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CENTRO DE TECNOLOGIA – CT
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA – CCET
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E ENGENHARIA DE
PETRÓLEO – PPGCEP
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ii
iii
Evelyne Nunes de Oliveira Galvão
v
AGRADECIMENTOS
Eu jamais teria concluído este trabalho sem a graça do meu amado Deus, por isso
agradeço a Ele em primeiro lugar, pois quando estive nos meus piores momentos, foi Ele quem
me deu a força, fé, paciência e conservou a minha saúde para que eu pudesse seguir em frente.
Ao meu esposo, Derley, que me compreendeu, incentivou e me ajudou de diversas
maneiras para que eu concluísse este trabalho. Tudo teria sido muito mais difícil sem você.
Obrigada por ser essa pessoa maravilhosa com tantos atributos, te amo!
À minha melhor amiga e porto seguro, minha mãe Ana, que é minha inspiração de ser
humano bondoso, paciente e perseverante. Ao meu pai, Everilson, que me mostra o grandioso
valor do trabalho e da honestidade através do seu exemplo de vida. Pais, muito obrigada pelo
cuidado e ensinamentos valiosos que moldaram o meu caráter e me trouxeram até aqui.
À minha irmã, Andréia e a minha tia Neide, pelos conselhos e torcida, vocês estão em
meus pensamentos todos os dias. À minha sobrinha, Ana Valentina, por iluminar a minha vida
e ser o pacotinho de amor, alegria e inocência em nosso lar. À minha companheira fiel, um
mimo que o Senhor me concedeu, minha cadelinha Anita, que me dá muita alegria e está sempre
ao meu lado nas longas horas de estudo.
Ao meu orientador, Professor Djalma, pela confiança em mim depositada e me receber
no laboratório, me aconselhar e me compreender quando mais precisei. Obrigada pela
preocupação e pela muita paciência ao longo desses anos. Sou muito grata por tudo o que
aprendi.
Às Professoras Teresa Neuma e Elisama Vieira, que apontaram as correções.
Aos meus dedicados amigos Raoni, Tarcila, Aécia, e Emily, que sempre estiveram
dispostos a ajudar, apontando os caminhos que me levaram a conseguir concluir esta pesquisa.
Aos amigos Marcella, Anderson e Fabíola que me ajudaram de forma impagável.
Aos demais amigos do laboratório que tenho tanto apreço e guardarei para sempre em
meu coração: Viviane, Karina, Bruna, Jildimara, Álvaro, Letícia, Júlio, Breno, Larissa,
Henrique, Rina, Philipp, Izabel, Beatriz, Allan, Vinícius, Dona Francisca, Seu Otaciano, e em
especial à minha gêmea, Yasmin. Agradeço a todos pelos bons momentos de alegria e
companheirismo.
Ao NUPPRAR e CAPES pelo suporte financeiro.
Ao MPRN que concedeu os dados para que eu pudesse realizar esta pesquisa.
vi
Cristo liberta
vii
GALVÃO, Evelyne Nunes de Oliveira – Avaliação da Remediação de Fase Livre em um
Empreendimento de Revenda de Combustíveis. Dissertação de Mestrado, UFRN, Programa de
Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Petróleo. Área de Concentração: Pesquisa e
Desenvolvimento em Ciência e Engenharia de Petróleo. Linha de Pesquisa: Meio Ambiente na
Indústria do Petróleo, Natal – RN, Brasil.
RESUMO
viii
ABSTRACT
The activities involving the management of petroleum origin fuels are inherent to serious
environmental risks when associated with the contact of these products with the environment
by any means of entry, including cracks presents in underground storage tanks for liquid fuels
at gas stations. The present research has the objective of evaluate the Environmental Passive
Investigation carried out at a gas station in the city of Natal (RN), from which the free phase
thicknesses were evaluated in the monitoring wells as a function of pluviometrics indices of the
region and the remediation systems applied by signing a adjustment conduct term between the
entrepreneur and the public ministry, with the purpose of correcting the environmental
liabilities arising from the activities developed by the enterprise. The study area showed
persistence of free phase along 18 consecutive months, during which time a positive response
to the applied remediation technology was associated with the Multiphase Extraction and a
coherent relationship was established between the free phase thickness measured with the
seasonal variation of rainfall, which assumed an inverse proportional relationship. In these
terms, could be assessed that rainfall is a factor that interferes with remediation. The resurgent
free phase detected in 2015 after the remediation work stoppage was associated with possible
new contamination sources or logistical failures in which the last free phase measurements were
given at the end of 2013. After 29 months of remediation in which pumping was carried out,
was verified a fuel recovery product in the order of 2,469.79 liters, conferring the importance
of environmental liabilities in the environment quality preservation proposing effective
mechanisms in the remediation of the impacts caused by economic activities developed at social
environment.
ix
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
x
LISTA DE TABELAS
xi
LISTA DE QUADROS
xii
LISTA DE ABREVIAÇÕES E SIGLAS
xiii
PPP – Princípio Poluidor Pagador
PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas
PRC – Posto Revendedor de Combustível
RBCA – Risk Based Corrective Action
RN – Rio Grande do Norte
SASC – Sistema de Armazenamento Subterrâneo de Combustíveis
SEMURB – Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo
SQI – Substância Química de Interesse
SSAO – Sistema de Separação de Água e Óleo
SSTL – Site Specific Target Level
SVOC – Semi-Volatile Organic Compounds
TAC – Termo de Ajustamento de Conduta
TPH – Total Petroleum Hydrocarbons
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
VI – Valor de Investigação
VMP – Valor Máximo Permitido
VOC – Volatile Organic Compound
xiv
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 18
1.1OBJETIVOS .................................................................................................................... 20
1.1.1 OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 20
1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 20
2 ASPECTOS TEÓRICOS....................................................................................................... 22
2.1 CONTAMINAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA SUBTERRÂNEA NO AMBIENTE
URBANO ............................................................................................................................. 22
2.1.1 CONTAMINAÇÃO ORIUNDA DOS POSTOS REVENDEDORES DE COMBUSTÍVEIS ......... 24
2.1.1.1 Fases dos Contaminantes .................................................................................. 26
2.1.1.2 Classificação dos Contaminantes ..................................................................... 28
2.1.1.3 Hidrocarbonetos do Petróleo e a Saúde Humana ............................................. 30
2.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL ....................................................................................... 32
2.2.1 HISTÓRICO ................................................................................................................ 32
2.2.2 RESOLUÇÃO CONAMA Nº 273/00 ........................................................................... 33
2.2.3 RESOLUÇÃO CONAMA Nº 420/09 ........................................................................... 33
2.3 INVESTIGAÇÃO DE PASSIVO AMBIENTAL (IPA) ................................................. 35
2.3.1 PRINCÍPIO POLUIDOR PAGADOR (PPP) ..................................................................... 36
2.3.2 INVESTIGAÇÃO DE PASSIVO AMBIENTAL EM NATAL ................................................ 37
2.3.2.1 Metodologia da Investigação de Passivo Ambiental ........................................ 38
2.3.2.1.1 Avaliação Preliminar e Investigação Confirmatória (Fase 1) ................... 40
2.3.2.1.2 Investigação Confirmatória Detalhada (Fase 2) ........................................ 42
