Vous êtes sur la page 1sur 117

A QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Vícios construtivos:
prazos e pretensões no Código Civil e no
Código de Defesa do Consumidor
e a exigibilidade da
“Norma de Desempenho”

Carlos Pinto Del Mar


IBRADIM - julho/2018

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Qualidade

Vícios /
Vida útil Defeitos /
(manutenção)
Garantias

Prazos:
Norma de
Desempenho - de garantia
- de reclamação

Normalização/
Normas
Técnicas

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


HÁ DOIS SISTEMAS JURÍDICOS DIFERENTES SOBRE A QUALIDADE:
O SISTEMA DO CÓDIGO CIVIL e O SISTEMA DO CDC

CÓDIGO CIVIL CÓDIGO DE DEFESA DO


CONSUMIDOR (CDC)

TEORIA DOS VÍCIOS


REDIBITÓRIOS TEORIA DA QUALIDADE

AS REGRAS SÃO DIFERENTES

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


TRANFORMAÇÃO / NOVAS REFERÊNCIAS

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


1 Código Civil de 1916

CDC/1990  Adoção do critério da vida útil do produto


2 + como parâmetro para o prazo de
Jurisprudência responsabilidade dos fornecedores

 Redução do maior prazo legal de prescrição,


3 Novo Código Civil de 20 para 10 anos
 Afastamento da Súmula 194 do STJ, que
2002 estabelecia o prazo de 20 anos para reclamar,
do construtor, defeitos da construção

 Define de requisitos de qualidade


4 Norma de Desempenho (adequação) para a maioria dos sistemas
2013 construtivos da edificação
 Visa o resultado, mais do que a prescrição
 Define prazos de vida útil
 Estabelece prazos de garantia

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


2008 2015

www.editoraleud.com.br

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Qualidade

Vícios /
Vida útil Defeitos /
(manutenção)
Garantias

Prazos:
Norma de
Desempenho - de garantia
- de reclamação

Normalização/
Normas
Técnicas

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Tipos de Vícios

 VÍCIOS APARENTES

 VÍCIOS OCULTOS

– Simples
– Redibitórios

 VÍCIOS DE SOLIDEZ E SEGURANÇA

– Habitabilidade
– Solidez

(vícios no CDC: aparentes, ocultos, de qualidade, de quantidade)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Tipos de Vícios

VÍCIOS OCULTOS SIMPLES:

– São aqueles que apresentam apenas essa característica


(de serem ocultos), sem gravidade tal que tornem a coisa
imprópria ao uso a que é destinada ou lhe diminuam o
valor.

– São deficiências reparáveis, que não comprometem o uso


ou o valor do imóvel (encanamento entupido).

VÍCIOS OCULTOS REDIBITÓRIOS: (Código Civil, art. 441)

– São os vícios ocultos, que tornam a coisa imprópria ao uso


a que se destina ou lhe prejudicam sensivelmente o valor.

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


VÍCIOS OCULTOS REDIBITÓRIOS

– Para que o vício seja redibitório, é necessário que atenda


cumulativamente o seguinte:

• que surja em uma coisa adquirida por contrato comutativo


(oneroso)
• que o vício exista no ato da contratação
• que seja oculto (desconhecido do adquirente)
• que seja grave
• que prejudique a utilização da coisa ou lhe diminua o valor,
e
• que seja insanável

(exemplos)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Tipos de Vícios

SOLIDEZ (da edificação)


Liga-se ao objeto
(vícios de solidez)
Solidez
e

segurança
SEGURANÇA (dos moradores)
Liga-se ao sujeito
(vícios de habitabilidade)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Tipos de vícios – solidez e segurança

 O entendimento dos julgadores evoluiu no sentido de que a expressão


“solidez e segurança” não restringe a responsabilidade do empreiteiro
ou construtor às hipóteses de risco de ruína da obra.

 O STJ já decidiu que a expressão “solidez e segurança” não deve ser


interpretada restritivamente; os defeitos que impedem a boa
habitabilidade do prédio, tais como infiltrações de água e vazamentos,
também estão por ela abrangidos.

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Conceito - vícios de solidez e segurança

STJ, REsp 1882-RJ, Rel. Min. Athos Carneiro, j. 6/3/1990, DJ


26/3/1990:

– “Sustento, destarte, que as infiltrações de água nos tetos ou


paredes, por motivo de fendas ou fissuras, podem ser abrangidas
no conceito de segurança do edifício, pois a segurança é também a
segurança dos moradores, e os moradores não podem ser
considerados seguros habitando num prédio onde a infiltração de
água e umidade causam ou podem causar manifestos danos à sua
saúde.

– É um problema de segurança, não abrangente apenas da


eventualidade de desabamento do prédio, mas também das
perfeitas condições de habitabilidade e de salubridade da
edificação”.

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Distinção entre vício e defeito

VÍCIO DEFEITO

– O produto ou serviço é viciado – O produto ou serviço


quando não apresenta a defeituoso é aquele que se
qualidade esperada, mostra perigoso, colocando
mostrando-se inadequado ao em risco a segurança do
fim a que se destina. consumidor.
(CDC, art. 18) (CDC, arts. 12 e 14)
Distinção entre vício e defeito

 CDC – PREVÊ DOIS REGIMES JURÍDICOS DISTINTOS:

– UM para resolver questões relacionadas aos defeitos do produto


ou serviço (responsabilidade pelo fato do produto ou serviço) –
CDC, arts. 12 a 17

– OUTRO para solucionar problemas relacionados aos vícios do


produto (responsabilidade por vícios do produto ou serviço) – CDC
arts. 18 a 25

– As situações e os prazos são diferentes de um sistema para o


outro.

