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Ebook, Hipnose Clínica Integrativa

Dr. Alberto Lopes,


(neuropsicólogo/hipnoterapeuta)

Porto - Portugal

Advertência da salvaguarda de propriedade intelectual INPI


Este ebook: sinopse de hipnose clínica integrativa é Copyright® e está registado no Instituto
Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), com o número: 20101000048976, fazendo parte
integrante da formação em Hipnose Clínica e Hipnoanálise de Alberto Lopes. Está proibida a
sua reprodução ou parte dela sem autorização expressa do autor.

(Aprov ado pelo Decreto-Lei n.º 63/85, de 14 de Março, e alterado pelas Leis n.ºs 45/85, de 17 de Setembro, e 114/91, de 3 de Setembro,
e Decretos-Leis n.ºs 332/97 e 334/97, ambos de 27 de Nov embro, pela Lei n.º 50/2004, de 24 de Agosto, pela Lei n.º 24/2006 de 30 de
Junho e pela Lei n.º 16/2008, de 1 de Abril).
Esta súmula de hipnose faz parte integrante do Manual de Hipnose Clínica ®. Alberto Lopes, Copyright.2015

Dr. Alberto Lopes, neuropsicólogo/hipnoterapeuta, Rua Alegria nº 964. Porto – Portugal .


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A Hipnose Clínica Integrativa

A Hipnose Clínica Integrativa: é um conjunto de técnicas psicológicas


(hipnocomportamentais, hipnocognitivas, hipnoanalíticas e de hipnoanálise) que podem
ser potencializadas e usadas com os diversos estados de transe hipnótico. Sendo que, a
hipnose, é um estado de consciência expansiva no qual os poderosos recursos internos e
o conhecimento que adquirimos durante toda a vida, e que usamos de forma
inconsciente, tornam-se de repente disponíveis. Em hipnoterapia esses recursos podem
ser “reprogramados” e direccionados para o equilíbrio e subsequente recuperação das
mais diversas sindromas e patologias dos doentes. A hipnose é uma interessante
combinação de relaxamento físico e perspicácia mental (Alberto Lopes, 2015)

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Hipnose essa desconhecida

Poder-se-á dizer que toda a gente ouviu falar já de Hipnotismo ou de Hipnose, bem
como de estados e manifestações que lhes são afins. Contudo Hipnotismo e Hipnose são
termos que para a maior parte das pessoas, incluindo profissionais de saúde, com
frequência representam ainda concepções erradas. Assim, o principal objetivo desta
pequena resenha será o de esclarecer os respectivos conceitos, desmistificando alguns
pressupostos numa abordagem breve precisamente a partir dos estados e
manifestações advindos da Hipnose, ou seja, da fenomenologia hipnótica.
Apresentaremos o Hipnose como a ciência que estuda estes estados e manifestações e
preferencialmente a própria Hipnose e particularmente os métodos e processos de a
conseguir. A “Indução de Transe Hipnótico” torna-se assim um dos temas mais
importantes dentro do Hipnotismo, sendo a sua principal finalidade conseguir que o
sujeito entre no “estado de hipnose”. Se a indução é feita no domínio da Hipnoterapia,
veremos que normalmente ela tem como principal objectivo a descoberta das principais
“motivações” do paciente, a sua “semântica chave”, propiciando o planeamento
hipnoterapêutico mais adequado.
A concepção teórica da hipnose tem muito a ver com o pragmatismo da sua
aplicação. Assim, encontraremos conceitos vários, desde os de Coleman, T.R. (1976) e
Edmonston Jr. (1981) que dizem que “a única diferença entre os resultados decorrentes
de processos de Relaxamento e de Indução Hipnótica, é o nome que se lhes dá”, aos de
Spiegal (2010), que vê a hipnose em si “não como um tratamento, mas antes como um
estado mental que pode facilitar uma variedade de estratégias de tratamento”. Como
diz Marta Matos em suma, o campo da Hipnose subverte as clássicas fronteiras entre
“saúde física” e “saúde mental” ; neste sentido poderemos dizer (neste campo
precisamaos, ainda, das metáforas...) que é uma disciplina dos “interlúdios”... (Matos,
M. 2014). Assim une a Hipnose o que o Homem separou?
(Renato Morais. UFP, 2014. Congresso Nacional de Psicologia da Saúde Tendências em
Psicologia da Saúde: Contextos e Interdisciplinaridades.

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Breves lucubrações sobre a fenomenologia hipnótica:

I. História da Hipnose

O emprego da hipnose como ferramenta terapêutica é tão antigo como


humanidade. Conforme se pode constatar existem registos da utilização da Hipnose que
datam de mais de 2000 anos a.C., sendo que o seu uso científico ocorreu a partir de
1776 quando, em Viena, o Dr. Franz Anton Mesmer desenvolveu um procedimento
psicoterapêutico que denominou de magnetismo animal. Houve vários nomes
significativos da história da humanidade dados ao mesmo procedimento, até que James
Braid rotulou a fenomenologia do transe como Hipnotismo, de onde derivou a palavra
Hipnose que permaneceu até aos nossos dias (Barabasz & Watkins, 2005). Já em pleno
século XX, o pai da Psicanálise, o austríaco Sigmund Freud, usou a hipnose no
tratamento da histeria infelizmente não compreendeu o fenómeno hipnótico
abandonando-o em detrimento da sua própria hipnose: a Psicanálise; também
conhecida como: Livre Associação de Ideias (Neuber, 2005).

O resgate da hipnose só surgiu anos depois. Primeiro, impulsionando o seu uso


nas duas grandes guerras mundiais, como opção de analgesia durante cirurgias
realizadas nos campos de batalha, e depois pelo notável trabalho desenvolvido pelo
psiquiatra americano Milton Erickson. Este médico notável desenvolveu técnicas novas
passíveis de aplicação médico-clínica em contextos de saúde, demonstrando a sua
aplicação prática e de inestimável valor científico. Este autor ganhou o reconhecimento
da hipnose não só das principais organizações americanas, mas da comunidade
científica internacional. Milton Erickson foi justamente apelidado, pelos vários autores
que lhe seguiram os passos, como: pai da hipnose moderna (Carvalho, 1959; Melchior,
1998; Rossi, 1981; Yapko, 1992; Neubern, 2004; Roustang, 1991).
Graças aos seus esforços de Milton Erickson a prática da hipnose foi reconhecida
na área de saúde, como campo de formação e como recurso técnico capaz de contribuir
nas resoluções de problemas físicos e psicológicos, tanto do ponto de vista terapêutico
como de recurso coadjuvante. O seu trabalho explica como a hipnose tem sido usada
para alívio da dor, produzindo anestesia ou analgesia; em diferentes setores da clínica e

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cirurgia, notadamente em obstetrícia; para o alívio dos estados de ansiedade e


depressão, qualquer que seja a sua causa; sendo obviamente usada na psicoterapia e
psiquiatria; no controle de alguns hábitos, como o tabagismo; como método de pesquisa
e experimentalmente em qualquer pesquisa, no campo psicológico ou neurofisiológico.