2.3.2.1.3 Avaliação de Risco (Fase 3) ...................................................................... 49
2.3.2.1.4 Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (Fase 4) ............................... 51
2.4 TÉCNICAS DE REMEDIAÇÃO ................................................................................... 53
2.4.1 EXTRAÇÃO MULTIFÁSICA ......................................................................................... 56
2.4.2 DUPLA FASE (DUAL PHASE) ..................................................................................... 58
2.4.2.1 Bombeamento e Tratamento (Pump and Treat) ................................................ 59
2.4.2.2 Extração de Vapores do Solo (EVS) ................................................................ 60
2.4.3 REMEDIAÇÃO PASSIVA ............................................................................................. 61
3 ESTADO DA ARTE ............................................................................................................. 63
3.1 ESTUDOS SOBRE INVESTIGAÇÃO DE PASSIVO AMBIENTAL .......................... 63
3.2 ESTUDOS SOBRE TÉCNICAS DE REMEDIAÇÃO AMBIENTAL .......................... 64
xv
4 METODOLOGIA .................................................................................................................. 69
4.1 ÁREA DE ESTUDO ....................................................................................................... 69
4.1.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ................................................................ 70
4.1.2 HISTÓRICO DO EMPREENDIMENTO ............................................................................ 70
4.2 PERÍODOS DE MONITORAMENTO DA FASE LIVRE ............................................ 70
4.3 PLANO DE RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS ...................................... 71
4.3.1 TÉCNICAS DE REMEDIAÇÃO EMPREGADAS ............................................................... 71
4.4 MONITORAMENTO DA REMEDIAÇÃO................................................................... 73
4.4.1 MEDIÇÕES DO NÍVEL D’ÁGUA E ESPESSURA DAFASE LIVRE .................................... 73
4.4.2 MONITORAMENTO NA SAÍDA DA REMEDIAÇÃO ........................................................ 75
4.4.3 DADOS DE PRECIPITAÇÃO ......................................................................................... 77
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ......................................................................................... 79
5.1 CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO ....................................................... 79
5.1.1 CARACTERIZAÇÃO DO ENTORNO .............................................................................. 83
5.1.2 GEOLOGIA E HIDROGEOLOGIA .................................................................................. 84
5.2 HISTÓRICO DO EMPREENDIMENTO....................................................................... 86
5.2.1 HISTÓRICO DAS REFORMAS ...................................................................................... 86
5.2.2 HISTÓRICO DAS INVESTIGAÇÕES DE PASSIVO AMBIENTAL ....................................... 87
5.3 MONITORAMENTO DA REMEDIAÇÃO................................................................... 95
5.3.1 CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO DOS SISTEMAS DE REMEDIAÇÃO ............................... 95
5.3.2 RELAÇÃO DA PLUVIOMETRIA COM O NÍVEL D’ÁGUA ............................................... 96
5.3.3 MONITORAMENTO DA ESPESSURA DE FASE LIVRE ................................................. 101
5.3.4 VOLUMES DE ÁGUA BOMBEADA E PRODUTO COMBUSTÍVEL RECUPERADO ........... 107
5.3.5 MONITORAMENTO NA SAÍDA DOS SISTEMAS DE REMEDIAÇÃO ............................... 110
6 CONCLUSÕES ................................................................................................................... 113
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 119
ANEXOS ................................................................................................................................ 121
xvi
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Capítulo 1: Introdução
1 INTRODUÇÃO
ao longo dos meses de remediação, foi estabelecida conclusão acerca da eficiência das técnicas
empregadas, denominadas como Extração Multifásica e Dual Phase.
1.1 OBJETIVOS
ASPECTOS TEÓRICOS
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Capítulo 2: Aspectos Teóricos
2 ASPECTOS TEÓRICOS
“A zona não saturada tem os seus espaços vazios ocupados por água e ar. Um
derramamento de óleo (ou derivado de petróleo) na superfície do solo gera uma terceira fase
fluida que, sob o efeito da força gravitacional, vai competir pelo espaço poroso disponível”
(FEITOSA et al., 2008, p. 386).
A degradação das condições do solo é uma questão séria, pois não é facilmente
reversível, uma vez que processos de formação e regeneração do solo são muito lentos
(ARAUJO; ALMEIDA; GUERRA, 2009). Sendo assim, a prevenção é sempre o caminho mais
indicado, contudo as medidas de remediação são vastamente aplicadas em função do alto índice
de casos que necessitam de medidas corretivas e reparadoras dos danos ambientais causados.
Fase Vapor (FV): São hidrocarbonetos leves de cadeia curta que apresentam
baixo ponto de ebulição devido às baixas forças de atração moleculares,
volatilizando e formando a fase de vapor, que pode condensar e adsorver-se
no solo ou dissolver-se na água. A descarga de vapores do solo por
constituintes voláteis pode confinar os gases e causar riscos de explosões, bem
como poluir a atmosfera inalada por trabalhadores e/ou moradores próximos
aos locais de confinamento dos gases. Em uma investigação de passivo
ambiental, esses gases servem como indicadores de contaminação, sendo
conhecidos como Compostos Orgânicos Voláteis (VOC’s).
Fase Líquida Residual ou Fase Retida (FR): São resíduos líquidos adsorvidos
ou retidos no solo.
Fase Dissolvida (FD): É formada quando a fase líquida livre em contato com
o nível d’água subterrâneo na franja capilar (camada porosa do solo
preenchida por água subterrânea, ascendente a partir do lençol freático)
dissolve os componentes solúveis presentes na LNAPL (do inglês Light Non-
Aqueous Phase Liquid), formando a chamada pluma de fase dissolvida que se
distribui por difusão (através do seu próprio movimento) e advecção (através
do fluxo de água subterrânea). Esses processos são responsáveis pelo
transporte de contaminantes através de áreas bastante extensas (MARIANO,
2006; HUNTLEY; BECKETT, 2002; KARAPANAGIOTI et al., 2003 apud
RAMALHO, 2013, p. 34).
Gasolina
LNAPL's
Densidade menor
(fase líquida não- que a da água
aquosa leve)
NAPL's Diesel
(fase líquida não-
aquosa)
DNAPL's
Densidade maior
(fase liquída não- Solventes Clorados
que a da água
aquosa densa)
2.2.1 HISTÓRICO
Além da observância das Leis Federais, a operação dos postos de combustíveis deve
respeitar, também, legislações das esferas menores dos Estados e municípios, conforme a Lei
nº 6.938/81, Resoluções do CONAMA (ao qual foi dado legitimidade de órgão regulador em
esfera federal), Portarias e Resoluções da Agência Nacional do Petróleo e Gás Natural(ANP),
bem como as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), específicas para
o contexto dos postos. O Anexo 1 lista os documentos legais pertinentes ao tema.
Estabelece que a proteção do solo deve ser realizada de maneira preventiva, a fim de
garantir a manutenção da sua funcionalidade ou, de maneira corretiva, visando restaurar sua
qualidade ou recuperá-la. Nesse sentido, define remediação enquanto: “uma das ações de
intervenção para reabilitação de área contaminada, que consiste em aplicação de técnicas,
visando a remoção, contenção ou redução das concentrações de contaminantes” (BRASIL,
2009, p. 3).
