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RTOrd n. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
ADVOGADO
OAB/PR
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EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 9ª REGIÃO
Agravante: RECLAMADO
Agravado: RECLAMANTE
Meritíssimos julgadores:
I – PRELIMINAR
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JONES BRAGHIROLLI MENNA BARRETO ME apresenta Exceção de Pré-Executividade no
ID. ce800ed. O autor apresentou resposta no ID. 2cddbff. Os autos vieram conclusos para
decisão.
É o relatório.
DECIDO:
A exceção de pré-executividade é admitida no Processo do Trabalho para atender situações
excepcionais, nas quais se discutam as condições da ação, os pressupostos de constituição
e de desenvolvimento válido e regular do processo, ou outras questões que impliquem
nulidade absoluta ou extinção do processo executivo, quando ainda não garantido o Juízo,
razão pela qual conheço da exceção de pré-executividade. Alega a primeira executada, ainda
na fase de conhecimento, não foi intimada da data da audiência de instrução via notificação
postal, uma vez que não possuía procurador habilitado a receber intimação, o que acarretou
cerceamento de defesa. Requer a nulidade dos atos realizados após a audiência inaugural.
Analisa-se.
Verifica-se a ré foi devidamente intimada, via postal, acerca da propositura da presente ação
e da data da audiência inaugural, conforme comprovante dos correios de fl. 147. Tanto é que
a empresa se fez presente à audiência realizada em 23/10/2012, por meio de preposta,
acompanhada do advogado Humberto Tadashi Okimura, OAB nº 47263/PR, conforme ata de
audiência de fls. 255/256.
Naquela ocasião, a ré saiu ciente da data da próxima audiência (05/12/2012); todavia, decidiu
não comparecer ao ato (vide ata fl. 433). Diante disto, o autor requereu fosse declarada a
revelia da 1ª ré, a qual foi aplicada posteriormente em sentença (fl. 636).
Não resta dúvida quanto à ciência da executada Jones Braghirolli Menna Barreto - ME acerca
da existência da ação, a partir de sua citação inicial, quando poderia, desde então, ter
exercido livremente seu direito de defesa e acompanhado os atos processuais, mas restou
silente até a apresentação da presente medida.
Desta forma, à toda evidência, descabe falar-se em cerceamento de defesa, pelo que
ausente a alegada nulidade.
A afirmativa de que o Hospital São José dos Pinhais foi notificado da audiência em prazo
inferior ao previsto no artigo 841 da CLT, não merece prosperar, pois não possui legitimidade
a 1ª ré para, em nome próprio, defender interesse de outra parte.
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"Fica suspensa, por ora, a execução em face da embargante Jones Braghirolli Menna Barreto
Me, até o trânsito em julgado desta decisão."
A sentença impugnada restou bastante clara quanto aos demais aspectos invocados pelo
embargante. O inconformismo reflete nítida pretensão de revisão da decisão, de forma
manifestamente inapropriada a via utilizada, eis ultrapassados os limites dispostos pelo art.
1.022 do CPC.
PELO EXPOSTO, os embargos declaratórios opostos por JONES BRAGHIROLLI
CONHEÇO MENNA BARRETO ME e, no mérito, os pedidos para sanar omissão, nos
ACOLHO EM PARTE termos da fundamentação, parte integrante deste dispositivo.
INTIMEM-SE AS PARTES
II – DO MÉRITO
Caso não acolhida a preliminar, o que não se espera, destaca a agravada que não podem
prosperar os pedidos da agravante.
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2. Breve resumos dos fatos
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AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DO
BANCO DO BRASIL S.A. IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO
DO RECURSO ORDINÁRIO. MANDATO TÁCITO. VALIDADE. Decisão
Regional em que não conhecido o recurso ordinário do reclamado por
irregularidade de representação, embora tenha a subscritora do recurso
comparecido à audiência de instrução. Aparente contrariedade à Súmula
164/TST, então vigente, nos moldes do art. 896 da CLT, a ensejar o
provimento do agravo de instrumento, nos termos do artigo 3º da Resolução
Adminis trativa nº 928/2003. Agravo de instrumento conhecido e provido.
