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Junho, 2016
Projeto Caçapava do Sul
Estudo de Impacto Ambiental - EIA
Volume 4 - RIMA
Sumário
1. INFORMAÇÕES GERAIS ............................................................................................... 13
1.1. Identificação do Empreendedor ........................................................................................13
1.2. Identificação do Empreendimento.....................................................................................13
1.3. Identificação da Empresa Consultora ...............................................................................13
1.4. Identificação da Equipe e Responsáveis Técnicos ..........................................................14
2. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 17
3. O EMPREENDIMENTO .................................................................................................. 18
3.1. Localização .........................................................................................................................18
3.2. Estruturas............................................................................................................................20
3.3. Áreas ...................................................................................................................................20
3.4. Alternativa locacional .........................................................................................................23
3.5. Fases do empreendimento.................................................................................................23
3.5.1. Implantação ......................................................................................................................23
3.5.2. Operação ..........................................................................................................................25
3.5.3. Desativação ......................................................................................................................27
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Metodologia .................................................................................................................................86
Resultados ..................................................................................................................................86
5.3. Meio socioeconômico (sociedade) ....................................................................................90
5.3.1. Introdução.........................................................................................................................90
5.3.2. Justificativa .......................................................................................................................91
5.3.3. Metodologia ......................................................................................................................92
5.3.4. Resultados obtidos ...........................................................................................................92
5.3.4.1. Histórico de ocupação da região e da Vila Minas do Camaquã .....................................92
5.3.4.2. Caracterização da população........................................................................................93
5.3.4.3. Populações tradicionais ................................................................................................94
5.3.4.4. Infraestrutura de serviços públicos ................................................................................94
5.3.4.5. Atividades econômicas .................................................................................................95
5.3.4.6. Indicadores de Qualidade de Vida ................................................................................96
5.3.4.7. Percepção social sobre o empreendimento ..................................................................97
5.4. Arqueologia.........................................................................................................................98
5.4.1. Introdução.........................................................................................................................98
5.4.2. Objetivo ............................................................................................................................99
5.4.3. Justificativa .......................................................................................................................99
5.4.4. Plano de Ação e Metodologias .......................................................................................100
5.4.5. Contextualização Histórica e Arqueológica .....................................................................100
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Lista de Figura
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Figura 28: Recursos hídricos identificados nas áreas da Pilha de Estéril Leste e da Unidade de
Beneficiamento. Adaptado de Google Earth, 2015. ................................................................ 57
Figura 29: Localização dos pontos de amostragem no entorno da área de instalação do futuro
empreendimento. Fonte: Google Earth, Digital Globe, MapLink/Tele Atlas, 2015). .................. 59
Figura 30: Localização dos pontos de monitoramento de ruído ambiental. .............................. 60
Figura 31: Áreas de Influência do Meio Socioeconômico. ....................................................... 91
Figura 32: Impactos do Meio Físico na Fase de Planejamento. ............................................ 104
Figura 33: Impactos do Meio Físico na Fase de Implantação................................................ 105
Figura 34: Impactos do Meio Físico na Fase de Operação. .................................................. 106
Figura 35: Impactos do Meio Físico na Fase de Desativação. .............................................. 107
Figura 36: Impactos do Meio Biótico na Fase de Implantação. ............................................. 108
Figura 37: Impactos do Meio Biótico na Fase de Operação. ................................................. 109
Figura 38: Impactos do Meio Biótico na Fase de Desativação. ............................................. 109
Figura 39: Impactos do Meio Socioeconômico na Fase de Planejamento. ............................ 110
Figura 40: Impactos do Meio Socioeconômico na Fase de Implantação................................ 110
Figura 41: Impactos do Meio Socioeconômico na Fase de Operação. .................................. 111
Figura 42: Impactos do Meio Socioeconômico na Fase de Desativação. .............................. 111
Figura 43: Planos. ............................................................................................................... 112
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Lista de Fotos
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Lista de Gráficos
Gráfico 1: Gráfico de Temperatura média anual mensal. Série Histórica 1960-1990. INMET. .. 37
Gráfico 2: Variação mensal de precipitação entre 1960-1990 no município de Caçapava do Sul.
Fonte: INMET. ....................................................................................................................... 37
Gráfico 3: Vazões médias mensais a jusante do empreendimento.......................................... 58
Gráfico 4: Distribuição das classes fitoplanctônicas na análise quantitativa dos seis pontos de
coleta. ................................................................................................................................... 82
Gráfico 5: Distribuição das classes fitoplanctônicas na análise quantitativa dos seis pontos de
coleta. ................................................................................................................................... 86
Gráfico 6: Distribuição da riqueza específica (N° de espécies ou táxons) entre os pontos de
amostragens. ........................................................................................................................ 88
Gráfico 7: Distribuição da riqueza específica (N° de espécies ou táxons) por grupo e entre os
pontos de amostragens. ........................................................................................................ 88
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Lista de Quadros
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Lista de Tabelas
Tabela 1: Valores de Densidade e Riqueza específica nos 06 pontos de coleta, onde In. =
Inverno e Pr. = Primavera. ..................................................................................................... 83
Tabela 2: Distribuição das densidades nos 06 pontos de coletas, por Divisão......................... 83
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1. INFORMAÇÕES GERAIS
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1.4. Identificação da Equipe e Responsáveis Técnicos
COORDENADORES T ÉCNICOS
RESPONSÁVEIS T ÉCNICOS
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Nome: Franciele Zanandrea
Formação profissional: Engenheira Ambiental
CPF: 012.068.440-35
N° CREA: CREA/SC 119448-1
CTF IBAMA: 5.473.020
ART: 5606856-0
EQUIPE TÉCNICA
EQUIPE DE APOIO
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2. INTRODUÇÃO
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3. O EMPREENDIMENTO
O empreendimento apresentado neste RIMA compreende uma mina a céu aberto para
extração de minérios metálicos (zinco e chumbo), a qual será instalada no município de
Caçapava do Sul.
Para que esta mina possa ser instalada é fundamental a realização de estudos
ambientais, os quais auxiliarão a FEPAM (órgão ambiental do Estado do Rio Grande do Sul) no
processo de emissão das licenças ambientais.
Todos estes estudos foram desenvolvidos por equipe formada por profissionais
especializados em diferentes áreas, por exemplo: geólogos, biólogos, engenheiros ambientais,
geógrafos, arqueólogos, sociólogos.
3.1. Localização
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Figura 1: Mapa de localização do empreendimento.
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3.2. Estruturas
Cavas: correspondem aos locais onde o minério será extraído por operações de
lavra a céu aberto;
Planta de beneficiamento: local serão produzidos os concentrados do minério de
chumbo e zinco (com prata e cobre associados);
Pilha de rejeito: local onde serão depositados os resíduos do processo de
beneficiamento;
Pilha de estéril: local onde serão depositados o solo e a rocha que não serão
aproveitados no processo de beneficiamento.
3.3. Áreas
A área a ser minerada (cavas) corresponde à 44,16 hectares, e contempla a cava 1 (4,9
hectares), cava 2 (8,2 hectares) e cava 3 (31,5 hectares) (Figura 2).
A área diretamente impactada pela mineração corresponde à área total que irá receber
estruturas referentes ao processo de explotação mineral (cavas e pilhas de estéril),
beneficiamento, pilhas de rejeito, bem como as áreas administrativas, estruturas de apoio e
acessos, totalizando uma área de 388 hectares, conforme pode ser visualizado na Figura 3.
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Figura 2: Localização das cavas em relação aos DNPM’s.
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Figura 3. Localização das estruturas do empreendimento
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3.4. Alternativa locacional
3.5.1. Implantação
Durante a etapa de implantação, a qual deve ocorrer entre os anos de 2018 e 2019,
estão previstas diversas ações. Estas podem ser visualizadas no Quadro 1 e para o seu
desenvolvimento estima-se um contigente de 1500 pessoas.
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Quadro 1: Cronograma de implantação do empreendimento.
2018 2019
IMPLANTAÇÃO
1T 2T 3T 4T 1T 2T 3T 4T
Contratação de mão de obra
Instalação da energia elétrica provisória para a construção 1;
Desmatamento, destocamento, limpeza e terraplenagem das áreas destinadas às instalações temporárias;
Implantação das instalações temporárias
Execução da terraplanagem das plataformas para as áreas industriais e de apoio
Execução das fundações das edificações industriais, de apoio e administrativas;
Execução das montagens mecânicas dos prédios industriais e de apoio e dos equipamentos de
movimentação de materiais
Execução das montagens elétricas e de instrumentação e controle nas áreas industriais e de apoio
Execução das instalações de utilidades para as áreas industriais e de apoio;
Execução das obras arquitetônicas das áreas industriais e de apoio;
Execução das obras arquitetônicas da área administrativa, inclusive as instalações;
Execução das obras de urbanização e de paisagismo;
Execução de Linha de transmissão
Execução de adutora
Execução dos sistemas de comunicação;
Limpeza geral e desmobilização do canteiro de obras
Medidas de Controle e recuperação ambiental
1
O suprimento de energia elétrica será feito através da construção de uma linha de transmissão temporária ligada à rede local.
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3.5.2. Operação
A operação de um empreendimento relacionado à mineração decorre de processos
específicos. São eles: remoção da vegetação e solo orgânico, remoção do capeamento,
perfuração e desmonte, escavação e carregamento, transporte e serviços auxiliares de apoio.
Remoção do capeamento
Com a vegetação suprimida e o solo orgânico removido, será então iniciada a remoção
do capeamento, que consiste na retirada do material estéril existente entre minério e o solo
orgânico.
Perfuração e desmonte
Após o decapeamento, a rocha será desmontada com o uso de explosivos.
Escavação e carregamento
A operação de escavação e carregamento de caminhões, tanto do estéril como do
minério, será feito por escavadeiras hidráulicas sobre esteiras.
Transporte
Os caminhões, com capacidade de carga de 35 toneladas, farão o transporte do minério
para as diferentes áreas da planta de beneficiamento.
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Quadro 2: Cronograma de operação do empreendimento.
2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033
OPERAÇÃO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO ANO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
Contratação de mão de obra
Supressão de vegetação – Cava 3
Remoção de solo orgânico - Cava 3
Remoção de capeamento – Cava 3
Exploração (perfuração e desmonte) - Cava 3
Beneficiamento – Cava 3
Configuração final – Cava 3
Supressão de vegetação – Cava 2
Remoção de solo orgânico – Cava 2
Remoção de capeamento – Cava 2
Exploração (perfuração e desmonte) – Cava 2
Beneficiamento – Cava 2
Configuração final – Cava 2
Supressão de vegetação – Cava 1
Remoção de solo orgânico – Cava 1
Remoção de capeamento – Cava 1
Exploração (perfuração e desmonte) – Cava 1
Beneficiamento – Cava 1
Configuração final – Cava 1
Medidas de Controle e recuperação ambiental
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3.5.3. Desativação
Para a desativação o fechamento da mina, após o pleito ao Ministro de Estado de Minas
e Energia através do Departamento Nacional de Produção Mineral – DNPM será feito em
requerimento justificativo devidamente acompanhado de instrumentos comprobatórios nos
quais constem:
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Quadro 3: Cronograma de descomissionamento do empreendimento.
DESCOMISSIONAMENTO 2033 2034
Desmobilização de instalações, equipamentos e colaboradores
Relatório das condições de saúde ocupacional dos trabalhadores
Medidas para impedir o acesso de pessoas à mina e áreas perigosas
Avaliação detalhada dos impactos ambientais
Identificação das áreas a serem recuperadas
Elaboração do Plano de Recuperação de Área Degradada
Execução de Plano de Recuperação de Área Degradada
Execução de Plano de Monitoramento Ambiental
Este cronograma considera apenas as ações para encerramento definitivo das atividades de lavra, e não contempla as ações de c ontrole
e recuperação ambientais a serem executadas durante o período de implantação e operação, que foram contemplados no Quadro 1 e Quadro 2.
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4. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO EMPREENDIMENTO
Definiu-se que a ADA do meio físico corresponderá à poligonal gerada a partir dos
limites das principais estruturas necessárias para a implantação e operação do projeto (cavas,
beneficiamento, pilhas de rejeitos e pilhas de estéreis).
Quanto a AID, esta corresponderá à poligonal formada pelos limites das microbacias
diretamente afetadas pelo empreendimento.
E a AII corresponderá à poligonal formada pelos limites das microbacias diretamente
afetadas pelo empreendimento, mais a extensão de 3 km do Rio Camaquã, à jusante do
empreendimento.
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Figura 4: Áreas de Influência no Meio Físico.
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4.2. Áreas de Influência do empreendimento no Meio Biótico
A ADA do meio biótico, assim como a ADA do meio físico, foi definida como a poligonal
gerada a partir dos limites das principais estruturas necessárias para a implantação e operação
do projeto (cavas, beneficiamento, pilhas de rejeitos e pilhas de estéreis).
A AID relacionada às estruturas do empreendimento (cavas, pilhas de estéril e rejeito,
beneficiamento e infraestrutura administrativa e de apoio) foi definida como uma poligonal
formada pelos limites das microbacias diretamente afetadas pelo empreendimento, enquanto
para os acessos (estrada vicinal) que sofrerão modificações de traçado, foi considerada uma
AID mínima de 30 m para cada lado da estrada vicinal, com delimitação formada por barreiras
físicas (vales).
A AII foi definida como uma poligonal de 3 km de raio a partir dos limites da AID,
considerando o Rio Camaquã como uma barreira física.
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Figura 5: Áreas de Influência no Meio Biótico.
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4.3. Áreas de Influência do empreendimento no Meio Socioeconômico
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Figura 6: Áreas de Influência no Meio Socioeconômico.
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Figura 7: Detalhe da Área de Influência Direta e da Área Diretamente Afetada do Meio Socioeconômico.
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5. INFORMAÇÕES SOCIOAMBIENTAIS
5.1.1. Clima
Basicamente, o clima é determinado por uma série de fatores, como a precipitação
atmosférica, a insolação, latitudes, influência da maritimidade e continentalidade, etc.
O clima predominante no Rio Grande do Sul é o subtropical, sendo que na região do
Planalto da Serra Geral o clima é subtropical de altitude, com temperaturas médias inferiores a
20º C e chuvas abundantes, regularmente distribuídas. Na região do Pampa Gaúcho as médias
térmicas anuais são predominantemente inferiores a 18º C.
