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CONCEITO
Como todos os mitos e lendas antigas, a mitologia romana
reúne crenças, rituais e outras práticas relacionadas com o
sobrenatural, a partir de uma base cultural própria, nesse caso,
desde o período lendário. No princípio da Idade Média,
entretanto, a religião cristã absorveu as religiões do Império
Romano.
OS SACERDOTES
Distingue-se essa religião por seus ritos e por um numeroso
grupo de sacerdotes encarregados deles. Esses sacerdotes
formavam parte de associações chamadas colégios:
Sendo assim:
FESTIVIDADES RELIGIOSAS
Os romanos aceitaram com boas graças à incorporação de
novos Deuses procedentes de outras culturas e assim se
refletia no calendário religioso romano. E assim foi feito, quando
os povos conquistados também assimilaram os Deuses
romanos. Houve, portanto, uma mescla entre conquistadores e
conquistados.
Originalmente havia poucas festividades romanas. Algumas das
mais antigas sobreviveram até finais do Império pagão,
preservando a memória da fertilidade e os ritos propiciatórios de
um primitivo povo agrícola. A incorporação de novos Deuses e
ritos incrementou o calendário religioso e chegou a ser tão
excessivo em número de festas religiosas que ultrapassaram
aos dias dedicados ao trabalho.
TEMPLOS ROMANOS
Na religião romana teve muita importância a arquitetura do
templo e o grande número de sítios para o culto. Aqui se reflete
a receptividade da cidade romana a todas as religiões do
mundo. Construído no Campo, o templo de Ísis e Serapis
contemplou um estilo e materiais egípcios para albergar o culto
helenizado da deidade egípcia Ísis. Essa é uma amostra da
heterogeneidade dos monumentos religiosos romanos.
Bibliografia
Mitologia Romana
FAUNO
Protetor das lavouras e dos rebanhos, Fauno foi ocasionalmente adorado
como divindade silvestre. Os ecos e sons do bosque eram atribuídos a sua
voz. Na Mitologia Romana, os faunos são a multiplicação tardia do deus
Fauno, cujo nome deriva do latim favere, "ser favorável", "benéfico".
Fauno era representado como um ancião de longa barba, vestido com pele de
cabra, às vezes munido de uma cornucópia. Nisto ele se assemelhava ao deus
grego Pã. Na evolução do mito, Fauno apareceu como neto de Saturno e era
representado com patas de bode, como os sátiros gregos. Nessa fase o deus se
multiplicou em numerosos faunos, semideuses representados com chifres,
cauda e cascos de bode, mortais, porém longevos. Assim como Pã, Fauno era
um deus alegre. As lupercais, festas anuais que se realizavam na Roma antiga
no mês de fevereiro e que se prolongaram pela era cristã, eram dedicadas a
Fauno e destacava seu caráter de protetor dos pastores e dos rebanhos contra
todos os perigos, especialmente o dos lobos. Durante as lupercais, os jovens,
vestidos com peles de cabra, corriam pelas ruas de Roma, celebrando assim os
antigos ritos, segundo os quais os sacerdotes do deus partiam de seu santuário,
situado numa gruta do monte Palatino, e dançavam ao redor dos antigos muros
da cidade para pedir ao deus a fecundidade dos campos, dos animais e dos
homens. Ao lado de Fauno, na mitologia aparece Fauna, sua esposa, irmã ou
filha. Segundo certas versões, ela teria atributos semelhantes aos do deus.
JUNO
Protetora do casamento, do parto e, sobretudo da mulher em todos os aspectos
da sua vida, Juno assemelha-se à deusa grega Hera, com quem foi
universalmente identificada. Juno, na mitologia romana, era a principal deusa
e a contrapartida feminina de Júpiter, seu irmão e marido. Com Júpiter e
Minerva, formava a tríade capitolina de divindades difundidas pelos reis
Etruscos, cujo templo se erguia no Capitólio, em Roma.
Recebeu vários epítetos, segundo os papéis que desempenhava, como, por
exemplo: Juno Iterduca, que conduzia a noiva à nova casa; Juno Lucina, a
deusa do parto, que auxiliava o nascimento das crianças; Juno Natalis, que
presidia o nascimento de cada mulher; e Juno Matronalis, que protegia a
mulher casada. Tornou-se um anjo da guarda feminino - assim como todo
homem possuía seu "gênio", toda mulher tinha sua "juno". Sua festa principal
era a Matronália, celebrada em 1º de março, data em que mulheres casadas se
reuniam e levavam oferendas ao templo de Juno Lucina. As representações
de Juno variavam de acordo com o epíteto escolhido. Com maior freqüência,
era representada de modo semelhante à grega Hera, de pé e como matrona de
austera beleza, às vezes com características militares.
