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CIRCUITOS INTEGRADOS
1.1 MICROELECTRÓNICA
A descoberta do transístor desencadeou indiscutivelmente na electrónica um grande desenvolvimento, pois permitiu,
como se sabe, não só uma diminuição da potência consumida pelos circuitos, mas também o aparecimento de novas
técnicas e investigações que têm permitido o aparecimento de tecnologias cada vez mais sofisticadas ao serviço do
homem.
Pode todavia afirmar-se que, em grande parte, os frutos resultantes dessas investigações foram sem duvida os
circuitos integrados que, de uma forma genérica, se podem definir como sendo circuitos electrónicos funcionais,
constituídos por um conjunto de transístores, díodos, resistências e condensadores, fabricados num mesmo processo,
sobre uma substância comum que se designa vulgarmente de chip.
Ao variado conjunto de dispositivos e técnicas desenvolvidas com a finalidade de reduzir as dimensões dos circuitos
pode designar-se de microelectrónica.
Redução de custos
Embora o desenho do circuito integrado, as investigações e o tipo de equipamento necessário à sua realização
tenham custos bastantes elevados relativamente aos utilizados na concepção de componentes discretos, permitem no
entanto C. I. a preços mais baixos, dado o elevado numero de unidades que se fabricam de cada tipo, através da
utilização de pequenas quantidades de matéria-prima, num processo altamente automatizado de produção.
Aumento da fiabilidade
Um C.I. apresenta uma segurança de funcionamento mais elevada relativamente ao circuito construído com
componentes discretos, porque, alem de não depender da fiabilidade de cada um dos componentes como acontece
com este ultimo, são realizados pormenorizados estudos na sua concepção e utilizadas modernas técnicas de fabrico,
com recurso a uma minuciosa verificação através de computadores.
É de salientar também a contribuição da redução das partes que interligam os seus componentes, assim como o
melhor controlo da influencia da temperatura sobre todos os elementos dos c.i. , pois ao estarem incluídos numa
mesma superfície são afectados de igual forma.
Outras vantagens
Redução de stocks (nas reparações e montagens basta dispor apenas dois modelos dos C.I. necessários e não
dos diversos componentes discretos que o constituem).
Outros inconvenientes
Necessidade de se utilizar no seu manejo diversos aparelhos laboratoriais, muitas vezes baseados em sistemas
complexos, o que implica a necessidade de outros conhecimentos para os seus utilizadores.
Monolítico
Pelicular ( película delgada ou película grossa )
Multiplaca
Híbrido
O C.I. monolítico constrói-se sobre um pequeno substrato de silício ( normalmente do tipo P ), constituindo-se uma
estrutura única cujos componentes se vão formando simultaneamente e que não se pode dividir sem se destruir de
forma irreversível a sua função eléctrica. O seu processo de fabrico baseia-se na técnica planar.
O C.I. pelicular desenvolveu-se com a finalidade de obviar as limitações impostas pela técnica planar aos integrados
monolíticos ( por exemplo, a dificuldade de se obterem resistências e condensadores de pequenas tolerâncias e
valores elevados; a produção de series de circuitos relativamente reduzidas, porque teriam preços altamente elevados
se fabricadas nas versão monolítica ).
A técnica de fabrico de circuitos integrados peliculares permite a realização, num encapsulamento simples, de
combinações complexas de semicondutores.
Os circuitos integrados de película delgada ( thin - film ) são construídos sobre um substrato de cerâmica ou de
vidro, em que os elementos passivos e as ligações dos distintos elementos entre si se obtêm por técnicas de
evaporação no vazio sobre o substrato e em que os elementos activos são montados e soldados sobre aquele como
unidades independentes.
As resistências obtêm-se por condensação, normalmente de tântalo ou cromoníquel, enquanto que os condensadores
se formam a partir de duas superfícies condutoras separadas por um dielétrico (geralmente é o óxido de silício).
Os díodos e os transístor são no geral estruturas planares, montadas sobre suportes adequados que se unem ao
circuito mediante soldadura, termocompressão ou ultra-sons.
Os C.I. de película delgada utilizam-se fundamentalmente em circuitos analógicos, atendendo à grande precisão com
que se obtêm resistências (tolerâncias inferiores a 0,1%).
Os circuitos integrados de película grossa ( thick - film ) são circuitos em que os elementos passivos e as
diferentes ligações entre si se realizam sobre um substrato cerâmico, imprimindo, através de processos serigráficos,
distintos tipos de pasta, a qual contem elementos dieléctricos e condutores.
Neste tipo de circuitos os elementos activos também são incorporados como unidades independentes.
As resistências formam-se mediante a colocação, sobre o substrato, de uma pasta que contem, sobre um veiculo
dissolvente, partículas de paládio e de prata.
Os condensadores podem ser de dois tipos: unidades independentes que se montam como os díodos e os
transístores, ou então do tipo pelicular formados sobre o mesmo substrato para valores reduzidos de capacidade.
Os elementos activos ligam-se ao resto do circuito de forma análoga aos dos circuitos integrados de película delgada.
A utilização destes C.I. é muito variada, podendo ter aplicações tanto em aparelhos domésticos como em
equipamentos de comunicações e computadores.
Os circuitos integrados multiplaca consistem na reunião de vários circuitos mais simples montados sobre placas
independentes que se instalam próximo uns dos outros sobre um suporte comum. As ligações podem ajustar-se sobre
cada placa ou então unindo-as através de fios de ouro muito delgados.
Se o transístor utilizado for bipolar o C.I. configura-se na base dos convencionais BJT NPN e PNP. Será MOS se o
C.I. utilizar transístores de efeito de campo.
Lineares ou analógicos
Digitais
Os primeiros são C.I. que produzem sinais contínuos em função dos que se lhes aplica nas suas entradas. Os sinais
analógicos admitem valores infinitos, sendo a função principal do C.I. analógico a amplificação. Podem destacar-se
neste grupo de C.I. os amplificadores operacionais a analisar neste capitulo.
Os segundos são circuitos que só funcionam com um determinado número de valores ou estados lógicos, que
geralmente são dois.
A sua complexidade refere-se ao numero de componentes que o C.I. contem, ou geralmente à quantidade de portas
lógicas equivalente.
Considera-se portas lógicas a célula elementar de um C.I. e consta de quatro transístores, um ou outro díodo e
algumas ( poucas ) resistências, dando aproximadamente uma dezena de componentes.
SSI (Small Scale Integration - Pequena Escala de integração): são os C.I. com menos componentes. Podem
dispor de um máximo de 12 portas lógicas ou o seu equivalente.
MSI (Medium Scale Integration - Média Escala de Integração): corresponde aos C.I. com varias centenas de
componentes, podendo possuir entre 12 e 100 portas lógicas.
LSI (Large Scale Integration – Alta Escala de Integração ): contem milhares de componentes ou um equivalente
de 100 a 1000 portas lógicas.
VLSI (Very Large Scale Integration - Muito Alta Escala de Integração): é o grupo de C.I. com um numero de
componentes superior ao equivalente a 1000 portas lógicas, tendo-se já atingido o milhão de componentes num só
chip.
ULSI (Ultra Large Scale Integration - Ultra Grande Escala de Integração): refere á integração de mais de um
milhão – 106 – de componentes num único chip.
Em primeiro lugar, o fabricante produz um cristal P com comprimento de vários centímetros. Este material é cortado às
fatias em muitas camadas finas ou bolachas designadas por substrato.
Figura 3 - Cristal semicondutor tipo P e camada fina ( bolacha ) após corte do cristal
Um lado da bolacha é polido, a fim de eliminar imperfeições na superfície. Este substrato será usado como base para
os componente integrados. De seguida colocam-se as bolachas num forno. Uma mistura gasosa de átomos de silício e
átomos pentavalentes passa por cima destas bolachas. Assim, na superfície aquecida forma-se uma camada uma
camada fina de de semicondutor tipo N. Esta camada chama-se camada epitaxial, com a espessura de cerca de 2,5
m a 25,4 m.
