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Compensação
Reativa e a Correção
do Fator de Potência
Uma visão da engenharia de projetos
Versão R2.0.0
Esta publicação técnica é mantida revisada e atualizada para download
no site www.engeweb.eng.br.
Engeweb
Engenharia sem fronteiras
Ricardo Prado Tamietti
VERT Engenharia
E S T A P U B L I C A Ç Ã O T É C N I C A É D E P R O P R I E D A D E A U T O R A L D E R I C A R D O P R A D O
T A M I E T T I , S E N D O V E T A D A A D I S T R I B U I Ç Ã O , R E P R O D U Ç Ã O T O T A L O U P A R C I A L
D E S E U C O N T E Ú D O S O B Q U A I S Q U E R F O R M A S O U Q U A I S Q U E R M E I O S
(ELETRÔNICO, MECÂNICO, GRAVAÇÃO, FOTOCÓPIA, DISTRIBUIÇÃO NA WEB OU
O U T R O S ) S E M P R É V I A A U T O R I Z A Ç Ã O , P O R E S C R I T O , D O P R O P R I E T Á R I O D O
D I R E I T O A U T O R A L .
R E S E R V A D O S T O D O S O S D I R E I T O S .
T O D A S A S D E M A I S M A R C A S E D E N O M I N A Ç Õ E S C O M E R C I A I S S Ã O D E
P R O P R I E D A D E S D E S E U S R E S P E C T I V O S T I T U L A R E S .
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA:
REVISÃO:
R I C A R D O P. T A M I E T T I
ISBN 85-905410-1-2
Inclui bibliografia
1. Engenharia. 2. Compensação reativa. 3. Correção do fator de
potência.
E S T A P U B L I C A Ç Ã O T É C N I C A É M A N T I D A R E V I S A D A E A T U A L I Z A D A P A R A
D O W N L O A D N O S I T E W W W . E N G E W E B . E N G . B R .
SOBRE O AUTOR
contato: tamietti@vertengenharia.com.br
Este trabalho é dedicado aos meus pais,
meus grandes incentivadores, à minha
esposa Cris, pelo constante apoio e
compreensão e ao nosso filho Matheus, a
mais nova razão da nossa vida.
SUMÁRIO
1 CONCEITOS BÁSICOS........................................................................................................................................... 2
1.1 ENERGIA ELÉTRICA .......................................................................................................................................... 2
1.2 TENSÃO E CORRENTE ELÉTRICA........................................................................................................................ 3
1.2.1 Análise de circuitos em corrente contínua (CC) e alternada (CA) .......................................................... 4
1.3 ELEMENTOS DE UM CIRCUITO ELÉTRICO ........................................................................................................... 5
1.3.1 Resistência ............................................................................................................................................. 5
1.3.2 Indutância ............................................................................................................................................... 7
1.3.3 Capacitância........................................................................................................................................... 8
1.3.4 Impedância ............................................................................................................................................. 9
1.4 POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA ..................................................................................................................... 13
1.4.1 Potência complexa ............................................................................................................................... 22
1.4.2 Medição de energia .............................................................................................................................. 26
2 FATOR DE POTÊNCIA: FUNDAMENTOS, CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS .............................................. 31
2.1 FUNDAMENTOS DO FATOR DE POTÊNCIA ........................................................................................................ 31
2.2 POR QUE PREOCUPAR-SE COM O FATOR DE POTÊNCIA? ................................................................................... 32
2.3 CAUSAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA ................................................................................................... 38
2.3.1 Motores de indução operando em vazio ou superdimensionados (operando com pequenas cargas) . 38
2.3.2 Transformadores operando em vazio ou com pequenas cargas.......................................................... 39
2.3.3 Lâmpadas de descarga ........................................................................................................................ 40
2.3.4 Grande quantidade de motores de pequena potência em operação durante um longo período .......... 40
2.3.5 Tensão acima da nominal..................................................................................................................... 40
2.3.6 Cargas especiais com consumo de reativo .......................................................................................... 40
2.4 CONSEQUÊNCIAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA ..................................................................................... 40
2.4.1 Aumento das perdas na instalação ...................................................................................................... 41
2.4.2 Aumento da queda de tensão............................................................................................................... 41
2.4.3 Subutilização da capacidade instalada................................................................................................. 41
2.4.4 Sobrecarga nos equipamentos de manobra, proteção e controle ........................................................ 42
2.4.5 Aumento da seção nominal dos condutores......................................................................................... 42
3 CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ......................................................................................................... 46
3.1 MÉTODOS PARA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ..................................................................................... 46
3.1.1 Alterações na rotina operacional do sistema elétrico ........................................................................... 47
3.1.2 Aumento do consumo de energia ativa ................................................................................................ 47
3.1.3 Instalação de motores síncronos superexcitados................................................................................. 49
3.1.4 Instalação de capacitores ..................................................................................................................... 50
3.2 VANTAGENS DA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ..................................................................................... 60
3.2.1 Liberação da capacidade do sistema ................................................................................................... 60
3.2.2 Melhoria da tensão ............................................................................................................................... 68
3.2.3 Melhoria na regulação da tensão ......................................................................................................... 70
3.2.4 Redução das perdas ............................................................................................................................ 71
3.2.5 Redução da corrente de linha............................................................................................................... 74
4 TIPOS DE CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA ...................................................................................... 76
4.1 MODELOS DE CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA .......................................................................................... 76
4.1.1 Correção individual ............................................................................................................................... 77
4.1.2 Correção por grupos de cargas (quadro de distribuição terminal)........................................................ 82
4.1.3 Correção geral (quadro principal de baixa tensão)............................................................................... 82
4.1.4 Correção primária (entrada de energia em alta tensão) ....................................................................... 83
4.1.5 Correção mista ..................................................................................................................................... 84
4.2 OS TIPOS DE COMPENSAÇÃO DA ENERGIA REATIVA ........................................................................................ 86
4.2.1 Tipo clássico de banco fixo................................................................................................................... 86
4.2.2 Sistemas semi-automáticos e automáticos........................................................................................... 87
4.2.3 Correção do fator de potência em tempo real ...................................................................................... 89
4.3 NECESSIDADES ESPECÍFICAS DA INSTALAÇÃO ................................................................................................ 90
PREFÁCIO
INTRODUÇÃO
como a análise dos tipos de cargas correto da empresa dentro das diversas
envolvidas e seus respectivos regimes de modalidades tarifárias existentes, para que a
operação. empresa tenha um contrato de fornecimento
de energia adequado às suas condições e
De posse destes dados, dependendo da
necessidades.
sofisticação da solução e do desempenho
requerido para a rede elétrica, poder-se-á Em face do crescente uso de automação
adotar desde uma simples aplicação de nas indústrias e do aumento das multas e
capacitores (fixos ou automáticos), passando ajustes cobrados pelas concessionárias, o
pela instalação de reatores de dessintonia gerenciamento da energia elétrica vem se
(para evitar ressonâncias perigosas, apesar tornando uma necessidade para as
do aumento da distorção harmônica), filtros empresas interessadas em reduzir custos.
de harmônicos (para atenuar a distorção Como será apresentado, os consumidores
harmônica) até a utilização de sistemas não estão se preocupando apenas com os
automáticos de injeção de reativos em tempo ganhos decorrentes da eliminação de multas,
real, através de controladores dotados de e passam a exigir recursos para que se
tiristores para chaveamento rápido. alcance um aumento de produtividade
através da diminuição de interrupções, maior
Outro assunto bastante importante que
vida útil dos transformadores e demais
será abordado é o de gerenciamento de
equipamentos instalados nas subestações.
energia e os diagnósticos energéticos,
objetivando a indicação do enquadramento
Capítulo
Conceitos básicos
I
1 Conceitos básicos
Sumário do capítulo
1.1 ENERGIA ELÉTRICA
1.2 TENSÃO E CORRENTE ELÉTRICA
1.2.1 Análise de circuitos em corrente contínua (CC) e alternada (CA)
1.3 ELEMENTOS DE UM CIRCUITO ELÉTRICO
1.3.1 Resistência
1.3.2 Indutância
1.3.3 Capacitância
1.3.4 Impedância
1.4 POTÊNCIA E ENERGIA ELÉTRICA
1.4.1 Potência complexa
1.4.2 Medição de energia
1.2.1 Análise de circuitos em corrente [Hz] e designado pela letra “f”. No Brasil, a
contínua (CC) e alternada (CA) frequência é padronizada em 60Hz, ou seja,
a tensão (e a corrente) se inverte 60 vezes
A figura 1.3, letra (a), mostra a por segundo. A relação entre a freqüência da
representação gráfica da tensão e corrente onda e o período é dada por:
contínuas (CC), onde se vê que suas
intensidades não variam ao longo do tempo. 1
f = (1.2)
T
No entanto, exceto para aplicações
muito específicas (equipamentos movidos à
bateria, na maior parte), as instalações
Nos circuitos alternados trabalha-se
elétricas (geração, transmissão, distribuição
com os valores instantâneos da intensidade
e utilização) são feitas sob tensão e corrente
da tensão e da corrente, que são expressos
alternadas (CA). Como mostra a letra (b) da
por:
mesma figura, as intensidades da tensão e
da corrente alternadas variam ao longo do
tempo, comportando-se, graficamente, por
exemplo, como uma curva de característica u(t ) = Um ⋅ sen(ω ⋅ t + α ) (1.3)
trigonométrica do tipo senoidal. i(t ) = Im⋅ sen(ω ⋅ t + β ) (1.4)
Importante:
onde:
Em análise de circuitos, é comum distinguir-
se as quantidades constantes das variáveis u = tensão instantânea, em volt [V];
com o tempo, pelo emprego de letras
i = corrente instantânea, em ampère [A];
maiúsculas para as constantes (contínuas) e
minúsculas para as variáveis (alternadas). Um = intensidade máxima da tensão em 1
período, em volt [V];
Denomina-se período da tensão e da
Im = intensidade máxima da corrente em 1
corrente alternadas o tempo “T”, medido em
período, em ampère [A];
segundos, necessário para que suas
intensidades "percorram" a onda senoidal, ϖ = 2 π f = frequência angular, em [rad/s],
isto é: irem de zero até o máximo positivo, sendo “f” a frequência em hertz [Hz];
voltarem a zero, irem até o mínimo negativo t = intervalo de tempo, em segundo [s];
e, por fim, retornarem novamente a zero. α e β = ângulo de fase da tensão e corrente,
O número de períodos por segundo que em graus (fase da onda em t = 0).
a tensão e a corrente alternadas perfazem é
denominado frequência, medido em hertz
A
Figura 1.4 Onda de tensão senoidal com ângulo de B
fase diferente de zero.
A associação de resistências em
paralelo pode ser representada através do
seu valor equivalente Req (figura 1.8)
conforme expressão 1.9.
R1
R2
Rn
Req
Figura 1.9 Senóides da tensão e da corrente nas
Figura 1.8 Associação de resistências em paralelo. bobinas (indutores).
1.3.2 Indutância
Dica:
A corrente alternada, ao circular em Nos circuitos de corrente contínua, as
uma bobina (indutor), gera o fenômeno de bobinas se comportam como um curto-
auto-indução, ou seja, a bobina, ao ser circuito.
energizada, induz tensão em si mesma.
Por sua vez, a tensão auto-induzida 1.3.2.1 Associação de indutores
gera uma contra-corrente, que provoca o
retardamento da corrente em circulação. A associação dos indutores em um
Este fenômeno (uma forma de circuito elétrico pode ser de dois tipos:
resistência) é denominado reatância associação série e associação paralela.
indutiva, designado por XL , medido em ohm Uma associação em série é aquela em
[Ω] e expresso por: que o valor da corrente elétrica é a mesma
em cada indutor (o valor da tensão sob cada
XL = ω ⋅ L = 2 ⋅ π ⋅ f ⋅ L (1.10) elemento é variável e depende do valor da
indutância). Já na associação em paralelo,
todos os indutores estão submetidos ao
onde: mesmo valor da tensão (o valor da corrente
em cada elemento é variável e depende do
f = frequência, em hertz [Hz];
valor da indutância).
L = indutância, em henry [H];
a) Associação de indutores em série
ϖ = 2 π f = frequência angular, em [rad/s].
A associação de indutores em série
pode ser representada através do seu valor
O indutor é um elemento passivo do equivalente XLeq (figura 1.10), conforme
circuito que armazena energia durante certo expressão 1.11.
período de tempo e devolve esta durante
outro período, de tal forma que a potência
média é zero (definiremos o termo “potência”
mais adiante).
XL2
XLn
XLeq
1 1 1 1
= + + ... + (1.12) Dica:
XLeq XL1 XL 2 XLn
Nos circuitos de corrente contínua, os
O comportamento da associação série capacitores se comportam como um
e paralelo de indutores são iguais ao interruptor aberto.
comportamento da associação de resistores.
1.3.3.1 Associação de capacitores
XL Z Z
(a1) XL (b1) X
R R
R R R
(a2) XC (b2) X
XC Z Z
Z = R2 + X L
2
Podemos escrever, observando a figura (1.20)
1.15 e utilizando o Teorema de Pitágoras, as
seguintes relações trigonométricas: b) Caso a2
Z = R2 + X C
2
(1.21)
Z
X c) Caso b1 ou b2
ϕ
Z = R2 + X 2 = R2 + ( X L − X C )
2
R (1.22)
⎛ XL ⎞ ⎛ ωL ⎞
ϕ = arctg ⎜ ⎟ = arctg ⎜ ⎟ (1.19a)
⎝ ⎠
R ⎝ R ⎠ 1.3.4.1 Combinação de impedâncias
Tabela 1.1 Diagramas fasoriais para circuitos com elementos resistivos, indutivos e capacitivos.
Ângulo da
Diagrama fasorial Esquema elétrico Impedância Z
impedância
U&
I&
α=β
R Z& = R ∠ϕ ϕ = 0º
Os fasores I e U
estão em fase
ϕ = 0º
U&
j XL = j ωL ⎛ XL ⎞
ϕ ϕ = arctg ⎜ ⎟
α Z& = R + jXL ⎝ R ⎠
β
Z& = R 2 + X L ∠ϕ
2
⎛ω L⎞
R = arctg ⎜ ⎟
I& ⎝ R ⎠
I se atrasa de U
0º < ϕ < 90º
U&
ϕ
- j XC = -j(1/ωC) ⎛ − XC ⎞
I& ϕ = arctg ⎜ ⎟
β
Z& = R − jXC ⎝ R ⎠
α
Z& = R 2 + X C ∠ϕ
2
⎛ −1 ⎞
R = arctg ⎜ ⎟
⎝ω C R ⎠
I se adianta de U
-90º < ϕ < 0º
ϕ=62,2º
de (1.26), - j4,4 Ω
9,1 Ω
Z = R 2 + XL2 = 10 2 + 19 2 = 21,4 Ω
EXEMPLO 1.2 Calcule a impedância de um circuito EXEMPLO 1.4 Calcule a impedância Zeq e a corrente I
RC, com R = 8 Ω, C = 600 μF e frequência igual a 60 para um circuito série com duas impedâncias Z1 = 10 ∠
Hz. 0º Ω e Z2 = 5 ∠ 63,4º Ω e tensão 127 ∠ 0º V.
Solução: Solução:
Como o circuito é reativo capacitivo, temos que, de Para as impedâncias em série, de (1.23) e (1.25),
(1.13): temos:
XC =
1
=
1
=
1
= 4,4 Ω Z& eq = (10 ∠0º ) + (5 ∠63,4º ) = 13 ∠20º Ω
ωC 2 ⋅ π ⋅ f ⋅ C 2 ⋅ π ⋅ 60 ⋅ 0,0006
U& 127 ∠0º
de (1.16), I& = = = 9,8 ∠ − 20º A
Z&eq 13 ∠20º
Z = R 2 + X C = 8 2 + 4,4 2 = 9,1 Ω
2
Potência ativa
u p
i
u
Potência ativa i p
p
Potência reativa
Figura 1.18 Potência instantânea (p = u.i) em um Figura 1.21 Tensão (u), corrente (i) e potência (p)
circuito monofásico com reativo Q ≠ 0. instantânea em um circuito monofásico com Q = 0.
Ambas as grandezas são vetoriais e a nulo) e a segunda parcela tem seu valor
sua soma é chamada de potência aparente, máximo (amplitude) Q igual a UI ⋅ sen ϕ e
medida em volt.ampère [VA] e designada representa a potência instantânea que é
pela letra S, ou seja: trocada entre a carga e a fonte.
A parcela P (potência ativa) quantifica o
S = P+Q (1.30) trabalho útil produzido pelo circuito, por
exemplo, mecânico (nos motores), térmico
(nos aquecedores) e luminoso (nas
Componente resistivo
(ativo) = realiza
lâmpadas). É o valor médio da potência
trabalho instantânea sobre um número integral de
Compotente circulante
períodos. Esta potência elétrica, no
(reativo) = não realiza consumidor, é transformada em outras
trabalho
formas de energia.
Campo magnético
b) cargas ligadas entre 2 fases
Q = U .I . sen ϕ (1.38)
Figura 1.24 Potência reativa.
F F F
N U0 F U F U0 U U
Monofásico a 2 fios U0 U0 F U0 U
N
Monofásico a 3 fios N U0
(bifásico simétrico)
Trifásico a 4 fios (estrela)
U U
U0 = U0 =
2 3
Figura 1.25 Sistemas elétricos de distribuição.
Importante:
0,80
ativa e reativa (figura 1.27).
0,60
0,40
0,20
De fato: 0,00
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
00
50
0
,0
⎛Q⎞
0,
0,
1,
1,
2,
2,
3,
3,
4,
4,
5,
5,
6,
6,
7,
7,
8,
8,
9,
9,
10
Q
tgϕ = ⇒ ϕ = arctg ⎜ ⎟ Relação Q / P
P ⎝P⎠
Figura 1.27 Variação do fator de potência devido à
Logo, variação da relação Q/P.
⎡ ⎛ Q ⎞⎤
cos ϕ = cos ⎢arctg ⎜ ⎟⎥
⎣ ⎝ P ⎠⎦ Fator de potência versus relação Q / P
0,40
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00
Relação Q / P
A figura 1.28 nos mostra com mais 1.2) é dito capacitivo ou "em avanço", onde o
precisão a variação do fator de potência com ângulo ϕ é considerado NEGATIVO.
a relação Q/P variando-se entre 0 e 1.
Desta forma, o fator de potência deverá ser
Observe que o fator de potência igual a 0,92
acompanhado sempre das palavras
é obtido para uma relação Q/P = 0,4. Mais
“indutivo” (em atraso) ou “capacitivo” (em
adiante, veremos a importância desta
avanço) para caracterizar bem a carga
indicação do fator de potência igual a 0,92.
elétrica, uma vez que a função “cos ϕ” será
Levando-se em consideração a sempre positiva para qualquer ângulo ϕ.
expressão 1.25, podemos escrever para as
potências ativa e reativa definidas pelas O fator de potência indutivo significa que a
expressões 1.34 a 1.39: instalação elétrica está absorvendo a energia
reativa. A maioria dos equipamentos elétricos
P = U × I × cos ϕ possui características indutivas em função
das suas bobinas (ou indutores), que
P = Z × I 2 × cos ϕ = R × I 2 (1.49) induzem o fluxo magnético necessário ao
seu funcionamento.
O fator de potência capacitivo significa que a
Q = U × I × senϕ
instalação elétrica esta fornecendo a energia
Q = Z × I 2 × senϕ = X × I 2 (1.50) reativa. São características dos capacitores
que normalmente são instalados para
fornecer a energia reativa que os
equipamentos indutivos absorvem. O fator de
potência torna-se capacitivo quando são
instalados capacitores em excesso. Isso
ocorre, principalmente, quando os
P equipamentos elétricos indutivos são
Q desligados e os capacitores permanecem
ligados na instalação elétrica.
Resistiva e U& 0 < ϕ < +90º 1 > cosϕ > 0 P>0 Q>0
Indutiva I&
Resistiva e I&
U& -90º < ϕ < 0 0 < cosϕ < 1 P>0 Q<0
Capacitiva
IQ = I × sen ϕ (1.52)
P P
ϕ ϕ
I
IQ
S = S
ϕ Q Q
IP
Figura 1.30 Triângulo das correntes. Convenção: em cargas predominantemente capacitivas, a corrente
apresenta-se adiantada em relação a tensão e o ângulo de fase ϕ é
O diagrama vetorial das potências negativo.
(triângulo das potências) para cargas
Figura 1.32 Diagrama vetorial para cargas capacitivas.
indutivas e capacitivas é mostrado nas
figuras 1.31 e 1.32, respectivamente.
j10 Ω
EXEMPLO 1.5 Calcule a impedância, as potências
ativa, reativa e o fator de potência de um circuito
monofásico a 2 fios (FN) com U& = 127 ∠30º V e
I& = 10 ∠60º A .
Solução:
I& = 10 ∠60º A
a) corrente
Z
de (1.25) e (1.26),
Z& = 10 + j10 = 14,14 ∠45º Ω
a) impedância da carga:
b) fator de potência
de (1.25),
de (1.19a),
U& 127∠30º
Z& = = = 12,7∠ − 30º Ω
I& 10∠60º ⎛ XL ⎞
ϕ = arctg⎜
⎛ 10 ⎞
⎟ = arctg⎜ ⎟ = 45º
⎝R⎠ ⎝ 10 ⎠
b) potência ativa Fp = cos(ϕ ) = cos(45º ) = 0,71
de (1.34),
P = U 0. I . cosϕ c) potências ativa e reativa na impedância
de (1.37),
Q = U 0. I . sen ϕ 1.4.1 Potência complexa
Q = 127.10.sen(− 30 º ) = 127 ⋅ 10 ⋅ −
1
= −635 VAr Sejam os vetores de tensão e corrente
2 abaixo:
d) fator de potência U& = U ∠α (1.53)
cos ϕ = cos (− 30 º ) = 0,866 (capacitivo ou em avanço)
I& = I ∠β (1.54)
EXEMPLO 1.6 Calcule o fator de potência e as
potências ativa e reativa em uma impedância com R = Vamos definir o fasor conjugado da
10 Ω e XL = j10 Ω, sabendo que U& = 110 ∠0º V . corrente por:
I&* = I ∠ − β (1.55)
S& = (U ∠α )× (I ∠ − β ) = U ⋅ I ∠α − β
S&T = PT + jQT = PT + QT
2 2
(1.61)
I I
P1 P2 Pn PT
U Q1 Q2 Qn = U QT
cosϕ1 cosϕ2 cosϕn cosϕT
ST S3
P2 Q3
QT
Q2
S2
S1
Q1 P3
P1
PT
Figura 1.34 Representação vetorial dos triângulos de potência para um conjunto de cargas.
P = 74,3 W
De (1.16) e (1.19), obtemos:
Q = 99,1 VAr (indutivo)
Z = 6 2 + 8 2 = 10 S = 123,9 VA
ϕ = 53,13º
ϕ = arctg (8 / 6) = 53,13º
FP = cosϕ = 0,6 (indutivo)
Z = 10∠53,13º
Observações:
Da expressão (1.5), temos: 1. Observe que poderíamos também obter o ângulo
de fase ϕ, como já visto, pelo ângulo de
Umáx 50 defasagem entre tensão e corrente, ou seja: ϕ =
U= = = 35,4 V
2 2 30º - (-23,13º) = 53,13º.
2. Se for refeito o exemplo 1.7 considerando-se uma
reatância capacitiva ao invés da indutiva, ou seja,
O fasor da tensão será: uma impedância Z = 6 –j8 Ω, teríamos os
seguintes resultados:
U& = U ∠α = 35,4 ∠30º
P = 74,3 W;
Z& = 8 + j 6 = 10∠36,9º e
Imáx = 10 A e β = -60º
Da expressão (1.6), temos: Ua = Ub = Uc = U 3 = 220 3 = 127 V
U = Imáx / √2 = 10 / √2 = 7,1 A A corrente de linha para um circuito trifásico equilibrado
é a mesma em cada uma das fases e é calculado por:
Im áx 10
U= = = 7,1 V
2 2 U& 220 3 ∠0º
I&a = I&b = I&c = = = 12,7∠ − 36,9º
Z& 10∠36,9º
O fasor da corrente será:
onde ϕ (ângulo da impedância) é igual a 36,9º.
I& = I ∠β = 7,1 ∠ − 60º
quando o disco gira para o lado certo Com este artifício, as concessionárias
(energia reativa indutiva) ou para o lado podem medir fator de potência até 0,866
errado (energia capacitiva), e não se deseja capacitivo, e por este motivo os medidores
confundir os registradores ou controladores de kQh são muito comuns por todo o país.
que recebem estes pulsos, os medidores Na área de atuação da Eletropaulo, por
possuem uma trava que impede que o disco exemplo, quase a totalidade das instalações
gire para o lado errado. Assim, os medidores são feitas com medidores de kQh.
de kVArh normalmente só medem (e emitem
Fórmulas úteis:
pulsos) de energia reativa indutiva.
Com isto, os registradores nunca
"enxergam" energia capacitiva se o medidor 2.kQh − kWh
instalado for um medidor de kVArh. Para kVArh = (1.65)
3
minimizar este problema, algumas
concessionárias costumam utilizar medidores
especiais, preparados para medir energia 1
kVArh = kWh × −1 (1.66)
reativa em kQh. FP 2
( )
Para uma melhor compreensão, veja a
figura 1.36. Vetorialmente, o eixo da energia kWh + 3 × kVArh
kQh = (1.67)
reativa em kQh está 30º adiantado em 2
relação ao eixo da energia reativa em kVArh.
1
FP = 2
(1.68)
⎛ kVArh ⎞
⎜ ⎟ +1
⎝ kWh ⎠
O medidor de energia localizado no padrão de entrada de uma instalação elétrica residencial (vulgarmente conhecido
como “relógio”) é o responsável pela medição da energia (potência ativa, ou seja, a parcela da potência aparente que
efetivamente realiza trabalho). Não há mediação de energia reativa, como nas instalações industriais.
Este medidor mede a potência ativa consumida por hora, ou seja, o kWh. A concessionária de energia possui um valor
pré-fixado do preço do kWh. Mensalmente, é realizada uma leitura do medidor de energia para que possa ser cobrado
do consumidor. A diferença entre a leitura atual e a realizada no mês anterior é o valor em kWh efetivamente a ser
cobrado.
Por exemplo, se no mês atual a leitura foi 15.724 kWh e no mês anterior foi 15.510 kWh, o valor a ser cobrado será
referente a 214 kWh.
Existem dois tipos de relógio ou medidor de kWh (veja figura 1.26):
Primeiro tipo: É aquele que funciona como um medidor de quilometragem de automóvel. Nesse caso, os números
que aparecem no visor já indicam a leitura;
Segundo tipo: É aquele que tem quatro ou cinco círculos com números, sendo que cada círculo é semelhante a
um relógio. Nesse caso, os ponteiros existentes dentro de cada círculo indicam a leitura. Esses ponteiros
movimentam-se sempre na ordem crescente dos números. Quando estão entre dois números, deve-se contar
sempre o número menor.
O seu consumo de energia elétrica pode ser verificado em qualquer período: por hora, dia, semana ou mês. Porém, a
leitura da concessionária de energia é mensal.
Capítulo
Fator de Potência:
fundamentos, causas e
conseqüências
II
Sumário do capítulo
2.1 FUNDAMENTOS DO FATOR DE POTÊNCIA
2.2 POR QUE PREOCUPAR-SE COM O DO FATOR DE POTÊNCIA?
2.3 CAUSAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA
2.3.1 Motores de indução operando em vazio ou superdimensionados
2.3.2 Transformadores operando em vazio ou com pequenas cargas
2.3.3 Lâmpadas de descarga
2.3.4 Grande quantidade de motores de pequena potência em operação durante um longo período
2.3.5 Tensão acima da nominal
2.3.6 Cargas especiais com consumo de reativo
2.4 CONSEQUÊNCIAS DE UM BAIXO FATOR DE POTÊNCIA
2.4.1 Aumento das perdas na instalação
2.4.2 Aumento da queda de tensão
2.4.3 Subutilização da capacidade instalada
2.4.4 Sobrecarga nos equipamentos de manobra, proteção e controle
2.4.5 Aumento da seção nominal dos condutores
instalações elétricas com harmônicas (ou outra forma de energia, ou seja, estaria
mesmo eliminá-las) e qual a influência das desperdiçando toda a energia recebida. Não
mesmas no cálculo do fator de potência da precisamos nem dizer que esta situação é
instalação. Até lá, assumiremos as condições totalmente indesejável em um processo de
de contorno dos sistemas lineares e conversão de energia.
utilizaremos a expressão 2.2 para o cálculo
O fator de potência nas instalações
do fator de potência.
residenciais e institucionais é, via de regra,
Desta forma, sendo a potência ativa bem próximo da unidade, devido ao
uma parcela da potência aparente, pode-se predomínio das cargas resistivas. Nas
dizer que o fator de potência representa uma instalações industriais, no entanto, onde
percentagem da potência aparente que é predominam cargas indutivas (principalmente
transformada em potência útil (ou seja, motores elétricos de indução), o fator de
traduz o quanto da potência aparente potência assume, por vezes, valores bem
efetivamente produziu trabalho), como por inferiores à unidade.
exemplo, potência mecânica, térmica ou
luminosa. Ele indica a eficiência com a qual a
energia está sendo utilizada em um sistema EXEMPLO 2.1 Calcule o fator de potência para um
elétrico. Um alto fator de potência (próximo sistema elétrico em regime permanente senoidal que
trabalha com uma potência de 100 kW e consome 125
de 1) indica uma eficiência alta e, kVA.
inversamente, um fator de potência baixo
indica baixa eficiência na conversão de
Solução:
energia (potência), evidenciando seu mau
aproveitamento, além de representar
sobrecarga em todo sistema elétrico, tanto De (2.1), temos:
do consumidor como da concessionária.
P 100
Fp = = = 0,8 = 80%
O fator de potência é uma grandeza S 125
adimensional, ou seja, não possui unidade
de medida, podendo assumir valores
intermediários na faixa de 0 a 1 (ou em
termos percentuais, de 0 a 100%). 2.2 Por que preocupar-se com o fator
Quando o fator de potência é igual a 1 de potência?
(100%), significa que toda potência aparente
é transformada em potência ativa. Isto Para termos uma idéia da relação entre
acontece nos equipamentos que só possuem as potências ativa e aparente, vamos fazer
resistência, tais como: chuveiro elétrico, uma analogia com um copo de cerveja
torneira elétrica, lâmpadas incandescentes, (figura 2.2).
equipamentos de aquecimento em geral, etc.
Por outro lado, quando o fator de
potência é menor que 1, significa que apenas
uma parcela da potência aparente é
Espuma
transformada em potência ativa. Isto
acontece nos equipamentos que possuem
resistência e reatância, como os motores
elétricos e os reatores das lâmpadas
fluorescentes. Líquido
Num copo de cerveja temos uma parte adequadas, substancial despesa extra, além
ocupada só pelo líquido e outra ocupada só de sobrecarga nos transformadores, nos
pela espuma. Se quisermos aumentar a alimentadores, bem como menor rendimento
quantidade de líquido teremos que diminuir a e maior desgaste nas máquinas e
espuma. Assim, de maneira semelhante ao equipamentos em geral.
copo de cerveja, a potência elétrica
solicitada, por exemplo, por um motor elétrico
EXEMPLO 2.2 Calcule as potências reativa e aparente
comum, é composta de potência ativa (que para um sistema elétrico com fatores de potência iguais
corresponde ao líquido) e potência reativa a 70% (indutivo) e 95% (indutivo).
(que corresponde à espuma). Como já
vimos, a soma vetorial das potências ativa e Solução:
reativa é a potência aparente, que
corresponde ao volume do copo (líquido mais Na figura 2.3, os triângulos demonstram como o
espuma). consumo da potência reativa diminui com a melhoria do
fator de potência. Com uma carga de 100 kW com o
Assim como o volume do copo é fator de potência de 70% (indutivo), precisamos de 142
limitado, também a capacidade de fornecer kVA:
potência aparente (por intermédio dos
transformadores) é limitada de tal forma que, P P 100kW
FP = ⇒S= = = 142kVA
se quisermos aumentar a potência ativa em S FP 0,7
um circuito de uma instalação elétrica, temos
Com um fator de potência de 95% (indutivo), apenas
que reduzir a potência reativa. 105 kVA são absorvidos:
É mais fácil agora compreender por que
se diz que "um baixo fator de potência é FP =
P
⇒S=
P
=
100kW
= 105kVA
prejudicial à instalação elétrica". De fato, S FP 0,95
quanto menor o fator de potência, menor a Um outro modo de ver o problema é que, com um fator
eficiência com a qual a instalação elétrica de potência de 70%, precisamos de 35% a mais de
estará funcionando. A conseqüência imediata corrente para fazer o mesmo trabalho, pois, como a
é o pagamento de uma alta conta de energia corrente é proporcional a potência aparente consumida
pela carga (veja as expressões 1.44, 1.45 e 1.46),
elétrica, pois se necessita de muita energia temos que 142kVA/105kVA é igual a 1,35, ou seja,
para obter pouco trabalho. 35% a mais.
Observe o exemplo 2.1: com um fator Por exemplo, supondo o sistema elétrico trifásico com
de potência igual a 0,8, o sistema elétrico tensão 480 V (tensão fase-fase), temos, da expressão
(1.46):
está aproveitando apenas 80% da energia
fornecida pela concessionária de energia.
Isto quer dizer que apenas 80% da corrente a) fator de potência 70%:
que entra está produzindo trabalho útil.
S 142kVA
De fato, um baixo fator de potência I= = = 171A
numa instalação significa, como será 3 ×U 3 × 0,48kV
analisado adiante, sobrecarga em todo o
sistema de alimentação, desde a rede da
b) fator de potência 95%:
concessionária até a parte interna da
instalação, incluindo os equipamentos em S 105kVA
uso. Tanto assim que, uma vez constatado I= = = 126 A
um fator de potência de valor inferior a um 3 ×U 3 × 0,48kV
valor mínimo prefixado, as concessionárias
se vêem na contingência de, de acordo com o que equivale, conforme mencionado, a uma
a legislação em vigor, cobrar uma sobretaxa relação de 35% de diferença entre os dois valores
ou multa (ver capítulo 6). Isto representa, de corrente calculados.
para quem não está com suas instalações
S2 = P2 +Q2 ⇒ Q2 = S2 − P2
142kVA Q = (S − P )
2 2
100kVA r
ϕ = 45º Q = (142 − 100 ) =
2 2
10 . 164 = 100 kVAr
100kW ⎛Q ⎞ ⎛ 100 kVAr ⎞
ϕ = arctan ⎜ ⎟ = arctan ⎜ ⎟ = arctan (1 ) = 45 º
⎝P⎠ ⎝ 100 kW ⎠
S2 = P2 + Q2 ⇒ Q2 = S2 − P2
105kVA
Q = (S − P )
2 2
O gráfico da figura 2.4 mostra os efeitos Tabela 2.1 Variação da corrente conforme o gráfico da
de vários valores de fator de potência sobre figura 2.4.
um sistema elétrico trifásico com uma
demanda de 100 kW em 480 V. Fp 100% 90% 80% 70% 60%
Para o gráfico apresentado, temos as I [A] 120 133,7 150,5 170 201
variações no consumo de corrente devido à
variação do fator de potência apresentados
na tabela 2.1.
200
167
142
150 125 133
111
100 100 100 100 100 100 100
100 75
48
50
0
0
100% 90% 80% 70% 60%
Fator de Potência
kW kVAr kVA
EXEMPLO 2.3 Calcule a corrente demandada de uma EXEMPLO 2.4 Para uma indústria que possui a carga
rede trifásica de 220 V para uma carga de 200 kW com instalada abaixo indicada, calcule as potências
fator de potência igual a 0,7 (indutivo). Calcule também aparente, ativa, reativa e o fator de potência da
qual seria o valor da corrente se o fator de potência instalação.
fosse igual a 0,92.
Solução:
Quadro 1
Iluminação incandescente
Triângulo de potência:
Quadro 2
ϕ1 = ar cos(0,70) = 45,57º
Alimentação elétrica
Iluminação fluorescente
ϕ 2 = ar cos(0,92) = 23,07º
Quadro 3
P = 150 kW
a) Iluminação incandescente: 25 kW;
P = 73,6kW
P 150kW
S= = = 167 kVA
cos ϕ 0,90 ϕ = −25,84°
ϕ = ar cos(0,90) = 25,84º Q = - 35,6kVAr
Q = P × tgϕ = 1507 kW × tg (25,84º ) = 72,6kVAr S = 81,7kVA
Diagrama vetorial:
Figura 2.8 Diagrama vetorial do exemplo 2.4, para
cosϕ = 0,9 (capacitivo).
S = 167 kVA
Q = 72,6 kVAr
ϕ = 25,84°
Somando os vetores das cargas, temos:
P = 150 kW
Figura 2.6 Diagrama vetorial do exemplo 2.4, para Potência ativa total (PT):
cosϕ = 0,9 (indutivo). = 25 + 150 + 221 + 73,6 = 469,6 kW
c) Motores de indução diversos: P = 221 kW; cosϕ = Potência reativa total (QT):
0,85 (indutivo)
= 0 + 72,6 + 137 - 35,6 = 174 kVAr
P 221kW
S= = = 260kVA QT 174
cos ϕ 0,85 tgϕT = = = 0,37
PT 469,6
ϕ = ar cos(0,85) = 31,79º
ϕT = artg (0,37) = 20,33º
Q = P × tgϕ = 221kW × tg (31,79º ) = 137 kVAr
PT 469,6kW
ST = = = 500,8kVA
Diagrama vetorial: cos ϕT cos(20,33º )
cos ϕT = cos(21,21º ) = 0,938
P 73,6kW
S= = = 86,59kVA
ST = 500,8 kVA cos ϕ 0,85
QT = 174 kVAr ϕ = ar cos(0,85) = 31,79º
ϕΤ = 20,33°
Q = P × tgϕ = 73,6 × tg (31,79º ) = 45,62kVAr
PT = 469,6 kW
As potências totais instaladas seriam:
Figura 2.9 Diagrama vetorial do exemplo 2.4, para Potência ativa total (PT)
cosϕT = 0,938.
= 25 + 150 + 221 + 73,6 = 469,6 kW
Figura 2.10 Diagrama vetorial do exemplo 2.4, para 534,5 kVA – 500,8 kVA = 33,7 kVA
cosϕT = 0,881.
Com o emprego dos motores síncronos em
substituição aos motores de indução, houve, por assim
A presença dos dois motores síncronos dizer, uma “liberação” de 33,7 kVA em benefício da
superexcitados, em paralelo com a carga, fez com que rede. É exatamente esta liberação de potência que se
o fator de potência passasse de 0,881 para 0,938. Se, busca no sistema elétrico. Este exemplo mostra uma
ao invés de termos motores síncronos acionando os importante característica dos motores síncronos
compressores, tivéssemos motores de indução, com superexcitados: eles geram potência reativa para rede
cosϕ = 0,85, as potências consumidas pelos dois ao invés de consumir (como fazem os motores de
motores seriam: indução). É uma característica similar aos capacitores,
que, como veremos no capítulo seguinte, são utilizados
para melhoria do fator de potência da instalação.
EXEMPLO 2.5 Suponha uma concessionária Veremos no capítulo seguinte esta utilização de
entregando energia a duas fábricas diferentes. Ambas capacitores para correção do fator de potência da
as companhias estão localizadas à mesma distância do instalação.
centro de distribuição e recebem potência na mesma
tensão (4.700 V - 3φ) e requerem a mesma potência
ativa (1,5 MW). Porém, a fábrica A usa uma grande 2.3 Causas de um baixo fator de
quantidade de cargas reativas (motores) e opera com potência
um fator de potência de 60%. A fábrica B usa
geralmente cargas resistivas (aquecedores) e opera
com um fator de potência de 96%. Compare as duas O baixo fator de potência pode provir
fábricas (corrente, potências, etc). de diversas causas. A solução para melhoria
do fator de potência de uma instalação
Solução:
elétrica passa necessariamente pelo
Fábrica A profundo conhecimento e análise destas
causas, a fim de que o projetista possa
P P 1,5MW
Fp = ⇒S= = = 2,5MVA propor uma ação corretiva mais eficaz. Entre
S FP 0,6
as principais causas, podemos citar:
Para suprir esta carga, os condutores devem
transportar a seguinte corrente:
Motores de indução operando em vazio
ou superdimensionados (operando com
S 2500 kVA pequenas cargas);
I= = = 307,5 A
3 ×U 3 × 4,7 kV
Transformadores operando em vazio ou
com pequenas cargas;
A fábrica B consome a mesma potência ativa
que a fábrica A e, portanto, paga pela mesma Lâmpadas de descarga;
quantidade de energia. A fábrica B, contudo, requer a Grande quantidade de motores de
seguinte potência aparente:
pequena potência em operação durante
Fp =
P
⇒S=
P 1,5MW
= = 1,56 MVA um longo período;
S FP 0,96
Tensão acima da nominal;
Cargas especiais com elevado consumo
Isto é, quase 1 MVA a menos que o requerido
pela fábrica A. A corrente drenada pela fábrica B é de:
de reativo.
40
37
35
kW - kVAr - fator de potência
32,5
30
27,8
25
24
22,5
20 20 20
18,7
17 16,5
15 15
13,8 13,8
11,8 12 12,5
11 11,2 11
10
7,7
5 5,2
3,8
0,38 0,52 0,62 0,71 0,77 0,81 0,84 0,86 0,86 0,85
0 0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Carga Nominal [%]
kVAr kW FP
Segundo as curvas da figura 2.12, pode-se (100% da carga nominal acoplada ao motor),
observar que, conforme já salientado, a para 0,77, enquanto a potência reativa,
potência reativa absorvida por um motor de originalmente igual a 22,5 kVAr, reduz-se
indução aumenta muito levemente, desde a para 13,8 kVAr. Para uma redução de 70%
sua operação a vazio, até a sua operação a da nominal, o fator de potência cairia para
plena carga. Entretanto, a potência ativa 0,84 e a potência reativa atingiria apenas o
absorvida da rede cresce proporcionalmente valor de 16,5 kVAr.
com o aumento das frações de carga
acoplada ao eixo do motor.
2.3.2 Transformadores operando em
Como resultado das potências ativa e vazio ou com pequenas cargas
reativa na operação dos motores de indução,
desde o trabalho a vazio até a plena carga, o Analogamente aos motores de indução,
fator de potência varia também os transformadores, quando operando
proporcionalmente a esta variação, tornando- superdimensionados para a carga que
se importante, desta maneira, o controle devem alimentar, consomem uma certa
operativo dos motores por parte do quantidade de energia reativa relativamente
responsável pela instalação. grande (necessária para a magnetização do
Para exemplificar, reduzindo-se a carga transformador), se comparada à energia
solidária ao eixo de um motor de indução de ativa, dando origem a um fator de potência
50 cv (igual a 37 kW) a 50% de sua carga baixo.
nominal, o fator de potência cai de 0,85,
obtido durante o regime de operação nominal
1,00 1,00 •
Tabela 2.3 Variação da potência do transformador em
função do Fp para uma carga de 100 kW.
0,90 1,23 •
Potência aparente Potência do trafo
Fp [kVA] [kVA] 0,80 1,56 •
1,0 100 100
0,9 111 125 0,70 2,04 •
0,8 125 125
0,7
0,6
142
167
150
185
0,60 2,78 •
•
Carga: 1000kW com cosϕ = 0,9
b) Corrente:
0,30 11,10
Da expressão (1.34), temos:
P 1000kW
I= = = 161 A
U 0 × cosϕ 6,9kV × 0,9
Fonte: Divulgação WEG - Manual para correção do fator de
potência.
ΔP ≅ R × I 2 = 1,5 × 1612 = 39 kW
6,9 kV ~ I 1000 kW ΔU ≅ Z × I = (R 2
)
+ X2 ×I
cosϕ = 0,9
ΔU = 1,52 + 0,52 × 161A
ΔU = 2,5 × 161A = 255V
Figura 2.13 Sistema A.
Capítulo
Correção do
Fator de Potência III
Sumário do capítulo
3.1 MÉTODOS PARA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA
3.1.1 Alterações na rotina operacional
3.1.2 Aumento do consumo de energia ativa
3.1.3 Instalação de motores síncronos superexcitados
3.1.4 Instalação de capacitores
3.2 VANTAGENS DA CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA
3.2.1 Liberação da capacidade do sistema
3.2.2 Melhoria da tensão
3.2.3 Redução das perdas
ponto de vista da relação custo/benefício, pelo fato da instalação estar no limite de sua
sendo considerado satisfatório um fator de capacidade ou a rede sobrecarregada.
potência igual a 0,95 para a instalação.
Ao ser adotado o critério de aumento
do consumo de energia ativa para melhoria
3.1.1 Alterações na rotina operacional do do fator de potência, deve-se levar em
sistema elétrico consideração que tal escolha não deve
prejudicar a necessidade de conservação de
As modificações na rotina operacional energia elétrica. Desta forma, apenas como
devem ser dirigidas objetivando exemplo, não é conveniente substituir uma
principalmente a utilização correta de unidade hidráulica de um sistema por uma
motores, no sentido de manter os motores elétrica (cujo fator de potência é
em operação a plena carga, evitando o seu praticamente igual a 1) apenas para
funcionamento a vazio ou aumentar o fator de potência. Entretanto, se
superdimensionados (item 2.3.1). a indústria possuir duas unidades, uma
Analogamente, deve-se evitar também a hidráulica e outra elétrica, funcionando
utilização de transformadores operando em alternadamente, pode-se pensar em ampliar
vazio ou com pequenas cargas (item 2.3.2). os períodos de operação da unidade elétrica,
o que conduzirá a um aumento do fator de
potência médio da instalação.
3.1.2 Aumento do consumo de energia O aumento do acréscimo de carga
ativa pode ser determinado da forma apresentada
na figura 3.1:
Embora nem sempre conveniente para
a instalação, o aumento da demanda ativa
média da instalação, ou seja, do consumo de
energia ativa visando aumentar o fator de
potência, pode ser conseguido pela adição
de novas cargas com alto fator de potência
ou pelo aumento do período de operação de Q Q
cargas cujos fatores de potência sejam ϕ1 ϕ2
elevados.
P ΔP
Essa metodologia deve ser utilizada
com muito critério e é recomendada
principalmente para instalações que tenham Figura 3.1 Melhoria do Fp através do aumento do
consumo de energia ativa.
jornada de trabalho fora do período de ponta
de carga (aproximadamente das 18:00 às
20:00 horas), visando evitar a sobrecarga do
Verifica-se que, das relações
sistema elétrico.
trigonométricas do triângulo de potências:
É importante observar que a carga ativa
que irá aumentar o consumo de energia
ativa, além de atender às necessidades de Q
produção da indústria, deverá ser tgϕ 1 = ↔ Q = P × tgϕ 1 (3.1)
P
cuidadosamente escolhida para não
aumentar a demanda máxima, o que Q Q
acarretaria uma alteração no contrato de tgϕ 2 = ↔ ΔP = −P (3.2)
demanda da indústria e um conseqüente P + ΔP tgϕ 2
aumento na conta de energia elétrica. Por
outro lado, muitas vezes este aumento do
consumo de energia ativa não é possível,
⎛ tgϕ 1 ⎞
ΔP = P × ⎜⎜ − 1⎟⎟ (3.3) Observação: a definição detalhada do termo
⎝ tgϕ 2 ⎠ “consumo” será apresentada no capítulo 6.
Tabela 3.1 Valores do coeficiente de acréscimo do consumo ativo K = [(tgϕ1 / tgϕ2) – 1] para compensação do Fp.
