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IBET- INSTITUTO BRASILEIRA DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS

Seminário IV

EXTINÇÃO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA,

COMPENSAÇÃO E REPETIÇÃO DO INDÉBITO

André Colazantes Marcello


1. Criticar a expressão “extinção do crédito tributário”. É correta a tradicional separação das causas
de extinção prescritas no art. 156 do CTN em modalidades de fato e modalidades de direito?
Justifique.

Sigo a doutrina do professor Clóvis de Barros em sua obra Linguagem e Método, entendendo que a
expressão “extinção do crédito tributário”, não seria a mais adequadra para denominar e, até mesmo se
fazer menção, ao fim da relação jurídica entre fisco e contribuinte. “O crédito tributário é apenas um dos
aspectos da relação jurídica obrigacional” 1, ou seja, existem outos elementos que integram a chamda
obrigação tributária. Assim, inexiste vínculo obrigacional caso se verifique a ausência de uma delas e, não
tão somente o crédito tributário. A guisa de exeplo, decompõe-se a figura obrigacional com o
desaparecimento do sujeito passivo ou ativo. Igualmente, caso desapareça o obejto ou o direito subjetivo
do tituilar da relação. (ii) A tradicional separação das causa de extinção do crédito tributário, em de fato e
de direito, não é adequada pois as onze causas são acontecimentos restritos que o direito regulou, não
havendo como distingui-las em causas de direito e de fato, são, portanto, são modalidades jurídicas.

2. Quem tem legitimidade ativa para pleitear a repetição do indébito tributário? E em caso de
substituição tributária? E na hipótese prevista no art. 166 do CTN, há alguma alteração do sujeito
legitimado? Responda as perguntas analisando criticamente os anexos I e II.

Preceitua o art. 165 do CTN que o contribuinte que pagou tributo a maior ou quando o pagamento foi
realizado diante de relação jurídica tributária inexistente, poderá pleitear a repetição do indébito.(ii)
Todavia, em algumas situações o contribuinte do tributo não é o contribuinte de fato – aquele que efetiva
arcou com o encargo financeiro - mas sim o contribuinte de direito, aquele que em razão da natureza do
tributo, foi escolhido para recolhê-lo. Assim, o contribuinte de direto tem a obrigação de realizar o
pagamento, embora não arque com o ônus financeiro. Nessas situações, conforme prevê o art. 166 do CTN,
existe a possibilidade do contribuinte de direito pleitear o ressarcimento do indébito, desde que autorizado
expressamente pelo contribuinte de fato, ou ainda quando aquele comprovar que não repassou o imposto
ao contribuinte de fato.

A hipótese de dação em pagamento de bens imóveis como causa extintiva do crédito tributário altera
a cláusula do art. 3º do CTN quanto à prestação tributária qualificar-se como estritamente pecuni-
ária? Justifique. As previsões de extinção do crédito tributário por dação em pagamento de bens
imóveis em legislações municipais e estaduais antes da Lei Complementar n. 104/01 são válidas? Têm
aplicação jurídica? (Vide anexos III e IV).

Analisando isoladamente a modalidade de extinção do crédito tributário “dação em pagamento” em


detrimento do disposto no art. 3º do CTN, concluiríamos não ser possível é aplicação de tal modalidade.
Isso porque, o referido artigo prevê que as prestação tributárias serão adimplidas em pecúnia, ou seja,
dinheiro. No entanto, o mesmo diploma legal, assevera “ou em valor que se possa exprimir”. Assim, penso

1CARVALHO, Paulo de Barro. Direito Tributário, linguagem e método. São Paulo: NOES, 2009 - 3ª edição, pág.
539.
que a dação em pagamento não contraria o disposto no art. 3º do CTN, justamente porque bens imóveis
podem ser expimidos em valor.

No que se refere as previsões legislativas municipais e estaduais antes da LC 104/01, penso ser válidas as
extinções do crédito tributário operadas por dações em pagamento, visto que os entes tributantes poderiam,
mediante lei ordinária, legislarem sobre a dação em pagamento como forma de extinção do crédito
tributário.

4- Que é compensação tributária? Quando nasce o direito subjetivo à compensação tributária?