Para evitar que esta camada seja contaminada faz-se a insuflação de oxigénio puro por cima da superfície. Os átomos
de oxigénio combinam-se com os átomos de silício, formando uma camada de dióxido de silício ( SiO2 ) à superfície.
Esta camada de dióxido de silício, semelhante ao vidro, tapa a superfície e evita mais reacções químicas. Esta
selagem da superfície denomina-se por passivação.
De seguida, a bolacha é cortada em áreas rectangulares. Cada uma destas áreas será um chip separado.
O passo que se segue será a implementação dos componentes. Passaremos a descrever a formação de um
transístor BJT NPN.
PASSO_1 - Parte do material de dióxido de silício é corroído, expondo a camada epitaxial á corrosão química.
PASSO_2 - Depois, coloca-se a bolacha num forno e procede-se á difusão de átomos trivalentes dentro da
camada epitaxial. A concentração de átomos trivalentes é suficiente para mudar a camada epitaxial exposta de
material tipo N para material tipo P. Portanto, obtém-se uma ilha de material N sob a camada de SiO2.
PASSO_3 - Após isto, é outra vez insuflado oxigénio sobre a superfície para formar nova camada completa de
SiO2.
PASSO_5 - Para se obter a base do transístor faz-se passar átomos trivalentes pela abertura criada
anteriormente. Estas impurezas difundem-se dentro a camada epitaxial e formam uma ilha de material tipo P.
Então, forma-se outra vez a camada de SiO2, pela passagem de oxigénio sobre a bolacha.
Figura 11 - SiO2- Difusão de átomos trivalentes para formação da base e formação de nova camada de SiO2
PASSO_6 - Com vista a formar o emissor abre-se uma janela na camada epitaxial, por corrosão química, e
expõe-se a respectiva ilha de material tipo P. Por difusão de átomos pentavalentes nessa ilha forma-se uma
pequena ilha N.
Figura 12 - Abertura por corrosão de uma janela na camada epitaxial e difusão de átomos pentavalentes para formação do
emissor
PASSO_7 - Depois passiva-se a estrutura, insuflando oxigénio por cima da bolacha. Por ultimo, abrem-se
pequenas janelas, por corrosão química na camada de SiO2, depositando-se nelas metal de firma a criar os
contactos eléctricos do transístor.
Após a análise da formação de componentes integrados passaremos verificar como se integram circuitos completos
num pequeno chip.
Suponhamos que se pretende integrar o circuito que se segue:
Para fabricar este circuito produzir-se-ão simultaneamente centenas de circuitos iguais numa bolacha. Cada área de
chip será semelhante á figura 17. Independentemente da compilação do circuito, a sua produção é sobretudo um
processo de abertura
de janelas por corrosão química, formação de ilhas P e N, e conexão dos componentes integrados. O substrato P isola
os componentes uns dos outros. Como as camadas de depleção, fundamentalmente, não têm portadores de carga, os
componentes integrados estão isolados entre si. O isolamento obtido deve-se à chamada isolação de camada de
depleção.
Em geral, a utilização de CI’s implica uma certa familiaridade com a variedade destes dispositivos disponível no
mercado, respectivas especificações e limitações, antes de os poder aplicar na resolução de um problema específico.
Além destes CI’s especializados, há um tipo de amplificador que tem larga aplicação como bloco de construção em
aplicações de condicionamento de sinal. Estes dispositivos, chamado de amplificador operacional ou abreviadamente
Amp Op, existe há muitos anos, primeiro feito com válvulas, depois com transístores discretos e actualmente como
circuito intergrado. Embora existam muitas linhas de fabrico de Amp Ops com especificações diversas, têm todos
características de operação comuns que podem ser aproveitadas em circuitos básicos com amplificadores
operacionais em geral.
A tecnologia utilizada na fabricação do 741 e do 709 é denominada BIPOLAR pois a sua estrutura interna utiliza
transístores bipolares. Por outro lado, o 351 utiliza tecnologia BIFET pois a sua estrutura interna utiliza uma
combinação de transístores bipolares com transístores JFET´s. Uma grande vantagem da tecnologia BIFET é a alta
resistência de entrada do AMP OP, devido á utilização dos FET´s no estágio de entrada .
A figura seguinte representa o circuito de entrada de um amplificador operacional, este circuito é conhecido como
amplificador diferencal, devido ao facto da tensão de saída Vsaída ser directamente proporcional à diferença entre as
tensões de entrada (V1 – V2). Idealmente os transístores T1 e T2 são idênticos, tal como as duas resistências de
colector, o que faz a tensão de saída ser igual a zero, quando V1=V2.
Os manuais dos fabricantes de Amp op’s especificam normalmente as suas características fundamentais e, na maioria
dos casos, indicam mesmo o esquema destes circuitos.
Embora não seja intenção apresentar o estudo da estrutura interna dos amplificadores operacionais, mas sim
especificar as suas características aos terminais, alguns dos circuitos onde se empregam e algumas das aplicações
correntes em controlo, convém, no entanto, fazer uma breve referência às partes mais importantes da sua estrutura.
Através do manual de um dos fabricantes de amplificadores operacionais representamos o esquema do Amp op
A741.
O amplificador diferencial tem como função amplificar a tensão diferencial, diferença na entrada, oferecendo uma
resistência de entrada elevada. Este andar determina praticamente as características fundamentais do amplificador
operacional, tais como a estabilidade do ganho, a razão de rejeição em modo comum, a impedância de entrada, a
largura de banda, as tensões e correntes de erro, o ruído. Os blocos seguintes têm pouca influência nestes
parâmetros. Por esta razão o andar diferencial é cuidadosamente projectado e construído.
Este amplificador diferencial típico apresenta as bases de Q1 e Q2 ligadas às entradas não inversora e inversora
respectivamente, os seus colectores encontram-se unidos e são alimentados a partir do transístor Q8 pela fonte de
alimentação (pólo positivo) e os seus emissores encontram-se ligados através de vários transístores e resistências
iguais (R1 e R3), unidas pelo terminal de alimentação (pólo negativo) Os vários andares seguintes são estágios
clássicos de amplificação obtendo-se dessa forma um excelente amplificador.
A maioria dos amplificadores operacionais, previstos para aplicações gerais tem em comum certas características
básicas. Quais são e o que representam para as condições de entrada e saída, assim como as relações entre elas,
podem ser definidas mais facilmente considerando o Amp op “IDEAL”.
Primeiramente iremos analisar as propriedades do Amp op “IDEAL”, posteriormente iremos verificar os erros e
limitações ( devido às diferenças inevitáveis no comportamento ) do Amp op REAL ( prático ) em relação ao Amp op
“IDEAL”.
O símbolo convencional do amplificador operacional é o representado na figura 18. O vértice do triângulo indica o
sentido de circulação do sinal. Na maioria dos Amp op’s utilizados hoje em dia, as entradas de sinal 2 e 3 estão
equilibradas. Segundo a aplicação do Amp op ambos os sinais ( tensões ) de entrada podem ser variáveis, reflectindo
variações nas condições de saída ou entrada, ou um sinal de entrada pode estar a um potencial de referência ( fixo ) e
o outro variável. O sinal de saída (V0) será proporcional à diferença entre os sinais de entrada ( V1 e V2 ) e não ao valor
absoluto de cada uma.
Esta proporcionalidade verifica-se como é evidente, dentro dos limites de saturação positivo e negativo do Amp op
( 15 V).
Saída ( pino 6 )
Sendo o ganho diferencial ( em malha aberta ), (A), de valor infinito isto significa que qualquer sinal de entrada,
por muito pequeno que seja saturado na saída, isto é a saída atinge o seu valor máximo ( aproximadamente o
valor da tensão de alimentação 15V ).