Fp tual Fp corrigido (cosϕ2)
(cosϕ1) 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99
0,65 1,744 1,958 2,221 2,557 3,008 3,665 4,758 7,205
0,66 1,672 1,880 2,136 2,463 2,903 3,542 4,606 6,988
0,67 1,601 1,803 2,053 2,371 2,799 3,421 4,457 6,776
0,68 1,531 1,728 1,971 2,281 2,697 3,302 4,310 6,567
0,69 1,462 1,654 1,890 2,192 2,597 3,186 4,166 6,362
0,70 1,395 1,581 1,811 2,104 2,498 3,071 4,024 6,160
0,71 1,328 1,510 1,733 2,018 2,401 2,957 3,884 5,961
0,72 1,263 1,439 1,656 1,932 2,305 2,846 3,747 5,764
0,73 1,198 1,369 1,579 1,848 2,210 2,736 3,611 5,570
0,74 1,134 1,300 1,504 1,765 2,116 2,627 3,476 5,379
0,75 1,070 1,231 1,430 1,683 2,024 2,519 3,343 5,189
0,76 1,007 1,164 1,356 1,602 1,932 2,412 3,211 5,001
0,77 0,945 1,097 1,283 1,521 1,841 2,306 3,081 4,815
0,78 0,883 1,030 1,210 1,441 1,751 2,201 2,951 4,630
0,79 0,822 0,964 1,138 1,361 1,661 2,097 2,822 4,447
0,80 0,761 0,898 1,066 1,282 1,571 1,993 2,694 4,263
0,81 0,700 0,832 0,995 1,203 1,482 1,889 2,565 4,081
0,82 0,639 0,766 0,923 1,124 1,393 1,785 2,437 3,899
0,83 0,577 0,700 0,851 1,045 1,304 1,681 2,309 3,716
0,84 0,516 0,634 0,780 0,965 1,215 1,577 2,181 3,533
0,85 0,455 0,568 0,708 0,886 1,125 1,473 2,052 3,349
0,86 0,393 0,501 0,635 0,805 1,034 1,368 1,922 3,164
0,87 0,330 0,434 0,561 0,724 0,943 1,261 1,791 2,977
0,88 0,267 0,366 0,487 0,642 0,851 1,154 1,658 2,788
0,89 0,203 0,296 0,412 0,559 0,757 1,044 1,523 2,595
0,90 0,137 0,225 0,334 0,474 0,661 0,932 1,385 2,399
0,91 0,070 0,153 0,255 0,386 0,562 0,818 1,244 2,197
0,92 0,000 0,078 0,174 0,296 0,461 0,700 1,098 1,990
0,93 0,000 0,089 0,202 0,355 0,577 0,946 1,774
0,94 0,000 0,104 0,244 0,448 0,787 1,547
0,95 0,000 0,127 0,311 0,619 1,307
0,96 0,000 0,164 0,436 1,047
0,97 0,000 0,234 0,759
0,98 0,000 0,425
0,99 0,000
EXEMPLO 3.1 Uma indústria tem um consumo ativo relação à tensão aplicada, fazendo com que
diário de 25.000 kWh. Verificou-se que o fator de o motor funcione com fator de potência
potência é igual a 0,81 (indutivo). Qual deverá ser o
acréscimo de consumo ativo (kWh) que, instalado,
capacitivo (condição de super ou
venha a compensar o fator de potência para de 0,92? sobreexcitação), fornecendo potência reativa
à rede (característica de um sistema
Solução: predominantemente capacitivo).
Temos que: P = 25.000 kWh O motor, nestas condições de
funcionamento, por razões óbvias, é
cosϕ1= 0,81
chamado de "capacitor síncrono", visto que,
cosϕ2= 0,92 além de suprir suas próprias necessidades
de reativos, também os fornecem ao sistema.
De (3.4) e da tabela 3.1: Os motores síncronos superexcitados
ΔP = P × K = 25.000 × 0,6995 = 6.995kWh podem ser instalados exclusivamente para a
correção do fator de potência ou podem ser
acoplados a alguma carga da própria
produção, em substituição, por exemplo, a
um motor de indução.
3.1.3 Instalação de motores síncronos
superexcitados Entretanto, a instalação de motores
síncronos requer investimento elevado é
Os motores síncronos, sob somente recomendada quando são
determinadas condições de operação, acionadas cargas mecânicas de grande
podem funcionar como “geradores” de porte, com potências superiores a 200 cv
potência reativa, contribuíndo para o (caso, por exemplo, de grandes
aumento do fator de potência. compressores) e funcionando por períodos
longos (superiores à 8 horas/dia). Nesses
Os motores síncronos, quando casos, o motor síncrono exercerá a dupla
subexcitados, correspondem a uma condição função de acionar a carga e aumentar o fator
de baixa corrente de excitação, na qual o de potência da instalação.
valor da força eletromotriz induzida nos pólos
do estator (circuito estatórico) é pequena, o É importante salientar que os motores
que acarreta a absorção de potência reativa síncronos, quando utilizados para corrigir o
necessária à formação de seu campo fator de potência, em geral funcionam com
magnético. Assim, a corrente estatórica carga constante.
mantém-se atrasada em relação à tensão EXEMPLO 3.2 Calcule o fator de potência final quando
(característica de um sistema um motor síncrono superexcitado (100 cv; cosϕ = 0,8
predominantemente indutivo). cap.; η = 0,92) é instalado junto a uma carga de 100
kW, com Fp = 0,62 (indutivo).
Partindo da condição anterior e
aumentando-se a corrente de excitação, Solução:
obtém-se uma elevação da força eletromotriz
O motor síncrono apresenta as seguintes
no campo estatórico, cuja corrente ficará em caracteríticas:
fase com a tensão de alimentação. Desta
forma, o fator de potência assume o valor 100cv × 736
P1 = = 80kW
unitário e o motor não necessita de potência 0,92 × 1000
reativa para a formação de seu campo De (1.40) e (1.41):
magnético (característica de um sistema
resistivo). S1 =
P
=
80
= 100kVA
cos ϕ1 0,8
Qualquer elevação de corrente de
excitação a partir de então proporciona o Q1 = S 12 − P12 = 1002 − 802 = −60kVAr (capacitivo)
adiantamento da corrente estatórica em
A figura 3.2 mostra o comportamento desse motor, empregada na correção do fator de potência
quando instalado junto a uma carga de 100 kW, com de instalações industriais, comerciais e dos
FP igual a 0,62 (indutivo):
sistemas de distribuição e de potência, a fim
de se reduzir a potência reativa demandada
C F à rede e que os geradores da concessionária
motor 60 kVAr deveriam fornecer na ausência destes
160 kVA 100 kVA
E capacitores, uma vez que, como já visto,
191 kVA
estes fornecem energia reativa ao sistema
65 kVAr
ϕ2
elétrico onde estão ligados. É o método mais
ϕ1
A 100 kW B 80 kW D econômico e o que permite maior
flexibilidade de aplicação. Entretanto, quando
se optar por este método, alguns cuidados
Figura 3.2 Melhoria do Fp através do aumento do especiais devem ser tomados para a
consumo de energia ativa. instalação desses equipamentos,
principalmente com referência à tensão de
operação, uma vez que o capacitor tende a
Triângulo ABC – situação original (carga de 100 kW) elevar o seu nível e uma elevação de tensão
Triângulo ADE – situação final (carga + motor) poderá provocar danos aos equipamentos
ligados à rede elétrica e ao próprio capacitor.
Triângulo CFE – carga do motor síncrono
A determinação da potência do
capacitor por qualquer dos métodos que
A carga, antes de ligar o motor síncrono, era:
serão apresentados não deve implicar um
P2 = 100 kW fator de potência inferior a 0,92 indutivo ou
P 100
capacitivo, em qualquer ponto do ciclo de
S2 = = = 160 kVA carga da instalação, conforme determinação
cos ϕ 2 0,62
da Portaria 456 da Aneel (ver apêndice A).
Q2 = S 2 2 − P2 2 = 1602 − 1002 = 125kVAr (indutivo)
Teoricamente, os capacitores poderiam ser
utilizados para suprir 100% das
necessidades de potência reativa. Na prática
A carga, após a ligação do motor síncrono, ficará: porém, a correção do fator de potência para
0,95 traz o máximo retorno.
PT = P1 + P2 = 100 + 80 = 180 kW
Os capacitores utilizados para a
QT = Q1 + Q2 = 125 − 60 = 65 kVAr compensação reativa, os chamados
"capacitores de potência" (ver tabela 3.2),
ST = PT 2 + QT 2 = 1802 + 652 = 191 kVA
são caracterizados por sua potência nominal,
sendo fabricados em unidades monofásicas
O fator de potência final será: e trifásicas, para alta e baixa tensão, com
valores padronizados de potência, tensão e
PT 180 freqüência, ligados internamente em delta e
Fp = = = 0,94
ST 191 com potências até 50 kVAr. Os capacitores
de alta tensão são monofásicos com
potências não superiores a 100 kVAr e, em
3.1.4 Instalação de capacitores suas aplicações, ligados externamente em
estrela. Maiores detalhes técnicos serão
Praticamente nenhuma das soluções apresentados no capítulo 5.
descritas em 3.1.1, 3.1.2 e 3.1.3 são
adotadas, devido ao seu alto custo e
dificuldades operacionais.
A instalação de capacitores em
paralelo com a carga é a solução mais
Figura 3.6Histograma para carga com consumo de Figura 3.8 Carga a vazio com capacitor instalado.
potência ativa (P) de 100 kW e Fp = 0,8.
Método analítico;
Quando a carga C não é solicitada a Método tabular;
realizar nenhum trabalho (como, por
exemplo, um motor de indução sem carga Método dos consumos médios mensais.
acoplada ao eixo), ela deixa de consumir
energia ativa P. Se, no entanto, o banco de
capacitores não for desligado, este passará a
fornecer energia reativa ao sistema de
suprimento, conforme mostrado na figura 3.8.
P
R
S
L
Q
Figura 3.9 Representação do fluxo de potência ativa e reativa em um sistema elétrico (antes da correção do fator de
potência através da instalação de capacitores).
P
R
S
Q L
QC
Capacitor de correção
Figura 3.10 Representação da correção de fator de potência em um sistema elétrico utilizando capacitores.
QC
S1 S1
Q1 Q1
S2 S2
ϕ1 Q2 ϕ1 Q2
ϕ2 ϕ2
P P P
a b c
Figura 3.11 Diagrama vetorial mostrando o benefício da correção do fator de potência (método analítico).
A figura 3.11c representa a EXEMPLO 3.3 Uma indústria tem instalada uma carga
superposição dos diagramas 3.11a e 3.11b, de 1.300 kW. Verificou-se que o fator de potência é
igual a 0,81 (indutivo). Qual deverá ser a potência
onde Qc é a quantidade de potência reativa reativa (kVAr) do capacitor que, instalado, venha a
necessária para reduzir Q1 para Q2. reduzir a potência reativa, de modo que o fator de
Podemos escrever, de (1.43): potência atenda ao valor de 0,92?
QC = Potência do capacitor a ser instalado, EXEMPLO 3.4 Uma indústria apresenta um consumo
em volt-ampère reativo [kVAr]; mensal de 10.000 kWh, sendo de 200 h o período
(mensal) de funcionamento e o fator de potência
Q1 = potência reativa da rede antes da original de 0,70. Determinar a potência reativa (kVAr)
instalação de capacitores, em volt-ampère do capacitor que, instalado, venha a reduzir a potência
reativo [kVAr]; reativa, de modo que o fator de potência atenda ao
valor de 0,92.
Q2 = potência reativa da rede depois da
instalação de capacitores, em volt-ampère Solução:
reativo [kVAr];
P = potência ativa, em watt [W]; demanda =
10.000kWh
= 50kW
200h
ϕ1 = ângulo do fator de potência original;
cosϕ1 = 0,70 ⇒ ϕ1 = arcos (0,70) = 45,57º
ϕ2 = ângulo do fator de potência pretendido.
cosϕ2 = 0,92 ⇒ ϕ2 = arcos (0,92) = 23,07º
Tabela 3.3 Valores do multiplicador Δtg = (tgϕ1 - tgϕ2) para obtenção da potência reativa com um Fp desejado.
Fp tual Fp corrigido (cosϕ2)
(cosϕ1) 0,80 0,81 0,82 0,83 0,84 0,85 0,86 0,87 0,88 0,89 0,90 0,91 0,92 0,93 0,94 0,95 0,96 0,97 0,98 0,99 1,00
0,50 0,98 1,01 1,03 1,06 1,09 1,11 1,14 1,17 1,19 1,22 1,25 1,28 1,31 1,34 1,37 1,40 1,44 1,48 1,53 1,59 0,73
0,51 0,94 0,96 0,99 1,02 1,04 1,07 1,09 1,12 1,15 1,17 1,20 1,23 1,26 1,29 1,32 1,36 1,40 1,44 1,48 1,54 1,69
0,52 0,89 0,92 0,95 0,97 1,00 1,02 10,5 1,08 1,10 1,13 1,16 1,19 1,22 1,25 1,28 1,31 1,35 1,39 1,44 1,50 1,64
0,53 0,85 0,88 0,90 0,93 0,95 0,98 1,01 1,03 1,06 1,09 1,12 1,14 1,17 1,21 1,24 1,27 1,31 1,35 1,40 1,46 1,60
0,54 0,81 0,84 0,86 0,89 0,91 0,94 0,97 0,99 1,02 1,05 1,08 1,10 1,13 1,16 1,20 1,23 1,27 1,31 1,36 1,42 1,56
0,55 0,77 0,80 0,82 0,85 0,87 0,90 0,93 0,95 0,98 1,01 1,04 1,06 1,09 1,12 1,16 1,19 1,23 1,27 1,32 1,38 1,52
0,56 0,73 0,76 0,78 0,81 0,83 0,86 0,89 0,91 0,94 0,97 1,00 1,02 1,05 1,09 1,12 1,15 1,19 1,23 1,28 1,34 1,48
0,57 0,69 0,72 0,74 0,77 0,80 0,82 0,85 0,88 0,90 0,93 0,96 0,99 1,02 1,05 1,08 1,11 1,15 1,19 1,24 1,30 1,44
0,58 0,66 0,68 0,71 0,73 0,76 0,79 0,81 0,84 0,87 0,89 0,92 0,95 0,98 1,01 1,04 1,08 1,11 1,15 1,20 1,26 1,41
0,59 0,62 0,65 0,67 0,70 0,72 0,75 0,78 0,80 0,83 0,86 0,89 0,91 0,94 0,97 1,01 1,04 1,08 1,12 1,17 1,23 1,37
0,60 0,58 0,61 0,64 0,66 0,69 0,71 0,74 0,77 0,79 0,82 0,85 0,88 0,91 0,94 0,97 1,00 1,04 1,08 1,13 1,19 1,33
0,61 0,55 0,58 0,60 0,63 0,65 0,68 0,71 0,73 0,76 0,79 0,82 0,84 0,87 0,90 0,94 0,97 1,01 1,05 1,10 1,16 1,30
0,62 0,52 0,54 0,57 0,59 0,62 0,65 0,67 0,70 0,73 0,75 0,78 0,81 0,84 0,87 0,90 0,94 0,97 1,02 1,06 1,12 1,27
0,63 0,48 0,51 0,54 0,56 0,59 0,61 0,64 0,67 0,69 0,71 0,75 0,78 0,81 0,84 0,87 0,90 0,94 0,98 1,03 1,09 1,23
0,64 0,45 0,47 0,50 0,53 0,56 0,58 0,61 0,63 0,66 0,69 0,72 0,75 0,78 0,81 0,84 0,87 0,91 0,95 1,00 1,07 1,20
0,65 0,42 0,45 0,47 0,50 0,52 0,55 0,58 0,60 0,63 0,66 0,69 0,71 0,74 0,77 0,81 0,84 0,88 0,92 0,97 1,03 1,17
0,66 0,39 0,41 0,44 0,47 0,49 0,52 0,55 0,57 0,60 0,63 0,65 0,68 0,71 0,74 0,78 0,81 0,85 0,89 0,94 1,00 1,14
0,67 0,36 0,38 0,41 0,44 0,46 0,49 0,52 0,54 0,57 0,60 0,62 0,65 0,68 0,71 0,75 0,78 0,82 0,86 0,91 0,97 1,11
0,68 0,33 0,35 0,38 0,41 0,43 0,46 0,49 0,51 0,54 0,57 0,59 0,62 0,65 0,68 0,72 0,75 0,79 0,83 0,88 0,94 1,05
0,69 0,30 0,33 0,35 0,38 0,40 0,43 0,46 0,48 0,51 0,54 0,57 0,59 0,62 0,65 0,69 0,72 0,76 0,80 0,85 0,91 1,05
0,70 0,27 0,30 0,32 0,35 0,37 0,40 0,43 0,45 0,48 0,51 0,54 0,56 0,59 0,63 0,66 0,69 0,73 0,77 0,82 0,88 1,02
0,71 0,24 0,27 0,29 0,32 0,35 0,37 0,40 0,43 0,45 0,48 0,51 0,54 0,57 0,60 0,63 0,66 0,70 0,74 0,79 0,85 0,99
0,72 0,21 0,24 0,27 0,29 0,32 0,34 0,37 0,40 0,42 0,45 0,48 0,51 0,54 0,57 0,60 0,64 0,67 0,71 0,76 0,82 0,96
0,73 0,19 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,34 0,37 0,40 0,42 0,45 0,48 0,51 0,54 0,57 0,61 0,64 0,69 0,73 0,79 0,94
0,74 0,16 0,19 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,34 0,37 0,40 0,43 0,45 0,48 0,51 0,55 0,58 0,62 0,66 0,71 0,77 0,91
0,75 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,34 0,37 0,40 0,43 0,46 0,49 0,52 0,55 0,59 0,63 0,68 0,74 0,88
0,76 0,11 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,34 0,37 0,40 0,43 0,46 0,49 0,53 0,56 0,60 0,65 0,71 0,86
0,77 0,08 0,11 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,35 0,37 0,40 0,43 0,47 0,50 0,54 0,58 0,63 0,69 0,83
0,78 0,05 0,08 0,10 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,35 0,38 0,41 0,44 0,47 0,51 0,55 0,60 0,66 0,80
0,79 0,03 0,05 0,08 0,10 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,26 0,29 0,32 0,35 0,38 0,41 0,45 0,48 0,53 0,57 0,63 0,78
0,80 0,00 0,03 0,05 0,08 0,10 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,27 0,29 0,32 0,36 0,39 0,42 0,46 0,50 0,55 0,61 0,75
0,81 0,00 0,03 0,05 0,08 0,10 0,13 0,16 0,18 0,21 0,24 0,27 0,30 0,33 0,36 0,40 0,43 0,47 0,52 0,58 0,72
0,82 0,00 0,03 0,05 0,08 0,11 0,13 0,16 0,19 0,21 0,24 0,27 0,30 0,34 0,37 0,41 0,45 0,50 0,56 0,70
0,83 0,00 0,03 0,05 0,08 0,11 0,13 0,16 0,19 0,22 0,25 0,28 0,31 0,34 0,38 0,42 0,47 0,53 0,67
0,84 0,00 0,03 0,05 0,08 0,11 0,13 0,16 0,19 0,22 0,25 0,28 0,32 0,35 0,40 0,44 0,50 0,65
0,85 0,00 0,03 0,05 0,08 0,11 0,14 0,16 0,19 0,23 0,26 0,29 0,33 0,37 0,42 0,48 0,62
0,86 0,00 0,03 0,05 0,08 0,11 0,14 0,17 0,20 0,23 0,26 0,30 0,34 0,39 0,45 0,59
0,87 0,00 0,03 0,06 0,08 0,11 0,14 0,17 0,20 0,24 0,28 0,32 0,36 0,42 0,57
0,88 0,00 0,03 0,06 0,08 0,11 0,15 0,18 0,21 0,25 0,29 0,34 0,40 0,54
0,89 0,00 0,03 0,06 0,09 0,12 0,15 0,18 0,22 0,26 0,31 0,37 0,51
0,90 0,00 0,03 0,06 0,09 0,12 0,16 0,19 0,23 0,28 0,34 0,48
0,91 0,00 0,03 0,06 0,09 0,13 0,16 0,21 0,25 0,31 0,46
0,92 0,00 0,03 0,06 0,10 0,13 0,18 0,22 0,28 0,43
NC = 390 / 50 = 7,8 ≅ 8
⎡ (i 0 × Sn )⎤
2
Q0 = ⎢ − P02
⎣ 100 ⎥⎦
QC = 8 x 50 = 400 kVAr
(3.8)
Observa-se que o presente método chegou ao
mesmo resultado do método analítico, indicado no onde:
exemplo 3.3.
Q0 = potência reativa do transformador [kVAr]
necessária para corrigir seu fator de potência
Alguns tipos de equipamentos elétricos para 1;
merecem uma atenção especial no que diz
respeito ao projeto de correção individual do i0 = é a corrente em vazio (valor em p.u. e em
fator de potência, como é o caso de motores %, ou seja, a razão (I0 / INS) x 100);
e transformadores. Sn = potência nominal do transformador, em
[kVA];
Para correção do fator de potência de
motores, utiliza-se a expressão: I0 = corrente em vazio do transformador em
[A]. É um dado da placa do fabricante ou
P × Δtg × fc fornecido via relatório de ensaio;
Qc = (3.7)
η INS = corrente nominal no secundário do
transformador;
EXEMPLO 3.7 Seja uma indústria para a qual se Tabela 3.6 Horas de funcionamento em carga leve
deseja determinar a potência nominal dos capacitores (somente iluminação de vigia da indústria).
necessária para corrigir o fator de potência médio
mensal de 0,81 para 0,92. Dimensionar o banco de Dia da
Período Total (horas)
capacitores, de sorte a não se ter um fator de potência semana
capacitivo em carga leve, considerando que no período Segunda 17:00 – 7:00h 14
de 7:00 às 17:00h a demanda é praticamente Terça 17:00 – 7:00h 14
constante. Considere a demanda em carga leve igual a
7 kW e 4,7 kVAr. Com base nos dados de faturamento, Quarta 17:00 – 7:00h 14
referentes aos últimos 6 meses de atividade, elaborou- Quinta 17:00 – 7:00h 14
se a tabela abaixo:
Sexta 17:00 – 24:00h 7
Sábado 00:00 – 24:00h 24
Tabela 3.4 Dados de faturamento nos últimos 6 meses. Domingo 00:00 – 24:00h 24
Segunda 00:00 – 7:00h 7
Mês CPt [kWh] CQe [kVArh] cosϕ
Total da semana 118
Março 184.300 119.100 0,83
Total do mês 4,28 x 118 = 505
Abril 172.100 113.040 0,83
Maio 169.300 117.300 0,82
Considerando-se o mês de julho, por apresentar o mais
Junho 170.500 119.200 0,82 baixo fator de potência, têm-se, com o auxílio da tabela
Julho 167.200 117.600 0,81 de dados de faturamento (tabela 3.4), da tabela de
horas de funcionamento a plena carga (tabela 3.5) e do
Agosto 173.400 114.390 0,83 horário de funcionamento em carga leve (tabela 3.6),
os valores de consumo mensal. Considerou-se que a
Solução: curva de carga não variou praticamente ao longo do
ano.
O primeiro passo para determinar os valores de CQe = 117.600 kVArh
consumo médio mensal é conhecer o número de horas
CQeo = T0 x Q = 505h x 4,7 kVAr = 2.373 kVArh
de funcionamento da instalação nas condições de
plena carga (demanda máxima prevista) e leve CPt = 167.200 kWh
(demanda mínima prevista). O levantamento dessas
horas é apresentado nas tabelas 3.5 e 3.6, CPto =T0 x P = 505h x 7kW = 3.535 kWh
considerando-se uma semana de 7 dias e um mês de T0 = 214 h
30 dias (30 / 7 = 4,28 semanas).
Em carga leve, isto é, ligada somente a iluminação de Curva de demanda ativa [kW] e reativa [kVAr]
vigia, o fator de potência, com o banco capacitivo
50
conectado, será de:
30 kW
QC = P × (tgϕ 1 − tgϕ 2 )
20 kVAr
10
⎛ 4,7 ⎞
ϕ 1 = arctg ⎜ ⎟ = 33,87º
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
tgϕ 2 =
(P × tgϕ1) − QC = (7,0 × tg 33,87º ) − 215
P 7,0 Figura 3.12 Curva de demanda ativa e reativa.
tgϕ 2 = −30 → ϕ 2 = −88º
cosϕ 2 = cos(− 88º ) = 0,033(capacitivo)
Solução:
Tabela 3.7 Redução do fator de potência: vantagens para o consumidor e para a concessionária.
A determinação numérica da
P2 P1
capacidade liberada do sistema, como S2 = =
conseqüência da correção do fator de cos ϕ 2 cos ϕ 2
potência, é um processo árduo, já que as
cargas adicionais podem ter fatores diversos Sendo, na figura 3.13, as novas
e diferentes do fator de potência da carga condições representadas pelo triângulo OAC.
original. Para maior facilidade de cálculo e
com aproximação bastante razoável, A determinação da carga SL a ser
consideremos o fator de potência da carga a adicionada sem acréscimo da potência da
ser adicionada igual ao fator de potência da instalação S1 não conduzirá a um resultado
carga original. único, uma vez que a carga a ser
acrescentada poderá ter qualquer fator de
A figura 3.13 mostra o diagrama básico potência (obviamente, desde que o fator de
que se aplica a todas as expressões de SL, potência final do conjunto não fique abaixo
onde SL é a capacidade liberada em kVA ou do valor esperado). Nessas condições, para
em percentual da carga total, conforme o simplificar os cálculos, considere que a carga
caso, como conseqüência do aumento do SL a ser acrescentada tenha o mesmo fator
fator de potência de cosϕ1 para cosϕ2. de potência da carga original, cosϕ1.
Prosseguindo na análise, considerando Devemos observar que a potência
uma instalação com uma potência aparente aparente total deverá permanecer igual à
S1 e fator de potência cosϕ1, sua potência inicial, isto é, OB, e então o limite é
ativa será inicialmente P1: estabelecido pela circunferência BB', como
mostra a figura 3.13.
P1 = S1 × cos ϕ1 O novo fator de potência será (fator
final, com as cargas combinadas):
Na figura 3.13, o triângulo OAB
representa as condições iniciais de carga. P 1 + PL
cos ϕ 3 = (3.11)
Com a colocação de uma carga S1
capacitiva adicional, em paralelo, de potência
reativa QC, o fator de potência da instalação Deduz-se, da mesma figura, que a
é corrigido para cosϕ2, mantendo-se a potência aparente da carga adicional
mesma potência ativa P1, passando a (capacidade liberada do sistema), é dada
potência aparente S2 a valer: pela expressão 3.12:
QC E
S1
SL Q
L
S3=S1 ϕ1
C PL D
S2
ϕ3 ϕ1
0 ϕ2
P1 A F B'
1,4
kVA liberado para cada kW
1,0
1,2 Fator de potência
0,95
corrigido 1
1 0,95
0,9
0,8 0,9
0,8
0,6 0,8
0,7
0,4 0,7
0,6
0,6
0,2
0
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 0,95
Fator de potência original
Figura 3.14 Liberação de kVA do sistema elétrico com a melhoria do fator de potência.
S L = 500 × ⎢ − 1 + 1 − (0,70 ) × ⎜
2
⎟
EXEMPLO 3.9 Seja uma indústria alimentada por um ⎢⎣ 500 ⎝ 500 ⎠ ⎥⎦
transformador de 500 kVA, operando a plena carga,
sendo de 0,70 o fator de potência inicial. S L = 143 ,05 kVA
a) Vamos inicialmente determinar a potência reativa c) Admitindo que a carga adicional (capacidade
capacitiva necessária para aumentar para 0,95 o liberada) de 143,05 kVA tenha uma fator de
fator de potência: potência igual ao inicial, cosϕ1 = 0,70, sua potência
ativa será:
A potência ativa será, com o fator de potência original
cosϕ1 = 0,70: PL = SL x cosϕ1 = 143,05 kVA x 0,70
PL = 100,14 kW
P1 = S1 x cosϕ1 = 500 x 0,70 = 350 kW
E o novo fator de potência será, da expressão (3.11):
Da tabela 3.3, entrando com cosϕ1 = 0,70 e cosϕ2 =
0,95, obtemos: P1 + PL 350 + 100,14
cos ϕ 3 = = = 0,90
S1 500
Δtg = 0,69
Assim, o transformador de 500 kVA, que antes fornecia
Da expressão (3.6), obtemos:
uma potência ativa de 350 kW, passa a fornecer uma
potência igual a 350 + 100,14 = 450,14 kW, sendo 0,90
QC = P1 x Δtg = 350 x 0,69 = 241,6 kVAr o novo fator de potência global da instalação.
b) Cálculo da capacidade liberada: EXEMPLO 3.10 Uma indústria tem uma potência
aparente instalada de 1.500 kVA, com dois
Logo, pode-se perceber facilmente que a solução mais Q1 = 1.605 × sen(ar cos 0,87 ) = 791kVAr
econômica é adotar um banco de capacitores de 325
kVAr, ou seja: Q 2 = Q1 − QC = 791 − 325 = 466kVAr
QC = 6 x 50 kVAr + 1 x 25 kVAr = 325 kVAr S 2 = 1.397 2 + 466 2 = 1.472kVA
Desta forma, percebe-se que, após a inserção de um
banco de capacitores de 325 kVAr para correção do
Pode-se comprovar esse resultado através do triângulo
fator de potência, pode-se adicionar à instalação um
das potências (veja o método analítico apresentado em
motor de 150 cv, e o carregamento dos
3.1.4.1), conforme figura 3.15a e 3.15b, isto é:
transformadores ainda se reduz para 1.472 kVA.
P = 1.480kVA × 0,87 = 1.287 kW
P1 = 1.287 + (150 × 0,736 ) = 1.397 kW
P1
S1 = = 1.605kVA
cos ϕ 1
S1=1.605kVA QC = 325kVAr
S1 Q1 = 791kVAr
Q1=791kVAr
S2
ϕ1=29,54° ϕ1 ϕ2 Q2 = 466kVAr
P1=1.397kW P1
a b
Figura 3.15 Diagrama vetorial mostrando o benefício do acréscimo de capacitores no exemplo 3.10.
a) carga inicial
Qc = Q 1 − (Q 3 − PL × tgϕ 3)
S1 = 750 kVA Qc = 395− (275,7 − 60× 0,395)
Fp: cosϕ = 0,85 ⇒ ϕ = 31,79º Qc = 143kVAr
Q1 = 395 kVAr
3.2.1.1 Disponibilização de potência em
transformadores
b) acréscimo de carga
A tabela 3.8 fornece, através da
PL = 60 kW
aplicação sucessiva da expressão (2.1), a
Fp: cosϕL = 0,83 ⇒ ϕ = 33,90º potência ativa (em kW) que pode ser
SL = PL / cosϕL = 60 kW / 0,83 = 72,3 kVA fornecida por um transformador, funcionando
a plena carga (100% da potência do
QL = PL x tgϕL = 60 kW x tg (31,79º)
transformador), para diferentes valores do
QL = 40,2 kVAr fator de potência. Para transformadores que
não estejam funcionando a plena carga,
c) carga final, após o acréscimo
bastará multiplicar os números da tabela pelo
coeficiente correspondente ao nível de
P3 = P1 + PL = 637,5 kW + 60 kW = 697,5 kW utilização real de carga do transformador
(75%, 50%, etc).
Tabela 3.8 Potência ativa [kW] disponível em um transformador em função do fator de potência.
EXEMPLO 3.14 Complementando o exemplo 3.13, a X = reatância do circuito para o qual se quer
potência reativa suplementar calculada pela expressão liberar carga, em [Ω];
(3.14) não é nada mais do que a diferença entre a
carga capacitiva utilizada na compensação (QC), e a R = resistência do circuito para o qual se
potência reativa adicional (QL).
quer liberar carga, em [Ω];
No caso, devido às aproximações, obtemos:
QC = potência dos capacitores instalados, em
PL 100,14 [kVAr];
QL = = = 98,2kVAr
tgϕ 1 1,02 ϕ = ângulo do fator de potência da carga
Q 3 = QC − QL = 241,6 − 98,2 = 143,4kVAr original.
Temos agora que a corrente total no barramento do c) Tensões muito baixas podem impedir a
CCM será, considerando o acréscimo do motor e do partida das lâmpadas de descarga.
capacitor (lembre-se que a corrente capacitiva tem
sinal negativo): A instalação de capacitores em uma
instalação produz o aumento do nível de
Ibarramento = ICCM + IM - INC
tensão, como conseqüência da diminuição
da corrente de carga. Embora os capacitores
Ibarramento = 400A + 144,2A – 182,5A = 361,7A elevem os níveis de tensão, é raramente
econômico instalá-los em estabelecimentos
Observe que o valor calculado (361,7 A) é inferior à industriais apenas para esse fim, sendo, na
capacidade nominal de corrente do condutor (426 A), o maioria das vezes, mais eficaz trocar a
que significa que ele pode ser utilizado, mesmo com o posição dos tapes do(s) transformador(es) da
acréscimo do motor! subestação, desde que a regulação do
sistema o permita. A melhoria de tensão
ΔU t × ( Xcir × IQ )
ΔU = queda de tensão [V], por fase; ΔU % = ×100 = ×100 (3.21)
U U [V ]
R= resistência [Ω], por fase;
U1 U2
Carga ⎡ ⎛ I 2 ⎞2 ⎤
P (watts) ΔP% = ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ ×100 (3.31)
⎣⎢ ⎝ I 1 ⎠ ⎦⎥
Figura 3.18 Circuito elétrico com perdas Joule.
O que resulta, em termos dos fatores de
potência, substituindo a expressão (3.27) em
Admitindo um sistema monofásico, as (3.31):
correntes correspondentes serão (ver 1.34):
P ⎡ ⎛ cos ϕ 1 ⎞ 2 ⎤
I1 = (3.25) ΔP % = ⎢1 − ⎜⎜ ⎟⎟ ⎥ × 100 (3.32)
U 2 × cos ϕ 1 ⎢⎣ ⎝ cos ϕ 2 ⎠ ⎥⎦
P
I2 = (3.26)
U 2 × cos ϕ 2 onde,
cosϕ2 = fator de potência final (após a portanto a perda percentual no sistema será
compensação; menor.
A figura 3.19 está baseada na É importante salientar que a expressão
consideração de que a potência original da (3.32) fornece o cálculo da redução percental
carga permanece constante. Se o fator de de perdas à partir do capacitor. Não há
potência for melhorado para liberar redução de perdas nas linhas e nos
capacidade do sistema e, em vista disso, for transformadores entre o capacitor e a carga.
ligada a carga máxima permissível, a
corrente total é a mesma, de modo que as
perdas também serão as mesmas.
Entretanto, a carga total em kW será maior e
80
das perdas [%]
60
40
20
0
0,5 0,55 0,6 0,65 0,7 0,75 0,8 0,85 0,9 0,95 1
Fator de Potência original
Qc × (2 × Q × Qc ) onde,
ΔP% = × 100 (3.33)
S2 Ee = energia anual economizada, em [kWh];
Sd = demanda do circuito, em [kVA];
Por outro lado, sabe-se que as perdas
nos condutores de uma instalação (kW) são R = resistência do circuito para o qual estão
registradas nos medidores de energia ativa sendo calculadas as perdas, em [Ω];
da concessionária e o consumidor paga por U = tensão nominal do circuito, em [kV];
este consumo desperdiçado. A expressão
(3.34) permite calcular a energia ϕ1 = ângulo de fase original.
economizada num período anual após a
EXEMPLO 3.17 Considere uma instalação elétrica com de um banco de capacitores de 100 kVAr no circuito de
consumo anual de 150.000 kWh, fator de potência distribuição.
original cosϕ1 igual a 0,70 e fator de potência corrigido
cosϕ2 igual a 0,90, com perdas Joule (5% do consumo)
iguais a 8.000 kWh. Calcule a redução de perdas Solução:
nessa instalação com a melhoria do fator de potência.
Temos que:
Solução:
0,0781 × 160
R= = 0,0125 Ω
1000
A redução de perdas será, de (3.32):
Qc = 100 kVAr
⎡ ⎛ 0,70 ⎞ 2
⎤ Sd = 3 × 0,38 × 400 = 263,2kVA
ΔP% = ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ ×100 = 39,5%
⎢⎣ ⎝ 0,90 ⎠ ⎥⎦
Da expressão (3.34),
O que representa uma redução de:
0,395 x 8.000kWh = 3.160 kWh por ano. 0,0125×100× (2 × 263,2 × sen44,1º−100)
Ee = × 8.760
Teremos, portanto, perdas anuais de: 1000× 0,382
8.000 – 3.160 = 4.840 kWh Ee = 20.196 kWh/ano
ou 3,2% do consumo, que originalmente representava
5,4 %.
A economia em R$ será, considerando-se o valor do
kWh igual a R$ 0,10:
EXEMPLO 3.18 Uma instalação elétrica possui fator de
potência igual a 0,75 com consumo anual igual a
150.000 kWh. Com a instalação de capacitores, = 20.196 kWh/ano x R$ 0,10
pretende-se melhorar o fator de potência para 0,92. = R$ 2.020,00/ano
Calcule a redução anual de kWh, admitindo-se que as
perdas na instalação por efeito joule representam 4%
do consumo.
3.2.5 Redução da corrente de linha
Solução:
O percentual de redução da corrente de
cosϕ1 = 0,75 linha pode ser dado por:
cosϕ2= 0,92
⎡ ⎛ cos ϕ 2 ⎞⎤
A redução de perdas será, de (3.32): ΔI % = 100 × ⎢1 − ⎜⎜ ⎟⎟⎥ (3.35)
⎣ ⎝ cos ϕ1 ⎠⎦
⎡ ⎛ 0,75 ⎞ 2
⎤
ΔP % = ⎢1 − ⎜ ⎟ ⎥ ×100 = 33,5%
⎢⎣ ⎝ 0,92 ⎠ ⎥⎦ onde,
Capítulo
Tipos de correção do
fator de potência IV
Sumário do capítulo
4.1 MODELOS DE CORREÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA
4.1.1 Correção individual
4.1.2 Correção por grupos de cargas (quadro de distribuição terminal)
4.1.3 Correção geral (quadro principal de baixa tensão)
4.1.4 Correção primária (entrada de energia em alta tensão)
4.1.5 Correção mista
4.2 OS TIPOS DE COMPENSAÇÃO DA ENERGIA REATIVA
4.2.1 Tipo clássico de banco fixo
4.2.2 Sistemas semi-automáticos e automáticos
4.2.3 Correção do fator de potência em tempo real
4.3 NECESSIDADES ESPECÍFICAS DA INSTALAÇÃO
4.3.1 Tamanho de carga
4.3.2 Tipo de carga
4.3.3 Regularidade da carga
4.3.4 Capacidade de carga
4.4 ESQUEMAS ELÉTRICOS DE CORREÇÕES INDIVIDUAIS PARA PARTIDAS DE MOTORES
C4
C2
C3
C1
Figura 4.1 As possibilidades de localização dos capacitores (bancos) numa instalação de baixa tensão.
Proteção
Barramento de térmica
energia C B A
Motor
A tabela 4.1 indica a potência máxima EXEMPLO 4.1 Calcule a potência máxima de um
do capacitor ou banco que deve ser ligado capacitor ou banco para ligação aos terminais de um
aos terminais de um motor de indução motor de indução trifásico, 100 CV, 380 V, 4 pólos, cuja
trifásico para atingir um fator de potência de corrente nominal é de 136 A. Considere a corrente à
95%, com torque e corrente normal de vazio igual a 30% da nominal.
partida de acordo com a classificação NEMA. Solução:
No caso de numa correção não estiver
disponível a potência exata do capacitor, I 0 = 0,30 ×136 = 41A
deverá ser escolhida a potência Qc = 3 ×U × I 0 = ( )
3 × 0,38× 41 × 0,9 = 24kVAr
imediatamente inferior para maior segurança
quanto a sobretensões por autoexcitação e
limitar eventuais torques transientes.
kW - kVAr
Atualmente, no Brasil, estes motores 20
kW
kVAr
são responsáveis por cerca de 50% do 15
Motor de 50 cv/380 V
47%
Motores 1
Outras cargas 0,9
53% Fator de potência
0,8
0,7
0,6
0,5 Fp
0,4
0,3
0,2
0,1
Figura 4.3 Contribuição dos motores elétricos de 0
indução no consumo elétrico industrial (Fonte: revista 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
EM – Junho 2005). Carga nominal em %
instalações mais simples, onde não haja materiais, e assim poder funcionar. Trata-se
conjuntos de cargas muito diferentes entre si. do princípio básico de funcionamento do
transformador. É uma boa prática instalar um
Esse tipo de ligação pode proporcionar
banco de capacitores fixo, dimensionado
uma economia apreciável, desde que se leve
adequadamente, para compensar a sua
em conta, no dimensionamento dos
energia magnetizante, de tal forma que,
capacitores, a diversidade entre os diferentes
quando o transformador trabalhar em vazio,
circuitos de distribuição (principais) que
sem carga elétrica, seu fator de potência
partem do quadro geral, pela aplicação de
estará corrigido.
fatores de demanda convenientes. Haverá
necessidade, nesse caso, de ser instalado A tabela 4.3 apresenta valores
um dispositivo de manobra que permita orientativos da potência capacitiva (kVAr)
desligar os capacitores quando a indústria adequada para os tamanhos padronizados
cessar suas atividades diárias. Do contrário de transformadores disponibilizados
poderão ocorrer sobretensões indesejáveis comercialmente.
em toda a instalação.
Pode-se instalar uma maior quantidade
A principal desvantagem consiste em de potência capacitiva do que os valores
não haver alívio sensível dos alimentadores indicados na tabela 4.3, para compensar o
de cada equipamento. fator de potência das cargas por ele
alimentadas. Porém, recomenda-se que o
total da potência capacitiva em kVAr não
Tabela 4.3 Dados médios de transformadores trifásicos seja superior a 2/3 da potência em kVA do
– classe 15 kV.
transformador para não ocorrer riscos com
Potência do Perdas a Perdas reativas a amplificação dos harmônicos existentes.
trafo vazio a vazio Caso forem necessárias potências
(kVA) (kW) (kVAr)
superiores ao limite indicado, deverão ser
10 0,14 1,0
15 0,18 1,5 empregados dispositivos de chaveamento
30 0,30 2,0 automático (bancos automáticos).
45 0,35 3,0
75 0,55 4,0
112,5 0,60 5,0 4.1.4 Correção primária (entrada de
150 0,80 6,0 energia em alta tensão)
225 0,95 7,5
300 1,10 8,0
500 1,70 12,5
Essa solução não é muito usada em
750 2,00 17 instalações industriais (figura 4.1 - capacitor
1000 3,00 19,5 C1). Neste caso, os capacitores devem ser
Notas: instalados após a medição no sentido da
1- Nesta tabela estão computados o limite de KVAr a ser fonte para a carga.
instalado por meio de capacitores no barramento de BT do
transformador, não computando a correção feita junto as Esta opção é válida técnica e
cargas e/ou alimentadores desenergisados. economicamente quando são necessárias
2- Fator de potência médio (a vazio): de 0,14 a 0,17; grandes potências capacitivas (da ordem de
3- Os valores tabelados são médios e servem como 1.000 kVAr). O custo elevado dos
referência, não devendo ser utilizados para determinação
do consumo a vazio do transformador, o que, neste caso, dispositivos de manobra em tensões
deverá ser feito por medição específica; superiores a 5 kV, inviabiliza
economicamente sua aplicação em
instalações de pequeno porte.
Tabela 4.4 Resumo das vantagens e desvantagens dos tipos de instalação de capacitores.
a) Tem sido a de maior utilização na prática, por resultar, a) Não há redução de perdas nos
em geral, em menores custos finais; diversos circuitos (de distribuição e
terminais), visto que por eles circulará
b) Os capacitares instalados são mais utilizados; a corrente reativa.
c) Possibilidade de controle automático; b) É a solução indicada para instalações
d) Melhoria geral do nível de tensão; mais simples, onde não haja
Correção geral conjuntos de cargas muito diferentes
(Quadro Geral) e) Instalação suplementar relativamente simples; entre si.
f) Liberação de potência do(s) transformador(es) de
força;
g) Podem ser instalados no interior da subestação, local
normalmente utilizado pelo próprio quadro de
distribuição geral.
c) Sistemas automáticos
(controladores);
d) RTPFC (Real Time Power Factor
Correction - correção do fator de
potência em tempo real). Figura 4.6 Sistema convencional de manobra de
capacitores.
Figura 4.8.Esquema elétrico de ligação de um controlador de 8 estágios com dois bancos capacitivos.
C1 Observações:
R S T
FU1
C1
C2 C3
A
RT1
B M
3~
FU2
C4
Observações:
1. Para a conexão indicada no ponto B, ajustar o relé de sobrecarga para a nova corrente que
passará pelo mesmo;
2. Nesta configuração, o capacitor ou banco deve permanecer ligado à rede durante a comutação da
chave, da posição estrela para a posição final em triângulo.
3. Para reenergização do banco capacitivo, observe o tempo mínimo necessário para descarga do
mesmo. O capacitor ou banco deve permanecer ligado à rede durante a manobra de comutação da
chave, da posição estrela para a posição final em triângulo;
4. C4 = contator exclusivo de manobra dos capacitores (atua junto com C2);
5. Para motores de rotor em curto-circuito, de potência até 10 HP, o capacitor deve ser ligado aos
terminais do motor de tal forma que sejam energizados simultaneamente. Para motores superiores
a 10 HP, desde que a chave estrela-triângulo seja automática, pode ser usado o mesmo esquema.
R S T
FU1
C2
A
C1
T1
RT1
C3
B
FU2
C4
M
3~
Observações:
1. Para a conexão indicada no ponto B, ajustar o relé de sobrecarga para a nova corrente
que passará pelo mesmo;
2. Para reenergização do banco capacitivo, observe o tempo mínimo necessário para
descarga do mesmo;
3. C4 = contator exclusivo de manobra dos capacitores (atua junto com C1).
Capítulo
Capacitores de potência
V
5 Capacitores de potência
Sumário do capítulo
5.1 CARACTERÍSTICAS GERAIS
5.1.1 Princípios básicos
5.1.2 Capacitância
5.1.3 Energia armazenada
5.1.4 Corrente de carga
5.1.5 Ligação de capacitores
5.2 CARACTERÍSTICAS CONSTRUTIVAS
5.2.1 Caixa
5.2.2 Armadura
5.2.3 Dielétrico
5.2.4 Líquido de impregnação
5.2.5 Resitor de descarga
5.2.6 Ligação das unidades capacitivas em bancos
5.3 DIMENSIONAMENTO DE BANCOS DE CAPACITORES
5.3.1 Configuração em estrela aterrada ou triângulo
5.3.2 Configuração em estrela isolada
5.3.3 Configuração em dupla-estrela isolada
5.3.4 Configuração em dupla-estrela aterrada
5.3.5 Método prático NBR 5060
5.4 CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS
5.4.1 Conceitos básicos
5.5 MANOBRA E PROTEÇÃO DE CAPACITORES
5.5.1 Dimensionamento de dispositivos de proteção para bancos de capacitores de baixa tensão
5.5.2 Dimensionamento de equipamentos de manobra para bancos de capacitores de baixa tensão
5.5.3 Dimensionamento de dispositivos de manobra e proteção para bancos de capacitores em alta tensão
5.5.4 Dimensionamento de condutores
5.6 INSPEÇÃO, ENSAIOS E MANUTENÇÃO DE CAPACITORES
5.6.1 Ensaios de capacitores
5.6.2 Inspeção de capacitores
5.6.3 Manuseio e armazenamento
5.6.4 Manutenção de capacitores
5.7 SEGURANÇA E INSTALAÇÃO DE CAPACITORES
5.7.1 Requisitos de segurança
5.7.2 Interpretação dos parâmetros dos capacitores
5.7.3 Cuidados na instalação de capacitores
5.8 LIGAÇÕES DE CAPACITORES EM ALTA TENSÃO
5.9 ATERRAMENTO DE CAPACITORES
5.9.1 Bancos de baixa tensão
5.9.2 Bancos de alta tensão
5.10 ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA
5.11 NORMALIZAÇÃO TÉCNICA
Como já mencionado, em geral são Desta forma, vamos nos limitar a tratar
utilizados capacitores para compensação de dos capacitores como o melhor “meio” de
energia reativa em uma instalação elétrica. correção do fator de potência. Tornam-se,
Os motores síncronos, quando acionam assim, de suma importância o conhecimento
compressores, bombas, etc, também das características gerais, construtivas e
beneficiam a instalação, mas não elétricas dos capacitores, bem como as
representam a solução ideal para a principais técnicas de projeto para
compensação reativa. dimensionamento, instalação, manobra e
proteção de capacitores e acessórios.
