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Estatuto dos Policiais Militares da Paraíba (Lei 3.909/77): Da Hierarquia e da Disciplina (Art. 12 à 19), Do Valor Policial
Militar (Art. 26), Da Ética Policial Militar (Art. 27 à 29), Dos Deveres Policiais Militares (Art. 30), Do Compromisso Policial
Militar (Art. 31), Do Comando e da Subordinação (Art. 33 à 39). ........................................................................................................ 01
Lei Complementar Estadual nº 87/2008.......................................................................................................................................................... 04
Crime militar: caracterização do crime militar (art. 9º do CPM); propriamente e impropriamente militar. ......................... 11
Violência contra superior (art.157 CPM); ....................................................................................................................................................... 15
Violência contra inferior (art.175 CPM); ......................................................................................................................................................... 16
Abandono de Posto (art.195 CPM); .................................................................................................................................................................. 16
Embriaguez em serviço (art. 202 CPM);........................................................................................................................................................... 17
Dormir em serviço (art. 203 CPM)...................................................................................................................................................................... 17
Justiça Militar Estadual. Art. 125, §§ 3º, 4º e 5º CF/88;............................................................................................................................... 18
Art. 187 a 198 Da Lei Complementar 096/10 (Lei de Organização e Divisão Judiciárias do Estado da Paraíba)................ 18
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
1. Noções de Direito Militar Estatuto dos Policiais Militares da Paraíba - Lei nº 3.909/1977
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NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
É importante distinguir Posto e Graduação. Posto é o O cargo policial militar é aquele que só pode ser e
grau hierárquico do Oficial conferido por ato do Governa- exercido por policial militar serviço ativo. O cargo policial
dor do Estado da Paraíba. A Graduação é o grau hierárqui- militar se encontra especificado nos Quadros da Organi-
co da praça conferido por ato do Comandante-Geral da zação ou previsto, caracterizado ou definido como tal em
Polícia Militar. outras disposições legais, como por exemplo, portarias do
Os Alunos-Oficiais PM são declarados Aspirantes-a-O- Comando-Geral.
ficial PM pelo Comandante-Geral da Corporação. Observe A cada cargo policial militar corresponde um conjunto
que os Aspirantes-a-Oficial e os Alunos Oficiais PM são de- de atribuições, deveres e responsabilidades que se consti-
nominados Praças Especiais. tuem em obrigações do respectivo titular. Tais obrigações
A Lei de Fixação de Efetivos trata dos graus hierárqui- são inerentes ao policial militar e devem ser compatíveis
cos inicial e final dos diversos Quadros e Qualificações, se- com o correspondente grau hierárquico e definidos em le-
paradamente, para cada caso. gislação ou regulamentação específica.
Sempre que o policial militar da reserva remunerada ou
reformado fizer uso do Posto ou Graduação, deverá fazê-lo 1.2 Do Valor Policial Militar (art. 26)
mencionando essa situação, ou seja, por exemplo, Major São manifestações essenciais do valor policial militar:
da Reserva. a) o sentimento de servir à comunidade estadual, tra-
A precedência entre policiais militares da ativa do mes-
duzido pela vontade inabalável de cumprir o dever policial
mo grau hierárquico é assegurada pela antiguidade no
militar e pelo integral devotamento à manutenção da or-
posto ou na graduação, salvo nos casos de precedência
dem pública, mesmo com o risco da própria vida;
funcional estabelecida em lei ou regulamento. A antiguida-
b) a fé na elevada missão da Policia Militar;
de de cada posto ou graduação é contada a partir da data
da assinatura do ato da respectiva promoção, nomeação, c) o civismo e o culto das tradições históricas;
declaração ou inclusão, salvo quando estiver taxativamente d) o espírito de corpo, orgulho do policial militar pela
fixada outra data. organização policial militar onde serve;
Mas, no caso de ser igual à antiguidade, esta será esta- e) o amor à profissão policial militar e o entusiasmo
belecida da seguinte forma: com que é exercida; e
a) entre policiais militares do mesmo quadro pela po- f) o aprimoramento técnico-profissional.
sição nas respectivas escalas numéricas ou registros con-
forme as instruções baixadas pelo Comandante-Geral da 1.3 Da Ética Policial Militar (art. 27 à 29)
Corporação; O sentimento do dever, o pundonor policial e o decoro
b) nos demais casos, pela antiguidade no posto ou na da classe impõem, a cada um dos integrantes da Polícia
graduação anterior; se, ainda assim, subsistir a igualdade Militar, conduta moral e profissional irrepreensíveis. Com
de antiguidade, recorrer-se-á sucessivamente, aos graus a observância dos seguintes preceitos da ética policial mi-
hierárquicos anteriores, à data de inclusão e a data de nas- litar:
cimento para definir a precedência e, neste último caso, o a) amar a verdade e a responsabilidade como funda-
mais velho será considerado mais antigo; e mento da dignidade pessoal;
c) entre os alunos de um mesmo órgão de formação b) em exercer com autoridade, eficiência e probidade
de policiais militares, de acordo com o regulamento do res- as funções que lhe couberem em decorrência do cargo;
pectivo órgão, se não estiverem especificadamente enqua- c) respeitar a dignidade da pessoa humana;
drados nas letras a e b. d) cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as
Em igualdade de posto ou graduação, os policiais mi- instruções e as ordens das autoridades competentes;
litares, da ativa tem precedência sobre os da inatividade. e) ser justo e imparcial no julgamento dos atos e na
apreciação do mérito dos subordinados;
FIQUE ATENTO! f) zelar pelo preparo próprio, moral, intelectual, físico e
Em igualdade de posto ou graduação, a precedência
também pelos dos subordinados, tendo em vista o cumpri-
entre os policiais militares de carreira na ativa e os da reser-
mento da missão comum;
va remunerada que estiverem convocados, é definida pelo
g) empregar todas as suas energias em benefício do
tempo de efetivo serviço no posto ou graduação.
