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FAJE – Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia

PPG Filosofia/Teologia – 2019/1


Tópicos em Fenomenologia e interfaces
Em torno do corpo, da Metafísica e da ética
Prof. Nilo Ribeiro

EMENTA:

Levando-se em consideração que a inflexão fenômeno-ontológica do pensamento tem


suscitado, de um lado, novas impostações do corpo, da carne, da linguagem e, de outro, a
reabilitação do problema do outro e de Deus no interior da religião e da Metafísica na
contemporaneidade, trata-se de indagar sobre o modo como o pensamento de alguns de seus
propositores: Merleau-Ponty, Michel Henry, Franz Rosenzweig e Emmanuel Lévinas, permite
rearticular e reinscrever o Sentido na trama que se tece em torno do corpo, da alteridade e da
transcendência sem ceder as aporias verificadas no interior de nossas recentes culturas
somáticas. Com o intuito de situar e apropriar-se do Pensamento outramente Dito desses
autores a respeito das temáticas supramencionadas, o curso será ministrado em forma de
seminário, dando-se ênfase na leitura de textos seletos seguido do debate suscitado pela
maneira como cada um deles posiciona-se diante das questões do corpo, do outro, de Deus e
da ética.

BIOGRAFIA E BIBLIOGRAFIA

A. Maurice Merleau-Ponty (1908-1961)


Maurice Merleau-Ponty nasceu em Rochefort-sur-Mer a 14 de março de 1908 e morreu
em Paris a 3 de maio de 1961 vítima de embolia. Seu pai, soldado francês, morreu em
1913, sendo ele, juntamente com seu sua irmão e irmã, criado pela mãe.
Frequentou em Paris, os Liceus Janson-de-Sailly e Louis-le-Grand, em 1926, foi aluno da
Escola Normal Superior, formou-se em filosofia em 1930. Foi na ENS que conheceu
Sartre e Simone de Beauvoir. Lecionou no Liceu de Beauvais de 1931 a 1933, no Liceu
de Chartres de 1934 a 1935 e na Escola Normal Superior de 1935 a 1939.
Foi mobilizado para a 2ª Guerra Mundial entre 1939 e 1940. Serviu, durante um ano,
como oficial do exército francês, na II Guerra Mundial. Cristão, católico até 1930,
mostrou-se desgostoso com muitas das atitudes de membros da hierarquia da Igreja
francesa, embora nunca tenha rechaçado o cristianismo em suas teses fundamentais em
torno da encarnação.
Ensinou durante quatro anos no Liceu Carnot e participou da resistência contra a
ocupação nazista. Em 1945, depois de terminar o doutorado, foi nomeado diretor de
cursos e conferências da Universidade de Lyon, da qual se tornou professor titular em
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1948. Nessa época, fundou, com Jean-Paul Sartre, a revista Les Temps Modernes.
Entretanto, essa parceira cessou em 1952 por conflitos de ideias.
Na Sorbonne, de 1949 a 1952, ocupou as cadeiras de psicologia e pedagogia, sendo eleito
para o Colégio de França em 1952, onde lecionou até a data de sua morte, em 1961.
Uma das primeiras publicações de Merleau-Ponty foi a recensão sobre a obra Ser e Ter
de Gabriel Marcel no Jornal Católico La Vie Intellectuelle. Foi em contato com esse
pensador francês que Merleau-Ponty encontrou uma de suas ideias-base: a de que a nossa
subjetividade é essencialmente corporal ou encarnada. E também recebeu a noção de
filosofia como um saber ‘concreto’ em contraposição ao racionalismo/empirismo
modernos.
Henri Bergson publicava seus escritos quando Merleau-Ponty, ainda jovem, era tutor de
filosofia na Escola Normal, em 1930. Mais tarde Merleau-Ponty foi eleito para uma
cadeira no Collége de France. Produziu um discurso inaugural com comentários muito
favoráveis ao pensamento de Bergson, publicado posteriormente com o título de Eloge
de la Philosophie (Elogio da Filosofia), no qual defende a experiência imediata como
elemento central do conhecimento.
Merleau-Ponty tomou contato com a Fenomenologia husserliana através do seu Professor
da École Normale Supérieure, Georges Gurvitch que, em 1929 lecionava Filosofia Alemã
Contemporânea. O próprio Husserl lecionou nesse mesmo ano na universidade parisiense,
aquilo que mais tarde se publicou como Meditations Cartesienes. Apesar de fortemente
influenciado pela obra de Edmund Husserl, Merleau-Ponty reelabora a teoria do
conhecimento intencional em função de sua compreensão do corpo-ao-mundo e,
consequentemente, na proposição da primazia da percepção.
Durante os cursos ministrados pelo Prof. Gurvitch, Merleau-Ponty foi iniciado na
filosofia de Heidegger. Desse último reteve a noção da Existência. Em sua obra é
constante a utilização da expressão "ser-no-mundo", proveniente da expressão
heideggeriana. O modo como ambos interpretam o lugar da ontologia se parece, mas na
verdade, o pensamento de ambos se distancia no conteúdo mesmo do Ser, que para
Merleau-Ponty não se separa do corpo e da carnalidade.
Em 1945 foi nomeado professor de filosofia da Universidade de Lyon. E em 1949 foi
chamado para ensinar na Sorbonne, em Paris. Em 1952 conquistou a cadeira de filosofia
no Collège de France.
Merleau-Ponty selou sua ‘aproximação’ com Sartre em 1941, quando se juntou a um
pequeno grupo da resistência chamado Socialismo e Liberdade, a que Sartre já havia
pertencido. Mais tarde Sartre o considera um grupo de pequenos burgueses intelectuais,
entusiásticos, mas não coerentes nem dinâmicos. A partir daqui, Merleau-Ponty e Sartre
tornaram-se, filosófica e politicamente, mais próximos. As palavras-chave que os movia
eram: fenomenologia e existência. De 1945 a 1952 foi co-editor (com Jean-Paul Sartre)
do jornal Les Temps Modernes, considerado como a mais significativa colaboração entre
eles. O objetivo da revista era o de publicar artigos sobre Política, Filosofia e Literatura.
Faziam circular os questionamentos contra as injustiças provocadas pelo Nazismo com a
intenção de propagar a tentativa de criar uma sociedade mais humana.
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Como a União Soviética não tinha sido ocupada pelos nazis e se apresentava como uma
alternativa de regime político econômico, estes intelectuais aproximaram das ideias do
comunismo como inspiração para uma sociedade justa. Foi a partir daí que Merleau-Ponty
se aproximou das ideias do socialismo, embora tenha mantido certas reservas ao regime
devido aos campos de trabalho soviéticos. O artigo Humanisme et Terreur (Humanismo
e Terror) foi publicado em 1947 em Les Temps Modernes. Em função dessa proximidade
ideológica, em 1948, Merleau-Ponty e Sartre fundaram o Partido de Renovação
Democrática. Seu objetivo era o de criar condições para uma revolução socialista na
Europa e de configurar assim ‘terceira força’. No artigo de 1950, URSS et les champs,
Merleau-Ponty critica duramente o comunismo soviético. No entanto, isso não significava
uma aproximação do capitalismo e de seu desenvolvimento associado nos EE.UU.
A guerra da Coréia, em 1950, foi decisiva para fortalecer a crítica de Merleau-Ponty ao
comunismo expansionista dos soviéticos. Por sua vez, Sartre atribuía os motivos da guerra
ao capricho norte-americano ávido em estabelecer sua hegemonia na Ásia. Isso fez com
que Sartre se fizesse alinhado aos soviéticos. A partir disso a relação de Merleau-Ponty e
Sartre ficou estremecida. Em uma edição do jornal Les Temps Modernes, Merleau-Ponty
publicou uma crítica a um artigo de Sartre focado nas contradições do capitalismo. Inseriu
nessa edição um prefácio em que aponta para os limites da crítica, pelo fato de Sartre não
ter feito menção às contradições do socialismo. Quando Sartre tomou conhecimento da
crítica de Merleau-Ponty, impediu tal publicação. Por conta dessa rusga, a relação entre
eles foi praticamente cortada durante três anos seguidos.
Eles só se reconciliaram depois de 1956 embora a diferença entre ambos se mantivesse
pelo fato de Sartre nutrir grande simpatia pelo comunismo soviético, tal como expressara
em seu artigo: Les comunistes el la paix, em 1956. Merleau-Ponty respondeu com o seu
livro Les aventures de la dialetique, publicada em 1955. A crítica de Merleau-Ponty a
Sartre baseia-se no fato de esse ter ignorado a evolução histórica do conceito de dialética,
e de se ter fixado apenas no presente do comunismo. Havia subjacente à querela entre
ambos, a diferença entre objetivismo e subjetivismo. As críticas de Merleau-Ponty
referem-se também à questão da consciência e da história. Com isso ele apontava para o
que denominara de contradição de Sartre que ao negar a história acabava por se opor
precisamente a uma espécie de tese central do marxismo.
Sua produção foi fecunda e as estruturas de seu pensamento estão associadas às obras: A
estrutura do Comportamento (1942), Fenomenologia da Percepção (1945) e o Visível e
o Invisível (1960).
A estrutura do Comportamento (1938)
A obra La structure du comportement, sua dissertação de mestrado em 1938, apenas
publicada em 1942, revela, tal como diz na Introdução, a intenção de estudar as relações
da consciência com a natureza: orgânica, psicológica e social. A obra se apresenta como
uma crítica à metodologia e aos princípios da psicologia clássica e comportamental
(behaviorista). Mas nela podemos encontrar já algumas referências à fenomenologia que
mais tarde seria definitivamente concretizada. O método era marcado pela análise do
comportamento, e visava mostrar que esse não pode ser reduzido aos movimentos
puramente fisiológicos. Em função dessa crítica despontam as noções essenciais da
reflexão merleaupontyana, como forma, estrutura, intenção e sentido.
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Fenomenologia da Percepção (1945)


