fazer refletir sobre a forma
como num País o Estado tenta dar resposta aos problemas sociais; o Estado muitas vezes, na
minha opinião, é apenas uma opinião minha, penso que se desresponsabiliza ao endossar uma
responsabilidade que devia ser sua para instituições que podem ter as melhores pessoas do
mundo, mas, de vez em quando, essas pessoas pela ordem da vida ou desistem ou mesmo
desaparecem, como foi o caso, e entram outras pessoas que ou por falta de acompanhamento ou
por falta de alguma coisa ou até de aproveitamento pessoal ou outro, transformam essas
respostas sociais e essa aposta do Estado para apoiar as famílias transformam-nas em em
instituições sem futuro e que põem em causa, na minha opinião, esse próprio modelo que o
Estado tem adotado; quero dizer que a resposta pública, quanto a nós, é muito importante, será
muito importante que o Estado Central perceba que as instituições particulares, são importantes
sem dúvida, mas tem que haver outro nível talvez um nível intermédio que permita regular este
setor com também respostas próprias do Estado para que consigamos de facto ter resposta para
quando situações destas aconteçam, estas famílias possam ser acolhidas pelas respostas do
Estado Central, que estes trabalhadores não saiam e possam ser incorporados nessas respostas do
Estado Central e portanto, de facto, quando o Estado não tem uma instituição para poder fazer
esse serviço à população, assim torna-se mais difícil; em muitas instituições muito bem geridas e
com muito boas respostas há sempre uma ou outra que falha e nesse sentido foi isso que
aconteceu; quero também dizer-vos que a Câmara Municipal do Seixal, desde o início, a Sra.
Vereadora dos serviços com a Diretora do serviço social, tentámos sempre fazer parte de uma
solução e a solução, para nós, passaria pelo edifício cujo terreno foi dado pela Câmara, edifício
cuja comparticipação de grande monta foi dada pela Câmara e que viesse à posse da Câmara; que

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se viesse à posse da Câmara garantíamos essa resposta, garantíamos que poderíamos viabilizar, ou
de forma direta ou como associação parceira, poderíamos viabilizar a creche para as famílias e
para as crianças; mas infelizmente a segurança social não conseguiu fazê-lo com a direção atual e
penso que a direção não está disponível para esse cenário e, por isso, a Câmara Municipal não
pode fazer mais do que aquilo que fez, que foi tentar intervir para que a valência de creche não
acabasse e que fosse o município propriamente, digamos, a fazer essa gestão de forma direta; mas
infelizmente foi uma solução para a qual não houve possibilidades de ser concretizada; bom sobre
o edifício quero aqui dizer que o município vai fazer valer os seus direitos, já temos edifícios
públicos que cheguem no Concelho vendidos em venda judicial e hasta pública e que hoje estão
fechados; dou o exemplo aqui do pavilhão da Quinta dos Franceses, pavilhão desportivo da Quinta
dos Franceses, do Seixal Futebol Clube, que foi comprado por um comerciante de fruta; não tenho
nada contra a fruta nem contra os seus comerciantes, mas que durante dois ou três anos está ali
encerrado, e a pergunta que faço é o que é que o Estado lucrou com isso? foram os 120 mil euros
que custou aquele edifício para estar fechado? esperemos que não aconteça o mesmo ao edifício
da creche “Pelo sonho é que vamos” do que aconteceu no pavilhão. A segunda pergunta é se a
creche vai voltar a abrir? Bom, esperemos que sim; aliás a Câmara Municipal e volto a dizer nós
estamos disponíveis, se o edifício vier à nossa posse, nós estamos disponíveis para encontrar uma
solução que viabilize a aquisição da parte restante que não foi custeada pelo município se for
necessário; claro que aquilo que ali está foi referenciado por fundos europeus, aliás fundos
europeus programa PARES neste caso, PARES, fundos europeus e Câmara Municipal; nós estamos
disponíveis para ficar com o património e aí sim, se ficarmos com o património, aí sim, claro é uma
creche que tem que ser reaberta, não irá ficar fechada; e sobre os funcionários eu diria que
dependerá depois da entidade que irá gerir, dependerá como a Câmara Municipal irá gerir,
teremos sempre que abrir concurso público para admissão de trabalhadores; se for uma entidade
fará o seu processo de seleção e claro que eu penso que seremos sensíveis e há possibilidade para
as pessoas que lá trabalharam poderem naturalmente voltar a exercer o seu direito ao trabalho
num sítio que conhecem e que deram o melhor de si; por isso, em resumo, é com grande mágoa
com grande tristeza que vemos esta instituição do concelho que outrora foi muitíssimo
importante para o município, digamos, estar no estado em que está e é também demonstrativo
de que talvez seja necessário a segurança social rever a forma como acompanha estas instituições
e como também têm soluções em concreto para, se não responde, retirar essas competências e
assumir de forma direta essa gestão; porque nós acreditamos que a segurança social deveria fazer
isso, devia ter serviços próprios para em casos de associações que não cumprem o seu papel que
têm gestão portanto uma gestão ruinosa da instituição pensamos que a segurança social deveria
tomar posse imediata dessa instituição até ela ser reequilibrada e depois então sim fazer um
concurso fazer uma parceria falar com várias entidades para encontrar uma nova direção ou uma
instituição que possa fazer essa gestão, bom, eu diria que é verdade que foi encerrada a creche
mas nós estamos disponíveis para encontrar uma solução para que ela reabra, assim existem

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condições jurídicas ilegais que o impossibilitem de o fazer tenho a convicção que a direção atual
contribuísse para essa solução ela era possível mas não sido isso que tem acontecido talvez se os
órgãos diretivos tomarem uma posição firme se houver uma alteração na direção da cooperativa
talvez seja possível uma reabertura da creche, a Câmara Municipal está disponível para apoiar e
desejo as maiores felicidades às trabalhadoras que aqui estão e a todas as colegas portanto é tudo
aquilo que neste momento temos para dizer.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Terminado o Período de Intervenção da População
passamos para o Período de Antes da Ordem do Dia foram apresentados 14 documentos até às 12
horas hora regimental, há uma moção do BE que foi apresentada no início da Assembleia e
portanto esta carece de leitura, as outras, em termos do regimento, não é necessário; portanto
passamos para o primeiro documento que é uma moção, é da CDU é «Pela Reposição das
Freguesias», subscrita por António Santos que tem a palavra se faz favor.”

II. PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA


II.1. O Grupo Municipal da CDU apresentou a moção «Pela Reposição das Freguesias», subscrita
por António Santos
(Documento anexo à Ata com o número 1)
António Santos, da CDU, disse: “Eu proponho-me a dizer aqui 2 palavras, aliás transmitir aqui um
artigo de opinião de duas pessoas que na última década mais se tem debatido sobre a questão das
Freguesias a nível do nosso País e que várias já foi aqui evocado no seio desta nossa Assembleia;
estou a falar de uma entrevista dada ao jornal Público pelo professor Dr. Cândido de Oliveira, no
dia 23 de agosto de 2018, e com certeza não concordando com ele na totalidade retrata um
bocado do sentimento que nós temos em relação, e melhor do que ninguém, em relação à
questão da reforma administrativa das freguesias passo a citar: «A reforma territorial das
freguesias de 2013 foi efetuada com oposição generalizada das freguesias e dos municípios do
nosso País e das respetivas associações representativas; o modo como foi realizada deixou muito a
desejar, foi feita fundamentalmente através de cortes percentuais do número de freguesias de
cada município daí resultando efeitos nocivos; vejamos dois exemplos concretos, um a norte e
outro a sul; a que título do município de Matosinhos que se juntou à força a freguesia da cidade da
Senhora da Hora com a freguesia e cidade de São Mamede da Infesta, ambas com mais de 20 mil
habitantes para formar uma nova freguesia que tem agora cerca de 50 mil residentes? e que
necessidade havia de obrigar o município do Seixal que tinha mais, segundo o artigo, que fala em
130 mil habitantes, mas não é 130 mil habitantes estamos a falar de aproximadamente cerca de
170 mil habitantes o município do Seixal tinha mais de 170 mil habitantes e apenas 6 freguesias a
ficar com quatro?» mas podia citar outros exemplos de absolutas realidades como são o caso, no
nosso próprio Distrito, as freguesias de Alcácer do Sal e Santa Susana com uma área de 919

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metros quadrados, a tal freguesia maior da Ilha da Madeira ou no caso da União de Freguesias de
Almada, Cova da Piedade, Pragal e Cacilhas também com aproximadamente 50 mil habitantes,
entre outros exemplos um pouco por todo este nosso País;, partiu-se para a reforma com uma
ideia completamente errada de que havia em Portugal freguesias a mais, apresentou-se o
Concelho de Barcelos com as suas 89 freguesias como exemplo, mas não se dizendo que mais de
metade de municípios de Portugal tinham menos de 10 freguesias e cerca de 80% tinham menos
de 20 freguesias; ora para municípios Portugueses que têm em média 300 quilómetros quadrados
e mais de 30 mil habitantes, ter 10 freguesias e mesmo 20 não é seguramente freguesias a mais;
podem ter outros problemas com freguesias demasiado pequenas e despovoadas, mas freguesias
a mais não; o principal erro da reforma de 2013 foi não ter uma ideia de freguesias devidamente
explicitada as freguesias sempre foram em Portugal um elo de proximidade com pequenas
despesas financeiras criadas para resolver problemas das comunidades locais e isso implicava
que não fossem nem demasiado grandes nem demasiado pequenas, uma freguesia demasiado
grande descarateriza pois perde-se a ligação entre eleitos e eleitores e uma freguesia demasiado
pequena não é viável não pode cumprir bem a sua missão como ente público, para reverter a
reforma a primeira preocupação deve ser de apresentar e trabalhar o conceito de freguesia e a
partir dele deve depois ter-se em conta as particularidades das freguesias urbanas e das freguesias
rurais e ter em atenção as diferenças que resultam do litoral e do interior do nosso País, é
necessário entretanto fazer uma reforma? É sem dúvida! Fazê-la à pressa não, nunca, muitas
agregações feitas foram casamentos à pressa, à força, e podem ser desfeitas até 2021; diria eu
que já deveriam ter sido desfeitas e existiram várias condições para isso mesmo; mas nada deve
impedir que o processo de reforma continue depois dessa data; uma atenção especial, por outro
lado, devem merecer as freguesias urbanas; há quem julgue que nas grandes cidades não deve
haver freguesias mas não se pode esquecer que nas grandes cidades europeias há preocupação de
aproximar a gestão destas da respetiva população estabelecendo entes inframunicipais muitas
vezes eleitos democraticamente; nós já temos esse trabalho feito temos as nossas freguesias,
volto a dizer que não concordando totalmente com o que aqui está dito subscrevo uma grande
parte e melhor do que eu seguramente o professor António Cândido de Oliveira transmitir
também para toda a Assembleia qual é a posição deste académico na última década muito se tem
debruçado sobre a temática das freguesias, disse.”
O Primeiro Secretário Assembleia Municipal disse: “Quem desejar usar da palavra faça o favor de
a solicitar, não há intervenções para este ponto? Sim senhor está inscrito o Sr. Deputado Rui
Belchior faça o favor de usar da palavra.”
Rui Belchior, do PSD, disse: “Bom, este tema é debatido amplamente aqui há uma série de anos
já, eu diria mesmo que há uma legislatura e eu sei que é um tema que é muito grato ao António
Santos que eu respeito muito mas temos aqui algumas divergências no entendimento desta
temática e apesar daquilo que se tem vindo a dizer repetidamente eu reparei que esta moção já
tem aqui uma nuance já fala em agregação porque antigamente era só o roubo e a extinção etc.

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Como sabe não foi perdido nenhum posto de trabalho o que foi extinto foi de facto os cargos
políticos, isso foi de facto extinto, mas como eu já disse aqui outra vez e que também motivou a
sua indignação provavelmente hoje acontecerá o mesmo eu diria que neste momento o nosso País
terá outras prioridades, designadamente a saúde, a educação e, já agora, a descentralização das
competências; também pelos vistos, também aquilo tem sido a política do Governo, não vai
permitir que a coisa se resolva tão cedo e, aliás, sobre este ponto eu queria dizer o seguinte com
base naquilo que tem sido o apoio da CDU a este Governo há 3 anos em que tem votado sempre a
favor do orçamento ainda que em rigor e circunscrevendo só aqui à questão do Seixal, olhe não
temos nem a reposição das freguesias nem a loja do cidadão nem o centro de saúde de Corroios
nem o hospital do Seixal, e falta menos de 1 ano para acabar a legislatura e portanto foi por isto
eventualmente por este tipo de coisas que os senhores apoiam apoiaram e apoiam este Governo e
é isto que eu não consigo entender eu gostava que me explicassem, afinal porque é que estão
neste contínuo apoio até ao fim, já agora.”
O Primeiro Secretário Assembleia Municipal disse: “Não há mais inscrições? Não havendo mais
inscrições preparamos-nos para votar, vamos votar a moção da CDU, em título, sobre o tema das
freguesias.”
Aprovada a Tomada de Posição nº 71/XII/2018, por maioria e em minuta com:
Trinta (32) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal do BE: 3
- Do grupo municipal do PAN: 1
- Do grupo municipal do SFF: 1
Cinco (5) votos contra dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo Municipal do CDS: 1
O Primeiro Secretário da Assembleia Municipal disse: "A moção está aprovada com votos contra,
4 do PSD e 1 do CDS, e todos os outros votaram a favor; creio que está correta; então declarações
de voto? João Rebelo do CDS se faz favor.”
João Rebelo, do CDS, disse em declaração de voto: ”O CDS enviará uma declaração de voto sobre
esta matéria.”
A declaração de voto não foi enviada, pelo que não se encontra anexa à presente ata.

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Ata nº 9/2018
4ª Sessão ordinária – 10 de setembro de 2018

O Primeiro Secretário Assembleia Municipal disse: "Passamos ao segundo documento deste


ponto que é uma recomendação proposta pelo Partido Socialista «Pela defesa de uma autarquia
local capaz de responder aos legítimos interesses dos seus munícipes», é apresentada pelo Sr.
Deputado Tomás Santos a quem dou a palavra se fizer o favor. Prescinde, obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Tem que ser, tem que falar ao microfone.”
Paulo Silva, da CDU, disse: "Portanto é um ponto de ordem à mesa não conta para tempos, temos
3 moções sobre a descentralização, esta do PS depois a do BE que nos termos regimentais seria a
seguir e temos uma do CDS também sobre o mesmo tema considerando que o PSD não tem
nenhuma e que a seguir ao BE seria a do CDS portanto fazemos a discussão em conjunto destas
três moções sobre o mesmo tema e depois a votação em separado sendo que vamos estar depois
no Período de Antes da Ordem do Dia a discutir o mesmo tema.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Sobre essa matéria, se houver entendimento dos
Líderes, a mesa não vê inconveniente, e portanto eu pergunto aos senhores Líderes assim de
forma rápida, portanto Samuel, Rui, Vítor Cavalinhos, António Martins, João Rebelo, e Carlos Reis
estamos de acordo ou não? Sim, então há um entendimento nesse sentido, na apresentação e
apreciação em conjunto e votação individual, como não pode deixar de ser; portanto em relação a
esta primeira do Partido Socialista o proponente prescindiu e portanto passamos à apresentação
da moção do Bloco de Esquerda, «Pela não transferência das novas competências previstas na lei
nº 50/2018 já para o ano de 2019», Vítor Cavalinhos se faz favor.”
II.2. O Grupo Municipal do PS apresentou a recomendação «Pela defesa de uma autarquia local
capaz de responder aos legítimos interesses dos seus munícipes», subscrita por Tomás Santos.
(Documento anexo à Ata com o número 2)
II.3. O Grupo Municipal do BE apresentou a moção «Pela não transferência das novas
competências previstas na lei nº 50/2018 já para o ano de 2019», subscrita por Vítor
Cavalinhos
(Documento anexo à Ata com o número 3)
II.4. O Grupo Municipal do CDS/PP apresentou a moção «Transferência de competências para
as autarquias locais e para as entidades intermunicipais», subscrita por João Rebelo.
(Documento anexo à Ata com o número 4)
Vítor Cavalinhos, do BE, leu integralmente o documento anexo à Ata com o número 3 e disse: " Só
mais três considerações rápidas: havemos de ter tempo de discutir isso em conferência de Líderes,
mas este procedimento que já falámos é completamente extraordinário, alerto só a Assembleia
Municipal e nomeadamente o Partido Socialista, que as pessoas que estão aqui a assistir à
Assembleia Municipal não sabem o que se está aqui a tratar, as pessoas que estão a assistir não
sabem o que é que o Partido Socialista propôs para ser votado; no mínimo as moções que não são

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Ata nº 9/2018
4ª Sessão ordinária – 10 de setembro de 2018

lidas têm que ser apresentadas, nos seus traços gerais volto a referir, e no aspeto deliberativo
porque as pessoas que estão a assistir têm todo o direito de saber o que se está aqui a tratar;
portanto os assistentes, a população que está a assistir não sabe o que se está aqui a tratar, não
sabe o que se está a propor e muito menos sabe o que é que se vai votar; acho que é uma falta de
respeito e de consideração democrática pela população que vem assistir à Assembleia Municipal.
Esta é a primeira nota, e outra coisa que gostava, o Partido Socialista não vai falar, mas eu gostava
de saber porque é que retirou a moção na Assembleia anterior e apresenta a moção exatamente
igual nesta Assembleia; não sei se vai explicar-se alguma vez; sobre a moção do CDS queria dizer o
seguinte: se o CDS mantiver cá três parágrafos nós votamos contra se os retirar nós vamos
considerar o que é que fazemos, os três parágrafos são estes, apelamos que o retire e farão o que
entenderem, já sabem qual é a nossa posição, nós não estamos de acordo com os três parágrafos
nomeadamente diz: «O anterior Governo desenvolveu e implementou uma profunda reforma,
nomeadamente» o BE está contra essa profunda reforma que o Governo anterior implementou; e
depois diz: «Por outro lado, no que se refere a áreas como a educação, saúde, segurança social,
cultura e transportes, foram aprovados diversos diplomas no sentido de efetivar». Nós não temos
essa opinião, e termino no terceiro parágrafo que diz: «Aquela profunda reforma necessitava de
ser aprofundada», e a nossa opinião é que aquela profunda reforma necessitava era de ser
completamente transformada e nem sequer o melhor era nem sequer ter acontecido, portanto o
BE sobre estes três parágrafos que objetivamente são os considerandos nesta moção são um
aplauso à política do anterior Governo do qual o CDS fazia parte, nós não estamos de acordo com
eles não os subscrevemos e portanto é evidente que votaremos contra uma moção que contenha
estes considerandos, era só.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Tem agora a palavra o João Rebelo é uma moção
do CDS «Transferência de competências para as autarquias locais e para as entidades
intermunicipais», se faz favor.”
João Rebelo, do CDS disse: “Apresentando esta moção eu gostaria que ficasse claro qual é a
posição do CDS sobre o que neste momento está a ser discutido, todos saberão a Assembleia da
República aprovou em julho a correr este reforma importante de descentralização para as
Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia e bem como também para as entidades intermunicipais
fá-lo depois de um processo que se foi arrastando na Assembleia da República muitas negociações
foram feitas fora da Assembleia da República foi um acordo de princípio celebrado pelos dois
maiores partidos da Assembleia da República, o Partido Socialista e o Partido Social Democrata
depois desse acordo ter sido efetivado de repente a Assembleia da República é confrontado com
uma aprovação a correr na última semana na sessão legislativa logo é a primeira crítica que
fazemos, uma reforma tão importante anunciada desde o início por este Governo é de repente
aprovada a correr a um ano das eleições quando a discussão não estava ainda estabilizada quer
com todos os partidos na Assembleia da República quer também com a Associação Nacional dos
Municípios e a ANAFRE e outros tipos de associações que tem um papel importante a dizer nisso;

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dito isto nós concordamos com princípio de fundo ou seja a descentralização essencial para o
efetivo e para um maior desenvolvimento económico e social de toda a população Portuguesa, o
meu partido é municipalista por convicção e é contra a regionalização também por convicção
porque acreditamos que é nas estruturas de poderes municipais que se deve encontrar força de
descentralizar um Estado que sempre foi ao longo de décadas, bem como séculos aliás, um Estado
muito centralizador no exercício das suas funções. Os órgãos autárquicos desempenham uma
função fundamental na oferta de serviços públicos de qualidade e proximidade dos portugueses, é
quem mais próximo está para desempenhar certas funções; sim senhor eleito do Bloco de
Esquerda, é verdade que nós pomos isso na nossa moção mas temos que considerar como válida
aquilo que nós lá pomos; o Governo anterior iniciou esse caminho de descentralização e é
indiscutível e eu não estou agora aqui a falar da reforma sobre a redução de freguesias para de 4
mil e tal para 3 mil estou a falar da descentralização efetiva que aconteceu; e foi, aconteceu, a
Câmara Municipal do Seixal bem ou mal, isto cada um terá a sua opinião, exerce neste momento e
as freguesias exercem neste momento essa descentralização e há quem veja com qualidade
outros não, mas essa descentralização acontece; e essa lei é importante sobre descentralização e
aconteceu a lei 75/2013 de 12 de setembro e foram áreas importantíssimas como aliás os
senhores eleitos já aqui dissemos; o que nós consideramos que essa descentralização deve
acontecer e deve de ser alargada em áreas como, a educação, saúde, ação social, proteção civil,
praias, proteção florestal, proteção animal, segurança alimentar, património, habitação, e nós
achamos que poderemos ir mais longe em algumas das temáticas e acrescentar novas
descentralizações para o exercício; é verdade que o País é diferente, é heterogéneo pelo que deve
ser feita sempre uma avaliação exaustiva à capacidade efetiva dos municípios no cumprimento
destas novas competências; portanto estes princípios básicos que nós achamos que não
aconteceu com esta reforma são os seguintes: a definição concreta e precisa das áreas a transferir
para os municípios não está claro; simultaneamente, e não posteriormente como este Governo
está a fazer, deve ficar devidamente salvaguardado que os municípios e as entidades envolvidas
dispõem de todos os recursos financeiros, materiais e humanos necessários para cumprimento
dessas funções; não ficou claro para ninguém; a salvaguarda que o exercício das competências não
comporta o aumento da despesa pública que nós também consideramos como essencial; e
garantir que o exercício das novas competências deve sempre corresponder às melhorias do
serviço prestado às populações a quem se dirige obviamente e nós acreditamos que sim
delegando nas Câmaras e nas freguesias isso pode acontecer; e acompanhar todo o efetivo
permanente quer antes quer depois da sua implementação, coisa que também não está
salvaguardado nas propostas que veio; e portanto passado este tempo todo o que esta boa ideia
que é reforçar e descentralizar mais para as freguesias, agora reparamos que foi tudo feito à
pressa, é um processo que foi obscuro, que não é claro, e não é só o CDS a dizer isso, o CDS não
votou a favor desta reforma, o CDS votou contra a proposta da lei das Finanças Locais e absteve-se
na proposta global, que tinha a ver com a descentralização que não acreditamos, é uma má

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descentralização que foi feita. Não somos só nós que dizemos nem CDU, o PEV e o PCP votaram
contra e também o BE na Assembleia da República, são centenas de autarcas do Partido Socialista
isto não é só o Partido Social Democrata que o dizem portanto esta reforma também foi feita com
o apoio dos dois grandes Partido que representam mais de 70% dos deputados na Assembleia da
República, mas pelos vistos as bases dos seus autarcas rejeitam esta proposta porque nós já
sabemos que muitas Assembleias Municipais e Assembleias de freguesia têm debatido esta
questão e muitos autarcas socialistas, e não estou a dizer só os autarcas da oposição dos
concelhos representados por outras forças políticas, mas são também autarcas que desempenham
funções de governo em muitos municípios que também estão a criticar, e muito, esta proposta;
portanto Sr. Presidente nós achamos que esta moção deva ser aprovada, vai no sentido de muitas
criticas que foram feitas também por este município pela Câmara Municipal do Seixal, achamos
que deve de ser feito agora, assim através destas moções, e aí já acompanhamos o Partido
Socialista nesta sua moção, nós não consideramos que neste documento seja obrigatória a
Câmara Municipal já o fez ou a Assembleia Municipal ter já uma deliberação se rejeita ou não
estas novas funções, e porquê? Porque a tal legislação anexa ou sectorial que devia de estar
aprovada não foi apresentada pelo Governo; portanto nós não temos, nós entenda-se a
Assembleia Municipal ou Câmara Municipal, não temos obrigação absolutamente nenhuma de
aprovar algo que não está consolidado e está desconforme em relação à legislação atual, mas a
Câmara acha que sim já o fez e a Assembleia Municipal também acha que deve aprovar eu acho
que não; o debate deve de ser feito aqui a nossa moção é condicional não devemos aprovar se
não forem garantidos os financiamentos, se não está claro como é que a transferência é feita e as
datas que é feita, que tipo de sub-carga para as freguesias à Câmara vai ter a todos os níveis, esta
moção portanto propõe condicionar a aprovação dessa mesma descentralização que nós
consideramos que, como ideia de fundo, é positiva mas como está feito pode trazer sérios
constrangimentos aqui à nossa Câmara Municipal, ao município do Seixal e às juntas de freguesia
que vão ter que absorver estas novas funções; portanto nós achamos que este é o momento é
aqui que deve ser feito desta maneira, portanto não colide, na nossa opinião, com aquela ideia de
que as coisas já estão feitas e que não nos devemos já manifestar sobre isto, nisso eu acompanho
o que está na moção do Partido Socialista. Em termos de voto, não voto a favor da moção do
Partido Socialista porque ela está favorável a todo o mecanismo como isto levou a esta proposta,
não vou pedir nada ao Bloco para retirar nada, mas também não vou votar contra à do Bloco
porque eu vou votar sobretudo aquilo que está escrito na parte resolutiva da vossa moção, eu
concordo com ela portanto é por isso que eu vou votar a favor não vou votar contra a vossa
moção, mas também não vou retirar nenhuma linha porque eu acredito que a reforma que foi
feita há anos atrás, a descentralização aconteceu, foi uma descentralização, foi a maior que foi
feita desde o 25 de abril quando criou a lei que nós temos, teve os seus defeitos com certeza eu
admito teve alguns erros, teve a sua limitação mas foi um grande passo para descentralizar de

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facto o País que está continua a ter uma visão muito jacobina, de que Lisboa é que manda em
tudo e em todos e isso está errado, muito obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Inscrições para intervenção em relação estas três
moções? Samuel Cruz se faz favor.”
Samuel Cruz, do PS disse: “Começar pela questão regimental, o Partido Socialista não recebe
lições de democracia de ninguém e ainda menos do Bloco de Esquerda que é um jovem partido
que ainda anda um bocadinho ao sabor da maré, questões regimentais discutem-se em sede de
conferência de Líderes; se os Líderes tivessem entendido que era necessário ler todas as moções
no início tinham feito um regimento diferente; nada mais a dizer acerca disto, e enfim às vezes
alguns de nós com discursos tão confusos que nem adiantaria muito vir aqui tentar explicar
porque as pessoas só sairiam daqui mais confundidas que aquilo que tinham entrado; em relação
a esta moção efetivamente, explicar, o PS retirou porque foi sensível a esta moção que tinha
apresentado sei lá, uns 15 dias atrás, ou nem tanto, porque foi sensível ao argumento que aqui
vieram aduzir, no geral mais ou menos unanimemente, de que não haveria matéria para deliberar,
os diplomas sectoriais não tinham sido ainda publicados e portanto o Partido Socialista que
retirasse que quando fosse altura, ou seja, quando os diplomas sectoriais tivessem publicados
seria a altura de discutir; bom, o Partido Socialista traz hoje de novo porque o Partido Socialista
está no mesmo sítio; pelos vistos os restantes partidos que achavam que se deveria retirar a
moção porque não era altura de discutir sem que nada tivesse acontecido aqui estão hoje já a
querer deliberar; bem, sem que nada tivesse acontecido não é verdade porque no fim de semana,
não é este porque foi o da festa do Avante, mas no anterior reuniu com o Secretário-geral do PCP
e disse, atenção aí em baixo, vocês vão ter que apresentar todos esta moção, e ela aqui está; a
questão aqui para nós prende-se de uma forma muito simples e é, ou estamos a favor da
descentralização ou estamos contra, o que o Partido Socialista aqui veio dizer é isto, nós estamos a
favor, nós somos a favor da descentralização e propomos que se crie um grupo de trabalho, dado
a sua importância, no seio da Assembleia Municipal para acompanhar este processo; mais nada, o
que dizem as outras propostas vamos já rejeitar isto e eu chamo-vos à atenção para alguns
problemas disto; imaginem os diplomas sectoriais são rapidamente publicados, há todas as
condições para que em janeiro, fevereiro ou março ou até dia 1 de julho, vamos já dar 6 meses, 6
meses para a descentralização ser efetuada e o município do Seixal durante 6 meses estar já na
frente e a produzir; e o que é nós devemos dizer aqui, não, não, agora já para 2019, 2019 para o
ano não queremos nada para 2020, para 2019 e acabou; mas há mais! Vejam o caso de um dos
setores mais importantes neste caso concreto, a educação, naturalmente que a descentralização
na área da educação vai ter que ser feita no início do ano letivo nós já dissemos em 2019 nem
pensar, portanto na melhor das hipóteses vamos ter a descentralização em outubro de 2020 ou
seja praticamente em 2021, esta deliberação é nós dizermos não queremos e pronto é estas
dificuldades que traz, o que o Partido Socialista diz é: nós somos a favor, nós estamos cá para
trabalhar seja em janeiro, fevereiro, em março ou em julho quando for vamos aceitar e até lá

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Ata nº 9/2018
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vamos preparar para que isso aconteça a contento de todos, os outros com mais ou menos
subterfúgio dizem descentralização não.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais intervenções sobre estas moções? Paula
Santos se faz favor.”
Paula Santos, da CDU, disse: ”Estão em discussão 3 moções neste momento, nós já aqui alertamos
que na Ordem de Trabalhos está um ponto específico sobre esta matéria por isso guardaremos a
nossa denúncia sobre estas questões para o ponto que está previamente agendado nesta
Assembleia Municipal; mas queria só deixar aqui este aspeto, depois teremos também
oportunidade de desenvolver, colocar a questão de descentralização sim ou não não é colocar a
questão de uma forma séria, colocar a questão seria descentralização como, com que meios, com
que condições, com que instrumentos, como é que tudo isto se vai concretizar para alcançar
determinados objetivos, e é isto que falta em todo este processo.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais intervenções? Não há mais pedidos de
intervenção? Rui Belchior se faz favor.”
Rui Belchior, do PSD, disse: "Bem, eu sobre isto gostava de dizer o seguinte: Foi com grande
surpresa - bom isto agora chamemos-lhes o que quisermos, não sei bem que figura regimental é
esta, talvez um desabafo - foi com grande estupefação que hoje cheguei aqui e vi três partidos,
três forças políticas e partidárias com moções sobre esta temática quando a mesma está inserida
no Período da Ordem do Dia; portanto, de facto, já nada me vem surpreender mas ainda me
surpreende e não consigo entender; eu nunca pensei dizer isto, bom quase que faria minhas as
palavras da Sra. deputada Paula Santos porque de facto é preciso saber como e qual é o modelo;
se o eleito Samuel Cruz do Partido Socialista quer passar cheques em branco ao Governo, eu
compreendo que o façam, mas agora não pode pedir às outras forças que alinhem pela mesma
bitola porque isso é inadmissível; estar a passar cheques em branco porque sobre esta ou sobre
aquela matéria, sobre a descentralização que, já agora, nós fizemos um acordo com o PS, não se
sabe bem ainda em que modalidade e é exatamente essa a questão; qual é a modalidade que vai
ser implementada sobre este processo de descentralização e, já agora, o mais importante porque
isto é uma temática que eu, não me levem a mal em dizer-vos isto, mas para o Socialismo e para
os Socialistas é uma temática parece que passa sempre ao lado; é que com que dinheiro - e já virei
aqui dizer mais alguma coisa sobre outras moções e sobre outros documentos que vocês irão
apresentar - é com que dinheiro e com que verbas é que pretendem fazer este processo de
descentralização, e isso é que importa saber. Obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Bem, pela última vez, porque já perguntei 4 ou 5,
quem é que pretende intervir para fecharmos, é para fechar e não havendo pedidos de
intervenção, Tomás Santos e quem é que pretende intervir mais? Porque se não em cada vez que
se pergunta quem pretende intervir são 2 minutos, quer dizer desculpem lá mas também não dá,

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Ata nº 9/2018
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Tomás Santos e mais pedidos de intervenção? Se não fechamos aqui; é isso, então Tomás Santos
se faz favor.”
Tomás Santos, do PS, disse: “Bom, eu penso que há algumas coisas que devem aqui ser ditas
acerca destas moções acerca desta discussão, que é também por isso que nós trazemos aqui este
documento, e há aqui alguns argumentos ou algumas dúvidas que devem de ser esbatidas; em
primeiro lugar o Vítor Cavalinhos a certa altura disse que isto era contra o princípio da
subsidiariedade; é exatamente o contrário, o processo da descentralização é talvez o passo mais
significativo em prol do princípio da subsidiariedade constitucionalmente protegido que nós
temos; o princípio da subsidiariedade é isso mesmo, é quando nós acreditamos, dentro do Estado,
que quem está mais próximo das populações tem mais capacidade para desenvolver determinado
tipo de competências do que quem está mais distante, logo não tem nada a ver com se as
populações vão ficar mais protegidas ou o que foi aqui trazido, que eu verdadeiramente também
não percebi muito bem; depois também não é verdade a questão de que o processo foi feito à
pressa eu acho que não é bem verdade porque desde 2015, quando o Partido Socialista foi para o
Governo e incluiu isto no programa do Governo que isto está em discussão; aliás eu relembro que
a deputada desta Assembleia Municipal Paula Santos, que também é deputada da Assembleia da
República, logo nessa altura disse que era contra, que o PCP estava contra este processo porque
era a favor sim da regionalização e não da descentralização de competências; por isso não é
verdade que este processo tenha sido aprovado à pressa porque este processo está em discussão
e os Partidos que não quiseram trazer propostas para esta discussão foi porque não quiseram
porque a verdade é que toda a gente sabia que isto estava em discussão; também não é verdade
que o processo não seja participado; eu não conheço nenhum processo que tenha sido tão
participado comparativamente com a ANMP que é quem representa todos os municípios de
Portugal na conclusão deste processo; agora é verdade que os processos e os processos desta
dimensão têm sempre um momento em que as coisas não correm como se desejaria; agora nós
temos a certeza que um processo que é participado tem sempre idiossincrasias, podemos fazer
diferente, como o PSD e o CDS fizeram no seu Governo que foi aprovar a régua e esquadro
aprovado pelo Governo Central, isso acho que não é o mais correto de se fazer; o que aqui está
em discussão é uma questão de princípio; não se pode dizer, ou não é correto ou não é justo dizer-
se, que nós não podemos aprovar ou temos que rejeitar o processo de descentralização porque
ele está mal conduzido, porque nós não conhecemos o como, quando; aquilo que nós aprovámos
foi uma lei quadro e portanto o que está aqui em causa é uma questão de princípio; eu
relativamente à questão de princípio, a pergunta que deve ser feita é: somos a favor da
descentralização, somos a favor de um poder local democrático mais capaz, ou não somos a favor
de um poder local democrático mais capaz? aquilo que eu ouço, nomeadamente da CDU, que a
culpa é sempre do Estado Central, então eu devolvo a pergunta perguntando então no momento
em que nós temos a capacidade de ter um poder local mais capaz, com mais capacidades logo à
partida, logo quando ao princípio estamos contra, se calhar podemos dizer que o Partido Socialista

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enquanto alternativa é capaz para as autarquias de ter mais poderes e ter mais competências mas
se calhar a CDU não, e é isso que está mal neste município. Obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Pergunto, o Tomás Santos é proponente e portanto
já interveio, Vítor Cavalinhos pretende intervir? Não, João Rebelo se faz favor.”
João Rebelo, do CDS disse: “Eu não estava a pensar em falar mas depois do nosso colega do
Partido Socialista aqui fez gostaria de clarificar alguns factos: primeiro o parlamento aprovou em
meados de julho, a lei entrou em vigor no dia 15 de agosto e deram um mês aos municípios para
se pronunciarem para esta importantíssima delegação de poderes; se isto não é feito a correr,
lamento muito Sr. eleito municipal; é claro que é a correr que o estão a fazer, é claro que é
verdade que se negociou com a ANMP, essa discussão aconteceu e muitas críticas foram feitas em
relação à discussão que aconteceu, e não fui eu que disse, foram os eleitos do Partido Socialista
que o disseram; mas a ANMP que representa todas as autarquias, mas tem 308 Presidentes de
Câmaras e executivos municipais, etc. que não tiveram possibilidade de ter essa discussão, enfim,
mais aprofundada sobre essa transferência, isto também é indiscutível; terceiro, sim nós fizemos
proposta, Sr. deputado, eu não vou falar pelos outros partidos, o Bloco também o fez e também
fez o Partido Comunista e o PEV e até o PAN em relação a estas matérias; sabe o que é que o
Partido Socialista fez? chumbou-as todas; portanto, não venha dizer que não foram propostas
feitas e apresentadas, nós fizemos várias propostas alternativas, como os outros partidos, foram
todas chumbadas; nem uma, havia uma até que nós apresentámos primeiro, que era igual à do
Partido Socialista, mesmo assim votaram contra a nossa e aprovaram a vossa; só para ver onde é
que isto chegou, sobre o grande respeito para a discussão; não diga que os partidos da oposição
não apresentaram alternativas, fizeram-no constantemente durante este debate; e outro
elemento que quero agora aqui defender, a minha colega da Assembleia da República, a Paula que
esteve lá presente, houve meses, a subcomissão que tratou disso nem reuniu sequer, não foi um
nem dois, foram meses a fio; claro que foi apresentado pelo Governo em 2015, depois houve um
hiato de não sei quanto tempo para apresentação destes documentos, depois houve um novo
hiato de não sei quanto tempo para depois, de repente, a correr vamos aprovar depois o Partido
Socialista chegou a acordo com a direção nacional do PSD num acordo feito, desculpem lá que eu
vos diga, entre duas direções sem que o parlamento soubesse exatamente como é que aquilo
estava a ser discutido e depois é apresentada uma moção e agora votem isto a correr, que foi aqui
esta negociação; portanto, não podem dizer que este foi um processo exemplar porque não foi,
não foi transparente porque não foi e foi a correr porque foi e os partidos da oposição que
apresentaram alternativas foram todas chumbadas; portanto não diga que nós também não
tínhamos alternativas a apresentar sobre estes casos porque sim, todos nós, e eu estou aqui
também falo pelos meus colegas dos outros partidos que foram apresentadas, eu posso também
fazer chegar o guião das votações, porque de facto eram muitas as propostas alternativas,
obrigado.”

