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Indicadores de

Produtividade e
Perdas para
Processos à Base
de Cimento

CADERNO DE RESULTADOS
Indicadores de Produtividade e Perdas para
Processos à Base de Cimento
CADERNO DE RESULTADOS
2013, Grupo de Pesquisa e Extensão em Gestão e Tecnologia das Construções
do Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana da Escola Politécnica da
Universidade Federal da Bahia.

Associação Brasileira de Cimento Portland

Comunidade da Construção de Salvador/BA.

É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de parte do mesmo, por quaisquer meios, sem autorização
expressa do GETEC/MEAU/UFBA e ABCP/Comunidade da Construção de Salvador.

1a Edição

Endereço para Contato:

GETEC/MEAU/UFBA
Rua Aristides Novis, 02
Escola Politécnica da UFBA
Federação - Salvador-Bahia
Fone: (71) 3283-9731
www.getec.eng.ufba.br
FICHA TÉCNICA

Autores
Prof. Dayana Bastos Costa - UFBA (Coordenação)
Carla Oliveira de Santana - UFBA
Mírian Caroline Farias Santos - UFBA
Caroline Duarte Guimarães - UFBA

Representantes Institucionais
Ana Gabriela Saraiva de Aquino Lima - Representante Regional da ABCP (BA/SE) / Professora da UNEB
Ethiane Romeny de Souza Carvalho - Coordenadora da Comunidade da Construção de Salvador
Glécia Rozane Vieira - Coordenadora Nacional da Comunidade da Construção

EMPRESAS PRTICIPANTES DA COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO

Almeida Matos Engenharia Metrus Empreendimentos


Ampla Engenharia Moura Dubeux Engenharia
Arc Engenharia MRM Construtora
CHROMA Construções OAS Empreendimentos
Concreta Incorporação e Construção Odebrecht Realizações Imobiliárias
Conie Empreendimentos Paraguaçu Engenharia
Civil Construtora Pelir Engenharia
Gráfico Empreendimentos Sertenge
Jotagê Engenharia Souza Netto Engenharia
Kubo Engenharia
ÍNDICE

APRESENTAÇÃO..........................................................................................................................................................................9

ESTRUTURA................................................................................................................................................................................13

PRODUTIVIDADE - FÔRMA........................................................................................................................................................14

PRODUTIVIDADE - ARMADURA................................................................................................................................................18

PRODUTIVIDADE E PERDAS - CONCRETAGEM........................................................................................................................22

ALVENARIA de VEDAÇÃO.........................................................................................................................................................29

PRODUTIVIDADE - ELEVAÇÃO...................................................................................................................................................30

REVESTIMENTO.........................................................................................................................................................................35

PRODUTIVIDADE - REVESTIMENTO.........................................................................................................................................36

REFERÊNCIAS............................................................................................................................................................................41

ANEXO........................................................................................................................................................................................42

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Indicadores de produtividade e perdas selecionados...................................................................................................10


Tabela 2 - RUPs para os tempos de concretagem........................................................................................................................12
Tabela 3 - Características do processo de fôrmas nas obras estudadas......................................................................................15
Tabela 4 - Indicadores de produtividade de fôrma por elemento..................................................................................................16
Tabela 5 - Características do processo de armadura dos empreendimentos estudados...............................................................19
Tabela 6 - Indicadores de produtividade de armadura por elemento.............................................................................................20
Tabela 7 - Características do processo de concretagem nos empreendimentos estudados.........................................................23
Tabela 8 - Caracteristicas do processo de elevação da alvenaria de bloco de concreto nos empreendimentos estudados..........31
Tabela 9 - Caracterização do processo de elevação da alvenaria de bloco cerâmico nas empreendiementos estudadas............33
Tabela 10 - Indicadores de Produtividade de Alvenaria................................................................................................................33
Tabela 11 - Caracterização das empresas....................................................................................................................................37
Tabela 12 - Valores de referência dos indicadores de produtividade............................................................................................40
Tabela 13 - Valores de referência dos indicadores de perdas.......................................................................................................41
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Fórmula da Razão Unitária de Produção........................................................................................................................10


Figura 2: Gráfico modelo de análise dos dados............................................................................................................................11
Figura 3: Modelo esquemático dos tempos de concretagem.......................................................................................................11
Figura 4: Fórmula do cálculo de perdas........................................................................................................................................12
Figura 5: Detalhe do escoramento da laje e dos prumos dos pontaletes......................................................................................14
Figura 6: Tarefas e subtarefas do processo de fôrma (adaptado de ARAÚJO, 2000)...................................................................14
Figura 7: Detalhe do sistema de reescoramento..........................................................................................................................15
Figura 8: RUP Global (pilar + viga + laje) para carpinteiros........................................................................................................15
Figura 9: (a) Tipologia estrutural reticulada vigada e (b) Tipologia estrutural plana com vigas de bordo......................................16
Figura 10: Armação da laje de concreto.......................................................................................................................................18
Figura 11: Minigrua, transporte utilizado para subida das ferragens até o pavimento requerido..................................................19
Figura 12: Espalhamento da ferragem positiva............................................................................................................................19
Figura 13: Tarefas e subtarefas do processo de armação (adaptado de ARAÚJO, 2000).............................................................19
Figura 14: RUP Global (pilar + viga + laje) para armadores........................................................................................................20
Figura 15: Vigamentos prontos de diferentes locais misturados..................................................................................................21
Figura 16: Lançamento e “Pré-regularização” do concreto...........................................................................................................22
Figura 17: Uso de bomba estacionária para lançamento do concreto..........................................................................................22
Figura 18: RUP de Concretagem para servente e pedreiro (pilar + viga + laje)..........................................................................23
Figura 19: RUP Concretagem de Pilar para servente e pedreiro...................................................................................................24
Figura 20: RUP cumulativa de Concretagem de Viga e Laje para servente e pedreiro..................................................................24
Figura 21: Tempo de início de concretagem.................................................................................................................................25
Figura 22: Tempo de caminhão para concretagem de Pilar..........................................................................................................25
Figura 23 : Tempo de caminhão para concretagem de Viga + Laje.............................................................................................25
Figura 24: Tempo de descarregamento para concretagem de Pilar..............................................................................................26
Figura 25: Tempo de descarregamento para concretagem de Viga + laje...................................................................................26
Figura 26: RUP Global para concretagem.....................................................................................................................................27
Figura 27: Perda percentual de concreto na concretagem de pilar...............................................................................................27
Figura 28: Perda percentual de concreto na concretagem de Viga, Laje e Complemento de pilar................................................27
Figura 29: Assentamento das fiadas............................................................................................................................................30
Figura 30: RUP de Pedreiro na Elevação de Alvenaria de Bloco de Concreto...............................................................................32
Figura 31: RUP de Servente Elevação de Alvenaria de Bloco de Concreto...................................................................................32
Figura 32: Betoneira utilizada nas obras na produção de argamassa para assentamento............................................................34
Figura 33: Paletes estocados próximos ao local de uso...............................................................................................................34
Figura 34: Aplicação da argamassa projetada.............................................................................................................................36
Figura 35: RUP de Pedreiro e Servente para Massa única...........................................................................................................38
Figura 36: Plataforma cremalheira em uso em uma das obras estudadas...................................................................................39
Conheça a Comunidade da Construção
A Comunidade da Construção é um movimento nacional que busca integrar a cadeia produtiva com o
objetivo de melhorar a competitividade e desempenho dos sistemas construtivos à base de cimento
que constituem a maioria das edificações construídas no país.

Ela reúne construtoras, fabricantes de materiais, projetistas, prestadores de serviço, universidades,


entidades e consultores. Lançada pela Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP) em 2002, a
Comunidade da Construção conta com participação dos Sinduscons nas cidades onde atua.

Missão Ações
Fortalecer técnica e gerencialmente Capacitar os agentes da cadeia produtiva,
os sistemas à base de cimento, promover a troca de experiências,
enfatizando a produtividade, a qualidade organizar e divulgar o conhecimento e os
e a tecnologia. resultados obtidos.

