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22/04/2019

RESPONSABILIDADE
CIVIL E AVARIAS

RESPONSABILIDADE CIVIL AVARIAS

AS AG

ACIDENTES E FATOS DA TRIBUNAL ASSISTÊNCIA E


NAVEGAÇÃO MARÍTIMO SALVAMENTO

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• COLISÃO TRASEIRA
RESPONSABILIDADE CIVIL
ÔNUS DA PROVA
(VEÍCULOS A e B)

DE QUEM É A CULPA?

COMO FICAM OS
PREJUÍZO$$$?

AVARIAS + RESPONSABILIDADE CIVIL


Abalroamento entre navio porta-
contâiner no canal de Suez.

Colombo Express (HAPAG) e Maersk


Tanjong

RIPEAM (Regulamento Internacional


Para Evitar Abalroamento no Mar / 1972

RESPONSABILIDADE CIVIL

Aquele por ação ou omissão ocasionar


prejuízo a outrem, tem o dever de
indenizar o prejudicado.

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AVARIAS COM A
CARGA/EQUIPAMENTO IMPRESSÃO

AVARIA CARGA de ALHO

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ALHO

MOLHADURA EM CTN

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CONTÊINER FURADO

CONTÊINER FURADO

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AVARIAS NO TRANSPORTE MARÍTIMO


• COMPROU • CHEGOU

AVARIA – MAERSK LONDRINA

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Caso lingote de Alumínio

Unitização China

Caso lingote de Alumínio

Término da Unitização -
China

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Transporte marítimo

• Transbordo

TFA – divergência de lacre


Registrou DI – canal verde
Saída – Divergência de peso

Caso lingote de Alumínio


Chegada na empresa Lacre original e lacre trocado

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Caso lingote de Alumínio

Desunitização

Caso lingote de Alumínio


• Falhas
AC
DA
TC Resp. Civil
RFB
TP
ARMADOR ??
SEGURADORA ??

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Documentos

• TFA (Termo de Faltas e • RIC (Recibo de


Avarias) Intercâmbio de Contêiner

• Documento em que são registradas • Documento emitido pelo


as faltas e/ou avarias de terminal de container de
mercadorias constatadas no entrega/saída do contêiner do
transcurso de operação portuária,
na carga e descarga
terminal

Carta PROTESTO – ÔNUS


DA PROVA
REVOGADO
Art. 756. Salvo prova em contrário, o recebimento de
bagagem ou mercadoria, sem protesto do destinatário,
constituirá presunção de que foram entregues em bom
estado e em conformidade com o documento de transporte.
§1º Em caso de avaria, o destinatário deverá protestar junto
ao transportador dentro em três (3) dias do recebimento da
bagagem, e em cinco (5) da data do recebimento da
mercadoria.

EM VIGÊNCIA
Art. 754. As mercadorias devem ser
entregues ao destinatário, ou a quem
apresentar o conhecimento
endossado, devendo aquele que as
receber conferi-las e apresentar as
reclamações que tiver, sob pena de
decadência dos direitos.
Parágrafo único. No caso de perda
parcial ou de avaria não perceptível à
primeira vista, o destinatário conserva
a sua ação contra o transportador,
desde que denuncie o dano em dez
dias a contar da entrega.

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Carta Protesto

• Ata vistoria conjunta • Ata vistoria conjunta

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RESPONSABILIDADE CIVIL NO DIREITO


MARÍTIMO
• A noção de responsabilidade civil, de uma
forma bem simplificada, encontra-se ligada ao
dever de indenizar os prejuízos causados a
terceiros em virtude de condutas dos
participantes do comércio marítimo.
• O problema da responsabilidade é inerente à vida
em sociedade e está relacionada a toda atividade
humana. O instituto da “RC” está ligado a um
princípio básico de direito e também de convivência
em sociedade: o dever de reparar o dano causado

RESPONSABILIDADE CIVIL
• Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária,
negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a
outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. (CC)
• Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar
dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem. (Responsabilidade
objetiva)

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RESPONSABILIDADE CIVIL

TIPOS DE RESPONSABILIDADE CIVIL


• SUBJETIVA • IMPRUDÊNCIA
• NEGLIGÊNCIA
• IMPERÍCIA
• DOLOSA

• OBJETIVA LEGAL – (ESTADO)


CONTRATUAL

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AVARIAS E RESPONSABILIDADE CIVIL


• AVARIAS EM GERAL: • AVARIAS NO DM
Despesas extraordinárias, ou danos
Danos ou despesas acontecidos ao navio ou a carga.
(prejuízos) acontecidos ao
veículo transportador ou a Do embarque ao desembarque
carga durante a operação
logística. Gestão Náutica e Gestão Comercial

Avaria Simples ou Particular Avaria Grossa ou


Responsabilidade Civil?!?! Comum

Responsabilidade civil?!?!

