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MITOLOGIA ROMANA

A religião romana primitiva se modificou pela incorporação de


novas crenças em épocas posteriores, e por assimilação de
grande parte da mitologia grega. A religião romana se
consolidou antes que começasse a tradição literária e os
primeiros escritores que se ocuparam dela, desconheciam suas
origens. Assim ocorreu com os "Fastos" do poeta Ovídio, que
possuía grande influência dos modelos alexandrinos, que
incorporavam crenças gregas para preencher os vazios da
tradição romana.

O primeiro grande ancestral de todas as coisas romanas foi


Eneas, um príncipe troiano que escapou do ataque de Tróia,
passando também pelos legendários reis de Alba até os gêmeos
Rômulo e Remo.
A religião romana se caracterizava por ser politeísta e
antropomórfica. Os Deuses personificavam aspectos da
natureza.

Entretanto, o ritual romano distinguia seus Deuses por classes:


os "di indigetes" e os "di novensides" ou "novensiles".

Os primeiros eram Deuses nacionais protetores do Estado. O


caráter dos "indigetes" e seus festivais mostram que o
primitivo povo romano não era só uma comunidade agrícola,
mas também praticava o combate e a guerra. Trinta dos deuses
"di indigetes" eram venerados em festivais especiais. Os dias
das festas se introduziram em um calendário. Na maioria dos
casos, esses Deuses, considerados menores, tinham qualidades
abstratas e não tinham correspondência exata com os Deuses
gregos.

Entre eles, destacamos: Abundantia, Ann Perenna,


Carmenta, Clementia, Corus, Dea Dia, Dea Tacita,
Faustitas, Febris, Fides, Feronia, Honos, Fraus, Indivia,
Jana, Juno, Lares, Lucina, Lupercus, Mefitis, Mena,
Moneta, Naenia, Nundina, Orbona, Paventia, Pietras,
Pomona, Porus, Pudicitia, Semonia, Statanus, Suedela,
Vacuna, Vica Pota, Virtus, Vitumnus, Volumna.

CONCEITO
Como todos os mitos e lendas antigas, a mitologia romana
reúne crenças, rituais e outras práticas relacionadas com o
sobrenatural, a partir de uma base cultural própria, nesse caso,
desde o período lendário. No princípio da Idade Média,
entretanto, a religião cristã absorveu as religiões do Império
Romano.
OS SACERDOTES
Distingue-se essa religião por seus ritos e por um numeroso
grupo de sacerdotes encarregados deles. Esses sacerdotes
formavam parte de associações chamadas colégios:

1. Os Pontífices: encarregados dos ritos.

2. As Vestais: encarregadas de manter aceso o fogo sagrado da


Deusa Vesta, com voto de virgindade.

3. Os Augures: observando o vôo das aves, adivinhavam a


vontade dos Deuses.

DEUSES DO POVO ROMANO


Distinguem-se claramente no ritual romano duas classes de
Deuses:

INGIGETES: Trinta desses Deuses eram venerados em festivais


especiais. Trata-se de Deuses nacionais protetores do Estado.
Os primeiros sacerdotes adquiriram esse nome, assim como as
festividades fixas do calendário indicavam seus nomes e
natureza.

NOVENSIDES OU NOVENSILES: O culto dessas divindades se


introduziu no período histórico.

As primeiras divindades romanas incluíam numerosos Deuses,


onde cada um protegia um tipo de atividade humana. Invocava-
se essa série de Deuses quando se tratava de relacionar uma
atividade muito específica. No caso da colheita, um velho ritual
acompanhava o ato de semear ou arar a terra. Em cada fase da
operação (semear-colher) se invocava uma divindade diferente,
cujo nome derivava regularmente do verbo correspondente ao
ato que se realizava. Nesse caso se tratava de Deuses
secundários ou subalternos a quem se invocava junto com as
divindades maiores ou superiores.

O primitivo povo romano, como muitos outros, um povo de


agricultores durante sua etapa lendária, também eram grandes
guerreiros. Aqui há uma estreita relação entre os Deuses e as
necessidades práticas da vida cotidiana.

Para os romanos, o mais sagrado era a casa e o fogo do lar.


Cada casa tinha seus Deuses. Realizava-se o culto aos Deuses
protetores do campo e do lar, conhecidos como Lares; aos
espíritos dos parentes mortos, denominados de Manes; aos
Diparentes (alma dos antepassados); aos Penates (Deuses da
família, protetores das provisões) e aos protetores da faculdade
procriadora do homem, chamados de Gênios.

Sendo assim:

Janu e Vesta guardavam as portas e o lar, enquanto que o


Deus Lares protegia o campo e a casa; Pales era responsável
pelo gado; Saturno, pela semente; Ceres era a Deusa
encarregada do crescimento dos cereais; Pomona, pelos frutos
e Consus e Ops, das colheitas.

Júpiter, o majestoso e rei dos Deuses era venerado por


contribuir com suas chuvas para que a terra desse bons frutos.
Considerava-se que tinha o poder sobre o raio e estava
encarregado de reger a atividade humana e, com seu poder
total, protegia os romanos em suas atividades militares nas
fronteiras de sua própria comunidade, que cada vez mais foi se
ampliando.

Identificados entre si, nos primeiros tempos se sobressaíam os


Deuses Marte e Quirino (fundador de Roma ou Rômulo,
representando as pessoas comuns). Marte, por exemplo,
protegia os jovens em suas atividades diárias, sobretudo
quando essas eram realizadas durante a guerra. Era honrado
em março e outubro. Já em tempos de Paz, Quirino era o
protetor da comunidade, de acordo com novos estudos.

A cabeça do panteão mais antigo estava a tríade formada por


Júpiter, Marte e Quirino, com as consortes Juno e Vesta. Os
sacerdotes ou "flâmines", responsáveis por seus cultos,
pertenciam a hierarquia mais alta.

Nos primeiros tempos, esses Deuses tinham uma


individualidade pouco definida, e suas estórias pessoais
careciam de bodas e genealogias e, o que a diferencia da
mitologia grega, é que os Deuses não atuavam como os
mortais. Essa é a razão para não existirem muitos relatos sobre
suas atividades.

O culto mais antigo se associava com Numa Pompilio, o


segundo rei Lendário de Roma, cuja consorte e conselheira,
Egéria, segundo se acreditava, era a Deusa romana das fontes
e dos partos. Relacionada com ela, se adicionaram novos
elementos em uma época relativamente posterior.

Houve outras incorporações importantes como o culto à Diana


no monte Aventino e a introdução dos Livros Sibilinos. Essas são
profecias sobre a história do mundo que, segundo o mito,
obteve Tarquino no final do século VI a.C de Sibila de Cumas.

INCLUSÃO DE OUTRAS DIVINDADES


A expansão romana teve como conseqüência a aceitação dos
Deuses nativos de seus vizinhos. Ao que parece, os romanos
não tiveram nenhum problema para conduzir os Deuses recém
assimilados para seus próprios templos. Mesmo quando a
população e as cidades cresceram, aos estrangeiros ou
conquistados, sempre foi permitido o culto de seus próprios
Deuses. Graças a esse processo de assimilação cultural, Junto
com Castor e Pólux, parece haver contribuído ao panteão
romano Diana, Minerva, Hércules, Vênus e outras divindades
menores. Alguns ídolos eram romanos e outros procediam da
vizinha Grécia.

Cibele era considerada a primeira Deusa da religião oriental que


chegou a Roma. Chegou junto com seu amante, Átis, pois se
tratavam de um casal divino. Cibele, chamada de "Grande
Mãe", simbolizava a fertilidade e o poder da Natureza. O
símbolo do culto de Cibele era um meteorito negro. Nas
cerimônias de seu culto, os fiéis eram borrifados com sangue de
suas vítimas, que deviam purificar o homem e torná-lo imortal.
Sem dúvida, trata-se de um ritual bem primitivo.

Do Irã, povo persa, chegou Mitra. Era um Deus-soldado. Mitra


era considerado entre os persas como um intermediário entre as
forças boas e más. Também há conotações de grande violência
em seus ritos, pois os fiéis deviam ficar cobertos pelo sangue de
um touro degolado. Era desse modo que o adepto se convertia
em um soldado de Mitra, pois esse, no princípio do mundo,
capturou um grande touro que o simbolizava e o sacrificou por
ordem do Deus Sol.

As Deusas e Deuses gregos mais antropomorfos acabaram se


identificando com as Deusas e Deuses romanos mais
importantes com cujos atributos e mitos também se
incorporaram.