A obra Phenomenologie de la Perception, sua tese de doutoramento, publicada em 1945,
é considerada a sua principal obra, na qual crítica a psicologia clássica, a fisiologia
mecanicista e, principalmente, o cogito racionalista cartesiano. Propugna um avanço com
relação a intuição do pensamento de Husserl sobre o corpo como ponto zero da
subjetividade e avança na elaboração da teoria do corpo-próprio tendo já passado pela
leitura heideggeriana do ser-no-mundo. A categoria da percepção como outra maneira de
estar no mundo e de ver (sentir) o mundo como mundo habitado pelo corpo, permitiu a
Merleau-Ponty de afirmar a subjetividade como uma existência corporal. Por isso essa
investigação gira em torno da fenomenologia do corpo perceptivo e das consequências
dessa visão se comparada ao corpo-objeto das representações.
O visível e o invisível (1960)
Merleau-Ponty é considerado, ao lado de Sartre, a figura mais destacada do pensamento
filosófico francês após a 2ª Guerra Mundial. Seu pensamento tornou-se célebre por
associar-se a uma de suas manifestações intelectuais mais conhecidas produzidas da
França: o existencialismo. Nessa obra Merleau-Ponty procura persuadir o leitor de que os
conceitos fundamentais da filosofia – sujeito e objeto, fato e essência, ser e nada,
consciência e imagem, coisa e palavra – já são interpretação singular do mundo. Trata-se
de um dos mais notáveis e completos textos da indagação filosófica contemporânea. Nela,
Merleau-Ponty dedica-se ao tema da Natureza, que por sua vez fora introduzido desde os
meados da década de 1950, por ocasião de sua crítica à Filosofia do entendimento sob
impacto do pensamento científico moderno. Em função disso, o filósofo submeteu a
filosofia a uma revisão radical a respeito das categorias com as quais o ser natural fora
tradicionalmente tratado pelas ciências. A investigação do conceito de Natureza surge
como propedêutica para uma autêntica Ontologia da negatividade, assumindo uma
expressiva função para a superação dos pressupostos reflexivos da Fenomenologia.
Redescobrir a Natureza como solo, mantendo-a aquém da antinomia realismo/idealismo,
exigia dissolver a ideia que funda a própria antinomia: o ser como plenitude absoluta ou
infinita positividade, segundo a qual o ser, ou bem contempla tudo, ou então não é nada.
Esse trabalho, que marca o último período da vida intelectual do filósofo francês,
distingue-se pela reação à ideia de negatividade presente em seus próprios escritos
anteriores, mas também presente no pensamento francês de sua época, especialmente no
pensamento de Sartre. O caráter contraditório da oposição ser/nada será combatido pela
análise das categorias (não alternativas) de visível “e” invisível, que o filósofo explorará
sobretudo no âmbito da experiência pictórica.
Merleau-Ponty publicou também as coletâneas Sens et Non-Sens (1948) e Signes (1960).
Na segunda obra, Signes, Merleau-Ponty aproxima-se do Estruturalismo de Claude Levi-
Strauss, e que mais tarde o faz aproximar de Ferdinand de Sausurre (semiótica).
Sens et Non-sens
Na obra de arte ou na teoria bem como na coisa sensível, o sentido é inseparável do signo.
A expressão, portanto, não é jamais acabada. A mais alta razão avizinha-se da (des)razão.
Esta tensão essencial, assim formulada pelo autor, subjaz ao conjunto dos ensaios
reunidos nessa obra sob três grandes perspectivas: da arte, da filosofia e da política. Tanto
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o estudo consagrado à Cézanne como aquele que analisa o cinema do ponto de vista da
psicologia moderna, estão intimamente ligados. Isso não deixa de manifestar o teor de
uma investigação criativa que, diante do “enigma do mundo”, pergunta-se pelas novas
respostas para a interrogação humana. O exame do Existencialismo em La querele de
l´existentialisme, permite esclarecer as posições adotadas, desde o fim da Segunda
Guerra, com relação à Hegel e Marx, de modo a manter uma reflexão política crítica,
apesar da debilidade previsível do comunismo, sem recair nas seduções do “fim da
história”. É por isso que corajosamente o autor apresenta um balanço dos anos
durante a guerra e daqueles imediatos ao pós-guerra e que ainda hoje faz sentir os
ecos da conferência de Camus: A crise do homem. Para além do seu valor histórico,
que permite estabelecer uma espécie de estado dos lugares entre 1944-1948 na
França, essa coleção de textos confirma a amplidão, a riqueza de interesses e
problemáticas que caracterizam o pensamento de um autor que está ainda por ser
redescoberto por meio desses detalhes históricos que acompanham sua obra.
Obras póstumas
Merleau-Ponty morreu repentinamente de embolia pulmonar no dia 3 de Maio de 1961,
com apenas 53 anos, no esplendor de sua carreira. Em Les Temps Modernes, Sartre
escreveu um tributo a Merleau-Ponty denominado de Merleau-Ponty vivant.
Depois da sua morte, foram publicados alguns trabalhos inéditos encontrados no seu
espólio. Um deles é La prose du monde (2014), texto inacabado segundo o próprio autor.
Tal obra sugere conduzir o leitor para o mundo da percepção já abordado em
Phenomenologie de la Perception, embora focando-se na comunicação e no contato com
o outro. Debruça-se sobre a natureza da linguagem, da pintura e da atividade da expressão,
tomando-as como caminhos necessários para a verdade ao associá-las ao conceito de
sujeito encarnado. L’Origine de la Verité é outro texto dessa mesma época e se debruça
sobre os fundamentos filosóficos da verdade e da intersubjetividade.
Quanto à definição de filosofia, Merleau-Ponty considera-a uma reflexão humana radical
sobre a sua própria situação. Sua filosofia revela o ser humano como ser-ao-mundo; a
consciência (que é sempre de alguma coisa) somente é percebida pelo corpo enquanto
intencionalidade e movimento. Desse modo somos ativos e atores incorporados ao mundo
e incarnados no mundo. Em 1969, esses escritos póstumos receberam uma versão final
pelas mãos de Claude Léfort, convertendo-se em um dos principais títulos de sua obra.
O olho e o espírito (2014)
Trata-se da obra que reúne três ensaios que Merleau-Ponty dedicou às artes visuais: O
olho e o espírito, A linguagem indireta e as vozes do silêncio e A dúvida de Cézanne. A
indagação sobre a maneira como o nosso corpo sente, enxerga e se comunica com o
mundo exterior é central na obra do autor. Para ele, a percepção é a via de acesso para a
verdade. Esses textos se atém à relação estreita entre a percepção e a pintura bem como à
outras formas de expressão. No posfácio, o crítico de arte Alberto Tassinari relaciona a
metamorfose da percepção em expressão com conceitos presentes em obras de maior
fôlego de Merleau-Ponty e com as quais se operacionalizava à época em que redigiu os
ensaios. A edição traz também um caderno especial de imagens, com as obras de arte
mencionadas pelo filósofo em A linguagem indireta e as vozes do silêncio e A dúvida de
Cézanne.
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O primado da percepção e suas consequências filosóficas (2017)