O município de Caçapava do Sul, onde está inserido o empreendimento objeto de
estudo, encontra-se em área de transição dos tipos climáticos Subtropical, do tipo CfaII1c e
estreita faixa característica de Clima Temperado Cfb1, estando o empreendimento quase
totalmente inserido em zona de clima CfaII1c. Este se caracteriza como subtropical úmido, sem
estação seca definida, com verões quentes e temperatura média anual de 17,4°C, segundo a
classificação de Köppen (apud MORENO, 1961).
5.1.1.1. Ventos
Os ventos são, em resumo, uma força que busca equilibrar o balanço energético do
planeta, levando ar frio e umidade dos locais mais frios para os mais quentes. Apesar da
possibilidade de alternância diária de direção, os ventos no município de Caçapava do sul
sopram a maior parte do tempo de Leste para oeste, a uma velocidade média de 2,81 m/s
(metros por segundo) (INMET, Séries Históricas 1960-1990).
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Gráfico 1: Gráfico de Temperatura média anual mensal. Série Histórica 1960-1990. INMET.
Caçapava do Sul
25,0 22,1 22,0 21,2
20,1
20,0 18,6
17,1 16,2 16,9
14,7 14,6
15,0 12,2 12,1 12,5
10,0
5,0
0,0
5.1.1.3. Chuvas
As chuvas são bem distribuídas ao longo do ano. Para os anos de 1960 a 1990 a
precipitação média mensal foi de 143 mm e anual de aproximadamente 1700 mm, como
mostra o Gráfico 2.
Gráfico 2: Variação mensal de precipitação entre 1960-1990 no município de Caçapava do Sul. Fonte:
INMET.
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Figura 8: Balanço Hídrico Climatológico medido a partir de dados de série histórica da Estação
Meteorológica 83959, localizada em Caçapava do Sul (INMET).
Conforme a Figura 8, apesar dos baixos índices de excedente hídrico para os meses de
verão, abril e outono, não foi constatado déficit hídrico, com reposição pluvial acima do índice
máximo de armazenamento de água no solo (100 mm).
5.1.1.5. Nebulosidade
Nebulosidade é a razão da cobertura de nuvens existente sobre determinada fração do
território, determinada a partir da visualização de um observador. Segundo dados de série
histórica (INMET, 1960-1990), A nebulosidade na região é baixa, variando de 20% a 30%.
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5.1.2. Geomorfologia
A geomorfologia é um conhecimento específico, sistematizado, que tem por objetivo
analisar as formas do relevo, buscando compreender os processos de transformação da
paisagem.
O modelado do relevo é resultado de um jogo de forças antagônicas, sistematizadas:
Enquanto o centro da terra opera forças de formação de morros, montanhas, serras,
(conhecidas como forças endógenas) os fatores climáticos (vento, chuvas e águas em
movimento, conhecidos como forças exógenas), atuam como modeladores do relevo.
Neste estudo serão utilizados os conceitos abordados por IBGE (2009) para
compartimentação e análise do relevo. Conforme esta proposta, o relevo é individualizado em
05 agrupamentos principais: Domínios Morfoestruturais, Regiões Geomorfológicas, Unidades
Geomorfológicas, Modelados e Formas de revelo.
Assim, a área de estudo está inserida no Domínio Morfoestrutural de Embasamentos
em Estilos Complexos, na região geomorfológica do Planalto Sul-Riograndense, e insere-se em
duas unidades geomorfológicas: o Planalto Rebaixado Marginal e Planaltos Residuais
Canguçu-Caçapava.
De forma geral, estas unidades geomorfológicas compreendem modelos de dissecação
fluvial homogênea, não obedecendo a nenhum controle estrutural, sendo definidas pela
combinação densidade (pode variar de muito grosseira a muito fina) e aprofundamento das
drenagens (que pode variar de Muito fraco a Muito forte).
A área de estudo apresenta drenagens com densidade entre grosseira e média, e
aprofundamento muito fraco, com média predisposição à erosão.
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Cava 1
Ponto mais ao sul dentre as áreas em estudo, a cava 01 fica no centro de uma vertente,
com orientação N-S e leve inclinação para sudoeste, a aproximadamente 700 metros da
Estrada Passo do Cação.
Esta vertente forma-se no vale encaixado entre duas elevações, uma colina (a oeste)
com inclinação mais abrupta (aproximadamente 30% próximo à base e maior inclinação no
terço superior, escarpado), orientada para E/SE enquanto a leste da área há uma coxilha com
inclinação mais suave (aproximadamente 17%), orientada para oeste/sudoeste.
Os topos das vertentes são convexos; a vertente oeste apresenta exposição da rocha
base no seu terço superior, devido à elevada inclinação que acentua os processos
denudacionais, enquanto a vertente mais ao leste apresenta cobertura vegetal densa. O centro
do vale apresenta perfil plano com suave inclinação para S/SW a partir de sua metade sul,
formando pequeno canal que drena as águas superficiais para oeste/sudoeste por
aproximadamente 1 km, quando deságuam no Rio Camaquã.
Figura 9: Área da Cava 1 (em vermelho) e Figura 10: inclinação da área da Cava 1.
estrada Passo do Cação (canto inferior direito).
Foto 1: Vista de Sudeste da encosta da Cava 01. Foto 2: Vista de Sudoeste da área da Cava 01.
Geoprospec, 2015. Geoprospec, 2015.
Cava 2
A cava 2 encontra-se inserida na unidade geomorfológica Planaltos Residuais Canguçú-
Caçapava, em área de topo de vertentes, na linha de cumeada que serve como divisor de
águas em alinhamento Sul/Norte por onde passa a estrada Passo do Cação. O relevo da área
apresenta modelado de dissecação homogênea, com fraco aprofundamento das incisões e
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densidade de drenagens média. Os topos são convexos, com leve concavidade ao centro da
área, formando talvegue com alinhamento SW/NE, e declividade média de 5%. A metade oeste
da área apresenta afloramentos da rocha base e sinais de intemperismo físico entremeados
por área com cobertura vegetal em estágio inicial (gramíneas, caraguatá, cactáceas). O centro
da área, côncavo, apresenta solo mais profundo e desenvolvido, composto por silte argiloso. A
vertente norte apresenta vegetação arbórea mais desenvolvida, enquanto o restante da área é
composto por vegetação secundária em estágio inicial, anteriormente citada. As figuras e fotos
a seguir ilustram melhor a área da Cava 2.
Figura 11: Área da Cava 02 (em verde) Figura 12: Área da Cava 02 (em verde), com a
declividade da área em um ângulo transversal
superior em visada para norte
Foto 3: Cobertura vegetal presente na Cava 2. Foto 4: Solo presente na região côncava próxima
ao centro da área da Cava 2.
Cava 3
Área de 45,2 hectares, distribuídos verticalmente em alinhamento norte sul, disposta à
oeste da Estrada Passo do Cação. A vertente oeste desta coxilha onde se insere a Cava 03
possui declividade preferencial para oeste/noroeste, com vertente secundária com orientação
de drenagem para sudoeste a leste da área. Esta vertente possui concavidades que criam
bacias de acumulação e formam barramentos artificiais de águas (açudes).
A inclinação média da vertente secundária é de 4%, apresentando pontos com
inclinação de aproximadamente 10%. Já a porção noroeste da Cava 03 é composta por uma
zona côncava por onde formam-se drenagens de primeira ordem junto aos talvegues.
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Afloramentos de rocha são vistos por toda a área, com pontos críticos para movimentos
de detritos principalmente nas áreas já alteradas pela ação antrópica (estradas internas, por
exemplo). As figuras e fotos a seguir ilustram melhor a compartimentação morfológica da área
da Cava 03.
Figura 13: Área da Cava 3 (em azul), em amarelo Figura 14: Área da Cava 3 (em azul), onde é
o trajeto percorrido na área quando do possível perceber o mergulho das vertentes .
levantamento de campo.
Foto 5: Rocha base exposta aos processos de Foto 6: Erosão pluvial existente nas vias internas
intemperismo presente na área da Cava 3. de acesso a área da Cava 3.
Unidade de Beneficiamento
A unidade de beneficiamento posiciona-se na vertente oeste, estrategicamente entre a
pilha de estéril norte, a cava 03, a cava 02 e a pilha de rejeitos, como pode ser visto na Figura
15.
A área é composta por planaltos dissecados, formados por elevações de topos
convexos entalhados por talvegues em áreas côncavas com declividade moderada (inclinação
média de 2% com máxima próxima a 17%), formando cabeceiras de drenagens direcionadas
para oeste/noroeste. A estabilidade da área é resultado da cobertura vegetal densa, formada
principalmente por vassourais e árvores de pequeno e médio porte nas áreas mais íngremes e
próximas aos talvegues, enquanto as áreas mais planas e convexas são recobertas por
gramíneas. Foram identificados diversos afloramentos rochosos, alguns cobertos por musgos,
permitindo a identificação da formação rochosa uniforme da área (conglomerados areníticos
sobrepostos por cascalhos provenientes de retrabalhamento fluvial pretérito).
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Figura 15: Unidade de Beneficiamento (em rosa), entre a Pilha de estéril norte (em amarelo), A Cava 03
(em azul), a Cava 02 (em verde) e a pilha de rejeitos (em vermelho); a leste a estrada Passo do Cação.
Foto 7: Relevo presente na área da unidade de Foto 8: Relevo presente na área da unidade de
beneficiamento. beneficiamento.
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Pilha de Estéril Leste
A pilha de estéril leste é a única feição que fica a leste da estrada Passo do Cação e na
face oriental da elevação que compõe a área de influência direta do empreendimento. Perfaz
uma área superficial de 89,6 hectares, composta por três feições côncavas orientadas para
sudeste, com declividades médias de aproximadamente 8%, chegando a picos com inclinação
máxima de 24%. Estas vertentes formam cabeceiras de drenagens, que seguem pelos
talvegues com bi-direcionalidade sendo a concavidade no extremo norte da área direcionada
para nordeste, enquanto as concavidades central e sul são dirigidas para sudeste em cotas
inferiores, em razão da existência de outro soerguimento existente fora da área de estudo, que
forma novo encaixe nos vales central e sul.
A área é recoberta por vegetação arbustivo-arbórea densa com algumas áreas mais
planas e próximas às propriedades recobertas por gramíneas, áreas estas utilizadas para
pecuária ovina e bovina. Os afloramentos rochosos são vistos em toda parte, mostrando a
rocha base (conglomerados) estabilizada pela abundante cobertura vegetal da área. As figuras
e fotos a seguir ilustram melhor a compartimentação geomorfológica da área da Pilha de Estéril
Leste.
Figura 17: Área da pilha de Estéril Leste (em Figura 18: Área da pilha de Estéril Leste (em
vermelho). vermelho), em visada para noroeste mostra a
profundidade e direcionamento das drenagens
Foto 9: Cobertura vegetal presente na área da Foto 10: Afloramento rochoso localizado na área
Pilha de Estéril Leste. da Pilha de Estéril Leste.
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Pilha de Rejeito
Inserida entre as duas unidades geomorfológicas encontradas, estando sua porção
mais oeste inserida na unidade Planalto Rebaixado Marginal e a porção leste na unidade
Planalto Residual Canguçu-Caçapava. A Pilha de Rejeito encontra-se mais a oeste dentre as
áreas estudadas, estando inserida no sopé da vertente oeste da área avaliada. É composta por
topos convexos de declividade suave moderada, com vales encaixados formando talvegues
que disciplinam o escoamento superficial com direção predominante de oeste/noroeste. A
cobertura vegetal predominante é arbustivo/herbácea com vegetação arbórea de pequeno e
médio porte próxima aos talvegues e linhas de drenagem. Como nas outras áreas existem
afloramentos rochosos pontuais, com processo de desagregação e rolamento dos cascalhos
sobrepostos ao arenito, principalmente em áreas antropizadas e de maior declividade. Na
Figura 19 é possível identificar melhor estes afloramentos, principalmente na porção
leste/nordeste da área.
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área (declividade máxima de 19%), onde as drenagens passam a ser direcionadas para
sudoeste já fora da área avaliada para a pilha de estéril norte.
A área é recoberta por vegetação arbórea de médio porte, com sub-bosque denso, além
de ter algumas áreas compostas por gramíneas entremeadas por vassourais, cactáceas e
caraguatás. As figuras a seguir ilustram a área da Pilha de Estéril Norte.
Figura 20: Área da Pilha de Estéril Norte (em Figura 21: Vista da Pilha de Estéril Norte com
verde). orientação para norte e em ângulo inclinado para
nordeste, onde se percebe a declividade do terreno
e mergulho das vertentes
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Pontos com
Processos Erosivos
Foto 11: Foco de erosão laminar por escoamento Foto 12: Foco de erosão laminar por escoamento
superficial difuso nas margens de via interna na superficial difuso nas margens de via interna na
área da Cava 3. Coord. X: 263.235 Y: 6.577.123. área da Cava 3. Coord. X: 263.235 Y: 6.577.123.
Foto 13: Processo erosivo acentuado em local de Foto 14: Processo erosivo acentuado em local de
escoamento não controlado de barramento na escoamento não controlado de barramento na
área da Cava 3, apresentando ravinamento e área da Cava 3, apresentando ravinamento e
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possível movimentação de massa. Coord. X: possível movimentação de massa. Coord. X:
263.373 Y: 6.576.738 263.373 Y: 6.576.738
Foto 15: Foco de erosão pluvial com ravinamento Foto 16: Foco de erosão pluvial com ravinamento
junto às margens de via interna na área da Pilha junto às margens de via interna na área da Pilha
de Estéril Leste. Coord. X: 263.894 Y: 6.576.322 de Estéril Leste. Coord. X: 263.894 Y: 6.576.322
5.1.3. Geologia
São encontradas nas áreas de influência do Depósito Santa Maria quatro unidades
litoestratigráficas, sendo elas o Grupo Santa Bárbara, o Grupo Guaritas, a Formação Rodeio
Velho e depósitos de aluvião, os quais estão representados no Quadro 4 e na Figura 23.
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Figura 23. Mapa geológico das áreas de influência do empreendimento
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5.1.4. Geotecnia
Nas Figura 24 e Figura 25 são representados os sistemas de falhas do Sistema
Camaquã, em planta e em perfil esquemático respectivamente. Observam -se as grandes falhas
de 1ª ordem (direcionais com reativação normal), que geraram estruturas distensivas, de 2ª
ordem, onde o sistema mineralizante preferencialmente se hospeda.
