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Tecnologia de Aperto – Guia de Bolso

Capítulo Página

1. Por que parafusos rosqueados?.....................................4

2. A junta parafusada.........................................................4

3. Força de união ................................................................6

4. Efeito da lubrificação.....................................................7

5. Classificação da qualidade do parafuso.......................8

6. Tipos de juntas..............................................................10

7. Torque e ângulo ............................................................11

8. Métodos de medição.....................................................12

9. O processo de aperto....................................................14

10. Mean shift ..................................................................15

11. Padrões para medições...............................................16

12. Certificação.................................................................16

13. Erros em apertos ........................................................17

14. Roscas danificadas .....................................................17

15. Falta de componentes na junta .................................17

16. Relaxamento ...............................................................17

17. Prevailing torque ........................................................18

18. Ferramentas de aperto...............................................18

Resumo ..............................................................................25

G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO 3
Guia de bolso – Tecnologia
de aperto

Este guia fornece uma introdução à técnica do uso de parafu-


sos rosqueados para componentes de montagem, a aplicação
de ferramentas para montagem e a influência da seleção da
ferramenta na qualidade da junta.

1. Por que parafusos


rosqueados?

Existem várias maneiras de fixar peças e componentes uns


aos outros, p.ex., cola, rebites, solda. Entretanto, até hoje o
método mais comum de unir componentes é usar um parafu-
so para unir as partes da junta com uma porca ou diretamente
em um furo rosqueado em um dos componentes. As vanta-
gens desse método são a simplicidade do projeto e da
montagem, a facilidade de desmontagem, a produtividade e,
finalmente, o custo.

2. A junta parafusada

Um parafuso é exposto à carga de tensão, à torção e, por


vezes, também à uma carga de cisalhamento.

A tensão no parafuso, quando apertado à extensão projetada,


é conhecida como pré-tensão.

A carga de tensão corresponde à força que une as partes da


junta. Cargas externas que são inferiores à força de união
não mudarão a carga de tensão no parafuso. Por outro lado,
se a junta for exposta a cargas externas mais altas do que a
pré-tensão no parafuso, a junta será separada e a carga de
tensão no parafuso irá aumentar naturalmente até que o
parafuso quebre.

4 G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO
Carga de tensão

Força de união

Carga de cisalh

Carga de Carga de cisal-


cisalhamento hamento e carga
de tensão.

Carga de tensão

A torção no parafuso resulta da atrito entre as roscas no para-


fuso e a porca.

Alguns parafusos são também expostos à cargas de cisalha-


mento que ocorrem quando a força externa faz deslizar as
partes da junta entre si e em ângulos exatos em relação à
força de união. Em uma junta adequadamente projetada, toda
a força de cisalhamento externa deve encontrar resistência do
atrito entre os componentes. Uma junta desse tipo é chamada
de junta fixada por atrito. Se a força de união não for sufi-
ciente para criar o atrito necessário, o parafuso também será
exposto à força de cisalhamento. Freqüentemente, as juntas
são projetadas para uma combinação de carga de tensão e
cisalhamento.

O parafuso é composto de haste e cabeça. A haste é rosquea-


da em parte ou em toda a sua extensão, da extremidade até a
cabeça. Parafusos mais longos geralmente são rosqueados
apenas parcialmente. Não é preciso confeccionar uma rosca
mais longa do que o necessário para apertar a junta, uma vez
que isso apenas tornará o parafuso mais caro e reduzirá a
força de tensão.

As dimensões das roscas, o formato da rosca e o passo, ou


seja, a distância entre os filetes sucessivos, foram padroniza- Projeto básico do parafuso.
dos. Na prática, existem apenas dois padrões diferentes
usados na indústria hoje em dia, o padrão Unificado UN,
usado originalmente nos países anglo-saxônicos e o padrão
Métrico Europeu M.

G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO 5
Além das diferenças de dimensão, os padrões
UN e M apresentam diferentes ângulos e pro-
fundidades de rosca. Os dois padrões incluem
especificações separadas para roscas finas. O
padrão UN para rosca fina – UNF - é bastan-
te similar ao tipo UNC normal.

Passo =
mm/rotação

3. Força de União
Em geral, é desejável que o parafuso seja a parte mais fraca
da junta. Um parafuso super-dimensionado torna o produto
mais pesado e desnecessariamente caro. Como um parafuso
padrão é em geral comparativamente barato, é preferível que
o parafuso seja a primeira parte a quebrar.