Nesse escrito tem-se acesso ao Merleau-Ponty de dois momentos distintos de sua vida.
No primeiro, depara-se com o autor na idade entre 25-26 anos por ocasião da qual elabora
e realiza o seu projeto de pesquisa sobre a natureza da percepção. Em 1933-1934, o autor
atém-se às noções correntes de consciência e de sensação, interroga a fisiologia, a
patologia e a psicologia da percepção – concebe, de modo original, a clivagem entre a
consciência das coisas e uma consciência imanente. O jovem fenomenólogo revisita a
Gestaltpsychologie na delimitação de seu objeto e de seus métodos de análise; acompanha
a percepção do mundo da criança e toma distância perante as fórmulas representadas por
Piaget, mas não se dá por satisfeito com as consequências filosóficas que eram ainda
necessárias extrair das investigações científicas. No segundo, o encontramos com 38
anos, após a Segunda Guerra Mundial. Em 1946, perante a Société française de
philosophie, expõe O primado da percepção e suas consequências filosóficas. O
filósofo não vincula o sujeito ao determinismo de uma natureza exterior, mas o recoloca
no "berço do Sensível que ele o transforma sem abandoná-lo", assim como o sujeito
também não é submetido a nenhuma história em si: "a história são os outros, a relação de
intercâmbio que temos com eles, fora da qual nosso ideal assume a figura de um álibi".
Após instituir a percepção como modalidade original da consciência, de examinar a
relação orgânica entre sujeito percipiente e mundo percebido, Merleau-Ponty apresenta
os resultados de sua pesquisa, não sem enfatizar, a cada passo, aquilo que a experiência
da percepção nos ensina. A saber, de passar da certeza da ideia à certeza da percepção e
da constatação do entrelaçamento que ela proporciona em torno da unidade do tempo.
Nesse sentido, toda consciência é perceptiva, inclusive a consciência de nós mesmos. Não
haverá, portanto, nenhuma destruição do absoluto ou da racionalidade, senão do absoluto
e da racionalidade sem referência à percepção.
A natureza (2000)
Esta obra se compõe essencialmente de uma transcrição de cursos dados no Collège de
France (1957 – 1960), nos quais o autor procura matizar e aprofundar as teses expostas
em A estrutura do comportamento e na Fenomenologia da percepção para fundamentar
filosoficamente a questão da Natureza para além da visão empirista.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. MERLEAU-PONTY, M. A estrutura do comportamento. Tradução José de A.
Correa. Belo Horizonte: Interlivros, 1975.
2. ______. Ciências do homem e fenomenologia. Tradução de Selma T. Muchail. São
Paulo: Saraiva, 1973.
3. ______. Conversas – 1948. São Paulo : Martins Fontes, 2009.
4. ______. Fenomenologia da percepção. Tradução Carlos A. R. de Moura. 2. ed. São
Paulo: Martins Fontes, 1999.
5. ______. O visível e o invisível. 3. ed. Tradução José A. Gianotti e Armando M.
7