serviço;
A precedência entre as Praças Especiais e as demais h) praticar a camaradagem e desenvolver permanente-
praças é assim regulada: mente o espírito de cooperação;
a) os Aspirantes-a-oficial PM são hierarquicamente su- i) ser discreto em suas atitudes, maneiras e em sua lin-
periores às demais praças; guagem escrita e falada;
b) os Alunos-Oficiais PM são hierarquicamente supe- j) abster-se de tratar, fora do âmbito apropriado, de
riores aos Subtenentes PM. matéria sigilosa relativa à Segurança Nacional;
Para ter o controle de todo o efetivo a Policia Militar k) acatar as autoridades civis;
manterá um registro de todos os dados referentes a seu l) cumprir seus deveres de cidadão;
pessoal da ativa e da reserva remunerada, dentro das res- m) proceder de maneira ilibada na vida pública e na
pectivas escalas numéricas, segundo as instruções baixadas particular;
pelo Comandante-Geral da Corporação. n) observar as normas de boa educação;
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NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
p) garantir assistência moral e material a seu lar e con- c) a probidade e a lealdade em todas as circunstâncias;
duzir-se como chefe de família modelar; d) a disciplina e o respeito à hierarquia;
q) conduzir-se mesmo fora do serviço ou na inativida- e) o rigoroso cumprimento das obrigações e ordens;
de, de modo que não sejam prejudicados os princípios da f) A obrigação de tratar o subordinado dignamente e
disciplina, do respeito e do decoro policial militar; com urbanidade.
r) abster-se de fazer uso do posto ou da graduação
para obter facilidades pessoais de qualquer natureza ou 1.5 Do Compromisso Policial Militar (art. 31)
para encaminhar negócios particulares ou de terceiros; Todo cidadão, após ingressar na Policia Militar, median-
s) abster-se o policial militar na inatividade do uso das te inclusão, matrícula ou nomeação, prestará compromisso
designações hierárquicas quando em atividades político- de honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das
-partidárias; em atividades comerciais; em atividades in- obrigações e dos deveres policiais e manifestará sua firme
dustriais; para discutir ou provocar discussões pela impren- disposição de bem cumpri-los.
sa a respeito de assuntos políticos ou policiais militares,
excetuando-se os de natureza exclusivamente técnica, se 1.6 Do Comando e da Subordinação (art. 33 à 39)
devidamente autorizado; e Comando é a soma de autoridade, de deveres e respon-
t) zelar pelo bom nome da Polícia Militar e de cada um sabilidades de que o policial militar é investido legalmente,
dos seus integrantes, obedecendo e fazendo obedecer aos quando conduz homens ou dirige uma organização policial
preceitos da ética policial militar. militar. O comando está vinculado ao grau hierárquico e
O que facilita compreender todos os preceitos éticos constitui uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o
do policial militar está no fato de estar relacionado à admi- policial militar se define e se caracteriza como chefe.
nistração pública. Indiretamente, tais preceitos se baseiam Aplica-se à Direção e à Chefia de Organização Policial
na legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e Militar, no que couber, o estabelecido para o Comando.
eficiência. Observe que são os cinco princípios constitucio- Isso significa dizer, se não existirem normas que estabele-
nais da administração pública. çam diferenças, são sinônimos Comando, Direção e Chefia
Ao policial militar da ativa é vedado comerciar ou to- de Organização Militar. Chefe de Organização Militar não é
mar parte na administração ou gerência de sociedade ou sinônimo de chefe de seção, setor, divisão, companhia, ou
dela ser sócio ou participar, exceto como acionista ou quo- outra denominação correspondente.
tista, em sociedade anônima ou por quotas de responsabi- A subordinação não afeta, de modo algum, a dignida-
lidade limitada. de pessoal do policial militar e decorre, exclusivamente da
E os policiais militares na reserva remunerada, quando estrutura hierárquica da Policia Militar.
convocados, ficam proibidos de tratar, nas organizações O Oficial é preparado, ao longo da carreira para o exer-
policiais militares e nas repartições públicas civis, dos inte- cício do Comando, da Chefia e da Direção das Organiza-
resses de organizações ou empresas privadas de qualquer ções Policiais Militares.
natureza. Os Subtenentes e Sargentos auxiliam e completam as
As proibições legais impostas ao policial militar da atividades dos oficiais, quer no adestramento e no empre-
ativa não é absoluta, visto que eles podem exercer direta- go dos meios, quer na instrução e na administração. Pode-
mente a gestão de seus bens, desde que não infrinjam as rão ser empregados na execução de atividades de policia-
vedações acima citadas. No intuito de desenvolver a prática mento ostensivo peculiares a Policia Militar.
profissional dos integrantes do Quadro de Saúde, é permi-
tido para este quadro o exercício da atividade técnico-pro- FIQUE ATENTO!
fissional no meio civil, desde que tal prática não prejudique No exercício das atividades acima mencionadas e no
o serviço. comando de elementos subordinados, os Subtenentes e
O Comandante-Geral da Polícia Militar poderá deter- Sargentos deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo
minar aos policiais militares da ativa que, no interesse da e pela capacidade profissional e técnica, incumbindo-lhes
salvaguarda da dignidade dos mesmos, informem sobre a assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das or-
origem e a natureza de seus bens, sempre que houver ra- dens, das regras de serviço e das normas operativas pelas
zões que recomendem tal medida. praças que lhes estiverem diretamente subordinadas e a
manutenção da coesão e do moral das mesmas praças em
1.4 Dos Deveres Policiais Militares (art. 30) todas as circunstanciais.
Os deveres policiais militares estão descritos nos inci-
sos do art. 30, da Lei nº 3.909/1977, e emanam de vínculos Os Cabos e Soldados são essencialmente, os elemen-
relacionais que ligam o policial militar à comunidade esta- tos de execução.
dual e a sua segurança, e compreendem, essencialmente: As Praças Especiais cabe a rigorosa observância das
a) a dedicação integral ao serviço policial militar e a prescrições dos regulamentos que lhes são pertinentes.
fidelidade à instituição a que pertence, mesmo com sacri- Exige-se inteira dedicação ao estudo e ao aprendizado téc-
fício da própria vida; nico-profissional.
b) o culto aos Símbolos Nacionais, quais sejam: Bandei- Cabe ao policial militar a responsabilidade integral
ra Nacional, Armas ou Brasão da República, Selo Nacional pelas decisões que tomar, pelas ordens que emitir e pelos
e Hino Nacional; atos que praticar.