II. O que é a hipnose?

O termo hipnose é usado de muitas formas diferentes, portanto não é um conceito


unânime e a sua definição pode variar de acordo com a abordagem teórica. Um estado
de transe hipnótico é uma reacção psico-fisiológica complexa, de percepção alterada,
que abrange tanto os fenómenos psicológicos quanto os somáticos. É um estado de
“diminuição da consciência”, da atenção e de reacção metabólicas. O transe hipnótico
parece ser um estado psicofisiológico que acontece espontaneamente ou pode ser
provocado. Contudo, não é o estado de vigília, nem de sono, nem de sonho e embora o
sujeito em hipnose apresenta a aparência do sono, da meditação, da catalepsia, mas
conserva a sua consciência, embora modificada.
Quando alguém entra num estado de transe hipnótico deixa de prestar atenção à
consciência periférica e focaliza a atenção para dentro de si mesmo. O paciente é
induzido a ser receptivo a experiências interiores, sobretudo aos poderosos processos
psicodinâmicos e inconscientes do comportamento e do seu estado psicofisiológico,
fomentando a mudança. Para o leitor, e que nunca experimentou a sensação de um
transe induzido, gosto de afirmar que estar em transe hipnótico é uma combinação
perfeita de relaxamento físico e perspicácia mental que vale sempre a pena
experimentar.

III. A Hipnose Moderna

Milton Erickson, considerado o pai da hipnose moderna, acreditava que a hipnose


era um estado livre de susceptibilidade ampliada pela sugestão (Erickson M. et Rossi E.,
1978). E esse estado especial possibilita emergir recursos inatos e soluções internos que
podem ser usados para ajudar a ultrapassar as nossas limitações e a resolução de
problemas. Erickson (citado em Neuber, 2004), ao considerar a hipnose um estado livre
e expansivo de consciência e como uma forma de transmitir ideias, entendia que a

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relação entre o terapeuta e o cliente poderia constituir-se como um poderos o


instrumento de mudança, capaz de auxiliar na reconfiguração da experiência dolorosa
do problema deste último. Para ele, a reconstrução de sentidos proposta pela terapia
não estaria limitada a um insight intelectual, mas a uma mudança efetiva na vivência do
patologia e nas próprias percepções corporais da pessoa (Gonzalez Rey, 2007; Neubern,
2004).

O aspecto fundamental da hipnose é a mudança experimental subjectiva, embora


também se observem mudanças psicofisiológicas facilmente detectáveis. Por exemplo,
a pessoa experimenta um agradável relaxamento e percebe que o normal é estarmos
tranquilos, serenos e equilibrados. Há muito tempo que se sabe que a sugestão pode
influenciar as capacidades sensoriais e motoras e em hipnose isso é muito evidente. No
entanto, Erickson desenvolveu uma linguagem própria em que os fenómenos surgem
espontanemente com o transe natural. Além disso, deixou como legado técnicas novas,
e metodologias mais naturais, passíveis de utilização em contexto de saúde pública. Ou
seja, para este autor, o transe hipnótico é um estado de sugestibilidade intensificado
artificialmente, no qual aparenta ocorrer uma dissociação natural dos elementos
conscientes e inconscientes do psiquismo da pessoa hipnotizada e esse estado promove
a mudança para o equilíbrio.

IV. Reconhecimento da Hipnose

A Organização Mundial de Saúde (OMS) refere que “a Hipnose é uma mais-valia e


um dos maiores avanços na psiquiatria, já atua no campo terapêutico e como auxiliar de
controlo de doenças.” (OMS, Outubro de 1974).
Por seu lado a British Medical Association (BMA), que recomenda o seu uso desde
1954, define hipnose como um "estado temporário e alterado de atenção do sujeito",
que pode ser induzido por um operador, e que podem acontecer vários fenómenos,
tanto espontâneos ou como resposta a estímulos verbais ou de outra natureza (BMA,
1953).
A American Psychological Association (APA) define a hipnose como “um
procedimento no qual um técnico de saúde mental ou um investigador sugere a um

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cliente, paciente ou sujeito de uma investigação, mudanças nas sensações, percepções,


pensamentos e comportamentos” (Divisão "Society of Psychological Hypnosis", 2004).

V. Quais são as áreas da medicina onde ela pode ser utilizada a hipnose?

Além da sua eficácia no controlo da dor, a hipnose permite diminuir o receio dos
tratamentos oncológicos, assim com enfrentar eficazmente as perturbações
psicológicas. Tais como os principais medos e fobias, assim como, tratar a tão
famigerada depressão. Além disso, está a ser usada com eficácia para diminuir o
sofrimento de pacientes com neoplasias, doenças neurodegenerativas e
psicossomáticas. Refiro algumas áreas médicas onde a hipnose tem contribuído com
óptimos resultados: Psicologia e Psiquiatria: perturbações psicológicas, adições, os
distúrbios de comportamento: alimentar, anorexia, bulimia, alcoolismo, toxicomania,
etc.; Anestesia: ansiedade pré e pós-operatória; permite efectuar operações cirúrgicas;
Dermatologia: Eczemas, psoríase, urticária, verrugas, prurido e todas as afecções
psicossomáticas; Sexologia: disfunções sexuais, parafilias e outras; Patologia vascular:
hipertensões arteriais, vasodilatação e vasoconstrição; Na Pneumologia: no controlo da
asma e alergia; Queimados: sugestão frio, no início, reacções e reflexos associados,
funcionando como analgésico e estimulante; Gastrenterologia: Refluxo esofágico,
irritação do cólon, distúrbios somáticos e funcionamento gastrointestinal, Colite
ulcerosa, a doença de Crohn. Obstetrícia: efeito analgésico, facilita a dilatação e dores
parto; ritmo contracções uterinas; Estomatologia/oncologia: controlo dor,
sangramento, salivação, reflexos deglutição Reumatologia/traumatologia: conforto
sobre a dor e mobilidade, recuperação óssea acelerada; Neurologia: Enxaquecas,
insónias, stress, ansiedade, medo, fobias, agressividade, e tratamento da dor crónica.
(Fonte: American Journal of Clinical Hypnosis, 2003).

VI. Quais as Limitações da Hipnose

Naturalmente, como todas as abordagens terapêuticas, a hipnoterapia também


têm as suas limitações. Por exemplo, deve-se evitar o uso da hipnose em pacientes com
síndromes epilépticos, ou com traços psicóticos e/ou esquizofrénicos, pacientes com

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este tipo de sintomatologia não devem recorrer à hipnose pois poderia exacerbar os
seus sintomas. Todos os outros casos são passíveis de recorrerem à ajuda hipnótica.