Atuação em 16 polos
• Belo Horizonte • Recife
• Brasília • Rio de Janeiro
• Curitiba • Salvador
• Florianópolis • São Paulo
• Fortaleza • Sorocaba
• Goiânia • Vale do Paraíba
• Natal • Volta Redonda
• Porto Alegre • Vitória

www.comunidadedaconstrucao.com.br
APRESENTAÇÃO

Atualmente, o setor da construção civil brasileira vem passando por um crescimento significativo.
Empreendimentos de maior porte com prazos de construção reduzidos encontram-se desprovidos de mão
de obra qualificada, principalmente nos serviços menos tradicionais, impactando diretamente na sua pro-
dutividade e em seu custo. Diante disto, surge a necessidade de mensuração e comparação de indicado-
res de produtividade e perdas em processos construtivos entre diferentes empreendimentos.
Neste contexto, a Comunidade da Construção buscou desenvolver e implementar um sistema de
indicadores de produtividade e perdas para processos construtivos a base de cimento, por meio da mobi-
lização do setor e a comparação de seus desempenhos.
Para tanto, buscou-se o apoio de especialistas no tema, sob a coordenação do Grupo de Gestão e
Tecnologia das Construções (GETEC) da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia para o de-
senvolvimento conjunto dos indicadores. Os indicadores foram concebidos com base em estudos sobre
o tema (OLIVEIRA et al. 1995; ARAÚJO, 2000; SOUZA, 2005; SOUZA, 2006) discutidos em três reuniões
realizadas entre Julho e Setembro de 2011 na ABCP em São Paulo, tendo como participantes representan-
tes da Comunidade da Construção de Recife, Salvador, Belo Horizonte e Goiás, assim como a participação
de professor da Universidade de Pernambuco (UPE) e da GMO Engenharia.
A implementação do projeto em Salvador ocorreu de Dezembro de 2011 a Janeiro de 2013, de acordo
com as seguintes etapas:
a) sensibilização das empresas construtoras locais;
b) ciclos de implantação dos indicadores por processo construtivo:
estrutura, alvenaria e revestimento. Estes ciclos envolveram a capacitação para a coleta,
acompanhamento para implantação nas obras e a troca dos resultados coletados;
c) formação do banco de dados e divulgação dos mesmos.

Em Salvador, os dados foram coletados em 5 (cinco) obras, observando as etapas de execução de


diferentes processos construtivos e acompanhando fatores qualitativos que podem interferir nos resulta-
dos quantitativos.
Os indicadores selecionados para coleta e análise dos dados estão em destaque na Tabela 1, a seguir.

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


9
Tabela 1- Indicadores de produtividade e perdas selecionados

Processo Produtividade Perda de material (%)

Fôrma (Hh/m²) Fôrma

Estrutura de concreto armado


Armadura (Hh/kg) Aço
(Pilar, Viga e Laje)

Concretagem (Hh/m³) Concreto usinado

Marcação (Hh /m) Bloco de concreto

Alvenaria de vedação com bloco de concreto Elevação (Hh /m²)


Argamassa industrializada
Fixação superior (Hh /m)

Marcação (Hh /m) Bloco cerâmico

Alvenaria de Vedação com bloco cerâmico Elevação (Hh /m²)


Argamassa industrializada
Cinta de amarração (Hh /m)

Preparação da base + chapisco (Hh/m²) Chapisco industrializado


Revestimento de argamassa interno e externo
Aplicação de argamassa (Hh/m²) Argamassa industrializada

Os indicadores selecionados para coleta em Salvador foram: produtividade de fôrma, armadura, concretagem, eleva-
ção de alvenaria com bloco de concreto, elevação de alvenaria com bloco cerâmico, aplicação de argamassa no revesti-
mento interno e externo, além de perdas de concreto usinado.
Neste trabalho a produtividade foi medida através de um indicador, denominado RAZÃO UNITÁRIA DE PRODUÇÃO
(RUP), que expressa a relação de Homens Hora por Quantidade de Serviço em um período de duração de um pavimento
tipo, onde:

H: mão de obra direta vinculada ao processo que se está Quem Quais


calculando a produtividade, incluir? considerar?

h: hora efetivamente trabalhada da mão de obra direta Hxh


RUP=
Qs
Qs: quantidade de serviço para qual se está calculando a RUP
A que periodo
se refere? O que
contemplar?

Figura 1: Fórmula da Razão Unitária de Produção

É importante salientar que para o cálculo das horas trabalhadas:

• hora/prêmio NÃO é hora trabalhada (ex.: o encarregado “dá” uma hora a mais por dia durante uma semana para que
a equipe finalize um determinado pavimento);
• hora de almoço NÃO é hora trabalhada;
• hora extra efetivamente trabalhada É hora trabalhada.

10 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Neste trabalho, foram analisadas a Razão Unitária de Produção por Pavimento (RUPpav), que corresponde a quan-
tidade de homem-hora da equipe direta trabalhadas em relação a quantidade de serviço do ciclo de coleta, ou seja, o
pavimento tipo e a Razão Unitária de Produção Cumulativa (RUPcum), que leva em conta o somatório das quantidades de
homem-hora da equipe direta e o somatório da quantidade de serviço realizado durante o período de estudo. Em alguns
processos, como fôrma e armadura, que a coleta de elementos como pilar, viga e laje foram desdobrados, analisou-se
ainda Razão Unitária Global (RUPglobal), que corresponde o somatório das quantidades de homem-hora da equipe direta
de todos os elementos estudados (pilar + viga + laje) e o somatório da quantidade de serviço realizado durante o período
de estudo para estes três elementos.
Quanto à análise dos resultados obtidos, tem-se que quanto menor o valor da RUP encontrado, mais eficiente é o pro-
cesso de produção. Para apoiar esta análise, ao longo do texto serão apresentados os gráficos com os valores encontrados
nas obras conforme o exemplo da Figura 2.

RUP Concretagem Pilar (Hh/m3)

Média Máximo
TCPO14 TCPO14
0,70 2,00 5,13

Mínimo
TCPO14

Mediana dos dados Máximo dentre as RUPs


das Empresas dos Ciclos de coleta das
1,17 1,73 5,54 Empresas

1,83 1,99 4,29


Mínimo dentre as RUPs
dos Ciclos de coleta das RUPs cumulativas
Empresas das Empresas

E.1 E.2 E.3

Figura 2: Gráfico modelo de análise dos dados

No processo de concretagem, além da medição da RUPpav e RUPcum, foram medidos os “tempos de concretagem”,
que permitem avaliar a produtividade. As definições dos “tempos de concretagem” são apresentadas a seguir e esquema-
tizadas na Figura 3 (ARAÚJO, 2000). Os tempos foram calculados conforme Tabela 2.

Tempos
Início da Término da
disponibilização de disponibilização de
pessoal pessoal
Caminhão 1 Caminhão 2 Caminhão i Caminhão n

Tempo de início (i) Tempo de finalização (f)


Tempo de caminhão (c)

Tempo de descarga (d)

Tempo global

Figura 3: Modelo esquemático dos tempos de concretagem (Araújo, 2000)

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


11
1. TEMPO DE CAMINHÃO: é o tempo que se leva para descarregar um caminhão.

2. TEMPO DE DESCARGA: é o tempo compreendido entre o início da descarga do primeiro caminhão e o final da descarga
do último caminhão.

3. TEMPO DE INÍCIO: é o tempo compreendido entre o horário de início da disponibilização de pessoal e o início efetivo
da concretagem (momento em que se inicia a descarga do concreto). Engloba eventuais alocações de pessoal antes
da hora prevista para real início da concretagem, atraso e tempo para posicionamento do caminhão de concreto inicial.

4. TEMPO DE FINALIZAÇÃO: é o tempo entre a finalização da descarga do último caminhão e o horário em que se encerra
o turno de trabalho quando nenhuma outra atividade se desenvolve na obra.

