Vous êtes sur la page 1sur 37

Visão geral

Apresentação da disciplina:

Sejam todos e todas bem-vindos/as à disciplina


de Legislação e Direito Ambiental.

Ela objetiva fornecer condições de vocês


conhecerem e interpretarem as normas do Direito
para desenvolvimento nas atividades
profissionais; a conhecerem os principais
elementos do Direito Ambiental a serem aplicados
no exercício de sua profissão.

Além disso, espera-se que ao final vocês possam


identificar a importância do Direito para sua
formação profissional, cultural, bem como para o
seu meio; que consigam estabelecer uma visão
prática destas normas, para que no futuro,
quando vierem a precisar, saibam dar os
primeiros passos na solução de problemas
referentes à sua área.

Ementa:

Proteção Constitucional do meio ambiente.


Responsabilidades pelos danos causados ao meio
ambiente: civil, penal e administrativa. Os
Direitos Metaindividuais e a Nova Ordem
Procedimental. Análise de Aspectos Processuais
Gerais da Jurisdição Civil Coletiva. Ação Civil
Pública Ambiental. Ação Popular Ambiental.
Mandado de Segurança Coletivo Ambiental.
Sanções penais derivadas de Condutas Lesivas ao
Meio Ambiente. O papel do Ministério Público, das
associações ambientais (ONGs) e dos cidadãos na
defesa judicial. Leis Ambientais Federais (Lei
4.771/65, Lei 9.605/98, Resoluções CONAMA).

Objetivo da Disciplina

 Conhecer os conceitos básicos do Direito


Ambiental a serem aplicados no exercício de
sua profissão;
 Interpretar normas do Direito para
desenvolvimento nas atividades
profissionais;
 Compreender a importância do Direito e da
Legislação Ambiental em seu meio, com uma
formação profissional e cultural, e ainda
estabelecer uma visão prática destas
normas, para que no futuro, quando vir a
precisar, saber dar os primeiros passos na
solução de problemas referentes a sua área.
 Conhecer a legislação que envolve o universo
ambiental da forma mais abrangente
possível.

Conteúdo Programático:

Unidade I: Introdução ao Direito Ambiental.

Meio ambiente. Conceito. Dimensões do direito.


Direitos coletivos. Princípios. Competência.
Legitimidade.

Unidade II: Política Nacional do Meio Ambiente e


Instrumentos Processuais.

Previsão Constitucional. Deveres do poder


público. Proteção ambiental. Política Nacional do
Meio Ambiente. Tutelas jurídicas. Ação civil
pública. Ação popular.

Unidade III: Instrumentos Processuais e


Biotecnologia

Mandado de segurança. Biotecnologia. Biodireito.


Lei de biossegurança. SNUC. Legislações em
matéria ambiental.

Metodologia:

Os conteúdos programáticos ofertados nessa


disciplina serão desenvolvidos por meio das
Tele-Aulas de forma expositiva e interativa (chat
– tira dúvidas em tempo real), Aula Atividade
por Chat para aprofundamento e reflexão e Web
Aulas que estarão disponíveis no Ambiente
Colaborar, compostas de conteúdos de
aprofundamento, reflexão e atividades de
aplicação dos conteúdos e avaliação. Serão
também realizadas atividades de
acompanhamento tutorial, participação em
Fórum, atividades práticas e estudos
independentes (auto estudo) além do Material
do Impresso por disciplina.

Avaliação Prevista:

O sistema de avaliação da disciplina compreende


em assistir a tele-aula, participação no fórum,
produção de texto/trabalho no
portfólio, realização de duas avaliações virtuais,
uma avaliação presencial embasada em todo o
material didático, tele-aula e web aula da
disciplina.

WEB AULA 1
Unidade 1 – Introdução ao Direito e Alguns
Princípios de Direito Ambiental

Introdução ao Direito

A primeira pergunta que você deve estar fazendo é: Qual a razão


de se estudar Direito num curso de Gestão Ambiental?

Pois bem, a razão de ser desse curso de leis (como alguns dizem)
se deve ao fato de que onde houver sociedade sempre haverá o
Direito. Afinal, os dois (Direito e Sociedade) são
inseparáveis.

Para saber mais: Do Latim: "Ubi societas, ibi jus. Ubi jus, ibi
societas" . Isto é, o Direito está para a Sociedade, assim como a
Sociedade está para o Direito.

E olha que isso não é uma


supervalorização da matéria, feita por um advogado e professor
de Direito não, mas sim porque realmente apenas é possível
haver reunião de pessoas (sociedade) se estas fizerem, no
mínimo, um pacto de respeito para não destruírem a si próprios.
Este pacto nada mais é do que uma regra de Direito. Por outro
lado, se não houver a sociedade, não tem como existir qualquer
norma jurídica, porque esta pressupõe a existência de duas ou
mais pessoas.

Pode-se então, dizer que Direito e Sociedade são


interdependentes, motivo pelo qual um influencia o outro. Isto
faz com que a variação de Tempo e Espaço produza alterações no
sistema jurídico - uma lei de hoje para determinada conduta não
é igual à lei de tempos atrás; uma lei aqui no Brasil para certos
atos não é a mesma que uma lei noutro país.

Como dito, o Direito tem como finalidade a pacificação social, ou


seja, a convivência harmônica entre os seres humanos.

Para conhecer mais sobre o assunto, vá ao link, a seguir


indicado, e leia atentamente:

http://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=177

Passe, agora, para a próxima página e continue a conhecer mais


sobre o Direito!

Prosseguindo, devo dizer a você que somente é possível ao


Direito cumprir sua finalidade mencionada no final da página
anterior desde que haja algumas premissas, que são algumas das
características do Direito, quais sejam:

a) Imperatividade. Uma vez válidas


após a sua confecção e publicação, as regras são de
cumprimento obrigatório por todos, independente de
concordância ou apreciação. Caso alguém discorde, deverá
mover ação judicial para que o Judiciário decida se a lei deve ou
não ser cumprida;

b) Coercibilidade. Por consequência da Imperatividade, em


caso de descumprimento ou não aceitação das penalidades
previstas no Direito, pode qualquer pessoa (através dos meios
legais) ou o Estado fazer cumprir com coerção (de forma
impositiva). Como por exemplo, prender alguém para que esta
pessoa cumpra sua pena.

c) Normas são o Meio e não o Fim. Ninguém vive para ficar


fazendo contratos/negócios, mas sim, os faz para viver. Portanto,
o Direito é apenas um meio e não o fim da sociedade.

d) Normas gerais e abstratas. A fim de garantir o tratamento


igualitário (isonômico) a todos e para ter maior eficiência, o
Direito não trata do problema de fulano ou beltrano, mas sim
tem, em seu rol, normas gerais e abstratas, quer dizer, traças
regras de conduta.

Vá ao seguinte link para aprofundar o conhecimento sobre estas


características do Direito:

http://tenaneoliveira.com.br/old/AULAS_IED_I_-
_Patricia/Aula_6.doc

Pois bem amigo(a), já conhecedor(a) destas características, cabe


perguntar: O que é o Direito?