VII. Hipnose Clínica


Associação Médica Americana (AMA) reconheceu as vantagens do uso da hipnose
em 1958. A AMA define a hipnose como um “estado passageiro de atenção modificada
no sujeito, estado que pode ser produzido por outra pessoa e no qual diversos fenómenos
podem aparecer espontaneamente ou em resposta a estímulos, que podem ser verbais
ou de outro tipo” (In: AMA, Setembro de 1958). Estes fenómenos compreendem uma
mudança na consciência e na memória, uma susceptibilidade aumentada à sugestão e
o aparecimento no sujeito de respostas e ideias que não lhe são familiares no seu estado
anímico habitual (M. Simões, 2004).

VIII. A Hipnose e a Psicologia


A hipnose é um estado modificado de consciência (altered states of consciousness)
no sentido da Psicologia Transpessoal. (Ludwig, 1966; Ludwig e Levine, 1965; Tart,
1969). Referem os principais autores que o estado hipnótico é, assim, um estado
expansivo da mente, também designado por alfa já que esta é a frequência em que é
medido pelos ritmos e padrões do EEG. Após o reconhecimento oficial dos padrões e
registos electroencefalográficos característicos do transe hipnótico, que são distintos do
sono biológico, comprovou-se oficialmente a possibilidade do uso da hipnose como um
instrumento médico-clínico. Verificou-se também que os registos encefalográficos no
EEG de um sujeito em transe hipnótico, onde predomina a frequência alfa, é diferente
da situação de vigília (frequência beta) e do sono profundo (frequência teta)” (Leal,
2005).

IX. A Hipnose, enquanto técnica clínica


Hipnose pode ser considerada uma técnica diagnóstica e principalmente clinico-
terapêutica. Após aturados estudos ela demonstra ser muito eficaz em inúmeras áreas,
sendo uma técnica verificável segura e científica, se utilizada por profissionais
competentes designados de hipnoterapeutas, mas também por médicos, psicólogos e
dentistas na sua prática clínica. Um bom profissional de saúde, com uma adequada

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preparação e formação, está apto a apender e a utilizar esta interessante ferramenta. A


sua relevância e sucesso na promoção da mudança de determinados padrões de
pensamento e de comportamento e da reprogramação inconsciente da percepção da
patologia (exemplo: no controlo da dor, nas adições, controlo e gestão de stresse),
revela-se de valor incontornável na abordagem terapêutica.

X. Características psicofisiológicas da Hipnose

Geralmente, um sujeito hipnotizado apresenta as seguintes características (Bauer,


2004):
a. Fisiológicas:
i. Hipotonia acentuada
ii. Peso nas pálpebras com tendência a fecharem
iii. Inibição de movimentos voluntários, mas conservando a faculdade motora
iv. Inibição parcial da sensibilidade
v. Ritmo alfa no Electroencefalograma (EEG)
vi. Pouco consumo de oxigénio, reflectido pela diminuição acentuada do
metabolismo e uma ligeira baixa da temperatura.
b. Psíquicas:
i. Experimenta preguiça mental ou ligeira “tonteira”
ii. Tendência para amnésias (sobretudo nos estados mais profundos),
perdendo a noção do sentido espaço-tempo
iii. Hiper sugestionabilidade que pode modificar o sentido do eu
iv. Inibição parcial da vontade, mas conserva o sentido moral
v. O subconsciente liberta-se
vi. A consciência segue o seu curso normal, após saída do transe.

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XI. A sugestionabilidade hipnótica


Refere Cláudia Carvalho, no seu estudo para validação da versão portuguesa da
Scale of Hypnotic Susceptibility, em 2006, estima-se que, em condições benéficas e de
concordância com a técnica, cerca de 90% dos indivíduos de qualquer idade e condição
social possam ser hipnotizados em transe leves, moderados e profundos. Apenas perto
de 10%, devido a mecanismos psicológicos de defesas, são refractários a qualquer
indução hipnótica (Carvalho, C. et al., 2006).

XII. Quais as áreas anatomofuncionais do encéfalo envolvidas no transe hipnótico

Os últimos anos têm sido marcado por inúmeras transformações epistemológicas


que, provavelmente, permitiram um resgate da hipnose enquanto técnica de
investigação e a sua prática clínica tem sido recomendada. Em termos de paradigma
científico, houve uma espécie de retomada de noções do potencial do transe hipnótico
que, de uma posição marginal, passaram a co-habitar com as perspectivas já
consagradas e dominantes. Desde Pavlov, um médico russo conhecido pela indução
reflexológica, que definiu o transe hipnótico como um “sono incompleto” causado por
sugestões hipnóticas, se sabe que as sugestões provocariam uma excitação em algumas
partes do córtex cerebral e inibição em outras partes do cérebro (Neuber, M. 2009).

Importa recordar que os recentes estudos provam que o estado hipnótico é uma
condição mental em que o cérebro apresenta alta actividade psíquica e uma maior
irrigação cortical e subcortical, que desencadeia importantes reacções cerebrais.
Qualquer procedimento em hipnoterapia pode passar por vários estádios de transe,
nomeadamente o transe leve, médio e transe profundo:
I. Transe leve: sendo o primeiro passo do transe hipnótico, o estádio leve é
caraterizado pela focalização num objeto, pensamento ou ideia é usada para
focalizar e absorver a atenção do paciente. Neste estádio o sujeito deixa de
prestar atenção à consciência periférica e centra o seu pensamento nos
construtos e dinâmicas internas;

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II. Transe médio: o segundo passo do setting hipnótico é o transe médio, onde
geralmente ocorrem dois fenómenos interessantes: o primeiro, o cérebro
apresenta uma desativação do Giro Frontal superior esquerdo, o que possibilita
estimular a capacidade dedutiva e um aumento da resistência, nomeadamente
à dor (o interessante é que qualquer sugestão dada neste estado de transe
hipnótico é assimilada com mais facilidade, potenciando recursos internos e
promove a mudança); o segundo fenómeno é a activação dos lobos occipitais
bilateralmente, fomentando o aparecimento de imagens oníricas (Scaer R.,
2001) - esta estimulação dos lobos occipitais, área cerebral responsável pela
visão, estimula uma maior imaginação, aumentando a capacidade de
visualização, provocando maior criatividade e potencializando o assimilar de
informações. Os especialistas são unânimes a afirmar que é o melhor transe para
uso psicoterapêutico;

III. Transe profundo: este é o último nível de transe hipnótico e é considerado o


transe profundo (também designado como sonambúlico), que ocorre com a
activação do Giro Cingulado anterior direito, área do cérebro responsável por
emoções como, o medo, a alegria, a tristeza, a cólera, e outras. Na realidade
quando esta área profunda do cérebro humano está activada estimula uma
maior atenção aos ‘construtos internos’ (memórias e/ou experiências reprimidas
ou recalcadas) e pode resultar em analgesia total, relatos oníricos, visualizações
e alucinações visuais, auditivas e cinestésicas (Scaer R., 2001; Cojan Y. et al.,
2009) .