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NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
EXERCÍCIOS COMENTADOS
LEI COMPLEMENTAR ESTADUAL Nº 87/2008.
1. (PM-PB - POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DA PA-
RAÍBA – IDECAN – 2015) Nos termos da Lei Estadual nº
3.909/1977, a hierarquia e a disciplina são a base institu-
cional da Polícia Militar. A autoridade e a responsabilidade 2. Lei Complementar Estadual nº 87/2008
crescem, necessariamente, com o: A Lei Complementar Estadual nº 87, de 2 de dezembro
A. desempenho. de 2008, dispõe sobre a Organização Estrutural e Funcional
B. grau hierárquico. da Polícia Militar do Estado da Paraíba e determina outras
C. tempo de serviço. providências.
D. comprometimento. A Polícia Militar do Estado da Paraíba (PMPB) é insti-
A hierarquia e a disciplina são os pilares básicos dos tuição permanente, força auxiliar e reserva do Exército, or-
militares, portanto, a Lei nº 3.909/1977 enfatiza a hierar- ganizada com base na hierarquia e na disciplina militares,
quia e a disciplina como base institucional da Polícia Mili- órgão da administração direta do Estado, com dotação
tar, sendo que a autoridade e a responsabilidades crescem orçamentária própria e autonomia administrativa, vincula-
com o grau hierárquico, conforme art. 12, caput, da Lei Es- da à Secretaria de Estado da Segurança e da Defesa Social
tadual nº 3.909/1977. (SEDS), nos termos da legislação estadual vigente.
GABARITO OFICIAL: B A PMPB é parte do Sistema de Defesa Social do Estado,
atuando de forma integrada com os órgãos do respectivo
2. (PM-PB - POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DA PA-
Sistema, em parceria com a comunidade e as instituições
RAÍBA – IDECAN – 2015) Nos termos da Lei Estadual nº
públicas e privadas, de maneira a garantir a eficiência de
3.909/1977, são manifestações essenciais do valor Policial
suas atividades, cabendo-lhe, com exclusividade, a policia
Militar, EXCETO:Parte superior do formulário
ostensiva, a preservação da ordem pública e a incolumida-
A. A fé religiosa e a dignidade humana. de das pessoas e do patrimônio.
B. O aprimoramento técnico‐profissional. São princípios basilares a serem observados pela Polí-
C. O civismo e o culto das tradições históricas. cia Militar do Estado da Paraíba:
D. O amor à profissão Policial Militar e o entusiasmo I - a hierarquia;
com que é exercida. II - a disciplina;
A Lei Estadual nº 3.909/1977, apresenta nos incisos do III - a legalidade;
seu art. 26 seis manifestações de valor que são essenciais IV - a impessoalidade;
para o policial militar, e destes valores não consta a fé re- V - a moralidade;
ligiosa devido à liberdade de culto e a dignidade humana VI - a publicidade;
por ser cláusula constitucional. VII - a eficiência;
GABARITO OFICIAL: A VIII - a promoção, o respeito e a garantia à dignidade e
aos direitos humanos;
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA IX - o profissionalismo;
PARAÍBA. Lei nº 3.909, de 14 de jul. de 1977. Estatuto X - a probidade; e
da Polícia Militar da Paraíba, João Pessoa, PB, jul 1977. XI - a ética.
Compete, portanto, à Polícia Milita, dentre outras atri-
buições previstas em lei:
I - planejar, organizar, dirigir, supervisionar, coordenar
e controlar as ações de polícia ostensiva e de preservação
da ordem pública, que devem ser desenvolvidas priorita-
riamente para assegurar a incolumidade das pessoas e do
patrimônio, o cumprimento da lei e o exercício dos Poderes
constituídos.
II - executar, com exclusividade, ressalvadas as missões
peculiares às Forças Armadas, o policiamento ostensivo
fardado para prevenção e repressão dos ilícitos penais e
infrações definidas em lei, bem como as ações necessárias
ao pronto restabelecimento da ordem pública.
III - atender à convocação do Governo Federal em
caso de guerra externa ou para prevenir ou reprimir grave
subversão da ordem ou ameaça de sua irrupção, subor-
dinando-se ao Comando do Exército, em suas atribuições
específicas de Policia Militar e como participante da defesa
territorial, para emprego.
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NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
IV - atuar de maneira preventiva ou dissuasiva em lo- XXI - apoiar, quando requisitada, o Poder Judiciário e o
cais ou áreas específicas em que se presuma ser possível e/ Ministério Público Estadual, no cumprimento de suas de-
ou ocorra perturbação da ordem pública; cisões;
V - atuar de maneira repressiva em caso de perturba- XXII - realizar, em situações especiais, o policiamento
ção da ordem, precedendo eventual emprego das Forças velado para garantir a eficiência das ações de polícia osten-
Armadas; siva e de preservação da ordem pública;
VI - exercer a polícia ostensiva e a fiscalização de trânsi- XXIII - atuar na fiscalização e controle dos serviços de
to nas rodovias estaduais, além de outras ações destinadas vigilância particular no Estado, vedando-se o uso e o em-
ao cumprimento da legislação de trânsito, e nas vias urba- prego de uniformes, viaturas, equipamentos e apetrechos
nas e rurais, quando assim se dispuser; que possam se confundir com os por ela adotados;
VII - exercer a polícia administrativa do meio ambiente, XXIV - lavrar, subsidiariamente, o Termo Circunstancia-
nos termos de sua competência, na constatação de infra- do de Ocorrência — TCO;
ções ambientais, na apuração, autuação, perícia e outras XXV - executar as atividades da Casa Militar do Gover-
ações legais pertinentes, quando assim se dispuser, con- nador;
juntamente com os demais órgãos ambientais, colaboran- XXVI - assessorar as Presidências dos Poderes Legis-
do na fiscalização das florestas, rios, estuários e em tudo lativo e Judiciário, à Prefeitura da Capital, ao Tribunal de
que for relacionado com a fiscalização do meio ambiente; Contas do Estado, à Procuradoria Geral de Justiça, à Justiça
VIII - participar, quando convocada ou mobilizada pela Militar Estadual e às Secretarias da Segurança e da Defesa
União, do planejamento e das ações destinadas à garantia Social e da Cidadania e Administração Penitenciária, nos
dos Poderes constitucionais, da lei e da ordem, e à defesa termos definidos na legislação peculiar;
territorial; XXVII - desempenhar outras atribuições previstas em
IX - proceder, nos termos da lei, à apuração das infra- lei.
