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Curso de Fitoterapia Aplicada

Capítulo 7. Sistema nervoso

Índice
Introdução......................................................................................................... 1
Lippia alba ........................................................................................................ 4
Lavandula officinalis ......................................................................................... 7
Tanacetum parthenium..................................................................................... 8
Pfaffia glomerata ............................................................................................ 10
Withania somnifera ......................................................................................... 11
Outras plantas com atividade adaptógena ou estimulantes ........................... 12
Curcuma longa ............................................................................................... 13
Vitis vinifera .................................................................................................... 14
Ginkgo biloba.................................................................................................. 15
Melissa officinalis............................................................................................ 17
Valeriana officinalis......................................................................................... 19
Hypericum perforatum .................................................................................... 22
Erythrina verna ............................................................................................... 24
Passiflora alata ............................................................................................... 26
Piper methysticum .......................................................................................... 28
Outras plantas com propriedades anxiolíticas e/ou sedativas ........................ 29
Referências .................................................................................................... 30

Introdução
Segundo o modelo neurobiológico, o comportamento e as emoções são
consideradas expressões fisiológicas mediadas por circuitos cerebrais.
Desregulações neste nível e interações com sistemas periféricos contribuem
efetivamente para as alterações patológicas vistas nos quadros de transtornos do
humor e de ansiedade, esquizofrenia e outros, considerados transtornos
psiquiátricos.
Estudos epidemiológicos mostram que milhões de pessoas sofrem algum tipo
de doença mental no mundo e que esse número tem aumentado de modo
progressivo, principalmente nos países em desenvolvimento. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), no ano 2000, a depressão foi a principal
causa de incapacidade para o trabalho e o quarto fator contribuinte para a carga
global de doenças.
Ressaltamos que o diagnóstico dos transtornos mentais é complexo e deve
ser feito, preferencialmente, por um psiquiatra, que por sua vez poderá determinar a
gravidade do quadro e a melhor conduta a ser adotada.
Transtornos depressivos. Por mais de três décadas, as bases biológicas
dos transtornos depressivos têm sido explicadas por meio da hipótese
monoaminérgica da depressão. Essa teoria propõe que a depressão seja
consequência de uma menor disponibilidade de aminas biogênicas cerebrais, em
particular de serotonina, noradrenalina e/ou dopamina. Tal proposição é reforçada
pelo conhecimento do mecanismo de ação dos antidepressivos, que se baseia,
principalmente, no aumento da disponibilidade desses neurotransmissores na

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fenda sináptica, seja pela inibição (seletiva ou não) de suas recaptações, seja pela
inibição da enzima responsável por suas degradações (inibidores da
monoaminoxidase [MAO]). Sabe-se, entretanto, que outros neurotransmissores e/ou
receptores podem estar envolvidos (por exemplo, o sistema melatoninérgico).
No entanto, apesar de muitos estudos nesta e em outras direções, a etiologia
da depressão permanece ainda incerta. Assim, além da teoria monoaminérgica,
estão sendo discutidas, atualmente, outras hipóteses; entre estas, ganha destaque
aquela que enfoca a participação dos sistemas endócrino e imune.
Transtornos ansiosos. Três sistemas de neurotransmissores estão
implicados na base biológica da ansiedade: o complexo receptor benzodiazepínico-
GABA, o sistema locus ceruleus-noradrenalina e a serotonina. Estes sistemas de
neurotransmissores podem ser os mediadores da ansiedade “normal” e também da
ansiedade patológica.
Os fitoterápicos que atuam no sistema nervoso central (SNC) possuem
propriedades farmacológicas bastante específicas, que serão discutidas abaixo:
As plantas com atividade ansiolítica, em geral, possuem compostos que
atuam pela via do GABA, mas algumas podem atuar por outras vias como, por
exemplo, Aloysia polystachya.
As plantas com atividade antidepressiva, em geral, atuam por dois
mecanismos: serotoninérgico e catecolaminérgico, isto é, inibem a recaptação de
serotonina ou de dopamina/noradrenalina na sinapse nervosa.
Muitas das plantas com efeito no SNC são ricas em óleos essenciais, que
possuem grande atividade no SNC, tanto depressora quanto estimulante. Os óleos
essenciais, em grandes concentrações ou quantidades, podem reduzir o limiar
convulsivo e podem ser neurotóxicos. Por isso, devemos evitar a prescrição de óleos
essenciais puros, especialmente para crianças ou para uso prolongado.
Adaptógenos. Uma propriedade bastante útil de algumas plantas medicinais
é o fato de serem adaptógenas. A palavra adaptógeno refere-se a um medicamento
capaz de aumentar a resistência do indivíduo a uma situação de estresse, ou ainda,
capaz de produzir um estado de resistência não específica. O estresse foi estudado
pela primeira vez por Hans Selye (1936), que mostrou que, em animais, diferentes
estímulos externos desencadeavam as mesmas reações físicas.
O conceito de adaptógeno foi introduzido em 1943, quando a extinta União
Soviética pede a seus cientistas que encontrem substâncias que aumentem a força
e a saúde dos trabalhadores e soldados. O Dr. Nikolai Lazarev começa a pesquisar
estimulantes que induzam um “estado de resistência inespecífica”. Mais tarde, o Dr.
I. I. Brekhman (1950), iniciou suas pesquisas com o Ginseng (Panax ginseng), e
ampliou o conceito de adaptógeno para “agentes não agressivos que aumentam
inespecificamente a resistência física, química, biológica e psicológica contra fatores
nocivos (estresse), normalizando este efeito independentemente da natureza do
estado patológico”.
Idealmente, um adaptógeno:
• Não altera o funcionamento normal do organismo;
• Tem ação inespecífica, isto é, modula a resposta a uma ampla
variedade de agentes estressores; e
• Possui ação reguladora, ou seja, normaliza respostas anormalmente
altas ou baixas (Brekhman e Dardymov, 1969).
Clinicamente, um adaptógeno tem as seguintes ações:
• Aumento do estado de atenção e da resistência à fadiga;

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• Evita, atenua ou reduz os prejuízos e transtornos relacionados ao


sistema neuroendócrino e imunológico no estresse induzido.
Existe alguma confusão na literatura entre os termos adaptógeno, tônico e
estimulante. Segundo a European Medicines Agency (EMA), esses termos são
definidos como:
• Tônicos: substâncias que atenuam condições de fraqueza ou de perda
de força do organismo ou de órgãos.
• Estimulantes: provocam aumento temporário da capacidade de
trabalho seguido por um período de diminuição acentuada da
produtividade, resultando em reações desagradáveis causadas pelos
efeitos adversos.
• Adaptógenos: provocam aumento da capacidade de trabalho, mas
diferentemente dos estimulantes, não apresenta posterior período de
decréscimo acentuado da produtividade, mantendo patamares mínimos
sem que sejam observados efeitos adversos desagradáveis.
As plantas adaptógenas parecem atuar no eixo hipotálamo-hipófise-
adrenal, modulando a resposta ao estresse. Atualmente, várias espécies recebem o
nome “ginseng:”
• Ginseng coreano: Panax ginseng L.
• Ginseng siberiano: Eleutherococcus senticosus (Rupr. & Maxim.)
Maxim.
• Ginseng americano: Panax quinquefolius L.
• Ginseng brasileiro: Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen
• Ginseng indiano: Withania somnifera Dun
Outros exemplos de plantas adaptógenas incluem: Rhodiola rosea,
Schisandra chinensis, Bryonia alba, entre outras.
A demência é uma doença neurodegenerativa que atinge atualmente cerca
de 4 milhões de pessoas nos Estados Unidos, e projetam-se 9 milhões de
acometidos até 2030. As consequências do envelhecimento sobre o funcionamento
do sistema nervoso podem ser classificadas em:
• Envelhecimento normal: redução da memória episódica; redução
leve da fluência verbal, nomeação, capacidade de compreensão;
leitura preservada.
• Transtorno cognitivo leve: Queixa em relação à memória; alteração
objetiva da memória; função cognitiva geral normal; atividades diárias
preservadas; não preenche critérios para demência.
• Demência: prejuízo grave das habilidades cognitivas, interferindo nas
atividades sociais e ocupacionais do indivíduo.
O diagnóstico diferencial da demência inclui a doença de Alzheimer,
doenças cerebrovasculares, delirium e outras doenças tratáveis, sendo a doença de
Alzheimer a causa mais comum de demência. Os fatores de risco para a doença de
Alzheimer são: idade, genética, sexo feminino, hipertensão arterial, diabetes mellitus
e hipercolesterolemia. Entre os fatores protetores, destacam-se: nível educacional,
uso de anti-inflamatórios, atividade física e níveis de estrogênio. A doença acontece
em virtude da produção anormal e acúmulo da proteína β-amiloide no sistema
nervoso central, levando a inflamação, oxidação, hiper-excitabilidade glutamatérgica
e morte de neurônios colinérgicos. Os tratamentos atualmente preconizados
melhoram os sintomas, mas não são capazes de evitar a progressão da doença.