U onde,
E= (5.3)
d Q = carga elétrica, em coulomb [C];
2 mm
A capacitância de um capacitor pode
também ser calculada com o auxílio da
Q = 10μC
expressão (5.5):
A
S = 0,02m 2 C =ε× (5.5)
d
G
onde:
U = 127V
C = capacitância, em farad [F];
Figura 5.2 Capacitor de placas paralelas do exemplo
5.1. d = distância entre as placas do capacitor,
em metros [m];
Solução: S = área das placas do capacitor, em metros
quadrados [m2];
ε = permissividade, a constante de isolação
Q = 10 μC = 10 × 10 −6 C do material entre as placas (dielétrico), em
Q 10 × 10 −6 10 × 10 − 6 farad por metro, [F/m]. Para o ar ou vácuo, ε
D= = = = 5 × 10 − 4 C / m 2
S 0,02 2 × 10 − 2 = ε0 = 8,854 pF/m.
127
E= = 63,5 × 10 3 V / m = 63,5V / mm
2 × 10 −3
De (5.4), 1 1
E= × C × Um 2 = × 0,079 × 10 −6 × 180 2
2 2
Q 10 × 10 −6 E = 1,28 × 10 −3 J = 1,28mJ
C= = = 0,079 × 10 −6 F = 79 nF
U 127
capacidade do conjunto dada pela expressão EXEMPLO 5.5 Calcular a capacitância de dois
(5.8), uma variação da expressão (1.14): capacitores colocados em paralelo, cujas capacidades
sejam, respectivamente, 10 μF e 20 μF.
1 1 1 1 1 Solução:
= + + + ... + (5.8)
Ceq C1 C 2 C 3 Cn
Ceq = C1 + C 2 = 10 + 20 = 30μF
onde,
Ceq = capacitância equivalente do conjunto,
5.2 Características construtivas
em farad [F];
C1, C2, C3,..., CN = capacitância individual de
As condições de operação e a
cada unidade capacitiva, em farad [F].
respectiva identificação dos capacitores são
fatores importantes a serem observados. Os
Observando-se a expressão 5.8, pode-
capacitores, em condições normais de
se dizer que a capacitância equivalente de
funcionamento, devem ser adequados para
um circuito com vários capacitores ligados
trabalhar na posição vertical em altitudes não
em série é menor do que a capacitância do
superiores a 1.000 m e em temperaturas
capacitor de menor capacitância do conjunto.
ambientes que cobrem uma faixa de -25°C a
A ligação em paralelo de um +55°C. A mais baixa temperatura do ar
determinado número de capacitores resulta ambiente na qual o capacitor pode operar
numa capacidade do conjunto dada pela deve ser escolhida entre os seguintes
expressão (5.9), uma variação da expressão valores: +5°C, -5°C e -25°C. A mais alta
(1.15): temperatura varia de 40 a 55°C, em
intervalos de 5°C.
Ceq = C 1 + C 2 + C 3 + ... + CN (5.9)
É importante salientar que, quando as
onde, unidades capacitivas forem destinadas a
serem utilizadas em condições especiais de
Ceq = capacitância equivalente do conjunto,
funcionamento, estas devem ser levadas ao
em farad [F];
conhecimento do fabricante. São exemplos
C1, C2, C3,..., CN = capacitância individual de de condições especiais de funcionamento
cada unidade capacitiva, em farad [F]. (NBR 5282):
Observando-se a expressão (5.9), a) Altitudes superiores a 1.000m;
pode-se dizer que a capacitância equivalente
b) Temperaturas ambientes fora dos
de um circuito com vários capacitores em
limites estabelecidos;
paralelo é igual á soma das capacidades
individuais das unidades capacitivas. c) Atmosfera corrosiva;
d) Umidade relativa elevada;
EXEMPLO 5.4 Calcular a capacitância de dois
capacitores colocados em série, cujas capacidades e) Ambientes excessivamente
sejam, respectivamente, 10 μF e 20 μF. poluídos;
Solução: f) Exposição a severas condições
atmosféricas;
1 1 1 1 1 g) Vibrações;
= + = + = 0,1 + 0,05 = 0,15
Ceq C 1 C 2 10 20 h) Limitações de espaço;
Ceq =
1
= 6,67 μF i) Requisitos especiais de isolamento;
0,15
j) Dificuldades de manutenção;
b) Isoladores ou buchas
uma baixa reatância, resultando em elevadas Uma das grandes vantagens desta
correntes de curto-circuito e, em configuração é referente à insensibilidade no
conseqüência, proteções fusíveis individuais que diz respeito à circulação das correntes
de elevada capacidade de ruptura. de terceira harmônica, uma vez que as
mesmas são bloqueadas.
Esse tipo de configuração oferece uma
vantagem adicional sobre as demais: permite Dependendo do risco assumido, não há
que um maior número de células capacitivas necessidade de preocupações tão fortes
possa falhar sem que atinja o limite máximo como no caso do neutro aterrado, para a
de sobretensão de 10%. proteção do secundário de transformadores
de corrente, porém deverá ser dada atenção
5.2.6.2 Configuração em estrela isolada especial para tensões transitórias de
restabelecimento nos equipamentos de
Este tipo de arranjo pode ser utilizado manobra do banco. Este fato poderá
tanto em sistemas com neutro aterrado como encarecer o disjuntor ou chave associado ao
em sistemas com neutro isolado. Por não banco.
possuírem ligação com a terra, os bancos de Os bancos de capacitores com esta
capacitores nesta configuração não permitem configuração permitem que o potencial de
a circulação de correntes de seqüência zero, neutro atinja o valor do potencial de fase
nos defeitos de fase e terra (figuras 5.8 e (como resultado de manobras ou pela
5.9). eliminação de células defeituosas ou com a
operação dos seus respectivos fusíveis),
acarretando a necessidade de isolamento do
banco para a tensão entre fases.
A
No que diz respeito a custos, isto é
B pouco importante nas tensões mais baixas,
mas pode se tornar dispendioso e
antieconômico em tensões acima de 15 kV,
devido à sua isolação à terra, comparando-
se com os outros arranjos.
para proteção de cada unidade, deverá ser 5.2.6.4 Configuração em dupla estrela
capaz de, em caso de defeito, interromper o isolada
valor da corrente de curto-circuito.
Este tipo de configuração é utilizado
No caso de bancos próximos à
somente em bancos de grande capacidade
subestações ou a outros bancos, esse valor
(figura 5.12).
é muito alto e às vezes requer o uso de
reatores limitadores de corrente, de custo Dentre as características desta ligação,
muito elevado. pode-se dizer que os distúrbios do sistema
É importante observar que, durante a não se transmitem ao circuito de proteção do
ocorrência de um defeito (no caso de bancos banco de capacitores. Como no caso de uma
formados por um único grupo de capacitores única estrela isolada, não há vias de
em série), quando uma das células escoamento para correntes harmônicas de
capacitivas é eliminada pelo respectivo seqüência zero e os esquemas de proteção
fusível de proteção, não se verifica a possuem custos relativamente baixos,
ocorrência de sobretensão nas células principalmente no que diz respeito aos relés.
remanescentes. Esta ligação exige uma maior área para
a mesma capacidade, quando comparada
com a estrela simples, assim como maior
A quantidade de material por barramento e
conexões. O neutro deve ser isolado para
tensão fase-fase do sistema, tal como
qualquer banco ligado em estrela com neutro
isolado. Neste arranjo também o neutro está
B sujeito à tensão de fase, quando da
eliminação de células capacitivas pelos
C
fusíveis correspondentes ou por ocasião de
manobras no banco.
A
A
B S
C
C
Estrela Isolada As correntes de defeito são limitadas Isolamento do banco para a tensão de
pela impedância das fases não atingidas; fase, em virtude de surtos de manobra;
Não há circulação de correntes No que diz respeito a custos, isto é
harmônicas de terceira ordem pouco importante nas tensões mais
(seqüência zero). baixas, mas pode se tornar dispendioso
e antieconômico em tensões acima de
15 kV, devido à sua isolação à terra,
comparando-se com os outros arranjos.
N cp (5.12) onde,
U ur = U fn ×
N gs × (N cp − N ce ) + N ce
In = corrente nominal de fase do banco, em
Deve-se ter Uur ≥ Uc A.
onde,
5.3.2 Configuração em estrela isolada
Uc = tensão em cada grupo, quando todas as
Visando impedir uma sobretensão
células estão em operação;
superior a 10% quando da eliminação de
Ufn =tensão entre fase e neutro do sistema, uma ou mais células do grupo, a
em kV; determinação do número mínimo de células
Ncp = número de capacitores em paralelo em capacitivas em paralelo em cada grupo série
cada grupo série; por fase é determinada através da expressão
(5.16):
Uur = tensão resultante nas células
remanescentes do mesmo grupo com Nce 11× N ce × (3 × N gs − 2) (5.16)
N mcp =
capacitores excluídos, em kV. 3 × N gs
onde,
A expressão (5.13) permite determinar
a tensão nos outros grupos em série Nmcp = número mínimo de capacitores em
restantes (Ngs > 1) da mesma fase: paralelo em cada grupo série por fase;
N cp − N ce Ngs = número de grupos em série por fase;
U gr = U fn × (5.13)
N gs × (N cp − N ce ) + N ce Nce = número de células capacitivas
eliminado de um único grupo série por fase.
onde,
Ugr = tensão nos grupos em série restantes, A expressão (5.17) apresenta, para um
da mesma fase, em kV. arranjo onda há vários grupos em série por
fase, a tensão resultante nas demais células
Deve-se ter Ugr < Uc. É importante
capacitivas em paralelo do mesmo grupo
observar que, caso o banco esteja ligado na
remanescentes, quando da queima da
configuração triângulo, a tensão tomada será
proteção fusível de Nce capacitores:
entre fases, ou seja, Uff em vez de Ufn.
3 × N cp (5.17)
As expressões (5.14) e (5.15) permitem U ur = U fn ×
determinar, respectivamente, a corrente que 3 × N gs × (N cp − N ce ) + (2 × N ce )
circula na fase afetada pela saída dos Nce
capacitores (Ifa) e a corrente que circula para onde,
a terra através do neutro do sistema quando
são excluídos Nce capacitores de um grupo Uc = tensão em cada grupo, quando todas as
(It): células estão em operação;
Ufn =tensão entre fase e neutro do sistema,
N gs × (N cp − N ce ) (5.14) em kV;
I fa = I n ×
N gs × (N cp − N ce ) + N ce
Ncp = número de capacitores em paralelo em
cada grupo série;
N ce
It = I n × (5.15)
N gs × (N cp − N ce ) + N ce
Uur = tensão resultante nas células em cada grupo série por fase é determinada
remanescentes do mesmo grupo com Nce através da expressão (5.21):
capacitores excluídos, em kV.
11 × N ce × (6 × N gs − 5) (5.21)
Na expressão (5.17), deve-se ter Uur > N mcp =
6 × N gs
Uc.. Neste caso, observa-se que a tensão é
sempre inferior à tensão de neutro do grupo.
onde,
A expressão (5.18) permite determinar
a tensão nos outros grupos em série Nmcp = número mínimo de capacitores em
restantes (Ngs > 1) da mesma fase: paralelo em cada grupo série por fase;
Ngs = número de grupos em série por fase;
3 × (N cp − N ce ) (5.18)
U gr = U fn × Nce = número de células capacitivas
3 × N gs × (N cp − N ce ) + (2 × N ce )
eliminado de um único grupo série por fase.
Deve-se ter Ugr < Uc.
A expressão (5.22) apresenta, para um
onde, arranjo onda há vários grupos em série por
fase, a tensão resultante nas demais células
Ugr = tensão nos grupos em série restantes, capacitivas em paralelo do mesmo grupo
da mesma fase, em kV. remanescentes, quando da queima da
As expressões (5.19) e (5.20) permitem proteção fusível de Nce capacitores:
determinar, respectivamente, a corrente que
circula na fase afetada pela saída dos Nce 6 × N cp
U ur = U fn × (5.22)
capacitores (Id) e a tensão entre o neutro e 6 × N gs × (N cp − N ce ) + (5 × N ce )
terra quando são excluídos Nce capacitores
de um grupo (Unt): onde,
3 × N gs × (N cp − N ce ) (5.19) Uc = tensão em cada grupo, quando todas as
Id = In ×
3 × N gs × (N cp − N ce ) + (2 × N ce ) células estão em operação;
Ufn =tensão entre fase e neutro do sistema,
N ce (5.20) em kV;
= U fn ×
3 × N gs × (N cp − N ce ) + (2 × N ce )
U nt
Ncp = número de capacitores em paralelo em
cada grupo série;
Uur = tensão resultante nas células
onde, remanescentes do mesmo grupo com Nce
capacitores excluídos, em kV.
In = corrente nominal de fase do banco, em
A.
Na expressão (5.22), deve-se ter Uur >
Uc..
5.3.3 Configuração em dupla estrela
isolada A expressão (5.23) permite determinar
a tensão nos outros grupos em série
Analogamente aos arranjo anteriores, restantes (Ngs > 1) da mesma fase:
visando impedir uma sobretensão superior a
10% quando da eliminação de uma ou mais
células do grupo, a determinação do número 6 × (N cp − N ce )
U gr = U fn × (5.23)
mínimo de células capacitivas em paralelo 6 × N gs × (N cp − N ce ) + (5 × N ce )
Deve-se ter Ugr < Uc. Ngs = número de grupos em série por fase;
Nce = número de células capacitivas
onde,
eliminado de um único grupo série por fase.
Ugr = tensão nos grupos em série restantes, Para uma melhor compreensão da
da mesma fase, em kV. situação apresentada, analisar a figura 5.14.
As expressões (5.24) e (5.25) permitem
determinar, respectivamente, a corrente que
circula entre os neutros pela saída dos Nce R
S
capacitores de um determinado grupo (Id) e a T
3 × N ce
I d = I mf × (5.24)
6 × N gs × (N cp − N ce ) + (5 × N ce ) B D F H J L
N ce (5.25)
U nd = U fn ×
6 × N gs × (N cp − N ce ) + (5 × N ce )
Figura 5.14 Ligação em série de um banco de
capacitores com configuração dupla estrela aterrada.
onde,
Denomina-se, por exemplo, de meia
Imf = corrente que circula na meia fase do fase para a fase R aquela em que estão
banco, em A. ligados os grupos A e B. A outra meia fase
corresponde àquela em que estão ligados os
grupos C e D. Analogamente, denomina-se
5.3.4 Configuração em dupla estrela de meia fase para a fase S aquela em que
aterrada estão ligados os grupos E e F. A outra meia
fase corresponde àquela em que estão
Como nos arranjo apresentados ligados os grupos G e H. considerar nas
anteriormente, visando impedir uma explicações que se seguem, para um melhor
sobretensão superior a 10% quando da entendimento, que as células danificadas
eliminação de uma ou mais células do grupo, (eliminadas do grupo pela abertura do elo
a determinação do número mínimo de fusível) e tomadas como referência são as do
células capacitivas em paralelo em cada grupo G da figura 5.14.
grupo série por fase é determinada através
da expressão (5.26), considerando-se que o
banco esteja ligado com o ponto médio A expressão (5.37) apresenta, para um
interligado em cada uma das meias fases: arranjo onda há vários grupos em série por
fase, a tensão resultante nas demais células
N ce × (22 × N gs − 3 × N gs ) (5.26) capacitivas em paralelo do mesmo grupo
N mcp =
2 × N gs remanescentes, quando da queima da
proteção fusível de Nce capacitores:
onde,
2 × Ncp (5.37)
Uur = U fn ×
Nmcp = número mínimo de capacitores em 2 × N gs × (Ncp − Nce ) + (3 × Nce )
paralelo em cada grupo série por fase;
Deve-se ter Ugr > Uc. Deve-se ter, em (5.33): Igd > Imf.
onde,
Ugr = tensão a que fica submetido cada EXEMPLO 5.6 Determine a configuração do banco de
um dos grupos da outra meia fase capacitores a ser ligado no secundário de um sistema
trifásico de uma subestação industrial 69/13,2 kV, em
correspondente, em kV. estrela aterrada, que precisa de 3.600 kVAr de
potência reativa para compensação.
7,62 kV
apenas uma célula excluída, o número mínimo de
capacitores por grupo e por fase, vale, da expressão
(5.11): N
11 × N ce × (N gs − 1)
13,2 kV
11 × 1 × (2 − 1)
N mcp = = = 5,5 ≅ 6
N gs 2
7,62 kV
b) Dimensionamento da potência reativa nominal de 12 unidades
cada célula.
B
Qg 600
Qc = = = 100 kVAr C
N mcp 6
Qt = 12 × 100 × 3 = 3.600kVAr
Capacitores
excluídos
N
13,2 kV
U ur =
13,2
×
6
= 4,57kV
5.3.5 Método prático NBR 5060
3 2 × (6 − 2) + 2
A NBR 5060 apresenta em seu anexo A
A tensão no grupo série não afetado pode ser
determinada através da expressão (5.16): um conjunto de tabelas para o cálculo da
tensão resultante nas demais células
N cp − N ce capacitivas em paralelo do mesmo grupo. Os
U gr = U fn ×
N gs × (N cp − N ce ) + N ce valores apresentados nestas tabelas (tabelas
5.4 a 5.6) estão apresentados em valores
13,2 6−2 “por unidade” (abreviadamente, p.u.). Esta
U gr = × = 3,04kV
3 2 × (6 − 2 ) + 2 forma de representação é bastante prática e
A sobretensão percentual nas quatro células do grupo largamente utilizada em cálculos do sistema
afetado pode ser calculada pela expressão abaixo: elétrico de potência.
⎛ Um − Un ⎞ ⎛ 4,57 − 3,81 ⎞ O sistema “por unidade”é um meio
U st = ⎜ ⎟ × 100 = ⎜ ⎟ × 100 = 19,9% conveniente de expressar grandezas
⎝ Un ⎠ ⎝ 3,81 ⎠
elétricas. Impedâncias, correntes, tensões e
Onde, potências são muitas vezes expressas em
Um = tensão medida na célula capacitiva, em kV; p.u., em vez de em ohms, ampères, volts e
Un = tensão nominal da célula capacitiva, em kV. watts.
O valor por unidade de uma grandeza é
Percentualmente, a redução da tensão no grupo não
definido como a relação entre o valor da
afetado da mesma fase A vale: grandeza e um valor da mesma grandeza
tomado como base. Assim, para uma
⎛ 3,81 − 3,04 ⎞ grandeza de valor “g”, o valor p.u “gpu”, na
Ug = ⎜ ⎟ × 100 = 20,2%
⎝ 3,81 ⎠ base gB, será:
2 × (6 − 2 )
110
= 0,87 pu ou 87%
I fa = 157,4 × = 125,9 A
2 × (6 − 2 ) + 2
127
127
Observa-se que a redução percentual de corrente será:
= 1 pu ou 100%
127
correntes presumidas de curto-circuito em Tensão em cada célula, antes da retirada das células
sistemas elétricos. Por outro lado, o método defeituosas: 3,81 kV (este será o valor base da tensão
UBkV).
p.u. apresenta a vantagem de que o produto
de dois valores p.u. é um valor p.u., ao passo Entrando na tabela 5.4 com NCP = 6, NCE = 2 e NGS = 2,
encontramos o valor 1,2 p.u. para a tensão nas células
que o produto de dois valores percentuais restantes do grupo, ou seja, aplicando (5.34):
deve ser dividido por 100 para que o
resultado seja também um valor percentual. gpu =
g
→ Upu =
UkV
gB UB kV
No caso das tabelas 5.4 a 5.6, observe
que o valor base é a tensão anterior à 1,2 =
UkV
→ UkV = 1,2 × 3,81 = 4,57 kV
retirada das unidades capacitivas de um 3,81
determinado grupo série. Estas tabelas foram
Observe que chegamos ao mesmo
obtidas através das expressões (5.12), (5.16)
resultado calculado no exemplo 5.6.
e (5.21), conforme apresentadas nos itens
5.3.1, 5.3.2 e 5.3.3, respectivamente.
Ao aplicar a tabela 5.4, no exemplo 5.6,
teríamos:
Tabela 5.4 Tensão nas unidades restantes de um grupo paralelo (em p.u. da tensão anterior à retirada de NCE
unidades). Fonte: NBR 5060 – Anexo A – Tabela 1.
3 1 1,000 1,200 1,286 1,333 1,364 1,385 1,400 1,412 1,421 1,429 1,435 1,440
3 2 1,000 1,500 1,800 2,000 2,143 2,250 2,333 2,400 2,455 2,500 2,538 2,571
4 1 1,000 1,143 1,200 1,231 1,250 1,263 1,273 1,280 1,286 1,290 1,294 1,297
4 2 1,000 1,333 1,500 1,600 1,667 1,714 1,750 1,778 1,800 1,818 1,833 1,846
4 3 1,000 1,600 2,000 2,286 2,500 2,667 2,800 2,909 3,000 3,077 3,143 3,200
5 1 1,000 1,111 1,154 1,176 1,190 1,200 1,207 1,212 1,216 1,220 1,222 1,224
5 2 1,000 1,250 1,364 1,429 1,471 1,500 1,522 1,538 1,552 1,563 1,571 1,579
5 3 1,000 1,429 1,667 1,818 1,923 2,000 2,059 2,105 2,143 2,174 2,200 2,222
5 4 1,000 1,667 2,143 2,500 2,778 3,000 3,182 3,333 3,462 3,571 3,667 3,750
6 1 1,000 1,091 1,125 1,1443 1,154 1,161 1,167 1,171 1,174 1,176 1,179 1,180
6 2 1,000 1,200 1,286 1,333 1,364 1,385 1,400 1,412 1,421 1,429 1,435 1,440
6 3 1,000 1,333 1,500 1,600 1,667 1,714 1,750 1,778 1,800 1,818 1,833 1,846
6 4 1,000 1,500 1,800 2,000 2,143 2,250 2,333 2,400 2,455 2,500 2,538 2,571
6 5 1,000 1,714 2,250 2,667 3,000 3,273 3,500 3,692 3,857 4,000 4,125 4,235
7 1 1,000 1,077 1,105 1,120 1,129 1,135 1,140 1,143 1,145 1,148 1,149 1,151
7 2 1,000 1,167 1,235 1,273 1,296 1,313 1,324 1,333 1,340 1,346 1,351 1,355
7 3 1,000 1,273 1,400 1,474 1,522 1,556 1,581 1,600 1,615 1,628 1,638 1,647
7 4 1,000 1,400 1,615 1,750 1,842 1,909 1,960 2,000 2,032 2,059 2,081 2,100
7 5 1,000 1,556 1,909 2,154 2,333 2,471 2,579 2,667 2,739 2,800 2,852 2,897
8 1 1,000 1,067 1,091 1,103 1,111 1,116 1,120 1,123 1,125 1,127 1,128 1,129
8 2 1,000 1,143 1,200 1,231 1,250 1,263 1,273 1,280 1,286 1,290 1,294 1,297
8 3 1,000 1,231 1,333 1,391 1,429 1,455 1,474 1,488 1,500 1,509 1,517 1,524
8 4 1,000 1,333 1,500 1,600 1,667 1,714 1,750 1,778 1,800 1,818 1,833 1,846
8 5 1,000 1,455 1,714 1,882 2,000 2,087 2,154 2,207 2,250 2,286 2,316 2,341
9 1 1,000 1,059 1,080 1,091 1,098 1,102 1,105 1,108 1,110 1,111 1,112 1,113
9 2 1,000 1,125 1,174 1,200 1,216 1,227 1,235 1,241 1,246 1,250 1,253 1,256
9 3 1,000 1,200 1,286 1,333 1,364 1,385 1,400 1,412 1,421 1,429 1,435 1,440
9 4 1,000 1,286 1,421 1,500 1,552 1,588 1,615 1,636 1,653 1,667 1,678 1,688
9 5 1,000 1,385 1,588 1,714 1,800 1,862 1,909 1,946 1,976 2,000 2,020 2,038
10 1 1,000 1,053 1,071 1,081 1,087 1,091 1,094 1,096 1,098 1,099 1,100 1,101
10 2 1,000 1,111 1,154 1,176 1,190 1,200 1,207 1,212 1,216 1,220 1,222 1,224
10 3 1,000 1,176 1,250 1,290 1,316 1,333 1,346 1,356 1,364 1,370 1,375 1,379
10 4 1,000 1,250 1,364 1,429 1,471 1,500 1,522 1,538 1,552 1,563 1,571 1,579
10 5 1,000 1,333 1,500 1,600 1,667 1,714 1,750 1,778 1,800 1,818 1,833 1,846
11 1 1,000 1,048 1,065 1,073 1,078 1,082 1,085 1,086 1,088 1,089 1,090 1,091
11 2 1,000 1,100 1,138 1,158 1,170 1,179 1,185 1,189 1,193 1,196 1,198 1,200
11 3 1,000 1,158 1,222 1,257 1,279 1,294 1,305 1,313 1,320 1,325 1,330 1,333
11 4 1,000 1,222 1,320 1,375 1,410 1,435 1,453 1,467 1,478 1,486 1,494 1,500
11 5 1,000 1,294 1,435 1,517 1,571 1,610 1,638 1,660 1,678 1,692 1,704 1,714
12 1 1,000 1,043 1,059 1,067 1,071 1,075 1,077 1,079 1,080 1,081 1,082 1,083
12 2 1,000 1,091 1,125 1,143 1,154 1,161 1,167 1,171 1,174 1,176 1,179 1,180
12 3 1,000 1,143 1,200 1,231 1,250 1,263 1,273 1,280 1,286 1,290 1,294 1,297
12 4 1,000 1,200 1,286 1,333 1,364 1,385 1,400 1,412 1,421 1,429 1,435 1,440
12 5 1,000 1,263 1,385 1,455 1,500 1,532 1,556 1,574 1,588 1,600 1,610 1,618
Notas:
1- NCP = células capacitivas em paralelo por grupo série.
2- NCE = número de células capacitivas eliminadas de um único grupo série.
3- Esta tabela deve ser utilizada com as ligações das figuras 5.7 e 5.11.
Tabela 5.5 Tensão nas unidades restantes de um grupo paralelo (em p.u. da tensão anterior à retirada de NCE
unidades). Fonte: NBR 5060 – Anexo A – Tabela 3.
3 1 1,125 1,286 1,350 1,385 1,406 1,421 1,432 1,440 1,446 1,452 1,456 1,459
3 2 1,286 1,800 2,077 2,250 2,368 2,455 2,520 2,571 2,613 2,647 2,676 2,700
4 1 1,091 1,200 1,241 1,263 1,277 1,286 1,292 1,297 1,301 1,304 1,307 1,309
4 2 1,200 1,500 1,636 1,714 1,765 1,800 1,826 1,846 1,862 1,875 1,886 1,895
4 3 1,333 2,000 2,400 2,667 2,857 3,000 3,111 3,200 3,273 3,333 3,385 3,429
5 1 1,071 1,154 1,184 1,200 1,210 1,216 1,221 1,224 1,227 1,230 1,231 1,233
5 2 1,154 1,364 1,452 1,500 1,531 1,552 1,567 1,579 1,588 1,596 1,602 1,607
5 3 1,250 1,667 1,875 2,000 2,083 2,143 2,188 2,222 2,250 2,273 2,292 2,308
5 4 1,364 2,143 2,647 3,000 3,261 3,462 3,621 3,750 3,857 3,947 4,024 4,091
6 1 1,059 1,125 1,149 1,161 1,169 1,174 1,178 1,180 1,182 1,184 1,186 1,187
6 2 1,125 1,286 1,350 1,385 1,406 1,421 1,432 1,440 1,446 1,452 1,456 1,459
6 3 1,200 1,500 1,636 1,714 1,765 1,800 1,826 1,846 1,862 1,875 1,886 1,895
6 4 1,286 1,800 2,077 2,250 2,368 2,455 2,520 2,571 2,613 2,647 2,676 2,700
6 5 1,385 2,250 2,842 3,273 3,600 3,857 4,065 4,235 4,378 4,500 4,605 4,696
7 1 1,050 1,105 1,125 1,135 1,141 1,145 1,148 1,151 1,152 1,154 1,155 1,156
7 2 1,105 1,235 1,286 1,313 1,329 1,340 1,349 1,355 1,360 1,364 1,367 1,370
7 3 1,167 1,400 1,500 1,556 1,591 1,615 1,633 1,647 1,658 1,667 1,674 1,680
7 4 1,235 1,615 1,800 1,909 1,981 2,032 2,070 2,100 2,124 2,143 2,159 2,172
7 5 1,313 1,909 2,250 2,471 2,625 2,739 2,827 2,897 2,953 3,000 3,039 3,073
8 1 1,043 1,091 1,108 1,116 1,121 1,125 1,128 1,129 1,131 1,132 1,133 1,134
8 2 1,091 1,200 1,241 1,263 1,277 1,286 1,292 1,297 1,301 1,304 1,307 1,309
8 3 1,143 1,333 1,412 1,455 1,481 1,500 1,514 1,524 1,532 1,538 1,544 1,548
8 4 1,200 1,500 1,636 1,714 1,765 1,800 1,826 1,846 1,862 1,875 1,886 1,895
8 5 1,263 1,714 1,946 2,087 2,182 2,250 2,301 2,341 2,374 2,400 2,422 2,441
9 1 1,038 1,080 1,095 1,102 1,107 1,110 1,112 1,113 1,115 1,116 1,117 1,117
9 2 1,080 1,174 1,209 1,227 1,239 1,246 1,252 1,256 1,259 1,262 1,264 1,266
9 3 1,125 1,286 1,350 1,385 1,406 1,421 1,432 1,440 1,446 1,452 1,456 1,459
9 4 1,174 1,421 1,528 1,588 1,627 1,653 1,673 1,688 1,699 1,709 1,717 1,723
9 5 1,227 1,588 1,761 1,862 1,929 1,976 2,011 2,038 2,059 2,077 2,092 2,104
10 1 1,034 1,071 1,084 1,091 1,095 1,098 1,099 1,101 1,102 1,103 1,104 1,104
10 2 1,071 1,154 1,184 1,200 1,210 1,216 1,221 1,224 1,227 1,230 1,231 1,233
10 3 1,111 1,250 1,304 1,333 1,351 1,364 1,373 1,379 1,385 1,389 1,392 1,395
10 4 1,154 1,364 1,452 1,500 1,531 1,552 1,567 1,579 1,588 1,596 1,602 1,607
10 5 1,200 1,500 1,636 1,714 1,765 1,800 1,826 1,846 1,862 1,875 1,886 1,895
11 1 1,031 1,065 1,076 1,082 1,086 1,088 1,090 1,091 1,092 1,093 1,093 1,094
11 2 1,065 1,138 1,165 1,179 1,187 1,193 1,197 1,200 1,202 1,204 1,206 1,207
11 3 1,100 1,222 1,269 1,294 1,310 1,320 1,328 1,333 1,338 1,341 1,344 1,347
11 4 1,138 1,320 1,394 1,435 1,460 1,478 1,490 1,500 1,508 1,514 1,519 1,523
11 5 1,179 1,435 1,547 1,610 1,650 1,678 1,699 1,714 1,727 1,737 1,745 1,752
12 1 1,029 1,059 1,069 1,075 1,078 1,080 1,082 1,083 1,084 1,084 1,085 1,085
12 2 1,059 1,125 1,149 1,161 1,169 1,174 1,178 1,180 1,182 1,184 1,186 1,187
12 3 1,091 1,200 1,241 1,263 1,277 1,286 1,292 1,297 1,301 1,304 1,307 1,309
12 4 1,125 1,286 1,350 1,385 1,406 1,421 1,432 1,440 1,446 1,452 1,456 1,459
12 5 1,161 1,385 1,479 1,532 1,565 1,588 1,605 1,618 1,628 1,636 1,643 1,649
Notas:
1- NCP = células capacitivas em paralelo por grupo série.
2- NCE = número de células capacitivas eliminadas de um único grupo série.
3- Esta tabela deve ser utilizada com as ligações da figura 5.9.
Tabela 5.6 Tensão nas unidades restantes de um grupo paralelo (em p.u. da tensão anterior à retirada de NCE
unidades). Fonte: NBR 5060 – Anexo A – Tabela 5.
2 1 1,091 1,412 1,565 1,655 1,714 1,756 1,787 1,811 1,831 1,846 1,859 1,870
2 2 1,200 2,400 3,600 4,800 6,000 7,200 8,400 9,600 10,800 12,000 13,200 14,400
3 1 1,059 1,241 1,317 1,358 1,385 1,403 1,416 1,426 1,434 1,440 1,445 1,450
3 2 1,125 1,636 1,929 2,118 2,250 2,348 2,423 2,483 2,531 2,571 2,605 2,634
3 3 1,200 2,400 3,600 4,800 6,000 7,200 8,400 9,600 10,800 12,000 13,200 14,400
4 1 1,043 1,171 1,220 1,247 1,263 1,274 1,282 1,289 1,293 1,297 1,300 1,303
4 2 1,091 1,412 1,565 1,655 1,714 1,756 1,787 1,811 1,831 1,846 1,859 1,870
4 3 1,143 1,778 2,182 2,462 2,667 2,824 2,947 3,048 3,130 3,200 3,259 3,310
4 4 1,200 2,400 3,600 4,800 6,000 7,200 8,400 9,600 10,800 12,000 13,200 14,400
5 1 1,034 1,132 1,169 1,188 1,200 1,208 1,214 1,218 1,222 1,224 1,227 1,229
5 2 1,071 1,304 1,406 1,463 1,500 1,525 1,544 1,558 1,570 1,579 1,587 1,593
5 3 1,111 1,538 1,765 1,905 2,000 2,069 2,121 2,162 2,195 2,222 2,245 2,264
5 4 1,154 1,875 2,368 2,727 3,000 3,214 3,387 3,529 3,649 3,750 3,837 3,913
5 5 1,200 2,400 3,600 4,800 6,000 7,200 8,400 9,600 10,800 12,000 13,200 14,400
6 1 1,029 1,108 1,137 1,152 1,161 1,168 1,172 1,176 1,178 1,180 1,182 1,184
6 2 1,059 1,241 1,317 1,358 1,385 1,403 1,416 1,426 1,434 1,440 1,445 1,450
6 3 1,091 1,412 1,565 1,655 1,714 1,756 1,787 1,811 1,831 1,846 1,859 1,870
6 4 1,125 1,636 1,929 2,118 2,250 2,348 2,423 2,483 2,531 2,571 2,605 2,634
6 5 1,161 1,946 2,512 2,939 3,273 3,541 3,761 3,945 4,101 4,235 4,352 4,454
7 1 1,024 1,091 1,115 1,128 1,135 1,140 1,144 1,147 1,149 1,151 1,152 1,153
7 2 1,050 1,200 1,260 1,292 1,313 1,326 1,336 1,344 1,350 1,355 1,359 1,362
7 3 1,077 1,333 1,448 1,514 1,556 1,585 1,607 1,623 1,636 1,647 1,656 1,663
7 4 1,105 1,500 1,703 1,826 1,909 1,969 2,014 2,049 2,077 2,100 2,119 2,136
7 5 1,135 1,714 2,066 2,301 2,471 2,598 2,697 2,777 2,842 2,897 2,943 2,982
8 1 1,021 1,079 1,099 1,110 1,116 1,121 1,124 1,126 1,128 1,129 1,131 1,132
8 2 1,043 1,171 1,220 1,247 1,263 1,274 1,282 1,289 1,293 1,297 1,300 1,303
8 3 1,067 1,280 1,371 1,422 1,455 1,477 1,493 1,506 1,516 1,524 1,530 1,536
8 4 1,091 1,412 1,565 1,655 1,714 1,756 1,787 1,811 1,831 1,846 1,859 1,870
8 5 1,116 1,574 1,823 1,979 2,087 2,165 2,225 2,272 2,310 2,341 2,368 2,390
9 1 1,019 1,069 1,087 1,096 1,102 1,106 1,109 1,111 1,112 1,113 1,114 1,115
9 2 1,038 1,149 1,191 1,213 1,227 1,237 1,243 1,249 1,253 1,256 1,258 1,261
9 3 1,059 1,241 1,317 1,358 1,385 1,403 1,416 1,426 1,434 1,440 1,445 1,450
9 4 1,080 1,350 1,473 1,543 1,588 1,620 1,643 1,662 1,676 1,688 1,697 1,705
9 5 1,102 1,479 1,670 1,785 1,862 1,917 1,959 1,991 2,017 2,038 2,055 2,070
10 1 1,017 1,062 1,078 1,086 1,091 1,094 1,097 1,098 1,100 1,101 1,102 1,103
10 2 1,034 1,132 1,169 1,188 1,200 1,208 1,214 1,218 1,222 1,224 1,227 1,229
10 3 1,053 1,212 1,277 1,311 1,333 1,348 1,359 1,368 1,374 1,379 1,384 1,387
10 4 1,071 1,304 1,406 1,463 1,500 1,525 1,544 1,558 1,570 1,579 1,587 1,593
10 5 1,091 1,412 1,565 1,655 1,714 1,756 1,787 1,811 1,831 1,846 1,859 1,870
11 1 1,015 1,056 1,070 1,078 1,082 1,085 1,087 1,089 1,090 1,091 1,092 1,092
11 2 1,031 1,119 1,151 1,168 1,179 1,186 1,191 1,195 1,198 1,200 1,202 1,204
11 3 1,048 1,189 1,245 1,275 1,294 1,307 1,316 1,323 1,329 1,333 1,337 1,340
11 4 1,065 1,269 1,356 1,404 1,435 1,456 1,471 1,483 1,492 1,500 1,506 1,511
11 5 1,082 1,361 1,489 1,562 1,610 1,643 1,668 1,687 1,702 1,714 1,724 1,733
Notas:
1- NCP = células capacitivas em paralelo por grupo série.
2- NCE = número de células capacitivas eliminadas de um único grupo série.
3- Esta tabela deve ser utilizada com as ligações da figura 5.12, considerando-se a ligação em série de um ou mais grupo de
capacitores em paralelo.
1000 × QC Solução:
C= (5.36)
2 × π × f × UN 2
Qc = 3 x 2,5 = 7,5 kVAr
onde,
De (5.36),
QC = potência reativa nominal do capacitor,
em kilovolt.ampère.reativo [kVAr];
1000 × QC 1000 × 7,5
f = frequência nominal, em hertz [Hz]; C= = = 411μF
2 × π × f × UN 2 2 × π × 60 × 0,22 2
UN = tensão nominal, em kilovolt [kV];
C = capacitância, em microfarad [μF]. Observe que a capacitância na célula (elemento) em
configuração estrela é igual a:
onde,
Tabela 5.11 Características elétricas básicas em bancos trifásicos em baixa tensão (Divulgação: Induscon).
Tensão Potência reativa [kVAr] Corrente nominal [A]
Capacitância Fusível Disjuntor Cabo de
de linha 2
50Hz 60Hz [μF] 50Hz 60Hz [A] [A] ligação [mm ]
[V]
2,1 2,5 137,01 5,5 6,6 10 10 2,5
4,2 5,0 274,03 10,9 13,1 25 20 4
6,3 7,5 411,04 16,4 19,7 36 30 6
8,3 10,0 548,05 21,8 26,2 50 50 6
10,4 12,5 685,07 27,3 32,8 50 50 10
220
12,5 15,0 822,08 32,8 39,4 63 70 16
14,6 17,5 959,09 38,2 45,9 80 90 16
16,6 20,0 1096,12 43,7 52,5 100 100 25
18,7 22,5 1233,12 49,1 59,0 100 100 25
20,8 25,0 1370,14 54,6 65,6 125 125 35
2,1 2,5 45,92 3,2 3,8 10 10 1,5
4,2 5,0 91,85 6,3 7,6 16 15 2,5
6,3 7,5 137,77 9,5 11,4 25 20 2,5
8,3 10,0 183,70 12,7 15,2 25 30 4
10,4 12,5 229,62 15,8 19,0 36 30 4
12,5 15,0 275,55 19,6 22,8 36 40 6
14,6 17,5 321,47 22,2 26,6 50 50 6
380 16,6 20,0 367,39 25,3 30,4 50 50 10
18,7 22,5 413,32 28,5 34,2 50 60 10
20,8 25,0 459,24 31,7 38,0 63 70 16
25,0 30,0 551,09 38,0 45,6 80 90 16
29,2 35,0 642,94 44,3 53,2 100 100 25
33,3 40,0 734,79 50,6 60,8 100 100 25
37,7 45,0 826,64 57,0 68,4 125 125 35
41,6 50,0 918,48 63,3 76,0 125 125 35
2,1 2,5 34,25 2,7 3,3 10 10 1,5
4,2 5,0 68,51 5,5 6,6 10 10 2,5
6,3 7,5 102,76 8,2 9,8 16 20 2,5
8,3 10,0 137,01 10,9 13,1 25 30 4
10,4 12,5 171,26 13,7 16,4 25 30 4
12,5 15,0 205,52 16,4 19,7 36 30 4
14,6 17,5 239,77 19,2 23,0 36 40 6
440 16,6 20,0 274,03 21,8 26,2 50 50 6
18,7 22,5 308,28 24,6 29,5 50 50 10
20,8 25,0 342,53 27,3 32,8 50 50 10
25,0 30,0 411,04 32,8 39,4 63 70 16
29,2 35,0 479,54 38,2 45,9 80 90 25
33,3 40,0 548,05 43,7 52,5 125 100 25
37,7 45,0 616,56 49,1 59,0 100 100 35
41,6 50,0 685,07 54,6 65,6 125 125 35
2,1 2,5 28,78 2,5 3,0 10 10 2,5
4,2 5,0 57,56 5,0 6,0 10 10 4
6,3 7,5 86,34 7,5 9,0 16 20 2,5
8,3 10,0 115,13 10,0 12,0 25 20 4
10,4 12,5 143,91 12,5 15,0 36 30 4
12,5 15,0 172,69 15,0 18,0 36 30 4
14,6 17,5 201,47 17,5 21,0 36 40 6
480 16,6 20,0 230,26 20,1 24,1 50 50 6
18,7 22,5 259,04 22,6 27,1 50 50 6
20,8 25,0 287,82 25,1 30,1 50 50 10
25,0 30,0 345,39 30,1 36,1 63 70 10
29,2 35,0 402,95 35,1 42,1 80 70 16
33,3 40,0 460,52 40,1 48,1 80 90 16
37,7 45,0 518,08 45,1 54,1 100 100 25
41,6 50,0 575,65 50,1 60,1 100 100 25
Notas:
1. Fusíveis fornecidos no interior dos capacitores podem ter capacidade maior que as mostradas nesta tabela;
2. Esta tabela é correta para instalações em campo e reflete as recomendações dos fabricantes para proteção contra sobrecorrente
de acordo com padrões internacionais. Condições específicas de instalação, proceder conforme NBR 5410 e NBR 14039;
3. Pequenas variações podem ser encontradas na composição desta tabela entre os vários fabricantes.
Tabela 5.12 Características elétricas básicas em bancos de capacitores monofásicos em baixa tensão (Divulgação:
Induscon).
Tensão Potência reativa [kVAr] Corrente nominal [A] Cabo de
Capacitância Fusível Disjuntor
de linha ligação
50 Hz 60 Hz [μF] 50 Hz 60 Hz [A] [A]
[V] [mm2]
2,1 2,5 137 9,5 11,4 20 20 1,5
2,5 3,0 165 11,4 13,6 25 25 1,5
4,2 5,0 274 19,1 22,7 36 40 6
5,0 6,0 329 22,7 27,3 50 50 10
220 6,3 7,5 411 28,6 34,1 63 60 16
8,3 10,0 548 37,7 45,5 80 70 25
10,0 12,0 657 45,5 54,5 100 90 35
12,5 15,0 822 56,8 68,2 125 125 35
16,6 20,0 1096 75,5 90,1 160 150 50
2,1 2,5 46 5,5 6,6 10 10 1,5
2,5 3,0 55 6,6 7,9 16 15 1,5
4,2 5,0 92 11,1 13,2 25 25 1,5
5,0 6,0 110 13,2 15,8 30 25 4
8,3 10,0 184 21,8 26,3 50 40 10
10,0 12,0 220 26,3 31,6 50 50 16
380
12,5 15,0 276 32,9 39,5 63 70 16
15,0 18,0 330 39,5 47,4 80 90 25
16,6 20,0 367 43,7 52,6 100 90 35
20,0 24,0 440 52,6 63,2 100 100 35
20,8 25,0 460 54,7 65,8 125 125 35
25,0 30,0 551 65,8 78,9 160 150 50
4,2 5,0 68 9,5 11,4 20 20 1,5
5,0 6,0 82 11,4 13,6 25 25 1,5
8,3 10,0 137 18,9 22,7 36 40 6
10,0 12,0 164 22,7 27,3 50 50 10
440
12,5 15,0 206 28,4 34,1 63 60 16
16,6 20,0 274 37,7 45,5 80 70 25
20,8 25,0 343 47,3 56,8 100 90 35
25,0 30,0 411 56,8 68,2 125 125 35
4,2 5,0 58 8,7 10,4 20 20 1,5
5,0 6,0 69 10,4 12,5 20 25 1,5
8,3 10,0 115 17,3 20,8 36 35 6
10,0 12,0 138 20,8 25,0 50 40 10
480
12,5 15,0 173 26,0 31,3 50 50 16
16,6 20,0 230 34,6 41,7 80 70 16
20,8 25,0 288 43,3 52,1 100 90 25
25,0 30,0 345 52,1 62,5 100 100 35
Notas:
1. Fusíveis fornecidos no interior dos capacitores podem ter capacidade maior que as mostradas nesta tabela;
2. Esta tabela é correta para instalações em campo e reflete as recomendações do fabricante para proteção contra sobrecorrente
de acordo com padrões internacionais. Condições específicas de instalação, proceder conforme NBR 5410 e NBR 14039;
3. Pequenas variações podem ser encontradas na composição desta tabela entre os vários fabricantes.
R S T
A proteção contra surto pode também XL = reatância indutiva (com indutância Lc),
ser feita através de contator convencional em em ohm [Ω];
série com indutores de pré-carga (anti-surto)
feitos com os próprios cabos de força que XC = reatância capacitiva, em ohm [Ω].
alimentam os capacitores. No caso de se
optar pelo uso de indutores, o contator
Se Is1 ≥ Is2, o capacitor estará
convencional deve ser especificado para
devidamente protegido. Caso contrário, deve
regime de operação AC-6b, desenvolvido
ser calculada a indutância necessária para
especialmente para a manobra de
Is1, conforme expressão (5.47):
capacitores (especificação técnica conforme
IEC 60947-4 e VDE 0660).
