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23 a 26 de maio de 2006
Brasília-DF
Resumo
O Brasil, como a maioria dos países periféricos, tem passado por um acelerado
processo de industrialização/urbanização, aumentando rapidamente o número de habitantes
nas cidades. Esse processo de crescimento e expansão das cidades ocorreu sem que houvesse
um planejamento urbano adequado levando a uma crise urbana sem precedentes, onde
dezenas de milhões de pessoas não tem acesso ao solo urbano e a moradia, senão através de
formas ilegais, tendo como principal característica à ocupação de áreas impróprias, como
mananciais, APPs, encostas e fundos de vales.
O autor coloca ainda, que os principais pontos, que caracterizam a atual crise urbana,
são: concentração da população nas regiões metropolitanas; grande dinamismo das cidades
médias; grande déficit habitacional; esvaziamento das áreas centrais das cidades grandes e
médias; expansão desordenada das periferias; segregação sócio-espacial; violência urbana
crescente; falta de saneamento e queda na qualidade ambiental (BRAGA, 2003:2).
(Fonte: www.jocumplucas.org)
Nesse sentido, a urbanização acelerada que ocorre no país tem trazido conseqüências
drásticas ao ambiente urbano, sendo uma das principais, a ocupação periférica de baixa renda
em áreas de mananciais, onde a infra-estrutura é precária, refletindo em problemas graves de
esgotamento sanitário, o qual polui os corpos d’água trazendo riscos à saúde e ao
abastecimento, prejudicando as condições de vida da população.
As atividades humanas têm gerado quantidades cada vez maiores de resíduos que são
dispostos diariamente no meio ambiente. Dado que, a aplicação de tratamento que minimize
os impactos dessas ações antrópicas, tornando algo ‘saudável’, faz parte do ato de sanear.
Definições de saneamento, como a da Organização Mundial de Saúde, afirmam que o
“controle de todos os fatores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeitos
deletérios sobre seu bem estar físico, mental ou social”, permeiam as ações de saneamento.
FIGURA 3 – Proporção de municípios sem serviços de saneamento básico, por tipo de serviço, segundo as
grandes regiões – 2000.
(FONTE: IBGE, 2000)
FIGURA 4 – Cobertura de serviços de abastecimento de água por rede geral e esgotamento sanitário, por
Do esgoto produzido, uma parcela muito pequena tem destino adequado, a maior parte
é lançado nos meios receptores sem qualquer forma de tratamento. A relação entre a
existência ou não de rede de esgotamento sanitário é mostrada por intermédio da figura 6, em
que se pode, também, destacar a densidade demográfica e o expressivo número de municípios
sem rede de esgoto, pontuados exatamente nas zonas de saturação populacional.
Até 0,9
Existência
1,0 a 4,9
5,0 a 9,9
10,0 a 24,9
Inexistência
25,0 a 99,9
5. Conclusão
Um dos grandes desafios do saneamento é atender a população de menor renda,
concentradas em moradias precárias, dispersa nas periferias, em que se visualiza a
significativa carência de infra-estrutura de saneamento. Essa situação é agravada no Brasil,
devido à acentuada desigualdade existente, que cria o afunilamento entre a expansão urbana e
a carência de infra-estrutura de saneamento. O processo de crescimento e expansão das
cidades ocorreu sem que houvesse um planejamento urbano adequado, levando a uma crise
urbana sem precedentes, tendo como principal característica a ocupação de áreas impróprias,
como mananciais, APPs, encostas, fundos de vales, onde dezenas de milhões de pessoas não
tem acesso ao solo urbano e a moradia, senão através de forma ilegais.
Desta forma, é preciso analisar a crise urbana que estamos vivenciando, pois estamos
diante de um paradigma onde a forma que se desenvolve a urbanização e a organização das
cidades parece ter ficado insustentável para o bom desenvolvimento das mesmas.
6. Bibliografia
BRAGA, R. e CARVALHO, P. F.(org.), Perspectivas de Gestão Ambiental em Cidades
Médias. Laboratório de Planejamento Municipal. UNESP (IGCE/. Deplan). Rio Claro. 2001.
BRAGA, R. Os Desafios do Estatuto da Cidade. In: Boletim Território & Cidadania. Ano
III- nº2- jul/dez. LPM. Unesp. Rio Claro. 2003
MARICATO, E. Brasil, Cidades: alternativas para a crise urbana. Rio de Janeiro: Vozes,
2001.
____________ As idéias fora do lugar e o lugar fora das idéias. In: ARANTES, O. VAINER,
C. e MARICATO, E. A cidade do pensamento único: desmanchando concensos.
Petrópolis: Vozes. 2000.
TEIXEIRA, Bernardo Arantes do Nascimento. Gestão dos resíduos sólidos: desafio para as
cidades. In: Perspectivas de gestão ambiental em cidades médias. Org. Pompeu Figueiredo
de Carvalho; Roberto Braga. Rio Claro: UNESP – IGCE – Laboratório de Planejamento
Municipal – Deplan, 2001. p. 77-85.
www.ibge.gov.br
www.jocumplucas.org
www.opas.org.br/