AVARIA - Conceito
• Origem etimológica confusa:
– Hebraico habar ou do árabe awar, que significam rotura,
vício ou dano;
– Latim aversio, denotando meio de escapar do perigo;
– Italiano avere (propriedade), utilizado no Código de Pisa
(1160);
– Francês avarie (perda).
• Art. 761 do Código Comercial Brasileiro
– Todas as despesas extraordinárias feitas a bem do navio ou
da carga, conjunta ou separadamente, e todos os danos
acontecidos àquele ou a esta, desde o embarque e partida
até a sua volta e desembarque, são reputadas avarias.

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Classificações
• Quanto ao objeto ou natureza da avaria
– Avaria-dano: todos os danos que afetam a carga ou o navio;
• “O damno ou deteriora ou aniquila o objecto, na sua qualidade ou na sua
espécie; em qualquer destes casos ha perda parcial ou total.”
(COSTA, 1935, p. 10)

• O desgaste causado pelo uso normal da embarcação é um resultado


inevitável do transporte marítimo, incluso na determinação do frete, e não
um dano.
– Avaria-despesa: despesa realizada excepcionalmente, de caráter
extraordinário, mas necessária, objetivando assegurar que a expedição
marítima seja completada ou que a carga alcance seu destino.
• O que caracteriza uma avaria é a causa e não a natureza da despesa.

• Quanto à causa da avaria


– Avaria Simples ou Particular
– Avaria Comum ou Grossa

Avaria Simples
• Conceito
– Todo dano ou despesa extraordinária realizado
voluntariamente ou não, interessando somente ao
navio ou à carga, bem como todo ato que não puder
ser classificado como de avaria grossa.
• Conseqüência
– Cada um arca com os prejuízos (danos ou despesas
extraordinárias) a que foi exposta a sua propriedade.

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• Geralmente é oriunda de:


– Fortuna do mar
• “todas as ocorrências que são peculiares à viagem marítima e que
não podem ser previstas e controladas pelo armador ou sua
equipagem, como prováveis e necessários incidentes da navegação.”
Por exemplo: Borrasca (MOURA, 1991, p. 215.)

– Vício próprio
• Uma condição própria, inerente à coisa, destinada a deteriorar ou
destruir o objeto.
– Fatos da tripulação
• Um ato praticado por alguma pessoa a bordo que venha a danificar a
carga ou o navio ou, ainda, venha a acarretar despesas
extraordinárias, desde que não seja classificado como ato de avaria
grossa.
– Fatos do carregador
• Sempre que o carregador, dono da mercadoria ou seu representante
der causa à avaria pelo motivo que lhe possa ser imputado.

• Grupos previstos no Código Comercial, art. 766

– o dano acontecido às fazendas por borrasca, presa, naufrágio ou encalhe


fortuito, durante a viagem, e as despesas feitas para as salvar;
– a perda de cabos, amarras, âncoras, velas e mastros, causada por
borrasca ou por outro incidente do mar;
– as despesas de reclamação, sendo o navio e fazendas reclamados
separadamente;
– o conserto particular de vasilhas, e as despesas feitas para conservar os
efeitos avariados;
– o aumento de frete e despesas de carga e descarga; quando declarado o
navio inavegável, as fazendas são levadas ao lugar do destino por um ou
mais navios (artigo 614).

• Todos esses grupos são demonstrativos (exemplos), tendo em


vista a parte final do art. 766, que assim dispõe:
– “Em geral, as despesas feitas e o dano sofrido só pelo navio, ou só pela
carga, durante o tempo dos riscos.”

