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Introdução à Gestão da Produção Unidade I Unidade I

Introdução à Gestão da Produção

Capítulo I – Gestão da Produção e Operação

Conceitos Principais
A gestão de operações ocupa-se da atividade de gerenciamento estratégico dos recursos escassos (humanos, tecnológicos,
informacionais e outros), de sua interação e dos processos que produzem e entregam bens e serviços, visando atender
a necessidade e /ou desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes. Além disso, deve também compatibilizar este
objetivo com as necessidades de eficiência no uso de recursos que os objetivos estratégicos da organização requerem.

Toda organização quer visa ao lucro ou não, tem dentro de si as funções de operações, pois gera algum “pacote de valor”
para seus clientes, que inclui algum composto de produtos e serviços, mesmo que, dentro da organização, a função de
operações não tenha esse nome. Os “clientes” podem ser clientes internos – outros setores da empresa por exemplo – ou
clientes externos – usuários, externos à organização, dos bens e serviços produzidos, por exemplo.

Conceitos e Estrutura
SLACK, et al. (2002) definem Gestão da Produção com a nomenclatura “Administração da produção” conforme
verificaremos em suas definições a seguir.

Definições importantes.

A função de produção ou simplesmente função produção em uma organização representa a reunião de recursos destinados
à produção de seus bens e serviços.

Os gerentes de produção são funcionários da organização que exercem a responsabilidade particular de administrar algum
ou todos os recursos envolvidos pela função produção.

Exemplos de áreas de atuação dos gerentes de produção.


Pós-Graduação a Distância

Empresa de distribuição: gerente de tráfego


Hospital: gerente administrativo
Supermercado: gerente de loja

A Administração da Produção (ou de operações) é o termo usado para atividades, decisões e responsabilidades dos
gerentes de produção.

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PRODUÇÃO NA ORGANIZAÇÃO

Funções centrais de uma organização:

• Função Produção (inclui compras e distribuição)

• Função de Marketing (inclui vendas)

• Função desenvolvimento de produto/serviço

Funções de apoio:

• Função contábil-financeira

• Função de recursos humanos

MODELO DE TRANSFORMAÇÃO

Modelo de transformação

Inputs para o processo de transformação

• Recursos transformados: são aqueles tratados, transformados ou convertidos de alguma forma. São
compostos de materiais, informações e consumidores.

• Recursos de transformação: são aqueles que agem sobre os recursos transformados. São compostos de
instalações (prédios, equipamentos, terreno e tecnologia do processo de produção) e de funcionários (os que
operam, mantêm, planejam e administram a produção).
Gestão da Produção e PCP

PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO

Processamento de materiais

• Transformam propriedades físicas: operações de manufatura.


• Mudam localização: operações de transporte.
• Mudam a posse: operações de varejo.
• Estocam ou acomodam: armazém.

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Processamento de informações

• Transformar suas propriedades informativas: contadores.


• Mudam a posse da informação: empresa de pesquisa de mercado.
• Estocam ou acomodam informações: arquivos ou bibliotecas.
• Mudam localização das informações: empresas de telecomunicações.

Processamento de consumidores

• Mudam propriedades físicas: cabeleireiro, cirurgiões plásticos.


• Estocam (acomodam): hotéis, linhas aéreas, sistema de transporte rápido.
• Transformam localização: empresas de ônibus.
• Transformação do estado fisiológico dos consumidores: hospitais.
• Transformação do estado psicológico: serviços de entretenimento.

Diferentes tipos de processos de transformação


Propriedades Propriedades Posse Localização Estocagem/ Estado Estado
físicas informativas acomodação fisiológico psicológico
Processa- Todas as Operações de Serviços postais, Armazéns
mento de operações de varejo distribuição
materiais manufatura, de cargas,
mineração e operações
extração portuárias
Processa- Matriz Analistas Empresas de Bibliotecas,
mento de de banco, financeiros, telecomunicações arquivos
informações contadores, empresas
arquitetos de pesquisa
de mercado,
universidades,
consultores,
serviços de
notícias
Processa- Cabeleireiros, Transporte Hotéis Hospitais, Educação,
mento de cirurgiões público, táxis outras psicanalistas,
consumidores plásticos assistências teatros,
de saúde parques
temáticos

Outputs do processo de transformação:

As saídas de uma operação podem ser de bens físicos e/ou de serviços e eles são diferentes em algumas
características.

