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ESTUDO DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA ÁGUA-ÓLEO

CONSIDERANDO O EFEITO DE FORÇAS CAPILARES NA PRODUÇÃO ADICIONAL DE


ÓLEO

Dario Abilio Cruz

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de


Pós-graduação em Engenharia Civil, COPPE, da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como parte dos
requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em
Engenharia Civil.

Orientadores: José Luis Drummond Alves


Paulo Couto

Rio de Janeiro
Dezembro de 2015
Cruz, Dario Abilio
Estudo das Curvas de Permeabilidade Relativa Água-Óleo
Considerando o Efeito de Forças Capilares na Produção Adicional de
Óleo / Dario Abilio Cruz. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2015.
XV, 121 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: José Luis Drummond Alves
Paulo Couto
Dissertação (mestrado) – UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Civil, 2015.
Referências Bibliográficas: p. 93-97.
1. Permeabilidade Relativa. 2. Saturação Residual. 3.
Simulação Numérica. I. Couto, Paulo et al. II. Universidade Federal
do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de Engenharia Civil. III. Título.

i
DEDICATÓRIA

À minha esposa Graziela.

Aos meus pais Valdemir e Vera.

Aos meus irmãos Daiana e Douglas.

À minha avó Lourdes.

Com amor, admiração e gratidão.

“Every dream that you leave behind is a piece of your future that no longer exists”.

Steve Jobs, trecho do discurso para os formandos de Stanford, 2005.

ii
AGRADECIMENTOS

À minha esposa Graziela, pelo amor, apoio incondicional em todos os momentos e


incentivo para o enriquecimento do conhecimento.
Aos meus pais, meus irmãos e minha avó que acompanharam e definiram os meios,
tornando possível a minha formação de caráter e de conhecimento.
À Petrobras - Petróleo Brasileiro S. A. – pela oportunidade cedida, apoio e por ter
tornado este trabalho possível.
À COPPE e ao PEC por ter proporcionado as condições para que este trabalho
pudesse ser concretizado.
Aos meus orientadores, professor Paulo Couto e ao professor José Luis Alves pela
orientação, motivação e sugestões, fundamentais no desenvolvimento desta dissertação, e
por terem acreditado no meu trabalho.
Ao professor Virgílio José Martins Ferreira Filho pelas sugestões, comentários e
ajuda na revisão do texto.
Ao pesquisador doutor Rodrigo Surmas pelas revisões, sugestões e comentários
referentes a este trabalho.
Aos colegas do CENPES, com grande admiração e respeito, especialmente ao
colega André Luis Martins Compan pelas discussões e conhecimento compartilhado, e aos
colegas Marcelo Ramalho Albuquerque e Daniel Alberton Haas pelas discussões sobre o
modelo de simulação de reservatórios. E aos técnicos do Laboratório de Petrofísica Especial
pelos ensaios realizados, especialmente ao supervisor técnico Carlos Paiva Martins pela
dedicação e comprometimento na preparação e no acompanhamento dos ensaios.

iii
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

ESTUDO DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA ÁGUA-ÓLEO


CONSIDERANDO O EFEITO DE FORÇAS CAPILARES NA PRODUÇÃO ADICIONAL DE
ÓLEO

Dario Abilio Cruz

Dezembro/2015

Orientadores: José Luis Drummond Alves


Paulo Couto

Programa: Engenharia Civil

As produções de reservatórios de hidrocarbonetos podem ser estimadas utilizando


dados de análises laboratoriais em amostras de rocha representativas do reservatório,
através de um ensaio que mimetiza o processo de explotação que ocorrerá no campo. As
curvas de permeabilidade relativa obtidas dessas análises são os parâmetros que mais
impactam nos resultados das simulações de reservatório. A partir dos dados do ensaio de
deslocamento no meio poroso em regime transiente foi obtido o comportamento completo
dessas curvas até a saturação de óleo residual capilar, incluindo a produção do fluxo
forçado. A solução proposta e aplicada neste trabalho foi baseada nas equações e método
de cálculo semianalítico, no entanto, a aplicação foi estendida ao fluxo forçado e a produção
capilar. Os pontos das curvas de permeabilidade relativa completas, até a saturação de óleo
residual capilar, considerando a pressão capilar, ficaram significativamente superiores aos
pontos das curvas de permeabilidade relativa obtidas por deslocamento viscoso, até a
saturação de óleo residual do fluxo normal, sem considerar a pressão capilar. A produção
adicional de óleo medida após o procedimento capilar em relação à produção de óleo do
fluxo normal foi de 52,0% para amostra de rocha A e de 11,8% para a amostra de rocha B.
Na comparação dos resultados da simulação do modelo de reservatório com as curvas de
permeabilidade relativa obtidas com os dados da amostra A observa-se uma produção de
óleo adicional 10,8% maior que no caso utilizado tradicionalmente, enquanto que com as
curvas obtidas com os dados da amostra B observa-se uma produção de óleo adicional
5,0% maior que no caso utilizado tradicionalmente.
iv
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

OIL-WATER RELATIVE PERMEABILITY EVALUATION CONSIDERING THE


CAPILLARY FORCES EFFECT ON ADDITIONAL OIL PRODUCTION

Dario Abilio Cruz

December/2015

Advisors: José Luis Drummond Alves


Paulo Couto

Department: Civil Engineering

The productions of hydrocarbon reservoirs may be estimated using data from


laboratory tests on reservoir representative rock samples by means of a test that mimics the
exploitation process that occurs in the field. The relative permeability curves obtained from
these analyzes are the parameters that most impact the reservoir simulations results. From
the data of unsteady state core flooding test was obtained the full relative permeability curves
until the capillary residual oil saturation, including the bump flow production. The solution
proposed and applied in this work was based on the equations and the semianalytical
calculation method. However, the application has been extended to bump flow and capillary
pressure productions. The points of the full relative permeability curves, to saturation
capillary residual oil, considering the capillary pressure were significantly higher than the
points of relative permeability curves obtained by viscous flooding until residual oil saturation
of normal flow rate, neglecting the capillary pressure. The additional oil production obtained
after the capillary procedure compared to normal flow rate oil production was 52.0% for rock
sample A and 11.8% for rock sample B. Comparing the reservoir model simulation results
with the relative permeability curves obtained from the rock sample A data was observed an
additional oil production by 10.8% greater than in the case traditionally used, whereas the
curves obtained from the rock sample B data was observed an additional oil production 5.0%
greater than in the case traditionally used.

v
ÍNDICE

LISTA DE FIGURAS .......................................................................................................... VIII


LISTA DE TABELAS........................................................................................................... XII
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS ...................................................................... XIV
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1
1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO ............................................................................ 1
1.2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 2
1.3. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO .......................................................................................... 4
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .......................................................................................... 6
2.1. SATURAÇÃO DE FLUIDOS ........................................................................................... 6
2.2. PRESSÃO CAPILAR .................................................................................................... 7
2.3. MOLHABILIDADE ........................................................................................................ 8
2.4. PERMEABILIDADE ...................................................................................................... 8
2.5. CONCEITO DE PERMEABILIDADE ABSOLUTA ................................................................ 9
2.6. CONDIÇÕES PARA A VALIDADE DA LEI DE DARCY ......................................................... 9
2.7. PERMEABILIDADE RELATIVA ..................................................................................... 10
2.8. FLUIDOS DOS ENSAIOS DE PERMEABILIDADE RELATIVA POR MÉTODOS DE PRESSÃO
CAPILAR............................................................................................................................ 10
2.9. MÉTODO CENTRIFUGA ............................................................................................. 10
2.10. CÁLCULOS COM DADOS DE CAMPO E COM DADOS DE LABORATÓRIO .......................... 11
2.11. CÁLCULOS COM DADOS DE AMOSTRAS DE ROCHA DO RESERVATÓRIO ....................... 12
2.12. NÚMERO CAPILAR ................................................................................................... 13
2.12.1. Avaliação do Número Capilar das Amostras Analisadas ................................ 16
2.13. OBTENÇÃO DA CURVA DE PRESSÃO CAPILAR ............................................................ 17
2.13.1. Método de Hassler e Brunner ......................................................................... 21
2.13.2. Método de Skuse ............................................................................................ 22
2.14. TEORIA DO DESLOCAMENTO IMISCÍVEL NO MEIO POROSO EM UMA DIMENSÃO ............ 23
2.15. CURVAS DE PRESSÃO CAPILAR E PERMEABILIDADE RELATIVA PARAMETRIZADAS ........ 26
2.15.1. Curvas de Pressão Capilar ............................................................................. 27
2.15.1.1. Burdine .................................................................................................... 27
2.15.1.2. Bentsen & Anli ......................................................................................... 27
2.15.1.3. Função Exponencial ................................................................................ 27
2.15.1.4. Função Racional...................................................................................... 27
2.15.1.5. Função de Potência ................................................................................. 28
2.15.2. Curvas de Permeabilidade Relativa ................................................................ 28
2.15.2.1. Corey ....................................................................................................... 28
2.15.2.2. Sigmund & McCaffery2............................................................................. 28
2.15.2.3. Chierici .................................................................................................... 28
2.15.2.4. LET.......................................................................................................... 29
2.15.2.5. Splines 2.................................................................................................. 29
2.15.2.6. Splines 3.................................................................................................. 30
2.16. CONSIDERAÇÕES .................................................................................................... 31
3. METODOLOGIA .......................................................................................................... 32
4. OBTENÇÃO DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA PELO MÉTODO
SEMIANALÍTICO ................................................................................................................ 35
4.1. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................... 35
4.1.1. Solução de Regime Transiente ....................................................................... 35

vi
5. DADOS DAS AMOSTRAS E DOS ENSAIOS ............................................................. 43
5.1. DADOS DAS AMOSTRAS A E B UTILIZADAS NOS ENSAIOS ........................................... 43
5.2. FLUIDOS UTILIZADOS NOS ENSAIOS .......................................................................... 43
5.3. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS ....................................................................................... 44
5.4. DADOS DE PRESSÃO CAPILAR, PRODUÇÃO E DIFERENCIAL DE PRESSÃO OBTIDOS NOS
ENSAIOS ........................................................................................................................... 46
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES: CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA
OBTIDAS ............................................................................................................................ 53
6.1. GRÁFICOS DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA - AMOSTRA A ....................... 53
6.2. GRÁFICOS DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA - AMOSTRA B ....................... 57
7. AVALIAÇÃO DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA E SIMULAÇÃO NO
MODELO EM ESCALA DE PLUGUE ................................................................................. 61
7.1. DADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO EM ESCALA DE PLUGUE UTILIZANDO AS CURVAS DE
PERMEABILIDADE RELATIVA ............................................................................................... 61
7.2. AMOSTRA A – RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO EM ESCALA DE PLUGUE
UTILIZANDO AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA OBTIDAS PELO MÉTODO VISCOSO ... 65
7.3. AMOSTRA A – RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO EM ESCALA DE PLUGUE
UTILIZANDO AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA OBTIDAS PELO MÉTODO
SEMIANALÍTICO .................................................................................................................. 67
7.4. AMOSTRA B – RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO EM ESCALA DE PLUGUE
UTILIZANDO AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA OBTIDAS PELO MÉTODO VISCOSO ... 70
7.5. AMOSTRA B – RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO EM ESCALA DE PLUGUE
UTILIZANDO AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA OBTIDAS PELO MÉTODO
SEMIANALÍTICO .................................................................................................................. 72
7.6. AMOSTRA B – RESULTADOS DA SIMULAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DAS DIFERENÇAS DOS
DADOS DE DIFERENCIAL DE PRESSÃO................................................................................. 75
8. SIMULAÇÃO DE RESERVATÓRIO NO MODELO FIVE-SPOT .................................. 78
8.1. DADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO FIVE-SPOT COM AS CURVAS DE PERMEABILIDADE
RELATIVA .......................................................................................................................... 78
8.2. AMOSTRA A – GRÁFICOS DOS RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO FIVE-SPOT
COM AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA ................................................................. 82
8.3. AMOSTRA B – GRÁFICOS DOS RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO FIVE-SPOT
COM AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA ................................................................. 85

9. CONCLUSÕES ............................................................................................................ 89
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS .............................................................................. 93
11. ANEXO I ...................................................................................................................... 98
11.1. PONTOS DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA - AMOSTRA A .......................... 98
11.2. PONTOS DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA - AMOSTRA B ........................ 102
12. ANEXO II ................................................................................................................... 106
12.1. RESULTADOS DA SIMULAÇÃO EM ESCALA DE PLUGUE - AMOSTRA A ......................... 106
12.2. RESULTADOS DA SIMULAÇÃO EM ESCALA DE PLUGUE - AMOSTRA B ......................... 109
13. ANEXO III .................................................................................................................. 113
13.1. RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO FIVE-SPOT - AMOSTRA A ........................ 113
13.2. RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO FIVE-SPOT - AMOSTRA B ........................ 119

vii
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Saturação de óleo residual em função do número capilar (Nc) e tipo de rocha
(inconsolidada, arenito ou calcário). (Hilfer, 1996)........................................................................ 15

Figura 2 – Curva de desaturação capilar: saturação residual da fase molhante e não-


molhante em função do número capilar Nc. (esboço de Cense e Berg, 2009) ........................ 15

Figura 3 – Saturação de óleo residual em função do número capilar (Nc) das amostras
analisadas. (adaptado de Cense, A.W., Berg, S, 2009 e de Hilfer, 1996) ................................ 17

Figura 4 – Esquema da análise da pressão capilar por centrifugação quando o fluido


deslocado tem densidade maior do que a do fluido deslocante. (Relatório Técnico Petrobrás,
RT IRF 006 / 2013)............................................................................................................................. 18

Figura 5 – Exemplo de curva de produção de um fluido deslocado em função do tempo,


neste caso gás é utilizado para deslocar água da amostra utilizada em rotações de 1000,
2000, 3000, 4000 e 5000 rpm. ......................................................................................................... 18

Figura 6 – Esquema simplificado do equipamento de análise de permeabilidade relativa


água-óleo. ............................................................................................................................................ 45

Figura 7 – Curva de pressão capilar centrifuga na face da amostra no processo de


embebição da amostra A. (elaboração própria) ............................................................................ 46

Figura 8 – Curva de pressão capilar centrifuga na face da amostra no processo de


embebição da amostra B. (elaboração própria) ............................................................................ 47

Figura 9 – Produção e diferencial de pressão com o tempo da amostra A. (elaboração


própria) ................................................................................................................................................. 47

Figura 10 – Produção e diferencial de pressão com o tempo da amostra B. (elaboração


própria) ................................................................................................................................................. 50

Figura 11 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor viscoso obtidas por método
analítico e por ajuste de histórico, sem considerar a pressão capilar. (elaboração própria) . 53

Figura 12 – Curvas de permeabilidade relativa obtidas por métodos analíticos sem


considerar a pressão capilar. (elaboração própria)....................................................................... 54

Figura 13 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método analítico
e por ajuste de histórico, sem considerar a pressão capilar. (elaboração própria) ................. 55

Figura 14 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método
semianalítico e analítico, com e sem considerar a pressão capilar, respectivamente.
(elaboração própria) ........................................................................................................................... 55

viii
Figura 15 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas pelo método
semianalítico considerando a pressão capilar e por ajuste de histórico sem considerar a
pressão capilar, mas com pontos terminais considerando a pressão capilar. (elaboração
própria) ................................................................................................................................................. 56

Figura 16 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor viscoso obtidas por método
analítico e por ajuste de histórico, sem considerar a pressão capilar. (elaboração própria) . 57

Figura 17 – Curvas de permeabilidade relativa obtidas por métodos analíticos sem


considerar a pressão capilar. (elaboração própria)....................................................................... 58

Figura 18 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método analítico
e por ajuste de histórico, sem considerar a pressão capilar. (elaboração própria) ................. 59

Figura 19 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método analítico
com e sem considerar a pressão capilar. (elaboração própria) .................................................. 59

Figura 20 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método analítico
considerando a pressão capilar e por ajuste de histórico sem considerar a pressão capilar,
mas com pontos terminais considerando a pressão capilar. (elaboração própria).................. 60

Figura 21 – Distribuição de saturação durante a simulação do ensaio de deslocamento –


Amostra A. (elaboração própria) ...................................................................................................... 62

Figura 22 – Curva de produção até o Sor viscoso com as curvas de permeabilidade relativa
até o Sor viscoso obtidas por método analítico e por ajuste de histórico sem considerar a
pressão capilar – Amostra A. (elaboração própria)....................................................................... 66

Figura 23 – Curva de diferencial de pressão até o Sor viscoso com as curvas de


permeabilidade relativa até o Sor viscoso obtidas por método analítico e por ajuste de
histórico sem considerar a pressão capilar – Amostra A. (elaboração própria) ....................... 66

Figura 24 – Curva de produção até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade relativa até
o Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar na simulação
e com pontos terminais considerando a pressão capilar – Amostra A. (elaboração própria) 67

Figura 25 – Detalhe do inicio da curva de produção até o Sor Capilar com curvas de
permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a
pressão capilar na simulação e com pontos terminais considerando a pressão capilar –
Amostra A. (elaboração própria) ...................................................................................................... 68

Figura 26 – Curva de produção até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade relativa até
o Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar na simulação
e com pontos terminais considerando a pressão capilar – Amostra A. (elaboração própria) 68

Figura 27 – Detalhe na região de fluxo forçado e Sor Capilar da curva de produção até o Sor
Capilar com curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método
semianalítico considerando a pressão capilar na simulação e com pontos terminais
considerando a pressão capilar – Amostra A. (elaboração própria) .......................................... 69

ix
Figura 28 – Curva de diferencial de pressão até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade
relativa até o Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar
na simulação e com pontos terminais considerando a pressão capilar – Amostra A.
(elaboração própria) ........................................................................................................................... 69

Figura 29 – Curva de produção até o Sor Viscoso com curvas de permeabilidade relativa até
o Sor viscoso obtidas por método analítico e por ajuste de histórico sem considerar a
pressão capilar – Amostra B. (elaboração própria)....................................................................... 70

Figura 30 – Curva de diferencial de pressão até o Sor Viscoso com curvas de


permeabilidade relativa até o Sor viscoso obtidas por método analítico e por ajuste de
histórico sem considerar a pressão capilar – Amostra B. (elaboração própria) ....................... 71

Figura 31 – Curva de produção até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade relativa até
o Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar na simulação
e com pontos terminais considerando a pressão capilar – Amostra B. (elaboração própria) 72

Figura 32 – Detalhe do inicio da curva de produção até o Sor Capilar com curvas de
permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método analítico considerando a
pressão capilar na simulação e com pontos terminais considerando a pressão capilar –
Amostra B. (elaboração própria) ...................................................................................................... 73

Figura 33 – Curva de produção até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade relativa até
o Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar na simulação
e com pontos terminais considerando a pressão capilar – Amostra B. (elaboração própria) 73

Figura 34 – Detalhe na região de fluxo forçado e Sor Capilar da curva de produção até o Sor
Capilar com curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método
semianalítico considerando a pressão capilar na simulação e com pontos terminais
considerando a pressão capilar – Amostra B. (elaboração própria) .......................................... 74

Figura 35 – Curva de diferencial de pressão até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade
relativa até o Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar
na simulação e com pontos terminais considerando a pressão capilar – Amostra B.
(elaboração própria) ........................................................................................................................... 74

Figura 36 – Resultados de produção da simulação com curvas de permeabilidade relativa


variando a pressão capilar na simulação – Amostra B. (elaboração própria) .......................... 75

Figura 37 – Resultados de diferencial de pressão da simulação com curvas de


permeabilidade relativa variando a pressão capilar na simulação – Amostra B. (elaboração
própria) ................................................................................................................................................. 75

Figura 38 – Resultados de diferencial de pressão da simulação com curvas de


permeabilidade relativa variando a pressão capilar na simulação – Amostra B. (elaboração
própria) ................................................................................................................................................. 76

Figura 39 – Modelo Five-Spot utilizado na simulação para avaliar o impacto das curvas de
permeabilidade relativa nas curvas de produção. (elaboração própria) .................................... 79

x
Figura 40 – Pressão inicial no Modelo Five-Spot. (elaboração própria)................................... 81

Figura 41 – Resultados das Simulações com as curvas de permeabilidade relativa sem


considerar a pressão capilar obtidas por métodos analíticos e ajuste de histórico com e sem
os pontos de Bump e Sor capilar. (elaboração própria) ............................................................... 82

Figura 42 – Resultados das Simulações com as curvas de permeabilidade relativa sem


considerar e considerando a pressão capilar obtidas por métodos analíticos e ajuste de
histórico com os pontos de Bump e Sor capilar. (elaboração própria) ...................................... 84

Figura 43 – Resultados das Simulações com as curvas de permeabilidade relativa sem


considerar a pressão capilar obtidas por métodos analíticos e ajuste de histórico com e sem
os pontos de Bump e Sor capilar. (elaboração própria) ............................................................... 86

Figura 44 – Resultados das Simulações com as curvas de permeabilidade relativa sem


considerar e considerando a pressão capilar obtidas por métodos analíticos e ajuste de
histórico com os pontos de Bump e Sor capilar. (elaboração própria) ...................................... 87

xi
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Número capilar das amostras A e B ......................................................................... 16

TABELA 2 – Propriedades das amostras utilizadas nos ensaios e dados aplicados no


deslocamento de óleo ........................................................................................................................ 43

TABELA 3 – Fluidos utilizados nas análises .................................................................................. 44

TABELA 4 – Pontos de pressão capilar embebição, produção e diferencial de pressão -


Amostra A ............................................................................................................................................ 48

TABELA 5 – Dados de produção do ensaio da amostra A e recuperação de óleo associada


............................................................................................................................................................... 49

TABELA 6 – Pontos de pressão capilar embebição, produção e diferencial de pressão -


Amostra B ............................................................................................................................................ 51

TABELA 7 – Dados de produção do ensaio da amostra B e recuperação de óleo associada


............................................................................................................................................................... 52

TABELA 8 – Dados de produção das simulações referentes à amostra A após 7000 dias de
inicio da produção .............................................................................................................................. 84

TABELA 9 – Dados de produção das simulações referentes à amostra B após 6244 dias de
inicio da produção .............................................................................................................................. 88

TABELA 10 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por método analítico ...................... 98

TABELA 11 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos pelo método analítico JR até Sor
viscoso e até o Sor capilar ................................................................................................................ 99

TABELA 12 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por ajuste de histórico até o Sor
viscoso e até o Sor capilar, sem considerar a pressão capilar ................................................. 100

TABELA 13 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por ajuste de histórico até o Sor
capilar, as primeiras 3 colunas sem considerar a pressão capilar, mas com Kro e Krw
considerando Pc e as últimas colunas considerando Pc nas curvas (histórico não ajustou)
............................................................................................................................................................. 101

TABELA 14 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por método analítico .................... 102

TABELA 15 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos pelo método analítico JR até Sor
viscoso e até o Sor capilar .............................................................................................................. 103

TABELA 16 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por ajuste de histórico até o Sor
viscoso e até o Sor capilar, sem considerar a pressão capilar ................................................. 104

xii
TABELA 17 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por ajuste de histórico até o Sor
capilar, as primeiras 3 colunas sem considerar a pressão capilar, mas com Kro e Krw
considerando Pc e as últimas colunas considerando Pc nas curvas....................................... 105

TABELA 18 – Pontos de produção e diferencial de pressão na simulação com as curvas de


permeabilidade relativa obtidas até Sor viscoso por ajuste de histórico sem a pressão capilar
............................................................................................................................................................. 106

TABELA 19 – Pontos de produção e diferencial de pressão na simulação com as curvas de


permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método semianalítico com a pressão
capilar ................................................................................................................................................. 107

TABELA 20 – Pontos de produção e diferencial de pressão na simulação com as curvas de


permeabilidade relativa obtidas até Sor viscoso por ajuste de histórico sem a pressão capilar
............................................................................................................................................................. 109

TABELA 21 – Pontos de produção e diferencial de pressão na simulação com as curvas de


permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método semianalítico com a pressão
capilar ................................................................................................................................................. 110

TABELA 22 – Pontos de produção de água e óleo sem considerar a pressão capilar na


simulação com as curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor viscoso por ajuste de
histórico sem a pressão capilar ...................................................................................................... 113

TABELA 23 – Pontos de produção de água e óleo considerando a pressão capilar na


simulação com as curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar por método
analítico sem a pressão capilar ...................................................................................................... 115

TABELA 24 – Pontos de produção de água e óleo considerando a pressão capilar na


simulação com as curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método
semianalítico com a pressão capilar ............................................................................................. 117

TABELA 25 – Pontos de produção de água e óleo sem considerar a pressão capilar na


simulação com as curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor viscoso por ajuste de
histórico sem a pressão capilar ...................................................................................................... 119

TABELA 26 – Pontos de produção de água e óleo considerando a pressão capilar na


simulação com as curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar por método
analítico sem a pressão capilar ...................................................................................................... 120

TABELA 27 – Pontos de produção de água e óleo considerando a pressão capilar na


simulação com as curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método
semianalítico com a pressão capilar ............................................................................................. 121

xiii
LISTA DE SÍMBOLOS E ABREVIATURAS

aij - coeficientes de ponderação da quadratura integrante


A - área da seção transversal (cm2)
A (i.j) - elementos para o método de Newton-Raphson
d - diâmetro da amostra (cm)
f - fluxo fracionado (fração)
F - função definida pela equação (62)
Fc – força capilar (dyna)
g - constante gravitacional, 981 cm/s2
k ou kABS - permeabilidade absoluta (darcy)
kEF ou kp - permeabilidade efetiva (darcy)
kr - permeabilidade relativa (fração)
L - comprimento da amostra (cm)
n - número de dados de deslocamento
np - número de dados de pressão capilar
p - pressão (atm)
Pc - pressão capilar (atm)
q - quociente de vazão volumétrico (cm3/s)
Q - volume acumulado (cm3)
S - saturação (fração)
t - tempo (segundos)
u - fluxo de volume (cm3/cm2.s)
x - distância (cm)
z - distância vertical em relação a um dado referencial (cm)
α - definido pela Eq. 84
β - definido pela Eq. 85
γ - definido pela Eq. 86
∆ - diferenças finitas
ϴ - ângulo de inclinação (graus)
λ - definido pela Eq. 87
µ - viscosidade (cP)
ρ - massa específica (g/cm3)
τ - definido pela Eq. 88
Φ - porosidade (fração)

xiv
Subscritos

i,j - índices de pontos de dados


ℓ,p - índice de fase (1 ou 2)
L - face de saída da amostra
m - saturação irredutível da fase molhada (Fase 1)
r - saturação residual da fase “não molhante” (Fase 2)
0 - entrada da amostra
1 - fase molhada
2 - fase “não molhante”

Sobrescritos
* - permeabilidade relativa Pc -0
--
- média
~ - normalizada

ABREVIATURAS

bump flow - fluxo forçado


Sor - saturação de óleo residual
Swi - saturação de água conata ou irredutível
Sor fluxo - saturação de óleo residual por fluxo forçado
holder - célula de aço utilizada nos ensaios para confinamento de amostras de rocha
Sor cap - saturação de óleo residual capilar
black oil - um simulador black oil não considera alterações na composição dos
hidrocarbonetos com a produção do campo
IMEX® da CMG - Implicit-Explicit Black Oil Simulation - simulador de reservatórios black oil
da empresa CMG

IMAGO RELP® - simulador black oil que permite a obtenção de curvas de permeabilidade
relativa por ajuste de histórico aos dados experimentais

xv
1. INTRODUÇÃO

1.1. CONTEXTUALIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO

A maioria dos depósitos comerciais de petróleo ocorre em reservatórios formados


por rochas sedimentares, principalmente em arenitos e calcários. Entretanto, vários outros
tipos de rocha podem apresentar porosidade suficiente para serem localmente importantes
como reservatórios (Rosa et al., 2006).
Quando descoberta a acumulação de hidrocarbonetos, que pode estar no estado
líquido e/ou gasoso, com a pressão de poros acima ou abaixo da pressão de saturação, são
realizados os estudos de viabilidade técnica e econômica para possível explotação dessa
jazida. Além do hidrocarboneto existe também a presença de água nos poros dessas
rochas.
A distribuição e quantidade desses fluidos submetidos à força gravitacional no
reservatório dependem do volume poroso da rocha, da distribuição das gargantas de poros,
do tamanho dos poros, da presença ou não de fraturas, que podem proporcionar o contato
entre diferentes formações, das propriedades dos fluidos presentes, como a massa
específica, da distância entre o aquífero e a formação, da afinidade da rocha a água ou ao
óleo, entre outros.
No interior dos meios porosos que constituem os reservatórios de petróleo ocorre
também o fenômeno da capilaridade que deve-se ao fato de que as jazidas petrolíferas, em
geral, contêm dois ou mais fluidos imiscíveis. Nos reservatórios de óleo encontram-se em
contato pelo menos dois fluidos imiscíveis, água e óleo. Nos reservatórios de gás estão em
contato a água e o gás natural.
Já durante a explotação do campo quando são perfurados poços produtores e
injetores e abertos para produção e injeção, respectivamente, na região próxima a esses
poços as forças viscosas predominam devido às altas vazões de fluido nessa região e o
escoamento é denominado predominantemente viscoso. No entanto, as forças capilares e a
força gravitacional também atuam, não só nessas regiões como em todo o reservatório.
Portanto, os reservatórios de óleo e gás estão submetidos à força gravitacional, forças
capilares e viscosas ao longo de sua produção.
Entretanto, anterior ao processo de produção do reservatório, a estimativa das
curvas de produção de óleo, gás e água dos reservatórios é um dos maiores desafios da
Indústria do Petróleo e é fundamental que essas produções sejam previstas com precisão.
Uma vez que a análise destas produções fornece informações sobre a quantidade,
capacidade de produção de fluidos e a recuperação de óleo que se espera do reservatório,
1
ela influencia fortemente a determinação dos investimentos das empresas na quantidade e
distribuição dos poços de produção e injeção, no dimensionamento e quantidade das
Unidades de Exploração e Produção que serão utilizadas no campo, utilidades, unidades de
tratamento, métodos de recuperação avançada, entre outros. E impactando,
consequentemente, tanto o segmento de Exploração e Produção quanto os segmentos de
Refino, Transporte e Abastecimento.
Essas produções podem ser estimadas em laboratório analisando amostras de rocha
representativas do reservatório, através de um ensaio que mimetiza o processo de
explotação que ocorrerá no campo e fornece parâmetros de escoamento multifásico no meio
poroso. Esses parâmetros alimentam os simuladores de reservatório, utilizados na
simulação em escala de reservatório e são os parâmetros que mais impactam nos
resultados das simulações.
Nas análises laboratoriais das produções em amostras de rocha as forças viscosas,
capilares e gravitacional também atuam. Mas, devido a complexidade da modelagem e da
solução do problema, na maioria dos modelos e consequentemente das soluções é
considerada apenas uma das forças e os ensaios em laboratório são realizados em
condições que tentam minimizar as demais forças atuantes.