Inicialmente, é preciso dizer que não existe um conceito de


Direito que seja único e aceito. Como uma ciência intimamente
ligada à sociedade, sua variabilidade conforme o tempo e espaço
e a sua interpretação de acordo com o subjetivismo e análise por
cada cidadão, faz com que sua conceituação não seja unívoca
(uma única aceita).

CAMINHA relata sobre isso da seguinte forma:


"[...] há que se ter presente que a variedade de definições que se pode dar a uma
realidade determinada depende necessariamente de uma mudança na própria realidade
objeto da definição. E essa complexa e multiforme realidade que denominamos 'Direito'
sempre esteve sujeita a sensíveis mutações ao largo dos tempos, o que também
dificulta a adoção de uma definição unitária do Direito. Portanto, a dificuldade de definir
o Direito é, ao lado do problema das diferentes perspectivas por que se lhe pode
contemplar, também uma conseqüência da sua permanente mutabilidade." (destaques
do autor) (CAMINHA, Marco Aurélio Lustosa. O conceito de Direito .
http://direitoemestudo.zip.net/arch2010-08-22_2010-08-28.html>. Acesso em:
08 ago. 2008.)

Miguel Reale, jurista brasileiro falecido recentemente,


construiu uma teoria consagrada internacionalmente e que foi
denominada por Teoria Tridimensional do Direito (Reale, 2005).
Nela, tem-se o Direito por uma relação entre um Fato
(acontecimento em sociedade), ao qual é atribuído um
determinado Valor (conjunto de preceitos morais), e ao qual se
liga uma Norma (conjunto de princípios e regras). Conheça mais
sobre o assunto, acessando o seguinte link:
http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2619

Pode-se também citar a Teoria Jusnaturalista - entende o Direito


como um conjunto de princípios superiores e imutáveis baseados
na própria natureza humana; a Teoria Teológica - tem o Direito
como sendo uma obra advinda de Deus, etc. (Reale, 2006).

Aprofunde o conhecimento sobre os conceitos de direito e as


várias teorias neste link:
http://direitoemestudo.zip.net/arch2010-08-22_2010-08-28.html

Finalizada esta etapa, vá à próxima página. Estou te aguardando!

http://direitoemestudo.zip.net/arch2010-08-22_2010-08-28.html

Agora, iremos estudar sobre a classificação do Direito. Iniciamos


pela clássica distinção entre direito público e privado.

Nesse mister, tem-se o Direito Público como aquele aplicável às


coisas de interesse público (de todos), isto é, situações do dia a
dia em sociedades que precisam ser normatizadas de forma
diferente pelo Estado, tendo em vista o interesse comum dos
cidadãos. Tem-se, por exemplo, o direito tributário, ambiental,
penal, processual, etc., e as regras de aplicação aos servidores
públicos, sejam eles do Judiciário, Executivo ou Legislativo,
independente se são federais, estaduais, municipais ou do
Distrito Federal.

Como não poderia ser diferente, a fim de preservar o interesse


coletivo, o interesse privado deve se submeter àquele, por isso
que se afirma a existência do Princípio da Supremacia da Ordem
Pública sobre a Ordem Privada. Como consequência, há a
Subordinação dos interesses privados diante dos interesses
públicos - normas são aplicadas, independentemente da vontade
dos cidadãos.

PARA SABER MAIS: Entre um direito particular e um interesse


coletivo, este prevalecerá. Ex: Todos têm direito de construir em
um imóvel do qual seja o proprietário (interesse privado).
Todavia, se a construção prejudicar o meio ambiente (interesse
coletivo), aquela não será autorizada.

Já no que tange ao Direito Privado, outra é a linha de raciocínio,


pois aqui não vige a subordinação, mas sim, a coordenação - os
particulares é que podem, em regra geral, escolher como o
direito lhes será aplicável.

Para saber mais: Ex: Na hora de vender um veículo, são os


contratantes que decidirão o preço (desde que esteja dentro de
um padrão de razoabilidade), a data da entrega e do pagamento,
etc.

Nada obstante, os apontamentos acima que são


indispensáveis para uma melhor aplicação do direito em um caso
em concreto. Nader (2003) lembra que não há uma completa
distinção, muito menos uma antítese entre os dois campos/ramos
do Direito, eis que fazem parte da mesma ciência.

A proximidade dos dois grupos é tão grande em alguns casos que


muitos chegam a afirmar a existência de situações comuns, o
que explica o chamado Direito Misto ou Teoria do Terceiro
Gênero, que tem no Direito do Trabalho a grande expressão, pois
neste, há normas de Direito Público (inegociáveis. Ex:
obrigatoriedade de receber salários) e normas de Direito Privado
(negociáveis. Ex: possibilidade de vender uma parte das férias).

Marquesi esclarece sobre o tema, de forma a lapidar ao assim


dispor:
Essa relação de proximidade entre os dois ramos torna permeáveis suas fronteiras,
permitindo a ambos acessar o terreno um do outro. Essa possibilidade não desmerece
nem um nem outro ramo; antes os valoriza e enriquece, tornando-os mais ágeis na
consecução de seus fins. Mais importante do que buscar a delimitação exata entre os
campos jurídicos é saber que a indefinição das fronteiras é sintoma salutar, porquanto
revela a adequação do Direito às complexas e infindas necessidades sociais. (Marquesi,
2005)

Você pode avançar nos conhecimentos, lendo o artigo que se


encontra no seguinte link: http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&art
igo_id=9178

É isso, amigo(a), espero que você esteja gostando e pronto para


ir à próxima página!

Nesta página, agora, estudaremos sobre a hierarquia das leis.


Este é um item importantíssimo, pois num país em que temos
diversas/inúmeras leis (em sentido amplo que equivale a
"normas"), saber a ordem de hierarquia entre as regras de direito
é fundamental. A norma mais forte é a própria Constituição
Federal, sendo seguida por emendas constitucionais (porque
alteram a própria Constituição), leis complementares, ordinárias,
etc.

Exposta no art. 59 da Constituição Federal de 1988, a


hierarquia está assim organizada:
PARA SABER MAIS: Para consultar a legislação federal/nacional
brasileira acesse: www.presidencia.gov.br/legislacao.