Sendo a impedância de entrada Zin infinita isto significa que o gerador do sinal de entrada no Amp op não é
afectado por este, isto é não passa corrente de sinal pelos terminais de entrada. Correntes nulas entre os
terminais de entrada.
Sendo a impedância de saída nula, então a tensão Vout de saída não é afectada pela carga externa e o Amp op é
capaz de entregar qualquer corrente que se necessite podendo também trabalhar como gerador de impedância
nula, para uma etapa amplificadora situada posteriormente.
Tempo de resposta nulo. Isto é a resposta em frequência é completamente plana e a largura de banda é infinita.
Desvio nulo - Se o sinal de entrada é zero, então o sinal da saída também é zero. Não responde a tensões de
modo comum ( Vc ) aplicadas aos terminais de entrada. Se V1 = V2 e da mesma polaridade, então V0 será igual a
zero.
Destas características ideais podemos deduzir duas propriedades extremamente importantes na análise de circuitos
com estes dispositivos:
Tensão de ajuste de entrada – Em muitos casos, a tensão de saída do amplificador operacional pode não ser zero
quando a tensão de entrada é zero. A tensão que é necessário aplicar entre os terminais de entrada para levar a saída
a zero é a tensão de ajuste de entrada.
Desvio da tensão de ajuste de entrada – É a variação verificada na tensão de ajuste quando varia a temperatura. È
medida em V/ºC.
Corrente de ajuste de entrada – Do mesmo modo que pode ser necessário uma tensão de ajuste entre as entradas
para levar a zero a tensão de saída, também pode ser necessário uma diferença entre duas correntes nas entradas
para que a tensão de saída seja nula. A esta diferença de correntes dá-se o nome de corrente de ajuste de entrada.
Desvio da corrente de ajuste de entrada – É a variação verificada nessa corrente devido à temperatura. È medida
em nA/ºC.
Taxa de subida ( slew-rate ) – Indica a velocidade de crescimento da tensão à saída quando é aplicado um sinal
em degrau de grande amplitude na entrada. Exprime-se em V/s.
I2
R1 I
-
I1 ε
+
VIN VOUT
A resistência R2 é usada para realimentação, da saída do Amp op para a entrada inversora, R1 liga a tensão de
entrada ao mesmo ponto.
R1 é da ordem dos 500 a 100 K enquanto que R2 é da ordem dos 5 K a 100 K. Estes são valores unicamente
de referência pois em casos reais o valor de R1 deverá ser superior a 1 K para que a corrente de entrada do
amplificador operacional não seja excessiva.
Ao ponto de união das duas malhas ( entrada e realimentação ) chama-se ponto de adição ou ponto de soma.
Considerando o funcionamento do Amp op “IDEAL”, teremos:
A tensão no ponto de adição é igual ao nível de tensão da entrada 3 (+ ) do Amp op ( zero neste caso ), em virtude de
se considerar a impedância de entrada (Zin) infinita. Diz-se, por isso, que no ponto de adição se encontra localizada a
massa virtual.
Entre os terminais de entrada não circula corrente, pois que a impedância entre os terminais 3 ( + ) e 2 ( - ) é infinita (
Zin = ).
I1 - I 2 0 ; I1 I 2
e,
e como:
virá:
Desta última expressão podemos concluir que o Amp Op ligado como a figura da página anterior indica, funciona como
amplificador inversor cujo ganho da montagem nos é fornecido pela relação - R2 /R1 ( quociente entre a resistência de
realimentação e a resistência de entrada ).
Este dispositivo deverá também servir como atenuador, desde que se faça: R2 < R1 .
Um ponto de saliência nesta montagem refere-se à resistência ou impedância de entrada R1 que este apresenta que
em geral não é muito alta. Portanto, embora com um ganho ou atenuação variável este circuito não apresenta uma
impedância de entrada elevada o que seria o desejado.
Características da montagem
R2
O ganho de tensão é A u
R1
A impedância de entrada é R1
Exemplos de Aplicação
I1 R1
–
Vout
Vin +
O ganho do circuito obtém-se a partir da soma das correntes na junção soma onde a tensão não é agora nula, mas
sim Vin ( potencial no terminal inversor é sempre conduzido a igualar o potencial do terminal não inversor, Referência ).
Assim teremos:
O ganho deste circuito nunca pode ser inferior à unidade, por isso nunca há uma acção atenuadora. Se colocarmos
uma resistência na entrada não inversora (+) equivalente a R1//R2, obtém-se um cancelamento de efeitos de alteração
da corrente de polarização causados por variações de temperatura ou da tensão de alimentação.
O novo circuito seria o apresentado de seguida.
R2
R1
–
Vout
R1//R2
Vin +
Para a analise de um amplificador não inversor utiliza-se o conceito de curto circuito virtual. Este define as duas
características fundamentais dos amplificadores operacionais. O curto circuito virtual é um curto circuito para a tensão,
mas revela-se um circuito aberto para a corrente, uma vez que enquanto o amplificador operacional estiver a funcionar
na zona linear, sem saturação positiva nem negativa, o ganho de tensão em anel ou malha aberta é infinito, existindo
um curto circuito virtual entre os dois terminais de entrada.
Uin = R1 . I1
A corrente de entrada I1 é igual à corrente de saída I2 uma vez que não existe corrente na entrada do amplificador
operacional. A tensão de saída é dada por:
Uout = ( R1 + R2 ) . I1
De frisar que, como a entrada é feita directamente na entrada não inversora do Amp op, a impedância de entrada é
muito alta, visto que é efectivamente igual à impedância de entrada do amplificador operacional.
Características da montagem
O ganho de tensão é :
- Vout
Vin +
R1 = ∞
RF = 0
A relação entre o sinal de entrada ( Vin ) e o sinal de saída (Vout) do circuito da figura é dado por:
RF
Vout = Vin × ( 1 + )
R1
ou de outra forma,
0
Vout = Vin × ( 1 + )
∞
Podemos concluir que:
Vout Vin
A impedância de entrada deste circuito é a própria impedância de entrada do Amp op. A tensão de saída segue
exactamente a tensão de entrada numa zona definida pela tensão de saturação, Vsat. ( tensões de alimentação do
Amp op, 15V). A corrente de saída é limitada á corrente de curto-circuito do Amp op, assim como a impedância de
saída, sendo esta inferior a 100 ( Amp op REAL ).
O seguidor de tensão ou emissor é essencialmente um transformador de impedância na medida em que transforma
uma tensão de alta impedância na mesma tensão a baixa impedância. Desta forma a fonte de sinal fica isolada não
sendo afectada por impedância de carga nos circuitos posteriores.
Exemplos de Aplicação
1. O circuito da figura seguinte representa um amplificador de corrente. As correntes de base e de colector do transístor,
sabendo que o ganho β do transístor em questão é de 80, são respectivamente ( UBE = 0,7 V):
U1
I1
R1
e através de R2:
U2
I2
R2
I I1 I 2
U0 R I
Substituindo teremos:
U U
U 0 R I1 I 2 R 1 2
R 1 R2
R R
U o U1 U 2
R1 R2
Isto significa que podemos ter um ganho de tensão diferencial para cada sinal de entrada; a saída é a soma das
entradas amplificadas. A mesma ideia aplica-se a um número de entradas qualquer pois podemos acrescentar uma
nova resistência para um novo sinal de entrada.
Frequentemente, precisamos de um circuito que some dois ou mais sinais de entrada. Nesse caso, podemos utilizar
um somador.
Este circuito é uma forma de misturar dois sinais de áudio de fontes diferentes. A resistência ajustável permite ajustar
o nível de entrada e, o controle de ganho permite ajustar o volume da saída.
Diminuindo o Nível 1, podemos fazer com que o sinal U1 tenha um volume maior na saída.
Diminuindo o Nível 2, podemos fazer com que o sinal U2 tenha um volume maior na saída.
