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PENSADORES GREGOS E A PÓLIS, BASE DO PENSAMENTO GREGO

PERGUNTAS
1)ESTABELEÇA UMA SÍNTESE SOBRE O PENSAMENTO DOS PRÉ-SOCRÁTICOS
2)POR QUE PODE-SE DIZER QUE SÓCRATES MORREU POR RAZÕES
POLITICAS?
3)COMO É A POLITICA E O ESTADO PENSADO POR PLATÃO?
4)APRESENTE AS FORMAS DE GOVERNO EM PLATÃO
5)QUAL A VISÃO POLITICA DE ARISTÓTELES
6)APRESENTE AS FORMAS DE GOVERNO EM ARISTÓTELES
7)QUAIS AS DIFERENÇAS ENTRE O PENSMENTO POLITICO DE PLATÃO DO DE
ARISTÓTELES?
1-Pré-socráticos
“O que teria levado o homem, a partir de determinado momento de sua história, a fazer
ciência teórica e filosofia? Por que surge no Ocidente, mais precisamente na Grécia do
séc. VI a. C., uma nova mentalidade, que passa a substituir as antigas construções
mitológicas pela aventura intelectual, expressa através de investigações científicas e
especulações filosóficas? ... Durante muito tempo o problema do começo histórico da
filosofia e da ciência foi colocado em termos da relação Oriente - Grécia. Desde a
própria Antiguidade confrontam-se duas linhas de interpretação: a dos “orientalistas”,
que reivindicavam para as antigas civilizações orientais a criação de uma sabedoria que
os gregos teriam depois apenas herdado e desenvolvido; e a dos “ocidentalistas”, que
viam na Grécia o berço da filosofia e ciência teórica. Embora a questão ainda tenha
pontos controversos e continue um “problema aberto”, muitos historiadores tende a
admitir que somente com os gregos começa a audácia e aventura expressas numa teoria.
Às conquistas esparsas e assistemáticas da ciência empírica e pragmática dos orientais,
os gregos contrapõem uma busca de uma unidade de compreensão racional, que organiza,
integra e dinamiza os acontecimentos. Essa mentalidade, porém, de longo processo de
racionalização da cultura, acelerado a partir da demolição da civilização micênica. A
partir daí, a convergência de vários fatores – econômicos, sociais, políticos, geográficos
– permite a eclosão do ‘milagre grego’, que teve na ciência teórica e na filosofia sua mais
grandiosa e impressionante manifestação”. (Coleção Os Pensadores, Os Pré-socráticos.)
O pensamento político ocidental mais sistematizado remonta a Grécia antiga. “É de lá
que vieram os termos “política”, democracia”, “oligarquia”, “aristocracia”, “monarquia”.
A Grécia é, portanto, nosso ponto de origem. Inicialmente existia uma visão mitológica
do mundo. O que é o mito? Qual a importância do mito? Para que serve o mito?. E se eu
disser que “o mito está para a humanidade assim como o sonho está para o homem”, que
conclusões vocês podem tirar sobre o mito? Os mitos tentam explicar às pessoas algo

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que elas não conseguem entender. Na mitologia grega há muitos deuses, destacando-se
Zeus, Apolo, Hera, Demeter, Atena, Afrodite, Netuno, Héstia, Perséfone.
O norte-americano Joseph John Campbell (1904-1987), estudioso de mitologia e religião
comparada foi muito influenciado pelo psiquiatra suiço Carl Gustav Jung. Para ele o que
os seres humanos tem em comum se revelam nos mitos. Os Mitos são histórias de nossa
busca da verdade, de sentido, de significação, através dos tempos. Mitos são pistas para
as potencialidades espirituais da vida humana.
O mito é aquilo que somos capazes de conhecer e experimentar interiormente. O
elemento comum a todos os mitos, segundo Eduard Buess, é que todos eles fazem
referência ao conhecimento do que não se pode conhecer.
Em torno de 700 a.C., os historiadores Homero e Hesíodo registraram por escrito
grande parte da mitologia grega. Os deuses possuíam muitas semelhanças com os
homens, seus defeitos e idiossincrasias.
Os primeiros filósofos gregos buscavam obter as explicações naturais para os processos
da natureza, os chamados filósofos pré-socráticos. Eles queriam compreender os
fenômenos naturais, sem precisar recorrer aos mitos, observando a natureza. E não
tinha uma preocupação com especializações do conhecimento, os filósofos gregos
buscavam as experiências universalizantes, as causalidades das coisas.
Para eles uma substância primordial, um princípio estava por trás de tudo, da criação da
vida, a “arché”.
1-PRÉ-SOCRÁTICOS
O 1°pensador que se atribuiu o título de filósofo foi:
Tales de Mileto, filho de Exímius e contemporâneo de Sólon (legislador e jurista
grego),Tales foi o primeiro filósofo ocidental de que se tem notícia. Ele é o marco inicial
da filosofia ocidental e o primeiro dos sete sábios da Grécia Antiga. De ascendência
fenícia, nasceu em Mileto, antiga colônia grega, na Ásia Menor, atual Turquia, por volta
de 624/625 a.C. e faleceu aproximadamente em 556 ou 558 a.C.
Ele elaborou uma nova forma de pensar, diferente do modelo mítico que encontrava
explicações sobre a realidade nos deuses. Suas investigações eram baseadas na
observação das coisas, tentando buscar um princípio (arkhé) que permanecesse, apesar
do fluir das coisas.
Criou a Escola Jônica ou Escola de Mileto (considerada a primeira escola filosófica do
Ocidente). Os filósofos desta Escola explicavam o mundo como resultante do
desenvolvimento cíclico de uma natureza comum a tudo o que existe, sempre em
perpétuo movimento. Acreditavam na existência de um princípio que é a origem de tudo o
que existe. Isto é todas as coisas são uma só coisa fundamental, ou um só princípio
(arché).
Tales é considerado o primeiro filósofo da "physis" (natureza), porque outros, depois
dele, outros seguiram seu caminho buscando o princípio natural das coisas. Ele não teve