• Tangibilidade
Pós-Graduação a Distância

• Estocabilidade

• Transportabilidade

• Simultaneidade

• Contato com o consumidor

• Qualidade
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Algumas operações produzem apenas bens e outras apenas serviços. A maioria produz um composto dos dois.

Fabricante de bens puros


Produção de petróleo
Fundição de alumínio
Fabricante de máquinas-ferramentas especiais
Restaurantes
Serviços de sistemas de informática
Consultoria gerencial
Clínica psicoterápica Fabricantes de serviços puros

Hierarquia do sistema de produção


A maioria das áreas de produção é constituída de várias unidades ou departamentos que, por sua vez, funcionam como
versões reduzidas da operação global de que fazem parte.

Macrooperações: preocupa-se com a forma de todas as partes da organização serem vistas como operações que
requerem administração de produção.

Microoperações: diz respeito à ligação das microoperações para formar os relacionamentos dos consumidores e
fornecedores internos.

Relacionamento entre consumidores e fornecedores internos


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Macrooperação – Ex.: Rede de Televisão

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Todas as macrooperações são formadas de muitas microoperações.

Microoperação

Todas as macro e microoperações são consumidores e fornecedores.

Todas as partes da organização são operações.

Distinção entre dois significados de “produção”.

• Produção como função, significando a parte da organização que produz os bens e serviços para os
consumidores externos da organização.

• Produção como atividade, significando qualquer transformação de recursos de input para produzir bens e
serviços, seja para clientes internos ou externos.

Proteção da Produção
Uma forma de os gerentes de produção tentarem minimizar problemas do ambiente organizacional é proteger a produção
do ambiente externo.

• Proteção Física: manter estoque de recursos, sejam estes inputs para o processo de transformação ou
outputs.

• Proteção organizacional: alocar as responsabilidades das várias funções da organização, de modo que a
função produção seja protegida do ambiente externo por elas.

Ex.: Outras funções protegendo o núcleo de produção:

Marketing – consumidores.
Contabilidade e finanças – fundos.
Recursos humanos – funcionários.
Pós-Graduação a Distância

Compras – fornecedores.
Desenvolvimento de produtos/serviços – ideias de produto/serviços.
Engenharia/ Assistência técnica – tecnologia do processo.
Desvantagens de se proteger a produção.

• Quando a função protetora reage, a produção já se moveu para o problema seguinte.

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• A produção nunca é exigida para assumir responsabilidades.


• Frequentemente a proteção física envolve a manutenção de grandes estoques.
• A proteção física nas operações de processamento dos consumidores significa espera por serviços.
• A produção nunca desenvolve entendimento sobre o ambiente.

TIPOS DE OPERAÇÕES DE PRODUÇÃO

Medidas importantes para distinguir diferentes operações.

• Dimensão volume: Volume de output: hambúrgueres McDonald´s.


• Dimensão variedade: Variedade de output: empresa de táxi.
• Dimensão variação: Variação da demanda do output: Hotel resort em alta temporada.
• Dimensão visibilidade: Grau de contato com o consumidor envolvido na produção do output: cadeia de lojas do
tipo boutique (alternativamente decidir não possuir loja e vender com catálogos).
Operações mistas (de alto e de baixo contato).

Ex.: Atividades de um aeroporto (linha de frente e retaguarda).

ATIVIDADES DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO

Responsabilidade indireta por algumas atividades.

• Informar as outras funções sobre oportunidades e restrições da produção.


• Discutir com outras funções sobre como interagir planos para benefício mútuo.
• Encorajar outras funções a dar sugestões para melhoria dos serviços da produção.

Responsabilidade direta por outras atividades.

• Entender os objetivos estratégicos da produção.


• Desenvolver uma estratégia de produção para a organização.
• Desenhar produtos, serviços e processos de produção.
• Planejar e controlar a produção.
• Melhorar o desempenho da produção.