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Muitas das informações contidas neste capítulo são extraídas do Manual


prático de multiplicação e colheita de plantas medicinais (Pereira et al., 2010) e do
Formulário Fitoterápico da Farmácia da Natureza (Pereira et al., 2014).

Lippia alba

ESPÉCIE: Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex Britton & P.Wilson


SINONÍMIA BOTÂNICA: Camara alba (Mill.) Kuntze, Lantana alba Mill, Lantana
geminata (Kunth) Spreng, Lantana lavandulacea Willd, Lantana lippioides Hook. &
Arn, Lantana mollissima Desf, Lippia asperifolia A. Rich. ex Marthe, Lippia citrata
Cham, Lippia crenata (Griseb.) Kuntze, Lippia geminata Kunth, Lippia havannensis
Turcz, Lippia panamensis Turcz, Verbena globiflora L'Hér, Verbena odorata (Pers.)
Steud, Zapania lantanoides Lam, Zapania odorata Pers, Zappania globiflora (L'Hér.)
Willd, Zappania odoratissima Scop.
FAMÍLIA: Verbenaceae.
NOMES REGIONAIS: Lípia, erva-cidreira, cidreira-de-arbusto.
HISTÓRICO:
Planta de ampla distribuição na América do Sul é encontrada em
praticamente todas as regiões do Brasil. Suas propriedades medicinais
antiespasmódicas e sedativas são descritas, desde 1909, por Pio Correa.
PARTE UTILIZADA: Folhas.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Óleos essenciais: ricos em piperitona, dihidrocarvona, canfor, citral,
terpineno, carvona, ß-cariofileno, linalool, 1,8-cineol, limoneno, tagetenona,
mirceno, terpineno, estragol, entre outros;

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• Flavonoides: luteolina, apigenina, 5,5''-dihidroxi-6,4',6'',3''',4'''-pentametoxi-


[C(7)--O--C(7'')]-biflavona e 4',4,5,5''-tetrahidroxi-6,6'',3'''-trimetoxi-[C(7)--O--
C(7'')]-biflavona;
• Iridoides: ácido geniposídico, carioptosídeo e musaenosídeo.
TROPISMO: Sistema nervoso.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Transtornos de ansiedade ou
depressão, migrânea.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: cicatrizante, analgésica, antiespasmódica, antisséptica, antitérmica,
hipotensora e sedativa leve.
• Pele e anexos: antifúngica e cicatrizante.
• Sistema circulatório: hipotensora (quimiotipo endo-fenchol).
• Sistema digestório: antiespasmódica, antiulcerogênica, carminativa,
colagoga, colerética, antiemética, estomáquica, melhora a síndrome do
intestino irritável.
• Sistema reprodutor: melhora sintomas de dismenorreia e tensão pré-
menstrual.
• Sistema nervoso: ansiolítica (quimiotipo limoneno), analgésica e preventiva
da migrânea e das cefaleias crônicas diárias (quimiotipo geranial/carvenona).
COMENTÁRIOS:
Existem vários quimiotipos diferentes de Lippia alba, que contêm diferentes
proporções de compostos majoritários, sobretudo no óleo essencial.
O quimiotipo geranial/carvenona possui esses dois compostos em altas
concentrações no óleo essencial. Este quimiotipo é o mais eficaz no tratamento da
migrânea.
Em um estudo prospectivo, não controlado, Conde et al investigaram os
efeitos da tintura de Lippia alba (geranial-carvenona) em 60 indivíduos (95%
mulheres) adultos com cefaleia crônica. Após 30–60 dias de tratamento, tanto a
frequência quanto a intensidade das crises de cefaleia diminuíram
significativamente. Mais de 80% dos pacientes apresentaram uma melhora de pelo
menos 50% na intensidade e na frequência da dor. Não foram relatados efeitos
colaterais. Os autores concluíram que a tintura desse quimiotipo de Lippia alba é
uma terapia barata, segura, amplamente disponível e eficaz na redução da
intensidade e da frequência dos episódios de cefaleia em pacientes com migrânea
(Conde et al., 2011).
Mais tarde, a eficácia da L. alba (geranial-carvenona) no tratamento da
migrânea foi confirmada em outro estudo não controlado envolvendo 21 mulheres
adultas. Os sintomas foram avaliados por questionários validados na literatura. Foi
demonstrada uma redução significativa no escore total HIT-6 (do inglês Headache
Impact Test 6) e dos parâmetros avaliados pelo escore MIDAS (do inglês Migraine
Disability Assessment Scale). Mais de 70% das pacientes apresentaram redução de
50% ou mais na frequência da cefaleia. Os autores concluíram que a tintura de L.
alba (geranial-carvenona) é eficaz no tratamento da migrânea em mulheres adultas
(Carmona et al., 2013).
O quimiotipo limoneno é mais utilizado no tratamento da ansiedade. Hatano
et al estudaram os efeitos da injeção do óleo essencial de L. alba (carvona) em
modelo de ansiedade em ratos. Foram avaliadas respostas defensivas implicadas no
transtorno de ansiedade generalizada (TAG) e no transtorno de pânico. O óleo
essencial teve efeito similar ao diazepam, assim como a carvona isoladamente. Não
houve efeito na atividade motora. Os autores concluíram que esses resultados

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sugerem que a L. alba possua atividade ansiolítica em comportamentos relacionados


ao TAG, e que a carvona é um dos responsáveis por este efeito (Hatano et al.,
2012).
O quimiotipo endo-fenchol é mais utilizado no tratamento da hipertensão
arterial. Maynard et al investigaram os efeitos do óleo essencial de um quimiotipo de
L. alba rico em geranial e neral em ratos. O óleo essencial induziu relaxamento na
artéria mesentérica de ratos, inclusive em adição ao efeito da nifedipina. O efeito foi
independente do endotélio. Os autores concluíram que o óleo essencial da L. alba
induziu vasodilatação endotélio-independente, pelo menos em parte através do
bloqueio do influxo de cálcio (Maynard et al., 2011).
Heldwein et al demonstraram que o efeito analgésico/anestésico do óleo
essencial de L. alba se dá por via GABAérgica (Heldwein et al., 2012).
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 3–6 mL, 2 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em
3 x/dia (Pereira et al., 2014).
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Infusão – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).
• Droga vegetal – Uso oral: 200 mg, 1–2 x/dia (Pereira et al., 2014).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Pode potencializar todas as outras ervas sedativas do sistema nervoso, assim
como os ansiolíticos químicos. O uso concomitante de Lippia alba e paracetamol
pode aumentar a toxicidade desta droga, pelo uso da mesma via metabólica do
citocromo P450.
Para os quadros de depressão associar com alecrim (Rosmarinus officinalis),
alfazema (Lavandula spp), hipérico (Hypericum spp) ou mulungu (Erythrina
mulungu).
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Não se recomenda a pessoas com pressão arterial baixa, pois pode agravar o
quadro. Doses mais elevadas podem provocar irritação da mucosa gástrica,
devendo ser evitada em casos de gastrite e úlceras gastroduodenais. Em geral,
trata-se de uma planta de baixa toxicidade em vários estudos farmacológicos, com
boa margem de segurança.

