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O Líder 2.0: quem é ele?

O líder 2.0 sabe reconher talentos e tem entre suas características o cuidado na formação de
seus sucessores. Saiba mais.

Uma das maiores companhias aéreas do mundo foi escolhida por um cantor de country music
americano para transportá-lo durante sua turnê. Numa de suas viagens, quebraram a sua
guitarra. Ele reclamou no departamento de relacionamento com o cliente, entre outros, e não
lhe deram a menor atenção. Além de perder a guitarra de estimação, não lhe pagaram os
danos causados e muito menos lhe deram ouvidos. Resultado: depois de fazer uma canção e
um clip extremamente bem-humorado e irônico, postou esse vídeo no YouTube, para contar
seu caso.

Em poucos dias, o link recebeu milhões de visitas, o que lhe conquistou espaço até na CNN e
na Fox. A empresa aérea correu para reparar o prejuízo, mas o estrago já tinha sido feito: na
música criativa e genial, a principal mensagem era o refrão que dizia “a companhia X quebra
guitarras”. E como o principal site de buscas, o Google, põe em evidência os sites mais
visitados, a tal companhia aérea saiu em destaque, naquilo que certamente é uma excelente
antipropaganda. Esse é o mundo em que vivemos. Virtual, mas real.

A definição de líder de que mais gosto diz que esse é “o indivíduo com a capacidade de fazer
com que seus liderados tenham o mesmo sonho que ele e de fazer com que eles busquem a
realização desse sonho”. Hoje, como nunca, queremos resultados. Somos uma sociedade que
quer resultados. Às vezes, até demais, e isso não é bom. No ambiente de pressão e de
competição em que vivemos, a busca de resultados constantes gera estresse e desequilíbrio
nas pessoas. A curva de consumo e venda de ansiolíticos não para de crescer.

Como se isso não bastasse, surge hoje um ambiente totalmente desconhecido: a internet que
tem por trás o “cliente 2.0”. Isso muda tudo, e não temos mais como controlar esse ambiente.
Daí surge a necessidade de um líder diferente, o “líder 2.0”. Agora, para não sucumbir, esse
“líder 2.0” terá de desenvolver, à força, sua capacidade de lidar com as próprias emoções e
com sua inteligência emocional. Tem gente que pensa que inteligência emocional é uma teoria
passageira de mais um guru entre os vários que aparecem a todo instante, que é um tema que
“já era”.

Enganam-se profundamente! Inteligência emocional não dá para sair de moda enquanto o ser
humano continuar com o sistema límbico no centro do seu cérebro. Esse é aquele
“sisteminha” que controla a nossa fome, a nossa capacidade de lutar ou fugir, o nosso desejo
sexual para preservar a espécie humana, entre outras coisas. E fique sabendo que esse
“sistema” já dita as regras há alguns milhares de anos, e deverá continuar determinando os
nosssos impulsos emocionais.

Num ambiente muito menos exigente até a década de 90, a inteligência emocional era um pré-
requisito de que muitos não se davam conta, apesar das inúmeras pesquisas sobre o assunto
mostrando que o líder precisa dessa capacidade de lidar com relacionamentos. Liderados,
colegas de trabalho, fornecedores e clientes são seres emocionais, que vivem num ambiente
de constante ameaça e medo. Medo de fracassar, da competição, de perder o emprego, de
não atingir resultados, de falhar, de ser engolido pelo concorrente, de não atingir a meta, de
não ser reconhecido, de não ter sucesso. Todos estão no mesmo caldeirão, procurando seu
espaço. Tudo é emoção e os racionais que me perdoem, mas, ou vocês desenvolvem essa
capacidade, ou estarão em sérios apuros!

O “líder 2.0” deve identificar talentos que em geral desconhece. “Talento” é como muita gente
chama “os funcionários que trazem resultados” para a empresa. Estamos fartos do clichê:
“Precisamos reter nossos talentos”. Raras são as pessoas que se aprofundaram em saber o que
é “talento” e como ele se expressa. O líder agora terá de mergulhar nisso, não só para
identificar os seus talentos, mas para identificar os de seus liderados. Precisarão seguir o velho
conceito do dr. Eduard Deming, para quem o importante é ter a pessoa certa no lugar certo.
Conceito simples dos anos 80 que, por mais incrível que pareça, não vemos aplicado em nossa
realidade corporativa até hoje.

