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novembro ' 1973

Neste Número
3 O Caminho É Um Só — Pres. M arion G. Romney

6 Munique ‘73

12 Os Desafios de “ Munique ‘73"

14 Três Aspectos Do Livre Arbítrio — Élder Thomas S. Monson

17 Indique Gentilm ente O Caminho — M ild re d Barthel


Publicaçãc Mensal d'A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias
20 Como Ser Um “ Cobra” — Bjarne C hriste n se n

23 A Criação

26 Canivetes E Basebol — Élder D e lb e rt L. S tapley

28 A Bola De Futebol — S h e rrie Johson

31 Uma Entrevista Com O Bispo Victor L. Brown

33 Os Bispos Presidentes Da Igreja

34 Atalia, Avisa Os ímpios — Élder Ezra T a ft Benson

38 Agora Permanecem A F é , . . . — B ispo Vaughn J. F eatherstone

CAPA 41 Canários Amarelos Salpicados De Cinzentos — Élder Thomas S. Monson


Parque Olímpico em Munique, Alemanha, local
da terceira conferência geral de área da igreja. 44 A Salvação Vem Pela Igreja — Élder M ark E. Petersen
VEJA PAG. 6.
48 Os Construtores De Capela

50 Os Novos M ateriais Do Centro Editorial

A LIAHONA — Edição brasileira do "The CONSELHO DOS DOZE


Unified Magazine" d'A Igreja de Jesus Cristo Spencer W. Kimball
dos Santos dos Úitimos Dias, acha-se regis­ Ezra Taft Benson
trada sob o número 93 do livro B, n.° 1, de Mark E. Petersen
M atrículas de Oficinas Impressoras de Jornais Delbert L. Stapley
e Periódicos, conforme o Decreto n.° 4857 de LeGrand Richards
9-11-1930. “ The Unified Magazine” é publicado, Hugh B. Brown
sob outros títu lo s, também em alemão, chi­ Howard W. Hunter
nês, coreano dinamarquês, espanhol, finlan­ Gordon B. Hinckley
SUBSCRIÇÕES: Toda a correspondência sobre dês, francês, holandês, inglês, italiano, ja­ Thomas S. Monson
assinaturas deverá ser endereçada ao Depar­ ponês, norueguês, samoano, suéco, taitiano Boyd K. Packer
tamento de Assinaturas, Caixa Postal 19079 e tonganês. Composta pela Linotipadora Godoy Marvin J. Ashton
São Paulo, SP. Preço da assinatura anual para Ltda., R. Abolição, 263. Impressa pela Editora Bruce R. McConkie
o Brasil: Cr5 15,00; para o exterior, simples: Gráfica Lopes, R. Francisco da Silva Padro,
USS 3,00; aérea: USS 7,00. Preço do exemplar 172, São Paulo, SP. Devido à orientação segui­ COMITE DE SUPERVISÃO
avulso em nossa agência: CrS 1,50; exemplar da por esta revista, reservamo-nos o direito J. Thomas Fyans, Diretor-Gerente de Comuni­
atrasado: CrS 1,80. As mudanças de endereço de publicar somente os artigos solicitados cações Internas; John E. Carr, Diretor de
devem ser comunicadas indicando-se o antigo pela redação. Não obstante, serão bem-vindas Distribuição e Tradução; Doyle L. Green, Di­
e o novo endereço. todas as colaborações para apreciação da re­ retor de Revistas da Igreja; Daniel H. Ludlow,
dação e da equipe internacional do “ The Uni­ Diretor de Materiais de Instrução.
fied Magazine” . Colaborações espontâneas e
matéria dos correspondentes estarão sujeitas
a adaptações editoriais. EDITOR
Larry H iller

EDITOR RESPONSÁVEL
A PRIMEIRA PRESIDÊNCIA O siris G. Cabral
Harold B. Lee
N. Eldon Tanner REDATOR
Marion G. Romney Wilson Taveira
Mensagem da Primeira Presidência
Presidente Marion G. Romney
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência

O Caminho É Um Só
“ .. .ainda que nós mesmos ou um anjo do mos culpados, Deus nos castigará com uns
céu vos anuncie outro Evangelho além do que poucos açoites e, ao fim , seremos salvos no
já vos tenho anunciado, seja anátema", escre­ reino de Deus.” (II Néfi 28:7-8).
veu Paulo, o apóstolo, aos gálatas. “ Assim como Estamos igualmente sujeitos à pressão dos
já vo-lo dissemos, agora de novo também vo-lo “ que se incham no orgulho de seus cora­
digo. Se alguém vos anunciar outro Evangelho ç õ e s ,... que pregam falsas doutrinas; come­
além do que já recebestes, seja anátema.” tem libertinagem e pervertem os caminhos re­
(Gál. 1:8-9) tos do Senhor!” (II Néfi 28:15)
Os santos da Galácia eram uma pequena Essas influências malignas são reais, e fre ­
minoria rodeada principalmente de pagãos, qüentemente muito, muito eficazes.
além de uns poucos cristãos judaicos conheci­ Tempos atrás, um excelente jovem, criado
dos como “ judaizantes” porque, embora pro­ num lar SUD, saiu de casa para estudar. Retor­
fessassem crer em Cristo, continuavam insis­ nando de uma de nossas mais prestigiosas uni­
tindo na observância da lei judaica. A pressão versidades, contou que convivera com pessoas
exercida por esses pseudo-cristãos havia indu­ da mais diversa formação, tanto religiosa como
zido os gálatas a se sujeitarem aos requisitos sob outros aspectos, e que os achara absoluta­
da “ le i” , embora Paulo lhes houvesse ensinado mente iguais a ele em tudo. Por isso, argumen­
que Cristo havia cumprido a lei. tou, não via razão para se submeter à disciplina
Ao ter notícia dessa apostasia, Paulo redi­ rigorosa da nossa Igreja que eles não precisa­
giu sua epístola com o propósito de convencê- vam seguir.
los, se possível, de que o Evangelho de Jesus Mais recentemente, certos líderes jovens
Cristo é o único caminho para a salvação. Ele nos informaram que membros de seu grupo es­
procurou fortalecê-los contra o perigo de se tavam envolvidos em funções universitárias e
deixarem seduzir e corromper pelos falsos ensi­ trabalhos que os colocavam em contato cons­
namentos a que estavam expostos. tante com pessoas, cujas crenças e conduta
Hoje em dia, estamos em meio a circuns­ divergiam dos padrões da Igreja; que, embora
tâncias não muito diversas daquelas enfrenta­ tais moços estivessem engajados em algumas
das pelos santos gálatas. Como eles, nós tam­ atividades da Igreja, ainda assim precisavam
bém vivemos numa sociedade que desprimora ser fortalecidos contra a constante tentação de
a importância de se observarem os ensinamen­ transigir.
tos do Evangelho de Jesus Cristo. Estamos, por Diante dessas e inúmeras outras situações
exemplo, expostos à pressão da doutrina satâ­ destruidoras da fé, necessitamos de seguidos
nica, aceita por muitos, de que todos os cami­ alertas e de mantermo-nos sempre em guarda
nhos levam ao céu. Ouvimos apregoar que não contra suas pressões.
existe nenhum Deus:" Comei, bebei, e diverti- Precisamos daquilo que Paulo procurou dar
vos, porque amanhã morreremos; e tudo nos irá aos gálatas — a convicção e segurança de que,
bem.” Outros dizem: “ Comei, bebei, e diverti- para o céu, não existem muitos caminhos, mas
vos; não obstante, temei a Deus — ele ju s tifi­ um só. Jesus procurou seguidamente incutir
cará a prática de pequenos pecados; sim, esta verdade nos que o seguiam. Em seu subli­
menti um pouco, aproveitai-vos das palavras de me Sermão da Montanha, dizia ele:
alguns, abri uma cova ao vosso vizinho; não “ Entrai pela porta estreita; porque larga é
haverá mal nisso. Fazei todas estas coisas, por­ a porta, e espaçoso o caminho que conduz à
que amanhã morreremos; e, se acontecer estar- perdição, e muitos são os que entram por ela."

Novembro de 1973 3
Mas por outro lado, continuou: “ . . .porque es­ “ E agora vos dou o mandamento de que vos
treita é a porta, e apertado o caminho que leva acauteleis de vós mesmos, que atendais d ili­
à vida, e poucos há que a encontrem .” (Mateus gentemente às palavras de vida eterna.
7:13-14) “ Pois vivereis de toda a palavra que sai da
Quando Jesus, após sua ressurreição, veio boca de Deus.
ao continente americano, ensinou esta mesma “ Pois a palavra do Senhor é a verdade, e
lição aos nefitas, com palavras idênticas. (III tudo o que é verdade é luz, e tudo o que é luz,
Néfi 14:13-14) E nesta nossa última dispensa- é espírito, mesmo o Espírito de Jesus Cristo.
ção, instruiu mais uma vez, em termos seme­ “ E o Espírito dá luz a todo o homem que
lhantes. (D&C 132:21-25) vem ao mundo; e o Espírito alumia a todo o
A lição transm itida por essas Escrituras é homem no mundo que atende à sua voz.
um remanescente dos ensinamentos proféticos “ E todo aquele que atende à voz do Espírito
do sonho de Léhi a respeito da árvore da vida. vem a Deus, sim, o Pai.” (D&C 84:43-47)
Por certo vos lembrais de que, na visão, ele
A Tomé, Jesus disse: “ Eu sou o caminho,
notou “ uma barra de ferro que se estendia pela
e a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, se­
barranca do rio e vinha te r à árvore” da vida.
não por m im .” (João 14:6) O caminho é um só.
(I Néfi 8:19) Aqueles que se agarraram a ela e
O apóstolo sênior afirmou isto ao sinédrio,
não a largaram, foram salvos; os que não se­
quando ele e João foram convocados por aquele
guiram a barra que representava a palavra de
corpo judicial, a fim de explicar o primeiro
Deus, perderam-se em meio à “ névoa de es­
milagre realizado pelos apóstolos na prim itiva
curidão” .
igreja de Cristo — a cura do aleijado junto à
A chave para a porta estreita é fé no Se­
“ porta do templo chamada Formosa” . Respon­
nhor Jesus Cristo. A “ barra de fe rro ” à qual
dendo à pergunta: “ Com que poder ou em nome
nos devemos agarrar, é a palavra de Deus, são
de quem fizestes isto ? ”
os ensinamentos do Evangelho. A tônica de to ­
" . . . Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes
das as Escrituras, inclusive dos ensinamentos
disse: Principais do povo, e vós, anciãos de
do próprio Salvador, é a divindade de Cristo,
Israel.
a importância de se te r fé nele, e a estrita obe­
“ Visto que hoje somos interrogados acerca
diência aos seus mandamentos.
do benefício feito a um homem enfermo e do
Falando ao Profeta Joseph Smith, disse o
modo como foi curado.
Senhor: “ . . . s e me aceitardes no mundo, então
me conhecereis e recebereis a vossa exaltação; “ Seja conhecido de vós todos, e de todo
para que onde eu estiver, estejais vós tam bém .” o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo,
o nazareno, aquele a quem vós crucificastes e
(D&C 132:23)
A mensagem qúe urge entendermos e aca­ a quem Deus ressuscitou dos mortos, em nome
tarmos é que receber o Senhor requer estrita desse é que este está são diante de vós.
obediência aos seus mandamentos. Afortuna­ “ Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os
damente, todos nós somos constituídos de tal edificadores, a qual foi posta por cabeça de
maneira, que, se quisermos, somos capazes de esquina.
preencher esse requisito. “ E em nenhum outro há salvação, porque
Em setembro de 1832, dizia o Senhor, fa­ também debaixo do céu nenhum outro nome
lando ao Profeta Joseph Smith e mais seis há, dado entre os homens pelo qual devamos
élderes: ser salvos.” (Atos 4:7-12)

Novembro de 1973 5
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M UNIQ UE ‘73

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Terceira Conferência Geral de Área
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Da
Igreja De Jesus Cristo Dos
Santos Dos Últimos Dias

“ Nosso primeiro desejo é afirmar


a nossos membros em todo o mundo,
mesmo nas mais distantes regiões da
sede central da igreja, que não são es­
quecidos. Que as autoridades da igreja
mantem seus interesses no coração e
lutam por eles, não importando onde
você esteja, da mesma maneira que o
fazem para os membros que se encon­
tram mais perto da sede central da
igreja.” Presidente Harold B. Lee.
os dias 24, 25 e 26 de ainda mais por envolver seis europeus comentarão “ Muni­

N agosto de 1973, foi rea­


lizado no Parque Olímpi­
co de Munique, Alemanha, a
idiomas e santos de oito na­
ções — Áustria, Bélgica, Fran­
ça, Alemanha, Holanda, Itália,
que” por muito tempo ainda.
As atividades da conferên­
cia iniciaram-se, para a juven­
terceira conferência geral de Espanha e Suíça. tude, na sexta-feira à tarde,
área da Igreja. A Primeira Pre­ “ Bom é estarmos aqui.” Es­ com as finais da competição
sidência encabeçou a delega­ tas palavras, ditas por Pedro esportiva em voleibol e tênis
ção das Autoridades Gerais quando das maravilhosas ocor­ de mesa. À noite, jovens das
presentes, e também o Coro rências no Monte da Transfigu­ diversas áreas apresentaram
do Tabernáculo estava lá para ração (Mat. 17:4), bem que “ show s” ambulantes, danças e
gravar “ Música e a Palavra poderiam te r sido repetidas músicas folclóricas para uma
Proferida” e cantar na sessão por qualquer dos presentes à entusiástica multidão, no Giná­
de domingo de manhã. A lide­ conferência geral de área de sio de Esportes.
rança local participou igual­ Munique. Conforme comentou Na manhã de sábado, tive­
mente, oferecendo muitas das certo membro, antes do início ram início as sessões regula-
orações e discursos. da derradeira sessão na tarde res da conferência, todas elas
Esta foi a primeira conferên­ de domingo: “ Temos sentido dirigidas pessoalmente pelo
cia desse tipo realizada no con­ aqui uma grande efusão espi­ Presidente Lee. Sábado à noi­
tinente europeu, destacando-se ritu a l” . E assim foi. Os santos te, houve sessões separadas
Irmã Lee

Estamos aqui para advertir a nossos membros em todo


o mundo a serem leais a seu convênio (batismal) e se
levantarem como testemunhas verdadeiras de Deus em
todos os tempos e em todas as coisas, e em todos os
lugares que você possa estar, mesmo até a morte, a fim
de que outros, vendo vossas boas obras possam ser trazi­
dos a aceitar o Evangelho de Jesus Cristo, que é o poder
de Deus para sua salvação.” Presidente Harold B. Lee.
“ Da esquerda para a direita : Jacob de Jager, Charles Didier, F. Enzio Busche, Repre­
sentantes Regionais, e Immo Luschinvon Ebengreuth, Presidente do Templo da Suiça."
para as irmãs e para o Sacer­
dócio, em que autoridades ge­
rais e líderes locais instruiram
cada grupo em seus respecti­
vos deveres e ofereceram pa­
lavras de alento e conselho.
Um dos pontos mais memo­
ráveis de conferência em Mu­
nique foi a parte musical. Dois
grandes coros foram organiza­
dos para cantar na conferência
— o Coro do Norte e o Coro
do Sul, formados, conforme im­
plicam os nomes de membros
das respectivas regiões da
área. Como os coros se com­
punham de membros de várias
nações, os ensaios prelim ina­
res foram realizados em âmbi­
to local, com os membros de
uma estaca ou distrito reunin-
do-se uma a duas vezes por
semana. Isto exigiu muita dedi­
cação.
Os membros do Ramo I de

Membros aconselhando-se com líderes locais do Sacerdócio.


Viena (Á ustria), estavam ain­
da envolvidos na faina e sacri­
fício de construir a capela.
Aconteceu então que um dos
ensaios foi marcado para a
mesma hora em que o ramo
programara a festa da cume-
eira. Os participantes do coro
daquele ramo decidiram-se pe­
lo ensaio, pois este era seu de­
ver. Um membro do coro falou
pelos restantes, ao dizer:
— Não aprendemos somen­
te a cantar, como também tor-
namo-nos mais unidos e cria­
mos um maior amor recíproco.
Cantar o Evangelho em música
nos tornou felizes. Nossos tes­
temunhos muito se fortalece­
ram. Foi uma maneira maravi­
lhosa de nos prepararmos para
a conferência em Munique.
A dedicação e o esforço dos
membros do coro, seus regen­
Esportes, shows de talentos e outros entretenimentos
tes e acompanhantes era evi­ toram algumas das atividades da conferência.
dente. Os participantes da con­
ferência mencionavam freqüen­
temente a música como uma
das coisas mais impressivas
da reunião.
Como tem acontecido com
outras conferências de área,
os membros fizeram sacrifí­
cios e às vezes tiveram que
exercer grande fé para pode­
rem comparecer. Houve casos
em que pessoas adoeceram
pouco antes da conferência e
só puderam estar presentes
depois de serem abençoadas
pelo Sacerdócio. Um dos ir­
mãos estava tão mal, que os
médicos temiam sua morte.
Recebeu uma bênção dos élde-
res e recuperou-se o suficien­
te para poder ir à conferência.
Segundo os clínicos, não havia
explicação médica para aquela
melhora. Outro irmão, cego e
em precárias condições de
saúde, obteve permissão do
seu médico para viajar para a
conferência em companhia de
três médicos da sua estaca.
Muitos também tiveram que
sacrificar-se financeiramente a
fim de comparecer. Certos
membros que não puderam ir
por outras razões, deram di­
nheiro àqueles que careciam
somente dos fundos necessá­
rios. Uma septuagenária dis-
pôs-se a fazer serviços domés­
ticos, a fim de juntar a quantia
necessária. Ninguém falou de
qualquer projeto maior para le­
vantamento de fundos. Foi
antes uma questão de fazer
quietamente horas extra, acei­
tar trabalho suplementar, aju­
dar outros sem alarde e privar-
se de algumas coisas de costu­
me, a fim de poder ouvir o
Profeta.
Qual foi o efeito da confe­
rência naquelas pessoas vin­
das de terras tão diversas? Ao
final da última sessão de do­
mingo, quando os dois coros
regionais combinados que se
haviam encarregado da parte
musical daquela sessão, pror-
romperam a cantar mais uma
vez: “ Deus vos g u ard e ... ” , po­
diam-se ver muitas faces mo­
lhadas de lágrimas e havia lá­
grimas nos olhos das Autorida­
des Gerais. A li estava gente
de diversos países — países
que já haviam sido inimigos —
unidos na fraternidade do Evan­
gelho e gozando juntos o calor
do Espírito ali reinante.
Como disse um líder local do
Sacerdócio:
— Nossa gente não parte
daqui como chegou. Muitos
vieram de ramos pequenos a
cujas reuniões comparecem
apenas umas vinte a trinta pes­
soas. Para eles foi um forta­
lecimento estar numa confe­
rência com mais de 15.000 san­
tos fiéis e ver e ouvir o Profeta
e demais autoridades gerais.
Um presidente de missão
comentou que a conferência
iria favorecer o trabalho mis­
sionário, não só por causa da
publicidade, mas porque os
membros voltavam para casa
fortalecidos em sua determina­
ção de edificar o reino. Foi
realmente bom estar lá.
Tradutores

Os Desafios De “Munique 73 ”

lanejar uma conferência como ouça os d iscu rso s em sua língua tradução, is to é, o o ra dor fazia uma

P a de Munique pode o fe re c e r
alguns d e sa fio s in te re s s a n te s :
alojam entos, acom odações, seguran­
mãe?
O problem a da tradução fo i re s o l­
vid o de fo rm a s in g u la r. Com o o ale­
pausa, a cada poucas sentenças, para
que fo sse m traduzidas pelo in té rp re ­
te , sendo am bos os idiom as tra n s m i­
mão era o idiom a o fic ia l da co n fe ­ tid o s pelo a parelham ento geral de
ça, com unicações e tc . A m agnitude som .
rência, este era tra n s m itid o pelo apa-
de alguns dos d e sa fio s pode se r ilu s ­ re lh a m e n to de som g e ra l. (C erca de Para os o u tro s grupos presentes,
trada com o problem a das traduções. do is te rç o s da audiência entendia havia tra d u to re s alo ja d o s debaixo do
C ontando com a presença de pes­ alem ão.) Quando um o rador falava palco, os quais ouvindo os d iscurso s
soas que fa lam se is idiom as d ife re n ­ em o u tra língua, havia um in té rp re te p o r m e io de fo n e s de ouvido, faziam
tes, com o faze r com que cada um germ ânico ao seu lado para fa ze r a a tradução sim u ltâ n e a , que era trans-
m itid a radiofo nica m e n te para o re c in ­ m aneira inesperada. 0 C oro do Ta- tra r um órgão, soube de um co n stru ­
to p rin cip a l. Todo m em bro que não bernáculo d everia g ra va r seu p rogra­ to r de órgão que v iv ia num v ila re jo
falava alemão, dispunha de um pe­ ma ra d io fô n ico sem anal “ M úsica e a p e rto de M unique, e que fize ra um
queno re ce p to r com fones de ouvido, Palavra P ro fe rid a ” no G inásio de Es­ in s tru m e n to e le trô n ic o com tim b re
que podia se r sintonizado co n fo rm e a p o rte s. M as neste não havia um ó r­ bastante sem elhante aos órgãos tra ­
língua desejada. A ssim , to d o s o u v i­ gão adequado para acom panhá-lo. Na d ic io n a is . Quando procurado, ele não
ram a co n ferên cia em seu p ró p rio verdade, ninguém sabia de um órgão só se p ro n tific o u a em prestá-lo,
idiom a. adequado em toda a M unique que pu­ com o tam bém a in s ta la r o órgão sem
O utro exem plo m ostrará com o c e r­ desse se r levado para lá. Nesse ín te ­ nada co b ra r pela instalação ou uso
tos problem as foram solucionados de rim , o irm ão encarregado de encon­ do m esm o.
Três Aspectos Do Livre Arbítrio
Élder Thomas S. Monson, do Conselho dos Doze

ostaria de falar-lhes sobre os três aspectos do ob ediência àquela lei na qual a bênção se b aseia.” (D&C