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Lavandula officinalis

ESPÉCIE: Lavandula officinalis Chaix


Esta planta já foi apresentada na aula do sistema endócrino.
COMENTÁRIOS:
É uma planta depressora da energia do sistema nervoso simpático, tranquiliza
e induz o sono, mas também reorganiza e equilibra o SNC. É particularmente útil nas
enxaquecas e quadros de irritabilidade com componente hormonal: adolescentes
peri-menarca, enxaquecas que pioram na TPM, climatério, e estados de
desequilíbrio emocional. Também é muito útil para ansiedade em adolescentes.
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 2–4 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2018; EMA, 2012); ou 1–3
gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Infusão – Uso oral: 1 a 2 g em 150 mL, 3 x/dia (EMA, 2012); ou 0,5 g em 150
mL, 2–3 X/dia (Pereira et al., 2017a).

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Tanacetum parthenium

ESPÉCIE: Tanacetum parthenium (L.) Sch. Bip.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Aphanostephus pinulensis J.M. Coult., Matricaria
parthenium L., Chamaemelum parthenium (L.) E.H.L.Krause, Chrysanthemum
parthenium (L.) Bernh., Chrysanthemum praealtum Vent., Dendranthema parthenium
(L.) Des Moul., Leucanthemum odoratum Dulac, Leucanthemum parthenium (L.)
Gren. & Godr., Matricaria parthenium L., Parthenium matricaria Gueldenst.,
Parthenium matricaria gesn. ex Rupr., Pontia matricaria Bubani, Pyrethrum
buschianum Sosn., Pyrethrum demetrii Manden., Pyrethrum divaricatum (Sosn.)
Sosn., Pyrethrum glanduliferum Sommier & Levier, Pyrethrum grossheimii Sosn.,
Pyrethrum matricaria gesn. ex Rupr., Pyrethrum parthenium (L.) J. E. Smith,
Pyrethrum parthenium (L.) Sm., Pyrethrum sericeum var. divaricatum (Sosn.) Sosn.,
Pyrethrum sevanense Sosn. ex Grossh., Tanacetum grossheimii (Sosn.) Muradyan.
FAMÍLIA: Asteraceae.
NOMES REGIONAIS: Artimijo e macela-do-reino.
HISTÓRICO:
Planta nativa do sudeste da Europa, desde o Cáucaso, mas comumente
encontrada em toda a Europa e nos Estados Unidos. Popularmente foi muito usada
no tratamento da anemia, artrite, edema, febre, indigestão, picadas de insetos,
reumatismos, dor ciática, zumbido, dor de dente e vertigens.
PARTE UTILIZADA: Parte aérea, incluindo flores.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Lactonas sesquiterpênicas: parthenolídeo (0,9%), guaianolídeos.
• Monoterpenos
• Flavonoides
• Poliacetilenos
TROPISMO: Sistema nervoso.

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PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Cefaleia e digestão lenta.


AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: febrífuga e analgésica nas cefaleias.
• Ouvidos: auxiliar no tratamento de zumbidos.
• Sistema digestório: digestiva.
• Sistema imunológico: imunomoduladora.
• Sistema nervoso: analgésica.
• Sistema reprodutor: emenagoga.
• Sistema respiratório: antisséptica.
COMENTÁRIOS:
Uma revisão sistemática da literatura concluiu que o T. parthenium foi
superior ao placebo na profilaxia da migrânea, reduzindo as crises de dor em 0,6
episódios por mês (WHO, 2009; Wider, Pittler e Ernst, 2015).
MODO DE USAR:
• Extrato seco – Uso oral: a dose diária deve equivaler a 0,2–0,6 mg de
partenolídeos (BRASIL, 2014); ou 100–300 mg por cápsula, tomar 1–4
cápsulas por dia (BRASIL, 2018).
• Tintura – Uso oral: 0,25–1 mL/dia (BRASIL, 2018).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
É contra indicado para pacientes que fazem uso de medicamentos
anticoagulantes. É contra indicado o uso por pacientes que estejam ingerindo
aminoácidos cisteína e glicina.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Estudos toxicológicos mostraram que o uso profilático de Tanacetum por
pacientes que sofrem de enxaqueca não resultou em aberrações cromossômicas ou
trocas de cromátides irmãs em linfócitos periféricos. Não foram observadas
alterações em testes hematológicos de ureia, creatinina, eletrólitos, glicose e função
hepática. Em pacientes sensíveis podem ocorrer dermatites de contato, dor
abdominal e úlceras de mucosa oral com o uso da planta fresca. Em doses elevadas
e por tempo prolongado pode levar a convulsões.

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Pfaffia glomerata

ESPÉCIE: Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen


Esta planta já foi apresentada no capítulo do sistema endócrino.
COMENTÁRIOS:
As espécies Pfaffia glomerata e Pfaffia paniculata podem ser usadas
indistintamente para as mesmas indicações. Em modelos animais, um extrato
padronizado das raízes de P. glomerata foi usado em ratos jovens e idosos. A
administração crônica do extrato resultou em melhora do aprendizado e melhora
parcial do déficit de memória nos ratos idosos. Os autores concluíram que o extrato
padronizado da raiz de P. glomerata promoveu aumento no aprendizado e na
memoria de ratos idosos (Marques et al., 2004).
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2 ou 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Droga vegetal – Uso oral: 1 cápsula (300 mg), 2 x/dia (Pereira et al., 2014).

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Withania somnifera

ESPÉCIE: Withania somnifera (L.) Dunal


SINONÍMIA BOTÂNICA: Physalis somnifera L., Withania kansuensis Kuang & A. M.
Lu, Withania microphysalis Suess.
FAMÍLIA: Solanaceae.
NOMES REGIONAIS: Ashwagandha, aswaganda ou ginseng indiano.
HISTÓRICO:
Planta originária da Índia, onde é muito comum o seu uso na medicina
Ayurveda em diversas formulações, sendo conhecido como o Ginseng Indiano.
Também ocorre nas regiões mais secas do Sri Lanka e do sul da Europa. Foi trazida
para o Brasil por médicos indianos. Seu nome, “ashwa-ganda”, decorre das
semelhanças de odor desta planta com a urina de cavalo. As propriedades
terapêuticas da planta estão citadas no texto hindu denominado de “Charaka
Samhita” datado de 1.000 A.C.
PARTE UTILIZADA: Raízes.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Alcaloides: oniferina, isopelletierina e anaferina;
• Lactonas esteroidais: withanolídeos, sintoindosideos e withaferina;
• Ácidos graxos: ácido palmítico, ácido esteárico, ácido oleico e ácido linoleico;
• Saponinas: sitoindosideo VII and VIII;
• Outros: resinas, fitosterol, ipuranol e somnitol, ácido withânico, taninos e
corantes.
TROPISMO: Sistema nervoso.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Estresse, síndrome da fadiga crônica,
estados consumptivos ou de convalescença, estados demenciais.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:

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• Geral: tônica, antioxidante, adaptógena, anti-inflamatória e desintoxicante.


• Sistema circulatório: hipotensora e bradicardizante.
• Sistema digestório: hepatoprotetora.
• Sistema endócrino: reguladora tireoidiana e hipoglicemiante.
• Sistema imunológico: imunoestimulante e imunomoduladora.
• Sistema nervoso: sedativa, hipnótica, tônica, adaptógena e neuroprotetora.
• Sistema osteoarticular: anti-inflamatória e analgésica.
• Sistema reprodutor: redutora da displasia mamária.
• Sistema respiratório: broncodilatadora.
• Sistema urinário: diurética suave.
COMENTÁRIOS:
Vários estudos têm demonstrado que antioxidantes naturais, como a vitamina
E, a vitamina C e o β-caroteno, podem auxiliar no combate aos radicais livres
liberados na progressão da doença de Alzheimer. Estudos prévios têm mostrado que
o fruto da W. somnifera contem withanamidas, que inibem a peroxidação lipídica
mais efetivamente que antioxidantes comerciais. Em modelos animais de Alzheimer,
duas withanamidas (A e C) foram testadas. Os resultados mostraram que o
tratamento com essas withanamidas impediu a morte de neurônios de ratos
provocada pelo β-amiloide. Parece que essas withanamidas ligam-se ao β-amiloide
impedindo a formação de fibrilas (Jayaprakasam, Padmanabhan e Nair, 2009).
Em outro estudo, a administração oral de um extrato semipurificado das
raízes da W. somnifera, contendo whithanamidas e withanolídeos, por 30 dias,
reverteu déficits comportamentais, formação de placas e acúmulo de β-amiloide no
cérebro de camundongos transgênicos de meia idade e idosos (Sehgal et al., 2012).
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2014).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Nos quadros de estresse associar esta planta com alguma destas espécies:
ginseng coreano (Panax ginseng), maca (Lepidium meyenii), ginseng siberiano
(Eleuterococos spp.), casca de jatobá (Hymenaea spp), acariçoba (Hydrocotyle
umbellata) e fáfia (Pfaffia spp.).
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Não há dados na literatura.