ções penais de competência da polícia judiciária militar; Os integrantes da Polícia Militar do Estado da Paraíba
X - planejar e realizar ações de inteligência destinadas no desempenho de atividade policial militar no âmbito de
à prevenção criminal e ao exercício da polícia ostensiva e suas responsabilidades são considerados autoridades po-
da preservação da ordem pública, observados os direitos e liciais.
garantias individuais; Para o desempenho das funções relacionadas ao pro-
XI - realizar internamente correições e inspeções, em cedimento, nos termos da lei, de apuração das infrações
caráter permanente ou extraordinário; penais de competência da polícia judiciária militar, a Polícia
XII - autorizar, mediante prévio conhecimento, a reali- Militar requisitará exames periciais e adotará providências
zação de reuniões ou eventos de caráter público ou priva- cautelares destinadas a colher e resguardar indícios ou pro-
do, em locais que envolvam grande concentração de pes- vas da ocorrência de infrações penais no âmbito de suas
soas, para fins de planejamento e execução das ações de atribuições, sem prejuízo da competência dos demais ór-
policia ostensiva e de preservação da ordem pública; gãos policiais.
XIII - emitir, com exclusividade, pareceres e relatórios As atividades de assessorar as Presidências dos Pode-
técnicos relativos a policia ostensiva, à preservação da or- res Legislativo e Judiciário, à Prefeitura da Capital, ao Tribu-
dem pública e às situações de crise; nal de Contas do Estado, à Procuradoria Geral de Justiça, à
XIV - fiscalizar o cumprimento dos dispositivos legais c Justiça Militar Estadual e às Secretarias da Segurança e da
normativos pertinentes à polícia ostensiva e à preservação Defesa Social e da Cidadania e Administração Penitenciária,
da ordem pública, aplicando as sanções previstas na legis- nos termos definidos na legislação peculiar são considera-
lação específica; das como em serviço de natureza policial militar, e o efetivo
XV - realizar pesquisas técnico-científicas, estatísticas e empregado fará parte da Ajudância Geral.
exames técnicos relacionados às atividades de polícia os- A Polícia Militar será estruturada em órgãos de direção
tensiva, de preservação da ordem pública, de polícia judi- estratégica, de direção setorial, de execução e vinculados.
ciária militar e outras pertinentes; Os órgãos de direção estratégica realizam o comando
XVI - acessar os bancos de dados existentes nos órgãos e a administração da Corporação, executando as seguintes
do Sistema de Defesa Social do Estado da Paraíba e, quan- atribuições:
do assim se dispuser, da União, relativos à identificação civil I - planejar institucionalmente a organização da Cor-
e criminal, de armas, veículos, objetos e outros, observado poração;
o disposto quanto a legalidade do ato; II - acionar, por meio de diretrizes e ordens, os órgãos
XVII - realizar a segurança interna do Estado; de direção setorial e os de execução, para suprir as neces-
XVIII - proteger os patrimônios histórico, artístico, tu- sidades de pessoal e de material no cumprimento de suas
rística e cultural; missões;
XIX - realizar o policiamento assistencial de proteção às III - coordenar, controlar e fiscalizar a atuação dos ór-
crianças, aos adolescentes e aos idosos, o patrulhamento gãos de direção setorial e de execução.
aéreo e fluvial, a guarda externa de estabelecimentos pe- Os órgãos de direção setorial atendem às necessida-
nais e as missões de segurança de dignitários em confor- des de pessoal e logística de toda a Corporação, realizam
midade com a lei; a atividade meio e atuam em cumprimento às diretrizes e
XX - gerenciar as situações de crise que envolva reféns; ordens dos órgãos de direção estratégica.
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NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
Os órgãos de execução são constituídos pelas Organi- X - conceder férias, licenças ou afastamentos de qual-
zações Policiais Militares (OPM) que se destinam à ativida- quer natureza;
de-fim, focando o cumprimento da missão e dos objetivos XI - decidir sobre a instauração e a solução dos pro-
institucionais, executando as ordens e diretrizes emanadas cedimentos e processos administrativos disciplinares, apli-
dos órgãos de direção estratégica e apoiados em suas ne- cando as penalidades previstas nas normas disciplinares da
cessidades de pessoal e logística pelos órgãos de direção Corporação;
setorial. XII - expedir os atos administrativos necessários à ges-
Sabemos que os órgãos de direção estratégica, de di- tão Institucional.
reção setorial e de execução fazem parte da estrutura da Além destas atribuições, o Comandante-Geral poderá
PMPB. Porém, é necessário conhecer a constituição e as delegar competência para a expedição de atos administra-
atribuições específicas de cada órgão. tivos.
Os órgãos de direção compreendem o Comando Geral, O Gabinete do Comandante-Geral, definido como Es-
Subcomando Geral, Estado-Maior Estratégico, Corregedo- tado-Maior Pessoal, é constituído de Assistência de Gabi-
ria, Ouvidoria, Comandos Regionais, Comissões, Procura- nete e Ajudância de Ordens.
doria Jurídica e Assessorias. O Estado-Maior Pessoal, Órgão de Apoio, tem a seu
O Comando Geral é constituído de Comandante-Geral, cargo as funções administrativas de Gabinete do Coman-
Gabinete do Comandante-Geral, Grupamento de Ações Tá- dante-Geral, sendo composto pela Assistência ao Gabinete,
ticas Especiais (GATE). gerenciada por um Coronel do QOC, e a Ajudância de Or-
O Comandante-Geral é responsável pelo comando e dens, com cargos a serem exercidos por Oficiais Interme-
administração da Corporação, e seu cargo será ocupado diários do QOC.
por um Coronel da Ativa do Quadro de Oficiais Comba- O GATE é o comando de pronto-emprego do Coman-
tentes (QOC) da Polícia Militar, escolhido pelo Governador dante-Geral, com um efetivo mínimo de uma Companhia,
do Estado, e terá precedência funcional e hierárquica sobre especialmente treinado para missões especiais e gerencia-
os demais, quando este não for o oficial mais antigo da mento de crises, o qual poderá ser empregado também em
Corporação. outras missões do policiamento ostensivo geral.