JÚPITER
Deus supremo da mitologia romana, apesar de todo-poderoso, onipresente e
onisciente, Júpiter estava submetido aos desígnios do Destino (Moira).
Júpiter personificava o céu luminoso e tinha o poder de lançar raios, dissipar
nuvens e fazer cair a chuva fecundante. Marido de Juno, sua irmã, tinha por
atributos o raio, o cetro e a águia. Em toda a Itália, era cultuado no alto dos
montes. Na mitologia romana, além de incorporar as características do Zeus
grego, se confunde com Tínia, deus etrusco. O culto a Júpiter encarnava
uma concepção moral distinta. Além de grande divindade protetora, estava
relacionado com juramentos, tratados e ligas, e era na presença de seu
sacerdote que ocorria a mais antiga e sagrada forma de casamento. Essa
ligação com a consciência, com o senso do dever e da conduta correta nunca
se perdeu ao longo da história romana. Essa característica de Júpiter adquiriu
nova força e significado com a construção do famoso templo no Capitólio,
cercado por sua árvore sagrada, o carvalho. Era consagrado a Iuppiter
Optimus Maximus (o melhor e maior de todos os Júpiteres) e a ele estavam
associadas Juno e Minerva, no que configura a tríade capitolina. Os festejos
da consagração ocorriam no dia 13 de setembro, data que posteriormente foi
associada aos grandes jogos romanos (ludi romani). O culto a Júpiter
difundiu-se por todo o império.
MARTE
Povo conquistador, que construiu um vasto império do Ocidente ao Oriente, os
romanos encontraram em Marte, o deus da guerra, a personificação do ideal
de soldado que tanto perseguiam. Marte, antiga divindade romana, cedia a
primazia em importância apenas a Júpiter, e com o correr do tempo, tornou-
se deus da guerra e assimilou todas as lendas relativas ao grego: Ares. Seus
atributos eram a lança e a tocha ardente. Suas festas ocorriam na primavera e
no outono, início e fim dos períodos agrícola e militar. Em 15 de outubro,
realizava-se uma competição de carros puxados por dois cavalos e, em 19 de
outubro, o Armilustrium assinalava a purificação das armas de guerra, que
eram guardadas durante o inverno. Até a época de Augustus, Marte contava
com apenas dois templos em Roma: um no Campus Martius, onde se
realizavam as manobras militares; e outro fora de Porta Capena. Dentro da
cidade havia um santuário onde se guardavam as lanças sagradas do deus. Sob
o governo de Augustus, o culto de Marte ganhou novo ímpeto: além de
tradicional guardião dos assuntos militares do estado, ele se tornou, com o
nome de Mars Ultor (Marte o Vingador), guardião pessoal do imperador. Seu
culto às vezes rivalizou com o de Júpiter Capitolino e, por volta do ano 250
d.C., Marte era o mais importante dos deuses militares venerados pelas
legiões romanas.
MERCÚRIO
As palavras comércio, mercado e mercenário derivam do latim merx
(mercadoria), da mesma forma que Mercúrio, deus alado que protegia os
negócios e os lucros. Mercúrio, na religião romana, era o deus das
mercadorias e dos mercadores. Correspondia a Hermes, o veloz mensageiro
dos deuses na Mitologia Grega e de quem assimilou as façanhas heróicas.
Embora não fosse primitivamente italiano, seu culto logo se difundiu. Em 495
a.C., foi consagrado o templo no monte Aventino, em Roma, em que
Mercúrio era venerado juntamente com a deusa Maia, identificada como sua
mãe por associação à grega Maia, mãe de Hermes. Ambos eram festejados no
dia 15 de maio, dia da consagração do templo e importante especialmente para
os mercadores. Na arte romana Mercúrio era representado de pé, em geral nu
e carregando uma bolsa cheia, símbolo dos lucros mercantis. Os artistas,
porém, tinham liberdade de tomar os atributos do grego Hermes
independentemente de sua adequação à divindade romana e com freqüência
apresentavam Mercúrio com sandálias aladas, capacete alado e nas mãos um
caduceu, bastão mágico usado pelo deus para propiciar fortuna.