Outras plantas com atividade adaptógena ou estimulantes


• Rhodiola rosea L. (rodiola)
• Paulinia cupana Kunth (guaraná)
• Ilex paraguariensis A. St. Hill (erva-mate)
• Coffea arabica L. (café)

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Farmácia da Natureza

Curcuma longa

ESPÉCIE: Curcuma longa L.


Esta planta já foi apresentada nos capítulos de sistema respiratório e
circulatório.
COMENTÁRIOS:
Em um estudo com modelo de Alzheimer em camundongos, duas doses (160
ppm e 5000 ppm) de curcumina na dieta foram testadas em seus efeitos na
inflamação, dano oxidativo e formação de placas. Ambas as doses reduziram
significativamente a concentração de proteínas oxidadas e interleucina 1 no cérebro
dos animais. Somente a dose baixa reduziu o marcador GFAP e a quantidade de β-
amiloide insolúvel e solúvel, além da formação de placas, em até 50%. Os autores
concluíram que a curcumina é promissora para a prevenção da doença de Alzheimer
(Lim et al., 2001).
Em outro estudo, investigou-se o mecanismo de ação da curcumina em
modelos de doença de Alzheimer. Os autores demonstraram que a curcumina não
só impede a agregação do β-amiloide, como também o desagrega, mais
eficazmente do que outros AINES. O estudo também mostrou que a curcumina
cruzou a barreira hemato-encefálica e ligou-se às placas de β-amiloide. Os
resultados sugerem que a curcumina desagrega o β-amiloide e previne a formação
de placas, apoiando a hipótese de que ela possa ser usada em estudos clínicos para
tratamento da doença de Alzheimer (Yang et al., 2005).
Em mais um estudo, camundongos idosos receberam curcumina (50 mg/kg)
por 21 dias, por via intraperitoneal, resultando em melhora da habilidade de
aquisição de memórias novas. O tratamento aumentou a expressão da nNOS no
córtex pré-frontal, amídala e hipocampo, assim com aumentou a concentração de
NO. Os resultados do estudo sugerem que a melhora no déficit de memória causado
pela curcumina foi mediado, ao menos em parte, pela ativação da nNOS em áreas
cerebrais específicas. Os autores concluem que a curcumina possui potencial como
agente preventivo da deterioração das faculdades cognitivas (Yu et al., 2013).

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Farmácia da Natureza

MODO DE USAR:
• Droga vegetal – Uso oral: 1 cápsula de 350–400 mg ou 1 colher de café do
pó, 1–2 x/dia (Pereira et al., 2014) ou 1,5–3,0 g por dia (Micromedex
[Internet], 2017).
o Uso pediátrico: 1 colher de café do pó, na comida, em 1–3 x/dia.
• Decocção – Uso oral: 1,5 g em 150 mL, 2 x/dia (BRASIL, 2011); ou 0,5 g em
150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017b).
• Tintura – Uso oral: 0,1–1,5 mL (como antidispéptico) ou 1–3 mL (como anti-
inflamatório), 3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia
(Pereira et al., 2014).
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 1–3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Pomada, creme ou gel – Uso tópico: aplicar na área afetada, 2–3 x/dia
(Pereira et al., 2014).
• Extrato fluido – Uso oral: 10–30 gotas, 3 x/dia (Micromedex [Internet], 2017).
o Uso pediátrico: 0,1–0,3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia.
• Extrato seco – Uso oral: 80–160 mg/dia (extrato etanólico 13-25:1 com etanol
a 96%), em 2–4 x/dia, ou 100–120 mg/dia (extrato etanólico 5,5-6,5:1 com
etanol a 50%), em 2 x/dia (BRASIL, 2018).
• Extrato seco etílico (75 a 85% de curcuminoides) – Uso oral: 1 cápsula de
670 mg, 3 x/dia após as refeições (BRASIL, 2018).

Vitis vinifera

ESPÉCIE: Vitis vinifera L.


Esta planta já foi apresentada no capítulo do sistema circulatório.
COMENTÁRIOS:

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Farmácia da Natureza

Já foi demonstrado que a neurodegeneração na doença de Alzheimer tem


envolvimento da glia. A sinalização pela via do NF-κB está envolvida no processo de
morte neuronal induzido pelo amiloide β (Aβ). O resveratrol, presente na V. vinifera,
estimula a atividade da enzima SIRT1, sendo capaz de reduzir a ativação do NF-κB
pelo Aβ, resultando em atividade neuroprotetora. Esses resultados enfatizam o
potencial do resveratrol no tratamento da doença de Alzheimer (Chen et al., 2005).
Em outro estudo, pesquisadores demonstraram que o resveratrol,
administrado por via oral a ratos, previne a ativação de macrófagos e da micróglia
induzida por LPS, ao inibir a ativação do NF-κB e, consequentemente, inibe os
efeitos deletérios do Aβ. Este trabalho fornece evidências fortes de que o resveratrol
possui atividade anti-inflamatória in vitro e in vivo contra os efeitos deletérios do Aβ
em modelos animais de doença de Alzheimer (Capiralla et al., 2012).
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia, diluídas em água.
• Droga vegetal em cápsulas – Uso oral: 1 cápsula com 400 mg, 1–2 x/dia.
• Extrato seco padronizado (mínimo 60% de proantocianidinas) – Uso oral:
100–300 mg/dia, 3 x/dia.

Ginkgo biloba

ESPÉCIE: Ginkgo biloba L.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Salisburia adiantifolia var. laciniata Carrière, Salisburia
adiantifolia var. pendula Van Geert, Salisburia adiantifolia var. variegata
Carrière, Salisburia biloba (L.) Hoffmanns., Salisburia macrophylla Reyn.
FAMÍLIA: Ginkgoaceae
NOMES REGIONAIS: ginko, ginkgo.
HISTÓRICO:
Esta planta, de origem chinesa, é uma árvore considerada um fóssil vivo, pois
existia já no tempo dos dinossauros, há mais de 150 milhões de anos. É símbolo de
paz e longevidade por ter sobrevivido às explosões atômicas no Japão. Foi descrita