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O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Muito bem, vamos então colocar à votação, o
primeiro era uma recomendação do Partido Socialista e em relação à recomendação do Partido
Socialista vamos votar.”
Votação do ponto II.2.
Rejeitada a Tomada de Posição nº 72/XII/2018, por maioria e em minuta com:
Onze (11) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PS: 11
Vinte e um (21) votos contra dos seguintes eleitos:
– Do grupo municipal da CDU: 16
– Do grupo municipal do BE: 3
– Do grupo municipal do CDS-PP: 1
– Do grupo municipal do SFF: 1
Cinco (5) abstenções dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal do PAN: 1
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Portanto esta recomendação foi rejeitada com os
votos a favor do Partido Socialista, abstenção do PSD e do PAN, e os votos contra da CDU, BE, CDS,
SFF. Declarações de voto? Tomás Santos se faz favor, não, então Bruno Barata se faz favor.”
Bruno Barata, do PS, disse em declaração de voto: “Desejo as boas vindas e o voto de sucesso à
nova Vereadora Dra. Maria João Macau desejo as maiores felicidades no desempenho das suas
funções a bem do nosso município. A declaração de voto do Partido Socialista a nossa moção era
efetivamente tornar este processo ainda mais participado para além daquilo que o eleito o meu
colega Tomás Santos disse e ao contrário do que o eleito do eleito do CDS João Rebelo disse não
pretendia-mos tornar este processo mais antecipado e a um nível mais micro a criar um grupo de
trabalho importa dizer que estamos perante um princípio político e quando os Srs. Eleitos
perguntam o como, o como são os diplomas sectoriais que vão ser publicados e aí são definidas as
regras de jogo e portanto muito me admiro e fico efetivamente indignado com os votos
efetivamente contra quando estão a votar contra um princípio político que é da descentralização
porque as regras do jogo vão ser conhecidas mais à frente, disse.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais alguma declaração de Voto? Não. Passamos
para a votação da moção do Bloco de Esquerda.”
Votação do ponto II.3.

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4ª Sessão ordinária – 10 de setembro de 2018

Aprovada a Tomada de Posição nº 73/XII/2018 por maioria e em minuta com:


Vinte e dois (22) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU:16
- Do grupo municipal do BE: 3
- Do grupo municipal do PAN: 1
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1
- Do grupo municipal SFF: 1
Onze (11) votos contra dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PS: 11
Quatro (4) abstenções dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PSD: 4
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Portanto esta moção foi aprovada com os votos a
favor da CDU, BE, PAN, CDS e SFF, e os votos contra do PS e a abstenção do PSD. Declarações de
voto? Paulo Silva se faz favor.”
Paulo Silva, da CDU, disse em declaração de voto: “A CDU votou favoravelmente esta moção por
concordar com o que está expresso na mesma apesar de ser nossa firme posição que a discussão
desta matéria deve ser feita no Período da Ordem do Dia onde se encontra a proposta.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Passamos para a moção do CDS-PP e vamos
proceder à votação.”
Votação do ponto II.4.
Rejeitada a Tomada de Posição nº 74/XII/2018, por maioria e em minuta com:
Um (1) voto a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1
Vinte e oito (28) votos contra dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal SFF: 1
Oito (8) abstenções dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PSD: 4

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4ª Sessão ordinária – 10 de setembro de 2018

- Do grupo municipal do BE: 3


- Do grupo municipal do PAN: 1
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “A moção foi rejeitada com os votos contra da CDU,
PS, SFF, a abstenção do PSD, PAN, BE, e votos a favor do CDS. Declarações de voto? Paulo Silva.”
Paulo Silva, da CDU, disse em declaração de voto: “A CDU votou contra esta moção por não
concordar com os considerandos da mesma nomeadamente nas referências que são feitas ao
anterior Governo e apesar de na parte deliberativa estarmos na generalidade de acordo,
continuamos a dizer que a discussão será feita no respetivo ponto da Ordem do Dia.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais declarações de voto? Vítor Cavalinhos.”
Vítor Cavalinhos, do BE, disse em declaração de voto: “O Bloco apresentará uma declaração de
voto no prazo regimental.”
A declaração de voto não foi enviada, pelo que não se encontra anexa à presente ata.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Então passamos para o documento seguinte que é
uma saudação do PAN «À comunidade Educativa do Concelho do Seixal no início do ano letivo
2018/2019» subscrita por António Martins que tem a palavra se faz favor.”
II.5. O Grupo Municipal da PAN apresentou a saudação «À comunidade Educativa do Concelho
do Seixal no início do ano letivo 2018/2019», subscrita por António Martins.
(Documento anexo à Ata com o número 5)
António Martins, do PAN, disse: “Vou ser muito rápido; acho que toda a gente sabe que daqui a 2
dias temos o novo ano letivo e é um momento marcante para toda a comunidade educativa e
acho que a Assembleia Municipal devia aproveitar esta oportunidade para saudar toda a
comunidade educativa do Concelho fazendo votos que o presente ano ou o futuro ano letivo corra
da melhor maneira e que promova os maiores êxitos profissionais aos profissionais de educação e
ao pessoal de apoio educativo e a toda a comunidade estudantil do Concelho, obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Pedidos de intervenção sobre esta moção? Não há
pedidos de intervenção; é isso? Confirma-se? Bruno Barata se faz favor.”
Bruno Barata, do PS, disse: “O Partido Socialista quer associar-se a esta saudação para a abertura
do ano letivo e gostaria de referir que em termos de educação o Partido Socialista garantiu a
gratuitidade dos manuais escolares para todos os alunos do 1.º e do 2.º ciclo, tem defendido a
escola pública e reconhecendo a importância da educação na primeira infância abriram 170 salas
do Pré-escolar da rede pública; a taxa de abandono escolar precoce reduziu para os níveis mais
baixos de sempre, o programa nacional de sucesso escolar bem como a contratação de mais 700
técnicos para alunos com necessidades de ensino especiais sublinha a importância que o Partido
Socialista dá à igualdade de oportunidades; 7 mil professores foram vinculados e 35 mil tiveram

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Ata nº 9/2018
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formação contínua através do projeto flexibilidade curricular, as escolas ganharam liberdade para
o desenvolvimento do currículo alargando-se à escola pública instrumentos de trabalho que até
agora estavam reservados apenas ao ensino particular e cooperativo; e para terminar, mais de 200
escolas foram requalificadas pelo País; sim a despesa na educação aumentou garantindo melhor
escola pública. Obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais intervenções? Não; pergunto ao proponente
se pretende ainda intervir; Não, então vamos colocar à votação.”
Aprovada a Tomada de Posição nº 75/XII/2018, por unanimidade e em minuta com:
Trinta e sete (37) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal do BE: 3
- Do grupo municipal do PAN: 1
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1
- Do grupo municipal SFF: 1
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Portanto a moção foi aprovada por unanimidade.
Declarações de voto? Júlia Freire, com certeza se faz favor. ”
Júlia Freire, da CDU, disse em declaração de voto: “A CDU quer fazer uma declaração de voto não
sobre aquilo que se aprovou na saudação mas sobre aquilo que acabou por ser dito quando o PS
diz que se quer juntar a esta saudação e que acrescenta estes dados todos; como é evidente, a
saudação é à comunidade educativa do nosso Concelho e aquilo que nós poderemos aqui dizer é
que todas aquelas conquistas que acabaram de ser referidas pelo PS foram conseguidas sim com
as propostas nomeadamente do Partido Comunista; ora bem, a nossa declaração de voto é que
votámos favoravelmente a saudação do PAN mas temos que referir aqui os constrangimentos que
são colocados à educação e, como tal, de facto o ano letivo está a começar com muitos
constrangimentos; saudação sim, votámos favoravelmente a saudação apesar destes
constrangimentos que se vão colocar no início deste ano letivo, quer em termos de pessoal quer
em termos de professores, quer em termos de condições das nossas escolas; disse.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Atenção às declarações de voto por duas coisas, as
declarações de voto são, eu não estou a referir-me a esta em especial estou-me a referir às
declarações de voto para evitarmos também que interrompamos e tem um limite de 2 minutos;
duas coisas, é para ser declaração de voto e em 2 minutos; portanto mais alguma declaração?

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Não, portanto passamos para o documento seguinte. É do Presidente de Fernão Ferro é uma
moção «Segurança rodoviária e segurança pedonal na freguesia de Fernão ferro», subscrita por
Carlos Reis que tem a palavra se faz favor.”
II.6. O Grupo Municipal SFF apresentou a moção «Segurança rodoviária e segurança pedonal na
freguesia de Fernão ferro», subscrita por Carlos Reis que tem a palavra se faz favor.”
(Documento anexo à Ata com o número 6)
Carlos Reis, do SFF, leu integralmente o documento anexo à Ata com o número 6.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Teve um bónus de 20%, vamos aos tempos a CDU
tem 12 minutos, o PS tem 6, o PSD 5, o BE 1, o PAN 4,30, SFF ultrapassou, e o CDS também já
terminou o tempo, quem é que pretende intervir para esta moção? Paulo Silva se faz favor.”
Paulo Silva, da CDU disse: “Primeira questão, é uma questão ilegal; a Assembleia Municipal não
pode deliberar o que é que a Câmara Municipal vai fazer; há uma autonomia dos órgãos, são
órgãos diferentes; a Assembleia Municipal pode exigir, pode propor, pode recomendar, não pode
deliberar que a Câmara Municipal faça; portanto é esta a primeira questão; depois aqui algumas
questões, é possível que em todos os passeios da freguesia com a questão das AUGI e com
algumas questões para conseguir a reconversão urbanística, em que sabemos que os passeios não
têm as medidas que são exigidas legalmente, em que houve redução, conseguir que seja possível
em todos os passeios da freguesia carrinhos de bebé ou cadeiras de rodas, eu tenho dúvidas;
pronto, não sei se a Junta de Freguesia fez isso, depois eu não estou a ver como é que pode haver
carros estacionados legalmente em zonas de cruzamentos; porque pelo código da estrada isso é
proibido, podem estar em contravenção e, aí, é chamar a GNR para os fins necessários; não é uma
atribuição, parece-me a mim, da Câmara Municipal; depois eu não entendo se o que está aqui
assim é uma recomendação para a Câmara fazer, ou para fazer um protocolo; não entendo qual é
o objetivo disto, se está aqui assim a pretender fazer um protocolo, se é para se estudar em
conjunto; eu penso que são questões que têm que ser aqui esclarecidas e que, sem as mesmas,
penso não ser possível votarmos isto.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Eu, de facto, aqui no registo e esta intervenção do
Paulo Silva tem sentido a chamada de atenção logo no início, e à mesa passou-nos isto; mas, bom,
portanto a atenção dos senhores membros da Assembleia, de facto esta formulação não pode ser
deliberada, porquanto a Assembleia Municipal não pode deliberar que a Câmara execute; pode
recomendar, já foi dito e sobre isso não temos dúvidas; há aqui uma formulação que tem que ser
corrigida; portanto naturalmente cabe ao proponente, se o entender.”
Carlos Reis, do SFF, disse: “Muito bem, que se façam as devidas alterações de forma a que a
moção se encaixe dentro daquilo que está previsto no regimento no âmbito das competências
desta Assembleia Municipal, de forma a que possa chegar à Câmara a proposta exposta na moção

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Ata nº 9/2018
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de Somos Fernão Ferro. Relativamente à questão colocada pelo Paulo Silva dizer o seguinte: Na
avenida do Seixal, Paulo, desculpa….
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Ó Carlos desculpe lá mas o proponente é que tem
que adequar o que é que pretende colocar na proposta tem que dizer, mas o que é que fica?
Desculpe lá ó Carlos mas isto não é tudo bem nem tudo mal, o que é que fica no documento
deliberação ou vai ser deliberada, diga, diga…
Carlos Reis, do SFF, disse: “Fazer a devida alteração no texto de forma a que se proponha, a
Assembleia Municipal propõe que a Câmara execute.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Recomenda, é isso que fica? Recomenda já está
bem, pronto corresponde ao quadro do regimento dentro do quadro de competências entre os
dois órgãos; portanto recomenda em vez de, que é para ficar claro, em vez de deliberar, portanto
recomendam em vez de deliberam, certo? Então se faz favor.”
Carlos Reis, do SFF, disse: “Relativamente à questão colocada pelo Paulo Silva dizer o seguinte:
Temos a avenida do Seixal que foi recentemente pavimentada até com o investimento da Câmara
Municipal do Seixal na ordem dos 80 mil euros, onde podes verificar numa das fotografias que eu
anexei, e uma da pavimentação onde foram construídas também as infraestruturas ao nível dos
lancis em toda a sua extensão não está salvaguardada; as caixas para a colocação dos contentores,
esse é só um exemplo, mas temos mais; na Mouzinho da Silveira, ao chegar à rotunda da Flor da
Mata, na 378, igual; e qualquer uma delas, destas em particular, até podíamos considerar outras,
mas não vamos lá; mas essas em particular resultam da construção recente de infraestruturas;
portanto, não faz sentido aquilo que se estava aqui a fundamentar, pelos menos da parte da CDU;
ainda sobre os estacionamentos, sim, existe eu comecei a minha moção chamando a atenção para
uma deficiência e errada planificação e ela está aqui bem provada....”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Ó Carlos, este estilo não é apropriado; ó senhor
membro da Assembleia, desculpe lá, antes de continuar, não, este modelo assim a gente não está
no café, quando eu entrego ao vizinho; se tem alguma coisa, desculpe lá mas não é assim, se tem
alguma coisa a tratar, trate fora da Assembleia, não é andar de um lado para o outro, aí a dar
papeis, e olhe o tempo está a contar, quero-lhe dizer..., mas não faz isso eu não lhe permito aqui,
mas não lhe permito, meu amigo, não, não, não entra nada em dialogo; eu não lhe permito isto, o
senhor está a abusar, portanto que fique claro, este modelo creio que ninguém está de acordo,
está a intervir, sai da intervenção, entrega um documento, vai a outro... desculpe lá mas isto é a
Assembleia Municipal e tem regras; se não conhece faça o favor de se informar, é o mínimo;
entretanto gastou 3 minutos cedidos pelo PAN. Mais intervenções sobre esta moção? e vamos lá a
ver, este modelo de coisas que de facto não tem a ver com o funcionamento da Assembleia não se
repete seja quem for; é preciso estar sempre a chamar a atenção? não é, eu julgo que temos mais
que fazer, eu acho que temos muitas coisas importantes aqui para nos concentramos, certo? mais

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intervenções? Não há mais pedidos de intervenção, o proponente não tem tempo mas já
interveio, portanto e sendo assim, pergunto naturalmente à Câmara, ao Sr. Vice-presidente se
pretende intervir? Se faz favor.”
O Vice-presidente da Câmara Municipal disse: “Sobre as questões colocadas relativas a Fernão
Ferro e começando por relevar a necessidade do cumprimento das regras e do próprio código da
estrada no que diz respeito a algumas das questões que foram levantadas, naturalmente que
também uma maior articulação; vamos procurar com as forças de segurança designadamente com
a GNR, na responsabilidade que têm sobre essas matérias tendo também presente
recomendações e sugestões que tomaremos em conta, aquelas que serão possíveis de concretizar
e que vão permitir melhorar a sinalética, as medidas de acalmia são essas que naturalmente
iremos ter em conta; e ver como podemos implementar o plano das sugestões sobre o espaço
urbano; existem efetivamente medidas que podem contribuir para essa melhoria e nesse sentido
também poderemos ir dando passos nessa matéria; não podemos é esquecer o contexto em que
foi crescendo a zona urbana e o próprio desenvolvimento das AUGI e as necessidades que depois
colocam de acerto muitas vezes já com os muros construídos em passeios que ficaram bastante
estreitos e agora articular essas situações nem sempre é fácil, e por isso tem causado algum
constrangimento, mas tem sido procurado soluções que não prejudicam nem os peões nem a
circulação dos automóveis; poderão, do ponto de vista estético, do ponto de vista da imagem
urbana, não ser as melhores soluções, mas estamos disponíveis e também contamos com o apoio
da Junta de Freguesia para encontrar essas soluções junto dos proprietários, porque vai ser
necessário algumas destas questões concretas e reveladas nas fotografias com as associações e
com os próprios proprietários para fazermos esse caminho; poderíamos ir pela questão mais fácil
que era pedir às próprias AUGI para fazerem esse trabalho, que é um trabalho da sua
responsabilidade, mas sabemos que se não houver esse acompanhamento da Câmara, e esse
esforço da Câmara, muitas vezes ter que fazer esse investimento essas situações não se irão
resolver com a celeridade que todos desejamos; disse Sr. Presidente.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Portanto a moção fica: na segunda página, 4º
parágrafo é substituído «deliberam» por «recomendam»; e é assim que a vamos colocar à
votação.”
Aprovada a Tomada de Posição nº 76/XII/2018, por maioria e em minuta com:
Vinte e um (21) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal do BE: 3
- Do grupo municipal do PAN: 1

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- Do grupo municipal do CDS-PP: 1


- Do grupo municipal SFF: 1
Dezasseis (16) votos contra dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “A moção foi aprovada com os votos a favor do PS,
PSD, BE, PAN,CDS,SFF, e os votos contra da CDU. Declarações de voto? Não há declarações de
voto.”

II.7. O Grupo Municipal do CDU apresentou a moção «Pela melhoria dos serviços de saúde do
concelho do Seixal», subscrita por Rui Algarvio.
(Documento anexo à Ata com o número 7)
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Passamos para o documento seguinte que é da
CDU é uma moção «Pela melhoria dos serviços de saúde do concelho do Seixal», é subscrita por
Rui Algarvio que tem a palavra se faz favor.”

Rui algarvio, da CDU, disse: “Venho propor a aprovação de uma moção pela melhoria dos serviços
de saúde do concelho do Seixal; a temática é focada no âmbito dos cuidados de saúde primários
no nosso concelho uma vez que temos assistido, nos últimos anos, a um desinvestimento
sucessivo nos cuidados de saúde primários a nível concelhio, seja através da não contratação de
pessoal médico e não médico em número suficiente mas também através do não apetrechamento
das unidades de saúde funcionais com os meios necessários para o seu funcionamento e também
através do encerramento do único SAP concelhio que existiu na freguesia de Amora com a criação
de um acompanhamento complementar com horário muitíssimo reduzido na freguesia de Amora
que não corresponde de maneira nenhuma às necessidades das populações, obrigando muitas
destas situações de doença aguda a serem canalizadas para o hospital Garcia de Orta quando
podiam perfeitamente ser resolvidos no âmbito de cuidados de saúde primários; acrescentando
ainda mais constrangimentos ao funcionamento do hospital. Também motivo de preocupação é a
notícia recente do concurso para adjudicação da empreitada da construção do novo centro de
saúde de Corroios tenha ficado deserto uma vez que nenhuma empresa considerou que o valor
portanto que o valor pedido o valor que podia executar portanto a obra pelo valor que o Estado
pretendia pagar era de tal maneira insuficiente que ficou o concurso deserto e isto obviamente
que nos deixa bastante preocupados, passo a ler então as deliberações, portanto a Assembleia
delibera reivindicar o reforço no investimento nos CSP do concelho, de forma a suprir a crónica
carência de profissionais de saúde e de equipamentos, exigir que sejam cumpridos os protocolos
entre o Ministério da Saúde e a Câmara Municipal do Seixal para as construções urgentes do
Hospital no concelho do Seixal e do novo centro de saúde de Corroios; Reiterar a necessidade de

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construção de novas unidades de saúde em Foros de Amora e Aldeia de Paio Pires; Insistir na
impressionabilidade de reorganizar o serviço de atendimento complementar de modo a diminuir a
pressão assistencial sobre o HGO; Expressar a sua solidariedade para com os utentes e populações
a quem tem sido cortado o acesso aos cuidados de saúde, conforme direito legitimamente
consagrado em texto constitucional; Manifestar o seu apreço pela elevada dedicação dos
profissionais de saúde do concelho, os quais têm vindo a desempenhar as suas funções com
significativos constrangimentos.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Intervenções sobre esta moção? Quem é que
pretende intervir? Não há pedidos de intervenção, é isso? Se não há pedidos de intervenção
vamos votar. Rui Belchior se faz favor.”
Rui Belchior, do PSD disse: “Bom, eu não queria ser fastidioso e estar sempre a dizer as mesmas
coisas, mas em face da insistência nestes pontos não me resta outro remédio, porque nós temos
estado a ouvir, nós PSD, nos últimos meses e anos que a austeridade acabou e que a economia
cresce e que tudo no nosso País corre às mil maravilhas e também não consigo compreender,
como aqui já disse hoje, a CDU há três orçamentos que aprova e que apoia o orçamento do
Partido Socialista e, portanto, não consigo entender; talvez com a proximidade, na medida em que
apenas falta um ano para acabar esta legislatura começamos agora a encetar este caminho da
reivindicação; pois eu diria, reivindica pois eles estão ali, e já agora reivindiquem às mesmas
pessoas que durante estes últimos anos têm dito coisas do género, que no Concelho do Seixal
portanto não é em mais lado nenhum, é no Concelho do Seixal, vão ser investidos pelo Governo,
não sabemos bem quando, 100 milhões de euros; 100 milhões de euros! os meses passam, os
anos passam, a legislatura vai passar e zero; como eu aqui já hoje disse, nem esquadra do Seixal,
nem hospital do Seixal, nem loja do cidadão nem coisíssima nenhuma e eu não consigo entender
como é que a CDU insiste agora neste tipo de documentos a reivindicar, a reivindicar; eles estão
ali, reivindiquem e peçam-lhes as explicações; e já agora, de uma vez por todas, tomem uma
posição concreta com aquilo que julgam que é a ação do Governo porque assim ninguém entende;
quer dizer, reivindica-se por um lado e depois apoia-se e aprova-se por outro; sinceramente não
entendo.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais intervenções? Não há pedidos de intervenção,
pergunto ao proponente se pretende mais alguma consideração? Não, então vamos colocar à
votação.”
Aprovada a Tomada de Posição nº 77/XII/2018, por maioria e em minuta com:
Vinte (20) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
- Do grupo municipal do BE: 3

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- Do grupo municipal do PAN: 1


Dezassete (17) abstenções dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1
- Do grupo municipal SFF: 1
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Portanto a moção foi aprovada com os votos a
favor da CDU, BE, e PAN, abstenções do PS, do PSD, do CDS e do SFF, à alguma declaração de
voto? Bruno Barata.”
Bruno Barata, do PS disse em declaração de voto: “De uma forma muito sucinta, o Partido
Socialista absteve-se nesta votação sobre esta moção considerando que está consciente que é
necessário mais investimento, que é possível efetivamente fazer mais; no entanto, queríamos
expressar o nosso desacordo de uma forma muito sólida como o ponto cinco em que tem sido
cortado o acesso aos cuidados de saúde o que não corresponde à realidade; outra nota, o Centro
de Saúde de Corroios que o Governo lançou o concurso porque a Câmara Municipal não quis
assumir a responsabilidade de ser dono de obra, ficou deserto e contra isso o Governo não pode
fazer nada vai ter que lançar novo procedimento, relativamente ao concurso que foi aberto para
médicos de família salientar que as duas vagas na Amora ficaram desertas e duas vagas das quatro
de Corroios também ficaram desertas porque os médicos não querem vir para o Concelho do
Seixal; e desafio efetivamente que o Concelho do Seixal talvez com maior qualidade de vida
consiga captar médicos, relembro ainda que em termos de saúde a despesa pública em saúde
aumentou 8% de 2015 para 2017 o serviço nacional de saúde recebeu 350 milhões de euros dos
quais 175 de despesas com o pessoal, 94% da população tem médico de família, desde o início
desta legislatura foram contratados mais 9 mil trabalhadores para o sector da saúde dos quais 4
mil enfermeiros e 3 mil médicos, repito, mais 4 mil enfermeiros e 3 mil médicos, disse.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Bom, esgotou o tempo não ultrapassou o tempo
mas esgotou o tempo e fez uma verdadeira intervenção, na minha opinião, uma verdadeira
intervenção, isto é para todos vermos ainda há bocado foi a CDU e foi contestado; agora a do PS
até eu tive o arrojo de fazer este breve comentário, apenas breve; mas pronto, é para nós termos
em conta no conjunto; ora então passamos para o documento seguinte.”
II.8. O Grupo Municipal do PS apresentou a moção «Aplicação de sistemas de aproveitamento
de águas pluviais», subscrita por Jorge Freire.
(Documento anexo à Ata com o número 8)

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O Presidente da Assembleia Municipal disse: “O documento seguinte é uma moção do PS


«Aplicação de sistemas de aproveitamento de águas pluviais», é subscrita por Jorge Freire que tem
a palavra se faz favor. Há prescinde. Agora vou dizer os tempos, a CDU tem sete minutos e vinte, o
PS seis, o PSD três, o BE um, o PAN um minuto e trinta, e os outros já não têm. Intervenções para
esta moção? Paulo Silva se faz favor.”
Paulo Silva, da CDU disse: “O PS vem aqui assim com várias propostas e a nossa primeira dúvida é
se ao propor que no edifício central ou edifício operacionais passem a ter, que sejam instaladas
estas redes de captação de recolha e aproveitamento de águas pluviais se o PS nos pode dizer
quais é que são os custos desta medida; é porque vamos estar aqui assim a deliberar sobre a
aquisição no ponto da Ordem do Dia mas para deliberarmos sobre esta matéria acho que é
importante os custos; estamos aqui a falar de milhões de 2 milhões, 3 milhões e concordo aqui
com o Rui Belchior quando diz que o PS a questão dos custos quando é que temos aqui assim esta
questão dos custos, depois o 2 º ponto, iniciar os procedimentos para revisão do regulamento de
edificação, vocês conhecem os regulamentos em vigor no Concelho do Seixal? É que deviam de
saber que há um regulamento urbanístico que no seu art.º 32, n.º 1, a gestão de águas sistema de
drenagem pluvial deve adotar soluções técnicas que promovam o armazenamento de águas
pluviais no interior da área de intervenção; isto já existe, isto já aqui está no nosso regulamento,
como é que o PS vem propor que isto possa estar incluído no regulamento? são estas duas
questões que gostaríamos de ver aqui esclarecidas para se poder votar.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Intervenções? Vítor Cavalinhos se faz favor.”
Vítor Cavalinhos, do BE disse: “Eu tenho pouco tempo e só vou dizer o seguinte: Na última
Assembleia o PS já tinha trazido esta moção mas depois retirou-a com a argumentação que este
assunto era preciso ser aprofundado e depois viria à assembleia Municipal, portanto qual é o
aprofundamento que houve? É assim, portanto: se isto não é a brincar com o pagode, anda lá
perto.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais intervenções? Samuel Cruz se faz favor.”
Samuel Cruz, do PS disse: “Três breves notas; o PS na última Assembleia retirou não porque
precisasse de aprofundar mas pelos outros partidos que não tinham tempo para responderem e
dada a importância entendemos que devia ser discutida com outra profundidade é diferente
daquilo que aqui foi dito; primeira coisa, em relação ao custo, tendo em conta o custo deste
edifício entre as rendas e aquilo que aqui iremos deliberar hoje como diria o Jorge Jesus, é
amendoins, e em terceiro lugar em relação ao regulamento municipal dá, (essa não parecia tua
Paulo) é que onde diz «deve», que não é obrigatório, tem que passar a dizer «tem».”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais intervenções? Jorge Freire se faz favor.”
Jorge Freire, do PS disse: “Vou responder ao Paulo Silva de uma forma extremamente rápida; o
Paulo Silva tenta sempre escamotear aqui as questões; ou é pela forma ou é pelo conteúdo, desta

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vez foi pelo conteúdo e fugiu realmente à verdadeiramente questão ou pelo menos ao assunto
que tratava esta moção; esta moção trazia uma coisa ou algo relacionado com a sustentabilidade,
é isso; é mais uma proposta do PS relativamente ao ambiente, à sustentabilidade ambiental e de
facto havia também e há também uma proposta nesta moção que é tornar este edifício algo
inédito até nesta forma de captação de água; e dizer também o seguinte e recordando um bocado
a experiência que eu tenho; eu moro aqui muito perto e de facto há um desperdício de água
diária, um desperdício de água da rede; de regar o jardim portanto, isto é mais uma medida para
evitar ou seja uma medida paliativa para evitar uma vez mais todo este desperdício de água, mas
pronto o Paulo Silva mais uma vez tentou virar a questão.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais intervenções? Creio que não há, então sendo
assim vamos colocar à votação.”
Rejeitada a Tomada de Posição nº 78/XII/2018, por maioria e em minuta com:
Catorze (14) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal do PAN: 1
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1
- Do grupo municipal SFF: 1
Quinze (15) votos contra dos seguintes eleitos:
Do grupo municipal da CDU: 15
Oito (8) abstenções dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal da CDU: 1 (Nuno Filipe Oliveira Graça)
- Do grupo municipal do BE: 3
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Portanto a moção foi rejeitada. Declarações de
voto? Nuno Graça.”
Nuno Graça, da CDU, disse em declaração de voto: “Dificilmente o PEV poderia votar contra esta
proposta porque ela defende tudo aquilo que temos vindo a defender, quer para as nossas
autarquias, quer naquelas onde somos oposição; no entanto a proposta do PS, e concordo com o
Paulo Silva, peca nesta questão por estar a condicionar a Câmara tendo em conta o que está
previsto no ponto 1, artº 32 do regulamento; ao propor que seja feito isto nos edifícios da Câmara
está à partida a condicionar a localização desses locais de aproveitamento de águas pluviais; não
sabemos, por exemplo, se a autarquia estará a equacionar outros locais para instalar esses pontos
de recolha ou mesmo se os edifícios camarários serão uma solução viável e correta para isso; uma