G livre arbítrio: o direito de escolha, a responsa­


bilidade de escolha e os resultados da escolha.
Quão grato sou pelo fa to de um sábio e am oroso Pai
130:20-21)
A s s im , podem os se g u ir um dos d o is cam inhos. A
nós cabe a respo n sa b ilid a d e da escolha.
C e le stia l ter-nos dado o liv re a rb ítrio ! Já bem no p rin c í­ H om ens in te lig e n te s inventaram ce rta s defesas para
pio, depois de haver indicado a Adão as á rvores das nos a d v e rtir co n tra os p e rigos. Quando s e rvi na M arinha
quais podia com er liv re m e n te , apontou-lhe uma, adver­ dos Estados U nidos, o sonar ensaiava seus p rim e iro s
tindo-o de que não deveria co m e r de seus fru to s . Em passos. Os que s e rv ira m na M arinha sabem que o sonar
seguida, a crescentou: “ . . . Não obsta n te , poderás esco­ é um engenho que dá aviso de algum ob stá culo im ediato,
lh e r segundo tua vontade, porque te é d a d o ... ” (M o isé s com o v e ícu lo , navio etc., por m eio de ondas sonoras
3:17) d irig id a s . O operador se acostum a a o u v ir um “ b ip ”
re p e tid o . Quando este não se g u ir o padrão norm al, ele
Foi-nos dado o d ire ito de e sco lh er. W illia m C. Gregg
sabe que há pe rig o im in e n te , podendo a visar os o fic ia is
ilustrou -o m aravilhosam ente em seu poema:
do navio para que a lte re m o rum o.
Se o hom em conseguiu in v e n ta r o sonar para prote-
“ A alma é liv re para a g ir
gê-lo co n tra desastres, não lhes parece razoável que o
E seu d e stin o d e c id ir;
Senhor colocasse d e n tro de seus p re cio so s filh o s um
Suprem a lei deixou-nos Deus —
m ecanism o, para avisá-los quando se desviam do seu
Não fo rça rá os filh o s seus.
cam inho? Presto-lhes meu te ste m u n h o hoje de que nós
te m o s um d is p o s itiv o -g u ia assim . E ele é in fa lív e l, desde
“ Apenas faz-nos escolher que o u tiliz e m o s . R efiro-m e àquela voz suave e mansa,
O bem ou o mal neste viver; o E sp írito Santo.
C onselhos dá-nos, com am or, “ M as aquele C onsolador, o E sp írito Santo, que o
Cuidado, graças e fa v o r.” Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as
(Hinos, n.° 72) coisas, e vos fa rá le m b ra r de tu d o quanto vos tenho
d ito .” (João 14:26)
Temos tam bém a respo n sa b ilid a d e de escolha. Não A lé m do d ire ito e re sp o n sa b ilid a d e de nossas esco­
nos podem os m anter neutros. Não e x is te um ponto inde­ lhas, te m o s que co n sid e ra r seus resultados.
fin id o . O Senhor sabe disso, L ú c ife r tam bém . Há uma M eu pensam ento rem onta ao dia em que se a vizi­
grande batalha em andam ento pela alma dos hom ens. nhava meu d é cim o o ita vo a n ive rsá rio . Sentíam o-nos
Num dos lados, L ú c ife r colocou a tra e n te s sin a is indica­ te m e ro so s. A II G uerra M u ndial estava em curso, e todo
dores do cam inho. A caso nunca os vira m ? São v is to s o s rapaz sabia da necessidade de uma escolha. Não havia
e m u ito sedutores, com o por exe m p lo : “ C om ei, bebei e m u ita opção quanto a isso: ou se e sco lh ia ir para o Exér­
alegrai-vos, porque amanhã m o rre re m o s ", “ É o que todo c ito , ou então podia-se o p ta r pela M arinha. Eu me a liste i
m undo fa z ” e tc. O u tro ta lve z diga: “ Só uma vez não na M arinha.
faz m a l.” Havia quarenta e q u atro de nós, m oços, ali no e s c ri­
tó rio de a lis ta m e n to . Jam ais esquecerei quando o chefe
No o u tro lado, o Senhor preparou sua sinalização
dos su b -o fic ia is nos apresentou uma escolha, dizendo:
com o um guia para nós, que diz: “ O que sem eardes,
— Bem, vocês agora tê m que fa ze r uma escolha
haveis de c o lh e r" (V ide Gál. 6:7)
im p o rta n te . Por um lado, podem se r sensatos, d e cid in ­
“ Há uma lei irre vo g a ve lm e n te decretada nos céus, do-se a e n tra r nas fo rç a s re g u la re s da M arinha, a lista n ­
desde antes da fundação deste m undo, na qual se ba­ do-se por q u a tro anos. Vocês receberão o m elh or tre in a ­
seiam todas as bênçãos. m ento p o ssíve l. Terão toda e q u alquer oportunidade,
“ E quando de Deus obtem os uma bênção, é pela porque a M arinha os co n sid era rá com o seus. Se de ci­

14 A LIAHONA
direm não se g u ir esse rum o, poderão ir para as fo rça s — A fin a l, vocês não vão me convencer de que acre­
de reserva. A M arinha não te m m u ito in te re sse nas d ita m re a lm e n te que Joseph S m ith é um p ro fe ta de Deus,
reservas navais, nesta a ltu ra dos a co n te cim e n to s. N este não é? — e bateu-lhes a porta com toda força.
caso, não receberão tre in a m e n to algum . Serão mandados Os dois m is s io n á rio s puseram -se a andar desacor-
para o se rviço no mar. Ninguém sabe qual poderá se r o çoados. Então, o m ais novo vo lto u -se para o com panheiro
seu fu tu ro . sê n io r, dizendo:
Em seguida, mandaram -nos assinar na linha p o n ti­ — Nós não respondem os à pergunta do Sr. Pollard.
lhada. V oltei-m e para meu pai, perguntando: O m ais velho te n to u e xp lica r-lh e a fu tilid a d e de um
— O que devo fazer, pai? re to rn o , mas o é ld e r novo in s is tiu :
Com a voz embargada de em oção, ele re p lico u : — Pois eu vou v o lta r. Não me s e n tiria bem, se não
— Não sei coisa alguma a re s p e ito da M arinha. o fize sse .
Esta era a posição de todos os pais ali presentes V o lta ra m pois à porta do Sr. Pollard e bateram . O
naquele dia. dono da casa atendeu-os e com entou:
Q uarenta e dois dos quarenta e quatro se a lista ra m — Pensei tê -lo s mandado em bora.
nas forças regulares por q u atro anos. O quadragésim o A decisão se g u inte e x ig iu toda fo rça de ca ráter e
te rc e iro não conseguiu passar pelo exame de aptidão toda fo rta le z a que aquele m oço conseguiu re u n ir, pois
fís ic a para as tro pa s regulares e, assim , te ve que a lis ­ seu com panheiro s ê n io r não lhe dava grande ajuda. Ouvi
ta r-se na reserva. o p ró p rio Sr. P ollard d e scre ve r tal e xp e riê n cia , dizendo:
Então chegou a m inha vez. C onfesso que fiz su b ir “ O m is s io n á rio olhou bem d e n tro de m eus olhos, hesitou
uma prece aos céus, na esperança de uma resposta do por um in sta n te , e depois fa lo u : "Q uando saím os de sua
Senhor. E ele respondeu. O pensam ento su rg iu tão claro casa, o senhor fez uma observação de que nós não
como se tive ss e ouvido uma voz: “ P ergunte a estes acre d itá va m o s re alm ente que Joseph S m ith fo i um pro­
o fic ia is suba lternos qual eles e s c o lh e ra m ” . fe ta de Deus. Q uero dizer-lhe que eu sei que Joseph
Perguntei a cada um daqueles su b -o fic ia is v e te ­ S m ith é um p ro fe ta de Deus e que esta obra é v e r­
ranos: d a d e ira .”
— Você escolheu as fo rça s navais reg u la re s, ou a D epois desta declaração, os m issio n á rio s partiram .
reserva? M ais ta rd e , o Sr. Pollard contou-m e que pelo re sto da­
Todos eles haviam, e sco lh id o as fo rça s de reserva. quele dia e n o ite , ele fic o u ouvindo aquelas palavras
V o ltei-m e então e disse: ecoando em seus o u vid os: “ Eu sei que Joseph S m ith é
— Com toda a sabedoria e e xp e riê n cia que vocês um p ro fe ta de Deüs. Eu sei. Eu se i. Eu s ei.”
têm , quero e sta r do seu lado. Na manhã s e g u inte , ele te le fo n o u aos m issioná rios,
D ecidi-m e pelas fo rça s de reserva, o que im portava pedindo-lhes que v o lta sse m . Eles assim fize ra m e ensi-
alistar-se pelo tem po da duração da guerra m ais seis naram -lhe o Evangelho, com o tam bém à esposa e aos
meses. A guerra te rm in o u , e d e ntro de um ano, recebi filh o s dele. Todos se to rn a ra m m em bros da Igreja. Se
minha baixa honrosa do s e rviço m ilita r. Pude, assim , pudessem e s ta r com igo na co n fe rê n cia d is trita l de alguns
continua r m eus estudos e tiv e o p riv ilé g io de s e rv ir em anos atrás e o u v ir esse hom em levantar-se para agrade­
m uitos cargos na Igreja. Quem sabe qual o rum o que ce r ao Pai C e le s tia l pela escolha fe ita por um jovem m is­
minha vida te ria tom ado, se naquele m om ento não re ­ sio n á rio de v o lta r e p re s ta r o seu te ste m u n h o, vocês,
corresse ao Pai C e le s tia l, em busca de ajuda e d ire triz m eus irm ãos, jam ais d e ixa ria m de e sta r ansiosos por
no que pode parecer uma decisão de pouca im portância. “ e sco lh e r o ce rto , se houver uma e s c o lh a ” .
G ostariam de o u v ir a re s p e ito de um m issio n á rio Não devem os achar que é p re ciso não te r falha
que fo i induzido a e fe tu a r uma escolha sábia? Estava ele algum a para re ce b e r as bênçãos de Deus. Ele nos a ceita­
há pouco tem po na m issão e fo ra designado para tra b a ­ rá no ponto em que estam os, se o buscarm os. Ele nos
lhar na cidade de Oshawa, O n tá rio , Canadá, com o com ­ e d ific a rá e s p iritu a lm e n te , e nos e d ific a rá com confiança
panheiro de um m is s io n á rio veterano. Os dois foram em nós m esm os.
procurar a casa de uma fa m ília chamada Pollard. Bateram Eu te s tific o que, quando escolhem os fa ze r o que é
à porta, sendo atendidos pelo Sr. Pollard, que os c o n v i­ c e rto , o re su lta d o será a le g ria e fe lic id a d e à nossa alma,
dou a ap resentar sua m ensagem . D epois de ouvi-la e pois que disse o S enhor:
de te r orado com eles, fo i com o se o e s p írito do adver­ “ Eu, o Senhor, sou m is e ric o rd io s o e afável para
sário tom asse conta dele — zangou-se com os é lderes, com aqueles que me tem em , e me d e le ito em honrar
mandou que saíssem e não vo lta sse m nunca m ais. Ao aqueles que me servem em re tid ã o e verdade até o fim .”
acompanhá-los até a porta, ele fa lo u : (D&C 76:5)

Novembro de 1973 15
Indique Gentilmente
O Caminho
Mildred Barthe!

untando suas coisas na pequena trouxa de pano, ralhou o pescador, — mas eu p re ciso do meu barquinho
San Ling dizia de si para si ponderando: e s in to fa lta dele.
— Estou mais a lto que o pai. Está em te m p oSan Ling escutava d is tra íd o e curvou-se profunda­
de ir-m e embora. V o lta re i quando o sucesso acom pa­ m ente.
nhar-me. — Encontrarei o utra m aneira de provar o meu valor.
Botou ainda um punhado dos b is c o ito s fe ito s pela E falando assim , apanhou sua tro u xa e enveredou
mãe num guardanapo. Com to d o cuidado, ajustou a tro u ­ por novos cam inhos que o atraíam . Não dem orou m uito,
xa nas costas. D epois, curvou-se p ro fundam ente diante passou p o r cam pos arados que lhe recordavam a fazen-
do pai. Beijou a mãe em despedida e deu um tapinha dola do pai.
carinhoso nos irm ãos e irm ãs, dizendo: — Ahn, — s o rriu San Ling, — essa amizade não
— Quando eu v o lta r, estarão m ais a lto s. te re i que provar.
A pós um dia in te iro de cam inhada da pequena Voltando-se para o dono, p rosseguiu:
aldeia, San Ling chegou à o rla de um grande mar. C am i­ — D urante os anos em que cre scia até se r m ais alto
nhando em direção da praia, fic o u pensando que se ria que meu pai, tra b a lh e i m uitas vezes ao lado dele.
bom v iv e r ju n to do mar, tra b a lh a r com ele e tornar-se — Trabalhe com igo e logo verem os com o você se
seu am igo. Não v o lto u um pensam ento sequer para a sairá, — respondeu o a g ric u lto r.
sua aldeia. San Ling largou sua tro u x a debaixo de uma árvore,
— M inha infância se fo i; o lh a re i sem pre para diante. e pegou uma enxada. Enquanto trabalhava, falava como
Um pescador concordou em d e ixa r San Ling tra b a ­ quem sabe o que diz:
lhar de graça até provar o seu va lo r. — A n te s do a n o ite ce r, te re i arrancado todo o m ato.
— A panharei uma porção de peixes ainda hoje, e O dono do cam po e San Ling tra b a lh a ra m ju ntos
amanhã m ais, m u ito m ais, — a firm o u San Ling, conven­ bem durante algum te m p o : depois, o hom em saiu para
cido de que o mar recom pensaria o seu entusiasm o. buscar o filh o a fim de ajudá-los. Quando v o lto u , encon­
— Pois bem — fa lo u o pescador, — eu tenho que tro u San Ling descansando debaixo de uma árvore.
sa ir para o a lto m ar durante um dia e uma no ite , pesque — Por que parou de capinar? — zangou-se. — A inda
ju n to à costa. No barco e n contrará uma rede. é dia cla ro , e re sta m u ito m ato para arrancar.
San Ling s o rriu e curvou-se p ro fundam ente diante — Estou descansando um pouco, — respondeu
do pescador que pa rtia . Naquela n o ite , enquanto dorm ia San Ling.
depois de te r apanhado uns poucos peixes, um ve n to Apanhando a enxada e pondo-se a atacar o mato,
fo rte solto u as am arras do barco que atara n e g lig e n te ­ o a g ric u lto r resm ungou:
m ente. — Você fo i pre g u iço so com seu pai tam bém . Isso
Passou o dia se g u inte lançando se ixin h o s no mar. logo se vê, enquanto ainda está claro.
— A culpa não fo i m inha, — resm ungava para o San Ling e xp lico u s o rrin d o :
mar — de te r havido ventania. — M eu pai nunca me chamou de preguiçoso. Dizia
D iante do cenho fra n zid o do pescador, San Ling que eu estava aprendendo.
suspirou: O hom em olhou para o sol que se punha.
— Não tenho nenhum peixe para p ro va r que sou — Não posso pagar para você aprender. Talvez
am igo do mar. Mas o fa re i amanhã. você pre cise é v o lta r para seu pai e te rm in a r seu apren­
— O m ar não precisa da am izade de ninguém , — dizado.

Novembro de 1973 17
E assim dizendo, o a g ric u lto r v o lto u sua atenção ao
ensino do filh o que trabalhava ao lado dele.
C am inhando para m ais longe ainda da aldeia de sua
infância, San Ling p rosseguiu, até que não restasse
nenhuma luz para ilu m in a r o cam inho. A je ita n d o sua
tro u xa com o tra v e s s e iro , fa lo u consigo m esm o, olhando
para o alto.
— Ficarei pensando nos meus sucessos e assim
É preciso mais que trabalhar aprenderei fa c ilm e n te .
com as mãos, meu filho. Obser­ E dizendo isso, adorm eceu.
ve-me, e se quiser aprender os A co n te ce que, ao am anhecer, passou por ali um so-
segredos do soprar vidro, pode­ prador de v id ro , a cam inho de sua pequena o ficin a . Ven­
mos fazer um trato, pois sou um do que San Ling era bastante jo ve m , fic o u adm irado por
homem justo. que e sta ria d o rm in d o ao re le n to . A o s e n tir o homem
curvar-se sobre ele, San Ling acordou:
— Sei que te n h o mãos h a b ilidosas para o trabalho,
— d isse a le grem ente.
Chegando em sua o fic in a e lojinha, o soprador de
v id ro g iro u cuidadosam ente e n tre os dedos um delicado
cá lice , para m o s tra r a San Ling com o a luz do sol fais-
cava ale g re m e n te no v id ro .
— É p re ciso m ais que tra b a lh a r com as mãos, meu
filh o . O bserve-m e, e se q u is e r a prender os segredos do
so p ra r v id ro , podem os fa ze r um tra to , pois sou um ho­
mem ju sto .
San Ling te n to u seguidam ente tra b a lh a r no v id ro
quente, para depois p ro cu ra r uma faísca de sol, por m e­
nor que fo sse . De olhos no chão, fa lo u baixinho em
desespero.
— A inda não presta. Três m eses, e nenhuma peça
que se rvisse .
O soprador de v id ro respondeu com voz encoraja-
dora:
— Am anhã te n ta re m o s novam ente.
San Ling s u sp iro u :
— Q uisera que m inhas mãos tiv e s s e m a perícia
das suas.
— Levei m u ito , m u ito te m p o aprendendo. Seja pa­
c ie n te consigo m esm o, filh o . Tenho bastante tem po para
ajudá-lo, pois sou um hom em ju sto .
Uma vez, saiu das m ãos de San Ling um pequeno
vaso que re fle tia bastante beleza. O so p rad or girou-o
len ta m e n te à luz do sol.
— Talvez dê para ve n d e r, — fo i seu com entário.
D urante uma semana, San Ling fic o u observando os
fre g u e se s e n tra re m na lo jin h a . O uvia as moedas tilin -
tando no bolso do soprador, mas ninguém ligava para
o seu vaso. D izendo desconsolado para si m esm o que
não tin h a beleza s u fic ie n te para alguém desejá-lo, fo i
p ro cu ra r o so p ra d o r de v id ro .
— Há m u ito te m p o que venho com endo da sua co-