FESTIVIDADES RELIGIOSAS
Os romanos aceitaram com boas graças à incorporação de
novos Deuses procedentes de outras culturas e assim se
refletia no calendário religioso romano. E assim foi feito, quando
os povos conquistados também assimilaram os Deuses
romanos. Houve, portanto, uma mescla entre conquistadores e
conquistados.
Originalmente havia poucas festividades romanas. Algumas das
mais antigas sobreviveram até finais do Império pagão,
preservando a memória da fertilidade e os ritos propiciatórios de
um primitivo povo agrícola. A incorporação de novos Deuses e
ritos incrementou o calendário religioso e chegou a ser tão
excessivo em número de festas religiosas que ultrapassaram
aos dias dedicados ao trabalho.

Entre as festividades religiosas romanas mais importantes


figuravam as Saturnais, as Lupercais, a Equiria e os jogos
Seculares.

As Saturnais se celebravam durante sete dias, de 17 a 23 de


dezembro, durante o período em que começava o Solstício de
Inverno. De grande importância eram essas festas, porque
toda a atividade econômica se alterava: tudo se suspendia e os
escravos ficavam livres, embora por um curto espaço de tempo.
Predominava um ambiente de alegria e presentes eram
trocados.

As Lupercais eram uma antiga celebração na qual


originalmente se honrava a Luperco, um Deus pastoril. A
festividade se celebrava em 15 de fevereiro na gruta de
Lupercal situada no monte Palatino. Aqui nos encontramos com
a história de Rômulo e Remo (fundadores de Roma), que
foram resgatados por uma loba das águas do rio Tibre e os
amamentou. Os gêmeos tinham sido lançados ao rio para se
afogarem pelo tio Amulius, que desejava ser o próximo
governante.

Rômulo e Remo não se afogaram e foram encontrados por um


pastor, Fausto (Fáustulo), que os levou para sua casa, onde
acabou criando-os juntamente com sua mulher, chamada Aca
Larentia. Quando se tornaram adultos, o pai adotivo contou sua
história e os gêmeos mataram o tio. Logo decidiram construir
uma cidade nova junto ao rio Tibre. Rômulo escalou o monte
Palatino e Remo o monte Aventino. Remo viu seis abutres e
Rômulo viu doze. Rômulo reclamou aos Deuses para que o
favorecessem e começou a arar um sulco para marcar os limites
da cidade. Mas, levantou-se entre os irmãos uma grande
disputa que terminou com a morte de Remo.

Retornando as festividades, a Equiria, por sua vez, era


celebrada de 27 de fevereiro a 14 de março. Esse era um
festival em honra ao Deus Marte. Fevereiro e Março apareciam
como a época do ano em que se preparavam novas campanhas
militares. Um dos sítios das celebrações era conhecido como
Campo de Marte e era onde se realizavam corridas de cavalos,
que definiam claramente essa celebração.

Já os jogos Seculares incluíam espetáculos atléticos e


sacrifícios. A festa era realizada em intervalos regulares,
tradicionalmente só uma vez em cada "saeculum", século,
porém essa tradição não era respeitada sempre.

TEMPLOS ROMANOS
Na religião romana teve muita importância a arquitetura do
templo e o grande número de sítios para o culto. Aqui se reflete
a receptividade da cidade romana a todas as religiões do
mundo. Construído no Campo, o templo de Ísis e Serapis
contemplou um estilo e materiais egípcios para albergar o culto
helenizado da deidade egípcia Ísis. Essa é uma amostra da
heterogeneidade dos monumentos religiosos romanos.

Os templos de Roma dignos de ser mencionados é o de Júpiter


Capitolino e o Panteão. O templo de Júpiter Capitolino, no
monte Capitolino, estava dedicado em 509 a.C. à Júpiter, Juno
e Minerva. De estilo etrusco, foi construído à princípio sob
essas diretrizes, porém logo foi reconstruído ou restaurado
várias vezes durante o Império e destruído finalmente por
vândalos em 455 d.C.
O Panteão foi construído entre 117 a 138 d.C. graças ao
imperador Adriano. Consagrou-se a todos os Deuses. Esse
edifício foi substituído por um templo menor construído por
Marco Agripa. Efetivamente, o seu nome está inscrito sobre o
pórtico do edifício. Lê-se aí:
M.AGRIPPA.L.F.COS.TERTIUM.FECIT, o que significa:
"Construído por Marco Agripa, filho de Lúcio, pela terceira vez
cônsul".

Atualmente o Panteão é o monumento nacional mais importante


da Itália. Esse templo se converteu em Igreja cristã em 607.

DECADÊNCIA DA RELIGIÃO ROMANA


Encontramos-nos no princípio da decadência da religião romana
a partir de uma translação das qualidades antropomórficas dos
Deuses gregos à religião romana e, sobretudo, à influência e
predomínio da filosofia grega entre os romanos cultos. Essa
circunstância teve uma drástica conseqüência: o desinteresse
pelos velhos ritos e tradições. De alguma forma, a decadência
de uma religião vem a fortalecer outras. Sendo assim, no século
I a.C. os ofícios sacerdotais antigos praticamente
desapareceram.

Desinteressando-se cada vez mais pelo antigo, os patrícios


(topo da pirâmide social, descendentes dos primeiros romanos)
deixaram de crer nos ritos. Só houve uma continuidade por
interesse político, entretanto a maioria da população se inclinou
por abraçar ritos procedentes do estrangeiro. Só a elite
sacerdotal continuou controlando os cargos do pontífice e de
"augur", cargos sem dúvida, tipicamente político e muito
cobiçados.

O aparecimento do Imperador Augusto propiciou uma reforma


geral e a restauração do antigo sistema. Augusto assumiu,
também, como o mais alto sacerdote de todas as ordens
sacerdotais e como imperador, não hesitou em proclamar-se um
ser divino. Essa nova religião, a da adoração de Augusto,
floresceu e foi observada em todo o império durante a sua vida,
e se seguiu com os imperadores Cláudio, Vespasiano e Tito. A
partir de então, depois do reinado de Marco Coceyo Nerva (96-
98 d. C.), muito poucos imperadores não receberam essa
distinção.

Conclui-se assim, que a expansão dos romanos trouxe


invariavelmente a adoção de novos ritos. O estrangeiro foi se
impondo pouco a pouco e assim apareceu o mito da Deusa
egípcia Ísis e do Deus persa Mitra, que em alguns aspectos
era similar ao cristianismo.

Finalmente foi se impondo o cristianismo, passando a ser a


religião oficialmente tolerada em Roma a partir do governo de
Constantino o Grande, imperador do ano de 324 até 337.

Os cultos pagãos foram proibidos no ano 392, através de um


edito do imperador Teodósio.

Texto pesquisado e desenvolvido por


ROSANE VOLPATTO

Bibliografia

El Gran Libro de La Mitología - Editora Dastin; Espanha

Curso de Direito Romano - J. Cretella Júnior; 17a Edição;


Editora Forense; Brasil

Mitologia Grega e Romana - P. Commelin; Ediouro; Brasil

Mitologia Universal - Neil Philip; Edilupa; Espanha

Mitologia Romana
FAUNO
Protetor das lavouras e dos rebanhos, Fauno foi ocasionalmente adorado
como divindade silvestre. Os ecos e sons do bosque eram atribuídos a sua
voz. Na Mitologia Romana, os faunos são a multiplicação tardia do deus
Fauno, cujo nome deriva do latim favere, "ser favorável", "benéfico".
Fauno era representado como um ancião de longa barba, vestido com pele de
cabra, às vezes munido de uma cornucópia. Nisto ele se assemelhava ao deus
grego Pã. Na evolução do mito, Fauno apareceu como neto de Saturno e era
representado com patas de bode, como os sátiros gregos. Nessa fase o deus se
multiplicou em numerosos faunos, semideuses representados com chifres,
cauda e cascos de bode, mortais, porém longevos. Assim como Pã, Fauno era
um deus alegre. As lupercais, festas anuais que se realizavam na Roma antiga
no mês de fevereiro e que se prolongaram pela era cristã, eram dedicadas a
Fauno e destacava seu caráter de protetor dos pastores e dos rebanhos contra
todos os perigos, especialmente o dos lobos. Durante as lupercais, os jovens,
vestidos com peles de cabra, corriam pelas ruas de Roma, celebrando assim os
antigos ritos, segundo os quais os sacerdotes do deus partiam de seu santuário,
situado numa gruta do monte Palatino, e dançavam ao redor dos antigos muros
da cidade para pedir ao deus a fecundidade dos campos, dos animais e dos
homens. Ao lado de Fauno, na mitologia aparece Fauna, sua esposa, irmã ou
filha. Segundo certas versões, ela teria atributos semelhantes aos do deus.
JUNO
Protetora do casamento, do parto e, sobretudo da mulher em todos os aspectos
da sua vida, Juno assemelha-se à deusa grega Hera, com quem foi
universalmente identificada. Juno, na mitologia romana, era a principal deusa
e a contrapartida feminina de Júpiter, seu irmão e marido. Com Júpiter e
Minerva, formava a tríade capitolina de divindades difundidas pelos reis
Etruscos, cujo templo se erguia no Capitólio, em Roma.
Recebeu vários epítetos, segundo os papéis que desempenhava, como, por
exemplo: Juno Iterduca, que conduzia a noiva à nova casa; Juno Lucina, a
deusa do parto, que auxiliava o nascimento das crianças; Juno Natalis, que
presidia o nascimento de cada mulher; e Juno Matronalis, que protegia a
mulher casada. Tornou-se um anjo da guarda feminino - assim como todo
homem possuía seu "gênio", toda mulher tinha sua "juno". Sua festa principal
era a Matronália, celebrada em 1º de março, data em que mulheres casadas se
reuniam e levavam oferendas ao templo de Juno Lucina. As representações
de Juno variavam de acordo com o epíteto escolhido. Com maior freqüência,
era representada de modo semelhante à grega Hera, de pé e como matrona de
austera beleza, às vezes com características militares.

