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Normas
e certificações
7.1 Introdução
7.2 Suécia - International Organization for Standardization - ISO 26000 ISO
7.3 Suécia - International Organization for Standardization - ISO 14064/5 ISO
7.4 Alemanha - Forest Stewardship Council FSC-IC
7.5 Alemanha - ValuesManagementSystemZFW - VMS DNWE/ZFW
7.6 Austrália - Australian Standards - AS 8003 ASCSR
7.7 Israel - Standard Israel - SI 10000 SII
7.8 Brasil - Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR 16001 ABNT
7.9 Comissão Européia - Eco Management and Audit Scheme - EMAS CE
7.10 Dinamarca - Det Social Index DSI
7.11 Espanha - Sistema de Gestión Ética Y Responsabilidad Social - SGE 21 FORÉTICA
7.12 EUA - Occupational Safety & Health Administration - OHSAS 18001 OHSAS
7.13 EUA - Social Accountability - SA 8000 SAI
7.14 França - Sustainable Development - SD 21000 AFNOR
7.15 Itália - QRES CELE
7.16 Japão - Ethics Compliance Management System Standard - ECS2000 JSBES
7.17 Reino Unido - AccounAbility - AA 1000 ACCOUNTABILITY
7.18 Reino Unido - British Standards - BS 8555 BSI
7.19 Reino Unido - British Standards - BS 8800 BSI
7.20 Reino Unido - British Standards - BS 8900 BSI
7.21 Reino Unido - Good Corporation Good Corporation Ltd
7.22 Reino Unido - Comunity Mark BITC
7.23 Reino Unido - Investors in People Standard / Investors in People UK
138
138
Intro 7.1
139
7.2 ISO 26000
ISO 26000
International Organization for Standardization – ISO
140
ISO 26000 7.2
Capítulo 7
Normas e certificações
141
7.3 ISO 14064
ISO 14064/65
International Organization for Standardization – ISO
“Os participantes do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, em 2007, destacaram as mudanças
climáticas como a ameaça mais grave que pesa sobre a economia mundial. As séries ISO 14064 e ISO 14065
são um bom exemplo dos esforços que a ISO faz para desenvolver e promover ferramentas práticas que
contribuam para o desenvolvimento sustentável do Planeta.”
Alan Bryden, secretário-geral da ISO
142
ISO 14064 7.3
Capítulo 7
Normas e certificações
Conteúdo: Resultados
1 Escopo A Norma mostra que é possível compatibilizar a ativi-
2 Definições dade industrial, geradora do crescimento econômico,
3 Princípios com a responsabilidade social e com o meio ambiente
4 Introdução aos projetos de GEE preservado e protegido, e que não deverá haver difi-
5 Requisitos para projetos de GEE culdades para a aplicação dos requisitos estabelecidos
- Anexo A pela nova norma ISO 14064.
- Anexo B
Referências
- Bibliografia
www.creaes.org.br/downloads/ciclo/pasta05/
ISO 14064-3:2006 - Especificações com guia para SeminarioCreaES1005.pdf
validação e verificação de afirmações de Gases do http://magazine.meioambienteindustrial.com.br/
Efeito Estufa. ?sessaoID=949118625107821126619491321570&aID=7
ISO 14064-3
Processo de verificação, Processo de validação e verificação processo
143
7.4 FSC
144
FSC 7.4
Capítulo 7
Normas e certificações
FSC PARCEIROS
Iniciativas Nacionais e Representantes dos setores
Centro Internacional social, ambiental e econômico
PADRÕES
(Príncipios e Critérios)
CERTIFICADORAS
Credenciadas pelo FSC IC
5 atuando no Brasil
PRODUTORES
Manejo Florestal e Cadeia de Custódia
madeireiros e não madereiros
CONSUMIDOR
Corporativo ou indivíduo
145
7.5 VMS ZfW
ValuesManagementSystemZfW - VMSZfW
Rede Alemã de Ética Empresarial - DNWE
1 A Rede Alemã de Ética Empresarial (DNWE) é uma rede fundada em maio de 1993. Conta atualmente com cerca de 500 membros registrados, muitos dos
quais vindos dos setores empresarial, político, da Igreja ou da comunidade científica. O DNWE visa estimular o intercâmbio de idéias relacionadas a aspectos
éticos no comércio e encorajar atividades empresariais a seguir uma orientação ética. O DNWE é o ramo alemão da Rede Européia de Ética Empresarial (EBEN),
que foi fundada em 1987 em Bruxelas, e busca promover um diálogo intercultural sobre várias questões de ética empresarial. Atualmente, a EBEN é formada por
cerca de 1.000 membros, espalhados por 33 países e mantém contato com todas as principais associações voltadas ao tema da ética.
146
Capítulo 7
Normas e certificações
VMS ZfW 7.5
147
7.6 AS 8003
148
SI 10000 7.7
País Passo-a-passo
Israel 1. GERAL
1.1 Escopo e Proposta da Norma
O que é
1.2 Referências
A Norma SI 10000 aborda práticas de “responsabili- 1.3 Definições
dade social e envolvimento com a comunidade”.
2. RESPONSABILIDADE SOCIAL E
ENVOLVIMENTO COM A COMUNIDADE
Origem
2.1 Responsabilidades da Diretoria
A SI 10000 foi desenvolvida pela Standards Institu- 2.2 Alocação de Recursos para Gerenciamento
tion of Israel (SII), em 2001. 2.3 Envolvimento e Responsabilidades dos Colaboradores
2.4 Qualidade do ambiente de trabalho
Objetivos
2.5 Qualidade do Meio Ambiente
Exigências específicas de práticas de responsabilidade 2.6 Ética
social e envolvimento com a comunidade buscam ca- 2.7 Transparência e Publicação
pacitar as companhias a: 2.8 Ações Preventivas e Corretivas
• Desenvolver, manter e reforçar políticas e procedimentos 2.9 Treinamento
para controlar suas ações de RS e interação com a
2.10 Controle
comunidade;
2.11 Registro de Documentação
• Demonstrar para as partes interessadas que as políticas
e procedimentos com foco na comunidade estão sendo
seguidas de acordo com as exigências da norma. Referências
http://209.85.165.104/search?q=cache:ULle8G2X5qEJ:
Conteúdo www.jisc.go.jp/policy/pdf/DrSI%252010000%2520in%
2520English-modified.pdf+%22si+10000%22&hl=pt-
A SI 10000 propõe critérios para implementação de BR&ct=clnk&cd=1&gl=br
políticas de responsabilidade social e interação com a
Colaboração
comunidade, incluindo gerenciamento sênior e com- Beat Grüninger, Marco Perez
promisso dos funcionários, alocação de recursos para Business and Social Development
propostas sociais, gerenciamento do impacto ambien- www.bsd-net.com
tal da organização, coerência entre negócios e ética,
transparência e prestação de contas, prevenção, trei-
namento e mecanismos de documentação.
Algumas outras normas serviram de referência no
complemento da SI 10000:
SI 1432 – Qualidade no Gerenciamento e Assurance
SI 4481 – Sistemas de Saúde e Segurança em Indústrias
ISO 9000 séries – Gestão de Qualidade
ISO 14001 séries – Sistema de Gestão Ambiental
149
7.8 ABNT NBR 16001
150
Capítulo 7
Normas e certificações ABNT NBR 16001 7.8
151
7.9 EMAS
Eco Management
and Audit Scheme – EMAS
Comissão Européia
152
EMAS 7.9
Capítulo 7
Normas e certificações
a modernização dos processos. Conseqüentemen- Ao contrário das exigências da norma ISO 14001, o
te, contribui para a competitividade das empresas. regulamento EMAS prevê a publicação de uma decla-
Neste contexto, solicita-se ao fórum do CSR EMS ração ambiental que deve incluir uma avaliação dos
que explore a oportunidade de aplicar a abordagem problemas ambientais, um resumo dos dados quan-
EMAS ao desempenho social das empresas e de ou- tificados.
tras organizações.