18 A LIAHONA
mida. A ndou gastando seu te m p o e esfo rço s com igo, Falando assim , largou a tro u xa sob uma das árvores
sem p ro ve ito para nenhum de nós. de sua in fância e adorm eceu.
O velho, segurando o braço do rapaz, fa lo u em tom A n te s que a alvorada s ile n c ia s s e o canto dos galos,
bondoso: San Ling fo i despertado p o r um cantar baixinho e o ba­
— O trabalho é às vezes a p ró p ria recom pensa. Mas ru lh o rítm ic o da enxada. Sentou-se em p e rtig ado e viu
não fic o tris te por nós dois. Há m u ito o que fa ze r e não o pai já na m etade da p rim e ira c a rre ira , tendo ao lado
devem os tra b a lh a r com desgosto. uma pilha de ervas daninhas. A s plantas ainda cobertas
Mas San Ling não conseguia tra b a lh a r. Ficava v ig ia n ­ de gotas c in tila n te s de o rvalho, fize ra m sua beleza b ri­
do a freg uesia que com prava os belos a rte fa to s de v id ro lhar no coração de San Ling.
fe ito s pelo m estre, e suas mãos fica va m in e rte s. O cantar baixo do pai falava de co n tentam ento e
Um dia, o soprador disse pensativam ente: até m esm o de a legria. A m em ória de San Ling repetiu-
— Seu pai costum ava levantar-se ao despontar lhe as palavras e, observando do e sco n d e rijo seguro
do dia? atrás da árvore, ele pôs-se a s u s s u rra r as palavras ju n to
— Sei lá eu, — respondeu San Ling im p a cie n te ­ com o pai.
m ente, sacudindo a cabeça. Os p rim e iro s raios de sol se casavam com o largo
O m e stre fic o u calado por uns m om entos, depois s o rris o do pai, enquanto parou por um m om ento para
falou em tom persuasivo: co n ta r as file ira s já capinadas. San Ling continuou es­
— Se você não conhece os hábitos de seu pai, é condido, re p e tin d o d ive rsa s vezes para si m esm o:
p reciso que v o lte para ju n to dele, a fim de observá-lo — Não vou m o s tra r que estou aqui até m ais tarde.
cuidadosam ente e . .. Não dem orou, o sol já estava alto , e o pai fo i para
Nunca antes San Ling ousara in te rro m p e r seu m es­ um lugar som breado, para beber um pouco de água e
tre . M as agora, g rito u em to m de p ro te s to : co m e r seu alm oço fru g a l.
— Mas eu não quero saber das habilidades do meu A pós um breve descanso, v o lto u à enxada, assina-
pai. Ele é apenas um lavrador. lantío cuidadosam ente cada file ira pronta com um m ar­
Andava de lá para cá, agitando os braços a esm o. cador de papel c o lo rid o am arrado numa vara. Fazia tudo
— Estou pedindo som ente que você pro cu re des­ com uma calm a e constância que tra n s m itia m ao corpo
co b rir os m o tivos do sucesso de seu pai, — ponderou um le n to m o vim e n to rítm ic o .
o soprador. San Ling via tudo lá da á rvore que lhe se rvira de
San Ling baixou os olhos, curvando-se em re s p e ito e sco n d e rijo na in fâ n cia, quando queria escapar de algum
e adm iração. Na metade do dia s e g u inte , já vencera trabalho. Agora, porém , não conseguia escapar da v e r­
boa parte do cam inho para a aldeia de sua in fâ n cia. gonha que se insinuava p e rs is te n te em seus pensa­
— M eu pai é meu pai. Não conheço os seus suces­ m entos.
sos. Nunca me im p o rte i com os seus h ábitos. Ele já — Eu me fiz a d u lto dorm in d o , — lastim ou-se. M en­
estava no campo, quando eu acordava e continuava lá, ta lm e n te , viu o pescador cuidando do seu pequeno barco,
enquanto a infância me fazia d o rm ir. o lavrador ensinando o filh o pequeno. D epois, seus pen­
Estes e ou tro s s é rio s pensam entos apressavam seu sam entos voltaram -se para o paciente soprador de vid ro
andar e m antinham -no de olhos abertos. E ele fa lo u de a m oldar a massa fundida. Não suportava olha r para
si para si m uitas vezes, durante a cam inhada. aqueles cam pos e os anos de tra b a lh o in v e stid os em
A o an o ite ce r do segundo dia, chegou a cam pos que toda a beleza que apresentavam . C obriu o rosto com
lhe eram fa m ilia re s . as mãos.
— Já passei por e ste s sulcos de arado, — fa lo u . Logo v iu que o pai alcançava o ponto em que estaria
O lhando adiante, pôde enxergar a fig u ra curvada do pai, vo lta n d o para casa. San Ling abandonou a árvore e, ce r­
vislum brand o suas mãos que cuidavam g e n tilm e n te das tific a n d o -s e de não te r sido v is to por ninguém , fo i em
plantas novinhas. d ire çã o da estrada.
M arcadores desse te rc e iro p la n tio tre m u la va m no
C am inhando em largas passadas, olhava adiante,
té rm in o de cada file ira pronta. San Ling fic o u o b se r­
sabendo que chegaria à o fic in a do soprador de vidro,
vando o pai, até que o h o rizo n te estendeu le n ta m e n te a
antes que caísse a segunda noite.
escuridão da noite, e seu pai d irig iu -s e com passos can­
sados em busca do lar para to m a r a re fe içã o . San Ling
suspirou.
— Não vou m ostrar-lhe que estou aqui, até que A Irmã Barthel, dona de casa e mãe de sete filhos,
ambos estejam os descansados. vive na Ala Cedar Rapids, Estaca Cedar Rapids (lowa)

Novembro de 1973 19
dade de serm os capazes de reconhecer argum entos en­
Como Ser Um ganadores e fa ls o s com o nesta nossa época da nova
m oralidade, com unicações clangorosas, propaganda po­
“Cobra” lític a e pre te n so s m e stre s que procuram prom over sua
p ró p ria filo s o fia com ten d e n cio so s m alabarism os verbais.
Bjarne Christensen Quando num debate em classe ou conversa p a rti­
c u la r, você se d e fro n ta com a im pudente oposição à sua
m aneira de v iv e r, ao que acha que deve fazer, pensar
azia apenas três dias que estava no exército e já e dizer, você é capaz de m a n te r pé firm e ? Recentem ente

F me achava s o litá rio . Im aginem m inha


quando, ao le r meu recém -publicado Livro de Mór-
mon em tam anho reduzido e capa verde-oliva, fu i abor­
a legria, disse o Élder Hanks que “ Deus espera que sejam os ca­
pazes de e n fre n ta r os m ais in te lig e n te s e educados pen­
sadores do m undo no te rre n o deles e manter a nossa
dado por um s im p á tic o colega de s e rv iç o m ilita r. posição.”
— ó i l Você é m órm on? É uma ordem e ta n to , porém não tão d ifíc il como
— Sou! Você tam bém ? você pode pensar.
— Não, mas sem pre tiv e vontade de co n ve rsa r com
um m órm on. Você se im p o rta se baterm os um papo? NÃO ME C O NFUNDA COM FATOS
M eu coração quase parou dia n te de tal p e rsp e ctiva . Já v iu algum a vez, em liv ro s ou re vista s, uma da­
Eu p ró p rio era um recém -converso da Igreja e estava quelas fig u ra s o cu lta s d e n tro de o utra fig u ra ? Uma vez
im pa cie nte por c o m p a rtilh a r m inha ventura. descoberta, ela se destaca, não podendo m ais ser igno­
— O que você q uer saber? rada, com o se e s tive sse sem pre estado ali (com o real­
Passados uns poucos m in u to s, porém , d e sejei nunca m ente e s te v e ). É só que a p rin c íp io não conseguim os
te rm o s com eçado a d ebater a re s p e ito da Igreja. A quele id e n tificá -la .
s u je ito , descob ri, tin h a o grau de m estrado em filo s o fia O m esm o se dá com a verdade. À s vezes, está tão
da U niversidade de C olúm bia. Com o eu não era páreo bem d isfarçada, que é p re ciso desbastar p rim e iro as ca­
para ele, logo me reduziu a picadinho. madas s u p e rfic ia is , antes de chegar ao âmago da coisa.
— Você não pode p ro va r que o Deus em que acre­ O in s tru m e n to para co n se g u ir is to é fa ze r perguntas,
d ita realm ente e x is te , não é? perguntas e m ais perguntas não apenas para chegar ao
— B e m .. . não, m a s .. . ponto em questão, com o tam bém para nos m anterm os
— Se Deus é re alm ente tão bom, se re alm ente se do lado p o s itiv o ou m esm o agressivo, se p re fe rir. Pro­
im po rta ta n to com as pessoas com o você a firm a , com o pondo perguntas d e sa fia n te s, você conseguirá safar-se
é que p e rm ite todo esse s o frim e n to , guerra, fom e etc. da sua posição de fe n siva ou subm issa.
e x is te n te s no mundo? Numa aula de p s ic o lo g ia que fre q ü e n te i ce rta vez
— Bem, é que e l e . . . na u n ive rsid a d e , o p ro fe s s o r a firm o u ca tegoricam ente
M inha resposta se perdeu em m eio às risadas dos que “ não é c ie n tífic o c re r em D e u s.” Dali su rg ira m ques­
m eus com panheiros de barraca que se haviam a p ro xi­ tõ e s acerca de re lig iã o , e a classe acabou co ncluindo
mado cau telosam ente. Talvez até tiv e s s e sid o bom que re lig iã o organizada era fra u d e .
assim , pois o que eu d iria de q u a lqu e r je ito se ria inade­ C om ecei a fe rv e r lá por d e n tro , mas com o minha
quado. Em menos de m eia hora, estava co m p le ta m en te e xp e riê n cia no s e rv iç o m ilita r ainda estava bem vivid a
arrasado e fu i para o meu b e lich e lam ber as fe rid a s, em m inha m em ória, não tiv e coragem de c o n te sta r a
magoado, am argam ente re so lvid o que is to nunca mais o p inião dos o u tro s. Um aluno sentado lá no fundo da
haveria de se re p e tir. sala, porém , se pôs a fa ze r algum as perguntas incisivas,
De uma ou o u tra fo rm a , e xp e riê n cia s sem elhantes p e n e tra n te s: “ Por que, e xatam ente, acha o senhor que
tê m pro vavelm e n te a co n te cid o a m u ito s jo ven s SUD, se a re lig iã o organizada é in d e se já ve l? " O p ro fe sso r enu­
não no e x é rc ito , então ta lve z na sala de aula ou e n tre m erou to d o s os m o tivo s c o rre n te s : guerras relig io sa s,
colegas. in q u isiçõ e s, riqueza das ig re ja s, pobreza dos m em bros
Estam os ocupadíssim os hoje em dia, apoiando e de­ em m u ita s re g iõ e s do m undo. “ C om preendo seu ponto
fendendo nossas crenças. Todos os ideais prezados por de v is ta , Prof. X, mas considerando que e xiste m acim a
nós, na Igreja, estão sendo engenhosam ente co m batidos de m il e duzentas fo rm a s de rtlig iõ e s organizadas c ris ­
ou questionados com s u tile za — os p rin c íp io s básicos da tãs, o senhor não a d m itiria a p o s s ib ilid a d e de e x is tire m
Igreja, a re lig iã o organizada em geral, a unidade fa m ilia r pelo menos algum as com program as p ro ve ito so s? " O
e nossa m aneira de v iv e r. Jam ais ouve ta n ta ne ce ssi­ p ro fe s s o r te ve que a d m itir ta l p o s s ib ilid a d e . Ele não

20 A LIAHONA
possuía nem mesm o um con h e cim e n to casual de tantas ao p ro fe s s o r: “ Sua inform ação é co rre ta ? Pode ser con­
re lig iõ e s diversas. firm ada? É atual? A s condições podem te r mudado. A
Então surg iu a pergunta fu lm in a n te : “ Qual é a sua inform ação é com pleta? Ou será que apresenta ou des­
form ação religiosa, p ro fe sso r, e qual a sua in stru çã o cre ve apenas parte do q u a d ro ? ”
neste cam po?" A resposta fo i óbvia — o p ro fe s s o r não Estas perguntas poderiam se r fe ita s em qualquer
tiv e ra m uita. “ Então o senhor não é versado nesse cam ­ discussão, a re s p e ito de p ra tica m e nte todo assunto. In­
po com o em p s ic o lo g ia ? ” D iversos alunos ofegaram au- form ação in c o rre ta ou in co m p le ta nos leva fre q ü e n te ­
d ive lm en te, in clu siv e eu. O p ro fe s s o r fo i obrigado a m ente a generalizações p re cip ita d a s.
conceder, ainda que c o n tra fe ito , não se r versado, mas
que esse era seu ponto de v is ta pessoal. O debate re to r­ 3. Ele (ou ela) Entende do Assunto?
nou rapidam ente para questões de p sico lo g ia .
O ponto fora a tin g id o ; o p ro fe s s o r bem o sabia e O tal p ro fe s s o r era versado em p sico lo g ia, mas, e
nós, alunos, tam bém . A dem ais, o p ro fe s s o r sabia que quanto à re lig iã o ? Um e n te n d id o ou autoridade deve te r
nós sabíam os. Tive vontade de s a ir dali dando viva s! tid o in stru çã o e sp e cial, co n h e cim e n to especial e expe­
Isto não quer d ize r que você deve d is c u tir a b erta­ riê n cia no assunto em pauta. Deve se r honesto e exato.
m ente com todos os p ro fe sso re s ou m e stre s que não Sem p re co n ce ito s, tam bém . Ser preconcebido é d e ixar
tenham a mesma opinião. Mas não s in ta medo ao d is c o r­ de se r a u toridade. E não caia no argum ento jo rn a lís tic o
dar, se e s tiv e r bem inform ado e sin ce ro . do: “ A firm a conhecida a u to r id a d e . ..” Para ser a u to ri­
O caso é que não nos podem os to rn a r im unes a dade ou e n tendido, ele deve se r cla ra m e n te id e n tific a ­
todos os com plexos tru q u e s da persuasão e nem mesm o do. A lé m do m ais, num campo de ciê n cia s exatas, tal
conhecer todos e le s; mas podem os, sim , aprender os com o a quím ica ou m ecânica nuclear, é necessário o te s ­
m ais com uns. O ponto de v is ta do p ro fe s s o r baseava-se tem unho da autoridade.
numa com binação dos cinco e rro s m ais com uns do ra­ M as, quando o assunto se prende à m atéria ine­
ciocínio. xata, com o re lig iã o , m oral, gosto, am or, ta l testem unho
se to rn a m era opin iã o . É por is to que necessitam os de
1. Falsas Premissas
autoridades na Igreja. Eles são nossos e x tra o rd iná rio s
O p ro fe sso r, com o inúm eros o u tro s que a gente
e ntendidos e s p iritu a is . Sem eles, a h is tó ria o prova,
encontra, havia deduzido ilo g ica m e n te que a re lig iã o não
grande parte da verdade é m u ito m ais d ifíc il, se não
é com patível com seus fe ito s h is tó ric o s , com guerras,
im p o ssíve l de e n co n tra r. E, acim a de tu d o , podemos
maus líderes ou hom ens de negócios in e scru p u lo so s que
c o n fia r seguram ente em seus m o tivo s para que nos in­
freq üenta m a igre ja no dom ingo.
flu e n c ie m .
Todas as re lig iõ e s que conhece são organizadas e
têm ta is in g re d ie n te s. Por conse g u in te , toda re lig iã o
4. Tradição
organizada não presta.
Você, prova ve lm e n te , tam bém já em pregou esse
John, um converso o riu n d o da D inam arca, rece nte ­
tip o de racio cínio. Todos nós usam o-lo às vezes.
m ente re to rn o u ao seu país pela p rim e ira vez, desde
A posição re su lta ra , é ó bvio, da e xp e riê n cia do pro­
fe sso r. Essa exp eriê n cia deu o rig e m a ce rta s prem issas,
mas é ilu s ó rio qu e re r c o n fu n d ir pre m issa com verdade.
As pessoas m uitas vezes se convencem da verdade de
uma proposição, porque ela d e riva de ce rta s prem issas
incontestadas. Elas não percebem que as p rem issas não
são necessariam ente verdadeiras.
Esse tip o de ra cio cín io tam bém é m u ito u tiliz a d o
durante campanhas p o lític a s . Vem o-lo explorado na ven­
da de produtos e idéias: O álcool é legal. Maconha não
é p io r que o álcoo l. P ortanto, a maconha deveria s e r le­
gal. Ou então: Maconha não p re ju d ica m ais que o c i­
garro. A m aio r parte do povo fum a cig a rro s . P ortanto,
eu deveria p oder fu m a r maconha.

2. Informação Incorreta ou Incompleta.


Nós poderíam os, im a g inariam ente, te r perguntado

Novembro de 1973
que pa rtiu para Sião há v in te anos. Esperando poder m atica m e n te , e serão devastadoras.
fa la r a re sp e ito do Evangelho com seus fa m ilia re s , en­ VIRAR O FEITIÇO. . .
con trou em toda parte o m esm o argum ento: “ Min Bar- V icky, recém conversa na Igreja e estudante em
netro (a fé que é de m eus pais) me b a s ta .” E isso en­ uma grande unive rsid a d e , estava sendo apoquentada por
cerrava a questão. um par de colegas de classe por causa de suas opiniões
Não só indivíduos com o tam bém m uitas ig re ja s c ris ­ sobre m oral. Em lugar de d ize r que isto fazia parte de
tãs propagam o Evangelho, de acordo com a in te rp re ­ seus p rin c íp io s re lig io s o s , ela sabiam ente contra-atacou,
tação de séculos atrás. Á lg u n s irm ãos nossos em outras com uma pergunta a stu ta : “ Vocês duas fa la m com o se
igrejas canonizaram a tra d içã o com o fu ndam ento de re lu ta sse m tris te m e n te em a ssu m ir qualquer tip o de va­
certas crenças evangélicas. Um bom exem plo é o ce­ lo re s m orais. Será m e sm o ? ” A tu rd id a s , as garotas m ur­
libato. Há te ó lo g o s que nem m esm o cita m re fe rê n cias m uraram uma resposta in co e re n te , diante da súbita e
e s c ritu rís tic a s para seus háb ito s; fa la m m eram ente de inesperada re v ira v o lta . “ V e ja m ,” ela p rosseguiu, “ en­
tradição. quanto vocês ta lve z tenham perdido a fé em qualquer
Esse p ro fe s s o r tam bém fo i culpado de usar in d ire ­ dim ensão m oral, eu, e m u ito s o u tro s que conheço, esta­
tam ente a tra d iç ã o quanto a achar que toda re lig iã o orga­ mos encontrando novo se n tid o em ce rto s p rin cíp io s ex­
nizada é sem valia. tra o rd in á rio s aprendidos re ce n te m e n te . G ostaria de
E xistem , natu ra lm en te , ve lh o s p rin c íp io s que deve­ c o n ta r-lh e s .. . ”
mos p re se rva r a todo custo, e o u tro s de que nos deve­ A pergunta fu lm in a n te tira o ím peto da pergunta do
ríam os desca rta r. A tra d içã o , porém , é m uitas vezes uma oponente e fá-la re to rn a r ao in te rro g ad o r. A resposta
m onstruosa algem a m ental, usada pelas pessoas para de V ic k y fez exatam ente isso.
re p e lir idéias novas, mas ve rdadeiras. O utra e xce le nte té cn ica , p a rtic u la rm e n te quando a
conversa gira em to rn o de um p rin c íp io do Evangelho,
5. Tudo ou Nada é indagar: “ Você deseja saber re alm ente ou é apenas
Tívessem os perguntado ao ta l p ro fe s s o r a re sp e ito c u rio s id a d e ? ” De algum a fo rm a , isto em geral coloca a
do uso de te rm o s ab so luto s no pensar e fa la r, ele te ria conversa na devida p e rsp e ctiva para você.
respondido im e d ia ta m e n te que a u tiliza çã o de te rm o s Quando e s tiv e r em dúvida sobre o que fa la r, use
com o sempre, todos, nunca, certam ente e obviamente, e seu bom senso. A cim a de tud o , o fa to de não saber,
de generalizações ta l com o todo vendedor, to d o mundo, honestam ente, não deve d e p rim i-lo . M u ita s vezes é pre­
todo líd e r sin d ica l e (não nos esqueçam os) toda reli­ fe rív e l às vá ria s fo rm a s de to lic e s sem â n ticas que pas­
gião, nos id e n tific a ria com o pessoas tensas e d e fe n s i­ sam por respostas. Quando você não souber alguma
vas. O m esm o é verdade em relação ao argum ento de coisa, p ergunte a uma pessoa de sua confiança. Se os
um-ou-outro, tudo-ou-nada e bom-ou-mau. seus am igos, pais ou bispo não souberem responder,
Embora a verdade absoluta seja um caso de p re to o Pai C e le s tia l o fará. Por que não a d q u irir o hábito de
e branco, com o aprendem os no Evangelho, fre q ü e n te ­ p e d ir a aprovação dele para suas escolhas ou decisões?
m ente p e rco rre toda a gama do arco -íris. A s a firm a tiv a s E xistem tam bém ce rta s regras de boa conversação
tudo-ou-nada m uitas vezes im p lica m numa s im p lific a ç ã o e debate que você d everia conhecer. Evite o modo ar-
im atura que s im p le s m e n te não é válida. A ce ita n d o a g u m e n ta tivo . Não levante a voz. Quem o faz prejudica
posição de que não e x is te um m eio te rm o num assunto, sua e fic iê n c ia . D iscorde da posição de o u tra pessoa só
você é força d o para o canto preto ou branco. depois de te r sid o capaz de contradizê-la s a tis fa to ria ­
A falácia de tudo-ou-nada é uma im p o rta n te arm a m ente (na o p inião d e la ). S o rria ; m o stre seus se n tim e n ­
dos p o lític o s . Seus am igos usam-na ig u a lm e n te , exata­ to s am igáveis pela m aneira de d ize r as coisas. Tenha
m ente com o o farão seus colegas de escola. Quase tudo ta to ; pense antes de fa la r, não depois. Não se m ostre
ou to dos são rotu la d o s descuidadam ente. A prenda a dogm ático, nem condescendente. Se aparentar uma
pensar em te rm o s o b je tiv o s . a titu d e s u p e rio r, logo estará falando sozinho. Não pro­
M u ito bem, então vejam os. Indagando quem quer cure se r o ce n tro das atenções, usando p ilh é ria s para
que você faça, o que e quais serão as conseqüências dar sabor ao que acha uma reunião sensaborona. Não
se o fizer ou não, você conseguirá m anter-se longe das engula m etade das palavras; fa le cla ra e audivelm ente.
águas tu rb u le n ta s e conseguirá alcançar o que você de­ E por fim , fo rm u le perg u n ta s e m ais perguntas. Quando
seja. Os cinco pontos que acabamos de d is c u tir ajudá- lhe fiz e re m uma pergunta, você m u ita s vezes poderá
lo-ão a m an ter pé firm e , quando tiv e r d e cid id o se g u ir responder com o u tra pergunta. E o m ais im p o rta n te de
um rum o p ro ve ito s o . Desde que aprenda a id e n tific á -lo s tud o , leia o m áxim o que puder. Se não o fiz e r, você
com rapidez, suas perguntas fu lm in a n te s su rg irã o auto­ ja m a is será um “ cobra”.