JÚPITER
Deus supremo da mitologia romana, apesar de todo-poderoso, onipresente e
onisciente, Júpiter estava submetido aos desígnios do Destino (Moira).
Júpiter personificava o céu luminoso e tinha o poder de lançar raios, dissipar
nuvens e fazer cair a chuva fecundante. Marido de Juno, sua irmã, tinha por
atributos o raio, o cetro e a águia. Em toda a Itália, era cultuado no alto dos
montes. Na mitologia romana, além de incorporar as características do Zeus
grego, se confunde com Tínia, deus etrusco. O culto a Júpiter encarnava
uma concepção moral distinta. Além de grande divindade protetora, estava
relacionado com juramentos, tratados e ligas, e era na presença de seu
sacerdote que ocorria a mais antiga e sagrada forma de casamento. Essa
ligação com a consciência, com o senso do dever e da conduta correta nunca
se perdeu ao longo da história romana. Essa característica de Júpiter adquiriu
nova força e significado com a construção do famoso templo no Capitólio,
cercado por sua árvore sagrada, o carvalho. Era consagrado a Iuppiter
Optimus Maximus (o melhor e maior de todos os Júpiteres) e a ele estavam
associadas Juno e Minerva, no que configura a tríade capitolina. Os festejos
da consagração ocorriam no dia 13 de setembro, data que posteriormente foi
associada aos grandes jogos romanos (ludi romani). O culto a Júpiter
difundiu-se por todo o império.
MARTE
Povo conquistador, que construiu um vasto império do Ocidente ao Oriente, os
romanos encontraram em Marte, o deus da guerra, a personificação do ideal
de soldado que tanto perseguiam. Marte, antiga divindade romana, cedia a
primazia em importância apenas a Júpiter, e com o correr do tempo, tornou-
se deus da guerra e assimilou todas as lendas relativas ao grego: Ares. Seus
atributos eram a lança e a tocha ardente. Suas festas ocorriam na primavera e
no outono, início e fim dos períodos agrícola e militar. Em 15 de outubro,
realizava-se uma competição de carros puxados por dois cavalos e, em 19 de
outubro, o Armilustrium assinalava a purificação das armas de guerra, que
eram guardadas durante o inverno. Até a época de Augustus, Marte contava
com apenas dois templos em Roma: um no Campus Martius, onde se
realizavam as manobras militares; e outro fora de Porta Capena. Dentro da
cidade havia um santuário onde se guardavam as lanças sagradas do deus. Sob
o governo de Augustus, o culto de Marte ganhou novo ímpeto: além de
tradicional guardião dos assuntos militares do estado, ele se tornou, com o
nome de Mars Ultor (Marte o Vingador), guardião pessoal do imperador. Seu
culto às vezes rivalizou com o de Júpiter Capitolino e, por volta do ano 250
d.C., Marte era o mais importante dos deuses militares venerados pelas
legiões romanas.

MERCÚRIO
As palavras comércio, mercado e mercenário derivam do latim merx
(mercadoria), da mesma forma que Mercúrio, deus alado que protegia os
negócios e os lucros. Mercúrio, na religião romana, era o deus das
mercadorias e dos mercadores. Correspondia a Hermes, o veloz mensageiro
dos deuses na Mitologia Grega e de quem assimilou as façanhas heróicas.
Embora não fosse primitivamente italiano, seu culto logo se difundiu. Em 495
a.C., foi consagrado o templo no monte Aventino, em Roma, em que
Mercúrio era venerado juntamente com a deusa Maia, identificada como sua
mãe por associação à grega Maia, mãe de Hermes. Ambos eram festejados no
dia 15 de maio, dia da consagração do templo e importante especialmente para
os mercadores. Na arte romana Mercúrio era representado de pé, em geral nu
e carregando uma bolsa cheia, símbolo dos lucros mercantis. Os artistas,
porém, tinham liberdade de tomar os atributos do grego Hermes
independentemente de sua adequação à divindade romana e com freqüência
apresentavam Mercúrio com sandálias aladas, capacete alado e nas mãos um
caduceu, bastão mágico usado pelo deus para propiciar fortuna.

MINERVA
Em Roma como na Grécia, Minerva era a deusa protetora dos flautistas e
de todos os que trabalhavam em atividades que exigiam certa habilidade
manual e algum pendor artístico. Minerva era a deusa romana dos trabalhos
manuais, das profissões, das artes e, posteriormente, da guerra. Identificava-
se com a grega Atena e alguns estudiosos acreditam que seu culto, que se
difundiu em Roma, seja proveniente da Etrúria. Com Júpiter e Juno,
constituía a tríade capitolina, venerada no templo do Capitólio. Minerva era
cultuada em vários templos em Roma.
Em seu santuário no monte Aventino reuniam-se corporações de artistas, entre
eles poetas dramáticos e atores. O culto de Minerva como deusa da guerra
superou o de Marte. A festa conhecida como Quinquatrus, celebrada no
quinto dia após os idos (dia 15) de março, era originalmente dedicada a
Marte, mas foi completamente tomada por Minerva, provavelmente por ser a
data da fundação de seu templo no Aventino. Posteriormente, prolongou-se o
feriado por cinco dias para incluir o dia 23 de março, o Tubilustrium, ou
purificação dos clarins. O primeiro dia era dedicado à lustração das armas para
anunciar a nova temporada militar, e os quatro seguintes destinavam-se a
espetáculos de gladiadores. Havia também o Quinquatrus menor, celebrado
em 13 de junho, dia dos flautistas, cuja divindade protetora era Minerva. O
templo que Pompeu construiu em sua honra com os espólios dos vencidos no
Oriente mostra que Minerva era identificada com Atena Nice, que concedia a
vitória. Durante o período de Domitianus, que reivindicava sua especial
proteção, o culto a Minerva atingiu sua maior popularidade em Roma.
O imperador instituiu jogos, acompanhados de representações teatrais e
concursos de oratória e poesia. Inspirado nesses festejos, o imperador
Hadrianus fundou em Roma o Ateneu (Athenaeum), dedicado a promover
atividades intelectuais.

NETUNO
Enquanto seu equivalente grego Posêidon tinha caráter violento e
multifacetário, o deus romano Netuno conservou-se simplesmente como o
senhor dos mares e das águas correntes. Na mitologia romana, Netuno era
originalmente o deus da água doce. No começo do século IV a.C.,
identificado com o grego Posêidon, tornou-se a divindade do mar. Salácia,
sua contrapartida feminina, originalmente talvez a deusa das fontes, foi então
identificada com a grega Anfitrite, esposa de Posêidon, e passou a
personificar as águas do mar. As Netunálias, festas celebradas em honra de
Netuno, estão registradas nos calendários mais antigos. Realizavam-se no
auge do verão, em 23 de julho, época em que a água escasseava, a fim de
propiciar a divindade da água doce. Havia um templo de Netuno no Circo
Flamínio, em Roma, construído ou amplamente restaurado por Cneu Domitius
Enobarbus, cônsul em 32 a.C. Uma de suas características era um grupo
escultórico de divindades marinhas conduzidas por Posêidon e Tétis,
realizado pelo arquiteto e escultor grego Escopas. Nas artes plásticas, Netuno
foi em geral representado como o grego Posêidon: um velho forte e barbado,
com o tridente, acompanhado por golfinhos ou cavalos-marinhos.