As direções de abertura são:
• N-S (Área 1 do Projeto Caçapava do Sul);
• E-NE (Área 2 do Projeto Caçapava do Sul);
• N-S (Área 3 do Projeto Caçapava do Sul);
• NW-SE (Área 4, na qual encontra-se um potencial para cobre);
• WNW, NW-SE (Mina Uruguai);
• NW-SE (Mina São Luiz);
• As falhas de Primeira ordem (incluem as falhas de Sta. Maria, Três Figueiras e
Cemitério), que setorizam o depósito de Santa Maria e separa-o das minas Uruguai e
São Luiz), abatem os blocos no sentido NE.
Figura 24: Sistema de falhas do Sistema Camaquã: as linhas mais espessas designam as falhas de
primeira ordem e as linhas mais finas são as falhas de segunda ordem.
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Figura 25: Perfil esquemático representando as falhas da região e o posicionamento das mineralizações
(Projeto Caçapava do Sul em vermelho e as Minas Uruguai e São Luis em roxo). Modificado de Rios
(2012)
5.1.5. Pedologia
Os solos da região são classificados como sendo do tipo Neossolos Regolíticos
húmicos. O termo neossolo relaciona solos novos, pouco desenvolvidos.
Os Neossolos Litólicos, devido à sua pequena espessura, e por ocorrerem em regiões
de relevo forte ondulado e montanhoso, em geral com pedregosidade e alforamentos de
rochas, e por terem baixas tolerâncias de perdas de solo por erosão hídrica, apresentam fortes
restrições para culturas anuais.
Foto 17: Lajeados com rocha aflorante. Foto 18: Perfil de solo pouco espesso e pedregoso
sobre o maciço rochoso, situado a pouca
profundidade.
Foto 19: Perfil de solo pouco espesso e pedregoso Foto 20: Perfil de solo pouco espesso e pedregoso
sobre o maciço rochoso, situado a pouca sobre o maciço rochoso, situado a pouca
profundidade. profundidade.
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5.1.6. Hidrogeologia
As unidades aquíferas presentes na área estudada são referentes a unidades
litoestratigráficas que possuem, normalmente, bom potencial hidrogeológico por tratarem -se de
arenitos e conglomerados, que possuem poros capazes de armazenar água no seu interior. No
entanto, estes poros estão preenchidos por minerais que não permitem o armazenamento de
água, não havendo espaços vazios no maciço rochoso. Devido à este fato a região é de baixo
potencial hidrogeológico, ou seja, poços podem ser secos ou apresentarem baixas vazões.
Pode-se afirmar que o potencial aquífero das rochas da região é bastante reduzido. As
zonas com potencial de armazenamento e extração de água concentram-se nas camadas de
sedimentos inconsolidados (aluviões, colúvios e elúvios) em fraturas abertas pouco profundas.
A baixa porosidade das rochas também dificulta a recarga, esta ocorrendo de forma
concentrada ao longo das fraturas abertas em rocha exposta e nas manchas de sedimentos
que recobrem as rochas nos vales e morros arredondados. Portanto, o aquífero livre poroso e o
aquífero livre fraturado tendem a ter espessura reduzida.
5.1.7. Hidrografia
Em uma conceituação mais genérica, podemos dizer que recursos hídricos são as
águas, superficiais ou subterrâneas, disponíveis para qualquer tipo de uso.
Uma análise mais aprofundada sobre os recursos hídricos superficiais remete-nos ao
conceito de drenagem.
Em função do fornecimento de água a drenagem pode ser efêmera, intermitente ou
perene. No primeiro caso, o fluxo é alimentado somente com águas pluviais; no segundo
apenas em determinadas épocas ano, enquanto os perenes sempre apresentam água em seu
canal, devido ao abastecimento por água subterrânea. (ENGEO, 2015).
Segundo o artigo 2º do Decreto Federal nº 7.830/2012, incisos XII a XIV, conceituam -se
os corpos hídricos (drenagens) como:
Rio perene - corpo de água lótico que possui naturalmente escoamento superficial
durante todo o período do ano;
Rio intermitente - corpo de água lótico que naturalmente não apresenta escoamento
superficial por períodos do ano;
Rio efêmero - corpo de água lótico que possui escoamento superficial apenas durante
ou imediatamente após períodos de precipitação;
Faz-se necessário também um entendimento sobre os sistemas formadores dos cursos
hídricos, as chamadas nascentes, ou olhos d’água.
Segundo o embasamento legal, a Resolução CONAMA nº 303/2002 conceitua
nascentes ou olho d’água como: “local onde aflora naturalmente, mesmo que de forma
intermitente, a água subterrânea”.
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A Lei Federal n° 12.651/2012 (Novo Código Florestal) em seu Artigo 3º, Incisos XVII e
XVIII, define:
- nascente: "afloramento natural do lençol freático que apresenta perenidade e dá início a um
curso d’água"
- olho d’água: "afloramento natural do lençol freático, mesmo que intermitente".
Figura 26: Mapa de localização da bacia hidrográfica do Rio Camaquã, destacando a região de estudo.
Fonte: (Adaptado de SEMA, 2008)
Segundo o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Rio Grande do Sul (2007) o Rio
Camaquã próximo a sua foz possui uma vazão média anual de 483,10 m³/s e uma vazão
mínima anual com 95% de permanência (Q95) de 25,88 m³/s. A relação entre as vazões mínima
e a média anual é da ordem de 4% indicando forte restrição à disponibilidade hídrica na época
de estiagem, que ocorre nos meses de verão.
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5.1.7.2. Hidrografia da Área de Estudo
A área de influência indireta (AII) do empreendimento apresenta extensão de
aproximadamente 45 km², sendo composta por diversas pequenas bacias hidrográficas (aqui
chamadas de unidades hidrográficas) que deságuam no Rio Camaquã. Foram realizadas
visitas de campo, principalmente para a verificação do exutório das sub-bacias, pontos de
análise de qualidade da água e verificação do regime perene em alguns pontos na rede de
drenagem.
Assim, foram individualizados 28 (vinte e oito) micro ou sub-bacias na AII do
empreendimento, como mostra a Figura 27.
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Figura 27: Localização e distribuição das bacias hidrográficas definidas.
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5.1.7.3. Recursos Hídricos na Área de Influência Direta do Empreendimento
A fim de mapear os recursos hídricos das áreas diretamente afetadas pelo
empreendimento e seu entorno imediato, realizaram-se 03 (três) campanhas de campo, sendo
02 (duas) campanhas para identificação e caracterização de nascentes/olhos d’água/surgência
d’água e 01 (uma) campanha para caracterização de cursos hídricos.
Como resultado, foram identificados e caracterizados um total de 69 (sessenta e nove)
pontos de surgência d’água, assim classificados:
20 Nascentes;
31 Olhos D’água;
18 Surgências D’água
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Figura 28: Recursos hídricos identificados nas áreas da Pilha de Estéril Leste e da Unidade de
Beneficiamento. Adaptado de Google Earth, 2015.
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Gráfico 3: Vazões médias mensais a jusante do empreendimento.
160
140
120
Vazões (m³/s)
100
Média mensal
80
60
40
20
0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Meses
Observa-se que o Rio Camaquã apresenta alta variabilidade nas suas vazões, com
períodos definidos de estiagem no verão, apresentando os menores valores nos meses de
dezembro, janeiro e fevereiro e maior disponibilidade nos meses de abril a outubro.
Essa sazonalidade, quando analisadas as vazões, não é tão definida em razão
unicamente das precipitações, porém é coerente com as épocas de maiores e menores
chuvas. Essa diferença entre os dois gráficos pode estar relacionada ao período de irrigação
do arroz, que representa uma maior retirada de água dos cursos hídricos nos meses de verão.
Quadro 7: Demandas Hídricas médias anuais e no mês de janeiro para bacia do Rio Camaquã. Fonte:
(SEMA, 2006).
Demanda hídrica (m³/s) Humano Irrigação Animal Industrial Total
Anual média 0,47 35,69 0,86 0,036 37,05
Janeiro (verão) 0,47 130,26 0,86 0,036 131,62
Quadro 8: Consumos Hídricos médios anuais e no mês de janeiro para bacia do Rio Camaquã. Fonte:
(SEMA, 2006)
Consumo hídrico (m³/s) Humano Irrigação Animal Industrial Total
Anual média 0,09 21,41 0,60 0,011 22,12
Janeiro (verão) 0,09 78,16 0,60 0,011 78,86
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Em campo também foi possível notar o uso da água para dessedentação animal de
gado bovino e ovino. Como não existe mensuração dos volumes utilizados pelas propriedades
rurais não foi possível apresentar valores, bem como sua projeção para o futuro. Porém relata-
se que estes usos provavelmente se enquadram como insignificantes devido ao baixo volume
utilizado pelas famílias rurais.
5.1.8. Ar
Foram coletados dados através de Amostrados de Grande Volume- AGV. As
amostragens foram realizadas em campanha de monitoramento de 02 (dois) períodos/coletas
de 24 (vinte quatro) horas, em 04 (quatro) pontos de amostragens, localizados na área de
influência do empreendimento, conforme Figura 29.
Os valores encontrados nos monitoramentos da qualidade do ar ambiente, para o
parâmetro Partículas Totais em Suspensão (PTS) nos respectivos dias das campanhas de
amostragens, apresentaram valores inferiores ao Padrão Secundário (Resolução CONAMA
03/90), cujo valor para média de 24 horas é de 150 g/m 3, ou seja, não foram encontrados
valores de poluição capazes de afetar a saúde, a segurança e o bem-estar da população, bem
como ocasionar danos à flora e à fauna.
Figura 29: Localização dos pontos de amostragem no entorno da área de instalação do futuro
empreendimento. Fonte: Google Earth, Digital Globe, MapLink/Tele Atlas, 2015).
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59
5.1.9. Ruído
As medições de ruído foram realizadas diurnamente nos dias 28 e 29 de setembro de
2015.
Considerando a NBR 10.151/2000 foram obedecidos os seguintes procedimentos:
- Os níveis de ruído foram medidos nos limites externos da propriedade.
- As medições foram efetuadas em pontos afastados a aproximadamente entre 1,2m -
1,5m acima do solo e, pelo menos, 3,5m de quaisquer outras superfícies refletoras,
- Efeito de vento sobre o microfone foi evitado com uso de protetor.
Para fins de comparação foi utilizado o critério estabelecido pela NBR 10.151/2000,
baseado na comparação entre o nível de pressão sonora (L) e Nível de Critério de Avaliação,
conforme o Quadro 9 – Nível de Critério de Avaliação (NCA) para ambientes externos, em
dB(A)
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60
- Ponto de Monitoramento 1 (PRD1) - S 30.89817° / W 53.44060°
Data: 30/09/2015 – Sessão: i 08:13:00 / f 09:13:00
Ponto localizado em área mista, predominantemente residencial, com nível de critério
de avaliação (NCA) de 55 dB. Para este ponto o valor de pressão sonora médio igual a 48 dB
com desvio padrão de 4,8 dB, não ultrapassou o valor de NCA (55 dB).
Não foram percebidos ruídos com caráter impulsivo, nem ruído com componentes
tonais.Durante o monitoramento percebeu-se ruído gerado por aves e ruminantes em área
próxima.Ponto localizado próximo à estrada de acesso, no qual houve considerado acréscimo
dos níveis de ruído por veículos automotores (carros, motos, ônibus e caminhões).
- Ponto de Monitoramento 2 (PRD2) - S 30.90246° / W 53.50192°
Data: 30/09/2015 – Sessão: i 09:43:00 / f 10:43:00
Ponto localizado em área de sítios e fazendas, com nível de critério de avaliação (NCA)
de 40 dB. Para este ponto o valor de pressão sonora médio igual a 46 dB com desvio padrão
de 3,6 dB, ultrapassou o valor de NCA (40 dB).
Não foram percebidos ruídos com caráter impulsivo, nem ruído com componentes
tonais. Durante o monitoramento percebeu-se ruído gerado por aves e ruminantes em área
próxima. Ponto localizado próximo a estrada, onde houve acréscimo de níveis de ruído por
veículos automotores (carro e moto).
- Ponto de Monitoramento 3 (PRD3) - S 30.92482° / W 53.51694°
Data: 29/09/2015 – Sessão: i 13:17:00 / f 14:17:00
Ponto localizado em área de sítios e fazendas, com nível de critério de avaliação (NCA)
de 40 dB. Para este ponto o valor de pressão sonora médio igual a 45 dB com desvio padrão
de 3,2 dB, ultrapassou o valor de NCA (40 dB).
Não foram percebidos ruídos com caráter impulsivo, nem ruído com componentes
tonais.Durante o monitoramento percebeu-se ruído gerado por aves e ruminantes em área
próxima.
- Ponto de Monitoramento 4 (PRD4) - S 30.15842° / W 50.93587°
Data: 28/09/2015 – Sessão: i 16:17:00 / f 17:17:00
Para este ponto o valor de pressão sonora médio igual a 45 dB com desvio padrão de
2,8 dB, ultrapassou o valor de NCA (40 dB).
Não foram percebidos ruídos com caráter impulsivo, nem ruído com componentes
tonais.Durante o monitoramento percebeu-se ruído gerado por aves e ruminantes em área
próxima.Ponto localizado próximo a estrada, onde no horário 17:06:00 houve acréscimo de
nível de ruído gerado por uma motocicleta.
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5.2. Meio biótico (seres vivos)
5.2.1. Flora
5.2.1.1. Introdução
O município de Caçapava do Sul está inserido no Bioma Pampa, localizado na região
fisiográfica da Serra do Sudeste na porção leste do Escudo Sul-rio-grandense. Para o
diagnóstico da flora foi realizado o estudo da flora e vegetação. Defini-se flora como conjunto
de espécies vegetais que habitam determinada região e vegetação como a comunidade de
plantas se estrutura.
5.2.1.2. Justificativa
O estudo da flora e vegetação permite saber, de forma geral, como se encontra o
estado de conservação do ambiente, se na área existem espécies ameaçadas e quaisquais
são as áreas prioritárias para conservação, por exemplo.
Os trabalhos de estudo de flora e vegetação em campo foram realizados em 02 (duas)
campanhas, a primeira de 10 de março a 02 de abril e a segunda de 28 de setembro a 07 de
outubro de 2015.
5.2.1.3. Metodologia
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Foto 21: Método amostral de superfície utilizado: parcela de 1m².
Para avaliação qualitativa das Áreas de Preservação Permanente (APPs) foi adotada
uma metodologia que pontua o Índice de Impacto Ambiental Macroscoópico (IIAM) por meio de
18 critérios, como presença de esgoto, resíduos, intervenções humanas como benfeitorias,
queimadas, criação de gado, além de análise da erosão e da vegetação local. A pontuação
reflete o grau de conservsação da APP, de péssimo a ótimo.