Referências
Passo-a-passo www.emas.org.uk
http:// ec.europa.eu/environment/emas/index_en.htm
Uma organização que deseja beneficiar-se desta certi-
http:// ec.europa.eu/environment/emas/about/summary_en.htm
ficação deve validar as quatro seguintes etapas:
www.emas.org.uk/aboutemas/mainframe.htm
• Elaboração de diagnóstico ambiental, levando-se em
conta o conjunto dos aspectos ambientais das atividades da
organização, dos seus produtos e serviços, dos seus métodos
de avaliação interna etc.;
153
7.10 DSI
154
DSI 7.10
Capítulo 7
Normas e certificações
ausência de funcionarios por doença, equilíbrio entre sa). Caso a documentação seja satisfatória, os requisitos
família e trabalho, política para funcionários mais ve- para certificação sejam observados na prática e a orga-
lhos, desenvolvimento de competências, integração nização receba uma nota entre 60 e 100, ela poderá uti-
de equipes com redução da capacidade de trabalho, lizar o logo do Det Social Indeks por três anos.
entre outras questões.
Caso a organização ou empresa não queira passar pelo
A ferramenta é baseada no diálogo e dá aos funcio- processo, o Det Social Indeks pode funcionar como
nários oportunidade de discutir na organização como inspiração, mas a experiência demonstrou que o diá-
ela lida com a responsabilidade social e de construir logo com os stakeholders é muito benéfico à empresa,
uma visão de futuro sobre o tema. pois aumenta a compreensão e fornece uma base para
identificar as iniciativas que poderão melhorar o de-
A certificação não é um requisito para se trabalhar com
sempenho social da empresa. A ferramenta é baseada
o Det Social Indeks. A empresa que desejar certificação
no diálogo e dá principalmente ao público interno a
deve passar por um processo que envolve o preenchi-
oportunidade de discutir a empresa e melhorar seus
mento e envio do questionário ao Secretariado do Det
resultados dentro da área de RES/DS.
Social Indeks seguido de auditoria externa (que evolve
visitas à organização para análises críticas, entrevistas
com funcionários e gerentes, exame de documentação Referências
e observação, e a avaliação final e independente sobre www.detsocialeindeks.dk
os 18 tópicos do questionário respondidos pela empre- www.detsocialeindeks.dk/extweb/dsi/dsi.nsf/DocNo/eng-01-02-01
Implementação de pla-
nos de Ação
Implementação de
planos de Ação Reunião inicial
Reunião de reavaliação
155
7.11 SGE 21
1
O SGE é composto por uma família de normas, guias e documentos formais desenvolvidos pelo Forética e baseia-se em uma série de diretrizes de RSE:
Diretrizes OCDE e OIT, Pacto Mundial das Nações Unidas, Comunicação da Comissão Européia relativa à Responsabilidade Social das Empresas (2002),
Livro Verde da Comissão Européia (2001), ISO 9001:2000, ISO 14001:2004 e ISO 19011:2002, OHSAS 18000, SA8000.
156
SGE 21 7.11
Capítulo 7
Normas e certificações
1. Alta Direção
Acionistas Governo
2. Clientes
3. Fornecedores e terceiros
4. Recursos Humanos
Alta Direção
Entorno Social e Clientes
5. Entorno Social Entorno Ambiental
6. Entorno Ambiental
7. Investidores
8. Competidores Recursos Concorrência Fornecedores
9. Administradores Competentes Humanos
Passo-a-passo Certificação
A SGE 21 pode ser utilizada por microempresas até
grandes multinacionais. Ela pode ser implantada em SGE 21
toda a organização de maneira integrada, por graus de
Implementação por Áreas
implantação (sendo a certificação em Gestão Ética a de
maior reconhecimento) ou ainda por áreas de gestão. Nível de Códigos de Conduta
Implementação
O sistema é totalmente compatível com as normas Política de
ISO 9000:2000 e ISO 14000, permitindo auditorias Responsabilidade
conjuntas e assim redução de custos.
O sistema deve ser revisado e avaliado periodicamen-
te de forma a garantir a melhoria contínua.
conformidade, o Forética emite o Certificado de Ges-
• Auditoria interna - auditores designados e capaci- tão Ética e Responsabilidad Social. Este selo é revisado
tados avaliam o cumprimento da norma e desenvol- anualmente com auditorias de acompanhamento e a
vem planos de melhoria submetidos a um comitê de cada três anos com auditorias completas.
responsabilidade social.
• Avaliação de conformidade – avaliação por terceiro
A empresa opta por uma auditoria ou avaliação de sem necessidade de solicitar certificação. Pode ser rea-
conformidade a ser realizada anualmente: lizada por uma certificadora ou consultoria reconheci-
da pelo Forética. O objetivo é emitir um informe sobre
• Auditoria externa – realizada por uma certificadora
o grau de operação do sistema, que permita à direção
de qualidade e meio ambiente acreditada pela ENAC
estabelecer planos de melhoria para o cumprimento de
e reconhecida pelo Forética. O relatório de auditoria
objetivos de suas políticas de responsabilidade social.
é revisado por um comitê de certificação designado
pela Direção Técnica do Forética, que inclui membros
do Forética (presidente, especialista em RSE e área Referências
técnica), a entidade certificadora envolvida no pro- www.foretica.es
cesso, outra certificadora oficial e uma ONG. Com a www.foretica.es/imgs/foretica/sge21.pdf
157
7.12 OHSAS 18001
País Conteúdo
EUA A norma OHSAS 18000 integra-se no mesmo modelo
das normas ISO 9000 e ISO 14000, apresentando uma
O que é abordagem por processo.
Norma voltada à saúde e segurança ocupacional. É Estas normas são baseadas na utilização do “ciclo de
passível de auditoria e certificação. Deming”, que permitem uma melhoria contínua dos
desempenhos.
Origem A OHSAS 18000 compõe-se de um sistema de gestão
A OHSAS 18001, cuja sigla significa Occupational que integra:
Health and Safety Assessment Series — entrou em • o compromisso de seguir uma política de gestão dos
vigor em 1999, após estudos de um grupo de organis- riscos,
mos certificadores e de entidades de normalização da • a identificação e a avaliação dos fatores e áreas de
Irlanda, Austrália, África do Sul, Espanha e Malásia. riscos,
• a identificação de objetivos e programas,
Objetivo • a formação do pessoal,
• a implantação de processos de controle,
Esta norma visa auxiliar as empresas a controlar os ris- • a preparação a situações de emergência,
cos de acidentes no local de trabalho. É uma norma para • o estabelecimento de procedimentos de medida de
sistemas de gestão da Segurança e da Saúde no Trabalho vigilância,
(SST). A certificação por essa norma garante o compro- • a implantação de medidas de prevenção dos acidentes,
misso da empresa com a redução dos riscos ambientais
• a instauração de um procedimento regular de verificação.
e com a melhoria contínua de seu desempenho em saú-
de ocupacional e segurança de seus colaboradores.