VÊNUS
Objeto de admiração tanto pela beleza como pelas aventuras amorosas em que
se envolveu com deuses e mortais, Vênus é associada a todos os aspectos da
condição feminina. Vênus é uma antiga deusa pré-romana da península
itálica, ligada aos campos cultivados e jardins. Não há registro de que tenha
sido venerada na Roma primitiva, governada pelos etruscos, mas entre os
grupos latinos da península, no entanto, seu culto parece provir de tempos
remotos. Em Roma, logo foi identificada com Afrodite, deusa grega do
amor. Não se entende bem essa associação, talvez devida, em parte, à
fundação de um templo romano em louvor de Vênus durante o festival de
Júpiter (o Zeus grego, pai de Afrodite). Razão mais forte teria sido o
acolhimento em Roma do culto a Afrodite, proveniente da cidade siciliana de
Erice, resultado da identificação de uma deusa-mãe oriental com a
divindade grega.
Em 215 a.C., um templo foi consagrado no Capitólio a essa divindade híbrida,
que se tornou conhecida como Vênus Ericina. Mais tarde o culto de Vênus
difundiu-se por todo o Mediterrâneo. Como divindade romana, Vênus não
tinha mitologia própria. Incorporou a de Afrodite e assim foi identificada com
diversas deusas estrangeiras. Resultado notável dessa transformação foi o
fato de seu nome ter sido dado a um dos planetas do sistema solar,
inicialmente batizado com o nome da deusa babilônica Ishtar e, depois, de
Afrodite. Associada ao amor e à beleza feminina, Vênus foi um dos temas
preferidos na arte de todos os tempos.

VESTA
Fazer fogo nem sempre era fácil na antiguidade, e por isso a manutenção da
chama - principal elemento do culto a Vesta - revestia-se de grande
importância. O fogo perpétuo em honra da deusa era mantido em todas as
casas romanas, juntamente com imagens dos lares e penates, deuses
domésticos. Vesta, a deusa romana do lar, identificada com a grega Héstia,
era representada inteiramente vestida, às vezes acompanhada de um asno. Seu
culto era o mais antigo da religião romana e o que mais resistiu à influência
cristã. As vestais (sacerdotisas) presidiam a Vestália, festival anual, realizado
entre 7 e 15 de junho, período considerado aziago. No último dia, fazia-se a
limpeza ritual do santuário e os maus augúrios só terminavam quando todo o
lixo era depositado em um local especial ou lançado ao Tibre. As candidatas a
sacerdotisas de Vesta deviam ser filhas de pais livres e respeitáveis e não ter
defeito físico ou mental. As seis vestais eram iniciadas entre os seis e dez anos
e permaneciam por trinta anos a serviço da deusa, durante os quais deviam
conservar-se virgens. Além de zelar pelo fogo, deviam preparar os alimentos
sagrados e cuidar da limpeza e dos objetos do santuário. Se faltassem às
obrigações eram castigadas fisicamente e, caso violassem o voto de castidade,
enterradas vivas. Usufruíam de grande prestígio e inúmeros privilégios, o que
incluía a emancipação da casa paterna. Podiam se casar ao fim dos trinta anos
de serviço, o que raramente ocorria, pois o casamento com uma vestal era
considerado de má sorte. O santuário de Vesta situava-se no Fórum, perto da
Regia, antigo palácio dos reis romanos. Construído segundo planta circular,
lembrava as primitivas cabanas italianas. Somente as vestais tinham livre
acesso ao seu núcleo, mas uma vez por ano, na Vestália, as mulheres casadas
podiam visitá-lo. Na época de Augustus construiu-se diante do templo o
Atrium Vestae, espécie de vestíbulo de recepção.

VULCANO
Da mesma forma que Hefesto para os gregos, o deus Vulcano era
reverenciado pelos romanos com o objetivo de aplacá-lo em sua ira, de modo
a torná-lo protetor dos mortais quanto aos efeitos nocivos do fogo. Vulcano,
segundo a mitologia romana, era filho de Júpiter e Juno, o rei e a rainha dos
deuses. Único deus romano fisicamente imperfeito casou-se, no entanto com
Vênus. Deus do fogo, sobretudo nos aspectos destrutivos como vulcões ou
incêndios, Vulcano também era cultuado como deus das forjas nos lugares de
metalurgia desenvolvida. Seu culto, muito antigo, teve provável origem
etrusca e se estendeu às regiões vulcânicas como a Sicília e parte da
Campânia. Em Óstia o culto adquiriu particular importância. Os epítetos de
Vulcano, Quietus e Mulciber (mitigante do fogo), sugerem que era invocado
para ajudar a debelar incêndios. O culto do deus tinha lugar em templos
afastados das cidades. Sua principal festa, as Vulcanais, realizava-se a 23 de
agosto e era marcada por rito de significado desconhecido: os chefes das
famílias romanas lançavam peixinhos vivos ao fogo, talvez como oferenda de
criaturas normalmente fora do alcance.

Fonte: Emerson Luiz de Faria


Mitologia romana
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Estátua da deusa Ceres carregando uma fruta.

A mitologia romana pode ser dividida em duas partes: a primeira,


tardia e mais literária, consiste na quase total apropriação da grega; a
segunda, antiga e ritualística, funcionava diferentemente da correlata
grega. O romano, que impregnava a sua vida pelo numen, uma força
divina indefinida presente em todas as coisas, estabeleceu com
os deuses romanos um respeito escrupuloso pelo rito religioso –
o Pax deorum – que consistia muitas vezes
em danças, invocações ou sacrifícios. Ao lado dos deuses
domésticos, os romanos possuíam diversas tríades divinas,
adaptadas várias vezes ao longo das várias fases da história. Assim, à
tríade primitiva constituída por Júpiter (senhor
do Universo), Marte (deus da guerra) e Quirino (fundador de Roma,
ou Rômulo), os etruscos inseriram o culto das
deusas Minerva (deusa da inteligência e sabedoria)
e Juno (rainha do céu e esposa de Júpiter). Com
a república surge Ceres (deusa da Terra e dos cereais), Líber e
Libera. Mais tarde, a influência grega inseria uma adaptação para o
panteão romano do seu deus do comércio e da eloqüência
(Mercúrio) sob as feições de Hermes, e o deus do vinho (Baco),
como Dionísio.
Índice

1 Da natureza dos primeiros mitos

romanos

2 Antiga mitologia sobre os deuses

3 Principais deuses romanos

4 Ver também

Da natureza dos primeiros mitos romanos


Consistia de um sistema bastante desenvolvido de
rituais, escolas de sacerdócio e grupos relacionados a deuses.
Também apresentava um conjunto de mitos históricos acerca da glória
e da fundação de Roma envolvendo personagens humanos com
ocasionais intervenções divinas. Os deuses estabeleciam uma
benevolência para com os homens.
Antiga mitologia sobre os deuses
O modelo romano consistia de uma maneira não muito diversa de
pensar e definir os deuses da dos gregos, sendo alguns dos deuses
romanos inspirados nos deuses gregos.
Principais deuses romanos
(Ordem alfabética:)

 Baco; deus das festas, do vinho, do lazer e do prazer


 Cupido; deus do amor
 Diana; deusa da caça, muitas vezes relacionada com os ciclos
da Lua
 Fortuna; deusa da riqueza e da sorte
 Juno; deusa da força vital, deusa dos deuses
 Júpiter; deus dos deuses, senhor do Universo
 Marte; deus da guerra
 Mercúrio; deus mensageiro
 Minerva; deusa da sabedoria
 Netuno; deus dos mares
 Plutão; deus do submundo e das riquezas dos mortos
 Venus; deusa da beleza e do amor
 Vulcano; deus do fogo
 Saturno; deus da agricultura
 Esculápio; deus da medicina

Baco (em grego: Βάκχος, transl. Bákkhos; em latim: Bacchus) é o


equivalente romano do deus grego Dioniso, cujo mito é considerado ainda mais
antigo por alguns estudiosos. Os romanos o adotaram, como muitas de suas
divindades estrangeiras à mitologia romana, e o assimilaram com o velho
deus itálico Liber Pater. Algumas lendas mencionam que a cidade de Nysa,
na Índia (atual Nagar) teria sido consagrada a ele.

É o deus do vinho, da ebriedade, dos excessos, especialmente sexuais, e


da natureza. Príapo é um de seus companheiros favoritos (também é
considerado seu filho, em algumas versões de seu mito). As festas em sua
homenagem eram chamadas de bacanais - a percepção contemporânea de que
tais eventos eram "bacanais" no sentido moderno do termo, ou seja, orgias, ainda
é motivo de controvérsia.