5.2.1.4. Resultados
No levantamento florístico foram identificadas 436 espécies (em 91 famílias botânicas),
sendo 11 espécies ameaçadas de extinção e duas imunes ao corte. Entre as ameaçadas (Foto
23 e Foto 24) estão quatro espécies de cactus-bola e uma espécie de petúnia (Petunia exserta)
muito rara, que só foi encontrada até hoje na região das Guaritas e das Minas de Camaquã. Os
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cactos-bola são típicos dos afloramentos rochosos da região e a petúnia ocorre em pequenas
grutas sombreadas. Na lista de ameaçadas também está o sabão-de-soldado (Quillaja
brasiliensis), uma espécie relativamente comum no Rio Grande do Sul, mas que consta na lista
nacional de espécies ameaçadas.
Foto 23: Espécies ameaçadas de extinção. A: Discaria americana; B: Dyckia maritima; C: Echinopsis
oxygona; D: Mimosa rocae
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As duas espécies imunes ao corte são a figueira (Ficus luschnathiana) e a corticeira-do-
banhado (Erythrina cristagalli).
Também foram encontradas espécies exóticas-invasoras: capim-anonni (Eragrostis
plana), capim-favorito (Melinis repens), pinheiro-americano (Pinus taeda), mamona (Ricinus
communis) e o tojo (Ulex europaeus).
Nos campos identificou-se três fisionomias, bem conservados: campo seco, campo
úmido (geralmente com banhado) e campo com afloramento rochoso.
Nas florestas foram identificadas duas fisionomias: I - florestas secas (ou subxerófilas)
dos cerros e encostras; II - florestas úmidas (higrófilas) dos fundos de vale, onde o solo é mais
profundo e estruturado e tem mais umidade. Ambas estavam bem conservadas, mas florestas
úmidas estavam mais desenvolvidas e com árvores de maior porte, que chegam a 20 metros
de altura e mais de um metro de largura. As espécies florestais mais comuns foram o
branquilho (Sebastiana commersoniana), a guaçatonga (Casearia sylvestris) o chal-chal
(Allophylus edulis), a pitangueira (Eugenia uniflora) e o araçá-do-mato (Myrcianthes gigantea).
5.2.2. Fauna
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aquático, fidelidade de habitat, reduzida capacidade de dispersão e o papel tant o de presa
como de predador em uma teia alimentar, os tornam bioindicadores da qualidade ambiental,
respondendo rapidamente a fatores como a fragmentação do habitat, emissões de gases
tóxicos, alterações hidrológicas e na química de ambientes aquáticos e variações climáticas de
larga escala.
Além de todas essas características importantes sobre a biologia dos anfíbios, esse é
um grupo fácil para se trabalhar em pesquisas de campo, principalmente os anuros. Sua
observação não é tão difícil quanto a de répteis, pois assim como as aves, os anfíbios anuros
possuem uma vocalização espécie-específica. São animais de fácil captura, tanto pelos seus
movimentos lentos quanto por viverem em locais relativamente acessíveis (BEBEE, 1996). Não
exigem técnicas avançadas para a realização de vários trabalhos, somente uma boa audição,
uma boa lanterna e, obviamente, o profissional específico na área.
Diferente dos anfíbios, a observação dos repteis é mais complexa, exigi-se
metodologias especificas e muitas horas de campo. (BEBEE, 1996). Contudo, os repteis
exercem um papel de extrema importância para o equilíbrio dos ecossistemas, uma vez que
podem ser classificados como predador ou presa, e ainda apresentarem diferentes hábitos,
podendo ser fossoriais, arbóreos, aquáticos e terrestres.
JUSTIFICATIVA
Considerando a importância dos repteis e anfíbios como biondicadores de qualidade
ambiental e ainda sua importância na cadeia trófica e no equilíbrio dos ambientes naturais,
torna-se crucial que durante a implantação ou execução de obras que ocasionalmente possam
vir a interferir na qualidade de determinados ambientes sejam realizados estudos/inventários
que visem caracterizar a herpetofauna do local e ainda que a partir destes inventários, possam
ser estabelecidas medidas necessárias a conservação das espécies destes grupos faunísticos.
METODOLOGIA
A área foi dividida em sete (07) subáreas, sendo que em todas campanhas de
levantamento de dados todas foram empregadas as metodologias em cada uma das subáreas.
Os trabalhos de campo foram realizados sempre por duas pessoas, durante os períodos
de 12 a 20 de Março; 20 a 22 de Maio; 05 a 11 de Julho e 02 a 08 de Outubro do ano de 2015,
sendo empregado um esforço amostral de aproximadamente 10 horas por dia por pessoa,
sendo 140 horas de esforço amostral por campanha, totalizando aproximadamente 560 horas
de esforço amostral.
Foram adotadas duas metodologias para o levantamento dos dados:
Procura Livre, que consistiu em caminhadas de duas (02) horas, em horários alternados
que englobavam tanto o dia quanto a noite, buscando anfíbios e repteis em atividade ou em
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abrigos, em locais que potencialmente estes grupos utilizam (Troncos afloramentos rochosos,
corpos hídricos, etc).
Foto 26: Metodologia de transecções auditivas sempre empregada próxima a um corpo hidrico.
RESULTADOS
Após a realização das quatro campanhas chegou-se a quinze (15) espécies de anfíbios
e onze (11) espécies de repteis que comprovadamente ocorrem na área.
A espécie Lagartinho Verde (Teius oculatus, Foto 27), foi a única espécie de réptil que
apareceu em todas as quatro campanhas, a mesma esta sempre relacionada aos afloramentos
rochosos existentes na área.
Duas espécies de serpentes peçonhentas foram observadas na área, sendo a jararaca
pintada (Bothrops pubescens, Foto 28) e a Cruzeira (Bothrops alternatus), por serem
peçonhentas as mesmas sofrem grande pressão por parte da população que acabam as
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matando por medo de acidentes, no entanto, é importante ressaltar que as mesmas são
predadores de topo de cadeia, controlando populações de roedores, anfíbios e aves.
Com relação aos anfíbios, três espécies diferentes de Perereca foram as únicas que
apareceram em todas as quatro campanhas, cujo os nomes científicos são: Dendropsophus
minutus, Hypsiboas pulchellus (Foto 29), Pseudis minuta (Foto 30).
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Basicamente se diferenciam dos outros vertebrados por possuirem penas, que
juntamente com outras características como os ossos leves (pneumáticos ou ocos),
proporcionam a principal caractrística das aves: o voo.
A grande maioria das aves podem voar como o chimango (Milvago chimango, Foto 31),
mas são encontradas algumas exceções, como por exemplo a ema (Rhea americana, Foto 32).
Foto 31: O chimango (Milvago chimango) exemplo Foto 32: A ema (Rhea americana), exemplo de
de uma ave que voa espécie que não voa.
O Brasil é o segundo país com maior número de espécies de aves do mundo, com
1.901 espécies. Somente o estado do Rio Grande do Sul apresenta 661 espécies diferentes de
aves, que ocupam os diversos tipos de ambientes como florestas, campos, banhados, praias,
centros urbanos, etc.
JUSTIFICATIVA
Estudar as aves e suas relações com o meio ambiente local ajudam os pesquisadores a
identificar problemas tanto relacionados à saúde como ao meio ambiente. Isso porque é um
grupo bastante estudado e qualquer alteração no seu comportamento ou ainda na sua
presença ou ausência em determinado local pode esclarecer como está a qualidade do meio
em que vive, por isso que as aves são chamadas de bons indicadores biológicos.
Um exemplo disso é que muitas espécies que vivem na cidade não vivem no ambiente
de campo ou floresta e vice-versa. Espécies como por exemplo o pardal (Foto 33), só habita
cidades ou arredores da mesma, pois é bastante dependente da convivência com as pessoas,
alimentando-se geralmente de restos de alimentos produzidos pelo homem e das casas e
construções para estabelecer seus ninhos. Já o cardeal (Foto 34) ocorre somente em áreas de
campo, pois está adaptado à este tipo característico de ambiente.
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Foto 33: O pardal (Passer domesticus) que habita Foto 34: O cardeal (Paroaria coronata), que habita
áreas urabanas. áreas campestres.
Portanto, sabendo que as aves são boas indicadoras da qualidade do ambiente que
vivem, os pesquisadores desse grupo em questão, chamados de ornitólogos, realizam estudos
nos locais onde pretende-se instalar indústrias, rodovias, minas e demais empreendimentos
que possam causar algum impacto na vida das aves que habitam o local e sua região.
METODOLOGIA
Dessa forma, para a aprovação da instalação da Mina Santa Maria também foi realizado
no período de 01 (um) ano o estudo de impacto ambiental, que pretendeu identificar as
consequências que empreendimento ocasionará para as aves que habitam o local, avaliando
quais impactos que a obra e a operação dela após estabelecida causará na comuindade aves
do local e região.
Metodologia
Para o estudo da caracterização das aves e os impactos que a Mina poderá causar
sobre elas, um ornitólogo realizou quatro saídas a campo na área: uma no verão, uma no
outono, uma no inverno e outra na primavera de 2015.
Em cada uma das saídas a campo, o pesquisador identificava todas as espécies e a
realizava a contagem de indivíduos de cada espécie que ali ocorrem nos diversos ambientes
encontrados no local. Para realizar essa atividade, contava com a ajuda de binóculos, máquina
fotográfica e gravador para gravar sons emitidos pelas aves para identificação correta das
espécies (Foto 35).
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Foto 35: Imagem ilustrativa da identificação e contagem de aves pelo ornitólogo.
As saídas de campo eram realizadas desde o amanhecer, que é o período mais ativo
da maioria das espécies de aves, até à noite, para detectar espécies que são mais ativas
durante este período, como as corujas e bacuraus.
RESULTADOS
Após a realização do estudo ao longo de um ano, foram registradas um total de 132
espécies de aves que ocorrem na região da área de estudo. Esse número indica que existem
ambientes variados na área de estudo, tais como matas, capoeiras, campos, estradas, casas,
ambientes degradados, entre outros.
As espécies mais encontradas na área de estudo foram o tico-tico, o pombão, o quero-
quero, o bico-duro e o sabiá-laranjeira (Foto 36 a Foto 40).
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Foto 38: O quero-quero (Vanellus chilensis).
Foto 39: O bico-duro (Saltator aurantiirostris).
Foto 41: O tucanuçu (Ramphastos toco). Foto 42: A gralha-azul (Cyanocorax caeruleus).
Durante a realização do estudo, não foi registrada nenhuma espécie de ave ameaçada
de extinção.
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Caso a Mina tenha autorização ambiental para ser instalada, os principais impactos dela
sobre as aves será a retirada das capoeiras e árvores da área de escavação, estradas e
depósitos de materiais, o trânsito de veículos pesados e os ruídos causado pelas explosões e
máquinas.
Durante as fases das obras de instalação e operação da mina, serão realizados
acompanhamentos e monitoramentos por ornitólogos que ajudarão a implantar estratégias para
diminuir o impacto da mina sobre as aves que ali ocorrem.
JUSTIFICATIVA
Considerando a importância dos mamíferos desde a utilização das espécies mais
conhecidas para o consumo humano (tais como gado, ovelha, cabras, porcos), muitas espécies
nativas tem papel de grande importância na dispersão das árvores.
Conhecer as espécies de mamíferos que habitam determinado local fornece subsídio
para tomar as decisões corretas quanto a implantação de determinados empreendimentos,
além de conhecer o estado de conservação das florestas.
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METODOLOGIA
As atividades de campo necessárias ao diagnóstico da mastofauna foram realizadas
através de metodologias relacionadas a cada grupo específico. As campanhas foram
realizadas de forma a acompanhar a sazonalidade, ou seja, verão, outono, inverno e
primavera.
Para o levantamento através da captura de pequenos roedores e marsupiais terrestres
ou arborícolas foram utilizadas armadilhas do tipo "living-trap" (9x9x22cm e 14x14x30cm) (Foto
43 e Foto 44).
Foto 43: Armadilhas modelo Shermann, dimensão Foto 44: Armadilhas modelo Tomahawk, dimensão
9x9x22 cm. 14x14x30 cm.
Foto 45: Armadilhas Câmera Trap, modelo Foto 46: Lanterna Naútica (1000000 de velas) utilizada
Bushnell. nos transectos noturnos.
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Foto 47: Redes de neblina utilizadas para capturas Foto 48: Rede de neblina instalada.
de morcegos.
RESULTADOS
As quatros campanhas de amostragem (verão, outono, inverno e primavera), foram
registradas 26 espécies, representando 31,5 % da mastofauna com potencial ocorrência para
as áreas de estudo, distribuídas em 8 ordens, sendo a mais representativa a Rodentia com 9
espécies, seguida por Carnivora com 7 espécies, distribuídas em 16 famílias, sendo a
Cricetidae a mais representativa com 4 espécies, seguida por Felidae e Dasypodidae com 3
espécies.
As espécies mais abundantes para estas campanhas foram o Cerdocyon gymnocercus
(Graxaim-do-campo) com 10 registros, seguido por Didelphis albiventris com 9, Mazama sp.
(Veado) com 8, M. gouazoubira (Veado-catingueiro), Cerdocyon thous (Graxaim-do-mato) e
Dasypus hybridus (Tatu-mulita) cada um com 7 registros (), além deste houve registro de 2
espécies exóticas Sus scrofa (Javali) e Lepus europaeus.
A partis da lista de mamíferos inventariada na área até o presente momento, foram
registradas as seguintes espécies com algum grau de ameaça de extinção: Puma yagouarandi
(Gato-mourisco) como Vulnerável a nível regional, Leopardus tigrinus (Gato-do-mato-pequeno)
como Vulnerável a nível regional e nacional, Cuniculus paca (Paca) classificada como
Vulnerável no Rio Grande do Sul, Dasyprocta azarae (Cutia) Vulnerável em âmbito nacional e
regional, e Tamandua tetradactyla (Tamanduá-mirim) como Vulnerável regionalmente.
Salienta-se que a espécie P. yagourandi (Gato-mourisco) foi o primeiro registro
fotográfico para a região da Serra do Sudeste.
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Foto 49: Vista do Olygoryzomys nigripes. Foto 50: Vista do Dasypus hybridus atropelado na
ERS625.
Foto 51: Vista da pegada de Mazama sp.. Foto 52: Vista de Dasyprocta azarae, registro da
câmera trap.
