Académique Documents
Professionnel Documents
Culture Documents
SAUDE ORAL
Associação entre
doença periodontal e
patologias sistémicas
RICARDO FARIA ALMEIDA,* MÓNICA MORADO PINHO,**
CRISTINA LIMA,*** INÊS FARIA,**** PATRÍCIA SANTOS*****
E CLÁUDIA BORDALO******
RESUMO
A suspeita de associação entre algumas patologias sistémicas e patologias da cavidade oral é anti-
ga, sendo encontrada, desde há vários anos, na literatura. Com efeito, egípcios, hebraicos, gregos
e romanos acentuavam já a importância da saúde da boca no bem-estar geral dos indivíduos. O agressoras dos microrganismos e da ca-
conceito de infecção focal, com origem em 1900, estimulou a investigação no sentido de aprofun- pacidade do hospedeiro em resistir à
dar o conhecimento sobre o papel real das afecções da cavidade oral, em especial a Doença Perio- agressão.
dontal, na saúde geral dos indivíduos. Embora o mais importante mecanis-
Esta patologia é, a seguir à cárie dentária, aquela que maior prevalência tem na cavidade oral. É mo de defesa resida na resposta infla-
uma doença infecciosa que afecta a gengiva e os restantes tecidos de suporte dentário e que pode matória que se manifesta inicialmente
culminar com a perda dos dentes. Traduz-se, numa primeira fase, por sinais e sintomas clínicos «sur- como gengivite (Figura 1), variações na
dos», sem qualquer tipo de dor e que por isso passa despercebido ao próprio paciente. A hemorragia eficácia protectora do processo inflama-
gengival associada é um dos primeiros sintomas. O diagnóstico precoce permite tratar estes doen- tório e o potencial patogénico das bac-
tes e evitar o agravamento da situação com a consequente perda dentária. térias podem ser a causa principal das
Neste contexto, discutiremos as possíveis relações entre a Doença Periodontal e as várias Patolo- diferenças encontradas na susceptibi-
gias Sistémicas que a ela têm vindo a ser associadas, como sejam a Diabetes Mellitus, as Doen- lidade à Doença Periodontal. O proces-
ças Cardiovasculares, as Infecções Respiratórias, a Artrite Reumatóide e a ocorrência de Partos so inflamatório desencadeado pode cul-
Prematuros. minar com a instalação de uma perio-
dontite (Figura 2).
Inicialmente ocorre um desequilíbrio
*Médico Dentista. Mestrado em DOENÇA PERIODONTAL entre bactérias e defesas do hospedei-
Periodontologia pela Universidade
Complutense de Madrid. Doutorado ro que leva a alterações vasculares e à
pelo Departamento de Medicina e
Doença Periodontal (DP) é formação de exsudado inflamatório.
A
Cirurgia Buco-facial Universidade
Complutense de Madrid. Docente uma infecção crónica, produ- Esta fase manifesta-se clinicamente
Responsável pela Disciplina de zida por bactérias gram-ne- com alteração da cor da gengiva, hemor-
Periodontia da Universidade
Fernando Pessoa. gativas, com níveis de preva- ragia e edema, sendo uma situação re-
**Médica Dentista. Aluna da lência elevados,1 sendo a segunda maior versível se a causa for eliminada. Esta
Pós-Graduação em Ortodontia da
Universidade do Porto. Docente de causa de patologia dentária na popula- situação, definida como Gengivite,
Periodontia da Universidade ção humana de todo o Mundo. promove a fragilização das estruturas,
Fernando Pessoa.