A pantera, o cântaro, a vinha e um cacho de uvas. Outras associações que não


eram feitas com Baco foram atribuídas a Dioniso, como o tirso que ele empunha
ocasionalmente.
Sémele quando estava grávida exigiu a Júpiter que se apresentasse na sua
presença em toda a glória, para que ela pudesse ver o verdadeiro aspecto do pai
do seu filho. O deus ainda tentou dissuadi-la, mas em vão.

Quando finalmente apareceu em todo o seu esplendor, Sémele, como mortal que
era não pôde suportar tal visão e caiu fulminada. Júpiter tomou então das cinzas
o feto ainda no sexto mês e meteu-o dentro da barriga da sua própria perna, onde
terminou a gestação.

Ao tornar-se adulto, Baco apaixona-se pela cultura da vinha e descobre a arte de


extrair o suco da fruta. Porém, a inveja de Hera levou-a a torná-lo louco a vagar
por várias partes da Terra. Quando passa pela Frígia, a deusa Cíbele cura-o e o
instrui nos seus ritos religiosos. Curado, ele atravessa a Ásia ensinando a cultura
da vinha. Quis introduzir o seu culto na Grécia depois de voltar triunfalmente da
sua expedição à Índia, mas encontrou oposição por alguns príncipes receosos do
alvoroço por ele causado.

Baco e Ariadne, por Agostino Carracci, séc. XVI

O rei Penteu proíbe os ritos do novo culto ao aproximar-se de Tebas, sua terra
natal. Porém, quando Baco se aproxima, mulheres, crianças, velhos e jovens
correm a dar-lhe boas vindas e participar de sua marcha triunfal. Penteu manda
seus servos procurarem Baco e levá-lo até ele. Porém, estes só conseguem fazer
prisioneiro um dos companheiros de Baco, que Penteu interroga querendo saber
desses novos ritos. Este se apresenta como Acetes, um piloto, e conta que, certa
vez velejando para Delos, ele e seus marinheiros tocaram na ilha de Dia e lá
desembarcaram. Na manhã seguinte os marinheiros encontraram um jovem de
aparência delicada adormecido, que julgaram ser um filho de um rei, e que
conseguiriam uma boa quantia em seu resgate. Observando-o, Acetes percebe
algo superior aos mortais no jovem e pensa se tratar de alguma divindade e pede
perdão a ele pelos maus tratos. Porém seus companheiros, cegados pela cobiça,
levam-no a bordo mesmo com a oposição de Acetes. Os marinheiros mentem
dizendo que levariam Baco (pois era realmente ele) onde ele quisesse estar, e
Baco responde dizendo que Naxos era sua terra natal e que se eles o levassem
até lá seriam bem recompensados. Eles prometem fazer isso e dizem
a Acetes para levar o menino a Naxos. Porém, quando ele começa a manobrar em
direção a Naxos ouve sussurros e vê sinais de que deveria levá-lo ao Egito para
ser vendido como escravo, e se recusa a participar do ato de baixeza.
Baco, de da Vinci

Baco percebe a trama, olha para o mar entristecido, e de repente a nau pára no
meio do mar como se fincada em terra. Assustados, os homens impelem seus
remos e soltam mais as velas, tudo em vão. O cheiro agradável de vinho se
alastra por toda a nau e percebe-se que vinhas crescem, carregadas de frutos sob
o mastro e por toda a extensão do casco do navio e ouvem-se sons melodiosos de
flauta. Baco aparece com uma coroa de folhas de parra empunhando uma lança
enfeitada de hera. Formas ágeis de animais selvagens brincam em torno de sua
figura. Os marinheiros levados à loucura começam a se atirar para fora do barco e
ao atingir a água seus corpos se achatavam e terminavam numa cauda retorcida.
Os outros começam a ganhar membros de peixes, suas bocas alargam-se e
narinas dilatam, escamas revestem-lhes todo o corpo e ganham nadadeiras em
lugar dos braços. Toda a tripulação fora transformada e dos 20 homens só
restava Acetes, trêmulo de medo. Baco, porém, pede para que nada receie e
navegue em direção a Naxos, onde encontra Ariadne e a toma como esposa.
Cansado de ouvir aquela historia, Penteu manda aprisionar Acetes. E enquanto
eram preparados os instrumentos de execução, as portas da prisão se abrem
sozinhas e caem as cadeias que prendiam os membros de Acetes. Não se dando
por vencido, Penteu se dirige ao local do culto encontrando sua própria mãe cega
pelo deus, que ao ver Penteu manda as suas irmãs atacarem-no, dizendo ser
um javali, o maior monstro que anda pelos bosques. Elas avançam, e ignorando
as súplicas e pedidos de desculpa matam-no. Assim é estabelecido na Grécia o
culto de Baco. Certa vez, seu mestre e pai de criação, Sileno, perdeu-se e dias
depois quando Midas o levou de volta e disse tê-lo encontrado perdido, Baco
concedeu a ele um pedido. Embora entristecido por ele não ter escolhido algo
melhor, deu a ele o poder de transformar tudo o que tocasse em ouro. Depois,
sendo ele uma divindade benévola, ouve as súplicas do mesmo para que tirasse
dele esse poder.
Na epopéia Os Lusíadas, de Luís de Camões, Baco é o principal opositor dos
heróis portugueses, argumentando no episódio do concílio dos deuses que seria
esquecido se os lusos chegassem à Índia.

Cupido, também conhecido como Amor, era o deus equivalente em Roma ao


deus grego Eros. Filho de Vênus e de Marte, (o deus da guerra), andava
sempre com seu arco, pronto para disparar sobre o coração de homens e deuses.
Teve um romance muito famoso com a princesa Psique, a deusa da alma.

Cupido encarnava a paixão e o amor em todas as suas manifestações. Logo que


nasceu, Júpiter (pai dos deuses), sabedor das perturbações que iria provocar,
tentou obrigar Vénus a se desfazer dele. Para protegê-lo, a mãe o escondeu num
bosque, onde ele se alimentou com leite de animais selvagens.

Cupido era geralmente representado como um menino alado que carregava um


arco e um carcás com setas. Os ferimentos provocados pelas setas que atirava
despertavam amor ou paixão em suas vítimas. Outras vezes representavam-no
vestido com uma armadura semelhante à que usava Marte, talvez para assim
sugerir paralelos irônicos entre a guerra e o romance ou para simbolizar a
invencibilidade do amor. Embora fosse algumas vezes apresentado como
insensível e descuidado, Cupido era, em geral, tido como benéfico em razão da
felicidade que concedia aos casais, mortais ou imortais. No pior dos casos, era
considerado malicioso pelas combinações que fazia situações em que agia
orientado por Vénus.

Certo dia, Vênus estava admirando a terra quando avistou uma bela moça
chamada Psique. Vênus era uma deusa muito vaidosa e não gostava de perder
em matéria de aparência, muito menos para uma mortal. Vênus
chamou Mercúrio e disse-lhe: "- Mande esta carta para Psique."

Quando Psique recebeu a carta ficou admirada, recebendo uma carta de uma
deusa. Mas ficou muito decepcionada quando a leu. Na carta havia uma profecia
clamada pela própria Vênus. A profecia dizia que Psique ia se casar com a mais
horrenda criatura. Psique ficou desesperada, foi contar para suas irmãs. Psique
era muito inocente e nunca percebeu que suas irmãs morriam de inveja dela.

Enquanto isso, no Monte Olimpo, Vênus chamou seu filho Cupido: "- Meu caro
filho preciso de um grande favor seu. Quero que você vá a terra e atire uma de
suas flechas de amor em Psique, e faça com que ela se apaixone pelo homem
mais feio do planeta". Cupido gostava muito de sua mãe e não quis contrariá-la.
Então foi. Quando anoiteceu, Cupido foi até a casa de Psique, entrou pela janela
avistou um rosto perfeito, traços encantadores. Cupido chegou bem perto para
não ter a chance de errar o alvo (apesar de ter uma mira muito boa, mas estava
encantado com a bela jovem). Preparou-se para atirar, esticou o seu arco e
quando ia soltar a flecha, Psique moveu o braço, e Cupido acertou ele mesmo. A
partir daquele instante Cupido ficou perdidamente apaixonado pela jovem. Voltou
para casa, mas não conseguiu dormir pensando na bela Psique.

