Enem. Guia Enem Geopolítica PDF

Ciências Humanas
e suas Tecnologias
COMPETÊNCIA
2
Geopolítica
e Território
Competência de área 2
Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconô-
micas e culturais de poder.
H6 - Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.

H7 - Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.
H8 - Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos
populacionais e no enfrentamento de problemas de ordem econômico-social.
H9 - Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e
socioeconômicas em escala local, regional ou mundial.
H10 - Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coleti- Organizador:
vidade na transformação da realidade histórico-geográfica.
Mateus Prado
Expediente Edição H2-B
Idealizador e Organizador: Mateus Prado
Diretor de Criação: José Geraldo da Silva Junior
Projeto Gráfico: Daniel Paiva
Designers: Daniel Paiva e Lucas Paiva

Humanas
Nota:
Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, por se tratarem de questões já utilizadas nas
provas do ENEM, podem ocorrer casos de erros gramaticais ou discussões quanto à exatidão das respostas e conceitos
empregados nas questões. Em qualquer das hipóteses, solicitamos a comunicação ao nosso Serviço de Atendimento ao
Cliente (errata@guiaenem.org.br), para que possamos esclarecer ou encaminhar cada caso.
Geopolítica e Território
COMPETÊNCIA
2
Reprodução proibida. A cópia dessa distribuição das questões do ENEM por competência caracteriza dano ao direito autoral. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
mpetência :
dessa co as
Incidênciae Ciências Human
18%
p ro v a d
na
Competência exigida pelo ENEM
Compreender as transformações dos espaços geográficos como produto das relações socioeconômicas e culturais
de poder.
Entenda a Competência
A segunda competência de Ciências Humanas tem como foco o estudo da formação dos territórios e suas institui-
ções. É preciso compreender que as fronteiras não foram definidas ao acaso, mas por processos de conflitos, disputas e
conquistas.
Como instrumento para o estudo desses temas, será necessária uma compreensão de mapas temáticos, físicos e po-
líticos. Espera-se que o aluno conheça a formação territorial brasileira, suas regiões, estados e características principais.
Além disso, são frequentes questões sobre os nossos cinco séculos de economia agroexportadora: o complexo açucareiro,
a mineração, o café, o ciclo da borracha na Amazônia, entre outros temas.
A Geopolítica internacional é também abordada com frequência. Estude os conflitos dos séculos XIX e XX: imperialismo,
ocupação da Ásia e África, Guerras Mundiais, Guerra Fria, cenário após a Guerra Fria e organismos multilaterais dos séculos
XX e XXI.
Podem aparecer questões sobre conflitos territoriais relacionados à demarcação de fronteiras (como é o caso de
alguns países do Oriente Médio), ao reconhecimento de nacionalidades (do povo Basco, por exemplo), e à questões sociais
(como o MST, no Brasil). É preciso se dedicar também ao tema das migrações. Pesquise os fluxos populacionais dentro do
Brasil e os motivos sociais e econômicos que levam essas pessoas a sair de sua terra natal.
Por fim, será cobrada a problemática das cidades. Como diversos grupos sociais se dividem nas cidades? Quais os
problemas da urbanização acelerada nos países subdesenvolvidos? Procure entender o conceito de “segregação espa-
cial” e observe como a cidade evidencia a hierarquia e a pobreza.
AS HABILIDADES
Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:
• Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.
COMPETÊNCIA 2 - Geopolítica e Território 3

Humanas
• Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.

• Analisar a ação dos estados nacionais no que se refere à dinâmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento de pro-
blemas de ordem econômico-social.
• Comparar o significado histórico-geográfico das organizações políticas e socioeconômicas em escala local, regional ou
mundial.
• Reconhecer a dinâmica da organização dos movimentos sociais e a importância da participação da coletividade na trans-
formação da realidade histórico-geográfica.
DICAS
Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências
1. Xingu, filme de 2012, aborda as viagens e as lutas dos irmãos Villas-Bôas pela criação do Parque Nacional do Xingu (parque
ecológico e reserva indígena). Através dessa obra, é possível discutir a questão dos direitos indígenas no Brasil atual.
2. Pesquise a história da Reserva Raposa Serra do Sol. É um dos principais conflitos relacionados à demarcação de terras
indígenas no território brasileiro.
3. Procure se informar sobre a migração de haitianos para o Brasil, através da fronteira com o Acre, a partir do terremoto
ocorrido no Haiti em 2010. Pesquise a situação do Haiti hoje e também as soluções humanitárias apontadas pelo governo
brasileiro para a situação desses imigrantes aqui, como a legalização dos que já vieram e dos que querem vir e a inclusão
no mercado de trabalho.
4. Para entender um pouco mais sobre os conflitos fundiários no Brasil, grilagem de terras e necessidade de reforma agrária,
pesquise a biografia de Doroth Stang, assassinada em 2005 no Pará.
5. Nos primeiros meses de 2013, a Coreia do Norte esteve em destaque nos noticiários mundiais. Pesquise os motivos da crise
diplomática ocorrida, quais as ameaças feitas por esse país e como se deu a resolução do problema.
6. Uma forma de familiarizar-se com os conflitos envolvendo o Irã é assistir ao filme europeu Em nome do pai.
PROPOSTA DE AULA
Proponha aos seus alunos a leitura da Carta do Cacique Seattle, enviada ao presidente dos Estados Unidos em 1855. Ela
pode ser facilmente encontrada na internet. Discuta os conflitos relacionados ao território presentes na carta e diferencie a
forma com que brancos e índios se relacionavam com a terra. Depois disso, relacione a carta com o processo de formação
dos EUA.
4 Ciências Humanas e suas Tecnologias

lítica externa. Teve o país inteligência de longo prazo e cálculo
ATIVIDADES de oportunidade no mundo difuso da transição da hegemonia
britânica para o século americano. Engendrou concepções,
conceitos e teoria própria no século XIX, de José Bonifácio ao
Visconde do Rio Branco. Buscou autonomia decisória no sécu-
1 lo XX. As elites se interessaram, por meio de calorosos deba-
Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu tes, pelo destino do Brasil. O país emergiu, de Vargas aos mili-
a Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a formação tares, como ator responsável e previsível nas ações externas
de alianças antagônicas de caráter militar, como a OTAN, que do Estado. A mudança de regime político para a democracia
aglutinava os países do bloco ocidental, e o Pacto de Varsóvia, não alterou o pragmatismo externo, mas o aperfeiçoou.
que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar
que, na formação da OTAN, estão presentes, além dos países SARAIVA, J. F. S. O lugar do Brasil e o silêncio do parlamento.
do oeste europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica Correio Braziliense, Brasília, 28 maio 2009 (adaptado).
atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se re-

fletia pela opção entre os modelos capitalista e socialista. Sob o ponto de vista da política externa brasileira no século XX,
conclui-se que
Essa divisão europeia ficou conhecida como
a) o Brasil é um país periférico na ordem mundial, devido às
a) Cortina de Ferro. diferentes conjunturas de inserção internacional.
b) Muro de Berlim. b) as possibilidades de fazer prevalecer ideias e conceitos pró-
c) União Europeia. prios, no que tange aos temas do comércio internacional e
d) Convenção de Ramsar. dos países em desenvolvimento, são mínimas.
e) Conferência de Estocolmo. c) as brechas do sistema internacional não foram bem apro-
veitadas para avançar posições voltadas para a criação de
uma área de cooperação e associação integrada a seu en-
torno geográfico.
2 d) os grandes debates nacionais acerca da inserção interna-
O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as déca- cional do Brasil foram embasados pelas elites do Império e
das de 1980 e 1990, gerou expectativas de que seria instaurada da República por meio de consultas aos diversos setores da
uma ordem internacional marcada pela redução de conflitos e população.
pela multipolaridade. e) a atuação do Brasil em termos de política externa evidencia
que o país tem capacidade decisória própria, mesmo diante
O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria apresenta dos constrangimentos internacionais.
a) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo,

às disputas étnicas, ao extremismo religioso e ao fortaleci-
mento de ameaças como o terrorismo, o tráfico de drogas e 4
Além dos inúmeros eletrodomésticos e bens eletrôni-
o crime organizado. cos, o automóvel produzido pela indústria fordista promoveu,
b) o fim da corrida armamentista e a redução dos gastos mi- a partir dos anos 50, mudanças significativas no modo de vida
litares das grandes potências, o que se traduziu em maior dos consumidores e também na habitação e nas cidades. Com
estabilidade nos continentes europeu e asiático, que tinham a massificação do consumo dos bens modernos, dos eletroe-
sido palco da Guerra Fria. letrônicos e também do automóvel, mudaram radicalmente o
c) o desengajamento das grandes potências, pois as interven- modo de vida, os valores, a cultura e o conjunto do ambiente
ções militares em regiões assoladas por conflitos passa- construído. Da ocupação do solo urbano até o interior da mo-
ram a ser realizadas pela Organização das Nações Unidas radia, a transformação foi profunda.
(ONU), com maior envolvimento de países emergentes.
d) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que afas- MARICATO, E. Urbanismo na periferia do mundo globalizado:
metrópoles brasileiras. Disponível em: http://www.scielo.br.
tou a possibilidade de um conflito nuclear como ameaça Acesso em: 12 ago. 2009 (adaptado).
global, devido à crescente consciência política internacio-
nal acerca desse perigo. Uma das consequências das inovações tecnológicas das úl-
e) a condição dos EUA como única superpotência, mas que se timas décadas, que determinaram diferentes formas de uso e
submetem às decisões da ONU no que concerne às ações ocupação do espaço geográfico, é a instituição das chamadas
militares. cidades globais, que se caracterizam por
a) possuírem o mesmo nível de influência no cenário mundial.

3 b) fortalecerem os laços de cidadania e solidariedade entre os
Colhe o Brasil, após esforço contínuo dilatado no tem- membros das diversas comunidades.
po, o que plantou no esforço da construção de sua inserção c) constituírem um passo importante para a diminuição das de-
internacional. Há dois séculos formularam-se os pilares da po- sigualdades sociais causadas pela polarização social e pela

Humanas
segregação urbana.
d) terem sido diretamente impactadas pelo processo de inter- 6

O movimento migratório no Brasil é significativo, prin-
nacionalização da economia, desencadeado a partir do final cipalmente em função do volume de pessoas que saem de
dos anos 1970. uma região com destino a outras regiões. Um desses movi-
e) terem sua origem diretamente relacionadas ao processo de mentos ficou famoso nos anos 80, quando muitos nordestinos
colonização ocidental do século XIX. deixaram a região Nordeste em direção ao Sudeste do Brasil.
Segundo os dados do IBGE de 2000, este processo continuou
crescente no período seguinte, os anos 90, com um acrésci-
mo de 7,6% nas migrações deste mesmo fluxo. A Pesquisa
5 de Padrão de Vida, feita pelo IBGE, em 1996, aponta que, en-
tre os nordestinos que chegam ao Sudeste, 48,6% exercem
trabalhos manuais não qualificados, 18,5% são trabalhadores
manuais qualificados, enquanto 13,5%, embora não sejam
trabalhadores manuais, se encontram em áreas que não exi-
gem formação profissional. O mesmo estudo indica também
que esses migrantes possuem, em média, condição de vida e
nível educacional acima dos de seus conterrâneos e abaixo
dos de cidadãos estáveis do Sudeste.
Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 jul. 2009 (adaptado).
PIB por Habitante Com base nas informações contidas no texto, depreende-se
em 2004
que
13 000
a) o processo migratório foi desencadeado por ações de go-
Média 9 730
verno para viabilizar a produção industrial no Sudeste.
6 000
01 000 Km b) os governos estaduais do Sudeste priorizaram a qualifica-
4 000 ção da mão-de-obra migrante.
c) o processo de migração para o Sudeste contribui para o fe-
nômeno conhecido como inchaço urbano.
d) as migrações para o sudeste desencadearam a valorização
CIATTONI, A. Géographie. L’espace mondial.
Paris: Hatier, 2008 (adaptado). do trabalho manual, sobretudo na década de 80.
e) a falta de especialização dos migrantes é positiva para os
A partir do mapa apresentado, é possível inferir que nas últi- empregadores, pois significa maior versatilidade profissio-
mas décadas do século XX, registraram-se processos que nal.
resultaram em transformações na distribuição das atividades
econômicas e da população sobre o território brasileiro, com
reflexos no PIB por habitante. Assim,
7
Apesar do aumento da produção no campo e da inte-
a) as desigualdades econômicas existentes entre regiões bra- gração entre a indústria e a agricultura, parte da população
sileiras desapareceram, tendo em vista a modernização tec- da América do Sul ainda sofre com a subalimentação, o que
nológica e o crescimento vivido pelo país. gera conflitos pela posse de terra que podem ser verificados
b) os novos fluxos migratórios instaurados em direção ao Norte em várias áreas e que frequentemente chegam a provocar
e ao Centro-Oeste do país prejudicaram o desenvolvimento mortes.
socioeconômico dessas regiões, incapazes de atender ao
crescimento da demanda por postos de trabalho. Um dos fatores que explica a subalimentação na América
c) o Sudeste brasileiro deixou de ser a região com o maior PIB do Sul é
industrial a partir do processo de desconcentração espacial
do setor, em direção a outras regiões do país. a) a baixa inserção de sua agricultura no comércio mundial.
d) o avanço da fronteira econômica sobre os estados da região b) a quantidade insuficiente de mão-de-obra para o trabalho
Norte e do Centro-Oeste resultou no desenvolvimento e na agrícola.
introdução de novas atividades econômicas, tanto nos seto- c) a presença de estruturas agrárias arcaicas formadas por
res primário e secundário, como no terciário. latifúndios improdutivos.
e) o Nordeste tem vivido, ao contrário do restante do país, um d) a situação conflituosa vivida no campo, que impede o cres-
período de retração econômica, como consequência da fal- cimento da produção agrícola.
ta de investimentos no setor industrial com base na moderna e) os sistemas de cultivo mecanizado voltados para o abasteci-
tecnologia. mento do mercado interno.

8 Anotações
A luta pela terra no Brasil é marcada por diversos aspec-
tos que chamam a atenção. Entre os aspectos positivos, desta-
ca-se a perseverança dos movimentos do campesinato e, entre
os aspectos negativos, a violência que manchou de sangue essa
história. Os movimentos pela reforma agrária articularam-se por
todo o território nacional, principalmente entre 1985 e 1996, e
conseguiram de maneira expressiva a inserção desse tema nas
discussões pelo acesso à terra. O mapa seguinte apresenta a
distribuição dos conflitos agrários em todas as regiões do Brasil
nesse período, e o número de mortes ocorridas nessas lutas.
Brasil - Vítimas fatais de conflitos

ocorridos no campo 1985-1996
número total
de assassinatos
83
21
1
Fonte: Comissão Pastoral da Terra - CPT
OLIVEIRA, A. U. A longa marcha do campesinato brasileiro: movimentos sociais, conflitos e

reforma agrária. Revista Estudos Avançados. Vol. 15 n. 43, São Paulo, set./dez. 2001.
Com base nas informações do mapa acerca dos conflitos pela

posse de terra no Brasil, a região
a) conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas é a

de maior violência.
b) do Bico do Papagaio apresenta os números mais expres-
sivos.
c) conhecida como oeste baiano tem o maior número de mortes.
d) do norte do Mato Grosso, área de expansão da agricultura
mecanizada, é a mais violenta do país.
e) da Zona da Mata mineira teve o maior registro de mortes.
9
Com a perspectiva do desaparecimento das geleiras
no Polo Norte, grandes reservas de petróleo e minérios, hoje
inacessíveis, poderão ser exploradas. E já atiçam a cobiça das
potências.
KOPP, D. Guerra Fria sobre o Ártico. Le monde diplomatique Brasil.

Setembro, n. 2, 2007 (adaptado).

