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STEDILE, João Pedro. Introdução. In: ____ (org.).

A questão agrária no Brasil: O debate na esquerda –


1960-1980. São Paulo: Expressão popular, 2005.

Introdução

1500 a 1850

 Dominação (por cooptação ou repressão) dos povos aqui existentes pelos portugueses que vieram
financiados pelo capital comercial
 Tudo era transformado em mercadoria e enviado à metrópole européia, que buscava acumulação
capital
 Busca do ouro
 Ferro, prata e outros minérios
 Aproveitaram a fertilidade das terras para produzir produtos agrícolas tropicais que a sociedade
européia precisava
 Modelo agroexportador
 Modelo de produção agrícola: plantation (grandes fazendas de área contínua + monocultura +
exportação + mão-de-obra escrava)
 Propriedade da terra: monopólio da propriedade de todo o território pela Coroa (ou seja, a
propriedade da terra ainda não era capitalista)
 A Coroa, para implementar modelo agroexportador e estimular investimentos dos capitalistas,
optou pela “concessão de uso” com direito à herança
 Critérios para seleção dos eleitos para “concessão”: disponibilidade de capital e compromisso de
produzir na colônia mercadorias para exportar para a Europa
 Não podiam vender ou comprar terras, estas ainda não eram mercadoria

1850 a 1930

 Em 1850, a cora sofria pressões inglesas para substituir a mão-de-obra escrava pelo trabalho
assalariado. Para impedir que, com a futura abolição, os escravos se apossassem das terras, a coro
promulga (em 1850) a primeira lei de terras do país
 Lei nº601, de 1850: implanta no Brasil a propriedade privada de terras. Pagando determinado valor,
a concessão de uso poderia tornar-se propriedade privada, isso impedia que escravos, quando
libertos, pudessem se transformar em camponeses, pois não teriam recursos para comprar terras e
continuariam à mercê dos fazendeiros como assalariados

1888: Lei Áurea. Ex-escravos (quase 2 milhões) saem das fazendas, vão para as cidades vender
“livremente” sua força de trabalho. Esses trabalhadores negros se instalaram nos piores terrenos (os
melhores já eram propriedade privada dos capitalistas), formando as primeiras favelas.

Plantation chega ao fim

1914-1918 Primeira Guerra Mundial

 Para substituir a mão-de-obra escrava, a elite realizou propaganda na Europa (em especial Itália,
Alemanha, Espanha)para atrair camponeses pobres excluídos pelo avanço do capitalismo industrial
no final do século XIX na Europa. Promessa de “eldorado”, terra fértil e barata...
1875-1914

 Entre 1875 e 1914 vieram mais de 1,6 milhão de camponeses pobres da Europa
 Imigrantes foram para o Sul e Sudeste (colonato)
 A imigração de camponeses europeus é interrompida na I Guerra Mundial (1914-1918)
 Nesse período de crise, nasceu no campo brasileiro o campesinato
 Primeira vertente do campesinato: quase 2 milhões de imigrantes europeus
 Segunda vertente: populações mestiças que foram se formando ao longo dos 400 anos de
colonização. Essa população, em geral, não se submetia ao trabalho escravo e também não era
capitalista, eram trabalhadores pobres, nascidos aqui. Passaram a migrar para o interior do país,
dedicando-se às atividades agrícolas de subsistência. Não possuíam propriedade de terra, mas a
ocupavam. (Surgimento do camponês brasileiro e suas comuniaddes.) Os “sertanejos” ocuparam
todo o território do Nordeste e os Estados de MG e GO.

1930 a 1964

 Crise do modelo agroexportador → crise política e institucional no país


 Queda da monarquia, estabelecimento da República, golpe militar realizado pelo Exército da
monarquia, sem nenhuma participação popular. Protesto dos tenentes. Coluna Prestes. 1930:
golpe, “revolução” política por cima.
 Burguesia industrial toma o poder da oligarquia rural exportadora e impõe novo modelo econômico
para o país (modelo de industrialização dependente).
 Subordinação econômica e política da agricultura à indústria. As oligarquias rurais continuam donas
das terras, latifundiárias e produzindo para exportação, mas não mais detêm o poder político. As
elites políticas (a burguesia industrial, agora no poder) fazem aliança com a oligarquia rural, tomou
seu poder, mas a mantém como classe social
 Surgem indústrias produtoras de insumos para a agricultura (ferramentas, máquinas, adubos
químicos, veneno, etc) e agroindústria (indústria de beneficiamento de produtos agrícolas).
 Surge burguesia agrária, exploração agrícola moderna e voltada para o mercado interno.
 Os camponeses fornecem mão-de-obra barata para a nascente indústria na cidade. Êxodo rural.
Filhos dos camponeses se iludem com novos empregos e salários na indústria
 O êxodo pressionava para baixo o salário médio na indústria
 Camponeses produziam a preços baixos alimentos para a cidade, em especial para a classe operária
 Camponeses foram induzidos a produzir matérias-primas agrícolas para o setor industrial
 Década de 1960: agricultura modernizada, capitalista e setor camponês completamente
subordinado aos interesses do capital industrial.

1960 1964: eclode também a primeira crise cíclica desse modelo de industrialização dependente.

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