Foto 53: Vista de Histiotus velatus. Foto 54: Vista do Mazama gouazoubira, câmera
trap.
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Foto 55: Vista do Tamandua tetradactyla. Foto: Carlos Foto 56: Vista de três indivíduos de Cerdocyon
Eduardo Velho. thous.
Foto 57: Vista do Procyon cancrivorus. Foto 58: Vista do Puma yagouaroundi. Foto: Carlos
Eduardo Agne.
METODOLOGIA
Até o momento, foram realizadas três campanhas de amostragens de peixes na região
de Minas do Camaquã nos meses de Maio, Julho e Outubro, investigando ambientes de
açudes, arroios que correm em meio de mata e em campo aberto, áreas com pequenos
alagados, além do arroio João Dias e do rio Camaquã. As investigações em busca de peixes
foram feitas utilizando rede de arrasto (picaré) (Foto 59) e rede do tipo puçá (Foto 60), sendo
estas duas utilizadas de acordo com as características de cada ambiente. Foram investigados
até agora um total de 25 locais e foram encontrados peixes em 14 destes.
Foto 59: Metodologia de amostragem com o uso de Foto 60: Metodologia de amostragem com o uso de
rede do tipo puçá. rede.
RESULTADOS
Foi amostrado no somatório das três campanhas um total de 28 espécies de peixes,
representando 11 famílias e 5 ordens diferentes de peixes. A família que apresentou maior
número de espécies amostradas foi a que engloba os lambaris (Foto 61 e Foto 62) e as
brancas, e a segunda família que registrou mais espécies coletadas foi a que agrupa os carás
(Foto 63 e Foto 64). Também foram coletadas espécies de barrigudinho, canivete, limpa-fundo,
tamboatá, jundiá, cascudo, cascudo-violo e cambeva.
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Foto 61: Bryconamericus iheringii. Foto 62: Hyphessobrycon luetkenii
Os locais que apresentaram maior número de espécies coletadas foram o rio Camaquã,
o arroio João Dias e a barragem de Minas do Camaquã, com 13 espécies no ponto do rio
Camaquã e 11 espécies encontradas tanto no arroio João Dias quanto na barragem de Minas
do Camaquã.
Nos arroios que correm em campo aberto foram encontradas praticamente só espécies
de lambaris. Nos alagados e arroios que correm em meio de mata e nos alagados foram
encotradas muito poucos ou nenhum peixe.
Não foram encontradas espécies raras, ameaçadas de extinção ou migradoras.
Das espécies que interessam a pesca artesanal e esportiva, foram encontradas a traíra
(Foto 65), a branca (Foto 66), o jundiá (Foto 67), peixe-cachorro (Foto 68) e o peixe-rei (Foto
69).
O peixe-cachorro é uma espécie natural de outras bacias hidrográficas do RS, mas não
é natural da bacia hidrográfica da laguna dos Patos (grande bacia que engloba a bacia do rio
Camaquã), sendo encontrada atualmente também nesta bacia provavelmente por ter sido
introduzida há alguns anos.
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Foto 65: Hoplias malabaricus. Foto 66: Oligosarcus jenynsii.
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Destes componentes, o fitoplâncton é um dos mais importantes, sendo formado por
microalgas fotossintetizantes, encontradas em todos os ambientes aquáticos, que por sua vez,
fazem parte da base da teia trófica. São especialmente significantes na ecologia estes
ambientes, servindo de fonte de energia, como carboidratos, lipídios, vitaminas e sais minerais
para consumidores primários, decompositores e detritívoros ao longo dos níveis tróficos.
A presença e concentração do fitoplâncton estão fortemente associadas ao estado
trófico do corpo hídrico. O fitoplâncton necessita de luz, suprimento de nutrientes inorgânicos e
faixas específicas de temperatura para crescer e se reproduzir. Dentre esses fatores, o
suprimento de nutrientes, especialmente o fósforo (P) é um dos principais, pois é ele que
regula o crescimento dessas algas. Um aumento no teor de fosfato e de nutrientes
nitrogenados na coluna d’água, por exemplo, possibilita um incremento na proporção de
organismos flagelados em relação às diatomáceas. Este aumento influencia as relações
tróficas, uma vez que os flagelados, como alimento, não proporcionam muita energia aos
organismos herbívoros, e deslocam as diatomáceas que são de grande importância para a
alimentação de espécies do zooplâncton e dos peixes. Mudanças em uma ou mais
características estruturais podem ser interpretadas como uma evidência de estresse ecológico.
JUSTIFICATIVA
Estudos sobre a estrutura e dinâmica do plâncton são importantes, por serem um grupo
de organismos que respondem prontamente às mudanças que ocorrem no ambiente,
funcionando como indicadores ecológicos e auxiliando no entendimento das interações
existentes entre os processos físicos num extremo e as respostas biológicas no outro.
Por sua importância ecológica e econômica, o fitoplâncton constitui excelente fonte de
informação através do estudo de sua fisiologia e comportamento. Além disso, as algas podem
indicar o grau de poluição de determinada região devido, entre outros fatores, à sua
sensibilidade ao grau de atividade oxidante ou redutora nas águas.
Com isto, o conhecimento da biomassa produzida pelas microalgas torna-se importante
para observar-se o dinamismo das comunidades aquáticas e organismos delas dependentes.
METODOLOGIA
A amostragem da comunidade fitoplanctônica foram realizadas em duas campanhas
(inverno e primavera) através da filtração de 80 litros de água usando rede de plâncton com
abertura de 24 µm. Todas as amostras foram fixadas com solução de formalina a 2%.
A análise quantitativa foi efetuada em microscópio invertido Olympus, com aumento de
400X. Tanto os organismos unicelulares, coloniais e filamentosos foram considerados como
uma unidade de contagem. Os resultados foram expressos em número de indivíduos por
mililitro (ind./L.
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RESULTADOS
A análise quantitativa do fitoplâncton registrou a presença de 56 táxons, na sua maioria
identificados ao nível específico e infra-específico e, quando não possível, em categorias
inferiores, representantes de 5 classes algais: Bacilariofita, Clorofita, Crisofita, Euglenofita e
Cianobactéria. No período estudado houve predominância das algas Bacilariofita, também
conhecidas como diatomáceas, com 77% dos táxons identificados, seguidas das Clorofita
(clorofíceas), com 16%, e Euglenofita com 3% (Gráfico 4)
Gráfico 4: Distribuição das classes fitoplanctônicas na análise quantitativa dos seis pontos de coleta.
2%
2%
3%
16%
Clorofita
Bacillariofita
Euglenofita
Cianobactéria
Crisofita
77%
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Para o fitoplâncton, segundo Esteves (1998), a predominância de um ou outro grupo em
determinado ecossistema é função, principalmente, das características predominantes do meio.
A classe Euglenofita é um grupo caracterizado pela presença com elevada densidade
em ambientes onde a matéria orgânica apresenta elevados teores.
A classe Bacilariofita é característica de ambientes oligotróficos, e algumas das
espécies encontradas são predominantemente bentônicas, vivendo aderidas a um substrato.
Com espécies cosmopolitas e citadas nos mais variados ambientes aquáticos.
A Classe Clorofita esteve representada por espécies comospolitas e com espécies
normalmente encontradas em ambientes pouco impactados como Cosmarium sp., Staurastrum
sp. A grande maioria das Chlorophyceae habita preferencialmente lagos mesotróficos ou
eutróficos e são cosmopolitas (Esteves, 1998). As clorofíceas, comumente registradas como as
mais importantes qualitativamente em ambientes dulcícolas, são favorecidas por apresentarem
alta variabilidade morfométrica, podendo se desenvolver em diversos hábitats.
As cianobactérias são um grupo em que algumas espécies produzem substâncias
tóxicas. Mas estiveram presentes em pequena densidade na amostragem.
A análise da estrutura da comunidade fitoplanctônica, através dos valores de densidade
e riqueza específica, não mostrou uma diferença significativa entre os pontos amostrados.
Ocorreu um predomínio de diatomáceas, isso se deve ao fato de as mesmas constituírem um
dos principais grupos do fitoplâncton, geralmente compreendem grande parte da biomassa do
fitoplâncton, evidenciando seu papel na cadeia trófica e nos fluxos de carbono na área de
estudo.
A maioria das espécies de algas encontradas é, cosmopolitas, encontradas em vários
corpos de água, com graus diferenciados de impacto, tanto do Brasil quanto do RS.
A análise de inverno apresentou uma maior densidade de algas em todos os pontos,
devido principalmente a presença de algas bacilariofitas que foi o grupo de algas que
predominou nas duas campanhas amostrais. As fortes chuvas que antecederam a campanha
da primavera podem ter afetado a comunidade fitoplanctônica, pois a mesma apresentou
densidades menores quando comparada com a campanha de inverno.
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5.2.2.6. Zooplâncton (Microanimais)
INTRODUÇÃO
A água é o recurso natural mais importante que participa e dinamiza todos os ciclos
ecológicos. Os sistemas aquáticos têm uma grande diversidade de espécies úteis ao homem e
que são também parte ativa e relevante dos ciclos biogeoquímicos e da diversidade biológica
do planeta Terra, tornando-os ambientes complexos, propícios ao desenvolvimento de
múltiplas espécies vivas da fauna e flora.
O plâncton encontra-se dividido em bacterioplâncton (procariontes), protozooplâncton
(protistas), fitoplâncton (vegetais) e zooplâncton (animais), e suas dimensões variam de
micrômetros a vários centímetros.
O termo zooplâncton é usado para descrever um grupo de animais que pertencem as
mais variadas categorias sistemáticas, tendo na coluna da água a principal característica como
seu habitat.
O zooplâncton é constituído por organismos que apresentam como característica
comum o fato de viverem suspensos na coluna d’água. O tamanho desses animais é reduzido
(de uns poucos micrômetros a alguns milímetros). Seu poder de locomoção é muito limitado ou
inexistente. Esta característica faz com que sejam arrastados pelas correntezas, impedindo-os
de se deslocar contra a força das mesmas. Este aspecto, muitas vezes, justifica os baixos
valores de riqueza e diversidade de espécies zooplanctônicas em ambientes lóticos. O
zooplâncton é uma parte importante nos ecossistemas aquáticos, pois é fundamental na
dinâmica do ambiente, apresentando influencia direta no fluxo de energia e na ciclagem dos
nutrientes, afetando desta maneira toda a cadeia trófica nos ambientes aquáticos.
São constituintes mais representativos das comunidades zooplanctônicas de água doce
os protozoários, os rotíferos, cladóceros e copépodos. A maior parte da produção secundária é
de responsabilidade destes grupos, que também são importantes por fazerem parte da diet a
natural, tanto de peixes jovens como de adultos de espécies planctófagas.
JUSTIFICATIVA
Estudos sobre a estrutura e dinâmica do plâncton são importantes, por serem um grupo
de organismos que respondem prontamente às mudanças que ocorrem no ambiente,
funcionando como indicadores ecológicos e auxiliando no entendimento das interações
existentes entre os processos físicos num extremo e as respostas biológicas no outro.
Sabe-se que diversos fatores são controladores da abundância e riqueza
zooplanctônica (estratégias e disponibilidade alimentar, predação, competição, aporte de
nutrientes, estrutura térmica, circulação) e que as mudanças no clima associadas às regras
operacionais diferenciadas (que alteram a vazão de fluente, volume e, consequentemente, o
tempo de retenção das águas do reservatório) têm um papel decisivo na dinâmica da
comunidade. Com isto, o conhecimento da biomassa produzida pelas microalgas torna-se
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importante para observar-se o dinamismo das comunidades aquáticas e organismos delas
dependentes. O zooplâncton é utilizado como bioindicador, pois muitas espécies são sensíveis
a alterações ambientais e estudos indicam modificações ocorridas nessa comunidade, inclusive
com desaparecimento de espécies devido às alterações das características da água.
METODOLOGIA
A amostragem da comunidade zooplanctônica foram realizadas em duas campanhas
(inverno e primavera) através da filtração de 80 litros de água usando rede de plâncton com
abertura de 58 µm. Todas as amostras foram fixadas com solução de formalina a 4%.
A análise quantitativa foi efetuada em microscópio binocular Olympus, com aumento
de 100X para a contagem e identificação dos rotíferos e microscópio estereoscópio com
aumento de 40X para contagem e identificação dos outros organismos zooplanctônicos.
RESULTADOS
A análise quantitativa do zooplâncton da campanha de inverno registrou a presença de
12 táxons, na sua maioria identificados ao nível específico e infra-específico e, quando não
possível, em categorias inferiores, e representantes de 3 grupos: Cladocera, Copepoda e
Rotifera No período estudado houve predominância dos rotiferos com 67% dos táxons
identificados e os demais, totalizando 33%.
A análise quantitativa do zooplâncton da campanha de primavera registrou a presença
de 18 táxons, na sua maioria identificados ao nível específico e infra-específico e, quando não
possível, em categorias inferiores, e representantes de 3 grupos: Cladocera, Copepoda e
Rotifera (Gráfico 5). No período estudado houve predominância dos rotiferos com 67% dos
táxons identificados e os demais, totalizando 33%.
Gráfico 5: Distribuição das classes fitoplanctônicas na análise quantitativa dos seis pontos de coleta.
8%
25% Cladocera
Copepoda
Rotifera
67%
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A estrutura da comunidade zooplanctônica foi analisada através dos parâmetros
densidade e riqueza específica (Quadro 10) após a avaliação quantitativa dos seis pontos de
amostragem.
O Ponto 01 apresentou a maior densidade (604.687,50 ind./m 3) devido principalmente à
contribuição de rotíferos, na campanha da primavera. Já para o Ponto 05 registrou a menor
densidade, 1.875,00 ind./m 3.
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Gráfico 6: Distribuição da riqueza específica (N° de espécies ou táxons) entre os pontos de amostragens.
12
10
6 Inverno
Primavera
0
Ponto 01 Ponto 02 Ponto 03 Ponto 04 Ponto 05 Ponto 06
Gráfico 7: Distribuição da riqueza específica (N° de espécies ou táxons) por grupo e entre os pontos de
amostragens.
8
4
Cladocera
3 Copepoda
2 Rotifera
0
Inverno
Inverno
Inverno
Inverno
Inverno
Inverno
Primavera
Primavera
Primavera
Primavera
Primavera
Primavera
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Copépodos realizam um papel essencial no fluxo de energia, pois um grande número
de espécies são herbívoras durante o seu desenvolvimento, como Calanoida que possui uma
biomassa maior que a de outros grupos zooplanctônicos. Microcrustáceos possuem uma
grande variedade hábitos e requerimentos alimentares. Vários grandes ciclopoidas são
predadores, alimentando-se de rotíferos, oligoquetas, larvas de quironomídeos e outros
pequenos crustáceos. Harpacticoida tem sua fonte de alimento na matéria orgânica e
partículas finas associadas ao biofilme.