Cupido, pintura de
William-Adolphe Bouguereau (1825-1905)

No dia seguinte, Cupido foi falar com Zéfiro (o vento oeste) e pediu para que
transportasse Psique para os ares e a instalasse num palácio magnífico, onde era
a casa de Cupido. Quando a noite caiu, a moça ouviu uma voz misteriosa e doce:
"- Não se assuste Psique, sou o dono desse palácio. Ofereço a ti como presente
de nosso casamento, pois quero ser seu esposo. Tudo que está vendo lhe
pertence. E tudo que deseja será concebido. Zéfiro estará às suas ordens, ele
fará tudo o que você quiser. Eu só lhe faço uma exigência: não tente me ver. Só
sob esta condição poderemos viver juntos e sermos felizes".

Toda noite Cupido vinha ver Psique, mas em uma forma invisível. A moça estava
vivendo muito feliz naquele lindo palácio. Mas passando os dias Psique ficava
cada vez mais curiosa para saber quem era seu marido. Certa noite, quando
Cupido veio ver Psique, eles se encontraram e se amaram. Mas quando Cupido
adormeceu Psique escondida e em silêncio pegou uma lamparina e acendeu-a, e
quando ela viu o belo jovem de rosto corado e cabelos loiros, ficou encantada.
Mas num pequeno descuido ela deixou cair uma gota de óleo no braço do rapaz,
que acordou assustado e, ao ver Psique, desapareceu. O encanto todo acabou o
palácio os jardins e tudo que havia em volta desapareceram, como num passe de
mágica. Psique ficou sozinha num lugar árido, pedregoso e deserto.

Desconsolado, Cupido voltou para o Olimpo e suplicou a Zeus que lhe


devolvesse a esposa amada. O senhor dos deuses respondeu: "- O deus do
amor não pode se unir a uma mortal".

Mas Cupido protestou. Será que Zeus que tinha tanto poder não podia tornar
Psique imortal? O senhor dos deuses sorriu lisonjeado. Além do mais como
poderia deixar de atender a um pedido de Cupido, que lhe trazia lembranças tão
boas? O deus do amor o tinha ajudado muitas vezes, e talvez algum dia Zeus
precisaria da ajuda de Cupido de novo. Seria mais prudente atender o seu
pedido. Zeus mandou Hermes ir buscar Psique e lhe trouxesse para o reino
celeste. Então Zeus, o soberano, transformou Psique em imortal. Nada mais se
opôs aos amores de Cupido e Psique, nem mesmo Vênus, que ao ver seu filho
tão feliz se moveu de compaixão e abençoou o casal. Seu casamento foi
celebrado com muito néctar, na presença de todos os deuses.

As Musas (jovens encantadas, que eram acompanhantes do deus Apolo) e


as Graças (jovens que representavam a beleza que acompanhavam a deusa
Venus) aclamavam a nova deusa em meio a cantos de danças. Assim Cupido
viveu sua imortalidade com o ser que mais amou.

Em Roma, Diana (a Artemis grega) era a deusa da lua e da caça, filha


de Júpiter e de Latona, e irmã gêmea de Apolo. Era muito ciosa de sua
virgindade. Na mais famosa de suas aventuras, transformou em um cervo o
caçador Acteão, que a viu nua durante o banho. Indiferente ao amor e caçadora
infatigável, Diana era cultuada em templos rústicos nas florestas, onde os
caçadores lhe ofereciam sacrifícios. Na mitologia romana, Diana era deusa dos
animais selvagens e da caça, bem como dos animais domésticos. Filha de
Júpiter obteve do pai permissão para não se casar e se manter sempre casta.
Júpiter forneceu-lhe um séquito de sessenta oceânidas e vinte ninfas que, como
ela, renunciaram ao casamento. Diana foi cedo identificada com a deusa grega
Ártemis e depois absorveu a identificação de Artemis com Selene (Lua) e
Hécate (ou Trívia), de que derivou a caracterização triformis dea ("deusa de três
formas"), usada às vezes na literatura latina. O mais famoso de seus santuários
ficava no bosque junto ao lago Nemi, perto de Arícia.

Diana e as ninfas, surpresa pelosátiro

Pela tradição, o sacerdote devia ser um escravo fugitivo que matasse o


antecessor em combate. Em Roma, seu templo mais importante localizava-se no
monte Aventino e teria sido construído pelo rei Servius Tulius no século VI a.C.
Festejavam-na nos idos (dia 13) de agosto. Na arte romana, era em geral
representada como caçadora, com arco e aljava, acompanhada de um cão ou
cervo.

Diana, sincretizada com a deusa grega Ártemis, é a deusa da caça, da noite, da


magia e da feitiçaria. É a principal divindade para alguns grupos e praticantes de
tradições da stregoneria, prática neopagã que atribui suas raízes históricas no
folclore e nas supostas reminiscências de cultos pagãos da Itália.

Também é chamada, pelo folclorista Charles Godfrey Leland, de Tana e Jana.


Segundo registros do mesmo autor na obra "Aradia - O Evangelho das Bruxas"
(Aradia - The Gospel of The Witches),a deusa é irmã e consorte de Lúcifer
(identificado, por outras fontes, como Dianus Lucifero) e mãe de Aradia, uma
bruxa mítica que teria nascido na Itália e ensinado servos e mulheres a praticar a
bruxaria e o culto à sua mãe.
Seu culto foi difundido por Raven Grimassi, em sua Stregheria, tradição neopagã
ítalo-americana que tem influências não só da obra de Leland, mas também de
autores neopagãos, como Gerald Gardner (fundador da Wicca).
Fortuna era a deusa romana da sorte (boa ou má), da esperança. Corresponde
a divindade grega Tyche. Era representada com portando uma cornucópia e
um timão, que simbolizavam a distribuição de bens e a coordenação da vida dos
homens, e geralmente estava cega ou com a vista tapada (como a moderna
imagem da justiça), pois distribuía seus desígnios aleatoriamente.

Fortuna era considerada filha de Júpiter. Roma dedicava a ela o dia 11 de Junho,
e no dia 24 do mesmo mês realiza um festival em sua homenagem, o Fors
Fortuna. Seu culto foi introduzido por Sérvio Túlio, e Fortuna possuía um templo
nos tempos de Roma republicana próximo ao Capitólio chamado de templo
de Fortuna Virilis.

Juno, também conhecida como Hera na mitologia grega, é a esposa de Júpiter e


rainha dos deuses. É representada pelo pavão, sua ave favorita. Íris era sua
servente e mensageira. Juno e Júpiter tinham 4 filhos, Lucina (Ilítia), deusa dos
partos e gestantes, Juventa (Hebe), deusa da juventude, Marte (Ares), deus
da guerra e Vulcano (Hefesto), o artista celestial, que era coxo. Juno sentia-se
tão aborrecida ao vê-lo que o atirou para fora do céu. Outra versão diz
que Júpiter o jogou para fora, por este ter participado de uma briga do rei
do Olimpo com Juno, deixando-o coxo com a queda. Juno possuía muitas rivais,
entre elas, a bela Calisto, que Juno, por inveja da imensa beleza que conquistara
seu marido, transformou numa ursa.
Calisto passou a viver sozinha com medo dos caçadores e das outras feras da
floresta, esquecendo-se de que agora ela própria era uma. Um dia, Calisto
reconheceu num caçador seu filho Arcas, já homem. Quis correr e abraçá-lo, mas
Arcas já erguera sua lança para matá-la quando Júpiter, vendo a desgraça que
estava por acontecer afastou-os e lançou-os ao céu transformando-os nas
constelações de Ursa Maior e Ursa Menor. Juno, enfurecida por Júpiter ter dado
tal privilégio a sua rival, sai à procura de Tétis e Oceanus, as antigas divindades
do mar. Conta-lhes toda a injúria que Júpiter fizera a ela, e pede para que eles
não deixem as constelações se esconderem em suas águas. Assim a Ursa
Maior e a Ursa Menor movem-se em círculo no céu, mas nunca descem por trás
do oceano, como as outras estrelas. Outra de suas rivais foi Io, que Júpiter, ao
sentir a presença de Juno, transforma em uma novilha. Juno, desconfiada, pede
a novilha de presente. Júpiter não podia negar um presente tão insignificante a
sua mulher, então, pesaroso, entrega a novilha a Juno que a coloca sob os
cuidados de Argos Panoptes, um monstro de muitos olhos, e tendo tantos, nunca
fechava mais que dois para dormir, vigiando Io dia e noite. Júpiter, perturbado
pelo sofrimento da amante, pede a Mercúrio que mate Argos. Com músicas e
histórias, Mercúrio consegue fazer com que Argos feche seus 100 olhos e nisso
corta sua cabeça fora. Juno entristecida recolhe seus olhos que haviam perdido
toda a luz e coloca-os na cauda de seu pavão, onde permanecem até hoje.
Enfurecida, Juno persegue Io por muitas partes da terra até que Júpiter intercede
por ela prometendo não dar mais atenção a Io. Juno concorda devolvendo-lhe a
aparência humana. Outro forte inimigo de Juno foi Hércules, filho de Júpiter com
a mortal Alcmena. A este declarou guerra desde seu nascimento. Com uma
tentativa frustrada de matá-lo quando era apenas um bebê, Juno o submete
a Euristeus, que o envolve em muitas aventuras perigosas que ficaram conhecidas
como "doze trabalhos".