Tabela 2 - RUPs para os tempos de concretagem (Araújo, 2000)

RUP de Concretagem Hdi : Equipe considerada (Homens): Direta (di)

hc : Tempos considerados (em horas): Tempo de


Hdi x hd Caminhão(c)
RUP Caminhão (Hh/m³)
Volume total hd : Tempos considerados (em horas):
Descarregamento (d)
Hdi x hc Hdi+su : Equipe considerada (Homens):
RUP Descarregamento (Hh/m³)
Volume total Direta (di) + Supervisor (su)

hi+d+f : Tempos considerados (em horas):


RUP Global com encarregado (Hh/
Hdi+su x hi+d+f Caminhão (c) + Descarregamento (d) + Finalização (f)
m³) Volume total Volume total : Volume total concretado

O percentual de perda foi calculado em função da perda física, ou consumos, mensurando-se o percentual de material
adquirido em relação à quantidade teoricamente necessária. Tal indicador refere-se ao processo como um todo, sendo
calculado de acordo com a fórmula da Figura 4:

(Creal - Cteórico) x 100


P (%) =
Cteórico

Figura 4: Fórmula do cálculo de perdas

• Creal: quantidade realmente gasta para se executar o serviço;


• Cteórico: quantidade de material teoricamente necessária para execução dos serviços, obtida de projeto.
Os resultados alcançados contribuem para a criação de um banco de dados com informações sobre perdas e produti-
vidade, que retratará a realidade de Salvador, tornando-se referência de consulta para as construtoras locais, fornecendo
ainda, subsídios para planejamentos, orçamentos, avaliação de produtividade e desperdícios dentro dos canteiros de obra.
A apresentação dos resultados neste documento está separada por processo construtivo analisado. Assim, o caderno
está estruturado em uma seção com os resultados de estrutura, especificamente, fôrma, armadura e concretagem.
A segunda seção refere-se a alvenaria de vedação e a última seção refere-se a revestimento.

12 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Resultados

ESTRUTURA

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


13
Produtividade - Fôrma

INTRODUÇÃO
As fôrmas são estruturas provisórias, podendo ser de ma-
deira ou metálica construída para conter o concreto fresco (de
pilares, vigas e lajes), dando a ele a forma e as dimensões re-
queridas, suportando-o até que o mesmo adquira a capacidade
de auto suporte.
Este trabalho foi desenvolvido em obras que utilizam fôrmas
de madeira e com sistema de escoramento e reescoramento for-
mado por torres metálicas.

Figura 5: Detalhe do escoramento da laje e dos prumos dos pontaletes.

PROCESSO CONSTRUTIVO
Para o estudo da produtividade visando o detalhamento da coleta e aumento da precisão do estudo, o serviço de fôr-
mas foi abordado analiticamente a partir das tarefas e subtarefas que o constituem, de acordo com a definição de Araújo
(2000) e conforme apresentado na Figura 6.

SERVIÇO DE FÔRMAS

Fôrmas para Pilar Fôrmas para Vigas Fôrmas para lajes Tarefas

Gastalho Montagem Cimbramento

3 faces Acertos Assoalho


Subtarefas
Geométricos
4ª Face Acertos
Desmontagem Geométricos
Desmontagem
Desmontagem

Figura 6: Tarefas e subtarefas do processo de fôrma (adaptado de ARAÚJO, 2000)

14 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


RESULTADOS QUANTITATIVOS
A Tabela 3 apresenta características específicas das quatro obras
estudadas de Salvador, sendo que nem todos os empreendimentos pos-
suem a mesma tipologia estrutural e mesmo porte de empreendimento.

Figura 7: Detalhe do sistema de reescoramento

Tabela 3 - Características do processo de fôrmas nas obras estudadas

Obra Características

Chapas de compensado plastificado;


E.1 Mão de obra terceirizada: 10 carpinteiros e 3 ajudantes.
Coleta em 11 ciclos; média de 6 dias / ciclo

Chapas de compensado resinado;


E.2 Mão de obra terceirizada: 8 carpinteiros e 9 ajudantes.
Coleta em 7 ciclos; média de 10 dias / ciclo

Chapas de compensado plastificado


*E.3 Mão de obra terceirizada: 6 carpinteiros e 7 ajudantes.
Coleta em 7 ciclos;média de 6 dias / ciclo

Fôrmas fabricação própria / Chapas de compensado plastificado;


E.4 Mão de obra própria:19 carpinteiros e 16 ajudantes.
Coleta em 5 ciclos; média de 8 dias / ciclo

*Foram coletados dados das duas torres da obra E.3, mas como as duas torres possuíam a mesma caracterização, mesma mão
de obra e os valores das RUP’s de cada torre eram próximos, adotou-se a média para os dois empreendimentos.

Na Figura 8 estão respectivamente a faixa dos valores de referência da TCPO 14 e as RUPs encontradas nos empreen-
dimentos estudados para o processo geral de execução de fôrmas (pilar + viga + laje), considerando apenas carpinteiros.

RUP Fôrma (Hh/m3)

0,39 0,72 1,65

TCP014
0.19 0,40 0,87

0,320,44 0,600,72

E.1 E.2 E.3 E.4

Figura 8: RUP Global (pilar + viga + laje) para carpinteiros

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


15
Observa-se que a RUPglobal das quatro obras:
(E.1 = 0,44Hh/m2; E.2 = 0,72Hh/m2; E.3 = 0,32Hh/m2; E.4 = 0,60Hh/m2) encontram-se na faixa verde da TCPO
(0,39Hh/m2 – 0,72Hh/m2), ou seja com maior eficiência. Contudo, os valores adotados da TCPO como referência incluem
o elemento escadas, que influencia no aumento do valor da RUP, enquanto que nas obras estudadas, a escada não foi
contabilizada no cálculo, o que explica a tendência dos dados dos empreendimentos estudados estarem situados na faixa
de valores mínimos da TCPO.
Observando separadamente a execução das formas por elementos a compreensão é facilitada. A Tabela 4 retrata os
valores das RUPs do processo de fôrmas para as quatro obras estudadas, separando entre pilar, viga e laje. Os resultados
da mediana das RUPs estão sendo comparados com os valores das composições de custos da TCPO 14 (Tabela de Com-
posições de Preços para Orçamentos 14).

Tabela 4 - Indicadores de produtividade de fôrma por elemento

Função Mínimo Máximo Mediana TCPO 14

FÔRMA (Hh/m2)

RUP Pilar

Carpinteiro 0,15 0,91 0,46 0,39

Servente 0,04 0,80 0,24 0,10

RUP Viga

Carpinteiro 0,10 1,19 0,40 0,55

Servente 0,02 1,37 0,26 0,14

RUP Laje

Carpinteiro 0,12 1,11 0,42 0,30

Servente 0,03 1,11 0,42 0,07

Na Tabela 4 observa-se que os valores da mediana para carpinteiro estão próximos aos valores da TCPO, mas isto
deve-se ao fato da mediana da RUP encontrada para uma das obras ser mais elevada em relação as demais obras, pois
a mesma tem estrutura plana com vigas de bordo (Figura 9b). De acordo com a TCPO 14, uma predominância de vigas
externas tende a elevar a RUP, ou seja, o processo torna-se menos eficiente. Os demais valores de mediana das RUPs
encontrados tendem a mostrar valores mais baixos, e consequentemente, mais produtivos.

A B

Figura 9a: Tipologia estrutural reticulada vigada e Figura 9b: Tipologia estrutural plana com vigas de bordo

16 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Com relação aos serventes, os dados encontrados nas obras estudadas estão bem acima dos valores apresentados
pela TCPO. Para o elemento laje, por exemplo, a mediana encontrada nas obras estudadas foi de 0,40 Hh/m2, enquanto que
a TCPO apresenta um valor de referência de 0,07 Hh/m2, isto significa o uso excessivo de servente, que em geral realizam
atividades que não agregam valor ao processo produtivo, como transporte e espera.

FATORES QUE INTERFEREM NA PRODUTIVIDADE


Tipologia da estrutura
Maior complexidade da tipologia estrutural gera mais dificuldade e cuidados na realização do processo de fôrmas.
Segundo dados da TCPO, uma predominância de vigas externas contribui negativamente para a produtividade.

Qualificação da equipe de obra


Equipes especializadas e com baixa rotatividade tende a ser mais produtiva no processo de execução, devido à
repetição e ao efeito aprendizagem.

Responsabilidade da equipe de produção


Quando do uso de equipe terceirizada, é necessário cuidado para evitar a alta rotatividade dos funcionários especia-
lizados (carpinteiros), que interfere diretamente na produtividade.

Logística dos Materiais


A falta de planejamento, especialmente em relação à logística de materiais que geram dificuldades para melhoria
da produtividade e para a redução das perdas, por exemplo, em um canteiro desorganizado e sujo, as peças novas
e prontas podem ser danificadas ou mesmo descartadas por equívocos.

BOAS PRÁTICAS IDENTIFICADAS


Existência de projeto de fôrmas, bem como uma Planta de verificação (check-list), visando minimizar
o tempo destinado aos ajustes finais no momento da concretagem.