Aumentando o ganho, podemos fazer com que os dois sinais aumentem de volume.
Se todas as resistências tiverem o mesmo valor, teremos uma ganho unitário e a tensão de saída terá a seguinte
forma :
U 0 U1 U 2
Um pormenor importante a referir relativamente a esta montagem prende-se com a necessidade de se realizar o ajuste
de offset. Ou seja, se as tensões de entrada V1 e V2 forem nulas a saída também deve ser nula, o que na realidade
não se verifica. A então a necessidade de a igualar a zero.
Para se realizar este ajuste utiliza-se um potenciómetro ligado entre os terminais 1 e 5 do Amp op e o cursor central
ligado á tensão de alimentação negativa –VCC.
R2
R1 e1
Vin1 -
ε=0
Vin2 + Vout
R1 e2
R2
Este circuito caracteriza-se por ter um ganho ou atenuação variável dado pela relação entre R1 e R2 e responde à
diferença das tensões de entrada. É muito importante que o valor das resistências dos ramos de entrada sejam iguais
e que a resistência do ramo de realimentação negativa seja igual à resistência que liga a junção de referência (+) à
massa.
Este circuito apresenta uma desvantagem significativa que é ter impedâncias de entrada nos dois terminais que não
são altas, sendo iguais a R1+R2 na entrada V2 e R1 na entrada V1. Para utilizar este circuito quando for necessário ter-
se uma impedância de entrada elevada, usam-se seguidores de tensão antes de cada entrada. Este circuito tem
ganho variável e alta impedância de entrada, sendo muito útil em instrumentação.
– R1 R2
Vin1 +
_
Vout
– R1
+
Vin2 +
R2
Devido ao elevado ganho, o nível de saída saturará aproximadamente na tensão de alimentação ( 15V ) à mínima
diferença entre os sinais VREF e Vin.
Vin -
Vout
VREF
+ –
Supondo a tensão de referência VREF = 6V, quando o sinal variável de entrada Vin for menor que o sinal de referência,
a saída Vout será igual à tensão de alimentação positiva ( +15V ), quando for maior que o sinal de referência, a saída
será igual à alimentação negativa ( -15V ). A saída muda quando os sinais são iguais, se as entradas forem
invertidas, a relação de fase entrada/saída, também será invertida.
Vin
VREF
t
Vout
+
0
t
De salientar que em operação com fonte de alimentação não simétrica os níveis de saída variarão entre +15V e zero
( considerando a alimentação unicamente de + Vcc.
2.11 INTEGRADOR
Vin R1
–
Vout
+
A amplitude da tensão de saída Vout é determinada pelo tempo t que a tensão de entrada Vin está aplicada, assim
como dos valores (R) e (C).
t ×Vin
Vout =
R ×C
Onde t representa o tempo que a saída Vout leva a atingir um determinado valor quando na entrada se aplica um sinal
qualquer Vin. Outra forma de definir a tensão de saída é através da aplicação da 1.ª lei de Kirchhoff ao circuito acima,
temos:
Ui dU
C o 0
R1 dt
Ou seja:
t
1
U0
R1 C
Ui d t
0
t
1
Vout Vin dt VC (0)
R C 0
No circuito está incluída uma chave (S) em paralelo com o condensador na realimentação cuja função é fazer o retorno
a zero da tensão de saída. Isto acontece em qualquer momento durante a integração, porque ao ligar (S) o
condensador é curto circuitado.
Na prática, esta chave (S) é fechada periodicamente a um nível pré-ajustado produzindo então uma forma de onda
como se indica figura seguinte. Supondo por exemplo uma tensão Vin constante aplicada na entrada inversora.
Se R e C se mantiverem constantes e se t representar o tempo em que (s) se mantém aberto, então variando o sinal
Vin também varia a amplitude de Vout. Exemplos a tracejado.
t (seg)
Vout1
Vout2
Figura 44 - Visualização da saída Vout de um circuito integrador
Neste caso, a tensão de saída apresenta valores de pico dados pela seguinte relação:
Up T
Uop
4 R1 C
2.12 DIFERENCIADOR
1
Xc
2..f .C
C
–
Vout
Se aplicarmos um sinal Vin positivo na entrada (-) do circuito, inicialmente verifica-se um efeito transitório, o
condensador comporta-se como um curto-circuito ( resistência nula ), isto implica um ganho infinito, -R / 0 = - , dando
origem à saturação do Amp op, isto é, um sinal de saída Vout igual a - 15V.
Passado este efeito inicial, o condensador começa a carregar lentamente até ao seu valor máximo o que corresponde
nesta altura a uma resistência infinita ( condensador totalmente carregado comporta-se como se o circuito estivesse
aberto ) o que implica um ganho zero, -R / = 0,, dando origem a um sinal de saída Vout igual a zero.
Portanto o ganho do Amp op irá variar desde ( a 0 ), o que corresponde em termos de sinal de saída ( Vout, - 15V a
0 V e + 15V a 0 V ), respectivamente se o sinal Vin na entrada for positivo ou negativo.
Mas, atendendo ao princípio básico de funcionamento dos Amp op, verificamos que na junção soma ( terminal
inversor ) o potencial tem que ser igual ao potencial da junção referência ( terminal não inversor ) que neste caso é
zero.
Então no momento inicial quando se aplica o sinal Vin, ( devido ao comportamento do condensador ) este entra em
curto-circuito.
Como tal, podemos concluir que este circuito tal como se apresenta não tem significado prático e que esta situação
deve ser evitada.
RF
R1 C
–
Vout
+
Analisando este circuito verifica-se que quando se aplica o sinal, no momento inicial o ganho já não será infinito mas
sim limitado por R1 através da relação RF / R1, decrescendo depois até zero, ( condensador totalmente carregado ).
dUi U 0
C 0
dt R f
De onde se obtém:
dUi
U0 R f C
dt
Verifica-se que o sinal de saída apresenta uma inversão em relação ao sinal de entrada.
Se aplicarmos um sinal triangular simétrico na entrada de um diferenciador, a sua saída apresentará um sinal
quadrangular, conforme a figura 4.29. De facto, o sinal triangular pode ser visto como um conjunto de “ rampas
”ascendentes e descendentes, cujas primeiras derivadas são constantes.
A saída tem os valores de pico dado por:
Up 4U p
U op Rf C Rf C
T T
2
Figura 48 - Tensão de saída de um amplificador diferenciador quando se aplica um sinal triangular na entrada.
Se aplicarmos uma onda quadrada na entrada do diferenciador, teremos uma série de pulsos agudos - Spikes - na sua
saída.
Figura 49 - Tensão de saída de um amplificador diferenciador quando se aplica um sinal quadrangular na entrada.
O seu sentido pode ser positivo ou negativo conforme os transístores são NPN ou PNP. No A 741 o valor típico é de
300 nA, sendo 1500 nA o valor máximo.
uma vez que, UIO constitui o sinal numa montagem não inversora. As figuras seguintes apresentam processos de
realizar essa compensação quer não existam terminais apropriados quer existam , como no caso do A 741.
Já vimos que uma consequência importante da realimentação negativa era o aumento da largura à custa da
diminuição do ganho.
Teremos em qualquer circunstância
A o f H f T
2 f Um SR
Figura 58 - Impedâncias
Já vimos que o transístor T14 limitava as alternâncias negativas. O A 741 tem uma
corrente de curto –circuito de 25 mA.
Os transístores de efeito de campo combinam as características de pequeno tamanho e baixo consumo de potência,
dos transístores de junção bipolares com a alta impedância de entrada das válvulas.