Evolução Histórica da Gestão da Produção


Gestão da Produção e PCP

São difíceis de se rastrear as origens mais importantes da gestão de operações. Operações, a rigor, sempre tiveram de
ser gerenciadas, pois sempre houve organizações gerando e entregando pacotes de valor a clientes, tenha isso acontecido
de forma explícita ou não.

Segundo Wilson (1995), as grandes obras realizadas em tempos passados da humanidade tem maior probabilidade de
ter sido os primeiros tipos de processo produtivo a requerer técnicas gerenciais para suas operações. Grandes projetos
foram desenvolvidos na Antiguidade, como a, Grande Muralha da China, as Pirâmides do Egito, as Estradas do Império
Romano a construção das Grandes Catedrais. Certamente, uma construção dessa sofisticação requereu grande esforço

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de coordenação, já há muitos séculos.

A natureza religiosa e política dos projetos (com recursos humanos ilimitados), a falta de sistemas de contabilidade
formais (recursos financeiros ilimitados) e uma não premência de tempo (tempo ilimitado), parecem ter sido importantes
fatores de alívio para pressões por eficiência ou eficácia na gestão.

Ao longo do tempo, a transformação de projetos, quanto a sua natureza, de religiosa e política para empresarial, fez
com que eventualmente a natureza, de religiosa e política passassem para empresarial, fazendo com que eventualmente
a preocupação com o tempo e os recursos mais escassos criasse as condições para o surgimento da gestão dos
projetos.

Já no século XVII, nos Estados Unidos, outro aspecto importante na evolução da gestão de operações foi o papel que
tiveram as ferrovias. Para construção e operação, eram consumidas enormes quantidades de vários tipos de produtos,
entre eles o aço.

No século XX , não foi então por acaso que a indústria da produção de aço acabou sendo uma grande contribuição para
a gestão fabril mais sistematizada. Era lá que trabalhava um analista chamado Frederick Taylor (1856-1915).

Coube a Taylor, por volta de 1901, o pioneirismo no desenvolvimento de técnicas efetivas, visando sistematizar o
estudo e a análise de trabalho (o que viria a ser a gênese da área de “estudo de tempos e métodos” que influenciou
tremendamente a área de gestão de operações no início do século XX). Nesse período da História, as fábricas dedicadas
a grandes volumes de produção estavam se estabelecendo como unidades produtivas que demandassem soluções que
as tornassem mais eficientes e gerenciáveis, e é nesse ambiente que o trabalho de Taylor floresce.

Foi Taylor quem propôs o uso do que chamava de scientific management (administração científica).Foi também Taylor
( e seus associados) quem tirou os conceitos do campo de meras ideias e de fato implementou seus princípios em um
sem-números de fábricas.

A Produção como um Sistema


Nas palavras de Russel Ackoff, pioneiro na teoria dos sistemas: “ Um sistema é um todo que não pode ser separado sem
que ocorra a perda de suas características essenciais e, por isso, deve ser estudado como um todo. Agora, em vez de
explicarmos um todo em termos de suas partes, as partes começaram a ser estudadas em termos do todo.” Os conceitos
da teoria dos sistemas são úteis para entendermos a produção como um sistema.

Um sistema de produção recebe insumos na forma de materiais, pessoal, capital, serviços públicos e informação. Esses
insumos são modificados num subsistema de transformação, para os produtos ou serviços desejados, denominados
produtos. Uma parcela do produto é monitorada no subsistema de controle para determinar se ele é aceitável em
termos de quantidade, custo e qualidade. Se o produto for aceitável, nenhuma mudança será necessária no sistema,
caso contrário, será necessária uma ação corretiva por parte da administração. O subsistema de controle assegura o
desempenho do sistema ao fornecedor feedback aos gerentes para que possam tomar ações corretivas

A figura a seguir ilustra o modelo de sistema de produção. Os insumos são classificados em três categorias gerais –
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insumos externos, insumos de mercado e recurso primários. Os insumos externos geralmente tem caráter de
informação e tendem a fornecer aos gerentes de operações dados sobre as condições externas ao sistema de produção.
Entradas legais ou políticas podem estabelecer restrições dentro das quais o sistema deve operar. Entradas sociais e
econômicas permitem que o gerente de operações tomem conhecimento das tendências que podem afetar o sistema de
produção. Entradas tecnológicas podem vir, entre outros, de jornais comerciais, boletins do governo, informativos de
associações comerciais e fornecedores. Essas informações fornecem aos gerentes novidades sobre importantes avanços
em tecnologia que afetariam a maquinaria, ferramentas ou processos.