Humanas
No cenário de que trata o texto, a exploração de jazidas de pe-

tróleo, bem como de minérios – diamante, ouro, prata, cobre, 11

No mundo contemporâneo, as reservas energéticas
chumbo, zinco – torna-se atraente não só em função de seu for- tornam-se estratégicas para muitos países no cenário inter-
midável potencial, mas também por nacional. Os gráficos apresentados mostram os dez países
com as maiores reservas de petróleo e gás natural em re-
a) situar-se em uma zona geopolítica mais estável que o Oriente servas comprovadas até janeiro de 2008.
Médio.
Posição País Gás natural - reservas provadas (metros cúbicos)
b) possibilitar o povoamento de uma região pouco habitada, 1 Rússia 47.570.000.000.000
além de promover seu desenvolvimento econômico. 2 Irã
3 Catar
26.370.000.000.000
25.790.000.000.000
c) garantir, aos países em desenvolvimento, acesso a matérias- 4 Arábia Saudita 6.568.000.000.000
5 Emirados Árabes Unidos 5.823.000.000.000
-primas e energia, necessárias ao crescimento econômico. 6 Estados Unidos 5.551.000.000.000
7 Nigéria 5.015.000.000.000
d) contribuir para a redução da poluição em áreas ambiental- 8 Argélia 4.359.000.000.000
9 Venezuela 4.112.000.000.000
mente já degradadas devido ao grande volume da produção 10 Iraque 3.170.000.000.000
industrial, como ocorreu na Europa.
e) promover a participação dos combustíveis fósseis na matriz Posição País
1 Arábia Saudita
Petróleo - reservas provadas (barris)
266.800.000.000
energética mundial, dominada, majoritariamente, pelas fontes 2 Canadá 178.800.000.000
3 Irã 132.500.000.000
renováveis, de maior custo. 4 Iraque 115.000.000.000
5 Kuwait 104.000.000.000
6 Emirados Árabes Unidos 97.800.000.000
7 Venezuela 79.730.000.000
8 Rússia 60.000.000.000
9 Líbia 39.130.000.000
10 Nigéria 35.880.000.000
10
O gráfico mostra o percentual de áreas ocupadas, se- Disponível em http://indexmundi.com. Acesso
gundo o tipo de propriedade rural no Brasil, no ano de 2006. em 12 ago. 2000 (adaptado).
Área ocupada pelos imóveis rurais As reservas venezuelanas figuram em ambas as classifica-
90,0 ções porque
80,0
70,0
60,0 a) a Venezuela já está integrada ao MERCOSUL.
50,0 b) são reservas comprovadas, mas ainda inexploradas.
40,0
30,0 c) podem ser exploradas sem causarem alterações ambientais.
20,0 d) já estão comprometidas com o setor industrial interno da-
10,0
0,0 quele país.
Centro-
Rio Negro e) a Venezuela é uma grande potência energética mundial.
Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Oeste
Minifúndio 7,5 5,3 14,3 9,0 14,5 2,0 Amazonas Belém

Rio
Imóveis Improdutivos 63,8 82,6 69,7 48,4 38,3 63,5 Rio Solimõ São Luís
es
Imóveis Produtivos 28,7 12,1 16,0 42,6 47,2 34,5

12
ra
MDA/INCRA (DIEESE, 2006) São F ncisco Recife
Rio
Rio Negro Rio Negro
Disponível em: http://www.sober.org.br. Acesso em: 6 ago. 2009. Amazonas AmBelém
azonas Belém
Rio Rio
Rio Solimõ
es Salvador
Rio Solimõ
es
São Luís São Luís
De acordo com o gráfico e com referência à distribuição das Cuiabá ra

São F ncisco ão Francisco
Rio io S
RRecife Recife
áreas rurais no Brasil, conclui-se que Vila Rica
Rio Pa guai
Vitória
ná
Salvador Salvador
ara
ra
oP
Cuiabá Cuiabá
Rio de Janeiro
Ri
a) imóveis improdutivos são predominantes em relação às de- São Paulo

Vila Rica Vila Rica
Rio Pa guai
Rio Pa guai
Vitória Vitória
ná
ná
ara
ara
mais formas de ocupação da terra no âmbito nacional e na

ra
ra
oP
oP
Rio de Janeiro Rio de Janeiro

Ri
Ri
Laguna São Paulo São Paulo

maioria das regiões.
ai
ugu
Laguna Laguna
b) o índice de 63,8% de imóveis improdutivos demonstra que

Rio Ur
ai
ai
ugu
ugu
Rio Ur
Rio Ur
grande parte do solo brasileiro é de baixa fertilidade, impró-

prio para a atividade agrícola. Fronteira doFronteira
Tratado de
do Tordesilhas (1494)
Tratado de Tordesilhas (1494)
c) o percentual de imóveis improdutivos iguala-se ao de imó- Fronteira do Tratado de Tordesilhas (1494)
Território português
Territórioconforme
portuguêsoconforme
Tratado deo Tordesilhas
Tratado de Tordesilhas
veis produtivos somados aos minifúndios, o que justifica a
Território português conforme o Território
Tratadoportuguês
Territóriocom base no
português
de Tordesilhas com Tratado
base de no Madri
Tratado(1750)
de Madri (1750)
existência de conflitos por terra. Fronteira doFronteira

Tratado de
Território português com base no Tratado de Madri (1750)
do San Ildefonso
Tratado de San(1778)Ildefonso (1778)
d) a região Norte apresenta o segundo menor percentual de

imóveis produtivos, possivelmente em razão da presençaFronteira do Tratado de San Ildefonso (1778)
BETHEL, L. História da América. V. I. São Paulo: Edusp, 1997. (adaptado)
de
densa cobertura florestal, protegida por legislação ambien- As terras brasileiras foram divididas por meio de tratados
tal. entre Portugal e Espanha. De acordo com esses tratados,
e) a região Centro-Oeste apresenta o menor percentual de identificados no mapa, conclui-se que
área ocupada por minifúndios, o que inviabiliza políticas de
reforma agrária nesta região. a) Portugal, pelo Tratado de Tordesilhas, detinha o controle da

foz do rio Amazonas.
Anotações
b) o Tratado de Tordesilhas utilizava os rios como limite físico
da América portuguesa.
c) o Tratado de Madri reconheceu a expansão portuguesa
além da linha de Tordesilhas.
d) Portugal, pelo Tratado de San Ildefonso, perdia territórios na
América em relação ao de Tordesilhas.
e) o Tratado de Madri criou a divisão administrativa da América
Portuguesa em Vice-Reinos Oriental e Ocidental.
13
Na figura, observa-se uma classificação de regiões da
América do Sul segundo o grau de aridez verificado.
superárido
árido
semiárido
subúmido
demais áreas
Disponível em: http://www.mutirão.com.br.
Acesso em: 5 ago.2009.
Em relação às regiões marcadas na figura, observa-se que
a) a existência de áreas superáridas, áridas e semiáridas é re-

sultado do processo de desertificação, de intensidade variável,
causado pela ação humana.
b) o emprego de modernas técnicas de irrigação possibilitou a
expansão da agricultura em determinadas áreas do semiárido,
integrando-as ao comércio internacional.
c) o semiárido, por apresentar déficit de precipitação, passou
a ser habitado a partir da Idade Moderna, graças ao avanço
científico e tecnológico.
d) as áreas com escassez hídrica na América do Sul se restrin-
gem às regiões tropicais, onde as médias de temperatura anu-
al são mais altas, justificando a falta de desenvolvimento e os
piores indicadores sociais.
e) o mesmo tipo de cobertura vegetal é encontrado nas áreas
superáridas, áridas e semiáridas, mas essa cobertura, embora
adaptada às condições climáticas, é desprovida de valor eco-
nômico.

Humanas
infantil no país, equiparando-se aos países mais desenvolvidos.

14 c) O Nordeste ainda é a região onde se registra a maior taxa de

Três países – Etiópia, Sudão e Egito – usam grande
quantidade da água que corre pelo Rio Nilo, na África. Para mortalidade infantil, dadas as condições de vida de sua popu-
atender às necessidades de populações que crescem com lação.
rapidez, a Etiópia e o Sudão planejam desviar mais água do d) A região Sul foi a que registrou menor crescimento econômico
Nilo do que já desviam. Diante de dificuldades naturais que no país, já que apresentou uma redução significativa da morta-
caracterizam o ciclo hidrológico nessa região, como baixa lidade infantil.
pluviosidade e altas taxas de evaporação, esses desvios e) A região Norte apresentou a variação da redução da mortali-
feitos rio acima poderiam reduzir a quantidade de recursos dadeOceano
infantil mais baixa,Ártico
Glacial tendo em vista que a vastidão de sua
hídricos disponíveis para o Egito, o último país ao longo da extensão e o difícil acesso a comunidades isoladas impedem a
extensão do rio, que não pode sobreviver sem esses recur- formulação de políticas de saúde eficazes.
sos naturais.
Círculo Polar
MILLER Jr., G.T. Ciência Ambiental. São Paulo: Thomson, 2007 (adaptado). Ártico
16
A figura apresenta diferentes limites para a Europa, o
Diante dessa ameaça, qual seria a melhor opção para o Egito?
que significa que existem divergências com relação ao que se
considera como território europeu.
a) Entrar em guerra contra a Etiópia e o Sudão, para garantir
seus direitos ao uso da água.
Oceano
Atlântico
b) Estabelecer acordos com a Etiópia e o Sudão visando o uso Oceano Glacial Ártico
compartilhado dos recursos hídricos.
Oriente China
c) Aumentar sua produção de grãos e exportá-los, elevando Magreb
Círculo Polar
Médio Japão
sua capacidade econômica de importar água de outros pa- Trópico de
Ártico
íses. Câncer Oceano

d) Construir aquedutos para trazer água de países que tenham Oceano Pacífico
maior disponibilidade desse recurso natural, como o Irã e o Atlântico
Iraque. Magreb
Oriente China
Japão
Médio
e) Estimular o crescimento de sua população e, desse modo, Trópico de
Oceano
aumentar sua força de trabalho e capacidade de produção Câncer
Pacífico
em condições adversas.
Diferentes representações
15 Diferentes representações
A tabela a seguir apresenta dados coletados pelo Ministé-
Visão Visão
clássica: do
clássica: do Atlântico
Atlântico aos
aos Montes UraisMontes Urais
rio da Saúde a respeito da redução da taxa de mortalidade infantil Visão ampla: do Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico
Visão Visão
ampla: do Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico
em cada região brasileira e no Brasil. geopolítica: período da Guerra Fria
Visão Visão geopolítica recente

geopolítica: período da Guerra Fria
Visão geopolítica recente
Variação %
2002 2004
2002-2004
BOURGEAT, S.; BRÁS, C. (Coord.). Histoire et Géographie.
N 27,0 25,6 5,2 Travaux dirigés. Paris: Hatier, 2008 (adaptado).
NE 37,2 33,9 8,9 De acordo com a figura,

SE 15,7 14,9 5,2
a) a visão geopolítica recente é a mais restritiva, com um nú-
S 16,0 15,0 6,7 mero diminuto de países integrando a União Europeia.
CO 19,3 18,7 b) a delimitação da Europa na visão clássica, separando-a
3,0
da Ásia, tem como referência critérios naturais, ou seja, os
BRASIL 24,3 22,5 7,4 Montes Urais.
Fonte: MS, SVS e SIM c) a visão geopolítica dos tempos da Guerra Fria sobre os li-
Disponível em: http://portal.saude.gov.br. Acesso em: 1 out. 2008. mites territoriais da Europa supõe o limite entre civilizações
Considerando os índices de mortalidade infantil apresentados e desenvolvidas e subdesenvolvidas.
os respectivos percentuais de variação de 2002 a 2004, é correto d) a visão geopolítica recente incorpora elementos da religião
afirmar que dos países indicados.
e) a representação mais ampla a respeito das fronteiras da Eu-
a) Uma das medidas a serem tomadas, visando à melhoria deste ropa, que engloba a Rússia chegando ao oceano Pacífico,
indicador, consiste na redução da taxa de natalidade. descaracteriza a uniformidade cultural, econômica e am-
b) O Brasil atingiu sua meta de reduzir ao máximo a mortalidade biental encontrada na visão clássica.

17 Anotações
Desde o início da colonização, a Amazônia brasileira
tem sido alvo de ação sistemática de extração de riquezas,
que se configurou em diferentes modos de produção e de
organização social e política [...]. Se a Amazônia dos rios foi
o padrão que marcou mais de quatro séculos de ocupação
europeia, a coisa começa a mudar de figura nas três últimas
décadas do século XX.
SAYAGO, D.; TOURRAND, J.F; BURSZTYN, M. (Org).
Amazônia: cenas e cenários. Brasília: UnB, 2004.
Entre as transformações ocorridas na Amazônia brasileira,

nas três últimas décadas, destaca-se
a) a estatização das empresas privadas como garantia do mo-

nopólio da exploração dos recursos minerais pelo poder
público.
b) o interesse geopolítico de controle da fronteira, o que repre-
sentou maior integração da região com o restante do país,
por meio da presença militar.
c) a reorganização do espaço agrário em minifúndios, valori-
zando-se o desenvolvimento da agricultura familiar e o de-
senvolvimento das cidades.
d) a modernização tecnológica do modo de produção agrícola
para o aumento da produção da borracha e escoamento da
produção pelas estradas.
e) a implantação de zona franca nas fronteiras internacionais,
a exemplo da Guiana Francesa e Venezuela.
18
Os dados dos gráficos a seguir foram extraídos da
Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD), do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a res-
peito da população nas cinco grandes regiões brasileiras.
O gráfico da esquerda mostra a distribuição da população
brasileira, em milhões de habitantes e, o da direita, mostra o
percentual da população que reside em domicílios urbanos
sem saneamento básico adequado.
100 80 80%
75 60% 60% 44% 53%
milhões
52
50 28 40% 21%
15 13 11%
25 20%
0 0%
rte st
e te l
st
e tr e t e te l te
es Su s es Su es
No rde do - Oe No rde do -O
o S u tro o S u r o
N n N nt
Ce Ce
IBGE/PNAD, 2007. Disponível em: http://www.ibge.com.br. Acesso em: 10 out. 2008.
Considerando as informações dos gráficos, a região que

concentra o menor número absoluto de pessoas residentes
em áreas urbanas sem saneamento básico é a região
a) Norte. d) Sul.
b) Nordeste. e) Centro-Oeste.
c) Sudeste.

Humanas
19 21
O objetivo de tomar Paris marchando em direção ao O gráfico a seguir apresenta os percentuais de cres-
Oeste era, para Hitler, uma forma de consolidar sua lide- cimento da população residente no estado, na região me-
rança no continente. Com esse intuito, entre abril e junho tropolitana e no município de São Paulo, por decênios, de
de 1940, ele invadiu a Dinamarca, a Noruega, a Bélgica e 1940 a 2000.
a Holanda. As tropas francesas se posicionaram na Linha Região Metropolitana de São Paulo
Maginot, uma linha de defesa com trincheiras, na tentativa Município de São Paulo
de conter a invasão alemã. Em % Estado de São Paulo
7,00
6,00
6,00 5,28 5,56
Para a Alemanha, o resultado dessa invasão foi
5,00 5,58 4,59 4,40
5,18
4,00 3,30
a) a ocupação de todo o território francês, usando-o como
3,00 3,60 3,20 3,67
base para a conquista da Suíça e da Espanha durante a se- 2,10
2,00 1,80
gunda fase da guerra. 2,40 1,64
1,00
b) a tomada do território francês, que foi então usado como 1,16 0,88
0,00
base para a ocupação nazista da África do Norte, durante a 1940/1950 1950/1960 1960/1970 1970/1980 1980/1991 1991/2000
guerra de trincheiras.
c) a posse de apenas parte do território, devido à resistência
Disponível em: http://sempla.prefeitura.sp.gov.br. Acesso em: 10 mar. 2009.
armada do exército francês na Linha Maginot.
d) a vitória parcial, já que, após o avanço inicial, teve de recuar,
Analisando-se o gráfico, é possível concluir que o percen-
devido à resistência dos blindados do general De Gaulle, em
tual de crescimento populacional
1940.
e) a vitória militar, com a ocupação de parte da França, en-
a) aumentou, no estado de São Paulo, somente na década de
quanto outra parte ficou sob controle do governo colabora-
1950/1960.
cionista francês.
b) foi maior para a região metropolitana do que para os outros
dois casos na década de 1980/1991.
c) foi maior para o município do que para o estado de São Pau-
20 lo, no período 1960/1970 a 1980/1991.
O ataque japonês a Pearl Harbor e a consequente guer- d) teve uma taxa média de variação positiva para o município
ra entre americanos e japoneses no Pacífico foi resultado de um de São Paulo em duas décadas do período apresentado.
processo de desgaste das relações entre ambos. Depois de 1934, e) teve uma taxa de variação maior para o estado do que para a
os japoneses passaram a falar mais desinibidamente da “Esfera região metropolitana de São Paulo, na década de 1950/1960.
de coprosperidade da Grande Ásia Oriental”, considerada como
a “Doutrina Monroe Japonesa”.
A expansão japonesa havia começado em 1895, quando venceu 22

a China, impôs-lhe o Tratado de Shimonoseki passando a exer- Figuram no atual quadro econômico mundial países
cer tutela sobre a Coréia. Definida sua área de projeção, o Japão considerados economias emergentes, também chamados de
passou a ter atritos constantes com a China e a Rússia. A área de novos países industrializados. Apresentam nível considerável
atrito passou a incluir os Estados Unidos quando os japoneses de industrialização e alto grau de investimentos externos, no
ocuparam a Manchúria, em 1931, e a seguir, a China, em 1937. entanto as populações desses países convivem com estru-
turas sociais e econômicas arcaicas e com o agravamento
REIS FILHO, D. A. (Org.). O século XX, o tempo das crises. Rio de Janeiro: Civilização das condições de vida nas cidades. As principais economias
Brasileira, 2008. emergentes que despertam o interesse dos empresários do
mundo são: Brasil, Rússia, Índia e China (BRIC). Tais países
Sobre a expansão japonesa, infere-se que apresentam características comuns, como mão-de-obra
abundante e significativas reservas de recursos minerais.
a) o Japão tinha uma política expansionista, na Ásia, de natureza
bélica, diferente da doutrina Monroe. Diante do quadro apresentado, é possível inferir que a reu-
b) o Japão buscou promover a prosperidade da Coréia, tutelan- nião desses países, sob a sigla BRIC, aponta para
do-se à semelhança do que os EUA faziam.
c) o povo japonês propôs cooperação aos Estados Unidos ao a) um novo sistema socioeconômico baseado na superação
copiarem a Doutrina Monroe e proporem o desenvolvimento das desigualdades que conferiam sentido à ideia de Ter-
da Ásia. ceiro Mundo.
d) a China aliou-se à Rússia contra o Japão, sendo que a doutrina b) a razoabilidade do pleito de participarem do Conselho de
Monroe previa a parceria entre os dois. Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
e) a Manchúria era território norte-americano e foi ocupado pelo c) a melhoria natural das condições sociais em decorrência
Japão, originando a guerra entre os dois países. da aceleração econômica e da redução dos níveis de de-

semprego.
Anotações
d) a perspectiva de que se tornem, a médio prazo, economias
desenvolvidas com uma série de desafios comuns.
e) a formação de uma frente diplomática com o objetivo de
defender os interesses dos países menos desenvolvidos.
23
O desenho do artista uruguaio Joaquín Torres-García traba-

lha com uma representação diferente da usual da América
Latina. Em artigo publicado em 1941, em que apresenta a ima-
gem e trata do assunto, Joaquín afirma:
“Quem e com que interesse dita o que é o norte e o sul? De-

fendo a chamada Escola do Sul por que na realidade, nosso
norte é o Sul. Não deve haver norte, senão em oposição ao
nosso sul. Por isso colocamos o mapa ao revés, desde já, e
então teremos a justa ideia de nossa posição, e não como
querem no resto do mundo. A ponta da América assinala in-
sistentemente o sul, nosso norte”.
TORRES-GARCÍA, J. Universalismo constructivo.