2
O cálculo da indutância anti-surto pode ⎡ 2 ×U ⎤
ser feito através da expressão (5.44): L =C×⎢ ⎥ (5.47)
⎣ 3 × IS1 ⎦
⎡⎛
LC = 0,2 × l × ⎢⎜ 2,303× log
(4 × l ) ⎞ − 0,75⎤ Onde,
⎟ ⎥ (5.44)
⎣⎝ d ⎠ ⎦
L = indutância, em microhenry [μH];
Onde,
Para confecção do indutor L de N
LC = indutância do cabo, em microhenry [μH];
espiras, utiliza-se a expressão (5.48):
l = comprimento do condutor, em metros
[m]; Li × d
N= (5.48)
d = diâmetro do condutor, em metros [m]. 2
⎛ S ⎞
3,142 ×10−7 × ⎜⎜ D − d − 2 × ⎟
As correntes de surto nominal (Is1) e ⎝ 3,14 ⎟⎠
real (Is2) são calculadas através das
expressões (5.45) e (5.46): Onde,
U× 2
IS 2 = (5.46) Em função do descarregamento de
3 × XL × XC toda a energia armazenada em cada célula
capacitiva no ponto em curto-circuito, quando
ocorre um defeito no sistema ao qual está
ligado um banco de capacitores, a corrente
Onde, resultante (contribuição dos capacitores mais
a do sistema) percorre toda a rede desde o
Is2 = corrente de surto real, em ampère [A]; ponto de instalação do referido banco até o
U = tensão, em volt [V]; ponto onde se localiza a falta. A corrente de
contribuição dos capacitores é dada pela (Xp – também chamada de “reatância própria”) e
2
expressão (5.49), que é uma outra maneira capacitiva (Xc) para o cabo de 95 mm , para
condutores de cobre com isolação em PVC e
de apresentar a expressão (5.46): isolamento para 8,7/15 kV):
Xp = 0,1599 mΩ/m = 0,1599 Ω/mm
I c = 0,816 × Uf × C / L (5.49) Xp = 11.167 mΩ.m =11.167 mΩ.m
Onde,
De (1.10), considerando-se um comprimento “D”
Ic = corrente de contribuição, valor de crista para o cabo igual a 130 m:
[kA]; Xp × D 0,1599 × (130 1000 )
L= = = 5,51 × 10 −5 H
Uf = tensão entre fases do sistema, em 2πf 2π × 60
kilovolt [kV]; De (1.13), considerando-se um comprimento “D”
para o cabo igual a 130 m, calcula-se a capacitância do
C = capacitância do banco acrescida a do cabo:
sistema, em farad [F];
1× D 1 × (130 1000 )
C= = = 3,01 × 10 −8 F
L – indutância entre o ponto de instalação 2πf × Xc 2π × 60 × 11.167
dos capacitores e o ponto de defeito, em
De (5.36), calcula-se a capacitância do capacitor
henry [H]. de correção do FP:
1000 × QC 1000 × 1.500
C= = = 22,84μF
EXEMPLO 5.14 Para a indústria apresentada na figura 2 × π × f × UN 2 2 × π × 60 × 13,2 2
19, calcular a corrente de contribuição de um banco C = 22,84 × 10 −6 F
capacitivo de 1.500 kVAr, em um sistema de 13,2 kV,
durante um defeito identificado no ponto de falta. De (5.9), a capacitância paralela vale
(capacitância do condutor e capacitância do capacitor
de correção do FP):
Rede aérea
( ) (
C p = C s + C c = 3,01 × 10 −8 + 22,84 × 10 −6 )
(
C p = 3,01 × 10 −8
) + (2.284 × 10 ) = 2.287 × 10
−8 −8
Medição
Observe que, na prática, pode até ser
Distribuição desprezada a capacitância do cabo (ela é mais de 700
vezes menor que a capacitância do capacitor de
13,2 kV
correção!).
Falta
Finalmente, de (5.49), tem-se:
1.500 kVAr 130 m – 95 mm
2
a I c = 0,816 × Uf × C / L
Figura 5.19 Representação da instalação industrial. Nota: o valor da capacitância do cabo pode ser
calculada pela expressão (5.50), através da qual se
calcula a reatância capacitiva do condutor:
Solução:
Tabela 5.16 Fusíveis para ligação de bancos de If = corrente mínima do elo fusível, em
capacitores de alta tensão (Divulgação: Induscon). ampère [A];
Tipo de ligação
kVAr
6,6 kV - Δ 11,4 kV – Y 13,2 kV - Y
In = corrente nominal do banco de
150 12K 8K 8K capacitores, em ampère [A].
225 20K 12K 12K
300 25K 15K 15K
5.5.3.2 Proteção por relé de sobrecorrente
450 40K 25K 20K
6001 50K 30K 30K
9001 --- 50K 40K A melhor performance no que diz
1.2002 --- 65K 65K respeito a proteção de banco de capacitores
1.8002 --- --- 80K
3
é encontrada quando da utilização de relés
Notas: de proteção contra sobrecorrentes. Os relés
1- Somente com unidades de 100 kVAr;
de sobrecorrente atuam para correntes de
2- Somente com unidades de 200 kVAr; sobrecarga e curto-circuito, podendo ser
3- Não se recomenda o banco com fusíveis de grupo. instantâneos (função 50 – Tabela ASA) ou
temporizados (função 51 – Tabela ASA).
Devem ser ligados a transformadores de
O dimensionamento do elo fusível de corrente (para reduzir a intensidade do sinal
proteção é função da corrente de fase em de corrente) e interligados para atuar sobre a
serviço contínuo, ressaltando-se que não bobina de disjuntores, os quais atuam sobre
deve atuar durante os transitórios de todo o banco.
descarga ou de energização do banco de Os relés de sobrecorrente devem ser
capacitores. O seguinte critério deve ser ajustados para atuar em 30% da corrente
adotado para o dimensionamento: nominal do capacitor:
a) bancos com neutro aterrado
I a = 1,30 × I n (5.53)
I f = 1,35 × I n (5.51)
Onde,
Onde, Ia = corrente de atuação do relé, em ampère
If = corrente mínima do elo fusível, em [A];
ampère [A]; In = corrente nominal do banco de
In = corrente nominal do banco de capacitores, em ampère [A].
capacitores, em ampère [A].
Onde,
IP ≥ 1,43 × INC (5.54)
Solução:
5.6.1 Ensaios de capacitores
b) Não bloquear a entrada e saída de ar dos seja menor ou igual a 90% da corrente de
gabinetes; excitação do motor (NBR 5060).
c) Os locais devem ser protegidos contra
b) Inversores de Freqüência
materiais sólidos e líquidos em
suspensão (poeira, óleos); Inversores de freqüência que possuam
d) Evitar instalação de capacitores próximo reatância de rede conectada na entrada dos
do teto (calor); mesmos emitirão baixos níveis de
freqüências harmônicas para a rede. Se a
e) Evitar instalação de capacitores em
correção do fator de potência for necessária,
contato direto sobre painéis e quadros
aconselha-se a não instalar capacitores no
elétricos (calor);
mesmo barramento de alimentação do(s)
f) Cuidado na instalação de capacitores inversor(es). Caso contrário, instalar em série
próximo de cargas não lineares. com os capacitores Indutores Anti-
harmônicas.
II) Localização dos cabos de comando
c) Soft-starter
Os cabos de comando deverão estar
preferencialmente dentro de tubulações Deve-se utilizar um contator protegido
blindadas com aterramento na extremidade por fusíveis retardados (gL - gG) para
do Controlador Automático do Fp. manobrar o capacitor, o qual deve entrar em
operação depois que o soft-starter entrar em
III) Cuidados na instalação localizada regime. É sempre importante medir as
harmônicas de tensão e corrente se o
Alguns cuidados devem ser tomados capacitor for inserido no mesmo barramento
quando se decide fazer uma correção de do soft-starter.
fator de potência localizada:
d) Capacitores em instalações elétricas
a) Cargas com alta inércia com fonte de alimentação alternativa
Tabela 5.19 Principais causas e conseqüências da instalação incorreta de capacitores (Fonte: Manual para correção do
fator de potência - divulgação WEG).
Expansão da Unidade Capacitiva a) Repique no contator que pode ser causado pelo
repique do controlador;
b) Temperatura elevada;
c) Tensão elevada;
d) Corrente de surto elevada (> 100x IN);
e) Descargas atmosféricas;
f) Chaveamento de capacitores em bancos automáticos
sem dar tempo (30 a 180s) para a descarga dos
capacitores;
g) Final de vida.
Aquecimento nos terminais da unidade capacitiva a) Mau contato nos terminais de conexão;
(vazamento da resina pelos terminais)
b) Erro de instalação (ex: solda mal feita nos terminais);
c) Interligação entre células capacitivas, conduzindo
corrente de uma célula para outra via terminal.
Tensão acima da nominal a) Fator de potência ter ficado unitário, mesmo não
tendo harmônicas, porém provocou ressonância
paralela;
b) Efeito da ressonância paralela entre capacitores e a
carga.
Corrente acima da nominal a) Efeito de ressonância série entre os capacitores e o
transformador, provocado pela igualdade entre a
freqüência do transformador e a freqüência de alguma
harmônica significativa na instalação.
NBR 6725:1981 Capacitor cerâmico fixo em forma de disco, tipo 3, categoria climática 40/085/21
NBR 6726:1981 Capacitor cerâmico fixo em forma de disco, tipo 2, categoria climática 55/085/21, alta tensão
NBR 6802:1981 Capacitor fixo com dielétrico de poliester metalizado, achatado, categoria climática 40/100/04
NBR 6803:1981 Capacitor fixo com dielétrico de poliéster cilíndrico, categoria climática 40/085/21
NBR 6806:1981 Capacitor fixo com dielétrico de poliéster metalizado, categoria climática 55-085-56
NBR 7354:1989 Monoetilenoglicol – Formação de óxido de alumínio em solução aquosa de ácido bórico
Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétrico de filme
NBR 8758:1985 de polipropileno e folhas metálicas para corrente continua, utilizados em equipamentos
eletrônicos
NBR 8759:1985 Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétrico de filme
Norma Descrição
de poliestireno e fitas metálicas para corrente contínua, utilizados em equipamentos eletrônicos
Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétricos de
NBR 8760:1985
cerâmica, classe 1
NBR 8763:1998 Capacitores série para sistemas de potência
Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétrico de filme
NBR 9323:1986
polipropileno metalizado para corrente contínua, utilizados em equipamentos eletrônicos
NBR 9324:1986 Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores com dielétrico de cerâmica
Seleção dos métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétrico de filme
NBR 10016:1987
de polietileno-teraftalato em folhas metálicas para corrente contínua
Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos para corrente continua,
NBR 10017:1987
usando dielétricos de papel impregnado ou papel/filme plástico
Seleção de métodos de ensaio e requisitos gerais de capacitores fixos com dielétrico de papel
NBR 10018:1987
metalizado para corrente contínua
Capacitores fixos com dielétrico de filme de polipropileno metalizado para corrente contínua,
NBR 10489:1988
para uso em equipamento eletrônico
NBR 10503:1988 Capacitores fixos com dielétrico de mica para CC com tensão nominal não excedendo 3000 V
NBR 10671:1989 Guia para instalação, operação e manutenção de capacitores de potência em derivação
Capítulo
Tarifação da energia
elétrica VI
Sumário do capítulo
6.1 PRINCIPAIS DEFINIÇÕES
6.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CONSUMIDORES DE ENERGIA
6.2.1 Consumidores do grupo A
6.2.2 Consumidores do grupo B
6.3 TARIFAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
6.3.1 Tarifação convencional
6.3.2 Tarifação Horo-sazonal
6.3.3 Tarifação monômia
6.4 DEMANDA, CONSUMO E FATOR DE POTÊNCIA
6.5 A LEGISLAÇÃO DO FATOR DE POTÊNCIA
6.5.1 O faturamento de energia e demanda ativa
6.5.2 O faturamento de energia e demanda reativas excedentes
6.5.3 Reduzindo a fatura de energia elétrica
6.6 FATOR DE CARGA
6.6.1 Tarifação convencional
6.6.2 Tarifação Horo-sazonal Azul
6.6.3 Tarifação Horo-sazonal verde
6.7 SISTEMAS DE MEDIÇÃO DA CONCESSIONÁRIA
indutivo ou capacitivo) para o consumo de Tabela 6.2 Subgrupos dos consumidores do grupo B.
energia elétrica e demanda de potências
reativas excedentes. Subgrupos Tensão de fornecimento
B1 Residencial e residencial de baixa
Os grandes consumidores e a maioria
renda
das pequenas e médias empresas brasileiras B2 Rural, cooperativa de eletrificação
(industriais ou comerciais) são classificados rural, serviço público de irrigação
no Grupo A, podendo ser enquadrados na B3 Demais classes
tarifação convencional ou na tarifação horo- B4 Iluminação pública
sazonal (azul ou verde).
Tarifa Horo-sazonal
AZUL
(binômia)
Consumo Demanda
(R$/kWh) (R$/kW)
Para cada período, o cálculo será o atendida em tensão de fornecimento inferior a 69 kV,
seguinte: caindo para 5% para unidade consumidora atendida
em tensão de fornecimento igual ou superior a 69 kV.
Tabela 6.6 Tarifas de energia elétrica para modalidade b) um preço para horário fora de ponta
de tarifação Horo-sazonal azul – tarifas de em período úmido (FU);
ultrapassagem - referente à concessionária CEMIG
(Fonte: resolução ANEEL N° 87/2000 – Quadro D). c) um preço para horário de ponta em
período seco (PS); e
Tarifa de ultrapassagem - Horo-sazonal Azul d) um preço para horário fora de ponta
Demanda em período seco (FS)
(R$/kW)
Segmento horo-sazonal Fora de
Embora não seja explícita, a Resolução
subgrupo
Ponta
ponta 456 permite que sejam contratados dois
Seca ou Seca ou valores diferentes de demanda, um para o
úmida úmida período seco e outro para o período úmido.
A1 (230 kV ou mais) 35,51 7,47
A2 (88 a 138 kV) 38,14 8,71 Não existe contrato diferenciado de
A3 (69 kV) 51,21 14,00 demanda no horário de ponta, como na tarifa
A3a (30 kV a 44 kV) 54,30 18,09
A4 (2,3 kV a 25 kV) 50,21 16,74 azul. Assim, o faturamento da parcela de
AS (subterrâneo) 52,54 25,66 demanda será composto por uma parcela
apenas, relativa ao período seco ou ao
período úmido, usando o mesmo critério do
THS-azul, quanto a eventuais ultrapassagens
6.3.2.2 Tarifação horo-sazonal verde
de demanda contratada.
O enquadramento dos consumidores Para o cálculo da parcela de ajuste de
do Grupo A na tarifação horo-sazonal verde é fator de potência, o dia é dividido em três
obrigatório para tensão de fornecimento partes: horário capacitivo, horário de ponta, e
inferior a 69 kV (subgrupos A3a, A4 e AS) o restante. Se o fator potência do
quando a demanda contratada for igual ou consumidor, registrado ao longo do mês,
superior a 300 kW, em alternativa a tarifação estiver fora dos limites estipulados pela
horo-sazonal azul. legislação, haverá penalização por baixo
fator de potência. Se o fator de fator de
potência do consumidor estiver dentro dos Tabela 6.8 Tarifas de energia elétrica para modalidade
limites pré-estabelecidos, esta parcela não é de tarifação Horo-sazonal Verde – segmento sazonal -
referente à concessionária CEMIG (Fonte: resolução
cobrada. ANEEL N° 87/2000 – Quadro F).
Assim como na tarifação horo-sazonal
azul, o consumidor poderá optar pelo retorno Tarifa horo-sazonal Verde
à estrutura tarifária convencional, desde que Consumo
seja verificado, nos últimos 11 (onze) ciclos Segmento horo-sazonal (R$/MWh)
de faturamento, a ocorrência de 9 (nove) Subgrupo Ponta
Seca Úmida
registros, consecutivos ou alternados, de
A3a (30 kV a 44 kV) 479,10 471,26
demandas medidas inferiores a 300 kW. A4 (2,3 kV a 25 kV) 496,69 488,54
AS (subterrâneo) 519,79 511,27
As tabelas 6.7 a 6.9 apresentam
Fora de Ponta
exemplos de tarifas de energia elétrica para a Seca Úmida
tarifação horo-sazonal verde. A3a (30 kV a 44 kV) 50,35 44,51
A4 (2,3 kV a 25 kV) 52,19 46,12
AS (subterrâneo) 54,62 48,28
Tabela 6.7 Tarifas de energia elétrica para modalidade
de tarifação Horo-sazonal Verde – segmento horário -
referente à concessionária CEMIG (Fonte: resolução
ANEEL N° 87/2000 – Quadro E). Tabela 6.9 Tarifas de energia elétrica para modalidade
de tarifação Horo-sazonal Verde – tarifas de
ultrapassagem - referente à concessionária CEMIG
Tarifa horo-sazonal Verde
(Fonte: resolução ANEEL N° 87/2000 – Quadro G).
Subgrupo
Demanda Tarifa de ultrapassagem - Horo-sazonal Verde
(R$/kW)
Demanda
Segmento horo-sazonal (R$/kW)
A3a (30 kV a 44 kV) 5,40
subgrupo Período Seco ou
A4 (2,3 kV a 25 kV) 5,58
AS (subterrâneo) 8,57 úmido
A3a (30 kV a 44 kV) 18,09
A4 (2,3 kV a 25 kV) 16,74
AS (subterrâneo) 25,66
Tarifa Horo-sazonal
VERDE
(binômia)
Tabela 6.10 Quadro comparativo entre as condições de enquadramento das tarifações convencional e horo-sazonal.
Condições para tarifação
Condições para Tarifação Horo-sazonal (THS)
Convencional
Tarifa Compulsória Opcional
C (kWh)
D(kW ) = (6.1)
1 4h Figura 6.9 Cálculo do consumo “C” (kWh).
2400kW . min
C= = 40kWh
60 min
6000
que possa realizar trabalho - kW) é registrado
de hora em hora.
Demanda [kW]
5000
4000
Desta maneira, como no caso da
3000
2000
demanda, os mecanismos de tarifação
1000 levarão em conta o pior valor de fator de
0 potência registrado ao longo do mês, dentre
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
4500
4400 aplicada pela concessionária depende não
4300
4200
apenas do valor do fator de potência, mas
4100 também se o mesmo é capacitivo ou indutivo
4000
3900
em um determinado horário do dia.
0 1 2 3 4
Tempo [horas]
5000 medido
4000
3000 0,85
2000 0,85
1000
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Tempo [horas]
0 0
Figura 6.12 Exemplo de um gráfico típico de demanda Figura 6.13 Representação gráfica do fator de potência
diária (gráfico de linha). indutivo e capacitivo.
Horário
Reativa Capacitiva Reativa Indutiva
Hora do dia
23:30
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:30
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:30
do grupo A, a medição do fator de potência é
compulsória e, para evitar multas, deverá ser
mantido acima de 0,92 indutivo (durante os Figura 6.17 Intervalos de avaliação do consumo de
horários fora de ponta indutivo e de ponta), e energia reativa excedente.
acima de 0,92 capacitivo no horário
capacitivo. Para unidades consumidoras do
Grupo B, a medição do fator de potência é Posto Capacitivo é um período de 6
facultativa, sendo admitida a medição horas consecutivas de segunda a domingo,
transitória, desde que por um período mínimo compreendidas, a critério da concessionária,
de 7 (sete) dias consecutivos. entre 23:30h e 06:30, onde ocorre a medição
da energia reativa capacitiva.
A determinação do fator de potência
poderá ser feita através de duas formas
distintas: Cap Ind
a) Avaliação horária 1,00
0,92 0,92
Valor
O fator de potência será calculado medido
através dos valores de energia ativa e reativa 0,85
0,85
medidos a cada intervalo de 1 hora, durante
o ciclo de faturamento.
b) Avaliação mensal 0 0
Neste caso, o fator de potência será Figura 6.18 Representação gráfica da faixa do fator de
calculado através de valores de energia ativa potência (período capacitivo) regulamentada pela
Aneel, isenta de tributação.
e reativa medidos durante o ciclo de
faturamento.
Segundo a legislação vigente da Aneel, Neste período, as instalações devem
todos os consumidores pertencentes ao manter seu fator de potência acima de 0,92
sistema tarifário horo-sazonal serão Capacitivo (para evitar multas), lembrando
faturados, tomando como base a avaliação que o excesso de capacitores na rede
horária do fator de potência. Para os elétrica poderá levar o fator de potência
consumidores pertencentes ao sistema abaixo de 0,92 capacitivo, acarretando o
tarifário convencional, a avaliação do fator de pagamento de multas por excedentes
potência em geral deverá ser feita pelo reativos nas contas de energia. Neste
sistema de avaliação mensal. período, somente o fator de potência
0,85
kVAr indutivo
0,85
0 0
horas
Figura 6.19 Representação gráfica da faixa do fator de 0
4 6 11 13 20 24
potência (período indutivo) regulamentada pela Aneel,
isenta de tributação.
Tabela 6.11 Avaliação da curva de energia reativa da Denomina-se por “importe” o total da
figura 7.20. fatura do consumidor exclusive os tributos,
Período Avaliação
sendo calculada, de maneira genérica, por:
Período de 0 às 4 h Excedente de energia reativa
capacitiva: valores pagos I = [(D × TD ) + (C × TC )]ph / ps + Aj (6.1a)
para FP < 0,92 capacitivo.
Período de 4 às 6 h Excedente de energia reativa
indutiva: valores não pagos Onde,
Período de 6 às 11 h Excedente de energia reativa
indutiva: valores pagos para I = importe (R$);
FP < 0,92 indutivo
Período de 11 às 13 h Excedente de energia reativa D = demanda medida ou contratada, o maior
capacitiva: valores não valor entre ambos (kW);
pagos, independentemente
do valor de FP capacitivo. TD = tarifa de demanda (R$/kW);
Período de 13 às 20 h Excedente de energia reativa
indutiva: valores pagos para
C= consumo medido (kWh);
FP < 0,92 indutivo. TC = tarifa de consumo (R$/kWh);
Período de 20 às 24 h Excedente de energia reativa
capacitiva: valores não ph = posto horário (ponta/fora de ponta);
pagos, independentemente
do valor de FP capacitivo. ps = posto sazonal (seco/úmido);
Aj = ajustes por violação de parâmetros.
De forma simplista, as faturas de
energia elétrica são compostas da soma de
dois grupos de faturamento (além dos A tarifa de consumo deve cobrir todas
encargos e tributos – ICMS, PIS/COFINS): as despesas de geração, mediante uma tarifa
de energia mais os encargos incidentes
a) parcelas referente ao consumo e sobre a parcela “consumo”. A tarifa de
demandas ativas (incluindo a sobretaxa por demanda deve cobrir todas as despesas de
ultrapassagem de demanda contratada) – ver transporte (transmissão e distribuição),
seção 6.5.1; mediante uma tarifa “fio” acrescida dos
b) parcelas referente ao consumo e encargos incidentes sobre a parcela
demandas reativas excedentes, quando “demanda”.
pertinente (não há sobretaxa de Dependendo do tipo de tarifação, a
ultrapassagem para a demanda reativa) – ver expressão de cálculo do importe sobre
seção 6.5.2. variações, as quais serão apresentas em
detalhes a seguir.
Tabela 6.12 Composição da conta de energia elétrica.
Faturamento da energia Faturamento da energia
ativa reativa excedente 6.5.1 O faturamento de energia e
Parcela de Consumo de Parcela de Consumo de demanda ativa
energia ativa (Pc) energia reativa excedente
(FER)
Parcela de Demanda de Parcela de Demanda de
energia ativa (Pd) energia reativa excedente 6.5.1.1 A tarifação convencional
(FDR)
Parcela de Parcela de ultrapassagem A conta de energia elétrica desses
Ultrapassagem de para o consumo de energia consumidores é composta da soma de
Demanda (Pu) reativa (FER de parcelas referentes ao consumo, demanda e
ultrapassagem).
ultrapassagem.
CAP = consumo de energia ativa medido TDAFP = tarifa de demanda de potência ativa
durante o período de ponta, em kWh; aplicável ao fornecimento no período fora de
ponta, em R$/kWh;
TCAP = tarifa de energia ativa aplicável ao
consumo no período de ponta (diferenciada Aqui também, caso a demanda
por período do ano – seco/úmido), em registrada seja inferior à demanda
R$/kWh; contratada, deve-se aplicar a tarifa de
demanda correspondente à demanda
CAFP = consumo de energia ativa medido contratada. Caso contrário, para a demanda
durante o período fora de ponta, em kWh; registrada superior à demanda contratada,
TCAFP = tarifa de energia ativa aplicável ao mas dentro da tolerância de ultrapassagem,
consumo no período fora de ponta aplica-se a tarifa de demanda
(diferenciada por período do ano – correspondente à demanda registrada.
seco/úmido), em R$/kWh;
c) Parcela de ultrapassagem
b) Parcela de demanda
A parcela de ultrapassagem é cobrada
A parcela de demanda, cuja tarifa não é apenas quando a demanda medida
diferenciada por período do ano, é calculada ultrapassa a Demanda Contratada acima dos
somando-se o produto da Tarifa de Demanda limites de tolerância. Esses limites são de 5%
na ponta pela Demanda Contratada na ponta para os subgrupos A1, A2 e A3 e de 10%
(ou pela demanda medida na ponta, de para os demais subgrupos.
acordo com as tolerâncias de ultrapassagem) O cálculo da parcela de ultrapassagem
e ao produto da Tarifa de Demanda fora da é obtido multiplicando-se a Tarifa de
ponta pela Demanda Contratada fora de Ultrapassagem pelo valor da demanda
ponta (ou pela demanda medida fora de medida que supera a Demanda Contratada:
a) Parcela de consumo 2) Tabela com tarifas da CEMIG do grupo A4 para AZUL, VERDE e CONVENCIONAL e do Grupo
B3 Comercial para Monômio;
3) P = Ponta e FP = Fora de Ponta.
Tempo (h)
Demanda (kW)
Tipo da carga
19 20 21 22
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 23 24
PONTA
Ilum. Escrit. 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9
Ilum. Fábrica 15 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 15
Estufa 40 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 15
Prensa 1 20 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
Prensa 2 20 1 1 1 1 1 5
Forno 1 30 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 15
Forno 2 20 1 1 1 1 1 5
Estrusora 1 20 1 1 1 1 1 5
Estrusora 2 15 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
Bomba 15 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
205
185
185
185
185
185
135
155
165
165
165
165
85
85
85
85
Total de kW
0
0
2.215
Total de
185
185
185
185
185
135
155
165
165
165
165
85
85
85
85
0
0
kWh
Eah = energia ativa medida a cada intervalo Isto posto, conclui-se que a correção do
de 1 hora, em kWh; Fp deve levar em conta o "tipo" de medição
que a concessionária efetua na instalação
elétrica, sob pena da correção não surtir o
Alguns aspectos importantes devem ser efeito esperado e ao final do mês aparecer
observados: cobrança de reativo excedente na fatura de
energia elétrica da instalação elétrica
1. O sistema de medição da concessionária corrigida (mau corrigida).
não vai medir o Fp, o que ele fará é
dimensioná-lo em função da energia ativa Nas expressões (6.15) e (6.16), serão
consumida (kWh) e da energia reativa considerados:
consumida (kVArh ou kQh) pela a) durante o período de 6 horas
instalação elétrica e que serão medidas; consecutivas, compreendido, a critério da
2. O sistema de medição da concessionária concessionária, entre 23 h e 30 min e 06 h e
integraliza a cada período "T" o valor da 30 min (posto capacitivo), apenas os fatores
energia ativa e reativa consumida pela de potência "ft" inferiores a 0,92 capacitivo,
instalação elétrica, portanto, a cada verificados em cada intervalo de 1 (uma)
período "T" o Fp terá um valor próprio já hora "t"; O período de 6 (seis) horas deverá
que a porção da carga instalada da ser informado pela concessionária aos
instalação elétrica em operação pode respectivos consumidores com antecedência
variar para cada "T"; mínima de 1 (um) ciclo completo de
faturamento (figura 6.18).
3. Os valores de Fp para cada período "T"
podem ser significativamente diferentes. b) durante o período diário
Imagine o que ocorre com o Fp nas complementar ao definido na alínea anterior
empresas que fecham no intervalo do (posto indutivo), apenas os fatores de
meio-dia, nas que não tem turno de potência "ft" inferiores a 0,92 indutivo,
revezamento e que operam até às 18 verificados em cada intervalo de 1 (uma)
horas, nas que não operam nos sábados, hora "t" (figura 6.19).
domingos e feriados, etc;
Importante:
4. Desta forma, a correção está diretamente
vinculada ao período "T" e, Os consumidores do Grupo A, tarifa verde, pagam o
evidentemente, aos módulos das consumo de energia reativa na ponta e fora de ponta
energias ativa e reativa envolvida em (FER) e a demanda reativa (FDR); por outro lado, os
cada período "T"; consumidores enquadrados na tarifa azul pagam tanto
o consumo de energia reativa (FER) quanto da
5. Observe também, que a potência reativa demanda reativa (FDR), para as horas de ponta e fora
fornecida pelo banco de capacitores (Qc) de ponta.
não pode ser maior que a potência
reativa requerida pela carga (Q), sob Havendo montantes de energia elétrica
pena de, do ponto de vista da medição, estabelecidos em contrato, o faturamento
ela "enxergar" a carga como capacitiva, correspondente ao consumo de energia
já que o excedente da potência reativa reativa, verificada por medição apropriada,
gerada pelos bancos de capacitores (Q - que exceder às quantidades permitidas pelo
Qc) retornará para o sistema elétrico da fator de potência de referência "fr", será
concessionária. Se esta potência reativa calculado de acordo com a expressão:
de retorno for significativa, embora
inverta o sinal do Fp de negativo (carga
indutiva) para positivo (carga capacitiva) ⎡⎛ n CAt × fr ⎞ ⎤
FER ( p ) = ⎢⎜⎜ ∑ ⎟⎟ − CF ( p ) ⎥ × TCA( p ) (6.18)
ele também poderá ser menor ou igual a ⎣⎝ t =1 ft ⎠ ⎦
0,92, logo, a multa também será cobrada.
FDRh = 700 ×
0,92
= 1.533kW ⎡ ⎛ fr ⎞ ⎤
0,42 FDRP = ⎢ MAX tn=1 ⎜⎜ DAt × ⎟⎟ − DFP ⎥ × TDAP
⎣ ⎝ ft ⎠ ⎦
⎡ ⎛ 0,92 ⎞⎤
FERh = ⎢700 × ⎜ − 1⎟⎥ × R$0,05219 = R$43,50 ⎡⎛ ⎤
⎝ 0,42 ⎠⎦ 0,92 ⎞
⎣ FDRP = ⎢⎜ 200 × ⎟ − 210 ⎥ × 16,74
FERh = R$0,00 ⎣⎝ 0,86 ⎠ ⎦
0,92
FDRh = 200 × = 214 kW 6.5.2.2 Avaliação mensal do fator de
0,86
⎡
potência
⎛ 0,92 ⎞⎤
FERh = ⎢200 × ⎜ − 1⎟⎥ × R$0,10976 = R$1,53
⎣ ⎝ 0,86 ⎠⎦ Para unidade consumidora faturada na
Obs: utilizar a tarifa de consumo P/seca. estrutura tarifária convencional, o
faturamento correspondente ao consumo de
7- período: das 21 às 22 horas energia elétrica e à demanda de potência
reativas excedentes, será calculado de
0,92 acordo com as expressões (6.19) e (6.20).
FDRh = 2.500 × = 2.500kW
0,92 Enquanto não forem instalados
⎡ ⎛ 0,92 ⎞⎤ equipamentos de medição que permitam a
FERh = ⎢2.500 × ⎜ − 1⎟⎥ × R$0,05219 = R$0,00
⎣ ⎝ 0,92 ⎠⎦ aplicação das expressões (6.15) e (6.16), de
acordo com a conveniência da
Obs: utilizar a tarifa de consumo FP/seca.
concessionária, a concessionária poderá
realizar o faturamento de energia e demanda
b) Acréscimo na fatura mensal de potência reativas excedentes utilizando as
expressões (6.19) e (6.20).
A aplicação da expressão (6.16) necessita da obtenção
dos valores máximos da expressão DAt × 0,92 obtidos Na avaliação mensal, o fator de
ft potência será calculado através de valores
da tabela (6.17), no período fora de ponta e de ponta médios de energia ativa e reativa medidos
correspondem, respectivamente, aos intervalos das 16 durante o ciclo de faturamento. Nesse caso,
às 17 h (3.293 kW) e das 17 às 18 h (214 kW). Desta
forma, o acréscimo na fatura (multa), nessas
serão medidas a energia ativa e reativa
condições, aplicando-se as tarifas da tabela 6.15, vale: indutiva durante o período de 30 dias.
Fora de ponta:
⎛ fr ⎞ (6.19)
FER = CA × ⎜⎜ − 1⎟⎟ × TCA
⎡ ⎛ fr ⎞ ⎤ ⎝ f m ⎠
FDRFP = ⎢ MAX tn=1 ⎜⎜ DAt × ⎟⎟ − DFFP ⎥ × TDAFP
⎣ ⎝ ft ⎠ ⎦
Por outro lado, a parcela de consumo é
⎡⎛ 0,92 ⎞ ⎤ calculada multiplicando-se o consumo
FDRFP = ⎢⎜ 3.400 × ⎟ − 3.500⎥ × 5,58
⎣⎝ 0,95 ⎠ ⎦ medido pela Tarifa de Consumo:
onde: Onde:
FER = valor do faturamento total (em R$) FER = valor do faturamento total
correspondente ao consumo de energia correspondente ao consumo de energia
reativa excedente à quantidade permitida reativa excedente à quantidade permitida
pelo fator de potência de referência, no pelo fator de potência de referência, no
período de faturamento; período de faturamento, em R$;
CA = consumo de energia ativa registrada no CA = consumo de energia ativa registrada no
mês, em kWh; mês, em kWh;
CR = consumo de energia reativa registrada fr = fator de potência de referência igual a
no mês, em kVArh; 0,92;
fr = fator de potência de referência igual a fm = fator de potência indutivo médio das
0,92; instalações elétricas da unidade
consumidora, calculado para o período de
fm = fator de potência indutivo médio das
faturamento;
instalações elétricas da unidade
consumidora, calculado para o período de CF = consumo de energia elétrica ativa
faturamento: faturável no mês, em kWh;
fm =
CA (6.21) TCA = tarifa de energia ativa, aplicável ao
(CA 2
+ CR 2
) fornecimento, em R$/kWh.
1 DM = 89 kW
FP = 2
= 0,6665
⎛ 11.409,6 ⎞ DF = 96 kW
⎜ ⎟ +1
⎝ 10.086 ⎠
CA = 10.086 kWh
KQh = 14.924 kQh
Fp = 66,65 %, portanto abaixo de 92 %. TDA = 5,73000 R$/kW
TCA = 0,08379 R$/kWh
b) O custo da Fatura de energia elétrica será, de (6.14):
Fatura = Parcela de Consumo (PC) Calcular o valor da fatura a ser paga para a
PC = CA x TCA concessionária.
c) O valor da multa, dado o valor abaixo de 92 % do a) O fator de potência desta instalação será (de 1.65 e
fator de potência, pela expressão 7.16, será: 1.68):
⎛ fr ⎞
FER = CA × ⎜⎜ − 1⎟⎟ × TCA
⎝ f ⎠ 2 × kQh − kWh
m
kVArh =
3
⎛ 0,92 ⎞
FER = 10.086 × ⎜ − 1⎟ × 0,15206 2 × 14.924 − 10.086
⎝ 0,6665 ⎠ kVArh = = 11.409,6
3
FER = R$ 588,10 1
FP = 2
= 0,6665
Logo, a multa será: ⎛ 11.409,6 ⎞
⎜ ⎟ +1
Multa = FER ⎝ 10.086 ⎠
Consumo = R$ 1.533,68
Reativo Excedente (multa) = R$ 588,10 De (6.2) e (6.3):
ou seja, um total de R$ 2.121,78. Observe que a multa
Pc = CA × TCA = 10.086 × 0,08379 = R$845,10
por baixo fator de potência representará 27,72 % do
valor total da Fatura de energia elétrica da instalação, Pd = DF × TDA = 96 × 5,7300 = R $550 ,10
onde a unidade consumidora pagará à concessionária
algo que pode ser evitado e que ainda poderá lhe De (6.5):
acarretar vários problemas na instalação elétrica.
Fatura = Pc + Pd + Pu
Fatura = 845,10 + 550,10 + 0 = R$1.395,20
c) Consultando a conta de energia (tabela 6.19), g) Assim, esta unidade consumidora pagará a
obtemos: concessionária:
⎛ ⎞
FDR = ⎜ 200 ×
0,92
− 200 ⎟ × 6,33 = R$498,73
Investimento = economia ×
(1 + i )n − 1 (6.23)
⎝ ⎠
i × (1 + i )
0,66 n
resultará no menor gasto com energia Curva de demanda ativa mensal [kW]
Demanda [kW]
estatísticos de projeção, porém isso foge ao 250
250
1998
Set 239,2 0 1.540,09 0,00 1.540,09
1999 Out 211,8 0 1.540,09 0,00 1.540,09
200 Nov 255,8 1 1.619,21 0,00 1.619,21
Dez 262,7 1 1.662,89 0,00 1.662,89
150 Total ano 1999: 18.952,65
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Demanda Contratada DF: 243,3 kW
Mês Tarifa de Demanda TDA: R$ 6,33/kW
Tarifa de Demanda de ultrapassagem TDAu: R$ 18,99/kW
Figura 6.22 Curva de demanda ativa mensal [kW].
Na coluna “teste lógico” da tabela 6.21, se a Abr: Pd = DF × TDA = 240,0 × 6,33 = R$ 1.519,20
demanda verificada (medida) for menor que a
contratada, o teste resulta em “0”. Se a demanda for Nov: Pd = DF × TDA = 255,8 × 6,33 = R$ 1.619,21
maior que a contratada, porém menor que a margem
de ultrapassagem (10%), resulta em “1”. Por outro lado,
se a demanda verificada for maior que o limite de No mês de abril, a demanda medida foi maior
tolerância de ultrapassagem, o teste resulta em “2”. que 10% da demanda contratada, ocorrendo, portanto,
multa por ultrapassagem. De (6.4),
A seguir, uma demonstração da metodologia de
cálculo da parcela de demanda (kW) para alguns
meses do ciclo de carga:
Abr: Pu = (DM − DF ) × TDAu
De (6.3),
Pu = (267 ,6 − 240 ) × 18,99 = R$ 524,12
Tarifas conforme tabelas 6.23 (para tarifação 1) Tarifas para o Sistema MONÔMIO consideradas a da classe comercial;
2) Tabela com tarifas da CEMIG do grupo A4 para AZUL, VERDE e CONVENCIONAL e do Grupo
monômia, considerar R$ 0,16706 kWh); B3 Comercial para Monômio;
3) P = Ponta e FP = Fora de Ponta.
Tempo (h)
Demanda (kW)
Tipo da carga
19 20 21 22
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 23 24
PONTA
Ilum. Escrit. 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9
Ilum. Fábrica 15 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 15
Estufa 40 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 15
Prensa 1 20 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
Prensa 2 20 1 1 1 1 1 5
Forno 1 30 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 15
Forno 2 20 1 1 1 1 1 5
Estrusora 1 20 1 1 1 1 1 5
Estrusora 2 15 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
Bomba 15 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 11
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
205
185
185
185
185
185
135
155
165
165
165
165
85
85
85
85
Total de kW
0
Total de
2215
185
185
185
185
185
135
155
165
165
165
165
85
85
85
85
0
kWh
Considerando que a unidade consumidora não opera Logo, a fatura total será, de (6.9):
aos sábados e domingos, será considerado para um
mês o total de 22 dias úteis. Desta forma: Fatura = Pc + Pd = R$6.065,19
Tempo (h)
Demanda (kW)
Tipo da carga
19 20 21 22
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 23 24
PONTA
Ilum. Escrit. 10 1 1 1 1 1 1 1 1 1 9
Ilum. Fábrica 15 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14
Estufa 40 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 14
Prensa 1 20 1 1 1 1 1 5
Prensa 2 20 1 1 1 1 1 5
Forno 1 30 1 1 1 1 1 1 6
Forno 2 20 1 1 1 1 1 1 6
Estrusora 1 20 1 1 1 1 1 5
Estrusora 2 15 1 1 1 1 1 5
Bomba 15 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 10
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
205
120
120
120
120
120
155
165
165
165
165
105
55
55
55
Total de kW
0
0
1.685
Total de
120
120
120
120
120
155
165
165
165
165
105
55
55
55
0
0
kWh
Ano Mês
Fora de Fora de Observe que, como visto, o valor da demanda a
Ponta Ponta
Ponta Ponta ser utilizado (demanda faturada) é o maior valor entre a
Jan 422,8 439,8 16.671 94.522 contratada e a medida (caso esta não ultrapasse em
Fev 533,4 501,7 18.849 100.526 mais de 10% a demanda contratada). Neste caso, a
Úmido
Mar 572,0 518,4 27.717 123.667 contratada é maior: 544,1 > 422,8 na Ponta; 486,8 >
Abr 598,5 535,4 28.467 124.092
Dez 581,1 520,1 26.692 115.548 439,8 Fora de Ponta.
Mai 557,3 508,0 24.424 108.540
2005
Jun 434,9 407,5 23.919 111.557 Parcela de Ultrapassagem:
Jul 432,6 388,2 18.226 83.563
Seco
Fatura = R$17.877,54
De (6.12):
Mês: Agosto:
Como houve ultrapassagem em mais de 10% da
demanda contratada na Ponta, esta parcela será
Parcela de Consumo: cobrada.
Fatura = R$15.539,22
a) Sistema Horo-sazonal Verde
De (6.6): De (6.6):
Pd = (DF × TDA )
Pd = (DF × TDA )
Pd = (544,1 × 5,58) = R$3.036,08
Pd = (515,1 × 5,58)
Observe que, como visto, o valor da demanda a ser Pd = R$2.874,26
utilizado (demanda faturada) é o maior valor entre a
contratada e a medida (caso esta não ultrapasse em Observe que, como visto, o valor da demanda a ser
mais de 10% a demanda contratada).Parcela de utilizado (demanda faturada) é o maior valor entre a
Ultrapassagem: contratada e a medida (caso esta não ultrapasse em
mais de 10% a demanda contratada).Parcela de
De (6.8): Como não houve ultrapassagem em mais de Ultrapassagem:
10%, esta parcela não será cobrada.
DF Fatura (R$)
Mês
Demanda (kW) Demanda Ultrapassagem TOTAL
Jan 422,8 3.036,08 0 3.036,08
Fev 533,4 3.036,08 0 3.036,08
Úmido
Onde:
⎛ Td ⎞
u = Tc + ⎜ ⎟ + ICMS (6.31)
TC = Tarifa de consumo conforme o grupo ⎝ Dt × FC ⎠
associado (preço unitário do kWh);
CAfp 94.522
FCfp = = = 0,324
DAfp × 664 439,8 × 664
CAp + CAfp
FC = (6.35)
DA × 730
Aplicando-se as expressões acima para cada mês,
obtêm-se os cálculos do fator de carga apresentados
na tabela 6.31.
Onde: A figura 6.24 apresenta o gráfico do fator de carga
calculado mensal. Observa-se que no mês de agosto
FC = fator de carga; ocorreu um baixo fator de carga, indicando que neste
mês houve, em relação aos demais, uma maior
CAp = consumo medido na ponta, em kWh; concentração de consumo de energia elétrica em um
curto período de tempo, determinando uma demanda
CAfp = consumo medido fora de ponta, em kWh; elevada (muitos aparelhos ligados ao mesmo tempo).
DA = demanda máxima,em kW;
730 = número de horas de um mês médio. Fator de Carga mensal
1,000
0,800
Fator de carga
0,000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Mês
Tabela 6.31 Dados da conta de energia (demanda e
consumo).
Demanda máxima
Figura 6.24 Curva de fator de carga mensal na ponta e
(kW)
Consumo (kWh) Fator de carga fora da ponta.
Mês
Fora de Fora de Fora de
Ponta Ponta Ponta
Ponta Ponta Ponta
Jan 422,8 439,8 16.671 94.522 0,597 0,324
Fev 533,4 501,7 18.849 100.526 0,535 0,302
Mar 572,0 518,4 27.717 123.667 0,734 0,359
Abr 598,5 535,4 28.467 124.092 0,721 0,349
Mai 557,3 508,0 24.424 108.540 0,664 0,322
Jun 434,9 407,5 23.919 111.557 0,833 0,412
Jul 432,6 388,2 18.226 83.563 0,638 0,324
Ago 650,1 500,9 15.307 71.993 0,357 0,216
Set 503,1 484,4 24.967 106.667 0,752 0,332
Out 463,1 441,9 21.130 92.496 0,691 0,315
Nov 566,6 526,7 25.514 105.338 0,682 0,301
Dez 581,1 520,1 26.692 115.548 0,696 0,335
Capítulo
Projeto da correção do
fator de potência VII
Sumário do capítulo
7.1 INSTALAÇÕES EM FASE DE PROJETO
7.1.1 A contratação do projeto
7.1.2 Levantamento dos dados para estimativa do fator de potência
7.1.3 Metodologia para estimativa do fator de potência
7.2 INSTALAÇÕES EM OPERAÇÃO
7.2.1 Método dos consumos médios mensais
7.2.2 Método analítico
7.2.3 Método das medições diretas
fornecimento e instalação, a prática tem projeto básico, que, como visto, representa
mostrado que a contratação do conjunto é a uma etapa prévia do desenvolvimento do
que apresenta melhores resultados técnicos projeto detalhado, em que se consolidam as
e menor custo para o cliente. Desse modo, o condições técnico-econômicas e
cliente terá o projeto, o fornecimento, a operacionais do projeto e se estabelecem os
construção e montagem, os testes e “start- requisitos básicos para cada integrante do
up” (posta em marcha da instalação) a cargo empreendimento. O projeto executivo
de um mesmo profissional ou empresa, consiste no desenvolvimento detalhado das
recebendo uma instalação pronta e decisões básicas, no nível de fornecimento,
funcionando. Na prática, esta modalidade de fabricação, compra, construção, montagem e
contratação de serviços é conhecida por posta em marcha ("start up") das instalações.
“turn-key”, a qual oferece sempre uma Como exemplo de projetos executivos de
solução integrada para uma necessidade de eletricidade, podemos citar as plantas e
melhoria operacional ou de investimento, detalhes de montagem, esquemas,
garantindo a qualidade e prazo dos memoriais de cálculo e descritivo, listas de
fornecimentos contratados. materiais definitivas, além da adequação de
alguns documentos do projeto básico, como,
por exemplo, os diagramas unifilares da
7.1.1.1 Projeto básico instalação.
b) Ciclo de operação da carga (diário, Tabela 7.1 Características elétricas das cargas.
semanal, mensal, anual); Carga Características elétricas
c) Determinação das potências ativas Tipo (indução, rotor bobinado,
síncrono);
e reativas para o ciclo de carga Potência (cv, HP, kW ou kVA);
considerado; Rendimento;
Potência em kW e Fator de
d) Curvas de demanda ativa e reativa; potência (se constar na placa)
a plena carga;
e) Definição do tipo de correção;
Número de fases;
f) Elaboração do diagrama unifilar da Número de pólos;
Freqüência;
instalação. Velocidade (rpm);
Máquina acionada;
Em plantas de maior porte, o Motores
Funcionamento simultâneo
planejamento prevê com razoáveis detalhes com outras cargas (verificar se
todos os itens anteriormente citados. Porém, isto é obrigatório);
Horário de funcionamento (a
tem-se notado, na prática, que durante a vazio ou em carga);
elaboração de projetos elétricos de pequenas Funcionamento ou não no
instalações industriais, existe uma grande horário de ponta;
dificuldade em conhecer os detalhes técnicos Observar que, quanto maior é
e o ciclo operacional da planta com razoável a potência do motor,maior é a
necessidade de se obter, com
confiança. precisão, o seu horário de
funcionamento.