Passo-a-passo
A criação dessa norma levou em conta algumas
normas nacionais já existentes, como a BS 8800, na O procedimento de certificação desenvolve-se em
Inglaterra. A norma se baseia no conceito de que a três etapas:
companhia deve periodicamente analisar e avaliar seu • a pré-avaliação efetuada pelo organismo responsável
pela auditoria de certificação;
sistema de gestão da SST, de maneira a sempre iden-
tificar melhoras e implementar as ações necessárias. • o estudo dos documentos fornecidos pela empresa;
Por isso, ela não estabelece requisitos absolutos para • a auditoria de certificação a fim de examinar e verificar
o desempenho da Segurança e Saúde no Trabalho a implantação efetiva dos procedimentos por parte da
— mas exige que a empresa atenda integralmente à empresa.
legislação e regulamentos aplicáveis e se comprometa
Referências
com o aperfeiçoamento contínuo dos processos.
www.osha.gov
Por não estabelecer padrões rígidos, duas organizações www.osha-bs8800-ohsas-18001-health-and-safety.com
que desenvolvam atividades similares, mas que apresen- www.osha-bs8800-ohsas-18001-health-and-safety.com/
tem níveis diferentes de desempenho da SST, podem, electronic.htm (para compra)
simultaneamente, atender aos requisitos da norma. http://emea.bsi-global.com/OHS/index.xalter
158
SA 8000 7.13
País • remuneração
• sistema de gestão
EUA
Passo-a-passo
O que é
A SA 8000 é uma norma que estabelece padrões para as Há duas opções para a implantação da SA 8000:
relações de trabalho, passível de auditoria e certificação. 1. Certification SA 8000
159
7.14 SD 21000
SD 21000
Association Française de Normalisation - AFNOR
160
SD 21000 7.14
Capítulo 7
Normas e certificações
Passo-a-passo Resultado
A primeira fase tem por objetivo uma reflexão inicial, Um ano depois do seu lançamento, 200 empresas fo-
quando da elaboração da estratégia da empresa com ram mobilizadas em nove regiões.
suas conseqüências à escala mundial sobre a vida e o
funcionamento das empresas. Dica
A segunda fase tem por objetivo a operacionalização, O guia para a hierarquização dos desafios do de-
propondo recomendações hierarquizadas que visam senvolvimento sustentável (FD X 30-023) é um do-
ajudar a empresa a fixar os seus objetivos em relação cumento de ajuda à aplicação do Guia SD 21000 para
ao SD, integrando a gestão aos objetivos RS. identificar e hierarquizar os desafios de desenvolvi-
mento sustentável.
Identificação dos desafios Apóia-se sobre uma metodologia desenvolvida, que
permite, com base nos instrumentos de pilotagem já
• Princípios de desenvolvimento sustentável existentes na empresa:
• Boas práticas setoriais
• Identificar os desafios de desenvolvimento sustentável;
• Regulamentação e Normas
• Hierarquizar estes desafios, em termos de riscos e
• Expectativas das partes interessadas oportunidades;
• Considerar o grau de maturidade da empresa em relação
Estratégia de responsabilidade aos diferentes desafios de desenvolvimento sustentável bem
empresarial como o grau de maturidade das práticas empresariais;
161
7.15 Q-RES
Q-RES
Centro para Ética, Direito e Economia - CELE
162
Q-RES 7.15
Capítulo 7
Normas e certificações
e lidar com questões de natureza ética no ambiente de pesquisas do time e da comparação entre experi-
organizacional. ências das organizações participantes. Podem se unir
à Mesa Q-RES empresas públicas e privadas, asso-
4. Sistema de Implementação e Controle ciações, ONGs e fornecedores de serviços sociais no
Trata-se da “infra-estrutura” para apoiar a implemen- campo da RSE que compartilhem a Missão do Projeto
tação das práticas de responsabilidade social e ética, e pretendam contribuir para a manutenção do progra-
monitorar seu cumprimento e melhorar a performan- ma de pesquisa realizado pelo grupo do Q-RES.
ce ética. O guia define dois processos para isso:
As atividades têm como objetivos:
• O processo "de baixo para cima" visa medir o
desempenho ético e social via Balanced Score Card (BSC) • Revisão do Guia e da Norma Q-RES de acordo com
ajustado e adaptado. O BSC engloba quatro dimensões de os resultados das pesquisas em curso, financiadas pela
desempenho organizacional: finanças, clientes, processos Comissão Européia, sobre o desenvolvimento de um
internos, aprendizagem e desenvolvimento, cada qual com padrão comum de gestão RSE, realizadas em parceria
políticas, objetivos e estratégias definidas no sistema. com o Projeto Sigma, Accountability e Universidade de
Poderia ser utilizado para medir o desempenho social e Constanza;
ético (ou sustentabilidade) da organização ao se incorporar • Refinamento dos instrumentos do sistema de gestão Q-
essas questões nas dimensões do sistema. Desta forma, o RES à luz da experiência das empresas participantes dos
BSC poderia se tornar um instrumento de gestão da RSE. projetos-pilotos;
• O processo "de cima para baixo" propõe a avaliação e a • Colocar em processo de auditoria e futura certificação da
melhoria dos processos de controle, gestão de riscos, e Norma Q-RES;
governança corporativa associados às questões de ética via
• Promoção da consciência e adoção do Guia de Diretrizes
auditoria ética interna. Q-RES junto a empresas e associações.
163
7.16 ECS2000
Capítulo 7
Normas e certificações
Objetivos Passo-a-passo
Esta norma visa permitir que as organizações possam 1. ESCOPO
encontrar meios mais avançados de precaução contra
negociações duvidosas – ilegais e/ou injustas – con- 2. REFERÊNCIAS NORMATIVAS
duzidas pelos próprios membros da diretoria da em- 3. DEFINIÇÕES
presa, violando o Código de Ética ou Política de Tra-
balho. Assim, permite que essas violações e as pessoas 4. SISTEMA DE REQUERIMENTO E
responsáveis possam ser identificadas. Para conseguir GERENCIAMENTO DA ÉTICA
isso é necessário: 4.1. Requerimentos Gerais
164
ECS2000 7.16
Capítulo 7
Normas e certificações
4.2. FORMULANDO POLÍTICAS BÁSICAS DE cia mundial, as organizações japonesas tiveram suas
CONFORMIDADE NA ÉTICA E PRODUÇÃO DE MANUAIS estruturas da governança corporativa reformuladas,
4.2.1. Formulando Políticas Básicas de Conformidade dando maior ênfase à Ética nos Negócios.
na Ética
4.2.2. Divulgação das Políticas Básicas de O governo japonês também decretou a Lei de Proteção
Conformidade na Ética e Produção de Manuais a Testemunhas (Whistleblower Act) e revisou os siste-
mas internos de controle das companhias japonesas.
4.3. PLANEJAMENTO
4.3.1. Implementação do Planejamento A grande mudança foi percebida rapidamente no re-
4.3.2. Legislação; outras Regulamentações e Leis lacionamento com os stakeholders, o qual era mar-
relatadas cado por grandes escândalos, nas décadas de 70 a 90.