MINERVA
Em Roma como na Grécia, Minerva era a deusa protetora dos flautistas e
de todos os que trabalhavam em atividades que exigiam certa habilidade
manual e algum pendor artístico. Minerva era a deusa romana dos trabalhos
manuais, das profissões, das artes e, posteriormente, da guerra. Identificava-
se com a grega Atena e alguns estudiosos acreditam que seu culto, que se
difundiu em Roma, seja proveniente da Etrúria. Com Júpiter e Juno,
constituía a tríade capitolina, venerada no templo do Capitólio. Minerva era
cultuada em vários templos em Roma.
Em seu santuário no monte Aventino reuniam-se corporações de artistas, entre
eles poetas dramáticos e atores. O culto de Minerva como deusa da guerra
superou o de Marte. A festa conhecida como Quinquatrus, celebrada no
quinto dia após os idos (dia 15) de março, era originalmente dedicada a
Marte, mas foi completamente tomada por Minerva, provavelmente por ser a
data da fundação de seu templo no Aventino. Posteriormente, prolongou-se o
feriado por cinco dias para incluir o dia 23 de março, o Tubilustrium, ou
purificação dos clarins. O primeiro dia era dedicado à lustração das armas para
anunciar a nova temporada militar, e os quatro seguintes destinavam-se a
espetáculos de gladiadores. Havia também o Quinquatrus menor, celebrado
em 13 de junho, dia dos flautistas, cuja divindade protetora era Minerva. O
templo que Pompeu construiu em sua honra com os espólios dos vencidos no
Oriente mostra que Minerva era identificada com Atena Nice, que concedia a
vitória. Durante o período de Domitianus, que reivindicava sua especial
proteção, o culto a Minerva atingiu sua maior popularidade em Roma.
O imperador instituiu jogos, acompanhados de representações teatrais e
concursos de oratória e poesia. Inspirado nesses festejos, o imperador
Hadrianus fundou em Roma o Ateneu (Athenaeum), dedicado a promover
atividades intelectuais.
NETUNO
Enquanto seu equivalente grego Posêidon tinha caráter violento e
multifacetário, o deus romano Netuno conservou-se simplesmente como o
senhor dos mares e das águas correntes. Na mitologia romana, Netuno era
originalmente o deus da água doce. No começo do século IV a.C.,
identificado com o grego Posêidon, tornou-se a divindade do mar. Salácia,
sua contrapartida feminina, originalmente talvez a deusa das fontes, foi então
identificada com a grega Anfitrite, esposa de Posêidon, e passou a
personificar as águas do mar. As Netunálias, festas celebradas em honra de
Netuno, estão registradas nos calendários mais antigos. Realizavam-se no
auge do verão, em 23 de julho, época em que a água escasseava, a fim de
propiciar a divindade da água doce. Havia um templo de Netuno no Circo
Flamínio, em Roma, construído ou amplamente restaurado por Cneu Domitius
Enobarbus, cônsul em 32 a.C. Uma de suas características era um grupo
escultórico de divindades marinhas conduzidas por Posêidon e Tétis,
realizado pelo arquiteto e escultor grego Escopas. Nas artes plásticas, Netuno
foi em geral representado como o grego Posêidon: um velho forte e barbado,
com o tridente, acompanhado por golfinhos ou cavalos-marinhos.
VÊNUS
Objeto de admiração tanto pela beleza como pelas aventuras amorosas em que
se envolveu com deuses e mortais, Vênus é associada a todos os aspectos da
condição feminina. Vênus é uma antiga deusa pré-romana da península
itálica, ligada aos campos cultivados e jardins. Não há registro de que tenha
sido venerada na Roma primitiva, governada pelos etruscos, mas entre os
grupos latinos da península, no entanto, seu culto parece provir de tempos
remotos. Em Roma, logo foi identificada com Afrodite, deusa grega do
amor. Não se entende bem essa associação, talvez devida, em parte, à
fundação de um templo romano em louvor de Vênus durante o festival de
Júpiter (o Zeus grego, pai de Afrodite). Razão mais forte teria sido o
acolhimento em Roma do culto a Afrodite, proveniente da cidade siciliana de
Erice, resultado da identificação de uma deusa-mãe oriental com a
divindade grega.