Ex.: VÍCIO OCULTO mais graves - um ano para surgir e um ano para reclamar (CC art.
445); ação de reparação dos danos em 3 ou 10 anos (CC, art. 206, §3º, V, ou art. 205);
já se esse vício afetar a segurança do consumidor (DEFEITO), ou seja, se ocorrer um
acidente de consumo, o prazo para propor ação de reparação passa a ser de 5 anos (CDC,
art. 27)
GARANTIA

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


LEGAL

(OBRIGATÓRIA)

TÉCNICA (REFERENCIADA)

Garantia

CONTRATUAL

(FACULTATIVA)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


DIFERENÇAS:
GARANTIA LEGAL GARANTIA CONTRATUAL

• Existe naturalmente; independente de termo  Deve ser estabelecida em termo escrito


expresso
 É obrigatória: é um dever de todos os fornecedores  É facultativa, eventual, complementar à garantia legal

 É a garantia de que o produto (adquirido) é adequado


aos fins a que se destina (“adequação”)

 É uma garantia que não pode ser condicionada  Pode ser condicionada a ou restringida
PRAZOS DE RECLAMAÇÃO
(naquilo que não limitar ou restringir a garantia legal)
 Como se refere à “adequação” do produto ou  Pode ser total ou parcial, pois depende da
serviço, não pode ser parcial; é total manifestação de vontade do fornecedor

 Assegura o direito:

- de que o produto seja “adequado” às suas


finalidades e seguro
- de chamar à responsabilidade o construtor (CC,
art. 618);
- de enjeitar a obra, se não foi executada de acordo
com as regras técnicas (CC art. 615)
- de pedir a reparação dos vícios ou defeitos,
reexecução, substituição, restituição da quantia
paga, abatimento proporcional do preço, se
estiverem em desacordo com as normas
regulamentares (CDC, art. 18, e § 6o, II; art. 20 e §
2o). (...)
IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar
GARANTIA TÉCNICA (ou referenciada)

 A garantia referenciada: não está prevista expressamente no texto legal, mas tem força
obrigatória. A Norma de Desempenho, é um exemplo: não é lei, mas estabelece parâmetros
mínimos de qualidade que devem ser atendidos por uma edificação, com base técnica, que acaba
tornando exigíveis todos aqueles atributos

 A garantia referenciada: é mais específica, mais técnica, mais próxima da realidade, da evolução
da qualidade no tempo, do que a garantia prevista na lei (porque na lei se encontram conceitos, e
não práticas)

 A garantia referenciada: é eventual; pode existir uma referência de qualidade específica para
aquele produto, publicada por entidade confiável, ou não

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


SITUAÇÃO DURANTE A GARANTIA:

 O manual indica as ações de manutenção e a periodicidade em que os


itens devem ser trocados

 A incorporadora/construtora deve trocar os itens viciados/defeituosos,


salvo se provar:

 desgaste natural pelo tempo ou uso

 mau uso ou falta de manutenção

 atos de terceiros, casos fortuitos ou força maior

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Qualidade

Vícios /
Vida útil Defeitos /
(manutenção)
Garantias

Prazos:
Norma de
Desempenho - de garantia
- de reclamação

Normalização/
Normas
Técnicas

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZOS

PRAZOS PRAZOS
DE GARANTIA DE RECLAMAÇÃO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


NATUREZA JURÍDICA DA
1ª DISTINÇÃO
RELAÇÃO

RELAÇÃO APENAS CIVIL RELAÇÃO DE CONSUMO

CÓDIGO CIVIL CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR


(CC) (CDC)

(AS REGRAS SÃO DIFERENTES)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


2ª DISTINÇÃO OBJETO DA RECLAMAÇÃO

A B

- Reexecução do serviço (CDC, art. 20, I) - Pretensões derivadas dos danos circa rem:

- Restituição da quantia paga (CDC, art. 20, II) (indenização por perdas e danos,
materiais e/ou morais)
- Abatimento proporcional do preço (CDC,
art. 20, III)

Danos “circa rem” Danos “extra rem”


“próximos” da coisa “fora” (distantes) da coisa

(OS PRAZOS SÃO DIFERENTES)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZOS DE RECLAMAÇÃO
A B
“CIRCA REM” “EXTRA REM”
(próximos da coisa) (fora da coisa - distantes)
- Reexecução do serviço (CDC, art. 20, I)
- Indenização por perdas e danos, danos
- Restituição da quantia paga (CDC, art. 20, II)
morais
- Abatimento proporcional do preço (CDC,
art. 20, III)

Vícios aparentes ou ocultos


(bens duráveis)

90 DIAS
CDC, Art. 26 – II e § 3º - (decadência)

Início da contagem do prazo


aparentes: entrega ou término da execução dos
serviços (CDC, art. 26, §1º);
ocultos: surgimento (CDC, art. 26, §3º)

ocultos: data limite para surgimento: o art. 26, §3º,


do CDC, deixa em aberto = Teoria dos Vícios
Redibitórios ou da Vida útil do Produto

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZOS DE RECLAMAÇÃO
A B
“CIRCA REM” “EXTRA REM”
(próximos da coisa) (fora da coisa - distantes)
- Reexecução do serviço (CDC, art. 20, I)
- Indenização por perdas e danos, danos
- Restituição da quantia paga (CDC, art. 20, II)
morais
- Abatimento proporcional do preço (CDC,
art. 20, III)

RELAÇÃO APENAS CIVIL RELAÇÃO DE CONSUMO

 Os prazos variam em razão dos pedidos

 A reclamação EXTRA REM:



 tem autonomia em relação à reclamação circa rem;
 pode ser feita independente da reclamação circa
rem,
 pode ser feita mesmo depois de ultrapassados os
prazos da reclamação circa rem

 Há divergência de entendimentos quanto aos prazos

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZOS DE RECLAMAÇÃO
A B
“CIRCA REM” “EXTRA REM”
(próximos da coisa) (fora da coisa - distantes)
- Reexecução do serviço (CDC, art. 20, I)
- Indenização por perdas e danos, danos
- Restituição da quantia paga (CDC, art. 20, II)
morais
- Abatimento proporcional do preço (CDC,
art. 20, III)