1. Normas Constitucionais. Estão na


Constituição Federal e somente podem ser alteradas pelas
Emendas Constitucionais - estas exigem 3/5 de todos os votos da
casa votante do Congresso Nacional (Senado e Câmara Federal)
para serem aprovadas. Esta autorização para emendar/alterar é
limitada pelas disposições do Art. 60, § 4º da própria Norma
Maior (como também é chamada a Constituição Federal de
1988). São as conhecidas cláusulas pétreas (imodificáveis);

2. Leis Complementares. Tratam de assuntos em que a


Constituição não abordou na integralidade. Para aprovação,
exigem maioria absoluta, metade mais um de todos os membros
da casa votante - Senado ou Câmara Federal;

3. Leis Ordinárias. Cuidam de assuntos gerais do país e exigem


maioria simples - metade mais um dos presentes à sessão de
votação;

4. Leis Delegadas. Tratam dos mesmos assuntos das leis


ordinárias, mas são emanadas da Presidência da República,
mediante autorização obtida junto ao Congresso Nacional - na
prática, são raríssimas em virtude da existência das Medidas
Provisórias;
5. Medidas Provisórias. Tem força de lei e são emanadas do
Presidente da República, independente de autorização do
Congresso Nacional. Têm como requisito para ser válida a
exigência de somente serem proferidas quando houver
relevância e urgência - critérios excepcionais para existência
desta espécie normativa - no cotidiano não é isso que se
observa;

PARA SABER MAIS: É um fator anormal de surgimento da


legislação, pois é produzida pelo Executivo e não pelo Legislativo.
Por isso, após a publicação da mesma, ela é encaminhada para
apreciação pelo Congresso Nacional e, se não for apreciada no
prazo de 120 dias, perderá a validade nos termos do art. 62 da
Constituição Federal (Brasil, 1988).

6. Decreto Legislativo. Advém do Congresso Nacional e trata de


competências do Legislativo (Ex: ratificação de Tratados
Internacionais - pois uma lei externa somente passa a viger em
nosso país após aprovação do Congresso Nacional - Legislativo);

7. Resoluções. Tratam de assuntos internos do próprio Legislativo


e de matéria de caráter administrativo ou político; etc. Também
são utilizadas por órgãos públicos como autarquias para
organizar a forma de seus membros agirem a fim de cumprir a
legislação.

O seguinte artigo traz interessantes apontamentos sobre a


hierarquia das leis e o controle de constitucionalidade. Veja:

http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=302
Que bom que você chegou até aqui, pois com isso, finalizamos
uma rápida apresentação do Direito.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO:

1. Qual a classificação do Direito?

2. O Direito ambiental está inserido no Direito público ou no


Direito privado?

3. Qual a ordem hierárquica entre as normas brasileiras?

4. Quais as características do Direito?

GLOSSÁRIO:

Premissas: Regras mínimas tidas como verdadeiras e aceitas;

Coerção: À força

Servidores públicos: A forma correta de se referir (porque é


gênero) aos que antigamente eram chamados de funcionários
públicos.

PARA SABER MAIS:

MARQUESI, Roberto Wagner. Fronteiras entre o direito público e


o direito privado . Jus Navigandi, Teresina, ano 10, n. 908, 28
dez. 2005. Disponível em: <
http://jus.com.br/revista/texto/7788/fronteiras-entre-o-direito-
publico-e-o-direito-privado >. Acesso em: 19 ago. 2008.

SILVA NETO, Francisco da Cunha e. A TEORIA


TRIDIMENSIONAL DO DIREITO EM MIGUEL REALE. 2005.
Disponível em: <
http://www.advogado.adv.br/artigos/2005/franciscodacunhaesilv
aneto/teoriatridimensional.htm >. Acesso em: 18 jul. 2008.

APROFUNDANDO O CONHECIMENTO:

REALE, Miguel. Lições preliminares de direito. São Paulo:


Saraiva.

GUSMÃO, Paulo Dourado de. Introdução ao estudo do direito.


Rio de Janeiro: Forense.
P�gina

WEB AULA 2
Unidade 1 – Introdução ao Direito e Alguns
Princípios de Direito Ambiental

Alguns Princípios em Direito Ambiental

Princípio do Direito à Sadia Qualidade de Vida.

Pode-se entender um princípio como um valor (expresso ou


tácito) que estrutura determinado sistema, no caso o jurídico. Se
for desrespeitado, tudo se desmoronará, perderá sentido e
validade porque o valor máximo foi lesado.

Este princípio advém da previsão constitucional a respeito do


meio ambiente, mais especificamente em seu art. 225 quando
diz:
"Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

[...]"
(destaque do professor)

José Afonso da Silva ressalta que o


princípio do direito à sadia qualidade de vida não é o mero direito
ao meio ambiente, mas sim um que apresente qualidade
SATISFATÓRIA, que tenha um equilíbrio ecológico.

Estas são as palavras do mencionado autor:

"A Constituição, no art. 225, declara que todos têm direito ao


meio ambiente ecologicamente equilibrado. Veja-se que o objeto
do direito de todos não é o meio ambiente em si, não é qualquer
meio ambiente. O que é objeto do Direito é o meio ambiente
qualificado. O direito que todos temos é à qualidade satisfatória,
o equilíbrio ecológico do meio ambiente. Essa qualidade é que se
converteu em um bem jurídico. A isso é que a Constituição define
como bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida"

Pode-se, então, desta forma, entender que este princípio decorre


da evolução do direito à vida. Afinal, esta ficaria gravemente
comprometida diante de um meio ambiente completamente
devastado.

Sobre os princípios de direito ambiental, você pode consultar o


seguinte texto:
http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1147

http://www.advogado.adv.br/estudantesdireito/uit/marciapelissar
igomes/principios.htm

Conhecido o primeiro princípio desta web-aula, passemos ao


próximo, na página seguinte!

Princípio da Informação

Este princípio é muito interessante e importantíssimo para


desenvolvimento da democracia. Em regimes totalitaristas,
ditatoriais ou de exceção, a informação é controlada, fazendo,
assim, com que menos pessoas possam ter acesso/conhecimento
a respeito do que realmente ocorre.
No fundo, a informação é pré-requisito para a
própria liberdade na medida em que uma consciência livre, tendo
a informação como propulsora, exige inexistência de fronteiras do
conhecimento.

Por sinal, em nossa atual sociedade globalizada que se


caracteriza pelo conhecimento, a informação é elemento
fundamental ao prosseguimento da vida. Você já se perguntou a
quanta informação tem acesso cotidianamente? É impressionante
o que podemos acessar em vários programas e diversos canais
de televisão, estações de rádio, jornais impressos e digitais,
livros e, principalmente, a informação (que deve
obrigatoriamente ser filtrada criteriosamente) através da
internet.

A informação é a base para o desenvolvimento e proteção contra


quaisquer problemas. Por conta disso é que, em 1940, numa
convenção de países da América Latina, houve a previsão do
intercambio científico, justamente para facilitar o acesso à
informação e produtividade técnica (evolução do conhecimento)
dos países vizinhos.

Este princípio pode ser encontrado nos seguintes textos


normativos:
------------------

Constituição Federal de 1988.

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.
§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
[...]
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;
[...]