Buenos Aires: Poseidón, 1941. (com adaptações).
O referido autor, no texto e imagem acima,
a) privilegiou a visão dos colonizadores da América.

b) questionou as noções eurocêntricas sobre o mundo.
c) resgatou a imagem da América como centro do mundo.
d) defendeu a Doutrina Monroe expressa no lema “América
para os americanos”.
e) propôs que o sul fosse chamado de norte e vice-versa.
24
Pensando nas correntes e prestes a entrar no braço
que deriva da Corrente do Golfo para o norte, lembrei-me
de um vidro de café solúvel vazio. Coloquei no vidro uma

Humanas
nota cheia de zeros, uma bola cor rosa-choque. Anotei a as composições de trem, as toras que jaziam abatidas por equi-
posição e data: Latitude 49º49’ N, Longitude 23º49’ W. Tam- pes de trabalhadores que anteriormente passavam pelo local.
pei e joguei na água. Nunca imaginei que receberia uma Quando o guindaste arrastava as grandes toras em direção à
carta com a foto de um menino norueguês, segurando a composição de trem, os ervais nativos que existiam em meio às
bolinha e a estranha nota. matas eram destruídos por este deslocamento.
MACHADO, P. P. Lideranças do Contestado. Campinas: Unicamp, 2004 (adaptado).

KLINK, A. Parati: entre dois pólos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998 (adaptado).
No texto, o autor anota sua coordenada geográfica, que é No início do século XX, uma série de empreendimentos capita-
listas chegou à região do meio-oeste de Santa Catarina — fer-
a) A relação que se estabelece entre as distâncias representa- rovias, serrarias e projetos de colonização. Os impactos sociais
das no mapa e as distâncias reais da superfície cartografa- gerados por esse processo estão na origem de chamada Guerra
da. do Contestado. Entre tais impactos, encontrava-se
b) O registro de que os paralelos são verticais e convergem
para os polos, e os meridianos são círculos imaginários, ho- a) a absorção dos trabalhadores rurais como trabalhadores da
rizontais e equidistantes. serraria, resultando em um processo de êxodo rural.
c) A informação de um conjunto de linhas imaginárias que per- b) o desemprego gerado pela introdução das novas máquinas,
mitem localizar um ponto ou acidente geográfico na superfí- que diminuíam a necessidade de mão de obra.
cie terrestre. c) a desorganização da economia tradicional, que sustentava os
d) A latitude como distância em graus entre um ponto e o Me- posseiros e os trabalhadores rurais da região.
ridiano de Greenwich, e a longitude como a distância em d) a diminuição do poder dos grandes coronéis da região, que
graus entre um ponto e o Equador. passavam disputar o poder político com os novos agentes.
e) A forma de projeção cartográfica, usado para navegação, e) O crescimento dos conflitos entre os operários empregados
onde os meridianos e paralelos distorcem a superfície do nesses empreendimentos e os seus proprietários, ligados ao
planeta. capital internacional.
25
O G-20 é o grupo que reúne os países do G-7, os mais in- 27
As secas e o apelo econômico da borracha — produto
dustrializados do mundo (EUA, Japão, Alemanha, França, Reino
que no final do século XIX alcançava preços altos nos merca-
Unido, Itália e Canadá), a União Europeia e os principais emer-
dos internacionais — motivaram a movimentação de massas
gentes (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita,
humanas oriundas do Nordeste do Brasil para o Acre. Entre-
Argentina, Austrália, Coreia do Sul, Indonésia, México e Turquia).
tanto, até o início do século XX, essa região pertencia à Bolí-
Esse grupo de países vem ganhando força nos fóruns internacio-
via, embora a maioria da sua população fosse brasileira e não
nais de decisão e consulta.
obedecesse à autoridade boliviana. Para reagir à presença de
ALLAN, R. Crise global. Disponível em: http://conteudoclippingmp.planejamento.gov.br. brasileiros, o governo de La Paz negociou o arrendamento da
Acesso em: 31 jul. 2010. região a uma entidade internacional, o Bolivian Syndicate, ini-
ciando violentas disputas dos dois lados da fronteira. O conflito
Entre os países emergentes que formam o G-20, estão os cha- só terminou em 1903, com a assinatura do Tratado de Petró-
mados BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), termo criado em 2001 polis, pelo qual o Brasil comprou o território por 2 milhões de
para referir-se aos países que libras esterlinas.
a) apresentam características econômicas promissoras para as Disponível em: www.mre.gov.br. Acesso em: 03 nov. 2008 (adaptado).
próximas décadas.
b) possuem base tecnológica mais elevada. Compreendendo o contexto em que ocorreram os fatos apresen-
c) apresentam índices de igualdade social e econômica mais tados, o Acre tornou-se parte do território nacional brasileiro
acentuados.
d) apresentam diversidade ambiental suficiente para impulsionar a) pela formalização do Tratado de Petrópolis, que indenizava o
a economia global. Brasil pela sua anexação.
e) possuem similaridades culturais capazes de alavancar a eco- b) por meio do auxílio do Bolivian Syndicate aos emigrantes bra-
nomia mundial. sileiros na região.
c) devido à crescente emigração de brasileiros que exploravam
os seringais.
d) em função da presença de inúmeros imigrantes estrangeiros
26 na região.
A serraria construía ramais ferroviários que adentravam
as grandes matas, onde grandes locomotivas com guindastes e e) pela indenização que os emigrantes brasileiros pagaram à Bo-
correntes gigantescas de mais de 100 metros arrastavam, para lívia.

28 Anotações
1,3%
30,5%
53%
15,2%
Acima de 1.000 ha
De 100 a 1.000 ha
De 10 a 100 ha
Até 10 ha
Fonte: Incra, Estatísticas cadastrais, 1998.
O gráfico representa a relação entre o tamanho e a totalidade

dos imóveis rurais do Brasil. Que característica da estrutura
fundiária brasileira está evidenciada no gráfico apresentado?
a) A concentração de terras nas mãos de poucos.

b) A existência de poucas terras agricultáveis.
c) O domínio territorial dos minifúndios.
d) A primazia da agricultura familiar.
e) A debilidade dos plantations modernos.
29
Substitui-se então uma história crítica, profunda, por
uma crônica de detalhes onde o patriotismo e a bravura dos
nossos soldados encobrem a vilania dos motivos que levaram
a Inglaterra a armar brasileiros e argentinos para a destruição
da mais gloriosa república que já se viu na América Latina, a
do Paraguai.
CHIAVENATTO, J. J. Genocídio americano: A Guerra do Paraguai.
São Paulo: Brasiliense, 1979 (adaptado).
O imperialismo inglês, “destruindo o Paraguai, mantém o sta-

tus quo na América Meridional, impedindo a ascensão do seu
único Estado economicamente livre”. Essa teoria conspiratória
vai contra a realidade dos fatos e não tem provas documentais.
Contudo essa teoria tem alguma repercussão.
DORATIOTO, F. Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai.
São Paulo: Cia. das Letras, 2002 (adaptado).
Uma leitura dessas narrativas divergentes demonstra que am-

bas estão refletindo sobre
a) a carência de fontes para pesquisa sobre os reais motivos des-

sa Guerra.

Humanas
b) o caráter positivista das diferentes versões sobre essa Guerra. ça’’ dada pela Revolução Francesa era originária do significado
c) o resultado das intervenções britânicas nos cenários de ba- da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a ‘’neces-
talha. sidade da mobilização permanente’’, trazida pela Revolução In-
d) a dificuldade de elaborar explicações convincentes sobre os dustrial, decorria da compreensão de que
motivos dessa Guerra.
e) o nível de crueldade das ações do exército brasileiro e argen- a) a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente
tino durante o conflito. esforço de qualificação para o enfrentamento do desemprego.
b) a completa transformação da economia capitalista seria fun-
damental para a emancipação dos operários.
c) a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as
30
possibilidades de ganho material para os operários.
Soja: Evolução da Área plantada 1990-2006 d) o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para
aqueles que estivessem adaptados aos novos tempos indus-
triais.
S
e) a melhoria das condições de vida dos operários seria conquis-
tada com as manifestações coletivas em favor dos direitos
trabalhistas.
32
Para o Paraguai, portanto, essa foi uma guerra pela so-
brevivência. De todo modo, uma guerra contra dois gigantes
Legenda
estava fadada a ser um teste debilitante e severo para uma eco-
Porcentagem da soja na nomia de base tão estreita. Lopez precisava de uma vitória rápida
área total de lavouras e, se não conseguisse vencer rapidamente, provavelmente não
venceria nunca.
Área plantada em 2006
Área plantada em 1990 LYNCH, J. As Repúblicas do Prata: da Independência à Guerra do Paraguai.
BETHELL, Leslie (Org). História da América Latina: da Independência até 1870,
1 828 929 v. III. São Paulo: EDUSP, 2004.
1 000 000
460 000 (Hectares)
120 000 A Guerra do Paraguai teve consequências políticas importantes
2
para o Brasil, pois
Dados: IBGE - P
rodução Agrícola
Municipal
a) representou a afirmação do Exército Brasileiro como um ator
Disponível em http://www4.fct.unesp.br. Acesso em: 20 abr. 2010.(adaptado) de primeira ordem.
A interpretação do mapa indica que, entre 1990 e 2006, a expan- b) confirmou a conquista da hegemonia brasileira sobre a Bacia
são territorial da produção brasileira de soja ocorreu da região Platina.
c) concretizou a emancipação dos escravos negros.
a) Sul em direção às regiões Centro-Oeste e Nordeste. d) incentivou a adoção de um regime constitucional monárquico.
b) Sudeste em direção às regiões Sul e Centro-Oeste. e) solucionou a crise financeira, em razão das indenizações re-
c) Centro-Oeste em direção às regiões Sudeste e Nordeste. cebidas.
d) Norte em direção às regiões Sul e Nordeste.
e) Nordeste em direção às regiões Norte e Centro-Oeste.
33
A América se tornara a maior força política e financeira
do mundo capitalista. Havia se transformado de país devedor em
31 país que emprestava dinheiro. Era agora uma nação credora.
O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao
grito do homem miserável no princípio do século XIX. A resposta HUNERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Jahar, 1962.
foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres en-
tão se organizavam em uma classe específica, a classe operária, Em 1948, os EUA lançavam o Plano Marshall, que consistiu no
diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução empréstimo de 17 bilhões de dólares para que os países euro-
Francesa lhes deu confiança; a Revolução Industrial trouxe a ne- peus reconstruíssem suas economias. Um dos resultados desse
cessidade da mobilização permanente. plano, para os EUA, foi
HOBSSAWM, E.J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977. a) o aumento dos investimentos europeus em indústrias sediadas
nos EUA.
No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Indus- b) a redução da demanda dos países europeus por produtos e
trial para a organização da classe operária. Enquanto a ‘’confian- insumos agrícolas.

c) o crescimento da compra de máquinas e veículos estaduniden-
Anotações
ses pelos europeus.
d) o declínio dos empréstimos estadunidenses aos países da Amé-
rica Latina e da Ásia.
e) a criação de organismos que visavam regulamentar todas as
operações de crédito.
34
No Brasil, entre 2001 e 2007, a renda per capita dos mais
pobres cresceu substancialmente. O crescimento anual da ren-
da dos 10% mais pobres foi de 7%, quase três vezes maior que a
média nacional de 2,5%. Observe-se que, entre 2001 e 2007, houve
dois momentos bastante distintos do crescimento da renda dos
grupos. Entre 2001 e 2003, a renda média per capita decresceu a
uma taxa de 3% ano. Entre 2003 e 2007 essa renda média cresceu
5,4%. Considera-se classe média, aqui, os extratos situados entre
o terceiro e o oitavo décimos da distribuição de renda represen-
tada nos gráficos.
Taxa de crescimento médio de renda familiar per capita
por décimos da distribuição entre 2001 e 2003
4
3 2,9
Taxa de crescimento (%)
2 10 % mais probres
1 0,5
0
-1
-0,7 -0,7 -1,3 -1,2
-2 -1,9 -2,2
-3 Média nacional
-2,8
-4 10 % mais ricos
-5 -4,1
o o o rto to xto timo itavo no o
eir nd eir ua uin Se No c im
rim egu Terc Q Q Sé O Dé
P S
Taxa de crescimento médio de renda familiar per capita

12
10 % mais probres
10 9,2
9,1
8,8
8,1 7,9 7,5
8
6,7 10 % mais ricos
5,8
6 5,0
Média nacional
4 3,9
0
o o o o o xto timo itavo no o
eir und eir uart int
Se No cim
Pr
im eg Terc Q Qu Sé O Dé
S
PNAD/IPEA. http://www.ipea.gov.br (adaptado).
Com relação à taxa de crescimento médio da renda familiar per

capita entre 2001 e 2003 e considerando-se a distribuição das
classes sociais no Brasil, o gráfico mostra que
a) a renda da classe média apresentou decréscimo.

b) a renda familiar per capita cresceu para os grupos especificados.
c) a renda dos 10% mais pobres foi o dobro da média nacional.
d) ela decresceu linearmente com relação aos décimos da dis-
tribuição.
e) o decréscimo mais acentuado foi para os 10% mais ricos, sendo
de 2,8%.

Humanas
As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudan-

35 ças no final da Idade Média, quando elas assumiram a função de

SOBRADINHO
pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente
O homem chega, já desfaz a natureza relacionado com
Tira gente, põe represa, diz que tudo vai mudar
O São Francisco lá pra cima da Bahia a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas.
Diz que dia menos dia vai subir bem devagar b) a migração de camponeses e artesãos.
E passo a passo vai cumprindo a profecia do beato que c) a expansão dos parques industriais e fabris.
dizia que o Sertão ia alagar. d) o aumento do número de castelos e feudos.
e) a contenção das epidemias e doenças.
SÁ E GUARABYRA. Disco Pirão de peixe com pimenta. Som Livre, 1977 (adaptado).
O trecho da música faz referência a uma importante obra na re-

gião do rio São Francisco. Uma consequência socioespacial des- 38
Os chineses não atrelam nenhuma condição para efetuar
sa construção foi investimentos nos países africanos. Outro ponto interessante é a
venda e compra de grandes somas de áreas, posteriormente cer-
a) a migração forcada da população ribeirinha. cadas. Por se tratar de países instáveis e com governos ainda não
b) o rebaixamento do nível do lençol freático local. consolidados, teme-se que algumas nações da África tornem-se
c) a preservação da memória histórica da região. literalmente protetorados.
d) a ampliação das áreas de clima árido.
e) a redução das áreas de agricultura irrigada. BRANCOLI, F. China e os novos investimentos na África: neocolonialismo ou
mudanças na arquitetura global? Disponível em: http://opiniaoenoticia.com.br.
Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).
36
Subindo morros, margeando córregos ou penduradas em A presença econômica da China em vastas áreas do globo
palafitas, as favelas fazem parte da paisagem de um terço dos mu- é uma realidade do século XXI. A partir do texto, como é
nicípios do país, abrigando mais de 10 milhões de pessoas, segun- possível caracterizar a relação econômica da China com o
do dados do Instituto Brasileiro de Geográfia e Estatística (IBGE). continente africano?
MARTINS, A. R. A favela como um espaço da cidade. Disponível em: http://www.
revistaescola.abril.com.br. Acesso em: 31 jul. 2010. a) Pela presenca de órgãos econômicos internacionais como o
Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial, que
A situação das favelas no país reporta a graves problemas de restringem os investimentos chineses, uma vez que estes não
desordenamento territorial. Nesse sentido, uma característica co- se preocupam com a preservação do meio ambiente.
mum a esses espaços tem sido b) Pela ação de ONGs (Organizações Não Governamentais) que
limitam os investimentos estatais chineses, uma vez que estes
a) o planejamento para a implantação de infraestruturas urbanas se mostram desinteressados em relação aos problemas sociais
necessárias para atender as necessidades básicas dos mora- africanos.
dores. c) Pela aliança com os capitais e investimentos diretos realizados
b) a organização de associações de moradores interessadas na pelos países ocidentais, promovendo o crescimento econômico
melhoria do espaço urbano e financiadas pelo poder público. de algumas regiões desse continente.
c) a presença de ações referentes à educação ambiental com d) Pela presença cada vez maior de investimentos diretos, o que
consequente preservação dos espaços naturais circundantes. pode representar uma ameaça à soberania dos países africa-
d) a ocupação de áreas de risco suscetíveis a enchentes ou nos ou manipulação das ações destes governos em favor dos
desmoronamentos com consequentes perdas materiais e hu- grandes projetos.
manas. e) Pela presença de um número cada vez maior de diplomatas, o
e) o isolamento socioeconômico dos moradores ocupantes des- que pode levar a formação de um Mercado Comum Sino-Afri-
ses espaços com a resultante multiplicação de políticas que cano, ameaçando os interesses ocidentais.
tentam reverter esse quadro.
39
37 As migrações transnacionais, intensificadas e generaliza-
Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade das nas últimas décadas do século XX, expressam aspectos parti-
medieval nascido talvez de um profundo sentimento de inseguran- cularmente importantes da problemática racial, visto como dilema
ça, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no também mundial. Deslocam-se indivíduos, famílias e coletividades
meio urbano, pois que uma das características da cidade era de para lugares próximos e distantes, envolvendo mudanças mais ou
ser limitada por portas e por uma muralha. menos drásticas nas condições de vida e trabalho, em padrões e
DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIES, P.; DUBY, G. História da vida privada da valores socioculturais. Deslocam-se para sociedades semelhan-
Europa Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado). tes ou radicalmente distintas, algumas vezes compreendendo cul-