Baixa rotatividade de funcionários.

Adoção de equipamentos que facilitem a execução dos painéis, tal como o nível a laser.
Produtividade - ARMADURA
INTRODUÇÃO
Armadura é o componente estrutural de uma estrutura de concreto arma-
do, formado pela associação de diversas peças de aço. O aço nas estruturas
de concreto armado tem como principal função aumentar a capacidade re-
sistente das peças comprimidas. O serviço de armação é o responsável por
prover a estrutura com as armaduras nas condições previstas em projeto.
A forma sob a qual o aço é comprado pode fazer a produtividade variar. Ao se
optar pela compra do aço já cortado e dobrado, a obra realiza apenas a operação
de montagem. Quando a opção é pela compra em barras, cabe aos armadores o
serviço de corte e dobra do aço no canteiro além da montagem dos mesmos. No
Figura 10: Armação da laje de concreto
caso das obras estudadas, todas recebem o aço cortado e dobrado.

PROCESSO CONSTRUTIVO
A seguir está descrito o processo de execução de armaduras em pilares, vigas e lajes, incluindo todas as etapas.
Para pilares e vigas
Corte dos fios e barras de aço.
Fixação de dois pontaletes-guia nos gastalhos, aprumando e travando nas duas direções do pilar.
Dobra das barras longitudinais e dos estribos a extremidade superior de cada painel.
Separação e identificação das barras cortadas e dobradas.
Pré-montagem de armadura de vigas e pilares em local que não o da execução da montagem final.
Transporte das peças até o pavimento em execução (Figura 11).
Montagem no andar em execução.
Posicionamento na fôrma (montagem da peça na sua posição final).

Para Lajes
Corte dos fios e barras de aço.
Fixação de dois pontaletes-guia nos gastalhos, aprumando e travando nas duas direções do pilar.
Dobra das barras longitudinais e dos estribos.
Separação e identificação das barras cortadas e dobradas.
Transporte para o andar em execução, das barras cortadas, dobradas e identificadas.
Montagem das armaduras positivas (Figura 12)
Montagem das armaduras negativas.
Colocação dos espaçadores ou peças auxiliares.

18 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Com o propósito de detalhar a coleta e aumentar a precisão do estudo, abordou-se o serviço de armação analiticamen-
te (Figura 13) a partir de tarefas e subtarefas que o constituem (Araújo, 2000).

Figura 11: Minigrua, transporte utilizado para subida das ferragens até o Figura 12: Espalhamento da ferragem positiva até o pavimento requerido
pavimento requerido

SERVIÇO DE ARMAÇÃO

Armação de Pilares Armação de Vigas Armação de Lajes

Processamento Inicial Processamento Inicial Processamento Inicial Tarefas

Processamento Processamento Processamento Subtarefas


Final Final Final

Figura 13: Tarefas e subtarefas do processo de armação (adaptado de ARAÚJO, 2000)

RESULTADOS QUANTITATIVOS
A Tabela 5 apresenta características específicas de três empreendimentos de Salvador, sendo que os mesmos pos-
suem a mesma tipologia estrutural e porte semelhante.

Tabela 5 - Características do processo de armadura dos empreendimentos estudados

Obra Características

Não faz pré-montagem dos pilares,mas faz pré-montagem das vigas e lajes.
E.1 Transporte: minigrua.
Mão de obra terceirizada: 9 armadores e 3 ajudantes.

Faz pré-montagem dos pilares das vigas e lajes;


E.2 Transporte: minigrua.
Mão de obra terceirizada: 7 armadores e 2 ajudantes.

Faz pré-montagem dos pilares, das vigas e lajes.


*E.3 Transporte: grua ou foguete.
Mão de obra terceirizada: 6 armadores e 2 ajudantes.

*Foram coletados dados das duas torres da obra E.3, mas como as duas torres possuíam a mesma caracterização, mesma mão de
obra e os valores das RUP’s de cada torre eram próximos, adotou-se a média para os dois empreendimentos.

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


19
A Figura 14 apresenta as RUPs globais dos armadores nos empreendimentos estudados.

RUP Armadura (Hh/m3)

0,024 0,042 0,093

0,032 0,047 0,73

E.1 E.2 E.3

Figura 14: RUP Global (pilar + viga + laje) para armadores

Observa-se que a obra E.1 possui uma melhor produtividade em relação às obras E.2 e E.3 (0,032 Hh/kg; 0,073 Hh/kg
e 0,047 Hh/kg respectivamente). Isto pode ser devido:
à densidade da armadura da seção transversal dos pilares ir diminuindo ao se elevar a estrutura, facilitando a colo-
cação da mesma;
a uma maior quantidade de trabalhadores, já que a mão de obra envolvida no serviço de armação é um dos pontos
de extrema relevância no estudo da produtividade, uma vez que o serviço de armação é potencial causador da ocio-
sidade de mão de obra dentro do canteiro (ARAÚJO, 2000);
a existência de alguns ciclos da obra E.3 utilizar outros tipos de transporte das ferragens para garantir o prazo da con-
cretagem, por haver paralisação da grua por problemas mecânicos que acarretou no atraso da subida da ferragem.

Observando separadamente a execução das armaduras por elementos a compreensão é facilitada. A Tabela 6 retrata
os valores das RUPs do processo de armadura para as três obras estudadas, separando-as entre pilar, viga e laje. Os re-
sultados da mediana das RUPs estão sendo comparados com os valores da TCPO (Tabela de Composições de Preços para
Orçamentos 14).

Tabela 6 - Indicadores de produtividade de armadura por elemento

Função Mínimo Máximo Mediana TCPO 14

ARMAÇÃO (Hh/kg)

RUP Pilar

Armador 0,014 0,102 0,042 0.034

Servente 0,001 0,048 0,012 0.051

RUP Viga

Armador 0,014 0,10 0,051 0.10

Servente 0,002 0,03 0,012 0.15

RUP Laje

Armador 0,017 0,11 0,036 0.031

Servente 0,003 0,05 0,011 0.046

20 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Embora os valores das RUPs Pilar e Laje estejam pró-
ximos, apenas uma das obras ficou com índice abaixo da
TCPO, as demais tiveram valores próximos do dobro do
valor da TCPO, o que mostra uma ineficiência do proces-
so. Os valores das RUPs dos serventes para pilar foram
baixos, pois as empresas utilizaram uma menor quantida-
de de serventes para o serviço, devido à compra do aço
cortado e dobrado.
Todas as obras possuíam um canteiro apertado, Figura 15: Vigamentos prontos de diferentes locais misturados
além disso, a falta de organização dos materiais no
mesmo também influenciou na produtividade. Pode ser observado na Figura 15, que em uma obra estudada as peças
ficavam misturadas sem identificação. Como consequência, os serventes desperdiçavam tempo procurando as peças
a serem utilizadas na pré-montagem ou montagem final, atrasando a atividade e aumentando a RUP com atividades
que não agrega valor.

FATORES QUE INTERFEREM NA PRODUTIVIDADE


Logística dos materiais
Segundo dados da TCPO, melhores índices de produtividade estão associadas a boas práticas de logística, tais
como: facilidade do descarregamento do aço pré-cortado/dobrado, pré-montagem de armadura em central na obra
e proximidade entre locais de estocagem e processamento.
A falta de planejamento, especialmente em relação à logística de materiais gera dificuldades para melhoria da produ-
tividade e para a redução das perdas, por exemplo, em um canteiro desorganizado e sujo, as peças novas e prontas
podem ser danificadas ou mesmo descartadas por equívocos.

Qualificação da equipe de obra


Equipes especializadas e com baixa rotatividade tende a ser mais produtiva no processo de execução, devido à
repetição e ao efeito aprendizagem.

Responsabilidade da equipe de produção


Quando do uso de equipe terceirizada, é necessário cuidado para evitar a alta rotatividade dos funcionários especia-
lizados (carpinteiros), que interfere diretamente na produtividade.

BOAS PRÁTICAS IDENTIFICADAS


Planejamento de entrega de materiais no canteiro e identificação dos materiais, facilitando na
organização do canteiro.

Equipamento de transporte vertical adequado, como grua.

Pré-montagem de armadura em central de montagem na obra.

Baixa rotatividade de funcionários.