1.2. OBJETIVOS

No contexto exposto, o presente trabalho propõe-se a avaliar a obtenção dos


parâmetros de escoamento bifásico água-óleo no meio poroso através de ensaios
laboratoriais em amostras de rocha representativas do reservatório, considerando as forças
viscosas e capilares atuantes no escoamento e o efeito das forças capilares na produção
adicional de óleo. Os parâmetros de escoamento bifásico citados são conhecidos como
curvas de permeabilidade relativa, descrita na seção 2.7.
Existem metodologias para obter as curvas de permeabilidade relativa em laboratório
a partir das forças viscosas atuantes, analisando o desempenho da produção em amostras
de rocha do reservatório através da medição de pressões e produção, dadas em certa
condição de fluxo, que são, posteriormente, aplicadas a um modelo matemático. No entanto,
forças capilares também atuam e podem gerar uma produção adicional de óleo do
reservatório.
O objetivo deste trabalho é obter, através de cálculos numéricos, o comportamento
das curvas de permeabilidade relativa completas após os procedimentos laboratoriais
adicionais de produção através de fluxo forçado e de deslocamento capilar.

2
O fluxo forçado (bump flow) é o fluxo imposto à amostra de rocha em uma vazão
bem maior que a vazão do ensaio, que visa minimizar os efeitos de borda de origem capilar
e normalmente há uma produção adicional associada ao fluxo forçado. A saturação de óleo
residual obtida por fluxo forçado será denominada saturação de óleo residual por fluxo
forçado (Sor fluxo).
Em seguida, a amostra de rocha é retirada da célula de ensaio (holder), montada em
uma centrifuga e submetida à alta rotação que gera uma força capilar para verificar possível
produção adicional por forças capilares. A saturação de óleo residual obtida por forças
capilares é denominada na indústria de petróleo de saturação de óleo residual capilar (Sor
cap).
E a saturação de óleo residual obtida por fluxo normal será denominada de
saturação de óleo residual (Sor).
Na obtenção do comportamento das curvas de permeabilidade relativa até o Sor cap
foi proposta e aplicada uma solução semianalítica baseada no trabalho de Civan e
Donaldson (1989), que considera a pressão capilar nas equações de permeabilidade
relativa.
Os pontos das curvas de permeabilidade relativa foram obtidos utilizando cálculos
numéricos.
Para comparação com a solução proposta foram utilizados tanto métodos analíticos
tradicionais (Jones-Roszelle (1978), Welge (1952) e JBN – Johnson et al. (1959)) para
obtenção de curvas de permeabilidade relativa quanto um programa específico (Imago
Relp®) para obtenção das curvas de permeabilidade relativa por ajuste de histórico. Ambos
os métodos consideram apenas as forças viscosas atuantes no deslocamento, sem
considerar os efeitos de pressão capilar, e foram explorados até o limite de suas
capacidades.
Os modelos matemáticos dos métodos tradicionais (analíticos e por ajuste de
histórico) foram desenvolvidos para solução até o Sor.
Há algumas versões comerciais de programa de obtenção de curvas de
permeabilidade relativa por ajuste de histórico que podem ter desempenho semelhante ao
programa utilizado.
Para comparação também foram aplicadas as soluções por métodos analíticos
tradicionais e por ajuste de histórico até Sor fluxo e até o Sor cap, sem considerar a pressão
capilar e considerando a pressão capilar, que não está prevista nos modelos matemáticos
desses métodos.

3
Como avaliação dessa solução e dos resultados obtidos foram realizadas simulações
utilizando um modelo em escala da amostra de rocha (plugue) no simulador black oil IMEX®
2013.10 da CMG. Nessas simulações as curvas de permeabilidade relativa obtidas foram
utilizadas como dado de entrada e os dados de saída foram a produção e diferencial de
pressão no tempo que foram comparados com os dados experimentais.
Também foram realizadas simulações utilizando modelo five-spot no simulador black
oil IMEX® 2013.10 da CMG variando as curvas de permeabilidade relativa, de acordo com
as curvas de permeabilidade relativa obtidas, para avaliar o impacto dessas curvas na
produção de reservatórios de petróleo.

1.3. ORGANIZAÇÃO DO TEXTO

O Capítulo 2 apresenta uma revisão bibliográfica, contendo os principais tópicos


relacionados ao escoamento bifásico no meio poroso avaliado neste trabalho, bem como
conceitos associados ao escoamento no meio poroso, resumo de algumas técnicas de
obtenção de curvas de pressão capilar e curvas de permeabilidade relativa em laboratório, a
teoria de deslocamento imiscível no meio poroso e as curvas de pressão capilar e
permeabilidade relativa parametrizadas utilizadas tradicionalmente, para posterior cálculo e
simulação numérica do escoamento de fluidos em meio poroso, contemplando a técnica
utilizada e o cálculo da permeabilidade relativa.
No Capítulo 3 é citado o método proposto e cada uma das etapas do trabalho,
destacando os fluidos utilizados nos ensaios, os ensaios realizados, a metodologia aplicada
para obtenção das curvas de permeabilidade relativa completas, até que ponto foi aplicada a
metodologia, os métodos analíticos utilizados na comparação e as simulações em escala de
plugue e em escala de reservatório.
Já o Capítulo 4 apresenta as equações que permitem obter as curvas de
permeabilidade relativa pelo método semianalítico, a formulação do problema e a solução de
regime transiente.
O Capítulo 5 apresenta os dados das amostras de rocha e fluidos utilizados nos
ensaios, a descrição detalhada dos ensaios de permeabilidade relativa, os dados medidos
neste ensaio e no ensaio de pressão capilar.
No Capítulo 6 são apresentados e discutidos os resultados de permeabilidade
relativa obtidos pelos diferentes métodos, analítico e simulação numérica do caso viscoso,
simulação numérica impondo a pressão capilar ao caso viscoso, semianalítico que
considera as forças viscosas e capilares.

4
No Capítulo 7 as curvas de permeabilidade relativa obtidas são avaliadas por
simulação numérica do modelo em escala de plugue, em que as curvas de permeabilidade
relativa são utilizadas como dado de entrada e as curvas de produção e diferencial pressão
são os resultados da simulação, dados de saída. Esses resultados são comparados com os
dados experimentais medidos nos ensaios de permeabilidade relativa.
O Capítulo 8 apresenta o modelo five-spot em escala de reservatório, os dados e as
condições de contorno utilizados nas simulações desse modelo e os resultados obtidos.
Sendo as curvas de permeabilidade relativa obtidas os parâmetros utilizados como variável
de entrada.
O Capítulo 9 apresenta as conclusões deste trabalho, sugerindo futuras propostas de
trabalho para obtenção das curvas de permeabilidade relativa completas, que permitiriam
também avaliar a solução apresentada; o desenvolvimento do programa de obtenção das
curvas de permeabilidade relativa atualmente utilizado na Petrobras para aplicação das
curvas completas nos reservatórios da companhia e a simulação em um modelo de
reservatório real para avaliar o impacto das curvas de permeabilidade relativa completas.
Logo a seguir, no Capítulo 10, é possível identificar as referências bibliográficas.

5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. SATURAÇÃO DE FLUIDOS

De acordo com Rosa et al. (2006), os espaços vazios de um material poroso podem
estar parcialmente preenchidos por um determinado líquido e os espaços remanescentes
por um gás. Ou ainda, dois ou três líquidos imiscíveis podem preencher todo o espaço
vazio. Nesses casos, de grande importância é o conhecimento do conteúdo de cada fluido
no meio poroso, pois as quantidades dos diferentes fluidos definem o valor econômico de
um reservatório.
Define-se saturação de um determinado fluido em um meio poroso como sendo a
fração ou a porcentagem do volume de poros ocupada pelo fluido.
Se o meio poroso contiver um único fluido a saturação deste será 100%. Como é
aceito que a rocha reservatório continha inicialmente água, a qual foi deslocada não
totalmente pelo óleo ou pelo gás, na zona portadora de hidrocarbonetos existirão dois ou
mais fluidos.
A saturação de água existente no reservatório no momento da sua descoberta é
chamada de saturação de água inicial ou conata, ou ainda inata.
Por ocasião da descoberta do reservatório, como a pressão normalmente é igual ou
maior que a pressão de bolha, na zona de óleo só existem água e óleo, cujas saturações
somam 100%. Essa situação só é modificada quando, devido à produção de óleo, a pressão
do reservatório cai abaixo da pressão de bolha, resultando no aparecimento de gás na zona
de óleo. Nessa ocasião a saturação média de óleo pode ser obtida mediante o que se
chama de balanço de materiais.
Os métodos de determinação da saturação de fluidos podem ser diretos ou indiretos.
Indiretos: permitem a determinação da saturação pela medida de alguma
propriedade física da rocha, como, por exemplo, o que utiliza registros elétricos (perfilagem
do poço) ou o que usa medidas de pressão capilar.
Diretos: as saturações dos fluidos são determinadas a partir de amostras da
formação com ensaios em laboratório.
Todos os métodos de medição direta são falhos devido ao modo como é feita a
amostragem da formação e ao manuseio do testemunho desde o fundo do poço até o
laboratório. Como se sabe, o filtrado da lama de perfuração normalmente penetra nos poros
da formação e consequentemente altera a distribuição dos fluidos. Também por ocasião da
retirada do testemunho para a superfície, devido ao abaixamento de pressão o óleo irá

6
liberar parte do gás que se encontra em solução, bem como haverá uma expansão do óleo,
da água e do gás formado, alterando mais uma vez a distribuição original dos mesmos. Para
evitar a contaminação no trajeto entre o poço e o laboratório é praxe em certos casos se
revestir o testemunho com parafina. No caso em que se visa somente à medição da
saturação de água, os testemunhos podem ser colocados em recipientes fechados contendo
óleo diesel.
Para minimizar a incerteza devido à amostragem da formação e ao manuseio do
testemunho, pode-se limpar a amostra de rocha no laboratório e, em seguida, realizar o
procedimento de saturação com água equivalente a de formação, deslocamento capilar da
água com óleo ou gás, análogo ao processo de migração de hidrocarboneto no reservatório,
e associação dos dados obtidos na análise da amostra de rocha com o reservatório.

2.2. PRESSÃO CAPILAR

O fenômeno da capilaridade que ocorre no interior dos meios porosos que


constituem os reservatórios de petróleo deve-se ao fato de que as jazidas petrolíferas, em
geral, contêm dois ou mais fluidos imiscíveis. Nos reservatórios de óleo encontram-se em
contato pelo menos dois fluidos imiscíveis, água e óleo. Nos reservatórios de gás estão em
contato a água e o gás natural (Rosa et al., 2006).
Os fenômenos capilares são resultantes das atrações entre as moléculas da massa
fluida. No caso de um líquido colocado em um recipiente, por exemplo, uma molécula
situada no interior do líquido será atraída igualmente em todas as direções pelas moléculas
que a cercam. O mesmo não ocorre com uma molécula situada na superfície do líquido, que
não será atraída igualmente por estar cercada por moléculas de diferentes tipos.
A força que impede o rompimento da superfície entre dois fluidos, por unidade de
comprimento, chama-se tensão superficial ou interfacial. A força que tende a deslocar uma
superfície para o centro chama-se força capilar (Fc) e esta dividida pela área da superfície é
denominada pressão capilar (Pc).
A pressão capilar é a diferença de pressão existente entre dois fluidos imiscíveis em
contato entre si, ou seja, a diferença de pressão existente na interface de dois fluidos
imiscíveis. Como indica a equação de Plateau, a pressão capilar é inversamente
proporcional ao raio de curvatura ou diretamente proporcional à curvatura da superfície ou
da interface.
Dois ou mais fluidos são considerados miscíveis entre si quando, misturados em
quaisquer proporções, formam uma mistura homogênea. A miscibilidade entre dois ou mais

7
fluidos depende das suas composições e das condições de pressão e temperatura às quais
o sistema encontra-se submetido.
Quando dois ou mais fluidos imiscíveis são colocados em um recipiente, o(s) mais
denso(s) fica(m) na(s) parte(s) mais baixa(s) e existe(m) superfície(s) de separação entre os
fluidos. Isso não ocorre em um meio poroso formado por capilares de diferentes diâmetros,
pois a superfície de separação neste caso não é brusca, existindo uma zona de transição
devida aos fenômenos capilares.

2.3. MOLHABILIDADE

A molhabilidade é definida como a tendência de um fluido aderir ou espalhar-se


preferencialmente sobre uma superfície sólida em presença de outra fase imiscível. Em um
reservatório, a superfície sólida é a rocha e os fluidos são água, óleo e/ou gás. A fase que
molha preferencialmente a superfície é denominada fase molhante e, por conseguinte, a
outra fase é denominada fase não molhante. A forma da interface entre fluidos imiscíveis
resulta da interação entre as forças moleculares que atuam nas interfaces líquido-líquido e
líquido-sólido.
A tensão de adesão é a responsável pela ascensão ou depressão de fluidos em
capilares, ou seja, determina qual fluido molha preferencialmente o sólido. A propriedade da
molhabilidade e a tensão de adesão variam de acordo com os fluidos e os sólidos
envolvidos. Pode ser determinada a partir do ângulo que o líquido forma na superfície de
contato com o sólido, denominado ângulo de contato; quanto menor o ângulo de contato
maior molhabilidade.

2.4. PERMEABILIDADE

O conceito de permeabilidade absoluta de uma rocha foi introduzido a partir das


experiências realizadas por Henry Darcy (1856).
A permeabilidade (k) é a medida da facilidade de um meio poroso de se deixar
atravessar por um ou mais fluidos (Rosa et al., 2006).
Permeabilidade absoluta ou intrínseca (k ou kABS) é definida quando há um único
fluido saturando um meio poroso. É uma característica intrínseca do meio poroso.

8
Já, a permeabilidade efetiva (kEF) é definida quando há mais de um fluido. É uma
característica que dependente do meio poroso, da sua interação com os fluidos e da
interação entre os fluidos.

2.5. CONCEITO DE PERMEABILIDADE ABSOLUTA

É uma característica intrínseca do meio poroso, não está relacionada às interações


rocha-fluido. Altera-se o fluido e a permeabilidade absoluta permanece a mesma, desde que
o fluido não reaja com a rocha.
Indica a capacidade máxima de escoamento de fluidos num meio poroso, sendo, por
isso, frequentemente utilizada para normalização de escoamentos bifásicos (permeabilidade
relativa).

2.6. CONDIÇÕES PARA A VALIDADE DA LEI DE DARCY

As condições para a validade da Lei de Darcy são:

• Meio poroso homogêneo 100% saturado por um só fluido;

• Escoamento laminar, isotérmico e permanente de um fluido newtoniano;

• Ausência de reação rocha-fluido.

A velocidade aparente da fase p pode ser obtida pela equação de Darcy


generalizada (1), considerando também a força gravitacional.

∇(Pp + ρ p gz )
k
up = − (1)
µp

onde u p é a velocidade aparente da fase p, µ p é a viscosidade do fluido, g é a gravidade,

ρ p é a massa específica do fluido, z é a cota em relação a um dado referencial e Pp é a


pressão da fase p na cota z.

9
2.7. PERMEABILIDADE RELATIVA

A vazão de uma fase em um meio poroso saturado com dois ou mais fluidos é
sempre menor que a vazão de uma única fase saturando o mesmo meio.
No caso em que dois ou mais fluidos saturam o meio poroso, a capacidade de
transmissão de um desses fluidos chama-se permeabilidade efetiva do meio poroso ao
fluido considerado.
O quociente entre a permeabilidade efetiva e a permeabilidade absoluta (k) do meio
poroso é denominada permeabilidade relativa ao fluido.

kp
k rp =
k (2)
As curvas de permeabilidade relativa alimentam os simuladores de reservatório e são
os parâmetros que mais impactam nos resultados das simulações.

2.8. FLUIDOS DOS ENSAIOS DE PERMEABILIDADE RELATIVA POR MÉTODOS DE PRESSÃO


CAPILAR

Na literatura foram descritas técnicas desenvolvidas e utilizadas para calcular a


permeabilidade relativa a partir dos dados da pressão capilar para situações de drenagem,
em que uma fase não molhante (gás) desloca uma fase molhante (óleo ou água). Assim, o
uso das técnicas é geralmente limitado a sistemas de gás-óleo ou gás-água, em que o
reservatório é produzido por um processo de drenagem. Embora seja possível calcular
permeabilidades relativas num sistema água-óleo a partir de dados de pressão capilar, a
precisão desta técnica é incerta. O deslocamento do óleo por água numa rocha molhável a
água é um processo de embebiçao, ao invés de um processo de drenagem.

2.9. MÉTODO CENTRIFUGA

Técnicas matemáticas para obter os dados de permeabilidade relativa a partir de


experimentos com centrifugas são descritas na literatura por diversos autores como
O´Meara e Lease (1983), O´Meara e Crump (1985), Hirasaki et al. (1992) e (1995),
Munkvold e Torsaeter (1990), Nordtvedt et al. (1993), Skauge et al. (2000), entre outros.

10
Os métodos de centrifuga são substancialmente mais rápidos que as técnicas em
regime permanente e não estão sujeitos a problemas de caminho preferencial (viscous
fingering) que podem interferir nas medidas em regime transiente. Por outro lado, os
métodos por centrifuga estão sujeitos aos problemas de efeito de borda e não fornecem um
meio para determinar a permeabilidade relativa da fase deslocante (Relatório Técnico
Petrobrás, RT IRF 006 / 2013).

2.10. CÁLCULOS COM DADOS DE CAMPO E COM DADOS DE LABORATÓRIO

De acordo com Honapour et al. (1986), os resultados dos cálculos entre


permeabilidade relativa determinada a partir de dados de produção do campo e de
experimentos em laboratório podem apresentar uma correlação fraca, o que não é incomum.
As causas destas discrepâncias podem incluir:
1. A amostra em que a permeabilidade relativa é medida pode não ser
representativa do reservatório em relação a fatores como distribuição de
fluidos, porosidade secundária, etc.
2. A técnica normalmente utilizada para calcular a permeabilidade relativa a partir
dos dados de campo não permite os gradientes de pressão e de saturação que
estão presentes no reservatório, nem permitem o fato dos poços poderem
produzir a partir de várias camadas que estão em várias fases de depleção.
3. A técnica usual para o cálculo da permeabilidade relativa a partir de dados do
campo assume que Rp (razão gás / óleo acumulado) a qualquer pressão é
constante em toda a zona de óleo. Esta suposição pode conduzir a erros de
cálculo, se os efeitos gravitacionais dentro do reservatório são significativos.

Quando a permeabilidade relativa à água é calculada a partir de dados de campo,


uma fonte comum de erro é a produção de água a partir de uma fonte que não seja o
reservatório de hidrocarboneto. Estas possíveis fontes de água incluem vazamentos no
revestimento, fraturas que se estendem desde a zona de hidrocarbonetos até um aqüífero,
etc.

11
2.11. CÁLCULOS COM DADOS DE AMOSTRAS DE ROCHA DO RESERVATÓRIO

Ensaios de permeabilidade relativa em regime transiente podem ser realizados mais


rapidamente do que os ensaios em regime permanente, mas a análise matemática do
procedimento em regime transiente é mais difícil.
A teoria desenvolvida por Buckley e Leverett (1942) e extendida por Welge (1952) é
geralmente utilizada para a obtenção de permeabilidade relativa sob as condições de regime
transiente.
Ao projetar experimentos para determinar permeabilidade relativa pelo método do
regime transiente, é necessário que:
• O gradiente de pressão seja grande o suficiente para minimizar os efeitos da
pressão capilar.
• O diferencial de pressão através da amostra seja suficientemente pequeno em
comparação com o total de pressões de operação para que os efeitos de
compressibilidade sejam insignificantes.
• A amostra seja homogênea.
• As propriedades dos fluidos e força motriz sejam mantidas constantes durante o
ensaio.
Labastie et al. (1980) observaram alguns fenômenos nos experimentos realizados
em laboratório nas amostras de rocha molháveis a água ou com molhabilidade fracionária
que levaram aos seguintes resultados comuns a ambos os meios:
• Saturação de óleo residual varia com a taxa de fluxo; dentro da faixa de
velocidades utilizada, na maioria dos casos, a saturação residual diminui
quando a velocidade é aumentada. No entanto, o inverso também foi
observado;
• Permeabilidade relativa à água não tem alteração com a velocidade; apenas
a extremidade da curva é truncada no valor do Sor;
• Permeabilidade relativa ao óleo apresenta mudanças com a velocidade
apenas próximo ao Sor.
A determinação da permeabilidade relativa de ensaios de deslocamento em regime
transiente pode ser complexa. Várias abordagens têm evoluído a partir da interpretação
destes dados experimentais. Um grande número das abordagens não consideram os efeitos
da pressão capilar. Consequentemente, os experimentos foram executados em elevadas
vazões, a fim de superar os efeitos de capilaridade. Uma abordagem mais realista é a de
Civan e Donaldson (1989), que incluiu os efeitos da pressão capilar, extendendo a

12
abordagem analítica de Marle (1981) e, em seguida, sugerindo um método semianalítico
para a determinação das permeabilidades relativa.
No entanto, o método é complexo e computacionalmente pesado para o ano em que
foi desenvolvido, não tendo aplicação prática. Além disso, o método assumiu um fluxo de
Buckley-Leverett (1942) simplificado a fim de tornar o problema tratável em termos de
saturação.

2.12. NÚMERO CAPILAR

O número capilar é uma relação entre as forças viscosas e as forças capilares.


Uma das questões que surge frequentemente no contexto de fluxo multifásico em
meios porosos é se o fluxo é controlado por forças viscosas ou por forças capilares. Um
paradoxo aparente é que a estrutura da lei de Darcy, que é uma lei viscosa, com típicos
números capilares de 10-6 - 10-3 indicam um comportamento dominado por forças capilares.
Isto é uma aparente contradição, que é às vezes chamada de paradoxo viscoso-capilar
(apud Cense, A.W., Berg, S, 2009). Uma questão chave na investigação do número capilar
(Nc1) é o equilíbrio entre as forças viscosas e as forças capilares no fluxo multifásico.
Não há consenso sobre como definir o número capilar. Um fator que contribui para
isto é que a argumentação física para definir o número capilar está frequentemente ausente.
A definição do número capilar muito utilizada depende da viscosidade (µ),
da velocidade (v) de Darcy e da tensão interfacial (σ):

µv
NC =
σ (3)
Algumas vezes a porosidade ( φ ) é incluída no número capilar:
µv
NC = (4)
φσ

E algumas vezes o ângulo de contato ( θ ):


µv
NC = (5)
σ cos(θ )

1
Há várias notações para o número capilar. As mais populares são Ca e Nc.
13
De um ponto de vista macroscópico, incluir um ângulo de contato é algo
questionável, uma vez que os ângulos de contato não são definidos. Por substituição da
velocidade de Darcy utilizando a lei de Darcy obtém-se:

µv K r , w K∆p / l
NC = = (6)
σ σ

Outras definições de número capilar podem ser encontradas na literatura (Cense,


A.W., Berg, S, 2009).
Os números capilares comparam apenas pressões e uma conversão para forças que
atuam no reservatório não é direta. Não é possível determinar a magnitude e a direção
dessas forças na interface líquido-líquido realizando o “upscaled” dos valores, tais como a
velocidade de Darcy e pressão capilar. Números capilares variam normalmente de 10-5 a 10-
7
para valores de pressões, permeabilidades e tensões interfaciais que normalmente
ocorrem nos reservatórios de hidrocarboneto, dependendo da definição utilizada.
Mas isto está em contradição com a afirmação anterior de que as forças capilares
muitas vezes podem ser negligenciadas em problemas de engenharia de reservatórios. Com
base em um número capilar de 10-5, as forças capilares são muito maiores do que as forças
viscosas.
Nos ensaios de permeabilidade relativa o número capilar pode indicar até que vazão
pode ser aplicada no ensaio para que as forças viscosas predominem em relação às forças
capilares, e o óleo continue sendo uma fase continua, sem que o óleo seja produzido por
descontinuidade. A Figura 1 abaixo mostra a variação da saturação de óleo residual em
função do número capilar. A região horizontal das curvas indica o número capilar até o qual
o óleo é produzido como fase continua.
Enquanto em uma rocha molhável a água, acredita-se que a água é a fase sempre
conectada e o óleo fica descontinuo em algum ponto. A faixa de saturação além da Swc
(saturação de água conata) e Sor (saturação de óleo residual) não pode ser acessada por
esse formalismo. Mas é bem conhecido que um aumento na vazão de injeção, um fluido
deslocante mais viscoso utilizado no deslocamento (por exemplo, água com polímero) e
redução na tensão interfacial por surfactantes podem produzir óleo adicional além do Sor.
No formalismo convencional, este fenômeno pode apenas ser descrito definindo novas
curvas de pressão capilar e permeabilidade relativa e ajustando o Sor para a nova condição.