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vez que são edifícios que já estão construídos, por fim queria só questionar se, porque não o fiz,
quer dizer fica a pergunta no ar, porque a posição do PS em relação a estas questões nos outros
municípios - até porque numa pesquisa muito breve apenas encontrei uma notícia em Vila Nova
de Famalicão que é do 12 de 2017, e outra uma moção que o PSD apresentou na Assembleia
Municipal de Lisboa que também é do 11 de 2017 - portanto não há mais ações do PS em relação
ao aproveitamento da água e é estranho isso; fica a questão no ar. Obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Há mais alguma declaração de Voto? Não há, bom,
vamos aos tempos CDU tem 6 minutos, PS 4, PSD 3, BE 40 segundos, PAN 1,30.”
II.9. O Grupo Municipal do CDU apresentou a moção “Pelo fim da concessão da Fertagus e
Promoção do Serviço Público de Transportes” subscrito por Nuno Pombo Nunes.
(Documento anexo à Ata com o número 9)
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Passamos para o documento seguinte, é uma
moção da CDU “Pelo fim da concessão da Fertagus e Promoção do Serviço Público de
Transportes”, é subscrita por Nuno Pombo, tem a palavra se faz favor.”
Nuno Pombo Nunes, da CDU disse: “Brevemente, a CDU considera que a solução atual de
concessão dos transportes atuais da Fertagus não devem ser, a concessão deve terminar neste
momento que é explorada pelo grupo Barraqueiro e portanto consideramos que há melhores
opções nomeadamente a integração na CP deste serviço, cinco notas muito rapidamente, é
possível uma solução mais barata, uma solução ao nível do orçamento de estado e ao nível das
famílias dos contribuintes, é possível aumentar a oferta de transporte na Fertagus, é possível
melhorar a qualidade do serviço com essa solução que propomos é possível uma solução que
integre o passe social intermodal e é possível naturalmente que a CP assegure um melhor serviço
público que neste momento é desempenhado pelo Grupo Barraqueiro, obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Intervenções? Não há pedidos de intervenção
sobre esta matéria, é isso? Bruno Barata se faz favor.”
Bruno Barata, do PS, disse: “Estamos aqui perante uma questão efetivamente ideológica;
essencialmente o Partido Comunista defende a nacionalização, o Partido Comunista está sempre
presente a dicotomia do sector público/sector privado e a história tem mostrado que o Partido
Comunista está errado e tem mostrado desde Caracas até Moscovo; esta é efetivamente a
realidade; a nacionalização da Fertagus incorporada efetivamente na CP seria um erro estrondoso,
até porque há vários indicadores, e se estudasse um pouco com atenção, em que a Fertagus em
todos os índices supera a resposta da CP; seja pontualidade, seja conforto, seja capacidade de
transporte, e em várias linhas de transporte; é efetivamente também surpreendente como é que o
Partido Comunista Português não se informou e não verificou que existe uma unidade técnica de
acompanhamento de projetos que, por acaso, o antigo Governo nada fez e que este Governo já
este ano, em março de 2018, proferiu o despacho 3064 em que diz quais são as diretivas de

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4ª Sessão ordinária – 10 de setembro de 2018

direção da nova concessão e aí está presente que essa comissão vai procurar fazer a renegociação
do contrato, baixando as tarifas, procurando efetivamente as sinergias intermodais bem como não
deixar cair as sinergias que existem com a SulFertagus que, efetivamente, é muito importante, e
com medidas de implementação de qualidade de serviço nomeadamente no transporte até
Setúbal que na hora de ponta é bastante reduzido; e portanto estamos aqui perante uma questão
ideológica sem qualquer estudo, sem qualquer análise, do que é que poderia ser essa catástrofe,
disse.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Inscrições? Paulo Silva se faz favor.”
Paulo Silva, da CDU disse: “Efetivamente até estava para concordar com o que o eleito do PS disse
sobre a questão Fertagus/CP porque é sabido que os vários governos têm estado a destruir a CP e
tem-se visto o que é que está a acontecer, mas penso que se o eleito do PS Bruno Barata tivesse
estado com atenção a todas as promessas que o Governo do seu partido tem feito quanto ao
sector ferroviário teria concluído que quando acabasse a concessão da Fertagus já a CP teria um
serviço de excelência com todos os investimentos que têm sido ditos; ou o Sr. Eleito do Partido
Socialista veio aqui dizer que tudo o que o Partido Socialista, o Governo do seu Partido, tem dito
sobre investimento no sector ferroviário é promessas que não saem do papel? somos obrigados a
concluir, em função da sua intervenção, isso.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais intervenções? Vítor Cavalinhos.”
Vítor Cavalinhos, do BE disse: “A primeira novidade, não sei se é em 1ª mão mas acho que não,
que eu quero dar ao Bruno Barata; o Bloco de Esquerda também está de acordo com o fim da
Fertagus e também vamos lutar por isso, portanto não é só o Partido Comunista Português, o
Bloco de Esquerda também está; portanto pode ficar com essa informação, que você já sabia,
agora não tenho nenhum problema, é um problema ideológico, também é um problema
ideológico o Bruno Barata fazer a intervenção que fez é um problema ideológico das duas partes
não é só de uma parte, e já agora por motivos ideológicos, como o senhor também deve de saber,
foram privatizados no tempo de Margaret Thatcher os caminhos de ferro da Grã-Bretanha que
também já deve saber que já voltaram para a administração do Estado, tal foi a ruína em que
ficaram; não sei se já sabia, estou-lhe a dar outra notícia; a terceira notícia que lhe vou dar, que
também já sabe, é que a degradação da CP é responsabilidade dos boys que o PSD, CDS, e o PS lá
têm instalado ao longo dos anos e que têm levado à destruição daquela empresa; isto é uma
evidência; aliás, têm colocado boys noutros sítios também mas a gente agora só está a tratar da
CP e portanto a CP é possível melhorar o serviço; aliás o Governo do Partido Socialista promete
todos os dias que vai investir milhões para melhorar o serviço da CP, portanto é possível melhorar;
é só um problema de vontade política de melhorar; o problema é que a vontade política é uma
vontade política de piorar, que é para depois vir aqui com a argumentação que a Fertagus de facto
é que é uma grande maravilha.”

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Ata nº 9/2018
4ª Sessão ordinária – 10 de setembro de 2018

O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Tem a palavra o Sr. Deputado Rui Belchior.”
Rui Belchior, do PSD, disse: “Bem, eu diria que há aqui uma certa contradição nestes argumentos
na medida em que se reconhece que a CP está uma lástima e está, tem uma dívida de 8 mil
milhões de euros não sei se com boys se sem boys, mas é esta a mesma empresa que os senhores
pretendem que o comboio da Fertagus ou denominado por outras pessoas pelo comboio da ponte
seja integrado na CP e isto é uma contradição absoluta que eu não consigo compreender; ou
melhor, consigo compreender se pensar que os sindicatos mais poderosos que operam no mundo
da ferrovia são precisamente da CGTP, designadamente dos maquinistas, e portanto percebe-se
aqui que esta moção tem apenas um condão e um intuito ideológico, puramente ideológico;
porque se há meio de transporte neste momento que funciona bem neste País é o comboio da
Fertagus, pelo menos eu estou à vontade para o dizer porque, durante três meses no ano, sou
utilizador deste meio de transporte e nunca tive problemas; e dizer que os utilizadores da CP têm
problemas ou quase todas as semanas ou todos os meses, confrontados com as ininterruptas e
intermináveis greves, que são a toda a hora declaradas pelos tais sindicatos afetos à CGTP, e isto é
que é uma grande verdade; e portanto esta ideia e esta petição já agora assinada por 200
personalidades, muitas delas, pelo menos as que eu conheço, não estão sequer a ver-se como
utilizadores do meio de transporte, nem sequer devem usar uma vez por ano; portanto só
encontro explicação nesta ideia ideológica de domínio dos sindicatos que é ali talvez uma das
principais razões ou a principal razão pela qual o PCP viabilizou esta solução de Governo,
obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Haverá mais intervenções da parte dos senhores
deputados? Duas ainda? Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Pombo.”
Nuno Pombo, da CDU, disse: “Bom, algumas notas de esclarecimento; os comboios, as estações,
tudo pertence ao Estado; o que é que acontece? é que a gestão é que é privada pelo grupo
Barraqueiro e é essa a grande diferença que os senhores têm que perceber; e portanto isto é um
investimento público, é um investimento do Estado, há uma gestão privada da exploração do
serviço e nós consideramos que fará todo o sentido que isto seja integrado, haja uma gestão
pública da mesma; porquê? Porque é um custo excessivo, porque o serviço é caro, é inadmissível
que haja passes a 160 euros, isto é incrível, como pode acontecer uma coisa destas? há um estudo
do Estado para que o grupo Barraqueiro possa ter milhões de euros de lucro e, portanto, há uma
contabilização que são muitos milhões que o grupo Barraqueiro está a ganhar à custa das pessoas,
que as pessoas têm que ir todos os dias trabalhar, e portanto eu não consigo perceber como é que
o Partido Socialista depois das posições que tomou quando entrou para o Governo, ou pelo menos
o Partido Socialista do Seixal, esperemos que o Partido Socialista nacional tenha outra concepção
das coisas, e portanto esse processo, o processo das privatizações que ocorreu quando a direita
saiu do poder foi positivo naquela fase; portanto é preciso, eu vou citar o António Costa, é preciso
fazer o que ainda não foi feito e portanto como disse o meu camarada Paulo Silva, e muito bem,

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há anúncios sistemáticos de milhões para a ferrovia e é a ocasião fundamental para neste


momento a gestão pública da Fertagus passar, para ser uma gestão pública e não ao serviço do
Barraqueiro; muito me surpreende, eu não consigo, eu confesso o senhor eleito do PS ficou ali
numa teia, nacionalizações aí, e eu não consigo perceber como é que esta gestão privada da
Fertagus pelo grupo Barraqueiro é possível com a solução proposta por exemplo pelo Fernando
Medina; não consigo perceber porque se há uma situação de passe intermodal e portanto há duas
coroas, há um custo muito mais barato; como é que é possível termos este serviço ainda numa
gestão privada, eu não consigo perceber, confesso, não consigo perceber estas incoerências
sistemáticas; depois é preciso o argumento da sustentabilidade ambiental, como foi aqui frisado
anteriormente, temos que tirar carros de Lisboa temos que fazer com que as pessoas andem mais
de transporte público e isso passa por este tipo de medidas; pronto, uma última nota para dizer,
no fundo, corroborando a perspetiva do Sr. Eleito do Bloco de Esquerda, parece que há aqui uma
tenção entre o PS do Sócrates e um possível PS que vai andando aqui um pouco a rabear e este PS
do Seixal que infelizmente só tem uma perspetiva destrutiva das coisas, obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Paulo Silva se faz favor. Prescinde. Samuel Cruz.”
Samuel Cruz, do PS, disse: “Isto é só porque eu sou cioso dos direitos de autores e quem disse que
fazer o que ainda não foi feito é uma canção do Pedro Abrunhosa não é do António Costa.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Pergunto se há mais algum pedido de inscrição?
Não havendo vamos colocar à votação esta moção da CDU.”
Aprovada a Tomada de Posição nº 79/XII/2018, por maioria e em minuta com:
Dezanove (19) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
- Do grupo municipal do BE: 3
Dezoito (18) votos contra dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal do PAN: 1
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1
- Do grupo municipal SFF: 1
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Portanto a moção foi aprovada com os votos a
favor da CDU e do BE, e votos contra do PS, PSD, PAN, CDS, SFF. Declarações de voto? Não há.”
II.10. O Grupo Municipal do PS apresentou a moção «Pela Criação da figura do Provedor
Municipal», subscrita por Luís Gonçalves.

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(Documento anexo à Ata com o número 10)


O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Passamos para o tempo, a CDU tem 40 segundos, o
PS um 1 minuto e 40, o PSD 1 minuto e 30, o PAN 1 minuto e 30 . E a moção seguinte é do PS
«Pela Criação da figura do Provedor Municipal», é subscrita por Luís Gonçalves e que tem a
palavra, prescinde da apresentação, com certeza, então inscrições? Paulo Silva.”
Paulo Silva, da CDU, disse: “Pergunto ao PS se está ciente da legalidade da proposta, por quanto
estive à procura sobre isso, houve um acórdão no Tribunal Constitucional sobre a questão do
Provedor Regional que estava no estatuto político ou administrativo dos Açores e concluiu pela
sua inconstitucionalidade e a CCRLVT em função disso levanta dúvidas sobre a constitucionalidade
dos Provedores Municipais, se estão cientes da legalidade da vossa proposta?”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Intervenções? Samuel Cruz se faz favor.”
Samuel Cruz, do PS, disse: “Sim, o Partido Socialista está seguro da constitucionalidade desta
proposta, tanto mais que não se levantam aqui questões autonómicas das autarquias municipais;
o parecer da CCRLVT não nos parece em nada apelativo e não há dúvidas.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Eu gasto só 2 segundos da CDU, eu tenho
seriíssimas dúvidas disto porque não conheço, ao fim deste tempo de autarca, que isto esteja no
quadro das competências municipais; não conheço e já tenho muito tempo de autarca e não
conheço isto; bom e dois segundos já foram ao ar da CDU; quem é que pretende intervir mais? Rui
Belchior.”
Rui Belchior, do PSD, disse: “Mais uma vez a minha questão de fundo serão duas, sobretudo, e é
uma pergunta que faço aos eleitos do Partido Socialista e é, se estão cientes da legalidade, essa
questão já foi colocada, mas estão cientes dos custos da proposta? E já agora como é que seria
feito essa escolha, se por eleição, se por indicação, e se pensaram onde é que esse, digamos
assim, gabinete iria operar? É que é preciso responder a estas questões quando se fazem estas
propostas, muito obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais intervenções? Intervenções? Samuel Cruz.”
Samuel Cruz, do PS, disse: “Aqui a questão é uma questão de qualidade da democracia não tem a
ver com as competências e nem se pretende acrescentar o que quer que seja às competências da
Câmara; pretende-se que aquilo que é a democracia municipal funcione de uma melhor forma e
que tenha alguém que seja responsável por isso, naturalmente que não é ninguém que trabalhe a
tempo inteiro neste assunto, terá que ser escolhido por consenso entre todos os partidos e enfim
poderá a ser remunerado mas nem sequer chegará a um ordenado, umas senhas ou uma coisa
assim; portanto, não nos parece também que seja assim, a democracia tem custos e temos que
aceitar que tem custos; é um facto num orçamento de quase 100 milhões de euros por ano é
absolutamente irrelevante.”

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O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais alguma intervenção? Não, sendo assim vamos
colocar à votação, ah... o proponente, com certeza não interveio de início pode fazê-lo no fim.”
Luís Gonçalves, do PS, disse: “Esta criação desta figura assenta em 3 ideias chaves, modernização
administrativa, assistência no serviço prestado, auxílio e acompanhamento no atendimento
público aos munícipes, foram as três ideias chaves agora neste momento põe-se a quarta ideia
chave que é a vontade política, obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Muito bem, vamos colocar à votação.”
Rejeitada a Tomada de Posição nº 80/XII/2018, por maioria e em minuta com:
Doze (12) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal SFF: 1
Vinte e quatro (24) votos contra dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal do BE: 3
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1
Uma (1) abstenção dos seguintes eleitos:
 Do grupo municipal do PAN: 1
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Portanto a moção foi rejeitada. Declarações de
voto? João Rebelo se faz favor.”
João Rebelo, do CDS, disse: “Votei contra porque duvido muito da legalidade desta proposta, e às
perguntas que foram colocadas, muito pertinentes, sobre como é que se vai organizar este
processo, os custos, etc. E a resposta foi nada. isto não é maneira de por aqui uma proposta;
lamento muito, obrigado.”
Vítor Cavalinhos, do BE, disse: “Apresentaremos uma declaração de voto no tempo regimental,
mas fiquei a saber mais uma novidade, é que este provedor municipal terá um ordenado que não
se sabe quanto, será assim umas senhas, se calhar será umas bifanas, umas imperiais...”
A declaração de voto não foi enviada, pelo que não se encontra anexa à presente ata.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Ora muito bem, então vamos aos tempos, a CDU
tem 10 segundos, o PS tem 25 segundos, o PSD 1 minuto, e o PAN 1 minuto e 30. Vítor? Há, peço
desculpa se faz favor.”

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II.11. O Grupo Municipal da CDU apresentou a saudação «Às festas populares do Concelho»,
subscrita por Eduardo Rosa.
(Documento anexo à Ata com o número 11)
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Ora, o documento seguinte é da CDU e é uma
saudação «Às festas populares do Concelho», é subscrita por Eduardo Rosa que tem a palavra.
Prescinde. Então intervenções? Bom, então não havendo pedidos de intervenção vamos colocar à
votação, Bom, não sei se o proponente pretende intervir? Não. Sendo assim vamos colocar à
votação.”
Aprovada a Tomada de Posição nº 81/XII/2018, por maioria e em minuta com:
Trinta e dois (32) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal do BE: 3
- Do grupo municipal do PAN: 1
- Do grupo municipal SFF: 1
Cinco (5) abstenções dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Portanto a Saudação foi aprovada com os votos a
favor da CDU, do PS, do BE, do PAN e do Presidente de Fernão Ferro, e a abstenção do PSD e do
CDS. Há alguma declaração de voto? Rui Belchior, e o João Rebelo a seguir.”
Rui Belchior, do PSD, disse: “Eu gostaria de ter suscitado a questão antes da votação mas
entretanto não me foi possível, que era perguntar ou questionar o Eduardo Rosa o subscritor da
saudação, se ele se enganou aqui quando fala nas seis freguesias ou se foi propositado; é que
apesar de nós entendermos não a extinção mas a agregação, em bom rigor temos uma união de
freguesias e as restantes freguesias, portanto nós não podemos votar a favor de um documento
que não respalda a realidade que temos e não vamos entrar em negação e gostaria de ter
percebido se enganou se foi um lapso ou se foi propositado, obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “João Rebelo se faz favor.”
João Rebelo, do CDS, disse: “Eu faço minhas as palavras do Sr. Deputado Rui Belchior porque a
saudação faz a a necessidade de se manter a tradição e identifica as nossas 6 Freguesias; eu sei
que é o vosso desejo desse regresso mas não é a evidência atual temos 4 Freguesias e uma delas é

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a agregação, temos 4 Juntas de Freguesia, Sr. Presidente da União de Freguesias nós temos neste
momento 4 Juntas de Freguesia e este voto portanto não vai no seguimento do que realmente da
identificação que nós temos neste momento, portanto não podíamos votar a favor de um
documento quando não reflete na totalidade, mas dou os parabéns, correu tudo bem, foi muito
bonito cheguei a ir pelo menos a três não consegui ir a todas lamento, mas correu lindamente a de
Corroios foi a última onde eu estive, portanto foram momentos importantes seguramente para o
Concelho, muito obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Eduardo Rosa se faz favor, em declaração de voto.”
Eduardo Rosa, da CDU, disse: “Dizer que não foi engano absolutamente nenhum, foi propositado
evidentemente porque aqui mostra a diversidade do Concelho do Seixal com as suas festas mas
acima de tudo também com aquilo que são as suas 6 Freguesias porque independentemente disso
elas são feitas em cada um dos espaços daquilo que eram as nossas Freguesias e aqui mostra a
riqueza do Concelho do Seixal com milhares de visitantes que vêm às nossas festas e acima de
tudo também por aquilo que é o grande espaço de oportunidade e diversidade das festas num
espaço de oportunidade do nosso vasto e rico movimento associativo presente nas mesmas por
isso dizer que as festas do Concelho do Seixal recomendam-se efetivamente são uma mais valia e
continuamos a ter as 6 freguesias as 6 festas porque é isso que defendemos no nosso Concelho do
Seixal, obrigado Sr. Presidente.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Ora muito bem, creio que já não há mais
declarações de voto certo? Então passamos para o documento seguinte, Samuel tem que vir aqui
dizer para registarmos.”
Samuel Cruz, do PS, disse: “Em virtude de já não termos genericamente tempo retiramos a moção
e a recomendação mesmo que seja apenas votada a saudação.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Portanto sai a recomendação, o documento
seguinte era uma moção, e fica a saudação «Ana Sofia Lopes Valentim» que é proposta por Sara
Oliveira coincidentemente 2.ª Secretária, apresentação? Prescinde. Intervenções? Se faz favor
Manuel Araújo.”
Manuel Araújo, da CDU, disse: “Só para dizer que estamos plenamente de acordo com esta
saudação, o curriculum fala por si portanto não há dúvida nenhuma, mas dizer que de facto no
momento em que esta saudação é aqui trazida a canoagem nacional e em particular do nosso
Concelho e em destaque a Amora tem estado de facto em grande houve o campeonato do Mundo
em velocidade onde a atleta da Associação Naval Amorense participou, e julgo que também a
Marta Germano, se não estou em erro, houve o campeonato de maratonas na última semana
onde o C.C.A esteve com 7 canoístas portanto 3 a integrarem a seleção nacional onde esteve
também esta canoista mas sempre em capa dois sagrou-se com o marido, Nuno Henriques,
campeã do mundo portanto de maratonas mista e os outros 2 atletas juniores ainda ficaram

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precisamente nos 10 melhores do mundo também portanto em 7º e 8º se não estou em erro,


portanto no próximo fim-de-semana vai haver jogos olímpicos da juventude em na Polónia, se não
estou em erro, o CCA vai estar com 3 atletas e um deles promete muito porque é cadete e desde
que compete, o João Duarte, tem sido sempre campeão nacional portanto desde pequenino e
portanto era isto que eu gostava de salientar, portanto estamos de acordo com a saudação mas de
facto a canoagem tem estado de facto em grande, era isto que eu tinha a dizer, obrigado.”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Mais intervenções? Bruno Barata.”
Bruno Barata, do PS, disse: “Bem, pouco mais há a dizer depois das palavras do Sr. Presidente da
Junta de Freguesia, e portanto o Concelho tem excelentes condições para a prática deste desporto
os resultados estão à vista e efetivamente é uma atividade a promover e esta saudação também
se impunha por quanto o Paulo Silva efetivamente por lapso quando leu aquele role dos atletas se
esqueceu de incluir esta canoísta, queria só fazer aqui um esclarecimento relativamente ao que o
eleito Vítor Cavalinhos do BE disse relativamente à ferrovia no Reino unido e o que importa
efetivamente é repor a verdade, não é que a empresa….
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Ó Bruno isso agora já ultrapassa as declarações de
voto, já não há comboio, Bruno, não é ético; imagine se eu agora aqui nas três incompetências
falasse no Ministro que não está cá! Não, não tem piada nenhuma isto, não, está fora dos carris
não, Bruno! Não pode ser, não, não pode ser porque qualquer dia... é desautorizar a mesa, está-
me aqui a dizer a mesa e a Assembleia estará de acordo comigo, não, não é o tempo, então diga-
me lá porque é que não interveio logo na altura quando tinha tempo? Ah…. Bom os líderes têm,
isto também é matéria para líderes, é matéria para líderes, isto não pode ser, não pode ser de
ninguém se não pomos em causa o funcionamento da Assembleia; bom, fica aqui o registo e
temos matéria para conversarmos. O Paulo Silva para defesa da honra se faz favor.”
Paulo Silva, da CDU, disse: “Só para dizer que eu não me esqueci como se tivessem estado com
atenção a saudação que foi feita por parte da CDU foi a quem foi campeão se fossemos por
segundos lugares por terceiros lugares honrosos aqui no Concelho do Seixal teríamos o número
muito superior somos um Concelho de Campeões e o critério que tivemos que ter naquela
saudação foi quem tinha sido campeão, e quando apresentámos a saudação a Ana ainda não tinha
sido campeã do Mundo como veio a ser agora; portanto foi essa a questão; agora o PS aqui neste
critério, que não conseguimos ver qual é o critério, porque se era para saudar os atletas que
estiveram no campeonato do Mundo de maratona de canoagem acho que que o Tiago Henriques
e o Bernardo Santos mereciam também ser referidos, se era os campeões do Mundo o Nuno
Valentim também devia ter igual realce, quando é apenas aqui dito que dividiu o título com o seu
esposo esquecendo-se aqui quase parece que ela é que foi a fazer a prova sozinha e o esposo ia lá
a acompanhá-la; não, foi em pares mistos e foi uma medalha conjunta, dos dois, que muito honra
o nosso Concelho e que por isso todos nós deveremos estar satisfeitos.”

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O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Sim senhor, bom, então o que é que se passa agora
aí ? Alguma dúvida ainda? Não, sim senhor vamos lá colocar à votação certo.”
Aprovada a Tomada de Posição nº 82/XII/2018, por unanimidade e em minuta com:
Doze (37) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal do BE: 3
- Do grupo municipal do PAN: 1
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1
- Do grupo municipal SFF: 1
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Portanto a Saudação foi aprovada por
unanimidade. Está terminado o Período de Antes da Ordem do Dia, com intervalo de 10 minutos,
se faz favor.”

III. PERÍODO DA ORDEM DO DIA.


III.1. Ata da 1ª Sessão Extraordinária de 2018, de 30 de janeiro. Aprovação.
(Documento anexo à ata com o número 12)
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Em relação a esta ata nós tivemos nesta sessão um
problema de gravação com algumas lacunas na transcrição e o procedimento que fizemos, aliás
acordado para estas situações quando acontecem, como foi o caso, a ata foi enviada aos membros
da assembleia por e-mail a 27 de agosto, tendo os serviços pedido que até ao dia 31 pudessem
manifestar alguma questão em relação à ata e que terminado este período, não havendo
nenhuma questão levantada, consideramos que para além da votação evidentemente ou de
alguma intervenção que possa ter lugar que este procedimento foi suficiente para que todos os
membros da assembleia pudessem fazer a leitura da ata. Dizer que não podem votar porque não
estiveram presentes nesta reunião, da CDU: Paula Santos e Rui Algarvio; do PS: Marta Barão, do
PSD: Ricardo Moraes Soares, do PAN: António Martins e do CDS: João Rebelo. Eu pergunto se há
alguma consideração, depois do procedimento que seguimos. Não havendo, colocamos à
votação”.
Aprovada a Deliberação nº 33/XII/2018, por unanimidade e em minuta com:
 Trinta e um (31) votos a favor dos seguintes eleitos:

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- Do grupo municipal da CDU: 14


- Do grupo municipal do PS: 10
- Do grupo municipal do PSD: 3
- Do grupo municipal do BE: 3
- Do grupo municipal SFF: 1
Não votaram, por não terem estado presentes na sessão de 30 de janeiro, os seguintes eleitos:
Da CDU, Paula Santos e Rui Algarvio; do PS, Marta Barão; do PSD, Ricardo Moraes e Soares; do
PAN, António Sota Martins e do CDS-PP, João Rebelo.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Está aprovada a ata. Passamos para os pontos
seguintes III.2 e III.3, seguimos o procedimento acordado que é a apresentação por parte do Sr.
Presidente em conjunto e também a apreciação por parte da assembleia em conjunto. Nesse
sentido, tem a palavra o Sr. Presidente da Câmara”.
III.2. Apreciação de informação da Câmara, sobre a atividade desta, nos termos e para efeitos
das alíneas a) e b) do n.º 2 do art.º 25.º do Anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro.
(Documento anexo à ata com o número 13)
III.3. Apreciação de informação do Presidente da Câmara, sobre a atividade do município e
situação financeira do mesmo, nos termos e para efeitos da alínea c) do n.º 2 do art.º 25.º do
Anexo I à Lei n.º 75/2013, de 12 de setembro.
(Documento anexo à ata com o número 14)
O Presidente da Câmara Municipal disse: “Umas notas sobre a atividade da Câmara Municipal e
do Presidente neste período. Referir a assinatura do protocolo com a CGTP para o comodato de
edifícios na Mundet para podermos ter no concelho o Espaço Memória do Centro de Arquivo e de
Documentação da CGTP. Também a iniciativa com a Organização Mundial de Saúde com a
presença do Sr. Diretor Geral da OMS no país para lançar a nível mundial o plano de ação global
para a atividade física e que foi lançado em junho. Contou também com a nossa participação
enquanto a Presidência da Rede Portuguesa de Municípios Saudáveis. Gostava também de
assinalar a receção ao Amora Futebol Clube na Câmara Municipal do Seixal pelo sucesso
desportivo da sua equipa de futebol sénior. Ainda a reunião com o Sr. Secretário de Estado da
Proteção Civil onde se conseguiu um aumento da comparticipação do POSEUR para o Quartel de
Bombeiros de Amora. Também a inauguração da ampliação das instalações do Clube
Brasileiro/Rouxinol. Ainda uma concentração que realizámos em Fernão Ferro contra o
encerramento do balcão da Caixa Geral de Depósitos e da qual tivemos recentemente reunião
com o Sr. Secretário de Estado das Finanças, Mourinho Félix. Onde nos explicou quais é que foram
os critérios de encerramento deste e de outros balcões da Caixa Geral de Depósitos. Ainda as

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comemorações do Dia Municipal do Bombeiro, a assinatura da adenda ao protocolo do Hospital


no Seixal com a presença do Sr. Ministro da Saúde aqui na Câmara Municipal. Também o Fórum
Seixal, com a presença do Sr. Ministro da Saúde aqui na Câmara Municipal. Também o Fórum
Seixal realizado na Quinta das Lagoas, em Amora, para acelerar o processo de reconversão. A
assinatura do protocolo de cedência de terreno para o Lar de Idosos de Fernão Ferro. A visita da
delegação do Vice Presidente de Angola à Câmara Municipal do Seixal. Ainda a assinatura do
contrato programa com o Amora Futebol Clube relativamente ao centro de treinos desta
coletividade e por fim, também um outro protocolo que estabelecemos com o Ginásio Clube de
Corroios que vai permitir a requalificação das suas instalações e o surgimento de uma nova
unidade. Em termos daquilo que foram as principais deliberações, para além do Amora que já
referi, na reunião de Câmara de 13 de junho foi adjudicada a construção da Piscina Municipal da
Aldeia de Paio Pires, um objetivo há muito tempo que temos tentado alcançar. Estamos agora a
tratar com quem ganhou o concurso para poder iniciar a obra. Também na reunião de 25 de julho
a deliberação que hoje está aqui presente foi aí que lançámos o empréstimo bancário para
aquisição do edifício dos serviços centrais. Ainda na reunião de 8 de agosto a abertura do concurso
para o fornecimento de energia elétrica para a Câmara Municipal do Seixal, quer para os
consumos próprios, basta atenção especial à estação normal e também a média tensão e ainda
também a iluminação pública e por fim, na reunião de 23 de agosto o luto municipal em memória
e honra do Sr. Vereador Luís Cordeiro.
Sobre a situação financeira do município, ela é estável. Gostava também de referir que nas
informações vem uma informação síntese do relatório do Plano de Consolidação Orçamental e do
qual gostava de dizer que estamos não só a cumprir aquilo que está previsto no Plano
Consolidação Orçamental, como também a ultrapassar mesmo a perspetiva que existia, isto é,
podemos dizer que a dívida registada no final do 1.º semestre de 2018, no final de Junho de 2018,
situa-se nos 56,7 milhões de euros quando no final de 2018 devíamos ter uma divida de 73
milhões de euros, isto é, a meio do ano já estamos com menos 16,5 milhões de euros do que
estava previsto no final de 2018. Portanto, isto é bem sintomático, é apenas uma vertente de
análise mas é a mais importante porque o Plano Consolidação Orçamental tem o objetivo de
reduzir a dívida da Câmara Municipal e o seu prazo médio de pagamentos e por isso, por aqui se
ponde inferir que o município, não só está a cumprir o Plano de Consolidação Orçamental, como
está até a ultrapassar em larga medida aquilo que era expectável, mas como eu estava a dizer a 31
de Julho dizer que a situação financeira do município é estável, não existem grandes questões a
relevar e também sobre os processos judiciais, já saiu da lista o processo de grande dimensão
onde nos era peticionados mais de 13 milhões de euros relacionados com Vale de Chicharos.
Portanto, esse processo já foi ganho pela Câmara Municipal, por isso houve uma fortíssima
redução daquilo que são a perspetiva de possíveis indemnizações relativamente também a
processos judiciais.
Estou disponível para outros esclarecimentos, se assim for necessário”.

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O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Intervenções nestes pontos? Luís, Bruno Barata,
Sérgio, Nuno Pombo, Paulo Silva. Luís Gonçalves se faz favor”.
Luís Gonçalves, do PS, disse: “A primeira pergunta que eu queria colocar tem a ver com o estado
de implementação e se vamos ou não cumprir os prazos para concluir o projeto do Laboratório
Vivo para a Descarbonização da Baía, quais é que sãos os prazos para terminar? Qual é que é o
estado da implementação e se estamos ou não a pensar em cumprir esses prazos e a concluir o
processo com sucesso? O segundo tem a ver com custos. Eu gostava de saber se o Sr. Presidente
me pode dizer qual é que é a avaliação do valor dos imóveis que foram cedidos à CGTP, aos
edifícios 59 e 68 que foram acedidos em contrato de comodato e igualmente talvez me possa
esclarecer, como é que nós conseguimos ser se assim o quisermos reaver estes dois imóveis”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Bruno Barata”.
Bruno Barata, do PS, disse: “Há pouco parabenizei a nova vereadora, não cumprimentei o novo
Vice Presidente mas não foi esquecimento porque queria deixar para este ponto, até porque a
atividade da Câmara e tendo em conta que saiu um Vice Presidente, em menos de um ano de
mandato, eu acho que esta Câmara merece o respeito do Sr. Presidente e merece os
esclarecimentos porquê que sai o número dois da Câmara em menos de um ano. Não vou entrar,
obviamente em considerações, mas gostava que o Sr. Presidente nos desse uma palavra sobre isso
que é um assunto tão importante na gestão e que não foi dada qualquer nota. Até porque o Vice
Presidente é o número dois do executivo e substitui sempre o Presidente nas faltas e
impedimentos e é a figura central de uma organização. Acreche que o Vice Presidente que estava
em funções, tinha dossiês estratégicos e eu questiono e é importante esta Assembleia Municipal
necessita saber o ponto de situação de dois dossiês que eu acompanhava com maior detalhe que
tem a ver com o diagnóstico preliminar do plano de desenvolvimento cultural, ou seja, estava a ser
feito esse diagnóstico em 6 eixos e era importante saber o ponto de situação de cada eixo desse
plano, bem como a execução do plano de formação dos trabalhadores para 2018, uma matéria
que tem sido muito pouco cuidada pela Câmara Municipal e gostaria de saber o ponto de situação
da execução do plano de formação. Ainda relativamente com os trabalhadores que é uma matéria
muito cara e muito sensível para o Partido Socialista que está do lado dos trabalhadores, eu
gostaria de perguntar ao Sr. Presidente ou quem designar para o efeito, porquê que neste
trimestre foram feitas as notificações das avaliações de 2012, ou seja, passaram-se 6 anos e os
trabalhadores não foram notificados da avaliação. Eu até pergunto se não fosse o caso deste
Governo ter desbloqueado a contagem de tempo em serviço em função da avaliação, se alguma
vez esses trabalhadores tinham sido avaliados, se sabiam o mérito do seu desempenho. Passaram
6 anos, estão a ser feitas as avaliações a correr para contagem desse tempo do descongelamento
que o Governo PS fez em prol dos trabalhadores. Eu considero uma desconsideração do Partido
Comunista Português para os trabalhadores da Câmara não ter esse cuidado com a avaliação dos
trabalhadores.