A nomeação para o provimento do cargo em comis- O Subcomando-Geral é constituído de Subcomandan-
são de Comandante-Geral da Polícia Militar, símbolo CDS- te-Geral, Gabinete do Subcomandante-Geral e Ajudância-
1, previsto na Estrutura Organizacional da Administração -Geral. O Subcomandante Geral, cargo em comissão sím-
Direta do Poder Executivo do Estado da Paraíba, será feita bolo CDS-2, previsto na Estrutura Organizacional da Admi-
por ato do Governador do Estado. nistração Direta do Poder Executivo do Estado da Paraíba,
é exercido por um Coronel da Ativa do QOC, escolhido e
FIQUE ATENTO! nomeado pelo Governador do Estado. É responsável pela
O Comandante-Geral tem honras, prerrogativas, direi- garantia da disciplina da Corporação e Presidente da Co-
tos e obrigações de Secretário de Estado. missão de Promoção de Praças, além de prestar assesso-
ramento ao Comandante-Geral na coordenação do funcio-
O Comandante-Geral da PM possui várias competên- namento da Instituição, sendo seu eventual substituto.
cias, como se observa a seguir: O Gabinete do Subcomandanto-Geral tem a seu cargo
I - o comando, a gestão, o emprego, a supervisão e a as funções administrativas do Subcomando-Geral.
coordenação geral das atividades da Corporação; A Ajudância Geral tem a seu cargo as funções adminis-
II - presidir as Comissões de Promoção de Oficiais e de trativas, de segurança e de controle do efetivo do Quartel
Julgamento do Mérito Policial Militar; do Comando Geral, bem como a administração do Presídio
III - encaminhar ao órgão competente o projeto de or- e do Museu da Polícia Militar. A Ajudância Geral é consti-
çamento anual referente à Polícia Militar e participar, no tuída de:
que couber da elaboração do plano plurianual; I - Gabinete do Ajudante-Geral;
IV - celebrar convênios e contratos de interesse da Po- II - Gabinete do Ajudante-Geral Adjunta;
lícia Militar com entidades de direito público ou privado, III - Museu da Polícia Militar;
nos termos da lei; IV - Presídio da Polícia Militar;
V - nomear e exonerar militares estaduais no exercício V - Secretaria (AG/I);
das funções de direção, comando e assessoramento, nos VI - Arquivo Geral (AG/2);
limites estabelecidos na legislação vigente; VII - Companhia de Comando e Serviços (CCSv).
VI - autorizar militares estaduais e servidores civis da O Estado-Maior Estratégico é o órgão que tem a com-
Corporação a se afastarem do Estado e do país; petência de assessorar o Comandante-Geral no planeja-
VII - ordenar o emprego de verbas orçamentárias, de mento e gestão estratégica para o desenvolvimento e cum-
créditos abertos ou de outros recursos em favor da Policia primento das missões institucionais, tendo a Coordenação
Militar do Estado da Paraíba; Geral de um Coronel do QOC da ativa.
VIII - incluir, nomear, licenciar e excluir Praças e Praças O Estado-Maior Estratégico será assim organizado:
especiais, obedecidos os requisitos legais; I - Gabinete do Coordenador Geral;
IX - promover Praças e declarar Aspirante-a-Oficial; II - Gabinete do Coordenador Geral Adjunto;
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Observação necessária: o termo assemelhado (art. 21, c) contra militar em formatura, ou durante o período
do CPM) não existe mais no universo jurídico desde a edi- e prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício,
ção do Decreto nº 23.203/1947. acampamento, acantonamento ou manobras;
Sujeito ativo: civil, militar da reserva, militar reformado.
b) por militar em situação de atividade ou assemelhado, Circunstâncias: formatura, prontidão, vigilância, obser-
em lugar sujeito à administração militar, contra militar da vação, exploração, acampamento, acantonamento, mano-
reserva, ou reformado, ou assemelhado, ou civil; bras.
Sujeito ativo: militar da ativa. Sujeito passivo: militar.
Circunstância: lugar sujeito a administração militar.
Sujeito passivo: civil, militar da reserva, militar reforma- d) ainda que fora do lugar sujeito à administração mili-
do. tar, contra militar em função de natureza militar, ou no de-
sempenho de serviço de vigilância, garantia e preservação de
c) por militar em serviço ou atuando em razão da fun- ordem pública, administrativa ou jurídica, quando legalmente
ção, em comissão de natureza militar, ou em formatura, ain- requisitado para aquele fim, ou em obediência à determina-
da que fora do lugar sujeito à administração militar contra ção legal superior.
militar da reserva, ou reformado, ou civil; Sujeito ativo: civil, militar da reserva, militar reformado.
Sujeito passivo: militar em funçaõ de natureza militar
Sujeito ativo: militar da ativa.
desempenhando serviço de vigilância quando legalmente
Circunstância: serviço ou atuando em razão da função,
requisitado ou em obediência a determinação legal superior.
em comissão de natureza militar, ou formatura, ainda que
fora do lugar sujeito à administração militar.