RECURSO DE REVISTA DO BANCO DO BRASIL S.A. IRREGULARIDADE
DE REPRESENTAÇÃO DO RECURSO ORDINÁRIO. MANDATO
TÁCITO. VALIDADE. 1. A Corte de origem deixou de conhecer do
recurso ordinário da empre sa por entender irregular a representação
processual, tendo em vista que "não há nos autos procuração
conferindo poderes ad Judicia à advogada que subscreve o recurso
interposto". Asseverou que, na espécie, é inviável o reconhecimento de
mandato tácito, po is "não há espaço para que se perquira de mandato
apud acta porque os poderes assim outorgados esgotam se, no ato
processual da audiência". Registrou, ainda, que advogado que
compareceu à audiência inaugural não foi quem interpôs o apelo. 2. O
entendimento firmado pela Subseção de Dissídios Individuais I do TST,
na OJ 286, é no sentido de que "[A] juntada da ata de audiência, em que
consignada a presença do advogado, desde que não estivesse atuando
com mandato expresso, torna dispensável a procuração dest e, porque
demonstrada a existência do mandato tácito" , bem assim de que
"[C]onfigurada a existência de mandato tácito fica suprida a irregularidade
detectada no mandato expresso ". Por outro lado a primeira parte da
Súmula 383 desta e. Corte consigna que "É inadmissível recurso firmado
por advogado sem procuração juntada aos autos até o momento da sua
interposição, salvo mandato tácito". 3. No caso dos autos, constata - se
a presença da advogada subscritora do recurso ordinário na audiência
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de instrução em que esteve presente a reclamada, o que dá contornos
de validade ao mandato tácito. Recurso de revista conhecido e provido.
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA DA
RECLAMANTE. PREJUDICADO. Em razão do provimento do recurso
de revista interposto pelo reclamado, com determinação para retorno dos
autos ao Tribunal Regional para novo julgamento, resulta prejudicada
a análise do agravo de instrumento em recurso de revista interposto pela
reclamante. Agravo de instrumento prejudicado. (TST - ARR:
1443001720075010015, Relator: Hugo Carlos Scheuermann, Data de
Julgamento: 22/02/2017, 1ª Turma, Data de Publicação: DEJT 24/02/2017)
Mesmo que assim não fosse, a intimação da excipiente a respeito da audiência também foi
pessoal, tendo em vista que esta encontra - se na audiência e saiu ciente e intimada da data de
prosseguimento.
Isto é, além de haver advogado constituído nos autos, representando a excipiente, esta
esteve pessoalmente presente na audiência, não havendo que se falar em nulidade por ausência
de intimação pessoal .
Fato é, embora ciente da data designada para audiência, a excipiente não compareceu na
inicial, pelo que correta a aplicação da revelia, nos termos do art. 844, da CLT , não havendo que
se falar em cerceamento de defesa.
Quanto ao argumento de que a intimação do executado Hospital São José dos Pinhais foi
apenas dois dias antes da audiência, violando o art. 841, da CLT, também não merece prosperar o
pedido de nulidade.
Ora, Nobre Julgador, apesar de realmente isso ter ocorrido, depreende se que a referida
executada (Hospital São José dos Pinhais) compareceu na audiência designada, na qual foi
concedido prazo para apresentação defesa, ou seja, não houve prejuízo à parte, tanto é que
esta sequer impugnou a respeito, razão pela qual não há que se falar em nulidade, nos termos do
art. 794, da CLT.
Ainda, considerando todo o exposto e por ausência de amparo legal, requer a excepta
a seja rejeitado o pedido do excipiente de concessão de efeito suspensivo da execução.
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II - DO REQUERIMENTO
Diante do exposto, requer a agravada seja recebida e provida esta contraminuta, pelas
razões arguidas, e assim ser negado seguimento ao agravo de petição interposto pela agravante
ou, sucessivamente, negado provimento.
ADVOGADO
OAB/PR
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