De qualquer forma, é importante
Potência nominal total (kW);
salientar que o fator de potência calculado Potência de operação (kW);
em instalações em fase de projeto é um valor Número de fases;
presumido. Esta estimativa pode não retratar Cargas Horário de funcionamento e
o real valor do fator de potência quando da resistivas número de horas de operação
por mês;
entrada em operação da planta, Funcionamento simultâneo
principalmente pelo fato de que nem sempre com outras cargas
a instalação é executada conforme o projeto, Tipo (indução eletromagnética,
além do fato dos materiais adquiridos Fornos
a arco, etc);
(motores, transformadores, fornos, cargas de Fator de potência;
Número de fases.
iluminação, etc) nem sempre serem os Tipo (transformadora, moto-
especificados no projeto. geradora, transformadora
Máquina de
retificadora);
solda
Fator de potência;
7.1.2.1 Levantamento da carga Número de fases;
Tipo (incandescente,
Para o levantamento das cargas da fluorescente, vapor de sódio,
instalação, algumas características elétricas Iluminação vapor de mercúrio);
Reator (alto ou baixo fator de
são de fundamental importância. Estas potência).
características a serem levantadas variam, Potência (kVA);
dependendo do tipo de carga, conforme Impedância (Z%);
Transformador
apresentado na tabela 7.1. Monofásico ou trifásico;
Horas de funcionamento.
A tabela 7.2 apresenta um modelo de
planilha para levantamento da carga da
instalação. É de fundamental importância, Caso as cargas não-lineares não
quando do levantamento das cargas, a ultrapassem 20% da carga total da instalação
separação entre dois grupos: cargas lineares elétrica, pode-se corrigir o fator de potência
e não-lineares. estimado somente com a instalação de
capacitores, pois é pouca a possibilidade de
b.2) Setor S2
EXEMPLO 7.1 Determinar o fator de potência provável
(e, caso necessário, a sua correção para 0,92) para o
projeto de uma indústria onde as cargas a serem P 2 = 110 × 7,5 × 0,736 = 607kW
instaladas são conhecidas e cujo ciclo de operação
(período de atividade produtiva) prevê o funcionamento Q 2 = P2 × tg[ar cos(0,81)] = 440kVAr
semanal de segunda à sexta-feira, no período
b.7) Setor S7
b.3) Setor S3
Tabela 7.3 Demanda ativa acumulada por período [kW] - exemplo 7.1.
Período em horas
Setores
0-2 2-4 4-6 6-8 8-10 10-12 12-14 14-16 16-18 18-20 20-22 22-24
S1 --- --- --- 111 111 111 111 111 111 111 --- ---
S2 --- --- --- 607 607 607 607 607 607 607 607 ---
S3 --- --- --- 331 331 331 331 --- 331 331 331 331
S4 --- --- --- --- 736 736 736 736 736 --- --- ---
S5 --- --- --- --- 221 221 221 221 221 221 --- ---
S6 --- --- --- 304 304 304 304 304 304 304 --- ---
S7 9,4 9,4 9,4 94 94 94 94 94 94 94 94 94
TOTAL 9,4 9,4 9,4 1.447 2.404 2.404 2.073 2.404 2.404 1.668 1032 425
Tabela 7.4 Demanda reativa acumulada por período [kVAr] - exemplo 7.1.
Período em horas
Setores
0-2 2-4 4-6 6-8 8-10 10-12 12-14 14-16 16-18 18-20 20-22 22-24
S1 --- --- --- 69 69 69 69 69 69 69 --- ---
S2 --- --- --- 440 440 440 440 440 440 440 440 ---
S3 --- --- --- 292 292 292 292 --- 292 292 292 292
S4 --- --- --- --- 542 542 542 542 542 --- --- ---
S5 --- --- --- --- 207 207 207 207 207 207 --- ---
S6 --- --- --- 259 259 259 259 259 259 259 --- ---
S7 2,0 2,0 2,0 20 20 20 20 20 20 20 20 20
TOTAL 2,0 2,0 2,0 1.080 1.829 1.829 1.829 1.537 1.829 1.287 752 312
c) Traçado das curvas de carga CkVArhd = (2 x 6h) + (1.080 x 2h) + (1.829 x 8h) + (1.537
x 2h) + (1.287 x 2h) + (752 x 2h) + (312 x 2h)
Considerando-se os valores totais obtidos da
formação das tabelas 7.3 e 7.4, traçam-se as curvas de CkVArhd = 24.580 kVArh/dia
carga das demandas previstas (ativa e reativa), que
compõem um ciclo de carga diário (figura 7.1).
d.4) Cálculo do valor do consumo de energia reativa
Curva de demanda ativa [kW] e reativa [kVAr] mensal (considerando-se 22 dias):
3000 CkVArhm = 24.580 kVArh x 22 dias= 540.760 kVArh/mês
Demanda [kW, kVAr]
2500
2000
kW
1500
1000
kVAr Através da aplicação da expressão 7.1,
500
obtemos:
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
CA 716.724
Tempo [horas]
FP = = = 0,80
CA + CR
2 2
716.724 2 + 540.760 2
Figura 7.1 Curva de Demanda Ativa [kW] e Reativa
[kVAr].
e) Correção do fator de potência
Para calcularmos a potência ativa (kW), basta
d) Cálculo do fator de potência dividir o consumo ativo mensal (kWh/mês) pelo período
de funcionamento medido (horas). Considerando-se o
Para o cálculo do fator de potência, é necessário mês de 22 dias com funcionamento 24h/dia, temos
calcular os consumos de energia ativa e reativa para o que:
período de um mês de operação da indústria. Estes
valores são obtidos multiplicando-se as demandas ativa
e reativa pelo tempo considerado de operação diária e Demanda (kW) = CkWhm / (período)
pelo número de dias de funcionamento previsto.
716.724kWh
d.1) Cálculo do consumo de energia ativa diário: Demanda = = 1.358kW
22 × 24
CkWhd = (9,4 x 6h) + (1.447 x 2h) + (2.404 x 8h) + (2.073
x 2h) + (1.668 x 2h) + (1.032 x 2h)+ (425 x 2h)
Da tabela 3.2, que fornece o multiplicador Δtg
CkWhd = 32.579 kWh/dia
em função do fator de potência original calculado
d.2) Cálculo do consumo de energia ativa mensal anteriormente (cosϕ1 = 0,80) e daquele que se
(considerando-se 22 dias): pretende obter (cosϕ2 = 0,92), obtemos o valor de Δtg =
0,32.
CkWhm = 32.579 kWh x 22 dias = 716.724 kWh/mês
Da expressão (3.2), temos:
Q2 = 136,8 kVAr
Q1 = 65 kVAr
φ1 = 41,4° φ2 = 31,8°
P1 = 73,6 kW P2 = 220,8 kW
a b
Q3 = 277,9 kVAr
Q3 = 76,1 kVAr
φ3 = 66,4° φT = 40,3°
P3 = 33,2 kW P3 = 327,6 kW
c d
Figura 7.2 Triângulos de potência para o exemplo 6.2.
Setores
Período 8-10h 7.2 Instalações em operação
kW kVAr
S1 111 69
Conforme apresentado na seção 7.1, a
S2 607 440
determinação do fator de potência para
S3 331 292 instalações em fase de projeto é um valor
S4 736 542 presumido, baseado em valores estimados
S5 221 207 de potência e de ciclo de carga. A
S6 304 259 determinação precisa do fator de potência
S7 94 20
somente é obtida por meio de medição
(através da utilização de equipamentos
TOTAL 2.404 1.829
adequados), o que só é possível após a
O fator de potência será igual à:
execução do projeto e quando a instalação
estiver operando em plena carga.
De (1.47), É importante salientar que, em geral,
P 2.404 2 em indústrias recém-inauguradas, não se
Fp = = = 0,80 deve proceder à medição do fator de
P +Q
2 2
2.404 2 + 1.829 2
potência, em virtude de nem sempre todas as da solução mais viável sob os pontos de vista
máquinas estarem em operação de regime. técnico e econômico.
Em princípio, o aumento do fator de
potência pode ser conseguido não apenas 7.2.1.1 Histórico de consumo
através de soluções de ordem técnica (como
a instalação de banco de capacitores), mas Para se verificar o comportamento da
também através um conjunto de soluções e instalação durante diversas épocas do ano,
providências básicas de ordem deverá ser feito o levantamento dos dados de
administrativa, relacionadas, de maneira consumo de, no mínimo, 12 meses
geral, com a modificação na rotina anteriores, uma vez que poderá haver
operacional, objetivando uma utilização variação em função de diversas causas, tais
correta de motores e transformadores, como, como flutuações de mercado, tanto do
por exemplo: fornecedor como consumidor, safra,
variações de temperatura, regime
a. Desligar da rede os motores que pluviométricos, etc.
estiverem operando em vazio; Desse levantamento, deverão ser
b. Substituir os motores obtidas as seguintes informações, cujos
superdimensionados (operando com conceitos já foram apresentados no capítulo
pequenas cargas) por unidades de menor 6:
potência; a) Demandas registradas – DR (kW);
c. Evitar transformadores operando em b) Demandas faturadas – DF (kW);
vazio ou com pequenas cargas. Manter
energizado somente um transformador da c) Consumo de energia ativa – CA
subestação, quando a indústria estiver (kWh);
operando em carga leve, ou somente d) Consumo de energia reativa – CR
com a iluminação de vigia. (kVArh);
e) Fator de carga – FC;
Para a determinação do fator de f) Fator de potência – Fp;
potência para instalações em operação,
podem ser adotados alguns métodos g) Valor faturado relativo à demanda
clássicos, apoiados na obtenção de dados reativa excedente – FDR;
referentes ao consumo e em medições: h) Valor faturado relativo à energia
reativa excedente – FER.
a) Método dos consumos médios mensais;
Estes dados deverão ser levantados
b) Método analítico; nos horários de ponta e fora de ponta para os
c) Método das medições diretas. consumidores da Tarifa Horo-sazonal e
durante o período de faturamento para os
consumidores da Tarifa Convencional ao
7.2.1 Levantamento de dados longo do ciclo de operação da carga da
instalação (diário, semanal, mensal ou
É necessário que o levantamento de anual).
dados seja o mais criterioso possível, a fim
de que o estudo de melhoria do fator de
7.2.1.2 Dados a serem obtidos junto ao
potência atinja o melhor resultado. Deverá
consumidor
ser obtido o maior número de informações
sobre a instalação elétrica do consumidor, de Os seguintes dados devem ser obtidos
forma a se obter condições de apresentação junto ao consumidor:
Tempo [horas]
aparente), consumo de energia, fator de
potência, desequilíbrios e oscilações, Figura 7.4 Curva de carga diária (demanda ativa e
registros de harmônicas e distorções reativa).
harmônicas entre outras variações
transitórias. Fator de potência horário
1,05
Estes equipamentos são os chamados 1,00
Fator de potência
Tempo [horas]
⎡ ⎛ Q ⎞⎤
Fp = cos ϕ = cos ⎢arctg ⎜ ⎟⎥
⎣ ⎝ P ⎠⎦
Capítulo
Gerenciamento
energético VIII
8 Gerenciamento Energético
Sumário do capítulo
8.1 CONTROLE DE DEMANDA, CONSUMO E FATOR DE POTÊNCIA
8.1.1 A medição feita pela concessionária
8.1.2 Os controladores de demanda
8.2 GERENCIAMENTO DE ENERGIA
8.2.1 Sistema típico de gerenciamento energético
8.2.2 Monitoração energética remota (via internet)
8.3 CONTROLE AUTOMÁTICO DE BANCO DE CAPACITORES
8.3.1 Controle automático de tensão
8.3.2 Controle automático de potência reativa capacitiva
Carga
8.1.1 A medição feita pela concessionária Concessionária Sistema de medição
correção deverá ser tal que a energia reativa consumidores THS, o fator de potência é
consumida do mês fornecida pela medido a cada intervalo de 1 hora, durante o
concessionária (QF) seja tal que promova o ciclo de faturamento (ao contrário dos
Fp a um valor igual ou maior que 0,92, ou consumidores convencionais, onde a
seja, o funcionamento dos bancos de avaliação do fator de potência é mensal).
capacitores ao longo do mês devem gerar
Assim, para estes casos, a correção do
uma energia reativa Qc suficiente a trazer o
Fp terá que ser com bancos de capacitores
QF a um valor adequado.
reguláveis (automáticos) ou carga a carga, já
Cabe ressaltar que, desta forma, a que, mesmo que pela média do mês a
correção efetuada com bancos de instalação se mostre corrigida, na realidade
capacitores fixos (sem regulação) produzirá o os períodos "T" que ela não estava de fato
Fp mensal superior ou igual a 0,92, no corrigida serão apurados pelo registrador
entanto, haverá períodos dentro do mês (nos digital e sujeitos à multa.
horários em que a empresa operar com baixa
Além da demanda, estes medidores
carga) em que o Qc produzido tornará a
eletrônicos registram várias outras grandezas
instalação capacitiva e/ou o Fp abaixo de
elétricas, tais como: consumo (kWh), fator de
0,92 embora a instalação para o período de
potência, correntes (A) e tensões (V) por
30 dias se mostre corrigida, ou seja, livre das
fase, potências ativa (kW) e reativa (kVAr)
multas.
por fase.
O correto para se ter a instalação
adequadamente corrigida é utilizar-se de
bancos reguláveis, conforme apresentado no
capítulo 4, que alteram o valor do Qc
simultaneamente com a potência ativa P da
carga, ou compensar cada carga
individualmente. Observa-se, obviamente,
que estes dois métodos encarecem o custo
da correção e não são, na verdade,
largamente utilizados em pequenas Figura 8.2 Medidores de energia eletrônicos.
instalações elétricas.
Normalmente, os medidores eletrônicos
Logo, o método tradicional sujeita a permitem a utilização de diversos canais de
instalação a eventuais multas decorrentes de comunicação, possibilitando uma maior
fiscalizações de Fp efetuadas aleatoriamente agilidade no acesso a informações, na
pela concessionária. prestação de serviços de gerenciamento de
energia, no monitoramento do consumo e no
8.1.1.2 Medição em consumidores THS controle e automação do processo de
medição. Esta integração se realiza através
Nos consumidores horo-sazonais Azul da utilização de protocolos abertos como
e/ou Verde são medidos e registrados, MODBUS e ABNT.
através de dispositivos eletrônicos, a
demanda ativa e reativa a cada intervalo 15
minutos, durante todos os dias entre as 8.1.2 Os controladores de demanda
leituras de energia. Durante a leitura, esses
dados são transferidos para um coletor de O dispositivo chamado de “Controlador
dados, e posteriormente, eles são de Demanda” é um equipamento eletrônico
descarregados no computador da que tem como função principal a análise do
concessionária que faz o faturamento de comportamento da demanda e do fator de
cada um dos clientes. Vale-se lembrar de potência (mediante o uso de software
que, para o faturamento de energia para opcional de gerenciamento) e a manutenção
destes dentro de valores limites pré-
Rede corporativa
Controlador
Sistema de
Supervisão
Medições secundárias
Medição da
Concessionária
Entradas/saídas Entradas digitais
analógicas (instrumentação de campo, sensores,
contatores, etc)
Saídas digitais
(controle de cargas e
capacitores/monitoração de estados)
Medidores e Resultado do
Efetuar a medição das grandezas Ação do controlador
transdutores de algorítimo
elétricas
energia Ultrapassagem da Desligamento de cargas
Para exibir grandezas da demanda contratada
medição de energia feita pela Nível normal de utilização Repouso
concessionária (demanda e fator de demanda contratada
de potência, por exemplo), ou de Mal aproveitamento da Religamento de cargas
Displays remotos medições setoriais feitas por demanda contratada
medidores ou transdutores
eletrônicos, quando então pode
exibir tensões por fase, correntes A esta operação de
por fase, potências, etc.
desligamento/religamento de cargas
8.2.1.1 Medição Global de energia denominamos “modulação” e tem como
objetivo utilizar o máximo da Demanda
Conforme já apresentado, as Contratada pelo consumidor junto a
distribuidoras de energia utilizam um medidor distribuidora de energia.
de energia denominado medidor THS, Deve ser observado que todas as
específico para a modalidade tarifária operações de modulação de cargas ocorrem
horosazonal. Através da “saída do usuário” dentro de uma janela de tempo de 15
são disponibilizadas as informações de minutos, que é o período de tempo utilizado
consumo de energia ativa e reativa para o pela distribuidora de energia para
intervalo de 15 minutos corrente (tempo de faturamento. Em um mês, ocorrem quase
medição utilizado para faturamento) 3.000 intervalos de 15 minutos e, em nenhum
separado por posto horário (ponta e fora de destes intervalos, poderá haver
ponta indutivo e fora de ponta capacitivo). ultrapassagem da demanda contratada pois,
É nesta saída onde, através de um para faturamento, será cobrado o maior valor
isolador ótico (também chamado de tomada verificado entre todos os intervalos de 15
ótica), pode ser conectado o Controlador, o minutos do mês, tanto para o posto horário
qual dispõe de meios automáticos de de ponta como para o posto horário fora de
controle para intervir, quando da tendência ponta.
de inadequações dos valores de demanda e Para o sucesso da implantação do
fator de potência, mantendo-os nos limites controle de demanda, deve se procurar a
fixados nos contratos firmados com as seleção de cargas que:
concessionárias de energia.
a) Ao sofrerem este tipo de atuação não
Além da Saída do Usuário do medidor irão interferir no processo produtivo;
de energia da concessionária, também
deverão estar conectados ao Controlador, b) Que garantam, quando desligadas, a
cargas previamente selecionadas e que redução de consumo necessário para
possam ser comutadas (ligadas/desligadas). evitar a ultrapassagem de demanda
contratada;
A partir das informações
disponibilizadas na Saída do Usuário do O mesmo critério de controle é utilizado
medidor de energia, o Controlador estará, para o controle do consumo de energia
através de algorítimos apropriados, elétrica sendo que, para este caso, o período
projetando a Demanda de energia elétrica analisado não é de 15 minutos e sim de 30
para o final do intervalo de 15 minutos e dias.
realizando as ações de controle indicadas na
tabela 8.2. 8.2.1.2 Controle de fator de potência
Tabela 8.2 Ações do Controlador para controle da Esta função possui duas formas de
demanda. implantação:
causadora dos danos ocorridos em razão de 8.2.2 Monitoração energética remota (via
ineficiência no fornecimento de energia internet)
elétrica, sendo a distribuidora, nesses casos,
obrigada a ressarcir os prejuízos A monitoração remota de energia é o
comprovados. “estado da arte” em tecnologia de
gerenciamento energético, disponibilizando o
Conclui-se, portanto, que, como parte
acesso às informações de consumo de
da implantação de um sistema de
energia elétrica via Internet. É um sistema
gerenciamento de energia, é fundamental a
bastante interessante para os consumidores
instalação de um dispositivo de captura e
com várias instalações espalhadas pelo país
registro em memória dos eventos citados.
(fábricas ou filiais de grupos corporativos),
que utilizarão a Internet para consolidar as
8.2.1.4 Medição setorial de energia informações. Suas principais características
são:
A medição de energia é uma das
chaves do sucesso na implantação de plano a) Dispensa de investimento na
de eficiência energética através da aquisição de equipamentos ou infra-
verificação de índices energéticos. estrutura de comunicação de dados
As medições setoriais irão possibilitar a (basta o medidor eletrônico da
obtenção da relação KWh/unidade de concessionária e um ponto de
produção, onde a otimização deste índice acesso à internet);
poderá implicar muitas vezes em uma b) Dispensa a instalação de qualquer
eficientização também, no processo software no cliente, bastando ter
produtivo, permitindo um acompanhamento acesso a um navegador de Internet
total das ações a serem implementadas, e ("browser") de preferência;
ainda adoções de medidas corretivas tais
c) Normalmente, todo o
como:
armazenamento de dados é feito
Dimensionamento de motores (a pela empresa prestadora do serviço
potência de acordo com a operação) em um bureau especializado,
utilizando bancos de dados, no-
Dimensionamento de transformadores breaks e dispositivos de
e cabos elétricos; segurança/back-up;
CR1 ...CR8 CS1 ...CS8 CT2 ...CT8 Conforme apresenta a figura 8.9, os
Computador IHM: Teclado e Display de Cristal Líquido sistemas de controle de banco de
capacitores de inserção normalmente são
Figura 8.9 Diagrama de blocos de um sistema de constituídos dos seguintes equipamentos:
controle microprocessado de correção de tensão eficaz
e/ou fator de potência. a) Contator, chave interruptora ou
disjuntor com comando elétrico;
É importante salientar que, nos
sistemas de distribuição, onde normalmente b) Relés sensíveis à variação de
são utilizados reguladores de tensão tensão (controle por tensão),
próximos aos bancos de capacitores, a potência reativa (controle por
tensão do sistema regulada não é utilizada potëncia capacitiva) e corrente
como parâmetro para sensibilizar o controle (controle por corrente de carga);
automático para inserir ou retirar células c) Relé temporizado;
capacitivas do sistema. Quando esse for o
caso, os controles por potência capacitiva ou d) Circuito lógico no caso de manobra
corrente de carga podem ser utilizados como de banco de capacitores através de
alternativa (ver detalhes no item seguinte). dois ou mais estágios.
Normalmente é utilizada a variação da
corrente de carga para o controle do banco
de capacitores quando o regulador de tensão
mantiver uma tensão na carga praticamente
constante e se o fator de potência não sofrer
variações significativas durante o ciclo de
Capítulo
Banco de capacitores e as
sobretensões transitórias IX
Sumário do capítulo
9.1 ORIGEM DOS FENÔMENOS TRANSITÓRIOS
9.1.1 Sobretensões
9.1.1.1 Sobretensões de manobra
9.1.1.1.1 Manobras envolvendo capacitores
9.1.1.1.2 Sobretensões por descargas atmosféricas
9.1.2 Sobrecorrentes
9.1.2.1 Corrente de energização
alta (0,5 – 5 MHz), média (5 – 500 kHz) e Este assunto será tratado com detalhes
baixa frequência (< 5 kHz). As faixas de no capítulo 10.
frequência de cada sub-classe de espectro
Os transitórios oscilatórios de média-
definem o tipo de pertubação a que foi
frequência podem ser causados por:
submetido o sistema de potência.
energização de capacitor "back-to-back"
Os transitórios oscilatórios de baixa (resultando em correntes transitórias de
freqüência podem ser causados por vários dezenas de kHz), chaveamento de
tipos de eventos. O mais freqüente é a disjuntores para eliminação de faltas e
energização de bancos de capacitores, o também como resposta do sistema a um
qual geralmente resulta em oscilações de transitório impulsivo.
tensão com freqüência entre 300 e 900 Hz,
Os transitórios oscilatórios de alta
com magnitude máxima por volta de 2,0 pu
freqüência são geralmente o resultado de
(usualmente entre 1,3 e 1,4 pu), e duração
uma resposta do sistema a um transitório
de até 3 ciclos.
impulsivo, podendo ser causados por
Considerando o crescente emprego de descargas atmosféricas ou por chaveamento
capacitores pelas concessionárias para a de circuitos indutivos.
manutenção dos níveis de tensão, e pelas
indústrias com vistas à correção do fator de Tabela 9.1 Categorias de distúrbios transientes.
potência, tem-se tido uma preocupação
especial no que se refere à possibilidade de Categorias
Conteúdo
Duração típica
Magnitude
típica da
se estabelecer uma condição de espectral típico
tensão
ressonância, devido às oscilações de altas 5 ns
< 50 ns ---
freqüências, entre o sistema da (subida)
1 μs
concessionária e a indústria, e assim ocorrer Impulsivos
(subida)
Entre 50 ns e 1 ms ---
t
v1 (t ) = V − [V − v1 (0 )]e
−
RC
Figura 9.5 Representação 3D de um circuito RC com a (9.4)
chave aberta e o capacitor descarregado.
dv1 (t )
i (t ) = C (9.2)
dt
Substituindo-se (9.2) em (9.1) e
resolvendo a equação diferencial, chegamos
à seguinte expressão:
Figura 9.7 Tensão v1(t) na capacitância.
9.1.1 Sobretensões
Subestação
Carga
a) Amplificação de tensão no capacitor na rede secundaria de distribuição
(C2) devido à energização de capacitor na rede primária (C1).
% Tensão
b) Circuito equivalente.
1
f1 =
2π L1C1
Freqüência de chaveamento
Tempo (ms)
1
Freqüência natural do circuito ressonante f2 =
Figura 9.13 Típico transitório correspondente ao 2π L2 C 2
chaveamento de carga capacitiva, com sobretensão de Amplificação de tensão ocorre para: f1 = f 2
134% da tensão nominal de pico.
kV;
f = freqüência nominal da rede, em Hz.
Capítulo
Compensação reativa em
redes com harmônicas X
Sumário do capítulo
10.1 O QUE SÃO HARMÔNICAS
10.1.1 Ordem, frequência e sequência das harmônicas
10.1.2 Espectro harmônico
10.2 ORIGEM DAS HARMÔNICAS
10.2.1 Classificação das cargas não-lineares
10.2.2 Exemplos de cargas geradoras de harmônicas
10.3 PROBLEMAS CAUSADOS PELAS HARMÔNICAS
10.4 DISTORÇÃO DE CORRENTE X DISTORÇÃO DE TENSÃO
10.5 QUANTIFICAÇÃO DAS HARMÔNICAS
10.5.1 A taxa de distorção harmônica
10.5.2 Fator de crista
10.6 MEDIÇÃO DE SINAIS HARMÔNICOS
10.6.1 Instrumentos convencionais de valor médio
10.5.2 Instrumentos de valor eficaz verdadeiro (TRUE RMS)
10.7 HARMÔNICOS VERSUS TRANSITÓRIOS
10.8 PERDAS DIELÉTRICAS EM CAPACITORES NA PRESENÇA DE HARMÔNICAS
10.9 FATOR DE POTÊNCIA COM HARMÔNICAS
10.9.1 Potência ativa, reativa e aparente
10.9.2 Fator de potência
10.10 NORMALIZAÇÃO PARA HARMÔNICAS
10.11 EFEITOS DA RESSONÂNCIA
10.11 PROTEÇÕES CONTRA HARMÔNICAS
Desequilíbrios
Distorções
da Forma de Flicker
onda
Itens que
caracterizam uma
rede com problemas
de qualidade
Interrupções Transitórios
Variações no Variações de
valor eficaz da tensão de curta
tensão duração
Figura 10.2 Itens que caracterizam uma rede com Figura 10.3 Exemplos de perdas da qualidade da
problemas de qualidade de energia, com destaque para tensão.
as distorções da forma de onda (harmônicos).
H1
H3 H1+H3+H5
H3 H5 H1
Figura 10.7 Componentes harmônicas (H1, H3). Figura 10.10 Onda deformada (H1+ H3 + H5) e suas
componentes harmônicas (H1, H3, H5).
H1
H1+H3 H1+H3+H5
H3
Figura 10.8 Onda deformada (H1 + H3) e suas Figura 10.11 Onda deformada e suas componentes
componentes harmônicas (H1, H3). harmônicas (H1 + H3 + H5).
H1+H3+H5+H7
H5
H3 H1
Figura 10.9 Componentes harmônicas (H1, H3, H5). Figura 10.12 Onda deformada e suas componentes
harmônicas (H1 + H3 + H5 + H7).
Fundamental
100
limita-se ao número de harmônicas a serem
[%] da
80
150
[%] da
100
A figura 10.16 exemplifica um tipo de
50
carga não linear, geradora de harmônicos, e 0
seu respectivo perfil de corrente absorvida 1 3 5 7 9 11 13
(figura 10.17) e o espectro harmônico
Ordem da harm ônica
correspondente (figura 10.18).
Além da ordem 49, as correntes
harmônicas são negligenciáveis e sua Figura 10.15 Espectro harmônico de um sinal
medição não é mais significativa. Embora as distorcido (sinal T da figura 10.4).
harmônicas de alta frequência possam
causar interferência em equipamentos
eletrônicos de baixa potência, raramente
causam danos ao sistema elétrico de
potência.
Além disso, é também muito difícil
coletar dados precisos para modelamento do
sistema elétrico nestas altas freqüências
(ressalva-se apenas uma especial atenção
para as situações onde possa haver
ressonância nestas freqüências mais
elevadas, como é o caso das causadas pelos Figura 10.16 Ponte retificadora trifásica com filtragem
transitórios de chaveamento dos conversores capacitiva.
de potência).
Load
LinhaLine
de carga
Tensão
Voltage
0,0
-1,2 Angle 0,0 1,2
Ângulo
Ângulo
Angle
Voltage Waveform
Figura 10.17 Perfil da corrente absorvida pelo circuito
da figura 10.16. -1,1
Forma de onda da tensão
LinhaLine
Load de carga
Tensão
Voltage
0
-1 0 1
Angle
Ângulo
Angle
Ângulo
-1
Forma de onda da tensão
Voltage Waveform
a) CATEGORIA 1
c) CATEGORIA 3
uma ordem de grandeza menor do que para 1% da harmônica que coincide com a
50Hz. Ou seja, para freqüências acima de 3 freqüência de ressonância do sistema (11ª).
kHz um condutor com diâmetro maior do que Observe como esta componente aparece
2,5 mm já começa a ser significativo em amplificada sobre a carga.
termos de eleito pelicular.
À medida que aumenta o comprimento
Além disso, caso os cabos sejam do cabo, a ressonância se dá em freqüência
longos e os sistemas conectados tenham mais baixa, aumentando a possibilidade de
suas ressonâncias excitadas pelas amplificar os harmônicos mais comuns do
componentes harmônicas, podem aparecer sistema.
elevadas sobretensões ao longo da linha,
podendo danificar o cabo.
Na figura 10.43 tem-se a resposta em
freqüência, para uma entrada em tensão, de
um cabo de 10 km de comprimento, com
parâmetros obtidos de um cabo trifásico 2
AWG, 6 kV. As curvas mostram o módulo da
tensão no final do cabo, ou seja, sobre a
carga (do tipo RL). Dada a característica
indutiva da carga, esta se comporta
praticamente como um circuito aberto em
freqüências elevadas. Figura 10.424Área de seção e diâmetro de fio de cobre
que deve ser usado em função da freqüência da
Quando o comprimento do cabo for corrente para que o aumento da resistência seja menor
igual a ¼ do comprimento de onda do sinal que 1%.
injetado, este "circuito aberto" no final da
linha reflete-se como um curto-circuito na
fonte. Isto se repete para todos os múltiplos
ímpares desta freqüência.
As duas curvas mostradas referem-se à
resposta em freqüência sem e com o efeito
pelicular. Nota-se que considerando este
efeito tem-se uma redução na amplitude das
ressonâncias, devido ao maior
amortecimento apresentado pelo cabo por
causa do aumento de sua resistência. Figura 10.434Resposta em freqüência de cabo trifásico
(10 km).
Na figura 10.44 tem-se o perfil do
módulo da tensão ao longo do cabo quando
o sinal de entrada apresentar-se na primeira
freqüência de ressonância. Observe que a
sobretensão na carga atinge quase 4 vezes a
tensão de entrada (já considerando a ação
do efeito pelicular). O valor máximo não
ocorre exatamente sobre a carga porque ela
não é, efetivamente, um circuito aberto nesta
freqüência de aproximadamente 2,3 kHz.
Na figura 10.45 tem-se a resposta no
tempo de uma linha de 40 km (não incluindo
o efeito pelicular), para uma entrada senoidal Figura 10.444Perfil de tensão ao longo do cabo na
(50 Hz), na qual existe uma componente de freqüência de ressonância.
100
80
10.3.14 Equipamentos eletrônicos 60
40
Alguns equipamentos podem ser muito 20
sensíveis a distorções na forma de onda de 0
tensão. Por exemplo, se um aparelho utiliza o 0 3 6 9 12
100
80
harmônicas produzidas por alguma
60
carga também são elevadas para
uma determinada condição de
40
operação do sistema elétrico.
20
0
0 5 10
THID (%)
15 20 25
Como sugerido pela relação acima, há
causas e efeitos distintos para a tensão e
Figura 10.49 Vida útil de um cabo em função da para a corrente, assim como para a relação
Distorção Harmônica de Corrente. existente entre estas grandezas. Desta
forma, a aplicação do termo puro “harmônica”
é inadequado para definitivamente descrever
Muitos dizem, erroneamente, que os o problema.
causadores das harmônicas são os A figura 10.50 mostra a distorção da
capacitores. Na verdade, capacitores não tensão como resultado da corrente
geram harmônicas, e sim agravam os harmônica passando através de elementos
problemas potenciais das harmônicas. Eles lineares (impedância série da linha). Embora
são os equipamentos mais sensíveis às a tensão seja considerada uma senóide pura
harmônicas, e os que mais sofrem na na geração (barra U1), a tensão na barra U2
presença delas. Talvez por esta razão, (na carga) apresenta-se distorcida, uma vez
problemas de harmônicas frequentemente que a corrente harmônica provoca uma
não são conhecidos até que são aplicados queda de tensão sobre a impedância para
capacitores para correção de fator de cada harmônica de corrente, conforme pode
potência. ser representado pela expressão abaixo:
U 2 h = U1 − Z × I h
10.4 Distorção de corrente x distorção
de tensão
A quantidade de distorção na tensão
Frequentemente a palavra “harmônica” (barra U2) depende da impedância e da
é utilizada de maneira inadequada. Por corrente harmônica.
exemplo, é comum ouvir que um inversor de
frequência parou de funcionar por causa de Assumindo que a tensão distorcida na
harmônicos. O que isto significa? barra da carga (U2h) fique dentro de limites
Geralmente, pode significar um dos três itens aceitáveis (< 5%), a quantidade de distorção
abaixo: de corrente produzida pela carga será
geralmente constante.
• As tensões harmônicas são
elevadas (as tensões são muito Uma vez que a corrente harmônica da
distorcidas) para que o sistema de carga basicamente causa a distorção da
controle possa corretamente tensão, deve ser observado que a carga não
determinar os ângulos de disparo; tem controle sobre esta distorção da tensão.
A mesma carga instalada em dois pontos
• As correntes harmônicas são diferentes do sistema elétrico resultará em
elevadas para a capacidade dois valores diferentes de distorção de
nominal de algum equipamento do tensão, conforme apresentado pela IEEE
sistema elétrico, tal como um 519-1992 (Recommended Practices and
transformador, de forma que a Requirements for Harmonic Control in
operação deva ser feita com uma electrical Power Systems).
potência inferior à nominal;
⎡ U 2 2 + U 3 2 + U 4 2 + ... + U 2 ⎤ In
DHTu = ⎢ h
⎥ × 100 DHIi = × 100 (10.4)
I1
⎢⎣ U1 ⎥⎦
∑U Onde:
2
h
h=2
DHTu U = × 100 (10.1) DHIu - Distorção Harmônica Individual de Tensão [%]
U1 DHIi - Distorção Harmônica Individual de Corrente [%]
DHTi = h=2
× 100 (10.2) próximos de zero possível (ver figuras 10.52
I1 e 10.53).
No Brasil, não há ainda valores
Onde: normalizados de DHTu ou DHTi nos sistemas
DHTu - Distorção Harmônica Total de Tensão [%] elétricos. Nesse caso, uma sugestão é
DHTi - Distorção Harmônica Total de Corrente [%] adotar, por exemplo, os valores máximos
h - Ordem harmônica expressos na norma IEEE 519-2 [27].
Uh - Tensão harmônica de ordem ‘h’ [V]
U1 - Tensão fundamental RMS [V]
É importante lembrar que a distorção
Ih - Corrente harmônica de ordem ‘h’ [A]
de corrente, indicada pela DHTi,é provocada
I1 - Corrente fundamental RMS [A]
pela carga, ao passo que a distorção de
tensão (DHTu) é produzida pela fonte
geradora como conseqüência da circulação
IMPORTANTE: Na literatura técnica
de correntes distorcidas pela instalação. Isso
encontram-se vários sinônimos para provoca uma espécie de “efeito cascata” uma
representar a “Distorção Harmônica Total”:
vez que, se a tensão é deformada, as
DHT (sigla em português) ou THD (sigla em
correntes nas cargas também se deformam
inglês). Usualmente, inserem-se os índices “i”
e, se as correntes se deformam, as tensões
ou “u” para indicar se a distorção é da
se deformam mais ainda e assim por diante
corrente ou da tensão, respectivamente. (lembre-se que U = Z x I).
∞
y (t ) = Y0 + ∑ Yh 2 sin (hω1t − ϕ h ) (10.5) I RMS = I1RMS =
I1máx. (10.9)
h =1 2
Onde:
Onde: U1máx. = amplitude (valor de pico) da tensão
Y0 Componente aperiódico (contínuo), geralmente igual a
na frequência fundamental (V);
-
zero nos sistemas elétricos de distribuição
I1máx. = amplitude da corrente (valor de pico)
Yh - Valor RMS para o harmônico de ordem ‘h”
na frequência fundamental (A);
h - Ordem harmônica
Ângulo de fase para o componente harmônico de ordem
ϕh -
‘h’ quando t=0
ω1 - Frequência angular da senóide fundamental (= 2.π.f1) Para um sinal distorcido, em regime
permanente, a energia dissipada (perdas)
devido ao efeito Joule é igual à soma das
As “quantidades” harmônicas são
energias dissipadas devido à contribuição de
geralmente expressas em termos do seu
cada componente harmônico deste sinal:
valor RMS, uma vez que as perdas devido ao
efeito Joule dependem desta distorção
harmônica. Para uma grandeza puramente
RI 2 t = RI1 t + RI 2 t + ... + RI h t
2 2 2
(10.10)
senoidal, o valor RMS é igual ao valor
máximo dividido por 2, conforme
apresentado no capítulo 1 (expressões 1.5 e
Considerando a resistência R
1.6).
constante, temos que o valor eficaz (RMS) da
O cálculo do valor eficaz (RMS) de um corrente harmônica “I” é, de (10.10):
sinal, originalmente desenvolvido para
representar valores eficazes de tensão e
corrente senoidais, pode ser aplicado para o I 2 = I1 + I 2 + ... + I h
2 2 2
(10.11)
cálculo dos valores eficazes de cada
componente harmônica, uma vez que a
forma de onda de cada componente n
I RMS = I1 + I 2 + I i + I j ... + I h = ∑I (10.12)
2 2 2 2 2 2
harmônica também é uma senóide perfeita, h =1
h
Onde, I RMS =
1
× I 1 máx.2 + I 2 máx.2 + I i máx.2 + I j máx.2 + ... + I n máx.2
2
IRMS = valor eficaz total da corrente; 2
⎛ 1 ⎞ (10.16)
∑
n
I RMS = ⎜ × I h máx. ⎟
I1 é o valor eficaz da componente h =1
⎝ 2 ⎠
fundamental, ou componente de 60 Hz;
I2 , I3 , ... Ih os valores eficazes das U RMS =
1
× U 1máx.2 + U 2 máx.2 + U i máx.2 + U j máx.2 + ... + U n máx.2
componentes harmônicas de ordem i , j , ... h 2
presentes na corrente de fase. ⎛ 1 ⎞
2
(10.17)
∑
n
U RMS = h =1
⎜ × U h máx.⎟
⎝ 2 ⎠
De onde se conclui que a expressão
geral para o cálculo do valor eficaz (RMS) Onde,
para qualquer sinal periódico expresso pela U1máx. (I1máx.) é o valor de pico da componente
expressão (10.5) é dada por: fundamental, ou componente de 60 Hz;
n U2máx. (I2máx.), U3máx. (I3máx.), ..., Unmáx. (Inmáx.) os
YRMS = Y0 + Y1 + ... + Yn = ∑ Yh (10.13) valores de pico das componentes
2 2 2 2
Onde,
Em um ambiente não-senoidal, os I1 (U1) é o valor eficaz da componente
sinais distorcidos (com componentes fundamental, ou componente de 60 Hz;
harmônicas) são compostos por uma I2 (U2), I3 (U3), ... In (Un) os valores eficazes
somatória de senóides de amplitude e das componentes harmônicas de ordem i , j ,
frequência diferentes (figura 10.5). ... n presentes na corrente de fase.
O valor eficaz total do sinal distorcido
(no domínio do tempo representado pelas
expressões 10.14 e 10.15) é dado pela raiz Em condições senoidais, as
quadrada da somatória quadrática dos componentes harmônicas de tensão (Uh) e
valores eficazes de cada componente corrente (Ih) são todas nulas, permanecendo
harmônica individual, conforme regra geral apenas a tensão e corrente fundamentais (U1
apresentada na expressão 10.13 e aqui e I1, respectivamente). Assim, as expressões
apresentada pelas expressões 10.16 e 10.17, 10.18 e 10.19 são simplificadas para as
em termos de valores máximos de corrente expressões 10.8 e 10.9.
e tensão, e 10.18 e 10.19, em termos de Utilizando-se das expressões 10.18 e
valores eficazes de corrente e tensão. 10.19, quando se conhece o valor eficaz
⎝ U1 ⎠ DHTi = h=2
× 100
I1
⎛I ⎞
2
⎡ 2,33 2 + 0,94 2 + 0,69 2 + 0,50 2 + 0,412 + 0,33 2 ⎤
DHTi = ⎜⎜ RMS ⎟⎟ − 1 (10.21) DHTi = ⎢ ⎥ × 100
⎢ 3,63 ⎥
⎝ I1 ⎠ ⎣ ⎦
DHTi = 74,5%
Retrabalhando as expressões 10.20 e
10.21 obtêm-se as expressões a seguir,
De (10.18),
bastante utilizadas:
n
I RMS = ∑I
2 2
⎛ DHTi ⎞ h
I RMS = I1 × 1 + ⎜ ⎟ (10.22) h =1
⎝ 100 ⎠
I RMS = 3,632 + 2,332 + 0,94 2 + 0,69 2 + 0,50 2 + 0,412 + 0,332
2 I RMS = 4,53 A
⎛ DHTu ⎞
U RMS = U1 × 1 + ⎜ ⎟ (10.23)
⎝ 100 ⎠
Observe que, caso fosse levado em consideração
apenas a corrente da fundamental, o valor seria igual a
3,63 A, valor este inferior ao cálculo feito acima, onde,
De uma forma geral, as levando-se em consideração todos os harmônicos
concessionárias de energia elétrica fornecem presentes, calculou-se um valor 25 % superior para a
corrente, igual a 4,53 A (que é o real valor da corrente
uma tensão cuja forma de onda é muito que irá circular no circuito).
próxima da senoidal (DHTu < 1 %). A
A figura 10.54 mostra o sinal de corrente e o seu
conexão de uma carga não-linear à rede respectivo espectro relativo ao exemplo 10.1. Deve-se
elétrica, como por exemplo, um forno de notar que a onda em questão é bastante deformada em
indução, ocasionará a circulação de uma relação a uma senóide pura, o que pode ser verificado
corrente, que se apresentará sob uma forma pelo alto valor de DHTi obtido.
de onda não-senoidal, e, por conseguinte,
correntes harmônicas serão produzidas.
∑I
h=2
h
2
I5
2
I5 35,4 Tabela 10.5 Valores relativos aos sinais da figura
DHTi = × 100 = × 100 = = = 16%
I1 I1 I 1 219,2 10.55.
Sinal 1 Sinal 2
Corrente de pico
7,45 2,63
IPICO (A)
10.5.2 Fator de crista Corrente eficaz
1,86 1,86
IRMS (A)
Fator de Crista
O fator de crista (FC) é definido como a (FC)
4,00 1,414
relação entre o valor de pico e o valor eficaz
(RMS) de um sinal (tensão ou corrente), ou
seja:
I PICO U
FC = ou PICO (10.24)
I RMS U RMS
I PICO 2 × I RMS
FC = = = 2 = 1,414 (10.25)
I RMS I RMS
considerando-se ambos com a mesma Fator de Crista (FC) 1,41 1,46 1,86
classe de exatidão. Pode-se observar que à
medida que o sinal se deforma (aumenta-se Erro (%) 0 9 26
T ∫0
P= v(t ).i(t )dt (10.28)
e, infelizmente, muitas das simplificações
assumidas pelo projetista para análise na
frequência fundamental (e apresentadas nos
É importante salientar que a expressão
capítulos 1 e 2) não são mais aplicáveis.
10.28 é válida para condições senoidais e
não-senoidais. Para a condição senoidal, a
10.9.1 Potências ativa, reativa e aparente resolução da integral resume-se à expressão
familiar apresentada no capítulo 1 e aqui
Vamos recordar alguns conceitos. reproduzida:
Existem três padrões de “quantidades”
U 1 × I1
associadas à potência: P= × cos ϕ1 = U1 RMS × I1 RMS × cos ϕ1 (10.29)
2
1- Potência aparente “S” (VA –
voltampère): produto da tensão e Em termos gerais (condição senoidal e
correntes eficazes (RMS); não-senoidal), tem-se:
2- Potência ativa “P” (W - watt: índice n
médio de entrega de energia útil P = ∑ U h × I h × cos ϕ h (10.30)
(que realiza trabalho); h =1
n
Q = ∑ U h × I h × senϕ h (10.33)
h =1
P
S
Onde,
Uh = Tensão harmônica eficaz de ordem ‘h’ Q
[V]
Ih = Corrente harmônica eficaz de ordem ‘h’ Figura 10.58 Relação entre as componentes da
[A] potência aparente em condições não-senoidais.
h = ordem harmônica;
senϕh = cosseno do ângulo entre a tensão e Quando há distorção harmônica na
corrente para cada componente harmônica instalação elétrica, o triângulo de potências
de ordem ‘h’. sofre uma alteração, recebendo uma terceira
dimensão provocada pela potência aparente
necessária para sustentar a distorção da
Nota: as expressões (10.27), (10.30) e (10.33), quando freqüência fundamental, conforme mostra a
aplicadas em circuitos trifásicos, devem ser figura 10.58.
multiplicadas por raiz de três.