Além disso, na maioria dos casos, as dimensões do parafuso


não são críticas para a qualidade da junta. O importante é a
força de união, ou seja, se é suficiente para suportar toda a
carga para a qual a junta é projetada e se a junta permanecerá
firme o suficiente para evitar afrouxamento se exposta a pul-
sos de carga (Carga Intermitente).

O problema é que não há uma maneira prática de medir a


força de união em situações normais de produção.
Conseqüentemente, o valor da força de união é geralmente
referido como torque de aperto.

Como a força de união é uma função linear, tanto do ângulo


de rotação do parafuso como do passo da rosca, existe uma
relação direta entre a força de união e o torque de aperto
dentro da faixa elástica do alongamento do parafuso.

6 G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO
Entretanto, apenas cerca de 10% do torque aplicado é trans-
ferido para a força de união. O restante da força de aperto é
consumida no atrito da junta parafusada – 40% do torque
para superar o atrito na rosca e 50% no atrito sob a cabeça
do parafuso.

4. Efeito da lubrificação
Se um parafuso for lubrificado, o atrito nas roscas e sob a
cabeça é reduzido e a relação entre o torque de aperto e a
força de união é alterada. Se o mesmo torque for aplicado
antes da lubrificação, uma parte muito maior do torque
será transformada em força de união. Na pior hipótese,
isso poderia causar uma tensão no parafuso que excederia a
força de tensão ideal, consequentemente, levando à quebra
do parafuso.

Por outro lado, se o parafuso estiver completamente sem


lubrificante, a força de união poderia ser muito pequena
para suportar as forças para as quais a junta é projetada, com
o risco do parafuso ficar frouxo.

Material do parafuso Material da porca Seco Levemente lubrificado


Não tratado Não tratado 0.18-0.35 0.14-0.26
Revestido com fósforo Não tratado 0.25-0.40 0.17-0.30
Zincado Não tratado 0.11-0.36 0.11-0.20
Revestido com fósforo Revestido com fósforo 0.13-0.24 0.11-0.17
Zincado Zincado 0.18-0.42 0.13-0.22

Tabela 1. Atrito em roscas de diferentes materiais

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5. Classificação da
qualidade do parafuso
Quando um parafuso é apertado e a força de união começa
aumentar, o material do parafuso é tensionado. Após um
curto tempo, sob a tensão da rosca, o material irá esticar na
proporção da força. Em princípio, esse alongamento conti-
nuará até que a tensão no parafuso seja igual à força de
tensão à qual o parafuso irá quebrar. Entretanto, visto que o
alongamento é proporcional à tensão, o parafuso recuperará
seu comprimento original quando a carga for removida. Isso
é conhecido como a área elástica.
Tens ão

Yield point Falha

Deslocamento angular

Sob uma determinada tensão, conhecida como yield point,


ocorrerá a deformação do material do parafuso. Entretanto, o
parafuso não quebrará imediatamente. O torque continuará a
aumentar, mas a uma razão menor durante a deformação na
área denominada área plástica.

Para uma força de união muito precisa, esta área é por vezes
deliberadamente especificada para o processo de aperto. Se a
área plástica for ultrapassada, ocorre a quebra.

8 G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO
PARAFUSOS COM ROSCA M étrica
Torque de aperto Nm, de acordo com ISO 898/1

A qualidade dos materiais dos parafusos é padronizada, ou


seja, quanto esforço de tensão um parafuso pode ser exposto
antes que o yield point seja alcançado e antes que ocorra a
quebra. Todos os parafusos devem ser marcados de acordo
com sua “Classificação de Parafuso” – um padrão que usa
um sistema de dois dígitos, no qual o primeiro dígito refere-
se à força de tensão mínima em 100 N/mm2 e o segundo
dígito indica a relação entre o yield point e a força de tensão
mínima. Por exemplo, “Classificação de Parafuso” 8.8 desig-
na um parafuso com uma força de tensão mínima de 800
N/mm2 e um yield point de 0.8 x 800 = 640 N/mm2.