4.3.3. Regulamentações Internacionais Um bom exemplo são os consumidores, que normal-
mente nunca denunciavam as grandes companhias, e
4.4. IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO hoje isso já não acontece com tanta freqüência.
4.4.1. Estrutura e Responsabilidades
4.4.2. Educação e Treinamento Referências
4.4.3. Comunicação Business Ethics & Compliance Center
4.4.4. Sistema de documentação de Conformidades na Reitaku University
Ética
http://ecs2000.reitaku-u.ac.jp
4.4.5. Controle de Documentos
www.seattleu.edu/asbe/abei/papers%20for%202006%20c
4.4.6. Controle Operacional
onference/Nobuyuki%20Demise.pdf
4.4.7. Nível de Preparação de Emergência
COLABORAÇÃO
4.5. MONITORAMENTO E CORREÇÕES Beat Grüninger, Marco Perez
4.5.1. Monitoramento e Avaliação Business and Social Development
4.5.2. Ações Preventivas e Correções www.bsd-net.com
4.5.3. Registro
4.5.4. Sistemas de Gerenciamento das Conformidades
Éticas da Auditoria
Resultado
Com o apoio da ECS 2000 e o empenho de várias com-
panhias japonesas no “desenvolvimento de programas
de ética nos negócios”, devido à demanda e exigên-
165
7.17 AA 1000
AA1000
Institute of Social and Ethical
Accountability - ISEA
Objetivo
Conteúdo
A série de normas AA 1000 define melhores práticas
Série AA 1000 é composta por Padrões Principais
para prestação de contas a fim de assegurar a qualida-
(AA1000 Framework, AA 1000AS – Assurance Stan-
de da contabilidade, auditoria e relato social ético de
dard e AA 1000SES – Stakeholder Engagement), No-
todos os tipos de organizações (públicas, privadas e
tas de Direcionamento e Notas para Usuário.
ONGs de todos os portes). Os padrões de processo da
AA 1000 associam a definição e a integração dos valo- A norma apresenta os principais tópicos ligados à res-
res da organização com o desenvolvimento das metas ponsabilidade social, os pontos de divergência e de
de desempenho e com a avaliação e comunicação do convergência com os demais padrões, como as ISO,
desempenho organizacional. Por meio desse processo, SA 8000 e GRI.
166
AA 1000 7.17
Capítulo 7
Normas e certificações
A estrutura da AA 1000 (AA 1000 Framework) con- social e ético façam parte das operações, sistemas e
tém processos e princípios para relatórios, prestação políticas da organização e não sejam apenas destinados
de contas e auditoria. Existem 11 princípios de quali- à produção de relato social e ético.
dade que devem ser seguidos pela organização, agru- 11. Melhoria Contínua – ações tomadas, reconhecidas e
pados por área de referência: externamente auditadas, para melhorar o desempenho em
resposta aos resultados dos processos de contabilidade,
I. Escopo e Natureza do Processo de Organização auditoria e relato social e ético, oferecem oportunidade
para o desenvolvimento contínuo do processo.
1. Completude – inclusão imparcial das áreas
apropriadas e atividades relacionadas com desempenho
social e ético nos processos de contabilidade. Passo-a-passo
2. Materialidade – inclusão de informação significativa A AA 1000 pode ser usada isoladamente ou em con-
que podem afetar as partes interessadas e sua avaliação junto com outros padrões de prestação de contas,
do desempenho social e ético da organização.
como a Global Report Initiative (GRI) e as normas
3. Regularidade e Conveniência – disponibilidade de ação ISO e SA 8000.
e informação sistemática dos processos de contabilidade,
auditoria e relato social para apoiar a tomada de decisão O processo de implantação da AA 1000 segue um
organização e partes interessadas. ciclo definido de atividades agrupadas nos cinco ele-
mentos da norma:
II. Significância da Informação
• Planejamento
4. Garantia da Qualidade – processo de auditoria da
organização realizado por um auditor externo ou partes • Contabilidade
independentes e competentes. • Auditoria e Relato
5. Acessibilidade – comunicação apropriada e efetiva • Integração
para as partes interessadas da organização sobre seus • Engajamento das Partes Interessadas
processos de contabilidade, auditoria e relato social e
ético e seu desempenho. É importante frisar que a seqüência das etapas descri-
tas no processo não é sempre cronológica.
III. Qualidade da Informação
A verificação acompanha todo o processo segundo
6. Comparabilidade – capacidade de comparação de
desempenho da organização com períodos anteriores,
modelo sugerido pelo ISEA. Para a verificação devem
metas de desempenho, benchmarks externos, ser aplicados os princípios de garantia do Padrão de
regulamentação e normas não obrigatórias. Garantia AA1000S: Completude, Materialidade, Pró-
7. Confiabilidade – garantia para a organização e partes
atividade, Acessibilidade e Evidência.
interessadas de informação íntegra e imparcial proveniente Em cooperação com o IRCA – International Register
da contabilidade, auditoria e relato social e ético.
of Certified Auditors, o ISEA certifica auditores pro-
8. Relevância – informação útil para a organização e fissionais de sustentabilidade cuja prática de audito-
partes interessadas para construção de conhecimento e
ria segue o padrão específico da Série AA 1000, a AA
suporte à tomada de decisão.
1000AS – Assurance Standard.
9. Entendimento – garantia de compreensão da
informação (incluindo questões de língua, estilo e
Referências
formato) pela organização e partes interessadas.
www.accountability.org.uk
IV. Gerenciamento do Processo em Base Contínua www.accountability21.net
10. Integração – de informações ou sistemas, garantia www.accountability21.net/aa1000/default.asp
de que os processos de contabilidade, auditoria e relato www.accountability21.net/aa1000/default.asp?pageid=286
167
7.18 BS 8555
País Passo-a-passo
Reino Unido A ferramenta está disponível on-line e pode ser con-
sultada gratuitamente. As PMEs podem utilizar o
O que é método Acorn para realizar um processo por etapa
(seis etapas ao todo) para instaurar práticas de gestão
Conjunto de padrões de gerenciamento ambiental
ambiental. Não há obrigatoriedade de se implementar
voltado para Pequenas e Médias Empresas (PMEs).
todas as fases do processo.
168
BS 8555 7.18
Capítulo 7
Normas e certificações
ETAPA 1 – auditoria
ETAPA 2 – auditoria
ETAPA 3 – auditoria
ETAPA 4 – auditoria
ETAPA 5 – auditoria
169
7.19 BS 8800
British Standards 8800 – BS 8800
British Standard Institution – BSI
País Passo-a-passo
Inglaterra A compra pode ser feita on-line. Existe também a pu-
blicação.
O que é https://secure.element5.com/shareit/checkout.html?produc
tid=156337&language=English
Norma de origem inglesa voltada para a gestão da
saúde e segurança ocupacional, passível de auditoria Etapas necessárias para uma certificação:
e certificação.
1. Comprometimento da alta administração.
2. Seleção e designação formal de um coordenador.
Origem
3. Formação do Comitê de coordenação.
Criada pelo British Standard Institution (BSI), órgão
4. Treinamento.
britânico encarregado de elaborar normas técnicas,
foi publicada em 1996 originalmente como BS 8750. 5. Elaboração e divulgação da política de segurança.
É considerada como a norma mais atual em todo o 6. Palestra sobre qualidade para todos os funcionários.
mundo para a implantação de um sistema eficaz de
7. Divulgação constante do assunto segurança.
gerenciamento das questões relacionadas com a pre-
venção de acidentes e doenças ocupacionais. Sua sigla 8. Estudo dos requisitos da norma e realização do
diagnóstico da empresa em relação a cada um deles.
deverá ser ISO 18000 quando aprovada mundialmente
pela Organização Internacional para a Normalização, 9. Plano de trabalho para cumprir o que estabelece cada
nos comitês e workshop(s) internacionais, como o requisito da norma.
programado para Genebra, na Suíça. Diversos países, 10. Formação de grupos de trabalho com a participação
inclusive o Brasil, estão fazendo eventos preparatórios dos funcionários para elaborar as instruções de trabalho.
e discutindo os assuntos nas câmaras setoriais com o 11. Elaboração do manual de segurança.
objetivo de esclarecer e consolidar suas posições so-
12. Treinamento dos funcionários na documentação.
bre o assunto.