turas ou mesmo civilizações totalmente diversas.
Anotações
IANNI, O. A era do globalismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
A mobilidade populacional da segunda metade do século XX teve

um papel importante na formação social e econômica de diversos
estados nacionais. Uma razão para os movimentos migratórios
nas últimas décadas e uma política migratória atual dos países
desenvolvidos são
a) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras

contra a imigração.
b) a necessidade de qualificação profissional e a abertura das
fronteiras para os imigrantes.
c) o desenvolvimento de projetos de pesquisa e o acautelamento
dos bens dos imigrantes.
d) a expansão da fronteira agrícola e a expulsão dos imigrantes
qualificados.
e) a fuga decorrente de conflitos políticos e o fortalecimento de
políticas sociais.
40
Após as três primeiras décadas, marcadas pelo esfor-
ço de garantir a posse da nova terra, a colonização começou
a tomar forma. A política da metrópole portuguesa consistirá
no incentivo à empresa comercial com base em uns poucos
produtos exportáveis em grande escala, assentada na grande
propriedade. Essa diretriz deveria atender aos interesses de
acumulação de riqueza na metrópole lusa, em mãos dos gran-
des comerciantes, da Coroa e de seus afilhados.
FAUSTO, B. História Concisa do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2002 (adaptado).
Para concretizar as aspirações expansionistas e mercantis

estabelecidas pela Coroa Portuguesa para a América, a estra-
tégia lusa se constituiu em
a) disseminar o modelo de colonização já utilizado com suces-

so pela Grã-Bretanha nas suas treze colônias na América
do Norte.
b) apostar na agricultura tropical em grandes propriedades e
no domínio da Colônia pelo monopólio comercial e pelo po-
voamento.
c) intensificar a pecuária como a principal cultura capaz de
forçar a penetração do homem branco no interior do con-
tinente.
d) acelerar a desocupação da terra e transferi-la para mãos
familiarizadas ao trabalho agrícola de culturas tropicais.
e) desestimular a escravização do indígena e incentivar sua
integração na sociedade colonial por meio da atividade co-
mercial.
41
O Brasil oferece grandes lucros aos portugueses.
Em relação ao nosso país, verificar-se-á que esses lucros
e vantagens são maiores para nós. Os açúcares do Brasil,
enviados diretamente ao nosso país, custarão bem menos

Humanas
do que custam agora, pois que serão libertados dos impos-

tos que sobre eles se cobram em Portugal, e, dessa forma, 43 A nova des-ordem geográfica mundial:
destruiremos seu comércio de açúcar. Os artigos europeus, uma proposta de regionalização
tais como tecidos, pano etc., poderão, pela mesma razão, ser
fornecidos por nós ao Brasil muito mais baratos; o mesmo se
dá com a madeira e o fumo.
WALBEECK, J. Documentos Holandeses. Disponível em: http://www.mc.unicamp.

br.
O texto foi escrito por um conselheiro político holandês no con-

texto das chamadas Invasões Holandesas (1624-1654), no Nor-
deste da América Portuguesa, que resultaram na ocupação
militar da capitania de Pernambuco. O conflito se inicia em um
período em que Portugal e suas colônias, entre elas o Brasil, se
encontravam sob domínio da Espanha (1580-1640). A partir do
texto, qual o objetivo dos holandeses com essa medida?
a) Construir uma rede de refino e distribuição do açúcar no

Brasil, levando vantagens sobre os concorrentes portu-
gueses.
Territórios Redes
b) Garantir o abastecimento de açúcar no mercado europeu
e oriental, ampliando as áreas produtoras de cana fora dos Distância Estado com Rede chinesa
forte identidade
domínios lusos. Cultural
cultural
Difusão do Islã
c) Romper o embargo espanhol imposto aos holandeses de-
pois da União Ibérica, ampliando os lucros obtidos com o Estado Semipotência Potência Mundial
comércio açucareiro.
d) Incentivar a diversificação da produção do Nordeste brasi-
Oligopólio
leiro, aumentando a inserção dos holandeses no mercado Economia-
de produtos manufaturados. Mundo Área de Rede
e) Dominar uma região produtora de açúcar mais próxima da influência da
Sociedade- rede mundial
mundial
Europa do que as Antilhas Holandesas, facilitando o esco- Mundo
amento dessa produção.
Fonte: LÉVY et al. (1992), atualizado.
O espaço mundial sob a “nova des-ordem” é um emaranha-

42
O processo de modernização da agricultura brasileira que do de zonas, redes e “aglomerados”, espaços hegemônicos e
vem se processando nas últimas décadas tem causado grandes contra-hegemônicos que se cruzam de forma complexa na
transformações no campo. A principal delas é a privatização de face da Terra. Fica clara, de saída, a polêmica que envolve uma
grandes parcelas de terras, fato que não é recente na história nova regionalização mundial. Como regionalizar um espaço tão
brasileira. heterogêneo e, em parte, fluido, como é o espaço mundial con-
temporâneo?
RIBEIRO, H. S. O migrante e a cidade: dilemas e conflitos.
Araraquara: Wunderlich, 2001 (fragmento). HAESBAERT, R.; PORTO-GONCALVES, C.W.
A nova des-ordem mundial. São Paulo: UNESP, 2006.
Embora esteja associado à ampliação do PIB e ao aumento das
exportações, o processo de modernização da agricultura vivido O mapa procura representar a lógica espacial do mundo contem-
pelo Brasil nas últimas décadas contribuiu para a exclusão social porâneo pós-União Soviética, no contexto de avanço da globaliza-
no campo, porque ção e do neoliberalismo, quando a divisão entre países socialistas
e capitalistas se desfez e as categorias de “primeiro” e “terceiro”
a) ampliou os salários e a concorrência pelas vagas de trabalho mundo perderam sua validade explicativa.
no agronegócio.
b) revelou a inadaptação dos trabalhadores rurais à modernidade Considerando esse objetivo interpretativo, tal distribuição espa-
capitalista. cial aponta para
c) contribuiu para a especulação fundiária e o êxodo de trabalha-
dores rurais. a) a estagnação dos Estados com forte identidade cultural.
d) impediu a participação dos pequenos agricultores no merca- b) o alcance da racionalidade anticapitalista
do de exportações. c) a influência das grandes potências econômicas.
e) significou uma expressiva diminuição da infraestrutura produti- d) a dissolução de blocos políticos regionais.
va nas cidades do interior. e) o alargamento da força econômica dos países islâmicos.

44 Anotações
Disponível em: http://www.infoescola.com. Acesso em: 3 de jun. 2011.
Os mapas árabes ainda desenhavam o sul em cima e o norte em-

baixo, mas no século XIII a Europa já havia restabelecido a ordem
natural do universo. O norte estava em cima e o sul embaixo. O
mundo era um corpo, ao norte estava o rosto, limpo, que olhava
o céu. Ao sul estavam as partes baixas, sujas, onde iam parar as
imundícies e os seres escuros que eram a imagem invertida dos
luminosos habitantes do norte.
GALEANO, E. Espelhos: Sul. Porto Alegre: L &PM, 2008 (adaptado).
A confecção de um mapa pode significar uma leitura ideológica

do espaço. Assim, a Projeção de Mercator, muito utilizada para a
visualização dos continentes, caracteriza-se por
a) apresentar um hemisfério terrestre envolvido por um cone. As

deformações aumentam na direção da base do cone
b) partir de um plano tangente sobre a esfera terrestre. Seus pa-
ralelos e meridianos são projetados a partir do centro do plano.
c) conservar as formas, mas distorcer as superfícies das mas-
sas continentais. Seus paralelos e meridianos formam ân-
gulos retos.
d) alterar a forma dos continentes, preservando a área. Seus pa-
ralelos e meridianos formam ângulos retos.
e) representar as formas e as superfícies dos continentes propor-
cionais à realidade. As linhas de meridianos acompanham a
curvatura da terra.
45
Os dados do recenseamento geral do Brasil de 1991 pare-
cem confirmar a tendência ao movimento que, nos anos de 1970,
já se vinha registrando, com o aumento do número de cidades
médias. Os municípios com população entre 200 mil e 500 mil habi-
tantes passam de 33 para 85, em 1991.
Santos, M. A Urbanização Brasileira. São Paulo: EdUSP, 2005 (adaptado).
O aumento do número de cidades médias, retratado pelo autor

Milton Santos, ainda persiste nos dias atuais no território brasilei-

Humanas
ro. Uma justificativa para este fato seria: modernização da agricultura.

GRYNSZPAN, M. Tempo de Plantar, tempo de colher. In: Nossa História. Ano 1, nº 9,

a) A chegada de multinacionais na região amazônica com a cria- São Paulo: Vera Cruz, jul. 2004 (adaptado).
ção da Zona Franca de Manaus, no início dos anos de 1970
b) O processo de criação de novas cidades planejadas no interior A modernização da agricultura no Brasil aprofundou as causas da
do país, baseadas em uma economia extrativista mineral. luta pela terra a partir dos anos 1970, pois
c) A expansão do agronegócio nas regiões litorâneas do país,
como no caso da cana-de-açúcar e do cacau no litoral nordes- a) piorou as relações de trabalho no campo, mas conteve o êxodo
tino. rural.
d) O processo de desconcentração das atividades econômicas b) elevou a produtividade agrícola, mas intensificou a concentra-
como a indústria e a agricultura intensiva para áreas do inte- ção fundiária.
rior do país. c) introduziu novas máquinas na agricultura, mas não criou condi-
e) A desconcentração das atividades industriais e agropecuárias, ções para o escoamento da produção.
que se concentravam na porção central do país e hoje atingem d) aumentou a competitividade da agricultura, mas a desvincu-
áreas litorâneas. lou dos produtos primários.
e) implementou relações capitalistas no campo, mas impediu a
sindicalização dos trabalhadores rurais.
46
RR 48
AP Antes de tomar posse no seu cargo, ainda na Europa, Rio
Fernando Branco agira no sentido de afastar o perigo imediato do Bolivian
de Noronha
AM Syndicate, empresa estadunidense, e propusera a compra do
PA MA CE RN território do Acre. Recusada essa ideia, propôs o Governo brasi-
PB
PI PE leiro a troca de territórios e ofereceu compensação, como a de
AC
TO AL favorecer, por uma estrada de ferro, o tráfego comercial pelo rio
RO
SE Madeira, entendendo-se diretamente com o Bolivian Syndicate.
MT BA
GO RODRIGUES, J. H.; SEITENFUS, R. Uma História Diplomática do Brasil: 1531-1945.
Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995 (adaptado).
MG
MS ES Trindade e
Martin Vaz O texto aborda uma das questões fronteiriças enfrentadas no perí-
Oceano SP
RJ odo em que José da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco,
Pacífico PR
esteve à frente do Ministério das Relações Exteriores (1902-1912).
SC
RS A estratégia de entendimento direto do Brasil com a empresa
Limite técnico
Limite prático 0 300 km Bolivian Syndicate, que havia arrendado o Acre junto ao governo
boliviano, explica-se pela
Uma família partiu de Porto Alegre (RS), às 8h do dia 1° de janeiro a) p roteção à população indígena.
de 2010, portanto, dentro do período de vigência do horário de ve- b) c onsolidação das guerras de conquista.
rão, com destino a Belém (PA). Apesar da distância, a viagem será c) implementação da indústria de borracha.
feita de automóvel e terá duração de 56 horas. Qual o dia e a hora d) negociação com seringueiros organizados.
de chegada dessa família à capital paraense? e) preocupação com intervenção imperialista.
a) Dia 2 de janeiro de 2010, às 15h.

b) Dia 3 de janeiro de 2010, às 15h.
c) Dia 2 de janeiro de 2010, às 16h. 49
A singularidade da questão da terra na África Colonial é a
d) Dia 3 de janeiro de 2010, às 16h.
expropriação por parte do colonizador e as desigualdades raciais
e) Dia 3 de janeiro de 2010, às 17h.
no acesso à terra. Após a independência, as populações de colo-
nos brancos tenderam a diminuir, apesar de a proporção de terra
em posse da minoria branca não ter diminuído proporcionalmente.
47 MOYO, S. A terra africana e as questões agrárias: o caso das lutas pela terra no Zimbábue.
A questão agrária e as lutas de hoje pela terra são herdei-
In: FERNANDES, B.; MARQUES, M. I. M.; SUZUKI, J. C. (Org.). Geografia agrária: teoria e
ras de processos transcorridos nas décadas de 1940 a 1960. Con- poder. São Paulo: Expressão Popular, 2007.
tudo, se no contexto anterior a questão agrária tinha em sua base
o arcaísmo do mundo rural, hoje ela é resultante dos processos de Com base no texto, uma característica socioespacial e um conse-

quente desdobramento que marcou o processo de ocupação do
Anotações
espaço rural na África subsaariana foram:
a) Exploração do campesinato pela elite proprietária – Domínio

das instituições fundiárias pelo poder público.
b) Adoção de práticas discriminatórias de acesso à terra – Contro-
le do uso especulativo da propriedade fundiária.
c) Desorganização da economia rural de subsistência – Cresci-
mento do consumo interno de alimentos pelas famílias campo-
nesas.
d) Crescimento dos assentamentos rurais com mão de obra fa-
miliar – Avanço crescente das áreas rurais sobre as regiões
urbanas.
e) Concentração das áreas cultiváveis no setor agroexportador –
Aumento da ocupação da população pobre em territórios agrí-
colas marginais.
50
Disponível em: www.metmuseum.org. Acesso em: 14 set. 2011.
A figura apresentada é de um mosaico, produzido por volta do ano

300 d.C., encontrado na cidade de Lod, atual Estado de Israel. Nela,
encontram-se elementos que representam uma característica po-
lítica dos romanos no período, indicada em:
a) Cruzadismo – conquista da terra santa.

b) Patriotismo – exaltação da cultura local.
c) Helenismo – apropriação da estética grega.
d) Imperialismo – selvageria dos povos dominados.
e) Expansionismo – diversidade dos territórios conquistados.
51
Uma mesma empresa pode ter sua sede administrativa
onde os impostos são menores, as unidades de produção onde
os salários são os mais baixos, os capitais onde os juros são os

Humanas
mais altos e seus executivos vivendo onde a qualidade de vida é

mais elevada. 53
A moderna ‘’conquista da Amazônia’’ inverteu o eixo ge-
ográfico da colonização da região. Desde a época colonial até
SEVCENKO, N. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. São Paulo:
meados do século XIX, as correntes principais de população
Companhia das Letras, 2001 (adaptado).
movimentaram-se no sentido Leste-Oeste, estabelecendo uma
ocupação linear articulada. Nas últimas décadas, os fluxos migra-
No texto estão apresentadas estratégias empresariais no con-
tórios passaram a se verificar no sentido Sul-Norte, conectando o
texto da globalização. Uma consequência social derivada dessas
Centro-Sul à Amazônia.
estratégias tem sido
OLIC, N. B. Ocupação da Amazônia, uma epopeia inacabada.
a) o crescimento da carga tributária. Jornal Mundo, ano 16, n. 4, ago. 2008 (adaptado).
b) o aumento da mobilidade ocupacional.
c) a redução da competitividade entre as empresas. O primeiro eixo geográfico de ocupação das terras amazônicas
d) o direcionamento das vendas para os mercados regionais. demonstra um padrão relacionado à criação de
e) a ampliação do poder de planejamento dos Estados nacionais.
a) n úcleos urbanos em áreas litorâneas.
b) centros agrícolas modernos no interior.
c) v ias férreas entre espaços de mineração.
52 d) faixas de povoamento ao longo das estradas.
Composição da população residente urbana por
e) povoados interligados próximos a grandes rios.
sexo, segundo os grupos de idade – Brasil – 1991/2010
100
95
90
85
80 Homens Mulheres 54
75
70
A partir dos anos 70, impõe-se um movimento de descon-
65
60 centração da produção industrial, uma das manifestações do des-
55
50 dobramento da divisão territorial do trabalho no Brasil. A produ-
45
40
35
ção industrial torna-se mais complexa, estendendo-se, sobretudo,
30
25 para novas áreas do Sul e para alguns pontos do Centro-Oeste, do
20
15
10
Nordeste e do Norte.
5
0 %
8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 SANTOS, M.; SILVEIRA, M. L. O Brasil: território e sociedade no início do século XXI.
1991 2010 Rio de Janeiro: Record, 2002 (fragmento).
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991/2010 Um fato geográfico que contribui para o tipo de alteração da con-
figuração territorial descrito no texto é:
Composição da população residente rural por
sexo, segundo os grupos de idade – Brasil – 1991/2010 a) Obsolescência dos portos.
100
95
b) Estatização de empresas.
90
85
c) Eliminação de incentivos fiscais.
Homens Mulheres
80
75 d) Ampliação de políticas protecionistas.
70
65
60
e) Desenvolvimento dos meios de comunicação.
55
50
45
40
35
30
55
25
20 O fechamento de seis unidades de uma empresa calça-
15
10
5
dista na Bahia deve resultar na demissão de 1 800 funcionários.
0
8,0 6,0 4,0 2,0 0,0 2,0 4,0 6,0 8,0
% Enquanto demite no Brasil, a empresa abre uma fábrica na Índia.
1991 2010
Nas seis unidades fechadas na Bahia eram produzidos cabedais
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 1991/2010 de calçados esportivos que serão fabricados também na Índia.
BRASIL. IBGE. Censo Demográfico 1991/2010. Rio de Janeiro 2011 O Globo, 17 dez. 2011 (adaptado).
A interpretação e a correlação das figuras sobre a dinâmica de- A estratégia produtiva adotada pela empresa, que explica o pro-
mográfica brasileira demonstram um(a) cesso econômico descrito, está indicada na:
a) menor proporção de fecundidade na área urbana. a) R

edução dos custos logísticos.
b) menor proporção de homens na área rural. b) Expansão dos benefícios sociais.
c) aumento da proporção de fecundidade na área rural. c) P
lanificação da produção industrial.
d) queda da longevidade na área rural. d) Modificação da estrutura societária.
e) queda do número de idosos na área urbana. e) Ampliação da qualificação profissional.