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Relativamente aos dados financeiros e que o Sr. Presidente referiu que a situação era estável e os
indicadores apontam para isso, mas há um ponto que merece a minha preocupação e que é
sempre muito cara nesta assembleia que tem a ver com o investimento. Eu já disse aqui várias
vezes, a incapacidade que este executivo tem em investir e prova disso é o resultado até 31 de
Julho, 1 semestre e 1 mês, em que a execução das aquisições de bens de capital é apenas de 13%.
Eu queria perguntar ao Sr. Presidente se estamos perante taticismo político na lógica de transitar
saldos de ano para ano para ter mais investimento no último ano de mandato, mais próximo das
eleições porque a execução deveria estar a 58% e é apenas de 13%, ou seja, executou em
investimento 2,6 milhões de euros quando a execução deveria ser 11,3”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Sérgio Ramalhete”.
Sérgio Ramalhete, do PS, disse: “Só tinha duas questões a colocar relativamente ás informações,
neste caso, de desenvolvimento económico e atividades genéricas. Fala-se especificamente no
projeto visitas ás empresas PME Líder 2017, fala-se em 18 visitas. Era importante perceber uma
vez que, ou está elaborado ou se está a elaborar o relatório, se sim, se está já está elaborado,
gostaria de saber quais são as conclusões do mesmo, que tipo de empresas estamos a falar, ou
seja, qual é o CAE das mesmas e se já tiver terminado o relatório, se é possível ter acesso ao
mesmo.
O outro é a elaboração do relatório de acompanhamento eixo 3, desenvolvimento económico e
empregabilidade. Gostaria de saber se o relatório já está devidamente finalizado, quais são as
conclusões do mesmo? E se é possível ter acesso também ao relatório”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Nuno Pombo”.
Nuno Pombo, da CDU, disse: “Perguntar ao Sr. Presidente da Câmara que balanço é que faz do
programa «reabilite o seu prédio»?”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Paulo Silva”.
Paulo Silva, da CDU, disse: “Duas questões à Câmara, o primeiro sobre o apoio ao movimento
associativo do concelho, como é que se está a processar. Temos informações que vieram novos
espaços, de novos equipamentos desportivos no concelho do Seixal, nomeadamente a nível do
Amora Futebol Clube, de outras coletividades, portanto que nos desse uma panorâmica geral do
apoio que está a ser dado pelo executivo municipal ao movimento associativo deste concelho. A
segunda questão, sobre o desenvolvimento e os grandes projetos em curso, há desenvolvimentos
e também gostaríamos de saber mais sobre os desenvolvimentos que têm havido sobre este
importante vetor de desenvolvimento deste concelho”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Uma segunda volta final para inscrições, Nelson
Patriarca, mais? Só? E terminamos, certo? Nelson Patriarca”.

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Nelson Patriarca, do PS, disse: “A minha única pergunta era para o executivo ou à vereadora com
o pelouro da educação, perguntar quando será inaugurada a Escola Básica de Santa Marta do
Pinhal?”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Sr. Presidente da Câmara se faz favor”.
O Presidente da Câmara Municipal disse: “Começava pela questão relacionada com o Laboratório
Vivo para a Descarbonização e há aqui uma questão que tem sido partilhada com todos os
municípios que foram alvo desta candidatura e que ganharam e que tem a ver com o código dos
contratos públicos e a impossibilidade de aplicando o código dos contratos públicos conseguir-se
que os estudos que foram feitos e as parcerias que foram estabelecidas com entidades públicas e
privadas sejam concretizadas essas operações, isto é, nós estabelecemos uma linha de trabalho,
um estudo e um desenvolvimento com uma determinada entidade para um determinado projeto
que é piloto, que tem não só uma área de investigação associada como depois da própria
concretização e o problema é que o código dos contratos públicos obriga-nos a fazer um concurso
público para estas áreas e eu diria que só por mera casualidade é que por vezes se poderão ganhar
as entidades e as faculdades das empresas com quem trabalhámos nos vários projetos. Foi
endereçado um ofício ao Sr. Ministro do Ambiente, subscrito pelos 10 presidentes de Câmara
Municipal que estão a viver este problema e esperamos que do ponto de vista do regulamento
fundamental possa haver uma exceção para que se possam estabelecer estas parcerias, possam
concretizar estas parcerias e que foram iniciadas ao nível de estudos, para que se possam
concretizar esses investimentos. Estamos a aguardar a posição do Sr. Ministro do Ambiente para
podermos desbloquear este processo. Por isso, em resumo temos tudo pronto para podermos
adjudicar estes vários investimentos e estes vários projetos, temos as verbas necessárias, o
fundamental também aprovou uma verba para este efeito mas estamos bloqueados face ao
enquadramento legal e jurídico que informa a contratação pública. Veremos o que dirá o Sr.
Ministro do Ambiente, esperemos que ainda seja possível este ano conseguirmos concretizar estes
investimentos.
Depois sobre o valor dos imóveis de comodato da CGTP irei com certeza informar o Sr. eleito, não
tenho memória dos valores em concreto mas isso consta do processo que foi alvo de deliberação
na Câmara Municipal. Sobre alterações do executivo municipal, o Sr. Jorge Gonçalves apresentou-
me um documento onde renunciava ao mandato por razões pessoais e profissionais e quem
conhece o Jorge Gonçalves, quem o respeita como pessoa e também como eleito que foi e que
deu um contributo excelente a este município, não teria outra opção senão compreender as
razões pessoais do Jorge Gonçalves e aceitar essa sua renúncia porque nós temos que estar onde
nos sentimos bem e onde nos conseguimos realizar e ser felizes e, para o Jorge Gonçalves, talvez a
sua participação na Câmara Municipal já não conseguisse satisfazer todos esses pontos de vista e
quisesse outros desafios. Por isso, trata-se de uma opção pessoal do Jorge Gonçalves a qual nós
temos que respeitar e dizer que temos plena confiança nos novos vereadores que entraram na

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equipa da Câmara Municipal e tenho grande confiança no Vice Presidente da Câmara Municipal
que certamente que continuará a desempenhar excelentes funções que eram anteriormente
realizadas pelo Jorge Gonçalves e estou perfeitamente confiante de que nas minhas ausências a
Câmara Municipal do Seixal continuará a funcionar de forma normal e sem qualquer questão que
se coloque.
Sobre os dossier do Plano de Desenvolvimento Cultural eu pedia depois à Vereadora Maria João
Macau que pudesse dar uma nota e também sobre o plano de formação de recursos humanos de
2018.
Uma nota sobre o SIADAP. É claro que da parte da Câmara Municipal nós já gostaríamos de ter
este processo mais adiantado e quero-vos dizer que durante o presente ano, nós não vamos só
concluir 2011, 12, 13, 14, 15 e 16. Todos os processos estão preparados do ponto de vista técnico.
Estão já todos concluídos, o que falta é esta parte mais difícil e burocrática que é da informação
das reclamações das comissões paritárias, da avaliação em concreto e só concluindo um ano é que
se pode passar ao seguinte e é este encadeamento que nos leva a este atraso, mas como eu disse
foi feito um plano de recuperação, nós próprios também temos aprendido com outros municípios,
o que se dizia que não era possível fazer em paralelo, afinal foi possível. Digamos que no último
ano e meio, conseguimos recuperar muito do que foram anos anteriores onde de facto, este
processo face à sua elevada complexidade e burocracia teve um atraso.
Sobre a questão do investimento, para já quero-lhe dizer, ao Sr. eleito, que não temos aqui
nenhum taticismo, quem nos dera poder ultrapassar em 100% a concretização dos investimentos,
quem nos dera! Só que os empreiteiros não concretizam as obras na medida daquilo que é
necessário. Aliás, basta ver recentemente, agora, aprovámos mais uma prorrogação da obra de
passeio ribeirinho do Seixal. O CDA de Fernão Ferro era para estar concluído. Mais uma
prorrogação! O parque urbano do Seixal ainda só tem um auto faturado e vamos por aqui, são
empresas diferentes, são obras diferentes, concursos diferentes mas hoje há uma realidade na
construção civil em Portugal é que as empresas que têm pouca capacidade financeira para adquirir
os meios necessários para poderem faturar as obras de acordo com aquilo que se
comprometeram e essa é uma questão que eu diria transversal, não só dentro do município
relativamente às obras que temos, como também com outros municípios com quem contactamos
e toda a gente nos diz o mesmo. Aliás, basta ver o concurso do Centro de Saúde de Corroios que
ficou deserto. Não houve nenhuma empresa que quisesse fazer a obra da Administração Regional
de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo por 1 milhão e 400 mil euros. Neste momento há uma forte
pressão, no sentido de haverem mais obras mas a capacidade instalada face à destruição que foi a
política anterior do anterior Governo que destruiu milhares de postos de trabalho na área da
construção civil. Vamos dizer assim, fugiram os melhores profissionais para outras paragens e
agora é difícil que regressem. Portanto, o estado das empresas hoje de construção civil, vamos
dizer das pequenas e das médias é do ponto de vista técnico e de intervenção muito deficitário,

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por isso eu diria que a nossa luta é mesmo para que se executem os investimentos que estão
previstos no orçamento e não qualquer manobra dilatória de deferimento de investimentos, nem
pensar!
Sobre os relatórios às empresas, eu gostava de dizer que nós já visitámos mais de 200 empresas
desde que iniciámos este trabalho, julgo que talvez em 2012 se não estou em erro, mais de 200
empresas onde fazemos um relatório de avaliação relativamente aquilo que nos é colocado pelos
proprietários e onde temos feito também uma reflexão sobre os maiores constrangimentos e
onde é que o município pode ajudar a desbloquear algumas questões.
Dizer que sobre o PME Líder é um estatuto que é difícil de ser obtido mas felizmente as empresas
do concelho do Seixal tiveram um maior numero de PME Líder de toda a região de Setúbal, isto é,
apesar de não termos um maior número de empresas, Almada tem mais empresas, nós
conseguimos ter mais PME Líder no Seixal do que por exemplo em Almada ou em qualquer outro
município do distrito de Setúbal. Isso é sintomático da qualidade que temos dos nossos
empregadores, das nossas empresas e, por isso, o relatório será também dado a conhecer ao Sr.
eleito, quer esse, quer o outro que também referiu.
Sobre os grandes projetos de desenvolvimento económico do concelho dizer que vamos estar no
dia 3 de outubro no Salão Imobiliário de Lisboa a apresentar um conjunto de investimentos
estratégicos do município que passam essencialmente por dois vetores. O vetor do turismo e o
vetor da indústria, logística e dos serviços. Com o projeto Lisbon South Bay por um lado, onde
emerge como primeiro grande espaço os mais de 500 hectares disponíveis junto à Siderurgia
Nacional e noutra vertente na área turística, as duas frentes ribeirinhas, Amora e Arrentela e
Seixal e também o EcoResort do Seixal que é a Ponta dos Corvos. Vamos apresentar esses
projetos de desenvolvimento económico na perspetiva de sinalizarmos no concelho que tem uma
centralidade extraordinária do ponto de vista da Península de Setúbal e da Área Metropolitana de
Lisboa que consegue ter um conjunto de fatores críticos de desenvolvimento muito importantes e
por isso, vamos assinalar nesse salão imobiliário de Lisboa, o SIL 2018 a 3 de outubro com uma
apresentação a par de Lisboa. Portanto, Lisboa vai ter uma apresentação e o Seixal também.
Vamos então, dar conta daquilo que tem sido os avanços relativamente a estas grandes áreas de
desenvolvimento, mas claro temos muitas outras áreas importantes em Corroios, também na
Amora, em Fernão Ferro, em Aldeia de Paio Pires. Temos um conjunto de outras áreas
importantes que do ponto de vista económico, mas eu diria que estas são as principais e para as
quais tem havido procura. Quero também dizer que irá ser apresentado brevemente a instalação
de um grande projeto industrial no concelho, no âmbito do projeto Lisbon South Bay e que para a
hasta pública que está neste momento a decorrer no hotel da Mundet, também tem havido
procura e por isso, a nossa expetativa é que consigamos concluir este processo concursal do hotel
Mundet e a seguir lançar um outro, porque de facto cada vez mais o Seixal é uma referência do
ponto de vista daquilo que são o radar dos investidores. Tivemos aqui nesta semana investidores

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franceses, chineses e vamos ter brasileiros amanhã, por isso o Seixal cada vez mais é um
referencial do ponto de vista do investimento e que os investidores procuram. Neste momento
temos os investidores a procurar o Seixal em termos daquilo que é o investimento na Área
Metropolitana de Lisboa.
Sobre a Escola Básica de Santa Marta do Pinhal nós não estamos preocupados com inaugurações e
corta fitas, estamos preocupados sim com o funcionamento dos equipamentos e foi por isso que
em setembro de 2017 a Escola Básica de Santa Marta do Pinhal abriu portas mesmo quando o
empreiteiro não concluiu a obra. Neste momento estamos a acionar as garantias para tomar posse
administrativa desta obra e podermos conclui-la nos aspetos ainda finais que faltam são alguns
aspetos mais do ponto de vista técnico, certificações, mas que são importantes ter, não
inviabilizam que a escola funcione mas no entanto, são obrigações do empreiteiro que não as
cumpre e por isso passado um ano, fará agora neste mês de setembro, decidimos não esperar
mais perante todos os ofícios, todas as reuniões, todas as diligências que realizámos junto do
empreiteiro; bastou, acionámos garantias bancárias, já foi comunicado à empresa, tomamos posse
administrativa da obra concluímos esta intervenção.
Pedia então à Sra. Vereadora Manuela Calado que pudesse informar sobre o programa «reabilite o
seu prédio» e depois ao Vereador José Carlos Gomes sobre os apoios aos movimento associativo
popular e depois ainda à Sra. Vereadora Maria João Macau sobre o plano de desenvolvimento
cultural e também o plano de formação e recursos humanos 2018”.
A Vereadora Manuela Calado disse: “Sobre o projeto «reabilite o seu prédio» dizer que foi um
projeto que teve inicio em julho de 2017 e que é um projeto de grande sucesso e que há uma
aderência muito grande por parte dos condóminos e também das pessoas particulares que se
candidatam a este projeto. Como eu disse, ele teve inicio em julho de 2017 e até dezembro de
2017 foram aprovadas 59 candidaturas e investido aproximadamente cerca de 70 mil euros. Desde
2018, desde o inicio de janeiro até agora, portanto até agosto, já tinham sido aprovadas 85
candidaturas e investidos aproximadamente cerca de 90 mil euros. Dizer-vos que este projeto, é
essencialmente um projeto que visa um apoio de 200 euros por andar e neste momento aquilo
que estamos a fazer é um reajuste e uma alteração dos normativos. Portanto, depois das
diferentes conversas que no final de cada vistoria com os condóminos e também com as
administrações de cada um dos edificados que concorreram, também se chegou à conclusão que
era necessário fazer aqui alterações das normas que estavam vigentes. Essas normas vão ser
alteradas para melhor poder responder aquilo que é necessário. Portanto, os 200 euros por piso
vão-se manter mas também vai ser para além dos 200 euros por piso também a atribuição por
fachada porque também era uma das questões que eram muitas vezes levantadas porque os que
tinham prédios isolados, que tinham quatro fachadas ficavam penalizados relativamente aos
outros e portanto, nesse critério a atribuição daquilo que nós estamos a ponderar é a atribuição
por fachada e por piso, seria 200 euros por piso vezes o número de fachadas.

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Também outra das questões que foi levantada e que também chegámos à conclusão que é uma
mais valia também para o edificado é o apoio às coberturas e a recuperação das coberturas.
Temos um parque edificado com bastantes anos, ainda com coberturas antigas que precisam de
serem recuperadas e requalificadas e visto que também eram uma das questões que eram muitas
vezes levantadas pelas pessoas, pelos condóminos, principalmente o edificado mais antigo em que
a população que lá reside, realmente são pessoas já com alguma idade, com pensões pequenas
que pagam, os condomínios são pequenos, a renda é pequena e esta ajuda vai de certo modo
facilitar e apoiar na recuperação das coberturas que na sua maioria estão a necessitar de serem
recuperadas. Portanto, queremos em querer que até ao final do ano este projeto irá ter
continuidade e dizer-vos que ele tem sido muito bem aceite por todos, nas conversas que nós
temos tido com a população após já a fase final do projeto, depois há uma vistoria.
Dizer-vos que para além do balanço extremamente positivo, depois também há sugestões que
muitas das vezes são apontadas para a alteração também do espaço envolvente aquele edificado
e que muito tem contribuído também para valorizar, não só o edificado que foi intervencionado
mas também muitas das vezes a envolvente ao mesmo. Portanto, dizer-vos que este é um projeto
de sucesso, mais um dos projetos de sucesso que esta Câmara Municipal do Seixal tem vindo a
implementar e que esperemos que possa com ele contribuir para a requalificação do parque
habitacional mais antigo e dar aqui também um refresh a algumas zonas urbanas que com esta
requalificação também possam elas vir a contribuir para uma mais valia, para todos aqueles que
habitam nas zonas e no edificado que é intervencionado”.
O Presidente da Câmara Municipal disse: “Vereador José Carlos Gomes sobre os apoios ao
movimento associativo”.
O Vereador José Carlos Gomes disse: “Os investimentos para o movimento associativo tem sido
uma realidade do concelho do Seixal. Lembrar que estamos num concelho de grandes iniciativas,
nomeadamente a Seixalíada que vai ter a sua abertura já no dia 22, ficam já todos convidados, a
abertura vai ser Fernão Ferro e também o Agita Seixal e os Jogos do Seixal e depois tudo aquilo
que semanalmente se faz no nosso movimento associativo. Efetivamente, o município tem tido a
possibilidade derivado a uma gestão financeira muito criteriosa possibilitar termos investimentos
no nosso concelho em todas as áreas e nomeadamente, no movimento associativo temos primado
por um grande apoio, num quadro mesmo de dificuldades e de constrangimentos impostos pelo
Poder Central que pedia e devia ajudar mais o desporto e a cultura no nosso pais e não o faz, mas
cabe tanto aos municípios, às autarquias fazê-lo e a autarquia do Seixal naturalmente que o faz e
fá-lo porque financeiramente temos tido uma boa gestão. Dizer que em 2017 tivemos um
investimento de 2,6 milhões de euros no nosso movimento associativo, possibilitando a
construção de equipamentos, manutenção e reabilitação e proporcionando às direções poderem
trabalhar com mais dignidade, com mais qualidade e também aos munícipes a oferta ser também
de mais qualidade e aumentar o número de associados das nossas coletividades. Isto porque o

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movimento associativo e os dirigentes associativos, voluntários e benévolos do nosso pais, no


concelho do Seixal muito concretamente prestam um serviço inestimável ao desenvolvimento da
cultura, do desporto, do lazer enfim, de várias áreas, não só para as crianças, como os seniores, os
idosos.
Dizer que e para lembrar apenas alguns exemplos, destacar alguns desses apoios que têm sido
vastos e nomeadamente, ao Centro de Solidariedade de Pinhal de Frades; dizer que os apoios têm
sido por todas as freguesias, pelas seis freguesias, há a União das Freguesias mas continuamos por
todas as freguesias, as seis freguesias todas elas têm capacidade para terem coletividades e uma
oferta excecional, uma oferta extraordinária de atividade desportiva e de atividade de lazer, de
atividade também de entretenimento aos nossos munícipes.
Dizer que os investimentos têm sido vários e alguns exemplos, no Centro de Solidariedade Social
de Pinhal de Frades, no Centro Recreativo e Desportivo Águias Unidas, o Amora Futebol Clube,
Clube de Campismo Luz e Vida, Clube Recreativo de Santo António, Clube Recreativo e Desportivo
Brasileiro/Rouxinol, Centro Cultural e Recreativo do Alto do Moinho, Centro Cultural e Desportivo
do Casal do Marco, Associação Naval Amorense, Associação Náutica do Seixal, Paio Pires Futebol
Clube, Grupo Desportivo Cultural da Quinta da Princesa, Associação de Amigos do Pinhal do
General, União Recreativa e Desportiva da Juventude de Fernão Ferro, Clube de Ciclismo da Aldeia
de Paio Pires, entre tantos outros. Podia enumerar aqui mais coletividades mas tem sido uma
aposta muito grande.
Depois temos tido também, ainda e no meio de tudo isto, alguma capacidade também para abrir
concursos, nomeadamente para a construção do complexo desportivo de Santa Marta do Pinhal,
do pavilhão desportivo da Mundet, da piscina municipal de Aldeia de Paio Pires, reabilitação do
estádio municipal do Seixal. Posto isto ainda, propomos ainda com alguma audácia e ambição e
também com uma visão de futuro concretizar ainda durante este mandato o pavilhão desportivo
municipal de Fernão Ferro, o pavilhão desportivo de Amora, direcionado para o vólei e requalificar
também o complexo desportivo de atletismo Carla Sacramento e o novo estádio de futebol em
Vale de Milhaços. Em suma e em jeito de conclusão, afirmar aqui com orgulho o vasto conjunto de
ações que temos vindo a assegurar e que vieram contribuir para a continuação da implementação
do plano municipal de desenvolvimento desportivo do concelho do Seixal, assegurando aqui a
execução de uma política desportiva que é uma referência no país, somos uma referência no país
nas suas diversas vertentes que se refletem no trabalho conjunto e de grande proximidade com as
nossas juntas de freguesia, com o movimento associativo popular, com os estabelecimentos de
ensino e as demais entidades e instituições e agentes desportivos, potenciando aqui e otimizando
a gestão de recursos existentes, construindo diariamente o desporto para todos no concelho do
Seixal. Sr. Presidente terminei”.
O Presidente da Câmara Municipal disse: “Vereadora Maria João Macau por favor”.

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A Vereadora Maria João Macau disse: “Em relação ao plano de desenvolvimento cultural do
município do Seixal dizer que realmente nós já terminámos toda a fase de diagnóstico e que agora
dos seis eixos, está tudo feito e portanto, está fechado, agora vamos fazer uma discussão pública
e vamos fazer aqui um Conselho Municipal de Cultura para em conjunto irmos providenciar tudo
aquilo que está identificado, vieram os constrangimentos, pontos fortes e aquilo que são os
aspetos mais fracos e portanto, e a partir daqui poder desenvolver depois o próprio plano. Como
se sabe isto é um plano que tem a ver com um instrumento de planeamento e portanto, ele é um
pouco mais moroso mas esta fase está praticamente concluída. Portanto, como lhe digo é agora
auscultar e entrarmos numa discussão pública como o próprio Conselho Municipal de Cultura que
muito contribuiu aqui para o desenvolvimento desta fase.
Em relação ao plano de formação de trabalhadores trata-se também de um planeamento que foi
preparado em conjunto, com todas as unidades orgânicas, identificação das necessidades de cada
um dos trabalhadores, por cada unidade orgânica do município, está haver ainda alguns
reajustamentos agora tendo em conta aqui alguma mobilidade que tem existido de trabalhadores
de serviços para outros serviços mas para além disso, estamos a proceder a um conjunto de ações
de formação muito vocacionadas sobretudo, também para o setor operacional que foram agora
trabalhadores que foram integrados dentro do quadro dos concursos e que nós conseguimos
fazer-lhe e prestar-lhe essa formação para uma melhor integração e para um maior desempenho.
O plano de formação de 2018, a formação tem vindo a decorrer com alguns ajustamentos neste
caso, tendo em conta realmente essas mobilidades ou integração de novos trabalhadores no
próprio quadro e no conjunto da Câmara Municipal do Seixal, sobretudo nas áreas da
modernização administrativa e no setor operacional tem sido as áreas em que nós temos vindo a
conseguir integrar e desenvolver ações de formação para um maior desempenho e maior
qualidade depois desse desempenho.
Em relação ao apoio ao movimento associativo cultural dizer que há muitos anos e há muitas
décadas temos dado muito apoio a este movimento associativo cultural que no fundo acaba por
ser um alicerce importante do ponto de vista da democracia no nosso município e na questão do
acesso na acessibilidade, na fruição da população a estas associações e têm criado um conjunto
grande de ofertas e diversidades de públicos que nos parecem extremamente importante. Dizer-
vos também que através do movimento associativo e dos critérios de apoio que nós temos vindo a
estabelecer, nós temos dado para além dos apoios de continuidade, dos projetos de continuidade
de cada uma das coletividades e do movimento associativo cultural, temos ainda os apoios
regulares e aqui eu faço um destaque importante, tendo em conta que nós temos um conjunto de
coletividades e movimento associativo cultural, cujas sedes são centenárias nós temos prestado
aqui um serviço importante na requalificação dessas sedes e na criação de melhores
condições para o desenvolvimento da prática cultural do nosso município. Dizer-vos que daquilo
que são os investimentos na área da cultura e têm sido mais, sobretudo em termos das obras e
nos apoios aos projetos regulares, nomeadamente das orquestras, das escolas de música, naquilo

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que é a atividade regular e que têm no fundo criado alguma marca da referência e de identidade
dessas mesmas coletividades pela sua forma de trabalhar com a comunidade, na sua relação com
o movimento associativo, mas também com as escolas.
Dizer-vos que em relação ainda a novas oportunidades de construção de sedes, nós estamos neste
momento a apoiar o rancho folclórico da Arrentela, com uma nova sede, já fizemos uma
inauguração e também recentemente da associação L1B junto ao Largo da Igreja, uma associação
cultural. Estamos também a trabalhar num novo projeto de requalificação da sede para Os Toca a
Rufar, assim como também uma nova sede e uma requalificação para a Associação ARTES. Dizer-
vos que estes são investimentos muito sérios, de grande importância mas que nós temos com
toda a certeza que eles vão ser úteis, sobretudo para aqueles que querem fazer deste concelho,
um concelho para uma prática e uma diversidade cultural importante e que querem manter a
marca ímpar de uma vivência cultural diversificada”.
O Presidente da Câmara Municipal disse: “Muito obrigado Sr. Presidente da Assembleia
Municipal”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Terminámos os pontos III.2 e III.3, a apreciação da
atividade da câmara. Passamos para o ponto III.4”.
III.4. Aquisição do imóvel usualmente designado por Edifício dos Serviços Centrais da Câmara
Municipal do Seixal, sito na Alameda dos Bombeiros Voluntários, 45, Seixal, União das
Freguesias do Seixal, Arrentela e Aldeia de Paio Pires, com a área de 15.500 m2, descrito na
Conservatória do Registo Predial do Seixal com o nº 6220/20050112 e inscrito na matriz predial
urbana sob o artigo 7281, com recurso a contratação de empréstimo bancário. Suspensão do
Plano de Consolidação Orçamental. Relatório final e adjudicação. Aprovação.
(Documento anexo à ata com o número 15)
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Tem a palavra o Sr. Presidente da Câmara”.
O Presidente da Câmara Municipal disse: “É conhecida a intenção do município de aquisição do
edifício onde estamos face aos 8 anos que este edifício fará dentro de dias, em termos de
otimização e de mais valia para o serviço público da Câmara Municipal do Seixal e nessa medida a
Câmara Municipal e a Assembleia Municipal em agosto de 2016 decidiram iniciar os
procedimentos para aquisição do edifício dos Serviços Centrais. De facto, nessa altura estávamos
limitados com a utilização da nossa margem de endividamento para podermos adquirir este
edifício e desde logo, tentámos junto do Governo a inclusão de uma disposição ao nível do
Orçamento de Estado para 2017 que permitisse alargar a margem liquida anual de utilização por
parte da Câmara Municipal, tal não foi possível na altura, independentemente dos dois partidos
PCP e o Bloco de Esquerda terem proposto na Assembleia da República uma disposição que
permitisse esta operação, isso foi rejeitado pelo PS em 2017, mas em 2018 conseguimos que
existisse uma disposição ao nível do Orçamento de Estado que é o artigo 106.º da Lei do

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Orçamento de Estado para 2018 que permite que se consigam transformar contratos de locação
em contratos de aquisição com recurso a empréstimo, podendo utilizar não os 20% que a Lei
73/2013 estabelece mas agora até 60% da margem de endividamento. Bom! E assim, sendo e
tendo esse conhecimento em janeiro de 2018, desde logo iniciámos contactos com o promotor,
com o proprietário deste edifício, no sentido de podermos adquirir o imóvel.
Tínhamos também em pano de fundo o relatório de auditoria do Tribunal de Contas que
mandatava os órgãos municipais para uma minimização dos efeitos financeiros dos contratos de
arrendamento dos Serviços Centrais e Serviços Operacionais.
Sobre os operacionais, ainda hoje estão a decorrer obras que vão decorrer até abril de 2019.
Obras estruturais no edifício para as quais não temos nenhuma certeza de que esse edifício ficará
ou não em condições cumprindo os objetivos que a Câmara Municipal do Seixal pretende para o
seu presente e para o seu futuro e por isso, e existindo uma incerteza critica e crucial não
podemos hoje com propriedade afirmar que a aquisição dos Serviços Operacionais é o próximo
passo relativamente à amortização dos efeitos dos contratos, mas já sobre os Serviços Centrais,
como eu referi e 8 anos após esta utilização com um edifício em perfeitas condições, como eu
disse, iniciámos então essas negociações em fevereiro e face à distância entre aquilo que foram as
avaliações da Câmara Municipal e aquilo que era o valor contratual de aquisição previsto no
contrato de arrendamento com opção de compra firmado em 2008, as negociações foram
intensas e bastante demoradas face ao tempo que tínhamos disponível, isto é, até 31 de
dezembro de 2018, mas felizmente conseguimos fechar um valor que foi o valor de 35 milhões de
euros que eu gostaria de referir é de mais de 8 milhões de euros abaixo do valor contratual pelo
qual o município teria que obrigatoriamente que comprar este imóvel e porquê? Dizer que no
contrato de arrendamento com a opção de compra está definido de forma matemática qual o
valor em cada dois anos que o município pode adquirir este imóvel e o valor estimado para o
presente ano era de 43,4 milhões de euros ou 43,2 milhões de euros e por isso adquirindo por 35
são menos 8 milhões de euros que vamos também poupar, em termos da aquisição deste imóvel.
Num segundo aspeto também com o resultado do concurso que a Câmara Municipal lançou para
os empréstimos, verificámos que a nossa expetativa foi inteiramente concretizada relativamente à
operação de crédito, tínhamos a expetativa de reduzir cerca de 1 milhão de euros o serviço da
divida relativamente ao pagamento de rendas que temos hoje e isso concretizou-se, isto é, se esta
operação tiver sucesso a Câmara Municipal do Seixal passa de um encargo anual com rendas para
este edifício de 3 milhões de euros para um serviço da divida de 2 milhões de euros, isto é
pouparemos 1 milhão de euros por ano e se formos ver dos próximos anos, do ano 2019 até ao de
2029 são 11 anos completos, pouparemos mais 11 milhões de euros, somando aos 8 são 19
milhões de euros que vamos poupar ao erário público com esta operação, mas e em último aspeto
para a podermos concretizar precisávamos de alterar o Plano de Consolidação Orçamental. Nós
demonstramos que é possível alterar o Plano de Consolidação Orçamental, é possível mas não

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temos tempo disponível para o poder fazer face ao limite da Lei do Orçamento de Estado que é 31
de dezembro de 2018 e demonstramos os passos formais que eram necessários dar porque
precisávamos de ter o visto e a aprovação do Tribunal de Contas e só depois é que podíamos
avançar com esta operação. A Lei do Orçamento de Estado de 2018 tem felizmente um outro
artigo que é o artigo 97 e que diz o seguinte: Os municípios que tendo um plano de saneamento
financeiro que já não estejam nas condições de saneamento financeiro podem suspender esse
plano e a suspensão do plano não significa que ele desaparece. Não! A suspensão do plano
significa que ele mantém-se em vigor. Agora fica é suspenso naquilo que são os cortes que são
necessários fazer como hoje tivemos oportunidade de ver nas informações nesta Assembleia
Municipal. O que eu proponho e que foi já proposto na Câmara Municipal do Seixal é que
continuemos a fazer da exata forma como fazemos até aqui, isto é apesar de termos que estar
suspenso e essa é a deliberação da Câmara Municipal e da Assembleia Municipal mas do ponto de
vista prático iremos manter a vigilância e o relatório semestral relativamente ao cumprimento do
Plano Consolidação Orçamental, isso ajuda-nos a todos para conseguirmos ter uma melhor
apreciação sobre a trajetória de endividamento da Câmara Municipal face aquilo que eram as
perspetivas lançadas quando foi o plano foi eficaz em março de 2014. Como eu estava a referir,
por isso precisamos de suspender o Plano Consolidação Orçamental para podermos materializar
esta operação e conseguirmos agora com a aprovação que se espera que tenha o máximo de
consenso possível como aconteceu na Câmara Municipal e com esse sinal não temos nenhuma
duvida que o Governo da República e a seguir o Tribunal de Contas olharão para este processo
como um processo com uma enorme mais valia para o interesse público e para o erário público e
também uma convergência, do ponto de vista político das várias forças no sentido de podermos
atestar este processo que deve merecer o máximo consenso e ser mais fácil ao Governo e ao
Tribunal de Contas emitirem um juízo favorável relativamente à operação que estamos a propor.
Nesse sentido, não me resta outro pedido que não seja que consigamos aprovar esta operação,
com o máximo do consenso possível porque isso ajudará certamente a que os últimos dois passos,
quer o parecer do Governo, quer também o visto do Tribunal de Contas possam acontecer com o
mínimo de questões, com o máximo de celeridade para que até 31 de dezembro de 2018
possamos contratar este empréstimo.
Sr. Presidente da Assembleia Municipal estamos disponíveis para outros esclarecimentos se tal for
necessário”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Obrigado Sr. Presidente da Câmara. Inscrições?
Samuel Cruz. A seguir? Sérgio Ramalhete; mais? Vítor Cavalinhos, Rui Belchior, João Rebelo, Nuno
Pombo, mais na primeira ronda. Faremos uma segunda para fechar! Na segunda fechamos para
não andarmos aqui aos saltinhos. Sendo assim, Samuel Cruz”.
Samuel Cruz, do PS, disse: “Eu irei justamente dividir a minha intervenção neste ponto da ordem
de trabalhos em dois momentos distintos. Esta primeira intervenção tem até dada a importância

