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UNIVERSIDADE GAMA FILHO PÓS GRADUAÇÃO 2011

AUTOMAÇÃ O PNEUMÁ TICA E


ELETRO PNEUMÁ TICA
Pós – Graduação em Engenharia de Controle e Automação Industrial

Estudo sobre a funcionamento, definição, tipos de equipamentos e circuitos utilizados em Sistemas


Pneumáticos e Eletro pneumáticos.

Fall
08
William Paes da Silva
UNIVERSIDADE GAMA FILHO 2011
PÓS GRADUAÇÃO
ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 12
1.1. PROPRIEDADES FÍSICAS DO AR..................................................................................................................12
1.1.1. Compressibilidade.............................................................................................................................. 12
1.1.2. Elasticidade.......................................................................................................................................... 13
1.1.3. Difusibilidade....................................................................................................................................... 13
1.1.4. Expansibilidade................................................................................................................................... 14
1.1.5. Variação da Pressão Atmosférica com Relação à Altitude..............................................15
1.1.6. Medição da Pressão Atmosférica................................................................................................. 15
1.1.7. Efeitos Combinados entre as 3 Variáveis Físicas do Gás...................................................16
1.1.8. Princípio de Pascal............................................................................................................................ 17
2. IMPLANTAÇÃO............................................................................................................................ 18
2.1. VANTAGENS............................................................................................................................................... 18
2.2. LIMITAÇÕ ES.............................................................................................................................................19
3. ACIONAMENTOS E COMANDOS.............................................................................................. 19
3.1. COMANDO DIRETO.................................................................................................................................... 19
3.2. COMANDO INDIRETO................................................................................................................................. 20
4. TIPOS DE ACIONAMENTOS E COMANDOS........................................................................... 20
4.1. ACIONAMENTOS MUSCULARES................................................................................................................ 20
4.2. ACIONAMENTOS MECÂ NICOS................................................................................................................... 22
4.2.1. Posicionamento das Válvulas com Acionamentos Mecânicos.......................................22
4.2.2. Acionamento por Pino.................................................................................................................... 23
4.2.3. Acionamento por Rolete................................................................................................................. 23
4.2.4. Gatilho (Rolete Escamoteável).................................................................................................... 24
4.3. ACIONAMENTOS PNEUMÁ TICOS.................................................................................................................25
4.3.1. Comando Direto por Alívio de Pressão (Piloto Negativo)...............................................25
4.3.2. Comando Direto por Aplicação de Pressão (Piloto Positivo).........................................25
4.3.3. Comando Direto por Diferencial de Áreas..............................................................................26
4.3.3.1. Diafragma.................................................................................................................................................................................26
4.4. ACIONAMENTOS ELÉ TRICOS.......................................................................................................................27
4.5. ACIONAMENTOS COMBINADOS..................................................................................................................27
4.5.1. Solenóide e Piloto Interno............................................................................................................. 27
4.5.2. Solenóide e Piloto Externo............................................................................................................ 28
4.5.3. Solenóide e Piloto ou Botão.......................................................................................................... 29
5. ELEMENTOS AUXILIARES......................................................................................................... 29
5.1. VÁ LVULAS DE BLOQUEIO.............................................................................................................................30
5.1.1. Válvula de Retenção com Mola................................................................................................... 30
5.1.2. Válvula de Retenção sem Mola.................................................................................................... 30
5.1.3. Válvula de Escape Rápido............................................................................................................. 31
5.1.4. Válvula de Isolamento (Elemento OU).....................................................................................32
5.1.5. Válvula de Simultaneidade (Elemento E)...............................................................................33
5.2. VÁ LVULAS DE CONTROLE DE FLUXO...................................................................................................... 34
5.2.1. Válvula de Controle de Fluxo Unidirecional..........................................................................35
5.2.1.1. Fluxo Controlado..................................................................................................................................................................35
5.2.1.2. Fluxo Livre...............................................................................................................................................................................35
5.3. VÁ LVULAS DE CONTROLE DE PRESSÃ O.................................................................................................. 37
5.3.1. Válvula de Alívio................................................................................................................................ 37
6. VÁLVULAS DIRECIONAIS.......................................................................................................... 37
6.1. IDENTIFICAÇÃ O DAS VIAS PNEUMÁ TICAS.................................................................................................38
6.1.1. Direção de Fluxo................................................................................................................................ 38
6.1.2. Passagem Bloqueada....................................................................................................................... 38
6.1.3. Escape Livre........................................................................................................................................ 39
6.1.4. Escape com Conexão........................................................................................................................ 39
6.2. NUMERAÇÃ O DOS COMPONENTES PNEUMÁ TICOS, NORMA ISO 121.................................................41
6.2.1. Designação Numérica...................................................................................................................... 41
6.2.2. Designação Alfabética..................................................................................................................... 41
6.3. VÁ LVULAS 2/2 VIAS................................................................................................................................. 42
6.4. VÁ LVULAS 3/2 VIAS................................................................................................................................. 43
6.5. VÁ LVULAS 5/2 VIAS................................................................................................................................... 46
6.6. VÁ LVULAS 3/3 VIAS................................................................................................................................. 48
6.7. VÁ LVULAS 5/3 VIAS................................................................................................................................. 49
7. ATUADORES PNEUMÁTICO..................................................................................................... 51
7.1. CLASSIFICAÇÃ O DOS CONVERSORES DE ENERGIA..................................................................................51
7.1.1. Lineares................................................................................................................................................. 52
7.1.2. Rotativos............................................................................................................................................... 52
7.1.3. Oscilantes.............................................................................................................................................. 52
7.2. TIPOS DE CILINDROS PNEUMÁ TICOS........................................................................................................52
7.2.1. Cilindros de Simples Ação ou Simples Efeito..........................................................................52
7.2.2. Cilindros de Dupla Ação ou Duplo Efeito.................................................................................54
8. MÉTODO INTUITIVO.................................................................................................................. 56
8.1. REPRESENTAÇÃ O DOS MOVIMENTOS.......................................................................................................56
8.2. FORMAS DE REPRESENTAÇÃ O....................................................................................................................57
8.2.1. Seqüência Cronológica.................................................................................................................... 57
8.2.2. Indicação em Forma de Tabela.................................................................................................... 57
8.2.3. Indicação Vetorial.............................................................................................................................. 57
8.2.4. Indicação Algébrica.......................................................................................................................... 58
8.3. DIAGRAMA DE MOVIMENTOS.....................................................................................................................58
8.3.1. Diagrama Trajeto-Passo................................................................................................................. 58
8.3.2. Diagrama Trajeto – Tempo........................................................................................................... 59
8.3.3. Diagrama de Comando.................................................................................................................... 60
9. CIRCUITOS PNEUMÁTICOS...................................................................................................... 60
9.1. MÉ TODO CASCATA................................................................................................................................... 77
9.2. MÉ TODO PASSO-A-PASSO......................................................................................................................... 85
10. ELETRO-PNEUMÁTICA........................................................................................................... 91
10.1. PRINCIPAIS COMPONENTES UTILIZADOS.................................................................................................91
10.1.1. Relê....................................................................................................................................................... 91
10.1.2. Botoeira.............................................................................................................................................. 93
10.1.3. Solenóide............................................................................................................................................ 93
10.1.4. Circuitos Eletro-Pneumáticos................................................................................................... 94
11. CIRCUITOS SEQUENCIAS..................................................................................................... 111
11.1. MÉ TODO INTUITIVO................................................................................................................................111
11.2. MÉ TODO CASCATA...................................................................................................................................118
11.3. MÉ TODO PASSO-A-PASSO.......................................................................................................................130
12. SIMBOLOGIA DE COMPONENTES..................................................................................... 143
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1: COMPRESSIBILIDADE DO AR..................................................................................................................................... 13
FIGURA 2: ELASTICIDADE DO AR................................................................................................................................................ 13
FIGURA 3: DIFUSIBILIDADE DO AR............................................................................................................................................. 14
FIGURA 4: EXPANSIBILIDADE DO AR.......................................................................................................................................... 14
FIGURA 5: PRESSÃ O ATMOSFÉ RICA............................................................................................................................................ 15
FIGURA 6: EFEITO COMBINADO DE 3 VARIÁ VEIS FÍSICAS...................................................................................................... 15
FIGURA 7: PRINCÍPIO DE PASCAL............................................................................................................................................... 17
FIGURA 8: ACIONAMENTOS MUSCULARES................................................................................................................................. 21
FIGURA 9: ACIONAMENTOS MECÂ NICOS................................................................................................................................... 22
FIGURA 10: ACIONAMENTO POR PINO...................................................................................................................................... 23
FIGURA 11: ACIONAMENTO TIPO ROLETE................................................................................................................................ 24
FIGURA 12: ACIONAMENTO TIPO GATILHO.............................................................................................................................. 24
FIGURA 13: COMANDO PILOTO NEGATIVO............................................................................................................................... 25
FIGURA 14: COMANDO PILOTO POSITIVO................................................................................................................................. 26
FIGURA 15: COMANDO POR DIAFRAGMA.................................................................................................................................. 26
FIGURA 16: ACIONAMENTO COMBINADO.................................................................................................................................. 28
FIGURA 17: ACIONAMENTO COMBINADO COM PILOTO EXTERNO......................................................................................... 28
FIGURE 18: ACIONAMENTO COMBINADO COM BOTÃ O........................................................................................................... 29
FIGURA 19: VÁ LVULA DE RETENÇÃ O COM MOLA.................................................................................................................... 30
FIGURA 20: VÁ LVULA DE ESCAPE RÁ PIDO............................................................................................................................... 31
FIGURE 21: VÁ LVULA DE ISOLAMENTO – OU........................................................................................................................... 32
FIGURA 22: EXEMPLO DE CIRCUITO COM ELEMENTO OU...................................................................................................... 33
FIGURE 23: VÁ LVULA DE SIMULTANEIDADE – E..................................................................................................................... 33
FIGURA 24: EXEMPLO DE CIRCUITO COM ELEMENTO E......................................................................................................... 34
FIGURA 25: VÁ LVULA CONTROLE DE FLUXO BIDIRECIONAL VARIÁ VEL...............................................................................34
FIGURA 26: VÁ LVULA DE FLUXO CONTROLADO....................................................................................................................... 35
FIGURA 27: VÁ LVULA DE FLUXO LIVRE.................................................................................................................................... 36
FIGURA 28: EXEMPLO DE CIRCUITO COM CONTROLE DE FLUXO........................................................................................... 36
FIGURA 29: VÁ LVULA DE ALÍVIO............................................................................................................................................... 37
FIGURA 30: DIREÇÃ O DO FLUXO................................................................................................................................................ 38
FIGURA 31: PASSAGEM BLOQUEADA......................................................................................................................................... 38
FIGURA 32: ESCAPE LIVRE.......................................................................................................................................................... 39
FIGURA 33: ESCAPE COM CONEXÃ O........................................................................................................................................... 39
FIGURA 34: VÁ LVULA DE 2 E 3 VIAS......................................................................................................................................... 39
FIGURA 35: VÁ LVULAS E VIAS.................................................................................................................................................... 40
FIGURA 36: VÁ LVULA 2/2 VIAS ACIONADA POR ROLETE..................................................................................................... 42
FIGURA 37: VÁ LVULA 2/2 VIAS ACIONADA POR PINO........................................................................................................... 42
FIGURA 38: VÁ LVULA 3/2 VIAS ACIONADA POR PILOTO...................................................................................................... 43
FIGURA 39: VÁ LVULA 3/2 VIAS ACIONADA POR SOLENÓ IDE............................................................................................... 44
FIGURA 40: VÁ LVULA 3/2 VIAS ACIONADA POR SOLENÓ IDE INDIRETO.............................................................................44
FIGURA 41: VÁ LVULA 3/2 VIAS ACIONADA POR DUPLO PILOTOS....................................................................................... 45
FIGURA 42: EXEMPLO DE CIRCUITO COM VÁ LVULAS 3/2 VIAS............................................................................................ 45
FIGURA 43: VÁ LVULA 3/2 VIAS BOTÃ O PULSO/MOLA......................................................................................................... 46
FIGURA 44: VÁ LVULA 5/2 VIAS ACIONADA COM DUPLO PILOTO........................................................................................ 47
FIGURA 45: EXEMPLO DE CIRCUITO COM VÁ LVULA 5/2 VIAS.............................................................................................. 47
FIGURA 46: VÁ LVULA 5/2 VIAS DUPLO PILOTO..................................................................................................................... 48
FIGURA 47: VÁ LVULA DE CONTROLE DIRECIONAL 3/3 VIAS ACIONADA POR ALAVANCA................................................49
FIGURA 48: VÁ LVULA 5/3 VIAS DUPLA PILOTAGEM COM RETORNO POR MOLA..............................................................50
FIGURA 49: VÁ LVULA 5/3 VIAS DUPLA PILOTAGEM COM TRAVA....................................................................................... 50
FIGURA 50: ATUADORES PNEUMÁ TICOS................................................................................................................................... 51
FIGURA 51: CILINDRO DE SIMPLES AÇÃ O................................................................................................................................. 53
FIGURA 52: CILINDRO DE DUPLA AÇÃ O.................................................................................................................................... 54
FIGURA 53: CILINDRO DUPLA AÇÃ O.......................................................................................................................................... 55
FIGURA 54: MÉ TODO INTUITIVO................................................................................................................................................ 56
FIGURA 55: INDICAÇÃ O VETORIAL DOS MOVIMENTO DOS CILINDROS..................................................................................57
FIGURA 56: INDICAÇÃ O ALGÉ BRICA........................................................................................................................................... 58
FIGURA 57: DIAGRAMA TRAJETO-PASSO UM CILINDRO......................................................................................................... 58
FIGURA 58: DIAGRAMA TRAJETO-PASSO DOIS CILINDROS..................................................................................................... 59
FIGURA 59: DIAGRAMA TRAJETO-TEMPO................................................................................................................................. 59
FIGURE 60: DIAGRAMA DE COMANDO....................................................................................................................................... 60
FIGURA 61: CIRCUITO 1 – ATUAÇÃ O DE UM CILINDRO DE SIMPLES AÇÃ O.........................................................................61
FIGURA 62: CIRCUITO 2 – CIRCUITO DE PILOTAGEM DE UM CILINDRO DE SIMPLES AÇÃ O..............................................61
FIGURA 63: CIRCUITO 3 - CICLO Ú NICO DE UM CILINDRO DE SIMPLES AÇÃ O VÁ LVULA 3/2 VIAS.................................62
FIGURA 64: CIRCUITO 4 - CICLO Ú NICO DE UM CILINDRO DE SIMPLES AÇÃ O VÁ LVULA 5/2 VIAS.................................63
FIGURE 65: CIRCUITO 5 - AVANÇO E RETORNO DE UM CILINDRO DE DUPLA AÇÃ O..........................................................63
FIGURA 66: CIRCUITO 6 - AVANÇO E RETORNO DE UM CILINDRO DE DUPLA AÇÃ O..........................................................64
FIGURA 67: CIRCUITO 7 – UM CILINDRO DE DUPLA AÇÃ O ACIONADO DE LUGARES DISTINTOS.....................................64
FIGURA 68: VÁ LVULA OU........................................................................................................................................................... 65
FIGURA 69: CIRCUITO 8 – CICLO Ú NICO DE UM CILINDRO DE DUPLA AÇÃ O COMANDO INDIRETO.................................65
FIGURA 70: CIRCUITO 9 – CIRCUITO INCORRETO DE CICLO CONTINUO – SIMULADO VIA SOFTWARE...........................66
FIGURA 71: CIRCUITO 10 - CICLO ILIMITADO DE CILINDRO DE DUPLA AÇÃ O....................................................................67
FIGURA 72: CIRCUITO 11 - CICLO ILIMITADO DE CILINDRO DE DUPLA AÇÃ O - SIMULADO VIA SOFTWARE.................67
FIGURA 73: CIRCUITO 13 – CICLO CONTINUO O CILINDRO PERMANECE AVANÇA DURANTE 5S.....................................68
FIGURA 74: CIRCUITO 14 - CICLO CONTÍNUO COM BOTÃ O DE EMERGÊ NCIA.....................................................................69
FIGURA 75: CIRCUITO 15 - CICLO CONTÍNUO COM BOTÃ O DE EMERGÊ NCIA INCORRETO................................................70
FIGURA 76: CIRCUITO 16 - CICLO CONTÍNUO COM BOTÃ O DE EMERGÊ NCIA - SIMULADO VIA SOFTWARE...................70
FIGURA 77: VÁ LVULA REGULADORA DE FLUXO....................................................................................................................... 71
FIGURA 78: SÍMBOLO DE UMA VÁ LVULA REGULADORA.......................................................................................................... 71
FIGURA 79: DIAGRAMA TRAJETO-PASSO DE DOIS CILINDROS.............................................................................................. 72
FIGURA 80: CIRCUITO 17 – DIAGRAMA PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 1 A – 2 A –.....................................73
FIGURA 81: CIRCUITO 18 – DIAGRAMA PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A – 1 A –...................................74
FIGURA 82: CIRCUITO 19 – INICIO DA SOLUÇÃ O DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A – 1 A - MÉ TODO INTUITIVO.........75
FIGURA 83: CIRCUITO 20 - DIAGRAMA DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A – 1 A - MÉ TODO INTUITIVO..........................76
FIGURA 84: CIRCUITO 21 – DIAGRAMA DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + (2 A + 3 A +)2 A – (1 A – 3 A -) -MÉ TODO
INTUITIVO........................................................................................................................................................................... 77
FIGURA 85: CASCATA PNEUMÁ TICA PARA DOIS SETORES USANDO UMA VÁ LVULA 5/2 VIAS..........................................78
FIGURA 86: CASCATA PNEUMÁ TICA PARA DOIS SETORES USANDO UMA VÁ LVULA 4/2 VIAS...........................................78
FIGURA 87: CASCATA PNEUMÁ TICA PRA TRÊ S SETORES USANDO DUAS VÁ LVULAS 5/2 VIAS.........................................79
FIGURA 88: CASCATA PNEUMÁ TICA PARA QUATRO SETORES USANDO TRÊ S VÁ LVULAS 5/2 VIAS.................................79
FIGURA 89: CASCATA PNEUMÁ TICA PARA QUATRO SETORES USANDO TRÊ S VÁ LVULAS 4/2 VIAS.................................80
FIGURA 90: CASCATA PNEUMÁ TICA DE QUATRO SETORES - A ULTIMA VÁ LVULA 5/2 QUE É PILOTADA......................80
FIGURA 91: CASCATA PARA QUATRO SETORES A PENÚ LTIMA VÁ LVULA É PILOTADA.......................................................81
FIGURA 92: CASCATA PARA QUATRO SETORES A PRIMEIRA VÁ LVULA É PILOTADA..........................................................81
FIGURA 93: CASCATA PARA QUATRO SETORES A LINHA IV ESTÁ PRESSURIZADA..............................................................82
FIGURA 94: CIRCUITO 22 - DIAGRAMA PARA A CASCATA 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –..........................................................82
FIGURA 95: CIRCUITO 23 - DIAGRAMA PARA A CASCATA 1 A + 2 A + 2 A - 3 A + 3 A - 1 A –....................................83
FIGURA 96: CIRCUITO 24 – DIAGRAMA PARA A CASCATA 1 A + 2 A + 3 A +(3 A – 2 A-) 1 A –.................................84
FIGURA 97: CIRCUITO 25 – DIAGRAMA CASCATA PARA A SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A – 1 A – 1 A + 1 A –............85
FIGURA 98: CIRCUITO 26 – PRIMEIRO PASSO NA MONTAGEM DO DIAGRAMA PASSO-A-PASSO DE 4 LINHAS..............86
FIGURA 99: CIRCUITO 27 - SEGUNDO PASSO NA MONTAGEM DO DIAGRAMA PASSO-A-PASSO DE 4 LINHAS................87
FIGURA 100: CIRCUITO 28 - CIRCUITO PASSO-A-PASSO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –................................88
FIGURA 101: CIRCUITO 29 – CIRCUITO PASSO-A-PASSO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 1 A – 2 A + 2 A –..............................89
FIGURA 102: CIRCUITO 30 – CIRCUITO PASSO-A-PASSO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 1 A – 1 A + 2 A – 1 A –
............................................................................................................................................................................................. 90
FIGURA 103: RELÊ K1 DESENERGIZADO COM 2 CONTATOS NA E 2 CONTATOS NF.........................................................91
FIGURA 104: RELÊ K1 ENERGIZADO COM 2 CONTATOS NA E 2 CONTATOS NF...............................................................92
FIGURA 105: GIGA DE TESTE E SIMULAÇÃ O DE RELÊ S – FESTO........................................................................................... 92
FIGURA 106: GIGA DE TESTE E SIMULAÇÃ O DE BOTOEIRAS – FESTO..................................................................................93
FIGURA 107: VÁ LVULA 5/2 VIAS COM SOLENÓ IDE SIMPLES................................................................................................ 94
FIGURA 108: CIRCUITO ELETRO-PNEUMÁ TICO....................................................................................................................... 94
FIGURA 109: CONTATOS DE UM MESMO BOTÃ O PULSO........................................................................................................ 95
FIGURA 110: CIRCUITO ELETRO-PNEUMÁ TICO COM BOTÃ O COM TRAVA...........................................................................96
FIGURA 111: CIRCUITO ELETRO-PNEUMÁ TICO COM SELO NO RELÊ ...................................................................................96
FIGURE 112: SELO OU AUTO-RETENÇÃ O DE K1...................................................................................................................... 97
FIGURE 113: CIRCUITO ELETRO-PNEUMÁ TICO COM RETIRADA DE SELO...........................................................................97
FIGURE 114: CIRCUITO ELETRO-PNEUMÁ TICO COM SEGUNDA OPÇÃ O DE RETIRADA DE SELO......................................98
FIGURA 115: CICLO Ú NICO COM CILINDRO DE DUPLA AÇÃ O................................................................................................ 99
FIGURE 116: CICLO Ú NICO COM CILINDRO DE DUPLA AÇÃ O COM DUPLA PILOTAGEM.....................................................99
FIGURA 117: CICLO CONTÍNUO COM CILINDRO DE DUPLA AÇÃ O......................................................................................100
FIGURA 118: CICLO CONTÍNUO COM CILINDRO DUPLA AÇÃ O COM DUPLA PILOTAGEM................................................101
FIGURA 119: CICLO CONTÍNUO COM BOTÃ O DE EMERGÊ NCIA........................................................................................... 102
FIGURA 120: CICLO CONTÍNUO COM CILINDRO DUPLA AÇÃ O E VÁ LVULA 5/2 VIAS.....................................................102
FIGURA 121: CICLO CONTÍNUO LIMITADO............................................................................................................................ 103
FIGURA 122: CONTADOR DIGITAL.......................................................................................................................................... 104
FIGURA 123: CICLO CONTÍNUO COM VÁ LVULA 3/2 VIAS................................................................................................... 104
FIGURA 124: RELÊ TEMPORIZADOR....................................................................................................................................... 105
FIGURA 125: CAIXAS DE RELÊ S TEMPORIZADORES.............................................................................................................. 105
FIGURA 126: CILINDRO FICA AVANÇADO POR 5 SEGUNDOS............................................................................................... 106
FIGURA 127: CICLO CONTÍNUO CILINDRO AVANÇA POR 5 SEGUNDOS COM VÁ LVULA DE 3/2 VIAS............................106
FIGURA 128: CICLO CONTÍNUO, CILINDRO AVANÇADO POR 5 SEGUNDOS COM DUPLA PILOTAGEM............................107
FIGURA 129: CIRCUITO COM COMANDO BIMANUAL............................................................................................................. 107
FIGURA 130: COMANDO BIMANUAL DE CILINDRO DE DUPLA AÇÃ O.................................................................................108
FIGURA 131: CIRCUITO COM COMANDO BIMANUAL E BOTÃ O MANUAL...........................................................................109
FIGURA 132: CIRCUITO COM COMANDO BIMANUAL COM BOTÃ O DE EMERGÊ NCIA COM VÁ LVULA 5/2 VIAS............110
FIGURA 133: CIRCUITO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 1 A - 2 A –......................................................................................111
FIGURE 134: CIRCUITO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 1 A - 2 A – COM BOTÃ O PULSADOR...........................................112
FIGURA 135: CIRCUITO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 1 A - 2 A – SIMULADO VIA SOFTWARE......................................113
FIGURA 136: CIRCUITO ELETRO-PNEUMATICO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 1 A - 2 A –..............................................114
FIGURA 137: CIRCUITO ELETRO-PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA A+B+A-B-....................................................................115
FIGURA 138: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 1 A - 2 A –..............................................116
FIGURA 139: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 1 A - 2 A –..............................................117
FIGURA 140: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 1 A - 2 A -. CICLO CONTÍNUO..............118
FIGURA 141: CASCATA ELÉ TRICA PARA DOIS SETORES....................................................................................................... 119
FIGURA 142: CASCATA ELÉ TRICA PARA TRÊ S SETORES...................................................................................................... 119
FIGURA 143: CASCATA ELÉ TRICA PARA QUATRO SETORES................................................................................................. 120
FIGURA 144: PRIMEIRO PASSO NA CONSTRUÇÃ O - CASCATA DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –......................121
FIGURA 145: CASCATA DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –......................................................................................122
FIGURA 146: SIMULAÇÃ O DO CIRCUITO CASCATA DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –.........................................124
FIGURA 147: SIMULAÇÃ O DO CIRCUITO CASCATA DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –. SEGUNDO PASSO.........125
FIGURA 148: SIMULAÇÃ O DO CIRCUITO CASCATA DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A - 1 A -. TERCEIRO PASSO.........126
FIGURA 149: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 1 A - 2 A + 2 A –..............................................127
FIGURA 150: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 1 A - 2 A + 2 A –..............................................128
FIGURA 151: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 1 A - 2 A + 3 A + 3 A - 2 A –........................129
FIGURA 152: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A - 1 A - 2 A + 2 A –........................130
FIGURE 153: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –..............................................131
FIGURE 154: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA ANTERIOR.......................................................................132
FIGURA 155: CIRCUITO COM TRÊ S CILINDROS...................................................................................................................... 134
FIGURA 156: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO PELO MÉ TODO PASSO A PASSO..............................................................135
FIGURA 157: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO DA SEQÜ Ê NCIA USANDO VÁ LVULAS DE SERVOCOMANDO SIMPLES
........................................................................................................................................................................................... 136
FIGURA 158: CIRCUITO DA SEQÜ Ê NCIA 1 A + 2 A + 2 A - 1 A - 1 A + 1 A –................................................................138
FIGURA 159: ALARME SONORO............................................................................................................................................... 139
FIGURA 160: INDICADOR LUMINOSO...................................................................................................................................... 139
FIGURA 161: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO COM ALARME SONORO, INDICADOR LUMINOSO E BOTÃ O DE
EMERGÊ NCIA.................................................................................................................................................................... 140
FIGURA 162: SENSOR INDUTIVO............................................................................................................................................. 141
FIGURA 163: SENSOR CAPACITIVO.......................................................................................................................................... 141
FIGURA 164: SENSOR Ó PTICO................................................................................................................................................. 142
FIGURA 165: CIRCUITO ELETRO PNEUMÁ TICO COM SENSORES.........................................................................................142
LISTA DE TABELAS