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mestre, além dos sacerdotes, com os quais se relacionou no Egito. Dos escritos de Tales,
nenhum deles sobreviveu até nossos dias. Suas idéias filosóficas são conhecidas graças
aos trabalhos de Diógenes, Laércio, Simplício e principalmente Aristóteles.
Tales considerava a água como sendo a origem de todas as coisas. E seus seguidores,
embora discordassem quanto à "substância primordial" (que constituía a essência do
universo eles procuravam saber o princípio (arché), de que todas as coisas são feitas,
qual a matéria-prima, a substância primordial de todas as coisas.
Conforme o costume dos sábios daquele tempo, também Tales viajou ao Egito. Segundo
estudiosos Tales chegou há ficar muito tempo no Egito e que voltou idoso. Tales ocupou-
se de assuntos egípcios e explicou as inundações do Rio Nilo. Pânfilo conta que ele
aprendeu a geometria com os egípcios que possuíam muito conhecimento dessa ciência.
Os egípcios tinham muito conhecimento da Matemática em razão das construções.
Também se diz que foi o primeiro estudioso da ciência dos astros, havendo prenunciado
eclipses do sol e acontecimentos futuros, motivo pelo qual Xenófanes e Heródoto o
admiravam.
Usando seu conhecimento astronômico e meteorológico, Tales previu uma excelente
colheita de azeitonas com um ano de antecedência. Sendo um homem prático, conseguiu
dinheiro para alugar todas as prensas de azeite de oliva da região e, quando chegou o
verão, os produtores de azeite tiveram que pagar a ele pelo uso das prensas, o que o
levou a ganhar uma grande fortuna com esse negócio.
Quando perguntaram qual era a coisa mais difícil, ele disse: “Conhecer a si mesmo”, e a
mais fácil , ele respondeu : “Dar conselhos”.
E que coisa tinha visto de mais extraordinária? Ele respondeu:“Que um tirano chegasse
à velhice”.
Do ponto de vista político buscou organizar uma “Confederação Jônica”, contra os
persas.
Anaximandro de Mileto, discípulo de Tales, geógrafo, matemático, astrônomo, foi o
mais destacado filósofo jônico, nasceu em torno de 609 a 610 a. C. e morreu em torno de
546 a.C. Ele não apontou uma substância determinada na origem do mundo, ele trabalhou
com o conceito de apeíron. Algo ilimitado, infinito, indefinido é que seria a essência de
tudo. Para ele o princípio primordial (arché) está no apeíron. Esse mundo era apenas um
dos muitos mundos que surge de alguma coisa, chamada infinito e se dissolviam nesse
infinito. Para ele a substância básica não podia ser algo tão trivial quanto à água.
Criou mapas geográficos, inclusive da terra, mediu solstícios e equinócios, pesquisou a
distância das estrelas. Criou o Gnômon (relógio solar). Afirmou que a terra é redonda, o
número de universos é infinito e ilimitado, e que tudo vem da unidade.

Escreveu um livro intitulado “Sobre a natureza”, que no decorrer do tempo perdeu-se,


provavelmente no incêndio da Biblioteca de Alexandria.

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Anaxímenes de Mileto nasceu em 585 a. C. e faleceu em 528 a. C. acreditava que terra,
água e fogo eram provenientes do ar. O ar era o princípio da vida. Então a substância
básica da qual se originava todas as coisas era o ar. Ele trabalhou muito a metereologia e
descobriu que a luz da lua vem do sol.
Heráclito de Éfeso também chamado “Pai da dialética” nasceu em 540 a. C. e morreu
470 a.C em Êfeso (colônia ateniense na Ásia Menor). De família aristocrática era
considerado um homem orgulhoso, sarcástico e não participava da vida política, e
recebeu o nome de “Obscuro” porque desprezava as classes desfavorecidas, os filósofos,
os poetas, os médicos. Virou misantropo, e foi habitar nas montanhas alimentando-se de
plantas e ervas.
Para ele o principio de todas as coisas a (árche) era o fogo. Ele acreditava que a
mudança era uma constante na natureza.
“Tudo flui, tudo está em movimento e nada dura para sempre”. Por isso “não podemos
entrar duas vezes no mesmo rio”. Porque não? Por que não era a mesma água que estava
lá e nem a mesma pessoa. Posteriormente, a Biologia descobriu a tese da constante
renovação celular.
Heráclito apontava que o mundo estava impregnado por opostos. Se não houvesse
doenças, não saberíamos a importância da saúde. Se não houvesse guerras como saber o
valor da paz?
Tanto o bem quanto o mal eram necessários ao todo. Sem a constante interação dos
opostos o mundo deixaria de existir.
Afirmava Heráclito: “É sábio escutar não a mim, mas a meu discurso (logos), e confessar
que todas as coisas são Um”. O Logos consistiria em ser a unidade nas modificações e
nos conflitos regendo tudo o que existe tanto no mundo político, como no físico, no
psicológico, no biológico, e na moral. Consiste na unidade nas transformações: “Deus é
dia-noite, inverno-verão, guerra-paz, superabundância-fome; mas ele assume formas
variadas, do mesmo modo que o fogo, quando misturado a arômatas, é denominado
segundo os perfumes de cada um deles”.
Entretanto, ele preferia usar a palavra “logos” que significava razão, no lugar da palavra
“Deus”. Em todas as transformações e opostos na natureza, Heráclito via uma unidade,
um todo, mas um todo mutável.
“O conflito é o pai de todas as coisas: de alguns faz homens; de alguns, escravos; de
alguns, homens livres”.
Em 1800, Hegel, filósofo idealista alemão, retoma essa visão dialética de Heráclito de
Éfeso, e Karl Marx vai-se aprofundar nisso dentro de uma perspectiva materialista.
O que significa dialética para vocês?
Dialética para os gregos era a arte do diálogo, da argumentação contraditória para daí
nascer o saber.
Dialética em Marx significa a unidade dos contrários – Capital / Trabalho.

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Ver o símbolo do Taoísmo.
Demócrito de Abdera nasceu cerca de 460 a.C.e morreu cerca de 370 a.C., apesar de
ser contemporêneo de Socrátes é apresentado tradicionalmente como um filósofo pré-
socrático. Amigo do filósofo Leucipo, Demócrito era muito rico e viajou pelo Oriente e
Egito. Foi o último grande filósofo da natureza.
Aristóteles assim se referiu na obra Metafísica sobre Demócrito: “Leucipo e seu
companheiro Demócrito diziam que o Pleno e o Vazio são os elementos primordiais;
afirmam que um é o Ser e o outro o Não-Ser; eis porque sustentavam que o Ser não é
mais real que o Não-Ser, porque o Vazio não é menos real que o Corpo”.
Ele acreditava que tudo era feito de minúsculas pedrinhas, invisíveis, que ele deu o nome
de átomo. Em grego “tomo” quer dizer divisível e “a” é a negação, portanto átomo é igual
à indivisível. Essas partículas se combinavam para dar origem a corpos mais diversos, que
não podem ser percebidos pelos sentidos, mas só pelo pensamento. Atualmente pode-se
dizer que a teoria atômica de Demócrito estava quase perfeita.
Jostein Gaarder filósofo norueguês que escreveu o livro “Mundo de Sofia” diz:
“De fato a natureza é composta de diferentes átomos, que se liga a outros para depois
se separarem novamente. Um átomo de hidrogênio presente numa célula da pontinha do
meu nariz pode ter pertencido um dia à tromba de um elefante. Um átomo de carbono
que está no músculo do meu coração provavelmente esteve um dia na cauda de um
dinossauro”.
Demócrito não teve acesso à tecnologia da atualidade, ele utilizou-se da razão. Como ele
aceitava que nada podia se transformar, que nada surge do nada e que nada desaparece
então, a natureza tem que ser composta de pedacinhos minúsculos que se combinam e se
separam.
Demócrito era considerado materialista porque ele não acreditava numa força ou
inteligência que interviesse nos processos naturais. As únicas coisas que existem são
átomos e vácuo. É célebre a frase dele: “Tudo o que existe no universo é fruto do acaso
e da necessidade”. Mas para ele o universo é infinito onde existem vários mundos
semelhantes ao nosso, dos quais um deles era uma cópia exata do nosso.
A Tese de doutorado de Karl Marx foi intitulada: “Diferenças entre a Filosofia Natural
de Demócrito e Epicuro.”
Evidentemente que os pré-socráticos não esqueceram totalmente do homem, ainda que
enfatizassem a investigação sobre a natureza. Isso não fora mesmo possível, porque
também o homem é parte da mesma.
Não obstante o estudo do homem não foi por eles tão acentuado, quanto se fará de
futuro, quando Sócrates ridicularizará os que se excedem no estudo da natureza.
2-SÓCRATES (470 a.C. – 399 a.C.)
Sócrates, filósofo grego, era cidadão ateniense. Sua figura é muito controversa, mas os
dados dizem que ele nasceu em Atenas por volta de 470 a.C. e morreu também em