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do momento titulo e tudo e intitula-se manual da má gestão autárquica, muito iremos ouvir aqui
hoje falar do excelente negócio que nos preparamos para fazer. Importa pois, saber como aqui
chegámos. O Partido Comunista Português governa o concelho do Seixal desde 1974, um
município à época com cerca de 40 mil habitantes; foram depois necessários 35 anos e que a
população quadruplicasse para que os novos Paços do concelho fossem uma realidade. Cabe ao
bom gestor perspetivar o futuro e aquele que não o faz é mau gestor. Estamos pois, do ponto de
vista político, perante o primeiro erro de todo este processo, a decisão de construir os novos
edifícios municipais pecou por tardia, mas do ponto de vista temporal a decisão foi errada,
também se olharmos para as localizações escolhidas a decisão não foi a mais correta. Os Serviços
Operacionais estão localizados numa ponta do concelho o que dificulta justamente a sua
operacionalidade e os Serviços Centrais deslocalizaram-se da sede do concelho sem que tivesse
sido acautelado o futuro do casco antigo do Seixal quando os serviços camarários ocupavam já 50
edifícios.
Este foi o segundo erro, mas retomemos o processo hoje em análise e para isso é necessário
recuar aos anos 90, no século passado e ao lançamento do programa PER – Programa Especial de
Realojamento. É nessa altura que o intrincado complexo contrato celebrado entre a Câmara
Municipal do Seixal e o Grupo A. Silva & Silva se inicia e apenas irá terminar quando for concluída
a aquisição deste edifício, deixando no entanto, ainda para trás o edifício dos Serviços
operacionais se bem que este já não seja propriedade do mesmo grupo e o terceiro erro é a
totalidade do projeto do Programa PER no concelho.
Começa com aquele que é o pecado original das autarquias ou, como dizia Menezes Rodrigues,
ainda voltaremos de novo a ele, com aquele que é a emissão fiduciária das autarquias, a moeda
que as autarquias não imprimem mas emitem, são a conversão de terrenos agrícolas em urbanos,
foi isso que foi feito. O Grupo A. Silva & Silva detinha um terreno na Cucena, apresentou como
muito bom para fazer um CDA à Câmara do Seixal e aquele terreno foi transformado para que aí
se pudessem construir 164 fogos; e a Câmara como dação em pagamento dos 20% tinha que
contribuir deu, e isto é um dado relevante e importante, um terreno da área de cedência da
Quinta Dona Maria. Para todos nos situarmos na direção de quem sai do Seixal do casco antigo do
Seixal, na direção dos barcos da Transtejo, está o estaleiro naval, o terreno em frente é esse
terreno da área de cedência que a Câmara deu desde logo onerado - e isto é que é fantástico que
ainda estávamos no século XX - porque quando este terreno é entregue e já disse aqui que todo o
PER é um erro porque transforma terrenos agrícolas em terrenos urbanos, coisa que não deve ser
feita e porque é um alojamento feito, como nunca deve ser feito com a criação de um gueto em
absoluto, isolou-se aquela população, condenou-se aquela população à total ostracização, sem
equipamentos, sem transportes, com o estigma de viverem no gueto. Tudo isso foi um erro, mas
dizia eu que e já para não falar que o PER no concelho do Seixal é o mais atrasado de toda a Área
Metropolitana de Lisboa. Foi feito aquilo e não foi feito mais nada e muito mais verbas havia
disponíveis para fazer assim o Seixal o tivesse conseguido, não tinha era mais terrenos se calhar

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para dar e mais edifícios para mandar construir, para dar a sua parte porque enfim, toda a
máquina de propaganda custa dinheiro e isto não chega para tudo e ter o único Boletim Municipal
com uma periodicidade quinzenal em todo o país custa dinheiro e todos os foguetes e todas as
festas custam dinheiro; mas dizia eu que chegámos assim ao ano 2000 e à construção dos Serviços
Operacionais, saltamos daqui e o que há a reter do PER é que a Câmara entregou ao Grupo A.
Silva & Silva, este terreno junto ao estaleiro à saída do Seixal, o estaleiro do Grupo ETE.
Saltámos agora para o ano 2000 e à construção dos Serviços Operacionais a Câmara lançou um
anuncio para arrendamento e o Grupo A. Silva & Silva é a única a apresentar proposta. Registe-se
aqui apenas que o alvará do loteamento é de fevereiro, a decisão de contratar o arrendamento é
de abril, imediatamente a seguir, os anúncios para a contratação do arrendamento são publicados
em maio e a aprovação na câmara de um novo contrato é feita em junho. Com tanta pressa
parece que a única coisa que ninguém pensou é que se tratava de um aterro em cima de um
pântano com as consequências que penso que todos conhecemos atualmente.
Apesar de tudo, ainda em 2004 e antes do início do contrato de arrendamento o Grupo A. Silva &
Silva vende a um fundo de investimento imobiliário do Millennium BCP o edifício por 19 milhões
854 mil euros. Para nos situarmos, diga-se que apenas nos primeiros 10 anos do contrato a
Câmara Municipal do Seixal pagou de rendas deste edifício um valor superior a 20 milhões de
euros e já aqui neste momento havia reduções de rendas que tinham haver com áreas não
ocupadas do edifício, como sabem está em derrocada eminente em alguns locais e as áreas estão
interditas e a Câmara não paga renda, já tinha o valor de desconto nos primeiros 10 anos todo o
investimento feito tinha sido de retorno e de facto, em termos de retorno de investimento é
absolutamente fantástico. Hoje tive oportunidade de ler as atas da altura e na altura tivemos aqui
a então, diretora dos serviços jurídicos da Câmara a passar um atestado de estupidez a todos os
eleitos a dizer que é um project finance e é natural que nem todos compreendam muito bem o
que aqui está feito, o que não deixou de ser divertido, porque pelos vistos ela percebia muito bem
e deixou-nos neste estado. Como eu dizia, a decisão de arrendar um edifício no extremo do
concelho em cima de um terreno pantanoso e do qual hoje nos queremos livrar, apesar e isto
também é importante do Tribunal de Contas nos indicar que o devemos comprar porque hoje
também já foi dito pelo Sr. Presidente que o Tribunal de Contas nos impõe que compremos este
edifício; e é verdade, mas também é verdade e disso ninguém falou e é importante que se fale que
nos impõe que compremos o edifício dos Serviços Operacionais, da mesma forma e na mesma
medida; e com isto termino os Serviços Operacionais, passando então aos Serviços Centrais,
aqueles cuja aquisição é aqui hoje deliberada.
Já disse que todo o processo se inicia com a construção do PER na Cucena, na verdade é nessa
sequência que a Câmara Municipal do Seixal cede como dação em pagamento dos seus 20% dois
terrenos da Quinta D. Maria, um destinado a equipamento e outro a estacionamento, logo se
comprometendo, e passo a citar: «como principio orientador aceita que o pagamento do

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remanescente de 20% no custo do empreendimento, seja realizado parcialmente ou


integralmente através da dação em pagamento dos imóveis referidos para nele, o município vir a
construir um edifício destinado à instalação de serviços públicos municipais». Vejam bem, com
amigos assim o Grupo A. Silva & Silva não precisa de mais nada, propõe-se fazer um loteamento
de 164 fogos na Cucena, faz o loteamento e aqueles 20% que tinha que receber como
contrapartida da Câmara vêm logo com mais uma encomenda, a gente dá-vos agora estes 20%
mas a encomenda já mais um edifício em cima disso; e depois, saltamos de novo até 2006 que é
quando o município aceita permutar este local onde nós estamos que era da Câmara, acho que há
aqui uma coisa que algumas pessoas ainda não perceberam, nós agora estamos num sítio
arrendado, mas este terreno era da Câmara e a Câmara fez este magnifico negócio. O Grupo A.
Silva & Silva tinha um terreno em frente aos estaleiros que lá está e que não serve para nada.
Agora propriedade da Câmara e a Câmara tinha este onde se queria instalar. Então, o que é que a
Câmara magnânima fez? Permutou com o Grupo A. Silva & Silva os terrenos, este que era nosso e
para onde nós queríamos vir passou a ser deles e aqueles que não serviam para ninguém, não
serve para eles, nem para nós, está lá ao abandono. É fantástico não é? Depois o resto, este
introito era importante que percebessemos, isto começa lá muito atrás, começa com o PER da
Cucena e este terreno onde nós estamos era nosso e agora aquilo que é verdadeiramente
importante, havia outra forma de fazer isto? Havia e foram avisados; e porque é que havia? Havia
desde logo porque o terreno já tínhamos, isto é a área de cedência do loteamento da Quinta do
Outeiro, disso não havia dúvidas. Este era nosso e o Grupo A. Silva & Silva que ficasse com aquele
monte, com o pasto que lá está e depois não havia capacidade de endividamento? Existia! Porque
a Lei das Finanças Locais foi alterada justamente neste mandato e permitiu ao município do Seixal
criar uma grande margem de endividamento. Aliás, neste mandato foram contraídos dois
empréstimos diferentes no valor total de 18 milhões de euros. Vejam bem com o terreno que já
era nosso, com 18 milhões de euros que tínhamos de capacidade de endividamento, poderíamos
ter construido este edifício que nos tinha custado, eu penso que até menos 18 milhões de euros,
não teríamos que o comprar por mais 60 milhões que vai ser aquilo que somadas as rendas e
valores os 35 milhões de aquisição atuais e isto sim, era gerir bem mas diga-se o que é que o PS na
Assembleia Municipal e na Câmara Municipal disseram.
Dizia o Vítor Ramalho na Assembleia Municipal onde aprovámos o contrato de arrendamento do
edifício pela intervenção do Menezes Rodrigues começa por dizer aquilo que todos sabemos que
havia a necessidade de racionalizar os serviços mas diz desde logo e o primeiro facto importante e
estamos a falar de 2006. Não é entregar o totoloto à segunda feira, entregar o totoloto à segunda
feira é fácil. Em 2006 aquilo que o PSD considera importante encontrar uma alternativa para a
animação da cidade com a saída dos Serviços da Câmara para a Quinta do Outeiro, deveria ter sido
feito em tempo e acha que deve ser feito com toda a rapidez possível para que se tranquilize as
pessoas do Seixal.

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Quanto à avaliação global diz: se o município quer umas instalações novas mandava fazer os
concursos para a construção e arranjava um financiamento, pois considera que o custo está
elevado, o município precisa de racionalizar as suas instalações, estávamos todos de acordo em
relação a isso, visto nestes termos, julgo que a Câmara e o Presidente deveriam ter encontrado
outra solução, pois é a sua preocupação e têm a certeza que a Câmara fazia muito melhor negócio
noutros termos. Vítor Ramalho disse o mesmo ainda que de uma forma um pouco diferente. Diz
ele: porquê que é que isto é feito assim? Porque a Câmara não tem só viabilidade financeira para
resolver o problema? Em função dos preços praticados no mercado, quer em termos de
arrendamento, quer em termos de aquisição os preços são anormalmente elevados e recorde-se
que este edifício tem uma clausula de compra de 43 milhões e a melhor avaliação que a Câmara
conseguiu é de 29 milhões. Como é que foi possível aceitarmos que este valor tinha este valor
quando as duas únicas avaliações que mandámos fazer recentemente, uma é de um valor de 22 e
a outra num valor de 29 milhões. Aliás, nem o próprio vendedor conseguiu encomendar uma
avaliação que chegasse ao valor que nós nos comprometemos a pagar que é uma coisa
absolutamente fantástica, mas continuava Vítor Ramalho: o arrendamento é uma forma de
manter viva a situação para um dia se comprar e se não se comprar então, é a ruína total e ao
comprar ruína total é e porquê? Porque nem se faz abatimento no preço da compra, da
amortização que já foi feita. Portanto, isto vai mesmo custar um balúrdio anormalmente elevado
em relação ao mercado. Razão tinha Vítor Ramalho, há 12 anos, e é por isso que eu vou terminar
esta minha primeira intervenção com um poema de que eu gosto particularmente, é o Cântico
Negro do José Régio e diz assim: «“Vem por aqui”- dizem-me alguns com olhos doces/Estendendo-
me os braços, e seguros/De que seria bom que eu os ouvisse/Quando me dizem: “vem por aqui”!/
Eu olho-os com olhos lassos,/(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)/E cruzo os braços,/E nunca
vou por ali… »".
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Sérgio Ramalhete”.
Sérgio Ramalhete, disse: “Alguns considerandos sobre a aquisição do edifício onde hoje estamos a
fazer nesta Assembleia Municipal, aquisição do edifício por 35 milhões de euros, cujo melhor valor
de avaliação são 29 milhões de euros. Total das rendas vencidas aproximadamente de 27 milhões
de euros. Custo total do edifício, não são 35 milhões de euros, são 62. Como diria o Sr. Presidente
que acabou de o referir estamos na evidência de uma poupança, isto é caricato 11 milhões, mais
8, 19. Contudo, deixe-me dizer-lhe Sr. Presidente, só seria uma poupança efetiva se o valor das
rendas já vencidas, aproximadamente 27 milhões de euros fosse inferior à poupança agora
refletida com a confirmação do empréstimo, coisa que não acontece. Pagamos o edifício duas
vezes, tendo por base esses valores. Contudo, se a Câmara Municipal do Seixal em 2009 tivesse
decidido pela via da construção, possivelmente o edifício seria metade do valor de compra. Já foi
referido ali pelo meu camarada, inferior possivelmente a 18 milhões de euros.

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Podemos afirmar que esta decisão de compra foi aquela que era possível tomar sem continuar a
prejudicar o erário público e a hipotecar o futuro da população do concelho. Contudo, temos que
evidenciar que a formação do contrato de arrendamento em 2009 não foi só uma decisão
catastrófica mas também um pesado ónus para a população do concelho que tem sido privada de
infraestruturas básicas e de lazer, graças a um pesado contrato de arrendamento. Até podemos
fazer um comparativo 3 milhões de rendas ano pelo contrato de arrendamento. O orçamento
anual das 4 freguesias do concelho, não sei o total, se não chegar a esse valor andará muito lá
perto ou ligeiramente acima, ou seja, estamos a falar em 3 milhões de euros anos, quando um
orçamento das 4 freguesias, possivelmente rondará esse valor. A grande questão é esta: o que
poderiam as freguesias ter feito com esse valor repartido pelos seus orçamentos? A grande
questão é que este tipo de gestão não devia ter acontecido. Qualquer decisão de extrema
importância deve ter em consideração qual a causa/efeito, qual as vantagens e os custos, qual o
custo e qual o impacto para as populações. Tenho contudo que congratular as pessoas do Governo
socialista, intervenientes neste processo pela sua postura em apoiar e incentivar a resolução desta
situação”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Vítor Cavalinhos se faz favor”.
Vítor Cavalinhos, do BE, disse: “Antes de começar a minha intervenção, eu queria prestar uma
informação ao membro desta Assembleia Municipal Bruno Barata e queria dizer-lhe o seguinte: é
que o Francisco Morais que está ali sentado é vereador do Bloco de Esquerda e como eu não
quero entender que o Bruno Barata quer eliminar administrativamente o vereador Francisco
Morais entendo essa atitude só como uma deselegância. Há a elegância no vestir e há aquela
elegância nas atitudes. Há quem tenha as duas coisas e há quem tenha só uma e fico-me por aqui
e há quem não tenha nenhuma e dizer aquilo que já disse na outra Assembleia Municipal para um
homem extraordinário que aqui esteve sentado até há uns tempos que era o Luís Cordeiro vai ser
substituído por outro homem extraordinário que é o Francisco Morais, os meus cumprimentos.
Aquisição dos Serviços Centrais, este processo tem uma história longa. Em 2006 pela primeira vez
o Bloco de Esquerda apreciou e deliberou acerca do mesmo. Desde o início reconhecemos as
vantagens para os e as munícipes e para os trabalhadores/as municipais da concentração dos
serviços num edifício único. O Bloco continua a ter a mesma opinião. Em 2006 o Bloco de
Esquerda votou contra o contrato promessa de arrendamento com opção de compra estabelecido
entre a Câmara Municipal do Seixal e a Assimec porque o considerou um contrato ruinoso para o
município e leonino para a Assimec. Em 2009 pelas mesmas razões votámos contra a proposta
adicional do contrato. Em 2006 para além da concentração de serviços, o executivo invocou outra
razão pertinente para o modelo aprovado e que era a poupança de recursos que tal projeto
proporcionaria, por diversas vezes o Bloco de Esquerda solicitou ao executivo o relatório de todos
os custos de funcionamento dos 39 edifícios, onde funcionavam nos diversos serviços para
comparar com os custos de funcionamento dos 39 edifícios onde funcionavam os diversos serviços

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para comparar com os custos de funcionamento dos Serviços Centrais e verificar as poupanças
evocadas, até hoje essa informação nunca foi disponibilizada à Assembleia Municipal. A maioria
agora relativa, outrora absoluta, que defende a bondade da solução fica incomodada quando se
centram as criticas nas rendas e não vantagens da prestação do serviço publico. Tal raciocínio tem
pelo menos dois problemas: rendas e não nas vantagens da prestação do serviço público, tal
raciocino tem pelo menos dois problemas. O primeiro deles é transmitir a ideia que desde
qualquer solução melhor o serviço público o seu custo é do somenos importância. O segundo dos
problemas é que omite o facto de o custo de uma melhoria poder prejudicar o serviço público
noutra resultante de uma má opção, o que se gastou nas rendas impediu outras respostas na área
da educação, por exemplo. Outro pormenor a não esquecer é que estamos perante uma PPP, tal
como refere a deliberação 426 de 2006, contrato promessa de arrendamento e cito: «O
investimento que se pretende levar a cabo enquadra-se no âmbito das parcerias
público/privadas», a não ser que as PPP de Poder Central sejam tragédias e as de Poder Local que
sejam maravilhas. Apesar de tudo, o Sr. Presidente da Câmara já vai reconhecendo que e agora
cito: «Há 18 anos atrás, talvez não tivéssemos tido a capacidade para avaliar corretamente um
projeto deste tipo. Temos hoje instrumentos técnicos e científicos que nos permitem outro
comportamento. Este processo deverá trazer os ensinamentos para o futuro. Talvez tenha havido
aspetos menos bem estudados». Importa registar como se construiu esta história. Em 1999 a
empresa A. Silva & Silva apresenta uma proposta para promoção de contrato de desenvolvimento
para habitação, no mesmo ano foi celebrado um protocolo de colaboração entre o município do
seixal e a Assimec para a construção de 164 fogos PER. Ainda no mesmo ano, iniciou-se a
construção de um empreendimento no âmbito do PER. Em 2003 foi celebrado um contrato de
permuta de compra e venda dos 164 fogos do PER, venda de 80% mais permuta de 20% de lote de
terreno no município destinada à construção do edifício municipal. Em 2004 foi aprovado o
loteamento urbano da Quinta do Outeiro promovido pela Seixal Baía. Em 2005, a instituição e
registo a favor do município do lote de terreno da Quinta do Outeiro, resultante da operação de
loteamento promovido pela Seixal Baía, no âmbito de cedências obrigatórias ao município. Em
2006 a alteração ao contrato de permuta 2003 para substituição do lote de permutado pelo lote
resultante da operação de loteamento urbano da Quinta do Outeiro. Em 2006 celebração do
contrato promessa de arrendamento com opção de compra após aprovação na Câmara e na
Assembleia Municipal. Esta história teve consequências e tem responsáveis pelo caminho
empreendido. Em 2009 foi celebrado um adicional ao contrato, aumentando a renda para mais de
240 mil euros. Ainda estou para saber hoje qual foi a necessidade de construir um parque de
estacionamento aqui ao lado e que custou cerca de 8 milhões de euros. No mesmo ano foi
celebrado um contrato de arrendamento com a opção de compra no valor de 37 milhões de euros.
Até ao final do ano pagaremos de rendas 27 milhões de euros, somando este valor ao custo
proposto para o edifício 35 milhões mais juros, mais comissões, a conta final rondará os 70
milhões de euros. Vamos pagar mais 40 milhões de euros do custo real do edifício se o tivéssemos

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construido por gestão direta. Foi e é um negócio ruinoso que estamos e que vamos continuar a
pagar com língua de palmo. Para alterar o rumo dos acontecimentos foi determinante a auditoria
do Tribunal de Contas. Importa citar o ponto 544 do relato da auditoria e que diz e cito: «A
verdade é que tal como ficou demonstrado o recurso é o complexo negocial que culminou na
celebração do contrato de arrendamento com opção de compra que assegurou novas instalações
aos serviços operacionais e centrais do município do Seixal, traduziu-se numa fuga ao regime da
empreitada de obra pública que impunha o respeito pelos princípios da concorrência, da
imparcialidade, da transparência e da publicidade e o regime do crédito municipal que impunha o
respeito pelos princípios da estabilidade orçamental, da solidariedade reciproca e da equidade
intergeracional e os requisitos legais de assunção e realização de despesa pública municipal,
nomeadamente a economia, a eficiência e a eficácia, consubstanciando uma solução mais
onerosa, do ponto de vista da utilização dos dinheiros públicos e da administração do património
imobiliário público fim de citação». E o Tribunal Constitucional faz uma recomendação de caráter
imperativo que é o verdadeiro detonador desta solução que estamos a apreciar e cito a
recomendação de novo: «Por imperativo do principio da persecução do interesse público e
respeito pelo principio da equidade intergeracional deverão ser desenvolvidos procedimentos
adequados à minimização dos efeitos económicos e financeiros perversos emergente dos
denominados contratos de arrendamento com opção de compra dos dois edifícios».
Outro elemento relevante que torna exequível esta aquisição é o Orçamento de Estado através do
artigo 106.º aquisição de bens objeto de contrato de locação permitir alargar o limite de
endividamento até 60% do orçamento municipal. Hoje a Assembleia Municipal vai dar um passo
decisivo para remediar decisões erradas da Câmara e da Assembleia Municipal tomadas no
passado e que só a maioria absoluta permitiu impor. O Bloco analisou as seis soluções possíveis e
está de acordo com a solução apresentada de compra do edifício dos Serviços Centrais porque
tem 5 milhões de euros. O Bloco defendeu e defende a compra do edifício como solução para
estacar a sangria de recursos públicos para pagar rendas, mesmo a compra, não deixa de ser um
mal menor que só solidifica a apreciação globalmente negativa que fazemos das opções tomadas
no passado pela maioria outrora absoluta e agora felizmente relativa. É preciso notar que o
município vai comprar o edifício por 35 milhões, mas em 2016, propunha-se compra-lo por 22,5
milhões de euros, valor aprovado em Assembleia Municipal, realizada a 23 de agosto do ano
referido.
Por último, o Bloco de Esquerda considera que a história deu-nos razão e confirmou a justiça e a
correção de tudo o que dissemos desde 2009 quando classificámos de negócio ruinoso os
contratos estabelecidos entre o município e o Grupo A. Silva & Silva – Assimec . Foram 8 anos de
lapidação do erário público o que impediu e condicionou significativamente um maior
investimento que permitisse mais e melhor qualidade de vida para os e as munícipes”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Há um pedido de defesa da honra, se faz favor”.

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Bruno Barata, do PS, disse: “Como o eleito Vítor Cavalinhos referiu o meu nome relativamente à
deselegância podia estar aqui em argumentações e justificações, não o vou fazer, peço desculpa
ao novo vereador do Bloco de Esquerda por não lhe ter desejado as maiores felicidades para o
novo mandato, desejo agora as maiores felicidades e tudo a correr bem em prol do nosso
município”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Rui Belchior”.
Rui Belchior, do PSD, disse: “discurso inaudível”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Ainda temos 6 minutos, se alguém ainda pretender
intervir? Quais são as inscrições? João Rebelo e Nuno Pombo. João Rebelo se faz favor”.
João Rebelo, do CDS/PP, disse: “Sr. Presidente só um ponto de ordem, eu acho que os lideres vão
ter que reunir e discutir; não faz sentido nenhum começar a discutir um ponto, seja ele qual for e
neste caso é um ponto importantíssimo e depois ficar para amanhã o resto da discussão, isto não
faz sentido nenhum, não é agora que se vai resolver isso, mas nós devemos seriamente discutir o
que se está a passar nestas assembleias municipais, onde os assuntos mais relevantes para o
município são discutidos à meia noite ou à uma da manhã. Isto não faz sentido nenhum e estamos
com moções atrás de moções por muita importância que as pessoas podem-na atribuir, não faz
sentido nenhum este modelo que nós temos neste momento, lamento mas vamos ter mais outra
assembleia municipal amanhã com todos os problemas que isto depois vai ter, mas pronto vamos
a isso fica a discussão a meio.
Eu vou ser muito mais breve e curto que os meus colegas aqui porque não tenciono ir até 1974
para explicar qual será a nossa votação sobre esta proposta. Primeiro, o Sr. Presidente da Câmara
explicou e bem, como o fez nas reuniões que nós tivemos quando discutimos isso com os lideres e
com a comissão, das razões que levam a tomar esta decisão, mas tendo em conta que fica claro
para toda a gente que a solução que levou ao que nós chegámos. Solução essa da inteira
responsabilidade das maiorias absolutas da CDU foi absolutamente ruinoso, isto é, o termo mais
correto para ser utilizado para os contribuintes e para o erário público. A primeira frase que o Sr.
Presidente da Câmara devia aqui ter dito em nome da CDU, peço desculpa aos munícipes do Seixal
de ter aprovado esta decisão em 2006 porque ela foi ruinosa.
Depois não deixa de ser esquisito e bizarro, outro nome eu não vou utilizar, se é que estamos a
poupar, foi a expressão que o Sr. Presidente da Câmara utilizou, estamos a poupar alguns milhões
de euros, só que esqueceu-se de dizer tudo o que vai para trás, o que nós pagámos em rendas, os
juros que vamos pagar desses empréstimos, tudo somado voltamos à verba que foi aqui dito pelo
nosso colega Vítor Cavalinhos de 70 milhões de euros quando tudo isto podia ter sido
manifestamente uma despesa muito menor do que a que está aqui referida. Depois podemos
invocar mas será que toda a gente viu isso, menos nós, nós CDU neste caso, sim porque nas atas

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das assembleias municipais pelo menos nas reuniões camarárias, não há partido nenhum que não
tivesse manifestado a discordância em relação a esta solução.
Recordo como aqui foi dito só maiorias absolutas da CDU é que permitiram que este tal negócio
ruinoso que foi feito em 2006 continuasse ao longo do tempo. Depois claro, vêm os problemas
financeiros do sobre endividamento que a Câmara Municipal teve por responsabilidades da gestão
CDU também, que levou também a necessidades de reduzir esse endividamento e reduzir o
investimento e não ter outra possibilidade em resolver este assunto mais cedo. Mais uma vez,
total responsabilidade das gestões absolutas da CDU em relação a esta matéria. Portanto, pelo
menos esse mea culpa da Câmara Municipal na gestão CDU neste caso, aqui perante todos devia
ter sido feita e não foi feito; ou então vamos arranjar uma explicação porque é que este sistema
foi utilizado ou esta solução encontrada há uma década atrás foi utilizada para levar isto porque
agora toda a gente diz que foi uma má solução e é por isso que estamos a tentar remediar.
Depois há outro aspeto que é aqui para realçar. Foi por causa também do Tribunal de Contas e do
seu acórdão que também precipitou arranjar esta solução e claro que está a tal norma no
Orçamento de Estado que vai permitir isso, mas também é verdade que o Tribunal de Contas não
lhes deixou outra alternativa . Também é preciso olhar e ler o que diz este acórdão do Tribunal de
Contas e desculpem lá que eu vos diga acaba por ser uma vergonha para a gestão CDU da Câmara
Municipal ler o que está ali escrito nesse acórdão do Tribunal de Contas, isto também não foi
devidamente. Ah! Porque eles dizem que temos que levar esta solução. É verdade mas ler o que
está o antecedente e as várias criticas que são lá manifestadas também valeria na minha opinião a
Câmara Municipal ter que manifestar opinião. Agora vendo o que aqui está em causa e o que
vamos aprovar. O relatório que foi elaborado para ajudar a definirmos uma posição e que foi
entregue a todos os grupos parlamentares aponta para uma solução e esta solução e é de facto, a
melhor e a única e a única que na minha opinião pode ser encarada para a aprovação e é a única
solução e que resolve um problema, como aqui foi dito por outros colegas meus, veio resolver o
problema a montante. Ainda não resolve a questão dos Serviços Operacionais porque também
está lá no acórdão do Tribunal de Contas e aqui nós não estamos a aprovar solução nenhuma para
isso. Portanto, preparem-se que vem ai também tem outro tipo de remédio que vai ser daqueles
que para engolir vai ser difícil mas que mais uma vez, vai resolvê-lo aos trambolhões quando já
devia ter sido pensada uma solução mais óbvia, mas esta solução, a nossa opinião é única possível
para resolver o problema, trás e permite nesse sentido, evitar um mal maior e resolve em parte o
problema e eu andei aqui muito a lutar para saber que voto que eu podia fazer em relação a isso.
A abstenção seria o mais lógico porque fomos completamente contra a solução inicial e que foi
ruinosa na nossa opinião, mas também é favorável porque é outra solução que há mas eu acho
que vou votar favoravelmente porque a ideia é encerrar este capitulo. O voto favorável é dar
também uma força unânime pode ser positiva até para o executivo municipal nas negociações que
ainda vamos ter que fazer com a banca e até na credibilização do projeto que vamos apresentar e
esta discussão que isto não está terminado aqui, pode dar mais força política ao caso e o meu voto

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favorável tem a ver com isso. Não deixo de recordar o passado mas eu acho que é importante dar
esse sinal porque fechamos não totalmente, ainda temos os Serviços Operacionais, fechamos esta
questão aqui”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “É claro que todos nós gostaríamos e já foi referido
aqui, creio que nenhum de nós tem essa dúvida de que de facto, uma matéria desta importância
para a vida do município e para o seu futuro que tinha todo o sentido ter continuidade mas de
facto, a realidade é esta, nós estamos com uma hora e meia de tempo de partida dos partidos, das
forças políticas, uma hora e meia de duração até agora, falta-nos uma hora e meia de intervenção
e face às intervenções que já tiveram lugar e que esta matéria ainda tem de apreciação como não
pode deixar de ter, já foram anunciadas, o Samuel anunciou que ia ter uma segunda intervenção,
outros poderão tê-la também. Portanto, creio que nem sequer se coloca que com algum
prolongamento terminaríamos aqui, não é possível, estamos a meio e se for o tempo dos partidos
ainda nem a meio, temos a gestão de funcionamento que não conta, como sabemos e nesse
sentido, vamos prosseguir amanhã e retomar onde estamos com as inscrições que temos. Boa
noite a todos e até amanhã”.