56 Anotações
A integração do espaço amazônico ao espaço nacional
se deu no contexto das questões de fronteiras de políticas, no
sentido do dinamismo pioneiro da integração. Essas fronteiras
foram elementos fundamentais para a compreensão da geopolí-
tica dos militares, que não apenas objetivavam a posse do vazio
demográfico, mas representavam os interesses do governo bra-
sileiro em manter sob sua influência uma grande área no interior
do continente.
MELLO, N. A. Políticas territoriais na Amazônia. São Paulo: Annablume, 2006.
No texto, são apresentados fundamentos da política de coloniza-

ção de uma importante região brasileira, ao longo do período dos
governos militares. Uma estratégia estatal para a ocupação desse
espaço foi:
a) Demarcação de reservas para preservação da floresta.

b) Criação de restrições para exploração de recursos minerais.
c) Adoção de estímulos para expansão de grupos econômicos
privados.
d) Concessão de incentivos fiscais para instalação da indústria
automobilística.
e) Construção de uma densa rede de transporte para escoamento
da produção agrícola.
57
RIBEIRO, L. C. Q.; SANTOS JUNIOR, O. A. Desafios da questão urbana.

Le Monde Diplomatique Brasil. Ano 4, n. 45, abr. 2010.
Disponível em: http://diplomatique.uol.com.br. Acesso em: 22 ago. 2011.
A imagem registra uma especificidade do contexto urbano em que

a ausência ou ineficiência das políticas públicas resultou em
a) garantia dos direitos humanos.

b) superação do déficit habitacional.
c) controle da especulação imobiliária.
d) mediação dos conflitos entre classes.
e) aumento da segregação socioespacial.

Humanas
manência digna no campo, a organização social e política dos

58 seringueiros busca
a) a implementação de estratégias de geração de emprego e

renda apoiadas na automação produtiva de ponta.
b) a efetivação de políticas públicas para a preservação das
florestas como condição de garantia de sustentabilidade.
c) a distribuição de grandes extensões de terra com financia-
mentos voltados à produção agroindustrial em larga escala.
d) o estímulo à implantação generalizada de indústrias do setor
de papel e celulose focadas na Amazônia.
e) o aprofundamento de políticas governamentais que poten-
cializem os fluxos sociais para as cidades.
60
TEXTO I
Em março de 2004, o Brasil reconheceu na Organização das Na-

ções Unidas a existência, no país, de pelo menos 25 mil pessoas
em condição análoga à escravidão – e esse é um índice conside-
rado otimista. De 1995 a agosto de 2009, cerca de 35 mil pessoas
QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
foram libertadas em ações dos grupos móveis de fiscalização do
Ministério do Trabalho e Emprego.
Cada uma das personagens adota uma forma diferente de Mentiras mais contadas sobre trabalho escravo.
designar os países “não desenvolvidos”, porém, atualmente Disponível em: www.reporterbrasil.com.br.
Acesso em: 22 ago. 2011 (adaptado).
tem-se adotado a terminologia “países em desenvolvimento”
porque
TEXTO II
a) representa melhor a ausência de desigualdades econômi-
cas que se observa hoje entre essas nações. O Brasil subiu quatro posições entre 2009 e 2010 no ranking do Ín-
b) facilita as relações comerciais no mercado globalizado, ao dice de Desenvolvimento Humano (IDH) divulgado pelo Programa
aproximar países mais e menos desenvolvidos. das Nações Unidas para Desenvolvimento. Mas, se o IDH levasse
c) indica que os países estão em processo de desenvolvimen- em conta apenas a questão da escolaridade, a posição do Brasil
to, reduzindo o estigma inerente ao termo “subdesenvol- no ranking mundial ficaria pior, passando de 73 para 93.
vidos”. UCHINAKA, F.; CHAVES-SCARELLI, T. Brasil é o país que mais avança, apesar da
d) demonstra o crescimento econômico desses países, que variável “educação” puxar IDH para baixo. Disponível em: http://noticias.uol.com.br.
vem sendo maior ao longo dos anos, erradicando as desi- Acesso em: 22 ago. 2011 (adaptado).
gualdades.
e) reafirma que durante a Guerra Fria os países que eram Estão sugeridas nos textos duas situações de exclusão social,
subdesenvolvidos alcançaram estágios avançados de de- cuja superação exige, respectivamente, medidas de
senvolvimento.
a) r edução de impostos e políticas de ações afirmativas.
b) geração de empregos e aprimoramento do poder judiciário.
c) fi scalização do Estado e incremento da educação nacional.
59 d) nacionalização de empresas e aumento da distribuição de
A sociedade em movimento tem gestado algumas al-
ternativas. Surgem novas experiências de luta no campo, nas renda.
quais os movimentos sociais têm buscado formas para per- e) sindicalização dos trabalhadores e contenção da migração in-
manecer na terra, afirmando sua territorialidade. Estes novos terna.
sujeitos sociais, de que são exemplo os seringueiros no Acre e
as quebradeiras de coco no Maranhão, Pará, Tocantins e Piauí,
têm lutado por seu reconhecimento, chegando em certos ca-
61
sos a obter mudanças na legislação. Por volta de 1880, com o progresso de uma economia
primária e de exportação, consolidou-se em quase toda a
MARQUES, M. O conceito de espaço rural em questão.
São Paulo: Terra Livre, ano 18, v. 2, jul./dez. 2002. América Latina um novo pacto colonial que substituiu aquele
imposto por Espanha e Portugal. No mesmo momento em que
De acordo com o debate apresentado no texto, e visando à per- se afirmou, o novo pacto colonial começou a se modificar em

sentido favorável à metrópole. A crescente complexidade das
Anotações
atividades ligadas aos transportes e às trocas comerciais mul-
tiplicou a presença dessas economias metropolitanas em toda
a área da América Latina: as ferrovias, as instalações frigorífi-
cas, os silos e as usinas, em proporções diversas conforme a
região, tornaram-se ilhas econômicas estrangeiras em zonas
periféricas.
DONGHI, T.H. História da América Latina. 2ª ed.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005 (adaptado)
De acordo com o texto, o pacto colonial imposto por Espanha e

Portugal a quase toda a América Latina foi substituído em função
a) das ilhas de desenvolvimento instaladas nas periferias das

grandes cidades.
b) da restauração, por volta de 1880, do pacto colonial entre a
América Latina e as antigas metrópoles.
c) do domínio, em novos termos, do capital estrangeiro sobre a
economia periférica, a América Latina.
d) das ferrovias, frigoríficos, silos e usinas instaladas em bene-
fício do desenvolvimento integrado e homogêneo da América
Latina.
e) do comércio e da implantação de redes de transporte, que são
instrumentos de fortalecimento do capital nacional frente ao
estrangeiro.
62
Todos concordam que é possível pensar em uma
Amazônia que avance rumo ao desenvolvimento susten-
tável e que assegure o bem-estar humano das gerações
presentes e futuras da região. Para isso, entretanto, se
fazem necessários compromisso, determinação e ações
coordenadas. As mudanças no uso do solo na Amazônia
resultam de um processo de ocupação acelerada e de-
sordenada ao longo do tempo, o que tem modificado a co-
bertura vegetal amazônica. Entre os fatores subjacentes
dessas mudanças, encontram-se a expansão da fronteira
agrícola (impulsionada principalmente pelas monocul-
turas) e a pecuária; a mineração informal; a exploração
ilegal de madeira; os megaprojetos de infraestrutura, tais
como barragens e rodovias; a não definição dos direitos
de propriedade; a limitada capacidade de fazer cumprir
a lei e aplicar sanções; os incentivos do mercado; e as
mudanças de atitude e de valores da população.
Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) – Relatório Pers-
pectivas do Meio Ambiente na Amazônia – GEO Amazônia. 2008 (adaptado).
A partir do texto, uma proposta adequada para promover

o desenvolvimento sustentável da Amazônia seria a se-
guinte:
a) elaborar leis que proibam a exploração de madeira e

definam direitos de propriedade.
b) construir rodovias e elaborar leis que proibam a explo-
ração de madeira e o tráfico de animais.

Humanas
c) expandir a fronteira agrícola com monoculturas, esti- era devida à economia liberal.
mular a mineração e construir barragens. b) o parque industrial era obsoleto, não atendendo à de-
d) reflorestar a região com pinheiros ou eucaliptos, incen- manda da população.
tivar o mercado a cumprir a lei e aplicar sanções. c) o descontentamento popular expressava-se em imen-
e) conter a ocupação desordenada, fazer cumprir a lei por sas filas de protesto contra a carência de certos bens.
meio da fiscalização e definir direitos de propriedade. d) a incapacidade de produzir bens de consumo era com-
pensada pela indústria pesada, em qualidade e em
quantidade.
e) o descontentamento popular foi agravado pela política
63 de incentivo à importação de produtos ocidentais.
O Banco Mundial classifica os países de acordo
com a renda média per capita. Em 2005, 2,4 bilhões de pes-
soas receberam 580 dólares anuais, em média, nos países
considerados em desenvolvimento, ao passo que 1 bilhão
de pessoas em países de alta renda receberam 35.130 dó- 65
No Brasil, entre 2003 e 2007, a renda per capita dos
lares anuais per capita. mais pobres cresceu substancialmente em relação à média
Atlas of Global Development. Washington/DC, Collins, 2002, p. 8 (com
nacional, conforme mostra o gráfico.
adaptações).
A classificação utilizada pelo Banco Mundial, em relação Taxa de crescimento médio de renda familiar per capita
ao nível de desenvolvimento dos países, permite concluir
12
que 10 % mais probres
10 9,2
9,1
a) elaborar leis que proibam a exploração de madeira e 8,8

8,1 7,9 7,5
definam direitos de propriedade. 8
6,7 10 % mais ricos
b) o baixo nível de renda verificado nos países em de- 5,8
6 5,0
senvolvimento é determinado pela estagnação em sua Média nacional
economia. 4 3,9
c) a desigualdade de renda existente é desconsiderável,
pois a população dos países em desenvolvimento é 2
mais numerosa que a dos países de renda elevada.
0
d) as diferenças no valor da moeda utilizada em cada país o o o o to xto timo itavo no o
eir und eir uart uin Se No cim
impossibilitam a comparação entre os níveis de quali- rim eg erc Q Q Sé O Dé
P S T
dade de vida em cada grupo de países.
e) a diferença de nível de renda per capita entre os países
em desenvolvimento e os desenvolvidos também está PNAD/IPEA. Internet: <http://www.ipea.gov.br> (com adaptações).
relacionada com o padrão de qualidade de vida exis-
tente em cada grupo de países. Em relação à taxa de crescimento médio da renda familiar per
capita entre 2003 e 2007, as informações do gráfico permitem
concluir que
64
Foi em meados da década de 70 que a União So- a) o crescimento médio nacional foi acima de 6%.
viética começou a perder o “bonde da história”. Ficava b) o crescimento da renda foi maior para os mais pobres, e menor,
evidente, mesmo para os próprios soviéticos, que o impé- para os mais ricos.
rio vermelho era uma superpotência apenas pelo poderio c) o crescimento da renda foi maior para os mais ricos, e menor,
militar, pelo arsenal nuclear e pela capacidade de destrui- para os mais pobres.
ção em massa. Devido ao seu baixo dinamismo econômi- d) a taxa de crescimento médio da renda familiar per capita va-
co, a produtividade industrial não acompanhava, nem de riou em 9% para os mais ricos.
longe, os avanços dos países capitalistas desenvolvidos e) a taxa de crescimento médio da renda familiar per capita variou
mais competitivos. Seu parque industrial, sucateado, era em 4% para os mais pobres.
incapaz de produzir bens de consumo em quantidade e
qualidade suficientes para abastecer a própria popula-
ção. As filas intermináveis eram parte do cotidiano dos
soviéticos e o descontentamento se generalizava.
66
Em outras palavras, na União Soviética, Em outubro de 1973, uma nova guerra entre árabes
e israelenses acabou deflagrando um embargo dos fornece-
a) a falta de dinamismo econômico e de progresso social dores de petróleo ao Ocidente, seguido de brusca elevação

de preços, que atingiu duramente o Brasil. A moeda do país
Anotações
era fraca e, na época, produzia-se internamente só um terço
do petróleo necessário. A crise revelou a postura ambígua
do país sobre a questão ferroviária. Por um lado, era desejá-
vel que os meios de transporte não dependessem demasia-
damente do petróleo, um combustível cuja disponibilidade
passou a ser inconstante, ao sabor da dinâmica política do
Oriente Médio. O preço aumentou e as cotações disparavam
ao menor sintoma de crise internacional, o que criava proble-
mas sérios no balanço de pagamentos do país e aumentava a
dívida externa. Por outro lado, os governos não conseguiam
redefinir o papel das ferrovias na rede de transportes nacio-
nal, como forma de suplantar o problema do petróleo.
Disponível em: <www.geocities.com>. Acesso em: 4 nov. 2008 (adaptado).

A partir das informações apresentadas, é possível concluir
que
a) a deflagração dos conflitos do Oriente Médio foi motivada

pela ganância dos países produtores de petróleo.
b) a crise provocou desequilíbrio no balanço de pagamentos
porque o Brasil exportava mais petróleo do que importava.
c) a solução pela rede ferroviária era inviável devido ao alto
consumo de dísel pelas locomotivas e à poluição ambiental.
d) o “choque do petróleo”, como ficou conhecida a crise, teve
implicações sociais, derivadas da instabilidade econômica.
e) a autonomia energética e o isolamento do Brasil em re-
lação aos demais países do mundo o livrariam de crises
dessa natureza.
67
Amplamente conhecido no cenário brasileiro, o Movi-
mento dos Sem-Terra (MST) tem motivado grande discussão a
respeito da questão fundiária no Brasil, principalmente no que
se refere à estratégia de ocupação de terras, política adotada
pelo referido movimento social. O gráfico a seguir apresenta o
número de famílias em acampamentos do MST, em dois perío-
dos distintos, 1998 e 2005, em estados brasileiros.
35.000
Número de famílias 2005
30.000
Número de famílias 1998
25.000
Nº de famílias
20.000
15.000
10.000
5.000
0
AL BA CE DF ES GO MA MT MS MG PA PB PR PE PI RJ RN RS RO SC SP SE TO
UF
Fonte: http://www.mst.org.br/mst/index.html, acesso em: 2/5/2009.
O gráfico mostra que as adesões ao MST variaram, o que indica

que a atuação do movimento ocorreu de forma diferente nos es-
tados, principalmente por questões locais e regionais, tanto que

Humanas
a) houve, em 2005, redução do número de famílias acampadas nos e) o Governo Vargas, percebendo que o número de empregos era
estados que, em 1998, registravam o maior número de ocupa- insuficiente para a mão de obra no país, criou, em 1934, a Lei
ção de terras. de Cotas de Imigração, o que resultou em um decréscimo na
b) houve redução do número de acampamentos nos estados do imigração.
Rio Grande do Sul e de Rondônia, em decorrência das políticas
de assentamentos rurais.
c) a redução do número de acampamentos nos estados de Minas 69
Gerais e Maranhão ocorreu em razão das políticas de reforma Na América espanhola colonial, a primeira priori-
agrária nesses estados. dade dos invasores foi extrair riquezas dos conquistados.
d) o aumento do número de famílias acampadas na Bahia, em Essa extração foi realizada mediante a apreensão direta de
Pernambuco, no Rio Grande do Sul e em Sergipe foi superior excedentes previamente acumulados de metais ou pedras
a 100% em razão da forte mobilização social nesses estados. preciosas. Isso tomou a forma de saques e pilhagens, uma
e) o aumento significativo do número de famílias acampadas no maneira oficialmente aceita de pagar soldados ou expedi-
Paraná, no Espírito Santo, em Goiás, no Rio de Janeiro e Ceará cionários voluntários.
indica a influência marcante do MST nesses estados. MACLEOD, Murdo J. Aspectos da economia interna da América espanhola colonial.
In: BETHELL, Leslie. História da América. São Paulo: Edusp; Brasília: Funag, 1999,
v. II, p. 219-220.
68 Tendo em vista as características citadas, conclui-se que a