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Atenas em 339 a.C. Sua juventude transcorreu durante a gloriosa idade de Péricles
(grande estrategista e político grego, responsável pela projeção econômica, política e
social de Atenas, e considerado também um dos responsáveis pela democracia
ateniense). A velhice de Sócrates transcorreu durante a conturbada Guerra do
Peloponeso (conflito armado entre Atenas e Esparta).
De origem modesta era filho de um escultor ou pedreiro, e de uma parteira, ele foi
casado com Xantipa, considerada uma mulher megera com quem ele teve três filhos.
Contrastava com sua sabedoria a aparência física: rechonchudo, feio, nariz achatado,
olhos esbugalhados, estômago saliente, e usando a mesma túnica de inverno a verão.
Entretanto quando falava era tão lúcido e profundo que ao ouvi-lo, os gregos esqueciam
por completo de sua aparência. E por isso Sócrates tornou-se uma figura muito popular
em Atenas.
Sócrates tinha fama de místico, visionário, que entrava em transe. Ele tinha ataques de
abstração que o deixava imóvel por várias horas. E acreditava piamente que ele
comungava com o divino e que Deus o havia enviado a Atenas para o bem do seu povo.
Dizia que escutava um sinal divino ou voz oculta, o seu daimon interior.
Esse demônio de Sócrates teve historicamente várias interpretações. Uns padres da
Igreja Católica como Tertuliano e Cipriano consideravam o daimon de Sócrates uma
figura satânica. Outros como Santo Agostinho e São Justiniano viam como um ser
angelical.
Ele considerava sua missão também espiritual e mística, por isso ele tinha que ser fiel a
este sinal, mesmo que isso o levasse a morte. Somente uma vida digna merecia ser vivida,
ele não se preocupava com que os outros pensavam ou o que a prudência ditava, o seu
compromisso maior era o que considerava ser a verdade.

Sócrates também serviu como simples soldado ou cidadão de Atenas. Sua vida como
cidadão ateniense foi marcada por duas características: o firme cumprimento dos
deveres cívicos, e a firme recusa de ultrapassar os limites das leis. Em sua dedicação a
Filosofia, teve a oportunidade de entrar em contato com todos os pensadores que
residiam em Atenas na segunda metade do quinto século a.C. A princípio interessou-se
pela Ciência Física, mas percebendo que desta forma não iria chegar ao “porque” dos
fatos, passou assim da Ciência Natural, com ênfase na matéria, à Filosofia autêntica
buscando a investigação, o propósito das causas finais das coisas.
A importância de Sócrates reside justamente no fato de que ele representa uma
transição, o despertar de um interesse pela filosofia propriamente dita. Sócrates
dedicou-se à missão que acreditava ter recebido do oráculo délfico: “Uma cruzada
contra o charlatanismo, e a pregação da sabedoria autêntica”.

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Sócrates foi sempre um filho leal de Atenas. Para ele as leis deveriam ser sempre
respeitadas. Aos seus discípulos, ensinavam que a política é uma arte devendo ser
exercida pelos especialistas.
Sendo a política uma arte, exigia o conhecimento, mas também uma devoção altruísta aos
negócios públicos. Esta é a concepção herdada posteriormente por Platão, e que ele
aplicou na sua obra a “República”.
Sócrates tinha defendido a soberania do conhecimento. Ele afirmou: “se o conhecimento
é soberano, então as leis devem subordinar-se a ele”.
2.1-Importância de Sócrates no desenvolvimento da filosofia.
Foi Sócrates quem fez a Filosofia descer dos céus. Antes dele, com algumas exceções,
os pensadores dirigiam sua atenção principalmente ao que se referia a origem e
estrutura do cosmo. A preocupação de Sócrates, ao contrário, era exclusivamente com
questões humanas, queria saber a finalidade da vida do homem e como melhor tratar sua
alma.
Sócrates fazia perguntas constantemente, mas não oferecia respostas. O objetivo
último de suas longas conversas e perguntas era descobrir como o homem deveria
conduzir sua vida.
Esta mudança de direção foi de fundamental importância para o desenvolvimento da
Filosofia grega.
Mas, Sócrates não deixou nada escrito. Ele deve o seu destaque na História da Filosofia
em grande parte ao seu aluno Platão, e também Xenofonte. Platão idealiza o mestre, ao
passo que Xenofonte é mais realista. Aristófanes, seu opositor, na comédia “Nuvens”,
faz do mestre uma caricatura que contribui para a sua condenação. Nos escritos de
Platão é que extraímos o núcleo central do pensamento socrático.
Sócrates não tinha propriamente uma escola, mas um círculo de familiares, de discípulos,
com os quais se encontrava com frequência. A Filosofia era a essência do seu viver. A
nova educação que lhes proporciona nada tinha de dogmática e consistia na procura em
comum, que não excluía as dissertações e a leitura comentada dos poetas. Além dos
discípulos, também frequentam o círculo socrático jovens atenienses, como Alcebíades,
que se compraziam em assistir a uma discussão inteligente e bem orientada.
A importância de Sócrates reside justamente no fato de que ele representa uma
transição, o despertar do interesse pela filosofia propriamente dita.
Sócrates dedicou-se a missão recebida no oráculo de Delfos: “Uma cruzada contra o
charlatanismo, e a pregação da sabedoria autêntica”. Sócrates se julga desde então da
missão divina, a de decifrar o significado de tal sentença, convertendo os seus
concidadãos à sabedoria e a virtude. Ele não queria ensinar as pessoas, mostrava que
queria aprender com seu interlocutor. Ele fazia muitas perguntas como se não soubesse
de nada.

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A expressão socrática “Conhece-te a ti mesmo”, mostra que a investigação de Sócrates
é sobre a natureza do homem. Ele quer conhecer a interioridade, aquilo que é a
continuidade do homem.