Rosca Nm Classificação do Parafuso


3.6 4.6 4.8 5.8 8.8 10.9 12.9
M1.6 0.05 0,065 0,086 0.11 0.17 0.24 0.29
M2 0.10 0.13 0.17 0.22 0.35 0.49 0.58
M2.2 0.13 0.17 0.23 0.29 0.46 0.64 0.77
M2.5 0.20 0.26 0.35 0.44 0.70 0.98 1.20
M3 0.35 0.46 0.61 0.77 1.20 1.70 2.10
M3.5 0.55 0.73 0.97 1.20 1.90 2.70 3.30
M4 0.81 1.10 1.40 1.80 2.90 4.00 4.90
M5 0.60 2.20 2.95 3.60 5.70 8.10 9.70
M6 2.80 3.70 4.90 6.10 9.80 14.0 17.0
M8 8.90 10.50 15.0 24.0 33.0 40.0
M10 17.0 21.0 29.0 47.0 65.0 79.0
M12 30.0 36.0 51.0 81.0 114.0 136.0
M14 48 58 80 128 181 217
M16 74 88 123 197 277 333
M18 103 121 172 275 386 463
M20 144 170 240 385 541 649
M22 194 230 324 518 728 874
M24 249 295 416 665 935 1120
M27 360 435 600 961 1350 1620
M30 492 590 819 1310 1840 2210
M36 855 1030 1420 2280 3210 3850
M42 1360 2270 3640 5110 6140
M45 1690 2820 4510 6340 7610
M48 2040 3400 5450 7660 9190
Tabela 2. Tabela para diferentes classes de parafusos

G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO 9
Exemplo de designação
de parafuso.

6. Tipos de juntas

As juntas parafusadas variam não apenas em tamanho, mas


também de tipo, o que muda as características das juntas. Do
ponto de vista do aperto, a qualidade mais importante de uma
junta é sua “dureza”. Em números, isso pode ser definido
como “faixa de torque” que é o ângulo de aperto necessário
para alcançar o torque recomendado da dimensão e qualidade
do parafuso em questão medido a partir do encosto – o ponto
no qual os componentes e a cabeça do parafuso são apertados.

A faixa de torque pode variar consideravelmente entre para-


fusos do mesmo diâmetro. Um parafuso curto que une com-
ponentes de metal planos, alcança o torque nominal em ape-
nas uma fração de volta do parafuso. Esse tipo de junta é
definido como “junta rígida”. Uma junta com um parafuso
longo que deve comprimir componentes macios, tais como
arruelas ou arruelas de pressão, requer um ângulo muito
maior, possivelmente ainda várias voltas do parafuso ou da
porca para alcançar o torque nominal. Este tipo de junta é
descrito como junta flexível.

Obviamente, os dois tipos diferentes de juntas comportam-se


de maneira diferente durante o processo de aperto.

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7. Torque e ângulo

Como mencionado acima, por razões práticas, o torque de


aperto é o critério normalmente usado para especificar a pré-
tensão no parafuso. O torque, ou o momento da força, pode
ser medido dinamicamente, enquanto o parafuso é apertado,
ou estaticamente, verificando o torque com um torquímetro
após o aperto.

O torque Ž definido pela


fora x comprimento da
alavanca.

As especificações de torque variam consideravelmente


dependendo das demandas de qualidade da junta. Uma junta
de segurança em um carro a motor, tal como a suspensão da
roda, não pode falhar e, conseqüentemente, está sujeita a
requisitos de tolerância muito rígidos. Por outro lado, uma
porca usada para prender o parafuso de ajuste da altura de
uma bancada não é considerada crucial do ponto de vista da
força de união não sendo, portanto, necessário especificar
um requisito de torque.
Um nível mais alto de controle de qualidade é alcançado
acrescentando-se o ângulo de aperto aos parâmetros medidos.
Na área elástica do parafuso isso pode ser usado
para verificar se todas as partes de uma junta
estão presentes, p.ex., que não está faltando uma 30°C
arruela de pressão ou uma arruela. Da mesma
forma, a qualidade do parafuso pode ser verifica-
da medindo-se o ângulo de aperto, antes do nível
de encosto, bem como o aumento do torque final.
Em processos de aperto sofisticados, o ângulo 60°C
também pode ser usado para definir o yield point Angulo de rota
‹
o do parafuso.
e permitir o aperto na área elástica do parafuso.