Entre os séculos XIX e XX, a razão principal para in-
centivar a vinda de imigrantes para o Brasil, uma iniciativa do América espanhola colonial começou como uma sociedade
Estado e de particulares (principalmente fazendeiros), foi a
necessidade de conseguir mão de obra para a expansão da a) escolhida para representar o espírito da modernidade eu-
lavoura cafeeira. O gráfico a seguir representa as quantidades, ropeia na América.
em milhares, de imigrantes que entraram no Brasil, nos séculos b) engajada no comércio do qual provinham especiarias
XIX e XX. para serem distribuídas na Europa.
c) centrada na extração e beneficiamento mineral de recur-
milhares sos como ouro, prata e pedras preciosas, ali encontrados.
220 d) fundada na lógica da conquista, ao se fazer uso da vio-
lência contra a população indígena para a apropriação
Lei de Terras
I Guerra Mundial
Lei de Cotas de Imigração
180 de riquezas.
e) voltada para o cultivo da cana-de-açúcar, produto bas-
140 tante valorizado, tal como se verificou nas colônias por-
tuguesas.
100
60
70
As transformações técnicas e tecnológicas apre-
20
sentam impactos importantes nos processos produtivos,
0
no avanço do conhecimento e na vida cotidiana das so-
1808
1890
1900
1910
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1975
ciedades. Estão presentes nos mais variados aspectos da

sociedade e influenciaram, de forma variada, a história das
1850
1914
1919
1934
civilizações, inclusive nas relações de poder entre os povos

e na supremacia bélica.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 18 out. 2008 (adaptado).
O aparato bélico foi um fator determinante para o suces-
Correlacionando a imigração para o Brasil com os outros even- so em diferentes combates. Isso fica evidente, ao se tomar
tos históricos registrados no gráfico, conclui-se que como exemplo o caso
a) as políticas de incentivo à migração, no século XIX, não con- a) dos soldados da infantaria romana, que dispunham de ar-
seguiram incrementar a migração que ocorreu no século XX. maduras e escudos mais resistentes, o que fazia que, em
b) o período estável de ocorrência do fluxo migratório para o Brasil diferentes batalhas contra os persas, obtivessem resulta-
coincide com a expansão da lavoura cafeeira. dos superiores em combates a curta distância.
c) a imigração para o Brasil, entre 1850 e 1930, foi estimulada pela b) dos espartanos, que desenvolveram armas pesadas im-
Primeira Guerra Mundial, quando a população europeia fugia batíveis nos ataques a fortalezas e muralhas e organiza-
do conflito. ram seu exército era de acordo com o equipamento e a
d) o país passou por um período de significativo crescimento experiência dos soldados.
econômico, desde o fim da Segunda Guerra até a década de c) dos povos germânicos, que, no início da Idade Média,
1970, mas deixou de atrair grandes fluxos migratórios. invadiram a Península Ibérica, com uma força naval or-

ganizada, cujos barcos, com quilhas e velas, percorriam
Anotações
rapidamente longas distâncias, o que impossibilitava a
defesa da península.
d) acelerado desenvolvimento bélico do final do século XIX
e início do século XX, decorrente da fabricação de armas,
como, por exemplo, metralhadora e cartuchos metálicos,
como forma de se resolverem conflitos alimentados pela
corrida imperialista.
e) do primeiro combate aéreo da história, que ocorreu no
início da Segunda Guerra Mundial, quando os franceses
abateram um avião alemão a tiros de metralhadora.
71
A análise histórica dos problemas que envolvem a
cidadania no Brasil possibilita considerar-se que a heran-
ça colonial pesou mais na área dos direitos civis. O novo
país herdou a escravidão, que negava a condição humana
do escravo, herdou a grande propriedade rural, fechada
à ação da lei, e herdou um Estado comprometido com o
poder privado. Esses três empecilhos ao exercício da ci-
dadania civil revelaram-se persistentes.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo caminho. Rio de

Janeiro: Civilização Brasileira, 2004, p. 45 (adaptado).
Com base na herança colonial, tratada no texto acima,

deve-se considerar que
a) a prevalência dos latifúndios alimentou a migração e

propiciou a criação do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem-Terra (MST).
b) a Abolição da Escravatura permitiu que os ex-escravos
alcançassem direitos políticos, civis e sociais, sendo
estes reforçados, posteriormente, na Constituição de
1891.
c) direitos civis, aqueles que dizem respeito às liberdades
e garantias individuais, foram estabelecidos no Brasil,
pela primeira vez, na Constituição de 1988.
d) exemplo de “Estado comprometido com o poder priva-
do” é a República Velha, período em que os coronéis
dominavam o poder público, ao adotarem uma política
patrimonialista, a qual Getúlio Vargas conseguiu elimi-
nar do país após 1930.
e) Antônio Conselheiro, líder do movimento messiânico de
Canudos, pode ser identificado como precursor na luta
pelos direitos civis no Brasil, uma vez que defendia o
direito de seus liderados se expressarem livremente.
72
Na primeira República, uma grande parcela da po-
pulação brasileira vivia na mais extrema miséria, ou seja,
convivia com os baixos salários, sem terras, devido à con-
centração fundiária, e explorada pelos coronéis. Uma forma
de reação era a organização da população por meio de mo-
vimentos sociais, tendo alguns caráter messiânico, e outros

Humanas
sendo caracterizados como banditismo social. Os movimen- c) Intensificação do controle informacional e adoção de
tos messiânicos misturavam misticismo, revolta e política. barreiras fitossanitárias.

d) Aumento da circulação mercantil e desregulamentação
Entre os fatos importantes que marcaram os movimentos do sistema financeiro.
messiânicos, inclui-se e) Expansão do protecionismo comercial e descaracteriza-
ção de identidades nacionais.
a) o combate do governo brasileiro ao movimento de Antô-
nio Conselheiro e seus seguidores, os quais pregavam a
abolição da propriedade privada, recusavam-se a pagar
os impostos e manifestavam sua aspiração monarquis- 74
Um gigante da indústria da internet, em gesto simbó-
ta. lico, mudou o tratamento que conferia à sua página pales-
b) a extrema violência da quarta e última expedição con- tina. O site de buscas alterou sua página quando acessada
tra o arraial de Canudos, durante a qual as casas foram da Cisjordânia. Em vez de “territórios palestinos”, a empresa
saqueadas e incendiadas, os conselheiristas, mortos e escreve agora “Palestina” logo abaixo do logotipo.
degolados, e apenas as crianças foram poupadas.
c) a Guerra do Contestado, liderada pelo beato José Ma- BERCITO, D. Google muda tratamento de territórios palestinos. Folha de S. Paulo, 4
maio 2013. (adaptado).
ria, ocorrida após a conclusão da ferrovia São Paulo-Rio
Grande do Sul, quando cerca de oito mil operários fica-
ram desempregados e, então, se juntaram ao beato para O gesto simbólico sinalizado pela mudança no status dos ter-
fundarem uma aldeia milenarista e republicana. ritórios palestinos significa o
d) a liderança político-religiosa do Padre Cícero, que pro-
punha a necessidade de se criar a sociedade justa pre- a) surgimento de um país binacional.
gada por Jesus Cristo, para corrigir e punir as injustiças, b) fortalecimento de movimentos antissemitas.
e, por causa disso, foi perseguido pelos coronéis. c) esvaziamento de assentamentos judaicos.
e) a conclamação à população sertaneja feita por José d) reconhecimento de uma autoridade jurídica.
Virgulino, conhecido por Lampião, para pegassem as ar- e) estabelecimento de fronteiras nacionais.
mas e impedissem a assinatura do Pacto dos Coronéis,
pelo qual vários chefes políticos cearenses pretendiam
unir-se para sustentar a oligarquia Acciolly.
75
De todas as transformações impostas pelo meio
técnico-científico-informacional à logística de transportes,
interessa-nos mais de perto a intermodalidade. E por uma
73 razão muito simples: o potencial que tal “ferramenta logísti-
Disneylândia ca” ostenta permite que haja, de fato, um sistema de trans-
portes condizente com a escala geográfica do Brasil.
Multinacionais japonesas instalam empresas em HUERTAS, D. M. O papel dos transportes na expansão recente da fronteira agrícola
Hong-Kong brasileira. Revista Transporte y Territorio, Universidade de Buenos Aires, n. 3,
E produzem com matéria-prima brasileira 2010 (adaptado).
Para competir no mercado americano
A necessidade de modais de transporte interligados, no ter-
[...]
ritório brasileiro, justifica-se pela(s)
Pilhas americanas alimentam eletrodomésticos in-
gleses na Nova Guiné
a) variações climáticas no território, associadas à interiori-
Gasolina árabe alimenta automóveis americanos
zação da produção.
na África do Sul
b) grandes distâncias e a busca da redução dos custos de
[...]
transporte.
Crianças iraquianas fugidas da guerra
c) formação geológica de país, que impede o uso de um úni-
Não obtêm visto no consulado americano do Egito
co modal.
Para entrarem na Disneylândia
d) proximidade entre a área de produção agrícola intensiva
ANTUNES, A. Disponível em: www.radio.uol.com.br. Acesso em: 3 fev. 2013 (fragmento). e os portos.
e) diminuição dos fluxos materiais em detrimento de fluxos
Na canção, ressalta-se a coexistência, no contexto inter- imateriais.
nacional atual, das seguintes situações:
a) Acirramento do controle alfandegário e estímulo ao ca-

pital especulativo.
b) Ampliação das trocas econômicas e seletividade dos
fluxos populacionais.

76 Anotações
Taxa de fecundidade total – Brasil – 1940-2010
6,16 6,21 6,28
5,76
4,35
2,85
2,38
1,90
1930 1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010 2020
IBGE: Censo demográfico 2010: resultados gerais da amostra.

Disponível em: ftp://ftp.ibge.gov.br. Acesso em: 12 mar. 2013.
O processo registrado no gráfico gerou a seguinte consequên-

cia demográfica:
a) Decréscimo da população absoluta.

b) Redução do crescimento vegetativo.
c) Diminuição da proporção de adultos.
d) Expansão de políticas de controle da natalidade.
e) Aumento da renovação da população economicamente ativa.
77
TEXTO I
A nossa luta é pela democratização da propriedade da

terra, cada vez mais concentrada em nosso país. Cerca
de 1% de todos os proprietários controla 46% das terras.
Fazemos pressão por meio da ocupação de latifúndios
improdutivos e grandes propriedades, que não cumprem
a função social, como determina a Constituição de 1988.
Também ocupamos as fazendas que têm origem na grila-
gem de terras públicas.
Disponível em www.mst.org.br. Acesso em: 25 ago. 2011 (adaptado).
TEXTO II
O pequeno proprietário rural é igual a um pequeno pro-

prietário de loja: quanto menor o negócio mais difícil de
manter, pois tem de ser produtivo e os encargos são di-
fíceis de arcar. Sou a favor de propriedades produtivas e
sustentáveis e que gerem empregos. Apoiar uma empresa
produtiva que gere emprego é muito mais barato e gera
muito mais do que apoiar a reforma agrária.
LESSA, C. Disponível em: www.observadorpolitico.org.br. Acesso em: 25 ago.

2011 (adaptado).

Humanas
Nos fragmentos dos textos, os posicionamentos em rela-

ção à reforma agrária se opõem. Isso acontece porque os 79

autores associam a reforma agrária, respectivamente, à Mapa 1
Distribuição espacial atual da população brasileira
a) redução do inchaço urbano e à critica ao minifúndio
camponês.
b) ampliação da renda nacional e à prioridade ao mercado
externo.
c) contenção da mecanização agrícola e ao combate ao
êxodo rural.
d) privatização de empresas estatais e ao estímulo ao
crescimento econômico.
e) correção de distorções históricas e ao prejuízo ao agro-
negócio.
78
Vida social sem internet?
11 252 503 São Paulo - SP
6 320 446 Rio de Janeiro - RJ
2 675 656 Salvador - ba
2 570 160 Brasília - DF
E NO MSN, NO 2 452 185 Fortaleza - CE
VOCÊ ESTÁ MYSPACE E NO EM
ESTOU!
NO ORKUT? FACEBOOK? TODOS!
THÉRY, H. As boas-novas sobre a população brasileira. Conhecimento Prático Geográfi-

co, n. 41, jan. 2012 (adaptado).
ATÉ NO VOCÊ ESTÁ EM TANTOS Mapa 2

TWITTER? LUGARES, POR ISSO RARAMENTE Conflitos em terras indígenas
TE VEJO NO MUNDO REAL!
CLARO!
Disponível em: http://tv-video-edc.blogspot.com. Acesso em: 30 maio 2010.
A charge revela uma crítica aos meios de comunicação, em

especial à internet, porque
a) questiona a integração das pessoas nas redes virtuais de rela- principais envolvidos em
cionamento. confrontos com índios
b) considera as relações sociais como menos importantes que as nos últimos anos
virtuais. terra indígena

c) enaltece a pretensão do homem de estar em todos os lugares garimpeiros e
ao mesmo tempo. madeireiros
d) descreve com precisão as sociedades humanas no mundo fazendeiros, posseiros
e pressão de políticos
globalizado. locais (conflitos de terras)
e) concebe a rede de computadores como o espaço mais eficaz
para a construção de relações sociais.
SIMIELLI, M. E. Geoatlas. São Paulo: Ática, 2009 (adaptado).

Os mapas representam distintos padrões de distribuição de pro-
Anotações
cessos socioespaciais. Nesse sentido, a menor incidência de
disputas territoriais envolvendo povos indígenas se explica pela
a) fertilização natural dos solos.

b) expansão da fronteira agrícola.
c) intensificação da migração de retorno.
d) homologação de reservas extrativistas.
e) concentração histórica da urbanização.
80
Trata-se de um gigantesco movimento de construção
de cidades, necessário para o assentamento residencial des-
sa população, bem como de suas necessidades de trabalho,
abastecimento, transportes, saúde, energia, água, etc. Ainda
que o rumo tomado pelo crescimento urbano não tenha res-
pondido satisfatoriamente a todas essas necessidades, o terri-
tório foi ocupado e foram construídas as condições para viver
nesse espaço.
MARICATO, E. Brasil, cidades: alternativas para a crise urbana. Petrópolis: Vozes. 2001
A dinâmica de transformação das cidades tende a apresentar

como consequência a expansão das áreas periféricas pelo(a)
a) crescimento da população urbana e aumento da especulação

imobiliária.
b) direcionamento maior do fluxo de pessoas, devido à existência de
um grande número de serviços.
c) delimitação de áreas para uma ocupação organizada do espa-
ço físico, melhorando a qualidade de vida.
d) implantação de políticas públicas que promovem a moradia e
o direito à cidade aos seus moradores.
e) reurbanização de moradias nas áreas centrais, mantendo o
trabalhador próximo ao seu emprego, diminuindo os desloca-
mentos para a periferia.
81
Embora haja dados comuns que dão unidade ao fenô-
meno da urbanização na África, na Ásia e na América Latina,
os impactos são distintos em cada continente e mesmo den-
tro de cada país, ainda que as modernizações se deem com o
mesmo conjunto de inovações.
ELIAS, D. Fim do século e urbanização no Brasil. Revista Ciência Geográfica, ano IV, n.
11, set/dez. 1988.
O texto aponta para a complexidade da urbanização nos dife-

rentes contextos socioespaciais. Comparando a organização
socioeconômica das regiões citadas, a unidade desse fenôme-
no é perceptível no aspecto
a) espacial, em função do sistema integrado que envolve as cida-

des locais e globais.
b) cultural, em função da semelhança histórica e da condição de
modernização econômica e política.
c) demográfico, em função da localização das maiores aglomera-
ções urbanas e continuidade do fluxo campo-cidade.

Humanas
d) territorial, em função da estrutura de organização e planeja- A charge ironiza a política desenvolvimentista do governo Jus-
mento das cidades que atravessam as fronteiras nacionais. celino Kubitschek, ao

e) econômico, em função da revolução agrícola que transformou o
campo e a cidade e contribuiu para fixação do homem ao lugar. a) evidenciar que o incremento da malha viária diminuiu as desi-
gualdades regionais do país.
b) destacar que a modernização das indústrias dinamizou a produ-
82 ção de alimentos para o mercado interno.
Nos últimos decênios, o território conhece grandes mu- c) enfatizar que o crescimento econômico implicou aumento das
danças em função de acréscimos técnicos que renovam a sua contradições socioespaciais.
materialidade, como resultado e condição, ao mesmo tempo, d) ressaltar que o investimento no setor de bens duráveis incre-
dos processos econômicos e sociais em curso. mentou os salários de trabalhadores.
SANTOS, M.; SILVEIRA; M. L. O Brasil: território e sociedade no inicio do século
e) mostrar que a ocupação de regiões interioranas abriu frentes
XXI. Rio de Janeiro: Record, 2004 (adaptado). de trabalho para a população local.
A partir da última década, verifica-se a ocorrência no Brasil de

alterações significativas no território, ocasionando impactos 84
sociais, culturais e econômicos sobre comunidades locais, e A Inglaterra deve governar o mundo porque é a melhor;
com maior intensidade, na Amazônia Legal, com a o poder deve ser usado; seus concorrentes imperiais não são
dignos; suas colônias devem crescer, prosperar e continuar li-
a) reforma e ampliação de aeroportos nas capitais dos estados. gadas a ela. Somos dominantes, porque temos o poder (indus-
b) ampliação de estádios de futebol para a realização de eventos trial, tecnológico, militar, moral), e elas não; elas são inferiores;
esportivos. nós, superiores, e assim por diante.
c) construção de usinas hidrelétricas sobre os rios Tocantins, Xin-
gu e Madeira. SAID, E. Cultura e imperialismo. São Paulo: Cia das Letras, 1995 (adaptado).
d) instalação de cabos para a formação de uma rede informati-
zada de comunicação. O texto reproduz argumentos utilizados pelas potências euro-
e) formação de uma infraestrutura de torres que permitem a co- peias para dominação de regiões na África e na Ásia, a partir
municação móvel na região. de 1870. Tais argumentos justificavam suas ações imperialis-
tas, concebendo-as como parte de uma
a) cruzada religiosa.
83
b) catequese cristã.
c) missão civilizatória.
d) expansão comercial ultramarina.
e) política exterior multiculturalista.
85
Embora o aspecto mais óbvio da Guerra Fria fosse o
confronto militar e a cada vez mais frenética corrida armamen-
tista, não foi esse o seu grande impacto. As armas nucleares
nunca foram usadas. Muito mais óbvias foram as consequên-
cias políticas da Guerra Fria.
HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Cia. das
Letras, 1999 (adaptado).
O conflito entre as superpotências teve sua expressão emble-

mática no(a)
Meta de Faminto a) formação do mundo bipolar.

b) aceleração da integração regional.
JK – Você agora tem automóvel brasileiro, para correr em es- c) eliminação dos regimes autoritários.
tradas pavimentadas com asfalto brasileiro, com gasolina bra- d) difusão do fundamentalismo islâmico.
sileira. Que mais quer? e) enfraquecimento dos movimentos nacionalistas.
JECA – Um prato de feijão brasileiro. Seu doutô!
THÉO. In: LEMOS, R. (Org). Uma história do Brasil através da caricatura (1840- 2001).
Rio de Janeiro: Bom Texto; Letras & Expressões, 2001.