22 A LIAHONA
o princípio, o Pai Celestial e seu Filho, Jesus Cristo,
N formaram a terra. E a terra era vazia, porque não
não haviam colocado coisa alguma sobre ela. E trevas
cobriam-na toda.
E disseram: “ Haja luz", e houve luz. Então separa­
ram a luz das trevas e chamaram à luz Dia, e às trevas
Noite.
Depois, criaram o firmamento acima das águas da
terra.
A seguir, o Pai Celestial e seu Filho, Jesus, junta­
ram as águas, fazendo aparecer terra seca. E à porção
seca deram o nome de Terra, e às águas, Mares.
E organizaram a terra para produzir grama, ervas e
árvores.
E então Deus e seu Filho colocaram luzes no firma­
mento; para separar o dia da noite. A luz maior que go­
vernaria o dia era o sol, e a governante da noite, a lua.
Com a luz também puseram as estrelas.
E o Pai Celestial e Jesus prepararam as águas para
produzir grandes baleias e peixes, e também aves para
voar sobre a terra; e a terra foi preparada para produzir
gado e seres rastejantes e toda espécie de animais.
E o Pai Celestial falou: “ Façamos o homem à nossa
imagem.” E criaram macho e fêmea, e os abençoaram.
No sétimo dia, eles descansaram de toda a obra,i, e I
:. V.:- ,,, '
abençoaram o sétimo dia e o santificaram.
Instruções: Você poderia recortar ainda um círculo de
Colorir cuidadosamente e recortar todas as flanela escura para representar o globo terres­
figuras das páginas 24 e 25. Colar flanela no tre. Um meio círculo de flanela azul, colocado
verso de cada figura recortada, para que se fite, sobre a metade do círculo escuro, servirá para
quando colocada no flanelógrafo. representar a separação das águas e terra seca.
Disponha a figura no flanelógrafo de acordo
com a história.
A Criação
(recortes para
história de
flanelóglafos)
Canivetes E Basebol

26 A LIAHONA
Q
uando eu era garotinho, papai Quando temos a honestidade por
possuía uma loja de ferragens companheira, não somos tentados a
em nossa pequena cidade. Mais fazer coisas que causem lembranças
tarde, associou-se com dois outros
desagradáveis. Nunca deveríamos fi­
homens, para juntos expandir o ne­ car com dinheiro que não nos pertence
gócio. por direito, nem copiar lições de cole­
Certo dia, decidi que precisava gas, colar nas provas, mentir nem tirar
de um canivete. Fui à loja e procurei qualquer coisa que não é nossa. Quan­
a caixa onde eram guardados. Escolhi do somos honestos com nossos ami­
o que queria e meti-o no bolso. En­ gos, estamos sendo justos conosco.
quanto ainda estava junto da caixa de Papai também me ensinou a ser
canivetes, papai se aproximou, per­ honesto na santificação do dia do Se­
guntando o que eu fazia ali. nhor. Ainda me lembro de como ele
Disse-lhe então que como eu es­ gostava de jogar basebol. Contudo,
tava precisando de um canivete, ha­ jamais jogou uma partida no domingo.
via escolhido um do estoque da loja. Eu também gostava muito desse es­
Com muita bondade e paciência, ele porte. Meu pai pediu-me que nunca
me explicou que o canivete não per­ jogasse bola aos domingos, e prometi
tencia somente a ele, pois na verdade obedecer ao seu desejo.
dois terços eram de seus sócios. Por
isso, eu devia devolvê-lo, pois ele não Cumpri a promessa feita na oca­
tinha o direito de dá-lo nem eu de sião em que me ofereceram a oportu­
pegá-lo. nidade de tentar uma vaga num time
Essa lição de honestidad'e cau- dos grandes. Deixar escapá-la tornou-
sou-me uma forte impressão. Sempre se menos difícil, quando me lembrei
apreciei o fato de meu pai ter-se dado do exemplo de meu pai a quem eu
ao trabalho de ensinar-me a distinguir tanto respeitava.
entre o certo e errado. Como respei­ Sou muito grato por meus pais
tava sempre os direitos alheios e era que compreendiam o que era certo e
honesto em tudo o que fazia, sua vida diariamente me davam lições de pro­
foi um exemplo constante para mim. bidade, integridade e honradez.

Novembro de 1973 27
J
úlio examinava encantado a bola de futebol

A Bola novinha, branca e preta. Girou-a nas mãos


e correu os dedos levemente sobre as
costuras.
— Você gostou? — perguntou Tia Maria.
— E como! — respondeu o menino, ainda
não podendo acreditar que era realmente
sua. — Mas por que a senhora me está dando

De a bola?
Tia Maria deu uma risadinha.
— Porque você me ajuda bastante. Leva
recados para mim, ajuda-me a varrer o quintal.
Você até que merece muito mais que uma bola,

Futebol
Sherrie Johson
mas é tudo o que lhe posso dar. Espero que
se divirta com ela.
Júlio olhou para a tia. Era conhecedor de
que ela não tinha quase recursos e ficou ima­
ginando se era justo aceitar um presente assim.
Mas os olhos dela diziam-lhe que ficaria ma­
goada, se não aceitasse a bola.

— Então, muito obrigado, — disse mansa­


mente.
— Tudo o que peço é que se lembre sem­
pre por que a ganhou, — replicou a tia. — Ago­
ra vá jogar.
Júlio agradeceu mais uma vez e saiu cor­ vem o Paulo, outra vez. Não o deixe jogar. Ele
rendo animadamente, para aproveitar o lindo sempre atrapalha o jogo. Se ele entrar, garanto
dia de primavera. Rolando a bola constante­ que acabamos perdendo!
mente entre as mãos, imaginava o que a tia O Paulo não sabia jogar grande coisa, lá
teria querido dizer com aquele “ Lembre-se sem­ isso era verdade. Quase sempre perdia a bola
pre porque a ganhou” . para o adversário, e em diversas ocasiões, t i­
Mas vendo as plantas em plena floração nha-se até enganado de gol. Mas Júlio sabia o
primaveril, Júlio logo se esqueceu da pergunta, quanto ele gostava de jogar.
pois primavera significa bom tempo, bom tem­ — Posso jogar também? — perguntou
po significava peladas com os companheiros, e Paulo, esperançosamente, ao chegar junto
ainda por cima com sua própria bola! deles.
Júlio deixou a bola ir ao chão, chutando-a Júlio olhou para os outros e ia já dizer não,
habilmente pelo calçamento irregular do pas­ quando se lembrou de dar uma olhadela para
seio, enquanto corria. onde estava a Tia Maria. O rosto dela pareceu-
— Ei, onde você arranjou essa bola nova? lhe tenso de preocupação, esperando igualmen­
— quis saber Antônio, assim que viu o amigo. te pela resposta dele.
— Ganhei da Tia Maria, — replicou Júlio, Lembre-se sempre por que a ganhou. As
orgulhosamente. palavras da tia vieram à mente de Júlio, fazen­
— Bacana! Posso jogar com você? do-o olhar mais uma vez para os lados da janela.
— Lógico! — foi a resposta de Júlio. Ele havia compartilhado de seu tempo e ener­
Os dois ficaram chutando a bola entre si. gias para ajudá-la, e ficou imaginando se não
Não demorou, foram aparecendo outros garotos, estava tentando dizer-lhe que continuasse a
e logo havia número suficiente para iniciar uma dar de si.
partida de futebol. Júlio desviou os olhos da janela; depois
Tia Maria estava à janela, observando a voltou-se para Paulo.
pelada, conforme Júlio percebeu pelo canto dos — Você pode jogar, como não! — E antes
olhos, enquanto jogava. que alguém dissesse qualquer coisa, acrescen­
Ele adorava jogar bola e era um bom fute­ tou: — Como o Antônio joga muito bem, vou
bolista. Sua esperança era algum dia pertencer pedir que ajude você, para que vá aprendendo
ao selecionado do Brasil. Tia Maria sabe disso, a jogar melhor.
pensou. Quem sabe foi por isso que me deu O rosto de Paulo iluminou-se num largo
a bola. sorriso.
Mas logo se esqueceu de pensar mais a — Você vai ensinar-me mesmo? — pergun­
respeito, quando viu a bola voando em sua dire­ tou ansiosamente.
ção. Jeitosamente, ele a controlou, conduzin- Antônio lançou um olhar de esguelha para
do-a para junto do gol imaginário. Júlio, depois acabou sorrindo também.
Ao chegar perto do gol, chutou de ponta, — Lógico, com muito gosto! Todos nós
fazendo-a zunir pelo ar, certeiramente dentro vamos ensinar-lhe tudo o que sabemos de fu ­
da meta. tebol.
— Boa bola! — gritou Antônio. — Agora a Assim que reiniciaram a partida, Júlio
vantagem é nossa! olhou furtivam ente para a janela da tia Maria,
Já fazia algum tempo que um garoto menor que estava sorrindo e aprovando com um mo­
estava observando a partida lá da calçada. De­ vimento de cabeça. Julio acenou levemente a
pois, criando coragem, foi-se aproximando com mão antes de sair correndo pelo campo.
passos lentos do grupo de jogadores. De repente, ele soube por que Tia Maria
— Essa não! — cochichou Antônio. — Lá lhe havia dado a nova bola de futebol.

30 A LIAHONA
Uma Entrevista
Com O Bispo
Victor L. Brown

não im p o rta qual seja a cu ltu ra a que se pertence, a


língua que se fala, ou a co r da pele que se tem . A inda
que os p roblem as e n fre n ta d o s pelos jovens possam d i­
fe r ir em ce rto s aspectos m otivados pela d ive rsida de de
cu ltu ra s , quando o Evangelho com eça a flo r ir em seus
corações, sua in flu ê n c ia im buidora faz com que todos se
unam na fra te rn id a d e evangélica. O Evangelho é, de
fa to , un ive rsa l e acabará unindo to d o s os povos na fra ­
te rn id a d e un ive rsa l do S acerdócio de Deus, e a juve n­
tu d e de hoje se c o n s titu irá nos homens portadores das
bênçãos dessa irm andade.
Um dos problemas comuns a todos os jovens é o da
pressão social no tocante ao modo de trajar e apresen­
tar-se, pureza pessoal, drogas e assim por diante. Po­
deria dar-nos algumas palavras de encorajamento e con­
selho?
A pressão social é uma realidade e nós o reconhe­
Ao viajar pelo mundo afora, qual tem sido sua impressão cem os. A o m esm o tem po, quem sabe, tenham os falado
a respeito da juventude da Igreja? dem asiado a re s p e ito da pressão social negativa. C reio

S
empre que tenho encontrado jovens da Igreja, que e x is te uma pressão social p o s itiv a ainda mais pode­
observei um co m p ro m e tim e n to e dedicação real­ rosa. Se a pessoa c o n v iv e r com am igos de vida lim pa,
m ente insp ira d o re s. No B rasil, por exem plo, p re ­ ela achará m u ito d ifíc il e em baraçoso envolver-se em
senciei um concurso de E scritu ra s para jovens do co m p o rta m e n to im o ra l. Os padrões m orais da Igreja e do
Sacerdócio A arônico, em âm bito de m issão. C om petindo Evangelho são id ê n tic o s em toda parte. Honradez, in te ­
em c ita r e in te rp re ta r E scritu ra s, os rapazes do Sacer­ gridade e pureza estão e n tre as v irtu d e s que todos nós,
dócio A arônico dem onstravam aquele e n tusiasm o que com o a u tê n tic o s seg u ido re s de C ris to , tem os que vive r.
se costum ava v e r em p a rtid a s de basquete — não tão Por exem plo, podem e x is tir d ife re n ça s na a titu d e cu l­
barulhento e im petuoso, talvez, mas de igual intensidade. tu ra l ou social na questão do sexo, no que diz re spe ito
Tenho com parecido a reuniões sacra m e n ta is em ao m undo, mas o padrão do Evangelho é um só. Não há
m uitos países. Uma que me vem à m ente fo i em Samoa. m argem para racionalização ou concessões. Quando todo
Havia umas se tenta e cinco pessoas pre se n te s. O te m ­ m em bro jo ve m da Igreja chegar a e n te n d e r por que o
po estava quente e úm ido, mas to d o s os diáconos e Senhor ensina recato no v e s tir, na conduta, no falar,
sacerdotes trajava m roupas lim pas e adequadas. O pre­ penso que as p ressões da sociedade deixarão de exercer
sidente da estaca que me acompanhava contou que essa grande in flu ê n c ia sobre ele. O Senhor disso: “ Não adul-
era uma das m aneiras de d e m o n stra re m re s p e ito pelo te ra rá s ", e is to in c lu i fo rn ica çã o e hom ossexualism o.
Senhor e suas ordenanças sagradas. Essa m anifestação Nossos jo ve n s podem e n te n d e r que a fa lta de recato
e x te rio r era uma fo rte e vidência do p rofundo co m p ro ­ m u ita s vezes leva à fo rn ica çã o e ao a d u lté rio , e perce­
m etim ento in te rio r. bem o pe rig o de se exporem à v is ta do sexo oposto. Se
Em suma: Penso que, quando o e s p írito te s tific a , nossa ju v e n tu d e c o m p re e nd e r de fa to os p rin cíp io s fun-

Novembro de 1973 31
dam entais do Evangelho, não m ais se preocuparão com Às vezes, as pessoas igualam sucesso com fortuna e
coisas ta is com o m ini-saias, calças ju s ta s etc. Não é fama, e com o fato de obter êxito na profissão. Como
ta n to uma questão de co m p rim e n to das saias, com o uma o senhor definiria sucesso?
questão de se e ntender recato, v irtu d e e re s p e ito pró p rio .
C reio que uma das liçõ e s mais im p o rta n te s dadas O sucesso econôm ico é a m enos im p o rta n te m edida
pelo Profeta Joseph S m ith fo i quando lhe perguntaram : de sucesso! Em ú ltim a análise, o hom em bem sucedido
“ Com o governa o seu p o vo ? ” , e ele respondeu: "Ensino- é aquele preparado para re to rn a r à presença de seu Pai
lhes p rin cíp io s c o rre to s e eles governam a si p ró p rio s .” C e le s tia l. Seu renom e ou fo rtu n a em coisas deste mun­
O p rin c íp io não é a saia cu rta . O p rin c íp io é re p re se nta r do não te rã o nenhuma in flu ê n c ia no fa to dele poder
o Senhor por m eio de uma vida pura e lim pa. Roupas e ou não v o lta r ao Pai C e le ste . Na realidade, pessoa bem
conduta indecentes derrubam esse p rin c íp io . Para m im , sucedida é aquela que ama s u fic ie n te m e n te o Senhor,
o m ais im portan te é que a ju ve n tu d e entenda os p rin c í­ para guardar seus m andam entos. Pode não e sta r em
pios fundam entais. Se v ive re m estes, não te re m o s que verdade s a tis fe ita com suas condições te m p o ra is, mas
nos preocupar com os o utros. pode te r a paz que ultrapassa todo e n te n dim ento, uma
No que toca às drogas, elas são um grande mal — paz que as coisas d e ste mundo não podem dar.
um dos in s tru m e n to s m ais e fic ie n te s de Satanás. Des­ O utra a u tê n tica m edida de sucesso concerne aos
tru in d o o liv re a rb ítrio , as drogas d ific u lta m extre m a ­ que se casam e form a m uma fa m ília . Seu sucesso será
m ente o arrepe nd im e n to . Nosso conselho, obviam ente, m edido pela m ordom ia exe rcid a sobre os filh o s . Um
é e v ita r a qualquer cu sto ta n to as drogas com o os que pai ou mãe bem sucedidos procurarão c ria r filh o s que
se envolvem com elas. Se um jovem já se deixou apa­ am em ao Pai C e le s tia l e guardem os seus m andam entos.
nhar no laço, deve p ro cu ra r im e d ia ta m e n te seus pais ou Não e x is te sucesso m a io r que e ste e não tem relação
bispo, para que e stes o ajudem a ve n ce r o hábito. algum a com as posses m a te ria is de uma pessoa. Ao
m esm o tem po, porém , o Senhor espera que o homem
A Igreja costuma dar muita ênfase à instrução; entre­ p ro cu re s u s te n ta r adequadam ente sua fa m ília . Isto não
tanto, em certas regiões, não existem muitas oportuni­ s ig n ific a que precisa o fe re ce r-lh e uma casa dispendiosa
dades para se obter educação superior. Além disso, às ou grande fo rtu n a , mas, sim , que cuide de suas neces­
vezes há poucas oportunidades para se usar tal instru­ sidades fís ic a s e e s p iritu a is . Q uer d ize r tam bém que os
ção. O que o senhor aconselha? filh o s farão a parte deles em fa v o r de uma vida fa m ilia r
fe liz .
A cho que, às vezes, e rram os ao d e cla ra r que todo N a tu ra lm e n te , sem pre haverá alguns que perm ane­
jovem deveria o b te r uma in stru çã o u n iv e rs itá ria . Ela é cerão sós durante a vida in te ira . Eles poderão te r su­
ó tim a, quando apropriada aos nossos o b je tiv o s . E xistem , cesso id ê n tico , se guardarem os m andam entos e v iv e ­
contudo, outras m etas que tê m o m esm o v a lo r e não rem o Evangelho, através de se rviço prestado aos sem e­
devem ser desprezadas, isto é, in stru çã o e a d e stram ento lhantes em uma das m il m aneiras pelas quais as pessoas
em o fíc io s . É exatam ente tão honroso se r encanador p re cisa m se r a u xiliadas hoje em dia.
com o m édico, desde que o in d ivíd uo seja um bom enca­
nador ou bom m édico. O p rin c íp io ensinado pelo Evan­ Uma das responsabilidades como bispo presidente é o
gelho é que jam a is nos devem os s a tis fa z e r com a me­ bem-estar dos membros. O que faz a Igreja atualmente
d iocridade, mas, antes, alcançar a exce lê ncia em tudo o nas áreas do mundo assoladas por fome e doenças?
que fize rm o s, desde que honesto.
A atividade na Igreja provê uma e xp e riê n cia p rá tica Nós estam os m u ito a te n to s a ta is problem as, e
m aravilhosa para seus m em bros, podendo fo rn e c e r a trabalhando através dos líd e re s locais do S acerdócio para
base para o sucesso em m u ito s aspectos da vida. O a sua solução. Seguindo os m étodos revelados do Se­
jovem que p a rtic ip a a tiva m e n te das a rte s (te a tro , o ra tó ­ nhor, estam os co n s tru in d o sobre uma base sólida, a fim
ria, m úsica etc.) — por esse seu “ b a ckg ro u n d ” — em de que não haja re tro c e s s o d epois de algum progresso.
geral se destaca grandem ente dos colegas de idade A Igreja tem m is s io n á rio s s a n itá rio s com o tam bém m is­
que tão tiv e ra m ta is oportu n id a d e s. E então, somando s io n á rio s agrícolas. Num fu tu ro pró xim o , esperam os te r
fé e e sfo rço com educação ou aprendizado, ele poderá m is s io n á rio s tam bém no cam po da a s s is tê n cia social.
alcançar genuíno sucesso, seja qual fo r a p ro fis s ã o es­ Os m is s io n á rio s s a n itá rio s são e n fe rm e ira s, m édi­
colhida. Ele sub irá n a tu ra lm en te , não o b sta n te condições cos, d e n tis ta s p ro fis s io n a is e o u tro pessoal tre in a d o em
so cia is e p o lític a s . E ncontrará o cam inho para uma vida s e rv iç o s de saúde. A tu a lm e n te , há desses m issio n á rio s
bem sucedida e p ro d u tiva . e speciais trabalhando em d iv e rs o s países, onde ensinam

32 A LIAHONA
o povo a cuid ar m e lh o r de suas p ró p ria s necessidades. A o lhe perg u n ta re m qual era sua m ensagem , ele respon­
Pelo seu esforço, a p róxim a geração gozará de m elhor deu que o m e lh o r conselho que podia dar ao povo era
saúde e d e sfru ta rá uma vida m ais p ro ve ito sa . Eles ta m ­ que guardasse os m andam entos.
bém ensinam com o cu id a r dos bebês, ajudando, assim , G ostaria de a cre sce n ta r m ais alguma coisa, men­
a reduzir a elevada taxa de m o rta lid a d e in fa n til e x is te n te cionando que o program a supervisado do se m iná rio está
em ce rto s países. O povo tam bém aprende noções de agora à d isp o siçã o de p ra tica m e n te todo jovem no mun­
nutrição u tiliza n d o co m e s tív e is c u ltiv a d o s no local, po­ do in te iro . Não im p o rta quão d is ta n te e steja uma unidade
rém ensinando-lhe a e q u ilib ra r sua dieta. organizada da Igreja; agora, ele poderá a prender o Evan­
Os m issio n á rio s agrícolas operarão de m aneira se­ gelho através desse program a. Se a juve n tu d e da Igreja
m elhante à dos m issio n á rio s sa n itá rio s . Ensinarão p rin ­ e stu d a r o Evangelho e tra v a r conh e cim e n to com o Sal­
cípios e prática s agrícolas co rre ta s. Eles não estarão vador e suas palavras, guardando seus mandam entos,
m unidos de tra to re s e o u tro s im p le m e n to s com plexos tudo o m ais ser-lhes-á acrescentado. Pois o Senhor a fir­
da m oderna a g ric u ltu ra , com o se faz nos Estados U nidos. mou: “ . . . buscai p rim e iro o re in o de Deus, e a sua
Ensinarão o povo a m e lh o ra r no que estão acostum ados ju s tiç a , e todas estas coisas vos serão acrescentadas."
a fazer — com o p la n ta r ou tra s coisas além de m ilho, (M a te u s 6:33)
com o c u ltiv a r ou tro s legum es e fru ta s , com o tra ta r do Ser um santo dos ú ltim o s dias é algo especial e se
solo adequadam ente, com o usar re sto s da c u ltu ra a nte­ torna cada vez m ais incom parável, à m edida que o m un­
rio r para fe rtiliz a n te etc. do se d e te rio ra . Uma de m inhas preces é que nossa
Nós com eçam os pelos p rin c íp io s básicos, ensinando ju ve n tu d e viva liv re m e n te o Evangelho e dem onstre,
o povo a ajudar a si p ró p rio . através de sua vida, o que s ig n ific a se r um verdadeiro
Quais seriam as palavras de conselho ou advertência santo dos ú ltim o s dias.
geral do senhor para a juventude da Igreja em todo o Quero assegurar aos jovens da Igreja o am or que
mundo? lhes te m o s e a confiança que neles depositam os, en­
quanto estudam e se preparam para, em retidão, serem
0 p rim e iro conselho que eu daria é o do P residente os líd e re s dos p re p a ra tivo s para a segunda vinda de
Harold B. Lee, quando se to rn o u p re s id e n te da Igreja. nosso Senhor e Salvador, Jesus C ris to .

fe v e re iro de 1831 aos 38 anos de 6. S y lv e s te r Q uayle Cannon —


Os idade; fa le ce u no dia 27 de m aio
de 1840, em Nauvoo.
apoiado a 6 de outu b ro de 1925,
aos 48 anos; apoiado assessor

Bispos 2. N ew el K im ball W h itn e y — cha­


mado por revelação com o p ri­
do C onselho dos Doze, a 6 de
a b ril de 1938.