RELAÇÃO APENAS CIVIL RELAÇÃO DE CONSUMO

3 ANOS 5 ANOS
CC, Arts. 189 e 206, § 3º, V
(prescrição) CDC, Art. 27 e § 7º
10 ANOS (prescrição)
CC, Arts. 189 e 205 (prescrição)

Início da contagem do Início da contagem do


prazo: Surgimento – CC, prazo: Conhecimento do
Art. 189 (“actio nata”) dano e de sua autoria –
CDC, Art. 27

data limite para surgimento: em aberto =


Teoria dos Vícios Redibitórios ou da Vida útil do Produto

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZOS DE RECLAMAÇÃO
A B
“CIRCA REM” “EXTRA REM”
(próximos da coisa) (fora da coisa - distantes)
- Reexecução do serviço (CDC, art. 20, I)
- Indenização por perdas e danos, danos
- Restituição da quantia paga (CDC, art. 20, II)
morais
- Abatimento proporcional do preço (CDC,
art. 20, III)

RELAÇÃO APENAS CIVIL RELAÇÃO DE CONSUMO


Vícios aparentes ou ocultos
(bens duráveis) 3 ANOS 5 ANOS
CC, Arts. 189 e 206, § 3º, V
90 DIAS (prescrição) CDC, Art. 27 e § 7º
CDC, Art. 26 – II e § 3º - (decadência) 10 ANOS (prescrição)
CC, Arts. 189 e 205 (prescrição)
Início da contagem do prazo
aparentes: entrega ou término da execução dos Início da contagem do Início da contagem do
serviços (CDC, art. 26, §1º); prazo: Surgimento – CC, prazo: Conhecimento do
Art. 189 (“actio nata”) dano e de sua autoria –
ocultos: surgimento (CDC, art. 26, §3º)
CDC, Art. 27
ocultos: data limite para surgimento: em aberto =
Teoria dos Vícios Redibitórios ou da Vida útil do data limite para surgimento: em aberto =
Produto Teoria dos Vícios Redibitórios ou da Vida útil do Produto

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Qualidade

Vícios /
Vida útil Defeitos /
(manutenção)
Garantias

Prazos:
Norma de
Desempenho - de garantia
- de reclamação

Normalização/
Normas
Técnicas

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Padronização: um retrospecto

4 ft 8½ in  1 435,1 mm

(Extraído da apresentação da ABNT)


Normas Técnicas - padronização

Largura da traseira de dois cavalos romanos

(Extraído da apresentação da ABNT)


Normas Técnicas - padronização

Comprimento do eixo das bigas de guerra romanas

(Extraído da apresentação da ABNT)


Normas Técnicas - padronização

Estradas romanas

(Extraído da apresentação da ABNT)


Normas Técnicas - padronização

Tamanho padrão dos eixos dos vagões do século 19

(Extraído da apresentação da ABNT)


Normas Técnicas - padronização

Primeiros bondes

(Extraído da apresentação da ABNT)


Normas Técnicas - padronização

Estradas de ferro modernas

(Extraído da apresentação da ABNT)


Normas Técnicas - padronização

Ônibus espacial da NASA

(Extraído da apresentação da ABNT)


 UNIFORMIZAM E CONSOLIDAM O CONHECIMENTO
NORMAS  PRESCREVEM BOAS TÉCNICAS

TÉCNICAS:  ESTABELECEM E CONSTITUEM UM PADRÃO DE


REFERÊNCIA DE QUALIDADE

 SÃO BENÉFICAS PARA A SOCIEDADE

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


NORMALIZAÇÃO – BASE LEGAL
Constituição Federal - Três dispositivos:

1 Art. 3º, da CF: um dos objetivos do Estado brasileiro,


é o de “garantir o desenvolvimento nacional”

2
Art. 225, V, da CF: incumbe ao Poder Público, dentre outros:

“controlar a produção, comercialização e o emprego de técnicas,


métodos e substâncias que comportem riscos para a vida, a
qualidade de vida ou o meio ambiente”

3 Art. 84, IV, da CF: ao Presidente da República compete:

“expedir decretos e regulamentos para a fiel execução das leis”

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PODER NORMATIVO / REGULAMENTAR

PODER NORMATIVO (ou Regulamentar)

 O poder que a Constituição Federal atribui ao Chefe do Executivo

PODER REGULAMENTAR (ou Normativo)

 Uma das formas pelas quais se expressa o poder normativo:

Decretos, regulamentos
Atos normativos de complementação da lei, como:
 circulares, portarias, editais, instruções, ...

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


CONSTITUIÇÃO FEDERAL
VERTENTE “FEDERAL” VERTENTE “ESTADUAL”

Art. 144, da CF:


Art. 84, IV, da CF:
§6º As polícias militares e
ao Presidente da República compete: CORPOS DE BOMBEIROS militares, ...,
“expedir decretos e regulamentos subordinam-se, juntamente com as
para a fiel execução das leis” polícias civis, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA GOVERNADORES DOS ESTADOS

Ministério da indústria, Comércio


Exterior e Serviços (MDIC)
Corpo de Bombeiros
CONMETRO
(colegiado interministerial)

REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


SOBRE A NORMALIZAÇÃO

MAS ...

 como o Estado não consegue acompanhar a evolução


tecnológica com a velocidade e eficiência do setor privado,
delega essa atividade normativa e o faz elegendo a ABNT
como foro único para a edição de Normas Técnicas.

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


CONSTITUIÇÃO FEDERAL

VERTENTE “PRIVADA”
VERTENTE “FEDERAL” VERTENTE “ESTADUAL”

Art. 144, da CF:


Art. 84, IV, da CF:
§6º As polícias militares e
ao Presidente da República compete: CORPOS DE BOMBEIROS militares, ...,
“expedir decretos e regulamentos subordinam-se, juntamente com as
para a fiel execução das leis” polícias civis, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA GOVERNADORES DOS ESTADOS RESOLUÇÃO


Nº 07
DO CONMETRO
Ministério da indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC)
Corpo de Bombeiros
CONMETRO
(colegiado interministerial) ABNT
(entidade privada)

REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA

NORMAS TÉCNICAS

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


CONSTITUIÇÃO FEDERAL

VERTENTE “PRIVADA”
VERTENTE “FEDERAL” VERTENTE “ESTADUAL”

Art. 144, da CF:


Art. 84, IV, da CF:
ao Presidente da República compete: §6º As polícias militares e
“expedir decretos e regulamentos CORPOS DE BOMBEIROS militares, ...,
para a fiel execução das leis” subordinam-se, juntamente com as
polícias civis, aos Governadores dos
Estados, do Distrito Federal e dos Territórios.