É definida como uma doença sujeito o que possibilita um maior acesso dos
***Médica Dentista. Docente de
Periodontia da Universidade e sito-específica, que evolui continua- agentes bacterianos agressores e/ou
Fernando Pessoa mente com períodos de exacerbação e seus produtos às áreas subjacentes,
****Médica Dentista. Aluna do
Mestrado de Periodontologia da de remissão, resultando de uma res- podendo resultar na formação de bol-
Universidade de Lisboa. posta inflamatória e imune do hospedei- sas periodontais, com perda óssea e
*****Médica Dentista. Aluna do
Mestrado de Periodontologia da
ro à presença de bactérias e seus pro- uma contínua migração apical do epi-
Universidade de Lisboa. dutos. A sua progressão é favorecida télio (epitélio longo de união). Este tipo
******Médica Dentista. pelas características morfológicas dos de epitélio oferece menos resistência aos
Pós-graduada em Periodontologia
pela Universidade do Porto. Aluna do tecidos afectados, o que a distingue de agentes agressores o que perpetua o
Doutoramento de Universidade de outras doenças infecciosas.2 processo inflamatório.3 Este processo
Santiago de Compostela. Docente de
Periodontia da Universidade
As manifestações clínicas da doença culmina com a destruição dos compo-
Fernando Pessoa. são dependentes das propriedades nentes do periodonto, ou seja, cemen-
vidade oral e orofaringe por potenciais base desta possível associação são a as-
patogéneos respiratórios, a sua aspira- piração de patogéneos orais para os pul-
ção para as vias aéreas inferiores e a fa- mões e a acção de enzimas associadas
lência dos mecanismos de defesa do à Doença Periodontal que promovem a
hospedeiro. adesão e colonização por bactérias pas-
A aspiração de reduzidas quantida- síveis de causar doenças respiratórias.
des de saliva é um mecanismo fisioló- As referidas enzimas também pare-
gico normal; no entanto, pacientes com cem ser fundamentais na destruição de
alteração de consciência realizam-no moléculas salivares que formariam pe-
mais frequentemente e em maiores lículas promotoras na eliminação de
quantidades. bactérias orais. As citoquinas produzi-
Um estudo conduzido por Terpen- das pelo periodonto, como resposta à
ning e col.46 numa população idosa, de- agressão bacteriana, parecem modificar
monstrou um aumento do risco de o epitélio respiratório, tornando-o mais
pneumonia por aspiração quando a susceptível à colonização por patogéne-
bactéria Porphyromonas gingivalis, as- os respiratórios.49
sociada à Doença Periodontal, estava Apesar de algumas publicações su-
presente na placa bacteriana e saliva gerirem uma associação entre a Doen-
dos pacientes. ça Periodontal e as Infecções respirató-
Uma higiene oral insuficiente e a rias, não é possível prová-la com exac-
Doença Periodontal parecem estar, es- tidão.
tatisticamente, relacionadas com a
Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica,
embora nenhum estudo tenha demons-
ARTRITE REUMATÓIDE
trado a influência da Doença Periodon-
tal na patofisiologia desta patologia res- Segundo Harris,50 a Artrite Reumatóide
piratória. é uma doença crónica inflamatória, de
Hayes e col.47 realizaram um estudo carácter destrutivo, que se caracteriza
retrospectivo no qual verificaram uma pela acumulação persistente de infil-
correlação entre a função pulmonar e o trado inflamatório na membrana sino-
estado periodontal dos pacientes, cons- vial que pode conduzir à destruição das
tatando que a função pulmonar dimi- articulações.
nuía quando aumentava a perda do ní- Actualmente, continua a persistir
vel de inserção clínico. uma grande controvérsia acerca da pos-
No seguimento desta pesquisa, Gar- sibilidade de condições inflamatórias
cia e col.48 conduziram um estudo com crónicas (como por exemplo a periodon-
30 anos de follow up, em 1.112 pacien- tite não tratada) condicionarem a exis-
tes. Os investigadores demonstraram tência, bem como a ocorrência de Artri-
uma relação entre a severidade inicial te Reumatóide.51,52
da Doença Periodontal e um risco acres- A possível associação entre Artrite
cido de desenvolver Doença Pulmonar Reumatóide e periodontite foi avaliada
Obstrutiva Crónica, comparativamente e estudada em inúmeros artigos cientí-
a outros pacientes com saúde perio- ficos. No entanto, os resultados obtidos
dontal. De referir, ainda, que a maior se- não são consensuais, pois ainda que
veridade de Doença Periodontal asso- alguns estudos corroborem esta hipó-
ciada ao hábito de fumar aumentava o tese outros falham em demonstrar a hi-
risco de Doença Pulmonar Obstrutiva potética relação entre as duas patologi-
Crónica, o que não se constatava em pa- as de índole inflamatória e crónica.