TABELA 1: VARIAÇÃ O DA PRESSÃ O ATMOSFÉ RICA.................................................................................................................. 15


TABELA 2: IDENTIFICAÇÃ O DAS VIAS PNEUMÁ TICAS.............................................................................................................. 39
TABELA 3: DESIGNAÇÃ O NUMÉ RICA.......................................................................................................................................... 41
TABELA 4: DESIGNAÇÃ O ALFABÉ TICA....................................................................................................................................... 41
TABELA 5: MOVIMENTO DE CILINDROS EM FORMA DA TABELA........................................................................................... 57
TABELA 6: DIAGRAMA DE MOVIMENTOS DE UM CILINDRO.................................................................................................... 72
LISTA DE EQUAÇÕES

EQUAÇÃ O 1: LEI GERAL DOS GASES PERFEITOS...................................................................................................................... 16


EQUAÇÃ O 2: PRINCIPIO DE PASCAL........................................................................................................................................... 17
1. INTRODUÇÃO

A pneumá tica é a ciência que utiliza o ar como fluido que realiza um trabalho. Desta
maneira, em Pneumá tica Industrial, o que ocorre é uma transformaçã o da energia pneumá tica em
energia mecâ nica por meio de elementos de trabalho. Os principais elementos de trabalho sã o os
cilindros, ou atuadores, e as vá lvulas.

O ar é produzido por compressores, tratado por um componente chamado Lubrefil


(Lubrificante, Filtro e Regulador de Pressã o) e distribuído por intermédio de redes pneumá ticas.
Nã o é objetivo desta apostila tratar destes tó picos.

Uma vez na rede, o ar é direcionado pelas vá lvulas para que os cilindros possam realizar
seus movimentos lineares ou rotativos. As vá lvulas que direcionam o ar para os cilindros sã o
conhecidas como “vá lvulas direcionais”.

1.1. PROPRIEDADES FÍSICAS DO AR

Apesar de insípido, inodoro e incolor, percebemos o ar através dos ventos, aviõ es e


pá ssaros que nele flutuam e se movimentam; sentimos também o seu impacto sobre o nosso
corpo. Concluímos facilmente que o ar tem existência real e concreta, ocupando lugar no espaço.

1.1.1. Compressibilidade

O ar, assim como todos os gases, tem a propriedade de ocupar todo o volume de qualquer
recipiente, adquirindo seu formato, já que nã o tem forma pró pria. Assim, podemos encerrá -lo
num recipiente com volume determinado e posteriormente provocar-lhe uma reduçã o de volume
usando uma de suas propriedades - a compressibilidade.

Podemos concluir que o ar permite reduzir o seu volume quando sujeito à açã o de uma
força exterior.

Figura 1: Compressibilidade do Ar

1.1.2. Elasticidade

Propriedade que possibilita ao ar voltar ao seu volume inicial uma vez extinto o efeito
(força) responsá vel pela reduçã o do volume.

Figura 2: Elasticidade do Ar

1.1.3. Difusibilidade

Propriedade do ar que lhe permite misturar-se homogeneamente com qualquer meio


gasoso que nã o esteja saturado.
Figura 3: Difusibilidade do Ar

1.1.4. Expansibilidade

Propriedade do ar que lhe possibilita ocupar totalmente o volume de qualquer


recipiente, adquirindo o seu formato.

Figura 4: Expansibilidade do Ar

1.1.5. Variação da Pressão Atmosférica com Relação à Altitude


Tabela 1: Variação da Pressão Atmosférica

1.1.6. Medição da Pressão Atmosférica

Nó s geralmente pensamos que o ar nã o tem peso. Mas, o oceano de ar cobrindo a terra


exerce pressã o sobre ela. Torricelli, o inventor do barô metro, mostrou que a pressã o atmosférica
pode ser medida por uma coluna de mercú rio. Enchendo-se um tubo com mercú rio e invertendo-
o em uma cuba cheia com mercú rio, ele descobriu que a atmosfera padrã o, ao nível do mar,
suporta uma coluna de mercú rio de 760 mm de altura.

Figura 5: Pressão Atmosférica

A pressã o atmosférica ao nível do mar mede ou é equivalente a 760 mm de mercú rio.


Qualquer elevaçã o acima desse nível deve medir evidentemente menos do que isso. Num sistema
hidrá ulico, as pressõ es acima da pressã o atmosférica sã o medidas em kgf / cm2. As pressõ es
abaixo da pressã o atmosférica sã o medidas em unidade de milímetros de mercú rio.
1.1.7. Efeitos Combinados entre as 3 Variáveis Físicas do Gás

Lei Geral dos Gases Perfeitos

As leis de Boyle-Mariotte, Charles e Gay Lussac referem-se a transformaçõ es de estado,


nas quais uma das variá veis físicas permanece constante. Geralmente, a transformaçã o de um
estado para outro envolve um relacionamento entre todas, sendo assim, a relaçã o generalizada é
expressa pela fó rmula:

Equação 1: Lei Geral dos Gases Perfeitos

De acordo com esta relaçã o sã o conhecidas as três variá veis do gá s. Por isso, se qualquer
uma delas sofrer alteraçã o, o efeito nas outras poderá ser previsto.

Figura 6: Efeito Combinado de 3 Variáveis Físicas

1.1.8. Princípio de Pascal

Constata-se que o ar é muito compressível sob açã o de pequenas forças. Quando contido
em um recipiente fechado, o ar exerce uma pressã o igual sobre as paredes, em todos os sentidos.

Por Blaise Pascal temos: "A pressã o exercida em um líquido confinado em forma está tica
atua em todos os sentidos e direçõ es, com a mesma intensidade, exercendo forças iguais em
á reas iguais".
Figura 7: Princípio de Pascal

Equação 2: Principio de Pascal

No S.I.

F - Newton – N (Força)
P - Newton / Área – N / m2 (Pressão)
A - m2 (Área)

No MKS

F - Kgf (Força)
P - Kgf / cm2 (Pressão)
A - cm2 (Área)

Temos que: 1 Kgf = 9,8 N

Nota: Pascal nã o faz mençã o ao fator atrito, existente quando o líquido está em
movimento, pois baseia-se na forma está tica e nã o nos líquidos em movimento.

2. IMPLANTAÇÃO

2.1. VANTAGENS

1) Incremento da produçã o com investimento relativamente pequeno.

2) Reduçã o dos custos operacionais. A rapidez nos movimentos pneumá ticos e a libertaçã o do
operá rio (homem) de operaçõ es repetitivas possibilitam o aumento do ritmo de trabalho,
aumento de produtividade e, portanto, um menor custo operacional.

3) - Robustez dos componentes pneumá ticos. A robustez inerente aos controles pneumá ticos
torna-os relativamente insensíveis a vibraçõ es e golpes, permitindo que açõ es mecâ nicas do
pró prio processo sirvam de sinal para as diversas sequências de operaçã o. Sã o de fá cil
manutençã o.

4)- Facilidade de implantaçã o. Pequenas modificaçõ es nas má quinas convencionais, aliadas à


disponibilidade de ar comprimi- do, sã o os requisitos necessá rios para implantaçã o dos controles
pneumá ticos.

5) - Resistência a ambientes hostis. Poeira, atmosfera corrosiva, oscilaçõ es de temperatura,


umidade, submersã o em líquidos, raramente prejudicam os componentes pneumá ticos, quando
projetados para essa finalidade.

6) - Simplicidade de manipulaçã o. Os controles pneumá ticos nã o necessitam de operá rios super


especializados para sua manipulaçã o.

7) - Segurança. Como os equipamentos pneumá ticos envolvem sempre pressõ es moderadas,


tornam-se seguros contra possíveis acidentes, quer no pessoal, quer no pró prio equipamento,
além de evitarem problemas de explosã o.

8) - Reduçã o do nú mero de acidentes. A fadiga é um dos principais fatores que favorecem


acidentes; a implantaçã o de controles pneumá ticos reduz sua incidência (liberaçã o de operaçõ es
repetitivas).

2.2. LIMITAÇÕ ES

1) O ar comprimido necessita de uma boa preparaçã o para realizar o trabalho proposto: remoçã o
de impurezas, eliminaçã o de umidade para evitar corrosã o nos equipamentos, engates ou trava-
mentos e maiores desgastes nas partes mó veis do sistema.

2) Os componentes pneumá ticos sã o normalmente projetados e utilizados a uma pressã o


má xima de 1723,6 kPa. Portanto, as forças envolvidas sã o pequenas se comparadas a outros
sistemas. Assim, nã o é conveniente o uso de controles pneumá ticos em operaçã o de extrusã o de
metais. Provavelmente, o seu uso é vantajoso para recolher ou transportar as barras extrudadas.

3) Velocidades muito baixas sã o difíceis de ser obtidas com o ar comprimido devido às suas
propriedades físicas. Neste caso, recorre-se a sistemas mistos (hidrá ulicos e pneumá ticos).
4) O ar é um fluido altamente compressível, portanto, é impossível se obterem paradas
intermediá rias e velocidades uniformes. O ar comprimido é um poluidor sonoro quando sã o
efetuadas exaustõ es para a atmosfera. Esta poluiçã o pode ser evitada com o uso de silenciado-
res nos orifícios de escape.

3. ACIONAMENTOS E COMANDOS

As vá lvulas exigem um agente externo ou interno que desloque suas partes internas de
uma posiçã o para outra, ou seja, que altere as direçõ es do fluxo, efetue os bloqueios e liberaçã o
de escapes.
Os elementos responsá veis por tais alteraçõ es sã o os acionamentos, que podem ser classificados
em:

- Comando Direto
- Comando Indireto

3.1. COMANDO DIRETO

É assim definido quando a força de acionamento atua diretamente sobre qualquer


mecanismo que cause a inversã o da vá lvula.

3.2. COMANDO INDIRETO

É assim definido quando a força de acionamento atua sobre qualquer dispositivo


intermediá rio, o qual libera o comando principal que, por sua vez, é responsá vel pela inversã o da
vá lvula.

Estes acionamentos sã o também chamados de combinados, servo etc.

4. TIPOS DE ACIONAMENTOS E COMANDOS

Os tipos de acionamentos sã o diversificados e podem ser:

- Musculares
- Mecâ nicos
- Pneumá ticos
- Elétricos
- Combinados.

Estes elementos sã o representados por símbolos normalizados e sã o escolhidos conforme


a necessidade da aplicaçã o da vá lvula direcional.

4.1. ACIONAMENTOS MUSCULARES

As vá lvulas dotadas deste tipo de acionamento sã o conhecidas como vá lvulas de painel.


Sã o acionamentos que indicam um circuito, findam uma cadeia de operaçõ es, proporcionam
condiçõ es de segurança e emergência.

A mudança da vá lvula é realizada geralmente pelo operador do sistema.Os principais tipos


de acionamentos musculares sã o mostrados nas figuras abaixo.
Figura 8: Acionamentos Musculares

4.2. ACIONAMENTOS MECÂ NICOS


Com a crescente introduçã o de sistemas automá ticos, as vá lvulas acionadas por uma
parte mó vel da má quina adquirem uma grande importâ ncia. O comando da vá lvula é conseguido
através de um contato mecâ nico sobre o acionamento, colocado estrategicamente ao longo de um
movimento qualquer, para permitir o desenrolar de sequências operacionais. Comumente, as
vá lvulas com este tipo de acionamento recebem o nome de vá lvulas fim de curso.

Figura 9: Acionamentos Mecânicos

4.2.1. Posicionamento das Válvulas com Acionamentos Mecânicos

As vá lvulas devem estar situadas o mais pró ximo possível ou diretamente acopladas aos
equipamentos comandados (cilindros, motores etc.), para que as tubulaçõ es secundá rias sejam
bem curtas evitando, assim, consumos inú teis de ar comprimido e perdas de pressã o, conferindo
ao sistema um tempo de resposta reduzido.
Para as vá lvulas acionadas mecanicamente, é indispensá vel efetuar um posicionamento
adequado, garantindo um comando seguro e perfeito, mesmo depois de muito tempo.

4.2.2. Acionamento por Pino


Quando um mecanismo mó vel é dotado de movimento retilíneo, sem possibilidades de
ultrapassar um limite e ao fim do movimento deve acionar uma vá lvula, o recomendado é o
acionamento por pino, que recebe um ataque frontal. Ao posicionar a vá lvula, deve-se ter o
cuidado de deixar uma folga, apó s o curso de acionamento, com relaçã o ao curso final do
mecanismo, para evitar inutilizaçã o da vá lvula devido a inú teis e violentas solicitaçõ es
mecâ nicas.

Enquanto durar a açã o sobre o pino, a vá lvula permanece comutada (acionada).

