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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA – UnB

INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – IHD


DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL - SER
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM POLÍTICA SOCIAL – PPGPS

Disciplina: Relações de Sexo/Gênero/, Raça/Etnia e Sexualidades.


Código: 327719
Professora: Lucélia Luiz Pereira
Mestrando: Lucas Brito de Lima
Matrícula: 18/0005201

Resenha – História e crítica de um preconceito.

BORRILO, Daniel. História e crítica de um preconceito. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.

No primeiro capítulo, o autor parte sua empreitada resgatando parte da discussão sobre
o conceito de homofobia. Ao abordar as perspectivas iniciais da discussão sobre o mesmo
conceito, o autor busca refletir sobre a natureza complexa da homofobia. E termina por
defender que, para além do aspecto psicilógico do termo, parte do rol das fobias; o mesmo
decorreria de dois elementos fundamentais. O primeiro diz sobre um sistema que qualifica a
heterossexualidade como natural e “correta” moralmente na sociedade. A partir disso, a
homofobia seria uma consequência psicológica do instituto social de normalidade conferido à
heterossexualidade, onde aos homossexuais deveria ser destinado o desdém, a violência, a
inferiorização.
Portanto, a originalidade do autor aflora desde sua premissa mais básica: a homofobia
tem raiz política, no sistema social fundado no segregacionismo, da transformação de
diferenças em desigualdades. Portanto, não apenas um elemento psicológico.
Seguindo tal premissa teórica, o autor parte para uma descrição de duas esferas da homofobia,
a saber, homofobia irracional e homofobia cognitiva; A primeira diz respeito unicamente ao
processo psicológico individual, onde o medo irracional toma de conta do sujeito. Como outra
fobia qualquer. A segunda, diz respeito da homofobia cognitiva, onde, na sociedade, é
reforçada a diferença entre homo/hetero, onde não é defendida a violência aberta, mas que
também não causa espanto a mesma. Ou seja, uma forma social de legitimação da
desigualdade entre homossexuais e heterossexuais na sociedade.
Ainda sobre a discussão conceitual, o autor expôs também uma discussão sobre
homofobia geral e específica. Segundo Borrilo, a homofobia geral caracteriza-se pela aversão
contra pessoas que subvertem ou se afastam das características impostas pelos gêneros
socialmente construídos e sobrepostos às pessoas. Já a homofobia específica é descrita como
aquela direcionada sobre gay e lésbicas, sendo que sobre as lésbicas se expressa de uma
maneira particular, pois se relaciona com o machismo e a misoginia, sendo especialmente
invisibilizadora, considerando que ás mulheres a libido é cercada pela “sua pretensa”
funcionalidade ao homem.
Além disso, o autor discorre, e assim emerge parte fundamental da importância de seu
texto, sobre homofobia, sexismo e heterossexismo. Do ponto de vista conceitual, Daniel
Borrilho trabalha a homofobia como expressão de um processo dinâmico e sistêmico,
ancorado não apenas estritamente no aspecto psicológico, mas na política, na história,
particularmente, no sistema de desigualdade. Para ele, a homofobia parte do mesmo
argumento que o racismo ou o antissemitismo, a desumanização de um grupo social. É assim
que os homossexuais, como um exemplo, são submetidos à uma suspeita permanente de er
ameaças à cultural e a moral da sociedade.
Já no segundo capítulo, o autor discute sobre as origens da homofobia, fazendo um
apanhado sobre o que ele identificou por um tipo de relativa tolerância para uma extrema
hostilidade, tão presente sob o domínio cultural e social da Igreja Católica. O cristianismo é
bem discutido e estudando pelo autor. Avançando um pouco, no terceiro capítulo, o autor irá
discutir as relações institucionais de homofobia, descortinando-a de um processo individual,
mas trazendo luz para evidenciar o caráter institucional da mesma, ou seja, com cumplicidade
jurídica, científica, cultural e institucional. É assim que o autor irá descrever criticamente o
processo pelo qual a homofobia desenvolve-se da caracterização do homossexual enquanto
um pecador para um pervertido (no sentido moralmente caracterizado), um ameaçador da
ordem sanitária da nossa sociedade, uma ameaça permanente para a moral e a ordem cultural,
pilares fundamentais da nossa sociedade.
No último capítulo, o autor traz uma discussão acerca das causas da homofobia.
Conforme veio salientando ao longo de toda a obra, o autor defende aqui que a homofobia não
transita penas na esfera individual ou coletiva, mas é parte de um sistema de exclusões de
dominações. Essa é a ideia forte do trabalho do Daniel Borrilo, e a discussão histórica e
teórica serve ao embasamento dessa tese, de como a homofobia é parte da constituição de um
sistema de desigualdades, dominação e exclusão. O autor vai tratar de questões sobre a
personalidade homofóbica para demonstrar os limites do elemento individual e irracional de
aversão aos homossexuais.
Em sua conclusão, o autor trabalha sobre formas de combate da homofobia. Defende
maior peso para as ações de cunho pedagógicas e problematiza sobre os limites da criação de
legislações de combate à homofobia.
Partindo do entendimento de que a homossexualidade é tão legítima quanto a
heterossexualidade, pois está ancorada no pluralismo sexual. Com isso, o autor impõe a
necessidade de se pensar a sexualidade inserida nos elementos constitutivos da identidade de
um indivíduo, muito mais que uma mero traço perdido entre outro mais importantes da
personalidade .

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