------------------------

Lei 6.938/1981
Art. 6º Os órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos
Territórios e dos Municípios, bem como as fundações instituídas pelo Poder Público,
responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, constituirão o Sistema
Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, assim estruturado:
[...]
§ 3º Os órgãos central, setoriais, seccionais e locais mencionados neste artigo deverão
fornecer os resultados das análises efetuadas e sua fundamentação, quando solicitados
por pessoa legitimamente interessada.
[...]
Art. 10 - A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e
atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente
poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação
ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente,
integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA, e do Instituto Brasileiro
do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em caráter supletivo, sem
prejuízo de outras licenças exigíveis. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
§ 1º Os pedidos de licenciamento, sua renovação e a respectiva concessão serão
publicados no jornal oficial do Estado, bem como em um periódico regional ou local de
grande circulação.
§ 2º Nos casos e prazos previstos em resolução do CONAMA, o licenciamento de que
trata este artigo dependerá de homologação da IBAMA. (Redação dada pela Lei nº
7.804, de 1989)
§ 3º O órgão estadual do meio ambiente e IBAMA, esta em caráter supletivo, poderão,
se necessário e sem prejuízo das penalidades pecuniárias cabíveis, determinar a
redução das atividades geradoras de poluição, para manter as emissões gasosas, os
efluentes líquidos e os resíduos sólidos dentro das condições e limites estipulados no
licenciamento concedido. (Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)
§ 4º Compete ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
- IBAMA o licenciamento previsto no caput deste artigo, no caso de atividades e obras
com significativo impacto ambiental, de âmbito nacional ou regional. (Redação dada
pela Lei nº 7.804, de 1989)

Viu como a informação é importantíssima, ainda mais nos dias


atuais? Pois bem, completada esta etapa, passemos à próxima
página. Estou te aguardando!

Princípio da participação

Este princípio foi previsto ao ser inserido como o Princípio 10, da


ECO/92, que garante a participação de todos, conforme o nível
pertinente (isso é, de acordo com a informação e formação do
cidadão). Vejamos:

Princípio 10 - "O melhor modo de tratar as questões do meio


ambiente é assegurando a participação de todos os cidadãos
interessados, no nível pertinente".

O advogado Antonio F. Pinheiro Pedro, ao tratar deste princípio


de Direito Ambiental, assim se manifestou:
O princípio da participação no Brasil, de há muito, vem implementando mecanismo de
gestão cooperada com a comunidade, em todos os seus entes federados, envolvendo o
dever-poder conjunto do Poder Público e da Coletividade (Estado e Sociedade)
incentivando a participação dos diferentes grupos sociais na formulação e execução da
política do ambiente.

Podemos verificar a implementação do mecanismo de gestão cooperada, com a devida


participação da comunidade, no direito de petição ao Poder Público; na possibilidade de
realização de audiências públicas; na formação de órgãos colegiados (Conselhos); na
conquista e manutenção da soberania popular, através do sufrágio universal, plebiscito,
referendum, e no direito constitucionalmente consagrado de acesso à justiça. (PEDRO,
Antonio Fernando Pinheiro, ano não informado)

Através deste princípio se reconhece a importância das O.N.G.'s


(Organizações não governamentais), pois unidos os cidadãos,
acabam tendo maior representatividade junto ao Poder Público e
entidade privadas (empresários). Isto acontece porque a voz em
conjunto, harmônica e uníssona de muitas pessoas promove uma
repercussão maior em sociedade.

Em decorrência também desse princípio, se tem, hoje, diversas


formas do cidadão participar juridicamente para intervir em
sociedade e proteger o meio ambiente. Neste sentido, verifique
as ações judiciais, que estudará na unidade-web II, a seguir, bem
como lembre as que foram estudadas na teleaula.

Prossegue o autor, acima citado, ao estabelecer que:


Vale lembrar que o princípio da participação pressupõe o direito da informação, pois
com o acesso às informações, a comunidade tem melhores condições de atuar sobre a
sociedade, de formar uma mobilização eficaz para atender os desejos e ideias e de
fazer parte ativa nas decisões de assuntos que lhes interessem e afetem diretamente.
(PEDRO, Antonio Fernando Pinheiro, ano não informado)

Conheça os demais princípios da ECO/92, acessando o seguinte


link:

http://www.abdl.org.br/article/view/1824/1/247

Agora que você conheceu alguns princípios, prossiga os estudos


na próxima página!

Princípio da Ubiquidade

O Dicionário Aurélio assim traz a explicação sobre a palavra


Ubiquidade. Vejamos:
Ubiquidade

[De ubíquo + -(i)dade.]

Substantivo feminino.

1.Propriedade ou estado de ubíquo ou onipresente; ubiquação, onipresença:

"É a ubiquidade do pensamento humano de estar aqui e além, representado pelo


pensamento bergsoniano." (Bella Jozef, Jorge Luis Borges, p. 124.).

Sendo assim, na seara ambiental, pode-se entendê-lo como algo


que reforça a obrigação de SEMPRE levar em consideração a
proteção do meio ambiente em todos os atos do Poder Público
(Fiorillo).

Pode-se afirmar, ainda, que o princípio da ubiquidade mostra a


indissociabilidade entre o Meio Ambiente e qualquer ato em
sociedade, quer dizer, destaca a ocorrência de uma relação de
causa-efeito/consequência.

E mais! A autora Cynthia Amaral Campos (2008) assim se


manifesta sobre o referido princípio:
Segundo o professor Celso Antônio Pacheco Fiorillo [1], "Este princípio vem evidenciar
que o objeto de proteção do meio ambiente, localizado no epicentro dos direitos
humanos, deve ser levado em consideração toda vez que uma política, atuação,
legislação sobre qualquer tema, atividade, obra etc. tiver que ser criada e
desenvolvida. Isso porque, na medida em que possui como ponto cardeal de tutela
constitucional a vida e a qualidade de vida, tudo que se pretende fazer, criar ou
desenvolver deve antes passar por uma consulta ambiental, enfim, para saber se há ou
não a possibilidade de que o meio ambiente seja degradado [2]."
Noutros dizeres, o princípio da ubiqüidade visa garantir a proteção ao meio ambiente,
considerando-o como um fator relevante a ser estudado antes da prática de qualquer
atividade, de forma a preservar a vida e a sua qualidade.

No link a seguir indicado, você também poder aprofundar seus


conhecimentos nestes temas:

http://www.escritorioonline.com/webnews/noticia.php?id_noticia
=4812&

Isso aí amigo(a)! Com isso, finalizamos esta unidade I.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO:

1. O que se entende por ubiquidade e como ela pode ser


entendida como um princípio do direito ambiental?

2. O princípio da participação em direito ambiental tem previsão


em algum texto normativo ou convenção/encontro internacional?
O que significa referido princípio?

3. Qual a importância da informação nos dias atuais e como ela é


prevista e utilizada no direito ambiental?

4. Explique, de maneira fundamentada, o que significa o princípio


do direito à sadia qualidade de vida.

GLOSSÁRIO:

Seara: Área.

Indissociabilidade: condição de duas pessoas, ideias, atos ou


coisas serem permanentemente unidas.

PARA SABER MAIS:

APROFUNDANDO O CONHECIMENTO:

FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental


Brasileiro. São Paulo: Saraiva.

SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. São


Paulo: Malheiros.
WEB AULA 1
Algumas Ações e Instrumentos
Unidade 2 –
Processuais Possíveis na Área Ambiental
INTRODUÇÃO

Olá amigo (a), como vai? Vamos prosseguir nos


estudos do direito ambiental?