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA GOVERNADORES DOS ESTADOS RESOLUÇÃO


Nº 07
DO CONMETRO
Ministério da indústria, Comércio
Exterior e Serviços (MDIC)
Corpo de Bombeiros
CONMETRO
(colegiado interministerial) ABNT
(entidade privada)

REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA REGULAMENTAÇÃO TÉCNICA

NORMAS TÉCNICAS

TÊM FORÇA OBRIGATÓRIA,

GANHAM FORÇA OBRIGATÓRIA,


OU POR SEREM ATOS LEGISLATIVOS,
POR LEIS QUE DETERMINAM O SEU
OU POR SEREM ATOS ADMINISTRATIVOS de regulamentação, derivados de leis
CUMPRIMENTO
(que têm natureza imperativa)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


OBRIGATORIEDADE DE CUMPRIMENTO POR DEVER LEGAL

- Código(s) de Obra(s) Municipal(ais)

- Lei 4.150/62 (regime obrigatório de cumprimento das normas da


ABNT, nos contratos de obras e compras do serviço público federal)

- Lei de incorporações (4.591/64)

- Lei de acessibilidade

- Código de Defesa do Consumidor – art. 39

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


LEI 8.078/90
(Código de Defesa do Consumidor)

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos e serviços:

VIII – colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou


serviço em desacordo com as normas expedidas pelos órgãos
oficiais competentes ou, se normas específicas não existirem,
pela Associação Brasileira de Normas Técnicas ou outra
entidade credenciada pelo Conselho Nacional de Metrologia,
Normalização e Qualidade Industrial – CONMETRO.”

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


EM RESUMO –
A CUMPRIMENTO DAS NORMAS TÉCNICAS É OBRIGATÓRIO, POR:

 UM DEVER LEGAL

• Quando houver lei que estabeleça a obrigatoriedade de cumprimento

 UM DEVER ÉTICO-PROFISSIONAL

• Códigos de ética profissional; lei do CAU (Lei 12.378/2010)

 UM DEVER CONTRATUAL DO FORNECEDOR

• Boa fé objetiva do contratante (pressuposto de que o produto atende


os requisitos mínimos de técnica e qualidade)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


A OBRIGATORIEDADE DE CUMPRIMENTO DAS
NORMAS TÉCNICAS

 NORMAS TÉCNICAS

 A elaboração é voluntária

 Mas, depois de editadas, o cumprimento é obrigatório

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


CONSEQUÊNCIAS DO
DESCUMPRIMENTO DAS NORMAS

NORMAS TÉCNICAS DE SEGURANÇA

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


NORMAS TÉCNICAS DE SEGURANÇA

CONSEQUÊNCIAS DO
DESCUMPRIMENTO DAS NORMAS

CÓDIGO PENAL

Art. 121. Matar alguém:

Pena - reclusão, de seis a vinte anos.

§ 3º Se o homicídio é culposo:

Pena - detenção, de um a três anos.

§ 4º No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o


crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou
ofício, ou se o agente deixa de ..., ou ...

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


CONSEQUÊNCIAS | CÓDIGO CIVIL

Art. 615. Concluída a obra de acordo com o ajuste


( “ contrato ” ), ou o costume do lugar, o dono é obrigado a
recebê-la. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se
afastou das instruções recebidas e dos planos dados,
( “ projetos ” ) ou das regras técnicas em trabalhos de tal
natureza. (“normas técnicas”)

Art. 616. No caso da segunda parte do artigo antecedente,


(“regras técnicas”) pode quem encomendou a obra, em vez de
enjeitá-la, recebê-la com abatimento do preço.

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Qualidade

Vícios /
Vida útil Defeitos /
(manutenção)
Garantias

Prazos:
Norma de
Desempenho - de garantia
- de reclamação

Normalização/
Normas
Técnicas

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


NBR 15575
4ª edição Edificações
habitacionais Desempenho
(entrou em vigor em 19/7/2013)

Edificações habitacionais

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


A AUTORIDADE E LEGITIMIDADE DA COMISSÃO DE ESTUDOS

ABNT NBR 15575


Elaborada (conforme as regras da ABNT)
por representantes da sociedade técnica

Institutos de pesquisa (IPT) Sindicatos de fabricantes


de materiais (cimento,
Universidades (Escola cerâmica, etc.)
Politécnica da USP)
IBAPE-SP
Institutos, Sindicatos e
Associações da construção Caixa Econômica Federal
civil [Inst. Engª, Secovi(s) – CEF (Min. Público: foi
– Sinduscon(s) – Ademis] convidado mas não participou)

CBIC – Câmara Brasileira


da Indústria da Construção

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


A MAIOR
AUTORREGULAMENTAÇÃO
DE UM SETOR DA ATIVIDADE ECONÔMICA
DE QUE SE TEM NOTÍCIA

Edificações habitacionais

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar
EM QUÊ A ABNT NBR 15575 AFETA AS
RELAÇÕES JURÍDICAS RELACIONADAS À
CONSTRUÇÃO CIVIL?