86 Anotações
AP Wide World Photos/ William Kratzke, 2001.
Disponível em: http://nymag.com. Acesso em: 29 fev. 2012.
Os eventos ocorridos no dia 11 de setembro de 2001 geraram

mudanças sociais nos Estados Unidos, que
a) ampliaram o isolacionismo e autossuficiência da economia

norte-americana.
b) mitigaram o patriotismo e os laços familiares em razão das
mortes causadas.
c) atenuaram o xenofobismo e a tensão política entre os países
do Oriente e Ocidente.
d) aumentaram o preconceito contra os indivíduos de origem
árabe e religião islâmica.
e) diminuíram a popularidade e legitimidade imediata do chefe
de Estado para lidar com o evento.
87 Classes sociais no Brasil (2005-2010)
Fonte: Cetelem-Ipsos, 2010. O Globo, 23 mar. 2011(adaptado).

Humanas
A mudança na distribuição das classes de 2005 a 2010 implicou No texto, a análise da relação entre democracia, cidadania e fron-
uma expressiva alteração no formato do primeiro para o se- teira apresenta sob uma perspectiva crítica a necessidade de
gundo gráfico. Um processo associado a essa mudança está
indicado no(a) a) reestruturação efetiva do Estado-nação.
b) liberalização controlada dos mercados.
a) expansão do mercado interno. c) contestação popular do voto censitário.
b) concentração da renda nacional. d) garantia jurídica da lealdade nacional.
c) persistência da crise internacional. e) afirmação constitucional dos territórios.
d) crescimento demográfico acelerado.
e) fracasso das políticas redistributivas.
90
88
O papel da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (Otan) alterou-se desde sua origem em 1949. A Otan
é uma aliança militar que se funda sobre um tratado de se-
gurança coletiva, o qual, por sua vez, indica a criação de
uma organização internacional com o objetivo de manter a
democracia, a paz e a segurança dos seus integrantes.
No começo dos anos de 1990, em função dos conflitos nos

Bálcãs, a Otan declarou que a instabilidade na Europa Cen-
tral afetava diretamente a segurança dos seus membros. Foi
então iniciada a primeira operação militar fora do território
dos países-membros. Desde então ela expandiu sua área de
interesse para África, Oriente Médio e Ásia.
BERTAZZO, J. Atuação da Otan no Pós-Guerra Fria: implicações para a segurança

nacional e para a ONU. Contexto Internacional, Rio de Janeiro, jan.-jun. 2010
(adaptado).
Os objetivos dessa organização, nos diferentes períodos

descritos, são, respectivamente:
a) Financiar a indústria bélica – garantir atuação global.

b) Conter a expansão socialista – realizar ataques preven-
tivos.
c) Combater a ameaça soviética – promover auxílio huma-
nitário.
d) Minimizar a influência estadunidense – apoiar organis-
mos multilaterais.
e) Reconstruir o continente devastado – assegurar estabili-
dade geopolítica.
89
Fronteira. Condição antidemocrática de existência
das democracias, distinguindo os cidadãos dos estrangei-
ros, afirma que não pode haver democracia sem território. Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 3 dez. 2012 (adaptado).
Em princípio, portanto, nada de democracia sem frontei-
ras. E, no entanto, as fronteiras perdem o sentido no que Nos mapas, está representada a região dos Bálcãs, em dois
diz respeito às mercadorias, aos capitais, aos homens e momentos do século XX. Uma causa para a mudança geopolí-
às informações que as atravessam. As nações não podem tica representada foi a
mais ser definidas por fronteiras rígidas. Será necessário
aprender a construir nações sem fronteiras, autorizando a a) adoção do euro como moeda única.
filiação a várias comunidades, o direito de voto múltiplo, a b) suspensão do apoio econômico soviético.
multilealdade. c) intervenção internacional liderada pela Otan.
d) intensificação das tensões étnicas regionais.
ATTALI, J. Dicionário do século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2001 (adaptado). e) formação de um Estado islâmico unificado.

91 Anotações
Brasileiros de 5 anos ou mais de idade que

viviam no exterior entre 31/07/1995 e 31/07/2005
e retornaram para o Brasil
Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 2000 e 2010. Disponível em: www.sidra.ibge.gov.br.

Acesso em: 12 dez. 2012 (adaptado).
Um fator no Brasil que explica a situação social demonstrada

no gráfico está expresso em:
a) Declínio do trabalho formal.

b) Subsídio econômico do governo.
c) Aumento do controle da migração.
d) Decréscimo da renda dos empregados.
e) Expansão da demanda de mão de obra.
92
O governo de Cingapura, que vem enfrentando recla-
mações de residentes que precisam competir com estran-
geiros por emprego, endureceu as regras para que empresas
contratem funcionários de outros países para posições de ní-
vel médio. A partir de janeiro de 2012, um estrangeiro precisa
ganhar 3 000 dólares cingapurianos (2 493 dólares americanos)
ou mais por mês antes de se qualificar para um visto de traba-
lho que lhe permitirá trabalhar em Cingapura.
Cingapura endurece regras para contratação de estrangeiros. Disponível em: www.

estadao.com.br. Acesso em: 17 ago. 2011 (adaptado).
As medidas adotadas pelo governo de Cingapura objetivam

favorecer a
a) inserção da mão de obra local no mercado de trabalho.

b) participação de população imigrante no setor terciário.
c) ação das empresas estatais na economia nacional.
d) expansão dos trabalhadores estrangeiros no setor primário.
e) captação de recursos financeiros internacionais.

Humanas
d) os empecilhos advindos das secas prolongadas.

93
A rede telephonica e) a precariedade de insumos no trabalho do campo.
95
O cidadão norte-americano desperta num leito cons-
truído segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas
modificado na Europa Setentrional antes de ser transmitido à
América. Sai debaixo de cobertas feitas de algodão cuja planta
se tornou doméstica na Índia. No restaurante, toda uma série
de elementos tomada de empréstimo o espera. O prato é feito
de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é de
aço, liga feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo é inven-
tado na Itália medieval; a colher vem de um original romano.
Lê notícias do dia impressas em caracteres inventados pelos
Em brave, já poderá o Brazil esticar as canellas antigos semitas, em material inventado na China e por um pro-
sem receio de não ser ouvido dos pés à cabeça. cesso inventado na Alemanha.
Fon-Fon!, ano IV, n. 36, 3 set. 1910. Disponível em: objdigital.bn.br. Acesso em: 4 abr. 2014. LINTON, R. O homem: uma introdução à antropologia. São Paulo: Martins, 1959 (adaptado).
A charge, datada de 1910, ao retratar a implantação da rede A situação descrita é um exemplo de como os costumes re-
telefônica no Brasil, indica que esta sultam da
a) permitiria aos índios se apropriarem da telefonia móvel. a) assimilação de valores de povos exóticos.
b) ampliaria o contato entre a diversidade de povos indígenas. b) experimentação de hábitos sociais variados.
c) faria a comunicação sem ruídos entre grupos sociais dis- c) recuperação de heranças da Antiguidade Clássica.
tintos. d) fusão de elementos de tradições culturais diferentes.
d) restringiria a sua área de atendimento aos estados do norte e) valorização de comportamento de grupos privilegiados.
do país.
e) possibilitaria a integração das diferentes regiões do territó-
rio nacional.
96
TEXTO I
94
Mas plantar pra dividir
Não faço mais isso, não.
Eu sou um pobre caboclo,
Ganho a vida na enxada.
O que eu colho é dividido
Com quem não planta nada.
Se assim continuar
vou deixar o meu sertão,
mesmo os olhos cheios d’água Há mais gente vivendo dentro
e com dor no coração. desse círculo do que fora dele
Vou pro Rio carregar massas Disponível em: http://twistedsifter.com. Acesso em: 5 nov. 2013 (adaptado).
pros pedreiros em construção.
Deus até está ajudando: TEXTO II
está chovendo no sertão!
Mas plantar pra dividir, A Índia deu um passo alto no setor de teleatendimento para pa-
Não faço mais isso, não. íses mais desenvolvidos, como os Estados Unidos e as nações
VALE, J.; AQUINO, J. B. Sina de caboclo. São Paulo: Polygram, 1994 (fragmento). europeias. Atualmente mais de 245 mil indianos realizam liga-
ções para todas as partes do mundo a fim de oferecer cartões
No trecho da canção, composta na década de 1960, retrata-se de crédito ou telefones celulares ou cobrar contas em atraso.
a insatisfação do trabalhador rural com
Disponível em: www.conectacallcenter.com.br. Acesso em: 12 nov. 2013 (adaptado).
a) a distribuição desigual da produção.
b) os financiamentos feitos ao produtor rural. Ao relacionar os textos, a explicação para o processo de terri-
c) a ausência de escolas técnicas no campo. torialização descrito está no(a)

a) aceitação das diferenças culturais.
Anotações
b) adequação da posição geográfica.
c) incremento do ensino superior.
d) qualidade da rede logística.
e) custo da mão de obra local.
97
O jovem espanhol Daniel se sente perdido. Seu diplo-
ma de desenhista industrial e seu alto conhecimento de inglês
devem ajudá-lo a tomar um rumo. Mas a taxa de desemprego,
que supera 52% entre os que têm menos de 25 anos, o des-
norteia. Ele está convencido de que seu futuro profissional não
está na Espanha, como o de, pelo menos, 120 mil conterrâneos
que emigraram nos últimos dois anos. O irmão dele, que é en-
genheiro-agrônomo, conseguiu emprego no Chile. Atualmente,
Daniel participa de uma “oficina de procura de emprego” em
países como Brasil, Alemanha e China. A oficina é oferecida
por uma universidade espanhola.
GUILAYN, P. Na Espanha, universidade ensina a emigrar. O Globo, 17 fev. 2013 (adaptado).
A situação ilustra uma crise econômica que implica
a) valorização do trabalho fabril.

b) expansão dos recursos tecnológicos.
c) exportação de mão de obra qualificada.
d) diversificação dos mercados produtivos.
e) intensificação dos intercâmbios estudantis.
98
Quando é meio-dia nos Estados Unidos, o Sol, todo
mundo sabe, está se deitando na França. Bastaria ir à França
num minuto para assistir ao pôr do sol.
SAINT-EXUPÉRY, A. O Pequeno Príncipe. Rio de Janeiro: Agir, 1996.
A diferença espacial citada é causada por qual característica

física da Terra?
a) Achatamento de suas regiões polares.

b) Movimento em torno de seu próprio eixo.
c) Arredondamento de sua forma geométrica.
d) Variação periódica de sua distância do Sol.
e) Inclinação em relação ao seu plano de órbita.
99
No século XIX, o preço mais alto dos terrenos situados
no centro das cidades é causa da especialização dos bairros
e de sua diferenciação social. Muitas pessoas, que não têm
meios de pagar os altos aluguéis dos bairros elegantes, são
progressivamente rejeitadas para a periferia, como os subúr-
bios e os bairros mais afastados.
RÉMOND, R. O século XIX. São Paulo: Cultrix, 1989 (adaptado).

Humanas
Uma consequência geográfica do processo socioespacial des- Nota: O saldo considera apenas as pessoas que se deslocavam
crito no texto é a para o trabalho e retornavam aos seus municípios diariamente.
a) criação de condomínios fechados de moradia. BRASIL. IBGE. Atlas do senso demográfico 2010 (adaptado).
b) decadência das áreas centrais de comércio popular.
c) aceleração do processo conhecido como cercamento. O fluxo migratório representado esta associado ao processo de
d) ampliação do tempo de deslocamento diário da população.
e) contenção da ocupação de espaços sem infraestrutura sa- a) fuga de áreas degradadas.
tisfatória. b) inversão da hierarquia urbana.
c) busca por amenidades ambientais.
d) conurbação entre municípios contíguos.
e) desconcentração dos investimentos produtivos.
100
Três décadas — de 1884 a 1914 — separam o século
XIX — que terminou com a corrida dos países europeus para a
África e com o surgimento dos movimentos de unificação na- 102
cional na Europa — do século XX, que começou com a Primei-
ra Guerra Mundial. É o período do Imperialismo, da quietude
225 milhões de anos

estagnante na Europa e dos acontecimentos empolgantes na
1 - Permiano
Ásia e na África.
ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Pri-

meira Grande Guerra na medida em que
a) difundiu as teorias socialistas.

b) acirrou as disputas territoriais.
c) superou as crises econômicas.
d) multiplicou os conflitos religiosos.

2 - Triássico
e) conteve os sentimentos xenófobos.
101
3 - Jurássico
65 milhões de anos
4 - Cretáceo
O saldo do Fluxo de pessoas

deslocamento
-75 275 a -31 400 15 000 a 31 400
-31 399 a 0 31 401 a 58 300
0 a 19 168 58 301 a 103 200
19 169 a 293 119 limite de minucípios

Anotações
5 - Quaternário
Presente
Disponível em: www.telescopionaescola.pro.br. Acesso em: 3 abr. 2014 (adaptado).
A partir da análise da imagem, o aparecimento da Dorsal Meso-

atlântica está associada ao(à)
a) separação da Pangeia a partir do período Permiano.

b) deslocamento de fraturas no período Triássico.
c) afastamento da Europa no período Jurássico.
d) formação do Atlântico Sul no período Cretáceo.
e) constituição de orogêneses no período Quaternário.
103
Na imagem, é ressaltado, em tom mais escuro, um grupo de

países que na atualidade possuem características político-
-econômicas comuns, no sentido de
a) adotarem o liberalismo político na dinâmica dos seus seto-

res públicos.
b) constituírem modelos de ações decisórias vinculadas à
social-democracia.
c) instituírem fóruns de discussão sobre intercâmbio multilate-
ral de economias emergentes.
d) promoverem a integração representativa dos diversos povos
integrantes de seus territórios.
e) apresentarem uma frente de desalinhamento político aos
polos dominantes do sistema-mundo.
104
A Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que começa a
ser construída apenas em 1905, foi criada, ao contrário das
outras grandes ferrovias paulistas, para ser uma ferrovia de
penetração, buscando novas áreas para a agricultura e povo-

Humanas
amento. Até 1890, o café era quem ditava o traçado das ferro- agregado.
vias, que eram vistas apenas como auxiliadoras da produção e) restrita participação de bens de alta tecnologia no comércio
cafeeira. bilateral.
CARVALHO, D. F. Café, ferrovias e crescimento populacional: o florescimento da região no-

roeste paulista. Disponível em: www.historica.arquivoestado.sp.gov.br. Acesso em: 2 ago. 2012.
106
Essa nova orientação dada à expansão ferroviária, durante a Número de imigrantes
Primeira República, tinha como objetivo a internacionais do Brasil
a) articulação de polos produtores para exportação. 268.000

b) criação de infraestrutura para atividade industrial.
c) integração de pequenas propriedades policultoras. 143.000
d) valorização de regiões de baixa densidade demográfica.
e) promoção de fluxos migratórios do campo para a cidade.
Entre 1995 e 2000 Entre 2005 e 2010
IBGE. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 3 ago. 2010.
105
Perfil do comércio A variação do número de imigrantes internacionais no Brasil,
Brasil-China em 2010 verificada pela análise do gráfico, é resultado direto da
Vendas do Brasil para a China a) situação internacional de crise econômica.

b) limitação europeia à entrada de estrangeiros.
Básicos Semimanufaturados
c) atração exercida pelas belas paisagens naturais.
83,7% 11,8%
d) legislação facilitadora da entrada de estrangeiros.
e) escolha do país como sede de grandes eventos esportivos.
US$
30,785
bilhões 107
Participação das regiões no PIB do país, em %
4,5%
Manufaturados
Vendas da China para o Brasil