Figura 10: Acionamento Por Pino

4.2.3. Acionamento por Rolete

Se a vá lvula necessita ser acionada por um mecanismo com movimento rotativo, retilíneo,
com ou sem avanço ulterior, é aconselhá vel utilizar o acionamento por rolete, para evitar atritos
inú teis e solicitaçõ es danosas em relaçã o à s partes da vá lvula.

O rolete, quando posicionado no fim de curso, funciona como pino, mas recebe ataque
lateral na maioria das vezes. Numa posiçã o intermediá ria, receberá comando toda vez que o
mecanismo em movimento passar por cima, independentemente do sentido do movimento.
Figura 11: Acionamento Tipo Rolete

4.2.4. Gatilho (Rolete Escamoteável)

Utilizado nas posiçõ es intermediá rias ou fim de curso, onde podem ocorrer problemas de
"contrapressã o". O posicionamento no final de curso, com leve afasta- mento, evita que
permaneça constantemente acionado, como o pino e o rolete.

Difere dos outros por permitir o acionamento da vá lvula em um sentido do movimento,


emitindo um sinal pneumá tico breve. Quando o mecanismo em movimento atua sobre o
acionamento causa um travamento, provocando o deslocamento das partes internas da vá lvula.
No sentido oposto ao de comando, o mecanismo causa a rotaçã o do acionamento, eliminando
qualquer possibilidade de comandar a vá lvula.

Figura 12: Acionamento Tipo Gatilho

É importante ressaltar que a emissã o do sinal pneumá tico, sendo breve, nã o deve
percorrer longas distâ ncias. A comutaçã o da vá lvula e a emissã o do sinal estã o em funçã o de sua
construçã o, principalmente da velocidade com que é acionada e do comprimento do mecanismo
que irá acioná -la.

4.3. ACIONAMENTOS PNEUMÁ TICOS

As vá lvulas equipadas com este tipo de acionamento sã o comutadas pela açã o do ar


comprimido, proveniente de um sinal preparado pelo circuito e emitido por outra vá lvula.
Nos acionamentos pneumá ticos destacam-se:

4.3.1. Comando Direto por Alívio de Pressão (Piloto Negativo)

Os pistõ es sã o pressurizados com o ar comprimido proveniente da alimentaçã o. Um


equilíbrio de forças é estabelecido na vá lvula; ao se processar a despressurizaçã o de um dos
pistõ es, ocorre a inversã o da vá lvula.

Figura 13: Comando Piloto Negativo

4.3.2. Comando Direto por Aplicação de Pressão (Piloto Positivo)

Um impulso de pressã o, proveniente de um comando externo, é aplicado diretamente


sobre um pistã o, acionando a vá lvula.
Figura 14: Comando Piloto Positivo

4.3.3. Comando Direto por Diferencial de Áreas

A pressã o de comando atua em á reas diferentes, possibilitando a existência de um sinal


prioritá rio e outro supressivo.

4.3.3.1. Diafragma

A grande vantagem está na pressã o de comando; devido à grande á rea da membrana, pode
trabalhar com baixas pressõ es. O princípio de atuaçã o é bem semelhante ao de um piloto
positivo.

Aplicações frequentes: Substituiçã o de sistemas eletrô nicos e elétricos que sã o


utilizados na automatizaçã o de fá bricas de explosivos, produtos solventes, devido à sensibilidade
que apresentam no controle de processos.

Figura 15: Comando Por Diafragma

4.4. ACIONAMENTOS ELÉ TRICOS


A operaçã o das vá lvulas é efetuada por meio de sinais elétricos, provenientes de chaves
fim de curso, pressostatos, temporizadores, etc. Sã o de grande utilizaçã o onde a rapidez dos
sinais de comando é o fator importante, quando os circuitos sã o complicados e as distâ ncias sã o
longas entre o local emissor e o receptor.

4.5. ACIONAMENTOS COMBINADOS

É comum a utilizaçã o da pró pria energia do ar comprimido para acionar as vá lvulas.


Podemos comunicar o ar de alimentaçã o da vá lvula a um acionamento auxiliar que permite a
açã o do ar sobre o comando da vá lvula ou corta a comunicaçã o, deixando-a livre para a operaçã o
de retorno.

Os acionamentos tidos como combinados sã o classificados também como Servo Piloto,


Comando Prévio e Indireto. Isso se fundamenta na aplicaçã o de um acionamento (pré-comando)
que comanda a vá lvula principal, responsá vel pela execuçã o da operaçã o.

Quando é efetuada a alimentaçã o da vá lvula principal, a que realizará o comando dos


conversores de energia, pode-se emitir ou desviar um sinal através de um canal interno ou
conexã o externa, que ficará retido, direcionando-o para efetuar o acionamento da vá lvula
principal, que posteriormente é colocada para exaustã o.

As vá lvulas de pré-comando sã o geralmente elétricas (Solenó ides), pneumá ticas (Piloto),


manuais (Botã o), mecâ nicas (Came ou Esfera). A seguir, sã o mostrados alguns tipos de
acionamentos combinados.

4.5.1. Solenóide e Piloto Interno

Quando o solenó ide é energizado, o campo magnético criado desloca o induzido,


liberando o piloto interno X, o qual realiza o acionamento da vá lvula.
Figura 16: Acionamento Combinado

4.5.2. Solenóide e Piloto Externo

Idêntico ao anterior, porém a pressã o piloto é suprida externamente.

Figura 17: Acionamento Combinado com Piloto Externo

4.5.3. Solenóide e Piloto ou Botão

A vá lvula principal pode ser comandada por meio da eletricidade, a qual cria um campo
magnético, causando o afastamento do induzido do assento e liberando a pressã o X que aciona a
vá lvula.

Pode ser acionada através do botã o, o qual despressuriza a vá lvula internamente. O


acionamento por botã o conjugado ao elétrico é de grande importâ ncia porque permite testar o
circuito, sem necessidade de energizar o comando elétrico, permitindo continuidade de operaçã o
quando faltar energia elétrica.

Figure 18: Acionamento Combinado com Botão

5. ELEMENTOS AUXILIARES

Impedem o fluxo de ar comprimido em um sentido determinado, possibilitando livre fluxo


no sentido oposto.

5.1. VÁ LVULAS DE BLOQUEIO

5.1.1. Válvula de Retenção com Mola

Um cone é mantido inicialmente contra seu assento pela força de uma mola. Orientando-se
o fluxo no sentido favorá vel de passagem, o cone é deslocado do assento, causando a compressã o
da mola e possibilitando a passagem do ar.
A existência da mola no interior da vá lvula requer um maior esforço na abertura para
vencer a contra- pressã o imposta. Mas nas vá lvulas, de modo geral, esta contrapressã o é
pequena, para evitar o má ximo de perda, razã o pela qual nã o devem ser substituídas
aleatoriamente.

Figura 19: Válvula de Retenção com Mola

As vá lvulas de retençã o geralmente sã o empregadas em automatizaçã o de levantamento


de peso, em lugares onde um componente nã o deve influir sobre o outro, etc.

5.1.2. Válvula de Retenção sem Mola

É outra versã o da vá lvula de retençã o citada anterior- mente. O bloqueio, no sentido


contrá rio ao favorá vel, nã o conta com o auxílio de mola. Ele é feito pela pró pria pressã o de ar
comprimido.

5.1.3. Válvula de Escape Rápido

Quando se necessita obter velocidade superior à quela normalmente desenvolvida por um


pistã o de cilindro, é utilizada a vá lvula de escape rá pido. Para um movimento rá pido do pistã o, o
fator determinante é a velocidade de escape do ar contido no interior do cilindro, já que a pressã o
numa das câ maras deve ter caído apreciavelmente, antes que a pressã o no lado oposto aumente o
suficiente para ultrapassá -la, além de impulsionar o ar residual através da tubulaçã o secundá ria e
vá lvulas.
Utilizando-se a vá lvula de escape rá pido, a pressã o no interior da câ mara cai
bruscamente; a resistência oferecida pelo ar residual (que é empurrado) é reduzidíssima e o ar
flui diretamente para a atmosfera, percorrendo somente um niple que liga a vá lvula ao cilindro.
Ele nã o percorre a tubulaçã o que faz a sua alimentaçã o.

Figura 20: Válvula de Escape Rápido

Alimentada pela vá lvula direcional que comanda o cilindro, o ar comprimido proveniente


comprime uma membrana contra uma sede onde se localiza o escape, libera uma passagem até o
ponto de utilizaçã o e atua em sua parte oposta, tentando deslocá -la da sede inutilmente, pois uma
diferença de forças gerada pela atuaçã o da mesma pressã o em á reas diferentes impede o
deslocamento.

Cessada a pressã o de entrada, a membrana é deslocada da sede do escape, passando a


vedar a entrada. Esta movimentaçã o é causada pelo ar contido na câ mara do cilindro, que
influencia a superfície inferior em relaçã o à entrada e a desloca, pois nã o encontra a resistência
superior oferecida pela pressã o.

Com o deslocamento da membrana, o escape fica livre e o ar é expulso rapidamente,


fazendo com que o pistã o adquira alta velocidade. Os jatos de exaustã o sã o desagradavelmente
ruidosos. Para se evitar a poluiçã o sonora, devem ser utilizados silenciadores.

5.1.4. Válvula de Isolamento (Elemento OU)

Dotada de três orifícios no corpo: duas entradas de pressã o e um ponto de utilizaçã o.


Enviando-se um sinal por uma das entradas, a entrada oposta é automaticamente vedada e o
sinal emitido flui até a saída de utilizaçã o.
O ar que foi utilizado retorna pelo mesmo caminho. Uma vez cortado o fornecimento, o
elemento seletor interno permanece na posiçã o, em funçã o do ú ltimo sinal emitido.

Havendo coincidência de sinais em ambas as entra- das, prevalecerá o sinal que primeiro
atingir a vá lvula, no caso de pressõ es iguais. Com pressõ es diferentes, a maior pressã o dentro de
uma certa relaçã o passará ao ponto de utilizaçã o, impondo bloqueio na pressã o de menor
intensidade. Muito utilizada quando há necessidade de enviar sinais a um ponto comum,
proveniente de locais diferentes no circuito.

Figure 21: Válvula de isolamento – OU


Figura 22: Exemplo de Circuito com Elemento OU

5.1.5. Válvula de Simultaneidade (Elemento E)

Assim como na vá lvula de isolamento, também possui três orifícios no corpo. A diferença
se dá em funçã o de que o ponto de utilizaçã o será atingido pelo ar, quando duas pressõ es,
simultaneamente ou nã o, chegarem nas entradas. A que primeiro chegar, ou ainda a de menor
pressã o, se autobloqueará , dando passagem para o outro sinal. Sã o utilizadas em funçõ es ló gicas
“E”, bimanuais simples ou garantias de que um determinado sinal só ocorra apó s,
necessariamente, dois pontos estarem pressurizados.

Figure 23: Válvula de Simultaneidade – E


Figura 24: Exemplo de Circuito com Elemento E

5.2. VÁ LVULAS DE CONTROLE DE FLUXO

Em alguns casos, é necessá ria a diminuiçã o da quantidade de ar que passa através de


uma tubulaçã o, o que é muito utilizado quando se necessita regular a velocidade de um cilindro
ou formar condiçõ es de temporizaçã o pneumá tica. Quando se necessita influenciar o fluxo de ar
comprimido, este tipo de vá lvula é a soluçã o ideal, podendo ser fixa ou variá vel, unidirecional ou
bidirecional.

Figura 25: Válvula Controle de Fluxo Bidirecional Variável

Muitas vezes, o ar que passa através de uma vá lvula controladora de fluxo tem que ser
variá vel conforme as necessidades. Observe-se a figura, a quantidade de ar que entra por 1 ou 2 é
controlada através do parafuso cô nico, em relaçã o à sua proximidade ou afastamento do assento.
Consequentemente, é permitido um maior ou menor fluxo de passagem.

5.2.1. Válvula de Controle de Fluxo Unidirecional

Algumas normas classificam esta vá lvula no grupo de vá lvulas de bloqueio por ser
híbrida, ou seja, num ú nico corpo unem-se uma vá lvula de retençã o com ou sem mola e em
paralelo um dispositivo de controle de fluxo, compondo uma vá lvula de controle unidirecional.

Possui duas condiçõ es distintas em relaçã o ao fluxo de ar:

5.2.1.1. Fluxo Controlado

Em um sentido pré-fixado, o ar comprimido é bloqueado pela vá lvula de retençã o, sendo


obrigado a passar restringido pelo ajuste fixado no dispositivo de controle.

Figura 26: Válvula de Fluxo Controlado

5.2.1.2. Fluxo Livre

No sentido oposto ao mencionado anteriormente, o ar possui livre vazã o pela vá lvula de


retençã o, embora uma pequena quantidade passe através do dispositivo, favorecendo o fluxo.
Figura 27: Válvula de Fluxo Livre

Estando o dispositivo de ajuste totalmente fechado, esta vá lvula passa a funcionar como
uma vá lvula de retençã o. Quando se desejam ajustes finos, o elemento de controle de fluxo é
dotado de uma rosca micrométrica que permite este ajuste.

Figura 28: Exemplo de Circuito com Controle de Fluxo

5.3. VÁ LVULAS DE CONTROLE DE PRESSÃ O


Têm por funçã o influenciar ou serem influenciadas pela intensidade de pressã o de um
sistema.

5.3.1. Válvula de Alívio

Limita a pressã o de um reservató rio, compressor, linha de pressã o, etc., evitando a sua
elevaçã o além de um ponto ideal admissível. Uma pressã o predeterminada é ajustada através de
uma mola calibrada, que é comprimida por um parafuso, transmitindo sua força sobre um
êmbolo e mantendo-o contra uma sede. Ocorrendo um aumento de pressã o no sistema, o êmbolo
é deslocado de sua sede, comprimindo a mola e permitindo contato da parte pressurizada com a
atmosfera através de uma série de orifícios por onde é expulsa a pressã o excedente. alcançando o
valor de regulagem, a mola recoloca automaticamente o êmbolo na posiçã o inicial, vedando os
orifícios de escape.

Figura 29: Válvula de Alívio

6. VÁLVULAS DIRECIONAIS

Para se traçarem circuitos pneumá ticos, as vá lvulas ganham representaçõ es esquemá ticas,
que pretendem simular seu funcionamento interno, pouco tendo a ver, portanto, com seu
princípio construtivo.

As vá lvulas direcionais sã o sempre representadas por um retâ ngulo. - Este retâ ngulo é
dividido em quadrados. - O nú mero de quadrados representados na simbologia é igual ao nú mero
de posiçõ es da vá lvula, representando a quantidade de movimentos que executa através de
acionamentos.
2 Posiçõ es 3 Posiçõ es

O nú mero de vias é a quantidade de conexõ es de trabalho que a vá lvula possui. Sã o


consideradas como vias a conexã o de entrada de pressã o, conexõ es de utilizaçã o e as de escape.

Para fá cil compreensã o do nú mero de vias de uma vá lvula de controle direcional


podemos também considerar que:

 Passagem T Bloqueio

6.1. IDENTIFICAÇÃ O DAS VIAS PNEUMÁ TICAS

6.1.1. Direção de Fluxo

Nos quadros representativos das posiçõ es, encontram- se símbolos distintos: As setas
indicam a interligaçã o interna das conexõ es, mas nã o necessariamente o sentido de fluxo.

Figura 30: Direção do Fluxo

6.1.2. Passagem Bloqueada

Figura 31: Passagem Bloqueada

6.1.3. Escape Livre

Figura 32: Escape Livre

6.1.4. Escape com Conexão


Figura 33: Escape com Conexão

Uma regra prá tica para a determinaçã o do nú mero de vias consiste em separar um dos
quadrados (posiçã o) e verificar quantas vezes o(s) símbolo(s) interno(s) toca(m) os lados do
quadro, obtendo-se, assim, o nú mero de orifícios e em correspondência o nú mero de vias.

Preferencialmente, os pontos de conexã o deverã o ser contados no quadro da posiçã o


inicial.

Figura 34: Válvula de 2 e 3 Vias

As principais normas seguidas no Brasil, que dizem respeito à identificaçã o das vias
pneumá ticas sã o a alemã DIN (Deutsche Normen) 24300 e a americana ISO (Internation
Organization for Standardization)1219 (partes I e II).

Tabela 2: Identificação das Vias Pneumáticas

Orifício Norma DIN 24300 Norma ISO 1219


Pressã o P 1
Utilizaçã o A B C 2 4 6
Escape R S T 3 5 7
Pilotagem X Y Z 10 12 14

As vá lvulas e as vias identificadas:

Figura 35: Válvulas e Vias

Os nú meros relacionados à norma ISO 1219 significam:

1 - alimentaçã o: orifício de suprimento principal (pressã o).


2 - utilizaçã o, saída: orifício de aplicaçã o em vá lvulas de 2/2, 3/2 e 3/3.

2 e 4 - utilizaçã o, saída: orifícios de aplicaçã o em vá lvulas 4/2, 4/3, 5/2 e 5/3. A via 4
normalmente faz o avanço e a 2 o retorno do cilindro.

3 - escape ou exaustã o: orifícios de liberaçã o do ar utilizado em vá lvulas 3/2, 3/3, 4/2 e 4/3.

3 e 5 - escape ou exaustã o: orifício de liberaçã o do ar utilizado em vá lvulas 5/2 e 5/3.

Os orifícios de pilotagem sã o identificados da seguinte forma: 10, 12 e 14. Estas referências


baseiam-se na identificaçã o do orifício de alimentaçã o 1.

10 - indica um orifício de pilotagem que, ao ser influenciado, isola, bloqueia, o orifício de


alimentaçã o.

12 - liga a alimentaçã o 1 com o orifício de utilizaçã o 2, quando ocorrer o comando.

14 - comunica a alimentaçã o 1 com o orifício de utilizaçã o 4, quando ocorrer a pilotagem.

Já a norma DIN 24300 usa uma forma literal para a identificaçã o das vias.

As letras representam:

Linha de trabalho (utilizaçã o): A, B, C

Conexã o de pressã o (alimentaçã o): P


Escape ao exterior do ar comprimido utilizado pelos equipamentos pneumá ticos (escape,
exaustã o): R,S,T

Drenagem de líquido: L

Linha para transmissã o da energia de comando (linhas de pilotagem): X,Y, Z

Os escapes sã o representados também pela letra E, seguida da respectiva letra que


identifica a utilizaçã o (normas N.F.P.A.). Exemplo :

EA - significa que os orifícios em questã o sã o a exaustã o do ponto de utilizaçã o A.


EB - escape do ar utilizado pelo orifício B. A letra D, quando utilizada, representa orifício de
escape do ar de comando interno.

6.2. NUMERAÇÃ O DOS COMPONENTES PNEUMÁ TICOS, NORMA ISO 121

6.2.1. Designação Numérica

Tabela 3: Designação Numérica

6.2.2. Designação Alfabética

Tabela 4: Designação Alfabética

6.3. VÁ LVULAS 2/2 VIAS

Figura 36: Válvula 2/2 Vias Acionada por Rolete


Figura 37: Válvula 2/2 Vias Acionada por Pino

6.4. VÁ LVULAS 3/2 VIAS

Toda vá lvula deve ser pilotada em seus dois lados, esquerdo e direito, ou seja, deve ser
possível se alcançar suas duas (ou mais) posiçõ es. Uma vá lvula com uma ú nica posiçã o nã o seria
uma vá lvula e sim uma conexã o. Na vá lvula representada pela Figura abaixo, pode-se perceber a
pilotagem em ambos os lados. No lado esquerdo, por meio de um pino e no lado direito, por meio
de uma mola. Assim é que, ao se pressionar o pino, a posiçã o representada pelo primeiro
quadrado no esquema simbó lico é alcançada. Para que a vá lvula retorne para sua segunda
posiçã o, representada pelo segundo quadrado, é necessá ria a existência da mola. Há diversas
maneiras de se fazer uma pilotagem: manual (utilizando botõ es pulso, trava, manivela), mecâ nica
(usando pinos, roletes), pneumá tica (utilizando uma via de passagem de ar) e elétrica (por meio
de solenó ides).

