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Artigo: os 21 cemitérios

do Rio de Janeiro e suas


curiosidades
Olga Maíra Figueiredo, doutoranda em geografia, faz estudo sobre o Cemitério
dos Ingleses, o primeiro ao ar livre da cidade
O Globo
22/09/2014 - 15:19 / Atualizado em 22/09/2014 - 15:56

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O Cemitério São João Batista, em Botafogo, segundo cemitério público carioca, teve o
seu primeiro sepultamento em 1852 Foto: Marcos Tristão / Agência O Globo
A cidade do Rio de Janeiro apresenta 21 cemitérios, dos quais 13
são públicos e os oito restantes são particulares. De variados
estilos, do tradicional ao vertical, foram inaugurados entre 1811 e
1999, e estão presentes em bairros de classe média alta e classe
média baixa. Os cemitérios presentes na urbe carioca são
testemunhos da história e da geografia da própria cidade,
revelando emoções, valores, recordações e trajetórias individuais e
coletivas.

O Cemitério dos Ingleses do Rio de Janeiro, inaugurado em 5 de


janeiro de 1811, quando do enterro de um almirante inglês, é o
mais antigo da cidade e um dos mais antigos do Brasil. Foi
erguido no bairro da Gamboa, mais especificamente na antiga
Enseada da Gamboa que, na aurora do século XX, foi aterrada e
retificada para a construção do porto, afastando este campo santo
do mar com suas árvores frondosas e lápides escritas em inglês.
Mantido pela fundação privada British Burial Ground, o cemitério
já foi visitado por nobres personalidades políticas, como a Rainha
Elizabeth II.
O Cemitário São Francisco Xavier, conmhecido como Cemitério do Caju, na Zona
Norte Foto: Agência O Globo / Pedro Kirilos
O segundo cemitério público carioca, o São João Batista, situado
em Botafogo, estendendo-se até a vertente do Morro São João,
teve o seu primeiro sepultamento em 4 de dezembro de 1852 da
menor Rosaura, filha de um comerciante. Até 1855, ocorreram 412
sepultamentos. E, nos anos seguintes, foram realizados os
traslados de diversos túmulos provenientes de igrejas e outras
pequenas necrópoles, como, por exemplo, dos restos mortais do
poeta Álvares de Azevedo, originalmente sepultado em um
cemitério da Praia Vermelha, destruído por uma ressaca. O
terreno do Cemitério São João Batista era a antiga Chácara
Berquó. Posteriormente, outras propriedades foram
sucessivamente adquiridas e reunidas para formar a atual área.

Mais do que isso, nota-se toda uma sorte de figuras históricas,


políticas e artísticas sepultadas neste campo dos mortos, tais
como Presidentes da República, de Floriano Peixoto, passando
por Artur Bernardes até do recente período militar, além de Luís
Carlos Prestes, Tom Jobim, Clara Nunes, Ary Barroso. Apresenta,
ainda, túmulos, esculturas e monumentos de diversas
temporalidades, materiais e estilos, obtendo o título de maior
exposição de Art Nouveau a céu aberto na América Latina. Por
este motivo, visitas guiadas no interior da necrópole são realizadas
pelo projeto de extensão da UERJ Roteiros Geográficos do Rio.
Fora do Brasil, os cemitérios são pontos turísticos consolidados,
no qual passeios monitorados por seus espaços internos atraem
uma expressiva (e cada vez maior) quantidade de turistas, como é
o caso do Cemitério de Père-Lachaise em Paris e do Cemitério da
Recoleta em Buenos Aires.
O Cemitério dos Ingleses é o mais antigo do Rio e um dos mais antigos do Brasil Foto:
Custódio Coimbra / Agência O Globo
Atualmente, foram desenvolvidos novos tipos de cemitérios, bem
como novas maneiras de se tratar o corpo sem vida, seja o
cemitério vertical, seja a cremação. Menciona-se, neste conjunto,
o Cemitério Vertical Memorial do Carmo. Esta necrópole
apresenta a forma de um edifício, no qual o sepultamento é
realizado em jazigos ou nichos horizontais de concreto armado (os
chamados lóculos). Inaugurado em 1999 (o último cemitério
construído na cidade), é situado dentro do Cemitério Nossa
Senhora do Monte do Carmo (conhecido como Cemitério
Tradicional), no bairro do Caju, formando o que as pessoas
denominam de Complexo de Cemitérios do Caju.

Cemitério dos Ingleses

Diante desse quadro, em 1811 foi inaugurado o Cemitério dos


Ingleses do Rio de Janeiro, British Burial Ground, o primeiro
cemitério não-católico, restrito, particular e ao ar livre da cidade.
Este cumpria uma destinação, uma vez que os ingleses não
podiam ser enterrados em Igrejas Católicas, pois não professavam
tal religião. Nestas circunstâncias, foi necessária a criação de um
cemitério específico que atendesse a esta crescente comunidade.
Em um período inicial, a necrópole em tela era específica para o
sepultamento dos súditos ingleses, mas na metade do século XIX,
foi aberta para os protestantes de diversas nacionalidades.
Atualmente, situado nos domínios da Gamboa, este é acessível a
diversos grupos, não importando a religião e/ou nacionalidade.
Todavia, até hoje, grande parte das lápides no cemitério está
escrita em inglês. Neste cemitério-parque, situado nos domínios
da Gamboa, ainda encontram-se, em menor grau, o idioma
português, russo, francês, norueguês, entre outros.

Com efeito, muito se debateu a respeito do local onde se situaria o


primeiro grande cemitério público carioca. Cemitério de São
Francisco Xavier. A Santa Casa da Misericórdia, à frente,
igualmente, de tais empreendimentos, defendia o estabelecimento
deste no Catumbi, por receio que a população preferisse o
Cemitério São Francisco de Paula (campo santo de caráter
particular inaugurado em 1850) por estar na cidade. Contudo, os
moradores se recusavam em aceitar mais um cemitério no local. A
solução encontrada foi a ampliação do Campo Santo da
Misericórdia com a compra de parte da fazenda Murundú e outros
terrenos. É necessário esclarecer, em 1839, a Santa Casa da
Misericórdia transferiu o cemitério do seu hospital para a Ponta
do Caju, próximo à antiga Praia de São Cristóvão, aterrada anos
depois. Tal necrópole, servindo para o enterro de escravos,
indigentes e dos mortos no hospital, era denominada de Campo
Santo da Misericórdia. Isto posto, no dia 18 de outubro de 1851, a
necrópole de São Francisco Xavier, popularmente conhecida como
Cemitério do Caju, foi inaugurada com o sepultamento da criança
Vitória, filha de uma escrava. Desde a inauguração existe a quadra
dos acatólicos, utilizada, exclusivamente para o sepultamento dos
protestantes e judeus, antes da edificação do Cemitério Comunal
Israelita em 1956 no mesmo bairro. No tocante às quadras, em
1866 instituiu-se no interior desta necrópole, o Cemitério São
Pedro, exclusivo para o sepultamento de padres desta ordem.
Cabe ressaltar, o campo dos mortos em tela passou por diversas
ampliações, aplainações e aterramentos ao longo dos anos até
alcançar a configuração atual, ocorrendo até o desmonte de um
morro.

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