d’Oliveira. São Paulo: Perspectiva, 1992.


6. ______. Sens et non-sens. Paris : Ed. Nagel. 1966.
7. ______. Sinais. Lisboa : Minotauro, 1962.

Bibliografia Secundária

1. BARBOTIN, Edmond. Humaté de l’homme: etude de philosophie concrète. Paris:


Aubier, 1969.
2. BRUAIRE, Claude. A filosofia do corpo. Tradução de : Nenedito Eliseu Leite Cintra:
Hilton Ferreira Japiassú: Pedro Paulo de Sena Madureira. São Paulo: Herder, 1972.
3. CHIRPAZ, François. Le corps. Paris: Passes Universilaires de France, 1963.
4. HENRY, Michel. Filosofia e fenomenologia do corpo: ensaio sobre a ontologia
Biraniana. Tradução: Luiz Paulo Rouanet. São Paulo: É Realizações, 2012.
5. MARCEL, Gabriel. Filosofia concreta. Traducción del fracês por: Alberto Gil
Novales. Madrid: Revista de Occidente, 1959.
6. SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada: ensaio de ontologia fenomenológica. 18. ed.
Tradução e notas de Paulo Perdigão. Petrópolis: Vozes, 2009.
7. SAINT-AUBERT, Emmanuel. La nature ou le monde du silence. Paris : hermann
Editeus, 2008.
8. WAELHENS, De Alphonse. La philosophie et les expériences naturelles. La Haye:
Martins Nijhoff, 1961.

B. MICHEL HENRY (1922- 2002)

Para se ter acesso a um comentário completo e exaustivo sobre cada obra de Michel
Henry, recorrer ao texto de Florinda Martins em Presença portuguesa na redefinição da
Fenomenologia e da Filosofia, Hoje. In: MARTINS, Florinda; PEREIRA, Américo.
Michel Henry: O que pode um corpo? Lisboa: Universidade Católica Editora, pp.39-86.

Paul AUDI, Michel Henry. Une trajectoire philosophique, Paris, Les Belles Lettres,
2006.

Michel Henry nasceu em 1922 em Haiphong (Vietnan). Doutorou‐se na Universidade de


Lille (França) e atuou na Resistência durante a Segunda Guerra. Entre 1960 ‐1987 foi
professor titular da Cátedra de Filosofia da Universidade de Paul Valéry em Montpellier.
Professor convidado da École Normale Supérieure e da Sorbonne em Paris, da
Universidade Católica de Louvain, da Universidade de Washington (Seattle) e da
Universidade de Tokyo. Faleceu em 2002.
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Principais obras:
HENRY, Michel. L’Essence de la manifestacion (1964) [A essência da Manifestação]
_____. Philosophie et phénomenologie du corps, 1965, [Filosofia e fenomenologia do
corpo. Ensaio sobre a ontologia biraniana.2012]
_____. Généalogie de la psychanalyse. Le commencement perdu (1985)[Genealogia da
Psicanálise: o começo perdido, 2009]
_____. La barbarie:une critique phenomenologique de la culture (1987) [A
Barbárie,2012]
_____. Voir l’invisible: Kandinsky (1988) [Ver o invisível . Sobre Kandinsky,2012]
_____. Phénoménologie matérielle (1990) [Fenomenologia Material]
_____. Marx: I Une philosophie de la réalité; II Une philosophie de la économie (1991)
_____. C’est moi la Vérité (1996) [Eu sou a verdade, 2015]
_____ . Incarnation: une philosophie de la chair (2000)[Encarnação: uma filosofia da
carne, 2013]
_____. Phénoménologie de la vie, volume 1 : De la phénoménologie (2003)
_____. Phénoménologie de la vie, volume 2 : De la subjectivité,(2004)
_____. Phénoménologie de la vie, volume 3: De l'art et du politique (2004)
Phénoménologie de la vie, volume 4 : De l'éthique et la religion (2004)
_____. Paroles du Christ, 2002 [Palavras de Cristo, 2014]
Quatro romances: — Le jeune officier, (1954) [O jovem oficial] — L’amour les yeux
fermés, (1976) [O amor de olhos fechados, 2001]. Le fils du roi, [O filho do rei] (1981)
Le cadavre indiscret, [O cadáver indiscreto] (1996.) La vérité est un cri, [A verdade é um
grito] (1982).
Seus escritos originais foram doados pela família à Universidade Católica de Louvain,
onde funciona atualmente um Centro de Pesquisa e Documentação da sua obra, para
posteriormente ser reunida para uma publicação unificada.
No Brasil, além das traduções de algumas de suas obras, destaca-se a publicação de A
morte dos deuses, dois capítulos sobre Nietzsche de Généalogie de la psychanalyse
(1984). Em 2009: Publicação integral de Genealogia da Psicanálise, Curitiba: Editora da
UFPR, 2009.