A curva de de-saturação capilar descreve a relação entre a saturação residual da


fase molhante e da fase não-molhante e o número capilar como apresentado na Figura 2
abaixo, obtida por Cense e Berg (2009).

14
Figura 1 – Saturação de óleo residual em função do número capilar (Nc) e tipo de rocha (inconsolidada,
arenito ou calcário). (Hilfer, 1996)

Figura 2 – Curva de desaturação capilar: saturação residual da fase molhante e não-molhante em função
do número capilar Nc. (esboço de Cense e Berg, 2009)

15
2.12.1. AVALIAÇÃO DO NÚMERO CAPILAR DAS AMOSTRAS ANALISADAS

As equações (3) e (4) são comumente utilizadas em literatura no cálculo do número


capilar para avaliar se os valores de vazão ou diferencial de pressão aplicados nos ensaios
não estão muito altos, o que poderia ocasionar a produção de óleo por descontinuidade.
Na TABELA 1 são apresentados os valores de número capilar, obtidos com as
equações (3) e (4) para avaliação das duas amostras A e B em que foram realizados os
ensaios de permeabilidade relativa.

TABELA 1 – Número capilar das amostras A e B

Tipo de Fluxo
Q (cm3/min)

(equação 3)
Kabs (mD)

(equação 4)
porosidade
(dina/cm)
Amostra

Sor (%)

μa (cP)
D (cm)

Nc com
φ (%)

θoa

Nc
A 156 0,184 44,6 3,77 0,321 35 1,01 1,38E-07 7,52E-07 Normal
A 156 0,184 34,6 3,77 0,321 35 4,02 5,50E-07 2,99E-06 Forçado
B 1488 0,158 20,2 3,78 0,321 35 2,02 2,74E-07 1,74E-06 Normal
B 1488 0,158 19,3 3,78 0,321 35 4,02 5,47E-07 3,46E-06 Forçado

Os valores de número capilar obtidos para as amostras durante a injeção de água na


vazão do ensaio em fluxo normal e na vazão em fluxo forçado são mostrados na Figura 3.
Observa-se que os valores ficaram a esquerda da linha tracejada vermelha vertical,
indicando que a produção de óleo ocorreu continuamente durante as injeções de água. Não
há tendência de ter ocorrido produção de óleo por descontinuidade.
A amostra A que tem menor permeabilidade, maiores valores de pressão capilar e
maior tendência de molhabilidade ao óleo apresentou uma produção de óleo adicional
significativa quando submetida ao fluxo forçado, enquanto a amostra B teve uma produção
de óleo adicional no fluxo forçado que não foi significativa. No entanto, as duas amostras
tiveram uma produção de óleo significativa na centrifugação realizada após o fluxo forçado
para avaliar a produção de óleo por aplicação de forças capilares.

16
Figura 3 – Saturação de óleo residual em função do número capilar (Nc) das amostras analisadas.
(adaptado de Cense, A.W., Berg, S, 2009 e de Hilfer, 1996)

2.13. OBTENÇÃO DA CURVA DE PRESSÃO CAPILAR

A descrição desta seção foi resumida e adaptada do Relatório Técnico Petrobrás, RT


IRF 006 / 2013.
Apesar da obtenção da curva de pressão capilar a partir de dados experimentais
obtidos através de centrifugação não ser o escopo deste trabalho, historicamente este é o
precursor da obtenção das curvas de permeabilidade relativa.
Fenômenos capilares são comuns em diversas situações envolvendo o
deslocamento de fluidos em condições de reservatório. Quando um reservatório produz
através de um mecanismo de capa de gás, por exemplo, o deslocamento desta capa é
regido pelas forças capilares, viscosas e gravitacionais atuantes nos fluidos deste
reservatório.
Para que este escoamento seja corretamente descrito pelos modelos de simulação
de reservatório mais comuns, é importante determinar em laboratório a curva de
permeabilidade relativa e pressão capilar em condições semelhantes às encontradas neste
reservatório, isto é, deve-se criar um experimento em que as forças capilares, gravitacionais
e viscosas atuem nos fluidos em questão com magnitudes semelhantes àquelas
encontradas no reservatório.

17
Quando uma amostra saturada por um fluido chamado aqui de deslocado e
envolvida por um fluido chamado de deslocante é submetida a uma centrifugação, o fluido
deslocado tende a ser “expulso” da amostra pelo fluido deslocante, Figura 4, sendo
acumulado em um compartimento longe do eixo do rotor quando o fluido deslocado é mais
denso que o fluido deslocante. Este sistema entra em equilíbrio mecânico quando as forças
capilares atuantes nos fluidos são balanceadas pela força de corpo (centrífuga).

Fluido deslocante
Fluido deslocado

Rotor Amostra

Figura 4 – Esquema da análise da pressão capilar por centrifugação quando o fluido deslocado tem
densidade maior do que a do fluido deslocante. (Relatório Técnico Petrobrás, RT IRF 006 / 2013)

A produção de fluido deslocado é medida continuamente quando uma determinada


rotação, que resulta em uma força centrífuga, é imposta ao sistema, como é ilustrado na
Figura 5. A partir da curva de produção em relação ao tempo em diversas rotações pode-se
então estimar as curvas de permeabilidade relativa e pressão capilar em uma dada amostra.

Figura 5 – Exemplo de curva de produção de um fluido deslocado em função do tempo, neste caso gás é
utilizado para deslocar água da amostra utilizada em rotações de 1000, 2000, 3000, 4000 e 5000 rpm.
(Relatório Técnico Petrobrás, RT IRF 006 / 2013)

18
Esta estimativa consiste basicamente em ajustar o histórico de produção da amostra
a algum modelo do escoamento no meio poroso considerado, geralmente utilizando curvas
de pressão capilar parametrizadas.
Nas primeiras centrífugas, de leitura não-automatizada, somente os pontos terminais
em cada velocidade angular podiam ser determinados com boa precisão, de modo que
somente a curva de pressão capilar podia ser determinada através deste experimento
(Hirasaki et al, 1992; O´Meara e Lease, 1983).
Hagoort (1980) introduziu na estimativa da curva de permeabilidade relativa
utilizando ajuste de histórico, um modelo de escoamento na amostra bastante simplificado,
em que efeitos como a variação da força de corpo tanto na direção longitudinal quanto na
direção transversal ao escoamento foram desprezados.
Uma hipótese ainda mais restritiva para a aplicação deste modelo é a consideração
de que a mobilidade do fluido invasor é muitas vezes maior do que a mobilidade do fluido
deslocado. Esta hipótese limita a determinação da permeabilidade relativa através deste
método a sistemas cujo fluido deslocado é água ou óleo e cujo fluido deslocante é o ar ou
um gás de baixa densidade.
Posteriormente, O´Mearae e Lease (1983) e O’Mearae e Crump (1985), simulou o
escoamento dos fluidos deslocado e deslocante nesta amostra utilizando a lei de Darcy
escrita para cada um dos fluidos. Seu objetivo foi determinar ao mesmo tempo a curva de
pressão capilar e permeabilidade relativa em uma amostra, mesmo quando a produção em
cada velocidade angular considerada não estivesse estabilizada.
Firoozabadi e Aziz (1986) criticaram o modelo de O´Meara e todos os outros
anteriores para a determinação da permeabilidade relativa em centrífuga por não chegarem
a uma curva de permeabilidade relativa única através do ajuste de histórico por eles
realizado e por utilizarem modelos parametrizados de permeabilidade relativa não
representativos.
Hirazaki et al. (1992, 1995), procurando minimizar os problemas de não unicidade
apontados por Firoozabadi e Aziz (1986), escreveram uma série de artigos ressaltando os
principais cuidados que devem ser tomados tanto na condução do experimento na
centrífuga quanto na interpretação dos resultados através dos métodos de simulação
numérica.
Seus trabalhos ressaltaram a importância das condições de contorno utilizadas nas
simulações, que são intrinsecamente dependentes do modo como foi realizado os ensaios,
e a importância da utilização de um modelo de escoamento completo, cujas forças capilares,
viscosas e de corpo sejam bem descritas.

19
A curva de pressão capilar pelo método da centrifuga foi utilizada como um
importante dado de entrada nos cálculos de permeabilidade relativa pelo método
semianalítico proposto. A saturação média S de um dado fluido em uma amostra cilíndrica

de comprimento L e raio R pode ser calculada através da integração,

∫ S (x, y, z )dxdydz .
1
S = (7)
πR 2 L volume
da
amostra

Quando esta amostra é centrifugada e é estabelecido o equilíbrio entre as forças


capilares e as forças de corpo atuando em seus fluidos, a saturação em um ponto qualquer
dela depende apenas da pressão capilar neste ponto, S ( x, y, z ) = S (Pc ( x, y, z ) ) . Ao serem

medidas as saturações médias de um fluido em uma dada amostra através de um balanço


de materiais em diversas velocidades de rotação, pode-se determinar uma curva de pressão
capilar através da integração da equação acima e ajuste. Os modelos utilizados para esta
determinação consistem em adequar esta equação ao processo de integração, utilizando
como dado de entrada as rotações da centrífuga e a produção das amostras em função do
tempo.
Para que estas medidas sejam realizadas é essencial que a amostra esteja em
equilíbrio ao final de cada etapa do ensaio. Slobod et al. (1952) sugerem que o tempo para
que a amostra chegue ao equilíbrio de forças deva ser de cerca de uma hora quando k >
1000mD e 20 horas quando k < 2mD. Estes tempos dependem fortemente também da curva
de permeabilidade relativa da amostra e da viscosidade dos fluidos em questão.
A partir do histórico de análises em laboratório, o tempo para que a amostra alcance
o equilíbrio de forças em cada rotação é de no mínimo quatro horas (tempo mínimo para
uma avalição inicial da produção), podendo levar dias para o equilíbrio em amostras que
possuem determinada distribuição de gargantas de poros.
A conseqüência de medir a produção antes que o teste chegue ao seu estado de
equilíbrio é que uma dada pressão capilar é associada erroneamente a uma saturação de
fluido molhante que é muito grande (Ferno et al, 2007) no caso de um processo de
drenagem, que é a aplicação mais comum deste ensaio na indústria do petróleo.
Eventualmente este erro pode ser diminuído se um modelo de escoamento em que os
efeitos capilares, de inércia e de força de corpo estejam acoplados for utilizado e a curva de
permeabilidade relativa for determinada ao mesmo tempo do que a curva de pressão
capilar.

20
2.13.1. MÉTODO DE HASSLER E BRUNNER

O primeiro método largamente difundido na indústria do petróleo que utiliza os dados


obtidos através de uma centrífuga para determinar a curva de pressão capilar foi proposto
por Hassler e Brunner (1945). Na dedução do método foram desprezados inicialmente:

i) qualquer efeito causado pela gravidade nos fluidos da amostra, através da


adoção de uma rotação suficientemente alta;
ii) qualquer diferença de força de corpo (centrífuga) devido a diferença de
velocidade entre a face interna e a face externa da amostra, utilizando um raio de
giro muito maior do que o comprimento da amostra;
iii) qualquer diferença de força de corpo (centrífuga) entre pontos pertencentes a um
corte transversal à amostra, adotando um raio de giro muito maior do que o
diâmetro da amostra;

Desta forma a equação 7 pode ser escrita como,


L
S (ρgh )dh ,
1
L ∫0
S = (8)

em que foi admitido que a pressão capilar é igual a pressão hidrostática, ρgh , exercida por

uma coluna de altura h de fluido de densidade ρ submetido a uma aceleração g causada


por uma força de corpo, isto é, uma força centrífuga. Se a densidade e a aceleração forem
constantes ao longo de toda a amostra a equação acima pode ser escrita como,
ρgL

∫ S (ρgh )d (ρgh ) ,
1
S = (9)
ρgL 0

Ou seja,

S (ρgL ) =
d
(ρgL S ). ( 10 )
d (ρgL )

21
Ao impor a este sistema diversas acelerações g , correspondentes a diversas
velocidades de rotação da centrífuga, podem ser determinadas as chamadas saturações na
face, S (ρgL ) 2, em função da pressão capilar, ρgL , e da saturação média, S , a primeira

determinada na fase de planejamento do teste e a segunda medida na condição de


equilíbrio mecânico em cada rotação imposta ao sistema.
Note que são necessários apenas os valores de saturação média nesta amostra na
condição de equilíbrio, quando não há mais produção de fluido deslocado. A saturação
média da amostra em tempos anteriores ao equilíbrio é utilizada apenas como uma forma de
controle de qualidade do teste, para garantir que este equilíbrio é realmente atingido.
Este método, chamado de explícito, não pressupõe qualquer forma parametrizada
para a curva de pressão capilar na amostra. Uma extensa discussão e comparação entre os
diversos métodos implícitos e explícitos para a determinação da curva de pressão capilar
pode ser encontrada em Forbes (1997).

2.13.2. MÉTODO DE SKUSE

O método de Skuse et al. (1992) desconsidera os efeitos gravitacionais, mas leva em


consideração os efeitos radiais para obter a saturação em um ponto a partir da saturação
média. As forças gravitacionais são pequenas para as dimensões de amostras petrofísicas,
principalmente se comparadas às forças inerciais envolvidas. Assim sendo, as
considerações simplificadoras do método de Skuse et al. (1992) são bastante razoáveis.
As pressões capilares e saturações são calculadas para a face de entrada do fluido
deslocante, e neste trabalho foram calculadas utilizando a equação (11), referente ao
sistema água-óleo e a solução de Skuse et al. (1992).

Pc =
1 2
2
(
ω ∆ρ R12 − R 2 ) Pressão Capilar na Embebição3 ( 11 )

2
De fato esta não é a saturação na face, mas a saturação na pressão capilar correspondente a uma coluna de fluido do
tamanho da amostra submetida a um campo de força cuja aceleração resultante nos fluidos é g.
3
Embebição: Processo de aumento da saturação do fluido molhante (remoção do fluido não-molhante)
22
2.14. TEORIA DO DESLOCAMENTO IMISCÍVEL NO MEIO POROSO EM UMA DIMENSÃO

A equação que relaciona o comportamento da pressão no interior do reservatório


com o tempo, que é função da porosidade da rocha, viscosidade do fluido,
compressibilidade total do sistema e da permeabilidade relativa ao fluido em consideração é
denominada equação da difusividade hidráulica.
A equação da difusividade hidráulica, como é utilizada na engenharia de
reservatórios, é obtida a partir da associação de três equações básicas: a equação da
continuidade, que é uma equação de conservação de massa, a lei de Darcy, que é uma
equação de transporte de massa, e uma equação de estado que tanto pode ser uma lei dos
gases como a equação da compressibilidade para o caso de líquidos.
A seguir é apresentada a dedução da equação (12) de Buckley-Leverett (1942),
incluindo o termo de pressão capilar, que rege o fluxo incompressível água-óleo em uma
dimensão.

∂f w ∂  λo λw ' ∂S w  ∂S
uT +  Pc  + φ w = 0 ( 12 )
∂x ∂x  λo + λw ∂x  ∂t

Considerando escoamento darciano:

∇(Pp + ρ p gz )
k k rp
up = − ( 13 )
µp

1D e desprezando o efeito de gravidade:

k k rp ∂p p ∂p p
up = − = −λ p ( 14 )
µ p B p ∂x ∂x

A pressão capilar é dada pela equação:

PCAP = Po − Pw

Ou

PCAP = Pnwet − Pwet ( 15 )

Equações de conservação de massa para os componentes água e óleo (p), em 1D e


considerando a porosidade constante:

23

− (ρ p u p ) = φ ∂ (ρ p S p ) + q *p ( 16 )
∂x ∂t

Em que q *p é vazão mássica injetada por unidade de volume de rocha (termo fonte), u p a

velocidade de Darcy, S p a saturação e ρ p a massa específica.

Equação de transporte de massa, 1D e desprezando o efeito de gravidade escrita para o


fluido deslocante, água:

k k rp ∂p p ∂p p ∂p w
up = − = −λ p ⇒ u w = −λ w ( 17 )
µp ∂x ∂x ∂x

Substituindo a equação (15) na equação (17) obtém-se

∂p o ∂P
u w = −λ w + λw c ( 18 )
∂x ∂x

Substituindo a equação (15) na equação (17) para a fase óleo obtém-se

λo ∂P
uo = − u w − λo c ( 19 )
λw ∂x

Como uT = u o + u w , segue:

λo ∂P
uT = u w (1 + ) − λo c ( 20 )
λw ∂x

Definindo-se o fluxo fracionário de água:


λw
fw = ( 21 )
λ w + λo

A equação (20) pode ser escrita como:

∂Pc
u w = f w uT + λo f w ( 22 )
∂x

24
A seguir, foi resumida a base matemática para interpretação dos dados do ensaio.

Com a definição de pressão capilar na forma diferencial, combinando e rearranjando


as equações (13) para a fase água e para a fase óleo, (15), (21) e lembrando que a soma do
fluxo fracionário de água com o fluxo frácionário de óleo é igual a um, pode-se obter a
equação do fluxo fracionário do fluido deslocante (dedução mais detalhada na próxima
seção):

ko  ∂PC 
1+  − g∆ρ sin θ 
qt µ o  ∂x 
f w2 = ( 23 )
ko µ w
1+
k w µo

Em que fw2, é a fração de água na face de saída; qt, é a velocidade superficial de fluido total
na saída da amostra; θ é o ângulo entre a direção x e a horizontal; e ∆ρ é a diferença de
massa específica entre os fluidos deslocante e deslocado. Para o caso de um fluxo
horizontal e pressão capilar negligenciável, Welge (1952) mostrou que para um dado valor
de saturação e através de manipulação algébrica pode ser calculada a saturação na face de
saída da amostra utilizada para a determinação das curvas de permeabilidade relativa.
Como não há termo fonte, o fluxo é considerado incompressível (massa específicas
constantes), substituindo a equação (22) na equação (16) para a fase água obtém-se a
equação de Buckley e Leverett (1942) incluindo o termo de pressão capilar:

∂f w ∂  λo λw ' ∂S w  ∂S
uT +  Pc  + φ w = 0 ( 24 )
∂x ∂x  λo + λw ∂x  ∂t

A equação (24) pode ser adimensionalizada definindo-se:

xD = x ( 25 )
L

t uT
tD = ∫ dt ( 26 )
0 φL

Substituindo na equação (24) resulta a equação Buckley e Leverett na sua forma


adimensional:

∂f w 1 ∂  − λo λw ' ∂S w  ∂S w
−  Pc + =0 ( 27 )
∂xD uT L ∂xD  λo + λw ∂xD  ∂t D

25
Em seguida, pode-se arbitrar relações para as permeabilidades relativas
(normalmente as curvas do tipo SPLINES 3 ajustam bem o histórico de produção), obtendo
uma solução numérica através da aplicação do Método de Diferenças Finitas aplicado ao
Método IMPES. Aplicam-se métodos numéricos a equação.
O efeito da gravidade pode ser considerado desprezível em ensaios de amostras de
rocha na horizontal devido ao pequeno diâmetro da amostra (aproximadamente 3,80 cm)
submetido à força da gravidade.

Já no escoamento capilar pelo método da centrifugação os efeitos gravitacionais e


radiais precisam ser levados em consideração.
Este assunto foi bem estudado e relatado no Relatório Técnico Petrobras (RT IRF
006/2013) (Modelo de Hagoort, 1980; Método de O´Meara et al, 1983 e 1985; Método de
Hirasaki et al, 1992 e 1995).

2.15. CURVAS DE PRESSÃO CAPILAR E PERMEABILIDADE RELATIVA PARAMETRIZADAS

A seguir são detalhadas as formas parametrizadas das curvas de pressão capilar e


permeabilidade relativa implementadas no programa IMAGO RELP®. Nas relações
mostradas são utilizadas variáveis cujo significado está relacionado a cada tipo de
deslocamento:

Em deslocamentos gás-água,
Sa é a saturação de água na amostra,
S b é a saturação de gás na amostra,
S1 é a saturação de água ao final do processo de deslocamento de gás e
S 2 é igual a zero (admite-se que a amostra está 100% saturada com água no início do
processo).

Em deslocamentos gás-óleo,
Sa é a saturação de óleo na amostra,
S b é a saturação de gás na amostra,
S1 é a saturação de óleo ao final do processo de deslocamento de gás e
S 2 é a saturação de água na amostra durante o ensaio (admite-se que toda água é
irredutível).

26
Em deslocamentos óleo-água,
Sa é a saturação de água na amostra,
S b é a saturação de óleo na amostra,
S1 é a saturação de água ao final do processo de deslocamento de óleo e
S 2 é igual a zero (admite-se que a amostra está 100% saturada com água no início do
processo).

2.15.1. CURVAS DE PRESSÃO CAPILAR

2.15.1.1. Burdine
−1 / λ
 S − S1 
pc ( S a ) = p e  a  ( 28 )
 1 − S1 − S 2 
Onde pe é a pressão capilar na saturação S1 e λ um parâmetro livre que define a
curvatura da pressão capilar definiada por esta função.

2.15.1.2. Bentsen & Anli


 S − S1 
pc ( S a ) = pe − λ log a  ( 29 )
 1 − S1 − S 2 
Onde pe é a pressão capilar na saturação S1 e λ um parâmetro livre que define a
curvatura da pressão capilar definiada por esta função.

2.15.1.3. Função Exponencial


  S − S1  
pc ( S a ) = λ1 exp − λ2  a   + λ2 ( 30 )
  1 − S 1 − S 2 

Onde λ1 , λ2 , λ3 são parâmetros livres que definem a função.

2.15.1.4. Função Racional


λ3
 S − S1 
λ1 + λ2  a 
 1 − S1 − S 2 
pc ( S a ) = λ6 ( 31 )
 S a − S1 
λ4 + λ5  
 1 − S1 − S 2 

Onde λ i são seis parâmetros livres que definem esta função.

27
2.15.1.5. Função de Potência
λ2
 S − S1 
pc ( S a ) = λ1  a  + λ3 ( 32 )
 1 − S1 − S 2 

Onde λ i são três parâmetros livres que definem esta função, que é uma simplificação da
função racional, descrita acima.

2.15.2. CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA

2.15.2.1. Corey
na
 S − S1 
k ra ( S a ) = k ra @ Sainicial  a  ( 33 )
 1 − S1 − S 2 
nb
 Sb 
k rb ( S b ) = k rb @ Sb final   ( 34 )
 1 − S1 − S 2 
Onde k ra @ Sainicial é a permeabilidade relativa ao fluido “a” no início do processo, k rb @ Sb final é a
permeabilidade relativa ao fluido “b” no final do processo de deslocamento e os parâmetros
na e nb definem a curvatura das funções.

2.15.2.2. Sigmund & McCaffery2


λ
k ra @ Sainicial   S a − S1  1a  S − S1  
k ra ( S a ) =   + λ2 a  a  ( 35 )
(1 + λ2a )   1 − S1 − S 2   1 − S1 − S 2  
λ1 b
k rb @ Sb final   Sb   Sb  
k rb ( S b ) =    + λ2 b   ( 36 )
(1 + λ2b )   1 − S1 − S 2   1 − S1 − S 2  
Onde k ra @ Sainicial é a permeabilidade relativa ao fluido “a” no início do processo, k rb @ Sb final é a

permeabilidade relativa ao fluido “b” no final do processo de deslocamento e os parâmetros


λi definem as funções.

2.15.2.3. Chierici
− λ1 a
  S a − S1  
k ra ( S a ) = k ra @ Sainicial 
exp − λ2 a   ( 37 )
  1 − S1 − S 2  
 
− λ1b
  Sb  
k rb ( Sb ) = k rb @ Sb final 
exp − λ2 b   ( 38 )
  1 − S1 − S 2  
 

28
Onde k ra @ Sainicial é a permeabilidade relativa ao fluido “a” no início do processo, k rb @ Sb final é a

permeabilidade relativa ao fluido “b” no final do processo de deslocamento e os parâmetros


λi definem as funções.

2.15.2.4. LET
λ1 a
 S a − S1 
 
k ra ( S a ) = k ra @ Sainicial  1 − S1 − S 2 
( 39 )
  S − S  λ1a  S a − S1  
λ3 a
 a 1
 + λ2 a 1 − 
  1 − S1 − S 2   1 − S1 − S 2  
 
λ1b
 Sb 
 
k rb ( S b ) = k rb @ Sb final  1 − S1 − S 2 
λ1b λ3 b ( 40 )
 Sb   Sb  
  + λ2b 1 − 
  1 − S1 − S 2   1 − S1 − S 2  
 
Onde k ra @ Sainicial é a permeabilidade relativa ao fluido “a” no início do processo, k rb @ Sb final é a
permeabilidade relativa ao fluido “b” no final do processo de deslocamento e os parâmetros
λi definem as funções.

2.15.2.5. Splines 2

Definindo:
S a − S1 Sb
S a* = e S b* = ( 41 )
1 − S1 − S 2 1 − S1 − S 2

 se S a* <
1
(
então k ra @ Sainicial (2λ 2 a − 6λ1a )S a* + 4λ1a S a*
2
)
 2
k ra ( S a ) =   (2λ − 6λ + 4)S * 2 
1
se S a >
*
então k ra @ Sainicial  1a 2a a 
 2  + (− 4λ + 8λ − 4)S * + (2λ − 2λ + 1)
 1a 2a a 1a 2a 
( 42 )


 se S b* <
1
2
2
(
então k rb @ Sb final (2λ 2b − 6λ1b )S b* + 4λ1b S b* )

k rb ( S b ) =   (2λ − 6λ + 4 )S * 2 
1
se S b* > então k rb @ Sb final  1b 2b b 
 2  + (− 4λ + 8λ − 4 )S * + (2λ − 2λ + 1)
 1b 2b b 1b 2b 
( 43 )

29
Onde k ra @ Sainicial é a permeabilidade relativa ao fluido “a” no início do processo, k rb @ Sb final é a

permeabilidade relativa ao fluido “b” no final do processo de deslocamento e os parâmetros


λi definem as funções. Estes parâmetros estão implementados no IMAGO RELP®, utilizado
para a determinação das curvas de permeabilidade relativa através de experimentos de
deslocamento viscoso.

2.15.2.6. Splines 3

Definindo:
S a − S1 Sb
S a* = e S b* = ( 44 )
1 − S1 − S 2 1 − S1 − S 2

S o − S or S w − S wi
S o* = e S w* = ( 45 )
1 − S or − S wi 1 − S or − S wi


 se S a* <
1
2
(
então k ra @ Sainicial (14λ1a − 8λ2 a + 2λ3a )S a* + (− 18λ1a + 6λ2a )S a* + 6λ1a S a*
3 2
)

k ra (S a ) =   (− 2λ + 8λ − 14λ + 8)S * 3 + (6λ − 18λ + 24λ − 12)S * 2 
1
se S a* > então k ra @ Sainicial  1a 2a 3a a 1a 2a 3a a 

 + (− 6λ1a + 12λ2a − 12λ3a + 6)S a + (2λ1a − 2λ2a + 2λ3a − 1)


 2  * 

( 46 )

 * 1
(
 se S b < 2 então k rb @ Sbfinal (14λ1b − 8λ2b + 2λ3b )S b + (−18λ1b + 6λ2b )S b + 6λ1b S b
*3 *2 *
)

k rb (S b ) = 
1  (− 2λ + 8λ −14λ + 8)S * 3 + (6λ −18λ + 24λ −12)S * 2 
se S b* > então
 2 k rb @ Sbfinal  1b 2b 3b b 1b 2b 3b b 

 + (− 6λ1b +12λ2b −12λ3b + 6)S b + (2λ1b − 2λ2b + 2λ3b −1)


  * 

( 47 )

Onde k ra @ Sainicial é a permeabilidade relativa ao fluido “a” no início do processo, k rb @ Sb final é a

permeabilidade relativa ao fluido “b” no final do processo de deslocamento e os parâmetros


λi definem as funções. Estes parâmetros estão implementados no programa IMAGO
RELP®, utilizado para a determinação das curvas de permeabilidade relativa através de
experimentos de deslocamento viscoso.