13. Formação dos auditores internos de segurança.
170
BS 8900 7.20
Capítulo 7
Normas e certificações
171
7.21 GOOD CORPORATION
País Passo-a-passo
Reino Unido O processo de certificação é conduzido sigilosamente
por auditores que se baseiam em dados sobre a gestão
O que é provenientes de várias fontes: documentais, de gesto-
res e de stakeholders.
É uma certificação distribuída por uma empresa pri-
vada, a Good Corporation, às organizações que de- 1º passo: Inicialmente, a empresa deve preencher um
monstrem práticas de gestão responsável e melhoras questionário on-line para conhecer o estágio em que
em relação às questões sociais, éticas e ambientais de se encontram suas práticas, para ser verificada. Em
acordo com um conjunto de critérios definidos. seguida, deve inscrever-se na Good Corporation para
obter informações e solicitar verificação.
Origem 2º passo: Uma vez o contrato assinado, um auditor
(credenciado pelo Good Corporation) efetua uma
A Good Corporation Ltd. foi criada em 2000 por análise da empresa de acordo com critérios de res-
ex-sócios da empresa de consultoria KPMG. É uma ponsabilidade social da organização. Esta verificação
empresa privada que destina 5% de seus lucros a boas passa por várias etapas:
causas. Conta com o apoio de representações sindi-
cais, organizações sem fins lucrativos, assim como de • Com base em documentos fornecidos pela empresa;
pequenas e grandes empresas. Com sede no Reino • Com base no site;
Unido, a Good Corporation mantém uma rede inter- • Por entrevistas com as partes interessadas.
nacional de parceiros e assessores. O Good Corpo-
Ao final desse processo, o auditor faz sua avaliação.
ration Standard foi desenvolvido em conjunto com o
Para obter a certificação, a empresa deve obter pare-
Institute of Business Ethics e lançado em 2001.
cer no mínimo “satisfatório” em cada tópico avaliado.
Se certificada, ela poderá usar a logomarca do Good
Objetivo Corporation em suas peças de comunicação durante
A Good Corporation confere às empresas uma cer- o período de um ano. No caso de parecer negativo,
a empresa pode se basear nas sugestões do relatório
tificação independente que as ajuda a proteger sua
de verificação para estabelecer melhoras nos setores
reputação e a promover práticas de negócio respon-
reprovados na verificação e pedir uma reavaliação.
sáveis. A certificação destina-se a empresas de qual-
quer tamanho ou setor. Para obtê-la, a empresa tem A avaliação é conduzida de forma confidencial.
de comprovar a adoção de boas práticas em relação Os resultados não são publicados por Good Corpora-
a funcionários, clientes, fornecedores, comunidade, tion, embora uma lista daquelas organizações que se
meio ambiente e acionistas. encontraram no padrão apareça no website.
Conteúdo Resultados
172
COMMUNITY MARK 7.22
Community Mark
Business in the Community- BITC
País Quality Foundation). Analisa 12 domínios de ativi-
dades das PMEs nas suas localidades, avaliando os
Reino Unido benef ícios gerados para a comunidade e as iniciati-
vas empreendidas para chegar aos resultados apre-
O que é sentados. Os “resultados” são comunicados, e as
Um padrão certificável de atuação social para PMEs “abordagens” são descritas.
inglesas.
Passo-a-passo
Origem As empresas que desejam obter a certificação devem
A certificação britânica Community Mark é promo- seguir alguns passos:
vida e distribuída gratuitamente pela Business in the 1. Enviar uma carta de compromisso ao BITC, e assim
Community (BITC) e conta com apoio do Ministério subscrever os princípios do Community Mark, i.e.
do Interior. O instrumento foi desenvolvido com a • Integrar valores de RS na sua gestão e
contribuição de Brighton & Hove Business Commu-
• Respeitar as diferentes partes interessadas.
nity Partnership.
• Instaurar um programa em proveito da sua
A BITC é uma organização fundada em 1982 por um comunidade em dois anos - o Community Program.
grupo de grandes empresas britânicas comprometi- 2. Participar de uma rede local, animada por uma pessoa
das em ampliar seu impacto positivo na sociedade. da rede BITC, o Community Mark Advisor, que acompanha a
A organização é presidida pelo Príncipe de Gales e empresa ao longo de todo o processo de certificação.
é atualmente formada por 750 empresas membros e 3. Fornecer 53 informações sobre as melhorias levadas ao
uma rede de 2.000 empresas engajadas por meio de 90 seu Community Program.
parceiros globais.
4. Preencher um questionário de avaliação sujeito ao comitê
de avaliação do BITC (Assessment Panel) que se reúne três
Objetivo
vezes ao ano. O Comitê pode completar o exame de pedido
Community Mark é destinado às pequenas e médias de certificação consultando certas partes interessadas.
empresas (até 250 assalariados) que desejam obter o
Uma vez validada pelo Comitê, a empresa poder utili-
reconhecimento da sociedade diante das atividades de
interesse público e dos investimentos que realizam em zar o logotipo da Community Mark durante três anos.
proveito das comunidades nas quais estão inseridas. Observação: Um novo padrão Community Mark
O instrumento permite à empresa dar visibilidade à está sendo desenvolvido pela Business in the Com-
sua atuação social e aos benef ícios gerados às comu- munity (BITC) em parceria com empresas mem-
nidades locais, agregando valor à sua imagem insti- bros, além do setor público e de organizações de
tucional (como empresa responsável), esperando que voluntariado. O selo será lançado em caráter piloto
esse reconhecimento contribua para a conquista e fi- no início de 2007. Será um padrão para o reconheci-
delização de clientes. mento de práticas empresariais de responsabilidade
Community Mark é um padrão nacional com três ca- social com foco nas iniciativas voltadas à comuni-
racterísticas: dade (disponível a partir de 2007). O Community
Mark será destinado às empresas de B2B e B2C de
• Reconhece a contribuição de pequenos e médios negócios
em comunidades locais. todos os portes que desejem obter o reconhecimen-
• Fornece um modelo que permite pequenos e médios
to público da sua contribuição para as comunidades
negócios maximizar seu envolvimento com a comunidade nas quais estão inseridas, resultando num potencial
para beneficiar os negócios e a comunidade. aumento do valor do negócio. O selo oferecerá um
• Fornece um modedo que encoraja pequenos e médios modelo para auxiliar as empresas a maximizar seu
negócios, até mesmo aqueles que não estejam envolvidos envolvimento comunitário, gerando benef ícios mú-
em assuntos comunitários, a engajar-se em questões para tuos — para si e para as comunidades.
beneficiar seus negócios e a comunidade.
Vantagem concreta - uma certificação Community Mark Referências
permite a uma PME, por exemplo, fornecer exemplos das
suas práticas de investimento local, quando responde a www.bitc.org.uk
um concurso público. www.communitymark.org.uk
www.bitc.org.uk/programmes/programme_directory/
Conteúdo
communitymark/
O Community Mark baseia-se no modelo de exce- www.bitc.org.uk/programmes/programme_directory/
lência da fundação britânica da qualidade (British communitymark/what_is_commuark.htm
173
7.23 INVESTORS IN PEOPLE
Por ter uma estrutura genérica e flexível, UK, que promove o uso da ferramenta e é respon-
o Investors In People se adapta ao ciclo de sável pelas revisões feitas a cada três anos. A última
delas foi finalizada em novembro de 2004.
planejamento das empresas e focaliza os
aspectos de desenvolvimento e formação
Objetivos
de recursos humanos, que devem ser
considerados pelos gestores para o Investors in People Standard tem como proposta
acompanhamento das ações. fornecer uma metodologia de planejamento e gestão
para melhorar os resultados de organizações a partir
[Conteúdo] da formação e do desenvolvimento de seus recursos
humanos, relacionando-os com as estratégias e obje-
tivos da empresa.