G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO 1 1
8. M étodos de medição
Quando se sabe as especificações de aperto para uma junta
parafusada, a pergunta óbvia é: como saber se a junta foi
adequadamente apertada?
As medições do torque são feitas de acordo com um de dois
princípios básicos – medição estática ou medição dinâmica.
Medição estática significa que o torque de aperto é verifica-
do após o processo de aperto ter sido concluído.
A medição é geralmente realizada manualmente com um tor-
químetro que pode ser uma escala que mede a carga sobre
uma mola ou um instrumento ativado por um transdutor
eletrônico (célula de carga-aferidor de tensão [strain gauge]).
Um método muito comum de verificação do torque de aperto
é usar um torquímetro de estalo equipado com uma embrea-
gem que pode ser pré-ajustada a um torque específico. Se o
torque for maior do que o valor de torque pré-estabelecido, a
embreagem irá soltar-se com um estalo. Se o torque for
menor, o aumento do torque final é possível até que a
embreagem estale. Aperto excessivo não pode ser detectado
com o torquímetro de estalo.

Para medir o torque estático, o valor de torque deve ser lido


instantaneamente quando o parafuso começa a girar.
Para CEP, Controle Estatístico do Processo, os verificadores
eletrônicos de torque podem ser programados para armazenar
Torquímetro
(medição estática) um número de leituras para análise, seja manualmente ou
conectado a um computador.
A medição dinâmica, por outro lado, significa que o torque é
continuamente medido durante o ciclo de aperto completo.
Esse é geralmente o método preferido em produção onde são
usadas ferramentas para aperto. A vantagem sobre o método
estático é que a medição dinâmica fornece uma indicação do
desempenho da ferramenta de aperto sem a influência do
relaxamento na junta e variações no atrito em repouso. Além
disso, ele também elimina a necessidade de verificação
subseqüente.

1 2 G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO
A medição dinâmica é feita seja diretamente pela medição
com um transdutor de torque incorporado ou externo in-line,
ou indiretamente pela medição da corrente de algumas para-
fusadeiras e apertadeiras elétricas sofisticadas. Nos dois
casos, a medição do torque é possível apenas quando as
ferramentas têm transmissão de torque direta, ou seja, não
uma força de pulsação, como é o caso com chaves de impac-
to e apertadeiras de impulso.

O transdutor de torque externo in-line é montado entre o


eixo impulsor da ferramenta e o soquete ou bit da parafusa-
deira. É basicamente uma haste motriz com resistências ins-
taladas, a chamada Wheatstone Bridge, que sente a defor-
mação elástica do corpo como resultado do torque aplicado
e produz um sinal elétrico que pode ser processado em um
instrumento de medição.

Transdutores externos in-line encontram-se


também disponíveis com um codificador de
ângulo incorporado para monitoramento do
ângulo de aperto.

Como o transdutor externo in-line com seu


conector para o cabo de sinal deve ser segurado para
evitar que gire, o transdutor externo in-line não é prático
para uso no monitoramento contínuo da produção em série.
Entretanto, para instalação da ferramenta e ajuste do torque
e para verificação de qualidade em linha, o transdutor exter-
no in-line é o instrumento comumente usado para leitura dos
valores de torque aplicados. Medição dinâmica
do torque
Para produção em linha de montagem, onde o aperto requer
100% de monitoramento ou se o próprio processo de aperto
é controlado através de leituras de torque, o transdutor de
torque vem geralmente incorporado na ferramenta de aperto.
Em ferramentas com engrenagem, existem várias posições
nas quais o transdutor pode ser instalado, porém por razões
dimensionais, é vantajoso colocá-lo o mais próximo possível
do motor, onde as forças envolvidas são as mais baixas. Ao
invés de colocar os aferidores de tensão no eixo, como oco-
rre com o modelo externo, o transdutor de torque incorpora-
do pode utilizar as forças de reação no conjunto elétrico da
ferramenta.