Presidentes m e iro bispo de K irtla n d . Foi


apoiado com o p rim e iro bispo da
Igreja a 7 de outu b ro de 1844,
7. LeGrand Richards — apoiado
a 6 de a b ril de 1938, aos 52 anos;
ordenado apó sto lo no dia 10 de
Da aos 49 anos; nomeado bispo p re ­
sid e n te a 6 de a b ril de 1847; fa ­
a b ril de 1952.
8. Joseph L. W irth lin — apoiado

Igreja leceu na C idade de Lago Salga­


do, a 23 de se te m b ro de 1850.
com o segundo co n se lhe iro a 6
de a b ril de 1938; com o p rim e iro
3. Edward H u n te r — apoiado no dia co n se lh e iro , a 12 de dezem bro
7 de a b ril de 1851, aos 58 anos de 1946; com o bispo presidente,
de idade; fa le ce u a 16 de o u tu ­ a 6 de a b ril de 1952, aos 58 anos
bro de 1883, na C idade de Lago de idade; desobrigado por ques­
Salgado. tõ e s de saúde, a 30 de setem bro
4. W illia m B ow ker Preston — apoia­ de 1961.
do a 6 de a b ril de 1884, aos 53 9. John H. Vandenberg — apoiado
anos; desobrigado por questões a 30 de se te m b ro de 1961, aos
de saúde, a 4 de dezem bro de 56 anos de idade; apoiado assis­
esde 1831, quando o Senhor 1907. te n te do C onselho dos Doze, a

D chamou por revelação o p ri­


m eiro bispo p re sid e n te nesta
5. C harles W ils o n N ib le y — apoia­
do a 4 de dezem bro de 1907, aos
dispensação, e stes dez hom ens abai­48 anos de idade; apoiado com o
xo serviram nesse o fíc io : segundo co n s e lh e iro do P resi­
6 de a b ril de 1972.
10. V ic to r L. Brown — apoiado se­
gundo c o n se lh e iro , a 30 de se­
te m b ro de 1961; com o bispo pre­
1. Edward P artrige — chamado por dente H eber J. G rant, no dia 28 s id e n te , a 6 de a b ril de 1972,
revelação para ser bispo, a 4 de de m aio de 1925. aos 57 anos de idade.

Novembro de 1973 33
Atalaia,
Avisa Os Impios
isse o Profeta Ezequiel: voz, ou pela de m eus servos, não im ­
“ Filho do hom em : Eu te dei p o rta .” (D&C 1:11, 14-16, 38)
por atalaia sobre a casa de Estas adve rtê n cia s foram fe ita s há
Israel; e tu da m inha boca o uvirás cento e quarenta anos. 0 cu m prim e n­
a palavra, e os avisarás da m inha to está-se dando agora. A não ser
parte. que nos cegue a p ró p ria com placên­
“ Quando eu d is s e r ao ím pio: C er­ cia e a m a lícia dos homens ím pios,
tam ente m orrerás; não o avisando tu, som os te ste m u n h a s vivas desse cum ­
não falando para a visar o ím pio acer­ prim e n to .
ca do seu cam inho ím pio, para salvar Com o atalaias na to rre de Sião, é
a sua vida, aquele ím pio m o rre rá na nosso d e ve r e d ire ito com o líderes,
sua m aldade, mas o seu sangue da d enunciarm os os m ales de hoje —
tua mão o re que rere i. m ales que ameaçam o p ró p rio funda­
“ M as, se avisares o ím pio, e ele Élder Ezra Taft Benson m ento de tudo o que nos é caro com o
não se co n ve rte r da sua im piedade verd a d e ira ig re ja de C ris to e como
Do Conselho dos Doze
e do seu cam inho ím pio, ele m orrerá m em bros de nações c ristã s.
na sua maldade, mas tu liv ra s te a tua C om o um desses atalaias que sou,
alm a." (Ezequiel 3:17-19) com p rofundo am or à humanidade,
Os inspirados p ro fe ta s do Livro de “ ... e se aproxim a o dia em que a ce ito h u m ild e m e n te essa obrigação
M órm on p revira m os nossos dias e aqueles que não o u vire m a voz do e desa fio , empenhando-m e com ale­
advertiram -nos sobre a e s tra té g ia do Senhor, nem a de seus servos, nem gria a c u m p rir sem te m o r o meu de­
adversário. Eis as suas palavras: a tenderem às palavras dos p ro fe ta s ver. Em te m p o s s é rio s com o estes,
“ Pois que, nesse dia, ele (o dem ô­ e apóstolos, serão desarraigados den­ não podem os p e rm itir que o medo de
nio) assolará os corações dos filh o s tre os povos; c rític a s nos im peça de levar avante o
dos homens e os excita rá a se enco- “ Pois que se desviaram dos m eus nosso dever, m esm o ao risco de nos­
lerizarem co ntra o que é bom. e s ta tu to s e quebraram o meu e terno so conselho se r taxado de p o lítico ,
"E a o u tro s p a cifica rá , e os ador­ convênio; v is to que o governo está se e n tre la ­
m ecerá em segurança c a r n a l . . . “ Não buscam ao Senhor para esta­ çando cada vez m ais em nossa vida
“ . . . ai do que escuta os p re ce ito s b e le ce r a sua ju s tiç a , mas cada um cotidiana.
dos homens e nega o poder de segue o seu p ró p rio cam inho, segun­ Desta c ris e pela qual estam os ago­
Deus... (8 N éfi, 28:20-21, 26.) do a im agem do seu p ró p rio Deus, a ra passando, fo m o s s u ficie n te m e n te
0 Senhor deu-nos m ais o u tro aviso qual é à sem elhança do m u n d o . .. avisados. Isto tem provocado certo
por in te rm é d io de um p ro fe ta m oder­ “ 0 que eu, o Senhor, fa le i, d isse c ritic is m o . E xistem e n tre nós aqueles
no, Joseph S m ith : e não me escuso; e ainda que passem que não querem o u v ir a mensagem.
“ P ortanto, a voz do Senhor se d i­ os céus e a te rra , a m inha palavra Ela é em baraçosa. As coisas que
rige aos co n fin s da te rra , para que não passará, mas será in te ira m e n te ameaçam nossa vida, nosso bem-es­
todos os que qu ise re m possam o u vir: cu m p rid a , seja pela m inha pró p ria ta r, nossas liberdades são exatamen-

34 A LIAHONA
te as que alguns de nós vêm to le ­ "T o le râ n cia não é conform ar-se titu iç õ e s penais am ericanas. Ele fez
rando. M u ito s são os que não querem com as op in iõ e s e p rá tica s do mundo. ainda um m in u cio so estudo das or­
ser perturbados, p re fe rin d o co n tin u a r Não devemos renunciar às nossas ganizações p o lític a s e sociais. Como
gozando sua co n fo rtá v e l com placên­ crenças para agradar às pessoas, por re su lta d o dessa obra de quatro vo lu ­
cia. m ais q u eridas e in flu e n te s que se­ mes, in titu la d a Democracia na Amé­
A Igreja se a lice rça na verdade jam . O preço pago por uma posição rica, de T o cq u e ville em menos de dez
eterna. Não tra n sig im o s quanto a social ou m esm o pela harm onia pode anos a d q u iriu fam a m undial. Segue
p rincípios. Não renunciam os a nosso ser alto d e m a i s . . . O Evangelho se uma de suas com ovedoras explica­
lema de conduta, sejam quais fo re m a lice rça na verdade ete rn a ; e nunca é ções da grandeza da A m é rica :
as tendências ou pressões do m o­ seguro d e s e rta r da v e rd a d e .” (John “ Procurei a grandeza e ta le n to da
m ento. Com o igreja, nossa fid e lid a ­ A. W id tso e , Conference Report, A b ril A m é ric a em seus côm odos portos e
de às coisas verda d e ira s é inabalá­ de 1941, pp. 117, 116) am plos rio s, mas não estava lá; em
vel. Falar co ntra atos im o ra is ou Foi m u ito bem d ito que “ nosso seus fé rte is campos e im ensas pra­
inju stos tem sido o encargo de p ro ­ m a io r problem a nacional é 'a erosão. darias, e não estava lá; em suas r i­
fe ta s e discíp u los de Deus desde os Não a erosão do solo, mas da m ora­ cas m inas e seu vasto c o m ércio mun­
tem pos im e m o ria is. Foi por essa ra­ lidade n a c io n a l” . d ia l, e não estava lá tam bém . Somen­
zão que m u ito deles foram p e rse g u i­ No ano de 1831, chegou aos Esta­ te quando e n tre i nas ig re ja s da A m é­
dos. Não obstante, era sua ta re fa d i­ dos U nidos o fam oso h is to ria d o r fra n ­ rica e ouvi seus p ú lp ito s inflam ados
vina, como atalaias na to rre , dar avi­ cês A le x is de T o cq u e ville para, a pe­ de re tid ã o fo i que entendi o segredo
so ao povo. dido do seu governo, estudar as ins­ de seu c a rá te r e poder. A A m érica
Estamos vivendo numa época de
apaziguam ento — s a crifica n d o o p rin ­
cípio. A paziguar não é a solução. Ja­
m ais será a, resposta certa.
Um dos atalais m odernos da Igreja
fez esta grave advertência:
“ Uma fid e lid a d e va c ila n te m ata,
enquanto a devoção apaixonada dá
vida e alma a qualquer causa e seus
adeptos. A s d ificu ld a d e s do mundo
podem em grande parte se r im pu­
tadas aos que não são nem quentes
nem frio s , que sem pre seguem a li­
nha de m enor re sis tê n c ia , cu jo cora­
ção pusilânim e tre m e em to m a r o par­
tid o da verdade. A ss im com o no gran­
de conselho celeste , tam bém na Igre­
ja de C risto aqui na te rra não pode
haver neutralidade. Ou estam os do
lado do Senhor ou não estam os. A
fé in fle x ív e l, infensa a q u a lquer tra n ­
sigência, levará a Igreja e cada m em ­
bro dela ao triu n fo e consecução de
nosso su blim e d estino.
“ Os co nquistadores fin a is do m un­
do serão os homens e m ulheres, se O Senhor deu-nos mais outro aviso por
m uitos ou poucos não im p o rta , que intermédio de um profeta moderno,
se apegarem destem ida e in fle x iv e l­ Joseph Smith: “ . . .e se aproxima o dia em
m ente à verdade, que são capazes de que aqueles que não ouvirem a voz do Senhor,
dize r não, bem com o sim , em cujo nem a de seus servos, nem atenderem às
estandarte a ltiv o está in s c rito : Ne­ palavras dos profetas e apóstolos, serão
nhuma tra n sig ê n cia com o e r r o . .. desarraigados dentre os povos”

Novembro de 1973 35
é grande, porque é boa, e se algum a “ Não n e cessitam os de m ais desen­ e l a s . .. e is to com sem pre cresce nte
vez deixar de se r boa, a A m é rica v o lv im e n to m a te ria l, urge m aior de­ fre q ü ê n cia . Pseudo-im peradores pro­
cessará de ser g ra n d e .” (Prophets, se n vo lvim e n to e s p iritu a l. Não neces­ curavam agradá-los. A grande e s ó li­
Principies and National Survival, com ­ sita m o s de m ais capacidade in te le c ­ da classe m édia — a fo rça de Roma
pilado por Jerre ld L. N e w q u is t [S a lt tu a l, cum pre que e x is ta m aior fo rça exatam ente com o a nossa hoje em
Lake C ity, Utah P ublishers Press, m oral. Não n e cessitam os de m ais co­ dia — fo i sendo m ais e m ais taxada,
1964] p. 60) n hecim ento, p recisam os de m ais ca­ para s u s te n ta r a burocracia sem pre
A té que ponto chega nossa v o n ta ­ rá te r. Não n ecessitam os de m ais c re sce n te e cada vez m ais poderosa.
de de perm anecerm os liv re s — de governo, p recisam os de m a io r c u ltu ­ Os re n d im e n to s so fria m sobre-taxa-
serm os bons? M odo de pensar e rra ­ ra. Não n e cessitam os de m ais leis, ção para e n fre n ta r emergências.- O
do e fa lsa s ideologias, nos m ais p recisam os de m ais re lig iã o . Não ne­ governo fazia gastos d e fic itá rio s . 0
atraentes d isfa rce s, procuram solapar ce ssita m o s de m ais coisas v is ív e is , denário, moeda de prata e q uivale nte
sub-repticiam e n te — quase que de p recisam os m ais das coisas que não a m eio dólar, com eçou a perder seu
m aneira im p e rc e p tív e l — nossas de­ podem ser v is ta s . É nesta faceta da to m prateado e a d q u irir uma nuance
fesas m orais e c a tiv a r nossas m en­ vida que se ria p re ciso dar ênfase na acobreada, à m edida que o governo
tes. Elas seduzem com auspiciosas época p resente. Se esta fa ce ta se ia reduzindo sua percentagem de
prom essas de segurança, com m uitas fo rta le c e r, o re sto cuidará de si m es­ prata.
garantias do berço à se p u ltu ra . Estão mo. Este é o lado fundam ental de “ Já então se fez s e n tir a lei de
mascaradas sob v á rio s nom es, mas tudo o m ais. Se o fundam ento fo r só­ Gresham , pois a le g ítim a moeda de
todas podem ser id e n tific a d a s por lid o , a s u p e r-e stru tu ra se m anterá prata logo desapareceu, perm anecen­
uma coisa — uma coisa com um a firm e .” (Prophets, Principies and Na­ do oculta.
todas elas: co rro e r o ca rá te r e a li­ cional Survival, p. 35) “ O s e rv iç o m ilita r era uma ob riga­
berdade do hom em de pensar e agir ção a lta m e n te respeitada pelos rom a­
Com o povo liv re , estam os seguin­
por si mesm o. nos. De fa to , qualquer e stra n g e iro po­
do m u ito de p erto, sob ce rto s aspec­
Haverá empenho em nos em balar dia o b te r a cidadania romana, sim ­
to s, o cam inho que levou à queda o
com falsa segurança. Propostas são ple sm e n te apresentando-se com o vo­
grande Im p é rio Romano. Um grupo
e serão o fe recid a s, e patrocinados lu n tá rio para s e rv ir nas legiões de
de renom ados h is to ria d o re s sum ariou
accessíveis program as. Os m ais pe­ Roma. Mas, aum entando a riqueza e
assim aquelas condições:
rigosos g eralm ente oste n ta m ró tu lo s opulência, os jovens rom anos com e­
" . . . Roma te ve um in ício não m u i­ çaram a fu rta r-se ao s e rviço m ilita r,
a traentes, m uitas vezes em nome do
to d ive rso do nosso, para depois en­ procurando escusas para co n tin u a r na
bem -estar pú blico e da segurança
tra r em dois séculos de grandeza, mansa e só rd id a vid a urbana. Passa­
pessoal. Também aqui, não nos d e ixe ­
a tin g in d o seu auge no segundo sé­ ram a usar co sm é tico s e apresentar-
mos ilu d ir.
culo, e entrando em d e c lín io e colap­ se com tra je s e penteados afem ina-
A liberdade pode se r d estruída
so no te rc e iro . No e ntanto, as m arcas dos, até que se to rn o u d ifíc il, contam -
ta n to pela negligência com o por ata­
de decadência já se to rn a ra m aparen­ nos os h is to ria d o re s , d is tin g u ir os
que d ire to .
te s nos ú ltim o s anos daquele segun­ sexos.
Há tem po dem ais, os povos do
do século.
mundo liv re em geral, vêm agindo “ Entre p ro fe s s o re s e e ru d ito s, ha­
com o cú m p lice s calados dos c rim e s “ Conta-se que houve um im enso via um grupo chamado ‘os cín ico s',
de assalto co n tra a lib e rd a d e — a cré scim o no núm ero de rico s o cio ­ cujos adeptos deixavam cre sce r os
assalto con tra os fu n dam entais p rin ­ sos. Os ú ltim o s (os pobres o cio so s) cabelos e barbas, usavam roupas de­
cípios e tra d içõ e s econôm icas e e sp i­ eram m antidos por m eio de esm ola salinhadas e professavam in dife re nça
ritu a is que são a fo rça das nações. perm anente, um siste m a de a s s is tê n ­ aos bens m a te ria is, enquanto escar­
Façamos empenho em p ro g re d ir no cia social não m u ito d ive rso do nosso. neciam do que taxavam de ‘valores
cam inho do bem e da liberdade. Com A o se p e rp e tu a r ta l siste m a , os rece- da classe m édia'.
a ajuda e bênçãos do S enhor, os po­ bedores de dádjvas p úblicas (a u xílio “ A m oral decaía. Tornou-se perig o­
vos do mundo liv re podem e hão de g o vern a m e n ta l) foram aum entando so andar pelas estradas do in te rio r
e n fre n ta r o amanhã sem medo, sem em núm ero e se organizaram em blo­ ou ruas da cidade. Os tu m u lto s eram
dúvidas e com plena confiança. co p o lític o de co n sid erá ve l poder. coisa com um , e, às vezes, b a irro s in­
Um p o lític o , anos atrás, id e n tific o u Não hesitavam em v ir a p ú b lico com te iro s de cidades eram incendiados.
pre cisam e nte o problem a da seguin­ suas exigências, nem o governo se “ E, durante todo o tem po, as male-
te form a: m ostrava h e sita n te em a te n d e r a zas gêmeas da taxação co n fisca tó ria