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


DEMANDAS E AÇÕES QUALIDADE DO
PRODUTO
JUDICIAIS
ENVOLVEM O
QUESTIONAMENTO OBRIGAÇÕES
E
SOBRE:
RESPONSABILIDADES

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


NORMA DE DESEMPENHO REFLEXOS JURÍDICOS

Incumbências dos projetistas, do


incorporador, do construtor e
dos usuários

Estabelece requisitos mínimos


que devem ser atendidos pela
edificação, quando em uso
- OBRIGAÇÕES

Prazos de Vida útil dos sistemas - RESPONSABILIDADES


construtivos

Prazos de garantia
- QUALIDADE
(recomendados)

Realização da manutenção

Métodos de ensaio

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


LÓGICA DA NORMA DE DESEMPENHO

 O conceito de qualidade ao longo do tempo (vida útil)


baseia-se em fatores indissociáveis:

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


EXECUÇÃO:
PROJETO MATERIAIS E
SERVIÇOS

CONDIÇÕES PARA A

+ = QUALIDADE
AO LONGO DO TEMPO

USO MANUTENÇÃO

+
(CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


ITENS DE
RESPONSABILIDADE
DOS FORNECEDORES
EXECUÇÃO:
PROJETO MATERIAIS E
SERVIÇOS

CONDIÇÕES PARA A

+ = QUALIDADE
AO LONGO DO TEMPO

USO MANUTENÇÃO

ITENS DE
RESPONSABILIDADE

+
(CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO)
DOS USUÁRIOS

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


A NBR 15.575 ESTABELECE:

qualidade

Os requisitos mínimos que devem ser


atendidos pelos sistemas da edificação,
quando em uso (requisitos de desempenho)

Edificações habitacionais

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


REQUISITOS GERAIS DE DESEMPENHO
(requisitos de QUALIDADE)

 DESEMPENHO ESTRUTURAL qualidade


 SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO
 SEGURANÇA NO USO E OPERAÇÃO
 FUNCIONALIDADE E ACESSIBILIDADE
 CONFORTO TÁTIL E ANTROPODINÂMICO
 DESEMPENHO TÉRMICO
 DESEMPENHO ACÚSTICO
 DESEMPENHO LUMÍNICO
 ESTANQUEIDADE À ÁGUA
 DURABILIDADE
 MANUTENIBILIDADE / GESTÃO DA MANUTENÇÃO PREDIAL

Edificações habitacionais

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Qualidade

Vícios /
Vida útil Defeitos /
(manutenção)
Garantias

Prazos:
Norma de
Desempenho - de garantia
- de reclamação

Normalização/
Normas
Técnicas

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


A NBR 15.575 ESTABELECE:

Vida útil

O tempo durante o qual os requisitos devem


ser atendidos, supondo a correta manutenção.

Edificações habitacionais

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


VIDA ÚTIL - CONCEITO
Vida útil

É um parâmetro, que indica o período de tempo


em que os requisitos mínimos de desempenho
(indicados pela Norma) devem ser atendidos pela
edificação, supondo a correta manutenção.

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


A NORMA TRATA DE SISTEMAS CONSTRUTIVOS
(e não de elementos ou componentes)

Sistema de
cobertura

Sistemas de Sistema
Vedações Hidrossanitário
verticais internas
Sistema
e externas
de pisos

Sistemas
estruturais
SISTEMA: Parte da edificação, constituída de elementos e
componentes, destinada a cumprir uma macro função (ex.:
fundações, estrutura, vedações verticais, instalações
hidrossanitárias);

ELEMENTO: Uma parte de um subsistema com funções


específicas. Geralmente é composto por um conjunto de
componentes (ex.: parede de vedação de alvenaria, painel de
vedação pré-fabricado, estrutura de cobertura);

COMPONENTE: Produto integrante de determinado elemento do


edifício (ex.: bloco de alvenaria, telha, folha de porta)

MATERIAIS: Produtos com os quais são feitos os componentes


e elementos (ex.: areia, cimento, cal, etc.).

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PROJETISTAS
(nova obrigação)

Os projetistas devem estabelecer a


Vida Útil de Projeto (VUP) de cada
sistema que compõe a norma.

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


TABELA 7 | Vida útil de projeto (VUP)*
(item 14.2.1 da Norma)

SISTEMA VUP mínima

Estrutura > 50 anos

Pisos internos > 13 anos

Vedação vertical externa > 40 anos

Vedação vertical interna > 20 anos

Cobertura > 20 anos

Hidrossanitário > 20 anos

(*) Considerando periodicidade e processos de manutenção segundo a ABNT NBR 15575 e


especificados no respectivo manual de uso, operação e manutenção entregue ao usuário
elaborado em atendimento à ABNT NBR 14037.

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Quem define a VUP precisa também
estabelecer quais ações de manutenção
deverão ser realizadas, para ter condições
de ser atingida.

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


MANUTENÇÃO “DE ROTINA”

O funcionamento de um subsistema,
durante a vida útil, depende da substituição
de componentes que se desgastam em
tempo menor do que a vida útil do sistema
(flexíveis, gaxetas, o “ courinho ” da
torneira, etc.), providências compreendidas
na atividade de manutenção.

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


MANUTENÇÃO “DE PROJETO”

Exemplo: (consta no Anexo “D”)

 Um revestimento de fachada em argamassa


pintada pode ser projetado para uma VUP de
“20” anos, desde que a pintura seja refeita
a cada “5” anos, no máximo

 Se o usuário não realizar a manutenção prevista, a VU real do


revestimento poderá ser seriamente comprometida

 As eventuais patologias resultantes, terão origem na falta de


manutenção (excludente da responsabilidade), e não em uma
falha de construção

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


VIDA ÚTIL MANUTENÇÃO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


MANUAIS

Veículo de informação (cumprimento de obrigação)


Instrumento de marketing
Elemento de defesa
Instrumento de orientação de perícias

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


SOBRE OS MANUAIS

- Manual de uso e operação


- Manual de áreas comuns (NBR 14.037)

Gestão do Plano de
(NBR 5.674)
Manutenção

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


REFLEXOS (JURÍDICOS) DA
FALTA DE REALIZAÇÃO DA
MANUTENÇÃO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


O MAU USO E A FALTA DE MANUTENÇÃO

Excludentes da Responsabilidade do Construtor:

Código Civil CDC


– Culpa exclusiva da vítima – Não colocação do produto
– Fato exclusivo de terceiro no mercado
– Cláusula de não indenizar – Inexistência do defeito
– Caso fortuito ou força maior – Culpa exclusiva do consumidor
(caso fortuito e força maior)