Júpiter (em latim, Iuppiter) era o deus romano do dia, comumente identificado
com o deus grego Zeus. Também era chamado de Jove (Jovis). Na mitologia
romana Júpiter é o pai do deus Marte. Assim, Júpiter é o avô de Rômulo e
Remo, os lendários fundadores de Roma. Júpiter é filho de Saturno e Cibele.

Os fados tinham comunicado ao seu pai, Saturno, que ele havia de ser afastado
do trono por um filho que nascesse dele. Para evitar a concretização da ameaça
do destino, Saturno devorava os filhos que mal acabavam de nascer. Quando
Júpiter nasceu, a mãe, cansada de ver assim desaparecer todos os filhos,
entregou a Saturno uma pedra, que o deus engoliu sem se dar conta do logro.

Sua mãe então o entregou às ninfas da floresta em que o havia parido.

Criado longe, na ilha de Creta, para não ter o mesmo destino cruel dos irmãos, ali
cresceu alimentado pela cabra Amalteia. Quando esta cabra morreu, Júpiter usou
a sua pele para fazer uma armadura que ficou conhecida por Égide.

Quando chegou à idade adulta enfrentou o pai e, com a ajuda de uma droga,
obrigou-o a vomitar todos os filhos que tinha devorado. Após libertar os irmãos do
ventre paterno, empreendeu uma revolta (titanomaquia). Saturno procurou seus
irmãos para fazer frente ao jovem deus rebelde que, com seus irmãos, reuniram-
se no Olimpo. Casou-se com Juno, sua irmã e filha preferida de Cibele.

Júpiter teve muitos filhos, tanto de deusas como de


mulheres. Marte, Minerva e Vénus são seus filhos divinos, entre outros. Quando
se apaixonava por mortais, Júpiter assumia diversas formas para se poder
aproximar delas.
Baco era seu filho e da mortal Sémele. A jovem durante a gravidez insistiu que
queria ver o pai do seu filho, em toda a glória. Júpiter tentou dissuadi-la, mas sem
êxito. Quando o rei dos deuses se apresentou abertamente à sua amante, esta
caiu fulminada. Júpiter tomou então o feto e colocou-o na sua barriga da perna,
onde terminou a gestação.

Para conquistar a Princesa Europa, transformou-se em touro branco. A jovem


aproximou-se e Júpiter mostrou-se meigo. Quando Europa montou sobre o seu
dorso, ele elevou-se nos ares e levou a princesa para a ilha de Creta, onde se
uniu a ela. Dessa união nasceram Minos, Radamante e Sarpédon.

Noutra altura apaixonou-se por Alcmena, esposa de Anfitrião. Para conquistá-la,


assumiu a forma do próprio marido e contou com a ajuda de Mercúrio, que tomou
a forma do criado Sósia. Dessa união nasceu o semideus Hércules.
Marte era o deus romano da guerra, equivalente ao grego Ares.
Filho de Juno e de Júpiter, era considerado o deus da guerra sangrenta, ao
contrário de sua irmã Minerva, que representa a guerra justa e diplomática. Os
dois irmãos tinham uma rixa, que acabou culminando no frente-a-frente de ambos,
junto das muralhas de Tróia, cada um dos quais defendendo um dos exércitos.
Marte, protetor dos troianos, acabou derrotado.

Marte, apesar de bárbaro e cruel, tinha o amor da deusa Vênus, e com ela teve
um filho, Cupido e uma filha mortal, Harmonia. Na verdade tratava-se de uma
relação adúltera, uma vez que a deusa era esposa de Vulcano, que arranjou um
estratagema para descobri-los e prender numa rede enquanto estavam juntos na
cama.

O povo romano considerava-se descendente daquele deus porque Rômulo era


filho de Reia Sílvia ou Ília, princesa de Alba Longa, e Marte.
Assim como Marte é o deus romano da guerra, bem como seu correspondente
Ares na mitologia grega. Há também Cariocecus ou Mars Cariocecus que é o
deus lusitano da guerra. O planeta Marte provavelmente recebeu este nome
devido à sua cor vermelha. Lembre-se que vermelha é a cor do sangue e da
violência e não do amor como o que foi traduzido na cultura popular fazendo
associação às rosas.
Mercúrio era o deus romano encarregado de levar as mensagens de Júpiter.
Era filho de Júpiter e de Bona Dea e nasceu em Cilene, monte de Arcádia. Os
seus atributos incluem uma bolsa, umas sandálias e um capacete com asas, uma
varinha de condão e o caduceu. Quando Proserpina foi raptada, tentou resgatá-la
dos infernos sem muito sucesso. Era o deus da eloqüência, do comércio, dos
viajantes e dos ladrões, a personificação da inteligência. Correspondia
ao Hermes grego, protetor dos rebanhos, dos viajantes e comerciantes: muito
rápido, era o mensageiro. O planeta Mercúrio provavelmente recebeu este nome
porque se move rapidamente no céu.

Minerva era a deusa romana das artes e da sabedoria. Correspondente


à grega Atena.

Origem
Equivalente romana da deusa grega Atena, Minerva era filha de Júpiter, após
este engolir a deusa Métis (Prudência). Com uma forte dor de cabeça, pediu
a Vulcano que abrisse sua cabeça com o seu melhor machado, após o qual saiu
Minerva, já adulta, portando escudo, lança e armadura. Era considerada uma das
duas deusas virgens, ao lado de Diana.

Deusa da sabedoria, das artes e da guerra, era filha de Júpiter. Minerva e


Netuno disputaram entre si qual dos dois daria o nome à cidade que Cécropes, rei
dos atenienses, havia mandado construir na Ática. Essa honra caberia àquele que
fizesse coisa de maior beleza e significado. Minerva, com um golpe de lança, fez
nascer da terra uma oliveira em flor, e Netuno, com um golpe do seu tridente, fez
nascer um cavalo alado e fogoso. Os deuses, que presidiram a este duelo,
decidiram em favor de Minerva, já que a oliveira florida, além de muito bela, era o
símbolo da paz. Assim, a cidade nova da Ática foi chamada Atenas.

Minerva representa-se com um capacete na cabeça, escudo no braço e lança na


mão, porque era deusa da guerra, tendo junto de si um mocho e vários
instrumentos matemáticos, por ser também deusa da sabedoria. A Minerva é o
símbolo oficial dos engenheiros.

Neptuno (português europeu) ou Netuno (português brasileiro) era um deus romano do mar,
inspirado na figura grega Posídon.

Filho do deus Saturno e irmão de Júpiter e de Plutão. Originariamente era o


deus das fontes e das correntes de água.
Plutão, em Roma, era o nome do deus grego Hades, deus do submundo.
Irmão de Júpiter, Netuno, Ceres, Vesta e Juno, faz parte da primeira geração
dos deuses olímpicos.
De acordo com a mitologia, quando os três filhos de Cibele e Saturno fizeram a
partilha do universo, Netuno ficou com os mares, Júpiter tomou posse do Olimpo,
e Plutão ficou conseqüentemente com os Infernos (também chamado Hades). O
deus governou o reino da morte sozinho até se apaixonar pela bela
deusa Proserpina.

Embora o relacionamento entre os dois parecesse ter começado mal, pois Plutão
seqüestrou a deusa separando-a de sua família deixando-a inconsolável, sua
união era calma e amorosa, ao contrário do casamento de seus irmãos Júpiter e
Juno.

Embora identificado com Hades, o deus grego do mundo dos mortos,


representa o seu aspecto benfazejo, e presidia as riquezas agrícolas. Hades era
tão temido que ninguém ousava pronunciar seu nome, e quando era para se
referir a ele, usavam outras definições. Dentre muitas, a mais conhecida é Plutão.

Por bastante tempo, o apelido substituiu o verdadeiro nome de Hades, dando


origem ao deus romano.