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Processo de produção como sistema.

Os produtos diretos dos sistemas de produção comumente são de duas formas: tangíveis e intangíveis. Um conjunto
enorme de bens tangíveis, ou produtos, é produzido a cada dia – automóveis, secador de cabelo, palitos de dente,
calculadoras, roupas, tratores, bolos, máquinas de escrever e sabão. Similarmente, os serviços produtos intangíveis
dos sistemas de produção parecem inauxauríveis: educação, coleta de lixo, cortes de cabelo, transportes e outros.

Muitas vezes negligenciamos os produtos indiretos dos sistemas de produção. Impostos, lixo é poluição, avanços
tecnológicos, remunerações e salários e outros. Essa visão amplia a abordagem da administração da produção.

Diversidade dos Sistemas de Produção. Todas as organizações tem pelo menos um sistema de produção. Existe uma
ampla variedade desses sistemas, alguns deles serão mostrados a seguir.
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Alguns Sistemas de Produção Típicos


Sistema de Subsistemas de
Insumos Primários Saídas (Produtos)
Produção transformação
Fábrica de Grãos, água, carnes, pessoal, Transforma matéria-prima em Produtos para animais
alimentos para ferramentas, máquinas, sacos bens (físicos) acabados. de estimação
animais de de papel, latas, prédios,
estimação serviços públicos.
Fábrica de Peças compradas, matéria- Transforma matéria-prima de Fabricação de
automóveis prima, suprimentos , pinturas, automóveis acabados através automóveis
ferramentas, equipamentos, de operações (físicas) de
pessoal, prédios, serviços fabricação e montagem.
públicos.
Colégio ou Estudantes, livros, Transmite informações e Pessoas intruídas
universidade suprimentos, pessoal, prédios, desenvolve habilidade e
serviços públicos. conhecimentos.
Departamento de Suprimentos, pessoal, Detecta crimes, leva Níveis de violência
polícia equipamentos, automóveis criminosos à justiça, mantém aceitáveis e
mobiliários de escritório, a ordem comunidades
prédios, serviços públicos. pacíficas.
Fonte: (Gaither e Frazier, 1999).

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Capítulo 7 – Fundamentos de Logística

A otimização das atividades cujo resultado seria o incremento do nível de serviço já não oferece mais espaços para
esforços independentes. De fato, a necessidade de otimização do sistema industrial como um todo extrapolou as fronteiras
das empresas, como veremos em adiante.

Há séculos, as atividades relacionadas com o fluxo de materiais e pessoal do e para o teatro de operações militares são
centralizadas. De fato, independentemente da necessidade de otimizar os serviços, essa centralização decorre naturalmente
do controle do tráfego nas regiões militarmente controladas.

Os ganhos em eficiência decorrentes da centralização não foram objeto de considerações detalhadas até que, após
a Segunda Grande Guerra, as atenções da indústria foram despertadas para a estrutura da organização logística das
forças armadas.

Praticamente esgotados os recursos para melhoria dos processos produtivos, as atividades logísticas são a área mais
promissora na redução de custos e, consequentemente, no incremento da competitividade.

Nenhuma empresa ou atividade econômica pode operar sem executar atividades logísticas.

A Logística Empresarial tem como objetivo prover o cliente com os níveis de serviço desejados, a custo mínimo.

A meta para o nível de serviço logístico é providenciar bens ou serviços corretos, no local certo, no tempo exato e na
condição desejada ao menor custo possível.

O Produto
Toda a atividade econômica gira em torno dos bens e serviços produzidos.

Não basta que um produto seja de qualidade


excelente e ótimo preço se não está disponível ao
comprador quando de sua necessidade.

A oferta de uma empresa no mercado é a satisfação do cliente. A oportunidade de sua aquisição é quase intangível.
Entretanto, outras características dos produtos, absolutamente quantificáveis, como peso, volume e forma necessitam
Gestão da Produção e PCP

ser consideradas porque podem implicar maiores ou menores custos logísticos.