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


21
Produtividade e Perdas - CONCRETAGEM
INTRODUÇÃO
Concretagem é o nome que se dá ao conjunto de atividades relativas à execução do concreto em obra, incluindo rece-
bimento ou produção, transporte e aplicação do concreto. É a etapa final do ciclo de execução da estrutura, com a menor
duração, porém necessita de um bom planejamento visando minimizar os fatores que interferem no processo.

DESCRIÇÃO DO PROCESSO CONSTRUTIVO


As obras estudadas possuíam processos construtivos bem semelhantes, portanto, as etapas para o serviço de con-
cretagem serão descritas a seguir de forma genérica.
Concretagem
Desobstrução e regularização das áreas de acesso, desde a descarga do concreto até o local onde será lançado.
Verificação do posicionamento, quantidade e altura das mestras (no caso das lajes).
Verificação do funcionamento dos equipamentos e abastecimento de água e energia elétrica.
Posicionamento dos gabaritos para rebaixo das lajes.
Transporte do concreto através de: elevador de obras, grua, bomba estacionária ou caminhão lança (bombeamento),
(Figura 16).
Lançamento do concreto: lançar o concreto sobre as fôrmas, tomando o cuidado de não formar grandes acúmulos de
material em pontos isolados.
“Pré-regularização” do concreto com auxílio de pás e enxadas.
Adensamento do concreto com auxílio de vibradores de imersão (Figura 17).
Sarrafeamento do concreto (quando em lajes).
Desempenamento da superfície em moldagem (quando em lajes).
Aspersão de água para cura do concreto (quando as superfícies ficam desenformadas).

Figura 16: Lançamento e “Pré-regularização” do concreto Figura 17: Uso de bomba estacionária para lançamento do concreto

22 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


RESULTADOS QUANTITATIVOS
As características gerais dos três empreendimentos residenciais participantes são apresentadas na Tabela7.
Observa-se que os empreendimentos têm características semelhantes, variando a distribuição da mão de obra no
momento da concretagem.

Tabela 7 - Características do processo de concretagem nos empreendimentos estudados

Obras Características

Concreto transportado por bomba estacionária apoiada em cavaletes.

E.1 Equipe pilar: 1 pedreiro e 7 ajudantes;

Equipe viga e laje: 3 a 5 pedreiros e 7 a 10 ajudantes.

Concreto transportado por bomba estacionária e sempre que preciso pela minigrua.

E.2 Equipe pilar: 3 pedreiros e 4 ajudantes;

Equipe viga e laje: 4 pedreiros e 10 ajudantes

Concreto transportado por bomba estacionária e sempre que preciso pela grua.

E.3* Equipe pilar: 2 pedreiros e 3 a 4 ajudantes;

Equipe viga e laje: 4 pedreiros, 1 carpinteiro, 9 ajudantes e 1 ajudante de carpinteiro.

*Foram coletados dados das duas torres da obra E.3, mas como as duas torres possuíam a mesma caracterização, mesma mão de
obra e os valores das RUP’s de cada torre eram próximos, adotou-se a média para os dois empreendimentos.

A Figura 18 apresenta um comparativo entre os valores de referência da TCPO14 e a faixa das RUPs de concretagem
encontradas nas obras estudadas. Ambas as faixas consideram a quantidade de serviço total e as horas trabalhadas de
pedreiros e serventes, formando uma única equipe. Estes dados consideram as atividades de transporte, espalhamento e
vibração, e acabamento no processo de concretagem.

RUP Concretagem (Hh/m3)

1,08 1,65 2,58

TCP014

1,31 1,74 3,06

1,70 1,92 2,40

E.1 E.2 E.3

Figura 18: RUP Geral de Concretagem para servente e pedreiro (pilar + viga + laje)

Observa-se que a RUP global das obras estudadas (E.1 = 1,70Hh/m3; E.2 = 2,40Hh/m3; E.3 = 1,92Hh/m3) encon-
tram-se na faixa vermelha da escala (1,74 Hh/m3 – 3,06 Hh/m3), ou seja, entre o valor médio e o máximo de referência,
indicando deficiência no processo ou a influência de fatores inerentes ao processo ou ao tipo de estrutura, tais como
dimensões dos pilares, equipamentos utilizados, altura do andar concretado.

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


23
Para a TCPO, a equipe é composta por igual proporção de serventes e pedreiros, enquanto que nas obras analisadas
o número de ajudantes era muito maior que o de pedreiros, indicando mão de obra possivelmente subutilizada ou ociosa.
Analisando mais detalhadamente, a Figura 19 retrata os valores das RUPs cumulativas do processo de concretagem
de pilar para as três obras estudadas, apresentando também os valores mínimos e máximos encontrados, comparando
com as faixas de valores da TCPO para a concretagem de pilar.

RUP Concretagem Pilar (Hh/m3)

0,70 2,00 5,13

TCP014

1,17 1,73 5,54

1,83 1,99 4,29

E.1 E.2 E.3

Figura 19: RUP Concretagem de Pilar para servente e pedreiro

Observa-se que a RUP cumulativa de duas obras (E.1 = 1,99Hh/m3 e E.3 = 1,83Hh/m3) estão próximos e um pouco
abaixo da média da TCPO (2,00Hh/m3), enquanto que a E.2 obteve-se uma produtividade bastante inferior (4,29Hh/m3),
próximo do limite superior da faixa vermelha da escala (5,54Hh/m3). A faixa vermelha de valores da TCPO representam
obras com as seguintes interferências no processo de produção:
excessos de pessoas na equipe;
ocorrência frequente de paralisações por problemas com equipamentos de transporte vertical;
dificuldade no espalhamento e vibração do concreto;
serviços em condições desfavoráveis: fatores climáticos desfavoráveis, alta rotatividade da mão de obra;
operários insatisfeitos.

Estas interferências também foram identificadas nas obras estudadas, principalmente na E.3, por meio dos questioná-
rios de caracterização aplicados e análise de dados.
A Figura 20 apresenta os dados para a concretagem de vigas e lajes, comparando-se à faixa de valores da TCPO com
os valores encontrados pelas obras estudadas.

RUP Concretagem (Viga + Laje) (Hh/m3)


0,60 1,54 4,23

0,94 1,65 2,97 TCP014

1,64 1,86 1,94

E.1 E.2 E.3

Figura 20: RUP Concretagem de Viga e Laje para servente e pedreiro

24 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Os valores obtidos pelas obras estudadas para as RUPs de concretagem de viga e laje foram bastante próximos
entre elas (E.1 = 1,64 Hh/m3; E.2 = 1,86 Hh/m3; E.3 = 1,94 Hh/m3), porém encontra-se na faixa vermelha de valores
da TCPO 14 (1,54 Hh/m3- 4,23 Hh/m3), o que mostra a existência de oportunidades de melhoria, conforme discutida na
concretagem dos pilares.
Outros indicadores importantes no processo de concretagem referem-se ao tempo de concretagem. Pelo indicador
“Tempo de Início” pode-se observar o atraso na chegada dos caminhões-betoneira (Figura 21). Esta medida indica o tempo
compreendido entre o horário em que a equipe foi disponibilizada para executar a concretagem e o seu início efetivo. Foi
encontrada uma média de espera de caminhão em torno de 2 horas e meia, chegando ao máximo de quase 10 horas de
espera nas obras estudadas. Isto significa que as equipes ficaram ociosas ou subutilizadas durante esse período, gerando
perdas de tempo e recursos físicos e financeiros.

Tempo de Início (h)

0,33 2,41 9,75

1,79 2,50 7,83

E.1 E.2 E.3

Figura 21: Tempo de início de concretagem

O tempo de descarga do concreto pode ser avaliado pelo “Tempo de Caminhão”. O tempo médio para descarregar
um caminhão na concretagem de pilar foi de 52 min e de laje de 21min nas obras estudadas (Figura 22 e Figura 23
respectivamente).

Tempo de Caminhão - Pilar (min)

15 52 150

40 57 74

E.1 E.2 E.3

Figura 22: Tempo de caminhão para concretagem de Pilar

Tempo de Caminhão - Viga e Laje (min)

7 21 170

18 22 30

E.1 E.2 E.3

Figura 23: Tempo de caminhão para concretagem de Viga + Laje

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


25
O “Tempo de descarga” de todos os caminhões, ou seja, o tempo encontrado entre o início da descarga do primeiro
caminhão e o final da descarga do último caminhão para a concretagem nas obras estudadas foi em torno de 2 horas para
pilar e de quase 6 horas para viga + laje, conforme as figuras 24 e 25.