No domínio do tempo, as definições de
potência ativa e reativa para sistemas
A potência de distorção D representa a monofásicos senoidais são as apresentadas
multiplicação cruzada entre tensão e corrente no capítulo 1, onde a potência instantânea
de componentes de freqüências diferentes, p(t) foi definida na expressão 1.33.
não produzindo nenhuma potência média
Como já é perceptível, as definições de
(para as grandezas P e Q, a multiplicação
potência mudam consideravelmente
cruzada entre as componentes harmônicas
considerando-se a presença de harmônicos.
de tensão e corrente são de componentes de
mesma freqüência). Considerando que:
Em condição não-senoidal, as relações ∞
entre S, P, Q e D são conforme a figura va (t ) = 2 .U 1 .sen (ωt ) + ∑ 2 .U m .sen (mωt ) (10.36)
10.58 e a expressão 10.34: m=2
∞
S = P2 + Q2 + D2 (10.34) ia (t ) = 2 .I1 .sen (ωt − ϕ1 ) + ∑ 2 .I n .sen ( nωt − ϕ n ) (10.37)
n =2
p (t ) = P.[1 − cos( 2ωt )] − Q.sen( 2ωt ) + ∑ D (10.38) Em um sistema com formas de onda
senoidais (apenas a presença da
Onde P e Q são conforme as fundamental, ou seja, harmônicas de ordem
expressões 10.30 e 10.33, respectivamente 1), a expressão 10.40 torna-se igual ao
(salienta-se, novamente, que só produz cosseno da defasagem entre as ondas de
trabalho útil as componentes de mesma tensão e de corrente na frequência
freqüência da tensão e da corrente), e a fundamental (ϕ1). Analisando em termos das
potência de distorção D representa a componentes ativa, reativa e aparente de
multiplicação cruzada entre tensão e corrente energia, pode-se, a partir de uma descrição
de componentes de freqüências diferentes, geométrica destas componentes (triângulo de
não produzindo nenhuma potência média. potências), determinar o fator de potência
conforme definido previamente pela
expressão 2.2, ou seja:
10.9.2 Fator de potência
n
∑U h .I h . cos(ϕ h )
U 1 .I1 . cos(ϕ1 )
O fator de potência é agora “redefinido” P
FP = = h =1
=
como a relação entre a potência ativa e a S n n U 1 .I 1
potência aparente consumidas por um
∑U h =1
h
2
. ∑I
h =1
h
2
dispositivo ou equipamento,
independentemente das formas que as
ondas de tensão e corrente apresentem: FP = cos(ϕ1 ) (10.42)
S n n
∑U h =1
h
2
. ∑I
h =1
h
2
FPd = cos(ϕ1 ) (10.43)
Ou, em termos das taxas de distorção Nota: em termos gerais, o fator de potência de
harmônica de tensão e corrente: deslocamento é estabelecido pela relação entre a
potência ativa e a aparente definidas para cada uma
das componentes harmônicas:
n FPdh = cosϕh = Ph/Sh.
P ∑U h .I h . cos(ϕ h ) (10.41)
Geralmente, os instrumentos medem apenas o fator de
FP = = h =1
P ∑U h .I h . cos(ϕ h )
U 1 .I1 . cos(ϕ1 )
FP = = h =1
=
S n n U 1 .I RMS
∑U ∑I
2 2
h . h
h =1 h =1
i
u I1 . cos(ϕ1 ) (10.44)
FP =
I RMS
1,1
1
corrente
0,9
Esta distorção harmônica pode resultar Aliás, esta prática, além de ineficiente
em significativa energia reativa em circulação em termos energéticos, poderá resultar em
pelo sistema elétrico, e, consequentemente o outros diversos problemas após sua
fator de potência será reduzido. Portanto, instalação, por exemplo: ressonâncias
Fator de Potência (o real!) tem apenas uma poderão ocorrer, resultando em elevação dos
definição, e, sempre que houver distorção níveis de tensão, além de outros problemas
harmônica na corrente e até mesmo na operacionais.
tensão, jamais será igual ao "Fator de
Apenas para citar um exemplo mais
Potência de Deslocamento (FPd)", conforme
quantitativo, um inversor de frequência tem
exemplifica a figura 10.63.
um FPd próximo a unidade, embora o FP seja
Por outro lado, há de se lembrar ainda da ordem de 0,5. Isto significa que um
que, caso existam harmônicas de mesma capacitor instalado para correção do fator de
ordem tanto na tensão quanto na corrente, potência será pouco eficaz, visto que Q1
haverá ainda potência ativa consumida (potência reativa na frequência fundamental)
proveniente destes harmônicos, mesmo em é próxima de zero.
cargas puramente resistivas, quando as
Por outro lado, apesar da necessidade
mesmas forem alimentadas por estas
de instalação de "filtros ativos" para corrigir
tensões e correntes distorcidas.
eficientemente tais problemas, está também
Circuitos que apresentam valores de provado que a "correção ativa" do fator de
FP e FPd muito diferentes entre si possuem potência no próprio equipamento
forte quantidade de harmônicas tanto de eletroeletrônico reduz as perdas totais e
corrente quanto de tensão. Por outro lado, percentuais no sistema, além de aumentar a
circuitos que apresentam valores de FP e economia em termos financeiros, ao longo da
FPd muito próximos entre si indicam pequena vida útil destes equipamentos, quando
quantidade de harmônicas tanto de corrente comparado, por exemplo, com correções na
quanto de tensão. central de cargas, no secundário, ou no
primário dos transformadores de alimentação
Quanto à correção do fator de potência,
ou distribuição. Portanto, não é sem razão
uma vez que o conceito está de maneira
que as normas IECs exigem correções
geral mal entendido, infelizmente o "conceito
individuais nos mais diversos equipamentos
nacional" de correção do fator de potência é
eletroeletrônicos.
a instalação de banco de capacitores,
comutados ou não. Em suma, fica a mensagem: a
compensação reativa em redes com
Entretanto, estes bancos de
harmônicas deve ser feita através de uma
capacitores, também denominados de
solução conjunta de filtros para eliminação
"compensadores de fator de potência",
das harmônicas e da instalação de bancos
somente corrigem o ângulo de deslocamento
de capacitores para a melhoria do fator de
entre as fundamentais de tensão e corrente
potência de deslocamento.
do sistema, ou seja, existindo elevado
conteúdo harmônico na corrente este sistema
não é eficaz. Por quê? Porque Fator de
EXEMPLO 10.4 Em uma instalação industrial 380 V,
Potência não é Fator de Deslocamento! foram realizadas medições e obtidos os resultados
Consequentemente, os reativos devidos às apresentados na tabela 10.9. Determine o fator de
harmônicas continuarão presentes, exigindo potência real da instalação, considerando-se que a
maiores valores eficazes de corrente do demanda aparente é igual a 530 kVA e a demanda
ativa igual a 424 kW.
sistema. PORTANTO, NÃO ADIANTA FICAR
AUMENTANDO A POTÊNCIA DO BANCO
DE CAPACITORES PORQUE O FATOR DE
POTÊNCIA NÃO VAI DIMINUIR
PROPORCIONALMENTE.
Solução:
De (10.42), temos que o fator de potência de Figura 10.64 Circuito elétrico considerando-se apenas
deslocamento é igual à: a frequência fundamental 60 Hz (sem harmônicas).
P 424
FPd = = = 0,80
S 530
De (1.46),
530kVA
I = I1 = = 805 A
3 × 0,38kV
De (10.2):
∑I
2
n
DHTi = 2
× 100
I1
Solução:
De (10.8),
Para simplificar os cálculos, consideraremos que a
n resistência R é pouco afetada pela frequência (serão
I RMS = ∑I desprezados os efeitos de “proximidade” e “pele”).
2
h
h =1 Observe que, para um mesmo valor de L, tem-se que
XL3 = 3XL1, uma vez que 180 Hz é igual a 3 x 60 Hz.
I RMS = 805 2 + 95 2 + 62 2 + 16 2 = 813 A
Considerando-se a situação da figura 10.64 (sem
harmônicas):
Logo, o fator de potência real vale, de (10.45) e (10.47):
cos(ϕ1 ) 0,8
R = 1Ω
FP = = = 0,74
2 2 X L1 = 1Ω
⎛ DHT ⎞ ⎛ 14,2 ⎞
1+ ⎜ ⎟ 1+ ⎜ ⎟
P1 = R × I1 = 1 × 11,2 2 = 125W
2
⎝ 100 ⎠ ⎝ 100 ⎠
Q1 = X L1 × I1 = 1 × 11,2 2 = 125VAr
2
Q1 125
EXEMPLO 10.5 Para os circuitos mostrados nas Tgϕ1 = = =1
figuras 10.64 e 10.65, calcule a queda de tensão, o P1 125
fator de potência de deslocamento e o fator de potência FPd 1 = cos ϕ1 = 0,71
total, considerando-se a presença da componente de
terceira harmônica. “R” representa a resistência total do
circuito desde a fonte até a carga (igual a 1 Ω),
enquanto XL1 (igual a 1 Ω) e XL3 representam as
reatâncias indutivas totais do circuito nas frequências Considerando-se a situação da figura 10.65
(fundamental + terceira harmônica):
Q1 = X L1 × I1 = 1 × 10 2 = 100VAr Z1 = R 2 + X L1 = 12 + 12 = 1,4Ω
2 2
Z 3 = R 2 + X L 3 = 12 + 32 = 3,2Ω
2
R = 1Ω U Total = 14 2 + 16 2 = 21V
X L 3 = 3Ω
Observa-se que a queda de tensão aumentou de 16 V
P3 = R × I 3 = 1 × 5 2 = 25W
2
(considerando-se apenas a componente fundamental)
para 21 V (considerando-se a componente de terceira
Q3 = X L 3 × I 3 = 3 × 5 2 = 75VAr
2
harmônica).
Q3 75
Tgϕ 3 = = =3
P3 25
EXEMPLO 10.6 Considere a seguinte distorção
FPd 3 = cos ϕ 3 = 0,32 harmônica da corrente de entrada (não há distorção de
tensão) em um acionamento a velocidade variável de
PTotal = P1 + P3 = 100 + 25 = 125W 650 HP, 480 V, 60 Hz, cuja amplitude da corrente
fundamental é 600 A.
QTotal = Q1 + Q3 = 100 + 75 = 175VAr
Ordem do
1º 5º 7º 11º 13º
P PTotal 125 harmônico
FP = Total = = = 0,58 Amplitude
STotal P 2Total + Q 2Total 1252 + 1752 (%)
100 39,7 18,9 6,8 3,8
Fase
-8 -2 -118 -173 2
(graus)
Observa-se que o fator de potência real reduziu-se de
0,71 (considerando-se apenas a componente
fundamental) para 0,58 (considerando-se a
componente de terceira harmônica). Nota-se também Calcule:
que o fator de potência de deslocamento foi calculado
para cada uma das componentes harmônicas (FPd1 e 1- O valor eficaz da corrente de entrada;
FPd3). 2- THD da corrente de entrada;
3- Fator de distorção;
Resultado similar é obtido diretamente pela aplicação
4- Fator de deslocamento;
da expressão (10.44):
5- Fator de potência real;
I1 . cos(ϕ1 ) 10 × 0,71 6- Potência ativa, reativa, de distorção e aparente,
FP = = = 0,62 considerando a existência apenas de harmônicos de
I RMS 10 2 + 5 2 corrente.
Solução:
Estudo da queda de tensão, considerando-se a
situação da figura 10.64 (sem harmônicas): Inicialmente, vamos converter as amplitudes dos
harmônicos de valores percentuais da corrente
fundamental para valores em ampères, conforme
Z1 = R 2 + X L1 = 12 + 12 = 1,4Ω
2
tabela abaixo:
U1 = 1,4 ×11,2 = 16V
Ordem do
1º 5º 7º 11º 13º
De (10.33):
harmônico
600 x 600 x 600 x 600 x 600 x n
Amplitude 100% 39,7% 18,9% 6,8% 3,8% Q = 3 × ∑ U h × I h × senϕ h
(A) = = = = = h =1
600 238,2 113,4 40,8 22,8
Q = 3 × U 1 × I1 × senϕ1
Q = 3 × 480V × 600 × sen(8)
1- Cálculo do valor eficaz da corrente de entrada, de Q = 3 × 480V × 600 × 0,1392 = 69,4kVAr
(10.8):
n
I RMS = ∑I De (10.27), considerando-se o sistema trifásico:
2
h
h =1
S = 3 × U RMS × I RMS
I RMS = 600 2 + 238,2 2 + 113,4 2 + 40,8 2 + 22,8 2 = 657,1A
S = 3 × 480 × 657,1 = 546,3kVA
2- Cálculo do DHT da corrente de entrada, de (10.2):
De (10.35):
n
∑ In
2
DHTi = 2
× 100 D = S 2 − P2 − Q2
I1
I1 600
μ= = = 0,9131 Conforme foi visto anteriormente, as
I RMS 657,1 componentes harmônicas da corrente
também contribuem para o aumento da
corrente eficaz, de modo que elevam a
4- Cálculo do Fator de Deslocamento, de (10.43); potência aparente sem produzir potência
FPd = cos(ϕ1 ) = cos( −8) = 0,9903 ativa (supondo a tensão senoidal). Assim,
uma correta medição do FP deve levar em
conta a distorção da corrente, e não apenas
5- Cálculo do Fator de Potência Real, de (10.44): a componente reativa (na freqüência
fundamental).
I1 × cos(ϕ1 ) 600 × 0,9903
FP = = = 0,9042 Não existe, até o presente momento,
I RMS 657,1
normalização específica ABNT
estabelecendo limites para as taxas de
6- De (10.30), considerando-se a existência apenas de distorção harmônica, seja para sistemas
harmônicos de corrente: elétricos ou equipamentos. Utiliza-se, como
referência, algumas normas estrangeiras
n
(IEEE) e internacionais (IEC), conforme
P = 3 × ∑ U h × I h × cos ϕ h
h =1
apresentadas na tabela 10.10.
P = 3 × U 1 × I1 × cos ϕ1
P = 3 × 480 × 600 × 0,9903 = 493,9kW
Tabela 10.10 Normalização estrangeira e internacional 10.10.2 Limites da Norma IEC 61000-3-6
sobre harmônicas.
Sub-área de Tabela 10.11 Limites da Norma IEC 61000-3-6.
Norma Abrangência
abrangências Harmônicos Harmônicos
IEC 61000-3-6 Sistema elétrico de Estabelece os Harmônicos
ímpares não ímpares
potência das níveis de pares
concessionárias. planejamento para múltiplos de 3 múltiplos de 3
V h% V h% V h%
os sistemas das h AT- h AT- h AT-
MT MT MT
concessionárias e EHV EHV EHV
as etapas que 5 5 2 3 4 2 2 1,6 1,5
7 4 2 9 1,2 1 4 1 1
devem ser
11 3 1,5 15 0,3 0,3 6 0,5 0,5
consideradas para 13 2,5 1,5 21 0,2 0,2 8 0,4 0,4
limitar as injeções 17 1,6 1 >21 0,2 0,2 10 0,4 0,4
dos harmônicos 19 1,2 1 ≥12 0,2 0,2
dos consumidores, 23 1,2 0,7
25 1,2 0,7
assegurando a 0,2+ 0,2+
Compatibilidade >25 0,5 x 0,5 x
Eletromagnética 25/h 25/h
Nota: DHT é igual a 6,5 para sistemas MT e de 3% para AT. “h” é a ordem
IEC 61000-2-2 Sistema de baixa São estabelecidos harmônica.
tensão de os níveis de
distribuição das compatibilidade
concessionárias. dos distúrbios
conduzidos no
ponto de
acoplamento 10.10.3 Limites da Norma IEC 61000-2-2
comum (PAC) dos
sistemas de Tabela 10.12 Limites da Norma IEC 61000-2-2.
distribuição das
concessionárias. Harmônicos Harmônicos
IEC 61000-3-2 Equipamentos. Dispositivos de
Harmônicos
ímpares não ímpares
corrente de entrada pares
múltiplos de 3 múltiplos de 3
≤ 16 A / fase em
h V h% h V h% h V h%
redes de 220 a
415V. 5 6 3 5 2 2
7 5 9 1,5 4 1
IEC 61000-3-4 Equipamentos. Dispositivos de 11 3,5 15 0,3 6 0,5
corrente de entrada 13 3 21 0,2 8 0,5
> 16 A / fase. 17 2 >21 0,2 10 0,5
19 1,5 ≥12 0,2
IEEE 519 Sistemas das Estabelece alguns
23 1,5
concessionarias e critérios técnicos 25 1,5
dos consumidores para avaliações >25 0,2+0,5 x 25/h
em qualquer nível dos harmônicos, os Nota: DHT(%) é igual a 8. “h” é a ordem harmônica.
de tensão. limites máximos
das correntes
harmônicas
injetáveis nos 10.10.4 Limites da norma IEEE 519-2
sistemas e os
níveis máximos
das tensões Esta recomendação (não é uma norma)
harmônicas produzida pelo IEEE [27] descreve os
permitidas para principais fenômenos causadores de
estes sistemas.
distorção harmônica, indica métodos de
medição e limites de distorção. Seu enfoque
10.10.1 Limites da norma IEC 61000-3-2 é diverso daquele da IEC, uma vez que os
limites estabelecidos referem-se aos valores
Tabela 10.13 Limites da Norma IEC 61000-3-2. medidos no Ponto de Acoplamento Comum
Harmônica “h” Limite (mA/W) Limite (A) (PAC), e não em cada equipamento
3 3,4 2,30 individual. A filosofia é que não interessa ao
5 1,9 1,14 sistema o que ocorre dentro de uma
7 1,0 0,77
instalação, mas sim o que ela reflete para o
exterior, ou seja, para os outros
9 0,5 0,40
consumidores conectados à mesma
11 0,35 0,33 alimentação.
≥ 13 3,85/h 0,15 x 15/h
1
< 20 2 1 0,75 0,3 0,15 2,5
Máxima distorção de corrente harmônica em % IB
Ordem da harmônica individual (harmônicas ímpares) Entre
3 1,5 1,15 0,45 0,22 3,75
20 e 50
ISC/IB < 11 11 ≤ h < 17 17 ≤ h < 23 23 ≤ h < 35 35 ≤ h TDD
Entre
50 e 2 1 0,75 0,3 0,15 2,5
< 201 4,0 2 1,5 0,6 0,3 5
100
Entre Entre
7,0 3,5 2,5 1 0,5 8
20 e 50 100 e 3 1,5 1,15 0,45 0,22 3,75
Entre 1000
50 e 10,0 4,5 4,0 1,5 0,7 12
> 1000 2 1 0,75 0,3 0,15 2,5
100
Entre
100 e 12,0 5,5 5,0 2,0 1,0 15
1000
> 1000 15,0 7,0 6,0 2,5 1,44 20
Notas: Tabela 10.17 IEEE 519-2: Limites de distorção de
tensão.
1- Todo equipamento de geração está limitado a esses valores de
distorção de corrente independentemente da relação ISC/IB;
Distorção
2- As harmônicas pares são limitadas a 25% do limite das THD
individual
harmônicas ímpares indicadas acima;
3- Onde: 69 kV e abaixo 3% 5%
69.001 V até
a. ISC = máxima corrente de curto-circuito no ponto considerado; 1,5% 2,5%
b. IB = máxima corrente de projeto na frequência fundamental (também chamada
161kV
de corrente de carga IL) no ponto considerado.
Acima de 161 kV 1% 1,5%
.
. sua parte real (da sua resistência). Para um
V dado valor da tensão aplicada ao bipolo a
I= (10.48)
Z corrente será máxima à frequência de
ressonância.
A Impedância total Z deste circuito,
Para esta frequência (fr) verifica-se a
para qualquer frequência da tensão da fonte
igualdade abaixo, a qual implica uma
de alimentação, é determinada por:
diferença de fase nula entre os fasores da
⎛ 1 ⎞ tensão e da corrente no circuito:
Z = R + j ( X L − X C ) = R + j ⎜ ωL − ⎟
⎝ ωC ⎠
Z = R + j( X L − X C ) = R (10.51)
⎛ 1 ⎞ (10.49)
Z = R + j ⎜⎜ 2πfL − ⎟
⎝ 2πfC ⎟⎠
1 1 1 (10.50)
ωL − = 0 → ωr = → fr =
ωC LC 2π LC Figura 10.72 Condição de ressonância série: a tensão
na resistência é igual à tensão total aplicada à
impedância.
Y=
1
+
1
+ jωC
aberto. Por tal fato, este caso de ressonância
R jωL é também designado por “ressonância de
correntes”.
1 ⎛ 1 ⎞ 1 (10.52) A tabela 10.19 apresenta um resumo
Y= + j ⎜ ωC − ⎟ = G + jB =
R ⎝ ω L ⎠ Z das condições de ressonância paralela em
redes lineares.
onde as variáveis G e B são,
respectivamente, a Condutância (inverso da
resistência) e a Susceptância (inverso da Tabela 10.19 Propriedades da ressonância paralela.
reatância), expressas em ohms. Então, para Tabela-resumo
que ocorra ressonância, é condição 1- A corrente está em fase com a tensão.
necessária e suficiente que: 2- A impedância assume o seu valor máximo (Z = R).
1 3- O valor eficaz da corrente assume o seu valor
B = 0 ⇒ ωC = mínimo = V/R
ωL
4- A corrente na resistência torna-se igual a corrente
total.
j ⎛ 1 ⎞ (10.53) 5- As correntes no indutor e no capacitor são, em
Y = G + jωC − = G + j ⎜ ωC − ⎟
ωL ⎝ ωL ⎠ qualquer instante, iguais mas de sentidos contrários,
anulando-se mutuamente.
6- Ressonância paralela é responsável por
sobretensões que danificam os capacitores
A frequência para a qual existe (degradação do isolamento das unidades
capacitivas) e os demais componentes do
ressonância paralelo é a mesma que a da circuito.
ressonância série:
7- Condição de ressonância:
1 1 1 (10.54)
ωL − = 0 → ωr = → fr =
ωC LC 2π LC Y=
1
+
1
+ jω C =
1
R jωL Z
Para a frequência fr, temos que: 1 1
− + ωC = 0 → ω r =
ωL LC
1 (10.55)
Y =G= ⇒Z=R
R
fr
h= ⇒ f r = f 0 × h = 60 × 7 = 420 Hz
f0
Carga
(Sc, VAr) resistiva
(Sl, VA)
10.11.2.2 Ressonância série
INÍCIO
20% ou mais da
Medição de NÃO carga total é
Harmônica compreendida por
cargas não lineares?
Instalação de
filtros LC em
SIM derivação
localizados juntos
Limites de distorção
OU às fontes de
Estudo de harmônicas de
harmônica total de porte e,
NÃO Harmônica de faz
tensão são inferiores sintonizados em
necessário
a 5% e no espectro série na
individual é inferior a frequência
3%? harmônica
pertubadora.
SIM
Realizar novas medições
É muito pouca a Recomenda-se o uso
probabilidade de de capacitores com
haver tensão reforçada para
FIM
ressonância. garantir maior vida útil.
Figura 10.81 - Fluxograma da correção do fator de potência em sistemas elétricos na presença de harmônicas.
Apêndice
Resolução 456/Aneel
A
Considerando as sugestões recebidas em função da Audiência Pública ANEEL n.º 007/98, realizada em 10 de
fevereiro de 1999, sobre as Condições de Fornecimento para Iluminação Pública; e
Art. 1º Estabelecer, na forma que se segue, as disposições atualizadas e consolidadas relativas às condições gerais de
fornecimento de energia elétrica a serem observadas tanto pelas concessionárias e permissionárias quanto pelos consumidores.
Parágrafo único. Estas disposições aplicam-se também aos consumidores livres, no que couber, de forma
complementar à respectiva regulamentação.
DAS DEFINIÇÕES
Art. 2º Para os fins e efeitos desta Resolução são adotadas as seguintes definições mais usuais:
I - Carga instalada: soma das potências nominais dos equipamentos elétricos instalados na unidade consumidora, em
condições de entrar em funcionamento, expressa em quilowatts (kW).
II - Concessionária ou permissionária: agente titular de concessão ou permissão federal para prestar o serviço público
de energia elétrica, referenciado, doravante, apenas pelo termo concessionária.
III - Consumidor: pessoa física ou jurídica, ou comunhão de fato ou de direito, legalmente representada, que solicitar a
concessionária o fornecimento de energia elétrica e assumir a responsabilidade pelo pagamento das faturas e pelas demais obrigações
fixadas em normas e regulamentos da ANEEL, assim vinculando-se aos contratos de fornecimento, de uso e de conexão ou de
adesão, conforme cada caso.
IV - Consumidor livre: consumidor que pode optar pela compra de energia elétrica junto a qualquer fornecedor,
conforme legislação e regulamentos específicos.
V - Contrato de adesão: instrumento contratual com cláusulas vinculadas às normas e regulamentos aprovados pela
ANEEL, não podendo o conteúdo das mesmas ser modificado pela concessionária ou consumidor, a ser aceito ou rejeitado de forma
integral.
VI - Contrato de fornecimento: instrumento contratual em que a concessionária e o consumidor responsável por
unidade consumidora do Grupo “A” ajustam as características técnicas e as condições comerciais do fornecimento de energia elétrica.
VII - Contrato de uso e de conexão: instrumento contratual em que o consumidor livre ajusta com a concessionária as
características técnicas e as condições de utilização do sistema elétrico local, conforme regulamentação específica.
VIII - Demanda: média das potências elétricas ativas ou reativas, solicitadas ao sistema elétrico pela parcela da carga
instalada em operação na unidade consumidora, durante um intervalo de tempo especificado.
IX - Demanda contratada: demanda de potência ativa a ser obrigatória e continuamente disponibilizada pela
concessionária, no ponto de entrega, conforme valor e período de vigência fixados no contrato de fornecimento e que deverá ser
integralmente paga, seja ou não utilizada durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).
X - Demanda de ultrapassagem: parcela da demanda medida que excede o valor da demanda contratada, expressa
em quilowatts (kW).
XI - Demanda faturável: valor da demanda de potência ativa, identificada de acordo com os critérios estabelecidos e
considerada para fins de faturamento, com aplicação da respectiva tarifa, expressa em quilowatts (kW).
XII - Demanda medida: maior demanda de potência ativa, verificada por medição, integralizada no intervalo de 15
(quinze) minutos durante o período de faturamento, expressa em quilowatts (kW).
XIII - Energia elétrica ativa: energia elétrica que pode ser convertida em outra forma de energia, expressa em
quilowatts-hora (kWh).
XIV - Energia elétrica reativa: energia elétrica que circula continuamente entre os diversos campos elétricos e
magnéticos de um sistema de corrente alternada, sem produzir trabalho, expressa em quilovolt-ampère-reativo-hora (kVArh).
XV - Estrutura tarifária: conjunto de tarifas aplicáveis às componentes de consumo de energia elétrica e/ou demanda
de potência ativas de acordo com a modalidade de fornecimento.
XVI - Estrutura tarifária convencional: estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas de consumo de energia elétrica
e/ou demanda de potência independentemente das horas de utilização do dia e dos períodos do ano.
XVII - Estrutura tarifária horo-sazonal: estrutura caracterizada pela aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de
energia elétrica e de demanda de potência de acordo com as horas de utilização do dia e dos períodos do ano, conforme especificação
a seguir:
a) Tarifa Azul: modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica de
acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, bem como de tarifas diferenciadas de demanda de potência de acordo
com as horas de utilização do dia.
b) Tarifa Verde: modalidade estruturada para aplicação de tarifas diferenciadas de consumo de energia elétrica de
acordo com as horas de utilização do dia e os períodos do ano, bem como de uma única tarifa de demanda de potência.
c) Horário de ponta (P): período definido pela concessionária e composto por 3 (três) horas diárias consecutivas,
exceção feita aos sábados, domingos e feriados nacionais, considerando as características do seu sistema elétrico.
d) Horário fora de ponta (F): período composto pelo conjunto das horas diárias consecutivas e complementares
àquelas definidas no horário de ponta.
e) Período úmido (U): período de 5 (cinco) meses consecutivos, compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas
leituras de dezembro de um ano a abril do ano seguinte.
f) Período seco (S): período de 7 (sete) meses consecutivos, compreendendo os fornecimentos abrangidos pelas
leituras de maio a novembro.
XVIII - Fator de carga: razão entre a demanda média e a demanda máxima da unidade consumidora, ocorridas no
mesmo intervalo de tempo especificado.
XIX - Fator de demanda: razão entre a demanda máxima num intervalo de tempo especificado e a carga instalada na
unidade consumidora.
XX - Fator de potência: razão entre a energia elétrica ativa e a raiz quadrada da soma dos quadrados das energias
elétricas ativa e reativa, consumidas num mesmo período especificado.
XXI - Fatura de energia elétrica: nota fiscal que apresenta a quantia total que deve ser paga pela prestação do serviço
público de energia elétrica, referente a um período especificado, discriminando as parcelas correspondentes.
XXII - Grupo “A”: grupamento composto de unidades consumidoras com fornecimento em tensão igual ou superior a
2,3 kV, ou, ainda, atendidas em tensão inferior a 2,3 kV a partir de sistema subterrâneo de distribuição e faturadas neste Grupo nos
termos definidos no art. 82, caracterizado pela estruturação tarifária binômia e subdividido nos seguintes subgrupos:
a) Subgrupo A1 - tensão de fornecimento igual ou superior a 230 kV;
XXXVIII - Tensão secundária de distribuição: tensão disponibilizada no sistema elétrico da concessionária com valores
padronizados inferiores a 2,3 kV.
XIL - Tensão primária de distribuição: tensão disponibilizada no sistema elétrico da concessionária com valores
padronizados iguais ou superiores a 2,3 kV.
XL - Unidade consumidora: conjunto de instalações e equipamentos elétricos caracterizado pelo recebimento de
energia elétrica em um só ponto de entrega, com medição individualizada e correspondente a um único consumidor.
XLI - Valor líquido da fatura: valor em moeda corrente resultante da aplicação das respectivas tarifas de fornecimento,
sem incidência de imposto, sobre as componentes de consumo de energia elétrica ativa, de demanda de potência ativa, de uso do
sistema, de consumo de energia elétrica e demanda de potência reativas excedentes.
XLII - Valor mínimo faturável: valor referente ao custo de disponibilidade do sistema elétrico, aplicável ao faturamento
de unidades consumidoras do Grupo “B”, de acordo com os limites fixados por tipo de ligação.
DO PEDIDO DE FORNECIMENTO
I - obrigatoriedade de:
a) observância, nas instalações elétricas da unidade consumidora, das normas expedidas pelos órgãos oficiais
competentes, pela Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT ou outra organização credenciada pelo Conselho Nacional de
Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - CONMETRO, e das normas e padrões da concessionária, postos à disposição do
interessado;
b) instalação, pelo interessado, quando exigido pela concessionária, em locais apropriados de livre e fácil acesso, de
caixas, quadros, painéis ou cubículos destinados à instalação de medidores, transformadores de medição e outros aparelhos da
concessionária, necessários à medição de consumos de energia elétrica e demandas de potência, quando houver, e à proteção destas
instalações;
c) declaração descritiva da carga instalada na unidade consumidora;
d) celebração de contrato de fornecimento com consumidor responsável por unidade consumidora do Grupo “A”;
e) aceitação dos termos do contrato de adesão pelo consumidor responsável por unidade consumidora do Grupo “B”;
f) fornecimento de informações referentes a natureza da atividade desenvolvida na unidade consumidora, a finalidade
da utilização da energia elétrica, e a necessidade de comunicar eventuais alterações supervenientes.
II - eventual necessidade de:
a) execução de obras e/ou serviços nas redes e/ou instalação de equipamentos, da concessionária e/ou do
consumidor, conforme a tensão de fornecimento e a carga instalada a ser atendida;
b) construção, pelo interessado, em local de livre e fácil acesso, em condições adequadas de iluminação, ventilação e
segurança, de compartimento destinado, exclusivamente, à instalação de equipamentos de transformação, proteção e outros, da
concessionária e/ou do interessado, necessários ao atendimento das unidades consumidoras da edificação;
c) obtenção de autorização federal para construção de linha destinada a uso exclusivo do interessado;
d) apresentação de licença emitida por órgão responsável pela preservação do meio ambiente, quando a unidade
consumidora localizar-se em área de proteção ambiental;
e) participação financeira do interessado, na forma da legislação e regulamentos aplicáveis;
f) adoção, pelo interessado, de providências necessárias à obtenção de benefícios estipulados pela legislação;
g) apresentação dos documentos relativos à sua constituição e registro, quando pessoa jurídica;
h) apresentação da Carteira de Identidade ou, na ausência desta, de outro documento de identificação e, se houver, do
Cadastro de Pessoa Física – CPF, quando pessoa física; e
i) aprovação do projeto de extensão de rede antes do início das obras, quando houver interesse na sua execução
mediante a contratação de terceiro legalmente habilitado.
Art. 4º A concessionária poderá condicionar a ligação, religação, alterações contratuais, aumento de carga ou
contratação de fornecimentos especiais, solicitados por quem tenha quaisquer débitos no mesmo ou em outro local de sua área de
concessão, à quitação dos referidos débitos.
§ 1º A concessionária não poderá condicionar a ligação de unidade consumidora ao pagamento de débito que não seja
decorrente de fato originado pela prestação do serviço público de energia elétrica ou não autorizado pelo consumidor, no mesmo ou
em outro local de sua área de concessão, exceto nos casos de sucessão comercial.
§ 2º A concessionária não poderá condicionar a ligação de unidade consumidora ao pagamento de débito pendente em
nome de terceiros.
Art. 5º A concessionária deverá comunicar, por escrito, quando da efetivação do pedido de fornecimento ou sempre
que solicitado, as opções disponíveis para faturamento ou mudança de Grupo tarifário e prestar as informações necessárias e
adequadas a cada caso, cabendo ao consumidor formular sua opção também por escrito.
§ 1º A concessionária informará as opções de que tratam os arts. 53, 79 a 82, conforme disposto neste artigo, devendo
o consumidor apresentar pedido, por escrito, à concessionária, que se manifestará no prazo de 30 (trinta) dias, contados do
recebimento da opção.
§ 2º Exercida qualquer das opções previstas nos arts. 53, 79 a 82, deverá ser efetuada nova alteração nos critérios de
faturamento quando:
I - o consumidor o solicitar, desde que a modificação anterior tenha sido feita há mais de 12 (doze) ciclos consecutivos
e completos de faturamento; e
II - a concessionária constatar descontinuidade no atendimento dos requisitos exigíveis para a opção.
DA TENSÃO DE FORNECIMENTO
Art. 6º Competirá a concessionária estabelecer e informar ao interessado a tensão de fornecimento para a unidade
consumidora, com observância dos seguintes limites:
I - tensão secundária de distribuição: quando a carga instalada na unidade consumidora for igual ou inferior a 75 kW;
II - tensão primária de distribuição inferior a 69 kV: quando a carga instalada na unidade consumidora for superior a 75
kW e a demanda contratada ou estimada pelo interessado, para o fornecimento, for igual ou inferior a 2.500 kW; e
III - tensão primária de distribuição igual ou superior a 69 kV: quando a demanda contratada ou estimada pelo
interessado, para o fornecimento, for superior a 2.500 kW.
Parágrafo único. Quando se tratar de unidade consumidora do Grupo “A”, a informação referida no “caput” deste artigo deverá ser
efetuada por escrito.
Art. 7º A concessionária poderá estabelecer a tensão do fornecimento sem observar os limites de que trata o art. 6º,
quando a unidade consumidora incluir-se em um dos seguintes casos:
I - for atendível, em princípio, em tensão primária de distribuição, mas situar-se em prédio de múltiplas unidades
consumidoras predominantemente passíveis de inclusão no critério de fornecimento em tensão secundária de distribuição, conforme o
inciso I, art. 6º, e não oferecer condições para ser atendida nesta tensão;
II - estiver localizada em área servida por sistema subterrâneo de distribuição, ou prevista para ser atendida pelo
referido sistema de acordo com o plano já configurado no Programa de Obras da concessionária;
III - estiver localizada fora de perímetro urbano;
IV - tiver equipamento que, pelas suas características de funcionamento ou potência, possa prejudicar a qualidade do
fornecimento a outros consumidores; e
V - havendo conveniência técnica e econômica para o sistema elétrico da concessionária, não acarretar prejuízo ao
interessado.
Art. 8º O responsável por unidade consumidora atendível, a princípio, segundo os limites referidos nos incisos II e III,
art. 6º, poderá optar por tensão de fornecimento diferente daquela estabelecida pela concessionária, desde que, havendo viabilidade
técnica do sistema elétrico, assuma os investimentos adicionais necessários ao atendimento no nível de tensão pretendido.
DO PONTO DE ENTREGA
Art. 9º O ponto de entrega de energia elétrica deverá situar-se no limite da via pública com o imóvel em que se localizar
a unidade consumidora, ressalvados os seguintes casos:
I - havendo uma ou mais propriedades entre a via pública e o imóvel em que se localizar a unidade consumidora, o
ponto de entrega situar-se-á no limite da via pública com a primeira propriedade intermediária;
II - em área servida por rede aérea, havendo interesse do consumidor em ser atendido por ramal subterrâneo, o ponto
de entrega situar-se-á na conexão deste ramal com a rede aérea;
III - nos casos de prédios de múltiplas unidades, cuja transformação pertença a concessionária e esteja localizada no
interior do imóvel, o ponto de entrega situar-se-á na entrada do barramento geral;
IV - quando se tratar de linha de propriedade do consumidor, o ponto de entrega situar-se-á na estrutura inicial desta
linha;
V - havendo conveniência técnica e observados os padrões da concessionária, o ponto de entrega poderá situar-se
dentro do imóvel em que se localizar a unidade consumidora;
VI - tratando-se de condomínio horizontal, o ponto de entrega deverá situar-se no limite da via interna do condomínio
com cada fração integrante do parcelamento; e
VII - tratando-se de fornecimento destinado a sistema de iluminação pública, o ponto de entrega será, alternativamente:
a) a conexão da rede de distribuição da concessionária com as instalações elétricas de iluminação pública, quando
estas pertencerem ao Poder Público; e
b) o bulbo da lâmpada, quando as instalações destinadas à iluminação pública pertencerem à concessionária.
Parágrafo único. O ponto de entrega poderá situar-se ou não no local onde forem instalados os equipamentos para
medição do consumo de energia elétrica.
Art. 10. Até o ponto de entrega a concessionária deverá adotar todas as providências com vistas a viabilizar o
fornecimento, observadas as condições estabelecidas na legislação e regulamentos aplicáveis, bem como operar e manter o seu
sistema elétrico.
Art. 11. O interessado poderá executar as obras de extensão de rede necessárias ao fornecimento de energia elétrica,
mediante a contratação de terceiro legalmente habilitado, devendo, para tanto, aprovar o respectivo projeto junto à concessionária
antes do início das obras, pagar os eventuais custos consoante legislação e regulamentos aplicáveis, observar as normas e padrões
técnicos da concessionária com respeito aos requisitos de segurança, proteção e operação, bem como submeter-se aos critérios de
fiscalização e recebimento das instalações.
o
§ 1 No caso referido no “caput” deste artigo, a concessionária deverá participar financeiramente da obra, disponibilizar
suas normas e padrões, analisar os projetos, orientar quanto ao cumprimento das exigências obrigatórias e eventuais estabelecidas no
art. 3º, realizar a indispensável vistoria com vistas ao recebimento definitivo da obra, sua necessária incorporação aos bens e
instalações em serviço e a ligação da unidade consumidora.
o
§ 2 Os prazos para análise de projetos referentes às obras de extensão de rede, referidos no parágrafo anterior, são
os seguintes, contados da data da solicitação:
DA UNIDADE CONSUMIDORA
Art. 12. A cada consumidor corresponderá uma ou mais unidades consumidoras, no mesmo local ou em locais
diversos.
o
§ 1 O atendimento a mais de uma unidade consumidora, de um mesmo consumidor, no mesmo local, condicionar-se-á
à observância de requisitos técnicos e de segurança previstos nas normas e/ou padrões da concessionária.
o
§ 2 Poderá ser efetuado fornecimento a mais de uma unidade consumidora do Grupo “A”, por meio de subestação
transformadora compartilhada, desde que pactuados e atendidos os requisitos técnicos da concessionária e dos consumidores.
§ 3º As medições individualizadas deverão ser integralizadas para fins de faturamento quando, por necessidade
técnica, existirem vários pontos de entrega no mesmo local.
Art. 13. Em condomínios verticais e/ou horizontais, onde pessoas físicas ou jurídicas forem utilizar energia elétrica de
forma independente, cada fração caracterizada por uso individualizado constituirá uma unidade consumidora, ressalvado o disposto no
art. 14.
§ 1º As instalações para atendimento das áreas de uso comum constituirão uma unidade consumidora, que será de
responsabilidade do condomínio, da administração ou do proprietário do prédio ou conjunto de que trata este artigo, conforme o caso.
§ 2º Prédio constituído por uma só unidade consumidora, que venha a se enquadrar na condição indicada no “caput”
deste artigo, deverá ter suas instalações elétricas internas adaptadas para permitir a colocação de medição, de modo a serem
individualizadas as diversas unidades consumidoras correspondentes.
Art. 14. Prédio com predominância de estabelecimentos comerciais de serviços, varejistas e/ou atacadistas, poderá ser
considerado uma só unidade consumidora, se atendidas, cumulativamente, as seguintes condições:
I - que a propriedade de todos os compartimentos do imóvel, prédio ou o conjunto de edificações, seja de uma só
pessoa física ou jurídica e que o mesmo esteja sob a responsabilidade administrativa de organização incumbida da prestação de
serviços comuns a seus integrantes;
II - que a organização referida no inciso anterior assuma as obrigações de que trata o inciso III, art. 2º, na condição de
consumidor;
III - que a demanda contratada, para prédio ou conjunto de estabelecimentos comerciais varejistas e/ou atacadistas,
seja igual ou superior a 500 kW, e, para conjunto de estabelecimentos comerciais de serviços, seja igual ou superior a 5000 kW;
IV - que o valor da fatura relativa ao fornecimento seja rateado entre seus integrantes, sem qualquer acréscimo; e
V - que as instalações internas de utilização de energia elétrica permitam a colocação, a qualquer tempo, de
equipamentos de medição individualizados para cada compartimento do prédio ou do conjunto de edificações.
§ 1º À organização mencionada no inciso I deste artigo caberá manifestar, por escrito, a opção pelo fornecimento nas
condições previstas neste artigo.
§ 2º A organização de que trata o inciso I deste artigo não poderá interromper, suspender ou interferir na utilização de
energia elétrica por parte dos integrantes do prédio ou do conjunto de edificações.
§ 3º Qualquer compartimento do prédio, com carga instalada superior ao limite mínimo estabelecido para atendimento
em tensão primária de distribuição, poderá ser atendido diretamente pela concessionária, desde que haja pedido neste sentido e que
sejam satisfeitas as condições regulamentares e técnicas pertinentes.
Art. 15. Havendo conveniência técnica e/ou econômica, ficará facultado à concessionária atender a prédio ou conjunto
de estabelecimentos comerciais com fornecimento em tensão primária de distribuição, nos moldes do disposto no art. 14,
independentemente do valor da demanda contratada.
Art. 16. O fornecimento de energia elétrica em um só ponto, a prédio ou a conjunto de estabelecimentos comerciais
com compartimentos já ligados individualmente, dependerá, além do preenchimento dos requisitos previstos no art. 14, do
ressarcimento à concessionária de eventuais investimentos realizados, nos termos da legislação e regulamentos aplicáveis.
Art. 17. Se o consumidor utilizar na unidade consumidora, à revelia da concessionária, carga susceptível de provocar
distúrbios ou danos no sistema elétrico de distribuição ou nas instalações e/ou equipamentos elétricos de outros consumidores, é
facultado à concessionária exigir desse consumidor o cumprimento das seguintes obrigações:
I - a instalação de equipamentos corretivos na unidade consumidora, com prazos pactuados e/ou o pagamento do valor
das obras necessárias no sistema elétrico da concessionária, destinadas a correção dos efeitos desses distúrbios; e
II - o ressarcimento à concessionária de indenizações por danos acarretados a outros consumidores, que,
comprovadamente, tenham decorrido do uso da carga provocadora das irregularidades.
o
§ 1 Na hipótese do inciso I, a concessionária é obrigada a comunicar ao consumidor, por escrito, as obras que
realizará e o necessário prazo de conclusão, fornecendo, para tanto, o respectivo orçamento detalhado.
o
§ 2 No caso referido no inciso II, a concessionária é obrigada a comunicar ao consumidor, por escrito, a ocorrência
dos danos, bem como a comprovação das despesas incorridas, nos termos da legislação e regulamentos aplicáveis.
DA CLASSIFICAÇÃO E CADASTRO
Art. 18. A concessionária classificará a unidade consumidora de acordo com a atividade nela exercida, ressalvadas as
exceções previstas nesta Resolução.
§ 2º Quando for exercida mais de uma atividade na mesma unidade consumidora, prevalecerá, para efeito de
classificação, a que corresponder à maior parcela da carga instalada, excetuada a unidade consumidora classificável como Serviço
Público, consoante o disposto no inciso VII, art. 20.
Art. 19. Nos casos em que a reclassificação da unidade consumidora implicar em alteração da tarifa aplicada, a
concessionária deverá proceder os ajustes necessários conforme as situações indicadas nos incisos I e I deste artigo, emitir
comunicado específico informando ao consumidor as alterações decorrentes e observando os prazos a seguir fixados:
I - redução da tarifa: a reclassificação deverá ser realizada imediatamente após a constatação e a comunicação até a
data da apresentação da primeira fatura corrigida; ou
II - elevação da tarifa: a comunicação deverá ser realizada, no mínimo, com 15 (quinze) dias antes da apresentação da
primeira fatura corrigida.
Art. 20. Ficam estabelecidas as seguintes classes e subclasses para efeito de aplicação de tarifas:
I – Residencial
Fornecimento para unidade consumidora com fim residencial, ressalvado os casos previstos na alínea “a” do inciso IV,
deste artigo, devendo ser consideradas as seguintes subclasses:
a) Residencial - fornecimento para unidade consumidora com fim residencial não contemplada na alínea “b” deste
inciso, incluído o fornecimento para instalações de uso comum de prédio ou conjunto de edificações, com predominância de unidades
consumidoras residenciais; e
b) Residencial Baixa Renda - fornecimento para unidade consumidora residencial, caracterizada como “baixa renda” de
acordo com os critérios estabelecidos em regulamentos específicos.
II – Industrial
Fornecimento para unidade consumidora em que seja desenvolvida atividade industrial, inclusive o transporte de
matéria-prima, insumo ou produto resultante do seu processamento, caracterizado como atividade de suporte e sem fim econômico
próprio, desde que realizado de forma integrada fisicamente à unidade consumidora industrial, devendo ser feita distinção entre as
seguintes atividades, conforme definido no Cadastro Nacional de Atividades Econômicas - CNAE:
Fornecimento para unidade consumidora em que seja exercida atividade comercial ou de prestação de serviços,
ressalvado o disposto no inciso VII deste artigo, ou outra atividade não prevista nas demais classes, inclusive o fornecimento destinado
às instalações de uso comum de prédio ou conjunto de edificações com predominância de unidades consumidoras não residenciais,
devendo ser consideradas as seguintes subclasses:
a) Comercial;
b) Serviços de Transporte, exclusive tração elétrica;
c) Serviços de Comunicações e Telecomunicações; e
d) Outros Serviços e outras atividades.