cientes não fumadores. Resumidamente, a potencial e hipo-
Os mecanismos que podem estar na tética associação entre estas duas doen-
ças prende-se com a existência de uma teste laboratorial que possa determinar
resposta inflamatória exacerbada e per- e prever com exactidão a actividade e o
sistente, caso não haja reversão do pro- estado de actividade da Artrite Reuma-
cesso, bem como pela libertação de me- tóide e da Doença Periodontal. Contu-
diadores inflamatórios semelhantes e do, através da avaliação de mediadores
que são responsáveis pela destruição te- inflamatórios, como os factores reuma-
cidular observada. tóides, prostaglandinas, ICTP (type 1
A Artrite Reumatóide apresenta de carboxy terminal peptide) e proteína C
uma forma geral um carácter progres- reactiva, pode-se avaliar a actividade de
sivo. No entanto, podem ser detectados ambas as patologias.
três tipos diferentes da doença: Artrite A Periodontite e a Artrite Reumatói-
Reumatóide auto-limitada (não progri- de apresentam mecanismos de patogé-
de, não causando lesões significativas), nese similares, caracterizados por uma
Artrite Reumatóide facilmente controlá- condição inflamatória exacerbada. No
vel (a patologia já está estabelecida e entanto, nenhuma relação causal pode
correctamente detectada; no entanto, ser estabelecida embora esteja devida-
uma abordagem terapêutica inicial com mente documentado que pacientes com
recurso a anti-inflamatórios não este- Artrite Reumatóide apresentam uma
róides permite evitar a sua progressão) deterioração aumentada das condições
e Artrite Reumatóide progressiva (a pa- periodontais em comparação com pa-
tologia apresenta um carácter bastan- cientes sem a doença.
te progressivo e evolutivo, constituindo Salienta-se a necessidade de realizar
um desafio para qualquer abordagem mais estudos, eventualmente de inter-
terapêutica, que variadas vezes é con- venção, para determinar e esclarecer
siderada um fracasso).53 qual a relação entre a periodontite e a
Tal como na Artrite Reumatóide, na Artrite Reumatóide.
Periodontite podem ser detectados di-
ferentes padrões da doença.
Segundo Hirschfeld e col.,53 os pa-
PARTOS PREMATUROS
drões de progressão da periodontite po-
dem ser de três tipos distintos: perio- O conceito de Parto Pré-Termo tem so-
dontite «well mantained» (caracterizada frido bastantes alterações ao longo dos
pelo aparecimento de sinais clínicos da séculos. De momento, a definição, uni-
patologia; no entanto, perfeitamente versalmente aceite, do conceito de Par-
controlável por uma modalidade de tra- to Pré-Termo é a adoptada pela Fede-
tamento conservador), periodontite ração Internacional de Obstetrícia e Gi-
«downhill» (que se caracteriza pela exis- necologia (FIGO) e pela OMS em 1972,
tência de sinais e sintomas; contudo, definição essa que considera Parto Pré-
controlável pela combinação de trata- -Termo aquele que ocorre entre a 22a se-
mentos conservadores e mais invasi- mana completa (154 dias) e a 37a sema-
vos; em alguns casos pode ser detecta- na (258 dias) de gestação.54
da alguma evolução e progressão, no O Parto Pré-Termo constitui cerca de
entanto limitada) e periodontite «extre- 11% de todos os partos.2 A importância
me downhill» (apesar das terapêuticas clínica deste problema reside no facto
instituídas este padrão apresenta um de o Parto Pré-Termo (PPT) ser uma das
carácter altamente progressivo poden- causas mais importantes de morbimor-
do culminar com a perda dentária. Afec- talidade a nível mundial,55 condicionan-
ta aproximadamente 5 a 10 % dos doen- do mais de 60% da mortalidade neona-
tes). tal total,56 sendo que a maioria das mor-
Actualmente não existe um único tes ocorre em recém-nascidos cujo par-
sa pela prevenção da Periodontite. Esta olar bone loss progression in type 2 diabetics.
estratégia terá o benefício adicional de Ann Periodontol 1998 Jul; 3 (1): 30-9.