A Lei nº 13.491, de 2017, alterou o CPM no sentido de
Sujeito passivo: civil, militar da reserva, militar reforma- que:
do. § 1º Os crimes de que trata este artigo (artigo 9), quando
dolosos contra a vida e cometidos por militares contra civil,
d) por militar durante o período de manobras ou exercí- serão da competência do Tribunal do Júri.
cio, contra militar da reserva, ou reformado, ou assemelha- § 2º Os crimes de que trata este artigo (artigo 9), quando
do, ou civil; dolosos contra a vida e cometidos por militares das Forças
Sujeito ativo: militar da ativa. Armadas contra civil, serão da competência da Justiça Militar
Circunstância: período de manobras. da União, se praticados no contexto:
Sujeito passivo: civil, militar da reserva, militar reforma- I – do cumprimento de atribuições que lhes forem esta-
do. belecidas pelo Presidente da República ou pelo Ministro de
Estado da Defesa;
e) por militar em situação de atividade, ou assemelhado, II – de ação que envolva a segurança de instituição militar
contra o patrimônio sob a administração militar, ou a ordem ou de missão militar, mesmo que não beligerante; ou
administrativa militar. III – de atividade de natureza militar, de operação de paz,
Sujeito ativo: militar da ativa. de garantia da lei e da ordem ou de atribuição subsidiária,
Sujeito passivo: patrimônio sob a administrçao militar, realizadas em conformidade com o disposto no art. 142 da
ordem administrativa militar. Constituição Federal e na forma dos seguintes diplomas le-
gais:
III – Os crimes praticados por militar da reserva, ou re-
formado, ou por civil, contra as instituições militares, consi- a) Lei no 7.565, de 19 de dezembro de 1986 – Código
derando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, Brasileiro de Aeronáutica;
como os do inciso II nos seguintes casos: b) Lei Complementar no 97, de 9 de junho de 1999 – Lei
a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou de Preparo e Emprego das Forças Armadas;
contra a ordem administrativa militar; c) Decreto-Lei no 1.002, de 21 de outubro de 1969 – Có-
digo de Processo Penal Militar; e
Sujeito ativo: civil, militar da reserva, militar reformado.
d) Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 – Código Eleitoral.
Sujeito passivo: patrimônio sob a administração militar,
Compete à justiça militar processar e julgar os crimes
ordem administrativa militar.
propriamente militares e os impropriamente militares. São
julgados pela Justiça Militar da União os militares das For-
b) em lugar sujeito à administração militar contra mi- ças Armadas (Marinha, Exército e Aeronáutica) e civis, e pela
litar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra Justiça Militar dos Estados os integrantes da Polícia Militar e
funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no Corpo de Bombeiro Militar, exceto os crimes dolosos contra
exercício de função inerente ao seu cargo; a vide de civil.
Sujeito ativo: civil, militar da reserva, militar reformado. Crime militar é “ratione legis”. A lei poderá eleger que
Circunstâncias: lugar sujeito a administração militar. crime militar é aquele praticado por militar ou em determi-
Sujeito passivo: militar da ativa, funcionário de ministé- nado lugar, mas não é reconhecimento de crime militar. A
rio militar ou justiça militar no exercício de função. lei não distingue quais crimes são propriamente ou impro-
priamente militares.
13
NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
É necessário observar o disposto no artigo 5, da CF: a) contra o patrimônio sob a administração militar, ou
LXI – ninguém será preso senão em flagrante delito ou contra a ordem administrativa militar;
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária b) em lugar sujeito à administração militar contra mi-
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime litar em situação de atividade ou assemelhado, ou contra
propriamente militar, definidos em lei. funcionário de Ministério militar ou da Justiça Militar, no
E, ainda, o estabelecido no art. 18, do CPPM: Indepen- exercício de função inerente ao seu cargo;
dentemente de flagrante delito, o indiciado poderá ficar de- c) contra militar em formatura, ou durante o período
tido, durante as investigações policiais, até trinta dias, comu- de prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício,
nicando-se a detenção à autoridade judiciária competente. acampamento, acantonamento ou manobras;
Esse prazo poderá ser prorrogado, por mais vinte dias, pelo d) ainda que fora do lugar sujeito à administração mi-
comandante da Região, Distrito Naval ou Zona Aérea, me- litar, contra militar em função de natureza militar, ou no
diante solicitação fundamentada do encarregado do inqué- desempenho de serviço de vigilância, garantia e preserva-
rito e por via hierárquica. ção da ordem pública, administrativa ou judiciária, quando
Observa-se que não há reincidência entre crime co- legalmente requisitado para aquele fim, ou em obediência
mum e crime propriamente militar, conforme descrito no a determinação legal superior.
CP: São exemplos de crimes militares imprórpios:
Art. 64. Para efeito de reincidência: Art. 209. Ofender a integridade corporal ou a saúde de
II – não se consideram os crimes militares próprios e po- outrem:
líticos. Art. 223. Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto,
Por exemplo, crime de deserção, crime propriamente ou qualquer outro meio simbólico, de lhe causar mal injusto
militar, o autor não será considerado reincidente em futura e grave:
prática de delito comum. Art. 240. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia
móvel:
Deve-se, ao estudar o direito penal militar, verificar na Art. 251. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilíci-
doutrina a definição de crime propriamente militar e de cri- ta, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em
me impropriamente militar. A Constituição Federal trás o
erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio frau-
termo crime propriamente militar, o Código Penal Militar
dulento:
não distingue. Então cabe a doutrina esta tarefa.
Art. 279. Dirigir veículo motorizado, sob administração
Art. 5º (...)
militar na via pública, encontrando-se em estado de em-
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou
briaguez, por bebida alcoólica, ou qualquer outro inebrian-
por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária
te:
competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime
Art. 341. Desacatar autoridade judiciária militar no
propriamente militar, definidos em lei.
exercício da função ou em razão dela:
O art. 64, II, do CP, diz que para efeito de reincidência
não se consideram os crimes militares próprios e políticos.
Apenas isso, sem entrar no assunto. EXERCÍCIOS COMENTADOS
O art. 614, do Código de Processo Penal Militar, tem a
expressão “militar punido por crime próprio”. Mas também 1. (TJM-SP – Juiz de Direito Substituto – VUNESP
não vai além disso. – 2016) Assinale a alternativa que indica um crime pro-
A doutrina clássica define o crime militar próprio os priamente militar, de acordo com a denominada Teoria
delitos que podem ser praticados somente por militares. Clássica:
Assim, facilitam, os crimes militares próprios exigem a qua- A. Dano em navio de guerra ou mercante em serviço
lidade de militar para o agente. militar (art. 263 do Código Penal Militar).