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Novas abordagens e aplicações em hipnose

hipnose, uma técnica de


grande abrangência clínica

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Novas abordagens e aplicações em hipnose


I. Hypnogenesis e as Propriedades Emergentes da Hipnose, na ajuda
a doentes com câncer, sindromes reumáticas e outras doenças
auto-imunes

„Qualquer pessoa que olha para a doença como uma expressão vital do
organismo para atingir o equilíbrio deixa-a de a ver como um inimigo.“ (Oliver
Sachs)

A psicoimunologia explorada através da hipnose regressiva tém contribuido para que as


síndromes neurodegenerativas e/ou doenças auto-imunes possam ser melhor
compreendidas e naturalmente atenuadas. O método Hypnogenisis apresenta uma
metodologia assente no uso da hipnose, para acompanhamento de uma amostra
aleatória de grupos de doentes oncológicos, com sindromes neurodegenerativas e de
doentes reumáticos. Através deste método promovem-se estados expansivos de
consciência (hiperconsciência), regressão de memória, afloramento de engramas do
passado, visualização guiada e a espiritualidade, para despertar o Curador Interno.

Com o tema Hypnogenesis, procurou-se optimizar um conjunto de técnicas


hipnocomportamentais, hipnocognitivas e hipnoanalíticas num protocolo, e que
permitissem encetar uma intervenção à causa-fonte e posterior intervenção
hipnoterapêutica de reestruturação cognitiva. Naturalmente num contexto
psicoterapêutico mais humanizada e consentânea com aos valores e crenças dos
consulentes.

Como já referi, o método Hypnogenesis pode ser considerado um processo terapêutico


de cariz psico-espiritual, já que combina a hipnose clínica, visualização criativa,
respiração, a técnica regressão de memória e TVP, a constelação sintomática da doença,
com a técnica de cura pelo toque terapêutico e auto-expressão para promover equilíbrio
psicofisiológico e a auto-cura nos vários níveis do Ser.

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Assim, apresentamos um interessante método de intervenção e que pode ajudar os


profissionais de saúde a compreender e a utilizar melhor a psicodinâmica interna do
cérebro humano, nos diversos estágios de transe. Aprendendo como aflorar dimensões
da psique que promovem o auto-conhecimento da principal raiz do problema.
Sobretudo, aqueles que enfoquem a auto-cura, para promover harmonia, saúde e
crescimento pessoal.

Hypnogenesis, uma abordagem holística e mais humanizada no setting


hipnoterapêutico.
Duas variáveis a ter em conta: parte-se da premissa que no corpo físico residem todas
as memórias e informações de traumas, conflitos existenciais, ou bloqueios
inconscientes, derivados de acontecimentos passados na nossa vida actual e até a níveis
pré-primários da própria organização mental; no corpo etéreo/psíquico residem
registos quânticos de experiências passadas, escórias energéticas e cruzamentos
cármicos à espera de ser compreendidos e libertados. Quando não queremos prestar
atenção aos sinais do corpo ele chama-nos a atenção, às vezes duma forma cada vez
mais agressiva (doenças de pele, doenças imunitárias, doenças terminais e outras), até
que o ouçamos ou então fiquemos doentes;

Efetivamente, reconhece-se a relevância clínica da hipnose regressiva e hipnoanálise, e


a contribuição que tem dado em áreas tão importantes como as sindromes auto-
imunes, entre elas: as doenças reumáticas e dermatológicas, o cancro, a fibromialgia e
outras perturbações de indole psicossomáticas. Sendo que a hipnose é uma abordagem
natural, ínócua e não-invasiva e os últimos estudos referem um impacto positivo a longo
termo na melhoria da qualidade de vida e na redução nos custos de saúde. Esta
metodologia terapêutica tem suscitado uma interesse crescente, não só por
profissionais da saúde mental, mas especialistas tão diversos como: médicos e
enfermeiros, obstretas, anestesiologistas, dentistas, nutricionista, entre outros
profissionais com formação diferenciada na área da saúde humana.

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Compreende-se a necessidade urgente de uma abordagem mais humanizada do doente,


e que impõe a todos os profissionais envolvidos na prestação de cuidados de saúde
a este tipo de doentes, a necessária actualização de novos metodologiase abordagens
psicoterapêuticas.

Marianne Williamson referiu: "Nada te deixa cego, exceto os teus pensamentos. Nada
te limita excepto os teus medos; e nada te controla, excepto as tuas crenças." Será que
não estamos todos de acordo com isto?

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A psique humana é multidimensional


Quer dizer, um terapeuta regressivo não só deve aceitar que a psique humana é
multidimensional, mas postular que os sofrimentos da psique, consciência ou alma
existem numa variedade de formas subtis não restringidas ao corpo físico ou às
restrições imediatas de tempo e espaço. Em suma, a tomada de consciência dessas
realidades ocultas levam a compreensão do consulente a profundidades e a elevações
surpreendentes dentro da psique e que podem levar a compreensões psicoespirituais,
e por conseguinte à cura, comparadas às grandes disciplinas psicoespirituais do Oriente.
Esta proposta de trabalho Hypnogenesis nada mais faz do que procurar sempre a origem
do trauma do nosso consulente e que esteja a ser vivida no presente em es tado de
drama. Esta ressonância energética pode ser escutado, compreendida e libertada com
compreensão psicoterapêutica. Esta abordagem é muito poderosa pois a liberação de
traumas, por meio da técnica de reestruturação cognitiva posterior à regressão. Em
suma, é como descascar as peles de uma cebola, em que cada pele pode representar
uma vida específica dentro das múltiplas vidas experienciadas e vividas no passado
daquele ser.

Poder da Aceitação da dinâmica da doença


“Acordar para quem você é, requer desapego de quem você imagina ser.” Refere Alan
Wats. Para concluir esta breve síntese da abordagem da hipnose em doenças auto-
imunes, eu gostaria de pedir para que pense comigo, por exemplo, numa síndrome ou
numa doença auto-imune, com o estigma de morte anunciada, como por exemplo, o
câncer. A primeira pergunta que inegavelmente fazemos é: Porquê a mim? Mas a
pergunta está errada, devemos substituir o “porquê” pelo “o quê”. O que fez surgir a
doença? O que é que a doença nos quer mostrar ou dizer? Já alguma vez pensou nisto?
Quando se trata de uma doença com esta magnitude, o mais lógico seria pensar: se não
vencemos a doença por que lhe resistimos? Quando nos deslocamos da resistência para
a aceitação, mudamos do controle à influência na dinâmica da doença. Ora veja se está
de acordo comigo nesta máxima, “não podemos controlar os outros, mas podemos
influenciá-los”, certo? E a aceitação é apenas o primeiro passo no processo de
influenciar o outro, mesmo que se trate de uma doença.

Dr. Alberto Lopes, neuropsicólogo/hipnoterapeuta, Rua Alegria nº 964. Porto – Portugal .