Conteúdo
174
Capítulo 7
Normas e certificações INVESTORS IN PEOPLE 7.23
1
10 Estratégia de
Melhora negócios 2
contínua Estratégia de
formação e
desenvolvimento
PLANEJAMENTO 3
Desenvolvimento Estratégia de
REVISÃO de estratégias
Avaliação dos impactos administração
para melhorar a de pessoas
na performance da performance da
9 organização
Medição do organização
desempenho 4
Liderança e
gerenciamento
EXECUÇÃO da estratégia
Implementação de
ações para melhora
8 da performance da 5
Aprendizado e organização Eficácia do
desenvolvimento gerenciamento
7 6
Envolvimento e Reconhecimento
Fonte: www.investorsinpeople.co.uk/IIP/
empoderamento e premiação
Web/About+Investors+in+People/Investors
+in+People+Standard/default.htm
175
8
Compêndio para a Sustentabilidade: Ferramentas de Gestão de Responsabilidade Socioambiental
Considerações Finais:
Espiritualidade,
Valores e Consciência
Organizacional
8.1 Introdução
Mapeamento das Ferramentas de Gestão
Indo além da Eficiência Econômica, Eqüidade Social e Equilíbrio Ambiental...
176
176
Intro 8.1
Em geral, essas ferramentas são instru- mais avançadas e numerosas, com nor- legislativos ao antecipar-se a ele.
mentos de auto-avaliação e aprendiza- mas estabelecidas, servindo de base para
Não tínhamos a pretensão de abranger
gem desenvolvidos para atender às ne- a RSE.
todas as ferramentas existentes, mesmo
cessidades das organizações (de todos os
A quase totalidade das ferramentas in- porque o tema é relativamente recente e
setores) de orientação e incorporação de
ventariadas não faz menção à dimensão encontra-se em pleno desenvolvimento.
conceitos e práticas de responsabilidade
das empresas consideradas, nem limita Optamos, portanto, por uma pesquisa
social nas diversas etapas de gestão da
o tamanho a que se destinam. Existe, realizada na Internet a partir de um ma-
RSE. Portanto, abrangem as fases de diag- porém, um visível esforço de elaboração peamento feito pelas várias organizações
nóstico, implementação, benchmarking e das ferramentas para pequenas e micro- que lidam com o tema no Brasil e no Ex-
avaliação do desempenho da organização empresas. terior. Tampouco incluímos todo o leque
nos três aspectos da evolução sustentá-
de ferramentas da RSE como, por exem-
vel — econômico, social e ambiental —, A origem das ferramentas de gestão
plo, os Bancos de Práticas e Códigos de
permitindo-lhes gerenciar de forma cada socialmente responsável pesquisadas é
Ética e Conduta, que merecem toda a
vez mais efetiva as relações com seus pú- majoritariamente privada procedente
atenção das organizações por serem de
blicos de interesse e os impactos sociais em grande parte de iniciativas não-go-
inegável contribuição para sua perfor-
e ambientais decorrentes de suas ativi- vernamentais.
mance socialmente responsável.
dades em toda sua cadeia produtiva, de A tipologia observada no âmbito deste es-
valores e redes de cooperação. A Internet é, de fato, o local ideal e mais
tudo parte da constatação de que o grau de
freqüente de distribuição das informa-
No entanto, apesar da diversidade, a uti- interatividade (stakeholders + cadeia pro-
dutiva, de valores e redes de cooperação) ções dessas ferramentas, bem como de
lização dessas ferramentas é ainda “ne- “socialização” das melhores práticas em-
gócio” praticado por um número limi- e acompanhamento externo (auditoria) é
hoje o fator mais importante de diferen- presariais. O levantamento tentou res-
tado de organizações, sendo que muitas peitar a forma pela qual o conteúdo das
ciação dos instrumentos observados. É
delas são também atores responsáveis ferramentas é apresentado, de modo a
ele, com efeito, que determina o impacto
pelo desenvolvimento dessas ferramen- mostrar ao leitor um retrato fiel de como
nos recursos financeiros e humanos da
tas juntamente com organizações não- estas ferramentas foram concebidas.
organização, bem como a profundidade
governamentais, organismos públicos, desta iniciativa durante seu trabalho em
associações e universidades. Esses di- No momento, não podemos pecar pelo
direção à evolução sustentável. excesso e pela euforia, desconsiderando
versos atores implicados no desenvolvi-
mento destas ferramentas estão entre os Por enquanto, a adoção de ferramen- as importantes disfunções potenciais, ou
precursores, tanto no plano conceitual tas de gestão de RSE/DS permanece no mesmo a ausência de dados que dificul-
como no avanço do movimento da RSE. campo da adesão voluntária. Para uns, tam a avaliação sobre a eficácia real de
Assim, parte destas iniciativas está ainda mais liberais, as iniciativas voluntárias tais iniciativas. É preciso ter em mente
em fase de construção ou de experimen- constituem uma prova tangível da von- que apesar do avanço metodológico e
tação, buscando a interlocução dentro tade de compromisso das empresas; técnico e do número expressivo de fer-
do movimento de RS para legitimá-las. para os outros, mais regulacionistas, ramentas, estamos apenas começando
elas confirmam mais a determinação uma longa etapa de remodelação de um
Notamos que, em matéria de soluções, a das empresas em não deixar o Estado sistema que até hoje priorizou apenas os
gestão ambiental apresenta ferramentas impor-lhes novos constrangimentos aspectos econômicos.
177
8.1 Intro
Capítulo 8
Considerações Finais
Cada organização tem seus próprios desafios, exter- Princípios e Diretrizes - capítulos 2, 3 e 4.
nalidades, cultura corporativa, diferentes partes inte-
ressadas e sistemas próprios de gerenciamento. Os princípios e diretrizes devem estar pre-
sentes nas organizações desde o início da trajetória para a
A proliferação de modelos de ferramentas de gestão difi- sustentabilidade, pois esses instrumentos definem o seu
culta o entendimento e clareza dos gestores para sua es- escopo e auxiliam no seu entendimento por trabalhar
colha e utilização. Alguns modelos são complementares, com a visão integrada da RS. Nem todos os princípios e
enquanto outros apresentam muitas sobreposições. diretrizes são adequados para as organizações mais ini-
ciantes; no entanto, fazem parte da sua realidade e dos
Mas as ferramentas de gestão têm em comum a capa- mercados onde atuam. Vale observar que não há uma
cidade de ordenar o tema da RS nas organizações. Tal- separação tão explícita entre a legislação e os princípios
vez seja esta a principal motivação para quem procura e diretrizes, uma vez que a lei se fundamenta neles.
um modelo de gestão: integrar as práticas de RS de
forma natural, respeitando os diferentes estágios de Exercício de Diagnóstico - capítulos 5 e 6.
evolução de cada organização, desmistificando seus
aspectos abstratos, tornando-as, assim, uma atividade O exercício de diagnóstico das ações de
cotidiana da organização. responsabilidade socioambiental das organizações au-
xilia na reflexão do status da organização em relação à
Ao escolher uma ferramenta, o gestor deve ponde- RS e seu correspondente planejamento. A ferramenta
rar entre as limitações e os benef ícios de sua escolha. de diagnóstico/indicadores é um ótimo exemplo de
Assim, considerará, como adequada, aquela que in- instrumento para esta finalidade. Além de a organi-
fluencia o comportamento da organização de maneira zação realizar uma auto-avaliação, oferece padrões de
desejável e previsível, promovendo uma mudança sig- comparabilidade com o mercado.
nificativa, direcionada e monitorada, que impacta, em
Instrumentos de Gestão - capítulos 5 e 6.