Nesta web-aula, vamos estudar sobre algumas ações e


procedimentos jurídicos que interessam muito à seara ambiental.

De início, cabe apontar que o direito de ação é garantido


constitucionalmente, ou seja, todos temos o direito de mover
determinada ação contra quem entendermos ser o responsável
por um dano ou a pessoa que deve cumprir ou de abster em
relação a algum fato. Este direito está garantido no art. 5º, XXXV
da Constituição Federal que diz:

"[...]

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão


ou ameaça a direito;

[...]"

Destaca-se que todos podem mover ações, mas a vitória


somente será concedida a aquele que tiver realmente o direito a
seu favor.
Sobre este direito de ação, indicam-se para leitura os seguintes
artigos, encontrados nos links:

http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2703/Direito-de-
Acao

http://www.mundojuridico.adv.br/sis_artigos/artigos.asp?codigo
=720

Para mover ação é preciso ter capacidade e legitimidade. Aquela


é muito bem explicada por Gisele Leite assim:
A capacidade de estar em juízo corresponde à capacidade de direito e, mesmo algumas
entidades sem personalidade jurídica a possuem (tais como o nascituro, as pessoas
formais, a massa falida, o espólio e até mesmo a família) podem atuar como partes
desde que corretamente representados. À tais entidades despersonalizada, foi
conferida a personalidade judiciária ex vi o art. 12 do CPC.

Já a capacidade processual segue as regras da capacidade de exercício ou de fato


prevista no Código Civil (que, aliás, adotou recentemente 18 anos para a maioridade
equiparando-se com a já existente maioridade da esfera criminal).

Já no que diz respeito à legitimidade, a mesma autora retro-


mencionada esclarece:
Por legitimidade das partes entende-se a "pertinência subjetiva da lide", ou seja, que o
autor seja aquele a quem a lei assegura o direito de invocar a tutela jurisdicional e o
réu, aquele contra o qual pode o autor pretender algo. (Leite, Gisele).

Legitimidade, então, está ligada ao direito de pedir a providência


judicial e ao dever em cumprir o que foi determinado, ou seja,
diz respeito às partes, mas com elas não se confunde. Neste
sentido, são as palavras de Marina Lima Silveira de Souza
(2008), a saber:
É a pertinência/adequação subjetiva da ação. Ou seja, saber se no pólo ativo e no pólo
passivo estão, verdadeiramente, as pessoas que deveriam estar.

* O conceito de legitimidade não se confunde com o de parte. Isto, porque quem é


parte, mesmo sendo ilegítima, não perde a condição de parte, apenas poderá ser
excluído do processo. Ex: Clandestino que estava no trem. Até ser tirado de lá, ele era
passageiro, no entanto, de maneira ilegítima. As consequências práticas: quando o juiz
extingue o processo por ilegitimidade ativa, essa pessoa sofrerá os resultados disso,
tendo de pagar os honorários e as custas, por ter sido vencido. Ou seja, ela foi parte,
apesar de ilegítima e sofrerá as consequências correspondentes.
Sobre legitimidade do Ministério Público em ações civis públicas,
acesse o link a seguir e reflita sobre o assunto:

http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=200905201
05150968

Você pode aprofundar seus conhecimentos nos seguintes


links:

http://www.dji.com.br/processo_civil/acao.htm

http://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/3411599/apelacao-
civel-ac-1841588-df-tjdf

http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=200906251
14836962&mode=print

http://www.clubjus.com.br/?artigos&ver=2.11511

Inquérito Civil e Ajustamento de Conduta

Os inquéritos são medidas preparatórias que


podem ser movidas pelo Ministério Público (MP) através de seus
membros, os Promotores ou Procuradores de Justiça.

Eles têm por finalidade evitar que sejam movidas ações (sejam
elas cíveis ou criminais) pelo MP de maneira equivocada (mover
ação contra pessoa errada, em local errado, etc) ou uma ação de
risco (poucas provas ou sérias dúvidas sobre o autor dos fatos
averiguados).

Basicamente, o objetivo dos inquéritos é reunir provas para que


o representante do MP possa propor corretamente a ação cabível,
caso entenda que existe a infração à lei e saiba quem é o autor
deste ilícito.
Deve-se frisar que o promotor ou o procurador tem liberdade
para decidir sobre a propositura de alguma ação (seja na seara
do direito ambiental ou até mesmo no âmbito penal).

Cabe destacar ainda que o inquérito, seja ela cível/ambiental ou


criminal, tem natureza de ato/processo administrativo, ou seja,
não é ação judicial. Por conta disso, muitos doutrinadores
entendem que não existe, então, a necessidade de respeito ao
princípio do contraditório, quer dizer, o direito do acusado se
defender e produzir provas a seu favor por ser o inquérito uma
mera investigação (procedimentos inquisitórios) e não uma
acusação contra alguém.

Sobre os inquéritos civis, você pode avançar no conhecimento


através dos seguintes links:

http://www.mazzilli.com.br/pages/livros/ic.html

http://www.boletimjuridico.com.br/doutrina/texto.asp?id=1091

JÁ O AJUSTAMENTO DE CONDUTA é medida muito


útil na sociedade atual. É concretizado através de um TERMO
(Termo de Ajustamento de Conduta - TAC), um documento no
qual constará o compromisso das pessoas (físicas ou jurídicas)
em não praticarem os atos que lhe são apontados como de sua
autoria.

Cabe destacar que o TAC é um ato jurídico perfeito, ou seja, é


um documento que, após estar assinado pelas partes envolvidas,
torna-se pública a vontade e o compromisso das partes.

Por consequência, como nos TAC's, também é prevista uma


multa em caso de descumprimento de suas previsões. Aquele
que assinar o TAC e não cumpri-lo terá o dever de pagar o valor
da multa por ser aquele um título executivo extrajudicial. Por isso
que se diz que o TAC é um mínimo legal, ou seja, tem na multa o
valor mínimo de indenização diante de um dano ambiental.

Obviamente que o pagamento da referida multa não exclui o


direito de terceiros de também serem indenizados pelos prejuízos
que sofreram diante do descumprimento do TAC. Pode-se
também afirmar que o TAC não é uma transação sobre danos
ambientais (direitos difusos não são negociáveis), motivo pelo
qual não impede ações indenizatórias de terceiros para que o
Judiciário reconheça a responsabilidade do poluidor.

Veja, agora, no link a seguir indicado, um TAC refere ao meio


ambiente:

http://www.mpes.gov.br/anexos/centros_apoio/arquivos/10_214
614583917102008_TAC%20OnceVille%20Final.pdf

Aprofunde os conhecimentos sobre os TAC's no seguinte link:

http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=46311

Conhecidos estes dois elementos importantíssimos para proteção


e defesa do meio ambiente, vamos à próxima página.

Mandado de Injunção.