2.2-Diálogo socrático
Sócrates fez do diálogo o método de sua filosofia. Diálogo (dia =através; logos= palavra,
verbo). Ele procurando conhecer-se a si mesmo, para saber em que consiste a sua
sabedoria e, acreditando na crença da transmigração das almas, Sócrates admitia que a
verdade não estivesse fora, mas dentro de cada um, adormecida na alma. Ele se
considerava como um parteiro de ideias (e não parturiente, que concebe, dá luz).
O diálogo socrático inclui três momentos: a ironia, a maiêutica e a indução.
Ironia – não descobrindo em si mesmo espécie alguma de sabedoria Sócrates, onde quer
que se encontre interrompia seus interlocutores a respeito das coisas que, por hipótese
deveriam saber. Sócrates verificava que ao interrogá-los, que não sabiam o que julgavam
saber e, o que é mais grave, não sabe que não sabe. Ao passo que ele Sócrates, não sabe,
mas sabe que não sabe, descobrindo a sua sabedoria na consciência da própria ignorância.
A ironia consiste em levar o interlocutor, mediante uma série de perguntas
habilidosamente formuladas, a tomar consciência da própria ignorância e a confessá-la.
Desta forma ele expunha as franquezas dos atenienses. E muitos se sentiam
incomodados e irritados com ele, sobretudo os que detinham o poder na sociedade. Ele
dizia que Atenas era uma égua preguiçosa e ele um mosquito que lhe picava o flanco para
mostrar que ela ainda estava viva.
Maiêutica – reconhecida à ignorância em relação ao que se julgava e presumia saber,
procura-se extrair de sua alma o conceito que nela permanecia em estado latente. Assim
Sócrates através de perguntas e análises sucessivas procura chegar à verdade ou a
contradição do enunciado. Chama-se a esse método de maiêutica, que em grego significa
parto das ideias, a arte de parir as ideias. Porque o conhecimento vem de dentro.
Este método socrático se desenvolvia mais ou menos de acordo com o modelo que
elaboramos para exemplificá-lo.
- Você acabou de falar em amor. O que entendeu por amor?
- Amor é querer bem a outra pessoa.
- O que entende por querer bem?
- É desejar tudo de bom para ela.
- Este termo bom significa o que você considera bom para outra pessoa ou o
que esta independentemente de você, considera bom para ela?
- Certamente o que a outra considera.
- Se esta considerasse como bem ou como bom àquilo que você possui, sua
namorada, suas joias etc., você cederia estes bens para ela?
- Certamente que não.

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Então surge uma contradição e você teria que dizer: “Amar é querer o bem que eu
considero como tal para a pessoa amada”. A partir deste ponto, pode-se continuar a
especular de acordo com a maiêutica socrática.
O exemplo clássico da aplicação da maiêutica é encontrado no diálogo platônico intitulado
“Mênon” no qual Sócrates leva um escravo ignorante a descobrir e formular vários
teoremas de Geometria.
Indução – consiste na apreensão da essência, do universal que se acha contido no
particular, na determinação conceitual, na definição.
Não se trata, para Sócrates, de defender a beleza do cavalo, dos objetos inanimados, do
escudo, da espada ou lança, por exemplo, mas a beleza em si mesma, em sua essência ou
determinação universal.
2.3-Antropologia Socrática
Desinteressando-se da natureza física e ocupando-se apenas com as coisas morais, a
antropologia socrática é a ciência capaz de regular a conduta humana orientando-a no
sentido do bem. O reto pensar e o reto agir são coisas inseparáveis. Quem conhece o
bem não pratica o mal. O sábio é bom. O sábio não era o intelectual, mas aquele que tinha
atingido em sua vida a perfeição moral.
Todos os homens procuram a felicidade, quer dizer: o bem, e o vício não passam de
ignorância, pois ninguém pode fazer o mal voluntariamente.
“Aristipo enviou um escravo com vinte minas a Sócrates, que se recusou a aceita-las. Ele
dizia: Nenhum verdadeiro bem pode ser trocado por dinheiro. E, no país das almas, no
país dos verdadeiros bens, nada do que aqui está a venda merece ser comprado. Aceitar
dinheiro segundo ele de quem quer que seja, é entregar-se, sem compensação, a um
senhor, e cair na mais vergonhosa das servidões. Era sóbrio em tudo. Dizia: O espírito
que se inquieta com mil necessidades por ele criadas para o seu corpo, acreditas que seja
mais livre que o espírito que se pode entregar inteiramente, a belos pensamentos?
perguntava Sócrates. Para mim, dizia ainda, creio que, se há deuses, sua felicidade
consiste em estar isentos de toda necessidade. O homem não poderia gozar uma
felicidade tão completa. Mais diminui suas necessidades, porém, mais se aproxima das
condições divinas. E, se o divino te parece o perfeito, mais o homem diminui suas
necessidades, mais se aproxima da perfeição.
2.4- Morte de Sócrates por razões políticas
Sócrates tinha muitos discípulos, o melhor da juventude ateniense do seu tempo. E numa
época de crise como a sua, achava-se que em vez de levar estes jovens para os bosques
sagrados, para o culto dos deuses e para valores retrógrados, Sócrates encaminhava-os
para a discussão acerca do melhor caminho para o futuro individual e coletivo. Sócrates
era contra a condenação a morte e recusava-se a denunciar seus inimigos políticos.
Por isso foi acusado de corromper a juventude e de ateísmo (por não adorar os deuses
oficiais do Estado), e foi condenado a beber o veneno cicuta. Esta acusação revela dois

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aspectos: um religioso, e outro, aparentemente de ordem moral, mas que na verdade
demonstra uma base política. Foram os seus ensinamentos éticos, imbuídos de
implicações políticas que o levou a ser condenado. Ele tinha criticado a democracia
ateniense, o sorteio político, a composição da Assembleia, a ignorância dos estadistas.
Além do mais, muitos de seus discípulos e companheiros Alcebíades e Crítias haviam
tentado subverter a democracia.
Alceu Amoroso Lima, filósofo brasileiro, membro da Academia Brasileira de Letras assim
se expressa sobre a condenação e morte de Sócrates: “As duas grandes acusações
contra Sócrates que levaram a maioria dos 501 a condená-lo a morte foram – atentar
contra a religião do Estado e corromper a mocidade: ateísmo e subversão. Foi fácil a
Sócrates, na sua defesa, destruir completamente tanto uma como outra acusação. Longe
de ser ateu, mostra Sócrates que foi a voz do oráculo de Delfos que sempre o
guiou...Longe de ser um racionalista, era a voz da humildade e do reconhecimento de que
há mais coisas debaixo do sol que a nossa pobre razão possa compreender, como
exprimiu Shakespeare, 23 séculos mais tarde.
Verdade apenas é que Sócrates condenava o politeísmo oficial, a religião de Estado, que
obrigava a um conformismo especulativo incompatível com a dignidade humana e com a
liberdade de consciência. A filosofia socrática não era um ateísmo, pois considerava que
as raízes do universo sensível estavam acima e fora deste universo; e Platão
sistematizou essa doutrinação em sua teoria das ideias e da Divindade Suprema. Mas
era, isto sim, um antiestatismo, isto é uma condenação da autocracia humana que se
servia dos deuses para impor aos homens uma escravidão política e moral, pior que a
escravidão social. Este estatismo para Sócrates tanto podia ser democrático quanto
oligárquico. Contra os 30 Tiranos fora ele a única voz no Pritaneu que ousou erguer-se
contra um decreto injusto da ditadura. E foi morrer vítima de um governo democrático.
O fanatismo democrático ou ditatorial, é que é o inimigo da dignidade humana e da
liberdade de consciência que Sócrates representa. Não era uma questão de regime
político, mas por um principio mais alto de todos os regimes – o da dignidade da pessoa
humana. O que ele não tolerava era a opressão de pensamento, fosse da Multidão, fosse
do Estado, fosse em nome dos deuses, fosse em nome da onipotência da Razão, da
Violência, do Número. A maioria que votou sua morte praticava uma injustiça igual a que
havia praticado o regime ditatorial oligárquico, contra o qual a sua voz solitária no
Pritaneu é que estava com a razão, com a verdade e com a justiça”.
No ano da morte de Sócrates, a democracia ateniense estava abalada. As revoluções
oligárquicas estavam presentes na lembrança dos gregos. Os espartanos vitoriosos
instalavam essas oligarquias. A morte do filósofo foi porque se temia que ele fosse
perigoso à ordem política regida pelo Estado. A acusação religiosa tinha por objetivo
confundir os espíritos contra Sócrates.