Mau uso
Falta de
manutenção

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Com o passar do tempo, não há como exigir o
desempenho / qualidade, sem a manutenção

=
O direito dos usuários (à qualidade), ao longo do tempo,
depende de realizarem a manutenção

A MANUTENÇÃO É UM
FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO DO USUÁRIO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


A NORMA DE DESEMPENHO
E OS PRAZOS DE
GARANTIA

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


Entrega da obra
5 anos
ou “HABITE-SE”

1 2 3 4 5 6 7

5 ANOS - PRAZO DE GARANTIA


(solidez e segurança – CC art. 618)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


2 ANOS – por destacamentos,
fissuras, desgaste excessivo de
pisos cimentados, acabados em
1 ANO – instalação de concreto, contrapiso, etc.
equipamentos (para-
raios, aquecedores),
fechaduras, fixação de 3 ANOS – pela instalação
vidros, sistema de das partes hidráulicas e
telefonia, etc. gás – coletores, ramais,
louças, caixas de

Entrega da obra
descarga, etc.
5 anos
ou “HABITE-SE” 3 ANOS – infiltração
decorrente do mau
desempenho do
revestimento
externo da fachada

1 2 3 4 5 6 7

3 ANOS – Instalação de
HÁ MAIS PRAZOS
tomadas, interruptores, 5 ANOS – má aderência do DE GARANTIA
revestimento; revestimentos de PREVISTOS NA NORMA
fios e cabos elétricos,
paredes e tetos internos e
caixas e quadros externos em argamassa, gesso liso

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZO DE GARANTIA x PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Término

PRAZO DE
GARANTIA

PRAZO DE RESPONSABILIDADE
DO CONSTRUTOR (EM ABERTO …)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


RESPONSABILIDADE

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZO DE RESPONSABILIDADE (antes do novo Código Civil e
antes da Norma de Desempenho)

... naquele cenário de indefinição de prazos “técnicos” =


= aplicação dos prazos “jurídicos”

1 Prazo de garantia de 5 anos (art. 1.245 CC/1916 – art. 618 CC/2002)

2 Súmula 194 do STJ – Superior Tribunal de Justiça (antes do CC de 2002)

“Prescreve em 20 (vinte) anos a ação para obter,


do construtor, indenização por defeitos da obra.”

20 anos era um referencial “pacificador”

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZO DE RESPONSABILIDADE

O prazo de 20 anos atendia, tanto para o surgimento do vício (com


pequenas variações nesse entendimento), como para a prescrição

20 ANOS

PRAZO DE RAZOABILIDADE
PRESCRIÇÃO TÉCNICA

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


DUAS MUDANÇAS
ACONTECERAM

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZO DE RESPONSABILIDADE

1ª MUDANÇA: CÓDIGO CIVIL DE 2002

 O maior prazo de prescrição foi reduzido para 10 (dez) anos

Prazo de
Garantia

5 10 20 25 30 35 40
PRESCRIÇÃO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZO DE RESPONSABILIDADE

20 ANOS

PRAZO DE RAZOABILIDADE
PRESCRIÇÃO TÉCNICA

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


2ª MUDANÇA:

VIDA ÚTIL: período de tempo em que os requisitos mínimos de desempenho (de


qualidade) devem ser atendidos pela edificação, supondo a correta manutenção

VIDA ÚTIL: vedação vertical interna - 20 VIDA ÚTIL: estrutura - 50

VIDA ÚTIL: vedação vertical externa - 40


VIDA ÚTIL: pisos internos - 13

Prazo de
Garantia

5 10 20 25 30 35 40
PRESCRIÇÃO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZO DE RESPONSABILIDADE

20 ANOS

PRAZO DE RAZOABILIDADE
PRESCRIÇÃO TÉCNICA

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZO DE RESPONSABILIDADE

DOUTRINA JURÍDICA: duas posições principais sobre o prazo para


reclamar dos vícios:

1. Aplicação do Código Civil, que estabelece o prazo de 1 ano para surgir e 1 ano
para reclamar (bens duráveis – CC, art. 445, e §1º)

2. Defesa do critério da vida útil do produto

(o fabricante/ fornecedor responde pela adequação do produto durante a


VIDA ÚTIL (ressalvadas as hipóteses de mau uso, falta de manutenção, atos de
terceiros, caso fortuito ou força maior)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


A TEORIA DA
VIDA ÚTIL DO PRODUTO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


CONTEXTO
JURISPRUDENCIAL

(Teoria da vida útil do produto)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


01 a 10

TRIBUNAL TURMA/ CÂMARA RELATOR DATA DE JULGAMENTO BEM

TJ/BA 2ª TURMA CÍVEL E CRIMINAL ROSITA FALCAO DE ALMEIDA MAIA 01/11/2005 IMPRESSORA

TJ/BA 3ª TURMA CÍVEL E CRIMINAL SARA SILVA DE BRITO 09/08/2006 VEÍCULO

TJ/DF 2ª TURMA RECURSAL JOÃO BATISTA TEIXEIRA 03/10/2006 REFRIGERADOR

SANDRA INES MORAES RUSCIOLELLI


TJ/BA 2ª TURMA CÍVEL E CRIMINAL 27/03/2007 COMPUTADOR
AZEVEDO

TJ/BA 2ª TURMA CÍVEL E CRIMINAL NICIA OLGA ANDRADE DE SOUZA DANTAS 10/07/2009 CELULAR

TJ/MG 11ª CÂMARA CÍVEL MARCELO RODRIGUES 19/08/2009 TANQUE DE COMBUSTÍVEL

TJ/MG 9ª CÂMARA CÍVEL TARCISIO MARTINS COSTA 25/08/2009 APARELHOS ORTOPÉDICOS EXCLUSIVOS

STJ SEGUNDA TURMA MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES 01/12/2011 MODEM ADSL