Pode-se dizer que esta é uma ação judicial muito rara, mas não
menos importante para defesa e proteção do meio ambiente.
Fiorillo expõe que o Mandado de Injunção tem por finalidade
"possibilitar o exercício de direitos e liberdades constitucionais e
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à
cidadania" diante da ausência de norma regulamentadora.

Por conta disso, é que se afirma ser o mandado de injunção


muito aplicável em matéria ambiental.

Frise-se ainda que alguns doutrinadores fazem uma interpretação


ampliativa para aplicar o mandado de injunção, a fim de proteger
o direito à vida (com saúde e qualidade), assim não se
restringindo apenas às questões de nacionalidade, soberania e
cidadania.

No âmbito ambiental, os procedimentos a serem seguidos no


processo do mandado de injunção são os previstos na lei da Ação
Civil Pública, tendo como possíveis autores qualquer indivíduo ou
grupo de cidadãos e, como réu na ação, quem tiver competência
e poder para atender aos pedidos feitos na ação e as
determinações judiciais que advierem do processo.

Cabe destacar que é requisito para o Mandado de Injunção a


ausência de norma regulamentadora do direito existente na
Constituição Federal. Tem alguns direitos que, para serem
exercidos, precisam de uma norma infra-constitucional (lei
complementar, lei ordinária, etc) que trate detalhadamente das
questões envolvidas. Portanto, há necessidade do Congresso
Nacional discutir os pontos envolventes e normatizar.

Por fim, cabe destacar que, em matéria ambiental, o Mandado de


Injunção que for Coletivo (porque pode ser individual também)
terá efeitos para toda a sociedade. Quando for individual, o
Mandado de Injunção terá efeitos apenas entre as partes que
estão envolvidas no processo, não gerando direitos a terceiros.
Observe-se ainda que não cabe ao Judiciário criar normas, mas
apenas dizer quais serão aplicáveis por analogia/semelhança no
caso levado para decisão judicial.

Aproveite o conteúdo dos artigos doutrinários contidos no link a


seguir indicados e aprofunde seus conhecimentos:

http://www.iesb.br/ModuloOnline/Atena/arquivos_upload/Mila%2
0dos%20Santos%20Silveira.pdf

Você também pode estudar através do seguinte vídeo:

Pois bem amigo(a), que tal agora tratarmos sobre Ação Direta de
Inconstitucionalidade e Ação de Inconstitucionalidade por
Omissão? Então, vá à próxima página!

Ação de Inconstitucionalidade por Omissão.


Como o próprio nome já diz, somente
pode ser utilizada a presente ação se houver uma omissão
legislativa, ou seja, se houver uma norma constitucional que não
consegue ser utilizada porque o Congresso Nacional não produziu
a lei necessária para tal. Portanto, se assemelha muito ao
Mandado de Injunção.
[...] tem por objetivo o combate à síndrome da inefetividade das normas
constitucionais. [...] Como exemplo deste tipo de norma, a qual necessita de
regulamentação posterior para ter efetividade, temos o mandamento previsto no art.
37, VII, que assegura o direito de greve ao servidor público civil nos termos e nos
limites definidos em lei específica. (Antônio Henrique Lindemberg Baltazar, 2005)

Todavia, apesar de semelhantes (pois têm a mesma finalidade),


a ação de inconstitucionalidade por omissão não se confunde com
o Mandado de Injunção por vários motivos. Vejamos nas palavras
do autor citado:
Em relação à legitimidade ativa (pessoa ou pessoas que poderão ingressar com a ação
constitucional), temos que o art. 103 [...] determina como legitimados da ação direta
de inconstitucionalidade por omissão os seguintes órgãos ou autoridades: o Presidente
da República, a Mesa do Senado Federal, a Mesa da Câmara dos Deputados, a Mesa de
Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal (redação dada pela
emenda constitucional nº. 45, de 2004), o Governador de Estado ou do Distrito Federal
(redação dada pela emenda constitucional nº. 45, de 2004), o Procurador-Geral da
República, o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, partido político com
representação no Congresso Nacional e confederação sindical ou entidade de classe de
âmbito nacional. Já os legitimados para ingressar com a ação de mandado de injunção
podem ser quaisquer pessoas que possuam interesse jurídico em sanar a omissão
legislativa, quer dizer, qualquer pessoa que esteja sofrendo lesão em virtude da não
regulamentação de uma norma constitucional.

Os legitimados passivos (contra quem será impetrada a ação constitucional) também


diferem. Na ação direta de inconstitucionalidade por omissão, em virtude da norma
expressa no art. 102 da Constituição Federal que só possibilita ações diretas de
inconstitucionalidade contra lei ou ato normativo federal ou estadual, verificamos que
os legitimados passivos, ou seja, aqueles que têm a obrigação de regulamentar a
norma constitucional poderão ser, conforme o caso: o poder legislativo, executivo,
judiciário, tribunal de contas e o ministério público, desde que sejam órgãos estaduais
ou federais, pois não é admitida ação direta de inconstitucionalidade contra lei ou ato
normativo municipal. Do outro lado, observando os legitimados passivos da ação
injuncional, temos como impetrados todos aqueles órgãos que também o são na ação
direta de inconstitucionalidade por omissão e inclusive o poder legislativo, o executivo
e o tribunal de contas do município, lembrando que não há judiciário nem ministério
público municipal.

A competência para julgamento destas ações também é prevista de modo díspare na


Constituição Federal. O órgão responsável para julgamento da ação direta de
inconstitucionalidade por omissão é sempre o Supremo Tribunal Federal. Já no
mandado de injunção poderemos ter como órgãos julgadores o Supremo Tribunal
Federal ou o Superior Tribunal de Justiça, dependendo do legitimado passivo, conforme
previsão dos artigos 102, I, a e 105, I, h, respectivamente.

A competência para julgamento destas ações também é prevista


de modo díspare na Constituição Federal. O órgão responsável
para julgamento da ação direta de inconstitucionalidade por
omissão é sempre o Supremo Tribunal Federal. Já no mandado
de injunção poderemos ter como órgãos julgadores o Supremo
Tribunal Federal ou o Superior Tribunal de Justiça, dependendo
do legitimado passivo, conforme previsão dos artigos 102, I, a e
105, I, h, respectivamente.

Assim, pode-se afirmar que são dois instrumentos


importantíssimos para exercício dos direitos previstos na
Constituição Federal (que completa 21 anos agora em 2009),
mas que não foram normatizados infraconstitucionalmente pelo
Congresso Nacional.

Você também pode ter maiores informações a respeito da Ação


de Inconstitucionalidade por Omissão através dos seguintes links:

http://www.jurisway.org.br/v2/cursosentrar.asp?id_curso=889

http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=200903091
55612321

Ação Direta de Inconstitucionalidade.

Esta ação é movida quando existe alguma legislação (lei ou ato


normativo) que ofende normas da Constituição Federal. De
acordo com o art. 102, I, da própria Constituição, a competência
(isto é, quem poderá julgar esta ação) é do Supremo Tribunal
Federal.
Como esclarecido por Carlos Eduardo Guerra (2002), "O objetivo
da ação direta é declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato
normativo, não visando solucionar nenhum caso concreto. Tem,
portanto, como escopo retirar do ordenamento jurídico a norma
submetida ao controle direto de constitucionalidade."