No seguinte esquema apresentam-se os vários tipos de FET’s existentes:
CANAL N - DEPLECÇÃO
JFET
CANAL P - DEPLECÇÃO
FET´S REFORÇO
CANAL N DEPLECÇÃO
MOSFET
CANAL P REFORÇO
DEPLECÇÃO
A sua operação depende exclusivamente do fluxo de portadores maioritários. É portanto um dispositivo unipolar (
um só tipo de portador )
É de mais simples fabrico, ocupa menos espaço num circuito integrado. logo, a densidade de integração pode ser
muito alta (dezenas de milhares de MOSFET’s num chip).
Pode ser ligado como resistência de carga de valor preciso; logo é possível sintetizar um sistema digital com chips
de tecnologia MOS.
Tem muita alta impedância de entrada (valores de 108 e 1012 dos JFET e 1014 dos MOSFET contra 106
dos transístores de junção bipolares), permitindo um muito elevado FAN-OUT.
Devido à carga armazenada em pequenas capacidades internas, pode funcionar como memória. (Caso do
MOSFET).
Apresenta tensão de saída nula quando a corrente de dreno é nula, podendo sintetizar excelentes chopper’s
- amostradores.
A principal desvantagem dos FET, relativamente aos BJT está no seu relativamente pequeno produto ganho-largura
de faixa. Outras desvantagens dos FET’s:
Os MOSFET’s utilizam-se sobretudo em chips LSI (Large Scale lntegration) tais como microprocessadores, memórias.
A gate ( porta ) é formada pela ligação das duas zonas tipo P ou tipo N, colocadas de ambos os lados da barra
semicondutora. Estas regiões são conectadas internamente com vista a obter-se no exterior um único terminal. A
região entre elas forma o canal, por onde circularão os portadores maioritários, depois de se aplicar uma tensão
entre o dreno e a fonte.
O JFET indica na figura da esquerda corresponde a um JFET ou FET de canal N, porque o canal entre a fonte e o
dreno é um semicondutor do tipo N, verifique-se que a seta aponta para dentro ou seja para o semicondutor N. O JFET
ilustrado na figura da direita corresponde a um JFET ou FET de canal P, a seta aponta para fora. O comportamento de
um JFET de canal P é complementar ao JFET de canal N, ou seja, todas as tensões e correntes são invertidas.
Em muitas aplicações de baixa frequência, a fonte e o dreno são intermutáveis, visto que se pode usar cada
uma das extremidades como fonte e a outra como dreno. De realçar que os terminais da fonte e do dreno não são
intermutáveis em altas frequências, já que os fabricantes minimizam, quase sempre, a capacidade interna no lado
do dreno do JFET. Quer isto dizer que, a capacidade entre a porta e o dreno é menor que a capacidade entre a porta e
a fonte.
A porta tipo P e a fonte tipo N formam o díodo porta - fonte. Num JFET, o díodo porta - fonte é polarizado
inversamente através da fonte de tensão UGG, como mostra a figura 63. Devido a esta polarização inversa, a corrente
da porta IG é muito pequena, o que equivale a dizer que o JFET possui uma resistência de entrada quase infinita.
Um JFET típico apresenta uma resistência de entrada na ordem das centenas de Megaohms. Isto constitui uma
grande vantagem do JFET relativamente ao transístor BJT. Assim se aplica o excelente comportamento do JFET nas
aplicações que exijam elevada impedância de entrada.
Os electrões que passam da fonte para o dreno devem percorrer o estreito canal entre as camadas de depleção.
Quando a tensão da porta se torna mais negativa as camadas de depleção expandem-se e o canal condutor torna-se
mais estreito. Quanto mais negativa for a tensão da porta menor será o canal e por conseguinte, a corrente entre a
fonte e o dreno.
O JFET é um dispositivo controlado por tensão, porque a tensão de entrada controla a corrente de saída .
Num JFET, a tensão entre a porta e a fonte UGS determina a corrente que passa entre a fonte e o dreno. Quando UGS é
igual a zero passa a máxima corrente do dreno através do JFET uma vez que, o canal está completamente aberto. Por
outro lado, se UGS for um valor suficientemente negativo as camadas de depleção tocam-se e a corrente do dreno é
cortada ID = 0.
Se UDS ↑ ID ↑ canal diminui ( carga espacial aumenta na zona mais afastada da fonte)
Quando UDS = Up ( pinch off ) o canal fecha – bloqueia e a carga especial ocupa o todo o canal.
Se no circuito da figura 66 fizermos o curto circuito entre a fonte e a porta, como mostra a figura 67, obtemos a máxima
corrente no dreno, já que UGS = 0 V estando o canal completamente aberto.
A figura 67 representa a característica de dreno, com a corrente ID em função da tensão UDS, nesta condição de porta
curto circuitada. Repare-se que a corrente de dreno aumenta rapidamente, tornando-se depois quase horizontal,
quando UDS for maior que UP.
Continuemos a analisar a característica UGS = 0 V. Se esta condição se verificar e nenhuma tensão se aplicar
externamente através de UDS, a corrente de dreno ID será nula, estando o canal totalmente aberto, comportando-se o
JFET como uma resistência.
Com o aumento de UDS, ID aumenta linearmente até IDSS, denominada por corrente de dreno quando UGS = 0 V, sendo
a máxima corrente de saída do JFET. Esta zona de funcionamento situada ate á tensão UP denomina-se por zona
óhmica uma vez que apresenta uma resistência constante designada por resistência óhmica do JFET - RDS e define-se
por:
O aumento da corrente de dreno provoca uma queda de tensão ao longo do canal, aumentando o potencial do dreno,
pelo que o canal se vai estreitando de modo mais acentuado na região do dreno. Esta diminuição da espessura do
canal vai diminuindo a corrente de dreno ID até atingir um valor constante, apesar dos aumentos de UDS.
A tensão UDS à qual começa ID constante é a tensão UP designada por tensão de estrangulamento ou de pinch-off. Se
UDS continua a aumentar, atingir-se-á uma situação onde ocorrerá a ruptura por avalanche entre o dreno e a porta,
com um aumento brusco de ID. Este ponto designa-se por UDS,max. Entre UP e UDS,max encontra-se a zona de
funcionamento activa.
Aplicando agora uma tensão UGS negativa, a região de depleção ou barreira de potencial, ao aumentar, provocará uma
diminuição da corrente de dreno para idênticos valores de UDS. A tensão pinch-off ocorre para valores inferiores de
UDS.
A característica mais baixa de UGS define-se por UGS,corte valor para o qual a corrente de dreno se reduz a zero, para
qualquer UDS, já que o canal fica totalmente fechado. Analisemos as curvas características com valor concretos.
A característica mais baixa é importante, note-se que UGS,corte tem o valor de – 4 V. Esta tensão reduz a corrente de
saída ID a quase a zero. Com esta tensão de corte as camadas de depleção tocam-se, desaparecendo o canal
condutor.
De realçar que:
UGS,corte = - 4 V e UP = 4 V
Estas duas tensões apresentam sempre a mesma amplitude, porque são valores para os quais as camadas de
depleção se tocam. Nas folhas de dados surge uma ou outra grandeza, considerando a outra grandeza com igual
amplitude e sinal oposto:
UGS,corte = -UP
Repare-se que a característica é não linear uma vez que, a corrente aumenta mais depressa quando UGS tende para
zero. Qualquer JFET tem uma característica de transcondutância semelhante à da figura 69. Os pontos extremos da
característica são UGS, corte e IDSS.
A figura 70 mostra uma característica de transcondutância normalizada. Diz-se normalizada porque se representam as
relações ID/IDSS e UGS/UGS,corte. Na figura pode verificar-se que no ponto de semicorte em que:
U GS 1
U GS,corte 2
ID 1
I DSS 4
Ou seja, quando a tensão da porta for metade da tensão de corte, a corrente de será um quarto do seu valor máximo.
2
U GS
ID I DSS 1
U GS,corte
onde:
ID - corrente de dreno
IDSS - corrente máxima de dreno
UGS - tensão de polarização Gate-Source
UGS,corte - tensão Gate-Source para ID= 0
Devido à grandeza ao quadrado na expressão anterior, os transístores JFET são frequentemente chamados de
dispositivos de lei quadrática.