IV – Rural
Fornecimento para unidade consumidora localizada em área rural, em que seja desenvolvida atividade rural, sujeita à
comprovação perante a concessionária, devendo ser consideradas as seguintes subclasses:
a) Agropecuária
Fornecimento para unidade consumidora cujo consumidor desenvolva atividade relativa à agricultura e/ou a criação,
recriação ou engorda de animais, inclusive o beneficiamento ou a conservação dos produtos agrícolas oriundos da mesma propriedade
rural, bem como a transformação de produtos destinados à utilização exclusivamente na unidade consumidora, devendo ser incluída
também nesta subclasse:
1. fornecimento para unidade consumidora com fim residencial, situada em propriedade rural na qual sejam
desenvolvidas quaisquer das atividades descritas no “caput” da alínea “a”, incluída a agricultura de subsistência;
2. fornecimento para unidade consumidora com fim residencial, sob responsabilidade de trabalhador rural; e
3. fornecimento para instalações elétricas de poços de captação de água, de uso comum, para atender propriedades
rurais com objetivo agropecuário, desde que não haja comercialização da água.
b) Cooperativa de Eletrificação Rural
Fornecimento para cooperativa de eletrificação rural que atenda aos requisitos estabelecidos na legislação e
regulamentos aplicáveis.
c) Indústria Rural
Fornecimento para unidade consumidora em que seja desenvolvido processo industrial de transformação e/ou
beneficiamento de produtos oriundos da atividade relativa à agricultura e/ou a criação, recriação ou engorda de animais, com potência
instalada em transformadores não superior a 112,5 kVA.
d) Coletividade Rural
Fornecimento para unidade consumidora caracterizada por grupamento de usuários de energia elétrica, com
predominância de carga em atividade classificável como agropecuária, que não seja cooperativa de eletrificação rural.
e) Serviço Público de Irrigação Rural
Fornecimento exclusivamente para unidade consumidora em que seja desenvolvida atividade de bombeamento d'água,
para fins de irrigação, destinada à atividade agropecuária e explorada por entidade pertencente ou vinculada à Administração Direta,
Indireta ou Fundações de Direito Público da União, dos Estados ou dos Municípios.
f) Escola Agrotécnica
Fornecimento exclusivamente para unidade consumidora em que seja desenvolvida atividade de ensino e pesquisa
direcionada à agropecuária, sem fins lucrativos, e explorada por entidade pertencente ou vinculada à Administração Direta, Indireta ou
Fundações de Direito Público da União, dos Estados ou dos Municípios.
V - Poder Público
Fornecimento para unidade consumidora onde, independentemente da atividade a ser desenvolvida, for solicitado por
pessoa jurídica de direito público que assuma as responsabilidades inerentes à condição de consumidor, com exceção dos casos
classificáveis como Serviço Público de Irrigação Rural, Escola Agrotécnica, Iluminação Pública e Serviço Público, incluído nesta classe
o fornecimento provisório, de interesse do Poder Público, e também solicitado por pessoa jurídica de direito público, destinado a
atender eventos e festejos realizados em áreas públicas, devendo ser consideradas as seguintes subclasses:
VI - Iluminação Pública
Fornecimento para iluminação de ruas, praças, avenidas, túneis, passagens subterrâneas, jardins, vias, estradas,
passarelas, abrigos de usuários de transportes coletivos, e outros logradouros de domínio público, de uso comum e livre acesso, de
responsabilidade de pessoa jurídica de direito público ou por esta delegada mediante concessão ou autorização, incluído o
fornecimento destinado à iluminação de monumentos, fachadas, fontes luminosas e obras de arte de valor histórico, cultural ou
ambiental, localizadas em áreas públicas e definidas por meio de legislação específica, excluído o fornecimento de energia elétrica que
tenha por objetivo qualquer forma de propaganda ou publicidade.
Fornecimento, exclusivamente, para motores, máquinas e cargas essenciais à operação de serviços públicos de água,
esgoto, saneamento e tração elétrica urbana e/ou ferroviária, explorados diretamente pelo Poder Público ou mediante concessão ou
autorização, devendo ser consideradas as seguintes subclasses:
a) Tração Elétrica; e
b) Água, Esgoto e Saneamento.
Fornecimento destinado ao consumo de energia elétrica da própria concessionária, devendo ser consideradas as
seguintes subclasses:
a) Próprio
Fornecimento para escritório, oficina, almoxarifado e demais instalações da própria concessionária, diretamente ligadas
à prestação dos serviços de eletricidade, não incluídas nas subclasses seguintes.
b) Canteiro de Obras
c) Interno
Fornecimento para instalações e dependências internas de usinas, subestações e demais locais diretamente ligados à
produção e transformação de energia elétrica.
Art. 21. A concessionária deverá organizar e manter atualizado cadastro relativo às unidades consumidoras, onde
conste, obrigatoriamente, quanto a cada uma delas, no mínimo, as seguintes informações:
I - identificação do consumidor:
a) nome completo;
b) número e órgão expedidor da Carteira de Identidade ou, na ausência desta, de outro documento de identificação
oficial e, quando houver, número do Cadastro de Pessoa Física – CPF; e
c) número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ.
II - número ou código de referência da unidade consumidora;
Parágrafo único. A concessionária deverá disponibilizar, no mínimo, os 13 (treze) últimos históricos referidos no inciso
X para consulta em tempo real.
DOS CONTRATOS
Art. 22. O contrato de adesão, destinado a regular as relações entre a concessionária e o responsável por unidade
consumidora do Grupo “B”, deverá ser encaminhado ao consumidor até a data de apresentação da primeira fatura.
Art. 23. O contrato de fornecimento, a ser celebrado com consumidor responsável por unidade consumidora do Grupo
“A”, deverá conter, além das cláusulas essenciais aos contratos administrativos, outras que digam respeito a:
§ 1º Quando, para o fornecimento, a concessionária tiver que fazer investimento específico, o contrato deverá dispor
sobre as condições, formas e prazos que assegurem o ressarcimento do ônus relativo aos referidos investimentos.
a) o prazo do contrato será de 12 (doze) meses, exceto quando houver acordo diferente entre as partes;
b) quando, para atendimento da carga instalada, houver necessidade de investimento por parte da concessionária esta
poderá estabelecer, para o primeiro contrato, um prazo de vigência de até 24 (vinte e quatro) meses; e
c) o contrato poderá ser prorrogado automaticamente por igual período e assim sucessivamente, desde que o
consumidor não expresse manifestação em contrário, com antecedência mínima de 180 (centro e oitenta) dias em relação ao término
de cada vigência.
§ 3º Para a demanda contratada, referida no inciso III deste artigo, deverá ser observado o valor mínimo contratável de
30 kW para unidades consumidoras faturadas na estrutura tarifária convencional ou em pelo menos um dos segmentos horo-sazonais
para unidades consumidoras faturadas na estrutura tarifária horo-sazonal, excetuados os casos em que a tensão de fornecimento
tenha sido estabelecida pela concessionária nos termos do art. 7º.
§ 4º A concessionária deverá atender as solicitações de redução de demanda contratada não contempladas no art. 24,
desde que efetuadas por escrito e com antecedência mínima de 180 (cento e oitenta) dias.
Art. 24. A concessionária deverá renegociar o contrato de fornecimento, a qualquer tempo, sempre que solicitado por
consumidor que, ao implementar medidas de conservação, incremento à eficiência e ao uso racional da energia elétrica, comprováveis
pela concessionária, resultem em redução da demanda de potência e/ou de consumo de energia elétrica ativa, desde que satisfeitos os
compromissos relativos aos investimentos da concessionária, conforme previsto no § 1º do art. 23.
Parágrafo único. O consumidor deverá submeter à concessionária as medidas de conservação a serem adotadas, com
as devidas justificativas técnicas, etapas de implantação, resultados previstos, prazos, proposta para a revisão do contrato de
fornecimento e acompanhamento pela concessionária, caso em que esta informará ao consumidor, no prazo de 45 (quarenta e cinco)
dias, as condições para a revisão da demanda e/ou da energia elétrica ativa contratadas, conforme o caso.
Art. 25. Para o fornecimento destinado a Iluminação Pública deverá ser firmado contrato tendo por objeto ajustar as
condições de prestação do serviço, o qual, além das cláusulas referidas no art. 23, deve também disciplinar as seguintes condições:
Art. 26. A vistoria de unidade consumidora, quando de fornecimento em tensão de distribuição inferior a 69 kV, será
efetuada no prazo de 3 (três) dias úteis, contados da data do pedido de fornecimento, ressalvado os casos previstos no art. 28.
Parágrafo único. Ocorrendo reprovação das instalações de entrada de energia elétrica, a concessionária deverá
informar ao interessado, por escrito, o respectivo motivo e as providências corretivas necessárias.
Art. 27. A ligação de unidade consumidora, quando de fornecimento em tensão de distribuição inferior a 69 kV, será
efetuada de acordo com os prazos a seguir fixados:
I - 3 (três) dias úteis para unidade consumidora do Grupo “B”, localizada em área urbana;
II - 5 (cinco) dias úteis para unidade consumidora do Grupo “B”, localizada em área rural; e
III - 10 (dez) dias úteis para unidade consumidora do Grupo “A”, localizada em área urbana ou rural.
Parágrafo único. Os prazos fixados neste artigo devem ser contados a partir da data da aprovação das instalações e do
cumprimento das demais condições regulamentares pertinentes.
Art. 28. A concessionária terá o prazo de 30 (trinta) ou 45 (quarenta e cinco) dias, contados da data do pedido de
fornecimento ou de alteração de carga, respectivamente, conforme tratar-se de tensão secundária ou tensão primária de distribuição
inferior a 69 kV, para elaborar os estudos, orçamentos e projetos e informar ao interessado, por escrito, o prazo para a conclusão das
obras de distribuição destinadas ao seu atendimento, bem como a eventual necessidade de participação financeira, quando:
Parágrafo único. Satisfeitas, pelo interessado, as condições estabelecidas na legislação e normas aplicáveis, a
concessionária terá o prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias para iniciar as obras.
Art. 29. Os prazos estabelecidos e/ou pactuados, para início e conclusão das obras a cargo da concessionária, serão
suspensos, quando:
Art. 30. Os prazos para início e conclusão das obras, bem como para a disponibilização do fornecimento da energia,
em tensão primária de distribuição igual ou superior a 69 kV, serão estabelecidos de comum acordo pelas partes.
DO AUMENTO DE CARGA
Art. 31. O consumidor deverá submeter previamente à apreciação da concessionária o aumento da carga instalada que
exigir a elevação da potência disponibilizada, com vistas a verificação da necessidade de adequação do sistema elétrico, observados
os procedimentos fixados nos arts. 26 a 30.
Parágrafo único. Em caso de inobservância, pelo consumidor, do disposto neste artigo, a concessionária ficará
desobrigada de garantir a qualidade do serviço, podendo, inclusive, suspender o fornecimento, se o aumento de carga prejudicar o
atendimento a outras unidades consumidoras.
DA MEDIÇÃO
Art. 32. A concessionária é obrigada a instalar equipamentos de medição nas unidades consumidoras, exceto quando:
I - o fornecimento for destinado para iluminação pública, semáforos ou assemelhados, bem como iluminação de ruas
ou avenidas internas de condomínios fechados horizontais;
II - a instalação do medidor não puder ser feita em razão de dificuldade transitória, encontrada pelo consumidor,
limitada a um período máximo de 90 (noventa) dias, em que o mesmo deve providenciar as instalações de sua responsabilidade;
III - o fornecimento for provisório; e
IV - a critério da concessionária, no caso do consumo mensal previsto da unidade consumidora do Grupo “B” ser
inferior ao respectivo valor mínimo faturável referido no art. 48;
Parágrafo único. No caso de fornecimento destinado para iluminação pública, efetuado a partir de circuito exclusivo, a
concessionária deverá instalar os respectivos equipamentos de medição quando solicitados pelo consumidor.
Art. 33. O medidor e demais equipamentos de medição serão fornecidos e instalados pela concessionária, às suas
expensas, exceto quando previsto em contrário em legislação específica.
§ 1º A concessionária poderá atender a unidade consumidora em tensão secundária de distribuição com ligação
bifásica ou trifásica, ainda que a mesma não apresente carga instalada suficiente para tanto, desde que o consumidor se
responsabilize pelo pagamento da diferença de preço do medidor, pelos demais materiais e equipamentos de medição a serem
instalados, bem como eventuais custos de adaptação da rede.
§ 2º Fica a critério da concessionária escolher os medidores e demais equipamentos de medição que julgar
necessários, bem como sua substituição ou reprogramação, quando considerada conveniente ou necessária, observados os critérios
estabelecidos na legislação metrológica aplicáveis a cada equipamento.
§ 3º A substituição de equipamentos de medição deverá ser comunicada, por meio de correspondência específica, ao
consumidor, quando da execução desse serviço, com informações referentes às leituras do medidor retirado e do instalado.
§ 4º A indisponibilidade dos equipamentos de medição não poderá ser invocada pela concessionária para negar ou
retardar a ligação e o início do fornecimento.
Art. 34. O fator de potência das instalações da unidade consumidora, para efeito de faturamento, deverá ser verificado
pela concessionária por meio de medição apropriada, observados os seguintes critérios:
Art. 35. Quando a concessionária instalar os equipamentos de medição no lado de saída dos transformadores, para
fins de faturamento com tarifas do Grupo “A”, deverá também colocar equipamentos próprios de medição das perdas de transformação
ou fazer os acréscimos de que trata o art. 58.
Art. 36. Os lacres instalados nos medidores, caixas e cubículos, somente poderão ser rompidos por representante legal
da concessionária.
Parágrafo único. Constatado o rompimento ou violação de selos e/ou lacres instalados pela concessionária, com
alterações nas características da instalação de entrada de energia originariamente aprovadas, mesmo não provocando redução no
faturamento, poderá ser cobrado o custo administrativo adicional correspondente a 10 % (dez por cento) do valor líquido da primeira
fatura emitida após a constatação da irregularidade.
Art. 37. A verificação periódica dos medidores de energia elétrica instalados na unidade consumidora deverá ser
efetuada segundo critérios estabelecidos na legislação metrológica, devendo o consumidor assegurar o livre acesso dos inspetores
credenciados aos locais em que os equipamentos estejam instalados.
Art. 38. O consumidor poderá exigir a aferição dos medidores, a qualquer tempo, sendo que as eventuais variações
não poderão exceder os limites percentuais admissíveis.
§ 1º A concessionária deverá informar, com antecedência mínima de 3 (três) dia úteis, a data fixada para a realização
da aferição, de modo a possibilitar ao consumidor o acompanhamento do serviço.
§ 3º Persistindo dúvida o consumidor poderá, no prazo de 10 (dez) dias, contados a partir do recebimento da
comunicação do resultado, solicitar a aferição do medidor por órgão metrológico oficial, devendo ser observado o seguinte:
I - quando não for possível a aferição no local da unidade consumidora, a concessionária deverá acondicionar o
medidor em invólucro específico, a ser lacrado no ato de retirada, e encaminhá-lo ao órgão competente, mediante entrega de
comprovante desse procedimento ao consumidor;
II - os custos de frete e de aferição devem ser previamente informados ao consumidor; e
III - quando os limites de variação tiverem sido excedidos os custos serão assumidos pela concessionária, e, caso
contrário, pelo consumidor.
DO CALENDÁRIO
Art. 39. A concessionária deverá organizar e manter atualizado o calendário das respectivas datas fixadas para a
leitura dos medidores, apresentação e vencimento da fatura, bem como de eventual suspensão do fornecimento, o qual estará sujeito a
fiscalização da ANEEL.
Parágrafo único. Qualquer modificação das datas do calendário deverá ser previamente comunicada ao consumidor,
por escrito.
DA LEITURA E DO FATURAMENTO
Art. 40. A concessionária efetuará as leituras, bem como os faturamentos, em intervalos de aproximadamente 30
(trinta) dias, observados o mínimo de 27 (vinte e sete) e o máximo de 33 (trinta e três) dias, de acordo com o calendário respectivo.
§ 1º O faturamento inicial deverá corresponder a um período não inferior a 15 (quinze) nem superior a 47 (quarenta e
sete) dias.
§ 3º No caso de pedido de desligamento, mediante acordo entre as partes, o consumo e/ou a demanda finais poderão
ser estimados com base na média dos 3 (três) últimos faturamentos, no mínimo, e proporcionalmente ao número de dias decorridos
entre as datas de leitura e do pedido, ressalvado o disposto no art. 48.
Art. 41. As leituras e os faturamentos de unidades consumidoras do Grupo “B” poderão ser efetuados em intervalos de
até 3 (três) ciclos consecutivos, de acordo com o calendário próprio, nos seguintes casos:
§ 1º Quando for adotado intervalo plurimensal de leitura, o consumidor poderá fornecer a leitura mensal dos
respectivos medidores, respeitadas as datas fixadas pela concessionária.
§ 2º A adoção de intervalo plurimensal de leitura e/ou de faturamento deverá ser precedida de divulgação aos
consumidores, objetivando permitir aos mesmos o conhecimento do processo utilizado e os objetivos pretendidos com a medida.
Art. 42. Nos casos referidos nos §§ 1º e 2º, art. 40, e nos arts. 46 e 111, o faturamento da demanda deverá ser
efetuado de forma proporcional e observados os seguintes critérios:
I - período inferior a 27 (vinte e sete) dias: a demanda faturável será proporcionalizada em relação ao número de dias
de efetivo fornecimento, tomando-se, para base de cálculo, o período de 30 (trinta) dias e com aplicação da tarifa de ultrapassagem, se
for o caso;
II - período superior a 33 (trinta e três) dias:
a) unidade consumidora faturada na estrutura tarifária convencional: utilizar o mesmo critério descrito no inciso anterior
para os primeiros 30 (trinta) dias e, para o período excedente, proporcionalizar a demanda contratada, conforme a fórmula indicada a
seguir:
DC × TD × P
FD pr = DF × TD +
30
onde:
b) unidade consumidora faturada na estrutura tarifária horo-sazonal: utilizar a demanda faturável verificada no período
inicial de 30 (trinta) dias e, para o período excedente, proporcionalizar a demanda faturável verificada nesse período, com aplicação da
tarifa de ultrapassagem em ambos os períodos, se for o caso, conforme fórmula indicada a seguir:
DF2 × TD × P
FD pr = DF1 × TD +
30
onde:
Art. 43. A concessionária poderá realizar a leitura em intervalos de até 12 (doze) ciclos consecutivos, para unidades
consumidoras do Grupo “B” localizadas em área rural, desde que haja concordância do consumidor e que sejam disponibilizados os
procedimentos necessários com vistas a efetivação da autoleitura.
Parágrafo único. A concessionária deverá realizar a leitura no terceiro ciclo, sempre que o consumidor não efetuar a
autoleitura por 2 (dois) ciclos consecutivos.
Art. 44. Ocorrendo reajuste tarifário durante o período de fornecimento, será aplicada, ao faturamento desse período, a
tarifa proporcional calculada pela seguinte fórmula:
n
∑T ×P i i
TP = i =1
n
∑Pi =1
i
onde:
∑P
i =1
i = número de dias de efetivo fornecimento, decorrido entre 2 (duas) datas consecutivas de leitura, observado o
calendário referido no art. 39 e, quando for o caso, as disposições constantes dos arts. 40 e 41.
Art. 45. No caso de unidades consumidoras classificadas como Residencial Baixa Renda, o faturamento deverá ser
realizado respeitando os seguintes procedimentos:
I - identificar a energia consumida no intervalo entre a leitura considerada para faturamento no mês anterior e a leitura
realizada no mês atual;
II - calcular o consumo médio diário;
III - calcular o consumo a ser faturado considerando o número de dias do mês anterior ao do faturamento em curso; e
IV - ajustar a leitura atual com base no consumo faturado.
Parágrafo único. Nos casos de faturamento inicial ou remanejamento de rota, com períodos superiores a 31 (trinta e
um) dias, o faturamento da parcela de consumo excedente ao limite de caracterização da unidade consumidora Residencial Baixa
Renda deverá ser efetuado de forma proporcionalizada de acordo com a seguinte fórmula:
3
CA e
FBR e = × ∑ B i × Ti
LBR i =1
onde:
FBRe = Faturamento do consumo de energia elétrica ativa excedente de unidade consumidora Residencial Baixa
Renda;
CAe = Consumo de energia elétrica ativa excedente ao LBR;
LBR = Limite de consumo característico da unidade consumidora Residencial Baixa Renda autorizado para a
concessionária;
Bi = Blocos de consumos faturáveis, variando da seguinte forma:
B1 = Bloco inicial correspondente a 30 kWh;
B2 = Bloco intermediário, correspondente a 70 kWh;
B3 = Bloco final correspondente à diferença entre o limite de consumo característico da unidade consumidora
Residencial Baixa Renda (LBR) e 100 kWh;
Ti = Tarifa de energia elétrica ativa referente ao Bloco “i”, com o respectivo imposto.
Art. 46. A realização da leitura e/ou do faturamento em intervalo diferente dos estabelecidos nos arts. 40 e 41,
dependerá de autorização prévia da ANEEL, excetuado quando houver concordância por escrito do consumidor.
Art. 47. O faturamento de unidade consumidora do Grupo “B” será realizado com base no consumo de energia elétrica
ativa, e, quando aplicável, no consumo de energia elétrica reativa excedente, devendo, em ambos os casos, ser observada as
disposições específicas estabelecidas nesta Resolução.
Art. 48. Os valores mínimos faturáveis, referentes ao custo de disponibilidade do sistema elétrico, aplicáveis ao
faturamento mensal de unidades consumidoras do Grupo “B”, serão os seguintes:
§ 1º Os valores mínimos serão aplicados sempre que o consumo medido ou estimado for inferior aos referidos neste
artigo, bem como nos casos previstos nos arts. 32, 57, 70 e 71.
§ 2º Constatado, no ciclo de faturamento, consumo medido ou estimado inferior aos fixados neste artigo, a diferença
resultante não será objeto de futura compensação.
Art. 49. O faturamento de unidade consumidora do Grupo “A”, observados, no fornecimento com tarifas horo-sazonais,
os respectivos segmentos, será realizado com base nos valores identificados por meio dos critérios descritos a seguir:
I - demanda de potência ativa: um único valor, correspondente ao maior dentre os a seguir definidos:
a) a demanda contratada, exclusive no caso de unidade consumidora rural ou sazonal faturada na estrutura tarifária
convencional;
b) a demanda medida; ou
c) 10% (dez por cento) da maior demanda medida, em qualquer dos 11 (onze) ciclos completos de faturamento
anteriores, quando se tratar de unidade consumidora rural ou sazonal faturada na estrutura tarifária convencional.
II - consumo de energia elétrica ativa: um único valor, correspondente ao maior dentre os a seguir definidos:
a) energia elétrica ativa contratada, se houver; ou
b) energia elétrica ativa medida no período de faturamento.
III - consumo de energia elétrica e demanda de potência reativas excedentes: quando o fator de potência da unidade
consumidora, indutivo ou capacitivo, for inferior a 0,92 (noventa e dois centésimos), nos termos dos arts. 64 a 69.
Parágrafo único. Para fins de faturamento, na impossibilidade de avaliação do consumo na ponta e fora de ponta, esta
segmentação será efetuada proporcionalmente ao número de horas de cada segmento.
Art. 50. A Tarifa Azul será aplicada considerando a seguinte estrutura tarifária:
Art. 51. A Tarifa Verde será aplicada considerando a seguinte estrutura tarifária:
Art. 52. A ANEEL poderá autorizar, mediante fundamentada justificativa técnica da concessionária, a adoção de
horários de ponta ou de fora de ponta e de períodos úmidos ou secos diferentes daqueles estabelecidos no inciso XVII, art. 2º, em
decorrência das características operacionais do subsistema elétrico de distribuição ou da necessidade de estimular o consumidor a
modificar o perfil de consumo e/ou demanda da unidade consumidora.
Art. 53. Os critérios de inclusão na estrutura tarifária convencional ou horo-sazonal aplicam-se às unidades
consumidoras do Grupo “A”, conforme as condições a seguir estabelecidas:
I - na estrutura tarifária convencional: para as unidades consumidoras atendidas em tensão de fornecimento inferior a
69 kV, sempre que for contratada demanda inferior a 300 kW e não tenha havido opção pela estrutura tarifária horo-sazonal nos termos
do inciso IV;
II - compulsoriamente na estrutura tarifária horo-sazonal, com aplicação da Tarifa Azul: para as unidades consumidoras
atendidas pelo sistema elétrico interligado e com tensão de fornecimento igual ou superior a 69 kV;
III - compulsoriamente na estrutura tarifária horo-sazonal, com aplicação da Tarifa Azul, ou Verde se houver opção do
consumidor: para as unidades consumidoras atendidas pelo sistema elétrico interligado e com tensão de fornecimento inferior a 69 kV,
quando:
a) a demanda contratada for igual ou superior a 300 kW em qualquer segmento horo-sazonal; ou,
b) a unidade consumidora faturada na estrutura tarifária convencional houver apresentado, nos últimos 11 (onze) ciclos
de faturamento, 3 (três) registros consecutivos ou 6 (seis) alternados de demandas medidas iguais ou superiores a 300 kW; e
IV - opcionalmente na estrutura tarifária horo-sazonal, com aplicação da Tarifa Azul ou Verde, conforme opção do
consumidor: para as unidades consumidoras atendidas pelo sistema elétrico interligado e com tensão de fornecimento inferior a 69 kV,
sempre que a demanda contratada for inferior a 300 kW.
Parágrafo único. O consumidor poderá optar pelo retorno à estrutura tarifária convencional, desde que seja verificado,
nos últimos 11 (onze) ciclos de faturamento, a ocorrência de 9 (nove) registros, consecutivos ou alternados, de demandas medidas
inferiores a 300 kW.
Art. 54. Verificada a ocorrência dos registros referidos na alínea “b”, inciso III, art. 53, a concessionária iniciará a
aplicação da tarifa horo-sazonal, no prazo de 3 (três) ciclos consecutivos e completos de faturamento, devendo comunicar este
procedimento ao consumidor, por escrito, no prazo de 30 (trinta) dias após a constatação dos registros.
Art. 55. Com o propósito de permitir o ajuste da demanda a ser contratada, a concessionária deverá oferecer ao
consumidor o período de testes, com duração mínima de 3 (três) ciclos consecutivos e completos de faturamento, durante o qual será
faturável a demanda medida, observados os respectivos segmentos horo-sazonais, quando for o caso.
Parágrafo único. A concessionária poderá dilatar o período de testes mediante solicitação fundamentada do
consumidor.
Art. 56. Sobre a parcela da demanda medida, que superar a respectiva demanda contratada, será aplicada a tarifa de
ultrapassagem, caso aquela parcela seja superior aos limites mínimos de tolerância a seguir fixados:
I - 5% (cinco por cento) para unidade consumidora atendida em tensão de fornecimento igual ou superior a 69 kV; e
II - 10% (dez por cento) para unidade consumidora atendida em tensão de fornecimento inferior a 69 kV.
o
§ 1 A tarifa de ultrapassagem aplicável a unidade consumidora faturada na estrutura tarifária convencional, será
correspondente a 3 (três) vezes o valor da tarifa normal de fornecimento.
o
§ 2 O procedimento descrito neste artigo deverá ser aplicado sem prejuízo do disposto no art. 31, que trata do
aumento de carga.
o
§ 3 Quando inexistir o contrato por motivo atribuível exclusivamente ao consumidor e o fornecimento não estiver sendo
efetuado no período de testes, a concessionária aplicará a tarifa de ultrapassagem sobre a totalidade da demanda medida.
Art. 57. Em caso de retirada do medidor, por período de até 30 (trinta) dias, para fins de aferição ou por motivo de
deficiência atribuível à concessionária, o faturamento relativo a esse período será efetuado com base na média aritmética dos 3 (três)
últimos faturamentos.
§ 1º Nos casos em que a unidade consumidora permanecer por mais de 30 (trinta) dias sem o equipamento de
medição, por qualquer motivo de responsabilidade exclusiva da concessionária, o faturamento deverá ser efetuado com base nos
respectivos valores mínimos faturáveis fixados no art. 48 ou no valor da demanda contratada.
§ 2º Não será aplicada a cobrança de consumo de energia elétrica e demanda de potência reativas excedentes nos
faturamentos efetuados de acordo com o previsto no parágrafo anterior.
o
§ 3 Tratando-se de unidade consumidora rural, sazonal ou localizada em área de veraneio ou turismo, a
concessionária deverá efetuar o faturamento determinando os consumos de energia elétrica e as demandas de potência, se houver,
com base em período anterior de características equivalentes.
Art. 58. No caso de que trata o art. 35, se não forem instalados os equipamentos destinados à medição das perdas de
transformação, deverão ser feitos os seguintes acréscimos aos valores medidos de demandas de potência e consumos de energia
elétrica ativas e reativas excedentes, como compensação de perdas:
Art. 59. Nos casos em que não existe a obrigatoriedade de instalação de equipamentos de medição, indicados nos
incisos I a III, art. 32, os valores de consumo de energia elétrica e/ou de demanda de potência ativas serão estimados, para fins de
faturamento, com base no período de utilização e na carga instalada, aplicando fatores de carga e de demanda obtidos a partir de
outras unidades consumidoras com atividades similares.
Art. 60. Para fins de faturamento de energia elétrica destinada à iluminação pública ou iluminação de vias internas de
condomínios fechados, será de 360 (trezentos e sessenta) o número de horas a ser considerado como tempo de consumo mensal,
ressalvado o caso de logradouros públicos que necessitem de iluminação permanente, em que o tempo será de 720 (setecentos e
vinte) horas.
Parágrafo único. A concessionária deverá ajustar com o consumidor o número de horas mensais para fins de
faturamento quando, por meio de estudos realizados pelas partes, for constatado um número de horas diferente do estabelecido neste
artigo.
Art. 61. No caso de unidade consumidora classificada como iluminação pública, a concessionária só poderá incluir no
faturamento a perda própria dos equipamentos auxiliares, quando a propriedade do sistema respectivo for do Poder Público.
Parágrafo único. O cálculo da energia consumida pelos equipamentos auxiliares de iluminação pública deverá ser
fixado com base em critérios das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, em dados do fabricante dos
equipamentos ou em ensaios realizados em laboratórios credenciados, devendo as condições pactuadas constarem do contrato.
Art. 62. Caso sejam instalados equipamentos automáticos de controle de carga, que reduzam o consumo de energia
elétrica do sistema de iluminação pública, a concessionária deverá proceder a revisão da estimativa de consumo e considerar a
redução proporcionada por tais equipamentos.
DA SAZONALIDADE
Art. 63. A sazonalidade será reconhecida pela concessionária, para fins de faturamento, mediante solicitação do
consumidor e se constatada a ocorrência dos seguintes requisitos:
I - a energia elétrica se destinar à atividade que utilize matéria-prima advinda diretamente da agricultura, pecuária,
pesca, ou, ainda, para fins de extração de sal ou de calcário, este destinado à agricultura; e
II - for verificado, nos 12 (doze) ciclos completos de faturamento anteriores ao da análise, valor igual ou inferior a 20%
(vinte por cento) para a relação entre a soma dos 4 (quatro) menores e a soma dos 4 (quatro) maiores consumos de energia elétrica
ativa.
§ 1º Na falta de dados para a análise da mencionada relação, a sazonalidade poderá ser reconhecida provisoriamente,
mediante acordo formal, até que se disponha de valores referentes a um período de 12 (doze) ciclos consecutivos de faturamento,
após o que, não atendidas as condições para o reconhecimento da sazonalidade, o consumidor deverá efetuar o pagamento da
diferença das demandas de potência ativa devidas.
§ 2º A cada 12 (doze) ciclos consecutivos de faturamento, a partir do mês em que for reconhecida a sazonalidade, a
concessionária deverá verificar se permanecem as condições requeridas para a mesma, devendo, em caso contrário, não mais
considerar a unidade consumidora como sazonal.
§ 3º Deverá decorrer, no mínimo, outros 12 (doze) ciclos consecutivos de faturamento entre a suspensão e a nova
análise quanto a um novo reconhecimento de sazonalidade.
Art. 64. O fator de potência de referência “fr”, indutivo ou capacitivo, terá como limite mínimo permitido, para as
instalações elétricas das unidades consumidoras, o valor de fr = 0,92.
Art. 65. Para unidade consumidora faturada na estrutura tarifária horo-sazonal ou na estrutura tarifária convencional
com medição apropriada, o faturamento correspondente ao consumo de energia elétrica e à demanda de potência reativas excedentes,
será calculado de acordo com as seguintes fórmulas:
n ⎡
⎛ fr ⎞⎤
I- FER (p ) = ∑ ⎢CA t × ⎜⎜ − 1 ⎟⎟ ⎥ × TCA(p ) ,
t =1 ⎣ ⎝ ft ⎠⎦
⎡ n ⎛ fr ⎞ ⎤
II - FDR (p ) = ⎢MAX⎜⎜ DA t × ⎟⎟ − DF(p )⎥ × TDA(p ) ,
t =1 ft ⎠
⎣ ⎝ ⎦
onde:
FER(p) = valor do faturamento, por posto horário “p”, correspondente ao consumo de energia reativa excedente à
quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fr”, no período de faturamento;
CAt = consumo de energia ativa medida em cada intervalo de 1 (uma) hora “t”, durante o período de faturamento;
fr = fator de potência de referência igual a 0,92;
ft = fator de potência da unidade consumidora, calculado em cada intervalo “t” de 1 (uma) hora, durante o período de
faturamento, observadas as definições dispostas nas alíneas “a” e “b”, § 1º, deste artigo;
TCA(p) = tarifa de energia ativa, aplicável ao fornecimento em cada posto horário “p”;
FDR(p) = valor do faturamento, por posto horário “p”, correspondente à demanda de potência reativa excedente à
quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fr” no período de faturamento;
DAt = demanda medida no intervalo de integralização de 1 (uma) hora “t”, durante o período de faturamento;
DF(p) = demanda faturável em cada posto horário “p” no período de faturamento;
TDA(p) = tarifa de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento em cada posto horário “p”;
MAX = função que identifica o valor máximo da fórmula, dentro dos parênteses correspondentes, em cada posto
horário “p”;
t = indica intervalo de 1 (uma) hora, no período de faturamento;
p = indica posto horário, ponta ou fora de ponta, para as tarifas horo-sazonais ou período de faturamento para a tarifa
convencional; e
n = número de intervalos de integralização “t”, por posto horário “p”, no período de faturamento.
a) durante o período de 6 horas consecutivas, compreendido, a critério da concessionária, entre 23 h e 30 min e 06h e
30 min, apenas os fatores de potência “ft” inferiores a 0,92 capacitivo, verificados em cada intervalo de 1 (uma) hora “t”; e
b) durante o período diário complementar ao definido na alínea anterior, apenas os fatores de potência “ft” inferiores a
0,92 indutivo, verificados em cada intervalo de 1 (uma) hora “t”.
§ 2º O período de 6 (seis) horas definido na alínea “a” do parágrafo anterior deverá ser informado pela concessionária
aos respectivos consumidores com antecedência mínima de 1 (um) ciclo completo de faturamento.
⎡⎛ n CA t × fr ⎞ ⎤
FER (p ) = ⎢⎜⎜ ∑ ⎟⎟ − CF(p )⎥ × TCA(p ) ,
⎣⎝ t = 1 ft ⎠ ⎦
onde:
FER(p) = valor do faturamento, por posto horário “p”, correspondente ao consumo de energia reativa excedente à
quantidade permitida pelo fator de potência de referência “fr”, no período de faturamento;
CAt = consumo de energia ativa medida em cada intervalo de 1 (uma) hora “t”, durante o período de faturamento;
fr = fator de potência de referência igual a 0,92;
ft = fator de potência da unidade consumidora, calculado em cada intervalo “t” de 1 (uma) hora, durante o período de
faturamento, observadas as definições dispostas nas alíneas “a” e “b”, § 1º, deste artigo;
CF(p) = consumo de energia elétrica ativa faturável em cada posto horário “p” no período de faturamento; e
TCA(p) = tarifa de energia ativa, aplicável ao fornecimento em cada posto horário “p”.
Art. 66. Para unidade consumidora faturada na estrutura tarifária convencional, enquanto não forem instalados
equipamentos de medição que permitam a aplicação das fórmulas fixadas no art. 65, a concessionária poderá realizar o faturamento
de energia e demanda de potência reativas excedentes utilizando as seguintes fórmulas:
⎛ fr ⎞
I- FER = CA × ⎜ − 1 ⎟ × TCA ,
⎝ fm ⎠
⎛ fr ⎞
II - FDR = ⎜ DM × − DF ⎟ × TDA ,
⎝ fm ⎠
onde:
FER = valor do faturamento total correspondente ao consumo de energia reativa excedente à quantidade permitida
pelo fator de potência de referência, no período de faturamento;
CA = consumo de energia ativa medida durante o período de faturamento;
fr = fator de potência de referência igual a 0,92;
fm = fator de potência indutivo médio das instalações elétricas da unidade consumidora, calculado para o período de
faturamento;
TCA = tarifa de energia ativa, aplicável ao fornecimento;
FDR = valor do faturamento total correspondente à demanda de potência reativa excedente à quantidade permitida
pelo fator de potência de referência, no período de faturamento;
DM = demanda medida durante o período de faturamento;
DF = demanda faturável no período de faturamento; e
TDA = tarifa de demanda de potência ativa aplicável ao fornecimento.
Parágrafo único. Havendo montantes de energia elétrica estabelecidos em contrato, o faturamento correspondente ao
consumo de energia reativa, verificada por medição apropriada, que exceder às quantidades permitidas pelo fator de potência de
referência “fr”, será calculado de acordo com a seguinte fórmula:
⎛ fr ⎞
FER = ⎜ CA × − CF ⎟ × TCA ,
⎝ fm ⎠
onde,
FER = valor do faturamento total correspondente ao consumo de energia reativa excedente à quantidade permitida
pelo fator de potência de referência, no período de faturamento;
CA = consumo de energia ativa medida durante o período de faturamento;
fr = fator de potência de referência igual a 0,92;
fm = fator de potência indutivo médio das instalações elétricas da unidade consumidora, calculado para o período de
faturamento;
Art. 67. Para fins de faturamento de energia e demanda de potência reativas excedentes serão considerados somente
os valores ou parcelas positivas das mesmas.
Parágrafo único. Nos faturamentos relativos a demanda de potência reativa excedente não serão aplicadas as tarifas
de ultrapassagem.
Art. 68. Para unidade consumidora do Grupo “B”, cujo fator de potência tenha sido verificado por meio de medição
transitória nos termos do inciso II, art. 34, o faturamento correspondente ao consumo de energia elétrica reativa indutiva excedente só
poderá ser realizado de acordo com os seguintes procedimentos:
I - a concessionária deverá informar ao consumidor, via correspondência específica, o valor do fator de potência
encontrado, o prazo para a respectiva correção, a possibilidade de faturamento relativo ao consumo excedente, bem como outras
orientações julgadas convenientes;
II - a partir do recebimento da correspondência, o consumidor disporá do prazo mínimo de 90 (noventa) dias para
providenciar a correção do fator de potência e comunicar à concessionária;
III - findo o prazo e não adotadas as providências, o fator de potência verificado poderá ser utilizado nos faturamentos
posteriores até que o consumidor comunique a correção do mesmo; e
IV - a partir do recebimento da comunicação do consumidor, a concessionária terá o prazo de 15 (quinze) dias para
constatar a correção e suspender o faturamento relativo ao consumo excedente.
Art. 69. A concessionária deverá conceder um período de ajustes, com duração mínima de 3 (três) ciclos consecutivos
e completos de faturamento, objetivando permitir a adequação das instalações elétricas da unidade consumidora, durante o qual o
faturamento será realizado com base no valor médio do fator de potência, conforme disposto no art. 66, quando ocorrer:
§ 2º Durante o período de ajustes referido neste artigo, a concessionária informará ao consumidor os valores dos
faturamentos que seriam efetivados e correspondentes ao consumo de energia elétrica e a demanda de potência reativas excedentes
calculados nos termos do art. 65.
Art. 70. Ocorrendo impedimento ao acesso para leitura do medidor, os valores faturáveis de consumo de energia
elétrica ativa, de energia elétrica e de demanda de potência reativas excedentes, serão as respectivas médias aritméticas dos 3 (três)
últimos faturamentos, e para a demanda, deverá ser utilizado o valor da demanda contratada.
§ 1º Este procedimento somente poderá ser aplicado por 3 (três) ciclos consecutivos e completos de faturamento,
devendo a concessionária comunicar ao consumidor, por escrito, a necessidade de o mesmo desimpedir o acesso aos equipamentos
de medição.
§ 2º O acerto de faturamento, referente ao período em que a leitura não foi efetuada, deverá ser realizado no segundo
ou no terceiro ciclo consecutivo, conforme o caso, devendo as parcelas referentes às demandas ativa e reativa serem objeto de ajuste
quando o equipamento de medição permitir registro para a sua quantificação.
§ 3º Após o terceiro ciclo consecutivo e enquanto perdurar o impedimento, o faturamento deverá ser efetuado com
base nos valores mínimos faturáveis referidos no art. 48 ou no valor da demanda contratada, sem possibilidade de futura compensação
quando se verificar diferença positiva entre o valor medido e o faturado.
§ 4º Tratando-se de unidade consumidora rural, sazonal ou localizada em área de veraneio ou turismo, serão aplicados
o
os procedimentos estabelecidos no § 3 , art. 57.
Art. 71. Comprovada deficiência no medidor ou demais equipamentos de medição e na impossibilidade de determinar
os montantes faturáveis por meio de avaliação técnica adequada, a concessionária adotará, como valores faturáveis de consumo de
energia elétrica e de demanda de potência ativas, de energia elétrica e de demanda de potência reativas excedentes, as respectivas
médias aritméticas dos 3 (três) últimos faturamentos.
o
§ 1 O período máximo, para fins de cobrança, não poderá ultrapassar a 1 (um) ciclo de faturamento, incluído a data da
constatação, salvo se a deficiência decorrer de ação comprovadamente atribuível ao consumidor.
o
§ 2 A partir do segundo ciclo posterior à data da constatação da deficiência, enquanto for mantido o medidor
defeituoso em operação na unidade consumidora, o faturamento será efetuado pelos valores mínimos faturáveis referidos no art. 48 ou
no valor da demanda contratada.
§ 3º Se a deficiência tiver sido provocada por aumento de carga à revelia da concessionária serão considerados, no
cálculo dos valores faturáveis, a parcela adicional da carga instalada, os fatores de carga e de demanda médios anteriores ou, na
ausência destes, aqueles obtidos a partir de outras unidades consumidoras com atividades similares.
o
§ 4 Em caso de falta ou imprecisão de dados para os cálculos poderá ser adotado como base o primeiro ciclo de
faturamento posterior à instalação do novo equipamento de medição.
o
§ 5 Tratando-se de unidade consumidora rural, sazonal ou localizada em área de veraneio ou turismo, serão aplicados
o
os procedimentos estabelecidos no § 3 , art. 57.
Art. 72. Constatada a ocorrência de qualquer procedimento irregular cuja responsabilidade não lhe seja atribuível e que
tenha provocado faturamento inferior ao correto, ou no caso de não ter havido qualquer faturamento, a concessionária adotará as
seguintes providências:
§ 1º Se a unidade consumidora tiver característica de consumo sazonal e a irregularidade não distorceu esta
característica, a utilização dos critérios de apuração dos valores básicos para efeito de revisão do faturamento deverá levar em
consideração os aspectos da sazonalidade.
§ 2º Comprovado, pela concessionária ou consumidor, na forma do art. 78 e seus parágrafos, que o início da
irregularidade ocorreu em período não atribuível ao atual responsável, a este somente serão faturadas as diferenças apuradas no
período sob responsabilidade do mesmo, sem aplicação do disposto nos arts. 73, 74 e 90, exceto nos casos de sucessão comercial.
§ 3º Cópia do termo referido no inciso I deverá ser entregue ao consumidor no ato da sua emissão, preferencialmente
mediante recibo do mesmo, ou, enviada pelo serviço postal com aviso de recebimento (AR).
§ 4º No caso referido no inciso II, quando não for possível a verificação no local da unidade consumidora, a
concessionária deverá acondicionar o medidor e/ou demais equipamentos de medição em invólucro específico, a ser lacrado no ato da
retirada, e encaminhar ao órgão responsável pela perícia.
Art. 73. Nos casos de revisão do faturamento, motivada por uma das hipóteses previstas no artigo anterior, a
concessionária poderá cobrar o custo administrativo adicional correspondente a, no máximo, 30 % (trinta por cento) do valor líquido da
fatura relativa à diferença entre os valores apurados e os efetivamente faturados.
Parágrafo único. Sem prejuízo da suspensão do fornecimento prevista no art. 90, o procedimento referido neste artigo
não poderá ser aplicado sobre os faturamentos posteriores à data da constatação da irregularidade, excetuado na hipótese de auto-
religação descrita no inciso II, art. 74.
Art. 74. Nos casos de irregularidades referidas no art. 72, se, após a suspensão do fornecimento, houver auto-religação
à revelia da concessionária, poderão ser adotados os seguintes procedimentos:
I - auto-religação com eliminação da irregularidade e sem o pagamento das diferenças: cobrar o maior valor dentre os a
seguir fixados:
a) valor equivalente ao serviço de religação de urgência; ou
b) 20 % (vinte por cento) do valor líquido da primeira fatura emitida após a constatação da auto-religação.
II - auto-religação sem eliminação da irregularidade e sem o pagamento das diferenças: além do disposto no inciso
anterior, cobrar o custo administrativo adicional correspondente a, no máximo, 30 % (trinta por cento) do valor líquido da primeira
fatura, emitida após a constatação da auto-religação, devidamente revisada nos termos do inciso IV, art. 72.
Art. 75. Para fins de revisão do faturamento nos casos de deficiência em medidor, decorrente de aumento de carga à
revelia e/ou procedimentos irregulares de que tratam o § 3o, art. 71, e art. 72, o período de duração da irregularidade deverá ser
determinado tecnicamente ou pela análise do histórico dos consumos de energia elétrica e/ou demandas de potência.
o
§ 1 No caso de deficiência em medidor, decorrente de aumento de carga à revelia, não tendo a concessionária obtido
êxito por meio dos critérios citados no “caput” deste artigo, o período máximo não poderá ultrapassar a 1 (um) ciclo de faturamento,
incluindo a data da constatação da irregularidade.
o
§ 2 No caso de procedimentos irregulares, não sendo possível à concessionária a identificação do período de duração
e, conseqüentemente, a apuração das diferenças não faturadas, caberá a mesma solicitar à autoridade competente a determinação da
materialidade e da autoria da irregularidade, nos termos da legislação aplicável.
Art. 76. Caso a concessionária tenha faturado valores incorretos ou não efetuado qualquer faturamento, por motivo de
sua responsabilidade, deverá observar os seguintes procedimentos:
Art. 77. Para o cálculo das diferenças a cobrar ou a devolver, as tarifas deverão ser aplicadas de acordo com os
seguintes critérios:
I - quando houver diferença a cobrar: tarifas em vigor nos últimos 30 (trinta) dias anteriores à data da constatação,
aplicadas, de forma proporcional, ao período de vigência de cada tarifa, ressalvado o disposto no inciso III deste artigo;
II - quando houver diferença a devolver: tarifas em vigor nos últimos 30 (trinta) dias anteriores à data da devolução,
aplicadas, de forma proporcional, ao período de vigência de cada tarifa;
III - nos casos previstos no art. 72, quando houver diferença a cobrar: tarifas em vigor na data da apresentação da
fatura; e
IV - no caso de unidade consumidora Residencial Baixa Renda, a diferença a cobrar ou a devolver deve ser apurada
mês a mês e o faturamento efetuado adicionalmente ou subtrativamente aos já realizados mensalmente, no período considerado,
levando em conta a tarifa relativa a cada bloco complementar.
Art. 78. Nos casos em que houver diferença a cobrar ou a devolver, a concessionária deverá informar ao consumidor,
por escrito, quanto:
I - a irregularidade constatada;
II - a memória descritiva dos cálculos do valor apurado, referente às diferenças de consumos de energia elétrica e/ou
de demandas de potência ativas e reativas excedentes, inclusive os fatores de carga e de demanda típicos quando aplicáveis os
critérios referidos no § 3º, art. 71, e na alínea “c”, inciso IV, art. 72;
III - os elementos de apuração da irregularidade;
IV - os critérios adotados na revisão dos faturamentos;
V - o direito de recurso previsto nos §§ 1º e 3º deste artigo; e
VI - a tarifa utilizada.
§ 1º Caso haja discordância em relação à cobrança ou respectivos valores, o consumidor poderá apresentar recurso
junto a concessionária, no prazo de 10 (dez) dias a partir da comunicação.