Sobre este assunto, interessante também destacar as palavras


de Mariana de Moura A. A. Machado (2005):
A propositura de uma ação desse tipo, não está sujeita a nenhum prazo de natureza
prescricional ou de caráter decadencial, pois de acordo com o vício imprescritível, os
atos constitucionais não se invalidam com o passar do tempo.

O procedimento que uma ação direta de inconstitucionalidade deve seguir está


prescrito na Lei No 9.868/99. Uma vez declarada a inconstitucionalidade da lei ou ato
normativo em discussão, a decisão terá os seguintes efeitos:

- Ex tunc, retroativo como consequência do dogma da nulidade, que por ser


inconstitucional, torna-se nula, por isso perde seus efeitos jurídicos.

- Erga omnes, será assim oponível contra todos.

- Vinculante, relaciona-se aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública


Federal, Estadual e Municipal. Uma vez decida procedente a ação dada pelo STF, sua
vinculação será obrigatória em relação a todos os órgãos do Poder Executivo e do
Judiciário, que daí por diante deverá exercer as suas funções de acordo com a
interpretação dada pelo STF. Esse efeito vinculante aplica-se também ao legislador,
pois esse não poderá mais editar nova norma com preceito igual ao declarado
inconstitucional.

- Represtinatório, em princípio vai ser restaurada uma lei que poderia ser revogada.

Como visto, a Ação Direta de Inconstitucionalidade é um meio


muito importante para controle e defesa da constitucionalidade
das leis e atos normativos em nosso país, garantindo assim a
segurança jurídica com o julgamento a ser proferido pelo
Supremo Tribunal Federal.

Sobre este assunto, você pode assistir aos seguintes vídeos:

P�gina

QUESTÕES PARA REFLEXÃO:

1. O que é um inquérito Civil e qual a importância do TAC?


2. O que pode ser feito em caso de descumprimento das
determinações contidas em um TAC? Terceiras pessoas que não
assinaram o TAC podem pedir indenização em caso de dano
sofrido?

3. Explique o que é um Mandado de Injunção e qual a sua


importância em nível ambiental.

4. Faça uma exposição sobre a Ação de Inconstitucionalidade por


Omissão e a Ação Direta de Inconstitucionalidade.

APROFUNDANDO O CONHECIMENTO:

FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental


Brasileiro. São Paulo: Saraiva.

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo:


Atlas.

SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional


Positivo. São Paulo: Malheiros.

P�gina

WEB AULA 2
Algumas Ações e Instrumentos
Unidade 1 –
Processuais Possíveis na Área Ambiental
Direito Penal Ambiental

Introdução e sujeitos ativo e passivo.

A atual legislação que trata dos crimes


ambientais é a famosa lei nº 9605/1998. A grande característica
da mencionada lei é que ela, de certa forma, unificou os
tratamentos jurídicos sobre o assunto, já que antes existiram
diversas leis para tratar dos crimes ambientais.

A lei 9605/98 é dividida em várias seções (partes), como por


exemplo: fauna, flora, ordenamento urbano, etc, recebendo
punição tanto as ações quanto as omissões.

Quer dizer, se você agir denegrindo o meio ambiente será


punido, bem como se não tomar todos os cuidados necessários
para evitar que o meio ambiente se deteriore.

Quanto ao sujeito ativo, isto é, quem poderá ser punido pela


prática de crimes ambientais, a própria lei em seu art. 2º já
esclarece, vejamos:

Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos


crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes cominadas,
na medida da sua culpabilidade, bem como o diretor, o
administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o
auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica,
que, sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir
a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

Portanto, a pessoa física poderá ser punida com as


correspondentes penas, a depender do crime praticado. Ocorre
que a lei dos crimes ambientais também traz previsão de punição
para as pessoas jurídicas (aquelas que praticam uma atividade
empresarial, econômica), a saber:

Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabilizadas


administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei,
nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu
representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no
interesse ou benefício da sua entidade.

Parágrafo único. A responsabilidade das pessoas jurídicas não


exclui a das pessoas físicas, autoras, co-autoras ou partícipes do
mesmo fato.

Art. 4º Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que


sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos
causados à qualidade do meio ambiente.
Sobre a possibilidade de punição penal (e não
somente civil - indenizatória e/ou administrativa - limitação de
direitos) da pessoa jurídica, confira os artigos existentes nos
seguintes links:

http://www.lfg.com.br/public_html/article.php?story=200802081
33259621

http://www.oabgo.org.br/Revistas/36/juridico2.htm

Quanto ao sujeito passivo, conceitua-se como "[...] o titular do


bem jurídico lesado ou ameaçado. A coletividade como sujeito
passivo direto e um particular, eventualmente lesado, o sujeito
indireto" (Chiuvite, 2007).

Feitos estes apontamentos, você já está apto a avançar no


conhecimento. Então, vá para a próxima página!

Penalidades cabíveis.

Nesta página, vamos estudar sobre as penalidades cabíveis


diante de crimes ambientais, isto é, de quais maneiras o sujeito
ativo poderá ser punido.

A previsão inicial sobre este assunto encontra-se na Constituição


Federal de 1988, que expressamente reconhece em seu art. 225
quais as penalidades cabíveis. A saber:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preserva-lo para as presentes e futuras
gerações.

[...] Parágrafo Terceiro: As condutas e atividades consideradas


lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas
ou jurídicas, a sanções penais e administrativas,
independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

Portanto, existem punições penais, administrativas e cíveis,


sendo que as pessoas físicas estão sujeitas a restrições de
liberdade (prisão), restrições de direitos e multa. Por sua vez, as
pessoas jurídicas se sujeitam isolada, cumulativa ou
alternativamente, de acordo com o disposto no art. 3º, a: I -
multa; II - restritivas de direitos; III - prestação de serviços à
comunidade.

Cabe esclarecer que, quanto às pessoas jurídicas, as penas


restritivas de direitos são: I - suspensão parcial ou total de
atividades; II - interdição temporária de estabelecimento, obra
ou atividade; III - proibição de contratar com o Poder Público,
bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações.

Faça, agora, o seguinte: vá até o link adiante indicado e confira


em quais casos podem ser aplicadas cada uma das penalidades
acima. Analise os parágrafos do artigo 23:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9605.htm

Ademais, no que se refere à prestação de serviços à comunidade


pela pessoa jurídica, consistirá em: I - custeio de programas e de
projetos ambientais; II - execução de obras de recuperação de
áreas degradadas; III - manutenção de espaços públicos; IV -
contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. Há,
ainda, a possibilidade de fechamento da pessoa jurídica quando
ela for constituída ou utilizada, preponderantemente, com o fim
de permitir, facilitar ou ocultar a prática de crime ambiental.