Segundo Ballou (1993), se um produto é adquirido por consumidores finais, pode ser classificado como bem de conveniência,
de comparação ou de uso especial.

Os bens de conveniência são aqueles que não merecem atenção especial do comprador quanto à marca ou mesmo alguma
flutuação no custo. O mercado é disputado de duas formas: diferenciando o produto para que ele se coloque na categoria
de bem de uso especial e/ou investindo pesadamente em distribuição para se beneficiar da oportunidade na compra.

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Os bens de comparação são aqueles que merecem do comprador alguma pesquisa antecedendo o ato de compra.
Classicamente, vestuário, mobiliário e veículos. Como o comprador se dispõe a deslocar-se para a compra, há muito
menos pontos de venda para esses produtos que para os bens de conveniência.

Os bens de uso especial são aqueles aos quais os compradores devotam algum tipo de fidelidade em razão da qualidade
e/ou do custo. Este tipo de produto necessita de mínimo investimento relativo em logística, dado que o consumidor se
encarrega de encontrá-lo. Ao atingir a posição no mercado de bem especial, um produto deve ser tratado de forma a
conservar as características que o distinguiram.

Se um produto é adquirido por instituições ou organizações que o utilizam para a produção, a relação do mercado
com o vendedor é bastante diferente, podendo ser matérias-primas ou componentes, bens de capital ou materiais de
escritório.

Visto da empresa que o fabrica, um produto tem vida própria e, tal como os seres vivos, nasce, cresce, atinge a maturidade
e o declínio.

Também do mesmo modo, merecerá mais cuidados ao ser lançado e ao crescer, acompanhamento na maturidade e
avaliação quanto à permanência em atividade na maturidade.

Uma relação entre a receita e os produtos e/ou clientes é atribuída ao italiano Vilfredo Pareto. Considera-se que 20% dos
produtos respondem por 80% da receita das empresas e que 20% dos clientes geram 80% das vendas.

As empresas classificam um produto como classe “A” quando ele pertence ao grupo de 20% dos produtos que geram
mais receita e como classe “B” aqueles dentro dos 50% responsáveis por maior arrecadação, não pertencentes à classe
“A” .

Pós-Graduação a Distância

Os demais produtos, que são a maioria, pertencem à classe “C” .

Essa relação de Pareto pode sofrer alterações significativas ditadas por características especiais de empresas e
produtos.

A classificação dos produtos deve determinar o capital e o esforço logístico em seu trabalho.

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Deve-se considerar que o que é manuseado é a embalagem e não o produto. Características físicas dos produtos como
peso, volume e custo influenciarão significativamente nos seus custos logísticos.

Em alguns casos, uma ideia brilhante pode colocar um produto em grande vantagem competitiva por maximizar um
parâmetro logístico. Um exemplo desse tipo de ocorrência é a embalagem das batatas Pringles, que coloca o produto em
uma categoria de peso/volume completamente diferente da de seus competidores.

Há pontos de descontinuidade nos preços, causados por oportunidades, como completamento de cargas rodoviárias e
ferroviárias. Alguma criatividade nas embalagens pode gerar grandes economias.

Serviço ao Consumidor
Não há valor para o produto até que ele seja colocado nas mãos do consumidor ou comprador no tempo e no local em
que é necessário

Em resumo, serviço ao consumidor é a adição ao produto das qualidades de tempo e local que o fazem útil ao
comprador.

Sugere-se que o serviço ao consumidor seja considerado sob três aspectos.

• Serviço pré-transação

• Serviço de transação

• Serviço pós-transação

Os serviços de pré-transação compreendem o seguinte.

• Política escrita de apoio ao consumidor.

• Facilidade de acesso ao Sistema de apoio ao consumidor.

• Estrutura do serviço de apoio.

• Flexibilidade do Sistema.

Os serviços de transação compreendem o seguinte.

• Ciclo do pedido (tempo decorrido entre a emissão do pedido pelo consumidor e a entrega, compreendendo a
confiabilidade e a variação).

• Disponibilidade em estoque (que proporção do pedido pode ser fornecida imediatamente).

• Atendimento do pedido (proporção de pedidos com todos os itens entregues dentro de limites pré-fixados).
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• Informações sobre o estado dos pedidos.