36 A LIAHONA
e progressiva inflação estavam de que raram ente uma grande c iviliza çã o O p ro sse g u im e n to dessas práticas
atalaia para d e s fe rir o golpe m o rta l. é vencida por fo rça s exte rn a s, a não im o ra is ce rta m e n te acarretará a ira
“ Então fin a lm e n te , essas fo rça s to ­ se r que e ste ja in te rn a m e n te d e b ili­ e ju lg a m e n to s do Todo Poderoso.
das venceram a energia e am bição tada ou corroída. Em nossa concentração no m ateria-
da classe média. A s lições da H is tó ria perm anecem lis m o e bens m a te ria is, estarem os
“ Roma sucum biu. com o m arcos in d icadores que podem o lvidando a base e s p iritu a l na qual
“ Nós, agora, estam o-nos a p ro xi­ ajudar-nos a tra ç a r seguram ente o ru­ se apóiam nosso progresso, seguran­
mando do fim de nosso segundo sé­ mo do fu tu ro . ça e liberdade? Que Deus nos ajude
c u lo .” (D iscurso p ro fe rid o por Ronald Na qualidade de cidadãos do m un­ a nos arrependerm os de nossos erros
Reagan, na Faculdade E isenhow er, do liv re , p recisam os d e sp e rta r para e m aldades, e a nos hu m ilhar diante
Nova York, 1969) os problem as que se nos d e fro n ta m . do poder ofendido.
Em 1787, Edward Gibbon com ple­ Temos que reco n h e ce r que esses
E xiste uma grande segurança numa
tou sua grandiosa obra O Declínio e p rin c íp io s fu n d a m e n ta is, básicos —
nação que se põe de jo e lh o s.
Queda do Império Romano. Eis com o m orais e e s p iritu a is — fo ra m o pró­
Quanta certeza não nos daria das
descreve o cam inho dessa queda: p rio a lice rce de nossos fe ito s passa­
tão necessárias bênçãos do Senhor,
1. O solapam ento da honradez e dos. Para co n tin u a rm o s a gozar as
se, em toda parte, o povo pudesse
santidade do lar, base de toda s o c ie ­ bênçãos presentes, te m o s que re to r­
se r encontrado de jo e lh o s — d ia ria ­
dade humana. nar a eles. Economia e m oral são am­
m ente, n o ite e dia — dando graças
2. Im postos cada vez m ais pesa­ bas p arte de um código inseparável
pelas bênçãos já recebidas, reconhe­
dos e o esbanjam ento de d in h e iro s de verdade. Precisam e sta r em har­
cendo nossa dependência de Deus, e
públicos em “ pão e c irc o " g ra tu ito s monia. Temos que pautar nossas
buscando sua d ivin a orientação.
para a populaça. ações de acordo com essas verdades
O e spetáculo de um país orando é
3. A busca louca de prazeres, os eternas.
m u ito m ais assom broso, inspirador,
esportes tornando-se cada vez mais A Igreja de Jesus C ris to dos San­
poderoso que o detonar de uma bom ­
excita n te s e brutais. to s dos Ú ltim o s Dias defende firm e ­
ba atôm ica. A fo rça da oração é su­
4. A produção de arm am entos g i­ m ente os grandes p rin c íp io s e s p iri­
p e rio r a q u alquer possível consórcio
gantescos, quando o ve rd a d e iro in i­ tu a is e m orais que tê m sido a tra d i­
de poderes c o n tro la d o s pelo homem,
migo se encontrava na decadência ção básica do m undo liv re . Opomo-
porque a “ oração é o m e lh o r m eio de
do povo. nos a qualquer em penho m a lé fico
acesso do hom em aos recursos de
5. O declín io da re lig iã o — tra n s ­ para degradar ou d e sa fia r as ve rd a ­
D e u s” . Nossos antepassados a ceita­
form ando-se a fé em coisa m eram en­ des e ternas que fo ra m o s u ste n tá cu lo
vam esta verdade eterna. E nós?
te fo rm a l, sem vivê n cia na realidade, da civ iliz a ç ã o desde o p rin c íp io .
A ceitá-la-em os tam bém ?
incapaz de a d v e rtir e g u ia r o povo. Lançarem os mão de todo e qual­
Haveria aqui um p a ralelo para os quer m eio honroso para fo rta le c e r o Sim , é de nosso m e lh o r interesse
nossos dias? Poderiam as m esm as lar e a fa m ília ; para in c e n tiv a r a obe­ p ró p rio que adotem os essa sim ples
razões que provocaram a queda de diê n cia ao p rim e iro e grande manda­ prá tica , essa poderosa p rá tica de orar.
Roma d e s tru ir os países do mundo m ento de m u ltip lic a r e povoar a D isse alguém m u ito s anos atrás: “ Do
livre? te rra , através de nobre p a ternidade; que este país necessita m ais que
D urante o ito anos, m antive esta e para e n rije c e r o c a rá te r pelo devo- o u tra coisa qualquer é da velha e

piedosa súplica sobre m inha mesa de ta m e n to a elevados p rin c íp io s e s p i­ antiquada oração fa m ilia r." Sim ,

trabalho: “ Ó Deus, dá-nos homens ritu a is e m orais. nossa m aior precisão é v o lta r às ve­
com m andatos m ais a lto s que a urna Na Igreja de Jesus C ris to dos San­ lhas e com provadas verdades.
e le ito ra l.” to s dos Ú ltim o s Dias, a castidade Deus nos ajude, com o homens li­
As lições da H istó ria , m uitas delas ja m a is estará ultrapassada. Temos vre s, a reconhecer a fo n te de nossas
extrem am ente m orig e ra n te s, m erece­ um único padrão para hom ens e mu­ bênçãos, a ameaça à nossa liberdade
riam m aior atenção nesta co n ju ntu ra lheres, e esse padrão é pureza m oral. e aos nossos padrões m orais e e sp i­
de grandes fe ito s , porque é no mo­ C om batem os e abom inam os a p rá ti­ ritu a is , e a necessidade de ação co­
mento do sucesso que co rre m o s o ca danosa do a b orto in d is c rim in a d o e rajosa, ainda que hum ilde, para pre­
pior perigo. M esm o durante a hora de to d o e q u alquer o u tro ato ím pio e s e rva r essas bênçãos in e stim á ve is
grande prosperidade, um país pode im puro que solapar o p ró p rio a lic e rc e que o te m p o com provou, eu oro hu-
estar lançando as sem entes de sua do lar e da fa m ília , nossas fundam en­ m lid e m e n te em nome de Jesus C ris­
própria derrocada. A h is tó ria m ostra ta is in s titu iç õ e s . to . A m ém .

Novembro de 1973 37
Agora... Permanecem
A Fé, A Esperança
E A Caridade
Presidente Romney afirmou Lázaro que m olhe na água a ponta do

0 recentemente: “ O bem -estar


não é um program a da Igreja;
é parte de sua p ró p ria e s s ê n c ia .” Eu
creio re alm ente nisso. Bem -estar é
seu dedo e me re fre sq u e a língua,
porque estou atorm entado.
“ D isse, porém , A braão: Filho, lem ­
bra-te de que re cebeste os teu s bens
m ais que sa tisfa z e r as necessidades em tua vida, e Lázaro som ente m ales;
te m p o ra is dos m em bros da Igreja. e agora este é consolado e tu a to r­
D estina-se a todo m em bro da Igre­ mentado.
ja, sem exceção. Envolve os noventa “ E, além disso, está posto um
e seis por cento que não necessitam grande abism o e n tre nós e vós, de
de a ssistência, fa c ilid a d e s e coisas s o rte que os que quisessem passar
fo rnecida s pelo arm azém dos bispos. daqui para vós não poderiam , nem
O bem -estar é para aqueles que po­ Bispo Vaughn J. Featherstone tão pouco os de lá passar para cá.
dem dar, bem com o para os que não Segundo Conselheiro no Bispado Presidente “ E disse ele: Rogo-te pois, ó pai,
precisam receber. E ainda, natu ra lm en te , o grande que o mandes à casa de meu pai.
As E scrituras estão re p le ta s de S alvador dos céus e da te rra , nos “ Pois ten h o cinco irm ãos; para que
passagens que te s tific a m do que fa ­ ensinou uma im p o rta n tís s im a lição lhes dê te ste m u n h o , a fim de que não
lou o P residente Romney. Em M osiah, em uma de suas su b lim e s parábolas, venham tam bém para este lugar de
diz o Rei B enjam im : dizendo: to rm e n to .
“ . . . e não p e rm itire is que o m en­ “ . . . h a v i a um hom em rico , e ves- “ D isse-lhe A braão: Têm M oisés e
digo vos peça em v ã o . . . tia-se de púrpura e de lin h o fin ís s im o , os p ro fe ta s ; ouçam-nos.
"Talvez digais: O hom em tro u xe e v iv ia todos os dias regalada e es­ “ E disse ele : Não, pai A braão; mas,
sobre si sua m isé ria ; p o rta n to , não p lendidam ente. se algum dos m o rto s fo sse te r com
este nderei a m inha mão, não lhe da­ “ Havia tam bém um c e rto m endigo, eles, arrepender-se-iam .
rei do meu su ste n to , nem fá-lo-ei chamado Lázaro, que jazia cheio de “ Porém Abraão lhe disse: Se não
p a rtic ip a r dos m eus bens... pois chagas à porta daquele. ouvem a M o isé s e aos p ro fe ta s, tão
seus castig o s são ju s to s . “ E desejava a lim entar-se com as pouco a cre d ita rão , ainda que algum
"Mas... quem assim a g ir tem m igalhas que caíam da mesa do rico ; dos m o rto s re s s u s c ite ." (Lucas 16:
grande necessidade de arrepender- e os p ró p rio s cães vinham lem ber- 19-31)
se; e, a menos que se arrependa do Ihe as chagas. C re io que aqui o S alvador nos dá
que fez, perecerá para sem pre e não “ E aconteceu que o m endigo m or­ uma grande lição. E xistem os neces­
terá parte no re in o de Deus. reu, e fo i levado pelos anjos para o sita d o s, e em sua grande caridade
“ Pois não som os to d o s m endi­ seio d'A braão; e m orreu tam bém o ele proverá, pois a cre d ito que o puro
g o s ? . . . ” [M o sia h 4:16-19) rico , e fo i sepultado. am or de C ris to é o bem -estar. C reio
E Paulo fa lo u c la ra m e n te: “ A inda “ E no Hades, ergueu os olhos, es­ que vai m u ito além das dim ensões
que eu falasse as línguas dos homens tando em to rm e n to s , e v iu ao longe daquilo que fazem os. C re io que é ca­
e dos anjos, e não tiv e s s e caridade, Abraão, e Lázaro no seu seio. ridade em sua fo rm a m ais pura.
se ria com o o m etal que soa ou com o “ E, clam ando, d isse : Pai A braão, É m u ito m ais do que apenas bem-
o sino que tin e .” (I C or. 13:1) tem m is e ric ó rd ia de m im , e manda a e sta r fís ic o . É a sa tisfa çã o das neces­

38 A LIAHONA
sidades sociais e e m ocionais na ção ve rm e lh o e, a se g u ir era neces­ “0 pessoa mal acabara de v o lta r
Igreja. É cuidar daqueles cujos corpos sá rio tra n s p o rta r o carre g a m e n to até do c e m ité rio , quando o te le fo n e v o l­
são deform ados. C re io que, nessa o engenho. Tratava-se de um tra b a lh o tou a to c a r; era George A lb e rt (B e rt)
área, tem o s uma grande e sagrada m oroso e ca n sa tivo devido à geada com o utra m ensagem h o rríve l: Charl
responsabilidade. Penso que jam ais e à fa lta de a u x ilia re s , v is to que meu havia m o rrid o , e duas de suas lindas
alguém o expressou tão belam ente irm ão Floyd e eu estávam os no e xér­ g a ro tin h a s — V esta de 7, e Elaine de
com o o P residente Lee, quando disse c ito , e Francis, ou ‘ Franz’ com o era 5 anos — estavam m u ito mal, e os
na co nferência de outu b ro de 1946: conhecido, era m u ito novo para o se r­ dois pequenos — Raeldon de 4, e
“ Sei que existe m fo rça s capazes v iç o m ilita r. Pauline de 3 — tam bém estavam
de achegar-se àquele que enche seu “ A s s im se empenhavam em co lh e r doentes.
coração de a m o r . . . Isso me ocorreu o único pro d u to a grícola lu c ra tiv o da “ Nossos bons prim os, os' Larkins,
uma noite, anos atrás, quando em fa m ília . C erta n o ite , estavam ja n ta n ­ conseguiram a rra n ja r um ataúde para
m inha cama com preendi que, antes do, quando, pelo te le fo n e , nosso Charl e mandaram -no para casa num
de poder ser digno do a lto lugar para irm ão m ais velho, G eorge A lb e rt, vagão de carga pela estrada de fe rro .
o qual fora chamado, eu tin h a que su p e rin te n d e n te da Escola In d u stria l M eu pai e Franz foram buscar o m or­
amar e perdoar a cada alm a que v iv ia Estadual em Ogden, com unicou-nos a to na estação fe rro v iá ria , colocando-o
na te rra . Naquele tem po, vim a co­ trá g ica n o tícia de que Kenneth, o f i ­ no alpendre de nossa velha casa ru­
nhecer e o b tive uma paz e d ire triz , lho de nove anos de nosso irm ão ral, para que os vizin h o s pudessem
um co n fo rto e inspiração que me d is ­ C harles, a d m in is tra d o r da fazenda da vê-lo, mas o pessoal tin h a m edo de
seram coisas que estavam para v ir e escola, fo ra aco m e tid o pela te rrív e l aproxim ar-se do cadáver de uma v í­
deram -me im pressões que eu sabia tim a da 'p e s te negra'. Nesse meio
g rip e e fa le ce ra nos braços do pai,
provire m de uma fo n te d iv in a .” (Con- tem po, meu pai e Franz fo ra m apron­
após poucas horas de e xtre m o s o fri­
ference Report, outu b ro de 1946, p. m ento; pedia que papai fo sse a ta r a cova com o a u xílio de alguns
146) vizin h o s, e p ro v id e n c ia r um breve
Ogden buscar o g a ro tin h o m o rto para
Não é faze r o p ro fe ta s e n tir a re s­ s e rv iç o fú n e b re para que o grande e
e n te rrá -lo na s e p u ltu ra da fa m ília no
ponsabilidade de cu id a r de cada alma C e m ité rio Léhi. nobre e s p írito de C harles Hyrum
vive n te na te rra , amando-a e per- G oates fo sse e ntregue aos cuidados
"M e u pai deu p a rtid a no seu velho
doando-a? de seu C riador.
C h e v ro le t a m anivela, e lá se fo i para
Pedi a um grande am igo meu, o “ No dia s e g u inte , meu bravo e im-
Five P oints, em Ogden, buscar o cor-
Irm ão Les Goates, um grande e ta le n ­ b atível velho pai fo i chamado para
pinho do neto para o e n te rro . Quando
toso e s c rito r, se eu podia “ ro u b a r" m ais o u tra cru e l m issão — trazer
chegou a seu d e stin o , encontrou
parte de uma h is tó ria sua sobre com o para casa a pequena e s o rrid e n te
‘C h a rl’ esta te la d o sobre o co rpinho
o bem -estar entrou em sua casa: V esta, de cabelos negros e grandes
inerm e do filh o q u e rid o , com o carac­
“ Mas, para 'm im e a m inha casa’, o lh o s azuis.
te rís tic o flu x o escuro v e rte n d o de
o program a do bem -estar com eçou “ Chegando lá, encontrou J u lie tt, a
seus ouvidos e nariz, e p ra tica m e nte
em O ld Field, a oeste de Léhi, na mãe enlouquecida de dor, ajoelhada
queim ado de fe b re .
estrada de Saratoga, no outono de ju n to ao berço da pequenina Elaine,
“ — Leve meu garoto para casa, — o a n jinho de olhos azuis e caracóis
1918, aquele ano de te rrív e is co n d i­
m urm urou o jovem pai desconsolado, dourados. J u lie tt orava, soluçando
ções c lim á tic a s da I G uerra M undial,
— e nterre-o na se p u ltu ra fa m ilia r e exausta:
durante o qual o medonho fla g e lo da
v o lte para me buscar amanhã. “— ó , Pai do céu, esta não, por
gripe espanhola v itim o u m ais de ca­
torze m ilhões de pessoas. "Papai tro u x e Kenneth para casa, fa v o r! Preserva o meu bebê! Não me
“ Naquele ano, o inverno chegou fez um caixão em sua o fic in a de car­ tire s m ais nenhum de m eus queridos!
cedo, congelando o solo com grande p in ta ria ; mamãe e m inhas irm ãs Jen- “ A n te s de papai chegar em casa
parte da safra de beterrabas sa ca ri­ nie, Emma e Hazel fo rra ra m -n o e pu­ com V esta, ve io o u tra in fa usta n o tí­
nas ainda por co lh e r. Papai e meu seram um tra v e s s e iro , enquanto pa­ cia. Elaine fo ra para ju n to de seu pai,
irm ão Francis tentavam desesperada­ pai com Franz e dois vizin h o s presta- e dos irm ãozinhos Kenneth e Vesta.
m ente arrancar da te rra gelada um tiv o s foram a b rir a cova. Havia ta n ­ E assim , meu pai te ve que fazer m ais
carregam ento de beterrabas por dia, tas m o rte , que as fa m ília s tin h a m que outra dolorosa viagem , indo buscar
que tinham que se r e xtraídas com o encarregar-se da a b e rtu ra das covas. para o s e p u lta m e n to o quarto mem­
arado e, depois de cortadas as fo lh a s, Um breve s e rv iç o ao pé da se p u ltu ra bro de sua fa m ília , d e n tro da mesma
jogadas uma a uma no grande carro- era tu d o o que se p e rm itia . semana.

Novembro de 1973 39
sím b o lo s da sua faina, com o se não
conseguisse a c re d ita r em seus olhos.
“ Então meu pai sentou-se num
m onte de fo lh a s de beterraba — esse
hom em que tro u x e ra para e n te rra r
em casa q u atro de seus entes que ri­
dos em apenas seis dias; fez os ataú-
des, cavou se p u ltu ra s e até m esm o
ajudou a v e s tir os m ortos — esse
hom em assom broso que nunca vasci-
lou, nem se esquivou ou trem eu du­
rante a angustiosa provação — sen­
tou-se num m onte de fo lha s de be­
te rra b a e soluçou qual criança pe­
quena.
“ D epois, levantou-se, enxugou os
olhos com seu enorm e lenço verm e­
lho estam pado, olhou para o céu e
disse:
“ — M u ito obrigado, Pai, pelos élde-
res da nossa a la .”
Seria isso que o Senhor nos man­
“ O te le fo n e não tocou na no ite do ‘Você te m uma porção de am igos, daria fazer, se e stive sse aqui para
dia em que Eliane fo i sepultada, ta m ­ G eorge.’ m o s tra r o cam inho, pois fo i ele quem
pouco houve n o tícia s de m o rte na "N o ú ltim o carroção, ia o côm ico fa lo u :
manhã seguinte. Supunha-se que da cidade, o sem pre o tim is ta , cabe- “ V inde a m im , to d o s os que estais
George A . e sua corajosa com panhei­ lo-de-fogo e sardento Jasper Rolfe. cansados e o p rim id o s, e eu vos a li­
ra D elia, em bora tam bém doentes, fo ­ A cenou uma alegre saudação, g rita n ­ v ia re i.
ram capazes de sa lva r os pequenos do: “ Tom ais sobre vós o meu jugo, e
Raeldon e Pauline; e fo i um grande “ — Este é o ú ltim o , Tio George. aprendei de m im , que sou manso e
a lívio , quando chegou a p rim a Reba “ M eu pai, voltando-se para Francis, h u m ilde de coração; e encontra reis
M unns, uma e n fe rm e ira , para ajudar. com e n to u : — Q uisera que fo sse m to ­ descanso para as vossas almas.
“ D epois do d e sje ju m , papai disse dos nossos. "P orque o meu ju g o é suave e o
a Franz: “ Chegando ao portão da fazenda, meu fa rd o é le v e .” (M a teus 11:28-30)
“ — Bem, filh o , é m e lh o r a gente ir Francis pulou do grande carroção Quem fo i mais abençoado? Não
para o campo e v e r se conseguim os ve rm e lh o para abri-lo, e passamos fo ra m os é lderes que se d irig ira m
co lh e r m ais um carregam ento de be­ para o cam po. Pulou no carro, fez para o campo, a fim de co lh e r as
terrabas, antes que a te rra fiq u e ain­ esta ca r as parelhas, fic o u parado um b eterrabas para o Irm ão Goates?
da m ais congelada. A tre le os aim ais m om ento exam inando o cam po, da Q uero que saibais que eles recebe­
e vam os andando. esquerda para a d ire ita , de cim a para ram uma grande bênção.
“ Francis ve io conduzindo o carro- baixo — e eis que, im aginem , não E agora, conclu in d o, lem brai-vos
ção puxado por quatro cavalos, e restava uma única beterraba no cam ­ das palavras de Paulo, quando disse:
papai subiu na boléia. A o descerem po in te iro . Só então com eçou a com ­ “ A gora, pois, perm anecem a fé, a
pela estrada de Saratoga, fo ra m pas­ p re e n d e r o que Jasper Rolfe quis d i­ esperança e a caridade, estas trê s,
sando por carroção após carroção zer, ao g rita r: ‘Este é o ú ltim o , Tio mas a m a io r destas é a c a rid a d e .”
carregado de beterrabas a cam inho George.' (I Cor. 13:13)
do engenho, conduzidos por lavrado­ “ Papai então desceu da carroça, E rogo que a caridade de Jesus
res da vizinhança. A o passar, cada apanhou um punhado da fé r til te rra C ris to e ste ja e perm aneça com cada
um dos con du to re s tin h a uma sauda­ escura que ta n to amava, e na mão um de nós, que entendam os a dim en­
ção am iga: esquerda à qual fa lta va o polegar, pe­ são to ta l dos se rv iç o s de bem -estar
‘A lô , Tio G eorge', ‘S in to m u ito gou uns ta lo s de beterraba, e fic o u na Igreja, em nome de Jesus C risto ,
G e orge ’, ‘A gu e n te firm e , G eorge’ , por uns m om entos olhando esses nosso M e s tre . A m ém .