Em 215 a.C., um templo foi consagrado no Capitólio a essa divindade híbrida,
que se tornou conhecida como Vênus Ericina. Mais tarde o culto de Vênus
difundiu-se por todo o Mediterrâneo. Como divindade romana, Vênus não
tinha mitologia própria. Incorporou a de Afrodite e assim foi identificada com
diversas deusas estrangeiras. Resultado notável dessa transformação foi o
fato de seu nome ter sido dado a um dos planetas do sistema solar,
inicialmente batizado com o nome da deusa babilônica Ishtar e, depois, de
Afrodite. Associada ao amor e à beleza feminina, Vênus foi um dos temas
preferidos na arte de todos os tempos.
VESTA
Fazer fogo nem sempre era fácil na antiguidade, e por isso a manutenção da
chama - principal elemento do culto a Vesta - revestia-se de grande
importância. O fogo perpétuo em honra da deusa era mantido em todas as
casas romanas, juntamente com imagens dos lares e penates, deuses
domésticos. Vesta, a deusa romana do lar, identificada com a grega Héstia,
era representada inteiramente vestida, às vezes acompanhada de um asno. Seu
culto era o mais antigo da religião romana e o que mais resistiu à influência
cristã. As vestais (sacerdotisas) presidiam a Vestália, festival anual, realizado
entre 7 e 15 de junho, período considerado aziago. No último dia, fazia-se a
limpeza ritual do santuário e os maus augúrios só terminavam quando todo o
lixo era depositado em um local especial ou lançado ao Tibre. As candidatas a
sacerdotisas de Vesta deviam ser filhas de pais livres e respeitáveis e não ter
defeito físico ou mental. As seis vestais eram iniciadas entre os seis e dez anos
e permaneciam por trinta anos a serviço da deusa, durante os quais deviam
conservar-se virgens. Além de zelar pelo fogo, deviam preparar os alimentos
sagrados e cuidar da limpeza e dos objetos do santuário. Se faltassem às
obrigações eram castigadas fisicamente e, caso violassem o voto de castidade,
enterradas vivas. Usufruíam de grande prestígio e inúmeros privilégios, o que
incluía a emancipação da casa paterna. Podiam se casar ao fim dos trinta anos
de serviço, o que raramente ocorria, pois o casamento com uma vestal era
considerado de má sorte. O santuário de Vesta situava-se no Fórum, perto da
Regia, antigo palácio dos reis romanos. Construído segundo planta circular,
lembrava as primitivas cabanas italianas. Somente as vestais tinham livre
acesso ao seu núcleo, mas uma vez por ano, na Vestália, as mulheres casadas
podiam visitá-lo. Na época de Augustus construiu-se diante do templo o
Atrium Vestae, espécie de vestíbulo de recepção.
VULCANO
Da mesma forma que Hefesto para os gregos, o deus Vulcano era
reverenciado pelos romanos com o objetivo de aplacá-lo em sua ira, de modo
a torná-lo protetor dos mortais quanto aos efeitos nocivos do fogo. Vulcano,
segundo a mitologia romana, era filho de Júpiter e Juno, o rei e a rainha dos
deuses. Único deus romano fisicamente imperfeito casou-se, no entanto com
Vênus. Deus do fogo, sobretudo nos aspectos destrutivos como vulcões ou
incêndios, Vulcano também era cultuado como deus das forjas nos lugares de
metalurgia desenvolvida. Seu culto, muito antigo, teve provável origem
etrusca e se estendeu às regiões vulcânicas como a Sicília e parte da
Campânia. Em Óstia o culto adquiriu particular importância. Os epítetos de
Vulcano, Quietus e Mulciber (mitigante do fogo), sugerem que era invocado
para ajudar a debelar incêndios. O culto do deus tinha lugar em templos
afastados das cidades. Sua principal festa, as Vulcanais, realizava-se a 23 de
agosto e era marcada por rito de significado desconhecido: os chefes das
famílias romanas lançavam peixinhos vivos ao fogo, talvez como oferenda de
criaturas normalmente fora do alcance.
romanos
4 Ver também
Quando finalmente apareceu em todo o seu esplendor, Sémele, como mortal que
era não pôde suportar tal visão e caiu fulminada. Júpiter tomou então das cinzas
o feto ainda no sexto mês e meteu-o dentro da barriga da sua própria perna, onde
terminou a gestação.