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AVARIA GROSSA

CAUSA PRIMÁRIA
DECISÃO MOTIVADA
COMANDANTE
Perigo real e imediato
(extraordinário) SALVAGUARDAR INTERESSE
Ex.: COMUM

RYA
PROCESSO DE REGULAÇÃO

Preparatória – ratificação, vistoria, caução


C. Av. G.
C. Com.
Fases Regulação – Nomeado reg., MA e MP,
MA
Contrib. 100
Liquidação – pgto. Sacrifícios, despesas, juros, MP
abatimentos

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Avaria Grossa
• Instituto único no Direito Marítimo
• Conceito
– Segundo a Regra A das Regras de York-Antuérpia:
• “Um ato se caracteriza como de avaria grossa quando, e somente
quando, implicar em um sacrifício, ou despesas, extraordinário,
intencional e razoavelmente feito para a segurança comum e no
sentido de preservar do perigo os bens envolvidos na mesma
expedição marítima.”
– Segundo o art. 764 do Código Comercial:
• “em geral, os danos causados deliberadamente em caso de perigo ou
desastre imprevisto, se sofridos como conseqüência imediata desses
eventos, bem como as despesas feitas em iguais circunstâncias,
depois de deliberações motivadas (art. 509), em bem e salvamento
comum do navio e mercadorias, desde a sua carga e partida até o seu
retorno e descarga.”

• Origem

– A origem da avaria grossa se perde no tempo.


Todavia, pode-se citar o Digesto de Justiniano
(529 – 565 d.C.) que sobre o assunto utiliza-se
das Leis de Rodes (900 a.C).
• Justificativa
– A avaria grossa “tem sido justificada em termos
gerais nos fundamentos do costume mercantil,
equidade, conveniência, utilidade e justiça natural.”
(ROSE, 2005, p. 6)
– “Baseia-se a avaria commum naquelle alto principio
da equidade que não tolera se locuplete alguem com
a jactura alheia.” (SIMAS, 1938, p. 240)

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• Conseqüência

– Segundo o art. 763 do Código Comercial e a Regra XVII das Regras de


York-Antuérpia, o prejuízo trazido pela avaria grossa será suportado,
proporcionalmente, entre todos os interessados na expedição marítimo,
a saber: o navio, seu frete e a carga.
– Os valores a serem contribuídos serão apurados no procedimento de
regulação de avarias.
– Por isso se pode afirmar que o efeito principal da avaria grossa é criar,
simultaneamente, um direito e uma obrigação.
• Elementos
– Sacrifício Voluntário: deve ser voluntária e razoavelmente feita;
• “La avería común es esencial y necesariamente um sacrificio que resulta de
un acto voluntario.” (RIPERT, 1954, p. 349)

– Perigo Real e “Iminente”: o perigo deve ser real e não imaginário. Uma
vez demonstrada a realidade do perigo, a iminência pode ser descartada;
• “a razoável e autêntica crença do mestre de que existe um perigo iminente
não ensejará qualquer reclamação por avaria comum a menos que o perigo
realmente exista.” (ROSE, 2005, p. 23)

• “não há necessidade que o perigo seja imediato ou que o desastre seja


iminente e o direito reconhece a necessidade de tomar precauções visando
evitar o desastre em bom tempo.” (ROSE, 2005, p. 22)

– Segurança Comum: deve ser realizado em benefício comum de todos os


envolvidos na expedição marítima;
• Segurança Comum (common safety) v. Benefício Comum (common benefit)
– O common safety é a teoria inglesa de que os prejuízos aceitos como avaria
grossa são limitados ao término do risco comum, ou seja, à chegada da
embarcação no porto de refúgio.
– Já, sob o manto do common benefit, inserido nas Ordenações de Colbiert de
1681, os prejuízos aceitos como avaria grossa se estendem até o momento em
que a expedição pudesse ser retomada com segurança.
– Resultado Útil (Controvertido): Duas grandes correntes discutem a
necessidade de resultado útil ou não.
– “No hay que exigir em la avería común que el acto del capitán haya tenido um
resultado útil; basta que haya sido realizado em el interés común, cualquiera sea
el resultado.” (RIPERT, 1954, p. 356)
– “A aventura marítima tem que terminar bem, isto é, o ato de avaria grossa visa o
salvamento do interesse envolvido na aventura marítima comum de maneira que
chegue ao destino, quer por inteiro, quer a parte salva.” (MIRANDA FILHO, 1995, p. 67)
– “[...] para a qualificação como avaria grossa, um ato deve ser feito com a intenção
de beneficiar a aventura comum. Mas o mero fato de um ato ser feito com o
requisito da intenção não permite a cobrança de uma contribuição de avaria
grossa. É necessário, também, como regra geral, que a propriedade sobre a qual
se pleiteia contribuição seja preservado do ameaçador perigo e trazido com
segurança ao local onde a aventura pretende terminar (“o final da viagem”). Não
é, entretanto, necessário que a preservação da propriedade contribuinte seja
consequência do ato de avaria grossa.” (ROSE, 2005, p. 45)

