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PROCESSO Nº TST-RR-1045-78.2015.5.02.

0019

A C Ó R D Ã O
2.ª Turma
GMDMA/MCL  

I - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO


DE REVISTA REGIDO PELA LEI
13.467/2017. TRANSCENDÊNCIA SOCIAL
RECONHECIDA. INDENIZAÇÃO POR ASSÉDIO
MORAL.  Demonstrada provável violação
do art. 5.º, X, da Constituição
Federal, impõe-se o provimento do
agravo de instrumento para determinar
o processamento do recurso de
revista. Agravo de instrumento
provido.

II – RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA


LEI 13.467/2017. TRANSCENDÊNCIA
Reconhecida a existência de
transcendência social, nos termos do
art. 896-A, §1.º, inciso III, da CLT.
1 – INDENIZAÇÃO POR ASSÉDIO   MORAL.
Pelo   que   se   extrai   do   acórdão
recorrido,   a   prova   oral   produzida
demonstrou   que,   em   razão   de   ter
ajuizado   ação   trabalhista,   o
reclamante   somente   era   liberado   no
final   do   expediente,   após   todos   os
outros   empregados.   Evidenciado   o
tratamento   discriminatório   pelos
superiores   hierárquicos   em   razão   do
ajuizamento   de   reclamatória
trabalhista   em   desfavor   do
empregador,   deve   ser   reconhecida   a
ofensa   à   dignidade   e   honra   do
reclamante,   sendo­lhe   devida   a
reparação   postulada.  Recurso   de
revista conhecido e provido.

2 - RESCISÃO INDIRETA. O recurso de


revista, no tema, veio amparado na
alegação de violação do art. 483 da
CLT, sem indicar expressamente qual o
inciso a que se refere, razão pela
qual incide o óbice da Súmula 221 do
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TST. O único aresto trazido à


divergência jurisprudencial é
inservível para esse fim, porque não
contém indicação da fonte oficial de
publicação (Súmula 337, I, "a", do
TST). A indicação de violação dos
arts. 818 da CLT e 373, I, do CPC,
não viabilizam o conhecimento do
apelo, porquanto, o Tribunal Regional
não decidiu a controvérsia com base
nas regras de distribuição do ônus da
prova, mas sim, na análise do
conjunto probatório existente nos
autos. Recurso de revista não
conhecido.

3 – INTERVALO INTRAJORNADA. O recurso


de revista está fundamentado apenas
na alegação de violação de cláusula
de convenção coletiva de trabalho, o
que não atende aos requisitos do art.
896, "c", da CLT. Recurso de revista
não conhecido.

Vistos,   relatados   e   discutidos   estes   autos   de


Recurso   de   Revista   n°  TST­RR­1045­78.2015.5.02.0019,   em   que   é
Recorrente  LUCIANO   DA   ROCHA   BATISTA  e   são   Recorridos  RESTAURANTE
VICOLO NOSTRO LTDA. E OUTRO.

A Presidência do Tribunal Regional do Trabalho da


2.ª Região denegou seguimento ao recurso de revista interposto pelo
reclamante, pela ausência dos requisitos de admissibilidade.
Inconformado, o autor interpõe agravo de
instrumento, sustentando que seu recurso de revista tinha condições
de prosperar.
Foram apresentadas contrarrazões.

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Desnecessária a remessa dos autos ao Ministério


Público do Trabalho, consoante o art. 95, § 2.º, II, do RITST.
É o relatório.

V O T O

I – AGRAVO DE INSTRUMENTO

1 – TRANSCENDÊNCIA

Admito   a   transcendência   social   da   causa,   nos


termos do art. 896­A, § 1.º, III, da CLT.

2 – CONHECIMENTO

Preenchidos os requisitos legais de


admissibilidade, CONHEÇO do agravo de instrumento.

3 – MÉRITO

O   recurso   de   revista   do   reclamante   teve   seu


seguimento   denegado   pelo   juízo   primeiro   de   admissibilidade,   aos
seguintes fundamentos:

PRESSUPOSTOS INTRÍNSECOS
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REMUNERAÇÃO, VERBAS INDENIZATÓRIAS E


BENEFÍCIOS / PLANO DE SAÚDE.
INTERVALO INTRAJORNADA.
Alegação(ões):
- violação da 27 Cláusula da Convenção Coletiva;
A alegação de afronta a 27ª cláusula da Convenção Coletiva não
viabiliza o processamento de recurso de revista, uma vez que este somente
é cabível das decisões proferidas com violação literal de disposição de lei
federal ou ofensa direta à Constituição da República, a teor do que
preconiza o artigo 896, alínea "c", da Consolidação das Leis do Trabalho.
RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR/EMPREGADO
/ INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL.
Alegação(ões):
- violação do(s) artigo 5°, inciso V; artigo 5°, inciso X, da
Constituição Federal.
- violação do(a) Código Civil, artigo 186; artigo 927.
Para se adotar entendimento diverso da decisão Regional, ter-se-ia
que proceder à revisão do conjunto fático-probatório, conduta incompatível
na atual fase do processo (Súmula n° 126 do C. Tribunal Superior do
Trabalho) o que também afasta, de plano, a possibilidade de cabimento do
recurso por divergência jurisprudencial ou por violação literal de disposição
de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.
DENEGO seguimento.
RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO / RESCISÃO
INDIRETA.
Alegação(ões):
- violação do(a) Consolidação das Leis do Trabalho, artigo 483; artigo
818; Código de Processo Civil de 2015, artigo 373, inciso I.
- divergência jurisprudencial.
Para se adotar entendimento diverso da decisão Regional, ter-se-ia
que proceder à revisão do conjunto fático-probatório, conduta incompatível
na atual fase do processo (Súmula n° 126 do C. Tribunal Superior do
Trabalho) o que também afasta, de plano, a possibilidade de cabimento do
recurso por divergência jurisprudencial ou por violação literal de disposição
de lei federal ou afronta direta e literal à Constituição Federal.
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DENEGO seguimento.
CONCLUSÃO
DENEGO seguimento ao Recurso de Revista.

O reclamante, nas razões do agravo de instrumento,


sustenta ter demonstrando nas razões do recurso de revista o
preenchimento dos pressupostos extrínsecos e intrínsecos para a
admissibilidade. Renova discussão quanto ao assédio moral pelos
superiores hierárquicos. Aduz que restou evidenciado o assédio
porque comprovado nos autos que o reclamante somente era liberado
para ir embora no final do expediente, sempre após todos os demais
empregados em razão de ter sido ajuizada reclamação trabalhista.
Renova a arguição de violação dos arts. 5.º, V, X da Constituição
Federal, 186, 927 do Código Civil.
Conforme se extrai do acordão regional, o assédio
moral restou cabalmente demonstrado através da prova testemunhal
produzida. O Tribunal Regional consignou em seus fundamentos:

5. ASSÉDIO MORAL
O reclamante postulou indenização por danos morais correspondentes
ao assédio imposto por seus superiores hierárquicos (Srs. João Paulo, Vitor
e Leandro).
As alegações foram especificamente impugnadas em defesa, cabendo
ao reclamante a prova respectiva, por tratar-se de fatos constitutivos do seu
direito (artigos 818 da CLT e 373, I, do NCPC).
Contudo, desse encargo não se desincumbiu.
A segunda testemunha, cujas declarações foram as únicas dotadas
credibilidade necessária à prova, registrou os seguintes fatos:

"que depois que o reclamante entrou com ação os Srs.


Paulo Vítor e Leandro liberavam o reclamante para ir embora
somente depois de liberar todos os outros empregados; que o
depoente nunca presenciou nenhuma ofensa por parte de
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referidos senhores; que os outros empregados que tinham


processo contra a reclamada também eram liberados depois;
que a testemunha Sr. Nilton e o depoente também tinham
processo contra a reclamada e também somente eram liberados
depois" (fl. 161)

Como se observa nos autos, os fatos que sustentam a reparação por


danos morais foram alegados na exordial, evidenciando que aqueles
indicados pela testemunha ocorreram posteriormente e não servem para
corroborar a tese do autor. Menciona-se que os fatos alegados no
aditamento da inicial (fls. 58/61) correspondem a situações distintas e
foram relacionados especificamente à rescisão indireta.
Como se observa nos autos, os fatos que sustentam a reparação por
danos morais foram alegados na exordial, evidenciando que aqueles
indicados pela testemunha ocorreram posteriormente e não servem para
corroborar a tese do autor. Menciona-se que os fatos alegados no
aditamento da inicial (fls. 58/61) correspondem a situações distintas e
foram relacionados especificamente à rescisão indireta.
Ainda que assim não fosse, a liberação do autor após outros
empregados, por si só, caracteriza mero dissabor, insuficiente para ensejar
reparação por danos morais.
Por corolário, mantenho a r. sentença.