9. Taylor GW. Bidirectional interrelations-
minimizar o tratamento numa altura hips between Diabetes and periodontal disea-
em que, tanto a mãe como o feto, estão ses: An epidemiological perspective. Ann Peri-
mais vulneráveis.66 odontol 2001 Dec; 6 (1): 99-112.
10. Taylor GW, Burt BA, Becker MP, Genco
RJ, Shlossman M, Knowler WC, et al. Severe
CONCLUSÃO periodontitis and risk for poor glycemic control
in patients with non-insulin-dependent diabe-
tes mellitus. J Periodontol 1996 Oct; 67 (10
Apesar de inúmeros estudos sugerirem Suppl): 1085-93.
uma associação entre a Doença Perio- 11. De Pommereau V, Dargent-Pare C, Ro-
dontal e as Patologias Sistémicas ante- bert JJ, Brion M. Periodontal status in insu-
lin-dependent diabetic adolescents. J Clin Pe-
riormente mencionadas, muitos outros riodontol 1992 Oct; 19 (9 Pt 1): 628-32.
existem que não corroboram essa rela- 12. Safkan-Seppälä B, Ainamo J. Periodon-
ção. Assim, ainda que o melhor conse- tal conditions in insulin-dependent diabetes
lho continue a ser o incentivo à preven- mellitus. J Clin Periodontol 1992 Jan; 19 (1):
ção, salienta-se a necessidade de reali- 24-9.
13. Thorstensson H, Hugoson A. Periodon-
zar mais estudos, eventualmente de in- tal disease experience in adult long-duration in-
tervenção, para esclarecer e determinar sulin-dependent diabetics. J Clin Periodontol
qual a real associação entre a Doença 1993 May; 20 (5): 352-8.
Periodontal (especificamente a perio- 14. Nelson RG, Shlossman M, Budding LM,
dontite) e estas patologias. Pettitt DJ, Saad MF, Genco RJ et al. Periodon-
tal disease and NIDDM in Pima Indians. Dia-
betes Care 1990 Aug; 13 (8): 836-40.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15. Shlossman M, Knowler WC, Pettitt DJ,
Genco RJ. Type 2 diabetes mellitus and perio-
dontal disease. J Am Dent Assoc 1990 Oct;
1. Petersen PE, Ogawa H. Strengthening the 121 (4): 532-6.
prevention of periodontal disease: the WHO ap- 16. Emrich LJ, Shlossman M, Genco RJ. Pe-
proach. J Periodontol 2005 Dec; 76(12):2187-93. riodontal disease in non-insulin-dependent
2. Lindhe J, Karring T, Lang NP. Clinical pe- diabetes mellitus. J Periodontol 1991 Feb; 62
riodontology and implant dentistry. 4th editi- (2): 123-31.
on. Copenhagen: Blakwell Munskgaard; 2003. 17. Unal T, Firatli E, Sivas A, Meric H, Oz
3. Kaldahl WB, Kalkwarf KL, Patil KD, Mol- H. Fructosamine as a possible monitoring pa-
var MP, Dyer JK. Long-term evaluation of perio- rameter in non-insulin dependent diabetes
dontal therapy I: response to 4 therapeutic mo- mellitus patients with periodontal disease. J Pe-
dalities. J Periodontol 1996 Feb;67(2):93-102. riodontol 1993 Mar; 64 (3): 191-4.