G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO 1 3
10. Mean shift
A razão fundamental para usar uma ferramenta no aperto de
uma junta parafusada é reduzir o tempo do processo dentro da
capacidade do operador e dos requisitos de qualidade.
Portanto, uma alta velocidade rotacional da ferramenta é de
interesse fundamental.
A maioria das ferramentas de montagem são acionadas por um
motor que fornece uma alta velocidade durante o encosto do
parafuso, quando a resistência é baixa, e vai reduzindo a
rotação à medida que o torque aumenta. Em juntas rígidas oco-
rre uma parada quase que imediata da velocidade máxima livre
até o stall ou shut-off. Entretanto, devido à inércia de todas as
peças rotativas, há bastante energia dinâmica armazenada na
ferramenta, no soquete ou bit e no próprio parafuso. A energia
deve ser descarregada de algum modo e a maior parte dela é
fornecida à junta na forma de acréscimo de torque, o chamado
“overshoot”.
Torque

Overshoot

Mean shift
Alvo
Rígida

Flexível

Definição de mean shift


Angulo de e overshoot.
Encosto rotação do
Alvo parafuso

Não seria problema se a junta parecesse a mesma todo o tempo,


porém se a mesma ferramenta estiver sendo usada em uma junta
flexível, requerendo muito mais tempo e energia para alcançar o
torque, os efeitos dinâmicos são sem importância. O resultado
é uma diferença no torque entre a junta rígida e a flexível que
pode ser considerável. Essa diferença é chamada “mean shift”.
Em ferramentas equipadas com algum tipo de dispositivo
“shut-off ” (desligamento automático), a qualidade da embrea-
gem torna-se também decisiva para o “mean shift” da ferra-
menta. Como a seqüência de aperto é geralmente muito curta,
o tempo necessário para a embreagem reagir ao impulso do
torque exercerá uma influência igualmente importante no tor-
que final uma vez que o efeito dinâmico, ou seja, a demora no
“shut-off ” fornece um overshoot muito mais alto do torque na
junta rígida do que na flexível.
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11. Padrões para medição
As variações no torque de aperto que dependem da rigidez da junta
tornaram necessário estabelecer padrões de medição comuns a fim
de definir a capacidade de uma ferramenta em atender certas espe-
cificações de qualidade e ser possível comparar diferentes tipos de
ferramentas com as especificações.
O padrão comum usado atualmente é ISO 5393 – “Ferramentas
rotativas para parafusos rosqueados – Desempenho e método de
teste”. O padrão e os princípios para avaliação dos resultados são
discutidos no “Guia de Bolso – Análise estatística dos resultados
de aperto”.

12. Certificação
O ISO 5393 representa uma plataforma comum para fabricantes e
usuários de ferramentas de montagem avaliarem o desempenho das
ferramentas de montagem. Muitos fabricantes de carros têm seus
próprios programas de qualidade baseados nesse padrão de
medição. Esses programas envolvem a categoria assim como a
classificação de qualidade das ferramentas disponíveis no merca-
do. Geralmente, o desempenho de uma ferramenta, tanto nova
como após um certo tempo de operação, deve ser verificado antes
da ferramenta ser aceita para uso pelas plantas de montagem do
fabricante em todo o mundo.
O mais extenso programa de certificação é o da Ford Motor Co.
Em princípio, é baseado em uma classificação de todas as juntas
de um carro, nas classes relevantes de ferramentas no que se refere
aos requisitos de torque. As ferramentas são testadas de acordo
com esses requisitos, do torque máximo ao mínimo em cada clas-
se, de acordo com o procedimento de teste ISO 5393. Para ser
aprovada, cada ferramenta deve atender os requisitos de precisão
tanto nova como após 250.000 ciclos e para certificação de ferra-
menta preferida, após 500.000 ciclos sem reparos importantes e
dentro da mesma especificação de tolerância.
Outros fabricantes de carros têm programas similares. A maioria
deles usa o ISO 5393 como o método de teste, mas a exigência
pode variar.
Os testes para desempenho da ferramenta são basicamente desen-
volvidos pelo fabricantes de carros, mas o fabricante da ferramenta
pode ser autorizado pelo usuário a realizar o teste prático.

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13. Erros em apertos
O objetivo do monitoramento do torque de aperto é assegurar
que a força de união tenha sido alcançada. Entretanto, o torque
de aperto isoladamente não constitui 100% de garantia de que
a força de união é suficiente para a carga para a qual a junta
foi projetada. Existem diversos erros que podem ocorrer e
resultar em pré-tensão inadequada no parafuso, apesar do
torque de aperto correto.