Os serviços de pós-transação compreendem o seguinte.

• Disponibilidade de sobressalentes.

• Tempo para atendimento de solicitações de garantia e custo do primeiro atendimento.

• Rastreabilidade (capacidade de identificar a localização dos produtos adquiridos).

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• Atendimento ao consumidor (presteza na consideração das reclamações. O serviço atende às expectativas dos
consumidores?). Este requisito pressupõe atendentes com empowerment que, segundo Pall (2000), significa ter
autoridade e responsabilidade para executar seu trabalho.

Cabe aos profissionais de produção, logística e marketing adequar a empresa para atender aos requisitos do melhor
modo possível com custo aceitável.

Alguns dos requisitos implicam gastos muito elevados, como por exemplo, o atendimento de 100% dos pedidos
imediatamente implicaria estoques enormes, cujo custo seria inaceitável.

As medidas para o atendimento da proporção mais adequada significam toda a atividade de projeto e administração de
estoques .

O nível de serviço oferecido não pode ser considerado como um parâmetro absoluto, uma vez que o nível de serviço
ofertado pela concorrência vai influenciar decisivamente nas vendas.

A figura a seguir representa o comportamento de vendas relacionando ao nível de serviço.

Enquanto o nível de serviço oferecido pela empresa não iguala o dos competidores, o investimento não dará um retorno
proporcional, uma vez que não há estímulo para os consumidores adquirirem um produto ainda que apenas marginalmente
inferior ao dos competidores.

À medida que os serviços ofertados vão sendo incrementados e igualam o dos competidores, novos investimentos vão
Pós-Graduação a Distância

criar uma tendência de migração, ganhando mercado dos competidores.

A partir de um certo ponto, o serviço oferecido extrapola os requisitos dos consumidores, de modo que o incremento da
qualidade não mais ocasiona aumento nas vendas em volume proporcional.

As áreas sombreadas na figura, indicam as regiões onde o investimento não oferece retornos proporcionais, e, por este
motivo devem ser evitadas.

Aparentemente, seria então desejável aumentar os investimentos em nível de serviço até o limite aceitável dos retornos
decrescentes, correspondente ao encontro das duas curvas, observadas na figura a seguir.
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Entretanto, deve também ser observado que o preço de mercado limitará o valor dos investimentos, dado que a partir de
um certo valor, o capital investido em incremento do nível de serviço aumenta a receita das vendas em valor menor. A
partir desse ponto, os investimentos são desaconselháveis.

A figura apresenta uma visão dos investimentos e correspondentes receitas geradas.

O nível de serviços mais adequado aos objetivos das empresas seria aquele que gerasse os maiores lucros. Entretanto,
a ação dos competidores pode levar à necessidade de investimentos dentro da área de lucros decrescentes.

De fato o que ocorre é uma alteração da curva de vendas com o nível de serviço, que se desloca para a direita à medida
que os competidores incrementam seus níveis.

Os consumidores ou clientes procurarão os produtos em função de seu preço e da qualidade do serviço oferecido. A
qualidade, cada vez mais, é considerada obrigação do produtor. Segundo Anapiundi (1999), os produtos devem ser
categorizados em quatro dimensões: custo, tempo de resposta, variedade e qualidade. Sendo as duas últimas características
cada vez mais obrigatórias em tempos atuais, as considerações quanto à aquisição dos produtos serão feitas em função
de custos (preço) ou serviços.

O valor do produto para o comprador será o custo, a menos que ele seja diferenciado por níveis de serviço especiais.

Para que seus produtos sejam selecionados para aquisição, as empresas devem esforçar-se para atingir uma posição de
liderança no mercado, seja por produtividade (baixos custos) ou por fornecer um nível de serviço sem competidores.

Na figura a seguir as quatro possibilidades de uma empresa no mercado são apresentadas nos eixos de custo e nível de
serviços.
Gestão da Produção e PCP

Quando uma empresa atinge a posição de líder em custos e serviços está em posição confortável no mercado, devendo
preocupar-se em manter suas condições relativas, o que significa melhorar na mesma velocidade do mercado. A manutenção
da situação nos tempos atuais significa ser ultrapassado em um intervalo de tempo não muito grande.