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Farmácia da Natureza

pela primeira vez pelo médico alemão Engelbert Kaempfer por volta de 1690, mas só
despertou o interesse de pesquisadores após a Segunda Guerra Mundial (1939-
1945), quando perceberam que a planta tinha sobrevivido à radiação em Hiroshima,
brotando no solo da cidade devastada. Suas folhas têm sido frequentemente usadas
no combate aos radicais livres e como auxiliar da oxigenação cerebral. Hoje, a
planta existe em praticamente todos os continentes e no Brasil há exemplares
produzidos de sementes.
PARTE UTILIZADA: Folhas.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Flavonoides: quercetina, isorhamnetinas, 3-O-metil-miristicina, kaempferol.
• Biflavonoides: amentoflavona, bilobetina, ginkgetina, isoginkgetina.
• Proantocianidinas
• Diterpenos trilactônicos (0,06–0,23%): ginkgolídeo A, B e C
TROPISMO: Sistemas nervoso.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Zumbidos, perda cognitiva em idosos,
vertigens, claudicação intermitente.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: inibidora da agregação plaquetária, antioxidante e anti-inflamatória.
• Sistema circulatório: tônica da circulação periférica, vasodilatadora.
• Sistema nervoso: melhora da cognição e inibidora da captação de
serotonina.
• Sistema endócrino: melhora a função das células beta pancreáticas.
COMENTÁRIOS:
O Ginkgo biloba possui uma vasta literatura que mostra os efeitos de um
extrato padronizado, chamado EGb751, que contém no mínimo 24% de flavonas e
6% de ginkgolídeos. A maioria dos produtos comerciais usa esse extrato
padronizado.
Acredita-se que o Ginkgo seja usado principalmente como intensificador de
memória, de atenção e contra vertigem.
Em 2007, uma análise sistemática avaliou criticamente os dados sobre os
testes com o Ginkgo, usando a literatura disponível até 2007, de qualquer idioma. A
análise apontou falhas metodológicas em vários estudos. Aponta que, enquanto
alguns estudos mostraram resultados positivos agudos com doses particulares,
estes resultados não foram reproduzidos ou foram diretamente contraditos por
outros estudos. Afirma que a evidência disponível de estudos de longo-prazo é
altamente negativa, que apenas um de cinco estudos agudos mostra resultados
positivos e apenas um de seis estudos de longo-prazo mostrou algum resultado
positivo significante (Canter e Ernst, 2007).
O maior teste clínico realizado para avaliar o Ginkgo biloba, concluiu que o
suplemento não reduz a incidência de demência de quaisquer causas ou de
Alzheimer em adultos, de 75 anos ou mais, que tinham cognição normal ou mínimo
déficit cognitivo, quando administrado duas vezes por dia em doses de 120 mg do
extrato (DeKosky et al., 2008).
Entretanto, em 2010, outro estudo concluiu que a mesma formulação de
extrato do G. biloba (EGb761), quando administrada como uma única dose de 240
mg diariamente, foi significativamente superior ao placebo no tratamento de
pacientes com demência com sintomas neuropsiquiátricos (Ihl et al., 2011).
Uma análise mais recente, de 2012, não mudou as conclusões antigas. O
estudo conclui que não há evidência convincente de que o ginkgo seja efetivo para
déficit cognitivo ou demência, acidente vascular isquêmico agudo, claudicação

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Farmácia da Natureza

intermitente ou zumbido. Conclui ainda há falta de evidências conclusivas do efeito


sobre a degeneração macular em idosos (Roland e Nergård, 2012).
MODO DE USAR:
• Extrato seco: 120–240 mg diariamente, divididos em 2 ou 3 doses (40 mg de
extrato equivale a 1,4-2,7g de folhas) (BRASIL, 2016).
• Extrato fluido (1:1): 0,5 mL, 3 vezes ao dia (BRASIL, 2016).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes. Suspender o uso pelo menos 7 dias antes de qualquer
procedimento cirúrgico pelo risco de sangramento.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Pode reduzir o limiar convulsivo. Potencializa o efeito de anticoagulantes,
vasodilatadores e inibidores da MAO. Potencializa risco de sangramento com
AINES.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Pode causar hipotensão, cefaleia e irritação gástrica.

Melissa officinalis

ESPÉCIE: Melissa officinalis L.


Esta planta já foi apresentada no capítulo do sistema endócrino.
COMENTÁRIOS:
A Melissa officinalis está indicada no tratamento de sintomas ansiosos leves a
moderados (Cases et al., 2011; Kennedy et al., 2002; Kennedy, Little e Scholey,
2004). Seu mecanismo de ação na ansiedade é pela inibição da via do GABA. Tem
sido sugerido que o mecanismo de ação da melissa também inclua atividade
colinérgica, o que seria útil no tratamento de déficits cognitivos como doença de
Alzheimer.

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Farmácia da Natureza

Em um estudo randomizado, controlado por placebo, duplo-cego, tipo cross-


over, 20 humanos saudáveis receberam um extrato padronizado de M. officinalis nas
doses de 300, 600 e 900 mg, ou placebo. O uso do extrato resultou em melhora
sustentada na atenção e na percepção de calma, além de redução na percepção de
alerta (Kennedy et al., 2002).
Em outro estudo duplo-cego, controlado por placebo, randomizado, tipo cross-
over, 18 voluntarios saudáveis receberam doses de um extrato padronizado de M.
officinalis (300 e 600 mg) ou placebo. Os resultados mostraram que o extrato de
melissa levou a melhora de sintomas negativos de humor, com aumento significativo
da auto-percepção de calma e redução da auto-percepção de alerta. Levou também
a aumento da velocidade para operações matemáticas (Kennedy, Little e Scholey,
2004).
Em um estudo prospectivo, aberto, um extrato padronizado de M. officinalis
(Cyracos®) foi administrado a voluntários com estresse e distúrbios de ansiedade
leve a moderados, associados a distúrbios do sono. O extrato levou a redução de
18% nos sintomas de ansiedade e de 42% na insônia. Quase todos os sujeitos
(95%) responderam ao tratamento, sendo que 70% tiveram remissão total do quadro
de ansiedade e 85% tiveram remissão total da insônia. O estudo mostrou que a
administração crônica de melissa alivia os sintomas relacionados ao estresse (Cases
et al., 2011).
Devemos lembrar que ela está contraindicada em pacientes com
hipotireoidismo.
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 2–6 mL, 1–3 x/dia (BRASIL, 2018); ou 1–3 gotas/kg/dia,
em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Infusão – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia (Pereira et al., 2017a).
• Droga vegetal em cápsulas – Uso oral: 250 mg, 1–3 x/dia (Pereira et al.,
2014).
• Gel e creme – Uso tópico: aplicar na área afetada 3–4 x/dia (Pereira et al.,
2014). Podem conter 1–2% de extrato seco ou até 20% de tintura de Melissa
officinalis.

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Farmácia da Natureza

Valeriana officinalis

ESPÉCIE: Valeriana officinalis L.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Valeriana baltica Pleijel, Valeriana exaltata J.C. Mikan,
Valeriana palustris Kreyer.
FAMÍLIA: Caprifoliaceae.
NOMES REGIONAIS: Valeriana.
HISTÓRICO:
Ocorre espontaneamente em zonas temperadas da Europa e norte da Ásia,
está presente nos bosques e nas encostas dos Alpes. Dioscórides descreveu o uso
da valeriana como um sedativo suave e os orientais, no início da era cristã, também
utilizavam a planta no tratamento de reumatismo e gripe. A indicação para tratar
insônia começou a ser mencionada no final do século dezesseis e no século dezoito
foi consolidada. Seu nome origina-se do latim “valere”, que significa estar saudável.
Durante a segunda guerra mundial foi largamente usada para tratar neuroses e
aliviar as tensões dos soldados durante os bombardeios.
PARTE UTILIZADA: Raízes e rizomas.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Ácidos orgânicos valeriânicos: valeriânico, isovaleriânico (de odor
desagradável); acetoxivalerênico, málico, propiônico, tânico, acético e
fórmico;
• Iridoides: valepotriatos 1% (valtrato, dihidrovaltrato, acevaltrato e isoval-
trato);
• Ésteres terpênicos: isovalerianato de borneol; acetato, butirato, formiato de
bornilo e acetil-mirtenol;
• Alcaloides piridínicos 0,1%: valerina, valerianina, chatinina, actinidina,
catinina, valtroxal e dipiridimilcetona;
• Álcoois terpênicos;
• Aldeídos terpênicos: valerenal;
• Cetonas terpênicas: valeranona;