Cronologia
1922
Michel Henry nasceu em Haiphong no Vietnã no dia 10 de janeiro de 1922. Órfão de pai
viveu com a mãe Suzanne Ratez e o irmão mais velho até 1929, na Indochina.
1929
Em 1929, Michel Henry se transfere para a França. Passa a morar com amigos em Anjou.
Depois, com seu avô Emile Ratez (diretor do conservatório) em Lille até 1937, e
finalmente, em Paris para onde se transferiu sua família.
Terminou os estudos secundários no renomado Liceu parisiense Henry IV. Viveu num
ambiente familiar impregnado pela arte e pela música. Sua mãe se destacava como uma
pianista renomada.
Durante o curso preparatório para o Mestrado foi profundamente influenciado por seu
professor Jean Hyppolite (1907 – 1968) a ponto de se sentir instigado pelo mestre a
dedicar-se aos estudos da filosofia. Mais tarde, Jean Hyppolite tornou-se diretor de sua
tese juntamente com Jean Wahl.
1943
Em abril de 1943, Michel Henry defende sua dissertação dedicada à Felicidade em
Spinoza obtendo o diploma de estudos superiores pela Universidade de Lille.
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Uma vez laureado, Michel Henry junta-se à resistência no mês de junho para escapar dos
trabalhos forçados impostos pelos alemães. Na clandestinidade retirou-se para as
montanhas do Haut-Jura deslocando-se, em seguida, para Lyon, cidade ocupada até o fim
do verão de 1944.
1945
Michel Henry é aprovado como professor adjunto de Filosofia em outubro de 1945. Em
seguida, passa a lecionar no Liceu de Casablanca no Marrocos durante um ano. Nessa
ocasião interessa-se pela questão do corpo. Dedica-se aos escritos de Maine de Biran de
modo que suas reflexões resultarão na publicação de sua obra: Filosofia e Fenomenologia
do Corpo em 1965.
1947
Graças a sua função de encarregado pela área de pesquisas do CNRS até fevereiro de
1947, Michel Henry pode desenvolver sua própria filosofia de modo que seus estudos
pessoais nessa instituição se estenderam até 1960.
1950
Após seu mandato no CNRS, Michel Henry foi ensinar filosofia durante um ano em
Argel, antes de retornar à cidade universitária de Paris como bolsista durante dois anos.
1953-1954
Foi professor substituto e assistente na Universidade de Aix-en-Provence. Ao final deste
período passa a morar na antiga residência de Filosofia francesa Maurice Blondel. Depois
retorna à Paris para continuar sua pesquisa filosófica.
1954
Michel Henry publica seu primeiro romance, O Jovem Oficial. Tratava-se de um conto
filosófico sobre o mal. Inspirou-se nas obras de Kafka e Kierkegaard. Três outros
romances virão coroar mais tarde sua experiência literária: L’amour les yeux fermés,
1976, Le fils du Roi, 1981 e Le cadavre indiscret, 1996.
1960
Apesar da possibilidade de poder vir a ser nomeado professor da Sorbonne, Michel Henry
preferiu ensinar na Universidade Paul-Valéry de Montpellier, em outubro de 1960.
Lecionará nessa universidade até sua aposentadoria em 1982. Depois disso intensificou
suas pesquisas filosóficas e sua produção intelectual.
1963
Em fevereiro de 1963, após uma dezena de anos de anos dedicados à escrita, Michel
Henry defende sua tese de doutorado em filosofia: Essência da manifestação. O júri da
banca foi composto por Jean Hyppolite, Jean Wahl, Paul Ricœur, Ferdinand Alquié e
Henri Gouhier.
1965
Michel Henry estudou o pensamento de Marx e sua influência sobre a fenomenologia da
vida. Durante esse período visitou vários países comunistas. Mais tarde, esta experiência
lhe confirmará nas análises a respeito do fracasso da ideologia comunista que, segundo
ele, se deve à indiferença à vida.
1976
Seu segundo romance, L’Amour les yeux fermés, recebe o prêmio Renaudot. No mesmo
ano, suas reflexões sobre Marx são publicadas após dez anos de pesquisa.
1983
Michel Henry, recém-aposentado, oferece durante um trimestre uma série de conferências
e alguns seminários no Centro de filosofia francesa de Osaka no Japão. Após os estudos
de Marx, dedica-se à pesquisa do pensamento de Nietzsche e Freud. Graças a isso anuncia
a publicação de sua obra: Généalogie de la psychanalyse, 1985.
1986-1996
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Ao longo desses anos, Michel Henry dedica-se intensamente à escrita dando origem então
a uma série de ensaios sobre a crise da civilização ocidental: A Barbárie, 1987; a filosofia
da arte: Ver o Invisível, 1988; a evolução político-econômica: Du communisme au
capitalisme,1990. E por último publica uma obra denominada como Phénoménologie
matérielle, 1991. Nesse período proferiu numerosas conferências na França e no
estrangeiro.
1996
Participou de um importante colóquio sobre seu próprio pensamento organizado por Jean
Greisch e Alain David, em Cerisy em setembro de 1996.
No mesmo ano, Michel Henry publicou seu primeiro opus de uma trilogia consagrada ao
cristianismo: C’est moi la vérité, 1996 [Eu sou a verdade], seguida de Incarnation, 2000,
e Paroles du Christ, 2002 [Palavras de Cristo].
2002
Michel Henry morre aos 80 anos de idade em Albi, no dia 3 de julho de 2003, logo depois
de terminar a correção das provas de sua última obra, Paroles du Christ, 2002.

C. FRANZ ROSENZWEIG (1886-1929)

Franz Rosenzweig é considerado um dos mais renomados filósofos-teólogos judeus do


século XX. Influenciou importantes pensadores contemporâneos como Walter
Benjamin, Emmanuel Lévinas. A respeito da novidade de seu pensamento, em certa
ocasião, Levinas disse se tratar do único “filosofo-judeu”, isto é, o único judeu que
realmente praticou uma filosofia genuinamente judaica ao se apropriar de suas grandes
fontes como a Kabala, o Talmude e o Hassidismo, diferentemente dos outros judeus que
foram apenas filósofos ao modo grego.