Características
Para Plutão, eram consagrados o narciso e o cipreste. O deus é representado de
diversas maneiras:

* bonito de aparência jovem, corpo atlético;


* cenho franzido, cabelos e barbas em desalinho, vestindo túnica e
mantos vermelhos, sentado no trono e tendo ao seu lado o cão Cérbero;
* como deus da vegetação, com traços mais suaves;
* portador de uma cornucópia ou com uma coroa de ébano na cabeça,
chaves na mão e sobre um coche puxado por cavalos negros.

Vénus (português europeu)


ou Vênus (português brasileiro)
é a deusa
do panteão (ou panteon) romano, equivalente a Afrodite no panteão grego. É a
deusa do Amor e da Beleza. O nome vem acompanhado, por vezes, de epítetos
como "Citereia" já que, quando do nascimento, teria passado por Citera, onde era
adorada sob este nome.

O mito do nascimento conta que surgiu de dentro de uma concha de madrepérola,


tendo sido gerada pelas espumas (afros, em grego). Em outra versão, é filha
de Júpiter e Dione. Era considerada esposa de Vulcano, o deus manco, mas
mantinha uma relação adúltera com Marte.

Museu Arqueológico Nacional de Atenas

Vênus foi uma das divindades mais veneradas entre os antigos, sobretudo na
cidade de Pafos, onde seu templo era admirável. Tinha um olhar vago, e cultuava-
se o zanago dos olhos como ideal da beleza feminina. Possuía um carro puxado
por cisnes.

Vénus possui muitas formas de representação artística, desde a clássica (greco-


romana) até as modernas, passando pela renascentista. É de
uma anatomia divinal, daí considerada pelos antigos gregos e romanos como a
deusa do erotismo, da beleza e do amor.

Os romanos consideravam-se descendentes da deusa pelo lado de Eneias, o


fundador mítico da raça romana, que era filho de Vénus com o mortal Anquises.

Na epopéia Os Lusíadas, Luís de Camões apresenta a deusa como a principal


apoiante dos heróis portugueses.
Vulcano (Hefesto na mitologia grega) era o deus romano do fogo, filho
de Júpiter e de Juno ou ainda, segundo alguns mitólogos, somente de Juno com
o auxílio do Vento.

Foi lançado aos mares devido à vergonha de sua mãe pela sua deformidade, foi,
porém, recolhido por Tetis e Eurínome, filhas do Oceanus. Noutras versões, a
sua fealdade era tal mesmo recém-nascido, que Júpiter o teria lançado do Monte
Olimpo abaixo. A esse fato se deveria a sua deformidade, pois Vulcano era coxo.

Sua figura era representada como um ferreiro. Era ele quem forjava os raios,
atributo de Júpiter. Este deus, o mais feio de todos, era o marido
de Vénus (a Afrodite grega), a deusa da beleza e do amor, que, aliás, lhe era
tremendamente infiel.

No entanto, Vulcano forjou armas especiais para Eneias, filho


de Vénus de Anquises de Tróia e para Aquiles quando este havia emprestado
para Pátroclo,que por sua vez a perdeu para Heitor.

Em certa altura, Vulcano preparou uma rede com que armadilhou a cama
onde Vénus e Marte mantinham uma relação adúltera. Deste modo o deus
ferreiro conseguiu demonstrar a infidelidade da sua esposa, que, no entanto foi
perdoada por Júpiter.
Saturno (do latim Saturnus) é um deus romano da agricultura, justiça e força,
equivalente ao grego Cronos. Era um dos titãs, filho do Céu e da Terra. Com uma
foice dada por sua mãe mutilou o pai, Urano, tomando o poder entre os deuses.

Expulso do céu por seu filho Júpiter (Zeus), refugiou-se no Lácio. Lá exerceu a
soberania e fez reinar a idade do ouro, cheia de paz e abundância, tendo ensinado
aos homens a agricultura. Em Lácio, criou uma família e uma conduta novas,
vindo a ser pai de Pico.

Os romanos que, segundo outras tradições, atribuem a origem de Roma a


Saturno, construíram-lhe um templo e um altar à entrada do Fórum, no Capitólio.
Atribui-se ainda a Saturno a criação de divindades como Juno ou Hércules e
de heróis como Rômulo. O sábado é o dia consagrado a Saturno.

O Saturno itálico é representado nas moedas como nas pinturas de Pompéia -


testemunho ambivalente da sua atividade agrária e da sua identificação com o
castrador Cronos - com a serpente na mão. Um baixo-relevo do museu do
Capitólio, réplica de um modelo grego, apresenta-o como Cronos, sentado no
trono, recebendo das mãos de sua mulher (por vezes chamada Opes nos textos
latinos) a pedra envolvida em panos que ele confundiu com Júpiter recém-
nascido.

O Saturno africano é um homem de barba curta, penteado com calátides. Mas o


deus chega a figurar na mesma estrela, com três aspectos distintos: deus
barbudo com a foice, jovem deus solar com a cabeça ornada de raios e jovem
deus lunar coroado com o crescente.

Os romanos, com receio que o deus abandonasse o seu lugar


(na República depositava-se no seu templo o tesouro do Estado), prenderam a
sua estátua com faixas de lã e não a libertavam senão quando se realizavam
as Saturnais. Com efeito, estas festas populares, celebradas anualmente por
volta do solstício de inverno, pretendiam ressuscitar por certo tempo a época
maravilhosa em que os homens tinham vivido sem contrariedades, sem distinções
sociais, numa paz inviolada. Era uma semana de repouso livre e feliz, durante a
qual todas as atividades profissionais eram suspensas - até as campanhas
militares eram interrompidas - e se realizavam inúmeros banquetes, onde os
cidadãos substituíam a toga pela túnica e serviam os seus escravos que,
desobrigados das suas funções habituais, falavam sem papas na língua.

Estas festividades desembocavam, inevitavelmente, em grandes orgias. O culto


de Saturno não se propagou com a mesma amplitude em todo o mundo romano,
tendo sido objeto de um fervor excepcional junto das populações da África.
"Dominus Saturnus" representa para estas o deus fertilizador da terra e,
igualmente, o sol, assim como a lua. Espécie de divindade suprema do céu,
instalada muitas vezes em substituição dos deuses fenícios, o Saturno africano
foi, como Moloque, apreciador de vítimas humanas. Estas práticas cessaram sob
o Império Romano e foram substituídas por libações e por sacrifícios de touros e
de carneiros.
Esculápio (em latim: Aesculapius) era o deus romano da medicina e da cura.
Foi herdado diretamente da mitologia grega, na qual tinha as mesmas
propriedades mas um nome sutilmente diferente: Asclépio (em grego:
Ἀσκληπιός, transl. Asklēpiós).

Segundo reza o mito, Esculápio nasceu como mortal, mas depois da sua morte
foi-lhe concedida a imortalidade, transformando-se na constelação Ofiúco. Dentre
seus filhos encontram-se Hígia - deusa da saúde pública -, Panacéia - deusa da
farmácia -, Podalírio, Macaão e Telésforo.

Curiosamente, na província da Lusitânia, correspondente ao atual território


de Portugal, Esculápio era especialmente venerado, enquanto em Roma era
considerada uma divindade menor.
O culto a Esculápio foi muito prestigiado no mundo antigo. Os santuários erigidos
em sua homenagem se converteram em sanatórios.

Na Ilíada de Homero, Esculápio é apresentado como um hábil


cirurgião. Píndaro e Hesíodo detalham como Zeus acabou por fulminar Asclépio
com um raio. Consta que a atitude do deus foi porque Asclépio pretendia igualar-
se aos deuses tornando os seres humanos imortais.

Depois de algum tempo, Esculápio passou a ser considerado como filho


de Apolo com a mortal Corônis, tendo então o poder de curar aos enfermos.

No Peloponeso, no século VI a.C., foram erigidos um templo chamado


de Epidauro e um teatro. Lá eram acolhidos os peregrinos e enfermos que
acorriam para a festa em honra de Esculápio, a Epidauria. Patrono dos médicos,
sua figura aparecia nos ritos místicos de Elêusis.

Em Roma, por ordem das profecias sibilinas, que foram um conjunto


de oráculos do ano 293 a.C., o culto a Esculápio foi iniciado.

Esculápio era representado como um homem barbudo, com o ombro direito


descoberto, de olhar sereno ao horizonte, ora acompanhado de sua
filha Hygiea (Higia, a saúde), ora sozinho. Seu braço esquerdo, sempre aparece
apoiado num cajado, confundido às vezes com o caduceu de Mercúrio, que
possui duas serpentes, enquanto em volta de seu bastão há apenas
uma serpente. O bordão de Esculápio se transformou no símbolo da medicina.

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