A avaliação da qualidade do solo e das águas subterrâneas deve ser efetuada com base
na lista de Valor de Investigação (VI) presente na própria Resolução: VI é a concentração de
determinada substância acima da qual existem riscos potenciais, diretos ou indiretos, à saúde
humana (BRASIL, 2009).
Os valores máximos para as concentrações dos hidrocarbonetos oriundos dos
combustíveis líquidos no solo e nas águas subterrâneas, acima dos quais há riscos para a saúde
humana estão descritos na Tabela 2. O respeito a esses valores permitem avaliar a região
positivamente em termos da qualidade dos meios físicos.
Sánchez (2008) ressalta que os estudos de impacto ambiental não são, na prática,
limitados às repercussões físicas e ecológicas dos projetos de desenvolvimento, mas incluem
também seus efeitos nos planos econômico, social e cultural. Esse é caso do monitoramento das
instalações e atividades desenvolvidas pelos postos de gasolina. As falhas detectadas envolvem
altos gastos na tentativa de corrigir as consequências da falta de planejamento.
A possibilidade de se medir a poluição e estabelecer padrões ambientais permitem que
sejam definidos com clareza os direitos e as responsabilidades do poluidor e do fiscal (os órgãos
públicos). Abre também campo para estudos científicos que definam a capacidade de
assimilação do meio, estabelecendo, dessa forma, os padrões ambientais, os quais estão em
contínua evolução, sendo fruto de pesquisas que tendem a aprofundar o conhecimento dos
processos naturais, dos efeitos dos poluentes sobre o homem e os ecossistemas e dos efeitos
sinérgicos e cumulativos de diferentes poluentes (SÁNCHEZ, 2008).
Os Passivos Ambientais representam os custos financeiros, muitas vezes ocultos,
associados ao controle e reversão dos impactos das atividades econômicas sobre o meio natural.
Consiste em um valor monetário que procura expressar, ainda que sob a forma de estimativa,
qual o gasto total que determinada empresa ou instituição deverá arcar no futuro em decorrência
dos impactos ambientas gerados por sua atividade produtiva. Envolve todo impacto negativo,
previsto ou não nas fases anteriores à implantação e operação do empreendimento, percebidos
a posteriori, sem que se tenha buscado repará-lo. De acordo com a legislação vigente, os custos
previstos pelos Passivos Ambientais são da responsabilidade social do empreendedor
(QUINTIERE, 2010).
A IPA faz uso de mecanismos capazes de aplicar leis e normas que regulam as atividades
desenvolvidas por diversos empreendimentos com o intuito de preservar o meio ambiente. No
âmbito deste estudo de caso, foi dada ênfase à metodologia adotada no cumprimento das fases
que compõem a investigação das atividades executadas na realidade dos postos que
comercializam e armazenam combustíveis de origem petrolífera. Ao aplicar o conceito de
poluidor pagador, todos os estudos desenvolvidos na IPA são de responsabilidade do
empreendedor, que custeia o planejamento e execução dos mecanismos que diagnosticam e
corrigem as possíveis falhas encontradas no decorrer das pesquisas de campo.
Uma vez que a Resolução CONAMA nº 273/00 considera os postos enquanto meios
potencialmente ou parcialmente poluidores e geradores de acidentes ambientais, torna-se
relevante associar as IPA a esses empreendimentos, averiguando o histórico dos postos, bem
como a situação atual, de modo que o cenário ambiental futuro pode ser planejado com
responsabilidade para com a saúde do meio ambiente, o qual interfere diretamente na saúde
pública.
A Resolução CONAMA nº 273/00 corrobora com a ideia quando destaca o contexto dos
postos de combustíveis:
Sendo assim, o Ministério Público tem poder para cobrar que os causadores da poluição
reparem o dano causado ao meio ambiente em razão do desenvolvimento de suas atividades.
Em Natal, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (SEMURB) licencia a
atividade dos postos revendedores, sendo as obrigações da secretaria o controle de
compromissos assumidos pela empresa, cobrança das licenças e das condicionantes das licenças
ambientais expedidas ao empreendedor e estabelecimento de comunicação permanente com o
MPRN (MPRN, 2017).
As fases da IPA e os estudos que devem ser desenvolvidos nas respectivas etapas estão
descritos na Figura 9.
distribuição desses componentes em duas fases, que estão em contato íntimo. Uma das fases
permanece estacionária, enquanto a outra se move através dela. Durante a passagem da fase
móvel sobre a fase estacionária, os componentes da mistura são distribuídos pelas duas fases
de tal forma que cada um deles é seletivamente retido pela fase estacionária, o que resulta em
migrações diferenciais dos componentes.
Caracterização Geológica
Visando a descrição do solo local mediante a coleta de amostras do material que compõe
as camadas representativas do solo, esse levantamento engloba a elaboração dos perfis das
sondagens, texto explicativo com resumo dos tipos de solo encontrados no local, elaboração de
planta com a localização das sondagens executadas e dos pontos de amostragem.
Caracterização Hidrogeológica
Caracterização Geoquímica
Com o objetivo de identificar possíveis áreas fontes de contaminação (tais como áreas
de tancagem, abastecimento, de lavagem de veículos e de troca de óleo) e orientar a locação
dos pontos de amostragem com a finalidade de construir uma pluma de voláteis, é realizada
uma avaliação da presença de VOC’s no subsolo da área do posto através de perfurações a 1,5
de profundidade com leitura a cada meio metro, dispostos com espaçamento aproximado de 5
m das fontes de possíveis contaminações primárias, como bombas, tanques, área de lavagem e
troca de óleo. Nas demais áreas este espaçamento passa a ser de aproximadamente 10 m,
conforme orientação da SEMURB (2010). As perfurações são executadas através de um
rompedor que promove a quebra da pavimentação.
finalidade de assegurar que água representativa da formação será coletada.” (ABNT, 2010, p.
6).
Para garantir uma amostragem representativa do aquífero local, previamente à
amostragem, os poços de monitoramento devem esgotados até volume correspondente a três
vezes o volume da coluna d’água do poço, evitando-se a coleta de água estagnada e coletando-
se a água de formação. As amostragens e o esgotamento podem ser realizados através de
amostradores do tipo bailer descartável, introduzidos lentamente no poço para que não haver
perda de analito por volatilização.
As amostras devem ser acondicionadas em frasco apropriado para coleta, etiquetadas e
armazenadas em recipientes térmicos à temperatura de aproximadamente 4ºC, até a chegada ao
laboratório. As metodologias analíticas empregadas para análise das amostras são baseadas na
Cromatografia Gasosa. Um resumo dos métodos da Agência de Proteção Ambiental dos
Estados Unidos (do inglês, United States Environmental Protection Agency), U.S.EPA,
empregados para quantificação dos analitos estão apresentados na Tabela 3.
Uma vez executados todos esses estudos, os dados obtidos são inseridos em softwares
que delimitam a extensão das plumas. E sendo confirmada, quantificada e delimitada a
contaminação nas fases iniciais da IPA, pode-se elaborar um Modelo Conceitual Consolidado.