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Mas como influenciar os outros de forma eficaz? A psicologia diz-nos que somos seres
de relação e que este é o grande desafio da criatividade no contexto dos nossos
relacionamentos. No que diz respeito ao contexto de uma doença, tenho para mim que,
não podemos criar uma “resposta influente - neste caso de cura” se o nosso pensamento
está em negação. Ou se a nossa a energia está presa num estado de resistência ao
fenômeno que está a passar-se no nosso corpo.
Pare, escuta e sinta, é isso que nos pede a doença. Quando deslocamos a energia da
resistência à aceitação, damos início ao processo para a resolução de conflitos internos.
Esta mudança permite acima de tudo escutar as dinâmicas do nosso corpo, abrimos ao
outro ou à situação que está latente e naturalmente podemos relaxar. Condição “si non
qua non” para que o organismo inicie o processo natural de cura.

A proposta de trabalho Hypnogenesis parte do pressuposto que dentro de nós não


existem inimigos, apenas existem partes ou lados de nós que não estão a ser
reconhecidos ou acolhidos na sua essência; E é esse encontro entre lados,
aparentemente díspares, que a Hypnogenesis vai mediar e facilitar a mudança por meio
do suporte natural do nosso corpo que habitualmente tende para o equilíbrio. Com a
comunicação inconsciente estabelecida, começa-se a abrir uma porta ao Curador
Interno (tipo Propriedades Emergentes) onde se reaprende a confiar no processo de
dar espaço à sabedoria interior e de acolher as coisas que emergem corporalmente, sem
as querer antever, controlar ou coisificar.
A facilitação natural da compreensão positiva da síndroma/problema, e do respetivo
processo de mudança, ajuda a pessoa a confiar no processo terapêutico, já que descobre
uma dinâmica interna que se quer fazer ouvir, e a vida psíquica que lhe está inerente.

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II. Hipnoanálise, um conceito de terapia de regressão

O termo te´cnico da Terapia Regressiva, ou também chamado de Pesquisa


Transgeracional é a na realidade a Hipnoanálise. Este nomenculatura foi usado pela
primeira vez por Hadfield, em 1920, para denominar um conjunto de fenómenos
mentais onde a mente se expande e entra em hiper-amnésia. Quer dizer, com a mente
devidamente hipnotizada é possível recordar memórias esquecidas ou encapsuladas,
não só da infância, mas a niveis pré-primários da própria organização mental. Há muito
tempo que se sabe que a hipnose, que utiliza o transe para ajudar a vencer as
resistências e inibições do consulente, e uma combinação de catarse hipnótica e de
sugestões re-educativas e a “livre associação de ideias”, permite o consciente aceitar a
assimilar recalcamentos passados e experiências emocionais dolorosas e relembradas
em segurança de um stting hipnótico permitem alcançar a paz interior.
Já mais tarde, o psicanalista alemão Ernest Simmel, vendo-se a “braços” com milhares
de pacientes, essencialmente soldados que sofriam de distúrbios psicossomáticos,
neuroses, e sobretudo stresse pós-traumático, resultado de traumas vividos na Primeira
Grande Guerra, resolveu aplicar hipnose para encurtar o tempo de tratamento. Simmel
que era de inspiração psicanalista também apelidou a técnica de hipnoanálise e foi mais
longe ainda. Efetivamente, ele juntou às técnicas de hipnose abordagens psicodinâmicas
e obteve resultados muito apreciáveis. A fusão da hipnose com a psicanálise foi um dos
mais importantes avanços médicos decorrentes da Primeira e Segunda Guerras
Mundiais.

Com o desenvolvimento da técnica e mais tarde a junção de outras técnicas psicológicas


(Análise Transaccional, Gestaltismo, Cognitivismo e Psi Transpessoal) a o termo
hipnoanálise ganhou credibilidade e aceitação académica. Modernamente, e com o
desenvolvimento da psicologia transderivacional, a pesquisa dos fenômenos hipnóticos
focou-se muito no fenómeno da regressão e exploração de experiências pregressas.
Existem várias designações sobre esta temática, TVP, TRVP, pesquisa Transderivacional.
Não obstante os nomes que atribuímos aos modelos, todas as abordagens assentam
num princípio comum: o ser humano no presente é o resultado de várias experiências

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vividas no passado, sendo que elas afetam de forma benéfica e/ou patologicamente a
vida do desse ser. Esta pesquisa transderivacional ficou vulgarmente conhecida como
“hipnose de regressão” ou hipnoanálise.

Como se desenrola o setting de hipnoanálise


A hipnoanálise é uma forma muito interessante de fazer terapia já que a hipnose facilita
os processos de mudança em psicoterapia, pois permite aceder às reais emoções e
dimensões psíquicas na sua origem, onde tudo aconteceu pela primeira vez, e que estão
na base dos problemas que a pessoa traz à consulta.
Este método procura tratar os pacientes com o transe e envolve o uso de um estado
hipnótico catártico, no qual a hipnose diminui as inibições e repressões e liberta o
bloqueio emocional associado a um trauma antigo. Esta é um tipo de terapia
hipnoanalítica e procura libertar a as emoções emparelhadas a memórias esquecidas ou
recalcamentos traumáticos do passado. Sendo um método de libertação catártica as
emoções são vividas na segurança do consultório, em transe e de forma intensa, mas
inquestionavelmente libertadora.

Porquê a utilização do método catártico em hipnoanálise?


A hipnose facilita a "livre-associação", ajudando enormemente o trabalho analítico em
relação às fantasias inconscientes e que na maioria das vezes estão a serem vividas no
presente em estado de drama através de síndromes disfuncionais.
Com o transe hipnótico existe uma flexibilidade completa na recuperação das
recordações mais difíceis, e memórias recalcadas que constituem a nossa história
pessoal. A catarse permite libertar e “drenar” a energia somática associada a um trauma
antigo. Já que permite questionar as nossas crenças internas e verdades absolutas sem
as julgar ou tentar anular. Ou seja, podem recordar-se momentos traumatizantes e
encará-los por uma nova perspetiva. Podem reviver-se momentos excelentes e
reproduzi-los para o futuro (os atletas usam este método para alcançar a excelência).
Além disso está demonstrado que o transe hipnótico facilita a "livre-associação",
ajudando enormemente o trabalho analítico em relação às fantasias inconscientes, sem
as anular, julgar ou coisificar. Com isto, os consulentes podem abrir espaço
internamente para conseguirem sentir organicamente, e de forma mais clara e

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entendível, tudo o que se está a passar nos seus órgãos e corpos, em relação a um
determinado momento, problema ou situação.
Consequentemente, podem intuir de forma mais coerente e ampla sobre o que
necessitavam fazer para as coisas seguirem o seu curso correto, quer dizer, atingir o
equilíbrio emocional e pessoal. Pois tenho para mim que não faz sentido supor que a
psicoterapia no estado de vigília, que se dirige essencialmente à racionalização
consciente, seja mais eficaz que a hipnoanálise, que se dirige diretamente ao
subconsciente e inconsciente, onde reside a causa do mal. Concluindo, esta abordagem
hipnoanalítica é base de quase todos os tratamentos hipnoterapêuticos e é o cerne da
nossa formação em hipnose clínica e hipnoanálise.

