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1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 2
2. METODOLOGIA ..................................................................................................... 3
5. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 15
O Estado é uma pessoa colectiva, que tem como suporte um estatuto. É esse estatuto que
criará seus órgãos e representará a sua garantia funcional. O estatuto é a forma mais
soberana e única da colectividade cabalmente manifestar sua existência, e comummente
designa-se por Constituição.
A luta pela libertação foi intensa, mas Moçambique alcançou a tão almejada
independência no dia 25 de Junho de 1975 por via armada. Assim, foi criada a primeira
constituição formal em nosso território, a entidade que exerceu o poder constituinte
formal foi a FRELIMO.
1.1. Objectivos
O seguinte trabalho foi elaborado considerando os seguintes objectivos:
1.1.1. Geral
1.1.2. Específicos
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2. METODOLOGIA
Neste capítulo iremos descrever as opções metodológicas adoptadas para a concretização
do trabalho desenvolvido. No dizer de Quivy e Campenhoudt, “Importa, acima de tudo,
que o investigador seja capaz de conhecer e de pôr em prática um dispositivo para a
elucidação do real, isto é, no seu sentido mais lato, um método de trabalho. Este nunca
se apresentará como uma simples soma de técnicas que se trataria de aplicar tal e qual
se apresentam, mas sim como um percurso global do espírito que exige ser reinventado
para cada trabalho”
2.1. Metodologia
A postura metodológica adoptada na realização deste trabalho, como forma de garantir a
confiabilidade das informações apresentadas, para estruturação desse trabalho são eles:
cientifico investigatório e Dedutivo.
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CAPÍTULO I - HISTÓRIA CONSTITUCIONAL DE MOÇAMBIQUE
Em 25 de Junho de 1975, Moçambique alcançava a independência e entrava em
simultâneo em vigor a primeira constituição do país.
O país viveu, como os demais, o que pode ser considerado evolução Constitucional, pois
as coisas foram mudando, o país foi desenvolvendo e vendo a necessidade de rever a
Constituição e assim sendo, a mesma conheceu três momentos principais, sendo:
A Constituição de 1975
A constituição de 1990
A constituição de 2004
Nos momentos que se seguiram à independência, o Estado moçambicano optou por uma
linha de orientação socialista, ou seja, democracia socialista. Assim sendo, Moçambique
tenta implementar uma concepção socialista de poder, de Estado e de direito. Neste
contexto CRPM dispunha no artigo 2 o seguinte:
Este modelo foi adoptado de modelo de Ex-URSS, que é também do tipo ocidental. Desde
a sua independência de Portugal, em 1975, Moçambique teve três constituições (1975,
1990 e 2004). Em termos cronológicos, a Constituição de 1975 estabeleceu um regime
mono partidário que confirmava o papel destacado do Executivo. Um dos objectivos
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fundamentais desta Constituição era a eliminação das estruturas de opressão e exploração
coloniais e a luta contínua contra o colonialismo e o imperialismo, foi instalado na
República Popular de Moçambique (RPM) o regime político socialista e uma economia
marcadamente intervencionista, onde o Estado procurava evitar a acumulação do poderio
económico e garantir uma melhor redistribuição da riqueza, (Ganso, 2006).
Segundo o Professor Jorge Miranda, a feitura da constituição formal definitiva pode dar-
se de diferentes modos, em razão de circunstancialismos históricos inelutáveis e de
factores jurídico-políticos dependentes da forma de Estado, da legitimidade do poder e da
participação da comunidade politica.
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Em 1975, o acto constituinte competiu a um único órgão, o Comité Central da FRELIMO,
como acima já foi referido, na qualidade de único e legitimo representante do Povo
Moçambicano.
Causas da Guerra
2. Constituição de 1990
A revisão constitucional ocorrida em 1990 trouxe alterações muito profundas em
praticamente todos os campos da vida do País. Estas mudanças que já começavam a
manifestar-se na sociedade, principalmente na área económica, a partir de 1984,
encontram a sua concretização formal com a nova Constituição aprovada.
Resumidamente, podemos citar alguns aspectos mais marcantes. A constituição de 1990
veio a introduzir o Estado de direito democrático, que se funda na separação de poderes,
pluralismo político, liberdade de expressão e respeito pelos direitos fundamentais. Ou
seja, com esta constituição de 1990, Moçambique pela primeira vez introduz o sistema
multipartidário, onde nas vésperas das primeiras eleições gerais multipartidários haviam
sido legalizados 18 partidos políticos. (MAZULA, 2000).
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Introdução de um sistema multipartidário na arena política, deixando o partido
Frelimo de ter um papel dirigente e passando a assumir um papel histórico na
conquista da independência;
Inserção de regras básicas da democracia representativa e da democracia
participativa e o reconhecimento do papel dos partidos políticos;
Na área económica, o Estado abandona a sua anterior função basicamente
intervencionista e gestora, para dar lugar a uma função mais reguladora e
controladora (previsão de mecanismos da economia de mercado e pluralismo de
sectores de propriedade);
Os direitos e garantias individuais são reforçados, aumentando o seu âmbito e
mecanismos de responsabilização;
Várias mudanças ocorreram nos órgãos do Estado, passam a estar melhor
definidas as funções e competências de cada órgão, a forma como são eleitos ou
nomeados;
Preocupação com a garantia da constitucionalidade e da legalidade e consequente
criação do Conselho Constitucional; entre outras.