A metodologia da IPA orienta sobre a execução da RBCA (do inglês Risk Based Corrective
Action) ou Ação Corretiva Baseada no Risco (ACBR), uma investigação que avalia os riscos
dos dados obtidos mediante análise das consequências dessas substâncias e suas concentrações
em relação à vida.
envolvidos. Caso seja constatada a existência de risco, um plano de remediação deve ser
desenvolvido (CETESB, 2001).
Zagatto e Bertoletti (2008) descrevem que o procedimento de Avaliação de Risco, se
deve, numa primeira etapa, conhecer a qualidade intrínseca das substâncias em estudo,
mensurando seus efeitos nos organismos vivos e avaliando sua persistência, bioacumulação e
destino no ambiente. Numa segunda etapa, estimam-se as concentrações máximas esperadas no
ambiente. A etapa final, por sua vez, consiste na análise e interpretação dos dados obtidos nas
duas primeiras etapas, o que leva à tomada de decisão, que servirá de base para aprovação,
proibição ou restrição do uso da área em função do nível de risco estimado.
Dias (2012) considera que uma população está exposta ao risco apenas se existir três
condições básicas: contaminação, via de exposição e receptores. Eliminando uma dessas
condições, que estão inter-relacionadas na Figura 16, o risco deixará de existir.
Vias de Exposição
Contaminação Receptores
áreas e dos impactos por elas causados, proporcionando os instrumentos necessários à tomada
de decisão quanto às formas de intervenção mais adequadas (CETESB, 2001).
O Decreto Federal nº 97.632/89 estabelece a necessidade de preparação de um PRAD,
definindo que a recuperação deverá ter por objetivo o retorno do sítio degradado a uma forma
de utilização estável (SÁNCHEZ, 2008).
Uma vez que o PRAD está intimamente relacionado com técnicas de remediação, cabe
a compreensão desse termo amplamente utilizado na área que esta pesquisa se enquadra.
Plano de Investigação
Monitoramento da Remediação
Nas áreas que se encontram em remediação no Estado de São Paulo, ou nas quais a
remediação foi finalizada, dentre as várias técnicas de remediação existentes, pode-se constatar
que a Extração Multifásica, o Bombeamento e Tratamento e a Recuperação de Fase Livre foram
as técnicas mais empregadas no tratamento das águas subterrâneas (Figura 17). Enquanto que
a Remoção de Solo/Resíduo e a Extração de Vapores destacam-se como as técnicas mais
utilizadas para solos (CETESB, 2016).
A MPE aplica um alto vácuo através de poços de extração para remover LNAPL’s das
águas subterrâneas contaminadas, além de atuar na eliminação de vapor presente na zona
insaturada contaminada do solo (U.S.EPA, 2005).
U.S.EPA (1999) afirma que a recuperação das águas subterrâneas se dá por meio do
vácuo aplicado que extrai o vapor do solo e viabiliza o bombeamento das águas subterrâneas.
As taxas de fluxo do líquido são aumentadas devido ao aumento do gradiente de pressão
aplicado no sistema. É uma tecnologia inovadora que tem potencial econômico e atua retendo
a contaminação mais rapidamente em comparação com o uso de tecnologias convencionais.
As bombas de vácuo succionam o vapor e água através dos poços de monitoramento
para um tanque de vácuo, sendo o vapor encaminhado para um tratamento por carvão ativado
para ser liberado na atmosfera. Já a água captada é direcionada para o tanque pulmão através
de uma bomba de transferência, com o objetivo de tornar o fluxo mais lento e reter maior
quantidade de combustível. Depois, por gravidade, os efluentes são direcionados para a Caixa
Separadora de Água e Óleo (CSAO), onde o contaminante em fase livre sobrenadante no
efluente é separado através da estabilização e separação por diferença de densidade entre água
e óleo, de modo que a gravidade promove flutuação do óleo, que por ser menos denso é
capturado e vai para tambores metálicos. O efluente, contendo agora somente hidrocarbonetos
dissolvidos, é submetido a um segundo tratamento, ao passar por um filtro de carvão ativado
Técnica através da qual são removidos VOC’s e compostos orgânicos semi voláteis
(SVOC’s) retidos na zona não saturada do solo, os quais sem movem através de vapor do solo
para os poços de extração. A metodologia favorece atuação em grandes volumes de solo a serem
tratados, promovendo perturbações mínimas na formação geológica. Consiste no bombeamento
por pressão negativa através de bomba de vácuo nos poços de extração/monitoramento, onde o
fluxo de ar captado é direcionado do solo para uma câmara ou tanque de vácuo, e posteriormente
para filtros com carvão ativado. Ao final do processo, o ar recuperado é lançado na atmosfera
(TELSAN, 2014).
A EVS (Figura 21) é uma tecnologia de desenvolvimento rápido e simples em que o
meio subterrâneo onde será instalada, deve ser permeável o suficiente para permitir movimento
de vapor adequado. As taxas de fluxo de vapor são dependentes do vácuo empregado nos poços
e as propriedades da zona insaturada (por exemplo, teor de umidade do solo, textura do solo,
macroporos) (U.S.EPA, 1995).
ESTADO DA ARTE
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Capítulo 3: Estado da Arte
3 ESTADO DA ARTE
calcária e por cimentação. Os resultados mostraram que a oxidação foi parcialmente eficaz na
degradação dos contaminantes, pois foram encontradas concentrações residuais para os
compostos HPA’s e BTEX. Testes de lixiviação mostraram que a estabilização/solidificação
argilo-calcária e por cimentação foi eficiente na imobilização dos constituintes recalcitrantes e
perigosos. Estes processos de duas etapas são necessários para aumentar a proteção ao
ambiente.
Ayotamuno et al. (2007) determinaram o teor total de hidrocarbonetos em três reatores
de tratamento (X, Y e Z) e em um reator de controle (A). Os reatores foram carregados com
1500g de resíduo orgânico petrolífero e 250g de solo agrícola, o qual serviu tanto como
nutriente quanto como um transportador microbiano. Como resultado, a redução de teor total
de hidrocarbonetos foi de 20,8% no prazo de duas semanas, e de 33,3% no prazo de seis
semanas em aplicação da Biorremediação.
Cameotra e Singh (2008) estudaram a ação de meios microbianos constituídos por
Pseudomonas Aeruginosa e Hodococcal para avaliar a degradação de hidrocarbonetos
provenintes de resíduos de petróleo presentes em solo contaminado. A capacidade de
degradação dos hidrocarbonetos foi testada em dois campos de ensaio separados em razão do
efeito de dois aditivos (mistura de nutrientes e preparação de biossurfactante sólido). Como
resultado, os hidrocarbonetos foram degradados na ordem de 91% em 5 semanas. A utilização
de biossurfactante provocou elevação na taxa de degradação. No entanto, o esgotamento dos
hidrocarbonetos (maior que 98%) só foi possível quando foi usada simultaneamente a cultura
microbinana e os aditivos acima mencionados. Os dados concluem que a utilização de um
biosurfactante funciona de maneira eficiente na remediação de solos contaminados.
