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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


COMARCA DE SÃO PAULO - FORO CENTRAL CÍVEL
28ª VARA CÍVEL
Praça João Mendes s/nº, 10º andar - sala 1031, Centro - CEP 01501-900
Fone: 2171-6203, São Paulo-SP - E-mail: sp28cv@tjsp.jus.br

SENTENÇA
Em 01/09/2014, faço estes autos conclusos ao MM. Juiz de Direito da 28ª Vara Cível , Dr.
Rogério Murillo Pereira Cimino. Eu, (Marco Antonio Cicon Hernandes M309758)
, Escr. digitei.
Processo nº: 1083555-35.2013.8.26.0100
Classe - Assunto Procedimento Ordinário - Indenização por Dano Moral
Requerente: Carmen Dora de Freitas Ferreira
Requerido: Banco do Brasil S/A

Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 1083555-35.2013.8.26.0100 e o código ABA4B0.
Vistos.

CARMEN DORA DE FREITAS FERREIRA ingressou


com ação de indenização por danos morais em face de BANCO DO BRASIL S/A,
aduzindo, em síntese, que teve seu acesso ao interior de agência do réu obstado, quando ali
comparecera para proceder à liberação de alvará judicial em crédito oriundo de demanda
trabalhista. Disse que retirou todos os objetos metálicos que trazia consigo, mas que,
mesmo assim, não logrou acessar o interior da agência, sendo atendido ali fora pela
gerente que trouxe toda a documentação necessária à realização da operação bancária.
Aduz que sofreu ação vexatória e pugna pela condenação do réu no pagamento de

Este documento foi assinado digitalmente por ROGERIO MURILLO PEREIRA CIMINO.
indenização por danos morais. Junta procuração e documentos.

Citado, o réu ofertou a contestação de fls.41/62, arguindo


preliminar de inépcia da inicial. No mérito confirmou a narrativa da autora quanto ao
travamento da porta giratória, sustentando que os funcionário responsáveis pelo setor de
segurança são pessoas treinadas para preservar a segurança da instituição, dos funcionários
e cliente. Aduziu, ainda, pela ausência de danos passíveis de reparação, pugnando pela
improcedência da demanda.

Houve réplica às fls.68/78.

É o relatório.

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Fundamento e DECIDO.

O feito comporta julgamento no estado, na forma do artigo


330, inciso I, do Código de Processo Civil.

Não vislumbro a ocorrência de inépcia da inicial, porquanto


encontram-se preenchidas todas as condições para o correto prosseguimento da demanda,

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nos termos do artigo 282 do Código de Processo Civil, notando-se in casu que a petição
inicial apresenta correta especificação do pedido.

No mérito, a demanda é procedente.

A questão controvertida reside no fato de se apurar se a


recusa no acesso do autor ao interior da agência do réu enseja abuso e, portanto, situação
vexatória passível de indenização por danos morais ou não, bem como se a conduta dos
prepostos da ré, agravaram ou não os efeitos advindos do impedimento de acesso.

Este documento foi assinado digitalmente por ROGERIO MURILLO PEREIRA CIMINO.
No caso em testilha, de fato o procedimento adotado pelo
Banco réu, consistente na manutenção da porta giratória que trava quando por ali passa
pessoa portando objetos metálicos, visa apenas cumprir com seu dever de segurança, não
apenas para a agência bancária, mas também em relação aos demais clientes.

Contudo, conforme relatado na inicial, a autora atendeu ao


procedimento solicitado pelos segurança, colocando seus objetos metálicos no local
apropriado para o acondicionamento, existente junto a referidas portas, mas a despeito
disso não foi liberado seu acesso ao interior da agência.

Nesse ponto, há de se ressaltar que a contestação apresentada


não trouxe em seu conteúdo qualquer impugnação ao fato alegado, consistente na
colocação dos objetos da autora no local apropriado, restando incontroversos os fatos

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alegados pela autora, por falta de impugnação específica, na forma do disposto no artigo
302 do Código de Processo Civil.

Nesse passo, caso a autora não tivesse atendido a solicitação


dos seguranças, não seria vedado, ao réu, impedir seu acesso, até mesmo para garantia dos
demais clientes do banco, vez que notória a ocorrência de roubos a agências. Contudo,
restou incontroverso nos autos que a autora atendeu a solicitação dos segurança,

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consistente em acondicionamento de seus objetos no local apropriado, sendo, assim,
ilegítima a recusa do réu em permitir seu acesso ao interior da agência.

Portanto, o fato de existir porta giratória com detector de


metais e travamento automático, por si só não é causador de danos passíveis de
indenização. O que autoriza a reparação dos danos pretendidos, é a comprovação de
eventual conduta culposa dos prepostos da requerida, que colocaram a autora em situação
vexatória, fato que restou incontroverso nos autos, por ausência de impugnação da ré,
sendo de rigor a procedência da demanda.

Este documento foi assinado digitalmente por ROGERIO MURILLO PEREIRA CIMINO.
Destarte, cumpre analisar o dano moral afirmado pela
Autora.

Reconhecendo-se o descaso na conduta do réu, tenho que o


dano moral restou configurado.

Fenômeno interno, o dano moral, em si mesmo, não precisa


nem pode ser provado. O que deve ser provado são fatos, condutas ou omissões que
ocasionem sofrimento e dor ao prejudicado. A avaliação sobre quais fatos que causam
dano moral deve ser feita pelo juiz, segundo a jurisprudência e as regras da experiência. E
no caso em tela restou caracterizada a situação de transtorno, de incômodo, de imputação
de má-fama à ré, por desídia do réu.

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Ainda, ressalto que há muito venho entendendo em lides


semelhantes, como, aliás, a tranqüila jurisprudência pertinente à matéria ora litigada, que o
dano moral independe de prejuízo financeiro concretamente ocorrido para que seja
indenizado, pois o que se pretende com a determinação indenizatória, é compensar-se o
constrangimento.

Para a fixação dos danos morais, além do dano, também se

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deve levar em conta a situação econômica das partes, a fim de não dar causa ao
enriquecimento ilícito, mas, gerar um efeito preventivo, com o condão de evitar que novas
situações desse tipo ocorram, e também considerando o porte financeiro daquele que
indenizará, não se podendo fixar o valor de indenização em quantia irrisória, sob pena de
não vir a surtir o efeito repressivo que se pretende, qual seja, fazer com que o réu perceba,
eficazmente, as conseqüências de seu ato ilícito. Neste aspecto, levando em conta os
elementos contidos nos autos, entendo que se mostra considerável a fixação do quantum a
título de danos morais em R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a presente ação,

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condenando o réu ao pagamento de indenização por danos morais no montante de
R$15.000,00 (quinze mil reais), que deverá ser atualizado monetariamente a partir desta
data, acrescidos de juros legais a partir da citação, extinguindo o feito nos termos do
artigo 269, inciso I, do Código de Processo Civil.

Em razão da sucumbência, arcará o réu com o pagamento


das custas, despesas processuais e honorários advocatícios, que fixo em 10% sobre o valor
total da condenação.
P.R.I.
São Paulo, data supra.

Rogério Murillo Pereira Cimino


Juiz de Direito

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