2.ª reunião - 11 de setembro


O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Nós vamos retomar a Assembleia Municipal,
estamos no tempo do período da ordem do dia usado é uma hora e trinta minutos. Portanto,
temos uma hora e trinta e os tempos dos partidos: CDU 37 minutos, PS 6, PSD 18, Bloco de
Esquerda 7, o PAN 11, CDS 4,30 e o Presidente de Fernão Ferro 11 minutos. As inscrições que
ficaram registadas, por esta ordem: Rui Belchior, João Rebelo e Nuno Pombo. O João já interveio.
Este tempo é já na sequência da intervenção. Nós íamos agora fazer um registo de pedidos de
intervenção. Portanto, para além destas duas: do Rui Belchior e do Nuno Pombo, quem é que
pretende intervir? Faremos outra ronda, mas nesta primeira, se não houver para já pedidos,
intervêm os que estão inscritos. Então, Rui Belchior se faz favor”.
Rui Belchior, do PSD, disse: “Sobre este assunto não é nossa pretensão fazer sobre a presente
temática quaisquer juízos de valor ou julgamentos do ponto de vista pessoal pretendemos sim, e
temos esse direito no âmbito do exercício do nosso mandato fazer o devido julgamento político de
decisões anteriormente tomadas à revelia daquelas que foram as nossas posições e como
avisámos na devida altura e como posteriormente, se veio a demonstrar prejudicaram-se
severamente o município. Não podemos pois admitir que agora se apaguem com uma borracha as
péssimas opções estratégicas do passado só porque por fim e à força se arranjou uma saída com
menos custos, ainda mais quando estamos sempre a falar com a fasquia elevada a muitos milhões
de euros. Não! A qualidade e a utilidade deste edifício não pode nunca justificar os montantes
nele até agora aplicados. Enquanto cidadãos e mais ainda enquanto autarcas temos que agir com

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a responsabilidade e não podemos assentar as nossas opções numa lógica megalómana só porque
era melhor, mais adequado ou dava mais jeito. Na ultima reunião de câmara, o Sr. Presidente
Joaquim Santos considerou a deliberação de aquisição dos edifícios centrais como histórica. Já nós
Partido Social Democrata que sempre afirmámos que a opção por estes arrendamentos foi e é
ruinosa para o nosso município, consideramos que hoje a deliberação é de facto, histórica na
medida em que vem emendar um erro histórico do executivo CDU. Podemos hoje fazer as
considerações que entendermos, mas a verdade é que a CDU sustentada por uma maioria
absoluta optou sempre, desde o inicio deste processo, por impor à força a sua opção desastrosa.
Opção que sempre defendeu com unhas e dentes, isto apesar da contestação maciça de toda a
oposição ao longo destes anos. Em boa verdade a CDU nunca admitiu, nunca se retratou do
sorvedouro de dinheiro público que a opção negra por estes arrendamentos constituiu, de resto
quer-se hoje fazer passar uma imagem de momento histórico em que o executivo CDU iça a
bandeira da competência da solução de um problema sobre o qual tem inteira e exclusiva
responsabilidade e não somos nós que o dizemos é o Tribunal de Contas, na auditoria realizada
chegou entre outras às seguintes e contundentes conclusões, passo a citar: «Trata-se de um
complexo puzzle jurídico que se traduziu na fuga ao regime jurídico do contrato de empreitada de
obra pública e do regime jurídico do crédito público municipal, no desenvolvimento do complexo
negocial, as condutas de responsáveis traduziram-se numa reiterada e sistemática indiferença
pelo dever de demonstrar que as soluções adotadas pelo município do Seixal eram conformes ao
principio da economia ou da racionalidade económica. A auditoria considera também que se
registou uma violação do principio da economia, uma vez que os responsáveis que deliberaram
contratar sem a prévia realização de estudos de avaliação económica ou qualquer apreciação do
impacto orçamental subjacente aos dois contratos. Acrechenta ainda a auditoria que celebraram
os contratos promessa de arrendamento antes do inicio das empreitadas e vincularam-se ao
arrendamento através de clausulas exorbitantes, manifestamente lesivas do interesse público, não
exerceram a opção de compra aceitando que os dois edifícios fossem vendidos pelo valor global
de 49,5 milhões de euros. O Tribunal de Contas refere ainda que as rendas pagas pelo município
pelos 2 edifícios até 2015 são de 40 milhões de euros. Por fim conclui que a celebração dos
conglomerados contratuais descritos traduziu-se assim e na assunção de encargos financeiros
adicionais para o município do Seixal, dos quais resultou e pode vir ainda a resultar dano para o
erário público municipal. Esclarecedoras estas conclusões. Com efeito o PSD não pode deixar de
referir que estamos como se viu em face de tais conclusões, perante o maior erro de gestão
financeira alguma vez cometido por este executivo que tem cometido muitos, é certo mas este em
concreto é aquele que configura o pior, o mais irresponsável e o mais grosseiro erro de que há
memória em mais de 40 anos. Aliás, nunca o município do Seixal conheceu outra gestão que não a
da CDU, pelo que este processo marca, estigmatiza e responsabiliza perpetuamente muitas das
pessoas que estão hoje aqui sentadas e que sempre defenderam até à ultima o acerto deste
processo de arrendamento. Na verdade, sabemos hoje, nem os próprios acreditavam na bondade

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de uma opção que mesmo à distância de uma década estava na cara de um homem médio que
seria como foi completamente perversa para o erário publico municipal. Na verdade foram até
hoje despendidos em rendas quase 30 milhões de euros, só nos edifícios centrais, pior vamos
continuar a gastar! Até que o processo de aquisição fique definitivamente fechado e isto se
alguma vez tal suceder. É que não querendo ser fatalista a verdade é que ainda se encontram
muitas arestas por limar e sobretudo mais preocupante, estamos ainda muito dependentes de
terceiros, bem como de fatores externos que não estão no domínio do município pelo que existem
ainda muitas situações que precisam de ser alinhadas, designadamente o tempo ou a falta dele, o
visto do Tribunal de Contas para que se possa, enfim rotular este processo como encerrado.
Recordamos que nestes procedimentos estamos sempre a falar dos edifícios centrais e nunca nos
edifícios operacionais como é com sabido ficam fora desta equação. Neste sentido é certo que
num futuro não muito distante, temos mais esta pedra no sapato até lá vamos pagando ou
litigando em tribunal com o senhorio. Qualquer uma das opções é dispendiosa e nenhuma resolve
o problema em definitivo. Todavia, como todos reconhecerão este é um problema igualmente
grave e que também necessita de uma solução que agora se dispensou com base naquilo que os
obreiros desta solução consideraram ser o interesse público. Porém e como se viu a auditoria do
Tribunal de Contas faz sempre incidir o seu escrutínio sobre os 2 edifícios, sobre a necessidade de
ser encontrado um caminho que resolva a presente situação considerada perversa pelo próprio
tribunal. Por outro lado, tem se verificado em determinados setores alguma tendência para
afirmar que o executivo decidiu agora e de modo próprio tratar deste problema, propondo a
presente solução. Ora tal não é verdade. É preciso que fique claro que a CDU sempre negou ou
relativizou o problema com o arrendamento dos edifícios. Antes e mesmo depois da auditoria do
Tribunal de Contas a CDU sempre defendeu a sua opção como um ato de gestão perfeitamente
admissível e em consonância com o interesse público. Só depois como demonstra a atual situação
a CDU e este executivo admitem por fim e ainda que muito timidamente que estes contratos de
arrendamento foram afinal uma opção que à luz do dia de hoje não teriam tomado. Em boa
verdade, basta coligir os vários apontamentos feitos na recomendação do Tribunal de Contas para
demonstrar que a CDU é obrigada a modificar o presente quadro face à força obrigatória e
vinculativa da mesma recomendação. No mesmo sentido segue o parecer do Prof. Doutor Marco
Capitão Ferreira contratado pela Câmara e que para melhor compreensão passamos a citar: «é
esta recomendação que vincula hoje o município do Seixal e é ela que terá que dar cumprimento
sob pena, como se viu de admitir que do seu não cumprimento decorra a aplicação de multas no
âmbito da responsabilidade financeira, pelo menos sancionatório nos termos da lei em vigor, em
causa está repete-se o não cumprimento reiterado e as injustificadas recomendações do tribunal.
Na página 146 do parecer do Professor Doutor Marco Capitão Ferreira plasmam-se ainda as
seguintes conclusões e questões. Está o município do Seixal vinculado ao cumprimento da
recomendação relativa ao chamado edifício dos Serviços Centrais? Sim, a recomendação é
vinculativa porquanto a mesma cumpre os requisitos que lhes estejam associados a um momento

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jurídico, legitimo, operativo resultante do exercício de funções legalmente cometidas ao Tribunal


de Contas sendo que esse comando é claro, preciso e incondicional. O não cumprimento da
recomendação implica a violação da lei que estatui a aplicação de responsabilidade financeira
sancionatória de natureza pessoal. Portanto, se há item que é absolutamente claro é que o
executivo está vinculado pelo Tribunal de Contas a encontrar um caminho que ponha cobro ao
presente sorvedouro bem diferente de ter agora concluído que afinal se enganaram durante todos
estes anos e que é melhor adquirir ao invés de arrendar como já agora sempre advertiu a
oposição. Só a titulo de exemplo, já em 18/12/2006 falava-se na imprensa nacional no Correio da
Manhã sobre o voto contra do PSD na Assembleia Municipal a propósito desta matéria. Quem não
se conforma com o negócio é o PSD que pela voz do seu deputado municipal Paulo Edson Cunha
considerou que estava perante um contrato promessa de compra e venda mascarado com a
denominação de arrendamento. Já agora o título dessa publicação era Câmara do Seixal
arrendada. Esta posição tem mais de 10 anos e mesmo com escassos meios a oposição conseguiu
ver o que o executivo da CDU não viu ou se recusou a ver. Na verdade mesmo que a presente
proposta consiga ultrapassar todos os seus obstáculos, o município vê-se mais uma vez na
necessidade de contrair um avultado empréstimo de 35 milhões de euros, aumentando e muito o
seu endividamento, isto apesar de todas as engenharias e autorizações especiais que se possam
implementar. Valha-nos nesta circunstância a disponibilidade da tão famigerada banca que mais
uma vez é quem acode ao executivo CDU nestes apertos de natureza financeira. Tudo numa
irónica submissão àqueles a quem passam a vida em alto e bom som nos seus discursos a dirigir
pedidos com a necessidade de interferência, disciplinação, de nacionalização, enfim! A maldita
banca. Mais ainda, a suprema ironia de ser o BPI a quem o município do Seixal vai recorrer para
obter mais este empréstimo, o banco do homem que indignou o país em tempos de troika com a
celebre frase que fazia alusão às dificuldades dos portugueses: Ai aguenta! Aguenta! Mas pela
boca morre o peixe como diz o ditado e a CDU vê-se agora com todo este processo e por conta da
sua gestão irresponsável vergada ao chicote da incoerência entre o seu discurso e as suas políticas.
Por fim, terminamos como começámos. Hoje é um dia histórico, é um dia em que a oposição hoje
em maioria nesta Assembleia vai com o seu contributo, com o seu sentido de responsabilidade
viabilizar finalmente uma solução ainda que parcial votando favoravelmente pela aquisição dos
edifícios centrais porque de outro modo seria a manutenção da presente situação catastrófica
saque sem fundo que resultou destes arrendamentos. Temos muitas interrogações sobre se esta
será a melhor das soluções. Temos porem a certeza que é uma solução e temos também a certeza
que a solução agora encontrada será certamente melhor do que aquela que temos
presentemente. A que temos presentemente, estamos todos de acordo tem que ser
definitivamente afastada sob pena dos seus efeitos lesivos continuarem a causar prejuízo e a fazer
sistematicamente mossa na contabilidade da autarquia. O Partido Social Democrata acusado
muitas vezes de forma direta de votar contra tudo e de adotar uma política de terra queimada
demonstra hoje aqui, com o seu voto que é um partido responsável e que privilegia acima de tudo

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os superiores interesses do município, das suas populações, com efeito por tudo o que se disse e
apesar do que se disse o Partido Social Democrata votará a favor desta deliberação”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Nuno Pombo”.
Nuno Pombo, da CDU, disse: “Gostaria de estruturar a minha intervenção em quatro pontos. O
primeiro ponto tem a ver com a necessidade de considerarmos o investimento público que está
aqui consagrado neste edifício.
Uma primeira nota que o investimento público não se mede só por despesas de capital. Portanto,
é evidente que este edifício é um investimento público fundamental e indispensável para o nosso
concelho. Depois é claramente um serviço público de qualidade. Uma outra nota, se compararmos
com outros edifícios e serviços de câmaras municipais por este país fora é visível e se
compararmos as condições que esses municípios têm e que o nosso tem, acho que é justo dizer
que este serviço publico e este investimento que está aqui plasmado é um exemplo de visão de
futuro. Depois é um edifício com caraterísticas modernas, adequadas a um serviço público
avançado. Parar é morrer e foi isso que a CDU fez! Considerou que devíamos tomar esta opção; é
óbvio que este investimento público, pode não se quantificar, todo este processo, em termos de
milhões de euros; é possível quantificar mas que implicou uma melhoria significativa dos serviços
prestados à população. O que custou em rendas este edifício significaram proveitos na qualidade
de vida do concelho do Seixal. Tomara muitos equipamentos do Estado Central terem a qualidade
deste edifício, tomara muitos. Depois é visível, eu acho que é do conhecimento público que há
uma gestão bastante incompetente do Estado Central em determinados edifícios, negócios,
contratos, o que quer que seja. Há inúmeros exemplos em que o Estado central paga rendas muito
elevadas em vários equipamentos e arrasta o processo e continuam a pagar rendas.
Uma última nota sobre este ponto para dizer o seguinte: esclarecer que isto não é uma PPP, não
estamos a falar de uma PPP, isto foi um acordo celebrado normal entre uma entidade pública e
entidades privadas que é perfeitamente normal entre instituições públicas e instituições privadas.
Segundo ponto que gostaria de partilhar convosco. O que ganharam os trabalhadores da Câmara
Municipal do Seixal com este edifício? Excelentes condições de trabalho por parte dos
trabalhadores da Câmara Municipal do Seixal, é importante os trabalhadores da Câmara Municipal
do Seixal terem condições de trabalho. Aliás o projeto da CDU neste concelho deve-se muito aos
trabalhadores da Câmara Municipal do Seixal e portanto, era de toda a justiça e era de toda a
competência para melhorar o serviço público prestado que a prestássemos nas condições de
trabalho dos trabalhadores da Câmara Municipal do Seixal. Isso para nós foi fundamental e posso
dizer e provavelmente não estarei a ser exagerado que estes trabalhadores em termos de
condições de trabalho, são talvez dos que neste concelho têm melhores condições de trabalho.
Comparado com muitos dos seus colegas, funcionários públicos provavelmente terão.

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Já foram avançados vários números, eu até gostaria que todos os deputados e que todos os
presentes que tivessem noção dos números que foram aqui sendo levantados e vamos ver se
afinal foi uma opção cara, vejamos, façamos as contas: Eu aqui gostaria de entrar no que eu
considero que é o terceiro ponto da minha intervenção sobre a crise e a austeridade que recaíram
sobre a Câmara Municipal do Seixal, naturalmente que não foi só sobre a Câmara Municipal do
Seixal, foi sobre muitas entidades publicas, sobre os trabalhadores, sobre as famílias, sobre os
idosos, sobre os que tiveram que emigrar e que é uma verdade que é uma realidade ainda muito
visível mas uma nota que me parece relevante o crónico défice de financiamento do Estado
central às autarquias, sistemático não cumprimento da Lei das Finanças Locais. Estamos a falar de
milhões que há muitos anos o Estado central não transfere para a Câmara Municipal do Seixal.
Valores provavelmente superiores aos valores pagos em rendas. A crise que ainda não terminou,
os bancos são ajudados, as câmaras municipais, as freguesias são atacadas, analisem e vejam e
estudem o memorando da troika. Vejam a receita do memorando da troika. A austeridade
agravou ainda mais o problema e as dificuldades financeiras da Câmara Municipal do Seixal.
Tomámos uma opção fundamental não aderimos ao PAEL e muitas câmaras naquela altura, de
vários partidos: do Partido Socialista, do PSD aderiram ao PAEL e provavelmente estarão bastante
arrependidas de o terem feito. Optámos pelo PCO. Fomos por esse caminho e estamos aqui hoje.
Outra nota importante, 3 milhões de euros com o FAM. Mais uma medida que onerou a Câmara.
Uma outra ideia que me parece relevante, quebras de receitas da Câmara Municipal do Seixal
transferidas do Orçamento de Estado, durante a crise e a austeridade 100 milhões de euros que a
Câmara Municipal do Seixal não recebeu durante estes anos.
Última nota, a atual proposta da compra dos Serviços Centrais e o futuro. Contexto pós troika,
PCO opção da Câmara Municipal do Seixal em detrimento do PAEL. Evolução muito positiva dos
principais indicadores económicos, basta olhar e analisar os relatórios financeiros e económicos da
Câmara Municipal. Resultados líquidos positivos durante 8 anos consecutivos, desde 2010 os
proveitos superam os custos, redução da divida sistemática, recuperação do seu normal equilíbrio
financeiro, elevados níveis de investimento local. Diminuição dos custos com juros e encargos
relativamente ao PCO sempre mais baixos, comparativamente com o PAEL. Nós sabemos quem
propôs o PAEL. Diminuição dos passivos financeiros da Câmara Municipal do Seixal, diminuição do
endividamento total, elevado nível de cumprimento do PCO, redução da divida desde 2012, 47
milhões 355 mil 839 euros.
Finalmente a opção de compra, o ultimo aspeto. Poupança de 19 milhões de euros, parecer do
doutor Marco Capitão Ferreira, Professor Doutor da Faculdade de Direito de Lisboa que é
inequívoco, esclarecedor nas cento e tal páginas que a melhor opção é claramente esta que a
Câmara Municipal está a tomar. Esta é uma solução ainda melhor que o PCO em adquirirmos os
Serviços Centrais da Câmara Municipal do Seixal. Temos opções de crédito, mais vantajosas, a
banca confia na capacidade financeira da Câmara Municipal do Seixal.

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Gostaria de salientar que é significativa a aprovação por unanimidade de todos os vereadores de


todas as forças políticas. Acho muito relevante e de grande dignidade todos os vereadores terem
aprovado esta opção. Acho que estamos todos de parabéns mas queremos mais e iremos mais
longe se o Estado central nos deixar. Queremos mais e iremos mais longe se neste país forem
tomadas as melhores decisões que infelizmente não tem acontecido ao longo dos anos.
Renegociação da divida fundamental para todos, para o país, para a Câmara do Seixal, para o
desenvolvimento. Uma verdadeira descentralização que aumenta a capacidade financeira do
Poder Local Democrático, aumento do investimento público do Estado central, uma maior
produção e distribuição da riqueza. Parar porque ainda não parou o ataque neoliberal às funções
sociais do Estado fundamentalmente conduzido pela União Europeia e pelo BCE que felizmente
nos últimos anos conseguiu perceber a catástrofe que podia ter sido se não tivesse alterado a sua
política financeira, cumprir a Constituição da República Portuguesa, tudo o que estamos aqui a
fazer é para cumprirmos a Constituição da Republica Portuguesa. Parar com o saque das offshores,
a isenção de milhares de milhões de benefícios fiscais que depois se refletem nas situações das
câmaras municipais. Parar com a fuga ao fisco, parar com a corrupção. Finalmente o atual
crescimento económico é conjuntural e deve-se ao aumento da procura interna é preciso
aumentar os salários e parar com a fuga de capitais e apostar na nossa estrutura económica,
tendo o Estado como propulsor do desenvolvimento”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Vamos aqui fazer uma segunda ronda de inscrições,
faz favor. Eu pedia-vos que se inscrevam porque senão perdemos muito tempo na gestão da
assembleia à espera de inscrições, como está agora a acontecer. Eu pergunto inscrições? Vítor
Cavalinhos. Mais inscrições? Paulo Silva, Samuel Cruz. Mais? Portanto, Vítor Cavalinhos, Paulo
Silva e Samuel Cruz, eu vou-me inscrever também. Faremos ainda porque o tema justifica uma
ultima ronda de inscrições antes de dar a palavra ao Sr. Presidente da Câmara. Vítor Cavalinhos”.
Vítor Cavalinhos, do BE, disse: “O que me fez vir aqui foi a intervenção do Nuno Pombo que a
gente pode caraterizar, estamos em época de muitos ditados populares, é que foi mais papista
que o Papa. O Nuno Pombo disse aqui que isto não se tratava de uma parceria público-privada. Eu
vou ler, que eu li ontem e vou ler aqui e vou ler a ata da sessão da Câmara Municipal do Seixal e
vou ler a resolução que diz que eu falei ontem e que é já agora a deliberação 426 de 2006 e que
diz assim. Eu li e vou repetir outra vez: o investimento que se pretende levar a cabo enquadra-se
no âmbito das parcerias público-privadas, não resultando deste projeto, qualquer acréscimo do
endividamento do município uma vez que ficará no quadro dos encargos do arrendamento
podendo vir a exercer o direito de opção de compra de dois em dois anos, mas o investimento
enquadra-se no âmbito das parcerias público-privadas e eu ontem li aqui outra coisa. Ontem li
aqui outra coisa e vou ler outra vez e depois vou-me embora e que são a citação das palavras do
Sr. Presidente da Câmara atual, na última reunião da comissão de desenvolvimento económico e
líderes e que dizia assim: e vou ler outra vez: há 18 anos atrás, talvez não tivéssemos tido a
capacidade para avaliar corretamente um projeto deste tipo. Depois, temos hoje instrumentos

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técnicos e científicos que nos permitem outro comportamento e ainda este processo deverá
trazer-nos os ensinamentos para o futuro, talvez tenha havido aspetos menos bem estudados.
Acho que é um conjunto de declarações que revelam alguma humildade que o Nuno Pombo, nem
de perto, nem de longe revelou aqui”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Paulo Silva”.
Paulo Silva, da CDU, disse: “Ouvi atentamente as intervenções que foram aqui feitas e tudo o que
foi dito pelas diferentes forças políticas e sinceramente não me surpreenderam. Tudo o que
disseram era aquilo que eu estava à espera que dissessem porque temos que ter a noção que a
deliberação que hoje vamos aqui tomar representa a falência de tudo o que a oposição,
principalmente o PSD e o PS têm dito nos últimos anos e quais têm sido os dois grandes chavões
que o PS e o PSD têm tido? Primeiro, que a Câmara está falida, era o grande chavão. Segundo, se
ganharmos a Câmara a primeira iniciativa que iremos fazer é renegociar o contrato dos serviços
centrais, eram estes os seus dois grandes chavões. Ora, com esta deliberação demonstra-se que
estavam enganados. Primeiro, a Câmara não está falida. A Câmara demonstra uma capacidade
grande de endividamento de tal modo, que consegue pedir um financiamento e diversas
instituições bancárias se predispuseram a financiar para a compra deste edifício e passar
património que é arrendado para património próprio. Segundo, consegue-se uma renegociação
fantástica do contrato que estava em vigor que passa de um arrendamento para uma compra e
venda e isto, através de uma estratégia negocial notável. Se não vejamos: em 2016 aquilo que é
em negociação se diz o início das hostilidades, começa-se por uma avaliação muito por baixo do
edifício e mete-se a possibilidade de se fazer uma expropriação do imóvel e é este o ponto de
partida para as negociações. As negociações prolongam-se durante cerca de 2 anos e apesar de
diversas vezes algumas forças políticas terem vindo aqui a querer trazer para a praça pública as
negociações, a Câmara Municipal numa estratégia notável disse que: isto está-se a ver e não há
novidades e quando as novidades aparecerem vocês irão saber em primeira mão.
Apresenta-se depois uma segunda avaliação, mais tarde, ano e meio depois de 29,5 milhões que
responde a uma avaliação feita pelo proprietário de 40 milhões de euros e, se vamos a ver as
avaliações, conhecendo e estando no meio, quem faz a avaliação para o proprietário é uma das
empresas de consultadoria imobiliária mais conhecida a Jones Lang Lasalle e vem-se ficar aqui no
meio de 35 milhões a compra do edifício. Não tenho dúvidas nenhumas, se a câmara, o eleito do
PS Samuel Cruz disse nenhuma avaliação da Câmara aponta para os 35 milhões, as duas que estão
são mais baixas. Se alguma das avaliações da câmara apontasse para 35 milhões, não tenho
dúvidas nenhumas que não se tinha conseguido comprar por 35 milhões.
Oh Sr. eleito vamos lá ver, eu sou advogado e penso que você também seja e nesta estratégia de
negociações quando reúne com peritos, o perito pergunta sempre e qual é que é a estratégia?
Qual é que é o objetivo? São estas situações que não é por acaso Sr. eleito, que nas avaliações de
tribunal há 3 peritos, um nomeado por cada uma das partes e um terceiro pelo tribunal para

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desempatar. A gente sabe como é que isto é. Aliás, o PSD na discussão de agosto de 2016 disse e
eu estive a ler a ata e concordo com o que disse, uma avaliação vale o que vale é feita por um
avaliador, com certeza que outros avaliadores chegam a conclusões diferentes. Uma avaliação é
um elemento para a estratégia negocial Sr. eleito Samuel Cruz, devia de saber isso e devia de
aprender para a sua atividade, como se negoceia e com a negociação que foi feita aqui assim pela
Câmara Municipal do Seixal.
Enquanto a Câmara fez este trabalho notável, quando chegou à conclusão das negociações com o
proprietário transmitiu às diferentes forças políticas essas negociações e as oposições que tinham
falado tanto em renegociação dos contratos, quando tiveram que opinar sobre a questão da
renegociação dos contratos, o que é que demonstraram? Um vazio de ideias! Limitaram-se e como
hoje aqui fizeram há falta de argumentos, a atacar executivos anteriores, esquecendo-se que a
Assembleia Municipal é um órgão de fiscalização da Câmara no mandato corrente, ou seja, nós
estamos aqui a fiscalizar a Câmara Municipal relativamente ao trabalho que estão a desenvolver
no mandato que começou em 2017 e irá terminar em 2021. Os mandatos anteriores já foram
avaliados porque são quem tem a capacidade última para avaliar o trabalho desenvolvido que é a
população do concelho do Seixal quando chamada a votar e quanto a isso a avaliação que a
população fez, foi dar a vitória de novo à CDU. Agora o que nós temos aqui assim a analisar é. Oh
Sr. eleito Bruno Barata por um voto se ganha e por um voto se perde, devia de saber isso, sr.
eleito, em vez de estar aí com provocações mas não me consegue provocar. Tenha calma! Mas
está nervosa Sra. Vereadora?”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Desculpem lá. Sr. Presidente, a Sra. Vereadora?
Está resolvido, não é verdade? O Presidente é que trata da Vereadora”.
Paulo Silva, da CDU, disse: “Quando foi chamado a opinar um vazio total de ideias o que
demonstra e alguém falou aqui que havia foguetes. O Sr. eleito Samuel Cruz na sua intervenção
demonstrou que tudo o que gritaram sobre renegociação do contrato era foguetes de pólvora
seca daqueles que rebentam na mão. Ora e esta negociação é bom que os eleitos da oposição
aprendam alguma coisa desta negociação porque não posso deixar de referir o que aconteceu na
última Assembleia Municipal em que veio o PS com uma recomendação à Câmara para adquirir a
Quinta do Palácio de Cheira-Ventos, Quinta do Palácio do Infante, para quem é aqui do Seixal,
para quem é da Amora é o Palácio de Cheira Ventos. Ora, Srs. eleitos do Partido Socialista e srs.
outros eleitos que votaram essa recomendação. Uma negociação não se faz no facebook com
vídeos. Uma negociação não se faz na praça pública com recomendações à Câmara. Sempre ouvi
dizer que o segredo é a alma do negócio e quando se quer negociar deve-se ter em consideração.
Vocês deviam de saber porque isso faz parte das regras do vosso mercado que vocês tanto
defendem: a lei da oferta e da procura e se alguém tem algo para vender, se sabe que o outro está
tão interessado porque até tem recomendações feitas na Assembleia Municipal que deve comprar
a primeira coisa que faz é aumentar o preço ou então aparecer um terceiro a antecipar-se até

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porque se sabe que a Câmara quer comprar, tem mecanismos longos e decisórios não pode ir e
dizer a um privado: Pronto, eu compro e vamos fazer o contrato promessa e a escritura para daqui
a um mês. Há um processo decisório longo da Câmara, alguém comprar para depois tentar vender
à Câmara. Portanto, vocês deviam aprender como se negoceia e que não é na praça pública. Mais?
Se a Câmara não vier a adquirir a Quinta do Palácio do Infante, penso que a decisão que vocês
aqui tomaram de vir com recomendações e de virem para o facebook com vídeos é sem duvida a
grande responsável por isso vir a acontecer e ainda dizer que a maneira muito inteligente como o
Sr. Presidente da Câmara esteve relativamente aos Serviços Operacionais.
A questão dos Serviços é outra, há problemas para resolver se quando eles estiverem resolvidos,
logo iremos ver se o edifício da maneira como está serve ou não para a persecução do interesse
público, não se vincula aqui a nada, é uma decisão futura esta dos Serviços Centrais, é uma
decisão dos Serviços Operacionais logo iremos ver é uma estratégia brilhante sobre a maneira de
negociar. Portanto, penso que estamos aqui com uma questão muito boa, com uma decisão que
demonstra como se deve negociar e já que se falou em manuais, penso que estamos aqui sobre o
manual da boa negociação ao contrário do que demonstrou o Partido Socialista com a questão do
Palácio Cheira Ventos que ficará nos anais como o manual da má negociação, mas penso que seria
bom que o Partido Socialista aprendesse com o município do Seixal como se resolve estas
questões de arrendamentos dos edifícios porque tem uma questão para resolver que o seu
Governo não conseguiu resolver e que se chama Campus da Justiça, uma situação exatamente
similar há que acontecia aqui no Seixal. O que é que acontecia? O Campus da justiça também
estávamos com terrenos que eram públicos da Parque Expo. O Estado vendeu e por acaso até
quem acabou por adquirir e construir os edifícios que lá estão, até era um fundo que tinha
maioritariamente capital de identidades públicas de Segurança Social, Caixa Geral de Depósitos,
Fundo de Pensões do Banco de Portugal. Ora, o Estado o que é que fez? Mais ou menos na mesma
altura que foi celebrado o contrato aqui dos Serviços Centrais fez também um contrato de
arrendamento com este fundo através do Ministério da Justiça, com a agravante que todas as
despesas de adaptação dos edifícios que lá estavam ao fim pretendido foram logo suportadas
pelo Estado. Ora, o atual Governo do Partido Socialista diz que esse é um problema que querem
resolver, desde 2016 que a Sra. Ministra disse que queria resolver esse assunto mas a verdade é
que o Governo do Partido Socialista demonstrou até agora uma total incapacidade para resolver
esse assunto. Mais grave é que em 2016 e já com o Governo do Partido Socialista e tudo o que
tem a ver com o Campus da Justiça é responsabilidade de governos do Partido Socialista, o fundo
que era da Segurança Social, Caixa Geral de Depósitos e fundo de pensões do Banco de Portugal
vendeu todos os edifícios a um fundo internacional o que irá obrigar o Estado a negociar com esse
fundo internacional que por acaso já disse que se quiserem por termo ao contrato de
arrendamento só têm que pagar os últimos 12 anos do contrato. Portanto, se calhar srs. eleitos do
Partido Socialista digam lá ao Governo do Partido Socialista para virem falar com a Câmara
Municipal do Seixal para aprender como se negoceia, contratem como assessor o engenheiro

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Joaquim Santos para ele vos tentar resolver este problema, mas esta capacidade de negociação
demonstrou-se também da forma como soube negociar com a Câmara a questão do
financiamento. Ora, já se tinha demonstrado a excelente maneira de negociar quando a Câmara
Municipal do Seixal obrigou a banca a renegociar todos os financiamentos do PCO para taxas de
juro, bem mais baixas e demonstrou agora também que conseguindo que a banca financiasse todo
este projeto a uma taxa de juro inferior a 1%, tendo em consideração que é indexavel, está
negativa. Não temos dúvidas de uma coisa é que durante 20 anos o BPI vai ter que aguentar com
esta taxa de juro. Portanto, quem vai ter que aguentar vai ser o banco porque o banco vai-nos
financiar mas nós vamos continuar a exigir não o fim da banca como disse o eleito do PSD porque
nunca defendemos o fim da banca, defendemos e iremos continuar a defender uma banca pública
ao serviço do país e ao serviço do povo português e isto o banco pode-nos financiar mas nós
continuamos a defender tudo isto. Penso que estamos com uma deliberação que orgulha o
concelho do Seixal e os seixalenses porque vão ter a sua sede nos espaços do concelho, no edifício
que vai ser propriedade municipal, logo propriedade de todos nós”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Samuel Cruz”.
Samuel Cruz, do PS, disse: “Prescindo”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Prescinde? Estou eu inscrito para uma breve
intervenção. Aliás, depois da apresentação do Sr. Presidente da Câmara, das intervenções que
tiveram lugar e esta do eleito Paulo Silva, creio que não haveria muito a dizer, embora as notas
são: uma primeira de que sendo verdade que o que hoje estamos aqui a apreciar é a aquisição dos
Serviços Centrais e a Assembleia Municipal está nesse quadro das suas competências a fazer essa
apreciação. Eu compreendo que para além de ser legitimo que o conjunto das diversas
intervenções que já tiveram lugar também se pronunciem sobre o histórico deste processo e que
aqui intervenham no seu ponto de vista. Aliás, processo que até aqui já foi recordado que teve
vivo debate em mandatos anteriores e teve até um vivo debate de apreciação da população
porque este foi o tema central, creio eu das eleições de 2013 que a CDU ganhou com a maioria
absoluta. A primeira nota é para felicitar o Sr. Presidente da Câmara por este processo, pelo
momento onde estamos que já passou pela deliberação da Câmara Municipal e da aprovação por
unanimidade. Eu quando digo unanimidade é de importância de um processo destes para a vida
do município e das populações ter tido aqui um consenso alargado dos eleitos da Câmara
Municipal, espero que isto aconteça aqui na Assembleia Municipal porque acima de tudo significa
que damos aqui um passo muito importante que tem a seguir ainda a apreciação do Governo para
um despacho conjunto no quadro da norma do Orçamento de Estado e do Tribunal de Contas que
não é em especial em relação a este processo é a todos os processos que necessitam de visto
prévio do Tribunal de Contas e felicitar o Sr. Presidente da Câmara porque o que temos aqui é um
processo acima de tudo que corresponde ao que foi sempre a ideia inicial. Quando na altura
fizemos esta opção em termos de gestão, de arrendamento, de conceção e arrendamento deste

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edifício fizemo-lo com um propósito claro de melhor serviço público à população e o que estamos
hoje aqui a apreciar dá-nos razão porque se este edifício não tivesse tido ao longo do tempo e já lá
vão quase 8 anos provado isso, não estaríamos aqui com certeza, nem o Sr. Presidente da Câmara
tinha encetado este processo de negociação com vista à aquisição. Processo que é verdade que
tem uma recomendação do Tribunal de Contas, que é verdade que houve uma auditoria com a
apreciação do Tribunal de Contas em relação à qual o nosso entendimento sempre foi diferente
porque o Tribunal de Contas, sendo um órgão do Estado, independente, não é dono da verdade
absoluta e nós nunca entendemos que se tratasse e rejeitámos isso, de forma clara no
contraditório de uma empreitada encapotada, como aqui já foi chamada; mas se o Tribunal de
Contas quis ir mais longe e responsabilizar os eleitos, o entendimento do Ministério Público não
foi esse. Portanto, significa que sendo um órgão de Estado não é dono da verdade absoluta e
significa também uma outra coisa que, em vários momentos da vida democrática e da intervenção
do Tribunal de Contas tem sido colocado, eu diria, nos vários quadrantes políticos governativos e
autárquicos, que é tantas e quantas vezes o Tribunal de Contas vai para além do que é o seu
âmbito de intervenção e as suas competências, quando faz apreciação de mérito e quando faz
apreciação política; e neste processo o Tribunal de Contas fez. É bom recordar que foi também
nesse quadro que nós derrimimos no quadro da consolidação orçamental do município e mais
uma vez aí, tínhamos razão quando se iniciou este processo em 2012, que esse era o caminho
certo; ou seja, ao mesmo tempo que estamos aqui hoje o caminho do PCO que não foi o do
melhor saneamento financeiro, como parece que muita gente até na Assembleia Municipal, na
altura defendeu, como não foi o do PAEL que significava as taxas máximas, foi o caminho próprio
do município, consolidou orçamentalmente, deu a volta ao que foi a penalização brutal do Poder
Local neste período e era bom que nas nossas intervenções, eu creio que não é por falta de
tempo, é porque normalmente nestas coisas utilizamos só a nossa visão e ficamos longe daquela
que não pode deixar de estar em cima da mesa. Então, o Poder Local não foi penalizado em 1500
milhões, desde 2000, a Lei das Finanças Locais de 2007? Não é verdade que o município do Seixal
também teve esse impacto de dezenas de milhões de euros de cortes? Não é, verdade que houve
uma troika no país que asfixiou financeiramente o Poder Local? É claro que estamos aqui no Seixal
a apreciar e muito bem, mas também não é verdade que tendo nós encontrado uma solução que
foi a do município, e uma vez mais felicito o Sr. Presidente da Câmara e todos os que contribuíram
para essa solução com os resultados que hoje ela tem, sustentabilidade, capacidade de
investimento do município, que na minha opinião e do que conheço até é exemplo nacional. Nós
não precisámos e apenas refiro isto porque se trata de um quadro objetivo, há dois municípios em
Portugal e estão até os dois no Conselho Diretivo, naturalmente com autarcas de mérito, não é
isso que está em questão e por escolha da população, evidentemente, mas são os dois primeiros
do FAM que é Portimão do Partido Socialista e Aveiro do PSD. Os dois primeiros do ranking do
FAM. Não houve razões para que houvesse dificuldades em Aveiro e em Portimão? Dirão os
autarcas do Partido Socialista que sim, dirão os autarcas do PSD de Aveiro que sim. É claro que nós