Rocha et al. (2010) estudaram o tratamento de hidrocarbonetos através do emprego da
fotocatálise heterogênea (H2O2 / UV / TiO2). Os experimentos envolveram a aplicação de um
reator para averiguar os teores de HPA’s em solo contaminado. Além disso, o efeitos da
concentração de peróxido de hidrogênio (H2O2) e dióxido de titânio (TiO2), bem como o tempo
de irradiação foram avaliados na análise de remoção de Carbono Orgânico Total (COT) como
uma resposta. Como resultado, a fotocatálise heterogênea forneceu degradação eficiente de
grande parte de orgânicos. Além disso, o método também provou ser um tratamento alternativo
para a remoção de HPA’s, uma vez que estes compostos foram eliminados em 100% após 96
horas de irradiação.
Silva, Alves e França (2012) realizaram revisão das soluções tecnológicas para
tratamento de meios contaminados com produtos de origem petrolífera, além de aplicar o
Landfarming em estudo de caso. A Dessorção Térmica foi apontada como técnica que permite
Evelyne Nunes de O. Galvão, Janeiro/2018 65
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Capítulo 3: Estado da Arte
remoção de grande espectro de contaminantes, incluindo HPA’s, porém pode ocorrer conversão
de HPA não mutagênico em HPA mutagênico via reação de craqueamento. O Plasma Térmico
foi apontado como técnica de eliminação de contaminantes em curto espaço de tempo,
envolvendo uso de pequenas áreas para instalação dos seus mecanismos, chegando a eliminar
99% da poluição através da passagem de corrente elétrica em meio gasoso, de onde surge uma
fonte de calor e origina o plasma térmico. A Destilação Destrutiva ou Pirólise foi apontada
como técnica capaz de decompor quimicamente uma ampla faixa de compostos orgânicos de
alto peso molecular por meio da aplicação de calor. A Conversão à Baixa Temperatura foi
apontada como técnica que utiliza uma atmosfera de nitrogênio que torna o meio inerte e
promove a recuperação de resíduos contaminados que podem ser reaproveitados em aplicações
industriais, além de tratar água e gases que podem ser recirculados em um sistema de geração
de energia a ser utilizada no próprio tratamento, diminuindo os custos operacionais. As
Biopilhas foram apontadas como uma técnica que empilha solos contaminados, promovendo
aeração com objetivo de degradar os hidrocarbonetos, cuja desvantagem citada envolveu a
ineficiência para altas concentrações de contaminantes. Os Biorreatores foram apontados como
técnica que pode ser empregada para tratamento de contaminantes em fase aquosa por meio de
microorganismos que sofrem agitação mecânica e injeção contínua de ar. A vantagem listada
para os Biorreatores envolve a falta de interferência dos poluentes no ambiente externo.
Landfarming foi estudada enquanto tecnologia de biorremediação para solo contaminado
enriquecido com nutrientes, umidificado, aerado e corrigido o pH, degradando hidrocarbonetos
do petróleo pela ação microbiana estimulada e controlada. As desvantagens da Landfarming
envolveram a necessidade de grandes extensões de terreno, além de elevados tempos de
processo de remoção de contamiantes. Os estudos realizados envolveram uma área de 1000 m²
e 225 dias de tratamento do solo contaminado, alcançando 88,7% de atenuação na concentração
de HPA’s.
Freire, Trannin e Simões (2014) avaliaram a eficiência e eficácia da técnica de
remediação por Bombeamento e Tratamento aplicada à pluma de fase livre de hidrocarbonetos
existente na área de um posto de combustível. Para tal, os poços de monitoramento e as
espessuras da fase livre de óleo foram inspecionados quinzenalmente. A referida técnica obteve
sucesso na remediação da área analisada, uma vez que apresentou total remoção dos poluentes
presentes em fase livre, apesar da baixa eficácia pela necessidade de um período prolongado de
bombeamento. Verificou-se que houve persistência de fase livre por período de 18 meses,
porém, após 6 meses, foi identificado que a espessura das fases livres diminuiu de 5 para 1 cm,
indicando que a técnica de Bombeamento e Tratamento foi eficiente para conter a pluma de
Evelyne Nunes de O. Galvão, Janeiro/2018 66
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Capítulo 3: Estado da Arte
METODOLOGIA
Dissertação de Mestrado PPGCEP/UFRN Capítulo 4: Metodologia
4 METODOLOGIA
O período deste estudo de caso foi subdividido em dois, uma vez que empresas
diferentes atuaram em períodos distintos na área. Sendo assim, o 1º Período (Atuação da
Empresa 1) compreende os meses de julho a dezembro de 2012 e todo o ano de 2013. O 2º
Período (Atuação da Empresa 2) compreende os meses de julho a dezembro de 2015 e de janeiro
a maio de 2016 e de julho a setembro de 2017, conforme apresentado na Tabela 4.
Empresa 1
Em junho de 2012 foi realizado estudo contendo o primeiro PRAD para a área tomada
como estudo de caso nesta pesquisa. O objetivo principal do plano foi implantar e operar um
Empresa 2
Uma técnica auxiliar denominada como Remediação Passiva, por meio de mantas de
polipropileno absorventes (Figura 24), também foi empregada com o intuito de remover a fase
livre em pequenas espessuras através da afinidade com os contaminantes orgânicos. Os poços
nos quais essa técnica foi instalada foram PM-02, PM-08, PM-09 e PM-27.
O nível d’água local foi obtido utilizando-se um medidor eletrônico composto por um
cabo elétrico revestido por uma fita (trena) com marcação milimétrica conectado a um sensor
de interface em sua extremidade inferior. O sensor de interface, quando atinge o nível d’água,
emite um sinal sonoro intermitente que permite a identificação do nível d’água, conforme
orientação da NBR 15.495-1/07, Construção de Poços de Monitoramento em Aquíferos
Granulares: Parte 1: Projeto e construção, empregada na construção de poços de
monitoramento. No caso de ocorrência de fase-livre sobrenadante, o equipamento acusa sua
existência através da emissão de um sinal sonoro contínuo, o que possibilita determinar a
espessura da fase livre.
A verificação visual da fase livre nos poços de monitoramento é usualmente realizada
através de um amostrador (bailer) transparente (Figura 25), que possibilita a identificação
visual da eventual presença de substâncias menos densas que a água nos poços, característica
específica dos hidrocarbonetos parcialmente miscíveis com a água subterrânea (LNAPL). Após
a sua utilização dos bailer’s devem ser devidamente descartados para evitar a contaminação
cruzada dos poços de monitoramento.
Através dos dados de monitoramento do nível do lençol freático de cada região, obtidos
durante a operação do sistema de remediação, foi possível verificar a variação do nível do lençol
freático em cada região com o tempo como também analisar a evolução da remoção dos
hidrocarbonetos em fase livre. Os quais foram apresentados em boletins de operação mensais.
O preparo das amostras para análise de OG seguiu a norma ASTM D3921, utilizada
para óleo, graxa e hidrocarbonetos de petróleo em água, que se deu através do emprego da
Extração Líquido-Líquido, em que ocorre partição da amostra entre duas fases imiscíveis
(orgânica e aquosa). A amostra orgânica foi extraída do meio aquoso através do contato
estabelecido em um funil de separação com um solvente apolar, o n-hexano. Por diferença de
densidade entre a fase aquosa e a orgânica, e extrato foi coletado e lido através da técnica
espectroscopia na região do infravermelho próximo, através do analisador Infracal TOG/TPH,
Modelo HATRT2 and CH da Wilks Enterprise (Figura 27), que detecta e quantifica as ligações
dos grupos C-H.