Art. 202. Embriagar-se o militar, quando em serviço, ou B. Ingresso clandestino (art. 302 do Código Penal Mi-
apresentar-se embriagado para prestá-lo. litar).
Há crimes em que o agente deve ser o comandante. C. Favorecimento a desertor (art. 193 do Código Penal
Art. 201. Deixar o comandante de socorrer, sem justa Militar).
causa, navio de guerra ou mercante, nacional ou estrangei- D. Omissão de socorro (art. 201 do Código Penal Mi-
ro, ou aeronave, em perigo, ou náufragos que hajam pedido litar).
socorro. E. Ofensa às Forças Armadas (art. 219 do Código Penal
Considerando que crime militar próprio exige a qua- Militar).
lidade de militar para o agente. Desse modo, a contrário Na definição de cada um dos crimes militares citados
senso, o crime militar impróprio não exige a qualidade de indica se o delito é próprio em impropriamente militar.
militar do agente. Vejamos o art. 9º, do CPM: Dentre as alternativas, a omissão de socorro inicia, o tipo
Art. 9º (...) penal, dizendo: “deixar o comandante de socorrer (...)”. Isso
III - os crimes praticados por militar da reserva, ou re- é a indicação que é necessária a qualidade de militar do
formado, ou por civil, contra as instituições militares, consi- agente para praticar o crime.
derando-se como tais não só os compreendidos no inciso I, GABARITO OFICIAL: D
como os do inciso II, nos seguintes casos:
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NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
VIOLÊNCIA CONTRA SUPERIOR (ART.157
ROSSETO, Enio Luiz. CPM Comentado. 2. ed. São Paulo:
CPM); Revista dos Tribunais, 2015.
NEVES, Cícero R. Coimbra. STREIFINGER, Marcello. Ma-
nual de Direito Penal Militar. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
4. Violência contra superior – art. 157, do CPM.
Art. 157. Praticar violência contra superior:
Pena – detenção, de três meses a dois anos.
Sujeito ativo é o subordinado hierárquico.
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NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
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NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
EMBRIAGUEZ EM SERVIÇO (ART. 202 CPM); DORMIR EM SERVIÇO (ART. 203 CPM).
7. Embriaguez em serviço – art. 202, do CPM 8. Dormir em serviço – art. 203, do CPM.
Art. 202. Embriagar-se o Militar, quando em serviço, ou Art. 203. Dormir o militar, quando em serviço, como ofi-
apresentar-se embriagado para prestá-lo: cial de quarto ou de ronda, ou em situação, ou, não sendo
Pena – detenção, de seis meses a dois anos. oficial, em serviço de sentinela, vigia, plantão às máquinas,
O delito de embriaguez apresenta duas modalidades. ao leme, de ronda ou em qualquer serviço de natureza se-
A primeira o militar está em serviço e, nessa qualidade se melhante:
embriaga. Caso ingira bebida alcoólica e não se embria- Pena – detenção, de três meses a um ano.
gue, inexiste crime, assim como no caso de a embriaguez Por ser crime contra o serviço militar e o dever militar,
ocorrer fora do serviço, resolvendo-se nestas hipóteses a lei penal castrense pune o militar que é encontrado dor-
no âmbito disciplinar. A segunda modalidade, o militar se mindo quando deveria estar alerta. Para não confundir com
apresenta embriagado para prestar serviço para configurar infrações ou transgressões disciplinares, a doutrina exige
crime. Exige-se que o sujeito tenha ciência de que iniciaria que o fato demonstre a intenção de dormir, por exemplo,
o serviço. É juridicamente impossível a tentativa. o militar alivia as peças de fardamento para ter conforto
É um crime propriamente militar por exigir a qualidade e dormir, ou no caso de o militar deixar o local em que
de militar do agente. Não tem correspondência na legis- deveria permanecer e dormir em alojamento, mesmo que
lação penal comum. É crime contra o serviço militar e o próximo do posto de serviço.
dever militar. A doutrina ensina que o dormir é entendido como pe-
Tutela o serviço e o dever militar. Crime de mão própria gar no sono profundo de modo a não acordar facilmente. É
por não admitir concurso de pessoas. O sujeito ativo é a diferente cochilar, dormitar, que significa dormir levemente.
instituição militar. Exige a vontade de dormir, o dolo. Fadiga, excesso de
trabalho, ingestão de medicamento, afastam o dolo. Isso
EXERCÍCIO COMENTADO significa que não há previsão deste crime na modalidade
1. (QT – Quadro Técnico da Marinha – Marinha do culposa. Juridicamente é impossível a tentativa.
Brasil – 2014) Assinale a opção que NÃO corresponde a
um Crime Contra o Serviço Militar e o Dever Militar, previs- EXERCÍCIO COMENTADO
to no Código Penal Militar. 1. (PMMG – Aspirante da Polícia Militar – PM-MG
A. Amotinamento. – 2016) Marque a alternativa CORRETA. Um militar que
B. Insubmissão. estando de serviço de sentinela no Quartel, posto fixo de
C. Deserção. observação avançada, em noite fria e chuvosa, após iniciar
D. Abandono de posto. o serviço é surpreendido por seu superior hierárquico, den-
E. Embriaguez em serviço. tro do paiol de munição, afastado de seu posto, deitado e
O crime de embriaguez em serviço está contido no tí- enrolado em um espesso cobertor, à luz do Código Penal
tulo “Abando de posto e outros crimes” no capítulo “dos Militar (CPM), Decreto-Lei nº 1.001, de 21/10/1969, comen-
crimes contra o serviço militar e o dever militar”. Além de te:
conhecer o tipo penal, deve-se identificar o que o delito A. Dormir em serviço, artigo 203 do CPM.
tutela. B. Descumprimento da missão, artigo 196 do CPM.
GABARITO OFICIAL: A C. Abandono de posto, artigo 195 do CPM.