Tempo de Descarregamento - Pilar (h)

1,1 2,17 6,0

2,1 2,3 2,6

E.1 E.2 E.3

Figura 24: Tempo de descarregamento para concretagem de Pilar

Tempo de Descarregamento - Viga + Laje (h)

1,1 5,70 9,4

4,8 6,5 7,1

E.1 E.2 E.3

Figura 25: Tempo de descarregamento para concretagem de Viga + laje


A RUP Global de concretagem considera a quantidade de horas total trabalhadas pela equipe (inclui o tempo compre-
endido entre o horário de início da disponibilização de pessoal até o horário em que se encerra o turno de trabalho) para
a concretagem de 1 m³ (foi considerado pilar + viga + laje). Para as obras estudadas esta RUP foi de 3,87 Hh/m3, como
pode ser observado na Figura 26. Considerando que a mediana das RUPs de concretagem (pilar + viga + laje) foi de 1,74
Hh/m3 (Figura 18), pode-se inferir que 45% da RUP global refere-se ao processo de concretagem em si (transporte, espa-
lhamento e vibração e acabamento) e que 55% do restante do tempo refere-se à espera e descarregamento de caminhões.
É importante observar além do grande potencial de aumento da eficiência do processo de concretagem pela redução das
esperas e descargas de caminhão, ainda existe grande potencial de melhoria quando da minimização dos tempos do transpor-
te do concreto que também é uma atividade que não agrega valor ao processo de concretagem, apesar da sua necessidade.

RUP Global (Hh/m3)

1,5 3,9 9,8

3,4 3,5 4,1

E.1 E.2 E.3

Figuras 26: RUP Global para concretagem

Quanto às perdas, as mesmas têm valores próximos ou inferiores a 5% (Figuras 27 e 28), com exceção da E.1, que
obteve perda de 7,43% na concretagem de pilar (Figura 27). Estes resultados mostram que apesar das perdas estarem
alcançando valores próximos à média de 5% estabelecida tradicionalmente em orçamentos, ainda há margem para a
redução das mesmas.

Perda Pilar (m3)

2,56 5,12 14,35

3,95 5,88 7,43

E.1 E.2 E.3

Figura 27: Perda percentual de concreto na concretagem de pilar

Perda Viga + Laje (m3)

0,53 5,22 14,11

3,77 5,22 5,68

E.1 E.2 E.3

Figura 28: Perda percentual de concreto na concretagem de Viga, Laje e Complemento de pilar

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


27
FATORES QUE INTERFEREM NA PRODUTIVIDADE
Dimensionamento da mão de obra
Equipes bem organizadas e dimensionadas conforme a necessidade da área concretada, bem como a baixa rotati-
vidade tende a levar à obra a ser mais produtiva .

Logística dos Materiais


Um canteiro desorganizado fica mais difícil de trabalhar, portanto o layout do canteiro de obras deve ser eficaz.

Equipamentos e Ferramentas
Os equipamentos, principalmente os de transporte de concreto para o pavimento, se não escolhidos adequadamen-
te podem se tornar um entrave à produtividade.

BOAS PRÁTICAS IDENTIFICADAS


Uso da grua no auxílio à concretagem.

Adoção de equipe de trabalho mais enxuta.


Resultados

ALVENARIA de VEDAÇÃO

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


29
Produtividade - ELEVAÇÃO

INTRODUÇÃO
Alvenaria é um componente complexo, utilizado na construção
e conformado em obra, constituído por tijolos ou blocos unidos entre
si por juntas de argamassa, formando um conjunto rígido e coeso.
As paredes de alvenaria são muito usadas para constituir a vedação
vertical das edificações e, algumas vezes, cumprem também a fun-
ção de estrutura vertical das mesmas, sendo assim chamadas de
alvenaria estrutural. Tijolo cerâmico furado; blocos para alvenaria de
vedação; blocos para alvenaria estrutural e tijolos de barro são tipos
de componentes para as alvenarias.
Neste caderno será apresentado o estudo de obras com alve-
naria de vedação, dividindo-se entre BLOCOS DE CONCRETO e BLO-
COS CERÂMICOS. Figura 29: Assentamento das fiadas

PROCESSO CONSTRUTIVO
O processo construtivo da alvenaria de vedação pode ser descrito da seguinte forma genérica, tanto quando utilizados
com blocos cerâmicos como blocos de concreto.
Execução do chapisco sobre a estrutura de concreto que ficará em contato com a alvenaria.

Identificação do ponto mais alto da laje, que será tomado como nível de referência para definir a cota da primeira
fiada.
Definição da posição planimétrica das paredes a partir dos eixos principais, garantindo o esquadro entre as
paredes e as dimensões dos ambientes.
Assentamento dos blocos da fiada de marcação.

Galgar as fiadas na face dos pilares para fixação dos ferros-cabelo.

Provisão de blocos e argamassa no andar em que se está executando o serviço.

Assentamento das fiadas (Figura 29), tendo-se por procedimento geral o de assentar os blocos das extremidades
para, em seguida, usando linha de náilon como referência de alinhamento e nivelamento, assentar os blocos
intermediários.
Colocação/execução de vergas e contra-vergas quando previstas.

Execução da fixação (normalmente esta atividade ocorre bem depois do assentamento das fiadas).

30 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Produtividade de Elevação com Blocos de Concreto

RESULTADOS QUANTITATIVOS
A Tabela 8 apresenta as características relativas ao processo de alvenaria nas três obras estudadas, observando que
nem todos os empreendimentos possuem o mesmo porte.

Tabela 8 - Caracteristicas do processo de elevação da alvenaria de bloco de concreto nos empreendimentos estudados

Obras Características

Blocos de 39 cm industrializado, com dimensões variáveis.

Transporte: Car. Porta palete, Elev. Obra, balança e Mini carregadeira;


E.1
Argamassa de assentamento industrializada produzida na argamassadeira;

Equipe: 2 pedreiros e 2 ajudantes.

Blocos de 39 cm industrializado, com dimensões variáveis.

Transporte: Car. Porta palete, Elev. Obra/balança e carros de mão;


E.4
Argamassa de assentamento industrializada produzida na argamassadeira,

Equipe: 6 pedreiros e 3 ajudantes.

Blocos de 39 cm industrializado, com dimensões variáveis.

Transporte: Car. Porta palete, Elev. Obra/balança, jerica, grua e carros de mão;
E.5
Argamassa de assentamento industrializada produzida na argamassadeira,

Equipe: 7 pedreiros e 4 ajudantes

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


31
A Figura 30 apresenta a faixa dos valores de referência de RUPs de pedreiro da TCPO14 e as RUPs de pedreiro encon-
tradas nos empreendimentos estudados para o processo de elevação.

RUP Elevação Pedreiro (Hh/m2)

0,51 0,71 0,98


TCP014

0,66 0,80 1,17

0,71 0,89 0,93

E.1 E.4 E.5

Figura 30: RUP de Pedreiro na Elevação de Alvenaria de Bloco de Concreto

As RUP de Pedreiro para Elevação de Alvenaria em todas as obras estudadas (E.5= 0,71 Hh/m2; E.4= 0,89 Hh/m2;
E.1= 0,93 Hh/m2) encontram-se na faixa de menor eficiência do processo de acordo com a TCPO (0,71 Hh/m2 - 0,98 Hh/
m2), mostrando uma menor eficiência do processo. Estes valores foram influenciados pelas seguintes características:
Preenchimento de juntas verticais;
Paredes de espessuras grandes;
Alta Rotatividade de mão de obra;
Falta ou indisponibilidade de equipamento de transporte vertical.

RUP Elevação Servente (Hh/m2)

0,31 0,43 0,59


TCP014

0,38 0,42 0,77

0,410,44 0,62

E.1 E.4 E.5

Figuras 31: RUP de Servente Elevação de Alvenaria de Bloco de Concreto

Na Figura 31 estão respectivamente a faixa dos valores de referência da TCPO14 e os dados de servente dos empre-
endimentos para o processo de elevação.
Para RUP de Servente para Elevação de Alvenaria, observa-se que apenas uma obra ficou acima da mediana da TCPO.
Supostamente, o transporte utilizado e a mão de obra reduzida podem ser motivos para essa menor produtividade, já que
a obra E.5 utiliza uma grua para auxílio do transporte vertical e uma quantidade maior de operários e serventes.