A metodologia analítica empregada para determinação de TPH nas amostras de água foi
a U.S.EPA 8021B, utilizada para aromáticos e halogenados voláteis por Cromatografia Gasosa
utilizando fotoionização. No preparo das amostras foi empregada a técnica denominada como
Extração em Fase Sólida, na qual fez-se uso de cartucho de extração com a fase sólida apolar
(adsorvente) em seu interior, o C-18-octadecilsilano. A extração foi realizada no equipamento
de nome Autotrace 280, da marca Dionex.
A extração da fase orgânica teve início com adição de 5 mL de ácido sulfúrico (H2SO4)
às amostras, seguido de filtração comum de 1000 mL, utilizando-se balões volumétricos, funis
e papéis de filtro. As amostras filtradas foram levadas ao equipamento extrator, Autotrace 280,
no qual os cartuchos C-18 foram condicionados com 10 mL de metanol (CH3OH), 5,0 mL de
acetato de etila (CH3COOCH2CH3), 5,0 mL de diclorometano (CH2Cl2) e 10 mL de água
ultrapura. Sendo assim, as amostras foram passadas através dos cartuchos, sendo o analito retido
por afinidade entre os compostos orgânicos presentes nas amostras e o adsorvente presente no
interior dos cartuchos. A fase orgânica foi eluída com 5,0 mL de acetato de etila
(CH3COOCH2CH3) e 2 mL de diclorometano (CH2Cl2). Os cartuchos foram secos com
nitrogênio até a obtenção de aproximadamente 2 mL do extrato, transferido para vial e levado
para Cromatógrafo Gasoso, Focus GC da Thermo Electron Corporation (Figura 28), com
detector FID (Photoionization Detector), detector por fotoionização.
Com intuito investigativo buscou-se fazer correlações da fase livre sobrenadante na água
subterrânea e do nível d’água com as chuvas locais. Os dados de precipitação utilizados neste
trabalho tiveram como base o banco de dados de meteorologia da Empresa de Pesquisa
Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN). Para o cálculo das chuvas mensais, se fez
um somatório das chuvas diárias. O período de levantamento dos dados de precipitação foi de
julho de 2012 a maio de 2016.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A ênfase deste capítulo se deu na discussão das espessuras de fase livre e as implicações
desta com a pluviometria mediante a relação estabelecida com o nível d’água. Nesse sentido,
foi avaliada a recuperação da área contaminada pelo posto mediante a aplicação de sistemas de
remediação ambiental. Também foram investigados os volumes de água bombeada e tratada e
os volumes de produto combustível recuperados ao longo dos meses de remediação, tendo como
referência os trabalhos elaborados pelas empresas de campo e cedidos pelo MPRN.
A área ocupada total edificada é de 2.000 m2, compreendido pela cobertura sobre a pista
de abastecimento, sistema de armazenamento subterrâneo de combustível, área predial que
abriga o escritório administrativo e instalações sanitárias.
Os serviços oferecidos pelo empreendimento incluem a comercialização de
combustíveis líquidos, tais como a Gasolina Comum (GC), Gasolina Aditivada (GA), Etanol
Comum (EC), Diesel S10 (D-S10) e Diesel Comum (DC), além do Gás Natural Veicular
(GNV). Além disso, há também loja de conveniência, banheiros, área administrativa, calibração
de pneus, loja de revenda e depósito de pneus e troca de óleo (BFU, 2015). O SASC do
empreendimento é constituído por sete tanques subterrâneos para o armazenamento de
combustíveis, como apresentado na Tabela 6.
O empreendimento está localizado em uma área plana e inserido na zona urbana com
ocupação mista residencial e predominantemente comercial. De acordo com a NBR 13.786, a
área investigada foi classificada como Classe 3 (de maior risco), uma vez que a água subterrânea
da região é utilizada para o abastecimento público da cidade. A Figura 30 apresenta o entorno
do empreendimento.
andares, poço de água tubular (inoperante), templo religioso, clube esportivo, duas oficinas e
escola (escola e igreja foram identificadas como receptores sensíveis no local em virtude da
proximidade que exercem em relação ao posto).
Segundo Arado et al. (2015) o tipo de solo arenoso e areno-argiloso promovem maior
comprometimento ambiental, pois nele existe a possibilidade de maior deslocamento das
plumas de contaminação uma vez que esse tipo de solo é característico por possuir alta
condutividade hidráulica ou permeabilidade, a qual é diretamente proporcional ao transporte de
elementos químicos no lençol freático.
A CETESB (2001) afirma que a migração dos contaminantes nos meios físicos
obedece ao sentido do fluxo da águas subterrâneas, sofrendo advecção na medida em
que a água se desloca. Nesse sentido, a velocidade de transporte das substâncias
químicas no solo está intimamente relacionada com a velocidade do fluxo, de modo que
as plumas de contaminação favoravelmente terão velocidade de propagação semelhante,
bem como o sentindo de propogação das plumas fará relação com o sentido do fluxo
das águas, isto é, de sul para norte na área do empreendimento.
Na localização das sondagens S-03 e S-09 foram realizadas sondagens nomeadas de ST-
01 e ST-02 (Figura 31), local onde foi detectada contaminação no solo acima dos valores
orientadores estabelecidos pela Resolução CONAMA nº 420/09. Também foi detectado fase
livre no lençol freático na área do empreendimento, sendo necessário realização de uma
remediação em caráter emergencial visando à remoção de fase livre de diesel (executada nos
meses de julho a outubro do ano de 2011). Recuperou-se cerca de 160,00 L de produto
combustível por bombeamento. Na Figura 34 estão destacadas as áreas nas quais possivelmente
haveria presença da contaminação.
A partir dos indícios de contaminação, a área passou a ser classificada como área
contaminada (AC). No fluxograma abaixo (Figura 35) estão representadas as constatações
obtidas sobre o Modelo Conceitual Inicial.
Indícios de
Contaminação Área Contaminada Remediação
(Vazamento e Fase (AC) Emergencial
Livre)
20, PM-25, PM-28 e PM-34. Naftaleno nos poços PM-03, PM-12, PM-19 e PM-25. Além disso,
foram instalados novos poços de monitoramento (PM-39 ao PM-54).
Entre julho de 2015 e maio de 2016 foi operando o sistema da remediação do tipo Dual
Phase na área do empreendimento. Durante o período, foram bombeados 2.897,3 m³ de fluidos
do aquífero em estado líquido, nos quais se encerraram 920,0 L de produto combustível.
Durante o período, foi identificada a existência de combustível em fase livre nos poços PM‐01,
PM‐02, PM‐03, PM‐06, PM‐07, PM‐08, PM‐09, PM‐10, PM‐11, PM‐12, PM‐14, PM‐18, PM‐
19, PM‐24, PM‐26, PM‐27, PM29, PM‐40, PM‐41, PM‐42, PM‐43, PM‐44, PM‐46, PM‐48,
PM‐49, PM‐50, PM‐51, PM‐52, PM‐54 e PB‐01. Sendo recomendada a continuidade da
remediação ambiental para remoção da fase livre.