D. Recusa de obediência, artigo 163 do CPM.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Narra-se o fato de o militar estar dormindo no mo-
ROSSETO, Enio Luiz. CPM Comentado. 2. ed. São Paulo: mento em que deveria estar alerta. Verifica ainda que o
Revista dos Tribunais, 2015. militar tem dolo, vontade de dormir, pelo fato de estar en-
rolado em um espesso cobertor. Trata, portanto, de crime
militar de dormir em serviço.
GABARITO OFICIAL: A
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ROSSETO, Enio Luiz. CPM Comentado. 2. ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2015.
NEVES, Cícero R. Coimbra. STREIFINGER, Marcello. Ma-
nual de Direito Penal Militar. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
NUCCI, Guilherme de Souza. CPM Comentado. 2. ed.
Rio de Janeiro: Forense, 2014.
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5. Nos termos do Código Penal Militar (Decreto-Lei A. não cometeu crime militar, mas crime comum, e de-
n.º 1.001/69), consideram-se crimes militares, em tempo verá ser julgado pelo Tribunal do Júri por crime de homi-
de paz, todos aqueles previstos no Código Penal Militar, cídio.
embora também o sejam com igual definição na lei penal B. cometeu crime militar, porém deverá ser julgado
comum, quando praticados: pelo Tribunal do Júri.
A. por militar fruindo férias, ainda que fora do lugar C. cometeu crime comum, porém deverá ser julgado
sujeito à administração militar, contra militar da reserva, ou pela Justiça Militar.
reformado, ou assemelhado, ou civil. D. cometeu crime militar e deverá ser julgado pela Jus-
B. por militar em situação de atividade que, embora tiça Militar.
não estando em serviço, use armamento de propriedade
militar para a prática de ato ilegal. 9. O Código Penal Militar estabelece critérios para que
C. por militar de serviço durante o período de mano- um ilícito seja crime militar em tempo de paz, conforme
bras ou exercício, somente quando em lugar sujeito à ad- previsão legal do Artigo 9º do referido Codex. Conside-
ministração militar, contra militar da reserva, ou reformado, rando as regras previstas, ocorrerá o crime militar quando
ou assemelhado, ou civil. praticado por militar:
D. por militar em situação de atividade, ou assemelha- A. em serviço ou atuando em razão da função, em co-
do, contra o patrimônio sob a administração militar, ou a missão de natureza militar, ou em formatura, ainda que
ordem administrativa militar. fora do lugar sujeito à administração militar, contra militar
da reserva, ou reformado, ou civil.
6. Com relação ao crime militar de violência contra B. em serviço, de folga ou atuando em razão da função,
superior, previsto no Código Penal Militar (Decreto-Lei n.º em comissão de natureza militar, ou em formatura, ainda
1.001/69), é correto afirmar que: que fora do lugar sujeito à administração militar, contra mi-
A. não necessita o agente conhecer a condição de su- litar da ativa ou civil.
perior da vítima. C. mesmo em situação de inatividade, ou assemelhado,
B. se da violência resulta lesão corporal, aplica-se, além contra o patrimônio sob a administração civil ou militar, ou
da pena da violência, a do crime contra a pessoa. a ordem administrativa militar.
C. se a violência é praticada com arma, o crime será D. em situação de atividade ou assemelhado que, em-
considerado hediondo. bora não estando em serviço, use armamento de proprie-
D. somente será tipificado quando houver a constata- dade militar ou qualquer material bélico, sob guarda, fisca-
ção de lesão corporal. lização ou administração militar, para a prática de ato ilegal.
E. em situação de atividade ou de folga, ou asseme-
7. Considere que o Sgt PM Beltrano, CGP, durante o ser- lhado em serviço ou de folga, contra o patrimônio sob a
viço de policiamento ostensivo, em 10 de janeiro de 2014, administração civil, ou a ordem administrativa militar.
às 12h, ao retornar à OPM, surpreenda o Sd PM Fulano,
fardado e armado, no interior de uma Padaria, a 500 metros 10. Os órgãos de direção da Polícia Militar do Estado
de distância da Unidade. O Sd Fulando iniciaria o serviço da Paraíba compreendem, EXCETO:
às 13h e estava almoçando e ingerindo grande quantida- A. o Comando Geral, Subcomando Geral, Estado-Maior
Estratégico.
de de cachaça, demonstrando, ao ser cumprimentado pelo
B. a Corregedoria, Ouvidoria, Comandos Regionais.
graduado, os seguintes sinais de alteração da capacidade
C. as Comissões, Procuradoria Jurídica, Assessorias.
motora: sonolência, olhos vermelhos, desordem nas vestes,
D. BOPE, Pel Ops, Cavalaria.
odor de álcool no hálito e arrogância. Diante dessa situa-
ção, é correto afirmar que o Sd PM Fulano:
11. O Comandante-Geral tem honras, prerrogativas,
A. cometeu o crime militar de embriaguez em serviço e
direitos e obrigações de:
estará sujeito à prisão em flagrante.
A. Secretário de Estado.
B. cometeu o crime militar de embriaguez em serviço,
B. Governador do Estado.
porém deverá ser instaurado apenas um Inquérito Policial C. Desembargador Federal.
Militar. D. Prefeito Municipal.
C. não cometeu o crime militar de embriaguez em ser-
viço. 12. A Ouvidoria da PM-PB é constituída de, EXCETO:
D. cometeu crime comum e deverá ser preso e condu- A. Gabinete do Ouvidor.
zido à Central de Flagrante ou à Delegacia de Polícia. B. Secretário-Geral Ouvidor.
C. Gabinete do Subouvidor.
8. O Cb PM “X”, de folga, sabendo que sua esposa o D. Divisões.
está traindo com o Sgt PM “Z”, dirige-se à Cia onde o Sgt
PM “Z” está de serviço e, após breve discussão, saca uma
arma e desfere vários tiros contra o graduado, provocan-
do-lhe a morte. Diante dessa situação, pode-se afirmar que
o Cb PM “X”:
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NOÇÕES DE DIREITO MILITAR
Gabarito
ANOTAÇÕES
1 C 7 C
2 B 8 D ___________________________________________________
3 A 9 A
___________________________________________________
4 A 10 D
5 D 11 A ___________________________________________________
6 B 12 B ___________________________________________________
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