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• As hipóteses de avaria grossa, segundo o Código Comercial, estão dispostas


no art. 764, que assim se apresenta:

– Art. 764 - São avarias grossas:

1 - Tudo o que se dá ao inimigo, corsário ou pirata por composição ou a título de resgate


do navio e fazendas, conjunta ou separadamente
2 - As coisas alijadas para salvação comum.
3 - Os cabos, mastros, velas e outros quaisquer aparelhos deliberadamente cortados, ou
partidos por força de vela para salvação do navio e carga.
4 - As âncoras, amarras e quaisquer outras coisas abandonadas para salvamento ou
benefício comum.
5 - Os danos causados pelo alijamento às fazendas restantes a bordo.
6 - Os danos feitos deliberantemente ao navio para facilitar a evacuação d'água e os danos
acontecidos por esta ocasião à carga.
7 - O tratamento, curativo, sustento e indenizações da gente da tripulação ferida ou
mutilada defendendo o navio.
8 - A indenização ou resgate da gente da tripulação mandada ao mar ou à terra em serviço
do navio e da carga, e nessa ocasião aprisionada ou retida.
9 - As soldadas e sustento da tripulação durante arribada forçada.
10 - Os direitos de pilotagem, e outros de entrada e saída num porto de arribada forçada.
11 - Os aluguéis de armazéns em que se depositem, em, porto de arribada forçada, as
fazendas que não puderem continuar a bordo durante o conserto do navio.
12 - As despesas da reclamação do navio e carga feitas conjuntamente pelo capitão numa
só instância, e o sustento e soldadas da gente da tripulação durante a mesma reclamação,
uma vez que o navio e carga sejam relaxados e restituídos.

• Das Regras de York e Antuérpia (RYA)

– Além da legislação de cada país, as partes podem


eleger as Regras de York e Antuérpia para regular os
casos de avaria grossa.
– As Regras de York e Antuérpia não possuem
qualquer força vinculante. Não se trata de uma
convenção internacional, mas sim de “padrões
contratuais privados que as partes concordam em
observar”. (GILBERTONI, 2005, p. 213)

– Oriundas das Resoluções de Glasgow de 1860 e das


Regras de York de 1864, as Regras de York e
Antuérpia nasceram em 1877 com 12 regras
referentes à avaria grossa.
– Durante o decorrer da história, sofreu 7 alterações:
1890, 1924, 1950, 1974, 1990, 1994 e 2004.

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APLICAÇÃO DA RYA
• B/L CSAV
• 12. AVARIA GROSSA.
Para a sua aplicação, as (1) A avaria grossa será ajustada, declarada e
Regras de York e Antuérpia estabelecida de acordo com as Regras de York-
devem estar previstas no Antuérpia de 1994 ou qualquer modificação posterior
conhecimento de embarque das mesmas, em qualquer porto ou local conforme
ou na carta partida, selecionado pelo Transportador e a respeito dos
assuntos não previstos por essas Regras, de acordo
indicando-se qual o ano que com as leis e os costumes no porto de Nova York. Não
se deseja utilizar. obstante qualquer disposição em contrário neste
“As parte que concordam em Conhecimento de Embarque, o custo de manuseio a
bordo, reabastecimento, recarregamento,
aplicar as Regras não estão descarregamento de Produtos ou contêineres,
automaticamente obrigadas combustível ou reservas, seja no porto ou em um local
pela última edição; mais de de carregamento, chamada ou refúgio, será admitido
uma edição das Regras como Avaria Grossa quando o manuseio ou o
podem ser “correntes”. Além descarregamento for necessário para a segurança
comum ou para permitir que a Embarcação seja
do mais, as Regras aplicadas reparada e/ou consertada, caso os reparos ou
pelas partes podem ser reabastecimento sejam necessários para a prossecução
emendadas por elas.” (ROSE, segura da viagem.
2005, p. 12)

• Aplicação das RYA X CCom

– Art. 762 do Código Comercial


• “Não havendo entre as partes convenção especial exarada
na carta-partida ou no conhecimento, as avarias hão de
qualificar-se, e regular-se pelas disposições deste Código.”