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Farmácia da Natureza

• Óleos essenciais (0,2% a 4%): valerenal, alfa-pineno, beta-bisalobol, fenche-


no, canfeno, azuleno, beta-cariofileno, borneol, geraniol, alfa-terpineol e
limoneno;
• Sesquiterpenos: valeranona e faurinona;
• Outros: minerais (manganês, potássio, cálcio); flavonóides; taninos; lignanas
(pinoresinol-beta-glucósido, hidroxipinoresinol, massoniresinol-beta-glucósido,
beta-glucosil-olivilo e berchenol-beta-glucósido); glutamina; fitosteróis; ácidos
alifáticos; baldrianal e homobaldrianal.
TROPISMO: Sistema nervoso.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Ansiedade, insônia e câimbras.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: antiespasmódica, relaxante muscular, anestésica e antitérmica.
• Pele e anexos: cicatrizante.
• Sistema circulatório: hipotensora leve e antiarrítmica.
• Sistema digestório: vermífuga e antiespasmódica.
• Sistema endócrino: hipoglicemiante.
• Sistema nervoso: hipnótica, sedativa, relaxante, ansiolítica, antidepressiva
suave, anticonvulsivante suave e alivia enxaquecas e cefaleias tensionais.
• Sistema osteoarticular: relaxante muscular e analgésica na fibromialgia.
COMENTÁRIOS:
Estudos realizados por Yuan et al. (2004) demonstraram que extrato de
valeriana assim como o ácido valerênico atua na via do GABA (ácido gama-
aminobutírico) (Yuan et al., 2004). Além disso, os valepotriatos têm ação
miorrelaxante e tranquilizante não-GABA (Benke et al., 2009).
Em uma meta-análise recente, envolvendo 18 estudos clínicos, o uso da
valeriana, comparado ao placebo, resultou em melhora subjetiva da insônia
(Fernández-San-Martín et al., 2010).
Em 169 crianças do ensino fundamental que apresentavam sintomas de
hiperatividade e dificuldade de concentração, mas não preenchendo critérios para
TDAH, foram tratadas com uma combinação de valeriana (extrato WS® 1014 ,640
mg) e melissa (extrato WS® 1303, 320 mg), e foram avaliadas no início e depois de
2 e 7 semanas. As proporção de crianças com sintomas mais intensos reduziu de
75% para apenas 14%, a proporção de crianças com hiperatividade caiu de 61%
para 13%, e a proporção de crianças com impulsividade caiu de 59% para 22%.
Houve também melhora do comportamento social e do sono, avaliados pelos pais.
Houve reações adversas leves em apenas 2 crianças. Em conclusão, em crianças
do ensino fundamental com agitação, dificuldade de concentração e impulsividade, o
tratamento com valeriana e melissa é uma opção viável em adição a
aconselhamento e educação (Gromball et al., 2014).
Os efeitos da valeriana foram também avaliados em mulheres pós-
menopausa. Nesse estudo randomizado, triplo-cego, controlado, 100 mulheres entre
50 e 60 anos de idade com insônia receberam valeriana (530 mg de um extrato
concentrado) ou placebo 2 vezes ao dia. Houve melhora da qualidade do sono nas
mulheres que receberam valeriana. Em conclusão, valeriana melhora a qualidade do
sono em mulheres após a menopausa que têm insônia (Taavoni et al., 2011).
MODO DE USAR:
• Droga vegetal – Uso oral: 0,3–1 g, 1–4 x/dia ou dose única à noite (BRASIL,
2016); ou 420 mg à noite (Pereira et al., 2014).

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Farmácia da Natureza

• Decocção – Uso oral: 1–3 g em 150 mL, 1–4 x/dia ou dose única à noite
(BRASIL, 2016); ou 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia ou dose única à noite (Pereira
et al., 2017a).
• Extrato aquoso – Uso oral: o equivalente a 1–3 g de droga vegetal, 1–4 x/dia
ou dose única à noite (BRASIL, 2016).
• Tintura (1:5, etanol 70%) – Uso oral: 1–3 mL, 1–4 x/dia ou dose única à noite
(BRASIL, 2016); ou 1,5 mL, 3 x/dia, ou 3 mL à noite (BRASIL, 2018); ou 1–3
gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia ou dose única à noite (Pereira et al., 2014).
• Tintura (1:10, etanol 56%) – Uso oral: 0,84 mL, 3–5 x/dia ou à noite
(BRASIL, 2018).
• Tintura (1:5, etanol 60-80%) – Uso oral: 10 mL, 1–3 x/dia (BRASIL, 2018).
• Alcoolatura – Uso oral: 2–5 mL, 1–4 x/dia ou dose única à noite (BRASIL,
2016).
• Extrato seco – Uso oral: 45–125 mg por dia, em 1–4 x/dia ou dose única à
noite (BRASIL, 2016).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes. Está contraindicado em crianças abaixo de 3 anos de
idade e em hepatopatas.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Pode potencializar os efeitos do álcool, dos barbitúricos e o efeito
hepatotóxico de algumas drogas. Entretanto, uma revisão recente aponta para a
quase inexistência de interações (Kelber, Nieber e Kraft, 2014). Em geral apresenta
boa tolerabilidade, mas pode potencializar o efeito sedativo de anestésicos em
procedimentos cirúrgicos. A associação de valeriana com hipérico (Hypericum
perforatum) é superior aos benzodiazepínicos quanto ao efeito ansiolítico. A
combinação de valeriana com outras plantas, em especial o Humulus lupulus,
apresenta efeito sinérgico, melhorando a qualidade do sono em pacientes com
insônia e também nos casos de depressão.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Pode causar efeitos paradoxais de agitação e insônia. Evitar o uso
imediatamente ao deitar (pois pode provocar uma insônia paradoxal). Casos de
cefaleia pelo uso da droga foram relatados. Odor desagradável das eructações ou
da urina podem ocorrer. Dispepsia foi descrita em alguns casos. Doses
excessivamente altas (20 vezes a mais que a dose terapêutica) podem causar
bradicardia, arritmias, diminuição da motilidade intestinal, sonolência matinal,
astenia, câimbras abdominais (espasmos), tremores e midríase.

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Farmácia da Natureza

Hypericum perforatum

ESPÉCIE: Hypericum perforatum L.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Hypericum officinale (L.) Gaterau, Hypericum
nachitschevanicum Grossh, Hypericum officinarum (L.) Crantz, Hypericum
vulgare (L.) Lam.
FAMÍLIA: Hypericaceae.
NOMES REGIONAIS: hipérico, erva de são joão.
HISTÓRICO:
É uma planta nativa da América do Norte. Entre seus usos tradicionais
destacam-se: artrite reumatoide, cãibras musculares, cólica, diverticulite,
dismenorreia, dor do parto, dor ovariana, eczema, espasmos musculares, gases
intestinais, infertilidade feminina, infertilidade masculina, irritação intestinal,
menopausa, neuralgia, reumatismo.
PARTE UTILIZADA: Parte aérea com sumidades floridas.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Fenilpropanos (incluindo ácidos clorogênico e caféico),
• Glicosídeos flavonóides (incluindo quercetina, hiperosídeo ou hiperina, rutina
e isoquercitrina),
• Biflavonas (amentoflavona),
• Proantocianidinas e taninos,
• Xantonas,
• Floroglicinóis (hiperforina),
• Aminoácidos (GABA)
• Naftodiantronas (hipericina)
TROPISMO: Sistema nervoso.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Depressão leve e ansiedade leve.