30
2.16. CONSIDERAÇÕES

Neste Capítulo foram apresentados os conceitos que serão utilizados na dedução


das equações e nos cálculos de permeabilidade relativa considerando a pressão capilar
descritos no Capítulo 4. Também foram descritos alguns métodos de ensaios laboratoriais
para obtenção das curvas de pressão capilar e permeabilidade relativa. O conceito de
número capilar foi revisto e avaliou-se o número capilar das amostras analisadas que
indicou que a produção adicional de óleo não ocorre por descontinuidade.
Na próxima seção é descrita a metodologia empregada nas avaliações das curvas de
permeabilidade relativa.

31
3. METODOLOGIA

Foram realizados ensaios de permeabilidade relativa em condição de reservatório,


utilizando amostra de rocha carbonática de reservatório, óleo do reservatório coletado após
cessar a injeção de produtos químicos – antiespumantes e antiincrustantes, água com
composição química equivalente a de formação para saturação das amostras – a água foi
coletada no intervalo de interesse do poço e analisada no Laboratório de Incrustação do
CENPES, que analisa as amostras de fluidos aquosos, em seguida, reproduzida
sinteticamente no Laboratório de Petrofísica Especial do CENPES – e água com
composição química equivalente a de injeção no reservatório. Os ensaios foram realizados a
temperatura e pressões de reservatório.
As amostras de rocha que realizaram os ensaios foram escolhidas baseadas na sua
representatividade em relação ao reservatório que se pretende caracterizar.
Analisou-se o desempenho da produção nessas amostras de rocha do reservatório,
partindo da amostra com água conata no ensaio em condição de reservatório (fluidos,
temperatura e pressão de reservatório) submetida a uma injeção de água em vazão
constante, através da medição de pressões e produção, dadas em certa condição de fluxo,
que são, posteriormente, aplicadas a um modelo matemático. Durante todo o período de
ensaio da amostra de rocha, a pressão e a produção são monitoradas no tempo.
Em seguida, a amostra de rocha foi submetida a um fluxo forçado maior que o fluxo
normal. Durante essa injeção também foram medidos os dados de diferencial de pressão e
de produção em relação ao tempo.
Posteriormente a amostra foi retirada da célula de ensaio (holder), montada em uma
centrifuga e submetida à alta rotação (5000 RPM), que gerou uma força capilar equivalente
à força capilar aplicada para levar a amostra à condição de saturação de água conata, e
ocorreu uma produção de óleo adicional, obtendo-se a saturação de óleo residual capilar
(Sor cap).
Os dados experimentais de pressão capilar e permeabilidade relativa utilizados neste
trabalho foram obtidos em ensaios de pressão capilar pelo método da centrifugação e em
ensaios de permeabilidade relativa por deslocamento viscoso e capilar realizados no
Laboratório de Petrofísica Especial do CENPES.

32
Na obtenção do comportamento das curvas de permeabilidade relativa água-óleo
completas até o Sor cap, incluindo o fluxo forçado, foi proposta e aplicada uma solução
baseada na solução semianalítica de Civan e Donaldson (1989), que considera a pressão
capilar nas equações de permeabilidade relativa. De forma que se pôde incluir nas curvas a
parte gerada devido ao escoamento em que as forças viscosas predominam e a parte
gerada devido ao predomínio das forças capilares.
Anterior ao trabalho apresentado nesta dissertação, a solução semianalítica de Civan
e Donaldson (1989) tinha sido aplicada na obtenção das curvas de permeabilidade relativa
para uma dada vazão constante, limitando as curvas de permeabilidade relativa à saturação
de óleo residual do fluxo normal (Sor).
No presente trabalho foram aplicadas as mesmas equações e método de cálculo
semelhante ao descrito por Civan e Donaldson (1989), no entanto, a aplicação foi estendida
ao fluxo forçado e a produção capilar, quando a amostra atinge a saturação de óleo residual
capilar, assumindo que o fluxo fracionário é igual a um após esta última produção. Assim, foi
possível obter as curvas de permeabilidade relativa completas, incluindo os dados de
produção e diferencial de pressão do fluxo forçado e os dados de produção e pressão
capilar do deslocamento capilar, realizado após os ensaios de deslocamento por injeção de
água a vazão constante.
Os pontos das curvas de permeabilidade relativa foram obtidos aplicando a técnica
de análise numérica na equação da difusividade hidráulica para escoamento bifásico (óleo e
água) unidimensional e utilizando cálculos numéricos e o método de solução GRG Não
Linear no Solver do Excel, indicado para problemas suaves e não lineares.
Foram utilizados métodos analíticos tradicionais (Jones-Roszelle (1978), Welge
(1952) e JBN – Johnson et al. (1959)), que consideram apenas as forças viscosas atuantes
no deslocamento e não consideram os efeitos de pressão capilar para comparação com a
solução semianalítica das curvas de permeabilidade relativa proposta e obtidas
considerando a pressão capilar. Também se utilizou um programa computacional específico
(Imago Relp®) para obtenção das curvas de permeabilidade relativa por ajuste de histórico e
comparação com a solução proposta.
Para comparação também foram aplicadas as soluções por métodos analíticos
tradicionais e por ajuste de histórico até Sor fluxo e até o Sor cap, sem considerar a pressão
capilar e considerando a pressão capilar através de um programa específico (Imago Relp®)
para análise das curvas de permeabilidade relativa até o limite da capacidade desses
métodos.

33
De acordo com os resultados e discussões que serão apresentados no Capítulo 6,
apesar da empresa responsável pela programação do Imago Relp® informar que é possível
obter as curvas de permeabilidade relativa considerando os efeitos da pressão capilar,
pode-se constatar que a solução de permeabilidade relativa considerando a pressão capilar
não foi possível e essa solução pode não estar prevista no modelo matemático do
programa.
Foram realizadas simulações em escala de plugue e em escala de reservatório para
avaliação das curvas de permeabilidade relativa obtidas. Em escala de plugue foram
realizadas simulações para comparar os resultados de produção e diferencial de pressão
com os dados experimentais medidos, de acordo com as curvas de permeabilidade relativa
obtidas. Em escala de reservatório foi utilizado o modelo five-spot variando as curvas de
permeabilidade relativa, de acordo com as curvas de permeabilidade relativa obtidas, para
avaliar o impacto dessas curvas na produção de reservatórios de hidrocarboneto. As
simulações tanto em escala de plugue quanto em escala de reservatório foram realizadas no
simulador black oil IMEX® 2013.10 da CMG.

34
4. OBTENÇÃO DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA PELO MÉTODO SEMIANALÍTICO

A seguir serão discutidos os métodos utilizados para estimar a permeabilidade


relativa em uma amostra através do acompanhamento da produção de óleo - fluido
deslocado – em função do tempo e do diferencial de pressão entre a face de entrada e a
face de saída da amostra de rocha em função do tempo, resultantes da injeção a vazão
constante de água – fluido deslocante. Na derivação das equações mais gerais para a
determinação da permeabilidade relativa foi assumido que um fluido chamado de “1” ou “a”,
deslocante, desloca um fluido chamado de “2” ou “b”, deslocado, de uma amostra (definido
como processo de embebição).

4.1. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA

4.1.1. SOLUÇÃO DE REGIME TRANSIENTE

A lei de Darcy escrita para um fluido a e um fluido b, quando eles são submetidos a
uma diferença de pressão e uma força de corpo é igual a (O´Meara et al, 1985):

r kk r
ua = − ra ∇( pa − ρ a gz ) , ( 48 )
µa

r kk r
u b = − rb ∇( pb − ρ b gz ) . ( 49 )
µb

Onde z é uma coordenada alinhada a direção da força de corpo g , que pode ser
relacionada diretamente à força gravitacional ou à força centrífuga. As equações de
conservação da massa em cada um destes fluidos, quando o escoamento de cada um deles
é incompressível, podem ser escritas como

∂S a r r
φ + ∇.ua = 0 , ( 50 )
∂t

∂Sb r r
φ + ∇.ub = 0 . ( 51 )
∂t

35
A pressão capilar é definida como a diferença de pressão entre as duas fases
presentes, pb − pa = pc ( S a ) = pc ( Sb ) . Diminuindo a equação (49) da equação (48), e
utilizando a definição da pressão capilar para simplificação, obtém-se:

r r
µ aua µ b ub r
− = ∇( pc + ( ρ a − ρ b ) gz ) . ( 52 )
kk ra kk rb

r r r
Se a velocidade total de deslocamento, escrita como u = ua + ub , for substituída na equação
acima, tem-se
r r
r u k
ua = + ∇( pc + ( ρ a − ρ b ) gz ) . ( 53 )
1 + k rb µ a   µa µ 
 k µ   k + bk 
 ra b   ra rb 

Substituindo esta relação na equação (50), e definindo a mobilidade de cada um dos


kkrα
fluidos como λα =
µα , tem-se
 
∂S a r  
r
u λa λb r
φ + ∇. + ∇( pc + ( ρ a − ρb ) gz )  = 0 .
 1 + λb  (λa + λb )
( 54 )
∂t 
 λ  
 a 

Esta equação relaciona a saturação do fluido a no meio poroso à velocidade total de


deslocamento das duas fases e à pressão capilar.

A seguir são apresentadas as equações de permeabilidade relativa de ensaios por


deslocamentos em regime transiente incluindo a pressão capilar que possibilitam os cálculos
pelo método semianalítico proposto por Civan e Donaldson (1989).

Pela definição de saturações:

S1 + S 2 = 1,0 (55)

Relações Volumétricas: relação entre o fluxo volumétrico e fluxo volumétrico acumulado

 1   Q (t ) 
u l (t ) =   d l 
 A   dt  (56)
Relação entre da taxa de fluxo volumétrico e fluxo volumétrico

ql (t ) = Aul (t )
(57)
36
O fluxo fracionário das fases é definido por
 u (t ) 
f l (t ) =  l 
 u (t )  (58)
Substituindo a equação (56) na equação (58)
 dQ (t ) 
f l (t ) =  l 
 dQ(t )  (59)
O fluxo volumétrico total e o fluxo acumulado total são definidos, respectivamente, como
segue.

u (t ) = u1 (t ) + u 2 (t ) (60)
e
Q(t ) = Q1 (t ) + Q2 (t ) (61)

Analogamente, o fluxo volumétrico e fluxo fracionário das fases são


q(t ) = q1 (t ) + q2 (t ) (62)
e
1 = f1 (t ) + f 2 (t ) (63)

Combinando e rearranjando as equações (13), (15), (48), (58) e (63) obtém-se:

µ2 ∂P
+
k
(ρ1 − ρ 2 )gsenθ + k c
kr2 u u ∂x
f1 = (64)
µ1 µ2
+
k r1 kr2

Teoria desenvolvida por Buckley e Leverett (1942) que foi posteriormente estendida
por Welge (1952). Para fluido incompressível, u = u (t ) , e combinando a equação (16) para a
fase água e a equação (58) obtém-se:

∂f 1  ∂S 
u (t ) + φ 1  = 0 (65)
∂x  ∂t 
Aplicando a regra da cadeia obtém-se:

37
 u (t )  ∂f1  ∂S1   ∂S1 
 φ  ∂S  ∂x  +  ∂t  = 0 (66)
  1    

 u (t )  ∂f1 
O termo    representa a velocidade da fase 1 em uma dada saturação, S1 , por
 φ  ∂S1 
causa da equivalência expressa na seguinte equação:

 dx   ∂S1   ∂S1   dS1 


   + = ≡0
 dt  S1  ∂x   ∂t   dt  (67)
∂f 1 df 1 (S1 )
Combinando as equações (66) e (67) e assumindo ≅ conduz a equação:
∂S1 dS1

 dx   u (t )   df 1 (S1 ) 
  ≅   (68)
 dt  S 1  φ   dS1 

Substituindo (56) em (68) e rearranjando os termos obtém-se:

 dQ(t )   df1 (S1 ) 


dxS1 ≅   
 φA   dS1  (69)

Integrando

 [Q(t ) − Q(0 )] df1 (S1 ) 


xS1 (t ) − xS1 (0) ≅   
 φA  dS1  (70)
E se o fluxo de fluido total ( u ) é constante

 ut   df (S )
xS1 (t ) − xS 1 (0) ≅    1 1 
 φ   dS1  (71)

Substituindo as equações (48) e (49) na forma unidimensional e (15) na equação (60),


rearranjando os termos obtém-se:
 k  k    kr2  
u − kgsenθ  ρ1  r1  + ρ 2  r 2     
∂p1
=−   µ1   µ2  
−  µ 2   dPc  ∂S1  (72)
∂x  k   k   k   k   dS1  ∂x 
k  r1  +  r 2    r1  +  r 2  
 µ1   µ 2    µ1   µ 2  

38
O diferencial de pressão na amostra de comprimento L é
L
∂pl
∆p = p0 − p L = − ∫ dx
∂x
0 (73)

Substituindo a equação (72) e a diferencial da equação (71) em dx na equação (73), com os


limites de integração na face de entrada e de saída da amostra obtido da equação (71),
obtém-se:

df1 φL
   k r1  k   kr2
=  u − kgsenθ  ρ1   + ρ 2  r 2  
∆p (t )   µ1   µ2 µ2
S1 x = L
   u   df1  1
dS1 ut
 dPc
= ∫  x d   + ∫ dS1
t df1   k r1   k r 2 
 +    φ   dS1  t S1 x = 0 k r1 + k r 2 dS1
=0
 k  
 µ1 µ 2
dS1
 µ
 1   2  µ 
(74)

Assumindo que u é constante, levando a derivativa da equação (74) com relação a t e


aplicando a regra de Leibnitz seguida por simplificação algébrica, obtém-se:

 k 
 u + kgsenθ (ρ1 − ρ 2 ) r 2  
 [∆p (t )]   u2  L +
∆p − t  d  + ρ1 gsenθL =  
 dt   k   k 
 k  r1  +  r 2  
  µ1   µ 2  
x=L

kr2  kr2 
 
µ2 µ2
S1 x = L
dPc  dPc ∂S1 
∫ x k r1 k r 2 dS1 dS1 −  k r1 k r 2 dS1 t ∂ t 
S1 x = 0 +  + 
µ1 µ 2  µ1 µ 2  x=L
(75)
Os termos no lado direito da equação (75) são avaliados em x =L, na face de saída.
Há dois termos desconhecidos na equação (75) (Kr1 e Kr2); entretanto a equação (64) de
fluxo fracionário deve ser utilizada como segunda equação em x =L. Na sequência a
designação x =L não foi escrito por conveniência.
As equações (64) e (75) foram simplificadas negligenciado os termos gravitacionais e
rearranjadas para obter as equações (76) e (77), respectivamente. Esta simplificação
adiciona a restrição de fluxo horizontal de fluidos a prévia restrição de injeção a vazão
constante. Também por conveniência t foi substituído por Q com a ajuda das equações (56),
(60) e (61) porque u é constante.

39
k r1 µ 2 f  k kA ∂Pc 
= 1 1 − r1 
µ1k r 2 f 2  µ1 q1 ∂x 
(76)
e

−1 −1
 f kA dPc ∂S1   f kA dPc ∂S1  dP  ∂S
S1
dP dS 
∫ 1 − 1
S1 x = 0 
µ1 q1 dS1 ∂x
k r1  f 2 c dS1 −1 − 1
 dS1  µ1q1 dS1 ∂x
k r1  f 2 c  1 L + Q 1  +
 dS1  ∂x dQ 
Lq1 µ1 1  d∆p 
−  ∆p − Q =0
kA k r1  dQ 
(77)

Uma vez que a equação (77) foi resolvida para Kr1, os valores correspondentes de
Kr2 são calculados com a equação (76). A pressão capilar é importante sobre várias
condições, tais como baixa vazão, baixa permeabilidade absoluta, e grande diferença de
viscosidade entre as fases imiscíveis. Entretanto, para obter uma solução geral para a
permeabilidade relativa é necessário resolver as equações (76) e (77) simultaneamente com
os termos da pressão capilar inclusos. Quando a pressão capilar é desprezada, no entanto,
as equações (76) e (77) tornam-se, respectivamente:

1 µ f  1 
=  1 1  *  (78)
kr2  µ2 f2
*
 k r1 

1  kA    d∆p 
=   ∆p − Q  (79)
k r1  Lµ1 q1  
*
 dQ 

Substituindo a equação (79) na equação (78)

1  kA   d∆p 
=   ∆p − Q  (80)
k r 2  Lµ 2 q 2
*
  dQ 

As equações (79) e (80) foram obtidas previamente por Marle (1981) baseado no método
JBN (Johnson et al., 1959). Marle usa as substituições q1 = f 1uA e q 2 = f 2 uA em suas
equações de permeabilidade relativa. As equações (79) e (80) tem três restrições: (1)
injeção a vazão constante, (2) fluxo horizontal e (3) pressão capilar negligenciada.

Procedimento de Cálculo

40
Primeiro escrever as equações (77) e (76) respectivamente como
_
S
[(S ) − (S ) ]∫ β (1 − λk )
_
d S − γ (1 − λk r1 ) + τk r1 − α = 0
−1 −1 −1
1 n 1 0 r1 (81)
0

 k r1 f 2 µ 2 
k r 2 =  
 [µ1 ( f1 − λk r1 )]  (82)
~
Em que S é a saturação normalizada
~
S=
[S − (S ) ]
1 1 0

[(S )n − (S ) ]
(83)
1 1 0

Os outros termos que aparecem nas equações (81) e (82) são


 d∆p 
α = ∆p − Q 
 dQ  (84)

 dP 
β = f 2  c 
 dS1  (85)
 ∂S1   dS 
γ = β   L + Q 1  (86)
 ∂x   dQ 

 kA  dPc  ∂S1 
λ =     f1 (87)
µ
 1  1  ∂x 
q dS

Lq1 µ1
τ= (88)
kA

A equação (77) conduz a um conjunto de n equações algébricas não-lineares


correspondentes a n medidas experimentais:
n
[ −1
] [ −1 
] [ ]
Fi ≡ [(S1 )n − (S1 )0 ]∑ aij β (1 − λk r1 ) j + ai0 β (1 − λk r1 ) 0  + − γ (1 − λk r1 ) + τk r1 i − α i = 0
−1 −1

 j =1 
(89)

onde i=1,2...n
E os elementos da matriz Jacobiana são

41
∂Fi
∂k r1 j
[ −2
] [
−1 −2 −2
]
= [(S1 )n − (S1 )0 ]aij λβ (1 − λk r1 ) + τk r1 j + − λγ (1 − λk r1 ) − τk r1 i δ ij
(90)

onde i=1,2...n e j=1,2...n

Os procedimentos de cálculo da permeabilidade relativa foram descritos


detalhadamente por Civan e Donaldson (1989), que desenvolveram o método semianalítico
para o cálculo de permeabilidade relativa que inclui relações de pressão capilar. A inclusão
da pressão capilar no método incorpora efeitos capilares de borda. Assim, foi removida a
restrição de que o deslocamento a altas taxas de fluxo (altas vazões) deve ser mantido para
ensaios em regime transiente para diminuir os efeitos adversos das relações de pressão
capilar.
A aplicação do método apresentado a partir dos dados de ensaios em amostras de
rocha em condições similares a de reservatório foi mostrado por Civan e Donaldson (1989).
Vale lembrar que as equações foram deduzidas para uma vazão de injeção
constante.
No presente trabalho foram aplicadas equações e método de cálculo semelhantes ao
descrito por Civan e Donaldson (1989), no entanto, a aplicação foi estendida ao fluxo
forçado e a produção capilar, quando a amostra atinge a saturação de óleo residual capilar,
assumindo que o fluxo fracionário é igual a um após esta última produção. Assim, foi
possível obter as curvas de permeabilidade relativa completas, incluindo os dados de
produção e diferencial de pressão do fluxo forçado e os dados de produção e pressão
capilar do deslocamento capilar. Os ensaios de deslocamento em fluxo forçado e de
deslocamento capilar foram realizados após o ensaio de deslocamento em fluxo normal, em
que o deslocamento ocorre por injeção de água à vazão constante.
Na próxima seção é apresentada uma breve descrição dos ensaios de
permeabilidade relativa, de pressão capilar centrifuga e são mostrados os dados medidos
em laboratório e utilizados nos cálculos de permeabilidade relativa.

42
5. DADOS DAS AMOSTRAS E DOS ENSAIOS

Nesta seção são apresentados os dados das amostras de rocha que realizaram os
ensaios, os dados dos fluidos utilizados nessas análises e os dados medidos nos ensaios de
permeabilidade relativa água-óleo. Além de uma breve descrição dos ensaios de
permeabilidade relativa e pressão capilar centrifuga.

5.1. DADOS DAS AMOSTRAS A E B UTILIZADAS NOS ENSAIOS

As amostras foram escolhidas para os ensaios de permeabilidade relativa em função


das características permoporosas e geológicas. Na TABELA 2 são apresentadas as
propriedades das amostras, dados de injeção e pressão aplicados durante o ensaio no
deslocamento do óleo.

TABELA 2 – Propriedades das amostras utilizadas nos ensaios e dados aplicados no


deslocamento de óleo

para obtenção da Sor


Saturação de Água
Porosidade Efetiva

Pressão Capilar na
Comprimento (cm)

forçado (cm /min)


normal (cm /min)

Face da Amostra
Permeabilidade

Vazão no fluxo

Vazão no fluxo
Absoluta (mD)
Diâmetro (cm)

Irredutível(%)

Capilar (psi)
3
Amostra

4
Facies

(%)

A 3,77 6,64 A 156 18,4 18,7 1,02 4,05 114


B 3,78 6,57 B 1488 15,8 17,4 2,02 4,00 118

5.2. FLUIDOS UTILIZADOS NOS ENSAIOS

As amostras foram centrifugadas até o Swi usando óleo mineral UNIPAR (0,761
g/cm3 e 1,12 cP @ 21 °C). Em seguida foi realizada a medida de permeabilidade efetiva ao
óleo mineral.

4
Facies: A – Descrição petrográfica distinta da amostra B
B – Descrição petrográfica distinta da amostra A

43
No ensaio a amostra e os fluidos foram aquecidos em uma estufa, o óleo mineral
substituído por óleo do poço de modo a manter a razão de viscosidade próxima à observada
no reservatório.
Os valores de viscosidade dos fluidos utilizados nas análises nas condições dos
testes estão presentes na TABELA 3.

TABELA 3 – Fluidos utilizados nas análises

FLUIDOS

Composição da água de formação Água de formação Sintética


Composição da água de injeção Água de Injeção Sintética
Óleo Mineral (ensaio na condição de LAB) UNIPAR
Composição do óleo no ensaio Óleo do Reservatório
Densidade da água de formação sintética (g/cm³) 1,108 @ 23 °C
Densidade do óleo mineral (g/cm³) 0,761 @ 23 °C
Viscosidade da água de injeção (cP) 0,321 @ 1000 psi e 95 °C
Amostra A
Viscosidade do óleo no Ensaio (cP) 1,252 @ 1000 psi e 95 °C
Amostra B
Viscosidade do óleo no Ensaio (cP) 1,284 @ 1000 psi e 95 °C

A composição química da água utilizada foi baseada na caracterização de fluidos


aquosos recuperados no poço na profundidade em que se encontravam as amostras.

5.3. DESCRIÇÃO DOS ENSAIOS

As amostras limpas e com a petrofísica de rotina realizada foram saturadas com


água sintética equivalente a de formação e, em seguida, centrifugadas com óleo mineral até
o Swi (processo no qual foi medida a curva de pressão capilar).
Nesta etapa, as amostras escolhidas são drenadas (óleo deslocando água) ou
embebidas (água deslocando óleo) na centrífuga. Durante a centrifugação são medidas as
produções de fluido deslocado para cada rotação. Com os dados de rotação e produção
calcula-se com o método de Skuse as curvas de pressão capilar na face em função da
saturação na face. Os aspectos teóricos e o equipamento utilizado na análise foram
descritos na seção 2.13.
Após serem retiradas da centrífuga, elas foram acomodadas no holder e, nesta
condição, foi realizado um ensaio de permeabilidade efetiva ao óleo mineral.

44
Em seguida, o sistema foi aquecido, substituiu-se o óleo mineral pelo óleo morto e foi
realizado o ensaio de permeabilidade efetiva ao óleo morto ao longo do tempo até que a
permeabilidade efetiva se estabilizasse. Neste ponto, considera-se que a molhabilidade já
está restaurada e injetou-se água sintética equivalente a do mar dessulfatada a vazão
constante até o estado de saturação residual de óleo (Sor) com medição de produção de
óleo em um separador e da pressão diferencial ao longo do teste para obtenção da curva de
permeabilidade relativa. Observar o esquema simplificado do equipamento de análise de
permeabilidade relativa água-óleo na Figura 6.
A permeabilidade efetiva à água no Sor foi medida e aumentou-se a vazão para
verificação do efeito de extremidade (fluxo forçado). As amostras foram centrifugadas a
pressão capilar equivalente a que as amostras foram levadas ao Swi para avaliar possível
produção de óleo adicional por processo capilar. Durante todo o processo as amostras
foram mantidas aquecidas. E por último foram acomodadas novamente no holder e, nesta
condição, foi realizado um ensaio de permeabilidade efetiva a água do mar dessulfatada.

Figura 6 – Esquema simplificado do equipamento de análise de permeabilidade relativa água-óleo.


(Relatório Técnico Petrobrás, RT IRF 006 / 2013)

Utilizando processos de otimização o problema inverso é resolvido para obtenção


das curvas de permeabilidade relativa água-óleo a partir das curvas de produção de óleo e
diferencial de pressão na injeção a vazão normal. Até este ponto o método da obtenção das
45
curvas de permeabilidade relativa está bem definido na literatura e no CENPES. No
entanto, não há um método proposto na literatura para obtenção das curvas de
permeabilidade relativa até o Sor obtido por fluxo forçado e o Sor obtido por deslocamento
capilar após o fluxo forçado.
E neste trabalho propõe-se um método de obtenção das curvas de permeabilidade
relativa completas, até o Sor capilar.

5.4. DADOS DE PRESSÃO CAPILAR, PRODUÇÃO E DIFERENCIAL DE PRESSÃO OBTIDOS NOS


ENSAIOS

Na Figura 7 e na Figura 8 são apresentados os gráficos de pressão capilar do


processo de embebição das amostras A e B. Na Figura 9 e na Figura 10 são apresentados
os dados de produção e diferencial de pressão com o tempo das amostras A e B. Observar
que na Figura 10 e na TABELA 6, além dos dados de diferencial de pressão experimentais
são mostrados também os dados de diferencial de pressão ajustados que foram utilizados
nos cálculos das curvas de permeabilidade relativa apresentadas na seção 6.1, uma vez
que as medidas de diferencial de pressão apresentaram uma oscilação, subindo no final do
ensaio. Isso pode ocorrer por migração de finos durante a injeção de água, dissolução e
precipitação, ou outro fenômeno de interação rocha-fluido como alterações de
molhabilidade.
Na TABELA 4 e na TABELA 6 são mostrados os dados que compõe estas curvas.