4. Kornman SK, Page RC. The pathogene- 18. Tervonen T, Knuuttila M, Pohjamo L,
sis of human periodontitis: an introduction. Nurkkala H. Immediate response to non-surgi-
Periodontol 2000 1997 Jun; 14: 9-12. cal periodontal treatment in subjects with diabe-
5. Grossi SG, Skrepcinski FB, DeCaro T, Ro- tes mellitus. J Clin Periodontol 1991;18:65-8.
bertson DC, Ho AW, Dunford RG, et al. Treat- 19. Westfelt E, Rylander H, Blohme G, Jo-
ment of periodontal disease in diabetics redu- nasson P, Lindhe J. The effect of periodontal
ces glycosylated hemoglobin. J Periodontol therapy in diabetics: results after 5 years. J Clin
1997 Aug; 68 (8): 713-9. Periodontol 1996 Feb; 23 (2): 92-100.
6. World Health Organization. The World 20. Sastrowijoto SH, van der Velden U, van
Health Report 2002. Reducing risks, promoting Steenbergen TJ, Hillemans P, Hart AA, de Gra-
healthy life. Geneva: World Health Organiza- af J, et al. Improved metabolic control, clinical
tion; 2002. periodontal status and subgingival microbio-
7. Grossi SG, Skrepcinski FB, DeCaro T, logy in insulin-dependent diabetes mellitus: a
Zambon JJ, Cummins D, Genco RJ. Respon- prospective study. J Clin Periodontol 1990 Apr;
se to periodontal therapy in diabetics and 17 (4): 235-42.
smokers. J Periodontol 1996 Oct; 67( 10 Sup- 21. Mealey BL. Influence of periodontal in-
pl): 1094-102. fections on systemic health. Periodontology
8. Taylor GW, Burt BA, Becker MP, Genco 2000 1999 Oct; 21: 197-209.
RJ, Shlossman M. Glycemic control and alve- 22. Williams RC Jr, Mahan CJ. Periodontal
disease and diabetes in young adults. JAMA 36. Rutger Persson G, Ohlsson O, Pettersson
1960 Feb 20; 172: 776-8. T, Renvert S. Chronic periodontitis, a significant
23. Miller LS, Manwell MA, Newbold D, Re- relationship with acute myocardial infarction.
ding ME, Rasheed A, Blodgett J, et al. The re- Eur Heart J 2003 Dec; 24 (23): 2108-15.
lationship between reduction in periodontal in- 37. Beck J, Garcia R, Heiss G,Vokonas PS,
flammation and diabetes control: a report of 9 Offenbacher S. Periodontal disease and car-
cases. J Periodontol 1992 Oct; 63 (10): 843-8. diovascular disease. J Periodontol 1996 Oct; 67
24. Aldridge JP, Lester V, Watts TL, Collins (10 Suppl): 1123-37.
A, Viberti G, Wilson RF. Single-blind studies of 38. Grau AJ, Becher H, Ziegler CM, Lichy
the effects of improved periodontal health on C, Buggle F, Kaiser C, et al. Periodontal disea-
metabolic control in type-1 diabetes mellitus. se as a risk factor for ischemic stroke. Stoke
J Clin Periodontol 1995 Apr; 22 (4): 271-5. 2004 Feb; 35 (2): 496-501.
25. Faria-Almeida R, Navarro A, Bascones 39. Chiu B. Multiple infections in carotid
A. Clinical and metabolic changes after conven- atherosclerotic plaques. Am Heart J 1999 Nov;
tional treatment of type 2 diabetic patients with 138 (5 Pt 2): S534-S536.
chronic periodontitis. J Periodontol 2006 Apr; 40. Taylor-Robinson D, Aduse-Opoku J,
77 (4): 591-8. Sayed P, Slaney JM, Thomas BJ, Curtis MA.