A obra A Estrela da Redenção é considerada a principal obra de Rosenzweig, embora não


tenha sido nem o primeiro nem o último de seus trabalhos. Aliás, sua publicação se
desdobrou em muitas direções. Primeiro, há de se evocar um livro monumental dedicado
à política hegeliana: Hegel e o estado. Em seguida, textos contemporâneos da Estrela da
Redenção dedicados à sua clarificação tais como os dois ensaios: O núcleo original de A
Estrela da Redenção e Novo Pensamento. Além disso, publicou outros estudos dedicados
ao pensamento de Hermann Cohen e Martim Buber, à política e à história, incluindo a
questão da Primeira Guerra Mundial e das relações internacionais. Também publicou
textos visando a cultura, o ensino do judaísmo, hebraico e suas traduções tais como: Os
Poemas de Jehuda Halevi e A tradução da Bíblia judaica para a língua alemã
compartilhada com Martin Buber. Acrescenta-se a isso suas publicações em Jornais (o
Tagebücher) além de uma volumosa correspondência, da qual parte significativa foi
trocada com Margrit Rosenstock-Huessy e mantida em segredo durante muitos anos e
apenas recentemente publicadas.

BUBER, Martin; ROSENZWEIG, Franz. Dialogue, tradition, traduction. Choix de lettres : 1919-
1929, Paris, Hermann, 2015.

ROSENZWEIG, Franz. Confluences : Politique, histoire, judaïsme, Paris, Vrin, 2003.

_____. L'Étoile de la Rédemption, traduite par A. Derczanski et J.-L. Schlegel, Paris, Seuil, 1982.
11

______. Foi et Savoir: Autour de L’Étoile de la Rédemption, Paris, Vrin, 2001.

______. Livret sur l'entendement sain et malsain, Paris, Cerf, 1988.

Obras sobre F. Rosenzweig

BENSUSSAN, Gérard. Dans la forme du monde. Sur Franz Rosenzweig, Paris, Hermann, 2009.

BIENENSTOCK Myriam, Cohen face à Rosenzweig. Débat sur la pensée allemande. Paris, Vrin,
2009.

______. Héritages de Franz Rosenzweig. « Nous et les autres ».. Paris, Éditions de l'Éclat, 2011.

BRITTO, Emilio. Heidegger et l’hymne du sacré, Peeters Leuven, 1999.

CHALIER, Catherine. Franz Rosenzweig », in Le Désir de conversion, Paris, Seuil, 2011.

______. Pensées de l'éternité. Spinoza, Rosenzweig, Paris, Cerf, 1993.

GORDON Peter Eli, Rosenzweig and Heidegger: Between Judaism and German Philosophy,
Berkeley: University of California Press, 2003

GOLDBLUM, Sonia. Dialogue amoureux et dialogue religieux. Rosenzweig au prisme de sa


correspondance, Paris, Hermann, 2014.

HANUS, Gilles. Quitter l'Université sans renoncer au savoir. Le Freies jüdisches Lehrhaus de Franz
Rosenzweig, éditions du Sandre, 2011.

HAYOUN Maurice-Ruben. Franz Rosenzweig, une introduction; 2016.

LÉVY Bernard-Henri , Pièces d’identité, Grasset, 2010.

______. Franz Rosenzweig ou le génie du judaïsme, L’Arche, mai 2015.

______. L'Esprit du judaïsme, Grasset, 2010.

MALKA, Salomon. Franz Rosenzweig : Le cantique de la révélation, Paris, Cerf, 2005.

MILNE Jean-Claude. Le Juif de savoir, Paris, Grasset, 2006 .

MOSÈS Stéphane. Franz Rosenzweig : Sous l’Étoile, Hermann, 2009

______. L’Ange de l'Histoire : Rosenzweig, Benjamin, Scholem, Paris, Seuil, 2006.

______. Système et Révélation : La Philosophie de Franz Rosenzweig, Bayard, 2003 [Verdier/poche,


2016].

NORDMANN Sophie. Philosophie et judaïsme : Cohen, Rosenzweig, Levinas, Paris, PUF, 2008.

______. Le peuple juif dans l'histoire ? H. Cohen et F. Rosenzweig, Pardès 2009 (no 45).
12

D. EMMANUEL LEVINAS (1905 - 1995)

Emmanuel Lévinas, judeu filósofo, nasceu na Lituânia, na cidade de Kaunas. Migrou para
a Ucrânia durante a revolução russa. Depois retornou para a Lituânia onde concluiu seus
estudos básicos. Suas experiências com o Judaísmo talmúdico remontam a sua infância
bem como sua iniciação na literatura russa através dos romances de Gogol, Putkhin,
Dostoievsky. Já no início de sua juventude, migrou-se para Estrasburgo, França, para
continuar os estudos. Teve contato com o Husserl e Heidegger nos Seminários anuais em
Davos. Nesse tempo, foi iniciado pelos próprios mestres na arte da filosofia da
Fenomenologia e da Ontologia. Depois do mestrado, em Estrasburgo, vai à Paris e faz
seu doutorado na Sorbonne, cujo tema gira em torno da Teoria da Intuição em Husserl.
Em seguida, publica sua obra que o consagrou: Totalidade e Infinito, 1961. Ao longo da
década de 1960-1970 Levinas retomou vivamente sua relação com o Judaísmo e a
tradição Talmúdica sobretudo depois da experiência do Holocausto durante a segunda
guerra mundial. Escreveu vários artigos sobre o Judaísmo e Lições Talmúdicas. No início
dos anos de 1970 lançou sua obra De outro modo que Ser, 1974. Ela significou uma
autêntica viragem linguística de seu pensamento. Sua produção filosófica dos anos 70 -
90, antes de sua morte em Paris, foi extremamente fecunda. Nesse período de três
décadas, dedicou-se aos escritos filosóficos pessoais entremeando diálogos com grandes
mestres da tradição filosófica greco-romana em torno da ética, da política, da literatura,
passando pelos autores da filosofia hebraica influenciado especialmente por Rosenzweig,
para desembocar na discussão e aprofundamento de seu pensamento ético-filosófico em
diálogos com pensadores atuais. Nesse contexto, a retomada de grandes nomes da
Literatura e da Filosofia contemporânea foi decisiva para consagrar seu pensamento ético
como uma das mais significativas produções filosóficas do século XX.

LEVINAS, Emmanuel. A l’heure des nations. Paris, Ed. du Minuit, 1988.