A Figura abaixo apresenta uma vá lvula 3/2 vias avançada por pino e retornada por mola,
em corte.
Figura 38: Válvula 3/2 Vias Acionada por Piloto

Figura 39: Válvula 3/2 Vias Acionada por Solenóide


Figura 40: Válvula 3/2 Vias Acionada por Solenóide Indireto

Figura 41: Válvula 3/2 Vias Acionada por Duplo Pilotos


Figura 42: Exemplo de Circuito com Válvulas 3/2 Vias

No desenho apresentado na Figura acima pode ser facilmente visto que o ar que chega na
via 1 nã o é distribuído para nenhuma outra via, o que está de acordo com a representaçã o
simbó lica da vá lvula. Já as vias 2 e 3 inicialmente estã o se comunicando, o que também está de
acordo com a representaçã o. Quando o pino é pressionado para baixo, a mola se comprime e o
batente que evitava a passagem de ar para a via 2 se abre, permitindo agora que o ar chegue até a
via 2. Diz-se que a vá lvula foi pilotada mecanicamente, chegando à segunda posiçã o da vá lvula.
Em conseqü ência, isola-se a via 3, o que está conforme a representaçã o simbó lica da vá lvula. É
sempre bom lembrar que a mola é chamada de reposiçã o porque, quando nã o houver mais uma
força mecâ nica empurrando o eixo e vencendo sua resistência, ela será responsá vel pelo retorno
do eixo à sua posiçã o original. Na Figura 2 pode ser visto ainda que todas as vias sã o definidas
segundo as normas ISO e DIN. É importante que o aluno se acostume a nomear todas as vias,
porque isso facilita enormemente a montagem de circuitos pneumá ticos na prá tica. Alguns
softwares, como o Fluidsim, já fazem automaticamente esta numeraçã o. Ainda recordando, a via 1
ou P é chamada via de pressã o, a 2 ou A via de utilizaçã o e a 3 ou R é uma vida de escape. A Figura
acima apresenta uma foto de uma vá lvula 3/2 vias. Como pode ser percebido, há um logotipo no
qual está escrito “Festo didatic”. A Festo é um dos maiores fabricantes de componentes
pneumá ticos do mundo e será freqü entemente citada nesta apostila, pois a escola e as indú strias
da regiã o trabalham principalmente com componentes deste fabricante.
Figura 43: Válvula 3/2 Vias Botão Pulso/Mola

6.5. VÁ LVULAS 5/2 VIAS

Na Figura abaixo, pode ser percebido que quem faz a mudança de uma posiçã o para
outra é um eixo. Se este eixo é empurrado para a direita, tem-se acesso a uma posiçã o da vá lvula
(ou seja, o ar é direcionado para um determinado lugar) e se deslocado para a esquerda tem-se
acesso a outra posiçã o da vá lvula (ou seja, o ar é direcionado para outro lugar). A Figura 4
apresenta uma vá lvula 5/2 vias que é pilotada em ambos os lados (esquerdo e direito) pelo ar.
Esta vá lvula é conhecida como 5/2 vias duplo piloto. Pode ser percebida mais facilmente agora a
importâ ncia da nomeaçã o correta das vias, já que a quantidade delas aumentou
consideravelmente. Se o eixo é pilotado para o lado esquerdo por meio da via 14, ela
permanecerá nesta posiçã o até que seja enviado ar para a via 12, de modo que ele retorne para o
lado direito. Diz-se que a vá lvula mantém a posiçã o do ú ltimo acionamento e por isso as vá lvulas
duplo piloto sã o também conhecidas como “Vá lvulas memó ria”, ou seja, memorizam o ú ltimo
acionamento. Diferentemente das vá lvulas com reposiçã o por mola, que sempre fazem com que o
eixo retorne à sua posiçã o inicial. Na Figura 4, pode ser percebido que o ar está passando da via 1
para a via 2, significando que a vá lvula está na posiçã o 2, ou seja, no quadrado da direita. Ao ser
pilotada pela via 12, pode-se perceber que o ar passará da via 1 para a via 4. A vá lvula está na
posiçã o 1, representada pelo quadrado da esquerda.

Figura 44: Válvula 5/2 Vias Acionada com Duplo Piloto


Figura 45: Exemplo de Circuito com Válvula 5/2 Vias

O ar que chega à s vias 2 ou 4, na Figura 44, sã o utilizados, por exemplo, para deslocar um
cilindro para a esquerda ou para a direita. Existem dois tipos principais de cilindros, os de
simples e os de dupla açã o e ambos podem ser deslocados com esta vá lvula. A vá lvula é
simplesmente um dispositivo responsá vel pelo direcionamento do ar. Ora o ar vem da via 1 para
a 2 e em outro momento da via 1 para a via 4, bastando para tanto deslocar o carretel principal.
É importante ressaltar que, de acordo com a Figura 44, a via 1 nã o tem nenhuma relaçã o
com a via 12 ou 14, embora o ar que passa por estas vias provenha do mesmo compressor, do
mesmo gerador de ar sob pressã o. Ao relacionar a vá lvula em corte com seu símbolo, chega-se à
conclusã o que a mudança de uma posiçã o para outra se dá devido ao deslocamento do eixo
principal. Este deslocamento, reforçando, no caso desta vá lvula duplo piloto, é feito por tomadas
de ar – vias 12 e 14.

A Figura abaixo apresenta uma foto de uma vá lvula 5/2 vias duplo piloto.

Figura 46: Válvula 5/2 Vias Duplo Piloto


6.6. VÁ LVULAS 3/3 VIAS

Com as mesmas conexõ es de uma 3/2, é acrescida de uma posiçã o chamada Centro,
Posiçã o Neutra ou Intermediá ria, fornecendo outras características à vá lvula. Existindo 3
posiçõ es, o tipo de acionamento terá que possuir três movimentos, para que se possa utilizar de
todos os recursos da vá lvula. O centro de uma V.D. 3/3 normalmente é C.F. (centro fechado).
Nesta posiçã o, todas as conexõ es, sem exceçã o, estã o bloqueadas. Este tipo de centro permite
impor paradas intermediá rias em cilindros de S.E., mas sem condiçõ es precisas.

A comunicaçã o entre orifícios é conseguida através do distribuidor axial, que se desloca


no interior da vá lvula, comunicando os orifícios de acordo com seu deslocamento, efetuado pelo
acionamento. Pode ser comandada por acionamento muscular, elétrico ou pneumá tico e
dificilmente por mecâ nico.

Figura 47: Válvula de Controle Direcional 3/3 Vias Acionada por Alavanca

A Posiçã o Neutra é conseguida por:

• Centragem por molas ou ar comprimido - elimina- do o efeito sobre o acionamento, o


carretel é centrado através da pressã o do ar comprimido ou por força da mola, sendo mantido até
que o caminho se processe.

• Travamento - utilizado geralmente com acionamento muscular.

Acionada a vá lvula, através de um dispositivo de esferas ou atrito, o carretel é retido na


posiçã o de manobra. Para colocá -lo em outra posiçã o ou no centro, é necessá ria a influência
humana, que vence a retençã o imposta, deslocando o distribuidor para a posiçã o desejada. O
mesmo critério é empregado quando sã o vá lvulas 4/3 ou 5/3.
6.7. VÁ LVULAS 5/3 VIAS

Uma vá lvula 5/3 C.F. (Centro Fechado). É utilizada para impor paradas intermediá rias. A
vá lvula 5/3 C.A.N. (Centro Aberto Negativo), onde todos os pontos de utilizaçã o estã o em
comunicaçã o com a atmosfera, exceto a pressã o, que é bloqueada; utilizada quando se deseja
paralisar um cilindro sem resistência e selecionar direçõ es de fluxo para circuitos.

Na vá lvula de 5/3 C.A.P. (Centro Aberto Positivo), os pontos de utilizaçã o estã o em


comunicaçã o com a alimentaçã o, exceto os pontos de exaustã o. Utilizada quando se deseja
pressã o nas duas conexõ es de alimentaçã o do cilindro. A comunicaçã o entre as conexõ es é
conseguida através de canais internos.

Facilita a manutençã o, devido à sua forma construtiva e contém uma mínima quantidade
de peças facilmente substituíveis na pró pria instalaçã o. Pode ser instalada em painéis com saídas
laterais ou pela base e possibilita sua utilizaçã o como 3/3, efetuando-se um pequeno bloqueio
com tampã o em um dos pontos de utilizaçã o.

Figura 48: Válvula 5/3 Vias Dupla Pilotagem com Retorno por Mola
Figura 49: Válvula 5/3 Vias Dupla Pilotagem com Trava

7. ATUADORES PNEUMÁTICO

Figura 50: Atuadores Pneumáticos

Veremos agora como ele é colocado para trabalhar. Na determinaçã o e aplicaçã o de um


comando, por regra geral, se conhece inicialmente a força ou torque de açã o final requerida, que
deve ser aplicada em um ponto determinado para se obter o efeito desejado. É necessá rio,
portanto, dispor de um dispositivo que converta em trabalho a energia contida no ar
comprimido. Os conversores de energia sã o os dispositivos utilizados para tal fim.
Num circuito qualquer, o conversor é ligado mecanicamente à carga. Assim, ao ser
influenciado pelo ar comprimido, sua energia é convertida em força ou torque, que é transferido
para a carga.

7.1. CLASSIFICAÇÃ O DOS CONVERSORES DE ENERGIA

Estã o divididos em três grupos:

- Movimentos Lineares
- Movimentos Rotativos
- Movimentos Oscilantes

7.1.1. Lineares

Sã o constituídos de componentes que convertem a energia pneumá tica em movimento


linear ou angular. Sã o representados pelos Cilindros Pneumá ticos. Dependendo da natureza dos
movimentos, velocidade, força, curso, haverá um mais adequado para a funçã o.

7.1.2. Rotativos

Convertem energia pneumá tica em energia mecâ nica, através de momento torsor
contínuo.

7.1.3. Oscilantes

Convertem energia pneumá tica em energia mecâ nica, através de momento torsor
limitado por um determinado nú mero de graus.

7.2. TIPOS DE CILINDROS PNEUMÁ TICOS

Os cilindros se diferenciam entre si por detalhes construtivos, em funçã o de suas


características de funcionamento e utilizaçã o. Basicamente, existem dois tipos de cilindros:

- Simples Efeito ou Simples Açã o


- Duplo Efeito ou Dupla Açã o, com e sem amortecimento. Além de outros tipos de construçã o
derivados como:
- Cilindro de D.A. com haste dupla
- Cilindro duplex contínuo (Tandem)
- Cilindro duplex geminado (mú ltiplas posiçõ es)
- Cilindro de impacto - Cilindro de traçã o por cabos

7.2.1. Cilindros de Simples Ação ou Simples Efeito

Recebe esta denominaçã o porque utiliza ar comprimi- do para conduzir trabalho em um


ú nico sentido de movimento, seja para avanço ou retorno.

Este tipo de cilindro possui somente um orifício por onde o ar entra e sai do seu interior,
comandado por uma vá lvula. Na extremidade oposta à de entrada, é dotado de um pequeno
orifício que serve de respiro, visando impedir a formaçã o de contrapressã o internamente,
causada pelo ar residual de montagem. O retorno, em geral, é efetuado por açã o de mola e força
externa. Quando o ar é exaurido, o pistã o (haste + êmbolo) volta para a posiçã o inicial.

Figura 51: Cilindro de Simples Ação

O atuador da Figura acima possui somente uma via de passagem de ar, conhecida como via
de avanço. O retorno do cilindro é feito por meio de uma mola. Assim que a passagem de ar for
interrompida, a mola fará com que o atuador retorne à sua posiçã o original. Estes cilindros sã o
mais utilizados em conjunto com vá lvulas 3/2 vias, que possuem somente uma via de utilizaçã o,
como será ilustrado adiante.

7.2.2. Cilindros de Dupla Ação ou Duplo Efeito

Quando um cilindro pneumá tico utiliza ar comprimido para produzir trabalho em ambos
os sentidos de movimento (avanço e retorno), diz-se que é um cilindro de Dupla Açã o, o tipo mais
comum de utilizaçã o. Sua característica principal, pela definiçã o, é o fato de se poder utilizar
tanto o avanço quanto o retorno para desenvolvimento de trabalho. Existe, porém, uma diferença
quanto ao esforço desenvolvido: as á reas efetivas de atuaçã o da pressã o sã o diferentes; a á rea da
câ mara traseira é maior que a da câ mara dianteira, pois nesta há que se levar em conta o
diâ metro da haste, que impede a açã o do ar sobre toda a á rea. O ar comprimido é admitido e
liberado alternadamente por dois orifícios existentes nos cabeçotes, um no traseiro e outro no
dianteiro que, agindo sobre o êmbolo, provocam os movimentos de avanço e retorno. Quando
uma câ mara está admitindo ar a outra está em comunicaçã o com a atmosfera. Esta operaçã o é
mantida até o momento de inversã o da vá lvula de comando; alternando a admissã o do ar nas
câ maras, o pistã o se desloca em sentido contrá rio.
Figura 52: Cilindro de Dupla Ação

No atuador representado na Figura acima pode-se perceber a existência de duas vias, uma
responsá vel pelo avanço do cilindro e outra por seu retorno. Estes cilindros sã o comumente
utilizados em conjunto com vá lvulas 5/2 vias, que possuem duas saídas de ar para utilizaçã o,
como foi mostrado anteriormente.

Para se fazer o avanço e retorno deste cilindro sã o necessá rias duas tomadas de ar, uma no
avanço, que preencherá a câ mara de avanço e outra de retorno, que preencherá a câ mara de
retorno. Entretanto, tal avanço e retorno podem ser feitos de vá rias maneiras, utilizando vá lvulas
3/2 vias, uma no avanço e outra no retorno, utilizando uma vá lvula 4/2 vias ou 5/2 vias ou
mesmo 5/3 vias, dependendo das necessidades do projeto, ou da máquina, ou do processo que se
deseja automatizar. Aliá s, nesta mesma linha, nã o se pode dizer que uma vá lvula 3/2 vias foi
projetada exclusivamente para movimentar cilindros de simples açã o. Tampouco pode-se afirmar
que uma vá lvula 5/2 foi desenhada exclusivamente para a movimentaçã o de cilindros de dupla
açã o.

A Figura abaixo apresenta a foto de um cilindro de dupla açã o.


Figura 53: Cilindro Dupla Ação

8. MÉTODO INTUITIVO

Figura 54: Método Intuitivo


8.1. REPRESENTAÇÃ O DOS MOVIMENTOS

Quando os procedimentos de comando sã o um pouco mais complicados, e devem-se


reparar instalaçõ es de certa envergadura, é de grande ajuda para o técnico de manutençã o dispor
dos esquemas de comando, e seqü ências, segundo o desenvolvimento de trabalho das máquinas.

A necessidade de representar as seqü ências dos movimentos de trabalho, e de comando,


de maneira facilmente visível, nã o necessita de maiores esclarecimentos.

Assim que existir um problema mais complexo, os movimentos serã o reconhecidos


rá pida e seguramente, se for escolhida uma forma conveniente de representaçã o dos
movimentos. Além disso, uma representaçã o clara possibilita uma compreensã o bem melhor.

Com auxílio de um exemplo, pretende-se apresentar as possibilidades de representaçã o


mais utilizadas.
Exemplo: Pacotes que chegam por uma esteira transportadora de rolos sã o levantados e
empurrados pela haste de cilindros pneumá ticos para outra esteira transportado- ra. Devido a
condiçõ es de projeto, a haste do segundo cilindro só poderá retornar apó s a haste do primeiro ter
retornado.

8.2. FORMAS DE REPRESENTAÇÃ O

8.2.1. Seqüência Cronológica

Haste do cilindro A avança e eleva o pacote.


Haste do cilindro B avança e empurra o pacote para a esteira II.
Haste do cilindro A retorna à sua posiçã o inicial.
Haste do cilindro B retorna à sua posiçã o inicial.

8.2.2. Indicação em Forma de Tabela


Tabela 5: Movimento de Cilindros em Forma da Tabela

8.2.3. Indicação Vetorial

Figura 55: Indicação Vetorial dos Movimento dos cilindros

8.2.4. Indicação Algébrica

Figura 56: Indicação Algébrica

8.3. DIAGRAMA DE MOVIMENTOS

8.3.1. Diagrama Trajeto-Passo

Neste caso se representa a seqü ência de movimentos de um elemento de trabalho;


levando-se ao diagrama os movimentos e as condiçõ es operacionais dos elementos de trabalho.
Isto é feito através de duas coordenadas, uma representa o trajeto dos elementos de trabalho, e a
outra o passo (diagrama trajeto-passo).
Figura 57: Diagrama Trajeto-Passo um Cilindro

Se existem diversos elementos de trabalho para um comando, estes serã o representados


da mesma forma e desenhados uns sob os outros. A ocorrência através de passos.

Do primeiro passo até o passo 2 a haste de cilindro avança da posiçã o final traseira para
a posiçã o final dianteira, sendo que esta é alcançada no passo 2. A partir do passo 4, a haste do
cilindro retorna e alcança a posiçã o final traseira no passo 5.

Figura 58: Diagrama Trajeto-Passo dois Cilindros

8.3.2. Diagrama Trajeto – Tempo

Neste diagrama, o trajeto de uma unidade construtiva é desenhado em funçã o do tempo,


contrariamente ao diagrama trajeto-passo. Neste caso o tempo é desenhado e representa a uniã o
cronoló gica na seqü ência, entre as distintas unidades.
Figura 59: Diagrama Trajeto-Tempo

Para representaçã o grá fica, vale aproximadamente o mesmo que para o diagrama
trajeto-passo, cuja relaçã o está clara através das linhas de uniã o (linha dos passos), sendo que as
distâ ncias entre elas correspondem ao respectivo período de duraçã o do trajeto na escala de
tempo escolhida.

Enquanto o diagrama trajeto-passo oferece uma melhor visã o das trajetó rias, e suas
correlaçõ es, no diagrama trajeto-tempo pode-se representar com mais clareza as diferentes
velocidades de trabalho.

8.3.3. Diagrama de Comando

No diagrama de comando, anotam-se os estados de comutaçã o dos elementos de entrada


de sinais e dos elementos de processamento de sinais, sobre os passos, nã o considerando os
tempos de comutaçã o, por exemplo, o estado das vá lvulas “a1”.

Figure 60: Diagrama de Comando

9. CIRCUITOS PNEUMÁTICOS
Um dos circuitos mais bá sicos de pneumá tica pode ser construído com um cilindro de
simples açã o e uma vá lvula 3/2 vias acionada por um botã o e retornada por mola, conforme
ilustra a Figura 61. O comando é dito direto porque assim que for pressionado o botã o pulso da
vá lvula 3/2 vias, o ar é liberado diretamente para o cilindro, para que ele avance, sem a
necessidade de uma outra vá lvula intermediá ria.

Figura 61: Circuito 1 – Atuação de um Cilindro de Simples Ação

O funcionamento deste circuito é simples: ao pressionarmos o botã o pulso 1S, a vá lvula


3/2 vias é pilotada, fazendo com que o ar alimente a câ mara de entrada do cilindro. A força desse
ar vence a força de resistência da mola e o cilindro continua avançando até o fim de seu curso ou
até que o botã o da vá lvula esteja pressionado. Se retirarmos o dedo do botã o, a mola presente na
vá lvula fará com que ela retorne à sua posiçã o original, impedindo a passagem de ar para o
cilindro. Sem ar na câ mara de alimentaçã o, a mola fará com que o atuador retorne à sua posiçã o
original. Se construirmos um circuito com comando indireto, tal problema poderá ser resolvido.
Neste novo diagrama pneumá tico, uma vá lvula 3/2 vias, acionada por botã o e retornada por
mola, pilota uma vá lvula 3/2 vias duplo piloto, o que garante que o cilindro de simples açã o
chegue até o final de seu curso. O retorno do cilindro pode ser feito por meio de uma outra
vá lvula 3/2 vias acionada por botã o e retornada por mola ou entã o por um fim-de-curso do tipo
rolete, conforme pode ser visto nas Figuras 62 e 63, respectivamente.
Figura 62: Circuito 2 – Circuito de Pilotagem de um Cilindro de Simples Ação

O cilindro da Figura 62 avançará quando pressionado o botã o pulso 1S1 e continuará


avançando até que seja pressionado o botã o 1S2, usado para que o cilindro retorne para sua
posiçã o inicial.