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percebemos que no quadro de uma intervenção deste tipo que apelida de ruinoso, sorvedouro de
perverso para o erário público que perfilha a opinião do Tribunal de Contas e não leu o
contraditório da Câmara, nem o apreciou ou pelo menos não esteve aqui presente. Pois é, é com a
opção que fizemos na altura e claro que colhemos os ensinamentos, estou perfeitamente de
acordo que o Sr. Presidente de Câmara é a minha experiência enquanto autarca. É claro que há
época esta opção significava um quadro do país, aquele que conhecemos onde as taxas de juro
eram elevadas 7%. Claro que um contrato destes hoje teria taxas de juro, a taxa atual e é por isso
que o propósito desde cedo, antes do Tribunal de Contas, quero deixar claro e farão justiça que eu
na altura enquanto Presidente da Câmara, o Sr. Presidente da Câmara assim que tomou posse que
o propósito era naturalmente renegociar e encontrar uma solução, mas para rebater o negócio
ruinoso aquele olho que só vê para o lado, mas isto era uma renda completamente exorbitante. É
verdade que o edifício é bom. É verdade que serviu os trabalhadores, é verdade que serviu a
população, é verdade que justifica a sua aquisição hoje, senão não era possível e porque o
município tem essa capacidade, mas também é verdade que essa opção significou uma enorme
economia para a Câmara que eu não vi aqui! Então, mas não foram dezenas de edifícios no quadro
dos 50 que a Câmara deixou de pagar rendas? Mas em todos esses edifícios que vocês bem
conhecem, onde a população ia a 5 ou 6 sítios precisavam de obras de fundo, de dezenas e
dezenas de milhares de euros? Não é verdade que os custos de funcionamento foram diminuídos?
Basta um exemplo, se nós continuássemos no Seixal, no núcleo antigo, com os 49 edifícios
tínhamos que por exemplo fazer um investimento fortíssimo, como sabem, é caro, custa dinheiro
enfim, na fibra óptica por exemplo, para por a funcionar com as novas tecnologias e com as
opções digitais e também é verdade que disponibilizámos edifícios que hoje tem um enorme
serviço público, onde está a Assembleia Municipal, onde está a Junta de Freguesia, onde está a
Universidade Sénior, onde está a Confederação das PME que é nacional, como sabem, tem sede
no concelho, onde está a Paróquia do Seixal, onde estão os Rotary, onde está a Agência de Energia
e não é verdade que a Câmara manteve esse património disponível? Que teve essa capacidade?
Deixei-me dizer o seguinte e foi em concreto o eleito Samuel Cruz que ontem disse «aquele mono
ali da Dona Maria, aquele terreno municipal em frente ao MUD Juvenil para equipamento».Eh pá,
quem diz isto eu diria que na gíria popular, mostre lá o seu caixote do lixo, ou seja, aquilo não é
um terreno valioso? Não é um terreno do município que numa próxima oportunidade como são os
Restauradores para o Hotel na estratégia com visão e com resultados que o executivo municipal e
o Sr. Presidente da Câmara tem levado a cabo? E não é verdade que o município manteve todo o
seu património enquanto outros o delapidaram? Basta falar da Mundet, que por exemplo no
Montijo foi para construir prédios e foi deitada abaixo e no concelho do Seixal não! E não é
verdade que tem os terrenos do Fogueteiro. Bom! Subtraiam isto! E se calhar chegaríamos a uma
conclusão. Eh pá, a renda afinal não é cara! Se ao valor da renda subtrairmos tudo isto eu
garanto-vos que estamos a falar em pelo menos metade, a subtrair! Eu não ouvi isto aqui em
intervenção nenhuma. Não ouvi em apreciação nenhuma, mas para terminar ah! diz-se que a

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Câmara devia ter construido os espaços do concelho mais cedo, deveria ter e tinha capacidade de
endividamento para o fazer na altura, não é verdade! Os números podemos não ter tempo para
ver aqui, mas eu tenho todo o gosto, estou a ver o Samuel Cruz a abanar a cabeça e tenho todo o
gosto com a ajuda do Sr. Presidente da Câmara que tem isto perfeitamente identificado, falarmos
sobre isto. Creio que nem é matéria central aqui hoje. Podíamos ter feito mais cedo, é verdade,
mas sabem qual foi a opção que fizemos? A opção que fizemos e que se continuou a fazer, mesmo
nas dificuldades, mesmo na crise, mesmo nos cortes brutais da troika, que de facto com a
recuperação, ainda muito longe da necessidade, no atual quadro da chamada geringonça, o
Governo minoritário do PS com os outros partidos porque sempre fizemos uma opção que foi o
investimento nas necessidades da população e é por isso, que nós investimos mais que o Poder
Central em equipamentos sociais que são da responsabilidade do Poder Central, nas creches, na
mobilidade para deficientes e tantas outras, construimos 11 centros de dia, apoiamos os
bombeiros sem nenhum apoio à Administração Central e agora continua a ser. E a cultura? E o
desporto? Fizemos a opção pela população e na altura foi a que nos pareceu melhor, a que nos
pareceu mais indicada na solução possível, naturalmente que hoje seria outra, o quadro era outro,
a vida mudou, o quadro financeiro também, o país felizmente que nos últimos tempos está
melhor. Por isso é que é possível também renegociar com a banca e ter uma estratégia e uma
gestão que signifique uma grande sustentabilidade do município, doutra maneira não era possível
fazer isso e desculpem lá, a CDU nós vai pedir desculpa aqui. Reconhecemos os nossos erros, não
fazemos tudo bem e eu digo enquanto também responsável há vários anos, com uma equipa, em
coletivo mas sempre demos a cara, olhos nos olhos e a população julgou e por isso estamos no
caminho certo. Sr. Presidente felicito-o por ter chegado aqui e por este grande dia para o concelho
do Seixal. Samuel Cruz estava à espera que eu interviesse para voltar a intervir, se faz favor, digo
eu, pareceu-me. Então, nós vamos fazer o seguinte se acharem bem, a Mesa pergunta qual é a
última agora a última ronda de inscrições para fecharmos as intervenções. Primeiro, João Rebelo,
Samuel Cruz, Paulo Silva, Vítor Cavalinhos. Ó Samuel tem aí um cronómetro também, é? Não tem
confiança na mesa? João Rebelo se faz favor”.
João Rebelo, da CDU, disse: “Depois da minha intervenção ontem, eu gostaria que me referir dois
ou três pontos depois do que foi aqui dito pelos nossos colegas, quer dos partidos da oposição,
quer da CDU. Em primeiro relembrar dois ou três aspetos que são fundamentais neste processo
depois desta aprovação e temos essa informação, não está finalizado, vamos ter que necessitar de
um novo parecer do Tribunal de Contas, o prazo é muito apertado é até dia 31 de dezembro.
Também precisamos do ok do Governo senão me engano por causa de outro tipo de obrigações
legais e é um prazo muito apertado e como eu vos referi ontem o voto favorável do CDS tem em
conta isto, quanto mais robusto for a posição da Assembleia Municipal do Seixal melhor é para
que o Tribunal de Contas perceba que é uma solução que merece consenso à esquerda e à direita,
esta solução, e uma maioria clara da Assembleia Municipal. Por outro lado, também dá mais força
na negociação que tivermos com a banca para alcançar taxas de juro mais baixas e eu aí apelaria

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ao Partido Socialista, bem como aos partidos que apoiam este Governo para tentar ainda mesmo
assim, o Tribunal de Contas basta fazer uma pergunta que há-de ir o processo todo, que prevêm
que no próximo orçamento uma salvaguarda para no caso onde o Tribunal de Contas não
responder em tempo até 31 de dezembro para que fosse também recolocada a norma que
permitiu que isto acontecesse no próximo orçamento. Segundo aspeto, isto não é uma PPP como
foi nos termos que a Lei define o que é uma PPP mas é muito parecido, cheira a PPP, sente-se que
é PPP, usando aqui as expressões que o Vítor Cavalinhos disse, isto é uma PPP escondida com
rabo de fora indiscutivelmente, é preciso dizer aqui as coisas como são. Depois, os argumentos
que foram aduzidos. Este negócio que eu considero ruinoso e daí ontem ter apelado para que a
CDU fizesse o mea culpa em relação a isso, já vi que não o fizeram, é uma opção política vossa que
eu respeito mas que discordo profundamente mas caso a troika ou até os PEC que aconteceram
em 2009, quando isto foi feito em 2006, é no mínimo a bizarria absoluta. Claro que em 2006 havia
outra solução e esta solução foi a menos inteligente e a que maior prejuízo trouxe ao erário
público e aqui à Câmara Municipal do Seixal, é uma análise que é clara. Finalmente nunca me
passaria na cabeça que nesta maioria CDU, o Paulo Silva, o Sr. Presidente da Assembleia
Municipal, o Sr. Presidente da Câmara tornaram-se agora todos cavaquistas. Vejam bem porque o
Tribunal de Contas passou a ser a força de bloqueio em relação a tudo de bom que a maioria da
CDU faz aqui. Estão recordados que foi uma frase que vão avançada muitas vezes pelo antigo
Primeiro Ministro quando era Primeiro Ministro porque o Tribunal de Contas põe em causa muitas
das decisões feitas pelo Governo à época do PSD e usou essa expressão. Agora vejam bem, a CDU
está a usar exatamente a mesma narrativa para criticar o Tribunal de Contas quando uma análise
que é perfeitamente certeira sobre como é que foi feita este negócio e criticou esse negócio.
Agora a CDU diz que afinal eles estão enganados, estão a fazer politiquice e não têm razão.
Lamento muito mas isso é obviamente quem está tentado fugir como diabo da cruz de uma
verdade indiscutível e que é a análise que foi feita.
Finalmente, pergunto ao Paulo Silva e vai ter a possibilidade de me responder posteriormente, se
o Tribunal de Contas não tivesse feito esta recomendação que é obrigatória, a CDU tinha alterado
o modelo que nós temos neste momento? Isto é a grande questão!
Nós fazemos criticas, todos os partidos faziam criticas na Assembleia Municipal, estávamos todos
errados mas de repente não! Já estava uma estratégia desde 2005 preparada, nós é que não
percebemos nada, eles é que são inteligentes, nós somos todos aqui muito limitados, estava uma
estratégia por trás, bem preparadinha desde o inicio para negociar no momento certo melhores
taxas de juro etc… Claro que não foi isso, esta recomendação obrigatória do Tribunal de Contas
está a forçar a CDU a regressar a uma decisão que agora passou ser correta e põe em causa tudo
obviamente o que tinha sido tomado, portanto essa é que me parece ser a grande pergunta que
se deve questionar agora aqui mesmo a Câmara Municipal. E se o Tribunal de Contas não tivesse
feito isso, tinham mudado de postura?”.

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O Presidente da Assembleia Municipal disse: “É a última pergunta, está inscrito o Samuel Cruz e o
Vítor Cavalinhos. Portanto, fechamos com o Samuel Cruz e o Vítor Cavalinhos certo? Defesa da
honra se faz favor”.
Paulo Silva, da CDU, disse: “O João Rebelo deve estar equivocado, eu nem sequer falei no Tribunal
de Contas na minha intervenção para chegares aqui e me apelidares de cavaquista isso é uma
ofensa do piorio que podia haver. Depois, a estratégia da CDU sempre foi logo que houvesse
condições adquirir o edifício e essas condições objetivas concretizaram-se agora. Tão simples
quanto isso”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Samuel Cruz”.
Samuel Cruz, do PS, disse: “Com a síntese necessária. Em primeiro lugar porque pensava eu que as
empresas avaliadoras eram entidades acreditadas pela CMVM mas sugiro que seja retirada
certidão da ata e que seja enviada para as respetivas sociedades porque calculo que não vão achar
muita piada à intervenção do Paulo Silva.
Esta intervenção podia ser no Período Antes da Ordem de Dia através de uma moção mas o
propósito desta intervenção é que o concelho do Seixal construa uma estátua ao Ministro Eduardo
Cabrita que é mais do que merecida e eu vou justificar porquê, respondendo aqui às intervenções
que foram colocadas. Em primeiro lugar, porque este problema existe e só é possível resolver
porque foi colocado no Orçamento de Estado aquilo que se designa como cavaleiro orçamental
que é a norma que é feita à medida para resolver um problema e foi aquilo que foi feito neste
Orçamento Estado e esta só por si, terem sido criadas condições para que este enorme problema
fosse resolvido já justificava a estátua, mas mais! Diga-se, vamos lá atrás e tentar perceber porquê
que havia capacidade para construir este edifício e é simples. Aliás, o Sr. Presidente da Câmara e o
Sr. Presidente da Assembleia Municipal se estão recordados do seu contraditório ao Tribunal de
Contas dizem lá que optaram por este modelo e não optaram por fazer diretamente porque não
queriam hipotecar a capacidade de investimento noutras obras, em obras diferentes do município,
diz lá isso em sede de contraditório e porquê que era possível? Já aqui disse! Porque mais uma vez
o Ministro Eduardo Cabrita em 2007 que foi quem alterou a Lei das Finanças Locais fez duas
coisas. Uma primeiro, alterou a formula de cálculo do rácio de endividamento e ao alterar o
município do Seixal tinha a sua capacidade de endividamento esgotado, imediatamente aumentou
a sua capacidade de endividamento em 18 milhões de euros e eu lembro-me dessa discussão na
Câmara em que eu dizia ao Sr. Presidente da Câmara, Alfredo Monteiro, atenção está a colocar em
causa o principio da solidariedade intergeracional. Está a hipotecar o futuro da minha geração que
vai ter que pagar isto. Não fui eu, foi o Joaquim Santos é a mesma coisa, era verdade e esses 18
milhões de euros foram justificados ao Tribunal de Contas para se fazer obras, ou para não se
fazer obras, porque era o CDA de Casal do Sapo não foi pago com esse dinheiro que entrou. A
Quinta dos Franceses foi feito e a Escola António Augusto Louro mas não foi o Plano da Baía Sul,
para quê que isto serviu? O plano da Baía Sul? Onde é que está a Escola da Quinta do Batateiro? a

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a da Quinta do Conde em Corroios? O plano da urbanização da Amora? Tudo isto foi a justificação
que foi dada que nada foi feito e este dinheiro podia ter sido utilizado para fazer este edifício mas
como diz e não sou eu que estou a dizer, está dito no contraditório o Sr. Presidente da Câmara e o
Sr. Presidente da Assembleia Municipal a dizer não! Preferimos fazer estas obras, realizar este
investimento em detrimento daquele outro que era o edifício municipal mas mais! E para terminar
muito rapidamente. O Sr. Presidente da Assembleia Municipal anda há 10 anos a dizer, bem é
verdade que a Lei das Finanças Locais a alteração de 2007 retirou globalmente um valor elevado a
todos os municípios mas aquilo que é importante dizer porque nós estamos no Seixal e é o Seixal
que interessa, é que a alteração da formula de cálculo permitiu ao Seixal aumentar todos os anos
5% das transferências da Administração Central para a Câmara, 5%. E sabem porquê que não foi
mais? Por um principio de solidariedade porque foi introduzida na Lei das Finanças Locais de 2007,
uma cláusula travão que dizia o seguinte: Nem ninguém pode perder mais de 5% das
transferências do ano anterior, nem ninguém pode receber mais do que 5% das transferências do
ano anterior e a fórmula de cálculo permitiu ao Concelho do Seixal todos os anos receber mais 5%
do Estado. Portanto, não interessa o global. Interessa que aqui recebemos sempre mais 5% e é por
isso que eu proponho a estátua ao Eduardo Cabrita porque nos permite resolver este problema
porque fez uma Lei das Finanças Locais que permitiu que o Concelho do Seixal endividar-se em
mais de 18 milhões de euros e além disso, ainda aumentou as transferências do Estado para a
Câmara Municipal em 5% todos os anos”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Vítor Cavalinhos e eu inscrevi-me a seguir em
defesa da honra”.
Vítor Cavalinhos, do BE, disse: “As considerações finais aqui sobre este assunto. Estamos aqui a
discutir o serviço público prestado neste edifício? Não! Nós não estamos a discutir isso, é
consensual a sua qualidade, isso é uma coisa objetiva. Portanto, essa questão afastámos-la. É
outra discussão que não está aqui em causa.
O Paulo Silva disse que estamos perante um manual de boa negociação. Estamos? O que nós
estamos é perante uma imposição do Tribunal de Contas que está na fronteira da violação da
liberdade dos eleitos impondo-lhes um voto favorável, ameaçando com a responsabilidade
financeira sancionatória multas que poderiam chegar aos 20 mil euros e isto não foi alvo de
nenhum contraditório e agora o Bloco vai votar a favor porque tem medo do Tribunal de Contas?
Não! O Bloco vai votar a favor porque defende há muito a compra deste edifício e não
conseguimos descortinar uma solução melhor e temos a humildade de o reconhecer”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Esta defesa da honra também explicativa, só três
notas muito breves. Dizer-vos que isto em relação à estátua, o povo é que decide mas dizer-vos o
seguinte: esta norma do Orçamento de Estado sendo que em relação ao Seixal o que tem a ver
com as locações financeiras foi naturalmente o Seixal participou em reuniões com o Governo, com
o Ministro Cabrita, nomeadamente o Sr. Presidente da Câmara e comigo e depois no quadro da

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Associação Nacional de Municípios propôs no Orçamento de Estado, mas quero-vos dizer e não
interessa aqui detalhe nenhum, nem teria sentido mas com um quadro vasto, significativo, de
locações financeiras para resolver no país e que não sei porque não houve condições não estão
em desenvolvimento, na altura o que conheço, a única que está é a do Seixal.
Depois, a outra nota também explicativa, no meio da honra, o Samuel Cruz referiu isto mas
esqueceu-se de uma coisa até de duas. Uma é com os primeiros PEC, o que o Samuel diz deixou de
ser porque foram logo cortes para o Poder Local, certo? Durou pouco tempo e em segundo a Lei
das Finanças Locais quero aqui recordar até porque temos uma alteração agora que foi aprovada
recentemente de 2007 teve num Congresso da FIL especifico 300 municípios contra e só 8 a favor,
foi significativo creio eu. Além do mais o que as variações máximas e mínimas 5% a baixo e 5% a
cima, que agora foi muito discutido, como sabem significavam uma coisa, esse é que é o não
cumprimento da Lei das Finanças Locais, em nome da coesão, certo! para impossibilitar que os
municípios tivessem menos transferências do Orçamento de Estado mas o resto ficaram os
sucessivos governos. Sabem quanto é que é a mesma este ano? Na ordem dos 250 milhões de
euros, é disto que estamos a falar. Há uma Lei em que já foi discutida e que não interessa agora
para aqui e que só progressivamente em 2021 é que essa parte restante é redistribuída. Epá,
finalmente o município do Seixal subiu 5%, mas quantos porcento é que devia ter recebido e ficou
no Orçamento de Estado, não foi distribuído pelos municípios, era esta explicação.
Terminada as intervenções, dou a palavra ao Sr. Presidente da Câmara. Nós faremos a seguir à
intervenção do Sr. Presidente um pequeno intervalo de cinco minutos para ver com os líderes
porque entretanto toda a gente esgotou os tempos, tirando aqueles que não intervieram fique
claro, mas no conjunto os tempos estão esgotados. A matéria justificava e nós combinamos como
é que vamos funcionar para o último ponto para fecharmos a Assembleia Municipal. Sr. Presidente
da Câmara se faz favor”.
O Presidente da Câmara Municipal disse: “Umas notas breves sobre algumas das questões que
foram já aqui colocadas, é claro que cada força política tem a sua interpretação daquilo que foi a
história deste processo, mas no entanto vejo com grande apreço a quase unanimidade de
posições relativamente à solução que foi encontrada. Esta é a primeira nota que gostaria de dizer.
A segunda para também dizer e penso que não ficará mal a ninguém que todas as opções que
tomamos de gestão das nossas autarquias não são infalíveis, existirão sempre outras soluções que
num outro futuro próximo outras pessoas poderão ver. Hoje não temos nenhuma duvida que esta
proposta que vamos deliberar é a que melhor serve o interesse do município, mas quem nos diz
que daqui a 10 anos outras pessoas que estão nas nossas posições, com as nossas tarefas de
eleitos não encontrarão outras soluções que nós nesta altura não conseguimos perspetivar. Por
isso, eu acho que as afirmações que foram feitas da gestão ruinosa, da solução que não foi útil,
penso que não são justas face às mais valias que conseguimos em termos de serviço público. É que
não basta apenas olhar para uma parte da questão. Temos que olhar para aquilo que foi o avanço

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que conseguimos prestar em termos de um melhor serviço público. Há dias ouvi uma trabalhadora
da Câmara Municipal dizer o seguinte: Antes do edifício uma pessoa queria um ramal de
saneamento e ia às águas e saneamento para buscar esse contrato e assinar. Depois tinha que ir à
contabilidade pagar que era no outro extremo do Seixal, depois ainda tinha que passar na parte
administrativa para deixar esse documento para que depois voltasse outra vez, quer dizer e eram
dias que as pessoas perdiam. Hoje com a gestão centralizada dos serviços centrais qualquer
pessoa rapidamente tem uma resposta e por isso esta melhoria de serviço público que nós
conseguimos introduzir naquilo que todos os dias fazemos junto da nossa população poderão
dizer que não é mensurável do ponto de vista financeiro, mas do ponto de vista do serviço publico
que é para isso que estas autarquias existem é para servir os nossos cidadãos, essa mais valia é
inegável. Depois também uma outra nota relativamente às condições que proporcionamos aos
nossos trabalhadores. Eu próprio trabalhei muitos anos numas instalações que eram muito
melhores que aquelas onde eu trabalhava, antes de vir para a Câmara Municipal entenda-se, mas
hoje ninguém tem dúvidas que o município do Seixal tem talvez dos melhores equipamentos para
os seus trabalhadores e isso é-nos dito por todos aqueles que nos visitam principalmente pelos
trabalhadores de outras autarquias que vêm ao nosso concelho e mesmo para outros eleitos de
outras autarquias que vêm ao nosso concelho e conhecem este edifício e por isso, dizer que temos
que fazer uma avaliação completa e isenta sobre esta mais valia que conseguimos introduzir com a
aquisição dos Serviços Centrais. Também o Sr. Presidente da Assembleia Municipal já o referiu
mas penso que vale a pena também dizer que não ficou provado que o município tentasse fugir a
qualquer situação ou mesmo ao tal regime de empreitada. Aliás, essa tese perfilhada num
principio pela auditoria do Tribunal de Contas depois não foi aceite pelo juiz e pelos juízes do
Tribunal de Contas, face ao contraditório do município e portanto não é verdade que tenha sido
provado que o município praticou esse tipo de situação e também não é verdade que com esta
operação de aquisição que iremos aumentar o endividamento da Câmara Municipal e vou passar a
explicar porquê. Na realidade nós temos já um passivo sobre nós com estes contratos de
arrendamento e que são todas as rendas que estão contratualizadas pagar até um determinado
período senão exercermos uma opção de compra; e esse montante nos Serviços Operacionais até
2024, nos Serviços Centrais até 2029, é considerado à luz do SNCAP do sistema de normalização
contabilística para as autarquias locais,a Administração Pública, é considerado um passivo e esse
passivo vai ser reconhecido na expressão de contas para 2019 onde a implementação do SNCAP
deixa de ser facultativa e passa a ser obrigatória. Nesse sentido, o POCAL não enquadra este tipo
de contratos de arrendamento como um passivo mas o SNCAP já o faz com a legislação em termos
contabilísticos nacionais e internacionais está a prever e nessa perspetiva, com esta operação nós
vamos reduzir o endividamento porquê? Porque vamos inscrever o ativo que é o valor deste
edifício e com esse ativo, vamos ter também um passivo mas que é inferior aquilo que seria com o
pagamento de rendas e nessa perspetiva não é verdade que com esta aquisição se irá aumentar o
endividamento. Também gostava de felicitar o Sr. Presidente da Assembleia Municipal porque

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trabalhou também muito neste processo. Aliás houve uma equipa de eleitos da Câmara Municipal
do atual executivo e técnicos onde o Sr. Presidente da Assembleia Municipal teve um papel
também importante onde muitas vezes contactei para receber também a sua opinião sobre o
caminho a prosseguir. Gostava de o felicitar porque a construção do Plano de Consolidação
Orçamental em 2012, não sei se recordam mas tinha lá uma disposição em termos dos objetivos
que era renegociação das rendas dos Serviços Centrais e dos Serviços Operacionais. Penso que
recordam que o documento que aprovámos na Câmara Municipal e na Assembleia Municipal em
2012 já previa esse objetivo e por isso, não é verdade que seja para já uma novidade esta tentativa
de aquisição ou de renegociação e já era um objetivo de outros mandatos. Também gostava de
referir e de enaltecer o processo de construção desta solução, principalmente no envolvimento
que procurámos fazer, quer dos seus vereadores, quer dos seus eleitos da Assembleia Municipal,
nomeados dos seus líderes. Penso que é um processo exemplar de construção democrática. Hoje
ouvi nas noticias que Portugal é o 10.º país em democracia e estava a pensar que o Seixal seja dos
primeiros em democracia, em termos dos concelhos e estava a pensar neste processo porque ele
deu muito trabalho é verdade envolveu uma equipa que muito trabalhou em poucos meses nesta
solução, assim que foi possível adquirir o edifício, assim que a lei nos permitiu mas gostava
também de referir e de fazer uma referência elogiosa à forma que eu penso que todos nós
contribuímos para podermos elevar aquilo que é o que melhor tem a democracia local com a
nossa intervenção. Por fim, dizer que esta operação também nos demonstrou que o nível de
spread que os bancos nos apresentaram nos abrem portas para podermos efetuar uma terceira
renegociação do PCO já a partir de janeiro de 2019 e será isso que iremos avançar, no sentido de
continuarmos a ter uma gestão equilibrada da Câmara Municipal do Seixal ao serviço das nossas
populações”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Vamos colocar à votação”.
Aprovada a Deliberação nº 34/XII/2018, por unanimidade e em minuta com:
 Trinta e sete (37) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal do BE: 3
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal do PAN: 1
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1
- Do grupo municipal SFF: 1

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O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Foi aprovado por unanimidade e eu quero felicitar
a Assembleia Municipal, o Sr. Presidente da Câmara uma vez mais e o executivo municipal, toda a
equipa que trabalhou neste processo, o Presidente já o referiu, a Assembleia Municipal, os seus
líderes porque como o Sr. Presidente referiu houve aqui várias etapas que foram muito
importantes para que se pudesse ter chegado aqui. Portanto, é um acontecimento muito
importante para o nosso município, ganha o município e ganha acima de tudo as populações.
Declarações de voto? Por ordem Paulo Silva”.
Paulo Silva, da CDU, em declaração de voto, disse: “A CDU votou favoravelmente este ponto
porque indubitavelmente é o melhor para o concelho do Seixal, isto foi a nossa principal
motivação. Segunda, porque Eduardo Cabrita em 2007 não era Ministro, mas sim Secretário de
Estado. Terceiro porque o Orçamento de Estado não é da responsabilidade de Eduardo Cabrita
mas dos deputados que o aprovaram. Quatro porque Eduardo Cabrita se quer resolver problemas
de arrendamento deve trabalhar para resolver os problemas que existem em instituições
governamentais porque quem não consegue resolver os seus problemas, não consegue ajudar a
resolver os dos outros, este foi resolvido pelos órgãos eleitos do Seixal e por último porque
Eduardo Cabrita nada fez de relevante para o concelho do Seixal e por isso não merece nenhuma
estátua”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Samuel Cruz”.
Samuel Cruz, do PS, em declaração de voto, disse: “O Partido Socialista votou a favor pela simples
razão que o ótimo é inimigo do bom, da mesma forma o mau é melhor que o péssimo. Esta
decisão é má mas é melhor que a anterior que era péssima”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Isso é uma declaração também pouco entusiástica
num momento tão importante. Mais declarações? Creio que não. Uma vez mais obrigado.
Intervalo de 5 minutos a gente combina já como é que fechamos”.
III.5. Transferência de competências nos termos da alínea a) do nº 2 do art. 4º da Lei nº 50/2018
de 16 de agosto. Não aceitação. Aprovação.
(Documento anexo à ata com o número 16).
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Vamos recomeçar, o quadro de distribuição de
tempos nós vamos funcionar acordámos 45 minutos, isto dá uma distribuição de tempos, também
para que haja tempos mínimos. Câmara Municipal 11 minutos, CDU 9, PS 7, PSD 5, Bloco 4,
Presidente de Fernão Ferro 3. Sr. Presidente da Câmara tem a palavra se faz favor”.
O Presidente da Câmara Municipal disse: “No dia 16 de agosto foi publicada a Lei 50/2018 que
prevê a transferência de competências de um conjunto vasto de competências que têm vindo a
ser analisadas entre os municípios e o Governo através da Associação Nacional de Municípios
Portugueses e também com as freguesias através da ANAFRE e a Lei que refere é que todas as
competências serão transferidas em 2019, isto não acontecerá se os órgãos municipais até 15 de

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setembro de 2018 deliberarem em sentido contrário. Perante o desconhecimento que temos no


concreto, sobre as áreas a transferir em termos daquilo que são as competências próprias que
vamos receber, os recursos que serão disponibilizados para o município, as necessárias demarches
em termos de alterações de orçamentos, de mapa de pessoal, de nova reestruturação orgânica,
alteração de procedimentos, novos procedimentos para poder acomodar um conjunto vasto de
novas competências que nós consideramos que não existe outra opção ao município que não seja
não aceitar a transferência de competências a partir de 1 de janeiro de 2019, tal como prevê a lei,
esperando que neste período o Governo possa finalmente apresentar neste caso à Câmara
Municipal do Seixal aquilo que prevê transferir, os meios que prevê transferir para que nós
possamos fazer uma preparação do município, para que como referia na Câmara Municipal,
quando essa transferência for exercida pelo município, o cidadão perceber que existe uma
diferença e se o cidadão perceber que existe uma diferença positiva ganhará o cidadão, ganhará o
município e o Governo, se esse cidadão perceber que há uma diferença negativa perderá o
cidadão, o município e o Governo. Por isso, nós queremos querer que a transferência de
competências deverá acima de tudo permitir um reforço das funções sociais do Estado, é nesse
sentido que nos colocamos na perspetiva de podermos contribuir para um melhor serviço público
e é claro que para o poder exercer também nos preocupa a questão dos meios, isto é, temos que
ter meios suficientes para que possamos exercer essa competência, essas funções sociais do
Estado com mais valias para a comunidade e para os cidadãos e na verdade, na forma como esta
Lei aparece e na forma como este artigo está redigido não nos resta outra opção em nome da
prudência e da responsabilidade que não seja não aceitar a transferência de competências, a
partir de 1 de janeiro de 2019. A Lei também estabelece que até junho de 2019 podermos
novamente nos pronunciar até 2020 para exercício das competências de 2020. Esperemos que
aquilo que não foi possível o Governo agora apresentar que seja possível nestes próximos meses
para que até junho de 2019 possamos novamente emitir a nossa opinião e a nossa decisão, quer
na Câmara Municipal, quer na Assembleia Municipal e por isso nós somos a favor de uma
transferência de competências ao serviço dos cidadãos, no sentido de reforçar as funções sociais
do Estado. Claro que gostaríamos de ir mais longe com a regionalização, é verdade e isso é
conhecido mas no entanto, somos favoráveis a um melhor serviço desde que os municípios e as
freguesias estejam em melhores condições para prestar esse serviço, não colocando em causa os
direitos da população em termos nacionais e nessa perspetiva como estava a referir parece-nos
que a posição mais prudente será através da disposição da Lei, do nº 2 do artigo 4º da Lei 50/2018
será não aceitarmos esta transferência a partir de 1 de janeiro de 2019, ficando reservados à
nossa nova opinião, na auscultação e nova decisão em junho de 2019 para exercício de
competências em 2020. A Lei também diz que a partir de 2021 considera-se transferidas todas as
competências para os municípios mas ainda é preciso trabalhar muito para que este processo
resulte e seja uma mais valia para o país. É nessa posição que muitos autarcas, muitas autarquias,
muitos municípios estão empenhados, eu tenho falado com muitos Presidentes de Câmara, quer

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do meu partido, quer de outros partidos e todos estamos muito preocupados porque no momento
onde todos esses estudos já deveriam ter sido apresentados pelo município, já deveríamos de
saber no concreto quantos trabalhadores, que recursos, que meios vamos ter, que necessidades
para começarmos a preparar as nossas câmaras municipais para essa nova realidade, percebemos
que se passa algo de errado e que afinal parece que se pretende transferir algo que não se
conhece, pelo menos nós não conhecemos, é claro que o Governo deverá conhecer, os
Ministérios, as direções gerais conhecerão com certeza com propriedade mas é preciso entender
do outro lado quem recebe, não conhecendo essas competências que será muito mais fácil o
falhanço e é nessa perspetiva que faço um apelo a todos os srs. eleitos da Assembleia Municipal
para que tal como na Câmara Municipal possamos votar não aceitando esta transferência no
imediato, veremos a seguir quando esses estudos e esse quadro de transferência de
competências mais concreto possa aparecer e aí sim, novamente seremos chamados a nos
pronunciar e veremos então qual será a nossa posição”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Inscrições para este ponto? Bruno Barata, Rui
Belchior, António Martins, Vítor Cavalinhos, João Rebelo. Bruno Barata se faz favor”.
Bruno Barata, do PS, disse: “Depois das expressões ser mais papista que o papa, fazer o que ainda
não foi feito, mostre-me lá onde é que está o seu caixote do lixo, PPP escondida com rabo de fora,
fugir como diabo da cruz, apetece-me começar também com uma expressão a leste nada de novo,
mas afinal existe algo de novo a oeste é que hoje a comunidade interministerial dos municípios do
oeste decidiu os 12 municípios adiar a decisão da descentralização das competências. Portanto, há
outro caminho para além do votar contra ou votar a favor é adiar a prenuncia sobre a
transferência de competências como fez esta comunidade interministerial de municípios que tem
12 municípios, dos quais municípios da CDU, do PS e do PSD. Queria sublinhar a importância do
principio da transferência de competências da Administração Central para as autarquias locais. Foi
um processo participativo e articulado com os municípios e freguesias através da Associação
Nacional de Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias. Como se sabe, o
Governo do PS assumiu o compromisso com os portugueses, tal como está previsto no seu
programa do Governo de efetuar uma transformação do modelo de funcionamento do Estado,
abrindo as portas à desejada transferência de competências do Estado para os órgãos mais
próximos das pessoas. O objetivo principal é promover que serviços públicos de proximidade
baseando-se no principio da subsidiaridade e tendo sempre em conta o melhor interesse da
comunidade, da melhoria da qualidade de vida dos cidadãos e do reforço da coesão territorial,
bem como a racionalidade, a eficiência e a eficácia da gestão pública, desta forma a
descentralização administrativa assegura que as políticas públicas serão desenvolvidas ao nível
mais adequado da Administração Central, Regional, Local melhor posicionado aliás, para a
resolução dos problemas. Tal como saiu a noticia de hoje que o Sr. Presidente da Câmara fez
referência que a nossa democracia está no ranking, em 10 lugar, das melhores democracias do
mundo mas não deixa de ser curioso que nesse mesmo estudo que coloca Portugal apesar de ser a