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Farmácia da Natureza

AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: antidepressiva e ansiolítica.
• Sistema circulatório: hipotensora.
COMENTÁRIOS:
O hipérico é indicado para transtornos depressivos leves a moderados
(Kasper et al., 2010; Whiskey, Werneke e Taylor, 2001), e também é superior ao
placebo em transtornos graves (Linde, Berner e Kriston, 2008).
Seu mecanismo de ação inclui inibição da receptação de serotonina,
dopamina e noradrenalina, além de ligação a receptores benzodiazepínicos.
Em várias revisões sistemáticas, os extratos padronizados WS 5572, LI 160,
WS 5570 and ZE 117 apresentaram eficácia superior ao placebo e similar às drogas
convencionais, com melhor tolerabilidade (Kasper et al., 2010; Whiskey, Werneke e
Taylor, 2001),.
MODO DE USAR:
• Tintura – Uso oral: 0,8–1,2 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2016); ou 2–4 mL, 3 x/dia
(tintura a 10%) ou 1,0–1,5 mL, 3 x/dia (tintura a 20%) (BRASIL, 2018).
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 2–3 x/dia.
• Extrato seco – Uso oral: 300 mg, 3 x/dia (BRASIL, 2016).
• Extrato seco etílico (3-6:1, etanol 80% v/v) – Uso oral: 900 mg, 1 x/dia
(BRASIL, 2018).
• Extrato seco etílico (2,5-8:1, etanol 50-68% v/v) – Uso oral: 500–750 mg/dia
(BRASIL, 2018).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Pode haver interação com anticoagulantes (varfarina), anticoncepcionais
orais, agentes serotoninérgicos como os antidepressivos, anticonvulsivantes,
indinavir, digoxina, teofilina, e quaisquer medicamentos metabolizados pelo
citocromo P450. Recomenda-se consultar literatura especializada em interações
medicamentosas antes de iniciar tratamento com hipérico.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Estudos em animais mostraram alterações na fertilidade e no comportamento
sexual, aumento da atividade do citocromo P450, alteração no desenvolvimento
embrionário. A ingestão de hipericina em doses elevadas pode produzir transtornos
hepáticos e icterícia. A Comissão E assegura que o extrato padronizado (900
mg/dia) não apresenta efeito fotossensibilizante. Em doses diárias superiores a
1.800 mg há o risco de fotossensibilização (dose diária aconselhada é de 500 a 900
mg).

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Farmácia da Natureza

Erythrina verna

ESPÉCIE: Erythrina verna Vell.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Corallodendron mulungu (Mart.) Kuntze, Erythrina flammea
Herzog, Erythrina mulungu Benth.
FAMÍLIA: Fabaceae.
NOMES REGIONAIS: mulungu, corticeira.
HISTÓRICO:
Ocorre na Mata Atlântica e matas ciliares do bioma Cerrado, é uma espécie
apreciada pela beleza de suas flores. É secularmente utilizada pelos povos
indígenas com a finalidade de acalmar. O nome científico vem do latim erythros
(vermelho) em referência à cor das flores.
PARTE UTILIZADA: Flores e entrecasca.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Saponinas: eritrocoraloidina e migurrina;
• Alcaloides: eritravina, eritrartina e 11-hidroxi-eritravina;
• Fitosterois;
• Flavonoides;
• Terpenos;
• Beta-eritroidina;
• Ácido eicosenoico;
• Ácidos graxos (ácido linoleico, ácido mirístico, ácido palmítico e ácido
esteárico);
• Isoflavonas
TROPISMO: Sistema nervoso.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Ansiedade e insônia.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: ansiolítica e cicatrizante.
• Pele e anexos: cicatrizante.
• Sistema osteoarticular: anti-inflamatória e relaxante muscular.
• Sistema cardio-circulatório: hipotensora leve.
• Sistema endócrino: hipoglicemiante suave.
• Sistema nervoso: ansiolítica, calmante, sedativa, hipnótica e relaxante da
musculatura lisa.
COMENTÁRIOS:
O mecanismo de ação da E. verna é a ligação com os receptores GABA.

24
Farmácia da Natureza

Os efeitos da administração aguda do extrato hidroetanólico (tintura) da


entrecasca de E. verna foram investigados, nas doses de 100, 200 e 400 mg/kg em
diferentes modelos de ansiedade em ratos, e comparados aos efeitos do diazepam.
Os resultados sugeriram que a administração aguda de E. verna resulta em
atividade ansiolítica nos comportamentos defensivos, particularmente naqueles
responsivos a baixas doses de benzodiazepínicos (Onusic et al., 2002).
Os efeitos da administração crônica do mesmo extrato hidroetanólico (tintura)
de E. verna foram investigados, nas doses de 50, 100 e 200 mg/kg em diferentes
modelos de ansiedade em ratos, e comparados aos efeitos do diazepam. Os
resultados foram semelhantes aos da administração aguda. Os mecanismos de
ação, contudo, precisam ser melhor elucidados (Onusic et al., 2003).
Os efeitos da administração oral de alcaloides da E. verna ((+)-alpha-
hydroxy-erysotrine, erythravine and (+)-11alpha-hydroxy-erythravine), isolados a
partir das flores, foram investigados em modelos de ansiedade em camundongos.
Os resultados sugeriram que os alcaloides erythravine and (+)-11alpha-hydroxy-
erythravine são responsáveis pelos efeitos ansiolíticos da E. verna (Flausino et al.,
2007).
Em humanos, os efeitos da E. verna foram investigados no controle da
ansiedade em pacientes submetidos a extração dental bilateral de terceiros molares.
Em um estudo randomizado, duplo-cego, cross-over, 30 voluntários receberam 500
mg de E. verna ou placebo, por via oral, uma hora antes do procedimento. Não
houve diferença entre os tratamentos nos parâmetros vitais (pressão arterial,
frequência cardíaca ou saturação de oxigênio). Entretanto, pacientes com graus
mais elevados de ansiedade referiram preferir a E. verna em relação ao placebo
para controle da ansiedade (Silveira-Souto et al., 2014).
MODO DE USAR:
• Tintura (flores ou entrecascas) – Uso oral: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia
(Pereira et al., 2014).
• Infusão (flores) – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et al.,
2017b).
• Decocção (entrecascas) – Uso oral: 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia (Pereira et
al., 2017b).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Potencializa os efeitos hipnóticos das seguintes plantas: Passiflora alata
(maracujá) – folhas e flores, Melissa officinalis (melissa) – folhas, Valeriana officinalis
(valeriana) – raiz, Humullus lupulus (lúpulo) folhas e flores, Lactuca sativa (alface) –
talo e folhas, Myristica fragans (noz moscada) – semente, Whitania somnifera Dun
(Aswagandha) – raízes. Nos casos de asma, associar o mulungu com a carqueja e
guaco; para insônia, associar com melissa e alface e para problemas hepáticos,
associar com carqueja e boldo.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Por ter ação cardiodepressora é contraindicada nos casos de insuficiência
cardíaca e nas arritmias cardíacas.

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Farmácia da Natureza

Passiflora alata

ESPÉCIE: Passiflora alata Curtis


SINONÍMIA BOTÂNICA: Passiflora latifolia DC., Passiflora phoenicia Lindl.
FAMÍLIA: Passifloraceae.
NOMES REGIONAIS: Maracujá-doce.
HISTÓRICO:
O maracujá-doce é nativo da Amazônia, sendo da mesma espécie do
maracujá-azedo (Passiflora edulis ou Passiflora incarnata). O gênero Passiflora é
originário da América do Sul e tem no Centro-Norte do Brasil, o maior centro de
distribuição geográfica; além disso, o Brasil é o maior produtor mundial de maracujá.
O nome deriva da semelhança das flores com os cravos da paixão de Cristo. A
palavra maracujá vem do tupi que significa “alimento dentro da cuia”, uma analogia
das sementes dentro da casca em forma de cuia.
PARTE UTILIZADA: Folhas e flores.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Alcaloides indólicos (0,1%): passiflorina, harmina, harmanal, harmol,
harmalina, harmalol e harmana;
• Flavonoides C-glicosilados (2%): vitexina, isovitexina, kaempferol,
saponarina, orientina, homo-orientina e isoorientina, crisina, neohesperidina,
luteolol, apigenina, vicenina, schaftosídeo, swertisina e rutina;
• Esterois: estigmasterol, sitosterol e n-nonacosano;
• Glicosídeos cianogênicos: ginocardina, cardioespermina, volkenina, tetrafilina
B e prunasina – só nos frutos imaturos;
• Ácidos graxos: linoleico, linolênico, mirístico, oleico e palmítico;
• Taninos: catecol e ácido gálico;
• Outros: pasicol; cumarina (umbeliferona e escopoletina); ácidos orgânicos
(fórmico, butírico, cumárico); ácidos cafeico e ferrúlico; maltol; etilmaltol;
gomas; resinas; minerais (potássio); vitaminas (A, B1, B2 e C); beta-caroteno;
saponinas e derivado pirônico (maltol).