14. Roscas danificadas


Uma rosca danificada ou roscas com corte insuficiente resul-
tarão em resistência aumentada ao giro do parafuso e, portan-
to, o torque pré-determinado será alcançado antes da força de
união correta ser alcançada.
Rosca danificada
Roscas danificadas podem ser detectadas pelo monitoramento
do ângulo de aperto.

15. Falta de componentes


na junta
Um problema comum na produção industrial é o operador
esquecer uma arruela ou guarnição na montagem de uma
junta. Além do fato desses componentes terem outras utilida-
des dentro do projeto, a sua falta irá alterar o torque da junta e,
conseqüentemente, também a força de união.
Falta de arruela

16. Relaxamento
Todas as juntas assentam após o aperto. Isso significa que
após um curto tempo, menos de 30 milisegundos, a força de
união na junta é menor do que era quando o aperto terminou.
Para juntas que incluem componentes elásticos, tais como
arruelas, esse relaxamento pode ser considerável e um teste de
torque subseqüente pode mostrar que o torque é apenas uma
fração da especificação pretendida. O relaxamento é geralmen-
te superado pelo aperto em dois estágios. Uma ferramenta de
impulso ou uma chave de impacto poderia também ser uma
solução prática, visto que o acionamento por pulsos permite o
relaxamento da junta entre os pulsos ou impactos.
Relaxamento

G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO 1 7
17. Prevailing torque
Algumas juntas, tais como aquelas desenhadas para pre-loa-
ding de rolamentos axiais, nos quais o desgaste poderia, com
o tempo, reduzir a pré-tensão necessária para manter o atrito
entre o parafuso e a porca, apresentam um elemento elástico
na rosca que evita o afrouxamento da junta. Naturalmente,
esse elemento de atrito também aumenta a resistência ao giro
do parafuso durante o aperto e o run-down. Uma ferramenta
de controle de torque poderia desligar automaticamente muito
prematuramente, uma vez que o dispositivo de controle não
pode identificar a diferença entre o torque prevailing e o
torque de aperto. A solução é um dispositivo que identifica
mecanicamente quando o aumento do torque inicia ou pela
análise eletrônica do processo de aperto.
Torque
Compensação
do prevailing
Torque-alvo torque

Prevailing
torque

Angulo/
tempo

18. Ferramentas de aperto


Ferramentas de impacto
As chaves de impacto baseiam-se no mesmo princípio do uso
de um martelo para golpear uma chave de boca durante o
aperto de uma porca ou parafuso, desenvolvendo o torque
impacto por impacto. No caso da chave de impacto acionada
por motor pneumático, o martelo é a massa combinada do
rotor e do mecanismo de impacto que envia sua energia ciné-
tica, uma ou duas vezes por rotação, para o conjunto bigor-
na-eixo-soquete, que representa a chave na comparação.

A vantagem das chaves de impacto é que elas possuem


uma capacidade muito alta em relação ao peso e taman-
Princípio das ferramentas
ho da ferramenta. Como o torque de reação não é maior do
de impacto. que o necessário para acelerar o martelo, a força de reação

1 8 G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO
transferida de volta para o operador é muito pequena, o que
torna a chave de impacto muito flexível e simples de usar.
As desvantagens são o nível de ruído comparativamente alto
da chave de impacto e a dificuldade de medir o torque apli-
cado e, consequentemente, também a possibilidade limitada
de alcançar controle de torque preciso.
Consequentemente, a chave de impacto é a ferramenta ideal
para o desaperto de parafusos de rosca enferrujados e empe-
rrados no trabalho de manutenção em indústrias químicas,
refinarias e outras indústrias pesadas. Elas são também ade-
quadas para uma variedade de aplicações que não requerem o
mais alto grau de precisão.
Ferramentas de impulso
A ferramenta de impulso hidráulico tem todas as vantagens
da chave de impacto, ou seja, alta velocidade e potência em
uma ferramenta leve e portátil sem forças de reação e nenhu-
ma das desvantagens, exceto a dificuldade de monitoramento
dinâmico do torque aplicado.
Nas ferramentas de impulso, o torque é desenvolvido, não
através do golpe metal com metal, mas através de um
colchão hidráulico. Isso propicia baixo nível de ruído, um
mínimo de vibração e, principalmente, boa precisão no aper-
to. Isso é alcançado através do controle da pressão hidráulica
no mecanismo de impulso que limita o torque aplicado assim
que o valor pré-estabelecido é alcançado.
A conveniência, a velocidade, os baixos níveis de ruído e de
vibração e a precisão do torque tornaram a ferramenta de
impulso muito popular na indústria de produção, incluindo a
indústria automobilística. A limitação ocorre em aplicações
que requerem documentação dos valores de torque aplicados.
Princípio das ferramentas
de impulso.
Torque