Figura 63: Circuito 3 - Ciclo Único de um Cilindro de Simples Ação Válvula 3/2 Vias

Neste ú ltimo caso, quando o cilindro (atuador) chegar ao final de seu curso, irá acionar
mecanicamente o rolete 1S2, da vá lvula 3/2 vias rolete/mola, nã o havendo necessidade da
intervençã o do operador para o retorno do cilindro. A vá lvula 1S2 pilotará o lado direito da
vá lvula 1V, de modo que cesse a alimentaçã o de ar para o cilindro 1A.

Pode-se perceber que, no caso de um atuador de simples açã o, é normal a utilizaçã o de


uma vá lvula 3/2 vias, que possui somente uma via de utilizaçã o de ar. O cilindro de simples açã o
necessita de ar somente para seu avanço, o retorno pode ser realizado por meio da mola em seu
interior. Entretanto, nã o há nada que impeça o operador de utilizar uma vá lvula 5/2 vias ou uma
4/2 vias. Evidentemente, estará ciente que desperdiça uma via, a de retorno. Em caso de
urgência, por exemplo, numa fá brica em que há abundâ ncia de vá lvulas 5/2 vias para reposiçã o e
escassez de vá lvulas 3/2 vias, pode-se recorrer a tal artifício, transformando uma vá lvula 5/2
vias duplo piloto em uma 3/2 vias duplo piloto, tampando-se uma das vias de utilizaçã o,
conforme pode ser visto na Figura 64.

Figura 64: Circuito 4 - Ciclo Único de um Cilindro de Simples Ação Válvula 5/2 Vias

Utilizando-se atuadores de dupla açã o, há a necessidade de envio de ar para a câ mara


que faz o avanço do cilindro e depois para a câ mara de retorno. Tal fornecimento de ar pode ser
feito por duas vá lvulas 3/2 vias ou por uma ú nica vá lvula 5/2 vias. No circuito da Figura 65, uma
vá lvula 3/2 vias botã o/mola é utilizada para se fazer o avanço do cilindro e outra idêntica para
seu retorno. Enquanto estiver sendo fornecido ar para o atuador, ele continuará avançando. O
avanço é interrompido, portanto, assim que o botã o for desacionado (ou seja, quando o operador
retirar o dedo da vá lvula 1S1). Para que o cilindro retorne há a necessidade de se pressionar o
botã o da vá lvula 1S2, conforme pode ser visto na Figura 65.

Figure 65: Circuito 5 - Avanço e Retorno de um Cilindro de Dupla Ação


O pró ximo circuito utiliza um atuador de dupla açã o e uma vá lvula 5/2 vias botã o
trava/mola. Aqui o cilindro avançará assim que o botã o for pressionado e continuará avançando
até o fim de seu curso, a menos que o operador pressione novamente o botã o trava, fazendo com
que a vá lvula 5/2 volte à sua posiçã o original, fornecendo ar para o retorno do cilindro. Pode-se
perceber, portanto, que para o retorno do atuador, o botã o trava deve ser destravado.

Figura 66: Circuito 6 - Avanço e Retorno de um Cilindro de Dupla Ação

O avanço de um cilindro de dupla açã o pode ser comandado de dois lugares diferentes,
ou seja, dois botõ es-pulso podem ser posicionados em câ maras distintas e efetuarem a mesma
operaçã o, conforme ilustra a Figura 67. Para tanto se utiliza uma vá lvula “OU”. O retorno deverá
ser feito por meio de uma vá lvula 3/2 vias botã o/mola.

Figura 67: Circuito 7 – Um Cilindro de Dupla Ação Acionado de Lugares Distintos

O comando do atuador da Figura 67 é conhecido como direto, porque o ar é enviado do


botã o pulso diretamente para as câ maras do cilindro, sem a necessidade das vá lvulas direcionais.

A Figura 68 apresenta um desenho em corte de uma vá lvula “OU”.

Figura 68: Válvula OU

Na Figura 68, o ar que passa pela via 1 ou X, desloca o pequeno êmbolo para a direita, de
modo que a passagem de ar da via 3 ou Y para a via 2 ou A seja tampada e o ar passe para a via 2
ou A, de utilizaçã o, para que efetue algum trabalho. Da mesma maneira, se o ar passar pela via 3
ou Y, o êmbolo será deslocado para a esquerda, de modo que a passagem de ar da via 1 ou X para
a via 2 ou A seja impedida. Esta vá lvula é conhecida como “OU” porque o ar passará para a via 2
se vier tanto da via 1 OU da via 3. Caso o ar venha simultaneamente para as vias 1 e 3, o ar
passará normalmente para a via 2. Entretanto, o circuito mais comum é aquele que faz um ciclo
inteiro sem a necessidade de intervençã o do operador, ou seja, o retorno do cilindro apó s atingir
o final de seu curso é realizado automaticamente por algum componente no pró prio circuito. Este
componente é um fim-de-curso, que pode ser do tipo rolete ou do tipo sensor. A Figura 69 ilustra
um circuito desse tipo. Como há a necessidade de uma vá lvula direcional, que direciona o ar para
o atuador, chamamos tal comando de indireto.

Figura 69: Circuito 8 – Ciclo Único de um Cilindro de Dupla Ação Comando Indireto

O diagrama pneumá tico da Figura 69 ilustra um ciclo ú nico de um cilindro de dupla açã o.
E se quiséssemos um atuador que realize um ciclo contínuo ilimitado? A soluçã o seria
simplesmente substituir a vá lvula 3/2 vias botã o pulso/mola por uma vá lvula 3/2 vias botã o
trava/mola? Veja esta soluçã o apresentada na Figura 70. É importante ressaltar que mesmo que
o botã o pulso seja despressionado antes que o atuador alcance o final de seu ciclo, o cilindro
continuará avançando, uma vez que a vá lvula direcional 5/2 vias duplo piloto, uma vez fornecido
ar para uma de suas pilotagens, permanece nesta posiçã o. Por isso é também conhecida como
“válvula memória”, já que memoriza o ú ltimo acionamento.

Figura 70: Circuito 9 – Circuito Incorreto de Ciclo Continuo – Simulado Via Software

No circuito da Figura 70, o cilindro nã o realizará um ciclo contínuo ilimitado. Ao


pressionarmos o botã o trava da vá lvula 1S1, ela pilotará a vá lvula direcional 5/2 vias, que fará
com que o atuador avance. Ao chegar ao final de seu ciclo, pressionará a vá lvula 1S2, que enviará
ar para o retorno da vá lvula direcional. Entretanto, a vá lvula 1.2 ainda está acionada, enviando ar
no sentido contrá rio, o que faz com que a vá lvula 5/2 vias permaneça parada e
conseqü entemente com que o cilindro nã o retorne. É necessá rio, portanto, que seja adicionado
um componente, que retire o ar que pilote a vá lvula direcional 5/2 vias pela esquerda quando o
cilindro chegar ao fim de seu curso e acionar 1.3, para evitar o que chamamos de contrapressão.
Tal circuito é ilustrado na Figura 71.
Figura 71: Circuito 10 - Ciclo Ilimitado de Cilindro de Dupla Ação

No circuito da Figura 71, a vá lvula 3/2 vias rolete/mola 1S2, responsá vel pelo avanço do
cilindro está em contato com o atuador, como pode ser visto pela á rea hachurada do lado do
rolete, o que permite a passagem de ar quando for pressionado o botã o trava da vá lvula 3/2 vias
1S1, pilotando desta forma a vá lvula direcional e permitindo o avanço do atuador. Assim que o
cilindro partir, a vá lvula 1S2 nã o estará mais em contato com o cabeçote do cilindro, retornando,
portanto, à sua posiçã o original (que é Normalmente Fechada – NF), como pode ser percebido
por meio da Figura 72.

Figura 72: Circuito 11 - Ciclo Ilimitado de Cilindro de Dupla Ação - Simulado Via Software

De acordo com a Figura 72, quando o cilindro atingir a vá lvula 1S3, liberando o ar para a
pilotagem direita da vá lvula direcional 5/2 vias, nã o haverá mais ar pilotando o lado esquerdo da
vá lvula, permitindo que a vá lvula direcional retorne à sua posiçã o original e que o cilindro recue,
completando o ciclo. O ciclo será reiniciado automaticamente quando o atuador recuar
completamente, pressionado o rolete da vá lvula 1S2, permitindo novamente a pilotagem
esquerda da vá lvula direcional, formando o ciclo contínuo.

Aqui se torna necessá ria uma pausa para que se possa explicar a numeraçã o das vá lvulas.
Desde o circuito da Figura 69 que o leitor passou a conviver com os nú meros 1S2 E 1S3. Mas o
que significam? A numeraçã o das vá lvulas é importante para que se possam relacionar os
nú meros que ficam ao lado do cilindro com as vá lvulas que estã o no circuito, pilotando outras
vá lvulas. Na Figura 71, é a forma de se saber que a designaçã o 1S3 no fim do curso do cilindro
corresponde à vá lvula da direita, que pilota o retorno da vá lvula direcional 5/2 vias. Esta
numeraçã o segue uma regra, que foi apresentada em tabelas nos itens anteriores. Ao final da
apostila será explicado brevemente como seria a numeraçã o de vá lvulas seguindo a norma
DIN24300.

Suponhamos agora que, num ciclo contínuo, desejemos que o cilindro permaneça
avançado durante 5 segundos. Há a necessidade da inserçã o de uma vá lvula temporizadora no
circuito, conforme pode ser visto na Figura 73.

Figura 73: Circuito 13 – Ciclo Continuo o Cilindro Permanece Avança durante 5s

O princípio construtivo de uma vá lvula temporizadora pode ser visto no apêndice, ao final
desta apostila.

No diagrama pneumá tico da Figura 73, a vá lvula 3/2 vias rolete/mola 1S3 nã o liberará o
ar para pilotar diretamente a vá lvula direcional 5/2 vias. Antes, o ar irá para uma vá lvula
temporizadora, que liberará o ar para pilotagem apó s um certo tempo.
No circuito da Figura 74, foi inserido no ciclo contínuo um botã o de emergência, que faz
com que o cilindro retorne imediatamente, nã o importa qual sua posiçã o. E apó s este retorno,
nã o é possível que se reinicie o ciclo, a menos que o botã o de emergência seja pressionado
novamente, liberando a vá lvula direcional para ser pilotada na via esquerda.

Figura 74: Circuito 14 - Ciclo Contínuo com Botão de Emergência

No circuito da Figura 74, vê-se a inserçã o de uma vá lvula do tipo “OU”. Seria possível
construir o diagrama sem esta vá lvula, como está ilustrado na Figura 75?
Figura 75: Circuito 15 - Ciclo Contínuo com Botão de Emergência Incorreto

Se traçá ssemos o circuito de acordo com o que está apresentado na Figura 75, ele estaria
incorreto. O cilindro nã o retornaria apó s pressionar o fim-de-curso 1S3. Por quê? É simples: ao
pressionar 1S3, a vá lvula 3/2 vias deveria enviar ar para a pilotagem direita da vá lvula
direcional. Só que o ar, em vez de pilotar esta vá lvula, irá para o escape da vá lvula de emergência,
fazendo com que o circuito nã o funcione adequadamente e seja considerado errado, como pode
ser percebido por meio da Figura 76.

Figura 76: Circuito 16 - Ciclo Contínuo com Botão de Emergência - Simulado Via Software

A Figura 76 ilustra muito bem este problema. O ar que sai da vá lvula 1S3 irá para o escape
da vá lvula de emergência, como mostram as setas que indicam o sentido do fluxo de ar.
Em todos os circuitos traçados até agora, nã o é possível a regulagem da velocidade de
avanço ou de retorno, que é uma variá vel muito importante na pneumá tica e na hidrá ulica. Como
fazer este ajuste, entã o? Deve-se utilizar uma vá lvula chamada “reguladora de fluxo”. Ajustando-
se o fluxo, regula-se a velocidade também. Isso se torna claro quando se sabe que a vazã o de um
fluido é diretamente proporcional à sua velocidade.

A Figura 77 traz um desenho esquemá tico do funcionamento desta vá lvula.

Figura 77: Válvula Reguladora de Fluxo

Na Figura 77, percebe-se que se o ar sob pressã o vier da via 2 para a via 1, ele é obrigado a
passar por um estrangulamento, regulado por um parafuso, de acordo com a necessidade do
circuito. O ar nã o consegue passar pela outra via porque há um bloqueio. Se a pressã o for
conectada na via 1 indo no sentido da via 2, esta pressã o é suficiente para vencer a força da mola
e o ar passará livre neste sentido.

O símbolo deste componente está representado a seguir:

Figura 78: Símbolo de uma Válvula Reguladora

Agora, é necessá rio aprender a traçar circuitos com mais de um atuador. Antes, entretanto,
é preciso que se expliquem as diferentes maneiras de representaçã o do movimento dos cilindros
pneumá ticos. As formas mais utilizadas sã o: tabela, digrama trajeto-passo ou trajeto-tempo e
abreviada. Todas elas sã o bastante simples e representam perfeitamente qualquer seqü ência de
movimentos.
Seja, por exemplo, a tabela a seguir:

Tabela 6: Diagrama de Movimentos de um Cilindro

Na Tabela 6, podemos inferir que os cilindros movimentarã o da seguinte maneira: 1A


avança, em seguida, ao chegar ao fim de seu curso, provoca o avanço de 2A. Ao chegar ao fim de
seu curso, 2A comanda o retorno de 1A. Assim que 1A estiver totalmente retornado, inicia-se o
retorno de 2A, fechando-se assim o ciclo de movimentos dos cilindros.

Esta mesma série de movimentos pode ser representada por meio de um diagrama
trajeto-passo, como representado na Figura 79.

Figura 79: Diagrama Trajeto-Passo de Dois Cilindros

A Figura 79 apresenta um diagrama trajeto-passo, que representa a mesma seqü ência de


movimentos apresentada na Tabela 6.

Por fim, a maneira mais simplificada e utilizada de representar movimentos de cilindros


pneumá ticos é a abreviada. Nesta forma, o sinal “+” significa avanço e o sinal “-“ retorno. Desta
maneira, a mesma seqü ência apresentada na Tabela 1 e na Figura 79 pode ser representada
assim:

1A+2A+1A-2A-

Chamamos esta seqü ência de direta, pois se a dividirmos ao meio e compararmos os lados
direito e esquerdo, desconsiderando-se os sinais, eles sã o exatamente iguais:
1A+2A+|1A-2A-
1A2A = 1A2A

Caso isso nã o aconteça, chamamos a seqü ência de indireta.

As seqü ências diretas têm resoluçã o mais simples pelo método intuitivo (aquele que nã o
obedece a uma regra específica, dependendo somente do raciocínio de quem confecciona o
circuito), pois nelas nã o ocorre o problema da contrapressã o (sobreposiçã o de sinais).

A Figura 80 traz a soluçã o da seqü ência 1A+2A+1A-2A- por meio do método intuitivo.

Figura 80: Circuito 17 – Diagrama Pneumático da Seqüência 1 A + 2 A + 1 A – 2 A –

Se tentarmos utilizar o mesmo raciocínio para resolver uma seqü ência indireta,
1A+2A+2A-1A-, vai ocorrer, em um ou vá rios pontos do diagrama, uma sobreposiçã o de sinais.

1A+2A+|2A-1A-
1A2A  2A1A

A seqü ência 1A+2A+2A-1A- é indireta, pois o lado direito é diferente do lado esquerdo.

A Figura 81 traz a soluçã o errada deste problema, resolvida pelo método intuitivo. Como
pode ser observado, há sobreposiçã o de sinais.
Figura 81: Circuito 18 – Diagrama Pneumático da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A – 1 A –

Na Figura 81, podemos perceber que, ao ligarmos o compressor, haverá ar sendo enviado
para o lado direito da primeira vá lvula direcional 5/2 vias 1V1, responsá vel pelo avanço do
cilindro 1A. Entã o, ao pressionarmos o botã o pulso 1S1, enviando ar para o lado esquerdo da
vá lvula 1V1, a mesma nã o será pilotada, pois acontecerá o que chamamos de contrapressã o. Há
uma pressã o de igual valor em ambos os lados da vá lvula, o que faz com que a mesma nã o se
mova. Portanto, o cilindro 1A nem chega a avançar, impossibilitando o início do ciclo.

Para que o ciclo se inicie, ao ligarmos o compressor, a vá lvula 3/2 vias 2S1 nã o poderá
estar enviando ar para a vá lvula direcional 1V1.

Podemos começar resolvendo o problema inserindo uma outra vá lvula 5/2 vias. Sua
primeira funçã o é retirar a pressã o da vá lvula 2S1 quando o compressor for ligado.

A Figura 82 ilustra o primeiro passo desta soluçã o.


Figura 82: Circuito 19 – Inicio da Solução da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A – 1 A - Método intuitivo

Na Figura 82, a vá lvula 5/2 vias inserida nã o libera inicialmente o ar para a 3/2 vias 2S1, a
nã o ser quando o seu lado esquerdo for pilotado. Quando será necessá rio que seja liberado o ar
para a vá lvula 2S1? Quando for preciso fazer o retorno do cilindro A. Este retorno é realizado
apó s o avanço de B, segundo a seqü ência 1A+2A+2A-1A-. Utilizaremos entã o o fim-de-curso do
cilindro B, 1S3 para a pilotagem direita desta vá lvula 5/2 vias.

Assim, o ciclo já funcionaria e efetuaria a seqü ência, mas a vá lvula 5/2 vias inserida é
uma vá lvula memó ria, de modo que, para reiniciar o ciclo, quando for pressionado o botã o pulso
que dá início à seqü ência, é necessá ria a pilotagem esquerda desta vá lvula. Assim, a soluçã o
correta e completa pode ser vista na Figura 83.
Figura 83: Circuito 20 - Diagrama da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A – 1 A - Método intuitivo

Desta maneira, praticamente todas as seqü ências podem ser confeccionadas utilizando-se
o método intuitivo. Evidentemente, o grau de dificuldade vai aumentando à medida que as
seqü ências sejam mais compridas.

Para simplificar a resoluçã o de seqü ências indiretas, foram criados dois métodos, que
obedecem a regras rígidas de construçã o de circuitos: o método cascata e o método passo-a-
passo.
Como ú ltimo circuito feito pelo método intuitivo, daremos o exemplo de um circuito com
movimento simultâ neo, isto é, dois cilindros realizam movimentos ao mesmo tempo. Seja a
seqü ência 1A+(2A+3A+)2A-(1A-3A-), apresentada na Figura 84.
Figura 84: Circuito 21 – Diagrama da Seqüência 1 A + (2 A + 3 A +)2 A – (1 A – 3 A -) -Método Intuitivo

No circuito da Figura 30, os cilindros 2A e 3A possuem somente um fim-de-curso, o que se


deve pelo fato de que há nesta seqü ência movimentos simultâ neos.

9.1. MÉ TODO CASCATA

O método cascata foi criado para evitar o problema da sobreposiçã o de sinais e pode
resolver tanto seqü ências diretas como indiretas. A contrapressã o é evitada porque dividimos a
seqü ência em setores e cada setor pode conter somente um movimento de cada cilindro
pneumá tico.
O primeiro passo para a construçã o de um circuito pneumá tico é a divisã o da seqü ência em
setores:
Resolvendo o diagrama 1A+2A+2A-1A- pelo método cascata, temos:

1A+2A+|2A-1A-
Setor I | Setor II
A divisã o de setores obedece a esta regra: quando uma letra se repetir, inicia-se um novo
setor.