Figura 7 – Curva de pressão capilar centrifuga na face da amostra no processo de embebição da amostra
A. (elaboração própria)

46
Figura 8 – Curva de pressão capilar centrifuga na face da amostra no processo de embebição da amostra
B. (elaboração própria)

Figura 9 – Produção e diferencial de pressão com o tempo da amostra A. (elaboração própria)

47
TABELA 4 – Pontos de pressão capilar embebição, produção e diferencial de pressão - Amostra A

(segundos)
Embebição

de Pressão
Diferencial
Np (cm )
Pressão

Medido
Capilar
Sw (%)

Tempo
(psi)

(psi)
18,673 -0,0345 0,0 0,000 5,770
18,680 -0,0346 3,0 0,050 5,779
19,720 -0,0408 33,0 0,678 5,784
20,120 -0,0433 63,0 1,196 5,053
22,403 -0,0601 93,0 1,640 4,596
27,072 -0,0843 123,0 1,936 4,269
29,403 -0,1148 183,0 2,232 3,834
31,344 -0,1443 243,0 2,454 3,318
33,824 -0,1877 303,0 2,602 3,090
36,850 -0,2503 363,0 2,676 3,070
39,351 -0,3106 483,0 2,750 2,796
40,633 -0,3448 603,0 2,824 2,767
41,302 -0,3635 723,0 2,898 2,663
42,030 -0,3845 843,0 2,972 2,446
42,368 -0,3946 1023,0 2,972 2,315
43,291 -0,4228 1263,0 3,046 2,267
44,628 -0,4660 1563,0 3,120 2,244
44,864 -0,4739 2163,0 3,231 2,140
46,612 -0,5351 2763,0 3,268 2,058
46,924 -0,5465 3603,0 3,342 1,994
47,209 -0,5571 6303,0 3,453 1,863
47,912 -0,5844 10023,0 3,601 1,791
48,747 -0,6044 11103,0 3,638 1,771
49,429 -0,6308 14643,0 3,690 1,731
49,436 -0,6382 15843,0 3,749 1,720
55,432 -1,0153 18283,0 3,749 1,700
65,424 -1,6500 26638,0 3,897 1,660
30543,0 3,949 1,650
34143,0 3,971 1,630
37743,0 3,986 1,620
44943,0 4,030 1,600
52143,0 4,082 1,580
59343,0 4,097 1,560
66543,0 4,119 1,550
74283,0 4,141 1,530
77883,0 4,153 1,520
80223,0 4,154 1,520
81783,0 4,155 1,520
84543,0 4,156 1,520
183000,0 4,966 0,968
3000000,0 6,316 0,610
48
Na TABELA 5 são apresentados os dados de produção de óleo obtidos no ensaio da
amostra A, com os respectivos fator de recuperação, saturação de óleo residual e volume de
óleo adicionalmente produzido em relação ao método viscoso de fluxo normal utilizado
tradicionalmente.

TABELA 5 – Dados de produção do ensaio da amostra A e recuperação de óleo associada

Produção de Óleo

Volume de Óleo

Volume de Óleo
Adicional (cm )
3
Deslocamento

Adicional (%)
– Np (cm )

Produzido

Produzido
3
Tipo de

Sor (%)

FR (%)
Fluxo Normal 4,156 50,6 37,8 0,000 0,0
Fluxo Forçado 4,966 44,6 45,2 0,810 19,5
Deslocamento
6,316 34,6 57,5 2,160 52,0
Capilar

Lembrando que os pontos terminais foram obtidos por fluxo a vazão normal de 1,01
cm /minuto, Sor, em seguida, aplicando fluxo forçado a vazão de 4,02 cm3/minuto, Sor
3

forçado, e por último no deslocamento capilar em centrifuga aplicando uma pressão capilar
na face da amostra A de 114 psi, Sor capilar.

Comparando os dados medidos nos ensaios, observa-se uma diminuição de 6,0


pontos percentuais na saturação de óleo residual entre o fluxo forçado e o fluxo normal,
refletindo em um aumento de 7,4 pontos percentuais no fator de recuperação, que equivale
a uma produção adicional de óleo recuperado de 19,5%.
Na comparação entre os dados medidos no deslocamento capilar e o fluxo normal
observa-se uma diminuição de 16,0 pontos percentuais na saturação de óleo residual do
deslocamento capilar, refletindo em um aumento de 19,7 pontos percentuais no fator de
recuperação, que equivale a uma produção adicional de óleo recuperado de 52,0%.
A tendência é aumentar o volume de óleo adicional previsto na curva de produção da
simulação de reservatórios proporcionalmente ao volume de óleo adicional produzido da
amostra de rocha, já que os dados de produção medidos da amostra alimentam os
simuladores de reservatório através das curvas de permeabilidade relativa. Considerando os
campos do Pré-Sal que possuem um grande volume de óleo in place, podendo chegar a
bilhões de barris, essa previsão de produção adicional pode significar bilhões de barris de
óleo recuperados adicionalmente.

49
Figura 10 – Produção e diferencial de pressão com o tempo da amostra B. (elaboração própria)

50
TABELA 6 – Pontos de pressão capilar embebição, produção e diferencial de pressão - Amostra
B

Ajustado (psi)
Diferencial de

Diferencial de
Medido (psi)
(segundos)
Embebição

Np (cm )
Pressão

Pressão

Pressão
3
Capilar
Sw (%)

Tempo
(psi)
17,422 -0,0638 0 0,000 0,280 0,2800
47,517 -0,5275 69,8 2,184 0,520 0,4563
57,527 -0,6962 144,8 4,776 0,480 0,4934
58,289 -0,7140 169,8 5,136 0,480 0,4801
62,046 -0,7879 224,8 5,568 0,460 0,4692
63,966 -0,8240 254,8 5,676 0,430 0,4552
67,567 -0,8946 314,8 5,784 0,410 0,4184
70,231 -0,9504 374,8 5,928 0,400 0,4042
72,334 -0,9974 674,8 6,346 0,390 0,3908
73,136 -1,0162 1034,8 6,504 0,350 0,3528
73,873 -1,0339 1214,8 6,576 0,370 0,3400
74,647 -1,0531 1934,8 6,706 0,330 0,3314
74,694 -1,0543 2474,8 6,778 0,320 0,3205
75,148 -1,0659 2714,8 6,828 0,330 0,3170
75,535 -1,0759 3614,8 6,864 0,320 0,3140
76,512 -1,1021 4814,8 6,864 0,320 0,3120
77,420 -1,1278 6614,8 6,936 0,310 0,3101
77,540 -1,1306 8414,8 7,008 0,310 0,3091
77,755 -1,1373 12014,8 7,080 0,310 0,3081
77,860 -1,1405 15614,8 7,080 0,310 0,3071
78,090 -1,1476 19214,8 7,080 0,310 0,3061
78,285 -1,1536 24614,8 7,080 0,270 0,3051
78,435 -1,1583 33614,8 7,138 0,310 0,3041
78,586 -1,1629 48014,8 7,160 1,550 0,3031
79,847 -1,2016 58814,8 7,162 1,640 0,3021
80,662 -1,2318 82814,8 7,164 1,410 0,3011
87,195 -1,4738 83414,8 7,166 1,410 0,3010
90000 7,260 1,200 0,2950
200000 8,010 0,240 0,2400

Na TABELA 7 são apresentados os dados de produção de óleo obtidos no ensaio da


amostra B, com os respectivos fator de recuperação, saturação de óleo residual e volume de
óleo adicionalmente produzido em relação ao método viscoso de fluxo normal utilizado
tradicionalmente.

51
TABELA 7 – Dados de produção do ensaio da amostra B e recuperação de óleo associada

Produção de Óleo

Volume de Óleo

Volume de Óleo
Adicional (cm )
3
Deslocamento

Adicional (%)
– Np (cm )

Produzido

Produzido
3
Tipo de

Sor (%)

FR (%)
Fluxo Normal 7,166 20,2 75,6 0,000 0,0
Fluxo Forçado 7,260 19,3 76,6 0,094 1,3
Deslocamento
8,010 12,8 84,5 0,844 11,8
Capilar

Lembrando que os pontos terminais foram obtidos por fluxo a vazão normal de 2,016
cm /minuto, Sor, em seguida, aplicando fluxo forçado a vazão de 4,00 cm3/minuto, Sor
3

forçado, e por último no deslocamento capilar em centrifuga aplicando uma pressão capilar
na face da amostra B de 118 psi, Sor capilar.

Comparando os dados medidos nos ensaios, observa-se uma diminuição de 0,9


pontos percentuais na saturação de óleo residual entre o fluxo forçado e o fluxo normal,
refletindo em um aumento de 1,0 pontos percentuais no fator de recuperação, que equivale
a uma produção adicional de óleo recuperado de 1,3%.
Na comparação entre os dados medidos no deslocamento capilar e o fluxo normal
observa-se uma diminuição de 7,4 pontos percentuais na saturação de óleo residual do
deslocamento capilar, refletindo em um aumento de 8,9 pontos percentuais no fator de
recuperação, que equivale a uma produção adicional de óleo recuperado de 11,8%.
A amostra A que tem menor permeabilidade, maiores valores de pressão capilar e
maior tendência de molhabilidade ao óleo apresentou uma produção de óleo adicional
significativa quando submetida ao fluxo forçado, enquanto a amostra B teve uma produção
de óleo adicional que não foi significativa. No entanto, as duas amostras tiveram uma
produção de óleo significativa na centrifugação realizada após o fluxo forçado para avaliar a
produção de óleo por aplicação de forças capilares.

52
6. RESULTADOS E DISCUSSÕES: CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA OBTIDAS

Nesta seção são apresentados os resultados de permeabilidade relativa água-óleo


obtidos até o Sor viscoso pelo método viscoso tradicional, por ajuste de histórico e analítico,
sem considerar a pressão capilar e os resultados obtidos até o Sor capilar pelo método
semianalítico proposto, considerando a pressão capilar. É avaliado também o resultado
obtido por ajuste de histórico com a pressão capilar no programa Imago Relp®.
Os dados que compõe as curvas apresentadas são mostrados nas tabelas do
ANEXO I.

6.1. GRÁFICOS DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA - AMOSTRA A

Na Figura 11 são mostradas as curvas de permeabilidade relativa obtidas até o Sor


viscoso (alcançado ao final da injeção de água com vazão normal, fluxo normal) por ajuste
de histórico e analiticamente aplicando a solução de Jones e Roszelle (1978) no programa
Imago Relp®, sem considerar a pressão capilar. Observa-se que os resultados obtidos por
ajuste de histórico e analiticamente apresentam boa concordância.

Figura 11 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor viscoso obtidas por método analítico e por ajuste
de histórico, sem considerar a pressão capilar. (elaboração própria)

53
Na Figura 12 são mostradas as curvas de permeabilidade relativa obtidas
analiticamente aplicando a solução JBN (Johnson, E.F., Bossler, D.P, Naumann )(1959) e
Jones e Roszelle (1978), sem considerar a pressão capilar. Observa-se que os resultados
obtidos pelas duas soluções analiticas apresentam boa concordância. Essa solução
analítica sem considerar a pressão capilar é um dos dados de entrada para a solução
semianalítica que considera pressão capilar.

Figura 12 – Curvas de permeabilidade relativa obtidas por métodos analíticos sem considerar a pressão
capilar. (elaboração própria)

Na Figura 13 são mostradas as curvas de permeabilidade relativa obtidas até o Sor


capilar (alcançado após a injeção de água com vazão forçada, fluxo forçado e após o
deslocamento na centrifuga) por ajuste de histórico e analiticamente no programa Imago
Relp®, sem considerar a pressão capilar. Observa-se que os resultados obtidos por ajuste
de histórico e analiticamente apresentam discordância. As curvas de permeabilidade relativa
ao óleo e a água obtida por ajuste de histórico ficaram abaixo das curvas obtidas pelo
método analítico. Essa diferença ocorreu devido ao ajuste de histórico no programa Imago
Relp® não conseguir representar bem simultaneamente o fluxo normal, o forçado e o
deslocamento capilar, indicando a limitação do programa na obtenção das curvas de
permeabilidade relativa até o Sor viscoso.

54
Figura 13 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método analítico e por ajuste
de histórico, sem considerar a pressão capilar. (elaboração própria)

Figura 14 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método semianalítico e
analítico, com e sem considerar a pressão capilar, respectivamente. (elaboração própria)

55
Na Figura 14 são mostradas as curvas de permeabilidade relativa obtidas até o Sor
capilar (alcançado após a injeção de água com vazão forçada, fluxo forçado e após o
deslocamento na centrifuga) pelo método analítico sem considerar a pressão capilar e pelo
método semiananalítico considerando a pressão capilar. Sendo os dados de permeabilidade
relativa do método analítico sem considerar a pressão capilar dados de entrada nos cálculos
dos pontos de permeabilidade relativa pelo método semiananalítico considerando a pressão
capilar. Observa-se que os resultados obtidos pelos métodos analítico e semianalítico até o
Sor cap ficaram coerentes, com as curvas do método semianalítico ficando um pouco acima
das curvas do método analítico devido a diferença da pressão capilar.

Figura 15 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas pelo método semianalítico
considerando a pressão capilar e por ajuste de histórico sem considerar a pressão capilar, mas com
pontos terminais considerando a pressão capilar. (elaboração própria)

Para avaliar a possibilidade de obtenção das curvas de permeabilidade relativa água-


óleo até o Sor capilar levando em consideração a pressão capilar no programa Imago
Relp®, os mesmos dados foram utilizados neste programa, que não foi capaz de capturar os
efeitos dos dados de pressão capilar. O ajuste de histórico não ficou bom e as curvas
ficaram bem abaixo das obtidas pelo método semianalítico.

56
6.2. GRÁFICOS DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA - AMOSTRA B

Análise análoga à realizada para a amostra A foi realizada para a amostra B.


Na Figura 16 são mostradas as curvas de permeabilidade relativa obtidas até o Sor
viscoso (alcançado ao final da injeção de água com vazão normal, fluxo normal) por ajuste
de histórico e analiticamente aplicando a solução de Jones e Roszelle (1978) no programa
Imago Relp, sem considerar a pressão capilar. Observa-se que os resultados obtidos por
ajuste de histórico e analiticamente apresentam boa concordância.

Figura 16 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor viscoso obtidas por método analítico e por ajuste
de histórico, sem considerar a pressão capilar. (elaboração própria)

Na Figura 17 são mostradas as curvas de permeabilidade relativa obtidas


analiticamente aplicando a solução JBN (Johnson, E.F., Bossler, D.P, Naumann )(1959) e
Jones e Roszelle (1978), sem considerar a pressão capilar. Observa-se que os resultados
obtidos pelas duas soluções analiticas apresentam boa concordância. Essa solução
analítica sem considerar a pressão capilar é um dos dados de entrada para a solução
semianalítica que considera pressão capilar.

57
Figura 17 – Curvas de permeabilidade relativa obtidas por métodos analíticos sem considerar a pressão
capilar. (elaboração própria)

Na Figura 18 são mostradas as curvas de permeabilidade relativa obtidas até o Sor


capilar (alcançado após a injeção de água com vazão forçada, fluxo forçado e após o
deslocamento na centrifuga) por ajuste de histórico e analiticamente no programa Imago
Relp®, sem considerar a pressão capilar. Observa-se que os resultados obtidos por ajuste
de histórico e analiticamente apresentam discordância. As curvas de permeabilidade relativa
ao óleo e a água obtida por ajuste de histórico ficaram abaixo das curvas obtidas pelo
método analítico. Essa diferença ocorreu devido ao ajuste de histórico no programa Imago
Relp® não conseguir representar bem simultaneamente o fluxo normal, o forçado e o
deslocamento capilar, indicando a limitação do programa na obtenção das curvas de
permeabilidade relativa até o Sor viscoso.

58
Figura 18 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método analítico e por ajuste
de histórico, sem considerar a pressão capilar. (elaboração própria)

Figura 19 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método analítico com e sem
considerar a pressão capilar. (elaboração própria)

59
Na Figura 19 são mostradas as curvas de permeabilidade relativa obtidas até o Sor
capilar (alcançado após a injeção de água com vazão forçada, fluxo forçado e após o
deslocamento na centrifuga) pelo método analítico sem considerar a pressão capilar e pelo
método semiananalítico considerando a pressão capilar. Sendo os dados de permeabilidade
relativa do método analítico sem considerar a pressão capilar dados de entrada nos cálculos
dos pontos de permeabilidade relativa pelo método semiananalítico considerando a pressão
capilar. Observa-se que os resultados obtidos pelos métodos analítico e semianalítico até o
Sor capilar ficaram coerentes, com as curvas do método semianalítico ficando um pouco
acima das curvas do método analítico devido a diferença da pressão capilar.

Figura 20 – Curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método analítico
considerando a pressão capilar e por ajuste de histórico sem considerar a pressão capilar, mas com
pontos terminais considerando a pressão capilar. (elaboração própria)

Para avaliar a possibilidade de obtenção das curvas de permeabilidade relativa água-


óleo até o Sor capilar levando em consideração a pressão capilar no programa Imago
Relp®, os mesmos dados foram utilizados neste programa, que não foi capaz de capturar os
efeitos dos dados de pressão capilar. O ajuste de histórico não ficou bom e as curvas
ficaram bem abaixo da obtida no método semianalítico, semelhante ao observado para a
amostra A.

60
7. AVALIAÇÃO DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA E SIMULAÇÃO NO MODELO EM
ESCALA DE PLUGUE

Foram realizadas simulações para avaliar as possiveis variações das curvas de


produção e de diferencial de pressão das amostras A e B, de acordo com as curvas de
permeabilidade relativa obtidas. Na seção 8.1 foram descritas as condições utilizadas na
simulação referente aos dados da amostra A e da amostra B. E nas seções seguintes são
apresentados os resultados dessas simulações.
As simulações foram realizadas no IMEX® 2013.10 da CMG que é um simulador de
reservatórios Black Oil.
Os dados que compõe as curvas apresentadas são mostrados nas tabelas do
ANEXO II.

7.1. DADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO EM ESCALA DE PLUGUE UTILIZANDO AS CURVAS DE


PERMEABILIDADE RELATIVA

O Modelo de plugue Black Oil utilizado na simulação das amostras com os dados da
amostra A e, em seguida, da amostra B é mostrado na Figura 21. A seguir são descritos os
dados e condições utilizados nas simulações referentes a cada amostra. Nas simulações os
dados e condições referentes a cada amostra foram mantidos constantes no modelo,
alterando-se apenas as curvas de permeabilidade relativa, cujo impacto nas curvas de
produção e diferencial de pressão pretende-se avaliar. Os resultados das simulações são
apresentados nas seções 7.2, 7.3, 7.4, 7.5 e 7.6.

61
Figura 21 – Distribuição de saturação durante a simulação do ensaio de deslocamento – Amostra A.
(elaboração própria)

A área aberta ao fluxo é equivalente a área do plugue utilizado no ensaio. O


comprimento foi dividido em 40 células entre o poço injetor e o poço produtor. A partir de 30
células não há influencia da quantidade de elementos na simulação em escala de plugue, e
essa quantidade de células foi definida de acordo com a análise de sensibilidade de malha
realizada através das simulações em escala de plugue pelo Laboratório de Petrofísica
Especial do CENPES. Os elementos que contém o poço injetor e o poço produtor tem uma
permeabilidade muito alta (106 mD) e uma porosidade muito baixa (0,1%) não interferindo
nos resultados simulados do plugue e tendo uma distribuição de fluidos equivalente a que
ocorre nos ensaios de permeabilidade relativa.
As diferenças nos resultados de diferencial de pressão obtidos na simulação com as
curvas de permeabilidade relativa do método semianalítico foram avaliadas na seção 7.6
considerando, dentre outras variáveis analisadas, possíveis influências da pressão capilar.

62
Amostra A
Dimensões do modelo: 6,64 cm x 3,3411 cm x 3,3411 cm
Quantidade de células: 42 x 1 x 1

Propriedades da rocha:
Porosidade efetiva: 18,4%
Permeabilidade absoluta em i e j: 156 mD

Propriedades dos fluidos:


Massa específica da água: 62,2 lb/ft3
Massa específica do óleo: 46,2 lb/ft3
Viscosidade da água: 0,321 cP
Viscosidade do óleo: 1,252 cP

Condição Inicial:
Pressão da amostra: 1000 psi
Reservatório na saturação de água conata: Swi = 18,7%

Condições de fundo do poço injetor:


Vazão de injeção de água: 1,01 cm3/minuto, aplicada do inicio da simulação (tempo
0) até 84.543 segundos;
Vazão de injeção de água: 4,02 cm3/minuto, aplicada de 84544 a 183.000 segundos
(tempo do fluxo forçado);
Retorno ao fluxo normal, vazão de injeção de água: 1,01 cm3/minuto, aplicada de
183.001 a 228.000 segundos (12,5 horas), para medição de diferencial de pressão -
permeabilidade efetiva a água no Sor forçado – e verificar que não ocorreria mais produção
nessa vazão;
Diferencial de pressão equivalente ao deslocamento capilar que ocorreu na
centrifuga: 114 psi, aplicado de 228.001 a 420.000 segundos (aproximadamente 53 horas);
Retorno ao fluxo normal, vazão de injeção de água: 1,01 cm3/minuto, aplicada de
420.001 a 3.000.000 segundos, para medição de diferencial de pressão - permeabilidade
efetiva a água no Sor capilar – e verificar que não ocorreria mais produção nessa vazão.

Condições de fundo do poço produtor:


Pressão de fundo de poço: 1000 psi (equivalente à contrapressão utilizada no ensaio).

63
Geometria dos poços verticais injetor e produtor localizados no centro dos
elementos:
Raio do poço: 0,00025 cm
Raio efetivo: 0,14 cm (geofac 0,34 e wfrac 1,0)
O poço está aberto ao longo da espessura da amostra.

As condições utilizadas nas simulações de reservatório em escala de plugue


referentes à amostra B são semelhantes às condições utilizadas nas simulações de
reservatório em escala de plugue referentes à amostra A. Sendo alterados os dados de
porosidade efetiva, permeabilidade absoluta, viscosidade do óleo e as curvas de
permeabilidade relativa, cujo impacto nas curvas de produção e diferencial de pressão
pretende-se avaliar. A seguir, são descritos os dados que diferem do modelo de simulação
referente à amostra A, além das curvas de permeabilidade relativa.

Amostra B
Dimensões do modelo: 6,57 cm x 3,3499 cm x 3,3499 cm
Quantidade de células: 42 x 1 x 1

Propriedades da rocha:
Porosidade efetiva: 15,8%
Permeabilidade absoluta em i e j: 1488 mD

Propriedades dos fluidos:


Viscosidade do óleo: 1,284 cP

Condição Inicial:
Pressão da amostra: 1000 psi
Reservatório na saturação de água conata: Swi = 17,4%

Condições de fundo do poço injetor:


Vazão de injeção de água: 2,016 cm3/minuto, aplicada do inicio da simulação (tempo
0) até 83.414,8 segundos;
Vazão de injeção de água: 4,00 cm3/minuto, aplicada de 84.415 a 90.000 segundos
(tempo do fluxo forçado);

64
Retorno ao fluxo normal, vazão de injeção de água: 2,016 cm3/minuto, aplicada de
90.001 a 102.000 segundos (3,3 horas), para medição de diferencial de pressão -
permeabilidade efetiva a água no Sor forçado – e verificar que não ocorreria mais produção
nessa vazão;
Diferencial de pressão equivalente ao deslocamento capilar que ocorreu na
centrifuga: 118 psi, aplicado de 102.001 a 190.000 segundos (aproximadamente 24,4
horas);
Retorno ao fluxo normal, vazão de injeção de água: 2,016 cm3/minuto, aplicada de
190.001 a 200.000 segundos, para medição de diferencial de pressão - permeabilidade
efetiva a água no Sor capilar – e verificar que não ocorreria mais produção nessa vazão.

Condições de fundo do poço produtor:


Pressão de fundo de poço: 1000 psi (equivalente à contrapressão utilizada no ensaio).

Geometria dos poços verticais injetor e produtor localizados no centro dos


elementos:
Raio do poço: 0,00025 cm
Raio efetivo: 0,14 cm (geofac 0,34 e wfrac 1,0)
O poço está aberto ao longo da espessura da amostra.

7.2. AMOSTRA A – RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO EM ESCALA DE PLUGUE


UTILIZANDO AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA OBTIDAS PELO MÉTODO VISCOSO

Na Figura 22 são mostrados os resultados de produção da amostra A simulados com


as curvas de permeabilidade relativa obtidas até o Sor viscoso sem considerar a pressão
capilar. Os dados obtidos da simulação ficaram próximos aos dados experimentais, sendo a
diferença observada similar à diferença observada no ajuste de histórico para obtenção
dessas curvas. E na Figura 23 são mostrados os resultados de diferencial de pressão dessa
mesma simulação, que também ficaram coerentes com os dados experimentais.

65
Figura 22 – Curva de produção até o Sor viscoso com as curvas de permeabilidade relativa até o Sor
viscoso obtidas por método analítico e por ajuste de histórico sem considerar a pressão capilar –
Amostra A. (elaboração própria)

Figura 23 – Curva de diferencial de pressão até o Sor viscoso com as curvas de permeabilidade relativa
até o Sor viscoso obtidas por método analítico e por ajuste de histórico sem considerar a pressão capilar
– Amostra A. (elaboração própria)

66
7.3. AMOSTRA A – RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO EM ESCALA DE PLUGUE
UTILIZANDO AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA OBTIDAS PELO MÉTODO
SEMIANALÍTICO

Na Figura 24 são mostrados os resultados de produção da amostra A simulados com


as curvas de permeabilidade relativa obtidas até o Sor capilar considerando a pressão
capilar. Os dados obtidos da simulação ficaram próximos aos dados experimentais, sendo
pequena a diferença observada. E na Figura 28 são mostrados os resultados de diferencial
de pressão dessa mesma simulação, que também ficaram coerentes com os dados
experimentais.

Figura 24 – Curva de produção até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar
obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar na simulação e com pontos terminais
considerando a pressão capilar – Amostra A. (elaboração própria)

67
Figura 25 – Detalhe do inicio da curva de produção até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade
relativa até o Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar na simulação e
com pontos terminais considerando a pressão capilar – Amostra A. (elaboração própria)

Figura 26 – Curva de produção até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar
obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar na simulação e com pontos terminais
considerando a pressão capilar – Amostra A. (elaboração própria)

68
Figura 27 – Detalhe na região de fluxo forçado e Sor Capilar da curva de produção até o Sor Capilar com
curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a
pressão capilar na simulação e com pontos terminais considerando a pressão capilar – Amostra A.
(elaboração própria)

Figura 28 – Curva de diferencial de pressão até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade relativa até o
Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar na simulação e com pontos
terminais considerando a pressão capilar – Amostra A. (elaboração própria)

69
Na Figura 28 nota-se que os dados de diferencial de pressão ficaram coerentes em
relação aos dados experimentais. Para a amostra B foi observado uma diferença entre os
dados de diferencial de pressão obtidos na simulação e os dados experimentais, mostrados
na Figura 35. Foram realizadas simulações da amostra B para analisar essa discrepância e
na seção 7.6 foram mostrados e discutidos os resultados.

7.4. AMOSTRA B – RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO EM ESCALA DE PLUGUE


UTILIZANDO AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA OBTIDAS PELO MÉTODO VISCOSO

Na Figura 29 são mostrados os resultados de produção da amostra B simulados com


as curvas de permeabilidade relativa obtidas até o Sor viscoso sem considerar a pressão
capilar. Os dados obtidos da simulação ficaram próximos aos dados experimentais, sendo a
diferença observada similar à diferença observada no ajuste de histórico para obtenção
dessas curvas. E na Figura 30 são mostrados os resultados de diferencial de pressão dessa
mesma simulação, que também ficaram coerentes com os dados experimentais.