_____. Alteritè et transcendance. Montpellier, Fata Morgana, 1995.
_____. Autrement qu’être ou au-delà de l’essence. La Haye, M. Nijhoff, 1974. [Paris, Le
Livre de Poche, 1990.]
_____. De Dieu qui vient à l’idée. Paris, Vrin, 1982. [Paris, Le Livre de Poche, 1992.]
_____. De l’évasion [Recherches Philosophiques 5 (1935-1936) (Introduit et annoté par
Jacques Rolland)] 373-392. [Paris, Fata Morgana, 1982.]
_____. De l’existence à l’existant. Paris, Vrin, 1947. [Paris, Le Livre de Poche, 21990.]
_____. De l’obliteration. Entretien avec Françoise Armengaud à propos de l’oeuvre de
Sosno. Paris, La Différence, 1990.
_____. Dieu, la mort et le temps. Paris, Grasset & Fasquelle, 1993. [Paris, Le Livre de
Poche, 1995.]
_____. Difficile Liberté, Paris, Albin Michel, 1963. [Paris, Le Livre de Poche, 1990.]
_____. Du sacré au saint. Cinq nouvelles lectures talmudiques. Paris, Ed. du Minuit,
1977.
_____. En découvrant l’existence avec Husserl et Heidegger. Paris, Vrin, 1947 [31974].
13

_____. Entre Nous. Essais sur le penser-à-l’autre. Paris, Grasset, 1991. [Paris, Le Livre
de Poche, 1993.]
_____. Éthique et infini. Paris, Fayard, 1982. [Paris, Le Livre de Poche, 1984.]
_____. Hors sujet. Montpellier, Fata Morgana, 1987.
_____. Humanisme de l’autre homme. Montpellier, Fata Morgana, 1973. [Paris, Le Livre
de Poche, 1994.]
_____. L’au-delà du verset. Lectures et discours talmudiques. Paris, Ed. du Minuit, 1982.
_____. Le temps et l’Autre. In: Le choix, le monde, l’existence, Paris, Grenoble, 1947,
117-123. [Montpellier, Fata Morgana, 1976, 149-156.]
_____. Les imprévus de l’histoire. Montpellier, Fata Morgana, 1994.
_____. Liberté et Commandement. Montpellier, Fata Morgana, 1994.
_____. Noms propres. Montpellier, Fata Morgana, 1976. Paris, [Le Livre de Poche,
1987.]
_____. Nouvelles Lectures Talmudiques. Paris, Ed. de Minuit, 1996.
_____. Quatre lectures talmudiques. Paris, Ed. du Minuit, 1968.
_____. Sur Maurice Blanchot. Montpellier, Fata Morgana, 1975.
_____. Théorie de l’intuition dans la phénoménologie de Husserl. Paris, Alcan, 1930.
[Paris, Vrin, 1963.]
_____. Totalité et Infini. Essai sur l’exteriorité. Paris, Nijhoff, 1981. [Paris, Le Livre de
Poche, 1990.]
_____. Transcendance et inteligibilité. Genève, Labor et fides, 1984.

Artigos*

[São citados os artigos que não se encontram publicados nos livros de Levinas].

À propos de la mort du pape Pie XI, Paix et Droit, 19/3 (1939), 3.


Allocution d’ouverture sur “Les juifs dans une société désacralisée”. In: HALPÉRIN, J.,
LÉVITTE, G. L’autre dans la conscience juive. Le sacré et le couple. Donnés et débats. Paris,
PUF, 1973, 3-42.
Amour et révélation. In: Huot-Pleuroux (ed.). La charité aujourd’hui. Paris, SOS, 1981, 133-148.
Assimilation et culture nouvelle. Les Nouveaux Cahiers 60 (1980) 4-7.
Contemporary criticism of the idea of value and the prospects for humanism. In: MAZIARZ, E.
A. Value anda values in evolution. New York, Gordon and Beach, 1979, 179-188.
De la prière sans demande. Note sur une modalité du judaisme. Etudes Philosophiques 38/2
(1984)157-163.
Débats sur la conférence “Entre deux Mondes”. In: La Conscience Juive. Données et débats. Paris,
PUF, 1963, 137-149.
Débats sur la conference de André Néher. In: La conscience Juive. Données et débats. Paris, PUF,
1963, 45-46.
14

Débats sur la conférence La Civilisation Juive. Les Cahiers de l’Alliance Israélite Universelle
115 (1958) 3-12
Débats sur le langage théologique (Discussions des communications présentées au Colloque
Discussion “L’analyse du langage théologique”), Paris, Aubier-Montaigne, 1969, 53-70.
Discurso de abertura do ano acadêmico da L’ecole Normale Israélite Orientale. Les Cahiers de
l’Alliance Israélite Universelle 132 (1962) 19-20.
Discurso de abertura do ano acadêmico da L’ecole Normale Israélite Orientale. Les Cahiers de
l’Alliance Israélite Universelle 134 (1961) 9-10.
Discurso de abertura do ano acadêmico da L’ecole Normale Israélite Orientale. Les Cahiers de
l’Alliance Israelité Universelle 145 (1963) 16-20.
Discussion sur La Révélation dans la tradition juive. In: La Révélation. Bruxelas, Facultés
Universitaires Saint-Louis, 1977, 21-27.
Du langage religieux et de la ‘crainte de Dieu’. Sens Juifs et Chrétiens dans le monde
d’aujourd’hui 39 (1987) 131-140.
Enseignement juif et culture contemporaine [Entrevista concedida a J. Mosel]. L’Arche 65 (1962)
22-25.
Entretien avec Hans Joachim Lenger. In: La Differénce comme Non-indifférence. Paris, Kimé,
1995, 135.
Entretien avec J. C. Aeschliman. In: AESCHLIMANN, J. C. (ed. ). Répondre d’autrui. E.
Levinas. Boudry-Neuchâtel, La Baconnière, 1989, 14-15.
Entrevista concedida ao jornal Le Monde em 2 de novembro de 1980. In: DELACAMPAGNE,
Christian. Entretiens avec le Monde I. Philosophies. Paris, Ed. Découverte et Journal Le Monde,
1984, 140-143.
Eternité à domicile. Evidences 28 (1952) 35-36.
Éthique comme philosophie première. In HARROIS, G. (ed.). Justifications de l’éthique.
Bruxelas, Ed. de l’Université de Bruxelas, 1984.
Exégèse et transcendance. A propos d’un texte de Makoth 23 b. In NAHON, G., TOUATI, Ch.
Hommage à Georges Vajda. Etudes d’histoire et de pensée juives. Louvain, Peeters, 1980, 99-
104.
Infini. Encyclopaedia Universalis. Paris, 1968, 991, v. 8.
Intervenção a propósito da exposição de B. PARAIN, “Le langage et l’imanence à la séance du
22 février 1964 de la Société française de Philosophie”, Bulletin de la Societé française de
Philosophie 59/1 (1965) 25-26.
Israel, éthique et politique. Les Nouveaux Cahiers 18 (1982-1983) 1-8.
Judaisme et altruismo. In: De l’identité juive à la communauté. Paris, Section Française du
Congrès Juif Mondial, 1963, 11-15.
L’actualité de Maimonide. Paix et Droit 15 (1935) 6-7.
L’ancien et le nouveau. In: Doré, J. (ed.). L’ancien et le nouveau. Paris, Cerf , 1982, 23-37.
L’appel d’Auschwitz. Les Cahiers de l’Alliance Israélite Universelle 11 (1980).
L’inspiration religieuse de l’Alliance. Paix et Droit 15 (1935) 4.
L’interdit de la représentation et ‘droits de l’homme’. In Adélie et Rassial, J. J. L’interdit de
representation. Paris, Seuil, 1994, 107-112.
La diaspora est-elle une condition de la survie du Judaisme?. L’Arche 30 (1959) 30-33 Texto de
Arnold Toynbee, comentado por E. Levinas.
15