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“Os acusadores de Sócrates, que na verdade foi toda sociedade ateniense, teriam
preferido não o levarem a barra do tribunal e muito menos o verem condenado e
sentenciado à morte. É muito importante termos em mente que no fundo foi Sócrates
quem forçou a mão de seus acusadores. Tivesse ele permanecido em silêncio não teria
preciso comparecer ao Tribunal. Tivesse mostrado reverência e aceito o procedimento
do Tribunal (por exemplo, apresentando uma forma ‘correta’ de defesa, mostrando-se
arrependido e pedindo desculpas, deixando que sua mulher e filhos, pedissem clemência
em seu favor) não teria sido preciso declará-lo culpado, e não tivesse ele irritado ainda
mais os jurados ao sugerir que por castigo lhes dessem alimentação gratuita no lugar
reservado aos heróis olímpicos, ao invés de uma multa razoável, não o teriam sentenciado
a morte. Finalmente, tivesse ele se disposto a aceitar a fuga da prisão (arranjada, ao que
tudo indica com o pleno conhecimento das autoridades) não precisaria ter sido
executado. Mas Sócrates preferiu prestar obediência à letra das leis de Atenas, e o que
é mais importante, obedecer a algo que transcendia à mera obrigação civil – a Deus ou
aos deuses...Durante o inquérito declarou que considerava ser vergonhoso que depois de
haver enfrentado a morte no campo de batalha por ordem do Estado (como soldado),
devesse agora cedendo ao medo da morte desobedecer o mandato divino de praticar sua
filosofia, interrogando a si mesmo e aos outros”. (FITSGERALD, Ross. Pensadores
Políticos Comparados. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1983, p.15).
Na verdade o filósofo foi julgado e condenado por uma “razão de Estado”. Sócrates foi
sempre um filho leal de Atenas. Para ele, as leis deveriam ser sempre respeitadas e
muito mais os desígnios divinos.
Na véspera de sua morte dormiu profundamente, ingeriu a cicuta com serenidade e
consolou os amigos. Ele soube viver e morrer com coerência.
3- O PENSAMENTO POLÍTICO DE PLATÃO (427 a.C. – 347 a.C.)
Sabe-se que os filósofos pré-socráticos de uma maneira geral permaneceram numa
perspectiva cosmológica, procurando explicar as mudanças ou transformações que
ocorreram no mundo por meio de elementos físicos ou materiais.
O socratismo opera a revolução que consiste em deslocar a reflexão do mundo físico,
para o mundo humano, propondo como objetivo próprio da indagação filosófica, os temas
referentes ao homem e as descobertas das essências. O platonismo inscreve-se nessa
tradição, recebendo a influência pessoal e decisiva de Sócrates.
Platão e Aristóteles, dentre todos os filósofos foram os que maior influência exerceu no
Ocidente, pelo fato de terem contribuído para a construção dos alicerces da civilização
ocidental.
Platão foi um dos filósofos mais influentes de todos os tempos, seu pensamento domina a
filosofia cristã antiga e medieval, até a recepção do aristotelismo no século XIII, que
penetrou via Espanha mulçumana.

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Alguns estudiosos dizem que, embora não pareça, a influência de Platão foi
predominante, porque o Cristianismo recebeu uma grande influência do pensamento
platônico, e o contato do Ocidente com Aristóteles data apenas do séc. XIII.
Platão, cujo nome verdadeiro era Aristócles, foi chamado de Platão em razão do seu
vigor físico e de possuir ombros largos, platos significa largo. Ele era filho da mais alta
aristocracia ateniense. Viajou por quase todo o mundo conhecido de então. Inicialmente
Platão foi discípulo de Crátilo, seguidor de Heráclito. Posteriormente, com vinte anos,
tornou-se discípulo dileto de Sócrates.
Ele fundou uma escola chamada Academia, num bosque que levava o nome do legendário
herói grego Academos. No portão dessa Academia dizia “Não passe destes portões quem
não tiver estudado Geometria”. A Academia de Platão existiu por uns mil anos, se
extinguindo em 529 d. C. por ordem do imperador romano Justiniano.
Os ensinamentos da Academia eram realizados através do diálogo, e compreendia as
áreas da filosofia, matemática, ginástica. A preocupação de Platão em estudar
matemática deveu-se ao fato de que os dados matemáticos não se alterarem. Para ele,
aquelas coisas que sentimos e percebemos através dos sentidos são incertas e não
podemos ter um conhecimento seguro. Mas aquilo que se conhece pela razão será assim
sempre, como a soma dos ângulos de um triângulo é de 180°.
3.1- A política e o Estado pensado por Platão.
Platão dedicou grande parte de seu pensamento ao estudo da política. Suas ideias
políticas estão expressas, sobretudo na obra “República”.
Pode-se dizer que seu pensamento político não era de maneira alguma democrático, mas
de forte caráter autoritário e até mesmo totalitário. Até meados dos seus vinte anos,
Atenas esteve envolvida quase continuamente em longas e desastrosas guerras com
Esparta, sua rival, pela supremacia entre as cidades gregas. Atenas perde a hegemonia
na Guerra do Peloponeso, e Esparta emerge como potência econômica. Foi um choque
para ele ver sua cidade natal, Atenas, ser derrotada pela despótica Esparta. Logo
Atenas cidade notável por sua cultura, que atraia intelectuais de todas as partes do
mundo grego, aonde a literatura, as artes, a Filosofia lá florescia. Atribuiu a sua derrota
ao fato da democracia reinar em sua terra.
Outro fator que pesou para que Platão desacreditasse na democracia foi presenciar a
condenação de Sócrates a beber cicuta. Ele se detém nesse episódio no texto a
“Apologia de Sócrates”. Mas Platão escreveu também cerca de trinta Diálogos tendo
Sócrates como protagonista. E Platão tinha bem em mente que foram os 501 membros de
uma corte democrática que, por grande maioria, votaram pela execução de Sócrates.
Platão não podia conceber que a mais sábia cidade, Atenas, levasse a condenação à morte
do homem reconhecidamente mais sábio e justo.

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A conclusão de Platão era a de que ninguém poderia participar da vida política e
conservar sua integridade nas condições existentes, e que apenas a reflexão filosófica
poderia permitir ver o que era certo e justo.
A única cura para as doenças da sociedade era o estabelecimento de um governo
filosófico: que os filósofos se tornassem governantes, ou que os atuais governantes se
tornassem filósofos. Ele não admitia que o poder ficasse nas mãos daqueles que tinham
poder econômico, e nem daqueles que possuíssem uma estrutura bélica. O governo teria
que ficar com os filósofos que iriam comandar através da razão.
Ele identifica uma crise de hegemonia em Atenas, uma crise econômica, uma acentuação
da crise cultural (que é justiça?) e uma crise institucional.
O pensamento político de Platão nasce da análise da crise na pólis grega.
Platão não estava interessado na reforma de padrões existentes da vida política, mas na
sua substituição por uma ordem completamente nova que proporcionasse a virtude e a
felicidade.Platão achava que a sociedade deveria ser totalmente refeita. Com Platão
nasce a Teoria do Estado.
O Estado ideal é o Estado justo, e o Estado justo é o local onde cada membro
desempenha a sua função, apenas aquela função para a qual foi destinado pela natureza.
Todos têm uma função apropriada e quando um que é artesão se entrega a uma função de
governo, comete não apenas um equívoco, mas uma injustiça, uma dupla injustiça, porque
teremos um governante incapaz e, alguém que poderia executar bem a tarefa de artesão
deixará de ser aproveitado.
A justiça verdadeira é entendida como cumprimento, por cada um do papel que a
sociedade impõe aos seus membros.