Porquê o uso da terapia regressiva (hipnoanálise), para um processo de cura?


Tenho para mim que a possibilidade de auto-cura da maioria das doenças mentais e
físicas existe, e está ao seu alcance de qualquer um de nós. Basta simplesmente querê-
la, imaginá-la, decidi-la, programá-la. E ter a certeza a cem por cento do poder do seu
inconsciente. Ou libertar a energia associada a um trauma antigo este pode ser
cicatrizado mais facilmente.
Digo a todas as pessoas perdidas no labirinto do seu sofrimento, embaraçadas nas suas
decisões, ou presas nos dramas e traumatismos do seu passado, existe uma solução para
tudo isso. Tenho para mim que por mais grave que seja a sua doença, por mais difícil
que esteja a viver neste momento o seu drama, há uma saída para si. Porque para
qualquer situação ou doença que nos pareça desagradável e difícil suportar, ou mesmo
dramática no seu sofrimento, ela pode surgir como uma função útil quando reservamos
tempo para a procurar a sua mensagem. Pois se aceitamos viver a experiência
encontramos a mensagem que a doença nos quer entregar, quer dizer, é-nos proposta
uma porta de saída (uma solução) como um caminho que se abre à nossa frente e que
nos conduz sempre para melhor forma de viver, pronto para novas aventuras.

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III. A hipnose usada no controlo e modulação da dor

Analgesia, efeito da Hipnose versus tratamento Opióide: um estudo sobre a dor

Autores: Alberto Lopes e Pedro Amorim.


Colaboração dos estudantes do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da UP -
Ana Carvalho, Carina Pereira, Catarina Silva, Denny Rodrigues, Gonçalo Ferreira, Helena
Afonso, Isabel Sousa, Joana Braga, Nádia Santos, Nuno Babo, Pedro Barreira e Rui Silva

Abstract
Estudo realizado no âmbito das XXIV Jornadas de Terapêutica ICBAS. Procurou-s e
quantificar e comparar o efeito analgésico da hipnose e do Remifentanil, em resposta a
estímulos dolorosos, utilizando uma escala numérica da dor (END) e potenciais evocados
(PE). Doze voluntários, criteriosamente seleccionados, foram submetidos a estimulação
eléctrica dolorosa no nervo mediano com intensidade variável, quantificando a dor
através de END e PE. Repetiu-se o procedimento submetendo os voluntários a doses
variáveis de Remifentanil e a duas técnicas de analgesia hipnótica.

Palavras-chave: Hipnose, dor, analgesia opioíde, potenciais evocados


somatossensoriais.

Introdução
Segundo a IASP (International Association for the Study of Pain), a dor é definida como
uma experiência subjectiva, desagradável, sensitiva e emocional, associada a lesão real
ou potencial dos tecidos ou descrita em termos dessa lesão, sendo vivenciada por quase
todas as pessoas. É, com frequência, o motivo que leva a procurar os serviços de
saúde.1,2.

A Direcção-Geral da Saúde recomenda a mensuração da intensidade da dor com recurso


à utilização de uma das escalas validadas internacionalmente. O presente estudo teve
como base aEscala Numérica da Dor (END), enquanto elemento de avaliação subjectiva

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da dor e o recurso à análise da latência e amplitude das ondas de Potenciais Evocados


(PE), enquanto técnica objective de mensuração.

Para o seu controlo, existem várias estratégias disponíveis.


Os opióides são um grupo de substâncias derivadas do ópio que produzem analgesia.
Dos vários elementos que compõem este grupo, para a realização do presente trabalho,
recorreu-se ao Remifentanil. Este é um derivado da Fenilpiperidina, apresenta
farmacocinética característica, com semi-vida curta e previsível, representando uma boa
opção para uso em anestesia venosa total, anestesia geral balanceada ou sedação.[6]
Podemos definir hipnose como sendo um estado modificado de consciência, produzido
por técnicas apropriadas, ou espontaneamente e não como um estado de sono. O
hipnotismo é uma técnica que permite aceder ao “estado de ser” do indivíduo e, sendo
capaz de modular a percepção mental do seu estado físico, interfere, quer com a
componente física, quer com a mental do próprio sujeito. [7,8]

Os Estágios de Hipnose
Podem ser induzidos diferentes estados de hipnose, desde os mais leves aos mais
profundos: estado leve, médio, profundo e sonambúlico. [7]
A hipnose, além de ser utilizada como uma técnica cognitivo-comportamental, capaz de
influenciar as condições psíquicas, somáticas e viscerais do indivíduo, tem vindo a ser
utilizada como um meio de modulação da dor crónica e aguda, ao interferir com a
percepção desse mesmo estímulo, fazendo com que a sua intensidade percebida seja
menor. Acredita-se, assim, que o processo de redução da dor actue num nível
consciente, enquanto o estímulo doloroso é registado no sistema nervoso. [7,8]
A hipnose tem vindo a ser utilizada na odontologia, dermatologia, tratamentos
estéticos, cirurgia restauradora, obstetrícia e no tratamento da dor crónica. Existem
várias técnicas analgésicas em hipnoterapia, tendo sido utilizadas, neste estudo, as
técnicas de dissociação+luva e técnica de luva isolada.[9,10]
A utilização de escalas de susceptibilidade hipnótica é uma das características -chave da
investigação actual em hipnose. A Escala de Susceptibilidade Hipnótica de Stanford,
Forma C (SHSS:C; Weitzenhoffer y Hilgard, 1962) é considerada, por muitos

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investigadores, o melhor instrumento para avaliação da hipnotizabilidade, cuja


fiabilidade e validade foi já demonstrada para a população Portuguesa.[11,12]

Existem alguns estudos que demonstram o efeito da hipnose na dor e na diminuição dos
potenciais somatossensoriais e o seu efeito cerebral, utilizando fRMI. No entanto, na
pesquisa bibliográfica realizada, não foram encontrados estudos que correlacionem o
poder analgésico da hipnose com o de um analgésico opióide. Deste modo, os principais
objectivos do presente estudo são: i) quantificar o efeito analgésico da hipnose e do
Remifentanil, em resposta a estímulos dolorosos, utilizando uma escala numérica e
potenciais evocados; ii) comparar o efeito analgésico entre hipnose e Remifentanil,
utilizando uma escala numérica e potenciais evocados.

Materiais e Métodos
O estudo decorreu com o conhecimento e aprovação do protocolo pelo Conselho de
Administração e Comissão de Ética do HGSA, bem como do Director de Serviço de
Anestesiologia e do Director do Bloco Operatório. Foram estudados voluntários
recrutados através de anúncios afixados em locais frequentados por alunos e
seleccionados através de critérios de idade (20 a 30 anos), IMC (18,5 a 24 Kg/m2), perfil
psicológico (pela escala de auto-avaliação de ansiedade e depressão de Zung) e
sensibilidade hipnótica (avaliada pela escala de Stanford validada para a população
portuguesa). Foi efectuada uma power analysis para determinar a dimensão da amostra,
a qual indicou a necessidade de estudar 12 indivíduos, 6 de cada sexo.