Os rotíferos ocorrem preferencialmente em ecossistemas aquáticos continentais,
apresentando grande diversidade de formas e ocupando vários nichos ecológicos no que ser
refere aos hábitos alimentares, podendo ser onívoros, carnívoros, (incluindo espécies canibais)
e herbívoros.
A distribuição horizontal dos rotíferos é freqüentemente heterogênea e está associada a
vários fatores como, alimentares e ação de correntes produzidas pelo vent o. A distribuição
vertical também é heterogênea, apresentando maior densidade na região do epilímnio onde
ocorre a maior concentração de algas fitoplanctônicas, este grupo geralmente predomina em
reservatórios, pois são organismos r-estrategistas que se reproduzem rapidamente sob
condições hidrodinâmicas estressantes.
Na área do projeto, os rotíferos foram representados principalmente pelas famílias
Brachionidae. A família Brachionidae é considerada uma das mais importantes para o
zooplâncton, compreendendo organismos em geral de hábito planctônico. O gênero
Brachionus é relacionado com águas eutróficas, planctônico normalmente encontrado em
ambientes que apresentam concentração de nutrientes, sendo observado em locais poluídos e
lagoas de estabilização.
As espécies de Keratella são encontradas em ambientes que variam de oligosapróbio a
betamesosapróbio.
Além das alterações na composição e densidade zooplanctônicas, o aumento da
biomassa zooplanctônica tem sido freqüentemente associado ao aumento do estado trófico,
em corpos de água do Brasil como também de outros países, sugerindo que o aumento do
grau de eutrofização, dentro de limites toleráveis, pode levar ao incremento da oferta em
termos de recursos alimentares propiciando maiores quantidades de biomassa zooplanctônica.
A proporção entre os diferentes grupos que compõem a comunidade zooplanctônica
(rotíferos, copépodes e cladóceros) é outra forma de utilização desta comunidade como
indicadora das condições tróficas, sendo a dominância de rotíferos freqüentemente associada
ao aumento da eutrofização.
A baixa densidade e riqueza de espécies nos pontos amostrados pode estar
relacionada com o aumento da intensidade das chuvas que elevou o nível dos corpos de água
favorecendo a dispersão desses organismos.
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A análise de inverno apresentou uma maior densidade de algas em todos os pontos,
devido principalmente a presença de algas bacilariofitas que foi o grupo de algas que
predominou nas duas campanhas amostrais. As fortes chuvas que antecederam a campanha
da primavera podem ter afetado a comunidade zooplanctônica, pois a mesma apresentou
densidades menores quando comparada com a campanha de inverno. O ponto 01, apresentou
grande diferença de densidade de rotiferos provavelmente devido as cheias do rio Camaquã
terem modificado o escoamento de água do arroio.
De maneira geral a comunidade zooplanctônica se manteve com os mesmos grupos
presentes. Era de se esperar um aumento da riqueza e densidade na campanha da primavera
quando comparada com a de inverno. Mas devido as fortes chuvas que afetaram a região da
bacia do rio Camaquã, os valores de densidade e riqueza especifica que foram afetados pelas
chuvas apresentando dessa maneira valores menores que os esperados. Pois ocorreu um
aumento do volume de água, aumentando por sua a vez a velocidade das águas e a turbidez
da mesma. Com menor turbidez ocorre menor penetração da luz na água o que afeta a
comunidade fitoplanctônica de maneira negativa, diminuindo a produtividade primária, o que
leva a menor disponibilidade de alimentos, afetando o desenvolvimento da comunidade
zooplanctônica.
5.3.1. Introdução
O diagnóstico socioeconômico visa apresentar a realidade vivida pela população
residente na área de influência do empreendimento, por meio da utilização de informações
econômicas, sociais, históricas e culturais, que permitem a análise da dimensão da realidade
social, ou seja, é um retrato da realidade que servirá de referência para auxiliar nas decisões
de questões prioritárias e estratégicas a serem atendidas no âmbito do Projeto Caçapava do
Sul.
A área de influência para o meio socioeconômico do Projeto Caçapava do Sul estão
dispostas no Quadro 12:
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Figura 31: Áreas de Influência do Meio Socioeconômico.
5.3.2. Justificativa
O diagnóstico socioeconômico tem por objetivo descrever as características de todos os
aspectos associados às questões econômicas e sociais presentes na área de influência do
empreendimento, de modo a permitir a identificação de demandas e potencialidades que
possam ser influenciados pelo Projeto Caçapava do Sul.
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5.3.3. Metodologia
O diagnóstico do meio socioeconômico foi realizado a partir de pesquisas bibliográficas
e coleta de informações socioeconômicas em bases de dados de órgãos oficiais da União e do
Rio Grande do Sul, como, por exemplo: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE);
Banco de Dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS); Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE); Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada (IPEA); Fundação de Economia e Estatística
(FEE); dentre outros. Também foram realizados levantamentos a campo, junto a infraestruturas
e fontes de informações locais, bem como entrevistas com agentes públicos (prefeituras
municipais) e outras instituições. As atividades de campo foram realizadas entre os dias 03 e
06 de agosto de 2015, neste período foram realizadas doze entrevistas, sendo oito no
município de Caçapava do Sul e quatro em Santana da Boa Vista.
Além disso, foi realizado levantamento de campo na Vila Minas do Cam aquã e
propriedades do entorno, com realização de entrevistas com as famílias residentes, que
ocorreram durante os dias 15 e 22 de julho de 2015. A atividade resultou em 109 entrevistas
efetivamente realizadas em Minas do Camaquã (107 domicílios e dois est abelecimentos
comerciais que não contavam com domicílio) e 46 entrevistas com propriedades rurais na AID.
Durante o trabalho de campo, além das entrevistas, foram levantadas informações e realizados
registros fotográficos que contribuíram para a elaboração do diagnóstico.
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mineiro que compreendia, além da empresa de mineração, uma infraestrutura urbana, muito
bem planejada, composta de equipamentos públicos e comunitários, tais como: estação própria
de tratamento de água e de geração de energia; praça; escola; cinema; clube; hotel; hospital e
igrejas, além das casas que serviam de moradia para os trabalhadores das minas. O complexo
foi desativado na década de 1990, com a venda das minas e desmobilização da mão de obra,
o que causou o seu esvaziamento (Foto 70 à Foto 73).
Foto 70: Antigo hospital, atualmente posto de Foto 71: Igreja em Minas do Camaquã.
saúde.
Foto 72: Cine Rodeio e praça central. Foto 73: Ginásio de esportes local (atualmente
fechado).
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Quadro 13: População Total, taxa de urbanização e densidade populacional na AII, 2010.
Taxa de 2
Unidade territorial População Total Hab./km
Urbanização
Caçapava do Sul 33.690 75,4% 11,06
Santana da Boa Vista 8.242 45,2% 5,80
AII 41.932 69,5% 9,39
Rio Grande do Sul 10.693.929 85,1% 37,96
Fonte: IBGE Censo Demográfico; PNUD Atlas do Desenvolvimento Humano; IBGE Cidades.
Em termos de população, nenhum dos municípios da AII estão crescendo, todos os dois
tiveram taxa de crescimento negativa, seja por seguirem a tendência de estadual de redução
do número de filhos por família, seja por apresentarem baixa atratividade para migração, e pelo
processo de emigração (saída espontânea de um lugar para outro) de sua população em idade
ativa.
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ensino superior da AII é atendida por Caçapava do Sul, outros municípios de referência são:
Bagé, Cachoeira do Sul, Santa Maria e São Gabriel.
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Foto 74: Atividades produtivas nas propriedades Foto 75: Atividades produtivas nas propriedades
rurais da AID. rurais da AID.
Foto 76: Atividades produtivas nas propriedades Foto 77: Atividades produtivas nas propriedades
rurais da AID. rurais da AID.
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(renda per capta), quanto a expectativa de vida ao nascer (longevidade) e o nível de
escolaridade da população adulta, bem como o fluxo escolar da população jovem (educação).
O índice varia da seguinte forma:
Quadro 16: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal.
Faixa Classificação
IDHM entre 0 – 0,499 Muito Baixo Desenvolvimento Humano
IDHM entre 0,500 – 0,599 Baixo Desenvolvimento Humano
IDHM entre 0,600 – 0,699 Médio Desenvolvimento Humano
IDHM entre 0,700 – 0,799 Alto Desenvolvimento Humano
IDHM entre 0,800 e 1 Muito Alto Desenvolvimento Humano
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Falta de infraestrutura (saneamento, limpeza, serviços).
Com relação ao empreendimento o grau de conhecimento dos participantes sobre o
projeto é pequeno, apesar disso, as manifestações em relação a implantação da mina foram
totalmente favoráveis, pois há uma percepção muito positiva do efeito econômico que o
empreendimento teria na região.
Poucos aspectos negativos foram relacionados ao empreendimento, dentre eles,
destaca-se o impacto ambiental, maior preocupação dos participantes e o efeito negativo sobre
a tranquilidade que o local oferece atualmente para a população.
5.4. Arqueologia
5.4.1. Introdução
Apresenta-se nessa seção o programa arqueológico, que será desdobrado nas fases de
levantamento de dados históricos e arqueológicos, diagnóstico, acompanhamento e
salvamento arqueológico. A finalidade deste programa é de nortear os estudos subsequentes
que irão avaliar e identificar os possíveis pontos de instalação do empreendimento Mineração
Santa Maria, que consiste na implantação e Exploração de Jazida e Infraestrutura consiste em
lavra a céu aberto e produção de concentrados no local. O empreendimento será instalado
próximo a Minas do Camaquã, situado no 3º distrito do município de Caçapava do Sul/RS. A
Área Diretamente Afetada (ADA) do empreendimento encontra-se no terço superior da bacia
hidrográfica do Rio Camaquã, região chamada de Alto Camaquã, a uma distância mínima
aproximada de 700m do rio. A Área Diretamente Afetada (ADA) compreende aproximadamente
a 1500 hectares. Esse conjunto de elementos subsidiará a pesquisa arqueológica na área
proposta para instalação do projeto.
Os dados levantados e descritos neste programa atendem ao RIMA e, procedimento
que sintetiza estudos de avaliação de impactos sob os meios naturais e antrópicos. No
decorrer da presente pesquisa, será adotada o Artigo 7º da Lei Federal n. 3.924 de 26 de julho
de 1961 em consonância a Portaria n. 07/1988, a Portaria Interministerial n. 60/2015 e a
Instrução Normativa n. 01/2015 que regem os estudos de impacto ambiental/cultural e os
procedimentos dos licenciamentos ambientais/culturais perante aos órgãos federais, Centro
Nacional de Arqueologia (CNA) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
O estudo do patrimônio cultural em processos de licenciamento ambiental deve
possibilitar a avaliação precisa do potencial arqueológico de uma determinada área, bem como
a identificação das possibilidades de impacto decorrentes da implantação do empreendimento,
buscando conciliar a execução das obras com a preservação do patrimônio cultural, nos termos
da legislação vigente.
O projeto de arqueologia preventiva deve propiciar a elaboração de um plano de
levantamento bibliográfico e de documentação em arquivos, diagnóstico, monitoramento,
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salvamento e educação patrimonial, orientado pela potencialidade de cada compartimento
ambiental pesquisado. Busca-se compreender os modos pretéritos de uso, de vestígios ou
ocupações da paisagem e, ao mesmo tempo, facilitar a compreensão acerca dos padrões de
assentamento/resíduo e inserção dos sítios arqueológicos em uma determinada região.
As ações a serem desenvolvidas propõem-se à coleta de dados de forma precisa, a fim
de avaliar as reais possibilidades de impacto negativo e irreversível ao patrimônio
arqueológico, lembrando que “no caso dos recursos arqueológicos, impacto é qualquer
alteração em seu status quo, decorrente, direta ou indiretamente [...] de ações executadas para
a implantação de empreendimentos de engenharia que afetem o solo” (CALDARELLI, 1997, p.
01).
5.4.2. Objetivo
Realizar levantamento de dados históricos e arqueológicos, de forma a subsidiar as etapas
do diagnóstico, monitoramento, salvamento/resgate e educação patrimonial na área de
implantação do empreendimento visando à salvaguarda e valorização do patrimônio
arqueológico.
5.4.3. Justificativa
Os sítios arqueológicos e seu conteúdo cultural são considerados bens patrimoniais da
União, conforme Artigo 7º da Lei Federal n. 3.924 de 26 de julho de 1961. A implementação do
projeto de levantamento de dados históricos e arqueológicos, diagnóstico, monitoramento,
salvamento arqueológico e educação patrimonial visa compatibilizar a implantação do
empreendimento com a preservação do patrimônio cultural, histórico e arqueológico presente
em sua área de influência direta e indireta, contribuindo para a construção do conhecimento
acerca dos processos de vestígios ou ocupações humanas ocorridos na região e possibilitando
sua restituição à população local e à memória sociocultural, além de propiciar o envolvimento
da comunidade através do desenvolvimento de atividades de ações educativas, no intuito de
estimular a identificação, reconhecimento e apropriação do patrimônio cultural regional e
nacional.
As Portarias n. 07/1988 e Interministerial n. 60/2015, e a Instrução Normativa n.
01/2015, assim como, Lei n. 10.166/2000, que regem os estudos de impacto ambiental/cultural
e os procedimentos dos licenciamentos ambientais/culturais perante os órgãos do Centro
Nacional de Arqueologia (CNA) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(IPHAN), com finalidade de avaliar os impactos ambientais gerados por atividades e/ou
empreendimentos potencialmente poluidores ou que possam causar degradação
ambiental/cultural e propor medidas de mitigação e de controle ambiental/cultural, procurando
garantir o uso sustentável dos recursos naturais e a preservação patrimonial. Implica também
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na determinação do grau de impacto do empreendimento e seu respectivo percentual para fins
de compensação ambiental/cultural.
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Estes vestígios pré-coloniais, também conhecidos como pré-históricos, possuem
datações entre 10.000 AP (MENTZ RIBEIRO, 2001), podem ser divididos em pré-ceramistas e
ceramistas (SCHMITZ, GIRELLI e ROSA, 1997). Embora o sítio RS-I-50 no arroio Lajeado dos
Fósseis em Quaraí, escavado por Eurico Miller na década de 1970 apresente a datação de
12.770±220 AP (DIAS e JACOBUS, 2003), a qual é contestado por diversos profissionais
devido ao contexto em que se encontra o sítio.