TJ/RS 1ª TURMA RECURSAL LEANDRO RAUL KLIPPEL 16/02/2012 CELULAR

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


11 a 20

TRIBUNAL TURMA/ CÂMARA RELATOR DATA DE JULGAMENTO BEM

TJ/RS 1ª TURMA RECURSAL LEANDRO RAUL KLIPPEL 28/06/2012 TELEVISÃO

STJ QUARTA TURMA MINISTRO LUIS FELIPE SALOMÃO 04/10/2012 TRATOR AGRÍCOLA

TJ/MG 9ª CÂMARA CÍVEL PEDRO BERNARDES 05/02/2013 PNEU

TJ/DF 3ª TURMA RECURSAL EDI MARIA COUTINHO BIZZI 05/02/2013 NOTEBOOK

TJ/MS 3ª TURMA RECURSAL MISTA MARCELO ANDRADE CAMPOS SILVA 17/04/2013 REFRIGERADOR

TJ/MS 1ª CÂMARA CÍVEL NÉLIO STÁBILE 17/07/2013 MOTOR DE PÁ CARREGADEIRA

TJ/DF 1ª TURMA RECURSAL SIMONE LUCINDO 07/08/2013 VEÍCULO

TJ/DF 1ª TURMA RECURSAL DIVA LUCY DE FARIA PEREIRA 27/08/2013 CAMA BOX

TJ/DF 3ª TURMA RECURSAL HECTOR VALVERDE SANTANA 01/10/2013 TELEVISÃO

TJ/DF 1ª TURMA CÍVEL FLAVIO ROSTIROLA 23/10/2013 VEÍCULO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


21 a 30

TRIBUNAL TURMA/ CÂMARA RELATOR DATA DE JULGAMENTO BEM

TJ/MS 2ª CÂMARA CÍVEL JULIZAR BARBOSA TRINDADE 10/12/2013 VEÍCULO

TJ/DF 1ª TURMA CÍVEL ALFEU MACHADO 26/02/2014 VEÍCULO

TJ/BA 2ª TURMA CÍVEL E CRIMINAL CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ 29/05/2014 LAVADORA DE ROUPAS

TJ/MS 4ª CÂMARA CÍVEL CLAUDIONOR MIGUEL ABSS DUARTE 03/06/2014 PRÓTESE MAMÁRIA

TJ/DF 3ª TURMA RECURSAL MARCO ANTONIO DO AMARAL 29/07/2014 TELEVISÃO

TJ/RS 1ª CÂMARA CÍVEL CARLOS ROBERTO LOFEGO CANÍBAL 20/08/2014 VEÍCULO

TJ/MS 2ª CÂMARA CÍVEL MARCOS JOSÉ DE BRITO RODRIGUES 09/09/2014 PNEU

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL FERNANDO SWAIN GANEM 28/01/2015 RETROESCAVADEIRA

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL LEO HENRIQUE FURTADO ARAUJO 05/02/2015 TELEVISÃO

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL FERNANDO SWAIN GANEM 05/03/2015 TELEVISÃO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


31 a 40

TRIBUNAL TURMA/ CÂMARA RELATOR DATA DE JULGAMENTO BEM

TJ/MS 5ª CÂMARA CÍVEL SIDENI SONCINI PIMENTEL 26/05/2015 IMÓVEL

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL MARIA ANGELA CAROBREZ FRANZINI 27/05/2015 NOTEBOOK

TJ/RS 16ª CÂMARA CÍVEL ANA MARIA NEDEL SCALZILLI 18/06/2015 LAVADORA DE ROUPAS

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL FERNANDA ORSOMARZO 14/08/2015 MOTOSSERA

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL FERNANDA ORSOMARZO 14/08/2015 ESTEIRA ELÉTRICA.

TJ/ES 4ª CÂMARA CÍVEL MANOEL ALVES RABELO 28/09/2015 VEÍCULO

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL ALDEMAR STERNADT 05/11/2015 TELEVISÃO

TJ/DF 2ª TURMA RECURSAL ARNALDO CORREA SILVA 17/11/2015 TELEVISÃO

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL CARLOS GREGÓRIO BEZERRA GUERRA 20/11/2015 LAVADORA DE ROUPAS

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL ALDEMAR STERNADT 03/12/2015 BANHEIRA DE HIDROMASSAGEM

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


41 a 50
TRIBUNAL TURMA/ CÂMARA RELATOR DATA DE JULGAMENTO BEM

TJ/MS 5ª CÂMARA CÍVEL JÚLIO ROBERTO SIQUEIRA CARDOSO 17/12/2015 VEÍCULO

TJ/RS 2ª TURMA RECURSAL DR. ROBERTO BEHRENSDORF GOMES DA SILVA 27/01/2016 CELULAR

TJ/RS 3ª TURMA RECURSAL LUIS FRANCISCO FRANCO 25/02/2016 TELEVISÃO

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL FERNANDO SWAIN GANEM 03/03/2016 CELULAR

ROSANA AMARA GIRARDI


TJ/PR 17ª CÂMARA CÍVEL 16/03/2016 VEÍCULO
FACHIN

TJ/SP 34ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO GILBERTO LEME 13/06/2016 VEÍCULO

TJ/BA 3ª CÂMARA CÍVEL JOANICE MARIA GUIMARÃES DE JESUS 26/07/2016 PISO

TJ/SP 27ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO CAMPOS PETRONI 18/10/2016 CELULAR

TJ/SP 30ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO LINO MACHADO 19/10/2016 TELEVISÃO

TJ/SP 27ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO TERCIO PIRES 22/11/2016 VEÍCULO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


51 a 60
TRIBUNAL TURMA/ CÂMARA RELATOR DATA DE JULGAMENTO BEM

TJ/DF 1ª TURMA RECURSAL FLAVIO FERNANDO ALMEIDA DA FONSECA 24/11/2016 NOTEBOOK

27ª CÂMARA EXTRAORDINÁRIA DE DIREITO


TJ/SP DAISE FAJARDO NOGUEIRA JACOT 06/12/2016 VEÍCULO
PRIVADO

TJ/SP 30ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO ANDRADE NETO 07/12/2016 VEÍCULO