E o Estado justo, ideal é dividido em três classes: os governantes-filósofos, os militares


ou guerreiros e os agricultores. Cada um deles se centrando na sua função especifica e,
com prazer fazendo o seu trabalho, contribuindo para a vida social geral e para a justiça.
O governo do Estado ideal seria entregue aos filósofos, pois só estes poderiam com sua
sabedoria reger a cidade.
O problema é que os iguais e desiguais querem estar na mesma função. A democracia
para Platão estava em desordem quem devia governar não governava, quem devia
produzir não produzia.
Para Platão os governantes e guerreiros devem ser despossuídos de propriedade
particular: bens e mulheres. O comunismo era limitado e radical a duas classes sociais,
inclusive as mulheres deveriam ser comuns e os filhos pertencerem ao Estado e não a
família. Leva a sociedade a identificar-se totalmente com o Estado. O interesse do
cidadão tem que desaparecer em função do interesse do geral. Há um privilegiamento do
Estado, o Estado como único educador. O papel de educador é ligado a ação do Estado.

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O Estado ideal de Platão constante na sua obra “República” tem sido muitas vezes
comparado aos modernos Estados totalitários. Platão coloca os interesses do Estado ou
comunidade acima dos indivíduos, a ponto de se esperar que a identidade individual possa
quase desaparecer.
A morte de Sócrates e suas experiências políticas levaram Platão a concluir não ser
possível a pessoa ser justa numa cidade injusta. A realização da filosofia implica não só a
educação do homem, mas a reforma da sociedade e do Estado.
Comparava o Estado ideal ao corpo humano

Cabeça Razão

Peito Vontade

Baixo ventre Desejo, prazer.

E cada parte do corpo deve aspirar um ideal ou virtude:


A razão deve aspirar sabedoria;
A vontade deve aspirar coragem e;
O prazer, o desejo, tem que ser controlado.
O Estado tem a mesma estrutura do ser humano:

Cabeça governantes

Peito soldados

Baixo ventre trabalhadores


Robert Nisbet aponta que O livro de Platão “A República”, “acima de todos os demais,
teve o efeito de tornar o ideal da política, do poder político, dos laços políticos, da
comunidade política, o mais influente de todos os tipos de comunidade existentes na
filosofia ocidental. A linha intelectual, desde Platão até os Estados democráticos e
totalitários do século XX, é clara e direta. Sejam quais forem as marcantes diferenças
entre os dois tipos de Estado moderno, o que eles tem em comum é a ascendência do laço
político sobre todos os outros da sociedade; do papel político sobre os papéis de família,
religião, ocupação e lugar; do intelectual político sobre todos os intelectuais; da
autoridade política sobre todas as autoridades sociais e culturais competitivas; e,
finalmente, o oferecimento do Estado político como principal proteção do homem diante
das incertezas, privações e misérias deste mundo.E, deve-se a Platão, mais de que
qualquer filosofo ou intelectual essa ascendência da política.

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E deve haver ascetismo; disposição para renunciar aos confortos humanos comuns, da
vida familiar, da vizinhança, dos ócios do companheirismo, do dinheiro, dos bens
materiais”. As diferenças encontradas entre os pontos de vista de Platão e Aristóteles
são, em grande número, resultado do fato de o último ter vivido no mundo de Alexandre,
e não naquele mundo sombrio, melancólico, profundamente derrotado que fora o de
Platão - o mundo da amada polis. Foi a obsessão de Platão com a crise da polis que o levou
a preocupar-se com uma comunidade ideal, política em seu âmago, possuindo toda a
unidade, a ordem e a simetria métrica. Platão expressava sua ânsia de unidade. Para
Platão “quanto maior a unidade do Estado, melhor”. Ele idealizava uma comunidade
política monolítica, unitária, absoluta”.
3.2-Teoria dos dois Mundos
Platão percebia e pensava o mundo de forma diferente dos outros filósofos. Ele se
detinha no mundo das ideias que possuía uma realidade não material, e as coisas físicas
são frutos de causas mais elevadas, mais sutis. Tudo o que existe é consequência,
reflexo de uma ordem implícita, superior e invisível e a preocupação de Platão era com o
eterno, e imutável. Numa perspectiva política, Platão concluiu a contradição existente na
sociedade entre as suas efetivas, reais relações e o ideal e a verdade.
A razão humana para Platão era algo eterno e imutável. E isso não era um elemento
físico. Os eternos e imutáveis são modelos, formas, moldes, espirituais, a partir dos
quais todo o mudo fenomênico é criado. Existe um mundo das ideias, autônomo, das
formas, a partir do qual tudo é criado. Este mundo só se conhece através da razão. E as
ideias são eternas e imutáveis. E existia também um mundo dos sentidos – de
conhecimento incerto, aproximado, doxa, opinião, onde tudo flui, surge, desaparece.
Para Platão as coisas que vemos e percebemos neste mundo não é a realidade. Tudo o que
existe neste mundo não passa de aparência, reflexo, cópia, sombra da verdade, da
realidade.
- Onde de se encontra esta realidade?
No mundo das ideias era verdadeiro, real, uno. Na compreensão de Platão o Ser é a ideia.
A verdadeira essência das coisas se encontrava no mundo das ideias. Assim em Outro
Mundo era o lugar das coisas verdadeiras, do Ser, das ideias eternas, imóveis e
absolutas.
O mundo em que vivemos é o lugar das aparências das sombras, da opinião, é relativo.
Este ser que toco está ligado a minha percepção, e a minha percepção é limitada. Porque
neste mundo conhecemos as coisas como que distraidamente, ocasionalmente. Enquanto
no outro mundo teremos a contemplação ou a visão das ideias eternas de todas as coisas:
homem, cadeira, mesa, animal, bondade, vida.
As coisas concretas como cópias tinham menos valor. Por exemplo: não se deve valorizar
a beleza do corpo por ser algo inferior. Daí não ser importante à utilização da praia, da
cultura física, da moda, da estética feminina e também masculina. A verdadeira beleza