A selecção dos voluntários foi realizada de entre um total de 22 indivíduos que aceitaram
efectuar as avaliações referidas, tendo sido seleccionados os seis de cada sexo que
apresentavam maior susceptibilidade à hipnose. No dia do estudo, os voluntários
puderam levar consigo uma pessoa para assistir ao procedimento, sendo este filmado
para possível visualização posterior por parte do voluntário e dos investigadores. Todos
os voluntários foram devidamente esclarecidos dos procedimentos a realizar e riscos
associados, dando o seu consentimento informado. À chegada foi efectuada uma check
list de segurança do bloco e verificados a assinatura do consentimento informado e o
jejum. O protocolo experimental decorreu no bloco operatório de neurocirurgia, com

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ambiente calmo, onde estiveram presentes apenas os elementos da equipa de


investigação necessários. Os registos das doses de Remifentanil, da sequência da
intensidade de estimulação, dos potenciais evocados e da avaliação da dor pela escala
numérica apenas foram juntos depois da experiência, de modo a que nenhum dos
intervenientes introduzisse qualquer viés. Apenas o médico e o enfermeiro tiveram
acesso a toda a informação em tempo real, de modo a que pudessem realizar um
acompanhamento clínico e garantir a segurança do voluntário.
Primariamente, foram determinados os limiares sensitivo, motor e doloroso de cada
indivíduo, sem Remifentanil, nem hipnose, através da aplicação de estímulos simples de
1Hz, de intensidade crescente. Ainda sem Remifentanil ou hipnose, foi aplicada uma
série de 200 estímulos de 3,1Hz e 0,5ms de duração, com uma intensidade igual a 0,7 e
1,3 vezes o estímulo do limiar de dor (0,7 e 1,3LD), pedindo ao voluntário para classificar
a dor de 0-10 e, concomitantemente, registando o potencial evocado. A analgesia
opióide foi obtida com a utilização de diferentes doses de Remifentanil (1, 2, 3, 4, 5, e 6
ng/mL) e a analgesia hipnótica foi induzida pela utilização das técnicas i) dissociação +
técnica da luva e ii) técnica da luva. Para cada situação experimental subsequente, sob
Remifentanil ou hipnose, procedeu-se à estimulação com 0,7 e 1,3LD, pedindo ao
voluntário para classificar de 0-10 a sensação dolorosa e registando o potencial evocado.
A sequência das doses de Remifentanil e intensidades de estímulo foi efectuada de
modo aleatório. Se a randomização fizesse com que a concentração inicial de
Remifentanil fosse de 5 ou 6ng/ml, começava-se por atingir a concentração de 4 ng/ml
e só se aumentava o alvo caso não ocorresse depressão respiratória ou rigidez muscular.
Sempre que atingida a concentração máxima de Remifentanil, questionavam-se os
voluntários acerca de quaisquer efeitos que sentissem. Foram estudados 4 voluntários
por cada sessão, sendo que 2 iniciaram o procedimento com analgesia opióide e 2
iniciaram com analgesia por hipnose.

O procedimento da analgesia hipnótica foi realizado em duplicado para cada estímulo.


Entre as duas fases da experiência os voluntários esperaram cerca de 90 a 120 minutos
de modo a que não ocorresse interferência de um analgésico sobre o outro. Os
voluntários responsabilizaram-se por não transmitir qualquer tipo de informação,
objectiva ou subjectiva, aos restantes participantes, sobre o que ocorreu durante a

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experiência. O procedimento foi acompanhado da monitorização constante dos


parâmetros vitais acrescidos de electrocardiograma, electroencefalograma, BIS (sensor
frontal), medição do CO2 expirado, saturação O2 e temperatura na extremidade do
dedo médio de cada mão. Para a infusão do anestésico foi cateterizada uma veia da
flexura do membro superior esquerdo, com um cateter de 18G, sendo infundido soro
fisiológico a 400mL/h. O Remifentanil foi preparado a 20ug/ml em seringa eléctrica
conectada ao computador para administração por TCI (Target Controlled Infusion). Foi
utilizado o modelo farmacocinético de Minto e infusão com alvo cerebral.
A administração de Remifentanil e colheita de dados foram efectuadas por computador
com sistema Rugloop, o qual foi conectado a um monitor multimodal e ao BIS. De modo
a registar os potenciais evocados foram colocados eléctrodos no punho e couro
cabeludo (5 eléctrodos agulha). Foi, ainda, administrado O2 por cânula nasal a 3L /min.
No final das duas sessões, os voluntários eram questionados para se avaliar a sua
percepção relativamente às diferentes intensidades de estimulação e variação das doses
de analgésico.

À presente data ainda não foi realizada a análise estatística completa dos dados obtidos.
Pelo que será aprofundada a existência de diferença significativa na resposta ao
estímulo doloroso sob o efeito de Remifentanil ou hipnose de homens e mulheres,
usando o teste de Qui quadrado ou equivalente não paramétrico. Se houver diferença
estatística os dados serão analisados em separado. Posteriormente, será verificada a
significância do poder analgésico da hipnose (teste t de Student), comparando o valor
médio da END e PEs para 1,3LD e 1,3LD com hipnose. Se significativo, determinar-se-á
qual a concentração de Remifentanil a que corresponde esse valor de END e PEs usando
uma recta de tendência para a relação entre as doses de Remifentanil e a END ou PEs.
De seguida, será determinada a correlação entre as curvas [Remifentanil] x END e
[Remifentanil] x PEs, usando o teste do Qui quadrado. Os potenciais evocados serão
analisados de acordo com a sua amplitude e latência.
Os dados são expressos como média ± desvio padrão, sendo a análise estatística
efectuada utilizando o programa SPSS 17.0. A homogeneidade da variância será
confirmada pelo teste de Levene previamente à análise paramétrica. A significância
estatística é assumida para valores de p ≤ 0.05.

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Resultados do Estudo da hipnose versus remifentanil


Foram submetidos ao teste de sensibilidade à hipnose um total de 22 voluntários, dos
quais foram seleccionados 12 com idades compreendidas entre os 20 e 27 anos, sendo
seis de cada sexo. Apresentamos resultados preliminares, relativos apenas aos dados da
avaliação da dor, através da END, ainda sem análise estatística completa. Não foram
ainda processados os dados relativos aos potenciais evocados nem à monitorização
hemodinâmica, respiratória e do EEG e BIS.
Todos os voluntários permaneceram colaborantes ao longo de todas as fases do estudo,
participando sem dificuldade na avaliação da dor pela END. Os alunos autores
participaram nas diversas etapas do estudo, nomeadamente na execução do protocolo
no bloco operatório, tendo sido possível que realizassem por si sós todos os
procedimentos. A avaliação da dor após estimulação inicial com intensidade de 0,7LD
foi de 5,5±1,98 e a avaliação após a estimulação inicial com intensidade 1,3LD foi de
7,5±1,71, sendo os valores obtidos em cada voluntário utilizados como referência para
as comparações posteriores. A média dos resultados obtidos na avaliação da dor com
estímulo de 0,7LD para cada voluntário e para cada concentração de Remifentanil, são
apresentados na Tabela I. Os resultados para a estimulação com intensidade de 1,3 são
apresentados na Tabela II.