diferentes aspectos, seus processos organizacionais
rumo à sustentabilidade do planeta. Gerenciar de forma cada vez mais efeti-
O processo de escolha das ferramentas inicia e se de- va as relações com seus públicos de interesse diretos
tém quase sempre na reflexão sobre questões básicas¹ : e indiretos — além dos impactos sociais, ambientais
e econômicos decorrentes de suas atividades em toda
Quais as oportunidades e/ou ameaças a RS traz para
sua cadeia de valor — é a palavra de ordem dos instru-
sua organização?
mentos de gestão nesta fase de integração da temática
Como a organização deve posicionar-se estrategica-
na estratégia de gestão da organização. Por mais que
mente diante dos desafios apresentados?
persista uma gradação ampla entre os instrumentos
Como transformar desafio em oportunidade, in-
segundo o nível de detalhe, de mensuração e de veri-
tegrando essa oportunidade na estratégia central
ficação, o grau de interatividade da organização com
das organizações?
seus stakeholders, cadeia produtiva, de valor e redes de
Este amplo panorama das diversas ferramentas de cooperação, além do acompanhamento externo (audi-
gestão apresentadas nesta publicação pode ser inte- toria), é hoje o fator mais importante de diferenciação
grado na agenda do gestor da seguinte forma: dos instrumentos observados. A relevante formação
de redes de cooperação, em que uma organização in-
Legislação – Conformidade Legal fluencia as demais e é por elas influenciada, induz à
A legislação é um mecanismo eficien- melhora contínua desse processo.
te e democrático de indução de boas práticas de RS, Normas e Certificações - capítulo 7.
mesmo se sua existência nem sempre é suficiente para
assegurar o seu cumprimento. Promover a criação e Além das leis, os princípios e diretrizes tam-
o aperfeiçoamento de políticas públicas, assim como bém fundamentam as normas e certificações. Vale dizer
cumprir e fazer cumprir a lei, propicia o avanço do que muitas vezes as normas e certificações tornam-se
movimento da RS em prol da sustentabilidade do pla- “obrigatórias” para posicionamentos estratégicos e aces-
neta. Para os mais regulacionistas, a determinação so a mercados. Uma das principais forças motrizes do
das organizações em não deixar o Estado impor-lhes avanço da RS é o mercado: o maior castigo não são as
novos constrangimentos legislativos é confirmada ao multas governamentais, mas a perda de mercado impos-
antecipar-se a eles. ta por um consumidor consciente e bem-informado.
Espiritualidade, Valores e Consciência coerência dos agentes econômicos entre esse consenso
Oganizacional - capitulo 8 e suas práticas cotidianas.
Por fim, e indo além da eficiência econômica, eqüi- A capacidade de articulação entre governo, empresa
dade social e equilíbrio ambiental, a RS requer um pro- e sociedade civil vai determinar a velocidade da mu-
cesso de entendimento que demanda atitude, princí- dança de atitude que pode acelerar a transição de um
pios, valores, DNA: uma forma de ser, pensar, decidir, mundo baseado em um modelo esgotado de relações
agir, conduzir e reagir (Plan, Do, Chek, Act) diante de ambientais, sociais e econômicas para a nova era da
suas atividades. Requer também um processo de en- sustentabilidade2.
tendimento em que os comportamentos éticos trazem
Não por acaso a falta de articulação institucional, en-
ganhos econômicos e não prejuízo. É preciso entender
tre empresas, setor público e sociedade civil, tem sido
que se trata de nosso desafio: ter a responsabilidade pelo
apontada como principal obstáculo à incorporação dos
todo começando por nós mesmos, individualmente.
desafios da sustentabilidade aos objetivos e ações estra-
Superar-se passa a ser, então e também, o grande tégicas das organizações3.
objetivo.
Por ora basta dizer que um exercício realizado pelo
Sair da zona de conforto para encontrar novos modelos, Pnud, muito revelador e particularmente subversivo,
novas tecnologias e novos parceiros na busca e melhoria expressa a relação entre as despesas mundiais neces-
das soluções em vez de usar a mesma mentalidade, es- sárias para tratar os males mais inaceitáveis da huma-
perando resultados diferentes, mas que não resolvem os nidade — fome, falta de acesso a água potável, falta de
mesmos desafios. ¨O mundo não evoluirá para além de cuidados básicos e luta contra epidemias curáveis — e
seu atual estado de crise, usando o mesmo pensamento os gastos com publicidade. Para combater a indignida-
que criou a situação” (Albert Einstein). de humana, bastariam algumas dezenas de bilhões de
dólares por ano – US$ 50 bilhões, que fossem. No en-
É preciso visão, inovação, ousadia e espírito empreen- tanto, somos incapazes de reunir essa soma, revelam os
dedor para dar um grande salto rumo a um mundo dife- pesquisadores, muito embora desembolsemos cinco a
rente. A escala de desafios é imensa e exige abordagens dez vezes mais com despesas publicitárias. E nem es-
radicais para mudanças essenciais, salto de consciência, tamos falando dos gastos com armamento, que supera
desenvolvimento espiritual, conciliando razão e emo- todas os orçamentos. É uma boa demonstração de que
ção, cabeça e coração. a escassez de recursos, ou mesmo de moeda, não está,
absolutamente, na origem das principais contradições
São estas as principais exigências do cenário global para
e incoerências no desenvolvimento da economia socio-
uma evolução sustentável. Uma revisão dos valores hu-
ambiental mundial.
manos diante de uma crise civilizatória...
Os desafios não são poucos...
Impõe ainda o exercício do diálogo com alicerce na éti-
ca, capaz de conciliar e concertar três forças distintas: o
chamado primeiro setor, ou poder público; o segundo “De uma nova consciência pode surgir a
setor, constituído pelo poder privado, e o terceiro setor, criação de um novo mundo, mais justo e
representado pelas organizações não-governamentais. O
sustentável. Estamos falando nada menos que
terceiro setor tem idéias, mas não tem dinheiro; o segun-
do setor tem dinheiro, mas não desfruta credibilidade; o reinventar a nós mesmos, reenquadrar nossas
primeiro, por sua vez, tem poder, mas sem eficácia. percepções, remodelar nossas crenças e nossos
Construir um ambiente institucional favorável à evolu- comportamentos, adubar nosso conhecimento,
ção sustentável exige da sociedade um nível mínimo de reestruturar nossas instituições e reciclar nossas
conscientização sobre o desafio e de consenso sobre as sociedades.”
possíveis soluções: ações articuladas entre Estado, em-
presas e sociedade civil. O caminho da transformação Hazel Henderson
exige estratégia, metodologia, persistência e muita co-
erência. Requer o reconhecimento de políticas públicas
como fator de universalização de interesses coletivos e a Colaboração: Vivian Smith
As ferramentas de gestão têm o papel fundamental de funcionários com aqueles da cultura atual da organização,
estruturar as atividades da empresa e integrar, entre e os valores da cultura atual com a cultura desejada?
outras, as dimensões social, ambiental e econômica. O diagnóstico detalhado da cultura de uma organiza-
Mas elas não podem ser vistas como soluções isola- ção é essencial, uma vez que organizações dirigidas
das, pois seu sucesso depende da cultura e do contex- por Valores são as organizações de maior sucesso.
to da organização na qual são implementadas. Criar uma cultura corporativa de sucesso tornou-se
Antes de escolher uma ferramenta, os gestores pre- a mais importante fonte de vantagem competitiva e
cisam analisar a empresa para entender seu estágio diferenciação da marca nos negócios atualmente1.
de desenvolvimento e suas expectativas frente à RS. Mas, o que são Valores?