A CRM de 1990 sofreu três alterações pontuais, designadamente: duas em 1992 e uma
em 1996. Destas merece especial realce a alteração de 1996 que surge da necessidade de
se introduzir princípios e disposições sobre o Poder Local no texto da Constituição,
verificando-se desse modo a descentralização do poder através da criação de órgãos locais
com competências e poderes de decisão próprios, entre outras (superação do princípio da
unidade do poder).
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2.2. Análise comparativa das Constituições de 1975 e 1990
Na primeira, vamos desde já deixar claro que emanava o sistema socialista e a segunda
beneficia do sistema económico socialista. Mas um dos pontos mais evidentes na
comparação dessas duas constituições é o facto de a de 1975 é supraestadual, ou seja, a
FRELIMO se auto-intitula de forma desajuizada, acima do estado. Na segunda, a
FRELIMO ganha consciência e volta para o seu lugar por excelência, Partido Político.
3. Constituição de 2004
A nova CRM começa por inovar positivamente logo no aspecto formal, dando nova
ordem de sequência aos assuntos tratados e tratando em cada artigo um assunto concreto
e antecedido de um título que facilita a sua localização (o que não acontecia nas
Constituições anteriores). Foi aprovada no dia 16 de Novembro de 2004. Não se verifica
com esta nova Constituição uma ruptura com o regime da CRM de 1990, mas sim,
disposições que procuram reforçar e solidificar o regime de Estado de Direito e
democrático trazido em 1990, através de melhores especificações e aprofundamentos em
disposições já existentes e também pela criação de novas figuras, princípios e direitos e
elevação de alguns institutos e princípios já existentes na legislação ordinária à categoria
constitucional. Um aspecto muito importante de distinção desta constituição das
anteriores é o “consenso” na sua aprovação, uma vez que ela surge da discussão não só
dos cidadãos, como também da Assembleia da República representada por diferentes
partidos políticos (o que não se verificou nas anteriores).
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direitos fundamentais, da organização económica, da organização do poder político, e da
garantia da Constituição.” (Adelson Rafael, in Jornal O país: quinta feira, 26 de Agosto
de 2010).
Esta constituição, veio a sofrer uma revisão pontual, aprovada pela Lei 1/2018 de 12 de
Junho, que aconteceu mediante a necessidade de ajustá-la ao processo de consolidação da
reforma democrática do Estado, ao aprofundamento da democracia participativa e a
garantia da paz, reiterando o respeito aos valores e princípios da soberania e da unidade
do Estado, ao abrindo do disposto na alínea a), do número 2, do artigo 179 e verificados
os pressupostos dos artigos 291 e 293, todos da Constituição da República. De referir que
nesta revisão pontual da CRM, foram alterados os artigos 8,135, 137, 138, 139, 159, 160,
166, 195, 204, 226, 244, 250, 275, 292 e o Título XII, que correspondem ao Novo Pacote
Eleitoral e veio para regular questões eleitorais que se encontram decorrendo no país.
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objectos de revisão. Confiramos a seguir uma tabela discriminatória e comparativa das
constituições de 1990 e 2004.
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Conselho Não previa um Previa um Conselho Prevê no (art. 241)
Constitucional Conselho Constitucional (art.
Constitucional 180)
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Conselho Não previa Previa (art. 172) Prevê no (art. 220)
Superior de
Magistratura
Judicial
Autarquias Centralismo (art.56) Não previa Prevê (art. 272, nº
Locais 1,2)
Garantia dos Visa a colectividade Previa (art. 96, 97) Prevê nos (art.
direitos 35,60)
indivíduos
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5. CONCLUSÃO
Como epílogo, podemos constatar que: no que diz respeito a CRPM de 1975, um dos
objectivos fundamentais a eliminação das estruturas de opressão e exploração coloniais e
a luta contínua contra o colonialismo e o imperialismo, foi instalado na República Popular
de Moçambique (RPM) o regime político socialista e uma economia marcadamente
intervencionista, onde o Estado procurava evitar a acumulação do poderio económico e
garantir uma melhor redistribuição da riqueza.
Não se verifica com esta Constituição uma ruptura com o regime da CRM de 1990, mas
sim, disposições que procuram reforçar e solidificar o regime de Estado de Direito e
democrático trazido em 1990, através de melhores especificações e aprofundamentos em
disposições já existentes e também pela criação de novas figuras, princípios e direitos e
elevação de alguns institutos e princípios já existentes na legislação ordinária à categoria
constitucional.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABRAHAMSSON, Hans e NILSSON Anders, (1994), Moçambique em transição-um
estudo da historia de desenvolvimento durante o período 1974-1992 1ª ed. CEGRAF,
Maputo
Legislação consultada
https://www.passeidireto.com/arquivo/11116973/historia-da-evolucao-
constitucionaldocx/3 Acesso: 3 de setembro de 2019 às 16:15
http://chicava.blogspot.com/2012/02/normal-0-21-false-false-false-af-x-none.html
Acesso: 3 de setembro de 2019 às 16:15
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