Tabela I - Valores médios de Escala Numérica da Dor (END) em função da concentração


de Remifentanil aplicada, para estímulo doloroso de 0,7LD. LD = Limiar de Dor.

[Remifentanil] ng/mL

12 Voluntários 0 1 2 3 4 5 6

Média 5,50 3,00 3,75 2,08 2,41 2,08 2,25

DesvPad 1,98 1,68 2,24 1,61 2,14 2,36 2,09

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Tabela II - Valores médios de Escala Numérica da Dor (END) em função da


concentração de Remifentanil aplicada, para estímulo doloroso de 1,3LD. LD = Limiar
de Dor.

[Remifentanil] ng/mL

12 Voluntários 0 1 2 3 4 5 6

Média 7,50 6,25 5,92 4,17 4,33 4,00 3,00

DesvPad 1,71 1,79 2,02 2,07 1,97 2,12 2,16

Ainda relativamente ao Remifentanil, foi analisado o efeito sobre a dor como


percentagem relativamente ao valor de referência na END. O Gráfico 1 apresenta a
relação entre as diferentes concentrações de Remifentanil e a percentagem de redução
da dor na END, para cada nível de intensidade de estimulação (0,7 e 1,3). Uma análise
de correlação permitiu verificar a existência de uma correlação estatisticamente
significativa entre as concentraçoes de Remifentanil e a redução da dor na END.

Gráfico 1 - Variação da dor (%) em função da concentração de Remifentanil, para 07LD


e 1,3LD LD = Limiar de Dor. Tal foi verificado para a estimulação com 0,7LD
(R2=0,7996) e para a estimulação com 1,3LD (R2=0,8757).

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Quanto à hipnose, esta revelou-se claramente mais eficaz na redução da dor provocada
pela estimulação de menor intensidade, aproximando-se dos 50%. Para a estimulação
de maior intensidade, a atenuação da dor foi de 19,4% com a técnica de dissociação
mais luva e de 16,4% com a técnica da luva, (p<0,05) (Tabela III e Gráfico 2).

Tabela III – Valores médios de Escala Numérica da Dor (END) para ambos os estímulos
dolorosos (0,7 e 1,3LD) em função da técnica de Hipnose aplicada. LD = Limiar de Dor.

Hipnose – Dissociação +
Luva Hipnose luva

END para END para


0,7LD 1,3LD 0,7LD 1.3LD

12 Voluntários Sem Com Sem Com Com Com

Média 5,50 2,96 7,50 6,04 2,59 6,27

DesvPad 1,79 1,85 2,02 2,63 1,70 3,14

Gráfico 2 - Representação gráfica da variação da dor (%) para as diferentes técnicas


hipnóticas, em ambos os estímulos nóxicos (0,7 e 1,3LD). LD = Limiar de Dor. (p<0,05
em ambos os casos)

No que respeita à comparação entre o efeito analgésico da hipnose e do Remifentanil,


verifica-se que a atenuação da dor com a hipnose é equivalente à que é obtida com as
concentrações de Remifentanil de 1 e 2 ng/ml. Tal observa-se para a estimulação com
0,7LD e 1,3LD. Efeitos laterais ocorreram apenas com Remifentanil; prurido facial e

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dificuldade de deglutição foram os mais frequentes e depressão respiratória ocorreu


apenas em um voluntário.

Discussão e Conclusões dos Resultados


Observou-se uma correlação significativa entre doses crescentes de Remifentanil e
atenuação da dor. A hipnose permitiu reduzir significativamente a dor e teve mais efeito
analgésico para a dor menos intensa. Não houve diferença entre as duas técnicas de
hipnose. Pode afirmar-se que a potência analgésica da hipnose tem relevância clínica,
uma vez que foi equipotente a doses de Remifentanil que proporcionam analgesia
clínica relevante. Pela primeira vez foi possível quantificar o efeito analgésico da hipnose
por comparação com um analgésico padrão.

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A analgesia hipnótica, efeito da Hipnose versus tratamento Opióide

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IV. A investigação e desenvolvimento da hipnose em Portugal

Geralmente, as pesquisas sobre a hipnose partem de uma ótica quantitativa sendo


que a fenomenologia hipnótica possui uma dimensão subjectiva muito rica e que pode
também ser aferida através de modernas técnicas da neuro imagem. Não obstante, uma
vez que o transe hipnótico remete para uma construção processual, subjetiva e
complexa, as pesquisas ou a prática clínica aprofundada sobre ela não pode se restringir
meramente a respostas específicas. Pelo contrário, necessita de uma abordagem mais
abrangente, que permita dialogar com a riqueza dessas construções, as quais obedecem
sobretudo a processos qualitativos singulares e não a uma ordem estatística. É por meio
de um processo interpretativo, inseparável da relação terapêutica, que o investigador
integra informações aparentemente distintas e pode conceber a complexidade da
fenomenologia hipnótica.

Investigação científica sobre a hipnose promovida em Portugal


Nos últimos tempos a investigação científica e o estudo académico nacional têm
sido muito fértil, no que respeita à produção de artigos e publicação de estudos em
Portugal. Associações, universidades e hospitais públicos portugueses têm contribuído
com estudos e investigação para a validação e desmistificação da fenomenologia
hipnótica. Apraz-nos verificar que o desenvolvimento e divulgação da hipnose em
Portugal está assente na produção de inúmeros artigos científicos sobre os efeitos da
hipnose em contexto psicoterapêutico, mas também em ambiente médico clínico e no
controlo da dor em hospitais:

 Teresa McIntire, 2001. Aplicação da hipnose clínica em contextos de saúde. Bial);


 Na validação de instrumentos e escalas de aferição hipnóticas para a população
portuguesa (versão portuguesa da escala de avaliação da susceptibilidade
hipnótica Waterloo-Stanford Group C (WSGC));
 Na investigação da analgesia hipnótica (Alberto Lopes & Pedro Amorim, 2012.
Efeito da Hipnose versus Analgesia Opióide sobre a dor e potenciais evocados em
voluntários. In Hospital Santo António);

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 Na formação de pós-graduações em Hipnose Clínica (Renato Morais, 2012. Curso


de Introdução à Hipnose Clínica: Técnica e Aplicações. UFP Universidade Fernando
Pessoa);
 Mas também incluindo diversas teses de mestrado e doutoramentos (Maria
Aragão Freitas, 2009. Tese Doutoramento: Ansiedade nas avaliações escolares:
uma abordagem psicoterapêutica sob estados modificados de consciência num
grupo de alunos universitários. Universidade da Madeira).

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