Figura 29 – Curva de produção até o Sor Viscoso com curvas de permeabilidade relativa até o Sor
viscoso obtidas por método analítico e por ajuste de histórico sem considerar a pressão capilar –
Amostra B. (elaboração própria)

70
Figura 30 – Curva de diferencial de pressão até o Sor Viscoso com curvas de permeabilidade relativa até
o Sor viscoso obtidas por método analítico e por ajuste de histórico sem considerar a pressão capilar –
Amostra B. (elaboração própria)

71
7.5. AMOSTRA B – RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO EM ESCALA DE PLUGUE
UTILIZANDO AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA OBTIDAS PELO MÉTODO
SEMIANALÍTICO

Na Figura 31 são mostrados os resultados de produção da amostra A simulados com


as curvas de permeabilidade relativa obtidas até o Sor capilar considerando a pressão
capilar. Os dados obtidos da simulação ficaram próximos aos dados experimentais, sendo
pequena a diferença observada. E na Figura 35 são mostrados os resultados de diferencial
de pressão dessa mesma simulação, que apresentou uma diferença significativa em relação
aos dados experimentais.

Figura 31 – Curva de produção até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar
obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar na simulação e com pontos terminais
considerando a pressão capilar – Amostra B. (elaboração própria)

72
Figura 32 – Detalhe do inicio da curva de produção até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade
relativa até o Sor capilar obtidas por método analítico considerando a pressão capilar na simulação e com
pontos terminais considerando a pressão capilar – Amostra B. (elaboração própria)

Figura 33 – Curva de produção até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar
obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar na simulação e com pontos terminais
considerando a pressão capilar – Amostra B. (elaboração própria)

73
Figura 34 – Detalhe na região de fluxo forçado e Sor Capilar da curva de produção até o Sor Capilar com
curvas de permeabilidade relativa até o Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a
pressão capilar na simulação e com pontos terminais considerando a pressão capilar – Amostra B.
(elaboração própria)

Figura 35 – Curva de diferencial de pressão até o Sor Capilar com curvas de permeabilidade relativa até o
Sor capilar obtidas por método semianalítico considerando a pressão capilar na simulação e com pontos
terminais considerando a pressão capilar – Amostra B. (elaboração própria)

74
7.6. AMOSTRA B – RESULTADOS DA SIMULAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DAS DIFERENÇAS DOS
DADOS DE DIFERENCIAL DE PRESSÃO

Figura 36 – Resultados de produção da simulação com curvas de permeabilidade relativa variando a


pressão capilar na simulação – Amostra B. (elaboração própria)

Figura 37 – Resultados de diferencial de pressão da simulação com curvas de permeabilidade relativa


variando a pressão capilar na simulação – Amostra B. (elaboração própria)

75
Figura 38 – Resultados de diferencial de pressão da simulação com curvas de permeabilidade relativa
variando a pressão capilar na simulação – Amostra B. (elaboração própria)

As diferenças nos resultados de diferencial de pressão obtidos na simulação com as


curvas de permeabilidade relativa do método semianalítico foram avaliadas considerando as
curvas de permeabilidade relativa do método viscoso e possíveis pressões capilares
atuando durante o deslocamento.

Realizou-se a simulação substituindo as curvas de permeabilidade relativa do método


semianalítico pelas curvas de permeabilidade relativa do método viscoso:

• Sem pressão capilar os dados de produção e diferencial de pressão durante o


fluxo normal corroboraram com a simulação previamente realizada e com os
dados experimentais, mas não conseguiram reproduzir a condição de Sor
Forçado e Sor Capilar, como esperado;
• Com pressão capilar os dados de produção durante o fluxo normal
corroboraram com a simulação previamente realizada e com os dados
experimentais, mas os dados de diferencial de pressão tiveram uma
diminuição em relação aos dados experimentais e não conseguiram
reproduzir a condição de Sor Forçado e Sor Capilar. Apesar de esperar um
aumento no diferencial de pressão já que as forças capilares foram inseridas.
76
Indicando que há uma incoerência nos resultados de diferencial de pressão
quando a simulação no IMEX® é realizada com a pressão capilar;
• Com sinal da pressão capilar positivo os dados de produção durante o fluxo
normal corroboraram com a simulação previamente realizada e com os dados
experimentais, mas os dados de diferencial de pressão tiveram uma
diminuição maior ainda em relação aos dados experimentais e não
conseguiram reproduzir a condição de Sor Forçado e Sor Capilar. Apesar de
esperar um aumento no diferencial de pressão já que as forças capilares
foram inseridas. Reforçando que há uma incoerência nos resultados de
diferencial de pressão quando a simulação no IMEX® é realizada com a
pressão capilar;
• Com uma combinação das curvas de permeabilidade relativa e sem a pressão
capilar. Até o Sor Normal foi utilizada a curva de permeabilidade relativa do
método viscoso, para o Sor Forçado e Sor Capilar foram utilizadas as curvas
de permeabilidade relativa do método semianalítico. Os dados de produção e
diferencial de pressão durante os fluxos normal, forçado e capilar
corroboraram com os dados experimentais, conseguindo reproduzir inclusive
a condição de Sor Forçado e Sor Capilar.

Na simulação com as curvas de permeabilidade relativa do método semianalítico


sem pressão capilar, observa-se que os dados de produção ficaram maiores que os dados
experimentais até atingir saturação equivalente a do Sor Capilar. Isso ocorreu para um
tempo bem menor. Indicando que a curva de pressão capilar é responsável por manter a
produção similar ao experimento. No entanto, os dados de diferencial de pressão se
ajustarem bem aos dados experimentais.

77
8. SIMULAÇÃO DE RESERVATÓRIO NO MODELO FIVE-SPOT

Foram realizadas simulações em um modelo de reservatório para avaliar as


possiveis variações das curvas de produção de acordo com as curvas de permeabilidade
relativa obtidas. Na seção 8.1 foram descritas as condições utilizadas na simulação
referente aos dados da amostra A e da amostra B.
As simulações foram realizadas no IMEX® 2013.10 da CMG que é um simulador de
reservatórios Black Oil.
Os dados que compõe as curvas apresentadas são mostrados nas tabelas do
ANEXO III.

8.1. DADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO FIVE-SPOT COM AS CURVAS DE PERMEABILIDADE


RELATIVA

O Modelo Five-Spot Black Oil utilizado na simulação de reservatório com os dados


da amostra A e, em seguida, da amostra B é mostrado na Figura 44. A seguir são descritos
os dados e condições utilizados nas simulações referentes a cada amostra. Nas simulações
os dados e condições referentes a cada amostra foram mantidos constantes no modelo,
alterando-se apenas as curvas de permeabilidade relativa, cujo impacto nas curvas de
produção pretende-se avaliar. Os resultados das simulações são apresentados nas seções
8.2 e 8.3.

78
Figura 39 – Modelo Five-Spot utilizado na simulação para avaliar o impacto das curvas de permeabilidade
relativa nas curvas de produção. (elaboração própria)

Amostra A
Dimensões do modelo: 5000 ft x 5000 ft x 150 ft
Quantidade de células: 10 x 10 x 3

Propriedades da rocha:
Porosidade efetiva: 18,4%
Permeabilidade absoluta em i e j: 156 mD
Permeabilidade absoluta em k: 15,6 mD

Propriedades dos fluidos:


Massa específica da água: 62,2 lb/ft3
Massa específica do óleo: 46,2 lb/ft3
Viscosidade da água: 0,321 cP
Viscosidade do óleo: 1,252 cP

79
Condição Inicial:
Pressão no elemento 1 x 1 x 1: 4800 psi (observar Figura 40)
Reservatório na saturação de água conata: Swi = 18,7%

Condições de fundo do poço injetor:


Vazão máxima de injeção de água: 20000 bbl/dia
Pressão máxima: 8000 psi

Condição monitorada de fundo do poço injetor


Vazão mínima de injeção de água: 1000 bbl/dia

Condições de fundo do poço produtor:


Vazão máxima de produção de óleo: 20000 bbl/dia
Pressão mínima: 3500 psi
Condição monitorada de fundo do poço produtor
Vazão mínima de produção de óleo: 1000 bbl/dia

Geometria dos poços verticais injetor e produtor localizados no centro dos


elementos:
Raio do poço: 0,25 ft
Raio efetivo: 9,6 ft (geofac 0,34 e wfrac 1,0)
O poço está aberto ao longo da espessura do reservatório.

80
Figura 40 – Pressão inicial no Modelo Five-Spot. (elaboração própria)

As condições utilizadas nas simulações de reservatório referentes à amostra B são


semelhantes às condições utilizadas nas simulações de resrevatório referentes à amostra A.
Sendo alterados os dados de porosidade efetiva, permeabilidade absoluta, viscosidade do
óleo e as curvas de permeabilidade relativa, cujo impacto nas curvas de produção pretende-
se avaliar. A seguir são descritos os dados que diferem do modelo de simulação referente a
amostra A, além das curvas de permeabilidade relativa.

Amostra B

Propriedades da rocha:
Porosidade efetiva: 15,8%
Permeabilidade absoluta em i e j: 1488 mD
Permeabilidade absoluta em k: 148,8 mD

Propriedades dos fluidos:


Viscosidade do óleo: 1,284 cP

81
8.2. AMOSTRA A – GRÁFICOS DOS RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO FIVE-SPOT COM
AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA

Na Figura 41 e na Figura 42 são mostrados os resultados obtidos no modelo de


simulação de reservatório referente à amostra A, de acordo com as curvas de
permeabilidade relativa utilizadas em cada simulação. No ANEXO III encontram-se os
pontos das curvas de permeabilidade relativa utilizados em cada simulação.
A diferença entre os tempos finais nas simulações deve-se a condição imposta
atingida, vazão mínima de produção de óleo de 1000 bbl/dia ou pressão mínima de fundo de
poço no poço produtor de 3500 psi.

Figura 41 – Resultados das Simulações com as curvas de permeabilidade relativa sem considerar a
pressão capilar obtidas por métodos analíticos e ajuste de histórico com e sem os pontos de Bump e Sor
capilar. (elaboração própria)

No modelo foram utilizadas as curvas de permeabilidade relativa obtidas pelos métodos:

Viscoso sem os pontos de Sor fluxo forçado e Sor capilar (método tradicional):
Sem a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório (visc
Sem ptos Term Sem Pc - 1);

82
Com a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório (visc
Sem ptos Term Com Pc - 2).

Viscoso analítico com os pontos de Sor fluxo forçado e Sor capilar:


Sem a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório (visc
analit com ptos Bump e Sor Cap, sem Pc SIM - 3);

Com a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório (visc


analit com ptos Bump e Sor Cap, com Pc SIM - 4).

Semianalítico com os pontos de Sor fluxo forçado e Sor capilar:


Sem a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório
(ANALIT, Sim sem Pc - 5);

Sem a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório


(ANALIT, Sim com Pc - 6).

Não houve diferença na produção de óleo e na produção de água entre as


simulações com as curvas 1 ou 2.
Houve uma pequena produção adicional de óleo e água na simulação com as curvas
3 ou 4 em relação a simulação com as curvas 1 ou 2.
Na simulação com as curvas 4 observa-se uma pequena produção adicional de óleo
e água em relação a simulação com as curvas 3.
Não houve diferença na produção de água e na produção de óleo entre as
simulações com as curvas 5 ou 6. Entretanto observa-se uma diferença significativa na
produção de óleo e de água nas simulações com as curvas 5 ou 6 em relação a simulação
com as curvas 4. E uma diferença maior ainda na produção de óleo e de água nas
simulações com as curvas 5 ou 6 em relação a simulação com as curvas 1, utilizadas
atualmente nas simulações de reservatório.

83
Figura 42 – Resultados das Simulações com as curvas de permeabilidade relativa sem considerar e
considerando a pressão capilar obtidas por métodos analíticos e ajuste de histórico com os pontos de
Bump e Sor capilar. (elaboração própria)

Na TABELA 8 são apresentados os dados de produção de óleo e água após 7000


dias (aproximadamente 19 anos e 66 dias) do inicio da produção, com os respectivos fator
de recuperação, saturação de óleo residual e volume de óleo adicionalmente produzido em
relação ao método viscoso utilizado tradicionalmente, curvas de permeabilidade relativa 1.

TABELA 8 – Dados de produção das simulações referentes à amostra A após 7000 dias de inicio
da produção
Produção de Água
Produção de Óleo

Volume de Óleo

Volume de Óleo
Permeabilidade

Adicional (bbl)

Adicional (%)
Relativa na
Simulação

Produzido

Produzido
Curvas de

– Wp (bbl)
– Np (bbl)

Sor (%)

FR (%)

1 15.855.936 20.529.473 68,4 15,9 0 0,0


2 15.843.842 20.515.665 68,4 15,8 -12.094 -0,1
3 16.531.523 21.484.198 67,9 16,5 675.587 4,3
4 16.754.740 22.451.718 67,7 16,8 898.804 5,7
5 17.640.642 26.399.193 67,0 17,6 1.784.706 11,3
6 17.575.395 26.468.775 67,0 17,6 1.719.459 10,8

84
Lembrando que as curvas de permeabilidade relativa 5 e 6 foram obtidas pelo
método semianalítico proposto, considerando os pontos de Sor fluxo forçado, Sor capilar e
pressão capilar na obtenção dessas curvas e as curvas de permeabilidade relativa 1 foram
obtidas considerando o método viscoso utilizado tradicionalmente.

Na comparação dos resultados da simulação com as curvas de permeabilidade


relativa 6 e 1, observa-se uma diminuição de 1,4 pontos percentuais na saturação de óleo
residual, refletindo em um aumento de 1,7 pontos percentuais no fator de recuperação, que,
no modelo estudado, equivale a uma produção adicional de 1.719.459 bbl de óleo
recuperado, sendo um volume 10,8% maior que no caso utilizado tradicionalmente. Ocorreu
um aumento significativo da produção de água também.
O volume de óleo do reservatório no modelo simulado é 99.962.178 bbl, caso o
volume de óleo no reservatório fosse maior, como ocorre nos reservatórios do Pré-Sal, a
tendência é aumentar proporcionalmente o volume de óleo adicional produzido.

8.3. AMOSTRA B – GRÁFICOS DOS RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO FIVE-SPOT COM


AS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA

Na Figura 43 e na Figura 44 são mostrados os resultados obtidos no modelo de


simulação de reservatório referente à amostra B, de acordo com as curvas de
permeabilidade relativa utilizadas em cada simulação. No ANEXO II encontram-se os pontos
das curvas de permeabilidade relativa utilizados em cada simulação.
A diferença entre os tempos finais nas simulações deve-se a condição imposta
atingida, vazão mínima de produção de óleo de 1000 bbl/dia ou pressão mínima de fundo de
poço no poço produtor de 3500 psi.

85
Figura 43 – Resultados das Simulações com as curvas de permeabilidade relativa sem considerar a
pressão capilar obtidas por métodos analíticos e ajuste de histórico com e sem os pontos de Bump e Sor
capilar. (elaboração própria)

No modelo foram utilizadas as curvas de permeabilidade relativa obtidas pelos


métodos:
Viscoso sem os pontos de Sor fluxo forçado e Sor capilar (método tradicional):
Sem a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório (visc
Sem ptos Term Sem Pc - 1);
Com a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório (visc
Sem ptos Term Com Pc - 2).
Viscoso analítico com os pontos de Sor fluxo forçado e Sor capilar:
Sem a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório (visc
analit com ptos Bump e Sor Cap, sem Pc SIM - 3);
Com a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório (visc
analit com ptos Bump e Sor Cap, com Pc SIM - 4).

Semianalítico com os pontos de Sor fluxo forçado e Sor capilar:


Sem a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório
(ANALIT, Sim sem Pc - 5);
Sem a curva de pressão capilar na simulação no modelo de reservatório
(ANALIT, Sim com Pc - 6).
86
Não houve diferença significativa na produção de óleo e na produção de água entre
as simulações com as curvas 1, 2, 3 ou 4.
Nas simulações com as curvas 5 ou 6 também não houve diferença significativa na
produção de água e na produção de óleo. Entretanto observa-se uma diferença significativa
na produção de óleo e de água nas simulações com as curvas 5 ou 6 em relação a
simulação com as demais curvas, inclusive em relação a simulação com as curvas 1,
utilizadas atualmente nas simulações de reservatório.

Figura 44 – Resultados das Simulações com as curvas de permeabilidade relativa sem considerar e
considerando a pressão capilar obtidas por métodos analíticos e ajuste de histórico com os pontos de
Bump e Sor capilar. (elaboração própria)

Na TABELA 9 são apresentados os dados de produção de óleo e água após 6244


dias (aproximadamente 17 anos e 37 dias) do inicio da produção, com os respectivos fator
de recuperação, saturação de óleo residual e volume de óleo adicionalmente produzido em
relação ao método viscoso utilizado tradicionalmente, curvas de permeabilidade relativa 1.

87
TABELA 9 – Dados de produção das simulações referentes à amostra B após 6244 dias de inicio
da produção

Produção de Água
Produção de Óleo

Volume de Óleo

Volume de Óleo
Permeabilidade

Adicional (bbl)

Adicional (%)
Relativa na
Simulação

Produzido

Produzido
Curvas de

– Wp (bbl)
– Np (bbl)

Sor (%)

FR (%)
1 52.506.772 69.093.824 32,8 60,3 0 0,0
2 52.416.731 69.207.944 32,9 60,1 -90.040 -0,2
3 52.026.290 69.604.949 33,3 59,7 -480.482 -0,9
4 51.901.774 69.734.616 33,4 59,6 -604.997 -1,2
5 55.117.241 66.212.206 30,4 63,2 2.610.470 5,0
6 55.068.258 66.274.602 30,4 63,2 2.561.486 4,9

Lembrando que as curvas de permeabilidade relativa 5 e 6 foram obtidas pelo


método semianalítico proposto, considerando os pontos de Sor fluxo forçado, Sor capilar e
pressão capilar na obtenção dessas curvas e as curvas de permeabilidade relativa 1 foram
obtidas considerando o método viscoso utilizado tradicionalmente.

Na comparação dos resultados da simulação com as curvas de permeabilidade


relativa 6 e 1, observa-se uma diminuição de 2,4 pontos percentuais na saturação de óleo
residual, refletindo em um aumento de 2,9 pontos percentuais no fator de recuperação, que,
no modelo estudado, equivale a uma produção adicional de 2.561.486 bbl de óleo
recuperado, sendo um volume aproximadamente 5,0% maior que no caso utilizado
tradicionalmente. Também ocorreu uma diminuição significativa na produção de água.
O volume de óleo do reservatório no modelo simulado é 489.286.500 bbl, caso o
volume de óleo no reservatório fosse maior, como ocorre nos reservatórios do Pré-Sal, a
tendência é aumentar proporcionalmente o volume de óleo adicional produzido.

88
9. CONCLUSÕES

Os valores do número capilar das amostras durante a injeção de água na vazão do


ensaio em fluxo normal e na vazão em fluxo forçado indicaram que a produção de óleo
ocorreu continuamente durante as injeções de água. Não há tendência de ter ocorrido
produção de óleo por descontinuidade.
A amostra A que tem menor permeabilidade, maiores valores de pressão capilar e
maior tendência de molhabilidade ao óleo apresentou uma produção de óleo adicional
significativa quando submetida ao fluxo forçado, enquanto a amostra B teve uma produção
de óleo adicional no fluxo forçado que não foi significativa. No entanto, as duas amostras
tiveram uma produção de óleo significativa na centrifugação realizada após o fluxo forçado
para avaliar a produção de óleo por aplicação de forças capilares.
As curvas de permeabilidade relativa foram obtidas até a saturação de óleo residual
capilar pelo método semianalítico que considera a pressão capilar na equação de Buckley e
Leverett (1942). A solução proposta foi baseada na solução semianalítica de Civan e
Donaldson (1989), que considera a pressão capilar nas equações de permeabilidade relativa
e foi deduzida para o ensaio em fluxo normal à vazão constante, até a saturação de óleo
residual do deslocamento viscoso.
No entanto, a aplicação foi estendida ao fluxo forçado e a produção capilar, quando a
amostra atinge a saturação de óleo residual capilar, assumindo que o fluxo fracionário é
igual a um após esta última produção. Assim, foi possível obter as curvas de permeabilidade
relativa completas, incluindo os dados de produção e diferencial de pressão do fluxo forçado
e os dados de produção e pressão capilar do deslocamento capilar, realizado após os
ensaios de deslocamento por injeção de água a vazão constante.
Os pontos das curvas de permeabilidade relativa completas, até o Sor cap
considerando a pressão capilar, ficaram significativamente superiores aos pontos das curvas
de permeabilidade relativa obtidas por deslocamento viscoso, até o Sor sem considerar a
pressão capilar.
As simulações em escala de plugue utilizadas na avaliação das curvas de
permeabilidade relativa obtidas mostraram que a pressão capilar tem um efeito significativo
na curva de produção de óleo, sendo fundamental ser levada em consideração na
simulação. A curva de pressão capilar controla a produção permitindo que ocorra uma
produção maior quando é aplicado um fluxo a uma vazão de injeção de água maior e
quando é aplicado um diferencial de pressão similar à pressão capilar do processo de
centrifugação.

89
Considerando a curva de pressão capilar os dados de produção da simulação foram
representativos das produções medidas experimentalmente até o Sor cap, apresentando
boa concordância. Sem considerar a pressão capilar a curva de produção da simulação
termina no Sor e não sendo capaz de alcançar o Sor cap ou o Sor fluxo.
A partir dos resultados de previsão da produção nas simulações de reservatório de
ambas as amostras observa-se que houve um aumento significativo na previsão da
produção de óleo quando foi utilizado como dado de entrada as curvas de permeabilidade
relativa obtidas pelo método semianalítico que considera a pressão capilar na equação de
Buckley e Leverett (1942).
Utilizando como dado de entrada as curvas de permeabilidade relativa da amostra A
houve uma previsão de produção de óleo adicional de 1,8 milhões de barris em um total de
aproximadamente 15,9 milhões de barris, aproximadamente 11,3 % maior, quando foram
utilizadas na simulação as curvas de permeabilidade relativa considerando os pontos
terminais até o Sor capilar, mesmo sem considerar a pressão capilar na obtenção das
curvas de permeabilidade relativa. E ainda, a explotação do campo pôde ocorrer por um
período de 867 dias maior antes de atingir as restrições impostas na simulação. Mesmo
nesse caso em que o final da previsão de produção ocorreu após o final da previsão de
produção sem considerar os pontos terminais até Sor capilar, houve antecipação da
previsão de produção, pois sempre há uma produção superior no mesmo intervalo de
tempo.
Analisando o caso anterior no mesmo intervalo de tempo, cerca de 7000 dias,
observa-se uma previsão de produção adicional de óleo de 0,9 milhões de barris em um
total de aproximadamente 15,9 milhões de barris, o que representa uma produção
aproximadamente 5,7 % maior.
Já quando foram utilizadas as curvas de permeabilidade relativa obtidas
considerando a pressão capilar observa-se que houve uma previsão de produção de óleo
adicional de 1,8 milhões de barris em um total de aproximadamente 15,9 milhões de barris,
aproximadamente 11,3 % maior, em um mesmo intervalo de tempo, 7000 dias.
A previsão de produção foi antecipada e maior quando considerada a pressão
capilar na obtenção das curvas de permeabilidade relativa, o que representa um retorno
mais rápido e no final da explotação do campo recupera-se uma quantidade
significativamente superior em relação às curvas de permeabilidade relativa obtidas pelo
método de fluxo normal a vazão constante utilizado atualmente.
Utilizando como dado de entrada as curvas de permeabilidade relativa da amostra B,
houve uma previsão de produção de óleo adicional de 3 milhões de barris em um total de
aproximadamente 53 milhões de barris, aproximadamente 5,8 % maior, quando foram

90
utilizadas na simulação as curvas de permeabilidade relativa considerando a pressão capilar
em relação às curvas de permeabilidade relativa sem considerar a pressão capilar. A
previsão do final da explotação do campo também foi antecipada em aproximadamente 689
dias ao atingir as restrições impostas na simulação quando considerada a pressão capilar
na obtenção das curvas de permeabilidade relativa, e sempre superior considerando o
mesmo intervalo de tempo, o que representa um retorno mais rápido e o final da explotação
do campo 689 dias antes em relação ao método de obtenção das curvas de permeabilidade
relativa utilizado atualmente.
Analisando esse caso no mesmo intervalo de tempo, cerca de 6244 dias, quando
foram utilizadas as curvas de permeabilidade relativa obtidas considerando a pressão
capilar observa-se que houve uma previsão de produção adicional de óleo de 2,6 milhões de
barris em um total de aproximadamente 52,5 milhões de barris, o que representa uma
produção aproximadamente 5,0 % maior.
Para a amostra B não houve produção adicional significativa quando foram
consideradas as curvas de permeabilidade relativa até o Sor viscoso ou até o Sor capilar
sem considerar a pressão capilar na obtenção dessas curvas. Essa observação advém do
fato das curvas de permeabilidade relativa não aumentarem significativamente quando não
se considera a pressão capilar entre o Sor viscoso e o Sor capilar.
A previsão de produção foi antecipada e maior quando considerada a pressão capilar
na obtenção das curvas de permeabilidade relativa, o que representa um retorno mais
rápido e no final da explotação do campo recupera-se uma quantidade significativamente
superior em relação às curvas de permeabilidade relativa obtidas pelo método de fluxo
normal a vazão constante utilizado atualmente.

Como proposta para trabalhos futuros pode-se destacar:

i. Dedução das equações e cálculo da permeabilidade relativa considerando a


pressão capilar por método analítico.

ii. Avaliação de obtenção das curvas de permeabilidade relativa até o Sor cap
no programa de otimização CMOST® da CMG com o modelo em escala de
plugue, considerando como variáveis as próprias curvas de permeabilidade
relativa e como dado de entrada as curvas de permeabilidade relativa até Sor.
Validando na simulação do próprio modelo em escala de plugue e
comparando com os dados experimentais, análogo ao procedimento utilizado
neste trabalho.

91
iii. Desenvolvimento de um programa numérico que permita a obtenção das
curvas de permeabilidade relativa até o Sor cap por ajuste de histórico, com
curvas parametrizadas, que pode ser desenvolvido a partir das equações
descritas neste trabalho discretizadas por diferenças finitas ou volumes
finitos. Essa solução pode ser implementada no próprio programa Imago
Relp® utilizado atualmente.

iv. Avaliação do impacto das curvas de permeabilidade relativa obtidas até o Sor
cap pelo método proposto nas curvas de produção obtidas por simulação de
reservatórios em um modelo real do Pré-Sal.