Nesses dois pontos acima citados estão duas grandes chaves para saber se reconhecer, e
identificar aquilo pelo que é apaixonado. Esse, sim, é o líder que pode fazer diferença e buscar
excelência.

No contexto da web 2.0 – o das redes sociais que proliferam na internet –, se os líderes não
souberem reconhecer suas emoções e lidar com elas, despertar a motivação dos seus
liderados e buscar a excelência e a superação, eles não terão condições de atender ao cliente
2.0, que exige respostas rápidas e imediatas num clicar de tecla de computador. Esse cliente,
plugado no mundo inteiro, fluente em inglês, tem um poder de influência que nunca vimos
antes. À velocidade de milhões de visitas e contatos por dia, sua opinião – a custo zero – pode
provocar estragos incalculáveis, como fez o nosso cantor, citado no início deste capítulo.

E, para piorar ainda mais, acabou-se o tempo em que tínhamos uma relação controlada entre
a empresa e o cliente. Numa tela, quando o cliente telefonava para a empresa, podíamos
saber até sua cor preferida para peças íntimas. Agora não. O consumidor 2.0 é um
desconhecido, escondido em algum lugar do planeta, capaz de se mover rapidamente em suas
comunidades – Facebook, Linkedin, Twitter e outras –, sem sequer mostrar a cara. Mas com a
capacidade de derrubar até os preços de ações na bolsa de Nova York, no transcorrer de um
final de semana, como mostrou o clássico caso de uma empresa, líder no segmento de pizza,
nos Estados Unidos.

Além do mais, esse consumidor 2.0 traz também uma exigência que nunca vimos antes: um
alto grau de envolvimento com temas ligados a ética, sustentabilidade e responsabilidade
social. Tenho notícias de que, em breve, um site brasileiro começará a desnudar as empresas
que se “dizem” sustentáveis. E, por trás disso, há apenas um grupo de consumidores
indignados com as inverdades de muitos marketeiros de plantão.

Portanto, o “líder 2.0” tem de se preparar para um ambiente desconhecido, que ainda não
temos a menor ideia para onde está caminhando. Os especialistas em megatrends têm um
grande desafio pela frente, quando se trata de criar esses cenários no futuro!

Claro que o assunto não se esgota aqui e é fascinante. Minha intenção foi trazer até você,
leitor, um processo de reflexão sobre essas mudanças que estão batendo à nossa porta. Mas
temos de ser rápidos! Com base nessas reflexões, relacionei algumas premissas que creio
serem fundamentais para, juntos, começarmos a avaliar os requisitos desse líder 2.0, que está
passando por um verdadeiro processo de mutação.

Líder 2.0 é aquele que:

• Sonha, deseja, mas age com metas estabelecidas;

• Cuida da formação dos seus sucessores;

• Sabe reconhecer seus talentos;

• Antevê o impacto de suas decisões;

• Desenvolve pessoas e outros líderes;

• Não abre mão do comportamento ético;

• É apaixonado pelo que faz;

• Inspira, em vez de controlar e comandar;

• Sabe lidar com sua ansiedade;

• Sabe reconhecer suas emoções, medos, angústias, e percebe seus limites;

• Estabelece metas claras;

• Sabe dar feedback;

• Estimula seus liderados a ter uma vida harmoniosa e feliz.

Em meio a esse “tsunami”, gostaria de expressar meu otimismo, pois daqui a algum tempo,
não muito distante, estaremos vendo a transformação de feias larvas em lindas borboletas,
mesmo porque as alternativas que o mundo nos apresentou até agora não foram muito boas.
Uso inadequado dos recursos naturais, valorização de “ter” ao invés de “ser”, individualismo
exacerbado, estresse, medo e falta de amorosidade não têm contribuído para um verdadeiro
desenvolvimento do ser humano. E no mundo corporativo não foi diferente.

Acredito, sim, em líderes que estão chegando com uma visão mais humanística e que poderão
desencadear uma ampla revolução de valores na sociedade e nas empresas. A tarefa não é
fácil, e exige paciência e perseverança.

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