– Exceção à regra brasileira que não aceita a autonomia da


vontade.

– Apenas nos casos em que as partes não estipularem as


regras a serem obedecidas em caso de avaria grossa, o
Código Comercial será utilizado.

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• Composição atual das RYA

– Uma Regra de Interpretação:


• “Na regulação de avaria grossa aplicar-se-ão as Regras a seguir,
excluindo-se qualquer Lei e Prática incompatível com elas.”
• “Exceto como estipulado pela Regra Preponderante e pelas Regras
numeradas, a avaria grossa será regulada de conformidade com o
prescrito nas Regras letradas.”
– Uma Regra Preponderante
• “Em nenhum caso haverá qualquer crédito por sacrifício ou despesa,
a menos que razoavelmente feito ou incorrido.”
– Sete Regras Letradas
• “De caráter geral e incluem os princípios básicos que determinam se
um ato concreto é ou não um ato de avaria grossa, definem os
fundamentos da avaria, a sua natureza, e disciplinam certas
circunstâncias como a questão da culpa e as despesas em
substituição.”
(GILBERTONI, 2005, p. 214)

– Vinte e duas ou vinte e três Regras Numeradas


• Rol explicativo de avarias grossas, indicando, expressamente, suas
exclusões. Regras específicas.

• Diferenciação entre RYA e Código Comercial


– Sistema da indiferença da causa primária (Regra D das RYA)
• Mesmo que o evento que deu origem ao ato de avaria grossa seja
proveniente da culpa de um dos interessados, o recurso à
contribuição não será afetado.

– Sistema da unidade da avaria (art. 765 do Código Comercial)


• Rechaça a possibilidade de enquadramento como avaria grossa toda
despesa provocada por falta ou negligência do capitão ou da gente
de tripulação, bem como aquela proveniente de vício interno do
navio. Tais despesas ficarão a cargo do comandante ou do navio.

– Cláusula New Jason – cláusula de avaria negligente.


• Criada pelos armadores norte americanos como uma forma de
proteção à legislação que impede que o armador receba a
contribuição por avaria grossa sempre que o ato de avaria grossa
tenha origem de uma falta, erro ou negligência do armador ou de
seus empregados.

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• Regulação de avaria grossa

– “Regulação ou regulamentação de avarias é o processo que serve para


classificar as avarias para determinar o montante delas e para fixar a
contribuição dos interessados.” (GILBERTONI, 2005, p. 217)

– “A grande finalidade da regulação é a de repor ao [sic] proprietário dos


bens sacrificados na mesma situação em que se encontram os
proprietários da carga salva.” (GILBERTONI, 2005, p. 217)

– A regulação divide-se em 3 etapas


• Etapa preparatória: Ratificação do protesto marítimo (lavrado após o término
da faina e constatação das avarias); vistoria do navio e da carga, neste
momento são estabelecidos o valor do navio e da carga que entrarão nos
cálculos da regulação; e o inquérito da Capitania dos Portos. Deve ser
requerida caução, depósito em dinheiro ou fiança dos donos da carga para
assegurar o pagamento.
• Regulação propriamente dita: O regulador é nomeado pelas partes
(extrajudicialmente) ou pelo juiz (judicialmente). Quando a regulação for
extrajudicial, o resultado deve ser homologado judicialmente. Nesta fase as
despesas e danos serão classificadas e o valor de contribuição apurado.
• Liquidação: A liquidação é a operação de creditar a cada um o que tem a
receber como sacrifício ou despesa segundo a classificação, como juros,
como depósitos feitos e saldos que houver na venda de salvados; e debitar a
sua quota de contribuição.

Massa ativa (MA): Conjunto de prejuízos, danos materiais e despesas feitas como
avarias grossas.

Massa passiva (MP): Total dos valores do navio, do frete e da carga.