A partir daí determina-se o nú mero de linhas pneumá ticas que controlam a mudança
destes setores. Cada setor tem de possuir uma linha pneumá tica. O nú mero de vá lvulas 5/2 vias
ou 4/2 vias que controlam a mudança de setores é igual ao nú mero de linhas menos um.

Desta forma, a seqü ência 1A+2A+2A-1A-, tem duas linhas e uma vá lvula 5/2 vias, como
pode ser visto na Figura 85.

Figura 85: Cascata Pneumática para dois Setores usando uma Válvula 5/2 Vias

A Figura 86 apresenta uma cascata pneumá tica para dois setores utilizando uma vá lvula
4/2 vias.

Figura 86: Cascata pneumática para dois Setores usando uma Válvula 4/2 Vias

Nas Figuras 85 e 86, podemos perceber que a linha que inicia pressurizada é sempre a
ú ltima. É uma outra regra do método.

Para três setores, a cascata é apresentada na Figura 87.


Figura 87: Cascata Pneumática pra três Setores usando duas Válvulas 5/2 Vias

Figura 88: Cascata Pneumática para quatro Setores usando três Válvulas 5/2 Vias

A Figura 89 apresenta uma cascata pneumá tica para quatro setores utilizando vá lvulas
4/2 vias.
Figura 89: Cascata Pneumática para quatro Setores usando três Válvulas 4/2 Vias

Como funciona esta cascata? Vamos dar uma olhada na cascata da Figura 88. A ú ltima
linha começa pressurizada. A primeira açã o é pilotar a ú ltima vá lvula 5/2 vias, passando a
pressã o para a primeira linha, como pode ser visto na Figura 90.

Figura 90: Cascata Pneumática de quatro Setores - A Ultima Válvula 5/2 que é Pilotada

A mudança do ar da linha II para a linha III pode ser feita pilotando-se a penú ltima
vá lvula 5/2 vias, como pode ser visto na Figura 91.
Figura 91: Cascata para quatro Setores a Penúltima Válvula é Pilotada

Ao pilotarmos a primeira vá lvula 5/2 vias, a pressã o passa para a linha III, de acordo
com a Figura 92.

Figura 92: Cascata para quatro Setores a Primeira Válvula é Pilotada

Para que o ar retorne para a ú ltima linha, a de nú mero IV, é necessá rio que as três
vá lvulas sejam pilotadas de volta, voltando à posiçã o original, como pode ser visto na Figura 93.
Figura 93: Cascata para quatro Setores a Linha IV está Pressurizada

A Figura 40 traz a soluçã o pelo método cascata para a seqü ência 1A+2A+2A-1A-.

Figura 94: Circuito 22 - Diagrama para a Cascata 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –

Na Figura 94, os fins-de-curso tipo rolete 1S2, 1S3, 2S1 E 2S2 sã o responsá veis pelo avanço
e retorno dos cilindros, bem como pela mudança de linhas. Nesta mesma figura, a linha II
representa o setor II, no qual sã o feitos os movimentos de retorno dos cilindros pneumá ticos A e
B e a linha I representa o setor I, no qual sã o feitos os movimentos de avanço dos cilindros A e B.

Para traçar um diagrama pneumá tico para uma seqü ência de três setores, há a necessidade
de se utilizarem duas vá lvulas 5/2 vias duplo piloto para o direcionamento da pressã o para todas
as linhas do circuito. Entretanto, isso nã o implica dizer que nã o se possa usar mais vá lvulas 5/2
vias no circuito. Tanto é que há mais vá lvulas 5/2 vias em todo o circuito, que sã o as direcionais
utilizadas em todos os atuadores para a confecçã o de seqü ências indiretas. O que nã o pode ser
feita no método cascata é a utilizaçã o de outras vá lvulas 5/2 vias para o controle da mudança do
ar nas três linhas pneumá ticas.

A Figura 95 traz a seqü ência 1A+2A+2A-3A+3A-1A- traçada com o método cascata.

Figura 95: Circuito 23 - Diagrama para a Cascata 1 A + 2 A + 2 A - 3 A + 3 A - 1 A –

De acordo com o diagrama apresentado na Figura 95, os avanços dos cilindros 1A e 2A sã o


feitos na linha I. Na linha II é feito o retorno de 2A e o avanço de 3A, enquanto que na linha II sã o
feitos os retornos dos cilindros 3A e 1A.

Para que a pressã o retorne, ao final do ciclo, para a ú ltima linha, é necessá rio que a vá lvula
3S2 pilote simultaneamente as duas vá lvulas 5/2 vias.

A pró xima seqü ência, 1A+2A+3A+(3A-2A-)1A- traz um movimento simultâ neo, ou seja,
os cilindros 3A e 2A retornam ao mesmo tempo. Esse movimento é representado entre
parênteses, como foi visto no circuito da Figura 30. O circuito pode ser estudado por meio da
Figura 96.

Figura 96: Circuito 24 – Diagrama para a Cascata 1 A + 2 A + 3 A +(3 A – 2 A-) 1 A –

A Figura 97 traz um diagrama traçado pelo método cascata, em que um cilindro repete
um determinado movimento. Chamemos a esse tipo de circuito de cascata com repetiçã o de
movimento. A seqü ência é 1A+2A+2A-1A-1A+1A-.
Figura 97: Circuito 25 – Diagrama Cascata para a Seqüência 1 A + 2 A + 2 A – 1 A – 1 A + 1 A –

9.2. MÉ TODO PASSO-A-PASSO

Para se traçar um diagrama pneumá tico com o método passo-a-passo, primeiramente é


necessá rio separar a seqü ência de movimentos em setores. Neste método, cada movimento é um
setor.

Seja a seqü ência:


1A+|2A+|2A-|1A-
Setor I | Setor II | Setor III | Setor IV
Para cada setor, será necessá ria uma linha pneumá tica que efetue o movimento indicado.

Nesta metodologia para resoluçã o de circuitos pneumá ticos, a ú ltima linha também
sempre começa pressurizada, como no método cascata.

Assim, o esqueleto para um diagrama passo-a-passo com quatro linhas é apresentado na


Figura 98.

Figura 98: Circuito 26 – Primeiro passo na Montagem do Diagrama Passo-a-Passo de 4 Linhas

Na Figura 98, podemos perceber que a linha IV começa pressurizada. A primeira açã o a ser
tomada é a despressurizaçã o desta ú ltima linha e a pressurizaçã o da primeira. Para mudarmos a
pressã o para a primeira linha, utilizamos um botã o pulso que pilotará uma vá lvula 3/2 vias duplo
piloto. Para retirarmos o ar da ú ltima linha, utilizamos o ar que agora está na primeira linha para
pilotar a ú ltima vá lvula, que dava pressã o à linha IV.

Agora temos a linha I pressurizada e podemos começar a seqü ência de movimentos com o
avanço do cilindro A.

Na Figura 99 estã o representados o avanço de 1A e de 2A:


Figura 99: Circuito 27 - Segundo passo na Montagem do Diagrama Passo-a-Passo de 4 Linhas

De acordo com o circuito apresentado na Figura 99, pode-se perceber que o ar agora foi
direcionado para a segunda linha. Para tanto, utilizou-se a vá lvula 2.2, fim-de- curso do atuador
A. Emprega-se o ar que passa para a linha II para a pilotagem da vá lvula anterior, de modo que a
linha I seja despressurizada.

A partir deste raciocínio, pode-se estabelecer uma regra geral para a confecçã o de circuitos
pelo método passo-a-passo: a ú ltima linha inicia pressurizada. A primeira açã o é despressurizar
esta ú ltima linha e pressurizar a primeira. Depois se despressuriza a primeira linha e pressuriza a
segunda e assim por diante. Utiliza-se o ar que está na linha N+1 para pilotar o retorno da vá lvula
que pressurizou a linha N. A tomada de ar utilizado nos fins-de-curso que pilotam as vá lvulas 3/2
vias responsá veis pela pressurizaçã o das linhas é feita da seguinte maneira: se a vá lvula vai
pressurizar a linha N, o ar é pego da linha N-1.

O ar pode ser puxado diretamente das linhas para as vá lvulas direcionais, responsá veis
pelo avanço e retorno dos atuadores, respeitando a seqü ência que se quer traçar.

A Figura 100 apresenta o circuito pneumá tico traçado pelo método passo-a-passo da
seqü ência 1A+2A+2A-1A-.
Figura 100: Circuito 28 - Circuito Passo-a-Passo da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –

Para que o aluno possa estudar um outro circuito, é apresentado na Figura 101 o diagrama
pneumá tico da seqü ência 1A+1A-2A+2A-, traçado utilizando-se o método passo-a-passo. Estas
seqü ências apresentadas sã o clá ssicas e aplicaçõ es podem ser vistas na lista de exercícios desta
apostila, contida no apêndice. É importante que o aluno sempre imagine uma aplicaçã o para estas
seqü ências que está traçando, para que o estudo nã o fique muito restrito à traçagem de circuitos.
A teoria física que envolve a manipulaçã o de cilindros é muito importante e deve ser sempre
recordada! É importante nã o se esquecer que o método passo-a-passo é mais simples para ser
seguido, mas cada um dos métodos utilizados tem suas vantagens e desvantagens e se eles
existem é porque têm sua aplicaçã o na indú stria.

Neste ponto, é importante que o aluno pondere as vantagens e desvantagens de cada


método para que se decida pelo melhor na hora de traçar seus circuitos. O método passo-a-passo,
por exemplo, tem a desvantagem de ter muito mais linhas pneumá ticas, estando muito mais
sujeito a quedas de pressã o ao longo do circuito. Isso em relaçã o ao método cascata. Por outro
lado tem a vantagem já mencionada de ser um método mais fá cil do que o cascata, de melhor
assimilaçã o.
Figura 101: Circuito 29 – Circuito Passo-a-Passo da Seqüência 1 A + 1 A – 2 A + 2 A –

A vá lvula 2S1 é chamada de vá lvula de segurança e sempre será posicionada no ú ltimo


movimento da seqü ência e acima da vá lvula 1S1, que dá início à seqü ência de movimentos. Uma
de suas funçõ es principais é evitar que um novo aperto no botã o pulso, no meio da seqü ência de
movimentos, interfira no funcionamento do circuito.

A Figura 102 mostra um circuito traçado pelo método passo-a-passo para a seqü ência
1A+2A+1A-1A+2A-1A-. É uma seqü ência complicada, mas ainda assim, pode- se perceber que o
circuito obtido é mais simples do que aquele obtido por meio do método cascata.

O aluno pode se fazer a seguinte pergunta, ao perceber que todos os circuitos foram
traçados com vá lvulas direcionais 5/2 vias DUPLO PILOTO: nã o é possível utilizar vá lvulas
direcionais simples piloto? Aqui, para responder esta questã o, seria conveniente que este aluno
tentasse traçar o circuito da Figura 101, por exemplo, para ele mesmo responder esta questã o.

Uma outra dica, para finalizar este método, é que o aluno utilize um software como o
Fluidsim para traçar seus circuitos, mas que nã o fique preso a tentativas e erros, permitidas por
qualquer programa computacional, mas que compreenda de fato o que está fazendo.
Figura 102: Circuito 30 – Circuito Passo-a-Passo da Seqüência 1 A + 2 A + 1 A – 1 A + 2 A – 1 A –

Pode-se perceber na Figura 102, que o circuito possui 6 linhas pneumá ticas. No método
passo-a-passo cada movimento corresponde a um setor e conseqü entemente a uma linha
pneumá tica.

Neste circuito, em que o avanço do cilindro 1A realiza duas funçõ es – avanço de 2A na


linha II e retorno de 2A na linha V. Da mesma maneira o retorno de 1A realiza duas funçõ es –
avanço de 1A na linha IV e fim do ciclo na linha VI.

No circuito apresentado, o fim do ciclo corresponderia a uma vá lvula de segurança.

O diagrama pneumá tico da Figuras 102 foi traçado utilizando-se apenas dois fins-de-curso
do tipo rolete por cilindro. Isso faz com que cada rolete assuma duas funçõ es, como foi dito nos
pará grafos anteriores. Portanto, cada rolete que realiza mais de uma funçã o deverá alimentar
uma vá lvula 5/2 vias (cada via de utilizaçã o desta vá lvula realizará uma tarefa de um rolete).
Desta maneira, uma via da vá lvula 5/2 vias realizará a tarefa do rolete 1S3 (avanço do cilindro
2A) e a outra via realizará a tarefa de retorno do cilindro 2A. As demais regras do método passo-
a-passo devem ser obedecidas. Desta maneira, o nú mero de vá lvulas 3/2 vias que alimentam as
linhas corresponde ao nú mero de linhas, no caso seis, a linha posterior pilota o retorno da
vá lvula anterior, que pressurizava a linha anterior. O ar para a pilotagem da vá lvula que
pressuriza a linha posterior é retirado da linha anterior e assim por diante. As normas do método
passo-a- passo nã o sofrem nenhuma modificaçã o.

Quanto menor o nú mero de fins-de-curso, melhor para a montagem prá tica do circuito.
Isso porque é difícil o posicionamento de roletes nas má quinas. Há todo um aparato necessá rio
para a inserçã o de fins-de-curso na indú stria e quanto maior o nú mero maior a complexidade da
instalaçã o. Lembre-se que cada fim-de-curso corresponde a uma nova vá lvula, a conexõ es
pneumá ticas (mais tubos), a confecçã o de suportes, de modo que o melhor projeto é aquele com
menos nú meros de fins-de-curso.

10.ELETRO-PNEUMÁTICA

10.1. PRINCIPAIS COMPONENTES UTILIZADOS

10.1.1. Relê

O relê é uma bobina que, ao ser energizada, produz um campo magnético capaz de atrair
contatos elétricos. Assim, ao se energizar a bobina de um relê, todos os seus contatos sã o
invertidos e ao desenergizá -la, todos estes contatos voltam à sua posiçã o original. A Figura 103
ilustra um relê K1, com quatro contatos (dois normalmente abertos NA e dois normalmente
fechados NF).

Figura 103: Relê K1 Desenergizado com 2 contatos NA e 2 Contatos NF

Ao se energizar a bobina deste relê K1, todos os seus contatos têm sua posiçã o invertida,
como é ilustrado na Figura 104.
Figura 104: Relê K1 Energizado com 2 contatos NA e 2 Contatos NF

A Figura 105 traz uma foto de uma caixa de relês, contendo três bobinas, cada uma com
quatro contatos, fabricada pela Festo.

Figura 105: Giga de Teste e Simulação de Relês – Festo

10.1.2. Botoeira

Os botõ es sã o elementos de acionamento de circuitos pneumá ticos e eletro- pneumá ticos.


Sã o eles os responsá veis pelo início do ciclo, pelo primeiro movimento de uma seqü ência
qualquer.
A Figura 106 apresenta uma foto de uma caixa de botõ es fabricada pela Festo. Esta caixa
de botõ es traz três botõ es, dois pulso e um trava. Este botã o trava é mais utilizado para a
traçagem de circuitos com ciclo contínuo, limitado ou ilimitado. O botã o trava para botõ es de
emergência, como o pró prio nome indica, deve ser vermelho, para que o operador o visualize
mais facilmente em situaçõ es críticas. Esta caixa apresentada na Figura 106 é didá tica, mas a
ú nica coisa que a difere de um botã o industrial é o tipo de suporte e as indicaçõ es mais fá ceis
impressas na face da caixa, indicando com clareza as numeraçõ es de todos os contatos.

Figura 106: Giga de Teste e Simulação de Botoeiras – Festo

10.1.3. Solenóide

O solenó ide também é um ímã permanente e tem a finalidade de atrair o eixo das
vá lvulas, responsá vel pela pilotagem das mesmas. Na Figura 107 é apresentada uma vá lvula 5/2
vias simples solenó ide.
Figura 107: Válvula 5/2 Vias com Solenóide Simples

10.1.4. Circuitos Eletro-Pneumáticos

Utiliza-se a eletricidade como uma maneira de se pilotar as vá lvulas direcionais. O


solenó ide, componente que utiliza suas características de ímã permanente, é o mais adequado
para o deslocamento do eixo que direciona o ar no interior das eletrová lvulas. Os circuitos eletro-
pneumá ticos sã o comumente divididos em duas partes: a pneumá tica, que representa o cilindro e
as vá lvulas direcionais e a elétrica, que representa o circuito elétrico responsá vel pela seqü ência
de movimentos do atuador. Os dois circuitos podem ficar lado a lado ou, no caso de se tornarem
compridos demais, mantém-se o pneumá tico acima e o elétrico abaixo.

A Figura 108 ilustra um circuito eletro-pneumá tico simples.

Figura 108: Circuito Eletro-Pneumático

No circuito da Figura 108, nã o se pode dizer que o cilindro realiza um curso. Isto porque a
vá lvula direcional 3/2 vias simples solenó ide 1V se manterá acionada somente o tempo em que o
operador mantiver o botã o S1 pressionado. Assim que o botã o S1 for desacionado, cessará o
envio de energia elétrica para o solenó ide 1Y, fazendo com que a vá lvula 1V retorne e que o
atuador 1A também retorne.

Ainda na Figura 108, pode-se notar que os contatos do botã o e do solenó ide estã o
numerados.

Esta numeraçã o segue a regra dada a seguir:

Contatos normais fechados recebem a numeraçã o 1 e 2 enquanto que contatos normais abertos
recebem a numeraçã o 3 e 4. Estes nú meros ocupam a segunda posiçã o na numeraçã o dos
contatos do circuito. O primeiro algarismo se refere ao nú mero de um determinado componente.
Se o circuito possuir dois contatos, o primeiro receberá a numeraçã o “1” e o segundo a
numeraçã o “2”. Assim, os contatos de S1, ú nico e normal aberto, recebe a numeraçã o 13 e 14. (1
porque é o ú nico contato de S1 e 3 e 4 porque este contato é normal aberto).

Assim, considere a Figura 109.

Figura 109: Contatos de um Mesmo Botão Pulso

Agora se tem dois contatos de um mesmo componente (um botã o pulso S1). Entã o, os
contatos do primeiro componente recebe a numeraçã o 13 e 14 (1 porque é o primeiro contato do
componente e 3 e 4 porque o contato é normal aberto) e o segundo contato do botã o S1 recebe a
numeraçã o 21 e 22 (2 porque é o segundo contato de S1 e 1 e 2 porque este contato é normal
fechado).

Os contatos de relês e solenó ides recebem sempre a numeraçã o A1 e A2.

No circuito da Figura 110, para se garantir que o cilindro chegue até o final de seu curso,
coloca-se um botã o trava. Assim, somente quando ele for pressionado novamente é que cessará o
envio de energia elétrica para o solenó ide e a vá lvula e o cilindro retornarã o.
Figura 110: Circuito Eletro-Pneumático com Botão com Trava

O retorno das vá lvulas simples solenó ide é feito pela mola. Para que a vá lvula permaneça
pilotada, é necessá rio que o solenó ide 1Y esteja energizado, vencendo a força da mola. No circuito
da Figura 110, o solenó ide foi mantido energizado por meio de um botã o trava. Mas seria
possível manter o solenó ide energizado com um botã o pulso? Sim, mas há a necessidade de se
utilizar um relê.

Figura 111: Circuito Eletro-Pneumático Com Selo no Relê

No circuito da Figura 111, pode-se perceber uma ramificaçã o na linha 1, em que foi
inserido um contato do relê K1. No detalhe na Figura 112.
Figure 112: Selo ou Auto-retenção de K1

Um relê trabalha da seguinte maneira: quando sua bobina é energizada, ele inverte TODOS
os contatos. Assim que a bobina for desenergizada, TODOS os contatos voltam à posiçã o original.