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Farmácia da Natureza

• Obs: os flavonoides se concentram em maior quantidade nas folhas, em


especial no período que antecede a floração.
TROPISMO: Sistema nervoso.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Insônia e ansiedade.
AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: anti-inflamatória, analgésica, antiespasmódica e antisséptica.
• Pele e anexos: antisséptica e anti-inflamatória.
• Sistema circulatório: hipotensora suave e bradicardizante.
• Sistema nervoso: calmante, sedativa, hipnótica, anticonvulsivante,
analgésica nas cefaleias e nevralgias.
• Sistema reprodutor: alivia os sintomas da síndrome de tensão pré-menstrual
e na sintomatologia neurovegetativa da menopausa, sedativa e emenagoga.
• Sistema respiratório: broncodilatadora.
• Sistema urinário: diurética suave.
COMENTÁRIOS:
O mecanismo de ação da P. alata é a ligação nos receptores GABA
(Grundmann et al., 2008). A atividade ansiolítica aguda da P. alata tem sido
demonstrada em diversos estudos pré-clínicos e clínicos (Aslanargun et al., 2012;
Elsas et al., 2010; Grundmann et al., 2008; Sarris, McIntyre e Camfield, 2013).
MODO DE USAR:
• Infusão (com droga vegetal in natura) – Uso oral: 1–2 g em 150 mL, 1–4
x/dia (BRASIL, 2016); ou 0,5 g em 150 mL, 2–3 x/dia ou à noite (Pereira et al.,
2017a).
o Uso pediátrico: 5 mL/kg/dia, em 2–3 x/dia ou à noite (Pereira et al., 2017a).
• Droga vegetal em cápsulas – Uso oral: 500–2000 mg, 1–4 x/dia (BRASIL,
2016).
• Extrato fluido (1:1 em álcool etílico 25%) – Uso oral: 0,5–1 mL, 3 x/dia
(BRASIL, 2016).
• Tintura – Uso oral: 0,5–2 mL, 3 x/dia (BRASIL, 2016); ou 1–3 mL, 3 x/dia (P.
alata) ou 0,5–2 mL (P. edulis) ou 2 mL, 3 x/dia (P. incarnata) (BRASIL, 2018);
ou 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
o Uso pediátrico: 1–3 gotas/kg/dia, em 3 x/dia (Pereira et al., 2014).
• Extrato seco – Uso oral: doses equivalentes às demais formas farmacêuticas
(BRASIL, 2016).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Potencializa os efeitos dos inibidores da MAO (monoaminooxidase) e dos
depressores do sistema nervoso. Pode ser associada a outras plantas sedativas ou
antidepressivas como: Hypericum perforatum, Valeriana officinalis, Salix alba, Piper
metysthicum, Erytrina mulungu, Crataegus oxyacantha e Hummulus lupulus.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Doses muito altas podem provocar náuseas e vômitos, cefaleias, diminuição
dos reflexos e depressão respiratória. Uso com cuidado em pessoas com pressão
arterial baixa, pois pode agravar a hipotensão arterial. Os riscos de intoxicação
cianídrica só ocorrem em superdosagens, e principalmente com folhas frescas ou
frutos imaturos (prunasina). Sobredosagem pode raramente provocar alterações

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Farmácia da Natureza

hepáticas e pancreáticas. Doses ainda maiores poderiam provocar pericolangite e


distrofia hepática (testes com suínos), e aumento do ácido úrico.

Piper methysticum

ESPÉCIE: Piper methysticum G.Forst.


SINONÍMIA BOTÂNICA: Methysticum methysticum (G.Forst) A.Lyons
FAMÍLIA: Piperaceae.
NOMES REGIONAIS: kava, kava-kava.
HISTÓRICO:
As raízes da Piper methysticum são usadas para produzir uma bebida com
propriedades sedativas e anestésicas. A kava é consumida em várias culturas da
Polinésia, incluindo Havaí, Vanuatu, Melanésia e partes da Micronésia. Ela é
utilizada para causar relaxamento sem alterar a clareza mental. Seus ingredientes
ativos são as kavalactonas. Esta planta não se reproduz sexualmente, sendo
propagada inteiramente por mudas. Tradicionalmente, as plantas são colhidas com 4
anos de idade, porque as plantas mais velhas possuem maiores concentrações de
kavalactonas.
PARTE UTILIZADA: Raízes.
CONSTITUINTES QUÍMICOS:
• Kavalactonas: kavain, dihydrokavain, methysticin, dihydromethysticin,
yangonin, e desmethoxyyangonin;
• Outros: chalcones, flavokavain A, flavokavain B, e flavokavain C;
• Alcaloide potencialmente tóxico: pipermethystine.
TROPISMO: Sistema nervoso.
PRINCIPAIS INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS: Insônia e ansiedade.

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Farmácia da Natureza

AÇÕES TERAPÊUTICAS:
• Geral: analgésica.
• Sistema nervoso: calmante e sedativa.
COMENTÁRIOS:
Os mecanismos de ação da kava-kava são diversos, e incluem: aumento da
atividade dos receptores GABAA, inibição da receptação de noradrenalina e
dopamina, estimulação dos receptores canabinoides CB1, inibição de canais de
sódio e de cálcio voltagem-dependente, e inibição reversível da MAO B (Singh e
Singh, 2002).
Estudos clínicos têm demonstrado que a kava e as kavalactonas são efetivas
no tratamento da ansiedade, tanto em estudos pré-clínicos quanto clínicos, na
ansiedade relacionada à menopausa e a outras condições clínicas.
Até recentemente, os efeitos adversos da kava eram considerados leves,
exceto pela ocorrência de uma lesão de pele, chamada dermopatia da kava, que
ocorre com o uso prolongado de grandes quantidades de kava, sendo reversível
com a redução ou cessação do consumo. Entretanto, vários casos de
hepatotoxicidade associados com o consumo de kava foram relatados nos Estados
Unidos e na Europa. A relação causal direta não foi estabelecida, mas seu uso é
banido em diversos países (Singh e Singh, 2002).
A revisão sistemática mais recente com relação ao uso da kava-kava para o
tratamento da ansiedade é de 2003. Nesta revisão, foram incluídos somente estudos
randomizados, controlados, e duplo-cegos. Onze estudos envolvendo 645 pacientes
foram incluídos. A meta-análise mostrou que pacientes que receberam extratos de
kava apresentaram redução significativa da escala de ansiedade de Hamilton (HAM-
A) quando comparada ao placebo. Eventos adversos foram leves, transitórios e
infrequentes. O estudo conclui que o extrato de kava parece ser uma opção
terapêutica efetiva para o controle dos sintomas de ansiedade, e parece ser segura
para uso em curto prazo (Pittler e Ernst, 2003).
MODO DE USAR:
• Droga vegetal ou extratos – Uso oral: o equivalente a 60–210 mg de
kavapironas, ou 100 mg do extrato padronizado (70% de kavapironas), 3
x/dia; na concentração de 30%, a dose é de 200 mg, 3 x/dia (BRASIL, 2016).
ADVERTÊNCIAS:
Suspender o uso se houver alguma reação indesejável. Não é recomendado
para gestantes e lactantes.
INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS:
Raros casos de interações têm sido relatados com drogas que têm o mesmo
mecanismo de ação, como benzodiazepínicos, outros ansiolíticos e álcool.
EFEITOS COLATERAIS E TOXICIDADE:
Pode haver uma reação cutânea chamada de dermatopatia da kava, que
ocorre com o uso prolongado de grandes quantidades de kava, sendo reversível
com a redução ou cessação do consumo. Entretanto, vários casos de
hepatotoxicidade associados com o consumo de kava foram relatados nos Estados
Unidos e na Europa. A relação causal direta não foi estabelecida, mas seu uso é
banido em diversos países (Singh e Singh, 2002).

Outras plantas com propriedades anxiolíticas e/ou sedativas


• Aloysia polystachya (Griseb.) Moldenke.
• Cymbopogon citratus (DC) Stapf.

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Farmácia da Natureza

• Lactuca sativa L.
• Crataegus oxyacantha L.
• Lavandula angustifolia Mill. (L. officinalis Chaix)
• Matricaria chamomilla L.

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