As relações entre os vários grupos humanos da pré-história ainda não são bem
compreendidas. Para estudá-los, os arqueólogos e antropólogos os agruparam por caracteres
culturais, a partir dos hábitos, dos instrumentos e técnicas de produção. É desse critério que
surgem as denominações como as tradições Umbu, Humaitá, Vieira, Taquara, Tupiguarani
(MILDER, 1998). Essas diversas tradições são agrupadas em pré-ceramistas, grupos de
caçadores, coletores e pescadores nômades e que não dominavam a técnica da confecção da
cerâmica, já os ceramistas são grupos de caçadores, horticultores e pescadores que manejam
a técnica da confecção de cerâmica.
A história dos Povos Indígenas do Brasil é essencial para compreendermos o processo
histórico de formação da sociedade brasileira, além disso, sem ela “não poderemos explicar o
Brasil contemporâneo” (BESSA FREIRA, 2009, p. 1). É com isso em mente que
desenvolvemos aqui um breve histórico das populações indígenas do Rio Grande do Sul. Não
apenas por interesse de compreender as ações e acontecimentos ocorridos nas diferentes
regiões do Estado acerca dos indígenas, o que ajuda a analisar e procurar vestígios
arqueológicos, mas também para abranger os processos sociais, políticos, culturais e
econômicos que permeiam a relação da sociedade abrangente para com os povos indígenas
ao longo da história. Um entendimento disso não apenas soma para a pesquisa sobre a cultura
material arqueológica, mas também para a construção da história do Rio Grande do Sul e para
ações socioeducativas, como por exemplo, oficinas de Educação Patrimonial.
No século XVIII, o território que hoje compreende o município, era uma clareira (tendo
sido anteriormente um local de acampamento de indígenas charruas), conhecida como
“Paragem de Cassapava” e já era utilizada por tropeiros e bandeirantes que agrupavam gado
xucro na região para pastoreá-lo na região, antes de leva-lo para o norte do país (MORAIS,
2013, p.42). Por volta de 1777, o grupo militar Dragões de Rio Pardo (soldados portugueses)
acamparam na região, devido à localização estratégica para defesa do território contra os
espanhóis. Segundo Abrão (1992, p.7-8; apud MORAIS, 2013), o primeiro dono das terras
deste novo povoado foi Vicente Venceslau Gomes de Carvalho, que teria vendido ao Capitão
dos Dragões, Francisco de Oliveira Porto, em 1792.
Devido a ótima localização já citada, a região de Caçapava sempre esteve envolvida em
diferentes momentos de guerras e de movimentos revolucionários; durante a Revolução
Farroupilha, se destacou através do Regimento dos Lanceiros de Caçapava, posteriormente
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obteve o título de Segunda Capital Farroupilha (antes mesmo de se tornar oficialmente cidade)
no período de janeiro de 1839 a maio de 1840, quando foi tomada pelas tropas do Exército
Imperial. Durante a Revolução Federalista (1893), Caçapava mais uma vez teve seu território
percorrido por combates e deslocamentos de tropas; e nos anos seguintes sua localização
privilegiada sempre manteve o município em evidência (ABRÃO, 1992; apud, MORAIS, 2013,
p.43). Caçapava é criada como Distrito com tal denominação, pela Lei Provincial n. 129, de 28
de junho de 1848, sendo subordinado ao município de Cachoeira.
É elevado à categoria de vila com a denominação de Caçapava, pelo Decreto de 2510-
1831, desmembrando-se de Cachoeira. Sendo elevada à condição de cidade pela Lei
Provincial n. 1535, em 09 de dezembro de 1885. Apenas em 1944, que, pelo Decreto-lei
Estadual n. 720, o município e o distrito de Caçapava passaram a denominar-se Caçapava do
Sul.
Apesar de seu destaque e importância na história, para Abrão (apud MORAIS, 2013,
p.43-4), Caçapava jamais alcançaria relevância econômica mais contínua e estável sem a
produção mineral. Os primeiros registros de licença para exportação do cobre são de 4 de
janeiro de 1868. As atenções econômicas voltaram-se para as atividades mineiras de extração
do cobre – descoberto por mineiros ingleses que garimpavam ouro na região, em
aproximadamente 1865. Esta descoberta resultou na localização de uma jazida e na abertura
de uma galeria – este local foi denominado de Minas do Camaquã, constituindo-se em um
marco da história da mineração no Sul do Brasil, sendo considerada, entre as décadas de 1940
e 1990 (o auge da mineração de cobre na região), a “Capital Brasileira do Cobre” (PAIM, 2009;
apud MORAIS, 2013, p. 43-4).
Atualmente o município de Caçapava do Sul tem como base de sua economia o setor
primário na pecuária, agricultura, indústria e mineração – responsável pela produção de mais
de 85% do calcário do Estado do Rio Grande do Sul (op.cit., p. 44). Segundo o censo do IBGE
de 2015, Caçapava possui 33.690 habitantes, a área da unidade territorial é de 3.047,133 km²,
tendo assim uma densidade demográfica de 11,06 hab/km². O Índice de Desenvolvimento
Humano do Município é de 0,704. Em dezembro de 2011, Caçapava do Sul passa a participar
do Programa de Aceleração das Cidades Históricas (PAC Cidades Históricas). O município
conta ainda com uma Terra Indígena em estudo para homologação: Irapuá, de um grupo
Guarani.
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6. AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
6.1. Introdução
A avaliação de impacto ambiental pode ser definida, segundo Bolea (1984), como
“estudos realizados para identificar, prever, interpretar e prevenir os efeitos ambientais que
determinadas ações, planos, programas ou projetos podem causar à saúde, ao bem-estar
humano e ao ambiente, incluindo alternativas ao projeto ou ação, e pressupondo a participação
do público.
A avaliação dos impactos ambientais se deu por meio do emprego de um método
atualizado, envolvendo uma equipe multidisciplinar para que melhor fossem analisados e
avaliados os impactos decorrentes das ações e atividades do empreendimento em questão.
Esta avaliação foi realizada em um seminário, com a presença de uma equipe
multidisciplinar, onde houve a apresentação do empreendimento e dos conceitos que
nortearam a AIA, a equipe multidisciplinar foi dividida em grupos de acordo com suas
especialidades, onde cada grupo ficou responsável pela avaliação dos impactos de sua área
de competência. Inicialmente os impactos foram discutidos internamente pelos grupos e após
foram explanados para toda a equipe, havendo uma discussão final para aplicação do método.
6.2. Justificativa
6.3. Metodologia
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manifestações. A duração remete ao caráter temporário ou permanente do impacto. A
temporalidade remete a manifestação do impacto, se será em curto ou longo prazo. A
reversibilidade trata se os fatores afetados possuem capacidade de retornar às suas condições
originais, depois de cessada as ações. A abrangência, se o impacto se manifestará apenas
localmente ou regionalmente. A magnitude refere-se ao grau de incidência do impacto sobre o
fator ambiental, possuindo quatro escalas, de insignificante à alta. E a probabilidade refere-se a
chance que o impacto possui de ocorrência, dividida em três categorias, de baixa à alta.
6.4. Resultados
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Aumento da taxa de recarga hídrica subterrânea devido à
exposição de unidades geológicas
Aumento da taxa de descarga subterrânea devido a exposição de
unidades geológicas
Supressão de nascente/olho d'água e alteração do local de
descarga devido à implantação do empreendimento
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Interferência no trajeto natural da rede de drenagem em virtude da abertura de novas cavas e formação de
pilhas
Aumento da ocorrência de processos erosivos e produção de sedimentos em virtude da operação do
empreendimento e abertura de novas cavas
Aumento da ocorrência de processos erosivos pela exposição dos solos aos agentes erosivos
Alteração da taxa de recarga e dinâmica hídrica subterrânea devido à abertura das cavas, rebaixamento de
nível d'água subterrânea, e formação e expansão de pilhas de rejeito e estéril
Assoreamento dos cursos d'água pela formação e expansão de pilhas de rejeito e estéril
Contaminação de recursos hídricos subterrâneos por óleos e graxas provenientes do maquinário na operação
Diminuição ds qualidade da água dos corpos hídricos em virtude da abertura de cavas, formação e expansão
das pilhas de rejeito e estéril
Diminuição da qualidade da água de corpos hídricos pelo lançamento de efluentes sanitários e de drenagem
Alteração da qualidade do ar pela emissão de material particulado pelo uso de maquinária de beneficiamento
Aumento dos níveis de ruído devido à operação de usina de beneficiamento e circulação de veículos
Aceleração do processo de intemperismo devido a exposição dos solos aos agentes erosivos
Aumento do escoamento superficial devido à exposição dos solos aos agentes erosivos
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Aumento da taxa de recarga hídrica subterrânea devido à recomposição da cobertura
vegetal
Assoreamento dos cursos d'água devido à formação das pilhas de estéril e rejeito
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Supressão da vegetação devido à implantação de infraestrutura
Redução da biodiversidade
Supressão de APP
Atropelamento da fauna
Afugentamento da fauna
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Supressão da vegetação
Supressão de APP
Atropelamento de fauna
Afugentamento de fauna
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6.4.3. Impactos no Meio Socioeconômico
Planejamento
terceirizados
Efeito forasteiro
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Geração de riqueza / aumento da arrecadação de impostos com a contratação de serviços
terceirizados
Geração de empregos
Tendo em vista os impactos acima mencionados, foram criados planos, com o intuito de
mitigar as ações que causarão estes impactos, tais planos serão colocados em prática durante
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todas as fases de do empreendimento, quando cabíveis. Os planos estão ilustrados na figura
abaixo.
Plano de Revegetação
Plano de Descomissionamento
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7. COORDENAÇÃO DO EIA/RIMA
___________________________________
Geólogo Eduardo Centeno Broll Carvalho
Coordenador do EIA/RIMA
CREA/RS 128.474-D
___________________________________
Ivanor Antonio Sinigaglia
Coordenador Técnico
CREA/RS 97259-D
___________________________________
Daniel Araújo
Coordenador Técnico
CRBio 041216-03
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8. GLOSSÁRIO
Abiótico: Que não diz respeito aos seres vivos. Opõe-se a biótico.
Abundância: em ecologia, é o número relativo de indivíduos de cada espécie,
encontrado em uma determinada área.
Ação antrópica: dá-se o nome de ação antrópica a qualquer modificação efetuada pelo
ser humano no ambiente natural, como por exemplo, desmatamentos, queimadas e poluição.
Afluente: rios ou cursos d‟ água menores que deságuam em um rio ou curso d‟ água
principal.
Água subterrânea: água que preenche os poros e fraturas das rochas abaixo da
superfície terrestre na zona de saturação e que é o manancial hidrogeológico da Terra.
Alevino: estágio de desenvolvimento dos peixes posterior ao estágio larva e anterior ao
estágio juvenil.
Algas: organismos muito diversos, ocorrendo geralmente em ambientes aquáticos,
quase sempre fotossintéticos e possuindo clorofila a.
Alteração hidrotermal: conjunto de processos químicos que afetam as rocas,
induzidos por soluções aquosas quentes de várias origens (meteórica, magmática,
metamórfica) e que circular
Aluvional: depósitos sedimentares produzidos por rios ou leques. Depósitos suspensos
nas margens do canal constituem antigos terraços.
Área Diretamente Afetada (ADA): área que sofre diretamente as intervenções de
implantação e operação de um empreendimento, considerando alterações físicas, biológicas e
socioeconômicas.
Área de Influência Direta (AID): área diretamente influenciada pelos impactos de um
empreendimento.
Área de Influência Indireta (AII): área indiretamente influenciada pelos impactos de um
empreendimento.
Área de Preservação Permanente (APP): área protegida nos termos dos artigos 2° e
3°, da Lei N° 12.651/12 (Código Florestal Nacional), coberta ou não por vegetação nativa, com
a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das
populações humanas.
Áreas Alagadiças: áreas ou terrenos que se encontram temporariamente saturados de
água decorrente das chuvas, devido à má drenagem.
Arenito: rocha de origem sedimentar, resultante da junção dos grãos de areia através
de um cimento natural.
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Associação vegetal relevante: comunidade vegetal de importância regional ou local,
com características fitofisionômicas e fitossociológicas específicas inerentes a um determinado
ecossistema.
Audiência Pública: reunião pública, transparente e de ampla discussão em que a que se
vislumbra a comunicação entres os vários setores da sociedade com as autoridades públicas.
Avaliação de Impacto Ambiental: série de procedimentos legais, institucionais e técnico-
científicos, com o objetivo caracterizar e identificar impactos potenciais na instalação futura de um
empreendimento, ou seja, prever a magnitude e a importância desses impactos.
Avifauna: fauna de aves.
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compreendendo várias comunidades em diferentes estágios de evolução, porém denominada
de acordo com o tipo de vegetação dominante: mata tropical, campo, etc.
Biomassa: quantidade total de matéria viva existente num ecossistema ou numa
população animal ou vegetal.
Biótico: que diz respeito aos seres vivos. Opõe-se a abiótico.
Caducifólia: plantas ou vegetações que não se mantêm verdes durante todo o ano,
perdendo as folhas na estação seca ou no inverno.
Camada Eufótica: camada superior de uma extensão de água na qual penetra luz
suficiente para permitir o crescimento de organismos, geralmente tido como a camada onde a
intensidade da luz é de no mínimo 1% da intensidade na superfície.
Campo Limpo: predomínio de gramíneas.
Campo Sujo: formação com apenas um andar de cobertura vegetal, constituída
principalmente de leguminosas, gramíneas e ciperáceas de pequeno porte, inexistindo
praticamente formas arbustivas.
CAPEX: Sigla da expressão inglesa capital expenditure, que em português significa
despesas de capital ou investimento em bens de capital. Designa o montante de dinheiro
despendido na aquisição de bens de capital de uma determinada empresa.
Capoeira: formação vegetal sucessora, proveniente de corte raso das florestas ou pelo
abandono de áreas com qualquer outro uso, constituída, principalmente, por espécies pioneiras
nativas da região, até a altura máxima de 3 (três) metros.
Carreamento: ato de carrear, arrastar, conduzir.
Cenozóico: era geológica que compreende o intervalo de tempo que vai de 65 milhões
de anos atrás até os dias atuais, estando constituída por três períodos geológicos conhecidos
como Quaternário, Neógeno e Paleógeno.
Chumbo: elemento químico metálico denso, símbolo: Pb.
