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Introdução
O objetivo desse artigo é fornecer as principais diretrizes que se deve observar quando
é tomada a decisão de realizar a modernização (ou revamping) de um sistema de
proteção de média tensão, substituindo os antigos relés de proteção eletromecânicos
por novos relés numéricos (digitais).
Orçamento
Antes de iniciar qualquer trabalho de modernização, é fundamental ter um orçamento
disponível para a execução da atividade. O tamanho do budget pode determinar quais
e quantos relés serão (ou poderão) ser substituídos. Obviamente o valor disponível
não pode ser inferior a uma unidade de relé.
Além de determinar o tipo do relé, o orçamento também vai determinar (ou limitar) o
nível de intervenção e serviços a serem executados e contratados.
Em um orçamento limitado, existem algumas alternativas para reduzir os custos da
modernização (revamping). Uma delas é interiorizar algumas atividades, tais como:
levantamento de campo, projeto, compra de materiais e até a execução da montagem
e a parametrização do relé. Essas atividades estão detalhadas no item Etapas Para a
Execução.
Escolha do Relé
Existem diversos relés de proteção de média tensão disponíveis no mercado.
Selecionar um relé não é uma tarefa fácil. Primeiro, o valor do produto tem de caber
dentro do orçamento. Ele também tem de ser um produto de qualidade e certificado,
que atenda aos requisitos técnicos do sistema ao qual ele será aplicado.
Os relés de proteção de renomados fabricantes são de excelente qualidade. Sendo
assim, qual escolher?
Existem, além do preço e do desempenho, dois bons critérios de desempate: o
conhecimento da ferramenta e o suporte que o fabricante fornece.
No primeiro critério, a melhor ferramenta que existe é aquela que você sabe usar. De
nada adianta ter o Photoshop instalado em seu computador para editar uma imagem,
se você não sabe como usar. Nesse caso é melhor usar o Paint Brush. O mesmo se dá
com os relés de proteção. É sempre melhor escolher um relé que já tenha
familiaridade, seja por conhecimento do hardware ou por similaridade de
programação com algum outro equipamento.
O segundo critério diz respeitos ao suporte. Existem fabricantes de equipamentos
excelentes, mas que deixam a desejar em termos de suporte, e na hora do aperto, não
há a quem recorrer. Por esse motivo, é importante testar os canais de suporte dos
fabricantes e verificar se eles atendem aos requisitos. Isso se torna ainda mais
importante se estiver sendo implementada a primeira modernização na planta,
quando o conhecimento do equipamento ainda não está consolidado.
Funcionalidades
• Tensão de alimentação;
• Funções de proteção;
• Quantidade de entradas e saídas digitais;
• Quantidade de entradas analógicas;
• Tipos de protocolo de comunicação embarcado (Modbus, DNP3, IEC
61850/GOOSE, etc.);
• Portas de comunicação (Ethernet, RS-232, Fibra Ótica, etc.);
• Saídas de alta capacidade para acionamento direto do disjuntor.
Com exceção da tensão de alimentação, todos os demais itens listados acima terão um
impacto no custo do relé.
Levantamento de Campo
Algumas instalações possuem esquemas elétricos desatualizados (ou até mesmo nem
existem esquemas elétricos), por essa razão essa etapa deve ser a primeira a ser
executada.
Projeto
Execução da Montagem
Essa etapa deve ser bem planejada e coordenada, pois na grande maioria dos casos, a
substituição da proteção só poderá ser realizada junto com a parada de manutenção
programada da planta, que são limitadas em tempo. Os itens abaixo são os requisitos
mínimos indispensáveis para o início da execução:
• Projeto concluído;
• Cronograma de execução;
• Serviços e mão de obra já contratados e/ou alocados;
• Todos os materiais necessários para a execução disponíveis na planta.
Conclusões
Como visto neste artigo, existem vários fatores favoráveis à modernização, mas
mesmo assim, ainda existe um número considerável de relés de proteção
eletromecânicos instalados em várias plantas. Uma explicação para isso é o custo
considerável para a sua substituição.
Além do custo, existe a questão da própria substituição, que demanda um tempo de
execução, e por consequência, a indisponibilidade do sistema a ser modernizado. Ou
seja, a troca da proteção tem de ocorrer em uma parada programada, que,
dependendo da aplicação, são extremamente curtas (podendo ser de apenas um dia
ou até mesmo de poucas horas) e com grandes intervalos entre elas.
O fato é que, a implementação de uma proteção numérica digital, eleva o nível de
operação, manutenção e segurança de uma planta a um novo patamar. Então, a
resposta para a pergunta “modernizar ou não modernizar, eis a questão” sem sombra
de dúvidas é um SIM.