TJ/SP 7ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO RÔMOLO RUSSO 12/12/2016 IMÓVEL

TJ/SP 32ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO KIOITSI CHICUTA 15/12/2016 MESA E CADEIRAS

TJ/SP 32ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO KIOITSI CHICUTA 02/02/2017 RELÓGIO MEDIDOR

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL FERNANDA DE QUADROS JORGENSEN GERONASSO 15/02/2017 FOGÃO

TJ/PR 1ª TURMA RECURSAL MARIA ANGELA CAROBREZ FRANZINI 27/02/2017 TELEVISÃO

27ª CÂMARA EXTRAORDINÁRIA DE DIREITO


TJ/SP MILTON CARVALHO 27/04/2017 VEÍCULO
PRIVADO

27ª CÂMARA EXTRAORDINÁRIA DE DIREITO


TJ/SP MILTON CARVALHO 21/05/2017 VEÍCULO
PRIVADO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do


STJ – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012

“Ademais, independentemente de prazo contatual de garantia, a


venda de um bem tido por durável com vida útil inferior àquela que
legitimamente se esperava, além de configurar um defeito de
adequação (art. 18 do CDC), evidencia uma quebra da boa-fé
objetiva, que deve nortear as relações contratuais, sejam de
consumo, sejam de direito comum. Constitui, em outras palavras,
descumprimento do dever de informação e a não realização do
próprio objeto do contrato, que era a compra de um bem cujo ciclo
vital se esperava, de forma legítima e razoável, fosse mais longo.”

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do


STJ – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012

“O Código de Defesa do Consumidor, no § 3º do art. 26, no que concerne à


disciplina do vício oculto, adotou o critério da vida útil do bem, e não o critério
da garantia, podendo o fornecedor se responsabilizar pelo vício em um espaço
largo de tempo, mesmo depois de expirada a garantia contratual.”

“Com efeito, em se tratando de vício oculto não decorrente do desgaste natural


gerado pela fruição ordinária do produto, mas da própria fabricação, e relativo
a projeto, cálculo estrutural, resistência de materiais, entre outros, o prazo
para reclamar pela reparação se inicia no momento em que ficar evidenciado o
defeito, não obstante tenha isso ocorrido depois de expirado o prazo contratual
de garantia, devendo ter-se sempre em vista o critério da vida útil do bem.”

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZO DE RESPONSABILIDADE

Recurso Especial nº 984.106 – SC (2007/0207915-3) - 4ª Turma do


STJ – Rel. Min. Luis Felipe Salomão – Dje: 20/11/2012

“O critério de vida útil é o que melhor atende aos interesses dos


consumidores, que adquirem produtos com uma expectativa legítima
de durabilidade e bom funcionamento por um certo período”.

“E para que o prazo de vida útil de determinado produto durável não


seja objeto de controvérsias, compete ao próprio fabricante defini-lo,
já que dispõe da tecnologia necessária para tanto, e informá-lo ao
consumidor, nos termos dos arts. 6º, III e 31 do CDC.”

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


TABELA 7 | Vida útil de projeto (VUP)*
(item 14.2.1 da Norma)

SISTEMA VUP mínima

Estrutura > 50 anos

Pisos internos > 13 anos

Vedação vertical externa > 40 anos

Vedação vertical interna > 20 anos

Cobertura > 20 anos

Hidrossanitário > 20 anos

(*) Considerando periodicidade e processos de manutenção segundo a ABNT NBR 15575 e


especificados no respectivo manual de uso, operação e manutenção entregue ao usuário
elaborado em atendimento à ABNT NBR 14037.
ENCERRAMENTO

OBSERVAÇÕES FINAIS E
ITENS PARA REFLEXÃO

1, 2, E 3

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


OBSERVAÇÃO
1ª PARA REFLEXÃO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


“O critério de vida útil é o que melhor atende aos
interesses dos consumidores, que adquirem
produtos com uma expectativa legítima de
durabilidade e bom funcionamento por um certo
período”.

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


PRAZO DE “EXPOSIÇÃO” À RESPONSABILIDADE

A VIDA ÚTIL PODE NÃO SER ATINGIDA

Por falha de projeto

Por falha de execução

Por mau uso ou falta de manutenção

(caso fortuito, força maior ou ação de terceiros)

VIDA ÚTIL = PRAZO DE “EXPOSIÇÃO” DOS AGENTES DA


CONSTRUÇÃO À RESPONSABILIDADE

(questão: são prazos muito longos, quando relacionados à vida humana)


VIDA ÚTIL - A DISTORÇÃO DO CRITÉRIO

Bens Não Duráveis Bens duráveis

VU 4 VU 20 VU 50 VU 120

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


2ª OBSERVAÇÃO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


EXPLICAÇÃO / RISCO - PROBABILIDADE:

 No CDC, todos os bens duráveis estão na mesma cesta

 E já existe um critério de julgamento para bens duráveis (“critério da vida útil do bem”)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


CONTEXTO
JURISPRUDENCIAL

(Teoria da vida útil do produto)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


=
RISCO / PROBABILIDADE:

de as ações judiciais referentes à construção civil serem


julgadas pelo mesmo critério dos demais bens duráveis

(teoria da vida útil do produto)

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


OBSERVAÇÃO
3ª PARA REFLEXÃO

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


S S

t t
PRAZO DE EXPOSIÇÃO PRAZO DE EXISTÊNCIA
À RESPONSABILIDADE DAS EMPRESAS

 AUMENTO NO PRAZO DE EXPOSIÇÃO À RESPONSABILIDADE


 REDUÇÃO NO PRAZO DE EXISTÊNCIA DAS EMPRESAS
= risco de esvaziamento da garantia, para os consumidores
= riscos para os profissionais agentes da construção

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar


www.editoraleud.com.br

Obrigado pela atenção!

IBRADIM – 07/2018 Carlos Pinto Del Mar

Vous aimerez peut-être aussi