O rei Penteu proíbe os ritos do novo culto ao aproximar-se de Tebas, sua terra
natal. Porém, quando Baco se aproxima, mulheres, crianças, velhos e jovens
correm a dar-lhe boas vindas e participar de sua marcha triunfal. Penteu manda
seus servos procurarem Baco e levá-lo até ele. Porém, estes só conseguem fazer
prisioneiro um dos companheiros de Baco, que Penteu interroga querendo saber
desses novos ritos. Este se apresenta como Acetes, um piloto, e conta que, certa
vez velejando para Delos, ele e seus marinheiros tocaram na ilha de Dia e lá
desembarcaram. Na manhã seguinte os marinheiros encontraram um jovem de
aparência delicada adormecido, que julgaram ser um filho de um rei, e que
conseguiriam uma boa quantia em seu resgate. Observando-o, Acetes percebe
algo superior aos mortais no jovem e pensa se tratar de alguma divindade e pede
perdão a ele pelos maus tratos. Porém seus companheiros, cegados pela cobiça,
levam-no a bordo mesmo com a oposição de Acetes. Os marinheiros mentem
dizendo que levariam Baco (pois era realmente ele) onde ele quisesse estar, e
Baco responde dizendo que Naxos era sua terra natal e que se eles o levassem
até lá seriam bem recompensados. Eles prometem fazer isso e dizem
a Acetes para levar o menino a Naxos. Porém, quando ele começa a manobrar em
direção a Naxos ouve sussurros e vê sinais de que deveria levá-lo ao Egito para
ser vendido como escravo, e se recusa a participar do ato de baixeza.
Baco, de da Vinci
Baco percebe a trama, olha para o mar entristecido, e de repente a nau pára no
meio do mar como se fincada em terra. Assustados, os homens impelem seus
remos e soltam mais as velas, tudo em vão. O cheiro agradável de vinho se
alastra por toda a nau e percebe-se que vinhas crescem, carregadas de frutos sob
o mastro e por toda a extensão do casco do navio e ouvem-se sons melodiosos de
flauta. Baco aparece com uma coroa de folhas de parra empunhando uma lança
enfeitada de hera. Formas ágeis de animais selvagens brincam em torno de sua
figura. Os marinheiros levados à loucura começam a se atirar para fora do barco e
ao atingir a água seus corpos se achatavam e terminavam numa cauda retorcida.
Os outros começam a ganhar membros de peixes, suas bocas alargam-se e
narinas dilatam, escamas revestem-lhes todo o corpo e ganham nadadeiras em
lugar dos braços. Toda a tripulação fora transformada e dos 20 homens só
restava Acetes, trêmulo de medo. Baco, porém, pede para que nada receie e
navegue em direção a Naxos, onde encontra Ariadne e a toma como esposa.
Cansado de ouvir aquela historia, Penteu manda aprisionar Acetes. E enquanto
eram preparados os instrumentos de execução, as portas da prisão se abrem
sozinhas e caem as cadeias que prendiam os membros de Acetes. Não se dando
por vencido, Penteu se dirige ao local do culto encontrando sua própria mãe cega
pelo deus, que ao ver Penteu manda as suas irmãs atacarem-no, dizendo ser
um javali, o maior monstro que anda pelos bosques. Elas avançam, e ignorando
as súplicas e pedidos de desculpa matam-no. Assim é estabelecido na Grécia o
culto de Baco. Certa vez, seu mestre e pai de criação, Sileno, perdeu-se e dias
depois quando Midas o levou de volta e disse tê-lo encontrado perdido, Baco
concedeu a ele um pedido. Embora entristecido por ele não ter escolhido algo
melhor, deu a ele o poder de transformar tudo o que tocasse em ouro. Depois,
sendo ele uma divindade benévola, ouve as súplicas do mesmo para que tirasse
dele esse poder.
Na epopéia Os Lusíadas, de Luís de Camões, Baco é o principal opositor dos
heróis portugueses, argumentando no episódio do concílio dos deuses que seria
esquecido se os lusos chegassem à Índia.
Certo dia, Vênus estava admirando a terra quando avistou uma bela moça
chamada Psique. Vênus era uma deusa muito vaidosa e não gostava de perder
em matéria de aparência, muito menos para uma mortal. Vênus
chamou Mercúrio e disse-lhe: "- Mande esta carta para Psique."
Quando Psique recebeu a carta ficou admirada, recebendo uma carta de uma
deusa. Mas ficou muito decepcionada quando a leu. Na carta havia uma profecia
clamada pela própria Vênus. A profecia dizia que Psique ia se casar com a mais
horrenda criatura. Psique ficou desesperada, foi contar para suas irmãs. Psique
era muito inocente e nunca percebeu que suas irmãs morriam de inveja dela.