Determinada lei editada em momento posterior ao do nascimento do “direito subjetivo” à
compensação estabelece limites ao seu exercício, como por exemplo, limitando o crédito a compensar
a determinado valor por mês, impedindo a incidência de juros de mora ao crédito. Essas novas regras
que limitam a compensação se comparadas à legislação até então vigente impactam o exercício do
direito de compensar consagrado anteriormente à vigência dessa lei? Há direito adquirido à
compensação? (Vide anexos V).

Segundo o professor Paulo de Barros, é o “acerto de contas” entre o fisco e o contribuinte, é assim, uma
hipóstese legal onde ocorre a compensação de débitos do contribuinte com créditos que ele deteém perante
o fisco, é portanto, a extinção da obrigação entre dois sujeitos os quais são reciprocamente devedores um
do outro. (ii) O direito subjetivo a compensão nasce com a edição e entrada em vigor, da lei autorizadora.
Surge aí duas normas individuais e concretas: uma constitui o débito do fisco e a outra o crédito do
contribuinte. (iii) Entendo que a lei editada em momento posterior ao nascimento do direito subjetivo à
compensação não poderá limitar o exercício do direito à compensação, justamente em razão do direito
adquirido(iv), sendo que tal matéria ainda encontra divergências nos tribunais. Com isso, não se pode
admitir que lei posterior prejudique situações já consolidadas.

5. Em razão da não homologação da compensação e a consequente aplicação da multa isolada nos


termos do art. 74, §17 da Lei n. 9.430/96 (com redação dada pela Lei n. 13.097/15). Pergunta-se: a) A
compensação não homologada equivale a não pagamento de tributo? b) Que se entende por falsidade
da declaração? E qual a multa aplicada no caso de falsidade da declaração? c) A aplicação da
penalidade na hipótese de não homologação ou de falsidade da declaração ofendem algum princípio
jurídico tributário?

a) Sim, a compensação só ocorre quando revertida em linguagem competente, quando realizada pelo
contribuinte depende de ulterior homologação, que é condição resolutiva do ato. Assim, caso não
homologada, subsiste a norma individual e concreta de incidência. Mas não equivale ao não pagamento
pois tem como efeito a suspensão da exigibilidade do crédito, conforme Medida Provisória 135/2003;

b) Falsificação é o ato de agir omitindo ou deturpando informações. Aplica-se a multa isolada agravada
prevista no art. 18, § 16 da Lei 9.430/96 (com redação dada pela Lei 12.249/2010);

c) O percentual estipulado na lei acima mencionada fere os princípios da razoabilidade e proporcionalidade


pois é estipulado em percentual extremamente elevado. Ademais, como efeito indireto, está multa inibe o
contribuinte de questionar perante o Fisco, contrariando o direito de petição, princípio constitucional.
6. Diante da sistemática implementada pelo CPC/15 relativamente aos julgamentos de casos
repetitivos, pergunta-se: é possível falar em direito subjetivo à repetição/compensação do indébito a
partir do momento em que proferida decisão em recurso especial e/ou recurso extraordinário
repetitivos (vide art. 928 do CPC/15), ainda que o contribuinte não tenha ajuizado ação de
repetição/compensação do indébito cujo fundamento seja objeto do recurso repetitivo?

O art. 928 do CPC, que prevê a sistemática dos julgamentos de recursos repetitivos, criada para trazer mais
celeridade processual, garantir a segurança jurídica nas decisões e, de certo modo, funcionar como “filtro
para barrar” demandas repetitivas de casos análogos que ocupavam parcela considerável da pauta de
julgamento dos tribunais. Diante deste senário, foi criado pelo legislador essa sistemática que elege um ou
mais recursos como representativos da controvérsia para julgando-os, resolver o mérito da questão, não
apenas para estes, mas para todos os demais recursos que versam sobre o mesmo assunto. Feito esse
panorama, entendo por “direito subjetivo” aquele em que o titular de um direito, imbuído pela faculdade de
outro direito, o potestativo, deduz pretensão que entende ser passível de apreciação pelo poder judiciário,
ainda que ela posteriormente não venha ser reconhecida. Contextualizando, entendo que o contribuinte tem
sim o direito de ajuizar a ação de repetição/compensação do indébito cujo fundamento seja objeto do
recurso repetitivo, no entanto, não significa que a medida será eficiente/procedente. Como ressaltado, o
direito subjetivo para pleitear a tutela jurisdicional sempre será possível, mas nem sempre será favorável.

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