La lettre ouverte. Rencontres Chrétiens et Juifs 51 (1977), 118-120.


La Révélation dans la tradition juive. In: RICOEUR, Paul, et al. La Révélation. Bruxelas, Facultés
Universitaires Saint-Louis, 1977, 55-77.
La souffrance inutile. Giornale di Metafísica 1 [4] (jan.-avr., 1982) 13-26.
La Substitution. Revue Philosophique de Louvain 66 (1968) 487-508.
Le dit e le dire. Le Nouveau Commerce Cahier, 18-19 (1971) 19-41.
Le Nom de Dieu d’après quelques textes talmudiques. Discussion, Débats sur le langage
théologique. Paris, Aubier-Montaigne, 1969, 53-70.
Le Nom de Dieu d’après quelques textes talmudiques. L’analyse du langage théologique. Le nom
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Le permanent et l’humain chez Husserl. L’Age Nouveau 119 (1960) 51-56.
Le rôle de l’Ecole Normale Israélite Orientale. Les Cahiers de l’Alliance Israélite Universelle, 91
(1955) 32-38.
Le Surledemain des dialectiques. Hamoré 13 (1970) 38-40.
Martin Buber, prophète et philosophe (In memoriam). Informations catholiques internationals
243 (1965) 31-32.
Philosophie et positivité. In: Savoir, faire, espérer. Les limites de la raison. Bruxelas, Facultés
Universitaires Sain-Louis, 1976, 194-206.
Politique apres! Les temps modernes 398 (1979) 521-528.
Prefácio. In: M. MENDELSSOHN. Jérusalem ou pouvoir religieux et Judaisme. Paris, Les
Presses d’Aujourd’hui, 1982, 7-21.
Prefácio. In: S. T. MOSES. Sistème et révelation. La philosophie de Franz Rosenszweig. Paris,
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Quand les mots reviennent de l’exil. Les Cahiers de l’Alliance Israélite Universelle 32 (1949) 4.
Religion et idée de l’infini, Paris, Le Monde, 1982.
Rencontres. Les Cahiers de l’Alliance Israélite Universelle, 110 (1957) 13-14.
Resenha de Das Phänomen des Glaubens dargestellt im Hinblich auf das Problem seines
metafphysischen Gehalts, de H. Reiner. Revue Philosophique de la France et de l’Etranger,
CXXIV (1937) 258-260.
Resenha de Der Begriff des Irrationalen als philosophisches Problem, de H. E. Eisenhuth.
Recherches Philosophiques 1 (1931/32) 385-386.
Resenha de Jahrbuch für philophie und phänamenologische Forschung, editado por M.
Niemeyer. Revue Philosophique de la France et de l’Etranger, CXVIII/11-12 (1934) 414-420.
Resenha de Kierkegaard et la philosophie existentielle, de L. Chestov. Revue des Etudes Juives 2
(1937) 139-141.
Resenha de La présence totale, de L. Lavelle. Recherches Philosophiques IV (1934/1935) 392-
395.
Resenha de LACROIX, J. Kant et le Kantism. Revue de Métaphysique et de Morale 71 (1966)
483-484.
Simulacres, Cahiers de philosophie, 6 (Paris 1985), 9-11.
Spinoza. Philosophe Mediéval. Revue des Etudes Juives 1-2 (1937) 114-119.
Temps messianiques et temps historiques dans le Chapitre XI du “Traité Sanhédrin”. Paris, PUF,
1963, 268-285.
16

Totalité et Infini [Resumo]. Annales de l’Université de Paris 31 (1961) 385-386.


Transcendance et mal. Le Nouveau Commerce 41 (1978) 55-75.
Trois notes sur la positivité et la transcendance. In: Mélanges. André Néher. Paris, Adrien-
Maisonneuve, 1975, 26.
Un Dieu Homme? Exercices de la patience. Paris, 1980, 69-74.
Un nouvel esprit de coexistence. Les nouveaux Cahiers 54 (1978) 40-42.
Une Mission à Tioumliline. Les Cahiers de l’Alliance Israélite Universelle 119 (1958) 25-27.
“Un éveil qui signifie une responsabilité”. In: Gabriel Marcel et la pensée allemande. Niestzche,
Heidegger, Ernst Bloch. Presence de Gabriel Marcel. Cahier 1, Paris (1979) 92-95.
Visage et violence première (Phénoménologie de L’Éthique). In: Munster, A. Difference comme
non-indifférence. Éthique et Alterité chez E. Levinas. Paris, Kimé, 1995, 129.

CRONOGRAMA
19/03: Proposta do curso/ Status questiones
25/03: Status questiones
______________________________________________________________________
02/04: Merleau-Ponty
09/04: Merleau-Ponty
23/04: Merleau-Ponty
30/04: Merleau-Ponty
______________________________________________________________________
07/05: Michel Henry
14/05: Michel Henry
21/05: Franz Rosenzweig
28/05: Franz Rosenzweig
______________________________________________________________________
04/06: Franz Rosenzweig
11/06: Franz Rosenzweig
18/06: Emmanuel Levinas
25/06: Emmanuel Levinas

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