32 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Produtividade de Elevação com Blocos Cerâmicos

RESULTADOS QUANTITATIVOS
A tabela 9 apresenta características específicas de duas obras estudadas de Salvador, destacando que ambos os
empreendimentos possuem a mesma tipologia estrutural e porte semelhante.
Tabela 9 - Caracterização do processo de elevação da alvenaria de bloco cerâmico nas empreendiementos estudadas

Empresas Características do processo Elevação

Blocos de 9x19x24 cm e 11,5x19x24 cm industrializado.


Transporte: elev. obra, balança, carro de mão e grua;
E.2
Argamassa de assentamento produzida em canteiro pela betoneira.
Equipe: 6 pedreiros e 2 ajudantes.

Blocos de 9cm industrializado.


Transporte: jerica e elev. obra/balança;
E.3
Argamassa de assentamento produzida em canteiro por 2 betoneiras,
Equipe: 5 pedreiros e 2 ajudantes.

A tabela 10 apresenta os valores das RUPs do processo de alvenaria para as duas obras estudadas, para o processo de
elevação. Os resultados da mediana das RUPs estão sendo comparados com os valores da TCPO (Tabela de Composições
de Preços para Orçamentos 14).

Tabela 10 - Indicadores de Produtividade de Alvenaria

Função Mínimo Máximo Mediana TCPO 14

BLOCO CERÂMICO

RUP Elevação (Hh/m²)

Pedreiro 0,65 1,68 1,29 1,14

Servente 0,19 0,84 0,54 0,88

A mediana das RUPs de Pedreiro para Elevação de Alvenaria com bloco cerâmico das obras estudadas (1,29 Hh/m²)
foi superior a média da TCPO (1,14 Hh/m²), mostrando uma menor eficiência do processo. No período de coleta das obras
ocorreram interferências externas como a greve de ônibus e o recesso das Festas Juninas, que podem ter influenciado na
baixa produtividade.

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


33
Também houve problemas com a montagem da cre-
malheira (balança) e o funcionamento de apenas uma
betoneira (Figura 32) no início da coleta da obra E.3.
Com relação a mediana das RUPs de Servente para
elevação de alvenaria com bloco cerâmico das obras
estudadas (0,54 Hh/m²), observa-se eficiência no pro-
cesso, já que este valor é menor do que a referência da
TCPO (0,88 Hh/m²).
Figura 32: Betoneira utilizada nas obras na produção de
argamassa para assentamento
FATORES QUE INTERFEREM NA PRODUTIVIDADE
Qualificação da equipe de obra
Equipes especializadas e com baixa rotatividade tende a ser mais produtiva no processo de execução, devido à
repetição e ao efeito aprendizagem.

Responsabilidade da equipe de produção


Quando do uso de equipe terceirizada, é necessário cuidado para evitar a alta rotatividade dos funcionários
especializados (carpinteiros), que interfere diretamente na produtividade.

Logística dos Materiais


Falta de planejamento no recebimento de materiais e métodos de transporte a serem utilizados para transportá-los
aos locais requeridos interfere bastante não somente na produtividade como também nas perdas, dependendo do
transporte utilizado na movimentação do material e da disponibilização do canteiro.

BOAS PRÁTICAS IDENTIFICADAS


Descarregamento mecanizado dos paletes diretamente no local de execução.

Local de recebimento dos blocos próximos ao local de uso

Programar com antecedência a entrega dos blocos.

Figura 33: Paletes estocados próximos ao local de uso

34 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Resultados

REVESTIMENTO

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


35
Produtividade - REVESTIMENTO
INTRODUÇÃO
O Revestimento de fachada tem a função de proteger e impermeabilizar a estrutura, protegendo a alvenaria contra a
chuva e umidade, além de possuir também função estética. Normalmente é aplicado em três camadas: chapisco, emboço
e reboco. Aqui é considerada a aplicação de emboço.

DESCRIÇÃO DO PROCESSO CONSTRUTIVO


Execução do chapisco sobre a alvenaria.

Colocação das taliscas.

Preenchimento com argamassa, formando as “mestras”.

Execução do emboço/reboco, que pode ser realizado


manualmente ou de forma projetada, como na Figura 34.

Acabamentos finais.

Figura 34: Aplicação da argamassa projetada

RESULTADOS QUANTITATIVOS
A Tabela 11 apresenta características específicas e os valores da mediana das RUP’s do processo de revestimento
com massa única para as três obras estudadas. Observa-se que as obras têm características distintas que, por sua vez,
vão influenciar na produtividade.

36 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Tabela 11 - Caracterização das empresas

E. 1
EMPRESA E. 2 E. 3
Fach. Lat. Esquerda Fach. Lat. Direita Fach. de Fundo

MÃO-DE-OBRA Terceirizada Terceirizada Terceirizada Própria Própria

N° DE
13 21 22
PAVIMENTOS

RELAÇÃO
Pedreiro: 4:3 7:1 3:1 15:3 1:1
Servente

RUP Pedreiro
1,11 0,80 0,70 0,63 1,51
(HH/m²)

RUP Servente
0,46 0,21 0,18 0,12 1,37
(HH/m²)

TIPO DE
Industrializada Industrializada Industrializada Industrializada Feita em obra
ARGAMASSA

TIPO DE
Projetada Projetada Projetada Projetada Manual
APLICAÇÃO

EQUIPAMENTO DE Máquina de Máquina de Máquina de


 Argamassadeira Betoneira
MISTURA Projeção Projeção Projeção

LOCAL DE
No pavimento No pavimento No pavimento   Pav. térreo
MISTURA

Desempeno
TIPO DE
      Grosso e  
ACABAMENTO
Acamurçado

Pingadeiras,
DETALHES NA Juntas de
Pingadeiras Grandes Vãos -  
FACHADA trabalho, Quinas e
Cantos

Cremalheira
Balancim
e 2 Balancim Revestimento
TIPO DE ANDAIME Cremalheira Cremalheira suspenso
suspenso Interno
mecanizado
mecanizado

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


37
A Figura 35 apresenta os dados relativos a RUP de pedreiro e servente encontrados no processo de revestimento
(emboço) das obras estudadas.

RUP Emboço Pedreiro (Hh/m2)

0,43 0,68 1,56

0,63 0,90 1,51

E.1 E.2 E.3

RUP Emboço Servente (Hh/m2)

0,10 0,17 1,56

0,12 0,33 1,37

E.1 E.2 E.3

Figura 35: RUP de Pedreiro e Servente para Massa única

A empresa E.2 teve a menor produtividade encontrada (0,63 Hh/m2 e 0,12Hh/m2) tanto para pedreiro como para ser-
ventes, pelo fato de trata-se de revestimento interno, que por sua vez possui maior facilidade associado ao processo que
o revestimento externo. Além disso, esta obra utilizou a aplicação da argamassa por projeção.
A empresa E.1, por sua vez, obteve produtividades variadas em função das características das fachadas. A fachada
do fundo, com menor valor de RUP (0,70 Hh/m2), possuía vãos de grandes dimensões e nela foi utilizada a plataforma
Cremalheira, resultando assim numa maior produtividade. A fachada lateral direita possuía maior relação pedreiro/servente
(7 para 1), dentre as outras fachadas, pois foi utilizado a Cremalheira e dois Balancins suspenso mecanizado ao mesmo
tempo. A fachada com menor produtividade foi a lateral esquerda (1,11 Hh/m2), que embora utilizasse cremalheira, possuía
um número elevado de arestas.
A empresa E.3 é um exemplo do processo mais tradicional encontrado, em que a argamassa não é industrializada,
sendo produzida em obra pela adição de areia, cimento, água e aditivos numa betoneira. A aplicação é feita manualmente
com a utilização de Balancins. Foram registrados ao longo do processo de coleta, diversos problemas recorrentes como
falta de argamassa para revestimento, porque a argamassa produzida pela betoneira era utilizada para outros processos
como assentamento de blocos e execução de contrapiso.
Como esperado, observa-se que a eficiência do processo associado à obra que utilizava a argamassa produzida em
obra e aplicação manual (E.3) é a menor em relação as demais.