Os resultados dos monitoramentos estão apresentados abaixo. As análises de solo que
ultrapassaram os valores de investigação residencial presentes na Resolução CONAMA nº
420/09 sugerem os compostos orgânicos existentes na fase retida, como apresentado na Tabela
7.
Foi constatado que as anomalias identificadas nas águas subterrâneas coletadas na área
do posto possuem origem antrópica associada ao aporte acidental de combustíveis ao solo na
área do empreendimento e desqualificam a água subterrânea para quaisquer usos, inclusive para
ingestão, sem prévio tratamento.
A pluma de fase livre referente ao período do início dos trabalhos de remediação se
concentra na região de tancagem subterrânea do empreendimento, indicando contaminação
proveniente do SASC, conforme pode ser observado na Figura 37.
O sistema de remediação implantado pela Empresa 1 (MPE), operado nos anos 2012 e
2013, tinha previsão para funcionar por 12 meses com o objetivo de remover a fase livre, prazo
acordado mediante assinatura do TAC. Porém o prazo determinado não foi cumprido, e a
empresa operou de julho de 2012 até a data 28/12/13. O sistema operou por 554 dias, 24 horas
por dia, salvo o mês de novembro de 2013, no qual houve parada do sistema por 2 horas para
manutenção. As horas trabalhadas nesse período podem ser verificadas na Tabela 9.
O sistema de remediação implantado pela Empresa 2 (Dual Phase), operado nos anos
de 2015 e 2016, estava previsto para funcionar por mais 12 meses para remover a fase livre,
prazo em acordo mediante assinatura de novo TAC. Porém esse prazo determinado também
não foi cumprido, e a empresa continuou seus trabalhos até maio de 2016. O sistema foi operado
24 horas por dia, salvo o mês de janeiro de 2016, no qual houve falta de energia. As horas
trabalhadas nesse período podem ser verificadas na Tabela 10. É importante ressaltar que
durante o ano de 2014 o empreendimento ficou sem nenhuma empresa remediando a área.
Quando se fez a relação entre o nível d’água com a pluviometria, de maneira geral, em
todos os poços, essa relação se manteve diretamente proporcional, pois foi observado que nos
meses em que houve maior incidência de chuvas, os poços tiveram aumento de carga hidráulica,
conforme pode ser observado nas Figuras 38, 39 e 40.
Figura 38 – Relação entre o IP e NA dos poços com bombas operados pela Empresa 1
Nível de Água e Índice Pluviométrico - Poços com bombas - Empresa 1
0,80 12,00
0,70
10,00
0,60
Índice Pluviométrico (m)
8,00
0,50
0,30
4,00
0,20
2,00
0,10
0,00 0,00
07/12 08/12 09/12 10/12 11/12 12/12 01/13 02/13 03/13 04/13 05/13 06/13 07/13 08/13 09/13 10/13 11/13 12/13
Mês/Ano
Índice Pluviométrico PM-01 PM-02 PM-03 PM-06 PM-07
PM-08 PM-09 PM-11 PM-12 PM-14 PB-01
Figura 39 – Relação entre o IP e NA dos poços sem bombas operados pela Empresa 1
Nível de Água e Índice Pluviométrico - Poços sem bombas - Empresa 1
0,80 12,00
0,70
10,00
0,60
8,00
Índice Pluviométrico (m)
0,50
0,30
4,00
0,20
2,00
0,10
0,00 0,00
07/12 08/12 09/12 10/12 11/12 12/12 01/13 02/13 03/13 04/13 05/13 06/13 07/13 08/13 09/13 10/13 11/13 12/13
Mês/Ano
Índice Pluviométrico PM-04 PM-10 PM-13 PM-18 (NA) PM-24 PM-25 PM-26 PM-27 PM-28 PM-29
9,00
0,70
8,00
0,60
7,00
ìndice Pluviométrico (m)
0,50
Nível d’água(m)
6,00
0,40 5,00
4,00
0,30
3,00
0,20
2,00
0,10
1,00
0,00 0,00
07/15 08/15 09/15 10/15 11/15 12/15 01/16 02/16 03/16 04/16 05/16
Mês/Ano
descendente da carga hidráulica, e parte do produto residual que foi trapeado abaixo do nível
d’água torna-se móvel e, consequentemente, uma lâmina de fase livre mais espessa é formada.
De maneira geral, nos primeiros meses de remediação foi observado aumento na
espessura de fase livre, fator associado ao bombeamento, que capta a fase livre
sobrenadante no nível d’água diretamente para o interior dos poços, fazendo com que
aumente o valor das espessuras medidas, dado real coerente com a literatura: “À medida
que se bombeia para a retirada da fase livre, mais LNAPL migra para o poço. O
bombeamento continua até que não haja mais produto no interior do poço sobre
nenhuma forma, quando então a remediação da fase livre termina.” (OLIVEIRA, 2016,
p. 121).
Durante os trabalhos da Empresa 1, os poços com bombas instaladas apresentaram-se
secos após os primeiros meses de atividade do sistema MPE, impossibilitando o monitoramento
do combustível sobrenadante. Entretanto, as espessuras da fase livre apresentaram aumento
após a recarga do aquífero, pelo efeito do trapeamento. A medida em que se procedeu a
remediação, a fase livre diminuiu, enquanto resultado do sistema. Na Figura 41 estão os dados
monitorados no PM-01.
7,00 0,35
6,00 0,30
NA (m)
5,00 0,25
4,00 0,20
3,00 0,15
2,00 0,10
1,00 0,05
0,00 0,00
10/13
11/13
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
12/13
Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Outro agente que influencia na espessura de fase livre nos poços é o resultado do próprio
sistema de remediação, que tende a atenuar a contaminação até a extinção. A partir de novembro
de 2012 este comportamento foi observado, e a empresa responsável pela remediação não
detectou fase livre em nenhum dos poços em dezembro de 2013. Na Figura 42 pode-se observar
esse comportamento no PM-26.
Espessura de FL (m)
8,00 0,40
7,00 0,35
6,00 0,30
NA (m)
5,00 0,25
4,00 0,20
3,00 0,15
2,00 0,10
1,00 0,05
0,00 0,00
12/12
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
Mês/Ano
Em 2014 os trabalhos de remediação foram interrompidos por não ser mais detectada
fase livre nos poços de monitoramento. O risco que a migração da fase livre representava foi
eliminado em sua maior problemática, entretanto, ainda haverá transferência de produto para a
fase vapor na zona não saturada, pois no aquífero ainda existe uma lâmina de LNAPL que
precisa ser remediada nessa ocasião (OLIVEIRA, 2016).
Por isso a continuação de remoção de contaminantes é importante, devendo ser utilizada
técnica capaz de remover apenas os vapores da zona vadosa, tal qual a Extração de Vapores do
Solo. Uma vez que os trabalhos foram interrompidos, foi detectada contaminação em forma de
fase livre em anos posteriores, conforme foi observado na Figura 43.