– Por avaria grossa só as perdas, danos e despesas que forem conseqüência direta
do ato de avaria grossa (Regra C).
– O valor de avaria deve ser calculado no porto de destino final. Se o navio não
puder chegar ao porto final sem o reparo, o valor será o do reparo no porto de
arribada. Se puder ser feito em outro lugar por preço mais barato, essa escolha
deve ser feita.
– O valor do navio, como contribuinte, é calculado por perícia levando em conta a
idade do navio, estado de conservação e os preços de venda no mercado
internacional. O valor do frete é o frete líquido. O valor da carga é o da fatura
comercial, seguro e frete (salvo se o frete estiver a risco de outrem),
descontando-se toda a falta ou avaria sofrida e adicionando-se o valor admitido
como avaria grossa pelo seu sacrifício.
• Observação:
– Os valores das propriedades, sejam elas salvas ou sacrificadas por um ato de avaria grossa
são avaliadas conforme o que são ou seriam no porto de destino.
– J.

– A regulação deve ser feita no porto de destino. Entretanto, caso a viagem seja
interrompida por alguma circunstância superveniente, que justifique o seu
término num porto intermediário, a regulação se dará em tal local.
VC = (massa ativa/massa passiva) x 100

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Reflexos da Avaria Grossa


• CCom. - Art. 527 - O capitão não pode reter a bordo os efeitos da carga a título de
segurança do frete; mas tem direito de exigir dos donos ou consignatários, no ato
da entrega da carga, que depositem ou afiancem a importância do frete, avarias
grossas e despesas a seu cargo; e na falta de pronto pagamento, depósito, ou
fiança, poderá requerer embargo pelos fretes, avarias e despesas sobre as
mercadorias da carga, enquanto estas se acharem em poder dos donos ou
consignatários.
• CCom. Art. 785 - Recusando-se os consignatários a prestar a fiança exigida, pode o
capitão requerer o depósito judicial dos efeitos obrigados à contribuição, até ser
pago, ficando o preço da venda sub-rogado, para se efetuar por ele o pagamento
da avaria grossa, logo que o rateio tiver lugar.” ((i) average bond e (ii) average
guarantee ou depósito em dinheiro)

• Decreto-Lei nº 116, de 25 de janeiro de 1967


“Art. 7º. Ao armador é facultado o direito de determinar a retenção da mercadoria nos
armazéns, até ver liquidado o frete devido ou o pagamento da contribuição por
avaria grossa declarada.”

Bibliografia
• ANJOS, J. Haroldo dos; GOMES, Carlos Rubens Caminha. Curso de direito marítimo. Rio de
Janeiro: Renovar, 1992.
• COSTA, José da Silva. Direito commercial maritimo, fluvial e aéreo, tomo II. 3.ed. Rio de Janeiro:
Freitas Bastos, 1935.
• GILBERTONI, Carla Adriana Comitre. Teoria e prática do direito marítimo. 2. ed. Rio de Janeiro:
Renovar, 2005.
• GONÇALVES, J. Stoll. Teoria e prática da avaria comum: as Regras de York e Antuérpia e o Código
Brasileiro comentados. Rio de Janeiro, 1956.
• LACERDA, J. C. Sampaio de. Curso de direito privado da navegação, volume 1: direito marítimo. 3.
ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1984.
• MARTINS, Eliane Maria Octaviano. Curso de direito marítimo, volume II. Barueri: Manole, 2008.
• MIRANDA FILHO, Ferdinand Verardy. O que você deve saber sobre avaria grossa. Rio de Janeiro:
FEMAR, 1995.
• OLIVEIRA, Marcos de. Introdução à dinâmica do fogo. Aula ministrada na disciplina de Ciências
do Fogo no Curso Superior de Tecnologia em Gestão em Emergência – UNIVALI.
• RIPERT, Georges. Compendio de derecho maritimo. Buenos Aires: TEA, 1954.
• ROSE, F. D. General average: law and practice. 2. ed. Londres: LLP, 2005.
• SIMAS, Hugo. Compendio de direito marítimo brasileiro. São Paulo: Saraiva, 1938.
• TETLEY, William. International maritime and admiralty law. Québec: Yvon Blais, 2002.
• VITRAL, Waldir. Manual de direito marítimo. São Paulo: José Bushatsky, 1977.

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