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consistia em descrever, contemplar a ideia de estética em que última análise estava na
mente divina.
Para Platão existe uma só ideia de mesa existente lá no “mundo das ideias”. E todas as
mesas concretas são cópias desta “mesa imutável”.
Para Platão o homem também é um ser dual, com um corpo que flui e uma alma imortal.
Ele acreditava na transmigração da alma.
Fazendo uma ponte com a atualidade mencionaremos aqui o pensamento do físico
americano David Bohm (1917-1992), que possui muita semelhança com o pensamento
platônico. Ele é considerado como um dos maiores expoentes da chamada “Nova Física”
ou “Física Quântica” que incomodado com a visão partida e estática da realidade criou o
conceito de “ordem implicada”, que seria o universo oculto que não possui condições de
ser detectado, mas do qual surge a ordem explicada.
O que se vê e se sente trata-se da “ordem explícita”, que é tridimensional, superficial e
ilusória. Ele rejeita a análise separada e independente da realidade e propõe que, num
mundo multidimensional, existiria uma ordem implícita como um holograma que em que
cada parte compõe o todo. Tudo se encontra interconectado de forma profunda e além
dos limites tempo/espaço. No seu trabalho “A totalidade e a Ordem implicada” (1998)
defende o postulado de que o homem não pode pensar a realidade formada de
fragmentos independentes uns dos outros, porque isto levará a mente atuar também de
forma fragmentada. Entretanto, se o homem promover a inclusão das variadas partes
como um todo unificado, a mente irá também operar de maneira semelhante e trará
como consequência uma visão mais harmônica do Todo. Como foi dito acima, as coisas que
se veem, que se sentem, tratam-se da ordem explícita, que é tridimensional, superficial e
ilusória. Bohm acreditava que os fenômenos não conhecidos pelos paradigmas em vigor
evidenciavam a necessidade de criação de novos paradigmas.
Na sua aproximação com o espiritualismo, ele manteve um permanente diálogo com o
místico e filósofo indiano Jiddu Krishnamurti (1895-1986) que foi posteriormente
transformado em livros. Nestas obras ambos concordam com a existência do
transcendental. Postulam que os objetos não existem separados dos eventos e a
totalidade não está separada do mundo físico. Essa visão conduz ao holismo e oferece a
possibilidade da união entre ciência e espiritualidade, quebrando conceitos arraigados no
mundo científico. A objetividade não existe, e ao estudar e observar a realidade está-se
também a modificando. Ele também vai criticar a tese de que a vida é uma competição, e
que o objetivo do homem é o progresso e aperfeiçoamento da tecnologia.
3.3- Conhecimento para Platão
Em uma existência anterior a alma humana antes de unir-se ao corpo, contemplou o
mundo das ideias e aprisionado no corpo, porém, delas não se recorda. O corpo não é
instrumento, mas obstáculo ao conhecimento.

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As coisas proporcionam a oportunidade e o estímulo para que a alma, ao vê-las, se
recorde das ideias contempladas na existência anterior.
Conhecer é recordar, ou lembrar-se do que se encontra dentro de nós. Minha alma já
teve o conhecimento de tudo.
Sócrates através de perguntas habilmente formuladas, fez com que um escravo
ignorante descobrisse a demonstração do teorema pitagórico: de que a soma do
quadrado dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa. Para Platão isso seria uma prova
de que sua alma, antes de encarnar, havia visto o mundo supremo das ideias e mantinha
em forma oculta este conhecimento.
3.4-Formas de governo em Platão
Platão apresenta no livro VIII e IX da República as seguintes formas de governo.
1-Aristocracia ou governo dos sábios - a única justa e legitima;
As outras são formas corruptas de governo por não permitirem que se realize a justiça.
2- Timocracia ou Timarquia – governo de espírito belicoso;
3- Oligarquia – governo dos ricos;
4-Democracia – governo da multidão que desrespeita as hierarquias naturais e legítimas;
5-Tirania – governo violento e desenfreado.
3.5- Mito da caverna
O mito da caverna é a explicação por analogia da sua tese de que estamos no mundo das
sombras. No livro VII da Republica, Platão resume de forma alegórica, sua concepção a
respeito da realidade e o significado da Filosofia e da Política, uma vez que a missão do
filosofo e do político serem a mesma.
Os homens vivem acorrentados nas pernas e no pescoço no interior de uma caverna
subterrânea. Não podem olhar para trás e se encontram de costas voltada para a
entrada. Não veem a luz do sol, somente à luz que vem do fogo que arde atrás deles, no
alto e ao longe. Os prisioneiros só podem contemplar as sombras dos homens, animais e
figuras que passam pelo exterior, e que se projetam no muro da caverna. Quando um
deles se liberta com muita dificuldade e consegue emergir para a realidade exterior, a
luz do sol inicialmente o ofusca e o deslumbra. Aos poucos e penosamente consegue
adaptar-se à nova realidade, percebendo então que o mundo em que ele vivia era feito
apenas de reflexos e das sombras das coisas.
Correria grave risco, porém, se retornando ao interior da caverna (essa é a missão do
filósofo) procurasse revelar aos seus antigos companheiros a irrealidade do mundo que
habitam, porque escarneceriam dele e talvez o matasse se tentasse converte-los ao
mundo real.
A caverna corresponde ao mundo sensível em que estamos aprisionados e no qual só
percebemos as sombras, as coisas. O exterior é o mundo inteligível das ideias. O homem
feito de corpo e de alma pertence simultaneamente a esses dois mundos (o mundo das
sombras e o mundo das ideias). E a tarefa da Filosofia ou da Dialética, tal como Platão

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entende, seria a de levar os outros a libertar-se da caverna, e compreender a diferença
entre o mundo da aparência e o mundo da realidade.
4-ARISTÓTELES
A comunidade política começa realmente no Ocidente, com a obra de Aristóteles A
Política. Segundo alguns estudiosos, Aristóteles sistematizou o pensamento político
ocidental
“Nos casos em que Platão expressava sua adoração a unidade, Aristóteles exigia
pluralismo, diversidade e divisão na boa comunidade, e via na busca de unidade levada
muito longe o perigo de tirania e sufocação de espírito, mas até mesmo de subversão da
própria comunidade política”.
Aristóteles, filósofo grego nasceu em 384-322 a.C. no norte da Grécia, na cidade de
Estagira -Trácia, quando esta se encontrava dentro da esfera de influência da
Macedônia. Era filho de Nicômaco, um próspero médico do rei da Macedônia, e daí sua
preocupação com a Biologia e as classificações naturais.
Em 367 a.C., aos 18 anos foi para Atenas estudar na “Academia” de Platão, aderindo à
doutrina deste e permanecendo lá por 20 anos até a morte daquele em 347 a. C.
Com a morte de Platão, Aristóteles deixa Atenas e passa os doze anos seguintes
exercendo várias atividades, viajando, a partir daí elabora a construção de um sistema
filosófico próprio.
Nessa época, Macedônia era governada pelo poderio militar. Filipe confia a Aristóteles a
educação de Alexandre, o grande, conquistador de quase todo o mundo conhecido de
então. Quando ainda Aristóteles era preceptor de Alexandre os macedônios derrotaram
os gregos em Quironéia. Com a morte de Filipe, Alexandre sobe ao trono e Aristóteles
volta a Atenas.
Em 335 a.C. Aristóteles funda perto do Templo de Apolo Lício, a sua escola, daí o nome
de Liceu. Ele ensinava passeando entre as sombras das árvores, daí seus discípulos
serem chamados de peripatéticos derivado da palavra peripatos que significava um
claustros que rodeava o Liceu. Escreveu mais de 400 trabalhos, mas só chegaram até
nós apenas 50 trabalhos O Liceu passa a rivalizar coma a escola filosófica.
A “Academia” era voltada para as investigações matemáticas, e o “Liceu” ao contrário
transformou-se num centro de estudo voltado para as ciências naturais.
Pode-se dizer que Aristóteles foi um biólogo pesquisador, que catalogou uma grande
quantidade de plantas e árvores. Seu naturalismo deu um fundamento para a Doutrina
Social Naturalista.
O pensamento político de Aristóteles só pode ser compreendido na perspectiva de que, o
homem e a sociedade são produtos da natureza. Aristóteles não possuía a visão idealista
de Platão, mas uma visão realista.
Para Aristóteles a política é a ciência da felicidade humana, uma ciência prática que
busca desenvolver nos homens suas potencialidades. A política tinha por objetivo fazer

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uma reflexão sobre as formas de governo e instituições políticas que assegurassem o
bem comum.
Aristóteles era pluralista, e o seu objetivo na obra “A Política” era buscar a melhor
comunidade política com mais probabilidade de ser realizada por homens do modo como
estão constituídos e dentro das suas circunstâncias.