Considerando que um transístor J-FET 2N5459 tem para os parâmetros e os seguintes valores:
Se considerarmos a tensão de polarização UGS = -1 V, verificamos através da curva de transcondutância que o P.F.R.
pode variar entre os dois pontos extremos indicados na figura 72, que são obtidos traçando uma recta vertical para
UGS = -1 V. Definindo o ponto de funcionamento do circuito temos:
2
2
I D I DSS (min) 1 1 I D 2 mA
U GS
Q1 I D I DSS (min) 1
U GS,corte 4
2
2
I D I DSS (max) 1 1 I D 15,3 mA
U GS
Q2 I D I DSS (max) 1
U GS,corte 8
Como se verifica, com estes dados do fabricante podemos ter, eventualmente, para o mesmo tipo de transístor, um
P.F.R., que pode variar entre Q1 e Q2. Com estes valores podemos concluir que se trata do pior método de polarização
com FET´s.
U GS
U GS R S I D 0 I D
RS
Esta equação representa uma recta que passa na origem e tem um declive – 1 / RS, como mostra a figura 74. Então o
P.F.R. será dado pela intersecção da recta com a curva de transcondutância.
Podemos calcular o P.F.R. utilizando a equação da recta de autopolarização e a equação de transcondutância dada
anteriormente.
2
U GS U GS
ID I DSS 1 e ID
U GS,corte RS
Resolvendo este sistema de duas equações, obtemos dois resultados para quaisquer das grandezas em análise, uma
vez que são obtidas através de uma equação quadrática. A solução escolhida deverá estar de acordo com o
funcionamento do circuito, isto é:
UP U GS 0
e,
0 ID I DSS
2
UGS UGS
I DSS 1
RS
UGS,corte
U GS I DSS
U p 2 2 U p U GS U GS
RS Up2
Comparemos esta equação com uma equação quadrática do tipo A.X2 + BX + C = 0, em que os coeficientes são:
I DSS
A U 2 GS coeficiente de X2
Up2
2.I DSS 1
B coeficiente de X
Up RS
Utilizando a fórmula resolvente ou uma máquina de calcular, obtêm-se as duas soluções para UGS e utilizando o valor
correcto substitui-se numa das equações iniciais e obtemos o valor de lD, ficando o P.F.R. calculado.
Este processo matemático é muito trabalhoso, pelo que se tivermos a característica de transferência ( curva de
transcondutância ) dada pelo fabricante, podemos utilizar o processo gráfico indicado a seguir e que está representado
na figura 74.
1. Escolher qualquer valor conveniente de corrente de dreno ( podemos escolher eventualmente metade de IDSS ).
5. O ponto de intersecção entre esta recta e a curva de transcondutáncia é o P.F.R. (ponto Q). Neste caso os
valores seriam aproximadamente:
ID = 4,9 mA; UGS=- 1,95 V
A análise deste circuito é feita circulando na malha da esquerda da figura 75. Obtemos assim:
U Th U GS
U Th U GS R S I D 0 I D
RS
Se UTH for muito maior do que UGS, a corrente de dreno será aproximadamente constante, mesmo para curvas de
transcondutância distintas, como mostra a figura 76. De referir que, para esta análise simplificada, são conhecidos dois
pontos do gráfico, obtidos da equação anterior.
Para ID = 0 UGS=UTh
U Th
Para UGS = 0 ID
RS
Tendo a curva de transcondutância, podemos representar a recta, obtendo-se os pontos extremos de funcionamento
do circuito ou só um ponto, no caso de termos uma curva.
U Th U GS
U Th U GS R S I D 0 I D
RS
Com esta expressão e com a equação de transcondutância, resolvendo o sistema, obtém-se o ponto de
funcionamento Q, como no caso da autopolarização.
Surge no entanto um problema com a polarização do J-FET por divisor de tensão. Como se disse, a corrente ID é
estável, se UTh for muito maior do que UGS. Mas, num transístor bipolar, UBE é aproximadamente 0,7 V, variando pouco
de transístor para transístor do mesmo tipo. Num J-FET, UGS pode variar vários volts de um transístor para outro, pelo
que, para tensões típicas de alimentação, é difícil ter tensões de Thévenin relativamente grandes para desprezar UGS.
Por esta razão, a polarização por divisor de tensão nos J-FET é menos eficiente do que nos transístores bipolares.
Uma solução que pode ser encontrada para este inconveniente é a polarização da fonte, como mostra a figura 77.
São apresentadas de seguida duas montagens, no entanto, uma delas utiliza duas
alimentações e por isso não é muito vulgar a sua utilização.
A figura 78 mostra a polarização de um J-FET utilizando duas alimentações, sendo uma delas usada para polarizar o
emissor do transístor bipolar, originando assim uma corrente de emissor praticamente constante, uma vez que
funciona como fonte de corrente.
Como o colector do bipolar está ligado à source do J-FET, então a corrente de dreno lD é praticamente constante,
qualquer que seja a tensão UGS, como se representa na figura 79.
Figura 79 - Ponto de funcionamento
A figura 80 mostra a polarização de um J-FET por uma única fonte, em que o transístor bipolar é polarizado por um
divisor de tensão.
Passaremos à análise de um circuito para verificarmos que a corrente de dreno se mantém praticamente constante
para qualquer tipo de transístor, considerando as simplificações já referidas aquando do estudo dos transístores.
Considerar que UB é dada pelo divisor de tensão entre R1 e R2 ( aplicação do teorema de Thévenin na base do
transísto r).
Consideremos:
R1=4,7 K; R2=2,2 K; RE =2,2 K; RG=10 M; RD=3,3 K ; UDD=12V
Assim teremos:
R2 2,2
UB U DD UB 12 U B 3,83 V
R1 R 2 4,7 2,2
U E U B U BE U E 3,13 V
U S U G U GS U S 3,83 ( 2) U S 5,83 V
Para qualquer outro valor de UGS, a corrente de dreno continua a ser a mesma. Assim a queda de tensão em RD, que
pode servir de resistência de carga, manter-se-á sempre constante, o que significa que o dimensionamento do circuito
de polarização do transístor, a funcionar como fonte de corrente, dar-nos-á as correntes necessárias e a tensão
desejada.
4.1 INTRODUÇÃO
O nome de transístor de efeito de campo é derivado de sua principal operação física como vimos até agora.
Especificamente, o mecanismo de controlo é baseado no campo eléctrico estabelecido pela tensão aplicada no
terminal de controlo. Vimos ainda que a condução de corrente acontece por apenas um tipo de portador (electrões ou
lacunas), dependendo do tipo de FET (canal N ou canal P), o que dá ao FET um outro nome, o transístor unipolar.
Embora o conceito básico do FET tenha sido conhecido desde 1930, o dispositivo tornou-se uma realidade prática
apenas em 1960. Desde o final de 1970, um tipo particular de FET, o transístor de efeito de campo com metal óxido de
semicondutor (MOSFET), tornou-se extremamente popular. Comparando com os BJT’s, os transístores MOS podem
ser feitos com dimensões muito pequenas (isto é, ocupando uma pequena área do silício na pastilha do CI), e seu
processo de manufactura é relativamente simples. Além disso, funções lógicas digitais e memórias podem ser
implementadas com circuitos que usam exclusivamente MOSFET’s ( isto é, não há necessidade de resistências ou
díodos ). Por essas razões, a maioria dos circuitos integrados em escala muito alta de integração (VLSI) são feitos
actualmente usando-se a tecnologia MOS. Incluímos exemplos das pastilhas de microprocessador e de memória. A
tecnologia MOS tem sido aplicada também extensivamente no projecto de circuitos integrados analógicos.