Manufaturados Básicos 4,7 5,3
97,5% 2,1%
13 13,5
US$
25,593
bilhões 8,8 9,3
0,4%
Semimanufaturados 56,7 55,4
2002
Fonte: Ministério da Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
2010 16,9 16,5
ALVARENGA, D. Disponível em: http://g1.globo.com. Acesso em: 1 dez. 2012 (fragmentada).
Fonte: IBGE
Nas últimas décadas, tem se observado um incremento no co-
Disponível em: www.acervo.folha.com.br. Acesso em: 7 dez. 2012 (fragmento).
mércio entre o Brasil e a China. A comparação entre os gráfi-
cos demonstra a
As trajetórias de participação das regiões Sudeste e Nordeste,
apresentadas no mapa, estão, respectivamente, associadas ao(à)
a) posição do Brasil como grande exportador de commodities.
b) falta de complementaridade produtiva entre os dois países.
a) redução da renda média e à flexibilização das leis ambien-
c) vantagem competitiva da China no setor de produção agrícola.
tais.
d) proporcionalidade entre as trocas de bens de alto valor
b) encarecimento da mão de obra e à política de incentivos

fiscais.
Anotações
c) expansão da malha rodoviária e à instalação de grandes
projetos hidrelétricos.
d) diminuição da participação do setor de serviços e à amplia-
ção do agronegócio.
e) aumento do fluxo migratório inter-regional e à descoberta de
novas jazidas de carvão mineral.
108
Áreas em estabelecimento de atividades econômicas
sempre se colocaram como grande chamariz. Foi assim no li-
toral nordestino, no início da colonização, com o pau-brasil, a
cana-de-açúcar, o fumo, as produções de alimentos e o comér-
cio. O enriquecimento rápido exacerbou o espírito de aventura
do homem moderno.
FARIA, S. C. A Colônia em movimento. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998 (adaptado).
O processo descrito no texto trouxe como efeito o(a)
a) acumulação de capitais na Colônia, propiciando a criação

de um ambiente intelectual efervescente.
b) surgimento de grandes cidades coloniais, voltadas para o
comércio e com grande concentração monetária.
c) concentração da população na região litorânea, pela facili-
dade de escoamento de produção.
d) favorecimento dos naturais da Colônia na concessão de títu-
los de nobreza e fidalguia pela Monarquia.
e) construção de relações de trabalho menos desiguais que as
da Metrópole, inspiradas pelo empreendedorismo.
109
Em busca de matérias-primas e de mercados por causa
da acelerada industrialização, os europeus retalharam entre si
a África. Mais do que alegações econômicas, havia justificati-
vas políticas, científicas, ideológicas e até filantrópicas. O rei
belga Leopoldo II defendia o trabalho missionário e a civiliza-
ção dos nativos do Congo, argumento desmascarado pelas
atrocidades praticadas contra a população.
NASCIMENTO, C. Partilha da África: o assombro do continente mutilado. Revista de
História da Biblioteca Nacional, ano 7, n. 75. Dez. 2011 (adaptado).
A atuação dos países europeus contribuiu para que a África –

entre 1880 e 1914 – se transformasse em uma espécie de gran-
de “colcha de retalhos”. Esse processo foi motivado pelo(a)
a)busca de acesso à infraestrutura energética dos países afri-

canos.
b) tentativa de regulação da atividade comercial com os países
africanos.
c) resgate humanitário das populações africanas em situação
de extrema pobreza.
d) domínio sobre os recursos considerados estratégicos para o
fortalecimento das nações europeias.
e) necessidade de expandir as fronteiras culturais da Europa
pelo contato com outras civilizações.

Humanas
do esforço de modernização se deu na gestão do prefeito Pe-

110 reira Passos, entre 1902 e 1906. “O Rio civilizava-se” era frase
Os holandeses desembarcaram em Pernambuco no
ano de 1630, em nome da Companhia das Índias Ocidentais célebre à época e condensava o esforço para iluminar as vie-
(WIC), e foram aos poucos ocupando a costa que ia da foz do las escuras e esburacadas, controlar as epidemias, destruir os
Rio São Francisco ao Maranhão, no atual Nordeste brasileiro. cortiços e remover as camadas populares do centro da cidade.
Eles chegaram ao ponto de destruir Olinda, antiga sede da
OLIVEIRA, L. L. Sinais de modernidade na Era Vargas: vida literária, cinema e rádio. In:
capitania de Duarte Coelho, para erguer no Recife uma pe-
FERREIRA, J.; DELGADO, L. A. (Org.). O tempo do nacional-estatismo: do início ao
quena Amsterdã. apogeu do Estado Novo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2007
NASCIMENTO, R. L. X. A toque de caixas. Revista de História da Biblioteca

Nacional, ano 6, n. 70, jul. 2011. O processo de modernização mencionado no texto trazia um
paradoxo que se expressava no(a)
Do ponto de vista econômico, as razões que levaram os ho-
landeses a invadirem o nordeste da Colônia decorriam do fato a) substituição de vielas por amplas avenidas.
de que essa região b) impossibilidade de se combaterem as doenças tropicais.
c) ideal de civilização acompanhado de marginalização.
a) era a mais importante área produtora de açúcar na Amé- d) sobreposição de padrões arquitetônicos incompatíveis.
rica portuguesa. e) projeto de cidade incompatível com a rugosidade do relevo.
b) possuía as mais ricas matas de pau-brasil no litoral das
Américas.
c) contava com o porto mais estratégico para a navegação
no Atlântico Sul. 113
d) representava o principal entreposto de escravos africanos
para as Américas.
e) constituía um reduto de ricos comerciantes de açúcar de
origem judaica.
111
O enclave supõe a presença de “muros sociais” in- Madeira para
ternos que separam e distanciam populações e grupos de um celulose e papel
mesmo lugar. Tais muros revelam as grandes contradições e Quantidade produzida
discrepâncias presentes nas cidades brasileiras. É aqui que o em 2006 (metros cúbicos)
território merece ser considerado um novo elemento nas políti-
cas públicas, enquanto um sujeito catalisador de potências no 2 624 058
processo de refundação do social. 1 500 000
KOGA, D. Medidas de cidades: entre territórios de vida e territórios vividos. São Paulo: 650 000
Cortez, 2003. 170 000
2
No contexto atual das múltiplas territorializações, apontadas Disponível em: www.fct.unesp.br. Acesso em: 1 ago. 2012.
no fragmento, a formação de enclaves fortificados no espaço
urbano é resultado da A distribuição espacial de madeira para papel e celulose no
Brasil possui uma estratégia logística que resulta na
a) autossegregação elitista em prol de garantia de segurança.
b) segmentação social das políticas públicas por níveis de ca- a) região produtiva contínua de perfil litorâneo.
rência. b) integração intermodal entre Sul, Sudeste e Norte do país.
c) influência de grupos políticos globais em rede no cotidiano c) construção de eixos rodoviários entre as zonas produtoras.
urbano. d) organização da produção próxima às áreas de escoamento.
d) ampliação dos territórios móveis nas áreas residenciais tra- e) localização do setor nos limites das unidades político-admi-
dicionais. nistrativas.
e) necessidade da população em associar espacialmente tra-
balho e moradia.
114
Desde a sua criação, em 1949, a Organização do Tra-
tado do Atlântico Norte (OTAN) tem revisto regularmente as
112 suas tarefas e objetivos, tendo em vista a evolução do am-
Na primeira década do século XX, reformar a cidade do
Rio de Janeiro passou a ser o sinal mais evidente da moderni- biente estratégico mundial. Nestes 62 anos de história, tanto
zação que se desejava promover no Brasil. O ponto culminante a Aliança quanto o resto do mundo sofreram mudanças que

os fundadores da OTAN não poderiam ter previsto.
Anotações
Disponível em: www.ri.pucminas.br. Acesso em: 26 de jan. 2012.
Diante das transformações ocorridas no cenário geopolítico

mundial, a legitimidade dessa organização enfraqueceu-se, pois
a) passou a se dedicar à luta contra as organizações terroris-

tas internacionais.
b) direcionou seus esforços para os conflitos em países e re-
giões do hemisfério sul.
c) perdeu parte de seus alvos e funções iniciais com a derro-
cada do bloco socialista.
d) insistiu na manutenção de bases militares em áreas pacifi-
cadas desde o fim da Guerra Fria.
e) desviou suas atividades para a resolução de conflitos civis
no âmbito dos países membros.
115
A diplomacia de Rio Branco, paradigmática para o
período, buscou atender a três principais objetivos: a defini-
ção das fronteiras, o aumento do prestígio internacional do
país e a afirmação da liderança brasileira na América do Sul.
Para a consecução desses fins, de modo bastante realista,
Rio Branco optou pela política de “aliança não escrita” com
os Estados Unidos.
SANTOS. L. C. V. G. O dia em que adiaram o carnaval: política externa e a construção
do Brasil. São Paulo: EdUNESP, 2010 (adaptado).
No texto em questão, a política externa brasileira esteve di-

recionada para
a) obter um status de hegemonia no continente americano,

descartando a atuação britânica na região pela aliança
com os Estados Unidos e, futuramente, suplantar esse alia-
do ocasional.
b) distanciar as ligações com a Inglaterra e aproximar-se da
órbita de influência estadunidense, porém estrategicamen-
te mantendo a autonomia na atuação e objetivos traçados.
c) ampliar as tensões regionais, num movimento belicista
que apontava para a resolução dos conflitos pela via mi-
litar, contando com o apoio político e material dos Estados
Unidos.
d) cumprir a agenda norte-americana identificada com a
Doutrina Monroe e a política do Big Stick, numa atuação
de submissão calculada, procurando minimizar os efeitos
negativos de tais investidas.
e) estabilizar as tensões no continente americano e, conco-
mitantemente, buscar alcançar objetivos estratégicos geo-
graficamente localizados fora do espaço continental.

Humanas
116 118
Distribuição da população por sexo, As consequências da crise na zona do euro só estão
segundo os grupos de idade começando para a maioria dos países. Em 2008, perseguindo
BRASIL 2010 maior competitividade, a França já havia eliminado o limite de
35 horas semanais de trabalho no país. As empresas também
têm endurecido nas negociações com os sindicatos, a fim de
cortar gastos com mão de obra. As economias dos países
mais encrencados são também as mais “pesadas” em termos
de custo de mão de obra e as menos produtivas da Europa.
Folha de São Paulo, 11 dez. 2011 (adaptado).
A crise na zona do euro já apresenta impactos no trabalho e

na produção, em função da
a) necessidade de reestruturação empresarial para diminuir

o custo produtivo.
b) transferência de recursos financeiros para os países com
maior viabilidade econômica.
c) influência das organizações trabalhistas para aprimorar a
gestão eficiente do capital.
d) diminuição das horas trabalhadas semanalmente para
adaptação à nova dinâmica de mercado.
IBGE. Disponível em: www.censo2010.ibge.gov.br. Acesso em: 23 jan. 2012.
e) redução do investimento na capacitação profissional para
O gráfico obtido a partir das informações do Censo de 2010 é diminuir o custo da mão de obra.
reflexo da dinâmica populacional do país e apresenta um(a)
a) continuidade da dinâmica demográfica brasileira repre-

119
sentada pelo alargamento de sua base e estreitamento do Segundo o Programa das Nações Unidas para o De-
topo. senvolvimento (PNUD), 82,7% da renda mundial encontrava-
b) elevação da população adulta, reflexo do baby boom nos -se nas mãos dos 20% mais ricos, enquanto os 20% mais po-
anos 2000. bres detinham apenas 1,4% da renda; quatro anos depois, os
c) divergência no crescimento quantitativo de homens e mu- 20% mais ricos haviam aumentado sua parcela para 85% da
lheres de 0 a 14 anos. riqueza.
d) decréscimo da população jovem e crescente alargamento
VIZENTINI, P. F. A nova ordem global: relações internacionais do século 20. Porto Alegre:
da parte intermediária e do topo da pirâmide. EdUFRGS, 1999.
e) declínio da população idosa brasileira visualizada no topo
da pirâmide. Que característica socioeconômica está evidenciada no texto?
a) Homogeneidade social.
117 b) Concentração de renda.
Em 2010, de acordo com o IBGE, a expectativa de vida
c) Desemprego estrutural.
do brasileiro era de 73,5 anos e mantinha-se uma grande dis-
d) Crescimento macroeconômico.
paridade entre a expectativa de vida masculina e feminina. As
e) Expansão populacional.
mulheres viviam, em média, 77,3 anos e os homens, 69,7 anos.
Disponível em: www.ibge.gov.br. Acesso em: 19 dez. 2012 (fragmento).
A disparidade mencionada no texto associa-se
a) à maior mortalidade violenta de jovens do sexo masculino.

b) ao trabalho mais intenso dos homens em relação às mu-
lheres.
c) à falta de um sistema de saúde universal que atenda ambos
os sexos.
d) ao menor tempo de trabalho exigido para a aposentadoria
das mulheres.
e) a melhores condições físicas de saúde das mulheres em
relação aos homens.

Anotações
COMPETÊNCIA 2 - Geopolítica e Território

49
Humanas
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Ciências Humanas

H6 - Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.

Idealizador e Organizador: Mateus Prado

Diretor de Criação: José Geraldo da Silva Junior

Projeto Gráfico: Daniel Paiva

Designers: Daniel Paiva e Lucas Paiva

Competência exigida pelo ENEM

Propondo essa competência, o ENEM quer saber se você é capaz de:

• Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.

COMPETÊNCIA 2 - Geopolítica e Território 3

• Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.

Desenvolvendo e aprimorando habilidades e competências

4 Ciências Humanas e suas Tecnologias

atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se re-

a) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo,

a) possuírem o mesmo nível de influência no cenário mundial.

COMPETÊNCIA 2 - Geopolítica e Território 5

d) terem sido diretamente impactadas pelo processo de inter- 6

Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 jul. 2009 (adaptado).

6 Ciências Humanas e suas Tecnologias

Brasil - Vítimas fatais de conflitos

Fonte: Comissão Pastoral da Terra - CPT

OLIVEIRA, A. U. A longa marcha do campesinato brasileiro: movimentos sociais, conflitos e

Com base nas informações do mapa acerca dos conflitos pela

a) conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas é a

KOPP, D. Guerra Fria sobre o Ártico. Le monde diplomatique Brasil.

COMPETÊNCIA 2 - Geopolítica e Território 7

No cenário de que trata o texto, a exploração de jazidas de pe-

tróleo, bem como de minérios – diamante, ouro, prata, cobre, 11

Minifúndio 7,5 5,3 14,3 9,0 14,5 2,0 Amazonas Belém

Imóveis Produtivos 28,7 12,1 16,0 42,6 47,2 34,5

De acordo com o gráfico e com referência à distribuição das Cuiabá ra

a) imóveis improdutivos são predominantes em relação às de- São Paulo

mais formas de ocupação da terra no âmbito nacional e na

Rio de Janeiro Rio de Janeiro

Laguna São Paulo São Paulo

b) o índice de 63,8% de imóveis improdutivos demonstra que

grande parte do solo brasileiro é de baixa fertilidade, impró-

existência de conflitos por terra. Fronteira doFronteira

d) a região Norte apresenta o segundo menor percentual de

8 Ciências Humanas e suas Tecnologias

Em relação às regiões marcadas na figura, observa-se que

a) a existência de áreas superáridas, áridas e semiáridas é re-

COMPETÊNCIA 2 - Geopolítica e Território 9

infantil no país, equiparando-se aos países mais desenvolvidos.

14 c) O Nordeste ainda é a região onde se registra a maior taxa de

íses. Câncer Oceano

Visão Visão geopolítica recente

NE 37,2 33,9 8,9 De acordo com a figura,

10 Ciências Humanas e suas Tecnologias

Entre as transformações ocorridas na Amazônia brasileira,

a) a estatização das empresas privadas como garantia do mo-

IBGE/PNAD, 2007. Disponível em: http://www.ibge.com.br. Acesso em: 10 out. 2008.

Considerando as informações dos gráficos, a região que

COMPETÊNCIA 2 - Geopolítica e Território 11

A expansão japonesa havia começado em 1895, quando venceu 22

12 Ciências Humanas e suas Tecnologias

O desenho do artista uruguaio Joaquín Torres-García traba-

“Quem e com que interesse dita o que é o norte e o sul? De-

TORRES-GARCÍA, J. Universalismo constructivo.

O referido autor, no texto e imagem acima,

a) privilegiou a visão dos colonizadores da América.

COMPETÊNCIA 2 - Geopolítica e Território 13

H6 - Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.

• Interpretar diferentes representações gráficas e cartográficas dos espaços geográficos.

• Identificar os significados histórico-geográficos das relações de poder entre as nações.

a) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo,

d) terem sido diretamente impactadas pelo processo de inter- 6

a) conhecida historicamente como das Missões Jesuíticas é a

a) imóveis improdutivos são predominantes em relação às de- São Paulo

b) o índice de 63,8% de imóveis improdutivos demonstra que

d) a região Norte apresenta o segundo menor percentual de

a) a existência de áreas superáridas, áridas e semiáridas é re-

14 c) O Nordeste ainda é a região onde se registra a maior taxa de

a) a estatização das empresas privadas como garantia do mo-

a) privilegiou a visão dos colonizadores da América.

a) A concentração de terras nas mãos de poucos.

a) a carência de fontes para pesquisa sobre os reais motivos des-

a) a renda da classe média apresentou decréscimo.

a) a busca de oportunidades de trabalho e o aumento de barreiras

a) disseminar o modelo de colonização já utilizado com suces-

a) Construir uma rede de refino e distribuição do açúcar no

a) apresentar um hemisfério terrestre envolvido por um cone. As

a) Dia 2 de janeiro de 2010, às 15h.

a) Exploração do campesinato pela elite proprietária – Domínio

a) Cruzadismo – conquista da terra santa.

a) menor proporção de fecundidade na área urbana. a) R

a) Demarcação de reservas para preservação da floresta.

a) a implementação de estratégias de geração de emprego e

a) das ilhas de desenvolvimento instaladas nas periferias das

a) elaborar leis que proibam a exploração de madeira e

a) elaborar leis que proibam a exploração de madeira e 8,8

a) a deflagração dos conflitos do Oriente Médio foi motivada