Na situação de mercado de commodities, onde não se consegue distinguir o produto nem obter vantagem em custo, uma
empresa deve investir em produtividade para se diferenciar em preço ou em estrutura, para se diferenciar em nível de
serviço.

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Atividades Logísticas Primárias


As atividades que contribuem com a maior parcela para o custo total da logística são estas.

• Transportes

• Movimentação de estoques

• Processamento de pedidos

Empregando-se a estratégia de abordar inicialmente os maiores problemas, a primeira área onde se deve empreender
esforços de otimização é a distribuição, que consome de 15% a 20% do PNB dos países desenvolvidos, onde os transportes
são mais acessíveis.

Nesta área há campo para grandes ganhos de produtividade. Por exemplo, 1/3 dos alimentos perecíveis são perdidos no
processo de distribuição.

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Transportes
Considerada mais importante para a maioria das empresas porque absorve em média 1/3 a 2/3 dos custos logísticos.

Essencial, porque não há operação de empresa sem deslocamento de material (matéria-prima e produtos acabados) e
pessoal.

A importância da atividade é notada pela existência de planos de contingência para eventuais descontinuidades nos
transportes em praticamente todas as empresas.

As alternativas mais populares para os transportes são: rodoviários, ferroviários e aeroviários.

A administração de transportes deve decidir a alternativa mais adequada, observando os tempos, os roteiros e os volumes
transportados.

Gestão de Manutenção de Estoques


Segundo Martins et. al (2006), a gestão de estoques constitui uma série de ações que permitem ao administrador
verificar se os estoques estão sendo bem utilizados, bem localizados em relação aos setores que deles se utilizam, bem
manuseados e bem controlados.

Uma definição de planejamento e controle de estoque

Fonte: Slack (2002).

Estoque na administração da produção é definido como a acumulação armazenada de recursos materiais em um sistema
de transformação. Eles devem ser considerados, apesar de apresentarem as seguintes características.

• São custosos e empatam capital.

• São arriscados: deterioram, tornam-se obsoletos ou perdem-se.

• Ocupam espaço na produção.


Gestão da Produção e PCP

• Proporcionam segurança, em função da complexidade e incerteza.

• O gerenciamento de estoque é sempre um dilema.

Por que existe estoque?

Por causa da existência de uma diferença de rítmo ou de taxa entre o fornecimento e a demanda.

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Os estoques compõem-se de assim.

Matérias-Primas , que são os materiais básicos para a produção. Seu consumo é proporcional ao volume da produção. Nos
casos em que empresas fabricam produtos complexos, o estoque de matérias-primas pode conter itens já processados
anteriormente ou adquiridos de outras empresas.

Produtos em processo, que são todos os materiais que estão sendo usados no processo fabril. Em geral, produtos
parcialmente acabados que estão em algum ponto intermediário da produção. É considerado produto em processo qualquer
peça ou componente que já foi de alguma forma processado ou transportado para a linha de produção, mas adquire outras
características no fim do processo produtivo.

Existe uma relação entre a duração do processo produtivo da empresa e seu nível médio de estoques de produtos em
processo.

Produtos acabados, que são todos os itens que já foram produzidos mas ainda não foram vendidos. As empresas que
produzem por encomenda mantêm estoque muito baixo de produtos acabados e são mais eficientes do ponto de vista
da lucratividade.

A programação da produção é feita com o objetivo de colocar à disposição um número suficiente de produtos acabados,
para satisfazer à demanda prevista.

A previsão para os estoques considera a evolução das vendas no passado, variáveis cuja evolução está correlacionada à
demanda, outras variáveis de caráter geral, publicidade, opinião de pessoas-chave e pesquisas de mercado.

Estoques em trânsito correspondem a todos os itens que já foram despachados de uma unidade fabril para outra,
normalmente da mesma empresa, e que ainda não chegaram a seu destino final.

Estoques em consignação são os materiais que continuam sendo propriedade do fornecedor até que sejam vendidos. Em
caso contrário, são devolvidos sem ônus.