26. Scannapieco FA, Bush RB, Paju S. As- Oro-dental bacteria in various atherosclerotic
sociations between periodontal disease and risk arteries. Eur J Clin Microbiol Infec Dis 2002
for aterosclerosis, cardiovascular disease, and Oct; 21 (10): 755-7.
stroke: a systematic review. Ann Periodontol 41. Wu T, Trevisan M, Genco RJ, Dorn JP,
2003 Dec; 8 (1): 38-53. Falkner KL, Sempos CT. Periodontal disease
27. Lusis AJ. Atherosclerosis. Nature 2000 and risk of cerebrovascular desease: the first
Sep 14; 407 (6801): 233-241. National Health and Nutrition Examination
28. Epstein SE, Zhu J, Burnett MS, Zhou Survey and its follow-up study. Arch Intern
YF, Vercellotti G, Hajjar D. Infection and athe- Med 2000 Oct 9; 160 (18): 2749-55.
rosclerosis : potencial roles of pathogen burden 42. Cutler CW, Shinedling EA, Nunn M,
and molecular mimicry. Arterioscler Thromb Jotwani R, Kim BO, Nares S, et al. Association
Vasc Biol 2000 Jun; 20 (6): 1417-20. between periodontitis and hyperlipidemia: cau-
29. Haraszthy VI, Zambon JJ, Trevisan M, se or effect? J Periodontol 1999 Dec; 70 (12):
Zeid M, Genco RJ. Identification of periodontal 1429-34.
pathogens in atheromatous plaques. J Perio- 43. Losche W, Karapetow F, Pohl A, Pohl C,
dontol 2000 Oct; 71 (10): 1554-60. Kocher T. Plasma lipid and blood glucose levels
30. Leivadaros E, van der Velden U, Bizzar- in patients with destrutive periodontal disease.
ro S, ten Heggeler JM, Gerdes VE, Hoek FJ, et J Clin Periodontol 2000 Aug; 27 (8): 537-41.
al. A pilot study into measurements of mark- 44. Scannapieco FA, Mylotte JM. Relations-
ers of atherosclerosis in periodontitis. J Perio- hips between periodontal disease and bacterial
dontol 2005 Jan; 76 (1): 121-8. pneumonia. J Periodontol 1996 Oct; 67 (10
31. Seymour RA, Preshaw PM, Thomason Suppl): 1114-22.
JM, Ellis JS, Steele JG. Cardiovascular disea- 45. Limeback H. The relationship between
se and periodontology. J Clin Periodontol 2003 oral health and systemic infections among el-
Apr; 30 (4): 279-92. derly residents of chronic care facilities: a re-
32. Mattila KJ, Valtonen VV, Nieminen MS, view. Gerodontology 1988 Winter; 7 (4): 131-7.
Huttunen JK. Dental infection and the risk of 46. Terpenning MS, Taylor GW, Lopatin DE,
new coronary events: prospective study of pa- Kinder-Kerr C, Dominguez BL, Loesche WJ.
tients with documented coronary artery dise- Aspiration pneumonia: dental and oral risk fac-
ase. Clin Infect Dis 1995 Mar; 20 (3): 588-92. tors in an older veteran population. J Am Ge-
33. De Stefano F, Anda RF, Kahn HS, Wil- riatr Soc 2001 May; 49 (5): 557-63.
liamson DF, Russel CM. Dental disease and 47. Hayes C, Sparrow D, Cohen M, Voko-
risk of coronary heart disease and mortality. nas P, Garcia RI. The association between al-
BMJ 1993 Mar 13; 306 (6879): 688-91. veolar bone loss and pulmonary function: the
34. Joshipura KJ, Rimm EB, Douglass CW, VA longitudinal study. Ann Periodontol 1998
Trichopoulos D, Ascherio A, Willett WC. Poor Jul; 3 (1): 257-61.
oral health and coronary heart disease. J Dent 48. Garcia RI, Nunn ME, Vokonas PS. Epi-
Res 1996 Sep; 75 (9): 1631-7. demiologic associations between periodontal
35. Janket SJ, Qvarnstrom M, Meurman disease and chronic obstrutive pulmonary di-
JH, Baird AE, Nuutinen P, Jones JA. Asympto- sease. Ann Periodontol 2001 Dec; 6 (1): 71-7.
matic dental score and prevalent coronary he- 49. DeRiso AJ 2nd, Ladowski JS, Dillon TA,
art disease. Circulation 2004 Mar 9; 109 (9): Justice JW, Peterson AC. Chlorhexidina gluco-
1095-100. nate 0,12% oral rinse reduces the incidence of