Na Figura 112 está ilustrado o que se chama por “selo” ou auto-retençã o. Assim que a
bobina do relê K1 é energizada pelo botã o pulso S1, ela inverte seus contatos. Desta forma,
mesmo que o botã o S1 seja desacionado, o relê K1 se mantém energizado por meio de um de seus
contatos (13 e 14). Este artifício recebe o nome de “selo” e é usado para manter o solenó ide 1Y
energizado, garantindo que o cilindro vá até o final de seu curso.

Entretanto, no circuito da Figura 112, o cilindro de simples açã o nã o retorna porque o


relê K1 se mantém energizado. Há a necessidade de desenergizá -lo e para tanto, num primeiro
circuito, utilizar-se-á um outro botã o.

Figure 113: Circuito Eletro-Pneumático com Retirada de Selo

No circuito da Figura 113, o atuador retornará quando a bobina do relê K1 for


desenergizada. Utiliza-se um botã o pulso S2 para a desenergizaçã o da bobina. Ao se fazer isso,
diz-se que o “selo de K1 foi quebrado”.
Mas há um outro lugar onde se possa inserir S2 para quebrar o selo de K1? Sim. Veja na
Figura 114.

Figure 114: Circuito Eletro-Pneumático com Segunda Opção de Retirada de Selo

A maneira de se quebrar o selo da Figura 113 é chamada de “comportamento de desligar


dominante”. Isso porque ao se pressionarem os botõ es S1 e S2 simultaneamente, nã o se
conseguirá energizar o relê K1 (o relê permanece desligado).

Na Figura 114, o método de se quebrar o selo é chamada de “comportamento de ligar


dominante” porque ao se pressionarem os botõ es S1 e S2 simultaneamente, o relê K1 será
energizado.

Nos primeiros circuitos eletro-pneumá ticos apresentados nas figuras anteriores, há a


necessidade da intervençã o do operador, por meio de um outro botã o pulso, para o retorno do
cilindro. Há como fazer este retorno automaticamente? Há sim. Basta utilizar um fim-de-curso do
tipo rolete, como apresentado na Figura 115.
Figura 115: Ciclo Único com Cilindro de Dupla Ação

No circuito da Figura 62, foi necessá ria a utilizaçã o de uma vá lvula 3/2 vias porque o
atuador é de simples açã o. O retorno é automá tico porque, quando o cilindro bater no rolete 1S,
ele abrirá seu contato, desenergizando o relê K1 e conseqü entemente o solenó ide 1Y.

É importante ressaltar que o piloto das eletrová lvulas apresentadas até aqui é feito
diretamente pelo solenó ide, ou seja, ele atua no pró prio eixo da vá lvula, direcionando o ar. Há
uma maneira mais segura de se pilotar as eletrová lvulas, indireta, em que o solenó ide desloca um
eixo secundá rio, que permite a passagem de ar para a pilotagem do eixo que direciona o ar. Esta
maneira de se pilotar a vá lvula, chamada de servocomando, é mostrada no circuito da Figura 116.

Figure 116: Ciclo Único com Cilindro de Dupla Ação com Dupla Pilotagem

No circuito da Figura 116, a vá lvula 1V é chamada de 5/2 vias duplo servocomando. Para
se energizar o solenó ide 1Y1, utiliza-se um botã o pulso S1. Um pulso somente basta para
energizar 1Y1. A vá lvula se manterá pilotada até que seja fornecida energia elétrica para o
solenó ide 1Y2. Esta vá lvula é também conhecida como “vá lvula memó ria”, pois memoriza o
ú ltimo acionamento. Neste circuito nã o há necessidade de auto-retençã o, porque o solenó ide nã o
precisa se manter energizado até que o cilindro atinja o fim de seu curso.

O cilindro da Figura 116 realiza somente um ciclo ú nico. Se o operador mantiver o botã o
S1 pressionado, o atuador avançará e nã o retornará até que ele retire seu dedo do botã o pulso.
Isso porque quando o cilindro chegar até o fim-de-curso 1S, energizando 1Y2, 1Y1 ainda estará
energizado, o que resultará em contrapressã o. A vá lvula 1V, neste caso, nã o poderá ser pilotada
para que o cilindro retorne.

E se a má quina requerer um ciclo contínuo? O circuito em que o atuador realiza o ciclo


contínuo ilimitado é apresentado na Figura 117.

Figura 117: Ciclo Contínuo com Cilindro de Dupla Ação

Para que seja feito um ciclo contínuo, quando o cilindro chegar até o rolete 1S1, para
energizar 1Y2, 1Y1 deve estar desenergizado, para nã o ocorrer contrapressã o. Insere-se no
circuito um novo fim-de-curso 1S1, normal aberto, no curso de retorno do cilindro. O contato do
fim-de-curso S3 é representado fechado no circuito (embora possa ser reconhecido como normal
aberto por dois fatores – seus contatos recebem a numeraçã o 13 e 14 e também há uma seta em
cima de 1S1, representando o cames). Chamamos este contato de normal aberto e inicialmente
fechado.

Assim, no circuito da Figura 117, quando o cilindro partir, ele deixará de estar em
contato com 1S1, que tem seus contatos voltados ao que sã o realmente (abertos).

Quando o cilindro atingir 1S2 para energizar 1Y2, como 1S1 está aberto, nã o haverá
energia elétrica em 1Y1, nã o havendo, portanto, o perigo de contrapressã o. O cilindro realizará
um ciclo contínuo.
A Figura 118 apresenta um circuito contínuo ilimitado traçado com uma vá lvula
direcional 5/2 vias simples servocomando.

Figura 118: Ciclo Contínuo com Cilindro Dupla Ação com Dupla Pilotagem

No circuito da Figura 118, o fim-de-curso 1S1 é utilizado somente para que o relê K1 nã o
seja energizado novamente apó s a quebra do selo por 1S2. Quando o atuador começa seu
retorno, 1S2 fecha novamente seus contatos. Se nã o existisse 1S1, assim que o contato 1S2 fosse
fechado, a bobina do relê K1 se energizaria novamente.

Nos circuitos das Figuras 117 e 118 serã o inseridos botõ es de emergência. Há vá rios
princípios de funcionamento dos botõ es de emergência, que aos poucos serã o apresentados
nesta apostila. O mais usado é aquele que faz com que o cilindro retorne imediatamente quando
pressionado, nã o importa em que posiçã o esteja. Para que isso aconteça, no caso de vá lvulas
duplo solenó ide ou duplo servocomando, deve-se desenergizar o solenó ide responsá vel pelo
piloto esquerdo da vá lvula e energizar o solenó ide responsá vel pelo retorno do cilindro,
conforme é apresentado na Figura 119.
Figura 119: Ciclo Contínuo com Botão de Emergência

No circuito da Figura 119, S2 é o botã o de emergência. Ele energiza a bobina de um relê


K1, cujos contatos serã o responsá veis pela desenergizaçã o de 1Y1 e energizaçã o de 1Y2. Isso faz
com que o cilindro retorne, nã o importa em que posiçã o esteja. Para que o ciclo se reinicie, é
necessá rio que se pressione novamente o botã o trava S2.

Para o caso do ciclo contínuo realizado com uma vá lvula simples solenó ide, a soluçã o é
mais simples. Basta que se desenergize o solenó ide responsá vel pela pilotagem da vá lvula e
conseqü ente avanço do atuador.

Figura 120: Ciclo Contínuo com Cilindro Dupla Ação e Válvula 5/2 Vias

No circuito da Figura 120, o botã o de emergência é o S2. Sua funçã o é desativar a fonte,
nã o permitindo que chegue mais energia elétrica a nenhum ponto do circuito. Desta forma, com
1Y desenergizado, a mola pilota o retorno da vá lvula 1V e o cilindro retorna, nã o importa em que
posiçã o esteja.

Os exemplos das Figuras 117 a 120 trazem ciclos contínuos ilimitados. E se desejarmos
um ciclo contínuo limitado, ou seja, se quisermos que um atuador efetue cinco ciclos e depois
pare? Para resolvermos este problema, necessitamos de um relê contador, como pode ser visto
na Figura 121.

Figura 121: Ciclo Contínuo Limitado

O relê contador leva a nomenclatura KC e possui duas bobinas, uma contadora e outra
zeradora. Os contatos da bobina contadora levam a numeraçã o A1 e A2 e toda vez que for
energizada conta um nú mero. Desta maneira, ao energizarmos uma vez (e apó s desenergizarmos,
claro) a bobina contadora de Kc, ela registrará o nú mero 1. A segunda vez o nú mero 2 e assim por
diante, até atingir o nú mero predeterminado. Ao atingir este nú mero, seu contato é invertido.
Este contato só voltará à posiçã o original quando o relê contador for zerado. Para isso, utilizados
a bobina zeradora, cujos contatos sã o representados pela numeraçã o R1 e R2. No circuito da
Figura 68, toda vez que o atuador bater no fim-de-curso S2, energizará a bobina contadora do
relê contador, contando um ciclo. Quando bater cinco vezes em S2, inverterá o contado de KC,
nã o permitindo mais que 1Y1 seja energizado. Para reiniciar um novo ciclo, o botã o S1 deverá ser
pressionado novamente, o que faz com que a bobina zeradora seja energizada, zerando o relê
contador e permitindo que ser reinicie um novo ciclo.

A Figura 122 apresenta uma foto de um contador digital, fabricado pela Festo.
Figura 122: Contador Digital

Para o caso de uma vá lvula direcional simples servocomando, a soluçã o é apresentada no


circuito da Figura 123.

Figura 123: Ciclo Contínuo com Válvula 3/2 Vias

Há também um outro tipo de relê especial que é de grande importância para a eletro-
pneumá tica. É o relê temporizador. Há dois tipos construtivos: o relê temporizador com retardo
no energizar e o relê temporizador com retardo no desenergizar, cujos símbolos estã o
apresentados na Figura 124.

Figura 124: Relê Temporizador

O relê temporizador com retardo no desenergizar funciona da seguinte maneira: quando


sua bobina é energizada, ele inverte todos os seus contatos imediatamente. Assim que sua bobina
for desenergizada, o tempo predeterminado começa a ser contado e quando este tempo passar,
todos os seus contatos sã o invertidos, voltando à posiçã o original.

Já o relê temporizador com retardo no energizar trabalha de modo diferente: quando sua
bobina é energizada, ele começa a contar o tempo predeterminado. Quando este tempo for
vencido, seus contatos sã o invertidos. Assim que sua bobina é desenergizada, ele inverte
imediatamente seus contatos, que voltam à posiçã o original.

A Figura 125 apresenta uma foto de uma caixa de relês temporizadores.

Figura 125: Caixas de Relês Temporizadores

Vamos agora traçar um circuito eletro-pneumá tico no qual o cilindro permanece


avançado durante cinco segundos e depois retorna automaticamente. Tal circuito é apresentado
na Figura 126, resolvido utilizando uma vá lvula direcional duplo servocomando e na Figura 127,
resolvido utilizando uma vá lvula direcional simples servocomando.
Figura 126: Cilindro fica Avançado por 5 Segundos

Observe, na Figura 126, que os contatos de um relê temporizador têm uma numeraçã o
diferente: 7 e 8 para contatos abertos e 5 e 6 para contatos fechados.

Figura 127: Ciclo Contínuo Cilindro Avança por 5 Segundos com Válvula de 3/2 vias

Se quisermos limitar o nú mero de ciclos no circuito da Figura 126, basta inserir no um


relê contador, como pode ser visto na Figura 128.
Figura 128: Ciclo Contínuo, Cilindro Avançado por 5 Segundos com Dupla Pilotagem

Para circuitos que acionam má quinas que oferecem perigo ao usuá rio, como prensas, é
necessá ria a confecçã o de circuitos em que o operador mantenha as duas mã os ocupadas.
Chamamos a estes comandos de bimanuais. Há desde os bastante simples, que nã o sã o muito
seguros, até os mais complexos, evidentemente com dispositivos e soluçõ es que oferecem muito
mais segurança. Um circuito com comando bimanual é apresentado na Figura 129.

Figura 129: Circuito com Comando Bimanual

No circuito da Figura 129, o solenó ide 1Y1 só será energizado quando o operador
pressionar os dois botõ es pulso, S1 e S2. Entretanto, é fá cil driblar esta limitaçã o, bastando que o
operador fixe um dos dois botõ es com uma fita adesiva, mantendo uma das mã os livres e
acionando o circuito com apenas um botã o.

A Figura 130 apresenta um circuito comando bimanual mais sofisticado.


Figura 130: Comando Bimanual de Cilindro de Dupla Ação

O circuito da Figura 130 é clá ssico. Se o operá rio demorar mais de dois segundos para
acionar os dois botõ es S1 e S2, o cilindro nã o parte mais. Desta forma, nã o adiantará nada se ele
fixar um dos dois botõ es, para tentar manter uma mã o livre. A funçã o do relê temporizador K3 é
somente marcar este tempo. Uma vez que o operador tenha acionado os dois botõ es num
intervalo menor que dois segundos, pode-se tirá -lo de operaçã o. Para isso, é utilizado um contato
do relê K4. Se o operador acionar os dois botõ es num intervalo menor do que dois segundos,
energizará a bobina do relê K4, que desativará o relê temporizador K3 e energizará o solenó ide
1Y1, fazendo com que o cilindro parta.

No circuito da Figura 130, o botã o S1 é pressionado, energizando o relê temporizador K3,


mas nã o consegue energizar o relê K4. O relê temporizador K3 inicia a contagem de tempo. Se o
operador nã o pressionar o botã o S2 num intervalo menor do que dois segundos, o contato do relê
temporizador K3 é aberto, nã o permitindo mais que se energize K1. Caso o operador aperte S2
em menos de dois segundos de intervalo, a bobina do relê K4 é energizada. O contato 11, 12 de
K4 desenergiza a bobina do relê temporizador com retardo no energizar (o relê nã o tem mais
utilidade neste ciclo) e o contato 23, 24 de K4 energiza o solenó ide 1Y1, fazendo com que a
vá lvula 1V seja pilotada e o cilindro parta.

Quando o atuador chegar ao fim de seu curso e pressionar o rolete S3, energizará o
solenó ide 1Y2, responsá vel pelo retorno da vá lvula à sua posiçã o normal e pelo retorno do
cilindro.

Evidentemente um circuito para acionar uma prensa necessita de um sistema de


emergência.
Incorporamos tal sistema no circuito da Figura 130, que é apresentado na Figura 131.

Figura 131: Circuito com Comando Bimanual e Botão Manual

Na Figura 131, o botã o S3 ao ser pressionado energiza a bobina do relê K5, que utilza seu
contato 33, 34 para se manter energizado e o contato 11, 12 para desenergizar 1Y1. O contato 23,
24 de K5 é usado para energizar 1Y2. É o botã o de emergência. S4 é utilizado para quebrar o selo
de K5 e permitir que se reinicie o ciclo. O circuito bimanual para o caso de se usar uma vá lvula
direcional 5/2 vias simples servocomando é apresentado na Figura 132.

Na Figura 132, o botã o S3 ao ser pressionado energiza o relê K5, que utiliza seu contato
33, 34 para se manter energizado e o contato 11, 12 para desenergizar 1Y1 e 23, 24 para
energizar 1Y2. S3 é o botã o de emergência. O botã o S4 é utilizado para quebrar o selo de K5 e
permitir que se reinicie o ciclo. No circuito com simples sevocomando, há a necessidade de se
manter o solenó ide 1Y1 energizado até que o cilindro chegue ao seu fim de curso e acione S3.
Para que isso aconteça, é necessá rio que o relê K4 tenha uma auto-retençã o. Quando o atuador
chegar em 1S, este rolete quebrará o selo, para que a mola da vá lvula 1V atue e a pilote de volta,
fazendo com que o cilindro retorne. É usado o relê K5, energizado pelo rolete 1S, para efetuar
esta tarefa. O botã o S4 é responsá vel pela quebra do selo do relê K6, quando o botã o de
emergência é acionado. S6 é comumente chamado de botã o zerador.

Figura 132: Circuito com Comando Bimanual com Botão de Emergência com Válvula 5/2 Vias

11. CIRCUITOS SEQUENCIAS

11.1. MÉ TODO INTUITIVO

O Método Intuitivo nã o obedece a nenhuma regra e o circuito depende inteiramente do


talento e raciocínio do projetista. É mais utilizado em seqü ências diretas.

Seja a seqü ência 1A+2A+1A-2A-. A Figura 80 apresenta o diagrama eletro- pneumá tico
capaz de realizar estes movimentos.
Figura 133: Circuito da Seqüência 1 A + 2 A + 1 A - 2 A –

Esta seqü ência é chamada de direta. Se separarmos a seqü ência de movimentos na metade
e compararmos ambos os lados, veremos que um é exatamente igual ao outro, desprezando-se os
sinais:
1A+2A+|1A-2A-
1A2A = 1A2A

Ou seja, a ordem de retorno dos cilindros acompanha a ordem de avanço. 1A avança


primeiro e retorna primeiro. 2A avança em segundo lugar e retorna em segundo.

No circuito da Figura 133, os solenó ides sã o numerados de acordo com a seguinte regra:

Por exemplo, seja o solenó ide 1Y1 – o primeiro nú mero “1” diz respeito ao cilindro 1A e o
ú ltimo nú mero significa que ele é o primeiro solenó ide do cilindro 1A. O mesmo raciocino pode
ser aplicado para o solenó ide 2Y2 – o primeiro nú mero “2” diz respeito ao fato de que ele
pertence à vá lvula direcional que pilota o cilindro 2A e o ú ltimo nú mero significa que é o segundo
solenó ide da vá lvula, ou o solenó ide da direita. Ao se pressionar o botã o pulso S1, energiza-se o
solenó ide 1Y1 e a vá lvula 1V1 é pilotada, enviando ar para a câ mara de avanço do cilindro 1A,
como pode ser visto na Figura 134.

Figure 134: Circuito da Seqüência 1 A + 2 A + 1 A - 2 A – Com Botão Pulsador

Ao avançar, o cilindro 1A pressiona o fim-de-curso 1S2, que energizará 2Y1, para que o
cilndro 2A possa avançar, como pode ser visto na Figura 135. Ao avançar, o cilindro 1A deixa de
estar em contato com o fim-de-curso 1S1, cujo contato se abre.
Figura 135: Circuito da Seqüência 1 A + 2 A + 1 A - 2 A – Simulado Via Software

Ao avançar, o cilindro 2A pressiona o fim-de-curso 2S2, que energizará o solenó ide 1Y2,
responsá vel pelo retorno do cilindro 1A, como pode ser visto na Figura 136.
Figura 136: Circuito Eletro-Pneumatico da seqüência 1 A + 2 A + 1 A - 2 A –

Ao retornar, o cilindro 1A pressiona novamente o fim-de-curso 1S1, que energizará o


solenó ide 2Y2, responsá vel pelo retorno do cilindro 2A, fechando assim a seqü ência, como pode
ser visto na Figura 137.
Figura 137: Circuito Eletro-Pneumático da Seqüência A+B+A-B-

No circuito da Figura 137, percebe-se que o solenó ide 2Y2 já é energizado assim que a
fonte for ligada. Isso pode ser evitado se inserir um outro fim-de-curso no cilindro 2A. A Figura
138 apresenta este novo circuito.
Figura 138: Circuito Eletro pneumático da Seqüência 1 A + 2 A + 1 A - 2 A –

É importante perceber que o contato 1S1 é normal aberto (está inicialmente fechado
porque está em contato com o cames do cilindro) e por isso recebe a numeraçã o 13 e 14. O
contato 2S1 é normal fechado e por isso recebe a numeraçã o 11 e 12 (está inicialmente aberto
porque em contato com o cames).

Esta seqü ência pode ser traçada utilizando-se vá lvulas simples solenó ide, como pode ser
visto na Figura 139.
Figura 139: Circuito Eletro Pneumático da Seqüência 1 A + 2 A + 1 A - 2 A –

Para que nã o ocorra um retorno do cilindro quando o botã o pulso S1 nã o estiver mais
pressionado, utiliza-se uma auto-retençã o no relê K1, como pode ser visto na Figura 86. O
retorno do cilindro é feito ao se desenergizar K1, quebrando seu selo. Para isso é utilizado o fim
de curso 2S2.