Todas as Operações Mantêm Estoques

Exemplos de estoques mantidos em operações


Operação Exemplos de estoques mantidos em operações
Hotel Itens de alimentação, itens de toalete, materiais de limpeza
Hospital Gaze, instrumentos, sangue, alimentos, drogas, materiais de limpeza
Loja de varejo Coisas a serem vendidas, materiais de embalagem
Armazém Coisas armazenadas, materiais de embalagem
Distribuidor de autopeças Autopeças em depósito principal, autopeças em pontos locais de distribuição
Manufatura de televisor Componentes, matéria-prima, produtos semi-acabados, materiais de limpeza
Materiais (ouro, platina, etc.) que esperam ser processados, materiais
Metais preciosos
completamente beneficiados
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Fonte: Slack (2002).

Tipos de Estoques

• Estoque de proteção
• Estoque de ciclo
• Estoque no canal (de distribuição)
• Estoque de antecipação

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Estoque de Proteção

• Propósito: compensar as incertezas inerentes a fornecimento e demanda.

Exemplo:
• Operação de varejo.

Estoque criado para compensar diferenças de ritmo entre fornecimento e demanda

Fonte: Slack (2002)

O estoque de ciclo ocorre porque um ou mais estágios da operação não podem fornecer todos os itens que produzem de
forma simultânea.

Exemplo:

• Padaria – três tipos diferentes de pães são feitos em lotes (fornadas).


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Fonte: Slack (2002).

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Estoque no Canal (de distribuição)

Não pode ser transportado imediatamente entre o ponto de fornecimento e o ponto de demanda.

Exemplo:

• Loja de varejo.

Estoque de Antecipação

Usado quando as flutuações de demanda são significativas, mas relativamente previsíveis.

– Produção à frente da demanda.

Exemplo:

• Fábrica de chocolate.

Estoque de Antecipação
700 A, B e C –
650 Antecipação
600
550
500
450
400 B
Toneladas

350
300 Nível de Capacidade
250
200 A C
150
100
50
0 100 150 175 150 200 300 350 500 650 450 200 100
J F M A M J J A S O N D Demanda Mensal
Fonte: Slack (2002)

Decisões de Estoque
Custos de Estoque
Pós-Graduação a Distância

a) Custo de colocação do pedido (ou preparação).

b) Custo de descontos de preços (desconto para grandes quantidades ou custo extra para pouca quantidade).

c) Custo de falta de estoque (clientes internos e externos).

d) Custo de capital de giro (juros para bancos ou custo de oportunidade).

e) Custo de armazenagem (locação, climatização, Iluminação, etc.).

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Introdução à Gestão da Produção Unidade I

f) Custo de obsolescência (risco de perdas com deterioração, moda, etc.).

g) Custo de ineficiência de produção (altos estoques não permitem ver a extensão da produção).

Os itens a, b, c – decrescem conforme o tamanho que o pedido aumenta.

Os itens d, e, f, g – crescem conforme o tamanho que o pedido aumenta.

Custos de capital empatado


Custos de armazenagem
Custos de riscos com obsolescência
Ce = Custo de manutenção de unidades em estoque
Custos de colocação do pedido
Custos de descontos no preço
Cp= Custo de colocação de pedido

Perfil do Estoque

Q = quantidade de pedidos

D = demanda por unidades/período

Q/2 = estoque médio

Q/D = intervalo de tempo entre as entregas

D/Q = frequência de entregas.

Ce x Q/2 Custo de manutenção x Estoque médio

Cp x D/Q Custo de pedido x Freqüência de pedido

Ct = Custo total, então:

CeQ CpD
Ct = +
2 Q

Pode-se calcular os custos de adotar planos com diferentes quantidades de pedido, conforme ilustrados na tabela seguinte.
Nesta demonstração pode-se verificar que, inicialmente, os decréscimos nos custos de pedidos são maiores do que os
aumentos nos custos de manutenção, e o custo total cai. Depois de um ponto, todavia, o decréscimo nos custos de
pedidos é mais lento, enquanto o crescimento dos custos de manutenção permanece constante e o custo total começa
a crescer. O ponto ótimo de pedido ou quantidade econômica de pedido Lote Econômico de Compra – LEC é encontrado,
Gestão da Produção e PCP

neste caso igual a 200.

40 Universidade Gama Filho

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