Embora a família de dispositivos FET tenha vários tipos diferentes, dos quais já estudamos o JFET, a maior parte
deste tópico é dedicada ao MOSFET tipo enriquecimento ou enaltecimento “ enhancement ”, o qual é o transístor de
efeito de campo mais importante. A sua importância está em iguais condições com o transístor bipolar de junção, cada
um tendo sua própria área de aplicação.
Os transístores de efeito de campo são encontrados na forma discreta e vamos estudar sua aplicação no projecto de
circuitos discretos. Contudo, o seu uso de maior importância é no projecto de circuitos integrados.
Como a porta se encontra isolada, estes dispositivos são também designados por IGFET “ Insulated Gate Field Effect
Transístor ”.
Os de tipo empobrecimento são análogos aos JFET. Sem aplicação de qualquer tensão à gate para uma tensão fixa
de dreno, conduzem à corrente máxima, que diminui ao serem aplicadas tensões à gate. Dai que também sejam
designados por autocondutores ou normally-on.
Os do segundo tipo, designados por enriquecimento, não conduzem a uma tensão de gate nula. A amplitude da
corrente aumenta por aumentos da tensão de gate. Analogamente, também são designados por autobloqueados ou
normally-off .
Nos dois tipos, o substrato pode ser tipo P ou tipo N. Quando o canal é de tipo N assumem a designação de NMOS, e
de PMOS quando tipo P (substrato tipo N)
Uma fina camada de dióxido de silfcio (SiO2) está depositada no lado esquerdo do canal. O dióxido de silício constitui a
composição do vidro, que é um material isolante. Num MOSFET a porta é metálica. Devido ao facto da porta metálica
estar isolada do canal, a corrente da porta será desprezável mesmo que a tensão da porta seja positiva.
A Figura 81 (a) representa um MOSFET de modo depleção, abreviado por D-MOSFET, com uma tensão da porta
negativa. A alimentação UDD força os electrões livres a fluir da fonte para o dreno. Estes electrões passam através do
estreito canal à esquerda do substrato P. Tal como num JFET, a tensão da porta controla a largura do canal. Quanto
mais negativa for a tensão da porta menor será a corrente do dreno. Se a tensão da porta for suficientemente negativa
a corrente do dreno é cortada. Portanto, a operação de um MOSFET de modo depleção resulta semelhante à de um
JFET com a tensão UDD negativa.
Dado que a porta está isolada, também se pode usar uma tensão de entrada positiva, como mostra a Figura 81 (b). A
tensão da porta positiva aumenta o número de electrões livres que passam através do canal. Quanto mais positiva for
a tensão da porta maior será a condução da fonte para o dreno.
_________________
[1] - A notação N+ indicaum silício tipo N fortemente dopado, enquanto o contrário, N- é usado para representar um silício
levemente dopado. Notações similares se aplicam para o silício tipo P.
Figura 84 - Estrutura física do NMOS tipo enaltecimento: (a) vista em perspectiva; (b) secção transversal. Tipicamente L varia
de 1 a 10 m, W varia de 2 a 500 m e a espessura da camada de óxido é da ordem de 0,1 m.
Como referido no início deste tópico, um outro nome para o MOSFET é FET de porta isolada ou IGFET. Esse nome
também se origina da estrutura física do dispositivo, enfatizando o facto de que o eletrodo é eletricamente isolado do
corpo do dispositivo (pela camada de óxido). E esse isolamento que faz com que a corrente no terminal da porta seja
extremamente pequena (da ordem de 10-15 A), uma vez que a resistência é muito elevada (da ordem de 10+15 ).
A única maneira de obter corrente é com uma tensão da porta positiva. Quando a porta estiver positiva os electrões
livres são atraídos para a região P. Os electrões livres recombinam-se com os buracos próximo do dióxido de silício.
Se a porta tiver tensão suficientemente positiva, todos os buracos que tocam no dióxido de silício são preenchidos e os
electrões livres começam a fluir da fonte para o dreno. O efeito é o mesmo que criar uma fina camada de material tipo
N, próxima do dióxido de silício.
Esta fina camada condutora chama-se camada de inversão tipo N. Quando existe, os electrões livres fluem facilmente
da fonte para o dreno.
O mínimo UGS que cria a camada de inversão tipo N designa-se tensão de limiar e simboliza-se por UGS,lim ( a tensão
de limiar pode designar-se por UT - tensão de Threshold ). Quando o valor de UGS for inferior a UGS,lim a corrente do é
nula. Se UGS for superior a UGS,lim uma camada de inversão tipo N conecta a fonte ao dreno e a corrente do dreno pode
fluir. Nos dispositivos para pequenos sinais são típicos valores de UGS,lim entre 1 V e 3 V.
Relembrando o que já foi exposta anteriormente, O JFET refere-se como sendo um condutor de modo depleção,
porque a sua condutividade depende da acção das camadas de depleção. O E-MOSPET classifica-se como um
dispositivo de modo enriquecimento, visto que uma tensão da porta superior à tensão de limiar enriquece a sua
condutividade. Com a tensão da porta igual a zero um JFET está ligado, enquanto um E-MOSFET está desligado.
Figura 86 - O transístor NMOS tipo enaltecimento com uma tensão positiva aplicada na porta. Um canal é induzido no topo do
substrato em baixo da porta.
De referir qual a variação que experimenta o MOSFET se aumentarmos a tensão VDS. De observar que VDS aparece
como uma queda de tensão na extensão do canal. Isto é, à medida que caminhamos ao longo do canal da fonte para o
dreno, a tensão ( medida em relação à fonte ) aumenta a partir de 0 até VDS.
Portanto, a tensão entre a porta e os pontos ao longo do canal diminui de VGS no final da fonte até VGS - VDS no final do
dreno. Como a profundidade do canal depende dessa tensão, encontramos que o canal não mantém sua profundidade
uniforme; ao contrário, o canal tomará a forma de um estreitamento conforme mostrado na Figura 88, sendo mais
profundo no final da fonte e mais superficial no final do dreno. A medida que aumentamos VDS, o canal se torna mais
estreito e sua resistência aumenta correspondentemente. Portanto, a curva ID - VDS não continua uma linha recta, mas
se curva conforme mostrado na figura 90.
Eventualmente, quando aumentamos VDS até o valor que reduz a tensão entre a porta e o canal no final do dreno para
UGS,lim a profundidade do canal no final do dreno diminui até próximo de zero è dizemos que o canal está estrangulado.
Aumentando VDS além desse valor, o efeito é pequeno (teoricamente não surte mais efeito) sobre a forma do canal e a
corrente através deste se mantém constante.
A corrente de dreno então satura com esse valor e dizemos que o MOSFET inicia sua operação na região de
saturação. A tensão VDS em cujo valor ocorre a saturação é representada por VDS,sat:
VDS,sat VGS VT
Figura 88 - Operação do transístor E-MOS de canal N à medida que aumentamos VDS. O canal induzido adquire uma forma
estreitada e sua resistência aumenta à medida que aumentamos VDS. Aqui VGS é mantida constante num valor> UGS,lim
Graficamente podemos verificar quer existem duas áreas distintas: a zona óhmica ou também designada de tríodo,
termo remanescente do tempo das válvulas cuja operação era semelhante à do FET, e a zona de saturação ou activa
onde se verifica uma corrente de dreno constante.
As características de saída e de transcondutância são esquematizadas nos gráficos ilustrados na figura 91:
A característica inferior diz respeito a UGS,lim. Quando UGS é menor que UGS,lim a corrente do dreno resulta
aproximadamente igual a zero. Se UGS for maior que UGS,lim o dispositivo liga e a corrente do dreno é controlada pela
tensão da porta.
A parte quase vertical da característica é a zona óhmica e as partes qu constituem a zona activa. Quando polarizado
na zona óhmica, o E-MOSFET equivale a uma resistência. Quando polarizado na zona activa é equivalente a uma
fonte de corrente. Embora o E-MOSFET possa operar na zona activa, é principalmente na zona o óhmica que se usa.