Princípio do desenvolvimento
do torque em ferramentas
de impulso.
Tempo
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Parafusadeiras e apertadeiras pneum
áticas
As ferramentas pneumáticas de acionamento direto para
aperto de parafusos variam desde pequenas parafusadeiras,
para parafusos até M6 (1/4”) até apertadeiras de alto torque
para torque de aperto de vários milhares de Nm. Nesse tipo
de ferramenta, o alto toque obtido no eixo impulsor provém
da transformação da potência do motor de alta velocidade
em baixa velocidade através de engrenagens
planetárias.(favor falar com Romeu)

Parafusadeiras
O termo parafusadeiras define as ferramentas usadas para os
menores parafusos nos quais o torque de aperto requerido é
baixo o suficiente para permitir que o torque de reação
desenvolvido durante o aperto seja suportado pelo operador
apenas segurando a ferramenta. Na prática, isso limita a
faixa a uma capacidade entre 4 e 12 Nm (M5-M6), depen-
dendo do tipo de ferramenta, do tipo de junta e da posição
de operação.

A forma mais simples de parafusadeira é a ferramenta tipo


stall, na qual o torque aplicado é determinado pelo tempo no
qual o motor, depois de engrenado, é capaz de apertar antes
de parar. O ajuste do torque é feito através da regulagem da
pressão de ar que aciona a ferramenta. Este tipo de ferra-
menta é freqüentemente usado para operações com demanda
de torque variada, tal como parafusos para placas de metal,
onde o operador interrompe o processo de aperto por
controle visual.

Entretanto, as parafusadeiras são geralmente equipadas com


embreagens mecânicas. A embreagem pode ser do tipo desli-
zante ou ter uma função shut-off. Com a embreagem desli-
zante, um engate armado a mola solta-se quando o torque
pré-determinado é alcançado e re-engata assim que o gatilho
é ativado. Essa é uma solução comparativamente barata e
permite alguma possibilidade de acrescentar torque ou
compensar um relaxamento, mas a ação tem maior ruído e o
controle de torque é fraco. Parafusadeiras com shut-off têm
boa precisão.

2 0 G U I A D E B O L S O – T E C N O LO G I A D E A P E RTO
Guia de recomendação

Ferramenta Aplicação recomendada


Chaves de impacto Desaperto e aperto de parafusos de grande
dimens ão durante manuten ção. Altos torques
com requisitos de precis ão moderados.

Ferramentas de impulso Montagem de parafusos para m áquina onde a


velocidade e a comodidade s ão importantes.
Precis ão m édia.

Parafusadeiras pequenas Montagem de parafusos pequenos com baixo


torque e precis ão m édia a alta.

Apertadeiras angulares Montagem de parafusos e porcas para m áquina


onde os requisitos de precis ão são altos.
Parafusos com acessibilidade limitada.

Apertadeiras com transdutores Montagem de parafusos de m áquina onde o


processo de aperto, o torque e/ou o ângulo
devem ser monitorados para controle e
certificaçã o de qualidade.

Ferramentas pneum áticas Aplica ções nas quais a contagem de para fusos
com relat órios adequadamente apertados em uma junta é essen-
cial para o controle de qualidade do produto.

Apertadeiras el étricas Montagem na qual é necess ário o controle do


processo de aperto para obter um alto n ível de
precis ão

Eixos fixos Aplica ções nas quais bra ços articulados s ão usa-
dos para suportar o torque de rea ção para aperto
com eixos m últiplos e para sistemas autom áti-
cos. Acionado a ar comprimido ou eletricidade,
de acordo com o controle de processo requerido.

Ferramentas à bateria Para m áxima mobilidade e onde a mangueira de


ar ou o cabo el étrico limitaria o acesso ou acarre-
taria um risco de seguran ça devido a um cabo
enroscado.

2 4 GUIA DE BOLSO – T E C N O LO G I A D E A P E RTO

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