Enquanto isso, no Monte Olimpo, Vênus chamou seu filho Cupido: "- Meu caro
filho preciso de um grande favor seu. Quero que você vá a terra e atire uma de
suas flechas de amor em Psique, e faça com que ela se apaixone pelo homem
mais feio do planeta". Cupido gostava muito de sua mãe e não quis contrariá-la.
Então foi. Quando anoiteceu, Cupido foi até a casa de Psique, entrou pela janela
avistou um rosto perfeito, traços encantadores. Cupido chegou bem perto para
não ter a chance de errar o alvo (apesar de ter uma mira muito boa, mas estava
encantado com a bela jovem). Preparou-se para atirar, esticou o seu arco e
quando ia soltar a flecha, Psique moveu o braço, e Cupido acertou ele mesmo. A
partir daquele instante Cupido ficou perdidamente apaixonado pela jovem. Voltou
para casa, mas não conseguiu dormir pensando na bela Psique.
Cupido, pintura de
William-Adolphe Bouguereau (1825-1905)
No dia seguinte, Cupido foi falar com Zéfiro (o vento oeste) e pediu para que
transportasse Psique para os ares e a instalasse num palácio magnífico, onde era
a casa de Cupido. Quando a noite caiu, a moça ouviu uma voz misteriosa e doce:
"- Não se assuste Psique, sou o dono desse palácio. Ofereço a ti como presente
de nosso casamento, pois quero ser seu esposo. Tudo que está vendo lhe
pertence. E tudo que deseja será concebido. Zéfiro estará às suas ordens, ele
fará tudo o que você quiser. Eu só lhe faço uma exigência: não tente me ver. Só
sob esta condição poderemos viver juntos e sermos felizes".
Toda noite Cupido vinha ver Psique, mas em uma forma invisível. A moça estava
vivendo muito feliz naquele lindo palácio. Mas passando os dias Psique ficava
cada vez mais curiosa para saber quem era seu marido. Certa noite, quando
Cupido veio ver Psique, eles se encontraram e se amaram. Mas quando Cupido
adormeceu Psique escondida e em silêncio pegou uma lamparina e acendeu-a, e
quando ela viu o belo jovem de rosto corado e cabelos loiros, ficou encantada.
Mas num pequeno descuido ela deixou cair uma gota de óleo no braço do rapaz,
que acordou assustado e, ao ver Psique, desapareceu. O encanto todo acabou o
palácio os jardins e tudo que havia em volta desapareceram, como num passe de
mágica. Psique ficou sozinha num lugar árido, pedregoso e deserto.
Mas Cupido protestou. Será que Zeus que tinha tanto poder não podia tornar
Psique imortal? O senhor dos deuses sorriu lisonjeado. Além do mais como
poderia deixar de atender a um pedido de Cupido, que lhe trazia lembranças tão
boas? O deus do amor o tinha ajudado muitas vezes, e talvez algum dia Zeus
precisaria da ajuda de Cupido de novo. Seria mais prudente atender o seu
pedido. Zeus mandou Hermes ir buscar Psique e lhe trouxesse para o reino
celeste. Então Zeus, o soberano, transformou Psique em imortal. Nada mais se
opôs aos amores de Cupido e Psique, nem mesmo Vênus, que ao ver seu filho
tão feliz se moveu de compaixão e abençoou o casal. Seu casamento foi
celebrado com muito néctar, na presença de todos os deuses.
Fortuna era considerada filha de Júpiter. Roma dedicava a ela o dia 11 de Junho,
e no dia 24 do mesmo mês realiza um festival em sua homenagem, o Fors
Fortuna. Seu culto foi introduzido por Sérvio Túlio, e Fortuna possuía um templo
nos tempos de Roma republicana próximo ao Capitólio chamado de templo
de Fortuna Virilis.
Júpiter (em latim, Iuppiter) era o deus romano do dia, comumente identificado
com o deus grego Zeus. Também era chamado de Jove (Jovis). Na mitologia
romana Júpiter é o pai do deus Marte. Assim, Júpiter é o avô de Rômulo e
Remo, os lendários fundadores de Roma. Júpiter é filho de Saturno e Cibele.