Clima Cfa: clima subtropical, com verão quente.
Coluna estratigráfica: diagrama ou quadro que explicita a relação cronológica das
rochas de uma região, mostrando o empilhamento de unidades estratigráficas, as superfícies
de discordância e as feições intrusivas, entre outras.
Comunidade: uma associação de populações inter-relacionadas que habitam uma
mesma área ou região.
Conglomerado: depósito rudítico, com clastos superiores a 2 mm de diâmetro, de
origem diversa, imersos em matriz.
Corpo Hídrico: acúmulo de água sob a forma de lago, açude, córrego, rio, banhado,
etc.
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Corredores Ecológicos: as porções dos ecossistemas naturais ou semi-naturais,
ligando unidades de conservação e outras áreas naturais, que possibilitam entre elas o fluxo de
genes e o movimento da biota, facilitando a dispersão de espécies e a recolonização de áreas
degradadas, bem como a manutenção de populações que demandam, para sua sobrevivência,
áreas com extensão maior do que aquela das unidades individuais.
Cretáceo: é o último período geológico da era Mesozóica. Abrange o intervalo de tempo
entre 136 e 65 milhões de anos.
Curva de nível: linha que representa, em mapa, pontos de mesma altitude do terreno.
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sementes que devem passar pelo aparelho digestivo de animais para que possam germinar e
até sementes que são carregadas por correntes oceânicas.
Diversidade Biológica: é a variedade de genótipos, espécies, populações,
comunidades, ecossistemas e processos ecológicos existentes em uma determinada região.
Isto significa a variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre
outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos
ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre
espécies e de ecossistemas. Variedade de indivíduos, comunidades, populações, espécies e
ecossistemas existentes em uma determinada região (Resolução CONAMA 012/94).
Diversidade Genética: variabilidade na formação genética de diferentes indivíduos de
uma mesma espécie; assegura a sobrevivência da espécie; assegura a sobrevivência da
espécie a longo prazo pois, com todos os genes iguais, os indivíduos ficam igualmente
expostos a adversidades, tornando a espécie uniformemente vulnerável.
Drenagem: escoamento da água de uma bacia hidrográfica.
Ectotérmicos: designação de seres vivos animais cuja fonte de calor corporal provém
fundamentalmente do meio exterior.
Educação Ambiental: todo o processo educativo, que utiliza metodologias diversas,
alicerçadas em base científica, com objetivo de formar indivíduos capacitados a analisar,
compreender e julgar problemas ambientais, na busca de soluções que permitam ao homem
coexistir de forma harmoniosa com a natureza. Processo de aprendizagem e comunicação de
problemas relacionados à interação dos homens com seu ambiente natural.
Efluentes: são geralmente produtos líquidos ou gasosos produzidos por indústrias ou
resultante dos esgotos domésticos urbanos, que são lançados no meio ambiente.
Endêmico: nativo de uma determinada área geográfica ou ecossistema e restrito a ela.
Enriquecimento: plantio de mudas no interior de uma floresta ou formação semelhante,
com a finalidade de recomposição florística;
Epífitas: são, por etimologia, plantas sobre plantas, ou seja, espécies vegetais que
estão estabelecidas e vivem sobre outros exemplares. As epífitas jamais buscam alimento nos
organismos hospedeiros. Suas raízes superficiais não absorvem a seiva da planta hospedeira,
não há qualquer relação de parasitismo. Ou seja, a presença de epífitas não prejudica a árvore
ou arbusto onde elas vegetam. A incidência de espécies epífitas tende a diminuir à medida que
se aumenta a distância para a Linha do Equador, ou afasta-se das florestas úmidas para áreas
mais secas, mesmo assim, na Floresta Atlântica são encontradas com freqüência.
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Epifitismo: forma de relação harmônica unilateral interespecífica das plantas que se
desenvolvem sobre outras sem prejudicá-las.
Equitabilidade: distribuição dos organismos nas espécies de uma comunidade.
Erosão: envolve todos os processos de desagregação e remoção do material rochoso.
Espécie Ameaçada de Extinção: espécie em perigo de extinção, cuja sobrevivência é
improvável, se continuarem operando os fatores causais. Inclui populações reduzidas em
níveis críticos e habitats drasticamente reduzidos.
Espécie Autóctone: planta nativa, indígena, que ocorre como componente natural da
vegetação de um país. Espécies nesta categoria são de origem exclusiva e não apresentam
populações ancestrais em territórios estrangeiros (ex.: milho, com origem do México).
Espécie Cinegética: espécie considerada alvo de caça.
Espécie Exótica: espécie que por algum motivo está ocorrendo fora do seu limite de
distribuição geográfica natural.
Espécie Indicadora: aquela cuja presença indica a existência de determinadas
condições no ambiente em que ocorre (Resolução CONAMA 012/94). Que é usada para
identificar as condições ou mudanças ecológicas num ambiente determinado.
Espécie Nativa: espécie que ocorre dentro de seu limite geográfico natural.
Espécie Pioneira: aquela que se instala em uma região, área ou hábitat anteriormente
não ocupada por ela, iniciando a colonização de áreas desabitadas (Resolução CONAMA
012/94).
Estado Trófico: qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes orgânicos.
Estratificação cruzada: estratificação cujas camadas aparecem inclinadas umas em
relação às outras, e em relação ao seu plano basal de sedimentação. São comuns em
depósitos eólicos (dunas) e fluviais.
Estratificação: disposição paralela ou subparalela que tomam as camadas ao se
acumularem formando uma rocha sedimentar. Normalmente é formada pela alternância de
camadas sedimentares com granulação e cores diferentes, ressaltando o plano de
sedimentação.
Estudo de Impacto Ambiental: identifica e avalia os impactos ambientais gerados nas
fases de implantação e operação da atividade.
Exploração: reconhecimento detalhado de um depósito mineral.
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condições metamórficas, variação sedimentológicas vertical e horizontal, bem como variações
composicionais e texturais das rochas ígneas, metamórficas e sedimentares.
Falha: superfície ou zona de rocha fraturada ao longo da qual houve deslocamento
vertical ou horizontal, o qual pode variar de alguns centímetros até quilômetros.
Feldspato: mineral. Constitui uma família de minerais alumossilicatos de potássio
(kfeldspatos como ortoclásio, sanidina), sódio e cálcio (grupo dos plagioclásios),
principalmente.
Fisionomia: feições características no aspecto de uma comunidade vegetal (Resolução
Conama 012/94. Art. 1.º).
Fitofisionomia: é a particularidade vegetal ou a flora típica de uma região.
Fitoplâncton: conjunto dos organismos aquáticos microscópicos que têm capacidade
fotossintética e que vivem dispersos flutuando na coluna de água.
Fitossociologia: ciência das comunidades vegetais, que envolve o estudo de todos os
fenômenos que se relacionam com a vida das plantas dentro das unidades sociais. Retrata o
complexo vegetação, solo e clima. Parte da ecologia dedicada ao estudo das associações e
inter-relações entre as populações de diferentes espécies vegetais. Flora. Reino vegetal.
Conjunto da vegetação de um país ou de uma região. Tratado descritivo dessa vegetação. A
totalidade das espécies vegetais que compreende a vegetação de uma determinada região,
sem qualquer expressão de importância individual. Compreende também as algas e
fitoplânctons marinhos flutuantes. A flora se organiza geralmente em estratos, que determinam
formações específicas como campos e pradarias, savanas e estepes, bosques e florestas e
outros.
Flagelados: são seres unicelulares, heterotróficos, ainda que alguns apresentem
cloroplastos com pigmentos, que lhes permite a síntese do seu próprio alimento.
Flora Silvestre: Todas as plantas que crescem livremente em seu ambiente natural.
Floresta degradada: floresta que sofreu intervenção antrópica muito acentuada, a ponto de
descaracterizá-la em termos de estrutura e composição florística.
Flotação: método de separação de misturas.
Formação: unidade litoestratigráfica fundamental na nomeclatura estratigráfica formal.
Caracteriza-se por um corpo de rochas identificado pelas suas características líticas e sua
posição estratigráfica. Ela deve ser mapeável em superfície ou em subsuperfície.
Fossorial: é um organismo adaptado a escavação e a viver sob o solo.
Fotossíntese: via de biossíntese na qual a energia luminosa, captada por um ou mais
pigmentos, e um doador de elétron (mineral ou orgânico) permitem a utilização de matéria
mineral para a síntese de compostos orgânicos.
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Geologia: é a ciência que estuda a Terra, sua composição, estrutura, propriedades
físicas, história e os processos que lhe dão forma.
Geomorfologia: é a ciência que estuda a gênese e a evolução das formas de relevo
sobre a superfície da Terra, onde estas formas são resultantes dos processos atuais e
pretéritos ocorridos nos litotipos existentes. Os processos ou fatores que definem esta evolução
podem ser exógenos ou modeladores (climas antigos e atuais, vegetação e solos) e
endógenos ou formadores de relevo (tectônica e a geologia).
Granito: rocha magmática de granulação grosseira, solidificada em profundidade,
composição acida, composta essencialmente por minerais claros como quartzo (SiO2),
feldspato alcalino (SiO2, Al2O3 e K2O) e plagioclásio (Al2O3, Na2O e CaO). O seu equivalente
vulcânico denomina-se riolito.
Grupo: unidade formal de categoria imediatamente superior à formação. O grupo deve
ser formado por duas ou mais formações. As formações que compõem um grupo não
necessitam serem as mesmas em toda a sua área de ocorrência.
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Lavra: é o conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento industrial
da jazida, desde a extração das substâncias minerais úteis que contiver, até o beneficiamento
das mesmas.
Leques Aluvionais: depósitos pós-tectô-nicos, em forma de leque e cuja litologia varia
de ruditos a arenitos, em geral com muito pouco pelito. Provém de enxurradas que transportam
o material por suspensão.
Layout: engloba elementos como texto, gráficos, imagens e a forma como eles se
encontram em um determinado espaço.
Licença Ambiental: ato administrativo pelo qual o órgão ambiental, no caso do Rio
Grande do Sul a FEPAM, estabelece condições, restrições e medidas de controle ambiental
que deverão ser obedecidas pelo empreendedor
Lineamento: feição linear, topograficamente representada por vales alinhados ou
cristas, geralmente indicando a presença de fraturas e/ou falhas geológicas.
Litotipo: Quando se caracteriza um fácies litológico como uma rocha ou uma
associação de rochas, para distinguir de outras rochas ou associações litológicas em estudo,
considerado qualquer aspecto genético, composicional, químico ou mineralógico, morfológico,
estrutural ou textural distintivo para fins de referência em um estudo geológico.
Lixiviado: líquido produzido quando a água percola através de qualquer material
permeável.
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Medidas mitigadoras: são aquelas destinadas a prevenir impactos negativos ou
reduzir sua magnitude. É preferível usar a expressão "medida mitigadora" em vez de "medida
corretiva", uma vez que a maioria dos danos ao meio ambiente, quando não pode ser evitada,
pode apenas ser mitigada ou compensada.
Memorial descritivo: normalmente possui o objetivo de explicitar, na forma de um
texto, as informações mais importantes de um projeto.
Mesozoico: designação dada a uma era do tempo geológico que abrange o intervalo
compreendido entre 250 a 65 milhões de anos atrás. Esta era é formada pelos períodos
geológicos: Cretáceo, Jurássico e Triássico.
Mica: mineral. Grupo de minerais filossilicáticos (hábito em placas ou folhas)
constituídos como silicato de alumínio hidratado com cátions como Mg, Fe, K, Li e outros
caracterizando várias espécies minerais como biotita e muscovita.
Minério: é um mineral ou uma associação de minerais (rocha) que pode ser explorado
economicamente.
Moega de recepção: estruturas empregadas para recepção de produto a granel.
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Plano Diretor: um plano que, a partir de um diagnóstico científico da realidade física,
social, econômica, política e administrativa da cidade, do município e de sua região,
apresentaria um conjunto de propostas para o futuro desenvolvimento socioeconômico e futura
organização espacial dos usos do solo urbano, das redes de infra-estrutura e de elementos
fundamentais da estrutura urbana, para a cidade e para o município, propostas estas definidas
para curto, médio e longo prazos.
Produtividade Primária: produção de matéria orgânica a partir de compostos
inorgânicos pelos organismos autotróficos - plantas verdes, algas e algumas bactérias.
Prospecção: reconhecimento geral de uma jazida mineral.
Pteridófita: plantas sem flores que se reproduzem por esporos. Ex.: samambaias,
xaxins e avencas (Resolução CONAMA 012/94). Espécie vegetal que forma esporângios, nas
folhas ou em folhas modificadas, procedentes dos esporos formados pela planta mãe.
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Rocha ígnea: rocha que cristalizou a partir de um magma.
Rocha sedimentar: rocha constituída pela acumulação de sedimentos clásticos,
químicos e/ou biogênicos e que sofre diagênese ou litificação.
Rochas sedimentares siliciclásticas: são gerados a partir de rochas compostas
predominantemente por silicatos.
Rocha vulcânica: rocha proveniente de atividade magmática que ascende na crosta
terrestre através de vulcões, diques e sills, solidificando-se na superfície ou a pequenas
profundidades da crosta.
Talude: sinônimo de vertente (talude natural). Talude artificial quando feito pelo homem,
podendo ser devido à remoção de material (talude de corte) ou acúmulo (talude de aterro).
Talvegues: linha formada pela intersecção das duas superfícies formadoras das
vertentes de um vale. É o local mais profundo do vale, onde correm as águas de chuva, dos
rios e riachos.
Táxon: qualquer uma das unidades de nomenclatura científica dos seres vivos.
Textura: do ponto de vista geológico-petrográfico, trata-se de uma designação utilizada
para caracterizar o arranjo existente entre os diferentes minerais constituintes de uma rocha e
que confere uma determinada aparência à esta. Ex.: textura fina, textura grossa ou textura
porfirítica, significando a presença de grandes cristais rodeados por cristais menores.
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Trade-Off: expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ele se
caracteriza em uma ação econômica que visa à resolução de problema, mas acarreta outro,
obrigando uma escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se
obter outro bem ou serviço distinto.
Translocação de fauna: captura e transferência de animais selvagens de uma parte de
sua área natural para outra.
Turfa: material orgânico natural, combustível, preto-amarronzado, composto por restos
parcialmente decompostos, mas ainda estruturados de vegetais que crescem continuamente
em áreas paludosas acumulando-se em depósitos que muitas vezes tem interesse econômico.
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9. REFERÊNCIAS
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