A Figura 92 (b) mostra uma característica de transcondutância típica. Não há corrente do dreno até UGS = UGS,lim.
Depois, a corrente do dreno cresce rapidamente e atinge a corrente de saturação ID,sat . Para garantir uma saturação
rígida, deve-se usar uma tensão da porta UGS,on bem acima de UGS,lim como se vê na Figura 92 (b).
O símbolo gráfico exibe o canal numa linha interrompida, para indicar a sua condição
normalmente desligada. Como se sabe, uma tensão de porta superior à tensão de limiar
cria uma camada de inversão tipo N que conecta a fonte ao dreno. A seta aponta para
esta camada de inversão, que se comporta como um canal N quando o dispositivo
conduz.
U DS,on
R DS,on
I D,on
U DS,on 1
R DS,on 10
I D,on 100
sendo a tensão de corte do dreno UDD. A Figura 95 (b) representa a recta de carga em corrente contínua entre a
corrente de saturação ID,sat e a tensão de curte UDD.
Quando UGS = 0 V o ponto Q está na extremidade inferior da recta de carga em corrente contínua. Se UGS = UGS,on o
ponto Q encontra-se na extremidade superior da mesma recta de carga. Quando o ponto Q está abaixo do ponto
Q teste, como mostra a Figura 95 (b), o dispositivo fica polarizado na zona óhmica. Dito de outra maneira, um
E-MOSFET polariza-se na zona óhmica caso se verifique a condição:
Esta equação é de extrema importância, já que indica quando um E-MOSFET se encontra a operar na zona activa ou
na zona óhmica.
Como a tensão de entrada tem uma excursão entre 0V e 4,5V, o 2N7000 está a ser comutado entre ligado e
desligado. A corrente de saturação do dreno será:
U DD 20
I D,sat 20 mA
RD 1
Como 20 mA é menor que 75 mA, exactamente o valor de ID,on 2N7000 o MOSFET está polarizado na zona óhmica
quando a tensão da porta for alta.
6
U out 0,12 V
1000 6
U out 20 V
Com isso percebemos uma diferença significativa entre um sistema analógico e um sistema digital. Nos sistemas
digitais, o valor exacto da tensão não é importante. Desta forma os intervalos típicos de tensão para os binários 0 e 1
são apresentados na figura n.º 2. Em geral aos níveis de tensão digitais denominam-se níveis HIGH (alto) e LOW
(baixo). Os dois estados representam “bits” (binary digits) de informação. Assim, os níveis HIGH e LOW representam,
de uma forma predefinida, os estados Verdadeiro e Falso da lógica Booleana.
Praticamente todos os circuitos digitais existentes são circuitos integrados, o que tornou possível a construção de
sistemas digitais complexos menores e mais confiáveis do que aqueles construídos com circuitos lógicos discretos.
Figura 101 - Operação lógica NOT e circuito eléctrico ilustrativo de uma porta NOT
O seu símbolo comum, símbolo IEEE e a sua tabela de verdade estão representados na figura seguinte.
Figura 102 - Símbolo comum, símbolo IEEE e tabela de verdade da porta lógica NOT.
Perante a análise deste circuito podemos deduzir que a tabela de verdade desta função é:
Figura 105 - Símbolo comum, símbolo IEEE e tabela de verdade da porta lógica AND.
Da tabela de verdade acima, podemos concluir que se tivermos n variáveis de entrada para a nossa operação lógica a
sua saída só será VERDADEIRA, quando todas as entradas assumirem um valor VERDADEIRO.
Quanto a circuitos eléctricos esta operação pode ser representada por uma lâmpada que é comandada por dois
interruptores ligados em paralelo. Basta portanto um dos interruptores ser actuado para a lâmpada acender.
Figura 108 - Símbolo comum, símbolo IEEE e tabela de verdade da porta lógica AND
Da análise da tabela podemos inferir que para esta operação lógica apresentar à saída um valor lógico VERDADEIRO,
basta uma das suas variáveis de entrada ter o valor lógico VERDADEIRO
A disposição dos circuitos integrados que implementam as funções descritas anteriormente é apresentada de seguida,
a título de exemplo.
7408 (AND de duas entradas)
7432 (OR de duas entradas)
7404 (NOT)
Os circuitos integrados apresentados acima são circuitos TTL identificados pela sua designação 74. Esta família lógica
é das mais utilizadas para circuitos com escala de integração pequena e média. Esta lógica transístor-transistor foi
desenvolvida principalmente pela Texas Instrument Company e usa a designação genérica de SN, cujo significado é
rede semicondutor ( semiconductor network ). Outros fabricantes usam outras designações, como DM ( digital
monolítico ). Existem duas séries, uma com o prefixo 54 e outra com o prefixo 74. A série 54 é usada para aplicações
militares, onde as exigências são maiores, e pode operar no intervalo de temperatura de – 55 a + 125 ºC. A série 74 é
uma versão industrial de custo menor que pode operar de 0 a 70 ºC.
74 Comum, potência normal
74H Comum, alta potência
74LS Schottky, baixa potência
74L Comum, baixa potência
74S Schottky, potência normal
Entendem-se por operações lógicas compostas aquelas que são construídas à custa de duas ou mais operações
lógicas básicas. As operações lógicas compostas dividem-se em dois grupos:
Operações lógicas compostas universais
Operações lógicas compostas não universais
Uma operação lógica composta diz-se universal quando exclusivamente à custa de portas dos seu tipo , se
consegue construir qualquer uma das operações básicas e assim consequentemente construir-se todo e qualquer
circuito de lógica combinatória por mais complexo que seja.
Obviamente as operações lógicas compostas não universais não gozam desta característica.
Figura 110 - Símbolo comum, símbolo IEEE e tabela de verdade da porta lógica NAND
2. Operação NOR
Mais uma vez o nome da operação lógica diz-nos tudo acerca dela; NOR é o mesmo que uma OR seguida de uma
NOT; como tal trata-se da negação da operação lógica OR. Tal como no caso anterior, o símbolo lógico da NOR
também deixam antever a natureza da operação, senão observemos:
Figura 111 - Símbolo comum, símbolo IEEE e tabela de verdade da porta lógica NOT.
Existem neste grupo duas operações lógicas, o XOR que é o OR exclusivo e a sua negação denominada XNOR.
1. Operação XOR
Esta operação assume o valor lógico VERDADEIRO quando no caso de ter 2 entradas, só uma delas é VERDADEIRA,
e no caso de ter N entradas, um número ímpar destas assume o valor VERDADEIRO. Sendo assim, definimos a sua
tabela de verdade ( para duas entradas ):
Figura 112 - Símbolo comum, símbolo IEEE e tabela de verdade da porta lógica XOR
Qualquer circuito lógico pode ser descrito usando as portas AND, OR e NOT. Essas três portas são os blocos básicos
na construção de qualquer sistema digital. Desta forma, através da tabela de verdade da função XOR podemos definir
em função das operações lógicas básicas como sendo:
A B A.B A.B
Quanto ao circuito lógico que implementa a operação lógica XOR à custa de operações lógicas básicas, poderá ser
construído como se mostra na figura seguinte.
2. Operação XNOR
Esta operação assume o valor lógico VERDADEIRO quando, no caso de ter duas entradas, ambas são verdadeiras,
ou ambas são falsas, no caso de ter N entradas a saída apresentará o valor lógico VERDADEIRO quando um número
par de entradas tiver esse valor.
Figura 114 - Símbolo comum, símbolo IEEE e tabela de verdade da porta lógica XNOR
A construção da operação lógica XNOR à custa das operações lógicas básicas encontra-se ilustrada na figura que se
segue:
Através da tabela de verdade da função XNOR podemos definir em função das operações lógicas básicas como
sendo:
A figura seguinte ilustra a universalidade das operações NAND e NOR, relativamente às operações lógicas básicas:
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