O ciclo contínuo da seqü ência 1A+2A+1A-2A- é apresentado no circuito da Figura 140.


Figura 140: Circuito Eletro Pneumático da Seqüência 1 A + 2 A + 1 A - 2 A -. Ciclo Contínuo

11.2. MÉ TODO CASCATA

Como no método cascata para um circuito puramente pneumá tico, a primeira tarefa a ser
efetuada é a divisã o da seqü ência em setores ou linhas. Seja, por exemplo, a seqü ência
1A+2A+2A-1A-. Esta seqü ência pode ser dividida em dois setores:

1A+2A+|2A-1A-
Setor I | Setor II

Se na pneumá tica o nú mero de vá lvulas 5/2 vias ou 4/2 vias responsá veis pela mudança
de linhas era igual ao nú mero de setores menos 1, aqui estas vá lvulas sã o substituídas por relês.
Portanto, o nú mero de relês responsá veis pela mudança das linhas elétricas é igual ao
nú mero de setores menos um. Isso nã o quer dizer que no circuito nã o possa haver um nú mero
maior de relês.
Este nú mero (setores menos um) é somente para os relês da cascata.

O segundo passo é traçar a cascata elétrica. Para dois setores (ou duas linhas), a cascata é
da seguinte forma:

Figura 141: Cascata Elétrica para dois Setores

Para três setores (três linhas):

Figura 142: Cascata Elétrica para Três Setores

Ou seja, tem-se contatos de K1 (um fechado e um aberto) paralelos e contatos de K2 (um


aberto e um fechado) também paralelos.
Para quatro setores (quatro linhas):
Figura 143: Cascata Elétrica para quatro Setores

E assim por diante. Sempre com dois contatos de cada relê em paralelo. Essa estrutura se
deve ao fato de que a linha II deva depender da linha I, a linha III dependa da linha II para ser
energizada e assim por diante. Também porque, ao se energizar a linha II, a linha I seja
desenergizada. Ao se desenergizar a linha III, a linha II deve ser desenergizada e assim por diante.

No Método Cascata puramente pneumá tico, a ú ltima linha sempre iniciava a seqü ência de
movimentos pressurizada. Aqui a ú ltima linha inicia a seqü ência energizada.

O raciocínio continua o mesmo que para o Método Cascata puramente pneumá tico: A
ú ltima linha é desenergizada para que se energize a linha seguinte, que por sua vez será
desenergizada para energizar a seguinte e assim por diante. Entã o, para quatro setores, a Linha
IV será denergizada e a Linha I se energiza. Ao se desenergizar a Linha I, a Linha II é
imediatamente energizada e assim por diante. Para a mudança de linha, analogamente ao Método
Cascata puramente pneumá tico, em que deviam ser pilotadas vá lvulas 5/2 vias, aqui devem ser
energizadas as bobinas dos relês.
A quantidade de relês utilizados na mudança de linhas é igual ao nú mero de setores
menos um. Para quatro setores tem-se, portanto, 3 relês.

O pró ximo passo é inserir todos os solenó ides e relês, como pode ser visto na Figura 144.
Figura 144: Primeiro Passo na Construção - Cascata da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –

Evidentemente os solenó ides 1Y1 e 2Y1 nã o podem ficar acionados desta maneira e
tampouco 2Y1 e 2Y2, senã o acarretaria movimentos simultâ neos e desordenados.

Basta, entã o, inserir os fins-de-curso, responsá veis pela organizaçã o da seqü ência de
movimentos, o que resulta no circuito da Figura 145.
Figura 145: Cascata da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –

Na Figura 145, ao ser pressionado o botã o pulso S1, a bobina do relê K1 é energizada, o
que faz com que os contatos de K1 sejam invertidos. O primeiro contato, 13 e 14, é responsá vel
pelo selo ou auto-retençã o no relê K1. Ou seja, o relê utiliza um de seus contatos para se manter
energizado apó s a abertura de S1. Os outros dois contatos de K1, 23 e 24, 31 e 32 sã o
responsá veis pela mudança de linha. Ao se fechar o contato 23 e 24, a energizaçã o passa para a
linha I e ao se abrir o contato 31 e 32, esta linha II passa a ficar desenergizada.

Como o relê K1 está diretamente ligado do contato 23 e 24 de K1, ele é energizado assim
que esta mudança de linha é feita, proporcionando o avanço do cilindro 1A, como pode ser visto
na Figura 146.

Na Figura 145, os movimentos de retorno de 2A e de 1A estã o na linha (ou setor) II e os


movimentos de avanço de 1A e de 2A estã o no setor (ou linha) I. Desta forma, o primeiro passo é
separar estes solenó ides, ligando-os à s respectivas linhas. Como o avanço do cilindro 1A acontece
na linha I e a energia elétrica está na linha II, utiliza-se o botã o pulso S1 para a desenergizaçã o da
linha II e energizaçã o da linha I. Isso se dá por meio da energizaçã o da bobina do relê K1. Ao ser
energizada esta bobina, o relê inverte seus contatos. O contato NF 31 e 32 de K1 se abre e
permanece aberto (há um selo na bobina de K1) e o contato 23 e 24 de K1 se fecha e permanece
fechado. É desta maneira que acontece a mudança de linhas no método cascata. O cilindro A
avança e atinge o fim-de-curso S2, que energiza 2Y1 e pilota a vá lvula 2V1, fazendo com que o
cilindro 2A avance. O fim-de-curso 2S2 do cilindro deverá fazer o retorno de 2A, ou seja,
energizar 2Y2. 2Y2, entretanto, é energizado na Linha II. Para que se retorne para esta linha, o
relê K1 deve ser desenergizado. Essa desenergizaçã o é feita quebrando-se a auto-retençã o, que
mantém a bobina do relê energizada. Assim, na linha II, podem ser feitos os dois pró ximos
movimentos da seqü ência. Evidentemente estas configuraçõ es podem se modificar. Por exemplo,
o botã o pulso S1 nã o deve estar necessariamente nesta posiçã o em que se encontra na Figura
145. Isto vai depender de sua funçã o e da criatividade do projetista.

Figura 146: Simulação do Circuito Cascata da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –


O cilindro 1A avança. Quando pressionar o fim-de-curso 1S2, o solenó ide 2Y1 será
energizado, fazendo com que o cilindro 2A avance, como pode ser visto na Figura 147.

Figura 147: Simulação do Circuito Cascata da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –. Segundo Passo

O cilindro 2A avança e pressiona o fim-de–curso 2S2, que desenergizará a bobina do relê


K1, quebrando assim o selo. Isso fará com que todos os contatos de K1 sejam invertidos, voltando
à s suas posiçõ es originais. Assim, a linha II volta a ser energizada e a linha I desenergizada, como
pode ser visto na Figura 148.
Figura 148: Simulação do Circuito Cascata da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A - 1 A -. Terceiro Passo

Com esta mudança de linha, 2Y2 é energizado primeiramente, fazendo o retorno de 2A e


depois 1Y2, fazendo o retorno de 1A, fechando assim a seqü ência de movimentos.

É importante observar que este método foi criado para evitar qualquer sobreposiçã o de
sinal (contrapressã o). Isto ocorre porque nã o ocorre avanço e retorno de um cilindro na mesma
linha.

Um exemplo de que o botã o pulso S1 pode ser trocado de lugar é o circuito da Figura
149.

Figura 149: Circuito Eletro Pneumático da Seqüência 1 A + 1 A - 2 A + 2 A –

No circuito da Figura 149, para facilitar a montagem do circuito, a separaçã o dos setores é
feita da seguinte maneira:

1A+|1A-2A+|2A-
Setor II | Setor I |Setor II

A regra para a separaçã o da seqü ência em setores é a seguinte: nã o pode haver


movimentos de um mesmo cilindro em uma mesma linha. Daí o motivo de se poder colocar em
um mesmo setor 1A+ e 2A-. Esta seqü ência também pode ser separada da seguinte forma:
1A+|1A-2A+|2A-
Linha I | Linha II | Linha III

A escolha de uma maneira de se separar esta seqü ência dependerá da vontade do


projetista.

Figura 150: Circuito Eletro Pneumático da Seqüência 1 A + 1 A - 2 A + 2 A –

A Figura 150 apresenta um circuito eletro-pneumá tico da seqü ência 1A+1A- 2A+2A-,
traçado utilizando-se três linhas (três setores). Para a transferência da energia da Linha III para a
Linha I (na qual ocorre o avanço do cilindro 1A), utiliza-se o relê K1 e para a mudança de energia
da Linha I para a II, utiliza-se o relê K2. Para que a energia volte para a Linha III, é importante que
se desenergizem os relês K1 e K2. A desenergizaçã o de somente do relê K1 implica em que, se
o operador quiser iniciar um novo ciclo, isto nã o será possível porque a cascata nã o foi
inteiramente desenergizada.
Há uma questã o importante a ser tratada: por que nã o sã o utilizadas vá lvulas direcionais
5/2 vias simples servocomando para se traçar os circuitos com o método cascata? Estas vá lvulas
sã o mais baratas e com vida ú til maior, mas só é aplicá vel em algumas seqü ências bem
particulares. Isto porque, quando acontece as mudanças de linhas, há a possibilidade de
desenergizaçã o dos solenó ides de avanço. No caso das vá lvulas duplo servocomando nã o há
problema, porque elas memorizam o ú ltimo acionamento. Mas no caso das vá lvulas simples
servocomando isso pode implicar em retorno indesejado de um cilindro no instante errado,
comprometendo a seqü ência de movimentos desejada.
Para ilustrar um circuito com três cilindros, é apresentada na Figura 151 a resoluçã o da
seqü ência 1A+1A-2A+3A+3A-2A-, com três setores.

Figura 151: Circuito Eletro Pneumático da Seqüência 1 A + 1 A - 2 A + 3 A + 3 A - 2 A –

Desta maneira, o solenó ide responsá vel pela pilotagem esquerda da vá lvula 1V1 e
conseqü entemente responsá vel pelo avanço do cilindro 1A recebe o nú mero 1Y1. Seguindo a
leitura da seqü ência da esquerda para direita, vai-se numerando os solenó ides na ordem
crescente.
O mesmo pode ser feito com os fins-de-curso, iniciando a contagem em 1S1.

A Figura 152 apresenta um circuito com quatro setores e dois atuadores, que realizam a
seqü ência A+B+B-A-B+B-.

Figura 152: Circuito Eletro Pneumático da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A - 1 A - 2 A + 2 A –

11.3. MÉ TODO PASSO-A-PASSO

A forma de se dividir uma seqü ência em setores ou linhas pelo Método Passo-a- passo é a
mesma da pneumá tica pura, ou seja, cada movimento representa um setor.

Desta maneira, a seqü ência 1A+2A+2A-1A- pode ser dividida assim:

1A+ | 2A+ | 2A- | 1A-


I | II | III | IV
Neste método, o nú mero de relês é igual ao nú mero de linhas mais um. O circuito da
seqü ência acima possuirá , portanto, 5 relês. Uma seqü ência com S setores possuirá N = S+1 relês.
Os N-1 primeiros relês farã o auto-retençã o e energizarã o o relê seguinte.

Assim, o relê K1 fará auto-retençã o e energizará K2 por meio de um contato aberto na


bobina deste outro relê e assim por diante. O ú ltimo relê, ou o relê N, nã o fará auto- retençã o e
desenergizará o primeiro relê. O circuito eletro-pneumá tico da seqü ência 1A+2A+2A-1A-, traçado
utilizando-se o Método Passo-a-Passo é apresentado na Figura 153.

Figure 153: Circuito Eletro Pneumático da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A - 1 A –

Como pode ser visto na Figura 153, os quatro primeiros relês (K1 a K4) fazem auto-
retençã o e energizam o relê seguinte por meio de um contato aberto inserido acima da bobina. O
relê K5, o ú ltimo, nã o faz auto-retençã o. O relê K1 energiza 1Y1 e inicia a seqü ência de
movimentos. O relê K2 energiza 1Y2, dando seqü ência ao circuito. O relê K3 energiza 2Y1 e K4
energiza 2Y2. Entretanto, ao energizar o relê K3, K2 ainda está energizado, o que impossibilitaria
o retorno de 2A, já que ocorreria contrapressã o. A soluçã o é inserir um contato fechado do relê
K3 na linha do solenó ide 2Y1 (linha 11), de modo que quando 2Y2 for energizado 2Y1 seja
desenergizado, evitando assim a contrapressã o. Este cuidado deve ser sempre tomado. Basta
olhar os solenó ides de uma mesma vá lvula – 1Y1 e 1Y2 da vá lvula 1V1 e 2Y1 e 2Y2 da vá lvula
2V2. Perceba, nas linhas 10 e 11 os contatos fechados de K4 e K3, respectivamente.

A Figura 154 apresenta um circuito eletro-pneumá tico da seqü ência 1A+1A- 2A+2A-,
traçado utilizando-se o Método Passo-a-Passo.

Figure 154: Circuito Eletro Pneumático da Seqüência Anterior

Na Figura 154, pode-se perceber novamente os contatos fechados nas linhas dos
solenó ides, para evitar contrapressã o. Assim, na linha 10, tem-se um contato de K2, pois na
vá lvula 1V1 nã o podem ser energizados ao mesmo tempo 1Y1 e 1Y2. E na vá lvula 2V1, nã o pode
ocorrer contrapressã o e, portanto, nã o podem ser acionados 2Y1 e 2Y2 simultaneamente.

A Figura 155 apresenta um circuito eletro-pneumá tico com três atuadores, para a
seqü ência 1A+2A+3A+3A-2A-1A-.

A Figura 156 apresenta um circuito eletro-pneumá tico pelo método passo-a- passo para
a seqü ência 1A+(2A+3A+)3A-2A-1A. Os parênteses representam movimento simultâ neo.
Figura 155: Circuito com Três Cilindros

Como pode ser visto na Figura 156, tem-se apenas seis relês. Isso porque o movimento
simultâ neo é contado como somente um movimento. Assim: 1A+|(2A+3A+)|3A-|2A-|1A-
Figura 156: Circuito Eletro Pneumático pelo Método Passo a Passo

1A+ → Setor I → Relê K1


(2A+3A+) → Setor II → Relê
K2 3A- → Setor III → Relê K3
2A- → Setor IV → Relê K4
1A- → Setor V → Relê K5
O nú mero de relês no circuito é igual ao nú mero de setores mais 1. Portanto, tem- se seis
relês. O relê K6 é responsá vel pela desenergizaçã o de K1 e, conseqü entemente, de todos os
demais relês, fechando a seqü ência.

É importante relembrar que os dois solenó ides de uma mesma vá lvula nã o podem estar
energizados simultaneamente. Deve-se prestar muita atençã o aos solenó ides 1Y1 e 1Y2, 2Y1 e
2Y2 e 3Y1 e 3Y2, que sã o os pares das três vá lvulas, 1V1, 2V1 e 3V1, simultaneamente. A
seqü ência ilustrada no circuito da Figura 157 é a mesma da Figura 100, ou seja, 1A+(2A+3A+)3A-
2A-1A-, traçada pelo método passo-a-passo, mas desta vez com vá lvulas simples servocomando.
Ao contrá rio do método cascata, aqui é possível a utilizaçã o deste tipo de vá lvula, mais barata e
tã o eficiente quanto uma duplo servocomando. Como todos os relês, excetuando-se o ú ltimo,
fazem auto-retençã o (selo), nã o há que se preocupar com a desenergizaçã o do solenó ide e
conseqü ente atuaçã o da mola.

Figura 157: Circuito Eletro Pneumático da Seqüência usando Válvulas de Servocomando Simples

A seqü ência ilustrada no circuito da Figura 102 é 1A+2A+2A-1A-1A+1A-. Note que o


nú mero total de relês nã o obedece à regra nú mero de setores mais um. Se separar a seqü ência,
ter-se-á 6 setores e, portanto, sete relês seriam utilizados. Observando a Figura 158, percebe-se
que foram usados nove relês. Por quê? A resposta é simples. Os fins-de-curso 1S1 e 1S2 devem
realizar cada um duas tarefas. 1S1 deve avançar 1A na linha 5 e finalizar a seqü ência de
movimentos, enquanto que 1S2 deve avançar 2A na linha 2 e retornar 1A na linha 6. Como nã o se
podem utilizar dois contatos dos fins-de-curso, usam-se relês conectados a eles, que farã o as
tarefas. Daí o surgimento dos relês K8 e K9, que nã o interferem na quantidade de linhas
existentes no circuito e, conseqü entemente podem ser acrescentados.

Figura 158: Circuito da Seqüência 1 A + 2 A + 2 A - 1 A - 1 A + 1 A –

Alguns dispositivos elétricos sã o muito importantes no dia-a-dia da automaçã o. Dentre


eles, podem-se citar dois sinalizadores: o sonoro e o visual.

Sinal sonoro:

Figura 159: Alarme Sonoro

Sinal luminoso:

Figura 160: Indicador Luminoso

Estes dois componentes sã o muito importantes quando há necessidade de se avisar o


operador que alguma açã o está sendo executada, como por exemplo, uma prensa entra em
funcionamento, um botã o de emergência é pressionado e assim por diante. Considere o circuito
da Figura 161.
Figura 161: Circuito Eletro Pneumático com Alarme Sonoro, Indicador Luminoso e Botão de
Emergência

No circuito da Figura 161, é apresentada uma seqü ência direta, 1A+2A+1A-2A-, ciclo
contínuo. Ao ser acionado o botã o pulso S1, que dá início à seqü ência de movimentos, é também
acionado um sinalizador visual (uma lâ mpada), para indicar ao operador que a má quina entrou
em funcionamento. Há também um botã o de emergência, que funciona da seguinte maneira: ao
ser pressionado, ele energiza a bobina de um relê K1. Dois contatos de K1 desenergizarã o os
solenó ides de avanço (1Y1 e 2Y1), quando a bobina de K1 for energizada. E dois contatos deste
mesmo relê energizarã o os solenó ides de retorno (1Y2 e 2Y2). É por isso que existem dois
contatos abertos de K1 ligados a 1Y2 e 2Y2. Quando este botã o de emergência for acionado, dois
sinalizadores serã o energizados: um visual (uma lâ mpada) e outro sonoro, para que haja uma
diferenciaçã o do botã o trava que dá início ao ciclo e do botã o de emergência (também trava).
Hoje em dia os fins-de-curso, do tipo sensores de proximidade, sã o muito utilizados. Os
principais sã o os sensores do tipo capacitivo, indutivo e ó ptico. Eles sã o representados pelos
seguintes símbolos:
Sensor indutivo:

Figura 162: Sensor Indutivo

Sã o características técnicas bá sicas do sensor indutivo:

- Distâ ncia de detecçã o: 5 mm


- Freqü ência má xima: 800 Hz
- Sinal de saída: 24Vcc PNP
- Tensã o de alimentaçã o: 10 a 30 Vcc.

Sensor Capacitivo:

Figura 163: Sensor Capacitivo

Sã o características técnicas bá sicas do sensor capacitivo:

- Distâ ncia de detecçã o: 50 mm


- Freqü ência má xima: 100 Hz
- Sinal de saída: 24Vcc PNP
- Tensã o de alimentaçã o: 10 a 30 Vcc

Sensor Ó ptico:
Figura 164: Sensor Óptico

Sã o características técnicas bá sicas do sensor:

- Distâ ncia de detecçã o: 300 mm


- Freqü ência má xima: 100 Hz
- Sinal de saída: 24Vcc PNP
- Tensã o de alimentaçã o: 10 a 30 Vcc.

Assim, foi traçado um circuito 1A+2A+2A-1A-, utilizado-se o método cascata e somente


sensores capacitivos como fins-de-curso. O resultado é apresentado na Figura 165.

Figura 165: Circuito Eletro Pneumático com Sensores

12. SIMBOLOGIA DE COMPONENTES

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