Da mesma forma, os gestores devem compreender as
limitações e benef ícios de cada ferramenta e sua ade- São princípios fundamentais que definem e apóiam as
quação frente à realidade da organização e a situação decisões que tomamos.
futura que quer alcançar. • Pessoas expressam seus valores por meio de seus
comportamentos.
Porem, antes de responder à questão sobre os valores,
princípios éticos e de desenvolvimento que estas fer- • Organizações expressam seus valores por meio de sua
cultura operante.
ramentas devem contemplar para que seus usuários
passem a gerir suas questões de maneira responsável A pesquisa de Valores baseia-se em três perguntas:
e efetivamente sustentável, devemos responder às se-
guintes perguntas: • Quais dos seguintes valores e comportamentos melhor
representam quem você é?
- Quais são os valores e os princípios fundamentais • Quais dos seguintes valores e comportamentos melhor
que definem e apóiam as decisões dos gestores das representam como a empresa funciona?
organizações, expressas por meio de sua cultura operante?
• Quais dos seguintes valores e comportamentos melhor
- Qual alinhamento existe entre os valores pessoais dos representam como você gostaria que sua empresa funcionasse?
180
Capítulo 8
Considerações Finais THE VALUE CENTER 8.2
Referências: Colaboração
Richard Barrett, Libertando a Alma da Empresa, Roberto Ziemer
Editora Cultrix. Solicitar questionário de auto-avaliação para:
www.valuescentre.com robertoziemer@uol.com.br
1
Em Cultura Corporativa e Performance, Kotter e Heskett mostram que empresas com uma forte cultura adaptativa baseada em valores compartilhados tiveram
mais sucesso que as outras empresas por uma margem significativa. Durante um período de 11 anos, empresas que enfatizaram todas as partes interessadas
cresceram quatro vezes mais rapidamente do que as empresas que não o fizeram. Eles também descobriram que estas empresas criaram empregos num ritmo
sete vezes mais elevado, tiveram ações que aumentaram de valor doze vezes mais rápido e níveis de lucratividade até 750 vezes mais altos do que as empresas
que não tinham valores compartilhados e culturas adaptadas.
Em Feitas para Durar, Collins e Porras mostram que as empresas que, de forma consistente, focaram na criação de culturas corporativas sólidas durante um
período de várias décadas tiveram um desempenho superior às empresas que não o fizeram por um fator de 6, e tiveram um desempenho superior à média do
mercado de ações por um fator de 15.
181
Núcleo Andrade Gutierrez de Sustentabilidade
8.3 FDC
e Responsabilidade Corporativa
Fundação Dom Cabral
182
FDC 8.3
Capítulo 8
Considerações Finais
183
8.4 LEITURA
Capítulo 8
Considerações Finais
Tema: RSE NO MUNDO e códigos de boas práticas das empresas. Por meio
dessa análise, pretende-se saber quais são as priorida-
Titulo: Responsabilidade Social na Europa, Ásia e Amé- des das empresas em matéria de RS. Foram analisadas
rica do Norte: que diferenças? empresas provenientes de 50 países europeus, asiáti-
Autor: Universidade de Hong-Kong 2004 cos e dos Estados Unidos.
http//:web.hku.hk/%7Ecegp/image/publications/report11.pdf Algumas conclusões:
(31 pgs)
• O segundo inquérito vem demonstrar que, em relação ao
O Centro de Planejamento Urbano e Gestão Ambien- ano 2000, as empresas têm hoje mais preocupações nos
tal da Universidade de Hong-Kong, por meio dos seus domínios da ética, do combate à corrupção e da erradicação
especialistas, vem acompanhando as atividades de do trabalho infantil.
Responsabilidade Social (RS) das empresas européias, • Comparando-se os diferentes continentes, é possível
asiáticas e norte-americanas. Após um primeiro es- concluir também que, contrariamente ao que tantas
tudo, realizado em 2000, são agora divulgados os re- vezes é dado como verdadeiro, os países asiáticos não
sultados de um segundo inquérito, que vem reforçar se encontram atrás dos ocidentais em matéria de RS.
as conclusões já obtidas há quatro anos e obter novos No Japão, em particular, as preocupações com RS têm
crescido.
dados de interesse.
• Apesar disso, sabe-se que a RS caminha de braços
Os inquéritos realizados procuram analisar as políti- dados com o desenvolvimento econômico e que, em
cas de RS das empresas, com base em 20 elementos muitos países, os níveis de RS estão ainda relacionados
considerados relevantes em convênios internacionais com as questões ligadas às tradições locais.
www.sairdacasca.pt/recursos/docseestudos.asp
184
LEITURA 8.4
Capítulo 8
Considerações Finais
Tema: PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS (PMEs) ficos, ao tema da responsabilidade social, o observatório
revela que as PMEs mais “bem comportadas” situam-se
Título: As PMEs Européias e a Responsabilidade Social no Norte da Europa. As conclusões do estudo revelam
e Ambiental ainda diferenças no envolvimento das PMEs com a co-
Autor: O Observatório das PMEs Européias 2002 munidade e com o tema do ambiente. No que se refere
http://ec.Europa.eu/enterprise/enterprise_policy/analysis/ à comunidade, o envolvimento é mais visível, essen-
doc/smes_observatory_2002_report4_en.pdf (69 pgs) cialmente motivado por “razões éticas”, e a maioria das
PMEs inquiridas sabe facilmente identificar os benefí-
Este estudo partiu de um inquérito a cerca de 7.700
cios provenientes das atividades responsáveis da empre-
empresas européias e veio revelar que as práticas de
sa. Já o esforço das PMEs em nível ambiental é menor.
responsabilidade social não são exclusivas às grandes
E se deve essencialmente a aspectos práticos (que estão
empresas, já que cerca de metade das PMEs européias
relacionados com exigências do mercado, legislação em
está envolvida em causas de responsabilidade social
vigor ou procura de vantagens competitivas).
ou ambiental. No entanto, embora as PMEs se inte-
ressem cada vez mais pela responsabilidade social, o As empresas entrevistadas ainda têm algumas dúvidas
estudo conclui que esta ainda não é ponderada na es- sobre as vantagens decorrentes de atividades responsá-
tratégia ou planejamento do negócio. veis na área ambiental. Em geral, e conforme sublinham
os autores deste observatório, ainda pouco se sabe das
Até a data, o envolvimento das PMEs na sociedade é
atitudes e atividades das PMEs em termos de responsabi-
ocasional, feito de donativos ou de patrocínios pontu-
lidade social. Além do mais, este observatório considera
ais. Um dos fatores que naturalmente condicionam o
apenas o relacionamento das PMEs com os stakeholders
investimento na responsabilidade social está relacio-
externos (com especial destaque para a comunidade e o
nado com a falta de apoio público às PMEs.
ambiente), quando a ponderação dos stakeholders inter-
De acordo com este estudo, embora as autoridades nos seria determinante para os resultados obtidos.
públicas já percebam a importância da responsabili-
Seja como for, este observatório serve de pontapé de
dade social, existem diferenças significativas de país
saída para a pesquisa sobre a responsabilidade social
para país. No total, apenas 8% das PMEs européias se
no vasto mundo das PMEs. As conclusões obtidas re-
beneficiam do apoio do Estado ao participarem em
velam aspectos interessantes sobre o envolvimento, as
atividades de caráter socialmente responsável (seja
atitudes, a relação custo/benef ício e as barreiras que
em redução de taxas, subsídios, informação etc.).
se interpõem no relacionamento entre as PMEs e os
No que se refere à adesão das PMEs, em termos geográ- seus stakeholders externos.
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