40 A LIAHONA
Canários Amarelos
Salpicados De Cinzento
Élder Thomas S. Monson, Do Conselho Dos Doze

ns vinte e três anos passados, im pe ca ve lm e n te arrum ado apartam en­ nem agraciada com posteridade. Não

U fu i chamado, ainda bastante


m oço, para s e rv ir com o b is ­
po de uma vasta ala da C idade de
to té rre o , lig u e i as luzes e, de im e ­
d iato, deparei com uma carta e s c rita
com m e ticu lo sid a d e pela p ró p ria mão
obsta n te , seu ‘c a n to ’ ajudara
ou tro s a ca rre g a r seus fardos com
m ais boa vontade e a e n fre n ta r me­
os

Lago Salgado. A m agnitude do cha­ de K athleen M cKee. Estava sobre lh o r suas ta re fa s. Ela realm ente vivia
mado era esm agadora, e alarm ante uma m esinha e dizia: a m ensagem deste verso:
sua responsabilidade. M inha in su ­ “ Bispo M onson,
fic iê n c ia me hum ilhava. 0 Pai C eles­ “ Penso que não m ais re to rn a re i “ Vá, alegre o abandonado, o tris te ;
tia l, contudo, não me deixou vagar do h o sp ita l. Na gaveta da côm oda, Vá, c o n fo rte o que chora, o
sozinho pelas tre va s e s ilê n c io , sem o senhor e n contrará uma a p ólice [cansado;
d ire triz ou inspiração. Revelou as li­ de seguro que c o b rirá as despesas Vá, espalhando bons atos pelo
ções que eu devia aprender à sua do fu n e ra l. Os m óveis poderá dar [cam in ho;
própria m aneira. aos meus vizinhos. Vá, e to rn e hoje o mundo um pouco
C erta noite, em hora avançada, to ­ “ Na cozinha, estão os m eus [m e lh o r! ”
cou o te le fo n e . A te n d i e ouvi uma trê s p re cio so s canários. D ois de­ — Deseret Sunday School Songs,
voz, dizendo: les são lindos, de coloração ama- 1901, n.° 197.
— Bispo M onson, este é um cha­ relo-ouro e plum agem p e rfe ita . (V ersão liv re e aproxim ada.
mado do h osp ita l. Um m em bro de sua Nas suas gaiolas, m arquei o nome N. do T.)
congregação, K athleen M cKee, acaba de am igos a quem deverão ser O mundo está cheio de canários
de fa le ce r. Nossos assentam entos entre g u e s. A te rc e ira gaioia abriga am arelos salpicados de cinza nas
m ostram que ela não tem nenhum o ‘ B illie ’, meu p re d ile to . B illie pa­ asas. Só é pena que tão poucos deles
parente próxim o, mas seu nome cons­ rece um pouquinho enfezado, e tenham aprendido a cantar. Talvez as
ta com o o da pessoa a s e r avisada seu m atiz am arelo se apresenta notas c ris ta lin a s do bom exem plo não
em caso de m orte. Poderia dar uma salpicado de cinza nas asas. Será tenham soado em seus ouvidos ou
chegada aqui agora m esm o? que o senhor e sua fa m ília lhe encontrado guarida em seus cora­
Chegando ao h o sp ita l, entregaram - darão um lar? Não é o m ais bo­ ções.
me um envelope selado, contendo a n ito , mas o que canta m e lh o r." A lg u n s são gente moça que não
chave do m odesto apartam ento que Nos dias que se seguiram , eu soube sabem quem são, do que são capa­
re sid ira K athleen M cKee, uma viúva m ais coisas a re s p e ito de K athleen zes ou m esm o o que querem ser.
sem filh o s de seten ta e trê s anos, M cKee. Ela acudira m u ito s vizin h o s Têm medo, mas sem saber do que.
que conhecera pouco das am enidades em casos de necessidade. Dera ale­ Estão zangados, mas não sabem com
da vida e possuía apenas o s u fic ie n te gria e c o n fo rto quase que d iá rio s a quem . São re je ita d o s e não sabem por
para v iv e r. Já no ocaso da vida, vie ra uma pessoa in vá lid a que v iv ia na que. Tudo o que desejam é se r al­
a ser m em bro da Igreja de Jesus m esm a rua. Na verdade, ilu m in a ra guém.
C ris to dos Santos dos Ú ltim o s Dias. toda vida que tocava. K athleen M cKee O u tro s estão alquebrados pela
E sendo uma pessoa e xtrem am ente era bastante parecida com ‘ B illie ’, idade, sobrecarregados de cuidados
quieta e reservada, pouco se sabia seu querido canário am arelo s a lp ic a ­ ou cheios de dúvidas — vivendo m ui­
de sua vida. do de cinzento. Não havia sido aben­ to aquém de sua verdadeira capaci­
Naquela mesm a n o ite , e n tre i no çoada com beleza, dotada de p orte, dade.

Novembro de 1973 41
ria, diante da beleza fís ic a ou encan­
to pessoal. Lemos e o uvim os segui­
dam ente sobre concursos de beleza
locais, nacionais e m undiais. Legiões
e le giões prestam trib u to à M iss
A m é rica , M is s M undo e M iss U ni­
verso. A exce lê ncia a tlé tic a , igual­
m ente, tem seus a dm iradores. Os jo ­
gos de inverno, as O lím piadas, os
to rn e io s de â m b ito in tern aciona l pro­
vocam o aplauso apaixonado da m ul­
tid ã o fascinada. São esses os ca m i­
nhos do hom em !
M as, quais são as palavras in s p i­
radas de Deus? Desde tem pos rem o­
to s , ecoam em nosso ouvido as pa­
lavras de Sam uel, o p ro fe ta :” . . . O
Senhor não vê com o vê o hom em ,
pois o hom em vê o que está diante
dos olhos, porém o Senhor olha para
o co ra çã o .” (I Samuel 16:7)
F in g im e n to e h ip o c ris ia não tinham
vez com o Rei dos re is e o Senhor
dos senhores. D enunciou os escribas
e fa ris e u s por m o tivo de sua vaidade
e vidas frív o la s , sua pretensão e apa­
rente honradez. Ele os chamava de
“ se p u lcro s caiados, que por fo ra re a l­

CCj!L~ df ~J tra b a lh o com m ais ânim o e p e rfe içã o


que nunca — esta é a verd a d e ira
m ente parecem fo rm o sos, mas in te ­
rio rm e n te estão cheios de ossos de
Todos nós som os propensos a des­ idéia: u ltra p a ssa r a nós m esm os. m o rto s .” (M a te u s 23:27)
culpar nosso p ró p rio desem penho Para v iv e r com nobreza, te m o s que Eles, à sem elhança dos belos caná­
m edíocre, im putando-o à nossa pouca de se n vo lve r a capacidade de e n fre n ­ rio s am arelos, im pressionavam exte­
sorte, nossas d eform ações ou aos ta r co ra jo sa m e n te as d ificu ld a d e s , os rio rm e n te , mas de seus corações não
nossos pretensos “handicaps”. V íti­ desapontam entos com bom ânim o, e brotava um canto a u tê n tico.
mas da nossa pró p ria racionalização, o triu n fo com hum ildade. Podeis per­ Aos seus iguais neste co ntin e n te ,
dizem os sile n cio sa m e n te a nós m es­ gun ta r: “ Como a tin g ire m o s essas me­ decarou o p ro fe ta de Deus: “ Porque
mos: “ A co ntece apenas que sou fra ­ ta s ? ” e eu respondo: “ C onseguindo eis que am ais o d in h eiro , vossos
co d e m a is ” ou “ Não fu i talhado para uma p e rsp e ctiva real do nosso v e r­ bens, vossos custosos tra je s e o
coisas m e lh o re s ” . O u tro s pairam por dadeiro e u !” Somos filh o s de um adorno de vossas ig re ja s m ais do
nossas débeis realizações, e então Deus v iv e n te , criados à sem elhança que am ais os pobres e necessitados,
a inveja e o desânim o cobram seu dele. M e d ita is esta verdade: “ C riados os doentes e os a f l i t o s . . .
trib u to . à im agem de D e u s.” Não podem os “ Porque tendes vergonha de to m a r
Será que som os incapazes de e sta r sin ce ra m e n te c o n v ic to s disso, sobre vós o nome de C r is t o ? ...
entender que nosso p rin c ip a l o b je tiv o sem e xp e rim e n ta r um novo e p ro fu n ­ “ Por que vos adornais com aquilo
na vida não é u ltra p a ssa r ou tro s, mas do senso de fo rç a e poder, m esm o a que não te m vida, enquanto p e rm itis ,
ultrapa ssar o p ró p rio eu? S uperar fo rç a de v iv e r os m andam entos de sem fa ze r caso, que passem por vós
nossos p ró p rio recordes, so b re p u ja r Deus, o poder de re s is tir às te n ta ­ os esfom eados, os n e cessitados, os
nosso ontem pelo hoje, s u p o rta r as ções de Satanás. desnudos, os e n fe rm o s e os a flito s ? "
provas m ais galhardam ente do que Sem dúvida, vive m o s num mundo (M ó rm o n 8:37-39)
jam ais sonham os conseguir, dar em que o c a rá te r m oral é m uitas ve ­ O M e s tre costum ava m isturar-se
com o nunca antes dem os, fa ze r nosso zes relegado a uma posição secundá­ com os pobres, os espezinhados, os

42 A LIAHONA
oprim idos e a flito s . Trouxe esperan­ m inho do Senhor não fo i para Sim ão agora — m esm o canários am arelos
ça ao desesperado, fo rça ao fra co e uma senda fá c il, nem uma vereda salpicados de cinzento.
liberdade ao ca tivo. Ensinou sobre isenta de s o frim e n to . Iria s o fre r a re ­ Ele chama a vós e a m im para ser­
uma vida vindoura m e lh o r — m esm o prim enda: “ Homem de pouca f é ” e vi-lo aqui em baixo e nos a trib u i as
a vida eterna. Esse conhecim ento ig u a lm e n te esta acusação: “ Para trá s ta re fa s que deseja que façam os. O
sem pre orien ta aqueles que recebem de m im , Satanás, que me serves de. co m p ro m e tim e n to é to ta l. Não há
a injunção d ivina: “ Segue-m e". Ele escândalo." (M a te u s 16:23) Não c o n flito s de consciência. E, se na
guiou Pedro, m otivou Paulo, e poderá obstante, quando o M e s tre lhe per­ luta tro p e ça rm o s, então im plorem os:
de te rm in ar nosso d e stin o pessoal. guntou: “ ... quem d ize is que eu “ Guia-nos, ó guia-nos, grande Molda-
Podemos to m a r a decisão de se g u ir s o u ? ” , Pedro respondeu: “ Tu és o d o r de hom ens; tira -n o s das trevas
o Redentor do mundo em honradez e C ris to , o Filho de Deus v iv o .” (M a t. para a luta re in ic ia rm o s ." (Versão
verdade? Com a sua ajuda, o rapaz 16:15, 16) liv re e aproxim ada de um tre ch o do
rebelde pode tornar-se um homem Sim ão, o c é tic o , tra n sfo rm a ra -se “ F ig h t S o n g ” , Y onkers High School.
obediente, a garota obstinada pode em Pedro, o apó sto lo de fé. Um ca­ N. do T.)
a lija r o velho eu e com eçar de novo. nário am arelo salpicado de cinza nas A ta re fa designada talvez nos pa­
Na verdade, o Evangelho de Jesus asas m ereceu a plena confiança e reça in s ig n ific a n te , desnecessária,
C risto pode m o d ific a r a vida do ho­ perm anente am or do M e stre . despercebida. Podemo-nos s e n tir te n ­
mem. Quando o S alvador te ve que esco­ tados a indagar:
Em sua epístola aos c o rín tio s , o lher um m is s io n á rio zeloso e capaz,
A p ó sto lo Paulo ensina: “ ... Deus não o e n controu e n tre seus adeptos, ‘“ Pai, hoje, onde vou tra b a lh a r? ’
escolheu as coisas fracas deste m un­ mas no m eio dos adve rsá rio s. Saulo Indaguei, com todo am or e ternura.
do para c o n fu n d ir as fo r te s .” (I Cor. de Tarso procurava esm agar a ig re ja Então, dizendo: ‘ C uide dele para
1:27} e v iv ia ameaçando de m o rte os d is ­ [m im ’ ,
Quando o S alvador pre ciso u de cíp u lo s do Senhor. M as is to fo i antes Um pequeno canto me indicou.
um homem de fé, não escolheu den­ da e xp e riê n cia na estrada de Damas­ ‘Oh! não, esse não!' de pronto
tre os m uitos fa ris a ic o s que fre q ü e n ­ co. De Saulo, d isse o S enhor: " . . . [re sp o n d i.
tavam re gula rm en te a sinagoga. Em e ste é para m im um vaso e sco lh id o , ‘A li, por m ais que me esforce,
vez disso, chamou-o d e ntre os pes­ para levar o meu nome diante dos N inguém há de v e r o que fiz ;
cadores de Capernaum. g e n t i o s . . . dos reis e dos filh o s d ’ls- Por fa vo r, manda-me para outro
Enquanto pregava na praia, reparou rael... E eu lhe m o stra re i quanto [lu g a r !’
em dois barcos parados nas p ro x im i­ deve padecer pelo meu n o m e .” (A to s Com palavras bondosas, sem zanga,
dades. Embarcando num deles, pediu 9:15-16) [re spo ndeu :
ao p ro p rie tá rio que o afastasse um Saulo, o pe rse g u id o r, tra n sfo rm o u - ‘ Olha bem, meu filh o , d e ntro do
pouco da praia, para que não fosse se em Paulo, o co n ve rso r. Com o o [te u coração;
apertado pela m u ltidã o . Tendo te rm i­ canário am arelo de asas pintadas de Teu tra b a lh o é para eles ou para
nado de pregar, disse a Sim ão: “ Fa- cinzento, tam bém Paulo tin h a sua ja- [m im ?
ze-te ao m ar alto, e lançai as vossas ças. Ele p ró p rio fa lo u : “ E, para que Nazaré era um lugarzinho obscuro,
redes para p e sca r.” me não exaltasse pelas excelências E a G a lilé ia , ta m b é m .’ "
Sim ão re tru co u : “ M e s tre , havendo das revelações, fo i-m e dado um e s p i­ — Meade M acG uire
trabalhado toda a no ite , nada apanha­ nho na carne, a saber, um m ensagei­ (Tradução liv re e
m os: mas, sobre tua palavra, lança­ ro de Satanás para me e s b o fe te a r... aproxim ada. N. do T.)
rei a rede. E, fazendo assim , co lh e ­ A ce rca do qual trê s vezes ore ia ao
ram uma grande quantidade de p e i­ Senhor para que se d esviasse de M inha prece de hoje é que siga­
xes... E, vendo is to Sim ão Pedro, m im . E disse-m e: A m inha graça te mos re a lm e n te aquele Homem da
prostrou-se aos pés de Jesus, dizen­ basta, porque o meu poder se aper­ G a lilé ia , que louvem os seu nome,
do: Senhor, ausenta-te de m im , que fe iço a na fraqueza..." (II Cor. que ordenem os nossa vida de m anei­
sou um homem pecador." (Lucas 5:4- 12:7-9) ra que re flita o nosso am or, que nos
6 , 8) Tanto Paulo com o Pedro iam des­ lem brem os de Deus, o Pai, que nos
E a réplica fo i: V inde após m im , e pender suas fo rça s e s a c rific a r a vida deu o seu Filho, e que Jesus C risto
eu vos fa rei pescadores de h o m e n s.” pela causa da verdade. O Redentor deu sua vida por nós. Eu te s tific o
(M at. 4:19) Sim ão, o pescador, fora escolhe hom ens im p e rfe ito s para en­ que ele v iv e e oro que sejam os me­
chamado. C ético, descrente, ignoran­ sin a r o cam inho da p e rfe içã o . Ele o re ce d o res desse d iv in o dom, em no­
te, destreinado, im petuoso — o ca­ fez no passado, e o faz tam bém me de Jesus C ris to , o Senhor. A m ém .

Novembro de 1973 43
A Salvação *

Vem Pela Igreja

uando o Salvador estabeleceu da Igreja, para esse pro p ó sito espe­

Q sua igreja durante o seu m i­


n is té rio m o rta l, e à m edida
que ela fo i sendo d e senvolvida pelos
doze apóstolos da época, um fa to im ­
c ífic o .
Eles eram os líd e re s inspirados na
Igreja; eram os porta-vozes do Se­
nhor, e suas ilum inadas mensagens
po rta n te tornou-se conspicuam ente para o povo eram a vontade do Se­
claro — que a salvação vem pela nhor, o pensam ento do Senhor, a voz
Igreja. Ela não vem por m eio de qual­ do Senhor e o poder de Deus para a
quer organização separada ou grupo salvação. (V ide D&C 68:4)
d issid e n te , nem de qualquer local em Com uma orie n tação c e le stia l
p a rticu la r, com o um in d ivíd uo . Só assim , ninguém precisava perder-se.
pode v ir pela pró p ria Igreja, c o n fo r­ Mas havia homens na pró pria épo­
me fo i esta be le cid a pelo Senhor. ca do Senhor que pregavam doutrinas
Foi a Igreja que fo i organizada para falsas e levavam o povo para cam i­
o aperfe iço am e n to dos santos. nhos errados. Estes foram severa­
Foi a Igreja que fo i designada para Élder Mark E. Petersen m ente c ritic a d o s pelo S alvador, que
a obra do m in is té rio . Do Conselho dos Doze os acusou de apostasia da próp ria lei
Foi a Igreja que fo i criada para de M o isé s a qual preten diam estar
e d ific a r o corpo de C ris to , conform e re g u la rm e n te co n stitu íd a , com o in s ti­ pregando.
Paulo e xplicou aos e fé sio s. tu iu defesas que p rotegessem seus A eles, d isse o S enhor: “ Não vos
P ortanto, fic o u m a n ife sta m e n te m em bros de se r jogados de lá para deu M o isé s a lei? e nenhum de vós
claro que a salvação está na Igreja e cá por todo ve n to de d o u trin a , e os observa a le i.” (João 7:19)
é obtida unicam ente pela Igreja. preservasse de ser enganados por E disse-lhes ainda: "... se vós
O Senhor traçou um cam inho es­ hom ens astu cio so s. (V ide E fésios: c rê s s e is em M o isé s, c re ríe is em
tre ito e apertado, e com preensiva- 4:14) m im ; porque de m im escreveu e le .”
m ente observou que "poucos há que Tais defesas, segundo a e pístola (João 5:46)
o e n c o n tre m ” . de Paulo aos e fé s io s , estavam p rin c i­ Que tr is te co m e n tá rio ! Tivesse o
Ele não só d e te rm in ou que a sal­ palm ente na pessoa dos apóstolos e povo acre d ita d o em M oisés, em lugar
vação vie sse através de sua ig re ja p ro fe ta s colocados por Deus à te sta de s e g u ir os fa ls o s m e stre s de seu