Os fados tinham comunicado ao seu pai, Saturno, que ele havia de ser afastado
do trono por um filho que nascesse dele. Para evitar a concretização da ameaça
do destino, Saturno devorava os filhos que mal acabavam de nascer. Quando
Júpiter nasceu, a mãe, cansada de ver assim desaparecer todos os filhos,
entregou a Saturno uma pedra, que o deus engoliu sem se dar conta do logro.
Criado longe, na ilha de Creta, para não ter o mesmo destino cruel dos irmãos, ali
cresceu alimentado pela cabra Amalteia. Quando esta cabra morreu, Júpiter usou
a sua pele para fazer uma armadura que ficou conhecida por Égide.
Quando chegou à idade adulta enfrentou o pai e, com a ajuda de uma droga,
obrigou-o a vomitar todos os filhos que tinha devorado. Após libertar os irmãos do
ventre paterno, empreendeu uma revolta (titanomaquia). Saturno procurou seus
irmãos para fazer frente ao jovem deus rebelde que, com seus irmãos, reuniram-
se no Olimpo. Casou-se com Juno, sua irmã e filha preferida de Cibele.
Marte, apesar de bárbaro e cruel, tinha o amor da deusa Vênus, e com ela teve
um filho, Cupido e uma filha mortal, Harmonia. Na verdade tratava-se de uma
relação adúltera, uma vez que a deusa era esposa de Vulcano, que arranjou um
estratagema para descobri-los e prender numa rede enquanto estavam juntos na
cama.
Origem
Equivalente romana da deusa grega Atena, Minerva era filha de Júpiter, após
este engolir a deusa Métis (Prudência). Com uma forte dor de cabeça, pediu
a Vulcano que abrisse sua cabeça com o seu melhor machado, após o qual saiu
Minerva, já adulta, portando escudo, lança e armadura. Era considerada uma das
duas deusas virgens, ao lado de Diana.
Neptuno (português europeu) ou Netuno (português brasileiro) era um deus romano do mar,
inspirado na figura grega Posídon.
Embora o relacionamento entre os dois parecesse ter começado mal, pois Plutão
seqüestrou a deusa separando-a de sua família deixando-a inconsolável, sua
união era calma e amorosa, ao contrário do casamento de seus irmãos Júpiter e
Juno.
Características
Para Plutão, eram consagrados o narciso e o cipreste. O deus é representado de
diversas maneiras:
Vênus foi uma das divindades mais veneradas entre os antigos, sobretudo na
cidade de Pafos, onde seu templo era admirável. Tinha um olhar vago, e cultuava-
se o zanago dos olhos como ideal da beleza feminina. Possuía um carro puxado
por cisnes.
Foi lançado aos mares devido à vergonha de sua mãe pela sua deformidade, foi,
porém, recolhido por Tetis e Eurínome, filhas do Oceanus. Noutras versões, a
sua fealdade era tal mesmo recém-nascido, que Júpiter o teria lançado do Monte
Olimpo abaixo. A esse fato se deveria a sua deformidade, pois Vulcano era coxo.
Sua figura era representada como um ferreiro. Era ele quem forjava os raios,
atributo de Júpiter. Este deus, o mais feio de todos, era o marido
de Vénus (a Afrodite grega), a deusa da beleza e do amor, que, aliás, lhe era
tremendamente infiel.
Em certa altura, Vulcano preparou uma rede com que armadilhou a cama
onde Vénus e Marte mantinham uma relação adúltera. Deste modo o deus
ferreiro conseguiu demonstrar a infidelidade da sua esposa, que, no entanto foi
perdoada por Júpiter.
Saturno (do latim Saturnus) é um deus romano da agricultura, justiça e força,
equivalente ao grego Cronos. Era um dos titãs, filho do Céu e da Terra. Com uma
foice dada por sua mãe mutilou o pai, Urano, tomando o poder entre os deuses.
Expulso do céu por seu filho Júpiter (Zeus), refugiou-se no Lácio. Lá exerceu a
soberania e fez reinar a idade do ouro, cheia de paz e abundância, tendo ensinado
aos homens a agricultura. Em Lácio, criou uma família e uma conduta novas,
vindo a ser pai de Pico.
Segundo reza o mito, Esculápio nasceu como mortal, mas depois da sua morte
foi-lhe concedida a imortalidade, transformando-se na constelação Ofiúco. Dentre
seus filhos encontram-se Hígia - deusa da saúde pública -, Panacéia - deusa da
farmácia -, Podalírio, Macaão e Telésforo.