Espessura de FL (m)
8,00 0,80
7,00 0,70
NA (m) 6,00 0,60
5,00 0,50
4,00 0,40
3,00 0,30
2,00 0,20
1,00 0,10
0,00 0,00
Mês/Ano
Em julho de 2015 foi novamente constatada presença de fase livre nos poços da área, e
a hipótese relacionada a este fato indica nova fonte de contaminação, talvez associada a falhas
no controle de estoque de combustível nos tanques, que é realizado por meio eletrônico,
fazendo-se necessários testes de estanqueidade e/ou verificação da exatidão com que esse
monitoramento vem sendo realizado no SASC do empreendimento.
Outra hipótese está relacionada ao monitoramento da espessura de fase livre realizado
no final de 2013, que pode ter se equivocado ao afirmar que toda a fase livre existente na área
fora removida. Essa afirmação teria mais sentido se o sistema tivesse passado alguns dias sem
realizar bombeamento, conforme sugestão do perito do MPRN, promovendo uma pausa na
perturbação do aquífero causada pela ação das bombas. Dessa forma, a conclusão sobre o
cenário ambiental teria maior exatidão e confiabilidade.
No período de atividade da Empresa 2, a maioria dos poços que não estiveram em
bombeamento apresentou aumento da fase livre após o mês de janeiro de 2016 (Figura 41), mês
no qual o sistema de remediação parou por motivo de falta de energia. Esse fato se mostrou
como algo extremamente negativo para o processo de tratamento, pois a atenuação da espessura
de fase livre foi interrompida, o que provocou atrasos na remoção do contaminante.
Semelhantes comportamentos foram observados nos gráficos dos poços individuais
durante os trabalhos de ambas as empresas, conforme Anexo 2.
Na pluma de fase livre (Figura 44), fruto do trabalho de remediação realizado no mês
05/16, foi constatada diminuição da área impactada pelo produto sobrenadante no aquífero,
demonstrando eficiência dos sistemas empregados na área, porém ainda evidencia os esforços
necessários para que o objetivo de remover o combustível capaz de contaminar os recursos
hídricos seja cumprido.
Os sistemas de remediação começaram a funcionar no final de junho de 2012 e se
mantêm em funcionamento até a data atual deste trabalho, sendo sustentado também por
período posterior até que seja removida todas as fases de contaminantes, de modo que o
monitoramento ambiental indique que as concentrações das SQI’s estejam obedecendo aos
padrões ambientais de salubridade do solo e águas subterrâneas. Ou seja, após a parada dos
processos de remediação ambiental, as concentrações de BTEX e HPA’s devem ser menores
que os valores de investigação estabelecidos na Resolução CONAMA nº 420/09.
500,00
400,00
400,00
300,00
300,00
200,00
200,00
100,00
100,00
0,00 0,00
08/12
06/13
07/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
07/15
08/15
09/15
10/15
11/15
12/15
01/16
02/16
03/16
04/16
05/16
Mês/Ano
900,00
3000,00
800,00
700,00 2500,00
600,00
2000,00
500,00
1500,00
400,00
300,00 1000,00
200,00
500,00
100,00
0,00 0,00
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
07/15
08/15
09/15
10/15
11/15
12/15
01/16
02/16
03/16
04/16
05/16
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
Mês/Ano
500,00 2500,00
400,00 2000,00
300,00 1500,00
200,00 1000,00
100,00 500,00
0,00 0,00
11/15
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
07/15
08/15
09/15
10/15
12/15
01/16
02/16
03/16
04/16
05/16
Mês/Ano
Volume de Produto Recuperado por Mês Acumulado Volume de Produto Recuperado por Mês
3500,0 1800,0
1549,8 1600,0
3000,0 2897,3
1400,0
2500,0
1200,0
2000,0 920,0 1000,0
1500,0 800,0
600,0
1000,0
400,0
500,0 200,0
348,3
0,0 0,0
07/12 - 12/13 (18 meses) 07/15 - 05/16 (11 meses)
Período de Remediação
A Tabela 12 expõe os valores ultrapassados acima dos VMP nos meses em que os
sistemas de remediação estiveram em funcionamento.
6 CONCLUSÕES
ANJOS, Aécia Seleide Dantas dos. Proposta de modelo de IQA visando o monitoramento
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Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
6,00 0,30 6,00 0,30
(NA (m)
NA (m)
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
1,00
6,00 0,30 6,00
NA (m)
NA (m)
0,80
5,00 0,25 5,00
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
6,00 0,60 6,00 0,30
NA (m)
NA (m)
5,00 0,50 5,00 0,25
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
8,00
6,00 0,30 0,30
NA (m)
NA (m)
5,00 0,25 6,00 0,25
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
9,00 0,45
1,40
10,00
8,00 0,40
1,20
7,00 0,35
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
8,00
1,00
6,00 0,30
NA (m)
NA (m)
6,00 0,80 5,00 0,25
4,00 0,20
0,60
4,00
3,00 0,15
0,40
2,00 0,10
2,00
0,20
1,00 0,05
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
8,00
0,30 6,00 0,60
NA (m)
NA (m)
6,00 0,25 5,00 0,50
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
8,00
6,00 0,30 0,30
NA (m)
NA (m)
5,00 0,25 6,00 0,25
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
6,00 0,30 6,00 0,60
NA (m)
NA (m)
5,00 0,25 5,00 0,50
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
1,00
6,00 0,60 6,00
NA (m)
NA (m)
0,80
5,00 0,50 5,00
07/12
08/12
09/12
10/12
11/12
12/12
01/13
02/13
03/13
04/13
05/13
06/13
07/13
08/13
09/13
10/13
11/13
12/13
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
7,00 0,70
6,00 0,60
NA (m)
6,00 0,60
5,00 0,50
0,00 0,00
Mês/Ano
07/15 08/15 09/15 10/15 11/15 12/15 01/16 02/16 03/16 04/16 05/16
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) PM-42 Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
6,00 0,60 6,00 0,60
NA (m)
NA (m)
5,00 0,50 5,00 0,50
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
6,00 0,60 6,00 0,60
NA (m)
NA (m)
5,00 0,50 5,00 0,50
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
6,00 0,60 6,00 0,60
NA (m)
NA (m)
5,00 0,50 5,00 0,50
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
6,00 0,60 6,00 0,60
NA (m)
NA (m)
5,00 0,50 5,00 0,50
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
6,00 0,60 6,00 0,60
NA (m)
NA (m)
5,00 0,50 5,00 0,50
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
6,00 0,60 6,00 0,60
NA (m)
NA (m)
5,00 0,50 5,00 0,50
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
6,00 0,60 6,00 0,60
NA (m)
NA (m)
5,00 0,50 5,00 0,50
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
Espessura de FL (m)
Espessura de FL (m)
6,00 0,60 6,00 0,60
NA (m)
NA (m)
5,00 0,50 5,00 0,50
Mês/Ano Mês/Ano
Nível da Água (NA) Fase Livre (FL) Nível da Água (NA) Fase Livre (FL)
PM-41 - Empresa 02
10,00 1,00
9,00 0,90
8,00 0,80
7,00 0,70
Espessura de FL (m)
6,00 0,60
NA (m)
5,00 0,50
4,00 0,40
3,00 0,30
2,00 0,20
1,00 0,10
0,00 0,00
Mês/Ano