44 A LIAHONA
tem po, te ria m a ce ito C ris to , pois que falavam re p e tid a s vezes do S alvador,
M oisés escreveu a re s p e ito dele. E desde que to d o s os p ro fe ta s te s t if i­
tive ssem eles aceitado C ris to , te ria m cavam dele.
recebido salvação através da sua A s s im sendo, não havia escusas
igreja. para os que procuraram de svia r o
Mas, deixando-se cegar pelos fa l­ povo, persuadindo-o a c ru c ific a r o
sos m estres, re je ita ra m ta n to M oisés Senhor, em bora soubessem m u ito
como C risto , e assim nunca entraram bem que as E scritu ra s deles falavam
para a igre ja do Senhor, não rece­ claram ente.
bendo, conseqüentem ente, a salvação Esses fa ls o s m e stre s dos tem pos
que ela lhes haveria fa cu lta d o . do Novo Testam ento in s titu íra m c u l­
O bviam ente, nem todos os e s c rito s to s p ró p rio s, d is tin to s e desligados
de M oisés estão in clu íd os na B íblia do ve rd a d e iro tra b a lh o de Deus, e,
de hoje; porém , nos tem pos do Sal­ com suas tra d iç õ e s criadas pelo ho­
vador, eles deviam ser conhecidos, mem , fo rm a ra m a p rin c ip a l oposição,
pois Jesus c ritic o u os anciãos e es- quando Jesus in ic io u seu m in is té rio .
cribas por não crere m nas palavras Vós, sem dúvida, e sta is fa m ilia ri­
de M oisé s, quando te s tific o u de zados com os nom es de alguns des­
C risto . ses cu lto s . Os fa ris e u s e saduceus
Não é in teressa nte que M oisés te ­ são os m ais conhecidos. A m bos eram
nha te s tific a d o de C ris to e que, não apóstatas em seus e nsinam entos;
querendo c re r em M oisés, o povo ambos foram condenados pelo Se­
conseqüentem ente não estava prepa­ nhor; e ambos in stig a vam o fa n a tis ­
rado para receber C ris to tam pouco? m o re lig io s o que, fin a lm e n te , p ro vo ­
C ertam ente vos lem brais de Paulo, cou a cru cifica çã o .
afirm ando que a lei de M o isé s fo ra O u tro s desses c u lto s eram :
um “ a i o ” destinado a co n d u zir o povo Os zadoquitas, que pregavam uma
a C risto . (V ide Gál. 3:24:25) observância m ais e s trita das le is m o­
Não só M oisés escreveu a re s p e ito saicas.
do Senhor, com o tam bém o u tro s pro­ Os essênios, su p o sto s auto re s dos
fetas. Pedro disse, falando de Jesus: p ergam inhos do M a r M o rto . Eles re­
“ A este dão te stem u n h o to d o s os je ita v a m o c u lto no te m p lo .
p rofetas, de que tod o s os que nele Os ze lo te s, um c u lto re lig io s o anti-
crerem receberão o perdão dos pe­ rom ano.
cados pelo seu nom e." (A to s 10:43) Um dos grupos m ais fo rte s eram
No ca p ítu lo v in te e o ito de A to s , os h e le nista s, que procuravam im p o r
lem os que Paulo, enquanto estava em ao povo a filo s o fia h elênica, fu n d in ­
Roma, recebeu m u ito s v is ita n te s “ aos do-a com a lei m osaica. Eles ig ual­
quais declarava com bom teste m u n h o m ente eram c o n trá rio s ao c u lto no
o reino de Deus, e procurava persua­ te m p lo .
di-los à fé em Jesus, ta n to pela lei D urante o p ró p rio m in is té rio do
de M oisés com o pelos p ro fe ta s, des­ Senhor, su rg iu uma nova apostasia.
de pela manhã até à ta rd e ." (A to s Isto oco rre u ao te m p o dos a co n te ci­
28:23) m entos re g is tra d o s no ca p ítu lo seis
Por conseguinte, as E scritu ra s d is ­ do Evangelho de João, quando m u ito s
poníveis naquele tem po obviam ente de seus d is c íp u lo s não ace ita ra m sua

Novembro de 1973 45
d o utrina pura e, p o r isso afastaram - Os g n ó stico s, que re je ita va m Jeová A pessoa que se d e sliga da igreja
se e não m ais o seguiram . e a lei mosaica. do Senhor, está-se desligando dos
Em aparente desalento, Jesus v o l­ Os euquesaítas, conhecidos com o seus m eios de salvação, pois a sal­
tou-se para os Doze, perguntando: b atistas. vação se obtém pela Igreja.
“ Q uereis vós tam bém re tira r-v o s ? ” Os a rco n tiq u e s, que ensinavam a C ertas pessoas m odernas criaram
Foi então que Sim ão Pedro re tru ­ e x is tê n c ia de u ’a mãe suprem a nos c u lto s p ró p rio s : e n tre estas estão os
cou: “ Senhor, para quem ire m o s nós? céus. que te n ta m refugiar-se na seção 85
Tu ten s a palavras da v id a e te rn a ." Os coptas, ainda e x is te n te s no de D o u trin a e C onvênios.
C onvém notar que as palavras da Egito. Eles em penham -se em a firm a r que
da eterna não estavam com aqueles Os cris tã o s siría co s. a Igreja se desviou do cam inho, que
que se afastaram , mas sim com os Os mandaeanos, o u tra s e ita ba­ os líd e re s não m ais são inspirados, e
que se conservaram fié is e leais. tis ta . que “ um fo rte e p o d e ro so ” precisa
M ais tarde, durante a a d m in is tra ­ a ssu m ir os negócios do Senhor. E,
Os m anequeanos, e o u tro s m ais.
ção dos Doze, su rg iu o utra grave sem qualquer e vidência de m odéstia
A pós a queda de Jerusalém , por
apostasia. P raticam ente todas as epís­ da parte d eles, eles p ró p rio s se o fe ­
v o lta de 70 A . D . , os h e le nista s assu­
to la s do Novo T estam ento fo ra m es­ recem para ta l posição.
m iram o pre d o m ín io na re lig iã o c ris ­
c rita s para com batê-la.
tã, aproveitando-se da in flu ê n c ia g re ­ Naquela seção e x is te um ve rsícu lo ,
Contam os historiadores que den­
ga que estava sendo sobreposta à em p a rtic u la r, que é relegado por
tro dos cem anos após C risto, surgi­
antiga c u ltu ra local. Idéias filo s ó fic a s eles, em bora seja e sp ecialm ente im ­
ram nada menos que trin ta grupos
gregas penetraram fo rte m e n te no po rta n te . Diz que apóstatas e outros
dissidentes e denominações cristãs
c ris tia n is m o , m o d ifica n d o d o u trin a s e que foram excluídos da Igreja não se­
distintas.
p rá tica s do Evangelho. Isto será mais rão contados e n tre os santos do A l­
M ais evidência de apostasia logo
fá c il de entender, quando nos lem- tís s im o no ú ltim o dia. Por quê? Por­
nos p rim e iro s tem pos da Igreja se
.brarmos de que ta n to Á rio com o A ta- que a salvação está na Igreja, não
m ostra p a rtic u la r e in c is iv a m e n te pe­
násio, os contendores no C o n c ilio de em o utra parte qualquer.
los te rm o s em que Paulo re d ig iu sua
N icéia, eram filó s o fo s gregos. Foi por A te n ta i para estas palavras do Se­
p rim e ira m issiva aos c o rín tio s .
isso tam bém que os p rim itiv o s ma­ nhor:
Nela, ele te s tific a que não pode
n u s crito s do Novo Testam ento foram “ E aqueles que p e rtencerem ao
haver dissensões em nome de
re d ig id o s em grego. Sacerdócio M a io r, assim com o os do
C ris to . A n te s, dizia ele, “ r o g o - v o s . ..
irm ãos, pelo nome de nosso Senhor Esses v is lu m b re s h is tó ric o s m os­ S acerdócio M enor, e os m em bros

Jesus C ris to , que d igais to d o s uma tra m cla ra m e n te a im p o rtâ n cia de se cujos nom es não se acharem e scrito s
mesm a coisa, e que não haja e n tre e v ita r grupos d is s id e n te s , pois com o no liv ro da le i, ou que se d e sco b rir
vós dissensões: antes se ja is unidos dizia Paulo, uns fa la m : “ Eu sou de te re m apostatado, ou te re m sido
em um m esm o se n tid o e em um Paulo, e eu de A p o io s, e eu de C e fa s ” excom ungados da ig re ja, naquele dia
m esm o p a re ce r.” (I C or. 1:10) (I Cor. 1:12), mas C ris to não pode não te rã o herança e n tre os santos do
Eis algum as das denom inações se r d iv id id o . Não e x is te S alvador se­ A ltís s im o .” (D&C 85:11)
sectárias su rgidas durante os p rim e i­ não Jesus, e ele salva som ente pelo Mas os s e ctá rio s não são os úni­
ros anos do c ris tia n is m o : seu cam inho e s tre ito e apertado, e cos que são excom ungados da Igre­
Os c ris tã o ju d a ico s, que tentavam não de acordo com credos e ritu a is ja. Há os que são excluídos por
“ ju d a iz a r” o c ris tia n is m o , forçando-o im aginados pelo hom em . tra n sg re ssõ e s m orais e outras in fra ­
a in c lu ir rito s m osaicos. É de suma im p o rtâ n cia , então, que ções das regras de conduta do Se­
Os m ilenaristas. os m em bros não se separem da v e r­ nhor. Estes tam bém deveriam pon­
Os eb io nita s, que conservavam o dadeira igreja, nem dela apostatem , derar cuidadosam ente essa E scritura.
costum e de usar água em lugar de nem se conduzam de m odo que ju s ti­ Se as pessoas crêem em Deus, a fi­
vinho no sacram ento. fiq u e sua excom unhão. nal, se tê m q u alquer in te re sse pela

46 A LIAHONA
própria salvação, não se ria de espe­ d o s .” A s s im fa lo u o P residente B ri­ seu program a.
rar que com preendessem , com o d i­ gham Young. (Discourses of Brigham Não e x is te o u tro cam inho. Se não
que a salvação está na Igreja, não Young [D e s e re t Book Co., 1943] pp. fo rm o s v a le n te s no teste m unh o de
zem as E scrituras, que a saivação 82-83, 85) Jesus e se não nos arrependerm os,
vem através da Igreja, e se alguém é A linguagem do Senhor é sim p le s perderem os a coroa do reino e sere­
excluído dela por qualquer m o tivo , e fá c il de entender. Q ualquer um que mos designados para o u tro lugar.
perderá sua herança no reino de tenha apostatado da Igreja ou tenha (V ide D&C 76:79)
Deus? sido exclu íd o pelos trib u n a is devida­ Mas, com o é m aravilhoso o a rre­
O Presidente Brigham Young fo i m ente esta b e le cid o s pelo Senhor, p e ndim ento! O Senhor tem d ito que,
bastante e x p líc ito ao de scre ve r o não te rá herança e n tre os santos se nos arrependerm os de nossos pe­
d estino dos apóstatas, quando disse: do A ltís s im o , a m enos que se a rre ­ cados e dali em diante guardamos
“ Por que as pessoas apostatam ? penda. to d o s os seus e sta tu to s , te rem os o
Sabeis que estam os a bordo do ‘Ve­ A salvação não é encontrada nos perdão com o resu lta d o e a po ssibi­
lho Barco Sião', bem no m eio do grupos d is s id e n te s de hoje, assim lidade de reform a.
oceano. A proxim a-se uma te m p e s ta ­ com o não era nas várias denom ina­ Que prom essa m aior poderia espe­
de e, com o dizem os m arujos, ela é ções que poluíram os ensinam entos rar o transviado?
das boas. ‘ Não vou fic a r a q u i,’ diz um. de M o isé s ou que, nos p rim e iro s O Senhor ve io para salvar os peca­
‘ Não acre d ito que este seja o “ Barco tem pos do c ris tia n is m o , tra n s g re d i­ dores. Ensinou que é o e nferm o que
S iã o ” . ‘ Mas nós estam os em pleno ram as leis, m o d ifica ra m as ordenan­ precisa de m édico. Por isso ele con­
oceano.’ ‘Que me im porta, eu não ças e quebraram a eterna aliança. vida os e nferm os — bem com o todos
vou fic a r aqui.' A rra n ca o paletó e Na mesm a seção de D o utrina e os dem ais — que venham a ele, se
pula na água. Será que não vai afo­ C onvênios, diz ainda o S enhor: arrependam , e sejam lim pos, sa n ti­
gar-se? C ertam ente que sim . E o “ . . . t o d o s aqueles que não se acha­ fica d o s e salvos no seu reino.
mesm o acontece àqueles que aban­ rem in s c rito s no liv ro da lem brança “ D esejaria eu, de qualquer m anei­
donam esta Igreja. É o ‘V elho Barco não te rã o herança algum a naquele ra, a m o rte do ím pio? diz o Senhor
S ião’. Vamo-nos m anter firm e s den­ dia, mas serão desarraigados, e a Jeová: não desejo antes que se con­
tro de le ." sua porção lhes será designada e ntre v e rta dos seus cam inhos e v iv a ? ”
E depois, acrescentou: “ Se a luz os in cré d u lo s, onde há ch o ro e ran­ (Ezequiel 18:23)
do O nip oten te não b rilh a r deste lo­ ger de d e n te s .” (D&C 85:9) E assim , em sua bondade e m is e ri­
cal, é vão procurá-la em o utra parte Existem alguns a firm a n d o que, ain­ córdia, eleva a voz, dizendo:
q u a lq u e r.” da excom ungados da Igreja, não p e r­ “ V inde a m im , todos os que estais
E então este hom em possante em dem suas bênçãos do S acerdócio e cansados e o p rim id o s, e eu vos a li­
Israel declarou: do te m p lo . É bom que ta is pessoas v ia re i.
“ Sempre que se m a n ife s ta r em se lem brem de que o poder de se la r “ Tomai sobre vós o meu jugo, e
qualquer m em bro da Igreja a d isp o ­ é tam bém o poder de d e slig a r, pois aprendei de m im , que sou manso e
sição de qu e stio n a r o d ire ito do pre­ de seus a u tê n tic o s servos disse o h u m ild e de coração; e e n co ntrareis
sidente da Igreja in te ira de d irig i-la S enhor: “ . . . t u d o o que lig a re s na descanso para as vossas almas.
em todas as coisas, v e re is evidên­ te rra será ligado nos céus; e tudo o “ Porque o meu jugo é suave e o
cias m anifestas de apostasia — de que d e slig a re s na te rra será d e slig a ­ meu fa rd o é le ve ." (M a te u s 11:28-30)
um e s p írito que, se in ce n tivad o , le­ do nos c é u s .” (M a te u s 16:19; D&C C ontudo, não nos esqueçam os de
vará a uma separação da Igreja e à 132:46) A excom unhão faz p e rd e r to ­ que o seu jugo não pode ser separa­
derrocada fin a l; sem pre que houver dos os d ire ito s , p riv ilé g io s e bênção do da sua ig re ja , e que o seu fardo
disposição de h o s tiliz a r qualquer o fi­ da Igreja. re q u e r que cada um de nós viva de
cial deste Reino, legalm ente designa­ O que é tão p re cio so com o a sa l­ toda palavra que procede da boca de
do, não im porta em que capacidade vação? E com o deve ela se r obtida? Deus. E is to eu te s tific o h u m ilde­
é chamado a atuar, se ela p e rs is tir, U nicam ente através da Igreja e de m ente no sagrado nome do Senhor
será seguida dos m esm os re s u lta ­ “ e s ta r ansiosam ente em p e n h a d o ” em Jesus C ris to . A m ém .

Novembro de 1973 47
Os Construtores
De Capela

rês jovens de semblante sadio nos disse que estes dois anos dedicados à
T explicam como são os construto­ missão estão melhor aplicados do que
res de capela. Seus nomes são: Horá-se não tivessem aceito o chamado. O
cio Varella, Newton N. Rangel e Renato benefício que este trabalho lhes traz
P. Júnior. O último destes três constru­ para o futuro é imenso, como por exem­
tores veio do interior do Estado de São plo, para aqueles que carecem de uma
Paulo. Como a maior parte dos constru­ profissão, encontram, durante os dois
tores de capela, antes de começar sua anos de trabalho, uma ou duas boas
missão estudam e trabalham. Interrom­ profissões. Aprendem a ter sentimen­
pem seus estudos e trabalhos e deixam tos coletivos, a pedir desculpas e até
seus lares, como os missionários de mesmo os segredos da Arte Culinária.
proseletismo. Muitos deles moram em
Ao serem perguntados se estão
regiões distantes de onde servem
ansiosos para que estes dois anos pas­
como construtores. Geralmente, no co­
sem depressa reagem imediatamente
meço de suas missões, preocupam-se
e respondem: “ A gente enxerga o tem­
pelo fato de que quando retornarem a
po em termo de capela construída e
seus lares encontrarão dificuldades
frequentemente pensamos: como o
em reiniciar seus estudos, trabalhos,
tempo passa! Parece que ontem esta
etc. Mas estes temores logo desapare­
capela estava nos alicerces. Hoje já
cem e pouco a pouco adquirem uma
está sendo inaugurada.”
confiança tal que o futuro se torna se­
guro. Dedicam-se ao trabalho do Se­ O fato de ver uma capela construí­
nhor com afinco e muito carinho. Um da dá-lhes ânimo para iniciar uma nova.
dos construtores que nos visitaram nos Qual a força que os impele a dedicar

48 A LIAHONA
dois anos de sua juventude a um tra­ fora dela, tem o direito de apresentar
balho desta natureza? A resposta é: o sugestões a seu líder mas que também
desejo sincero e o espírito de servir o tem o dever de saber aceitar as deci­
Senhor. sões e conselhos destes.
O sistema de trabalho da constru­ “ As principais coisas que levam
ção é muito bem distribuído porque os ao jovem a renunciar ao chamado” , ex­
construtores dedicam parte de seu pressa-se o Irmão Júnior, são: “ não
tempo ao estudo das escrituras e a querer interromper os estudos, não
troca de idéias sobre os pontos da dou­ querer deixar a família. Insegurança de,
trina do Evangelho de Jesus Cristo, e como será depois de terminada a mis­
o restante do tempo ao trabalho de são isto tu d o ” , como já se referira an­
construção. tes, “ só se sente ao dar o primeiro
O apelo lançado aos membros da passo. Depois aprendemos a ter con­
igreja é de que tenham mais compre­ fiança no futuro e tudo se torna belo
ensão da magnitude desta obra e a aos nossos olhos. Aprendemos que
exortação àqueles que se preparam querer é poder, desde que queiramos
para realizar missão de construção ou coisas justas.”
que tenham um desejo de servir ao Se­ Eis aqui um exemplo típico de um
nhor é que venham com um espírito de construtor de capela. O Irmão Júnior
trabalho e não de passeio; com um pro­ como outros tantos no Brasil e no mun­
fundo desejo de obedecer e respeitar do, exemplificam o progresso da Igreja
os líderes, que se lembrem que em de Jesus Cristo e a fé no trabalho do
qualquer ocasião, tanto na igreja como Senhor.

Novembro de 1973 49
Notas Do Centro
Editorial Brasileiro

ntecipando ao ano escolar 1974/ é das 8,00 às 12,00 horas. Nesta loja,
A 75, acreditamos ser de grande
ajuda para os líderes locais da igre­
ja, uma relação dos manuais que
os membros encontrarão todo o mate­
rial que necessitam, incluindo as mais
recentes obras de leitura devocional
serão usados no próximo ano, bem como “ Jesus O C ris to ” , e mais recen­
como outras informações de inte­ temente o livro “ Ensinamentos do
resse geral. Uma informação útil Profeta Joseph S m ith” . Com relação
aos membros é a que se relacio­ aos materiais que serão usados neste
na com a loja que o Centro Edi­ próximo ano, a direção do CEB tem
torial Brasileiro mantem para aten­ planejado uma visita a todas as esta­
dimento do público, particularmente cas e missões, para a apresentação e
dos membros. Esta loja permanece venda dos mesmos, durante os meses
aberta de segunda a sábado, ininter­ de janeiro e fevereiro de 1974. Eis os
ruptamente, das 8,00 às 17,00 horas, manuais que serão usados neste pró­
com exceção do sábado, cujo horário ximo ano:

50 A LIAHONA
P R IM Á R IA
Raios de Sol C ódigo PCPR06A8P0 Preço CrS 12,00
Estrela C urso A PCPR08A1PO CrS 12,00
CTR — C urso A PCPR12A3PO CrS 12,00
A rque iros — C urso A PCPR16AOPO CrS 12,00
Garota Feliz — C urso A PCPR20A2PO CrS 12,00
Luzeiros — C urso A PCPR24AAPO CrS 12,00
Prim ária. “ A REVERÊNCIA CO M EÇ A EM M IM ” PEPR424PO CrS 5,00
H inário “ Cante C o m ig o ” PBM U0097P0 CrS 16,00
A presentação da Reunião Sacram ental.
"V inde, Ouvi a voz de um P ro fe ta ” PEPR4289PO CrS N /C

ESCOLA DOMINICAL
CURSO 3 — “ Eu tenho um Pai C e le s tia l” C ódigo PSCC07F6P0 Preço CrS 12,00
CURSO 5 — “ Meu Pai C e le s tia l M e A m a ” "
PCSS10A1P0 CrS 12,00
CURSO 7 — “ M em bros em sua Ig re ja ” ”
PCSS15FPO CrS 12,00
CURSO 9 — “ Epopéia dos Santos dos Ú ltim o s D ia s ” ”
PCSS18A6PO CrS 12,00
CURSO 11 — “ Essências do E vangelho”
Manual do P rofessor ”
PCSS22S9PO CrS 12,00
CURSO 11 — “ Essências do E vangelho”
M anual do Estudante "
PCSS22S9PO CrS 2,00
CURSO 13 — “ Uma Obra M a ravilhosa e Um A s s o m b ro ".
S uplem ento do P rofessor ” PCSS30SPO CrS 3,50
CURSO 14 a 26 S e m inário jovens e adultos.
CURSO 26 — “ No P rin c íp io ” ” PCSS56U6PO CrS 7,00

CURSO DE ESTUDO PARA O SACERDÓCIO DE MELQUISEDEQUE


“ O Salvador, o Sacerdócio e V o c ê ” C ódigo PCMP60B3PO Preço CrS 4,50

SOCIEDADE DE SOCORRO
Curso de Estudo para a Sociedade de S ocorro C ódigo PCPS56C7PO Preço CrS 3,50

Oportunamente serão enviados a todas requisição de material, e é uma so­


as alas e ramos, um catálogo com­ licitação e norma do CEB, que os
pleto de todos os materiais em uso pedidos sejam acompanhados de che­
nas estacas e missões, com os res­ que visado pagável em São Paulo,
pectivos preços. Foi enviado, tam­ em nome do CENTRO EDITORIAL BRA­
bém, um formulário apropriado para SILEIRO.

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