92
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS

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97
11. ANEXO I

11.1. PONTOS DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA - AMOSTRA A

TABELA 10 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por método analítico


sem considerar a pressão capilar e semianalítico considerando a pressão capilar

Krw* (fração)

Kro* (fração)

Krw (fração)

Kro (fração)
Sw (fração)

Pcow (psi)
0,186726 0,000000 0,204271 0,000001 0,205501 -0,034540
0,186800 0,000796 0,200895 0,000796 0,201049 -0,034580
0,197200 0,001115 0,186268 0,001163 0,195887 -0,040770
0,201201 0,002189 0,178537 0,002310 0,191925 -0,043340
0,224028 0,013826 0,148898 0,016058 0,180842 -0,060090
0,270716 0,034621 0,086890 0,044882 0,120307 -0,084260
0,294027 0,042497 0,057316 0,051720 0,074310 -0,114780
0,313444 0,051140 0,044837 0,060216 0,057295 -0,144260
0,338235 0,072373 0,034930 0,081554 0,044722 -0,187720
0,368503 0,093860 0,013950 0,099307 0,015404 -0,250330
0,393507 0,108695 0,004493 0,112961 0,004769 -0,310630
0,406334 0,121149 0,003495 0,124183 0,003920 -0,344768
0,413017 0,128634 0,002313 0,132083 0,002563 -0,363449
0,420304 0,137408 0,001672 0,147518 0,001898 -0,384537
0,423682 0,146198 0,001373 0,153363 0,001542 -0,394567
0,432905 0,157430 0,001040 0,162590 0,001222 -0,422798
0,446277 0,163039 0,000586 0,165042 0,000690 -0,465965
0,448644 0,170630 0,000539 0,172331 0,000625 -0,473885
0,466120 0,175068 0,000230 0,175429 0,000257 -0,535061
0,469237 0,175130 0,000209 0,175468 0,000245 -0,546477
0,472092 0,179392 0,000171 0,179641 0,000208 -0,557069
0,479123 0,180599 0,000108 0,180689 0,000119 -0,584406
0,487469 0,198359 0,000085 0,198446 0,000118 -0,604438
0,494288 0,198791 0,000076 0,198847 0,000091 -0,608279
0,494362 0,198793 0,000067 0,198874 0,000083 -0,896821
0,554318 0,312225 0,000054 0,312270 0,000057 -0,921925
0,654244 0,495383 0,000000 0,495417 0,000000 -1,650000

98
TABELA 11 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos pelo método analítico JR até Sor viscoso e até o
Sor capilar

Krw (fração)

Krw (fração)
Kro (fração)

Kro (fração)
Sw (fração)

Sw (fração)
0,186600 0,000000 0,203000 0,186600 0,000000 0,203271
0,284986 0,040886 0,067049 0,240072 0,021803 0,123391
0,293339 0,042041 0,057313 0,270015 0,034168 0,086886
0,312784 0,050641 0,044834 0,293339 0,042041 0,057313
0,337707 0,071724 0,034929 0,312784 0,050641 0,044834
0,362583 0,077826 0,015752 0,337707 0,071724 0,034929
0,393244 0,107818 0,004493 0,362583 0,077826 0,015752
0,406010 0,120174 0,003494 0,391194 0,086283 0,005055
0,412730 0,127602 0,002313 0,393244 0,107818 0,004493
0,420035 0,136307 0,001672 0,406010 0,120174 0,003494
0,423367 0,145028 0,001373 0,412730 0,127602 0,002313
0,424549 0,150861 0,001364 0,420035 0,136307 0,001672
0,440086 0,156258 0,000704 0,423367 0,145028 0,001373
0,445026 0,161726 0,000616 0,424549 0,150862 0,001364
0,445544 0,166183 0,000534 0,440086 0,156257 0,000704
0,456596 0,169070 0,000390 0,445026 0,161729 0,000616
0,467543 0,169074 0,000203 0,445544 0,166183 0,000534
0,470896 0,173737 0,000188 0,456596 0,169072 0,000390
0,478556 0,177977 0,000107 0,467543 0,169073 0,000203
0,479860 0,181305 0,000106 0,470896 0,173737 0,000188
0,494400 0,197000 0,000000 0,478556 0,177976 0,000107
0,481579 0,181305 0,000091
0,491031 0,196791 0,000024
0,491347 0,197218 0,000021
0,654244 0,308700 0,000000

99
TABELA 12 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por ajuste de histórico até o Sor viscoso e até o
Sor capilar, sem considerar a pressão capilar

Krw (fração)

Krw (fração)
Kro (fração)

Kro (fração)
Sw (fração)

Sw (fração)
0,18660 0,00000 0,20300 0,18660 0,00000 0,204271000
0,19590 0,00036 0,18503 0,20080 0,00856 0,169349000
0,20530 0,00143 0,16816 0,21490 0,01670 0,138653000
0,21770 0,00387 0,14733 0,23380 0,02699 0,103830000
0,22700 0,00642 0,13289 0,24800 0,03437 0,081936100
0,23950 0,01071 0,11517 0,26690 0,04389 0,057858600
0,24880 0,01453 0,10297 0,28110 0,05087 0,043282400
0,26120 0,02038 0,08811 0,30000 0,06010 0,027971600
0,27050 0,02528 0,07796 0,31410 0,06703 0,019228300
0,28300 0,03242 0,06571 0,33300 0,07642 0,010705100
0,29230 0,03818 0,05742 0,34720 0,08366 0,006310150
0,30160 0,04424 0,04986 0,36140 0,09114 0,003324390
0,31410 0,05273 0,04088 0,38030 0,10159 0,001064150
0,32340 0,05936 0,03491 0,39440 0,10987 0,000306099
0,33580 0,06846 0,02791 0,41330 0,12163 0,000026479
0,34520 0,07544 0,02333 0,42750 0,13107 0,000017332
0,35760 0,08491 0,01806 0,44640 0,14473 0,000013339
0,36690 0,09212 0,01468 0,46060 0,15600 0,000010784
0,37940 0,10188 0,01088 0,47950 0,17274 0,000007916
0,38870 0,10929 0,00852 0,49360 0,18683 0,000006135
0,39800 0,11678 0,00654 0,50780 0,20242 0,000004643
0,41050 0,12687 0,00442 0,52670 0,22586 0,000003059
0,41980 0,13451 0,00319 0,54090 0,24568 0,000002142
0,43220 0,14477 0,00196 0,55980 0,27541 0,000001232
0,44150 0,15252 0,00129 0,57390 0,30043 0,000000751
0,45400 0,16292 0,00068 0,59280 0,33776 0,000000329
0,46330 0,17075 0,00039 0,60700 0,36897 0,000000145
0,47570 0,18123 0,00017 0,62590 0,41522 0,000000027
0,48510 0,18911 0,00007 0,64010 0,45361 0,000000001
0,49440 0,19700 0,00000 0,65420 0,49538 0,000000000

100
TABELA 13 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por ajuste de histórico até o Sor capilar, as
primeiras 3 colunas sem considerar a pressão capilar, mas com Kro e Krw considerando Pc e as últimas
colunas considerando Pc nas curvas (histórico não ajustou)

Krw (fração)

Krw (fração)
Kro (fração)

Kro (fração)
Sw (fração)

Sw (fração)
0,1866 0,00E+00 2,06E-01 0,1866 0,00E+00 2,06E-01
0,2008 8,86E-04 1,70E-01 0,2008 8,86E-04 1,70E-01
0,2149 3,51E-03 1,39E-01 0,2149 3,51E-03 1,39E-01
0,2338 9,62E-03 1,04E-01 0,2338 9,62E-03 1,04E-01
0,2480 1,61E-02 8,24E-02 0,2480 1,61E-02 8,24E-02
0,2669 2,72E-02 5,82E-02 0,2669 2,72E-02 5,82E-02
0,2811 3,72E-02 4,35E-02 0,2811 3,72E-02 4,35E-02
0,3000 5,29E-02 2,81E-02 0,3000 5,29E-02 2,81E-02
0,3141 6,62E-02 1,93E-02 0,3141 6,62E-02 1,93E-02
0,3330 8,61E-02 1,07E-02 0,3330 8,61E-02 1,07E-02
0,3472 1,02E-01 6,31E-03 0,3472 1,02E-01 6,31E-03
0,3614 1,20E-01 3,31E-03 0,3614 1,20E-01 3,31E-03
0,3803 1,45E-01 1,04E-03 0,3803 1,45E-01 1,04E-03
0,3944 1,65E-01 2,82E-04 0,3944 1,65E-01 2,82E-04
0,4133 1,94E-01 5,72E-06 0,4133 1,94E-01 5,72E-06
0,4275 2,16E-01 4,98E-18 0,4275 2,16E-01 4,98E-18
0,4464 2,48E-01 3,83E-18 0,4464 2,48E-01 3,83E-18
0,4606 2,72E-01 3,10E-18 0,4606 2,72E-01 3,10E-18
0,4795 3,04E-01 2,28E-18 0,4795 3,04E-01 2,28E-18
0,4936 3,28E-01 1,77E-18 0,4936 3,28E-01 1,77E-18
0,5078 3,51E-01 1,34E-18 0,5078 3,51E-01 1,34E-18
0,5267 3,81E-01 8,86E-19 0,5267 3,81E-01 8,86E-19
0,5409 4,02E-01 6,22E-19 0,5409 4,02E-01 6,22E-19
0,5598 4,28E-01 3,60E-19 0,5598 4,28E-01 3,60E-19
0,5739 4,45E-01 2,21E-19 0,5739 4,45E-01 2,21E-19
0,5928 4,65E-01 9,89E-20 0,5928 4,65E-01 9,89E-20
0,6070 4,77E-01 4,50E-20 0,6070 4,77E-01 4,50E-20
0,6259 4,88E-01 9,72E-21 0,6259 4,88E-01 9,72E-21
0,6401 4,94E-01 1,22E-21 0,6401 4,94E-01 1,22E-21
0,6542 4,95E-01 0,00E+00 0,6542 4,95E-01 0,00E+00

101
11.2. PONTOS DAS CURVAS DE PERMEABILIDADE RELATIVA - AMOSTRA B

TABELA 14 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por método analítico


sem considerar a pressão capilar e semianalítico considerando a pressão capilar

Krw* (fração)

Kro* (fração)

Krw (fração)

Kro (fração)
Sw (fração)

Pcow (psi)
0,174216 0,002442 0,890908 0,002150 0,968998 -0,063805
0,203556 0,002395 0,701933 - - -0,205488
0,378341 0,059482 0,305296 - - -0,320489
0,475174 0,093242 0,146264 0,098173 0,263228 -0,547488
0,575272 0,096136 0,059048 0,099740 0,125581 -0,667186
0,582892 0,098307 0,051136 0,104698 0,116717 -0,719927
0,620463 0,105781 0,028235 0,110631 0,077836 -0,787940
0,639661 0,128701 0,025089 0,131238 0,066112 -0,823956
0,675669 0,131316 0,014020 0,137713 0,036267 -0,894649
0,702307 0,136630 0,007036 0,149021 0,019449 -0,950417
0,723335 0,167776 0,004508 0,169459 0,009687 -0,997410
0,731362 0,171582 0,003287 0,175915 0,007390 -1,016189
0,738730 0,178770 0,002565 0,184072 0,005991 -1,033926
0,746468 0,186909 0,002127 0,189360 0,004408 -1,053114
0,746935 0,192671 0,001841 0,193237 0,003900 -1,054287
0,751478 0,195522 0,001149 0,197384 0,002615 -1,065874
0,755349 0,197312 0,000942 0,199651 0,002363 -1,075920
0,765122 0,199374 0,000634 0,199827 0,001542 -1,102142
0,774195 0,199936 0,000381 0,199947 0,000821 -1,127826
0,775396 0,199963 0,000272 0,200158 0,000541 -1,130649
0,777551 0,200672 0,000191 0,200787 0,000359 -1,137289
0,778601 0,201146 0,000138 0,201217 0,000212 -1,140525
0,780895 0,201261 0,000123 0,201851 0,000204 -1,147596
0,782853 0,201359 0,000096 0,202559 0,000176 -1,153628
0,784354 0,206193 0,000082 0,207344 0,000172 -1,158253
0,785855 0,206882 0,000066 0,207590 0,000128 -1,162879
0,798467 0,207574 0,000053 0,208008 0,000093 -1,163459
0,806620 0,211191 0,000052 0,211472 0,000080 -1,177766
0,871951 0,259605 0,000000 0,261971 0,000000 -1,357033

102
TABELA 15 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos pelo método analítico JR até Sor viscoso e até o
Sor capilar

Krw (fração)

Krw (fração)
Kro (fração)

Kro (fração)
Sw (fração)

Sw (fração)
0,174200 0,000000 0,890900 0,174200 0,000000 0,174200
0,217371 0,021023 0,608997 0,217371 0,021023 0,217371
0,474984 0,086649 0,144916 0,474984 0,086649 0,474984
0,534704 0,092922 0,086745 0,534704 0,092923 0,534704
0,615315 0,099462 0,030632 0,615315 0,099462 0,615315
0,620411 0,100254 0,026759 0,620411 0,100254 0,620411
0,639618 0,131179 0,025572 0,639618 0,131179 0,639618
0,675638 0,135604 0,014478 0,675638 0,135604 0,675638
0,702284 0,136085 0,007008 0,702284 0,136086 0,702284
0,723315 0,165188 0,004439 0,723315 0,165187 0,723315
0,731343 0,170337 0,003263 0,731343 0,170337 0,731343
0,730752 0,169926 0,003192 0,751049 0,186888 0,751049
0,751049 0,186887 0,001692 0,765106 0,199424 0,765106
0,766711 0,192695 0,000394 0,780459 0,200040 0,780459
0,762043 0,195441 0,000559 0,782348 0,201974 0,782348
0,755332 0,197180 0,000941 0,785168 0,202996 0,785168
0,765106 0,199424 0,000634 0,793678 0,203055 0,793678
0,780459 0,200040 0,000238 0,871951 0,261970 0,871951
0,782348 0,201974 0,000096
0,785131 0,202996 0,000089
0,798467 0,206954 0,000000

103
TABELA 16 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por ajuste de histórico até o Sor viscoso e até o
Sor capilar, sem considerar a pressão capilar

Krw (fração)

Krw (fração)
Kro (fração)

Kro (fração)
Sw (fração)

Sw (fração)
0,17420 0,00000 0,89090 0,17420 0,00000 0,89090
0,19310 0,00992 0,80605 0,19530 0,00868 0,79632
0,21200 0,01867 0,72771 0,21650 0,01701 0,70947
0,23730 0,02869 0,63284 0,24470 0,02758 0,60505
0,25620 0,03510 0,56846 0,26580 0,03512 0,53478
0,28140 0,04238 0,49107 0,29400 0,04466 0,45111
0,30030 0,04702 0,43895 0,31520 0,05144 0,39537
0,32550 0,05231 0,37675 0,34340 0,05998 0,32972
0,34450 0,05574 0,33517 0,36450 0,06602 0,28649
0,36970 0,05980 0,28589 0,39270 0,07360 0,23614
0,38860 0,06259 0,25313 0,41380 0,07893 0,20337
0,40750 0,06528 0,22364 0,43500 0,08397 0,17445
0,43270 0,06889 0,18884 0,46320 0,09023 0,14125
0,45170 0,07174 0,16572 0,48430 0,09460 0,11987
0,47690 0,07595 0,13828 0,51250 0,10000 0,09537
0,49580 0,07953 0,11984 0,53360 0,10373 0,07951
0,52100 0,08499 0,09773 0,56180 0,10846 0,06124
0,53990 0,08963 0,08293 0,58300 0,11205 0,04955
0,56520 0,09655 0,06545 0,61120 0,11724 0,03642
0,58410 0,10232 0,05395 0,63230 0,12165 0,02826
0,60300 0,10860 0,04376 0,65350 0,12671 0,02142
0,62820 0,11779 0,03210 0,68170 0,13477 0,01415
0,64710 0,12531 0,02472 0,70280 0,14203 0,00994
0,67240 0,13623 0,01658 0,73100 0,15367 0,00575
0,69130 0,14508 0,01166 0,75210 0,16410 0,00353
0,71650 0,15782 0,00659 0,78030 0,18060 0,00158
0,73540 0,16809 0,00380 0,80150 0,19516 0,00072
0,76060 0,18277 0,00133 0,82970 0,21782 0,00016
0,77950 0,19453 0,00034 0,85080 0,23747 0,00002
0,79850 0,20695 0,00000 0,87200 0,25961 0,00000

104
TABELA 17 – Pontos de permeabilidade relativa obtidos por ajuste de histórico até o Sor capilar, as
primeiras 3 colunas sem considerar a pressão capilar, mas com Kro e Krw considerando Pc e as últimas
colunas considerando Pc nas curvas

Krw (fração)

Krw (fração)
Kro (fração)

Kro (fração)
Sw (fração)

Sw (fração)
0,174200 0,000000 0,968830 0,174200 0,000000 0,968830
0,195300 0,008577 0,886426 0,195300 0,002258 0,903834
0,216500 0,016800 0,808637 0,216500 0,004722 0,840331
0,244700 0,027213 0,711890 0,244700 0,008365 0,758184
0,265800 0,034611 0,644404 0,265800 0,011394 0,698618
0,294000 0,043925 0,560964 0,294000 0,015868 0,622141
0,315200 0,050497 0,503135 0,315200 0,019580 0,567144
0,343400 0,058711 0,432138 0,343400 0,025043 0,497182
0,364500 0,064458 0,383317 0,364500 0,029555 0,447386
0,392700 0,071571 0,323898 0,392700 0,036164 0,384781
0,413800 0,076493 0,283438 0,413800 0,041595 0,340820
0,435000 0,081062 0,246361 0,435000 0,047455 0,299553
0,463200 0,086603 0,201986 0,463200 0,055975 0,248923
0,484300 0,090346 0,172344 0,484300 0,062923 0,214394
0,512500 0,094787 0,137449 0,512500 0,072971 0,173169
0,533600 0,097710 0,114593 0,533600 0,081123 0,146005
0,561800 0,101273 0,088266 0,561800 0,092804 0,114699
0,583000 0,103978 0,071415 0,583000 0,102134 0,094635
0,611200 0,108048 0,052486 0,611200 0,115275 0,072032
0,632300 0,111737 0,040726 0,632300 0,125616 0,057916
0,653500 0,116215 0,030869 0,653500 0,136338 0,045994
0,681700 0,123799 0,020395 0,681700 0,151173 0,033143
0,702800 0,130984 0,014324 0,702800 0,162664 0,025512
0,731000 0,142980 0,008290 0,731000 0,178411 0,017610
0,752100 0,154076 0,005091 0,752100 0,190501 0,013110
0,780300 0,172091 0,002277 0,780300 0,206934 0,008610
0,801500 0,188305 0,001036 0,801500 0,219454 0,006082
0,829700 0,213947 0,000224 0,829700 0,236348 0,003438
0,850800 0,236484 0,000028 0,850800 0,249129 0,001722
0,872000 0,262100 0,000000 0,872000 0,261970 0,000000

105
12. ANEXO II

12.1. RESULTADOS DA SIMULAÇÃO EM ESCALA DE PLUGUE - AMOSTRA A

TABELA 18 – Pontos de produção e diferencial de pressão na simulação com as curvas de


permeabilidade relativa obtidas até Sor viscoso por ajuste de histórico sem a pressão capilar

Diferencial de

Diferencial de
Pressão (psi)

Pressão (psi)
(segundos)

(segundos)
Produção

Produção
Tempo

Tempo
(cm )

(cm )
3

3
0,0 0,000 10,55 1563,0 3,213 2,258
1,0 0,048 10,55 2163,0 3,334 2,143
1,5 0,061 7,596 2763,0 3,422 2,064
3,0 0,088 6,122 3603,0 3,512 1,990
8,0 0,172 5,914 6303,0 3,665 1,874
12,6 0,250 5,901 10023,0 3,788 1,790
22,0 0,407 5,894 11103,0 3,819 1,770
33,0 0,593 5,864 14643,0 3,887 1,727
40,5 0,720 5,806 15843,0 3,908 1,715
51,8 0,909 5,717 18283,0 3,944 1,693
63,0 1,098 5,652 26638,0 4,021 1,649
78,0 1,351 5,567 30543,0 4,051 1,632
93,0 1,579 5,363 34143,0 4,074 1,620
123,0 1,840 4,748 37743,0 4,093 1,609
183,0 2,110 4,043 44943,0 4,123 1,594
243,0 2,288 3,637 52143,0 4,146 1,581
303,0 2,419 3,371 59343,0 4,165 1,572
363,0 2,522 3,182 66543,0 4,178 1,566
483,0 2,670 2,939 74283,0 4,187 1,561
603,0 2,782 2,772 77883,0 4,191 1,559
723,0 2,872 2,650 80223,0 4,193 1,558
843,0 2,947 2,555 81783,0 4,194 1,558
1023,0 3,035 2,450 84543,0 4,196 1,557
1263,0 3,126 2,349

106
TABELA 19 – Pontos de produção e diferencial de pressão na simulação com as curvas de
permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método semianalítico com a pressão capilar

(segundos)

(segundos)
de Pressão

de Pressão
Diferencial

Diferencial
Produção

Produção
Tempo

Tempo
(cm )

(cm )
3

3
(psi)

(psi)
0,0 0,000 43,136 32343,0 3,980 1,594
1,0 0,048 12,194 34143,0 3,996 1,591
1,9 0,068 7,302 37743,0 4,023 1,583
3,0 0,087 6,089 44943,0 4,069 1,557
8,4 0,177 5,775 52143,0 4,109 1,543
13,7 0,265 5,724 55743,0 4,127 1,537
23,3 0,425 5,626 57543,0 4,136 1,535
33,0 0,585 5,492 59343,0 4,144 1,533
48,0 0,834 5,229 66543,0 4,172 1,522
55,5 0,959 5,051 74283,0 4,198 1,505
63,0 1,084 4,860 77883,0 4,209 1,496
78,0 1,313 4,450 80223,0 4,217 1,490
93,0 1,502 4,143 81783,0 4,221 1,485
123,0 1,771 3,854 84543,0 4,230 1,521
183,0 2,093 3,640 84552,4 4,230 6,223
243,0 2,311 3,295 84600,0 4,230 6,222
303,0 2,469 2,991 84800,0 4,233 6,217
363,0 2,583 2,858 85000,0 4,235 6,212
483,0 2,712 2,761 85500,0 4,241 6,198
603,0 2,796 2,688 86000,0 4,247 6,184
723,0 2,863 2,623 86500,0 4,252 6,170
843,0 2,917 2,574 87000,0 4,258 6,155
1023,0 2,977 2,521 87500,0 4,264 6,140
1263,0 3,035 2,462 88000,0 4,269 6,124
1563,0 3,093 2,382 88500,0 4,275 6,109
2163,0 3,192 2,215 89000,0 4,281 6,092
2763,0 3,272 2,095 89500,0 4,286 6,076
3603,0 3,343 1,977 90000,0 4,292 6,059
6303,0 3,477 1,805 91500,0 4,309 6,005
10023,0 3,610 1,712 93000,0 4,326 5,951
11103,0 3,646 1,695 94500,0 4,343 5,896
12873,0 3,696 1,681 95250,0 4,351 5,868
14643,0 3,739 1,668 95625,0 4,355 5,855
15843,0 3,766 1,658 96000,0 4,360 5,842
17063,0 3,789 1,647 96468,8 4,365 5,824
18283,0 3,811 1,634 97406,3 4,375 5,789
22460,5 3,872 1,610 99703,1 4,401 5,697
26638,0 3,923 1,602 100851,6 4,414 5,655
30543,0 3,963 1,597 102000,0 4,426 5,614
107
TABELA 19 – Continuação - Pontos de produção e diferencial de pressão na simulação com as curvas de
permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método semianalítico com a pressão capilar

(segundos)

(segundos)
de Pressão

de Pressão
Diferencial

Diferencial
Produção

Produção
Tempo

Tempo
(cm )

(cm )
3

3
(psi)

(psi)
103500,0 4,443 5,562 232000,0 5,500 99,119
104625,0 4,455 5,528 236000,0 5,707 92,220
105468,8 4,464 5,506 240000,0 5,838 88,397
106734,4 4,477 5,482 250000,0 5,998 84,154
108000,0 4,489 5,460 260000,0 6,092 81,904
108750,0 4,495 5,446 270000,0 6,151 80,536
109125,0 4,499 5,439 286000,0 6,208 79,302
109875,0 4,504 5,425 296000,0 6,234 78,749
114000,0 4,534 5,338 306000,0 6,253 78,333
120000,0 4,577 5,210 310000,0 6,260 78,184
132000,0 4,659 4,955 314000,0 6,267 78,051
150000,0 4,776 4,606 318000,0 6,273 77,930
168000,0 4,885 4,301 334000,0 6,290 77,581
183000,0 4,970 4,078 344000,0 6,299 77,402
183006,0 4,970 1,029 354000,0 6,306 77,252
183036,0 4,970 1,025 370000,0 6,316 77,063
183100,0 4,970 1,025 380000,0 6,321 76,962
183200,0 4,970 1,025 390000,0 6,325 76,874
183500,0 4,971 1,024 420000,0 6,335 76,684
184000,0 4,971 1,024 420006,0 6,335 0,849
185000,0 4,973 1,023 420036,0 6,335 0,614
188000,0 4,977 1,021 420100,0 6,335 0,614
191000,0 4,981 1,018 420200,0 6,335 0,614
203500,0 4,998 1,008 420500,0 6,335 0,614
216000,0 5,014 0,998 421000,0 6,335 0,614
219000,0 5,018 0,995 422000,0 6,335 0,614
222000,0 5,022 0,993 425000,0 6,335 0,613
228000,0 5,030 0,988 437500,0 6,335 0,613
228006,0 5,031 119,742 450000,0 6,335 0,613
228027,9 5,034 120,035 480000,0 6,335 0,613
228137,3 5,052 119,110 600000,0 6,335 0,613
228684,1 5,134 115,027 1200000,0 6,337 0,613
230000,0 5,306 106,950 3000000,0 6,341 0,610

108
12.2. RESULTADOS DA SIMULAÇÃO EM ESCALA DE PLUGUE - AMOSTRA B

TABELA 20 – Pontos de produção e diferencial de pressão na simulação com as curvas de


permeabilidade relativa obtidas até Sor viscoso por ajuste de histórico sem a pressão capilar

Diferencial de

Diferencial de
Pressão (psi)

Pressão (psi)
(segundos)

(segundos)
Produção

Produção
Tempo

Tempo
(cm )

(cm )
3

3
0,0 0,000 0,280 723,0 6,396 0,386
1,0 0,071 0,283 843,0 6,489 0,376
2,0 0,105 0,286 1023,0 6,593 0,366
3,0 0,138 0,289 1263,0 6,691 0,357
4,8 0,198 0,293 1563,0 6,781 0,348
7,4 0,284 0,299 2163,0 6,892 0,338
10,6 0,394 0,306 2763,0 6,968 0,331
15,0 0,542 0,315 3603,0 7,034 0,325
20,6 0,728 0,326 6303,0 7,130 0,316
26,8 0,937 0,337 10023,0 7,186 0,312
33,0 1,146 0,348 11103,0 7,199 0,310
42,8 1,476 0,366 14643,0 7,225 0,308
52,9 1,815 0,384 15843,0 7,233 0,308
63,0 2,154 0,401 18283,0 7,244 0,307
70,5 2,406 0,414 26638,0 7,264 0,305
81,8 2,772 0,431 30543,0 7,271 0,305
93,0 3,123 0,448 34143,0 7,276 0,304
108,0 3,556 0,467 37743,0 7,280 0,304
123,0 3,944 0,482 44943,0 7,285 0,303
150,0 4,482 0,498 52143,0 7,289 0,303
183,0 4,936 0,497 59343,0 7,293 0,303
213,0 5,225 0,487 66543,0 7,295 0,303
243,0 5,435 0,474 74283,0 7,297 0,302
303,0 5,699 0,453 77883,0 7,298 0,302
363,0 5,885 0,436 80223,0 7,299 0,302
483,0 6,116 0,413 81783,0 7,299 0,302
603,0 6,277 0,397 83414,8 7,299 0,302

109
TABELA 21 – Pontos de produção e diferencial de pressão na simulação com as curvas de
permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método semianalítico com a pressão capilar

(segundos)

(segundos)
de Pressão

de Pressão
Diferencial

Diferencial
Produção

Produção
Tempo

Tempo
(cm )

(cm )
3

3
(psi)