§ 2º A concessionária deliberará no prazo de 10 (dez) dias, contados do recebimento do recurso, o qual, se indeferido,
deverá ser comunicado ao consumidor, por escrito, juntamente com a respectiva fatura, quando pertinente, a qual deverá referir-se
exclusivamente ao ajuste do faturamento, com vencimento previsto para 3 (três) dias úteis.
§ 3º Da decisão da concessionária caberá recurso à Agência Reguladora Estadual ou do Distrito Federal, conforme o
caso, ou, na ausência daquela, à ANEEL, no prazo de 10 (dez) dias, que deliberará sobre os efeitos do pedido.
o
§ 4 Constatado o descumprimento dos procedimentos estabelecidos neste artigo ou, ainda, a improcedência ou
incorreção do faturamento, a concessionária providenciará a devolução do indébito por valor igual ao dobro do que foi pago em
excesso, salvo hipótese de engano justificável.
Art. 79. Com relação à unidade consumidora do Grupo “A”, localizada em área de veraneio ou turismo, em que sejam
explorados serviços de hotelaria ou pousada, o consumidor poderá optar por faturamento com aplicação da tarifa do Grupo “B”
correspondente à respectiva classe, independentemente da carga instalada.
Parágrafo único. Para efeito desta Resolução, área de veraneio ou turismo será aquela oficialmente reconhecida como
estância balneária, climática ou turística.
Art. 80. Quanto à unidade consumidora do Grupo “A”, cuja potência instalada em transformadores for igual ou inferior a
112,5 kVA, o consumidor poderá optar por faturamento com aplicação da tarifa do Grupo “B” correspondente à respectiva classe.
Parágrafo único. Com referência à unidade consumidora classificada como cooperativa de eletrificação rural poderá ser
exercida a opção de que trata este artigo, quando a potência instalada em transformadores for igual ou inferior a 750 kVA.
Art. 81. Relativamente à unidade consumidora do Grupo “A”, com instalações permanentes para a prática de atividades
esportivas ou parques de exposições agropecuárias, o consumidor poderá optar por faturamento com aplicação da tarifa do Grupo “B”
correspondente à respectiva classe, desde que a potência instalada em projetores utilizados na iluminação dos locais seja igual ou
superior a 2/3 (dois terços) da carga instalada na unidade consumidora.
Art. 82. Relativamente à unidade consumidora localizada em área servida por sistema subterrâneo ou prevista para ser
atendida pelo referido sistema, de acordo com o programa de obras da concessionária, o consumidor poderá optar por faturamento
com aplicação das tarifas do Subgrupo “AS”, desde que o fornecimento seja feito em tensão secundária de distribuição e possa ser
atendido um dos seguintes requisitos:
I - verificação de consumo de energia elétrica ativa mensal igual ou superior a 30 MWh em, no mínimo, 3 (três) ciclos
completos e consecutivos nos 6 (seis) meses anteriores à opção; ou
II - celebração de contrato de fornecimento fixando demanda contratada igual ou superior a 150 kW.
I - obrigatoriamente:
a) nome do consumidor;
b) número de inscrição no CNPJ ou CPF quando houver;
c) código de identificação;
d) classificação da unidade consumidora;
e) endereço da unidade consumidora;
f) número dos medidores de energia elétrica ativa e reativa e respectiva constante de multiplicação da medição;
g) data das leituras anterior e atual dos medidores, bem como da próxima leitura prevista;
h) data de apresentação e de vencimento;
i) componentes relativas aos produtos e serviços prestados, discriminando as tarifas aplicadas;
Art. 84. Além das informações relacionadas no artigo anterior, fica facultado à concessionária incluir na fatura outras
informações julgadas pertinentes, inclusive veiculação de propagandas comerciais, desde que não interfiram nas informações
obrigatórias, vedadas, em qualquer hipótese, mensagens político-partidárias.
Parágrafo único. Fica também facultado incluir a cobrança de outros serviços, de forma discriminada, após autorização
do consumidor.
Art. 85. A entrega da fatura deverá ser efetuada até a data fixada para sua apresentação, prioritariamente no endereço
da unidade consumidora, sendo admitidas as seguintes alternativas:
I - unidade consumidora localizada na área rural: a concessionária poderá disponibilizar a fatura em local diferente,
podendo o consumidor indicar outro endereço atendido pelo serviço postal, sem a cobrança de despesas adicionais;
II - unidade consumidora localizada na área urbana: o consumidor poderá autorizar a entrega da fatura em outro
endereço, sendo permitida a cobrança de despesas adicionais; e
III - por outro meio ajustado entre o consumidor e a concessionária.
Art. 86. Os prazos mínimos para vencimento das faturas, contados da data da respectiva apresentação, ressalvados os
casos de diferenças a cobrar ou a devolver referidos no art. 78, serão os a seguir fixados:
I - 5 (cinco) dias úteis para as unidades consumidoras dos Grupos “A” e “B”, ressalvadas as mencionadas no inciso II;
II - 10 (dez) dias úteis para as unidades consumidoras classificadas como Poder Público, Iluminação Pública, Serviço
Público e Cooperativa de Eletrificação Rural;
III - no dia útil seguinte ao da apresentação da fatura nos casos de desligamento a pedido, exceto para as unidades
consumidoras a que se refere o inciso anterior.
§ 1º Na contagem dos prazos exclui-se o dia da apresentação e inclui-se o do vencimento, os quais não poderão ser
afetados por discussões entre as partes.
§ 2º A concessionária deverá oferecer pelo menos seis datas de vencimento da fatura, para escolha do consumidor,
com intervalo mínimo de 5 (cinco) dias entre as referidas datas.
Art. 87. A eventual segunda via da fatura será emitida por solicitação do consumidor e conterá, destacadamente, a
expressão “SEGUNDA VIA”, além de, no mínimo, o nome do consumidor, número da conta, período de consumo e valor total a pagar.
Parágrafo único. Se o consumidor solicitar, a concessionária deverá informar os demais dados que constaram na
primeira via.
Art. 88. Constatada a duplicidade no pagamento de faturas, a devolução do valor pago indevidamente deverá ser
efetuada em moeda corrente até o primeiro faturamento posterior à constatação, ou, por opção do consumidor, por meio de
compensação nas faturas subsequentes.
Parágrafo único. A concessionária deverá dispor de meios que possibilitem a constatação automática da ocorrência de
pagamentos em duplicidade.
DA MULTA
Art. 89. Na hipótese de atraso no pagamento da fatura, sem prejuízo de outros procedimentos previstos na legislação
aplicável, será cobrada multa limitada ao percentual máximo de 2 % (dois por cento) sobre o valor total da fatura em atraso, cuja
cobrança não poderá incidir sobre o valor da multa eventualmente apresentada na fatura anterior.
Parágrafo único. O mesmo percentual incidirá sobre a cobrança de outros serviços prestados, exceto quando o
contrato entre o consumidor e o prestador do serviço estipular percentual menor.
DA SUSPENSÃO DO FORNECIMENTO
Art. 90. A concessionária poderá suspender o fornecimento, de imediato, quando verificar a ocorrência de qualquer das
seguintes situações:
Art. 91. A concessionária poderá suspender o fornecimento, após prévia comunicação formal ao consumidor, nas
seguintes situações:
VIII - impedimento ao acesso de empregados e prepostos da concessionária para fins de leitura e inspeções
necessárias.
§ 1º A comunicação deverá ser por escrito, específica e de acordo com a antecedência mínima a seguir fixada:
§ 2º Constatada que a suspensão do fornecimento foi indevida a concessionária fica obrigada a efetuar a religação no
prazo máximo de até 4 (quatro) horas, sem ônus para o consumidor.
Art. 92. Para os demais casos de suspensão do fornecimento, não decorrentes de procedimentos irregulares referidos
no art. 72, havendo religação à revelia da concessionária, esta poderá cobrar, a título de custo administrativo, o equivalente ao dobro
do valor permitido para a religação de urgência, a ser incluso na primeira fatura emitida após a constatação do fato.
Art. 93. Ao efetuar a suspensão do fornecimento a concessionária deverá entregar, na unidade consumidora, aviso
discriminando o motivo gerador e, quando pertinente, informações referentes a cada uma das faturas que caracterizam a
inadimplência.
Art. 94. A suspensão do fornecimento por falta de pagamento, a consumidor que preste serviço público ou essencial à
população e cuja atividade sofra prejuízo, será comunicada por escrito, de forma específica, e com antecedência de 15 (quinze) dias,
ao Poder Público local ou ao Poder Executivo Estadual, conforme fixado em lei.
Parágrafo único. Para fins de aplicação do disposto no “caput” deste artigo, exemplifica-se como serviço público ou
essencial o desenvolvido nas unidades consumidoras a seguir indicadas:
DAS RESPONSABILIDADES
Art. 95. A concessionária é responsável pela prestação de serviço adequado a todos os consumidores, satisfazendo as
condições de regularidade, generalidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade, modicidade das tarifas e cortesia no
atendimento, assim como prestando informações para a defesa de interesses individuais e coletivos.
Parágrafo único. Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a suspensão do fornecimento efetuada nos
termos dos arts. 90 e 91 desta Resolução, tendo em vista a prevalência do interesse da coletividade.
Art. 96. As alterações das normas e/ou padrões técnicos da concessionária deverão ser comunicadas aos
consumidores, fabricantes, distribuidores, comerciantes de materiais e equipamentos padronizados, técnicos em instalações elétricas e
demais interessados, por meio de jornal de grande circulação e de outros veículos de comunicação que permitam a adequada
divulgação e orientação.
Art. 97. A concessionária deverá comunicar ao consumidor, por escrito, no prazo de 30 (trinta) dias, sobre as
providências adotadas quanto às solicitações e reclamações recebidas do mesmo.
Parágrafo único. A concessionária deverá informar o respectivo número do protocolo de registro quando da formulação
da solicitação ou reclamação.
Art. 98. A concessionária deverá dispor de estrutura de atendimento adequada às necessidades de seu mercado,
acessível a todos os consumidores da sua área de concessão que possibilite a apresentação das solicitações e reclamações, bem
como o pagamento da fatura de energia elétrica.
§ 1º A estrutura adequada é a que, além de outros aspectos vinculados à qualidade do atendimento, possibilita ao
consumidor ser atendido em todas as suas solicitações e reclamações sem que, para tanto, tenha que se deslocar do município onde
reside.
§ 2º Nos locais em que as instituições prestadoras do serviço de arrecadação das faturas de energia elétrica não
propiciarem um atendimento adequado, a concessionária deverá implantar estrutura própria para garantir a qualidade do atendimento.
§ 3º A concessionária deverá dispensar atendimento prioritário, por meio de serviços individualizados que assegurem
tratamento diferenciado e atendimento imediato, a pessoas portadoras de deficiência física, idosos com idade igual ou superior a 65
(sessenta e cinco) anos, gestantes, lactantes e as pessoas acompanhadas por crianças de colo, nos termos da Lei n.º 10.048, de 8 de
novembro de 2000.
Art. 99. A concessionária não será responsável por danos causados a pessoas ou bens, decorrentes de defeitos nas
instalações internas da unidade consumidora, da má utilização e conservação das mesmas ou do uso inadequado da energia, ainda
que tenha procedido vistoria.
Art. 100. A concessionária deverá desenvolver, em caráter permanente e de maneira adequada, campanhas com
vistas a:
I - informar ao consumidor, em particular e ao público em geral, sobre os cuidados especiais que a energia elétrica
requer na sua utilização;
II - divulgar os direitos e deveres específicos do consumidor de energia elétrica;
III - orientar sobre a utilização racional e formas de combater o desperdício de energia elétrica; e
IV - divulgar outras orientações por determinação da ANEEL.
Art. 101. Na utilização do serviço público de energia elétrica fica assegurado ao consumidor, dentre outros, o direito de
receber o ressarcimento dos danos que, porventura, lhe sejam causados em função do serviço concedido.
Art. 102. É de responsabilidade do consumidor, após o ponto de entrega, manter a adequação técnica e a segurança
das instalações internas da unidade consumidora.
Parágrafo único. As instalações internas que vierem a ficar em desacordo com as normas e/ou padrões a que se refere
a alínea “a”, inciso I, art. 3º, e que ofereçam riscos à segurança de pessoas ou bens, deverão ser reformadas ou substituídas pelo
consumidor.
Art. 103. O consumidor será responsável pelas adaptações das instalações da unidade consumidora, necessárias ao
recebimento dos equipamentos de medição, em decorrência de mudança de Grupo tarifário ou exercício de opção de faturamento.
Art. 104. O consumidor será responsável por danos causados aos equipamentos de medição ou ao sistema elétrico da
concessionária, decorrentes de qualquer procedimento irregular ou de deficiência técnica das instalações elétricas internas da unidade
consumidora.
Art. 105. O consumidor será responsável, na qualidade de depositário a título gratuito, pela custódia dos equipamentos
de medição da concessionária quando instalados no interior da unidade consumidora, ou, se por solicitação formal do consumidor, os
equipamentos forem instalados em área exterior da mesma.
Parágrafo único. Não se aplicam as disposições pertinentes ao depositário no caso de furto ou danos provocados por
terceiros, relativamente aos equipamentos de medição, exceto quando, da violação de lacres ou de danos nos equipamentos,
decorrerem registros inferiores aos corretos.
Art. 106. O consumidor será responsável pelo pagamento das diferenças resultantes da aplicação de tarifas no período
em que a unidade consumidora esteve incorretamente classificada, não tendo direito à devolução de quaisquer diferenças
eventualmente pagas a maior quando constatada, pela concessionária, a ocorrência dos seguintes fatos:
DA RELIGAÇÃO
Art. 107. Cessado o motivo da suspensão a concessionária restabelecerá o fornecimento no prazo de até 48 horas,
após a solicitação do consumidor ou a constatação do pagamento.
Art. 108. Fica facultado à concessionária implantar procedimento de religação de urgência, caracterizado pelo prazo de
até 4 (quatro) horas entre o pedido e o atendimento, o qual, nas localidades onde for adotado, obriga a concessionária a:
§ 1º A cobrança dos serviços previstos neste artigo é facultativa e só poderá ser feita em contrapartida de serviço
efetivamente prestado pela concessionária, dentro dos prazos estabelecidos.
§ 2º A cobrança de aferição de medidor não será devida quando os limites admissíveis tiverem sido excedidos,
conforme disposto no art. 38.
§ 3º A cobrança de verificação de nível de tensão, a pedido do consumidor, só poderá ser feita se os valores de
tensão, obtidos mediante medição apropriada, se situarem entre os limites mínimos e máximos estabelecidos em regulamentos
específicos.
§ 4º Não será cobrada a primeira vistoria realizada para atender o pedido de fornecimento ou de aumento de carga.
§ 5º A cobrança de qualquer serviço obrigará a concessionária a implantá-lo em toda a sua área de concessão, para
todos os consumidores, ressalvado o serviço de religação de urgência.
§ 6º Em qualquer dos serviços solicitados a concessionária deverá manter, por um período mínimo de 12 (doze)
meses, os registros do valor cobrado, do horário e data da solicitação e da execução dos mesmos.
§ 7º A concessionária poderá executar outros serviços não vinculados à prestação do serviço público de energia
elétrica, desde que observe as restrições constantes do contrato de concessão e que o consumidor, por sua livre escolha, opte por
contratar a concessionária para a realização dos mesmos.
Art. 110. Os valores dos serviços cobráveis serão definidos por meio de Resoluções específicas da ANEEL.
Art. 111. A concessionária poderá considerar como fornecimento provisório o que se destinar ao atendimento de
eventos temporários, tais como: festividades, circos, parques de diversões, exposições, obras ou similares, estando o atendimento
condicionado à disponibilidade de energia elétrica.
§ 1º Correrão por conta do consumidor as despesas com instalação e retirada de rede e ramais de caráter provisório,
bem como as relativas aos respectivos serviços de ligação e desligamento, podendo a concessionária exigir, a título de garantia, o
pagamento antecipado desses serviços e do consumo de energia elétrica e/ou da demanda de potência prevista, em até 3 (três) ciclos
completos de faturamento.
§ 2º Serão consideradas como despesas os custos dos materiais aplicados e não reaproveitáveis, bem assim os
demais custos, tais como: mão-de-obra para instalação, retirada, ligação e transporte.
Art. 112. Qualquer concessionária poderá atender, a título precário, unidades consumidoras localizadas na área de
concessão de outra, desde que as condições sejam ajustadas entre as concessionárias, por escrito, com remessa de cópia do ajuste à
ANEEL pela concessionária que efetuar o fornecimento.
Art. 113. O encerramento da relação contratual entre a concessionária e o consumidor será efetuado segundo as
seguintes características e condições:
I - por ação do consumidor, mediante pedido de desligamento da unidade consumidora, observado o cumprimento das
obrigações previstas nos contratos de fornecimento, de uso do sistema e de adesão, conforme o caso; e
II - por ação da concessionária, quando houver pedido de fornecimento formulado por novo interessado referente a
mesma unidade consumidora.
Parágrafo único. No caso referido no inciso I a condição de unidade consumidora desativada deverá constar do
cadastro, até que seja restabelecido o fornecimento em decorrência da formulação de novo pedido de fornecimento.
Art. 114. A responsabilidade pelos serviços de elaboração de projeto, implantação, expansão, operação e manutenção
das instalações de iluminação pública é de pessoa jurídica de direito público ou por esta delegada mediante concessão ou autorização,
podendo a concessionária prestar esses serviços mediante celebração de contrato específico para tal fim, ficando o consumidor
responsável pelas despesas decorrentes.
Art. 115. Nos casos em que o Poder Público necessite acessar o sistema elétrico de distribuição, para a realização de
serviços de operação e manutenção das instalações de iluminação pública, deverão ser observados os procedimentos de rede da
concessionária local.
Art. 116. As tarifas aplicáveis aos fornecimentos de energia elétrica para iluminação pública serão estruturadas de
acordo com a localização do ponto de entrega, a saber:
I - Tarifa B4a: aplicável quando o Poder Público for o proprietário do sistema de iluminação pública; e
II - Tarifa B4b: aplicável quando o sistema de iluminação pública for de propriedade da concessionária.
Art. 117. Ocorrendo restrição ou insuficiência dos meios para o atendimento aos consumidores, nos termos do Decreto
n.º 93.901, de 9 de janeiro de 1987, as condições estabelecidas nesta Resolução poderão, a critério da ANEEL, ser suspensas parcial
ou integralmente, enquanto persistir a limitação.
Art. 118. A concessionária deverá manter nas agências de atendimento, em local de fácil visualização e acesso,
exemplares desta Resolução e das Normas e Padrões da mesma, para conhecimento ou consulta dos interessados.
Parágrafo único. A concessionária deverá fornecer exemplar desta Resolução, gratuitamente, quando solicitado pelo
consumidor.
Art. 119. A concessionária deverá prestar todas as informações solicitadas pelo consumidor referentes à prestação do
serviço, inclusive quanto as tarifas em vigor, o número e a data da Resolução que as houver homologado, bem como sobre os critérios
de faturamento.
Parágrafo único. A tabela com os valores dos serviços cobráveis, referidos no art. 109, deverá estar afixada nas
agências de atendimento, em local de fácil visualização, devendo a concessionária adotar, complementarmente, outras formas de
divulgação adequadas.
Art. 120. Os consumidores, individualmente, ou por meio do respectivo Conselho de Consumidores, ou, ainda, de
outras formas de participação previstas em lei, poderão, para defesa de seus interesses, solicitar informações e encaminhar sugestões,
denúncias e reclamações à concessionária, às Agências Reguladoras Estaduais ou do Distrito Federal conveniadas, ou à ANEEL,
assim como poderão ser solicitados a cooperar na fiscalização das concessionárias.
Parágrafo único. A concessionária deverá manter em todas as agências de atendimento, em local de fácil visualização
e acesso, livro próprio para possibilitar a manifestação por escrito dos consumidores, devendo, para o caso de solicitações ou
reclamações, observar o prazo de 30 (trinta) dias para resposta, conforme estabelecido no art. 97.
Art. 121. Prazos menores, se previstos nos respectivos contratos de concessão, prevalecem sobre os estabelecidos
nesta Resolução.
Art. 122. A concessionária deverá observar o princípio da isonomia em todas as decisões que lhe foram facultadas
nesta Resolução, adotando procedimento único para toda a área de concessão outorgada.
Art. 123. Para a implementação dos respectivos procedimentos, a concessionária disporá dos seguintes prazos, a
contar da data de publicação desta Resolução:
I - 60 (sessenta)dias: incluir os feriados nacionais nas exceções do horário de ponta, conforme estabelecido na alínea
“c”, inciso XVII, art. 2º;
II - 180 (cento e oitenta) dias: celebrar o contrato de fornecimento com consumidor responsável por unidade
consumidora do Grupo “A” já ligada, conforme estabelecido na alínea “d”, inciso I, art. 3º;
III - 60 (sessenta) dias: adequar os procedimentos referentes à opção de faturamento ou mudança de Grupo tarifário,
conforme estabelecido no art. 5º;
IV - 180 (cento e oitenta) dias: adequar as atividades da classe Industrial e distinguir as subclasses do Poder Público,
conforme estabelecido nos incisos II e V, art. 20;
V - 180 (cento e oitenta) dias: identificar as unidades consumidoras localizadas na área rural e não classificadas como
Rural, reclassificar, quando pertinente, nos termos do inciso IV, art. 20, e informar à ANEEL o número de unidades consumidoras
reclassificadas por subclasse;
VI - 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias: organizar e atualizar o cadastro das unidades consumidoras, conforme
disposto no art. 21;
VII - 30 (trinta) dias: encaminhar o contrato de adesão ao consumidor responsável por nova unidade consumidora do
Grupo “B”, conforme disposto no art. 22, após a publicação do teor do contrato;
VIII - 90 (noventa) dias: encaminhar o contrato de adesão ao consumidor responsável por unidade consumidora do
Grupo “B” já ligada, conforme disposto no art. 22, após a publicação do teor do contrato;
IX - 30 (trinta) dias: incluir cláusula referente às condições de aplicação da tarifa de ultrapassagem nos contratos,
conforme disposto no inciso VIII, art. 23;
X - 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias: celebrar o contrato de fornecimento com consumidor responsável por
unidade consumidora classificada como Iluminação Pública, conforme art. 25;
XI - 60 (sessenta) dias: adequar os procedimentos referentes à substituição de medidores, conforme estabelecido no §
3º do art. 33;
XII - 60 (sessenta) dias: adequar os procedimentos relativos à aferição de medidores, conforme art. 38;
XIII - 30 (trinta) dias: ajustar os intervalos entre as leituras de medidores, conforme art. 40;
XIV - 90 (noventa) dias: adequar os procedimentos referentes aos critérios de faturamento da demanda proporcional,
conforme disposto no art. 42;
XV - 180 (cento e oitenta) dias: adequar o faturamento de unidades consumidoras do Grupo “B” classificadas como
Residencial Baixa Renda, conforme estabelecido no art. 45;
XVI - 30 (trinta) dias: adequar os procedimentos referentes aos critérios de faturamento da demanda, conforme
disposto no art. 49;
XVII - 180 (cento e oitenta) dias: incluir as unidades consumidoras na estrutura tarifária horo-sazonal, conforme
estabelecido no art. 53;
XVIII - 180 (cento e oitenta) dias: celebrar o contrato de fornecimento com consumidor responsável por unidade
consumidora classificada como Cooperativa de Eletrificação Rural, quando faturável compulsoriamente na estrutura tarifária horo-
sazonal, nos termos do art. 53;
XIX - 180 (cento e oitenta) dias: adequar a aplicação da tarifa de ultrapassagem às unidades consumidoras do Grupo
“A”, conforme disposto no art. 56, devendo informar os novos critérios ao consumidor com antecedência mínima de 60 (sessenta)dias;
XX - 90 (noventa)dias: ajustar o faturamento nos casos de impedimento da leitura do medidor, conforme estabelecido
nos §§ 1º a 4º, art. 70;
XXI - 180 (cento e oitenta) dias: incluir na fatura as informações estabelecidas na alínea “b”, inciso I e alínea “c”, inciso
II, art. 83;
XXII - 30 (trinta) dias: incluir na fatura as informações estabelecidas nas alíneas “o”, “p” e “q”, inciso I e nas alíneas “d”,
“e” e “f”, inciso II, art. 83;
XXIII - 60 (sessenta) dias: ajustar os prazos para vencimento das faturas em dias úteis, conforme estabelecido nos
incisos I e II, art. 86;
XXIV - 30 (trinta) dias: oferecer pelo menos 6 (seis) datas de vencimento da fatura para escolha do consumidor, com
intervalo mínimo de 5 (cinco) dias entre as referidas datas, conforme estabelecido no § 2º, art. 86;
XXV - 180 (cento e oitenta) dias: implantar meios de constatação automática de pagamento em duplicidade, conforme
estabelecido no parágrafo único, art. 88;
XXVI - 60 (sessenta) dias: implantar a entrega do aviso relativo ao motivo da suspensão do fornecimento, conforme
estabelecido no art. 93;
XXVII - 30 (trinta) dias: informar o número de protocolo do registro da reclamação ou solicitação, conforme parágrafo
único, art. 97;
XXVIII - 60 (sessenta) dias: implantar a manutenção dos registros relativos aos serviços cobráveis, conforme
estabelecido no § 6º, art. 109;
XXIX - 60 (sessenta) dias: implantar o cadastramento referente a condição de unidade consumidora desativada,
conforme estabelecido no parágrafo único, art. 113.
Art. 124. As omissões, dúvidas e casos não previstos nesta Resolução serão resolvidos e decididos pela ANEEL.
Art. 125. Esta Resolução entra em vigor na data da sua publicação, ficando revogadas as Portarias DNAEE n.º 277, de
23 de dezembro de 1985, n.º 45, de 21 de abril de 1987, n.º 33, de 11 de fevereiro de 1988, n.º 185, de 17 de outubro de 1988, n.º 193,
de 1 de novembro de 1988, n.º 158, de 17 de outubro de 1989, n.º 1.233, de 15 de outubro de 1993, n.º 1.569, de 23 de dezembro de
1993, n.º 438, de 4 de dezembro de 1996, n.º 466, de 12 de novembro de 1997 e demais disposições em contrário.
Apêndice
Grafia das unidades e
seus símbolos B
a) Sete unidades de
2 - Outras Unidades
a) Unidades aceitas para uso com o SI, isoladamente ou combinadas entre si e/ou com unidades
SI, sem restrição de prazo.
3 - Prescrições Gerais
3.1.1 - Quando escritos por extenso, os nomes de unidades começam por letra minúscula, mesmo
quando têm o nome de um cientista (por exemplo, ampère, kelvin, newton etc.), exceto o grau
Celsius.
3.1.2 - Na expressão do valor numérico de uma grandeza, a respectiva unidade pode ser escrita
por extenso ou representada pelo seu símbolo (por exemplo, quilovolts por milímetro ou kV/mm),
não sendo admitidas combinações de partes escritas por extenso com partes expressas por
símbolo.
Quando os nomes de unidades são escritos ou pronunciados por extenso, a formação do plural
obedece às seguintes regras básicas:
a) Os prefixos SI são sempre invariáveis.
b) Os nomes de unidades que recebem a letra "s" no final de cada palavra, exceto nos casos de
(c):
1. Quando são palavras simples. Por exemplo, ampères, candelas, farads, grays, joules, kelvins,
quilogramas, volts, webers etc.;
2. Quando são palavras compostas em que o elemento complementar de um nome de unidade
não é ligado a este por hífen. Por exemplo, metros quadrados, milhas marítimas, unidades
astronômicas etc;
3. Quando são termos compostos por multiplicação, em que os componentes podem variar
independentemente um do outro. Por exemplo, ampères-horas, newtons-metros, ohms-
metros, pascals-segundos, watts-horas etc;
Nota: segundo esta regra, e a menos que o nome da unidade entre no uso vulgar, o plural não
desfigura o nome que a unidade tem no singular (por exemplo, decibels, henrys, mols, pascals
etc.), não se aplicando aos nomes de unidades certas regras usuais de formação do plural de
palavras.
c) Os nomes ou partes dos nomes de unidades não recebem a letra "s" no final:
1. Quando terminam pelas letras s, x ou z. por exemplo, siemens, lux, hertz etc;
2. Quando correspondem ao denominador de unidades compostas por divisão. Por exemplo,
quilômetros por hora, lumens por watt, watts por esterradiano etc;
3. Quando, em palavras compostas, são elementos complementares de nomes de unidades e
ligados a estes por hífen ou preposição. Por exemplo, anos-luz, elétrons-volt, quilogramas-
força, unidades (unificadas) de massa atômica etc.
a) Os símbolos são invariáveis, não sendo admitido colocar, após o símbolo, seja ponto de
abreviatura, seja "s" de plural, sejam sinais, letras ou índices. Por exemplo, o símbolo do watt
é sempre W, qualquer que seja o tipo de potência a que se refira: mecãnica, elétrica, térmica,
acústica etc.;
b) Os prefixos SI nunca são justapostos num mesmo símbolo. Por exemplo, unidades como
GWh, nm, pF etc., não devem ser substituídas por expressões em que se justaponham,
respectivamente, os prefixos mega e quilo, mili e micro, micro e micro etc;
c) Os prefixos SI podem coexistir num símbolo composto por multiplicação ou divisão. Por
exemplo, kN.cm, kΩ.mA, kV/mm, MΩ.cm, kV/μs, μW/cm2 etc.;
d) Os símbolos de uma mesma unidade podem coexistir num símbolo composto por divisão. Por
exemplo, kWh/h etc.;
e) O símbolo é escrito no mesmo alinhamento do número a que se refere, e não como expoente
ou índice. São exceções, os símbolos das unidades não SI de ângulo plano (º´´´), os
expoentes dos símbolos que têm expoente, o sinal (ângulo) do símbolo do grau Celsius e os
símbolos que têm divisão indicada por traço de fração horizontal;
f) O símbolo de uma unidade composta por multiplicação pode ser formado pela justaposição
dos símbolos componentes e que não cause ambiguidade (VA, kWh etc.), ou mediante a
colocação de um ponto entre os símbolos componentes, na base da linha ou a meia altura
(N.m ou N'm, m.s-1 ou m's-1 etc.);
g) O símbolo de uma unidade que contém divisão pode ser formado por uma qualquer da três
maneiras exemplificadas a seguir:
W (sr.m 2 )
W .sr −1 .m −2
W
sr.m 2
não devendo ser empregada esta última forma quando o símbolo, escrito em duas linhas
diferentes, puder causar confusão.
3.3.2 - Quando um símbolo com prefixo tem expoente, deve-se entender que esse expoente afeta
o conjunto prefixo-unidade, como se este conjunto estivesse entre parênteses. Por exemplo:
dm3 = 10-3m3
mm3 = 10-9m3
As prescrições desta seção não se aplicam aos números que não representam quantidades (por
exemplo, numeração de elementos em sequência, códigos de identificação, datas, números de
telefones etc.).
3.4.1 - Para separar a parte inteira da parte decimal de um número, é empregada sempre uma
vírgula; quando o valor absoluto do número é menor do que 1, coloca-se 0 à esquerda da vírgula.
3.4.2 - Os números que representam quantias em dinheiro, ou quantidades de mercadorias, bens
ou serviços em documentos para efeitos fiscais, jurídicos e/ou comerciais, devem ser escritos com
os algarismos separados em grupos de três, a contar da vírgula para a esquerda e para a direita,
com pontos separando esses grupos entre si.
Nos demais casos, é recomendado que os algarismos da parte inteira e os da parte decimal dos
números sejam separados em grupos de três, a contar da vírgula para a esquerda e para a direita,
com pequenos espaços entre esses grupos (por exemplo, em trabalhos de caráter técnico ou
científico), mas também admitindo que os algarismos da parte inteira e os da parte decimal sejam
escritos seguidamente (isto é, sem separação em grupos).
3.4.3 - Para exprimir números sem escrever ou pronunciar todos os seus algarismos:
a) Para os números que representam quantias em dinheiro, ou quantidades de mercadorias,
bens ou serviços, são empregados de uma maneira geral as palavras:
Na forma oral, os nomes dos múltiplos e submúltiplos decimais das unidades são pronunciados
por extenso, prevalecendo a sílaba tônica da unidade.
Nota: as palavras quilômetro, decímetro, centímetro e milímetro, consagradas pelo uso com o
acento tônico deslocado para o prefixo, são as únicas exceções a esta regra; assim sendo, os
outros múltiplos e submúltiplos decimais do metro devem ser pronunciados com o acento tônico
na penúltima sílaba (mé), por exemplo, megametro, micrometro (distinto de micrômetro,
instrumento de medida), nanometro etc.
Observações:
Unidades
Grandezas Observações
Nome Símbolo Definição
Capacitância de um
elemento passivo de
circuito entre cujos
terminais a tensão
elétrica varia
Capacitância farad F
uniformemente à razão
de 1 volt por segundo,
quando percorrido por
uma corrente invariável
de 1 ampère.
Carga elétrica que
atravessa em 1
Carga elétrica segundo, uma seção
(quantidade de coulomb C transversal de um
eletricidade) condutor percorrido por
uma corrente invariável
de 1 ampère.
O siemens é também
Condutância de um unidade de admitância e
elemento passivo de de susceptância em
Condutância siemens S
circuito cuja resistência elementos de circuito
elétrica é de 1 ohm. percorridos por corrente
alternada.
Condutividade de um
material homogêneo e
siemens por
Condutividade S/m isótropo cuja
metro
resistividade é de 1
ohm-metro.
Corrente elétrica
invariável que, mantida
em dois condutores
retilíneos, paralelos, de
O ampère é também
comprimento infinito e
unidade de forla
de área de seção
magnetomotriz. Nesses
transversal desprezível
Corrente casos, se houver
ampère A e situados no vácuo a 1
elétrica possibilidade de confusão,
metro de distância um
poderá ser chamado
do outro, produz entre
ampère-espira, porém sem
esses condutores uma
alterar o símbolo A.
força igual a 2 x 10-7
newton, por metro de
comprimento desses
condutores
Unidades
Grandezas Observações
Nome Símbolo Definição
Densidade de um fluxo
de energia uniforme de
1 watt, através de uma
Densidade de watt por
2 superfície plana de 1
fluxo de metro W/m
metro quadrado de
energia quadrado
área, perpendicular à
direção de propagação
da energia.
Fluxo magnético
uniforme através de
uma superfície plana de
Fluxo área igual a 1 metro
weber Wb
magnético quadrado, perpendicular
à direção de uma
indução magnética
uniforme de 1 tesla.
Gradiente de potencial
uniforme que se verifica
em um meio
Gradiente de homogêneo e isótropo, A intensidade de campo
potencial, volt por quando é de 1 volt a elétrico pode ser também
V/m
intensidade de metro diferença de potencial expressa em newtons por
campo elétrico entre dois planos coulomb.
equipotenciais situados
a 1 metro de distância
um do outro.
Indução magnética
uniforme que produz
uma força constante de
1 newton por metro de
um condutor retilíneo
situado no vácuo e
Indução
tesla T percorrido por uma
magnética
corrente invariável de 1
ampère, sendo
perpendiculares entre si
as direções da indução
magnética, da força e
da corrente.
Indutância de um
elemento passivo de
circuito entre cujos
terminais se induz uma
tensão constante de 1
Indutância henry H
volt, quando percorrido
por uma corrente que
varia uniformemente á
razão de 1 ampère por
segundo.
Unidades
Grandezas Observações
Nome Símbolo Definição
Intensidade de um
campo magnético
uniforme, criado por
uma corrente invariável
de 1 ampère, que
percorre um condutor
retilíneo, de
Intensidade de
ampère por comprimento infinito e
campo A/m
metro de área de seção
magnético
transversal desprezível,
em qualquer ponto de
uma superfície cilíndrica
de diretriz circular com 1
metro de circunferência
e que tem como eixo o
referido condutor.
Potência aparente de
um circuito percorrido
por uma corrente
Potência alternada senoidal com
volt-ampère VA
aparente valor eficaz de 1
ampère, sob uma
tensão elétrica com
valor eficaz de 1 volt.
Potência reativa de um
circuito percorrido por
uma corrente alternada
senoidal com valor
Potência eficaz de 1 ampère, sob
VAr VAr
reativa uma tensão com valor
eficaz de 1 volt,
defasada de π/2
radianos em relação à
corrente.
Potência desenvolvida
quando se realiza, de
Potência, fluxo
watt W maneira contínua e
de energia
uniforme, o trabalho de
1 joule em 1 segundo.
Relutância de um
elemento de circuito
magnético, no qual uma
ampère por força magnetomotriz
Relutância A/Wb
weber invariável de 1 ampère
produz um fluxo
magnético uniforme de
1 weber.
Unidades
Grandezas Observações
Nome Símbolo Definição
Resistência elétrica de
um elemento passivo de
circuito que é percorrido O ohm é também unidade
por uma corrente de impedância e de
Resistência
ohm Ω invariável de 1 ampère, reatância em elementos de
elétrica
quando uma tensão circuito percorridos por
elétrica constante de 1 corrente alternada.
volt é aplicada aos seus
terminais.
Resistividade de um
material homogêneo e
isótropo, do qual um
cubo com 1 metro de
Resistividade ohm-metro Ω.m
aresta apresenta uma
resistência elétrica de 1
ohm entre faces
opostas.
Tensão elétrica entre os
terminais de um
Tensão
elemento passivo de
elétrica,
circuito, que dissipa a
diferença de volt V
potência de 1 watt
potencial, força
quando percorrido por
eletromotriz
uma corrente invariável
de 1 ampère.
Trabalho realizado por
Trabalho, uma força constante de
Energia, 1 newton, que desloca
joule J
Quantidade de seu ponto de aplicação
calor de 1 metro na sua
direção.
Apêndice
Procedimento de compra
de banco de capacitores C
1. Documentos de Referência:
Os ensaios de protótipos deverão ser executados em 5% (cinco por cento) dos capacitores
comprados.
No caso do fabricante já ter projetado e fabricado anteriormente unidades capacitivas ou
componentes do banco de capacitores com características iguais às especificadas na encomenda,
os ensaios aplicáveis ao protótipo poderão ser dispensados, se o comprador assim o desejar,
devendo, entretanto, o fabricante fornecer cópia autenticada dos resultados dos ensaios de
protótipo respectivos.
Os ensaios de protótipo deverão ser realizados como especificados nos itens CP-1-5.05 a CP-1-
5.09 da norma NEMA CP.1 e NBR-5289.
Caso as amostras submetidas aos ensaios de protótipo deixem de alcançar os requisitos
especificados, o projeto deverá ser rejeitado não se admitindo contraprova.
A eventual dispensa de qualquer ensaio pelo comprador só será válida se feita por escrito.
4. Manuseio e Armazenamento:
Apêndice
Potência em sistemas
não-senoidais D
Alexander E. Emanuel cita em seu artigo [26] que “somente a definição de potência aparente
equivalente ou efetiva, Se, sugerida por F. Buchholz e explicada por W. Goodhue assegura que
seu valor quadrático Se2 está próximo de uma relação linear com as perdas de energia dos
alimentadores para todas as possíveis condições – balanceada, desbalanceada, senoidal ou
não-senoidal”. Baseado nesta definição, Alexander faz o detalhamento para uma prática resolução
de Se, onde ele a separa em potências ativas e não-ativas e sugere separar as componentes
fundamentais dos sinais de tensão e corrente do sistema de energia (50 Hz ou 60 Hz) dos outros
componentes e juntar as potências não-ativas em uma entidade separada.
O equacionamento utilizado a seguir é composto de dois casos abordados por Alexander no
artigo citado. São eles:
- Sistemas monofásicos em situações não-senoidais;
- Sistemas trifásicos desbalanceados e operando em situações não-senoidais.
i (t ) = i1 (t ) + ih (t ) (2)
Onde,
v1 (t ) = 2 .V1sen(ωt − α1 ) (3)
n
vh (t ) = 2 .∑Vh sen(hωt − α h ) (4)
h =2
i1 (t ) = 2 .I1sen(ωt − β1 ) (5)
n
ih (t ) = 2 .∑ I h sen(hωt − β h ) (6)
h =2
V 2 = V1 + VH ; I 2 = I1 + I H
2 2 2 2
(7)
onde,
n n
VH = ∑V 2 h I H = ∑ I 2h
2 2
h =2 ; h =2 (8)
S 2 = (VI ) = V1 + VH
2
( 2 2
)(I 1
2
+ IH
2
)
S 2 = (V1 I1 ) + (V1 I H ) + (VH I1 ) + (VH I H )
2 2 2 2
ou
S 2 = S1 + S N
2 2
(9)
S1 = V1I1 (10)
Nos sistemas monofásicos a potência aparente fundamental tem duas componentes, quais
sejam:
Onde,
θ1 = α 1 − β1
S N = DI + DV + S H
2 2 2 2
(14)
Onde
DI = V1I H ; DV = VH I1 ; S H = VH I H (15)
S H = PH + QH + DH
2 2 2 2
(16)
Onde,
n
QH = ∑Vh I h sen(θ h )
h =2 (18)
Onde,
θh = α h − βh (19)
DH = S H − PH − QH
2 2 2
(20)
Todas as potências não-ativas podem ser juntadas em um único termo, a potência não-ativa
e não-fundamental (VAr), assim nomeada por Alexander:
N = S N − PH = DI + DV + QH + DH
2 2 2 2 2 2
(21)
Para o cálculo do fator de potência real, devemos somar a potência ativa fundamental (P1)
com a potência ativa harmônica (PH) para obter a potência ativa total e dividir o resultado pela
potência aparente total:
P = P1 + PH (22)
Alexander E. Emanuel destaca no artigo mencionado que “as potências que fornecerão
razoáveis informações sobre a transferência de energia e qualidade de energia para sistemas
monofásicos são: S, S1, P1, SN, N e PH.”
Os parâmetros Distorção Harmônica Total de Tensão e Corrente são calculados da seguinte
forma:
VH I
DHTV = ; DHTI = H (24)
V1 I1
dos sinais de corrente e de tensão, faremos de forma similar para o caso trifásico genérico, isto é,
que possa analisar sistemas equilibrados ou não e sob condições senoidais ou não-senoidais.
Vejamos os equacionamentos propostos para análise do sistema em questão.
n
va (t ) = 2 .Va1sen(ωt ) + 2 .∑Vah sen(hωt + α h )
h =2 (25)
n
vb (t ) = 2 .Vb1sen(ωt − 120°) + 2 .∑Vbh sen(hωt + α h − 120°.h)
h =2 (26)
n
vc (t ) = 2 .Vc1sen(ωt + 120°) + 2 .∑Vch sen(hωt + α h + 120°.h) (27)
h=2
n
ia (t ) = 2 .I a1sen(ωt ) + 2 .∑ I ah sen(hωt + β h ) (28)
h =2
n
ib (t ) = 2 .I b1sen(ωt − 120°) + 2 .∑ I bh sen(hωt + β h − 120°.h) (29)
h=2
n
ic (t ) = 2 .I c1sen(ωt + 120°) + 2 .∑ I ch sen(hωt + β h + 120°.h) (30)
h =2
in (t ) = ia (t ) + ib (t ) + ic (t ) (31)
Ve1 =
1
18
[ ( 2 2 2 2
)
3 × Va1 + Vb1 + Vc1 + Vab1 + Vbc1 + Vca1
2 2
] - Sistema trifásico com neutro (32)
VeH =
1
18
[ (
3 × Vah + Vbh + Vch + Vabh + Vbch + Vcah
2 2 2 2 2 2
) ] - Sistema trifásico com neutro (34)
I a1 + I b1 + I c1 + I n1
2 2 2 2
I e1 = - Sistema trifásico com neutro (36)
3
I a1 + I b1 + I c1
2 2 2
I e1 = - Sistema trifásico sem neutro (37)
3
I ah + I bh + I ch + I nh
2 2 2 2
I eH = - Sistema trifásico com neutro (38)
3
I ah + I bh + I ch
2 2 2
I eH = - Sistema trifásico sem neutro (39)
3
Ve = Ve1 + VeH
2 2
(40)
I e = I e1 + I eH
2 2
(41)
Como no caso monofásico, esta potência aparente equivalente Se será dividida em dois
termos:
S e = S e1 + S eN
2 2 2
(43)
S eN = DeI + DeV + S eH
2 2 2 2
(45)
Onde,
De1 = 3Ve1 I eH - Potência trifásica associada à distorção de corrente (47)
onde,
onde,
N e = SeN − PH
2
(55)
+
Su = S1 − ( S1 ) 2
2
(60)
Su
Grau de desequilíbrio = (61)
S1
P1 + PH
FPe = (62)
Se
VeH I
DHTeV = ; DHTeI = eH (63)
V1 I1
Apêndice
Bibliografia
E
APÊNDICE E – Bibliografia
[1] COTRIM, Ademaro A. M. B: Instalações Elétricas. São Paulo: Prentice Hall, 4ª ed., 2003, pp.
597-610.
[2] Edminister, Joseph A.: Circuitos Elétricos. São Paulo: McGraw-Hill, 2ª ed., 1985, pp. 184-189.
[3] ENGECOMP Sprague Capacitores Ltda: Correção do Fator de Potência. Guia para o
Engenheiro de Fábrica. São Paulo.
[4] Hayt Jr, William H.; Kemmerly, Jack E.: Análise de Circuitos em Engenharia. Rio de Janeiro:
McGraw-Hill, 1975, pp. 279-298.
[5] INDUCON do Brasil Capacitores S/A.. Manual Inducon - Capacitores de Potência.
[6] MAMEDE Filho, João: Instalações Elétricas Industriais. Rio de Janeiro: LTC, 4ª ed., 1995. pp.
130-174.
[7] MAMEDE Filho, João: Manual de equipamentos elétricos. Rio de Janeiro: LTC, 3ª ed., 2005.
pp. 557-647.
[8] Niskier, Júlio; Macintyre, A. J.: Instalações Elétricas. Rio de Janeiro: LTC, 3ª ed., 1996, pp.
293-314.
[9] Orsini, Luiz de Queiroz: Curso de Circuitos Elétricos. Rio de Janeiro: Editora Edgard Blucher,
Edição preliminar, Vol. 2, 1991, pp. 848-903.
[10] Quadro Geral de Unidades de Medida - Decreto Nº 81.621 - 03/05/78.
[11] WEG: Manual para Correção de Fator de Potência.
[12] Catálogos de fabricantes: WEG, Siemens, Induscon, WGR.
[13] NBR 5410. Instalações Elétricas de Baixa Tensão. ABNT, 2004.
[14] NBR 5060. Guia para instalação e Operação de Capacitores de Potência - Procedimento.
ABNT.
[15] NBR 5282. Capacitores de Potência em Derivação para Sistemas de Tensão Nominal acima
de 1.000V - Especificação. ABNT.
[16] Lopes, Juarez Castrillon: Manual de tarifação da energia elétrica. Eletrobrás, 2ª ed., 2002.
[17] Gestal: www.gestal.com/home/especialista.htm#espec2
[18] CCK Automação: www.cck.com.br
[19] Engecomp: www.engecomp.com.br
[20] CEMIG: Estudo de distribuição – Melhoria do fator de potência. Belo Horizonte, Junho/97. pp.
91.
[21] IEEE Std 18TM-2002. Standard for Shunt Power Capacitors. IEEE, 2002.
[22] IEEE Std 1531TM-2003. IEEE Guide for Application and Specification of Harmonic Filters.
IEEE, 2003.
[23] Ducan, Roger C; McGranaghan, Mark F.; Santoso, Surya; Beaty, H. Wayne: Electrical Power
Systems Quality. USA: McGraw-Hill, 2ª ed., 2003. pp. 111-166.