Para ele um Estado era feito de diferentes espécies de seres humanos. Um Estado não é
uma organização militar, cuja eficácia apague as diferenças entre aqueles que formam
uma organização. No bom Estado é importante que as desigualdades entre os povos e
seus costumes sejam não só reconhecidas como protegidas até onde for possível.
Aristóteles antipatizava com o comunismo, seja de propriedade, seja de esposas e filhos.
Aristóteles acreditava na família, na propriedade, na natureza da amizade e das relações
de amor.
Não encontramos em Aristóteles qualquer esboço claro de Estado ideal, porque em
política ele tinha uma perspectiva analítica-empírica, e se interessava na descrição,
classificação e análise dos Estados, do que estabelecer o Estado ideal como fizera
Platão. Qualquer forma de governo político seria boa se mantivesse preservadas a
família, propriedade privada, as associações legítimas, os principais grupos.
4.1- Formas de governo em Aristóteles
Segundo Aristóteles dentro da sociedade convive três categorias de pessoas que
correspondem a três relações com a alma, com o interior do homem:
-Filósofos
-Homens esclarecidos (Homens de Phronesis)
-Massa não-esclarecida
Os homens esclarecidos deveriam administrar a cidade, por serem capazes de com sua
prudência articular e harmonizar interesses antagônicos. Finalmente a massa não
esclarecida que, segundo Aristóteles, não tinha a compreensão dos filósofos. Essa massa
não esclarecida deveria ficar sob o poder da lei, pois é incapaz de discernir entre o bem
e o mal. A lei é para os menos esclarecidos.
A teoria clássica das formas de governo é aquela exposta por Aristóteles na obra
“Política”, e foi repetida durante séculos sem grandes variações.
Aristóteles apresenta seis formas de governo, três formas puras e três formas
corruptas.
Governo puros são no pensamento aristotélico, aqueles em que os titulares do poder,
quer se trate de um, de alguns, ou de todos, exercem o governo preocupado com o
interesse comum. Governos impuros ou corruptos são aqueles em que, ao invés do bem
comum, prevalece o interesse particular dos governantes contra o interesse da
coletividade.

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-Governos puros na visão aristotélica
1– Monarquia – governo de um só, que governa respeitando as leis e tendo por objetivo o
interesse geral. Aristóteles diz que, quando se encontra uma família ou um individuo que
possuam virtudes tão grandes, que ultrapassem a de todos os outros, então é justo que
essa família seja elevada ao poder real, tornando-se senhora de tudo, ou que se faça rei
esse individuo tão eminente. Não é justo fazer perecer ou exilar pelo ostracismo um
homem de uma virtude tão eminente, com uma superioridade tão grande, nem pretender
que ele obedeça a outros. Resta então obedecer a tal homem e reconhecer-lhe sua força
sempre.
2- Aristocracia – na classificação aristotélica significa o governo de alguns. O governo
dos melhores na cultura, na inteligência e, por isso, devem tomar as rédeas do governo. A
exigência de todo governo aristocrático deve ser, segundo Aristóteles, a de selecionar
os mais capazes, os melhores.
3- República ou Polítia – quando a multidão governa no sentido do interesse geral. Isso é
possível porque pode ser que um só, ou muitos indivíduos adquiram uma superioridade
notável em matéria de virtude, sobretudo na virtude guerreira. É por isso que a
autoridade deve estar nas mãos dos que combatem, para proteger o Estado.
Governos impuros ou corruptos na visão aristotélica
1- Tirania – a monarquia, governo de um só pode se desvirtuar e se transformar em
Tirania, quando o poder se torna absoluto, arbitrário, despótico, sem se importar com os
interesses dos súditos e prevalecendo o interesse exclusivo do tirano.

2-Oligarquia – a Aristocracia depravada se transforma em Oligarquia, Plutocracia,


governo do dinheiro, da riqueza desonesta, dos interesses econômicos anti-sociais.
Todas as vezes que a riqueza ocupa o poder, com ou sem maioria há oligarquia.
3-Democracia – degeneração da República ou Polítia, pois para Aristóteles, a soberania
reside na massa, no povo. Disso resulta que nas democracias, os pobres têm mais
autoridade que os ricos, pois é maioria, e seus decretos têm força de lei. Então a
democracia só enxerga o interesse dos pobres em detrimento do bem comum.
Como Sócrates, Aristóteles também foi acusado de ateísmo, e intuindo a sua
condenação, foi voluntariamente para Eubéia, falecendo com pouco mais de 60 anos em
322 a.C.
4.2- Diferenças entre o pensamento político de Platão e Aristóteles
PLATÃO
-Exerceu influência na patrística (séc. II a VIII, período que representa o pensamento
dos padres da Igreja, construtores da Teologia Católica).
-Seu pensamento nasceu da crise em Atenas
-Esboçou o Estado ideal absoluto, unitário, monolítico
-Sua filosofia política é apriorística, partem de princípios a priori concebidos, utopias.

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-Evidencia o Estado comunista totalitário, sem mobilidade social.
--Formas de Governo – uma progressiva degeneração
Monarquia para Aristocracia
Aristocracia para Timarquia
Timarquia para Oligarquia
Oligarquia para Democracia
Democracia para Tirania
-A preocupação é com o Estado justo, ideal.
-O critério de legitimidade do governo – Justiça, mesmo que se utilize de decretos
arbitrários.
-Homem bom = bom cidadão
-Teoria de Estado é utópica, idealizada, dominou na Alta Idade Média.
-Buscava o comunismo-totalitário
ARISTÓTELES
-Exerceu influência sobre a Escolástica (último período do pensamento cristão, séc. IX
ao XVI, filosofia ensinada nas escolas da época).
- Esboçou o Estado ideal realizável.
-Sua Filosofia Política parte de dados empíricos. Analisa as estruturas existentes nos
Estados gregos (Esparta, Creta, Cartago) e a influência dos tratadistas e legisladores.
-Rejeita o coletivismo utópico, autoritário e estratificado.
-Estabelece sua teoria política a partir de considerações legais e morais fruto da
observação empírica, traduzindo o livre jogo das forças sociais que obedecem as
próprias leis igualmente sociais.
- Seis formas de governo
Monarquia - Tirania
Aristocracia - Oligarquia
Polítia ou República – Democracia ou Demagogia
- A preocupação era com o respeito às leis e ao bem comum.
-Critério de legitimidade do governo – o interesse público exercido por normas gerais, a
lei.
-Seu pensamento nasceu da análise de diversas cidades inclusive as do império da
macedônia
-Nem sempre o bom cidadão é o bom homem.
-Teoria do Estado – produto máximo, orgânico da natureza sociável dos homens
-Antipatizava com o comunismo
- Seu pensamento dominou durante a Baixa Idade Média

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