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Texto complementar

As barbas do imperador:
D. Pedro II, um monarca
nos trópicos
Lilia Moritz Schwarcz

HISTÓRIA

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História
Assunto: Formação da identidade brasileira

As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca


nos trópicos
Se no plano da política externa uma monarquia encravada bem dentro do continente americano gerava
desconfianças, mesmo internamente era também preciso criar uma identidade. Pode-se entender dessa
maneira a fundação apressada, ainda na época de d. Pedro I, das duas faculdades de direito do país em
1827 – uma em Olinda, outra em São Paulo –, a reformulação das escolas de medicina em 1830, assim como
a criação de um estabelecimento dedicado “às letras brasileiras”. Em 1838, tendo como modelo o Institut
Historique, fundado em Paris em 1834 por vários intelectuais, entre eles dois velhos conhecidos do Brasil –
Monglave e Debret –, forma-se o Instituto Histórico e Geográfico do Brasil (o IHGB), congregando a elite eco-
nômica e literária carioca. [...] A partir dos anos 50 o IHGB se afirmaria como um centro de estudos bastante
ativo, favorecendo a pesquisa literária, estimulando a vida intelectual e funcionando como um elo entre esta
e os meios oficiais. [...]
Na verdade, composto, em sua maior parte, da “boa elite” da corte e de alguns literatos selecionados, que
se encontravam sempre aos domingos e debatiam temas previamente escolhidos, o IHGB pretendia fundar
a história do Brasil tomando como modelo uma história de vultos e grandes personagens sempre exalta-
dos tal qual heróis nacionais. Criar uma historiografia para esse país tão recente, “não deixar mais ao gênio
especulador dos estrangeiros a tarefa de escrever nossa história (...)”, eis nas palavras de Januário da Cunha
Barbosa a meta dessa instituição, que pretendia estabelecer uma cronologia contínua e única, como parte
da empresa que visava a própria “fundação da nacionalidade”.
SCHWARCZ, Lilia Moritz. As barbas do imperador: D. Pedro II, um monarca nos trópicos.
São Paulo: Companhia das Letras, 1998. p. 126-127.

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