38 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Como referência de RUP, a TCPO14 traz para aplicação de massa única de forma manual o valor de 0,5 Hh/m² para pe-
dreiros e serventes. Dessa forma, as empresas que executaram a projeção de argamassa apresentaram produtividade in-
ferior ao sugerido pela TCPO para pedreiros e superior para serventes. Ambos os valores de RUPs deveriam estar abaixo da
referência, pois se trata de um processo inovador o qual está associado à industrialização e racionalização na construção.

FATORES QUE INTERFEREM NA PRODUTIVIDADE


Tipo de argamassa utilizada
A argamassa industrializada é mais fácil de ser preparada que a feita em obra, conferindo a esta maior produtividade.

Logística e armazenamento
Planejar o período de entrega da argamassa, bem como o local de recebimento e armazenamento são fundamentais,
pois diminui o risco de atraso na entrega e de perda de materiais por ultrapassar o prazo limite de armazenamento.

Equipamentos
A escolha de equipamentos adequados para cada tipo de fachada faz a diferença para o aumento de produtividade.

Geometria das Fachadas


Fachadas com mais detalhes executivos tem menor produtividade, pois o acabamento será mais demorado.

Altura da Edificação
Quanto maior a altura do pavimento, dependendo do equipamento maior será a dificuldade de distribuição da
argamassa.

BOAS PRÁTICAS IDENTIFICADAS


Uso de Plataforma Cremalheira

Figura 36: Plataforma cremalheira em uso em uma das


obras estudadas

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


39
Valores de Referência

Tabela 12 – Valores de referência dos indicadores de produtividade

Coeficiente N° de dados
Processo/ Mínimo /
INDICADOR Mediana Máximo de Variação TCPO 14 RUP GLOBAL Nº Obras coletados /
Função Benchmarking
(%) Ciclos
ESTRUTURAS
Carpinteiro
RUP Pilar 0,15 0,46 0,83 52 0,39
RUP Viga 0,10 0,40 1,16 63 0,55 0,48

FÔRMA RUP Laje 0,12 0,42 1,11 49 0,30


4 42
(Hh/m²) Servente
RUP Pilar 0,04 0,24 0,56 68 0,10
RUP Viga 0,02 0,26 1,37 89 0,14 0,35
RUP Laje 0,03 0,42 1,11 68 0,07
Armador
RUP Pilar 0,014 0,042 0,102 50 0.034
RUP Viga 0,014 0,049 0,10 39 0.100 0,046

ARMAÇÃO RUP Laje 0,017 0,036 0,11 58 0.031


3 33
(Hh/kg) Servente
RUP Pilar 0,001 0,012 0,048 79 0.051
RUP Viga 0,002 0,012 0,03 58 0.150 0,01
RUP Laje 0,003 0,011 0,05 82 0.046
Pedreiro
RUP Pilar 0,15 0,52 2,46 79
RUP Viga 1.65 0,65
0,13 0,60 1,17 32
+ Laje
Servente
RUP Pilar 0,78 1,51 3,08 39
RUP Viga 4,50 1,23
0,48 1,12 2,02 31
+ Laje

CONCRETAGEM RUP Tempo Caminhão (min)


3 31
(Hh/m³) Pilar 15 52 150 - -
Viga +
7 21 170 - -
Laje
RUP Tempo Descarga (h)
Pilar 1,10 2,17 6,00 - -
Viga +
1,10 5,70 9,40 - -
Laje
RUP Tempo Global (Hh/m³)
Global 1,46 3,87 9,82 - -
ALVENARIA COM BLOCO DE CONCRETO

ELEVAÇÃO Pedreiro 0,66 0,80 1,17 18 0,71


- 3 17
(Hh/m²) Servente 0,38 0,42 0,77 24 0,43
ALVENARIA COM BLOCO CERÂMICO

ELEVAÇÃO Pedreiro 0,65 1,29 1,68 28 1,14


- 2 11
(Hh/m²) Servente 0,19 0,54 0,84 37 0,88
REVESTIMENTO

EMBOÇO Pedreiro 0,43 0,68 1,56 38 0,5


- 3 40
(Hh/m²) Servente 0,10 0,17 1,56 113 0,5

40 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Tabela 13 – Valores de referência dos indicadores de perdas

Coeficiente N° de dados
Processo/ Mínimo /
INDICADOR Mediana Máximo de Variação TCPO 14 RUP GLOBAL Nº Obras coletados /
Função Benchmarking
(%) Ciclos
ESTRUTURAS
Pilar 256 5,12 14,35 44
CONCRETO
Viga + 5 – 3 32
USINADO (%) 0,53 5,22 14,11 59
Laje

Todas as informações necessárias para a coleta dos indicadores de


produtividade e perdas para processos à base de cimento encontram-se no
Manual de Utilização do Projeto, disponível no CD do 5º ciclo da comunidade da
construção. Estes materiais também podem ser acessados no site:

www.comunidadedaconstrucao.com.br

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, L. O. C. de; Método para a previsão e controle da produtividade da mão de obra na


execução de fôrmas, armação, concretagem e alvenaria. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.

COSTA, D. B. et al. Sistema de Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos a Base de


Cimento, Salvador-Bahia: Universidade Federal da Bahia, 2011 (Manual de Utilização).

OLIVEIRA, M.; LANTELME, E.M.V.; FORMOSO, C.T. Sistema de indicadores de qualidade e


produtividade na construção civil: manual de utilização. Porto Alegre: SEBRAE, 1995.

SOUZA, U.E.L. Como Aumentar a Eficiência da mão-de-obra - Manual de Gestão da Produtividade na


Construção Civil. São Paulo; Editora Pini; 2006. 100p.

SOUZA, U.E.L. Como Reduzir Perdas nos Canteiros - Manual de Gestão do Consumo de Materiais na
Construção Civil. São Paulo; Editora Pini; 2005. 128p.

TCPO14 - Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos 14; Editora Pini, 2011.

Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


41
ANEXOS

Códigos das RUP’s de mão de obra da Tabela de Composição de Preços para Orçamentos 14° edição
(TCPO14)
Serviço de Fôrmas
05.005.000038.SER - Fôrma para pilares, com chapa compensada plastificada,e=12mm – montagem.
05.005.000049.SER - Fôrma para vigas, com chapa compensada plastificada, e=12mm – montagem.
05.005.000055.SER - Fôrma para lajes, com chapa compensada plastificada, e=12mm – montagem.
Serviço de Armadura
05.001.000005.SER - Armadura de aço CA-50 para pilares, Ø 12,5 mm, fornecimento e montagem (aço adquirido
cortado e dobrado).
05.001.000006.SER - Armadura de aço CA-50 para vigas Ø 10,0 mm, fornecimento e montagem (aço adquirido
cortado e dobrado).
05.001.000007.SER - Armadura de aço CA-50 para lajes Ø 8,0 mm, montagem (aço adquirido cortado e dobrado).
Serviço de Alvenaria
06.001.000053.SER - Alvenaria de vedação com blocos cerâmico furados 9 x 19 x 19 cm (furos horizontais),
espessura da parede 19 cm, juntas de 10 mm com argamassa mista de cal hidratada e areia sem peneirar traço 1:4,
com 100 kg de cimento
Referências para variabilidade da produtividade da tabela de Composição de Preços para Orçamentos 14° edição
(TCPO14)
Utilitário/Suporte
Textos Explicativos
Produtividade variável para serviço de fôrmas
B.1.1 – Fôrmas pré - fabricadas
Fôrmas de estrutura de concreto armado
Produtividade variável para serviço de concretagem
D.1 – Produtividade da mão de obra
Concretagem da estrutura
Concretagem de pilares
Concretagem de vigas/lajes
Produtividade variável para serviço de alvenaria
E.1 – Produtividade da mão de obra
Tipo 2: Alvenaria de blocos para alvenaria de vedação

42 Indicadores de Produtividade e Perdas para Processos à Base de Cimento • Caderno de Resultados


Agradecimento às empresas

A Comunidade da Construção agradece as empresas

CHROMA Construções
Concreta Incorporação e Construção
Odebrecht Realizações Imobiliárias
Sertenge
Souza Netto Engenharia

pela participação direta neste trabalho.


Indicadores de Produtividade e Perdas para
Processos à Base de Cimento
CADERNO DE RESULTADOS

Comunidade da Construção de salvador


Essa obra é nossa

construtoras

parceiros

instituições

uneb
UCSAL

www.comunidadedaconstrucao.com.br

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