(psi)
0,0 0,000 0,258 1143,0 6,656 0,311
1,0 0,031 0,258 1263,0 6,686 0,308
2,0 0,065 0,258 1563,0 6,732 0,305
3,0 0,099 0,258 2163,0 6,798 0,301
5,0 0,165 0,258 2763,0 6,853 0,301
7,5 0,250 0,258 3603,0 6,906 0,303
10,8 0,359 0,258 6303,0 6,959 0,305
14,7 0,491 0,259 10023,0 6,995 0,303
19,1 0,641 0,259 11103,0 7,005 0,302
24,2 0,812 0,260 14643,0 7,036 0,299
28,6 0,959 0,261 15843,0 7,046 0,297
33,0 1,107 0,263 18283,0 7,067 0,295
39,3 1,319 0,265 22460,5 7,097 0,293
46,2 1,551 0,268 26638,0 7,122 0,292
53,7 1,802 0,273 30543,0 7,143 0,291
58,3 1,958 0,275 34143,0 7,162 0,289
63,0 2,115 0,278 37743,0 7,180 0,288
71,2 2,389 0,284 44943,0 7,217 0,285
79,3 2,662 0,291 52143,0 7,253 0,283
86,1 2,892 0,298 59343,0 7,288 0,280
93,0 3,123 0,305 66543,0 7,322 0,278
102,1 3,429 0,315 74283,0 7,356 0,275
111,5 3,745 0,327 77883,0 7,372 0,274
117,3 3,938 0,335 80223,0 7,382 0,274
123,0 4,131 0,342 81783,0 7,388 0,273
132,8 4,449 0,356 83414,8 7,395 0,273
142,3 4,704 0,366 83415,0 7,395 0,557
151,3 4,889 0,373 83416,0 7,395 0,558
165,6 5,103 0,379 83420,9 7,395 0,558
183,0 5,318 0,388 83445,0 7,395 0,558
213,0 5,587 0,396 83505,0 7,396 0,558
243,0 5,779 0,392 83595,0 7,397 0,558
303,0 6,009 0,375 83745,0 7,398 0,558
363,0 6,162 0,372 83955,0 7,400 0,557
483,0 6,330 0,359 84255,0 7,402 0,557
603,0 6,433 0,344 84655,0 7,405 0,556
723,0 6,503 0,333 85155,0 7,409 0,556
843,0 6,558 0,325 85755,0 7,414 0,555
1023,0 6,620 0,316 86555,0 7,421 0,554
110
TABELA 21 – Continuação - Pontos de produção e diferencial de pressão na simulação com as curvas de
permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método semianalítico com a pressão capilar

(segundos)

(segundos)
de Pressão

de Pressão
Diferencial

Diferencial
Produção

Produção
Tempo

Tempo
(cm )

(cm )
3

3
(psi)

(psi)
87555,0 7,428 0,553 150328,0 7,978 110,534
89055,0 7,440 0,551 150428,0 7,978 110,533
90000,0 7,447 0,550 150528,0 7,978 110,533
90002,0 7,447 0,267 150628,0 7,978 110,532
90012,0 7,447 0,266 150828,0 7,978 110,532
90062,0 7,447 0,266 151028,0 7,978 110,531
90122,0 7,448 0,265 151528,0 7,978 110,529
90302,0 7,448 0,265 152028,0 7,978 110,527
90602,0 7,449 0,265 152528,0 7,978 110,525
90608,0 7,449 0,265 153028,0 7,978 110,523
90638,0 7,449 0,265 154028,0 7,978 110,520
90788,0 7,450 0,265 155028,0 7,978 110,516
91538,0 7,453 0,265 156028,0 7,979 110,513
93008,0 7,458 0,264 157028,0 7,979 110,510
96002,0 7,469 0,263 158028,0 7,979 110,507
99002,0 7,480 0,263 159028,0 7,979 110,505
102002,0 7,490 0,262 160028,0 7,979 110,502
102062,0 7,566 127,420 162528,0 7,979 110,496
102273,8 7,692 121,786 165028,0 7,979 110,491
102635,0 7,789 117,790 167528,0 7,979 110,486
103055,0 7,845 115,546 170028,0 7,979 110,482
104305,0 7,902 113,340 170029,0 7,979 110,482
105555,0 7,928 112,358 170034,0 7,979 110,482
108555,0 7,950 111,544 170059,0 7,979 110,482
111555,0 7,961 111,171 170089,0 7,979 110,482
118555,0 7,969 110,857 170149,0 7,979 110,482
126555,0 7,973 110,700 170209,0 7,979 110,481
135555,0 7,976 110,610 170299,0 7,979 110,481
145555,0 7,977 110,554 170399,0 7,979 110,481
150000,0 7,978 110,535 170499,0 7,979 110,481
150056,0 7,978 110,535 170599,0 7,979 110,481
150058,0 7,978 110,535 170799,0 7,979 110,480
150058,0 7,978 110,535 170999,0 7,979 110,480
150068,0 7,978 110,535 171499,0 7,979 110,479
150088,0 7,978 110,535 171999,0 7,979 110,479
150118,0 7,978 110,535 172499,0 7,980 110,478
150178,0 7,978 110,534 172999,0 7,980 110,477
150238,0 7,978 110,534 173999,0 7,980 110,475

111
TABELA 21 – Continuação - Pontos de produção e diferencial de pressão na simulação com as curvas de
permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método semianalítico com a pressão capilar

(segundos)

(segundos)
de Pressão

de Pressão
Diferencial

Diferencial
Produção

Produção
Tempo

Tempo
(cm )

(cm )
3

3
(psi)

(psi)
174999,0 7,980 110,474 190030,0 7,980 0,237
175999,0 7,980 110,473 190090,0 7,980 0,237
176999,0 7,980 110,471 190180,0 7,980 0,237
177999,0 7,980 110,470 190330,0 7,980 0,237
178999,0 7,980 110,469 190540,0 7,980 0,237
179999,0 7,980 110,467 190840,0 7,980 0,237
182499,0 7,980 110,464 191240,0 7,980 0,237
184999,0 7,980 110,462 191740,0 7,980 0,237
187499,0 7,980 110,459 192340,0 7,980 0,237
189999,0 7,980 110,457 193140,0 7,980 0,237
190000,0 7,980 0,267 194140,0 7,980 0,237
190003,9 7,980 0,237 195640,0 7,980 0,237
190004,0 7,980 0,237 197640,0 7,980 0,237
190017,0 7,980 0,237 200000,0 7,980 0,237

112
13. ANEXO III

13.1. RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO FIVE-SPOT - AMOSTRA A

TABELA 22 – Pontos de produção de água e óleo sem considerar a pressão capilar na simulação com as
curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor viscoso por ajuste de histórico sem a pressão capilar
Tempo (dias)

Tempo (dias)
Produção de

Produção de

Produção de

Produção de
Água (bbl)

Água (bbl)
Óleo (bbl)

Óleo (bbl)
0,0 0,0 0,0 38,4 4,2 96351,9
1,0 0,0 4076,6 41,1 4,5 102072,5
1,5 0,0 6010,0 44,0 4,9 108051,3
1,8 0,0 6953,1 47,2 5,4 114517,5
2,0 0,0 7725,8 50,5 5,8 121347,6
2,2 0,0 8544,3 54,2 6,3 128681,8
2,4 0,0 9414,7 58,3 6,9 136798,1
2,7 0,1 10343,6 62,5 7,5 145141,9
3,0 0,1 11339,0 66,8 8,1 153625,6
3,3 0,1 12401,3 71,4 8,7 162380,7
3,7 0,1 13544,8 76,1 9,3 171478,3
4,0 0,1 14781,8 81,1 10,0 181104,2
4,5 0,2 16127,8 86,4 10,8 191195,8
5,0 0,2 17601,8 92,2 11,6 202157,5
5,5 0,2 19227,2 98,4 12,4 213824,4
6,1 0,3 21014,4 105,1 13,4 226373,5
6,8 0,4 23002,4 112,4 14,4 240191,7
7,6 0,4 25232,6 120,6 15,5 255452,9
8,5 0,5 27741,8 129,2 16,7 271608,9
9,6 0,6 30575,2 138,1 18,0 288366,6
10,8 0,8 33804,8 147,5 19,3 306037,9
12,3 0,9 37514,8 157,5 20,7 325035,0
14,0 1,1 41709,3 168,5 22,2 346031,6
15,8 1,3 46231,5 180,1 23,7 368473,4
17,7 1,5 50798,3 192,3 25,4 392432,3
19,8 1,8 55515,7 205,7 27,2 418819,9
21,9 2,1 60406,7 219,5 29,0 446538,5
24,0 2,3 65265,9 233,8 30,9 475887,9
26,3 2,6 70260,9 249,1 32,9 507557,9
28,5 2,9 75204,7 265,2 34,9 541692,1
30,8 3,2 80289,9 282,1 37,0 578158,8
33,3 3,5 85575,4 299,4 39,1 616343,4
35,8 3,8 90881,6 317,5 41,3 657048,2

113
TABELA 22 – Continuação - Pontos de produção de água e óleo sem considerar a pressão capilar na
simulação com as curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor viscoso por ajuste de histórico sem
a pressão capilar

Tempo (dias)

Tempo (dias)
Produção de

Produção de

Produção de

Produção de
Água (bbl)

Água (bbl)
Óleo (bbl)

Óleo (bbl)
336,2 43,4 700120,8 1634,1 88,3 5263089,5
355,7 45,6 746149,8 1746,6 88,4 5738041,0
375,9 47,8 794733,8 1869,1 88,5 6261908,5
397,1 50,0 846778,8 2003,7 88,5 6842745,0
418,8 52,2 901562,9 2154,3 88,5 7499090,5
441,0 54,4 958684,9 2256,0 15209,3 7917619,0
463,9 56,5 1018862,1 2322,0 53793,7 8169919,0
487,9 58,6 1083347,5 2441,5 140858,6 8610680,0
512,7 60,7 1151615,0 2691,5 505406,9 9376431,0
538,3 62,7 1223666,0 2933,3 1054586,5 10026604,0
565,1 64,7 1300704,8 3183,3 1702348,6 10653570,0
592,7 66,7 1381800,5 3308,3 2142261,5 10904407,0
621,3 68,5 1467271,8 3396,5 2436631,3 11081476,0
650,8 70,3 1557733,1 3472,1 2697242,5 11227624,0
681,8 72,0 1654331,0 3722,1 3598835,5 11684410,0
714,3 73,7 1758077,1 3972,1 4591495,5 12099442,0
748,3 75,3 1868345,0 4222,1 5618317,5 12513307,0
783,7 76,8 1985599,5 4347,1 6174950,0 12699882,0
821,2 78,2 2112342,8 4597,1 7316257,5 13061043,0
860,9 79,5 2248658,3 4847,1 8507721,0 13407197,0
902,7 80,8 2395251,8 5097,1 9744723,0 13739242,0
946,7 82,0 2551900,0 5347,1 11027021,0 14056945,0
993,4 83,0 2721386,8 5597,1 12354939,0 14360572,0
1043,4 84,0 2905980,0 5847,1 13722752,0 14652369,0
1098,0 84,9 3110989,5 6097,1 15131962,0 14931633,0
1155,5 85,6 3330492,0 6347,1 16577186,0 15201658,0
1217,6 86,3 3571145,8 6597,1 18061964,0 15458814,0
1286,9 86,9 3843571,3 6847,1 19576496,0 15710713,0
1361,9 87,4 4143392,0 7000,0 20529472,7 15855935,8
1443,4 87,8 4473922,0 7097,1 21134184,0 15948087,0
1535,1 88,1 4850936,0 1634,1 88,3 5263089,5

114
TABELA 23 – Pontos de produção de água e óleo considerando a pressão capilar na simulação com as
curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar por método analítico sem a pressão capilar

Tempo (dias)

Tempo (dias)
Produção de

Produção de

Produção de

Produção de
Água (bbl)

Água (bbl)
Óleo (bbl)

Óleo (bbl)
0,0 0,0 0,0 54,0 15,2 129064,7
1,0 0,0 4100,6 59,3 16,9 139659,7
1,5 0,0 6045,0 64,5 18,6 149785,6
1,8 0,1 6993,3 69,5 20,2 159586,4
2,0 0,1 7745,6 74,8 22,0 170054,6
2,2 0,1 8539,7 80,5 23,9 181065,8
2,4 0,1 9362,1 86,6 25,9 192730,4
2,6 0,1 10224,9 93,0 28,0 204937,8
2,9 0,2 11133,0 100,0 30,3 218277,4
3,2 0,2 12092,2 107,6 32,8 232831,2
3,5 0,3 13109,2 116,4 35,7 249508,7
3,8 0,3 14191,7 125,9 38,8 267619,9
4,2 0,4 15349,0 136,2 42,1 287180,7
4,6 0,4 16591,8 147,0 45,6 308025,3
5,0 0,5 17932,8 158,6 49,4 330531,8
5,5 0,6 19386,8 171,3 53,4 355277,1
6,1 0,7 20971,0 185,0 57,6 382507,1
6,7 0,8 22705,4 199,8 62,2 412414,5
7,3 1,0 24627,6 215,3 66,9 444438,5
8,1 1,2 26759,9 231,5 71,7 478378,5
9,0 1,4 29134,4 248,5 76,6 514965,8
10,0 1,6 31786,6 266,7 81,7 554769,3
11,1 1,9 34684,7 285,7 86,9 597574,9
12,3 2,2 37739,6 305,3 92,0 642839,2
13,6 2,6 40969,3 325,7 97,1 691021,3
15,0 2,9 44395,7 347,0 102,3 742664,6
16,5 3,4 48044,3 368,9 107,3 797376,3
18,1 3,8 51941,7 391,7 112,2 855511,6
19,9 4,4 56126,2 415,0 117,0 916565,9
21,9 5,0 60826,2 439,0 121,6 980975,8
24,2 5,7 66081,6 463,8 126,1 1049329,0
26,9 6,5 72023,7 489,8 130,4 1122520,4
29,8 7,4 78473,9 516,8 134,6 1200492,9
33,0 8,4 85487,2 544,8 138,5 1283377,1
36,6 9,5 93139,6 573,8 142,2 1370875,6
40,6 10,8 101549,8 603,8 145,7 1463730,8
44,8 12,2 110295,3 635,1 149,0 1562582,4
49,3 13,6 119431,0 667,8 152,1 1668205,0

115
TABELA 23 – Continuação - Pontos de produção de água e óleo considerando a pressão capilar na
simulação com as curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar por método analítico sem a
pressão capilar

Tempo (dias)

Tempo (dias)
Produção de

Produção de

Produção de

Produção de
Água (bbl)

Água (bbl)
Óleo (bbl)

Óleo (bbl)
702,3 154,9 1781841,0 2964,3 1830756,9 10043383,0
738,5 157,5 1903846,5 3214,3 2577303,8 10668794,0
776,7 159,9 2035032,6 3464,3 3447062,3 11233816,0
817,0 162,0 2176093,5 3714,3 4413782,0 11763664,0
859,7 163,9 2328577,3 3964,3 5452547,0 12267397,0
905,2 165,5 2493972,8 4214,3 6560735,5 12743876,0
954,0 167,0 2674910,0 4464,3 7724055,5 13197248,0
1006,8 168,2 2874009,8 4714,3 8950146,0 13623898,0
1063,8 169,1 3093068,5 4964,3 10222622,0 14034217,0
1126,3 169,9 3337336,3 5214,3 11557358,0 14419793,0
1194,5 170,4 3608823,3 5464,3 12933236,0 14793498,0
1269,5 170,8 3912192,3 5714,3 14366994,0 15144537,0
1352,3 170,9 4252659,0 5964,3 15842618,0 15487917,0
1443,6 171,0 4634304,5 6214,3 17371832,0 15811950,0
1546,5 171,0 5071303,5 6464,3 18940470,0 16127343,0
1663,2 171,0 5575010,0 6714,3 20556482,0 16426441,0
1794,0 171,0 6149825,5 6964,3 22209814,0 16715397,0
1960,5 68859,9 6833576,0 7000,0 22451718,2 16754739,5
2132,9 163457,8 7537414,5 7214,3 23902536,0 16990696,0
2382,9 525798,4 8382170,5 7464,3 25630096,0 17254980,0
2507,9 748088,1 8773165,0 7714,3 27392422,0 17507272,0
2714,3 1182990,9 9379711,0 7964,3 29186992,0 17748716,0

116
TABELA 24 – Pontos de produção de água e óleo considerando a pressão capilar na simulação com as
curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método semianalítico com a pressão
capilar

Tempo (dias)

Tempo (dias)
Produção de

Produção de

Produção de

Produção de
Água (bbl)

Água (bbl)
Óleo (bbl)

Óleo (bbl)
0,0 0,0 0,0 37,9 1853,0 94690,4
1,0 78,5 4038,3 41,7 2004,2 102399,7
1,5 115,7 5953,7 45,7 2164,8 110585,2
1,8 133,9 6888,1 49,9 2334,5 119229,1
1,9 147,6 7590,5 54,4 2507,8 128067,4
2,1 161,9 8328,1 59,0 2684,9 137110,5
2,4 176,6 9084,1 63,7 2865,3 146326,4
2,6 192,0 9872,2 68,6 3050,9 155820,1
2,8 208,0 10696,5 73,7 3219,2 165770,6
3,1 224,9 11561,2 79,4 3387,4 176627,4
3,4 242,6 12471,6 85,7 3568,3 188809,4
3,7 261,4 13433,5 92,9 3767,1 202478,4
4,0 281,3 14453,8 100,8 3978,3 217539,6
4,3 302,5 15540,0 109,3 4198,4 233692,6
4,7 325,1 16700,7 118,5 4319,0 251406,1
5,1 349,4 17945,7 128,6 4456,8 270968,5
5,6 375,6 19285,3 139,8 4599,4 292716,8
6,1 404,0 20742,6 151,7 4753,6 316263,6
6,6 435,1 22331,5 164,5 4921,5 341922,4
7,3 469,0 24068,6 178,5 5107,8 370383,3
8,0 506,2 25971,0 193,4 5310,6 401394,2
8,7 546,6 28036,8 209,3 5530,2 434983,0
9,5 588,4 30174,3 225,7 5763,0 470622,0
10,4 631,9 32393,5 242,8 6005,1 508687,2
11,3 677,1 34704,5 260,7 6005,1 549865,0
12,2 724,3 37117,2 279,6 6005,1 594440,2
13,3 773,7 39641,5 299,3 6005,1 641923,7
14,3 825,8 42298,2 319,5 6005,1 692275,4
15,5 880,9 45114,1 340,2 6005,1 745071,1
16,8 940,3 48146,6 361,6 6005,1 801052,5
18,2 1006,0 51498,5 383,9 6005,1 860644,9
19,8 1080,1 55281,7 407,0 6005,1 924369,8
21,6 1160,5 59383,1 430,9 6005,1 991837,4
23,6 1248,7 63880,2 455,5 6005,1 1062920,8
25,9 1346,5 68870,1 480,9 6005,1 1138077,5
28,4 1456,0 74455,4 507,2 6005,1 1217613,9
31,3 1578,6 80704,0 534,4 6005,1 1301985,4
34,5 1711,0 87453,3 562,7 6005,1 1391630,5
117
TABELA 24 – Continuação - Pontos de produção de água e óleo considerando a pressão capilar na
simulação com as curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método semianalítico
com a pressão capilar

Tempo (dias)

Tempo (dias)
Produção de

Produção de

Produção de

Produção de
Água (bbl)

Água (bbl)
Óleo (bbl)

Óleo (bbl)
592,2 6005,1 1487162,9 2379,1 966795,9 8696178,0
623,1 6005,1 1589187,6 2504,1 1248790,8 9147846,0
655,4 6005,1 1698314,9 2754,1 1908451,3 9961693,0
689,4 6005,1 1815633,6 3004,1 2771168,8 10684425,0
725,3 6005,1 1941703,1 3254,1 3672709,0 11402452,0
763,0 6005,1 2077113,5 3504,1 4799595,5 12019507,0
803,0 6005,1 2223390,8 3629,1 5326893,0 12331633,0
845,9 6005,1 2383420,3 3879,1 6496807,0 12917529,0
890,8 6005,1 2554148,0 4129,1 7730598,5 13461201,0
938,7 6005,1 2739209,8 4379,1 9090761,0 13923751,0
990,2 6005,1 2942182,8 4629,1 10450527,0 14393027,0
1044,4 6005,1 3159584,5 4879,1 11883498,0 14832753,0
1102,9 6005,1 3398103,5 5129,1 13381264,0 15239680,0
1167,5 6005,1 3665894,0 5379,1 14976497,0 15623605,0
1235,5 6005,1 3952485,5 5629,1 16621973,0 15979410,0
1312,9 6005,1 4284719,5 5879,1 18335664,0 16310776,0
1393,0 6005,1 4633710,0 6129,1 20074608,0 16625404,0
1484,3 9098,6 5034086,5 6379,1 21863046,0 16920674,0
1581,7 12464,9 5469943,5 6629,1 23689772,0 17197108,0
1693,8 31839,5 5971951,0 6879,1 25551962,0 17456966,0
1879,1 159163,3 6772866,5 7000,0 26468775,4 17575394,7
2129,1 437421,4 7800034,5 7129,1 27447030,0 17701760,0

118
13.2. RESULTADOS DA SIMULAÇÃO DO MODELO FIVE-SPOT - AMOSTRA B

TABELA 25 – Pontos de produção de água e óleo sem considerar a pressão capilar na simulação com as
curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor viscoso por ajuste de histórico sem a pressão capilar

Tempo (dias)

Tempo (dias)
Produção de

Produção de

Produção de

Produção de
Água (bbl)

Água (bbl)
Óleo (bbl)

Óleo (bbl)
0,0 0,0 0,0 1052,6 43002,6 20984588,0
1,0 0,1 20000,0 1192,9 103112,8 23480518,0
1,5 0,1 30000,0 1422,1 437799,4 27310786,0
2,3 0,2 46832,2 1547,1 683826,3 29338388,0
4,1 0,5 81539,8 1797,1 1569089,3 33045860,0
7,9 1,1 158856,2 2047,1 3055738,5 36221504,0
18,0 2,9 359128,9 2297,1 5144169,0 38848160,0
38,4 7,2 768204,5 2547,1 7652455,5 41103104,0
77,3 16,9 1545494,3 2797,1 10612313,0 42962652,0
140,3 37,7 2806716,3 3047,1 13915357,0 44512300,0
202,8 63,9 4055144,8 3297,1 17504638,0 45798384,0
262,4 94,9 5247751,0 3547,1 21312206,0 46884136,0
318,6 130,0 6372636,5 3797,1 25301890,0 47802412,0
374,0 171,2 7479480,5 4047,1 29445356,0 48583784,0
428,2 218,6 8564232,0 4297,1 33704720,0 49259964,0
482,5 273,9 9649522,0 4547,1 38060240,0 49849348,0
534,3 335,0 10686235,0 4797,1 42491004,0 50369436,0
585,8 404,6 11715693,0 5047,1 46983696,0 50833384,0
637,2 484,1 12744812,0 5297,1 51527788,0 51248492,0
686,7 570,8 13733284,0 5547,1 56117696,0 51626124,0
736,1 668,9 14721303,0 5797,1 60743960,0 51968796,0
784,5 777,1 15689444,0 6047,1 65401576,0 52280980,0
831,6 895,1 16632036,0 6244,0 69093823,9 52506771,7
878,4 1026,3 17568798,0 6297,1 70089040,0 52567632,0
924,2 1169,6 18484814,0 6547,1 74799592,0 52831864,0
969,2 1476,0 19384690,0 6797,1 79533072,0 53076984,0
1013,4 29201,3 20268402,0

119
TABELA 26 – Pontos de produção de água e óleo considerando a pressão capilar na simulação com as
curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar por método analítico sem a pressão capilar

Tempo (dias)

Tempo (dias)
Produção de

Produção de

Produção de

Produção de
Água (bbl)

Água (bbl)
Óleo (bbl)

Óleo (bbl)
0,0 0,0 0,0 1007,2 178,4 20144810,0
1,0 0,0 20000,0 1050,4 196,3 20956152,0
1,5 0,0 30000,0 1155,3 238,8 22870968,0
2,2 0,0 43406,2 1280,3 18889,2 25100426,0
3,4 0,0 68923,4 1530,3 416575,3 29253922,0
6,9 0,1 138188,0 1780,3 1320811,5 32933256,0
17,2 0,3 343674,5 2030,3 2707650,8 36185780,0
35,8 0,7 716701,9 2280,3 4780217,0 38843976,0
73,5 1,7 1470362,4 2530,3 7356539,5 41020952,0
132,8 3,8 2656892,0 2780,3 10360019,0 42822792,0
195,0 6,7 3899255,0 3030,3 13734092,0 44308296,0
255,3 10,4 5105856,5 3280,3 17425798,0 45519852,0
315,1 14,9 6301505,0 3530,3 21292134,0 46554916,0
373,1 20,2 7461149,5 3780,3 25330044,0 47434848,0
425,1 25,9 8502231,0 4030,3 29514348,0 48183500,0
480,3 32,9 9605797,0 4280,3 33816244,0 48827448,0
531,1 40,5 10622909,0 4530,3 38208044,0 49388700,0
581,2 48,9 11623637,0 4780,3 42669552,0 49881424,0
631,7 58,6 12634132,0 5030,3 47190644,0 50319068,0
681,2 69,4 13624334,0 5280,3 51761604,0 50711356,0
729,7 81,2 14593182,0 5530,3 56375868,0 51064524,0
777,9 94,3 15558988,0 5780,3 61026276,0 51384164,0
825,7 108,7 16514587,0 6030,3 65711808,0 51673356,0
872,8 124,5 17456380,0 6244,0 69734615,7 51901774,2
918,0 141,0 18359464,0 6280,3 70417696,0 51940560,0
963,1 159,1 19262020,0 6530,3 75147832,0 52184992,0

120
TABELA 27 – Pontos de produção de água e óleo considerando a pressão capilar na simulação com as
curvas de permeabilidade relativa obtidas até Sor capilar pelo método semianalítico com a pressão
capilar

Tempo (dias)

Tempo (dias)
Produção de

Produção de

Produção de

Produção de
Água (bbl)

Água (bbl)
Óleo (bbl)

Óleo (bbl)
0,0 0,0 0,0 1004,4 61,9 20088596,0
1,0 0,0 20000,0 1047,9 69,3 20957138,0
1,5 0,0 30000,0 1091,0 76,0 21755544,0
2,4 0,0 48239,1 1275,4 104,1 25104758,0
4,4 0,0 88537,4 1494,5 18618,3 29045434,0
9,3 0,0 186175,7 1744,5 372842,6 33236350,0
20,8 0,1 415234,0 1994,5 1237195,0 36970984,0
39,0 0,2 780512,3 2244,5 2659255,8 40197872,0
71,6 0,5 1432354,0 2494,5 4717070,0 42861196,0
119,1 1,0 2382631,0 2744,5 7303536,5 45052060,0
182,0 1,9 3640334,0 2994,5 10335352,0 46827392,0
243,8 3,1 4876661,0 3244,5 13746012,0 48290636,0
301,0 4,5 6020558,0 3494,5 17428398,0 49490188,0
356,3 6,1 7126648,5 3744,5 21327846,0 50493052,0
410,9 8,0 8217769,0 3994,5 25439174,0 51303092,0
466,1 10,3 9321059,0 4244,5 29692526,0 51983192,0
519,2 13,0 10384602,0 4494,5 34054584,0 52565248,0
571,7 16,0 11434377,0 4744,5 38502120,0 53068024,0
623,6 19,4 12472621,0 4994,5 43013100,0 53510088,0
673,7 23,1 13474389,0 5244,5 47581944,0 53898796,0
723,5 27,3 14470409,0 5494,5 52200864,0 54242416,0
772,4 31,9 15448770,0 5744,5 56861260,0 54548584,0
820,9 37,1 16418169,0 5994,5 61557264,0 54822644,0
868,0 42,6 17360928,0 6244,0 66274601,6 55068258,1
913,9 48,5 18277810,0 6244,5 66284472,0 55068772,0
959,3 54,9 19186634,0

121

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