Para um aprofundamento sobre o tema, indico como


leitura a apresentação em slides do seguinte link:

http://www.lfg.com.br/artigo/20100812114619479_direito-
ambiental_infracao-administrativa-ambiental-capitulo-vi-artigos-
70-a-76-da-lei-n-9605-98-adriano-custodio-bezerra.html

Gradação da penalidade e excludente de ilicitude.


Disciplina o art. 6º da lei 9605/98 que:

[...] Para imposição e gradação da penalidade, a autoridade


competente observará:
I - a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e
suas conseqüências para a saúde pública e para o meio
ambiente;
II - os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da
legislação de interesse ambiental;
III - a situação econômica do infrator, no caso de multa.

Portanto, após apuradas as consequências e a extensão dos


danos ambientais, a autoridade competente, para estabelecer as
penas cabíveis ao caso em concreto, deverá se basear nas
instruções expostas no art.6º acima, sob pena de ser inválida a
sua decisão.

Além disso, deve, a autoridade competente, saber que são


circunstâncias que atenuam (reduzem) a pena:

[...] I - baixo grau de instrução ou escolaridade do agente;


II - arrependimento do infrator, manifestado pela espontânea
reparação do dano, ou limitação significativa da degradação
ambiental causada;
III - comunicação prévia pelo agente do perigo iminente de
degradação ambiental;
IV - colaboração com os agentes encarregados da vigilância e do
controle ambiental.

Porém, por outro lado, há circunstâncias que agravam


(aumentam) a pena quando não forem situações que constituem
ou qualificam o crime:
I - reincidência nos crimes de natureza ambiental;
II - ter o agente cometido a infração:
a) para obter vantagem pecuniária;
b) coagindo outrem para a execução material da infração;
c) afetando ou expondo a perigo, de maneira grave, a saúde
pública ou o meio ambiente;
d) concorrendo para danos à propriedade alheia;
e) atingindo áreas de unidades de conservação ou áreas sujeitas,
por ato do Poder Público, a regime especial de uso;
f) atingindo áreas urbanas ou quaisquer assentamentos
humanos;
g) em período de defeso à fauna;
h) em domingos ou feriados;
i) à noite;
j) em épocas de seca ou inundações;
l) no interior do espaço territorial especialmente protegido;
m) com o emprego de métodos cruéis para abate ou captura de
animais;
n) mediante fraude ou abuso de confiança;
o) mediante abuso do direito de licença, permissão ou
autorização ambiental;
p) no interesse de pessoa jurídica mantida, total ou parcialmente,
por verbas públicas ou beneficiada por incentivos fiscais;
q) atingindo espécies ameaçadas, listadas em relatórios oficiais
das autoridades competentes;
r) facilitada por funcionário público no exercício de suas funções.

Quanto às excludentes de ilicitudes, elas dizem respeito a


situações do dia a dia que não são consideradas como crime.

EXCLUDENTES DE ILICITUDE, CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO ou


DESCRIMINANTES são situações que fazem com que o fato,
embora típico, ou seja, amoldado a um modelo legal de conduta
previsto como crime - o tipo penal - não assuma um caráter de
contrariedade ao direito.

[...] EXCLUDENTES GENÉRICAS: ESTADO DE NECESSIDADE;


LEGÍTIMA DEFESA; EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO; ESTRITO
CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL. (BOTELHO, Jefferson.)

No que se refere especificamente em matéria ambiental, além


das excludentes genéricas acima mencionadas, o art. 37 da lei
9605/98 expressamente reconhece que "Não é crime o abate de
animal, quando realizado em estado de necessidade, para saciar
a fome do agente ou de sua família; para proteger lavouras,
pomares e rebanhos da ação predatória ou destruidora de
animais, desde que legal e expressamente autorizado pela
autoridade competente; [...]IV - por ser nocivo o animal, desde
que assim caracterizado pelo órgão competente."

Para aprofundar-se neste assunto, confira os seguintes


links:

http://www.jefersonbotelho.com.br/2007/06/17/excludentes-de-
ilicitude/

Vamos lá! Dê continuidade nos estudos e até a próxima página.

Crimes em espécie.

Diversas são as previsões da lei 9605/98 que definem quais


condutas são consideradas como crimes. Isto é o chamado "tipo
penal", ou seja, é o ato que se for praticado exatamente como
definido em lei, será considerado como crime.

Qualquer diferença do ato em sociedade que não consiga se


amoldar à previsão legal criminal, não haverá prática de crime e,
por consequência, o acusado não poderá ser punido.

Cabe, ainda, uma reflexão muito pertinente sobre a limitação da


responsabilidade penal das pessoas jurídicas por crimes não
previstos na lei 9605/98, mas não menos danosos ao meio
ambiente. Isso é o que trata Marcos Paulo de Souza Miranda ao
dizer: "uma questão que ainda não foi objeto de análise detida
pela doutrina e jurisprudência pátrias diz respeito à possibilidade
de se responsabilizar a pessoa jurídica por condutas criminosas
violadoras do bem jurídico meio ambiente, mas que não estão
tipificadas na Lei de Crimes Ambientais.".

O autor citado no parágrafo anterior expõe a necessidade de


ampliar o rol de condutas ilícitas praticadas por pessoas jurídicas
e que demandam uma punição penal. Fundamenta Marcos
Miranda sua assertiva ao apontar que, a princípio, em matéria
ambiental, apenas a lei 9605/98 é que pune criminalmente as
pessoas jurídicas, não podendo interpretar extensivamente para
outras leis ambientais por falta de previsão legal.

Confira mais detalhes a respeito do artigo escrito por Marcos


Paulo de Souza Miranda no seguinte link:

http://www.conjur.com.br/2009-ago-19/lei-crimes-ambientais-
nao-pune-todos-tipos-infracao

Além disso, verifique diretamente no sítio eletrônico da


Presidência da República, a partir do art. 29, todas as condutas
previstas como crime na lei 9.605/98:

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9605.htm

Para finalizar, é interessante que você assista à entrevista


(dividida em 3 partes) feita com um Promotor de Justilça, nos
seguintes links:

Parabéns! Com isso concluímos nossa web-aula!

QUESTÕES PARA REFLEXÃO:

1. Quem pode ser considerado com sujeito ativo e sujeito passivo


diante de crimes ambientais?

2. Quais as penalidades cabíveis diante de crimes ambientais


praticados por pessoas físicas e por pessoas jurídicas?

3. Quais são as excludentes de ilicitude aplicadas em matéria


ambiental?
4. Quais são as circunstâncias atenuantes e as agravantes de
uma pena por crime ambiental?

PARA SABER MAIS:

ESTEVAM, Nura Jorge Silva. A responsabilidade penal da


pessoa jurídica pela prática de crimes ambientais e a
atuação do ministério público. Disponível em:
http://www.conpedi.org/manaus/arquivos/anais/bh/nura_jorge_s
ilva_estevam.pdf . Acesso em 02 set. 2009.

APROFUNDANDO O CONHECIMENTO:

FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental


Brasileiro. São Paulo: Saraiva.

MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro.


São Paulo: Malheiros.

Vous aimerez peut-être aussi