A Corte local adotou entendimento de que "a


liberação do autor após outros empregados, por si só, caracteriza
mero dissabor, insuficiente para ensejar reparação por danos
morais".
Dos elementos registrados no acórdão, se extrai a
existência de conduta ilícita por parte dos superiores hierárquicos
do reclamante, consistente no ato de somente liberar o reclamante no
final do expediente após os outros empregados, como forma de
retaliação pelo ajuizamento de reclamatória trabalhista contra o
empregador.

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Assim, comprovado o ato ilícito praticado pelo


empregador, surge o dever de reparação.
Por essas razões, afigura-se provável a tese de
violação do art. 5.º, X, da Constituição Federal.
Assim, DOU PROVIMENTO ao agravo de instrumento
para determinar o processamento do recurso de revista.
Conforme previsão dos arts. 897, § 7º, da CLT,
3.º, § 2.º, da Resolução Administrativa 1418/2010 do TST e 229, §
1º, do RITST, proceder-se-á de imediato à análise do recurso de
revista na primeira sessão ordinária subsequente.

II - RECURSO DE REVISTA

1 – TRANSCENDÊNCIA

Verifica-se a existência de transcendência social,


nos termos do art. 896-A, §1.º, inciso III, da CLT.
2 - CONHECIMENTO

Satisfeitos os pressupostos extrínsecos de


admissibilidade, passa-se ao exame dos pressupostos intrínsecos do
recurso de revista.

2.1 - INDENIZAÇÃO POR ASSÉDIO MORAL

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Consoante os fundamentos lançados quando do exame


do agravo de instrumento e aqui reiterados, CONHEÇO do recurso de
revista por violação do art. 5.º, X, da Constituição Federal.

2.2 - RESCISÃO INDIRETA

Nas razões do recurso de revista, o reclamante


pretende a reforma da decisão regional para que lhe seja deferida a
rescisão indireta postulada. Indica violação dos arts. 483 e 818 da
CLT e 373, I, do CPC/15.
Observa-se que, o recurso de revista, no tema,
veio amparado na alegação de violação do art. 483 da CLT, sem
indicar expressamente qual o inciso a que se refere, razão pela
qual, incide o óbice da Súmula 221 do TST.
O único aresto trazido à divergência
jurisprudencial é inservível para esse fim, porque não contém
indicação da fonte oficial de publicação (Súmula 337, I, "a", do
TST).
A indicação de violação dos arts. 818 da CLT e
373, I, do CPC, não viabilizam o conhecimento do apelo, porquanto, o
Tribunal Regional não decidiu a controvérsia com base nas regras de
distribuição do ônus da prova, mas sim, na análise do conjunto
probatório existente nos autos.
NÃO CONHEÇO.

2.3 – INTERVALO INTRAJORNADA

Nas razões do recurso de revista, o reclamante


pretende a reforma da decisão regional para que lhe seja deferido o
pedido de horas extras referentes ao intervalo intrajornada

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dilatado, superior a duas horas, por infração de norma coletiva.


Indica violação da cláusula 27.ª da Convenção Coletiva de Trabalho.
Em relação ao tema, o recurso de revista do
reclamante veio fundamentado apenas na alegação de violação de
cláusula de convenção coletiva de trabalho, o que não atende aos
requisitos do art. 896, "c", da CLT.
NÃO CONHEÇO.

3 – MÉRITO

3.1 – INDENIZAÇÃO POR ASSÉDIO MORAL

Como consequência do conhecimento do recurso de


revista por violação do art. 5.º, X, da Constituição Federal, DOU-
LHE PROVIMENTO para condenar o reclamado ao pagamento de indenização
por danos morais, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), com
juros e correção monetária, na forma da Súmula 439 do TST.

ISTO POSTO

ACORDAM  os Ministros da Segunda Turma do Tribunal
Superior do Trabalho, I) por unanimidade, dar provimento ao agravo
de   instrumento,   por   possível   violação   do   art.   5.º,   X,   da
Constituição Federal, para determinar o processamento do recurso de
revista   respectivo,   a   fim   de   que   seja   submetido   a   julgamento   na
primeira sessão ordinária subsequente; II) por unanimidade, conhecer
do   recurso   de   revista   quanto   ao   tema   "Indenização   Por   Assédio
Moral", por violação do art. 5.º, X, da Constituição Federal, e, no
mérito, dar­lhe provimento para condenar o reclamado ao pagamento de

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indenização por danos morais, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil


reais), com juros e correção monetária, na forma da Súmula 439 do
TST.
Brasília, 28 de agosto de 2019.

Firmado por assinatura digital (MP 2.200-2/2001)


DELAÍDE MIRANDA ARANTES
Ministra Relatora

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