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10ª melhor democracia do mundo é o 38º lugar em participação pública do cidadão. Isto vem dar
força à necessidade na transferência de competências da Administração Central para as
autarquias locais, para que as entidades intermunicipais estejam mais próximo da realização do
serviço público e para que as pessoas participem mais ativamente na nossa democracia. O Partido
Socialista e o Governo pretendem incrementar este nível de participação pública, tal como
espelhou no plano nacional de reformas. Dito isto, a publicação da lei quadro das transferências
das competências é um importante passo para concretizar estes desígnios. Como o Presidente
disse e bem a legislação prevê a prenuncia até 15 de setembro de 2018. Contudo, a transferência
das novas competências e a identificação da respetiva natureza e a forma de afetação dos
respetivos recursos são concretizados através dos diplomas setoriais que ainda não se encontram
concluídos, ou seja, é fundamental a existência do objeto para prenuncia, a inexistência à data
desses diplomas inviabiliza qualquer prenuncia senão coloca-se a pergunta: estamos a dizer não
exatamente ao quê? Sobre este assunto, aliás já emitiu parecer a Direção Geral das Autarquias
Locais considerando que os diplomas setoriais não estão em vigor, em prazo compatível com a
data de 15 de setembro pelo que comunicou a todas as autarquias locais que estão dispensadas
de cumprir essa data do 15 de setembro. Portanto, entramos aqui numa sensatez e racionalidade
do que nos vamos pronunciar. Também a Associação Nacional de Municípios Portugueses
informou os municípios que o prazo de 15 de setembro não é eficaz antes da aprovação e
publicação dos respetivos diplomas sectoriais. Portanto, não existe qualquer matéria que possa
ser objeto de deliberação nos órgãos das autarquias. Ainda posteriormente à deliberação do
executivo camarário o Ministério da Administração Interna comunicou também este mesmo
entendimento aos órgãos municipais. Os referidos diplomas como sabem, encontram-se em
processo legislativo e prevê-se que estarão aprovados nas próximas semanas. Aliás, tal como foi
conclusão da reunião ocorrida ainda há pouco com o Presidente da Associação Nacional de
Municípios Portugueses. Por isso, as noticias vindas a público sobre as deliberações dos órgãos
autárquicos relativamente à opção pelo não exercício das competências em 2019 são
extemporâneas e destituídas de qualquer valor jurídico. As autarquias locais e as entidades
intermunicipais estão dispensadas da comunicação das deliberações à Direção Geral das
Autarquias Locais até ao momento em que os diplomas setoriais estabeleçam os termos e os
prazos para a concretização das transferências das novas competências ainda em 2019. A nossa
posição do que deveria ser feito, mesmo mantendo a pronuncia dos órgãos municipais é que fosse
no sentido de referir que o município remetia à sua posição definitiva para quando estivessem
disponíveis os diplomas setoriais, exatamente em consequência da articular com os artigos da lei
quadro referidos no respetivo diploma. Assim e reafirmando a enorme importância do processo
de descentralização o Grupo Municipal do PS não pode concordar com a deliberação proposta
pelo Sr. Presidente da Câmara, pois estamos perante um antagonismo daqueles que se intitulam
defensores das populações, entendam-me que a descentralização é uma das respostas mais

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adequadas ao exercício das políticas de proximidade e por isso, peço que passem das palavras aos
atos, ou seja, bem prega frei Tomás faz o que ele diz e não faças o que ele faz”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Esgotou o PS. Rui Belchior”.
Rui Belchior, do PSD, disse: “Em matéria de descentralização o Partido Social Democrata tem
estado na linha da frente e considera que se trata de uma reforma importantíssima do Estado.
Consideramos importante uma descentralização e refutamos um Estado central e controlador
como outras forças políticas. O PSD está neste processo como sempre esteve com o mesmo rumo
e determinação uma vez que sempre defendeu a descentralização, daí a assinatura de um acordo
com o Governo em abril passado, porque acreditamos nas virtualidades de um poder de
proximidade. Sabemos que os municípios podem exercer novas competências com mais eficácia e
mais eficiência, mas também sabemos que só o poderão fazer com mais recursos, quer
financeiros, quer materiais, foi publicada a Lei nº 50/2018, lei quadro da transferência de
competências para as autarquias locais e para as entidades intermunicipais, a alínea a) do nº 2 do
artigo 4º a concretização da transferência das competências expõe que até 15 de setembro de
2018 as autarquias locais e entidades intermunicipais que não pretendam a transferência das
competências no ano de 2019 comunique com esse facto à Direção Geral das Autarquias Locais,
após prévia deliberação dos seus órgãos deliberativos nesse sentido, é o que refere a Lei 50/2018
aquando da discussão da proposta de Lei o PSD sempre defendeu que a posição poderia
determinar uma decisão dos órgãos deliberativos num quadro em que não se conheça os diplomas
legais que regulamentam as competências, bem como os respetivos envelopes financeiros
estabilizados e por isso com o objetivo de salvaguardar esta possibilidade, exigimos a introdução
de alterações ao artigo 44 por forma a ficar claro que a aplicabilidade da data acima referida fica
prejudicada. Se o Governo não cumprir atempadamente como não cumpriu com a concretização
dos diplomas legais que regulamentam as consequências e os respetivos envelopes financeiros.
Assim e é disto que se trata não se conhecendo atempadamente a regulamentação das
competências e os montantes financeiros que as suportam fica irremediavelmente prejudicada a
aplicabilidade e eficácia do cumprimento da data de 15 de setembro. O PSD não pode deixar de
lamentar que mais uma vez o Governo tenha desperdiçado mais uma legislatura sem avançar com
esta reforma e venha agora no último ano da mesma à pressa, sem nexo, pretender implementar
um processo de descentralização ainda que pouco ambicioso e sem quaisquer condições para
poder avançar em face da sua absoluta obscuridade, no que diz respeito aos seus parâmetros
fundamentais como são quando, como e com que verbas? Mais uma vez sublinhe-se com que
verbas? Por tudo isto, o PSD não pode caucionar de tal forma de executar medidas que como esta
são vitais para o progresso e desenvolvimento do país”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “António Martins”.
António Sota Martins, do PAN, disse: “Ontem no Período Antes da Ordem do Dia escusei-me a
falar sobre este assunto porque não entendia porquê que havia moções sobre um assunto que

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fazia parte da ordem do dia. Talvez seja ignorância minha, talvez funcione aqui assim, mas
costumamos tratar desses assuntos quando eles estão na ordem do dia e não com moções como
foi ontem o caso. Restam-me três minutos, não gastei tempo nenhum mas chegam porque a
posição do PAN é clara, nós votámos contra a Lei quadro porque desconfiamos deste processo de
descentralização que se assemelha mais, do nosso ponto de vista a um processo de
desresponsabilização porque achamos que há funções sociais do Estado que o Estado tem que
garantir a todos os cidadãos e também achamos que hoje a Assembleia tem que obrigatoriamente
tomar uma posição. A Lei quadro foi aprovada contra a nossa posição, está aí e não há
recomendação nenhuma de nenhuma associação, nem nenhuma direção geral que altere a Lei e
por isso, se a Assembleia e o Governo não alteraram uma Lei quadro mantém-se a data de 15 de
setembro para que os órgãos da Assembleia e da Câmara que já o fez tomem posição. Nós iremos
votar a favor da não aceitação do processo de competências que nos querem transferir a partir de
janeiro de 2019 por várias razões, para já porque não conhecemos quais são as transferências que
nos querem impor e os meios que nos querem atribuir. Depois porque consideramos que este
prazo não faz sentido, a não ser se tiverem por trás outras razões que não são do interesse das
populações e o interesse das câmaras municipais”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Vítor Cavalinhos”.
Vítor Cavalinhos, do BE, disse: “Duas notas primeiras antes desta situação. Do nosso ponto de
vista a DGAL não tem qualquer poder, nem competência para suspender uma Lei da Assembleia
da República e os seus efeitos e interpreta-la. Tem poderes para interpretar decretos leis do
Governo, tem poderes dos diversos ministérios mas não pode interpretar e suspender os seus
efeitos e decidir que essa Lei não se aplica e já agora o Grupo Parlamentar do PS pode a todo o
tempo propor alterações à lei quadro, pode propor quando quiser e depois o Parlamento decidirá.
Hoje vou-me socorrer aqui das palavras do Presidente da Associação de Municípios e vou ler aqui
umas declarações que o Manuel Machado ontem prestou a um jornal e diz ele que sobre esta
matéria há ainda 12 decretos lei em aberto, podendo alguns ficar consensualizados entre hoje e
amanhã nas reuniões que vão decorrer entre as autarquias e o Governo revelou o Presidente
Manuel Machado a este jornal. Quantos decretos e leis setoriais já foram consensualizados? Já
foram consensualizados 11 dos 23 decretos leis setoriais. Há outros cujas últimas versões serão
analisadas amanhã, hoje, na reunião do Conselho Diretivo da ANMP e que poderão ser
consensualizados ou não. E ainda há outros em que subsiste a necessidade de garantias claras
acerca de elementos que estão em cima da mesa de modo que não haja riscos desnecessários,
como é o caso da educação e da saúde. Aliás, o titulo desta noticia propostas do Governo para a
saúde e educação não são claras, Manuel Machado é membro do Partido Socialista e Presidente
da Câmara de Coimbra. Continuando, os números do Governo não batem certos com os vossos
cálculos, qual é o valor previsto e quanto está em falta? Os montantes são definidos, setor a setor
e como grande parte dos decretos leis ainda não estão consensualizados e os de maior volume
financeiro estão entre os não consensualizados, não é ainda possível falar de muros com rigor. Só

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após a aprovação de todos os decretos leis setoriais é que pode ser feita uma avaliação final e
chegar a um numero global rigoroso e depois a última citação. No que respeita à educação, e no
que concerne às verbas destinadas às intervenções de conservação, manutenção e pequenas
reparações, aceitamos o montante financeiro transitório com o compromisso de no prazo de um
ano ser revista a formula de financiamento o que acontecerá na sequência de um trabalho técnico
que será realizado nesse período. No prazo de um ano haverá um trabalho técnico que avaliará
esta conversa. Para os investimentos em novas infraestruturas e em grandes reparações como a
construção, requalificação e modernização dos edifícios escolares devem ser efetivados mediante
a assinatura de um contrato programa entre o ministério da educação e cada município devendo
constar desse contrato programa os termos do respetivo financiamento. Isto há aqui matéria
desconhecida que não é brincadeira como é evidente. Isto é mesmo o que haverá em Marte? É
mais ou menos o que haverá nesses decretos e o que será no ano que vem o que se vai discutir e
consensualizar. É evidente que neste quadro o Bloco de Esquerda está de acordo com a tomada de
posição e não aceita a transferência de competências, tal como elas estão colocadas na opinião
pública e os municípios estão colocados perante um completo desconhecido e perante o
desconhecido nós votamos perante o conhecido. Perante o desconhecido podemos fazer poesia e
outras coisas mais”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “João Rebelo”.
João Rebelo, da CDU, disse: “Recordar algumas das ideias que eu vos transmiti ontem; o CDS
concorda e sempre concordou com o princípio da descentralização e do municipalismo. Somos
contra a regionalização e nos vários governos fizemos parte e sempre defendemos isso e temos
leis que foram aprovadas nestes governos de coligação que tivemos com o Partido Social
Democrata. Portanto, também não recebemos lições do Partido Socialista sobre isso. Em segundo
lugar sobre esta lei que nos obriga aqui a discutir, por precaução a Câmara Municipal do Seixal
quer que uma deliberação que seja tomada e nós concordamos com essa precaução. É melhor por
precaução ter esta decisão do que depois acontecer e toda a gente ser enganada sobre os efeitos
de não tomar posição e o nosso caro colega do Partido Socialista falou de decisões de algumas
câmaras, mas há outras também. Umas do Partido Socialista, outras em que autarcas do Partido
Socialista não estão no Governo dessas câmaras em que tomaram decisões parecidas com esta.
Portanto, há uma oferta em termos de decisões aí pelo país que muitas delas não são
contraditórias com o que foi aqui dito. Há muitas câmaras no Alentejo que estão a tomar decisões
com o apoio de autarcas socialistas em não aceitar esta delegação de poderes e também há
autarcas socialistas que estão a aprovar que se aceite a delegação de poderes como também há
autarcas socialistas que pediram o adiamento da discussão. Portanto, não é claro para ninguém
que o Partido Socialista tenha nesta matéria a mesma posição sobre isto tudo. Segundo,
consideramos que a descentralização é essencial para o efetivo e melhor desenvolvimento
económico e social de toda a população portuguesa. Os órgãos autárquicos desempenham uma
missão fundamental na oferta de serviços públicos de qualidade e de proximidade aos

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portugueses. O que é que aconteceu com esta lei? 1) A discussão que aconteceu no Parlamento
foi lamentável, depois de meses a fio em que não se discutiu rigorosamente nada, de repente os
partidos são confrontados com uma votação a correr numa nebulosa total, muito pouco
transparente e democrática que levou a que fosse aprovado na última semana, da última sessão
legislativa e que se apresentasse isso. Os municípios foram confrontados, vão ter que se
pronunciar depois da publicação, um mês depois. Ele é publicado a 15 de agosto, um mês depois
em pleno período de férias forçava essa mesma discussão. Depois entramos nas confusões
habituais dos governos do Partido Socialista; não estão prontas as leis setoriais sobre esta matéria,
vamos adiar e depois dizem, bom, os municípios que adiem essa decisão, pondo em causa a
própria legislação que foi aprovada na Assembleia da República, tornando obsoleto a separação
de poderes como se a Constituição tivesse mudada. Claro que os municípios têm que se
pronunciar sobre isso e parece-me indiscutível que está a acontecer isso. Outros aspetos sobre
este processo, não há definição concreta e precisa das áreas a transferir para os municípios,
simultaneamente e não posteriormente deve ficar devidamente salvaguardado que os municípios
e as entidades envolvidas dispõem de todos os recursos financeiros, materiais, humanos
necessários ao pleno cumprimento dessas competências e não está salvaguardada coisíssima
nenhuma. Salvaguardar que o exercício das competências para os municípios e as entidades
intermunicipais não concorre para a despesa publica, não sabemos porque nada está disponível, e
obviamente garantir que o exercício de novas competências deve sempre corresponder a uma
melhoria de serviços prestados às pessoas a quem se dirige, não há estudo absolutamente
nenhum que sustente isso. Vou terminar Sr. Presidente e prometo que não faço declaração de
voto. Temos aliás, muitas duvidas em muitas áreas que o Governo pretende descentralizar porque
uma coisa é descentralizar e sigo aqui algumas afirmações que foram feitas, uma coisa é
descentralizar, outra coisa é desresponsabilização sobre funções que cabem ao Estado central e
que só ao Estado as deve prestar e não aos municípios. A proposta do Governo não foi
devidamente analisada, estudada, discutido com todos os parceiros, parece-me também
indiscutível, nomeadamente os municípios em muitas matérias. Não se pode promover uma
descentralização desta missão e deixar de fora os protagonistas. Nós votaremos a favor da
proposta do município que enquanto não forem clarificados todos estes pontos, a Câmara
Municipal ou o Município do Seixal não aceitar estas novas delegações”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “O João Rebelo teve aqui uma compensação e nós
daremos a todos. Samuel? Tem a ver com os tempos, creio? Quer intervir? Eu também me inscrevi
apenas para dar uma breve informação sobre a reunião do Conselho Diretivo de hoje, a tal
referida pelo Presidente da Associação que teve lugar hoje em Coimbra e depois houve reunião
com o Sr. Ministro ao final da tarde. Em relação à reunião do Conselho Diretivo há de facto, um
conjunto, nomeadamente, educação, saúde, cultura, freguesias, proteção civil e estruturas de
atendimento ao cidadão que não ficaram fechados neste Conselho Diretivo e as matérias foram
colocadas ao Sr. Ministro na reunião à tarde. Da reunião da tarde ficou um quadro acordado que

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necessita pelo menos de mais um mês. Aliás, na declaração que depois o Sr. Secretário de Estado
fez nesse sentido. Agora, apenas uma outra nota. A necessidade de aprofundamento das matérias,
não estamos agora aqui até o momento em relação, nós somos pela descentralização, já o
dissemos e temos dado um contributo enorme mas está claro para nós também em que modelo
se deve fazer, para além das regiões, mas tem que se fazer de uma forma absolutamente rigorosa
para que as transferências signifiquem mais valias para o Poder Local e para a população. Dou-vos
apenas alguns apontamentos da educação, até pela importância desta área. Não estão resolvidas
as questões que têm haver com a manutenção e o apetrechamento, daí uma proposta de uma
comissão prévia, aprovado o diploma setorial onde funciona a comissão prévia 180 dias. A minha
pergunta e o meu entendimento sobre esta matéria é porque é que não se faz antes do diploma?
Manutenção e o apetrechamento duas áreas fundamentais para as escolas. Depois outra de fundo
tem a ver com o investimento, a proposta é criar uma comissão também para definir o
investimento que pode ser do Orçamento de Estado, só tem na minha opinião que ser do
Orçamento de Estado mas também de fundos europeus e tem haver com o planeamento das
CCDR. Eu quero-vos dizer que fundos europeus já não neste quadro do Portugal 2020 a educação
foi considerada por Bruxelas ao contrário dos interesses de Portugal uma prioridade negativa. Eu
creio que o próximo quadro comunitário, nestas áreas dificilmente responderá mas além de mais,
para os transportes está completamente em branco, será definido posteriormente, ou seja, com a
aprovação dos diplomas setoriais no quadro que estamos, por isso é que isto precisa ser
aprofundado, foi a reflexão na associação - é também a minha opinião - é porque aprova-se o
diploma setorial e não se sabe qual é o quadro da transferência, é para além ainda daquilo que
estamos aqui a dizer, nos pronunciarmos no quadro do prazo da Assembleia da República que na
minha opinião também pode ser uma outra coisa, tem que o ser, é o que ficou na lei quadro
porque a proposta de diploma da educação tem 27 artigos que remetem para despachos,
portarias ou pareceres; ou seja, mesmo aprovando o diploma setorial, não estão definidos os
meios, os recursos, nem o financiamento e naturalmente que esta é uma questão de fundo, como
não pode deixar de ser. Tem a palavra Paula Santos”.
Paula Santos, da CDU, disse: “Como ontem aqui referi relativamente a esta matéria, depois hoje
faremos uma discussão mais aprofundada com o ponto que estava na ordem de trabalhos, a
questão que está aqui em cima da mesa e o que está em discussão, não é um processo de
descentralização porque o principio da descentralização em abstrato, creio que todos estamos de
acordo, é um principio em que assenta a nossa Constituição, mas para um processo ser de
descentralização não basta designa-lo desta forma. É preciso depois todo o seu procedimento
corresponder a isso e aquilo que nós estamos a ver relativamente a este processo, não é nada
disso, são elementos que não se conhecem, de impactos, do presente, do futuro, não estão
identificados o conjunto dos meios e não falo só dos meios financeiros, dos meios humanos, dos
meios técnicos, os meios organizacionais porque as autarquias para receber este conjunto de
competências implica alterações na sua própria estrutura e será necessário reforço, nada disto

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está previsto, nada disto está contabilizado onde quer que seja há zero elementos dados
relativamente a esta matéria e depois é preciso também ter em conta o conjunto de aspetos que
também já foram aqui colocados, da garantia da universalidade das funções sociais, de melhoria
da prestação do serviço público, mas também da adequação da atribuição de competências ao
nível do poder em que esse serviço público é melhor prestado à população e isto também não está
garantido em todo este processo. Aquilo que importa aqui clarificar é quais são as condições para
o exercício destas competências. Fala-se muito na proximidade, fala-se muito no principio
importante que é da descentralização, tudo verdade, mas depois com que condições? E é este
aspeto que não está clarificado na lei que os diplomas setoriais, do que se conhece muitos deles
também não clarifica, muito menos em termos de meios financeiros, ainda agora o Presidente
referiu e bem que muitos dos diplomas setoriais as versões que se conhecem remetem para
futuras regulamentações. Daquilo que se conhece, que é muito pouco há também um conjunto de
elementos que são muito preocupantes, o que está em cima da Mesa é claramente uma
desresponsabilização do Estado, assenta num pressuposto profundamente errado que é o de não
haver aumento da despesa publica. O não se poder gastar para além daquilo que hoje o Governo
já gasta com essas mesmas competências e estamos já aqui a identificar áreas. Na educação, na
saúde, na cultura em que há enormes carências e nós conhecemos enormes carências no nosso
concelho, quer ao nível dos meios humanos, quer ao nível do investimento de equipamentos e
que o Governo não dá resposta, se não há o financiamento adequado os problemas vão se
manter. Por isso o que está aqui em cima da mesa é claramente uma transferência de encargos
para as autarquias, passando também o odioso ónus para as próprias autarquias e isso não
podemos acompanhar. É falso que este processo dito de descentralização mas que é uma
transferência de encargos é consensual. Ele não foi consensual na Associação Nacional de
Municípios e conhecemos hoje um conjunto de municípios de várias forças políticas que estão
também a tomar decisões de não aceitação das transferências para 2019. O Barreiro, aqui ao lado,
maioria do Partido Socialista, aprovou por unanimidade, muitos dos municípios da Área
Metropolitana do Porto do Partido Socialista e do PSD também estão contra este mesmo
processo. Sintra faz um oficio com um conjunto de elementos concretos onde demonstra que não
só os dados que se conhecem estão errados, como a insuficiência dos meios e que não está
disponível para este processo, mas eu queria aqui acrechentar um elemento que nos parece
também de grande relevância, aliás e que está no documento que nos está aqui a ser proposto à
votação que é a nota do Presidente da República em que levanta um conjunto de questões que
são questões que não foram dadas respostas que são sérias e que exigem respostas. Aliás, levanta
um conjunto de questões que só justificaria um veto. Esta devia ter sido a decisão, era
efetivamente um veto relativamente a este mesmo processo. Para terminar, queria ainda dizer o
seguinte: pareceres da DGAL, pareceres da Associação de Municípios com todo o respeito pela
Associação de Municípios, cartas do Ministro, declarações do Secretário de Estado, podem
multiplicar tudo e mais alguma coisa mas isso não se sobrepõe à Lei da Assembleia da Republica e

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aquilo que protege as populações, neste caso concreto, porque nós quando falamos de todo este
processo, estamos a pensar no serviço prestado às populações e na melhoria do serviço prestado
às populações e aquilo que protege as populações é exatamente esta decisão que a Câmara está a
propor aqui na Assembleia Municipal de não aceitação das transferências de competências em
2019. Aliás, consideramos até que é inaceitável esta pressão que o Governo está a fazer de certa
forma dizendo não! Isto não tem valor nenhum. Aliás, é a Lei que o próprio Partido Socialista e o
PSD aprovaram e as propostas o conteúdo é da responsabilidade de PS e PSD, vem agora dizer
não! Não! Isso agora não tem valor nenhum para depois deixar as autarquias numa situação
complicada, no caso de não tomarem esta decisão de não aceitação das competências porque
depois não cumpriram a lei, tal qual como está colocado. Eu queria aqui para terminar dizer ainda
um último aspeto, ouvindo as várias intervenções, claramente que não vão ao encontro da defesa
dos interesses das populações, mas referi também aqui um aspeto na intervenção do PSD e que
levanta um conjunto de preocupações e algumas até que acompanhamos mas eu relembro o
seguinte: esta lei só é lei porque o PSD deu a mão ao PS porque o PS sozinho não tinha condições
para aprovar a lei na Assembleia da República. Não tinha a maioria dos votos para aprovar a lei na
Assembleia da República. O PSD é que deu a mão também relativamente a esta questão. Vou
terminar Sr. Presidente dizer como é óbvio votaremos favoravelmente a proposta que está em
discussão apresentada pela Câmara Municipal”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Samuel Cruz adquiriu tempo, foi? E de quem?
Precisamos de saber”.
Samuel Cruz, do PS, disse: “Eu pedi o tempo ao eleito de Fernão Ferro, portanto tenho tempo a
pedido por Fernão Ferro, por benevolência tendo em conta aquilo que no anterior ponto
deixámos falar a Câmara Municipal quando manifestamente já não tinha tempo. Tenho tempo
destas duas formas para poder esclarecer aquilo que aqui venho fazer“.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Ó Samuel, já agora deixe-me dizer-lhe o seguinte:
isso foi uma prerrogativa, naturalmente conjunta da Mesa e da Assembleia e nós combinamos,
isto sim senhor que o tema justifica e eu perguntarei aos líderes se têm alguma breve intervenção
que queiram fazer ainda. Faz favor”.
Samuel Cruz, do PS, disse: “Dizia eu que, felizmente que antecede a minha intervenção a
intervenção da eleita do Partido Comunista, porque enquadra melhor aquilo que eu aqui vou
dizer, sendo certo que há algo que nesta Assembleia que devemos ter em conta: há 15 dias foi
pedido ao Partido Socialista que aqui retirasse um documento porque não era o tempo, de
repente todos ou quase todos começaram a achar que era o tempo e isso deve-se aquilo que eu
aqui vou dizer e não a uma outra coisa, mas é verdade que reuniu e que deliberou sobre esta
matéria no fim de semana antes, certo? E mandou esta moção para todos os eleitos do Partido
Comunista, é um facto! A proposta que a Câmara Municipal do Seixal não aceita transferência de
competências da Administração Central representa antes de mais, um ato falhado e precipitado. O

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PCP na tentativa de demonstrar e evidenciar aquilo que designa por sub-financiamento das
autarquias locais, ainda sem conhecer os diplomas setoriais que estão a ser negociados pela
Associação Nacional de Municípios, acaba por revelar o seu conservadorismo, atavismo e
recorrente centralismo preconceituoso, que esta é a grande oportunidade de aprofundamento e
reforço do Poder Local Democrático que tanto propala defender. O PCP como sempre, demonstra
com esta posição e o seu imobilismo e desconfiança no futuro, não é o pretenso financiamento
que preocupa o PCP. O que o PCP não quer admitir é o cumprimento por parte do Governo do seu
compromisso de descentralização de competências no domínio dos transportes e mobilidade,
ordenamento do território e programação do próximo quadro de apoios comunitários. Recorde-se
que se está a negociar ao nível metropolitano, verdadeiras políticas públicas de incentivo à
utilização de transporte público, resolvendo o problema de muitas famílias, para quem ainda é
muito mais barato utilizar o transporte individual. Através da concertação de vontades os
municípios da Área Metropolitana de Lisboa procuram resolver o problema da sustentabilidade
ambiental, da coesão social e da economia das famílias que passarão a ter os títulos de transporte
a preços verdadeiramente acessíveis e nisso, ou queremos fazer parte do problema ou da solução.
São medidas como estas que vêm provar a importância da descentralização de competências, pois
existem problemas locais que têm que ter respostas locais. Por último é manifesta a precipitação
do PCP. A proposta que apresenta é inútil, extemporânea, tendo em conta que a transferência de
novas competências, a sua natureza e afetação de recursos financeiros só serão definidos nos
diplomas setoriais que ainda estão a ser negociados. O PCP está a rejeitar uma ciência que
desconhece, qual Alcina Lameiras”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Só uma nota gastando a tal prerrogativa, aqui 10
segundos, e agora perguntarei aos restantes. Dizer que eu acabei de dizer uma coisa que é o
ponto de situação, a área de maior importância não tem definido nesta altura nenhum
financiamento que fique claro, remete para 27 portarias. Para 27 portarias! Nem os transportes
têm a gratuitidade, de conquista nesta legislatura é verdade, para a educação pré escolar tem
financiamento. É esta a realidade. Vejam o diploma! Mesmo que o Governo aprove não tem lá o
financiamento. É esta a realidade, não é outra, já não pode meter a cabeça na areia, na minha
opinião, eu nunca meterei. Nós temos para breve e fecho, estamos a falar de um minuto no limite,
Paulo Silva. Darei a todos os líderes”.
Paulo Silva, da CDU, disse: “O PS Seixal neste debate pela voz do Sr. eleito Bruno Barata veio aqui
defender que um comunicado do Ministério da Administração Interna a um oficio da DGAL tem
capacidade para suspender uma lei da Republica. Estamos sem dúvida perante uma tese
inovadora que entendo que o eleito Bruno Barata devia de escrever um manual de direito civil
com esta sua tese brilhante porque a verdade e infelizmente para Bruno Barata é que a mesma
não se encontra em nenhum manual de direito civil. É uma tese inovadora mas nem todas as teses
inovadoras são boas e esta aqui do ponto de vista jurídico, não tenho duvidas de que o PS veio
aqui demonstrar que há ciências que desconhece e que pelos vistos a ciência jurídica é uma delas.

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Se alguém está a rejeitar alguma coisa é o PS que está a demonstrar desconhecimento. Da nossa
parte conhecemos a ciência jurídica e temos que nos conformar com ela e quando a ciência
jurídica a Lei 50/2018 é clara ao dizer que entra em vigor esta lei no dia seguinte ao da sua
publicação. A Lei foi publicada a 16/8 pelo que está em vigor desde 17/8, assim sendo e estando a
Lei em vigor, as autarquias locais têm que se pronunciar obrigatoriamente até 15 de setembro sob
pena de quando forem publicados os diplomas setoriais terem que aceitar o que lá vem nos
mesmos porque a partir da publicação dos diplomas setoriais entra em vigor a transferência de
competências para as autarquias. Uma última palavra vir-se aqui dizer que estamos perante uma
questão que tem a ver com a transferência...”
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Paulo está fechado”.
Paulo Silva, da CDU, disse: “Viu-se a posição do PS na última sessão quando foi a moção da
Fertagus e a defesa que fez”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Está fechado Paulo!”
Paulo Silva, da CDU, disse: “Do transporte privado”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Samuel. Isto já é tempo de bónus para todos”.
Samuel Cruz, do PS, disse: “Muito rapidamente para dizer apenas o seguinte: o Partido Socialista
do Seixal reconhece com toda a humildade um erro deste processo. Efetivamente, a data de 15 de
setembro não deveria constar do diploma, muito melhor técnica teria sido na nossa opinião que
remetesse para 60 dias depois da publicação dos diplomas setoriais e que tudo isto resolveria. O
que está aqui em causa não é isto, porque as leis podem ser válidas, como é o caso porque está
publicada mas não é eficaz porque não tem objeto e é isso que está em causa, no nosso ponto de
vista. Portanto, reconhecendo esse erro e dentro daquilo que é a solidariedade do órgão executivo
tivemos uma posição que é de certa forma solidária, naquilo que é a discussão política já aqui
dissemos somos absolutamente contra por tudo aquilo que aduzimos”...
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Rui Belchior? Vítor Cavalinhos”.
Vítor Cavalinhos, do BE, disse: “Acho que o Samuel Cruz disse que o PCP rejeita a ciência que
desconhece, eu acho que o PCP faz bem, eu sou do Bloco de Esquerda e também rejeito a ciência
que desconheço. Aceito a ciência e aquela que desconheço é assim um bocadinho complicado, era
só para dizer isto”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “António Martins? João Rebelo? Presidente de
Fernão Ferro? Sr. Presidente da Câmara”.
O Presidente da Câmara Municipal disse: “É só apenas para referir um aspeto que tem a ver com
a interpretação da Lei que foi expressa, quer pela DGAL, quer pelo Sr. Ministro. De facto, os nossos
juristas avisaram-nos que apesar das interpretações o que vale é a Lei e por isso aconselharam-nos
a tomar esta posição e nessa perspetiva hoje ouvi aqui as várias posições que vão ao encontro

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daquilo que é hoje aqui objeto de deliberação e por isso parece-me que esta Assembleia
Municipal, uma vez mais, demonstra uma grande capacidade política para entender dentro
daquilo que são a diversidade democrática, para entender aquilo que é crucial e neste momento o
que é crucial é defender o interesse municipal e por isso, estou certo que a deliberação deste
ponto será neste sentido”.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Obrigada Sr. Presidente, vamos colocar à votação”.
Aprovada a Deliberação nº 35/XII/2018, por maioria e em minuta com:
 Trinta e sete (26) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
- Do grupo municipal do BE: 3
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal do PAN: 1
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1
- Do grupo municipal SFF: 1
 Onze (11) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal do PS: 11
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “A proposta foi aprovada com os votos a favor da
CDU, do PSD, do Bloco de Esquerda, do PAN, do CDS e do Presidente de Fernão Ferro e os votos
contra do PS”.
III.6. Minuta da Ata.
O Presidente da Assembleia Municipal disse: “Consideramos a ata aprovada em minuta. Obrigada
pela vossa presença. Até breve”.
Aprovada a Deliberação nº 36/XII/2018 por unanimidade e em minuta com:
 Trinta e sete (37) votos a favor dos seguintes eleitos:
- Do grupo municipal da CDU: 16
- Do grupo municipal do PS: 11
- Do grupo municipal do PSD: 4
- Do grupo municipal do BE: 3
- Do grupo municipal do PAN: 1
- Do grupo municipal do CDS-PP: 1

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- Do grupo municipal SFF: 1


O Presidente da Assembleia Municipal disse: “
Nada mais havendo a tratar, O Presidente da Assembleia Municipal deu os trabalhos por
encerrados, agradecendo a presença do executivo municipal e dos membros deste Órgão.
A sessão terminou cerca das 23.23 horas do dia 11 de setembro.
Nos termos do art.º 5.º do Decreto-Lei nº 45362 de 21 de Novembro de 1963 (com a redação
atualizada pelo Decreto-Lei nº 334/82 de 19 de Agosto, e de acordo com uma interpretação
extensiva), os documentos mencionados são arquivados, ora em pasta anexa à presente ata, ora
no respetivo processo.
Sempre que se indicou ter sido tomada qualquer deliberação, dever-se-á entender ter sido
aprovado nos termos e para efeitos do disposto no art.º 92.º da Lei nº 169/99, de 18 de setembro,
com a redação atualizada pela Lei nº 5-A/2002, de 11 de janeiro, e com as alterações introduzidas
pela Lei nº 67/2007, de 31 de dezembro e pela Lei nº 75/2013, de 12 de setembro.
Para constar se lavrou a presente ata que vai ser assinada pelo Presidente e Secretários em
exercício:
O Presidente da Assembleia Municipal:

O Primeiro Secretário:

A Segunda Secretária:

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