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Dimensionamento Hidráulico Fitas Gotejadoras

Dimensionamento Hidráulico
de Sistemas de Irrigação por
Gotejamento usando
Mangueiras Gotejadoras.

Luiz Andrade
Dimensionamento Hidráulico Fitas Gotejadoras

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Introdução

Com estas informações, acreditamos que você será


capaz de montar um anteprojeto de irrigação por
gotejamento, para culturas anuais, utilizando as fitas
gotejadoras. Salientamos que a total responsabilidade do
uso destas informações aqui contidas é do próprio leitor
usuário. Para os cálculos deste manual , não
consideraremos a água que porventura venha a ser
fornecida para as plantas pela chuva e nem pela elevação
do lençol freático.

A Fonte de Água para As Raízes

A terra (o solo) funciona como um reservatório


variável de água para as raízes. A quantia de água que este
reservatório pode estocar depende do tipo de solo.
A porcentagem de argila e de areia (a textura do
solo), nos dá uma idéia aproximada desta capacidade de
estocagem. A fig. 1 é uma boa ferramenta para
encontrarmos a textura do solo.

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100

10
90

20
80

30
70
    


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

40

 
60

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




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
50

50




 
     

 


    




60


 
40


      
 


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


 

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70
30                   

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80
20
   

90
                       
10

 

0

    

10
10

90

80

70

60

50

40

30

20

10
0

                
     

                     

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Fig. 1 - Triângulo de textura de solo

Exemplo: Qual a textura de um solo com XX % de argila e


YY % de areia usando a fig. 1? Resposta: ---------

Características da Terra (Solo)

Com o auxílio do quadro 1, temos uma aproximação


dos valores de armazenamento de água no solo. Para

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elaborar um projeto definitivo, temos que conseguir as


informações reais através de análise laboratorial de
amostras representativas do local.

Quadro 1 – Algumas Características do Solo Relacionado


com a Sua Textura.
mm* de água a cada 10 cm
Textura Do Velocidade de Infiltração,
de Profundidade do
Solo em Mm/H.
Solo**.
Média Variação Média Variação
Arenoso 50 25 - 225 8 6 - 10
Franco-
25 13 - 76 12 9 - 15
arenoso
Franco 13 8 - 20 17 14 - 20
Franco-
08 2,5 - 15 19 16 - 22
argiloso
Argiloso-
2,5 0,3 - 5 210 180 - 230
arenoso
Argiloso 0,5 0,1 - 1 230 200 - 250

* 1 mm de água equivale a 1 litro por metro quadrado (1


l/m2) e a 10 m3 de água por hectare.
** na Capacidade de Campo (CC) para um solo de textura
uniforme (quase impossível), sem nenhuma camada de
impedimento ao movimento da água.

Profundidade das Raízes


As raízes mais eficientes na absorção de água
atingem profundidades variadas. No quadro 2, estão os
valores mais encontrados no mundo.

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Quadro 2 – Profundidade das Raízes Mais Úteis na


Absorção de Água.
Sistemas Radiculares de Algumas Culturas, em cm.
Abóbora 50 a 80 Melancia 50 a 120
Alface 15 a 30 Morango 20 a 40
Brássicas 25 a 50 Tomate 25 a 70
Pimentão 30 a 70 Batata 25 a 60
Alface 20 a 50 Cebola 30 a 60

Água do Solo Disponível para as Plantas (Água Útil)

Usando as informações da fig. 1 e dos quadros 1 e


2, estimamos a quantia de água possível de ser armazenada
para uma determinada lavoura. Exemplo: para um solo de
textura franco arenoso, e para uma lavoura de tomate,
temos:
1. De 9 a 15 mm e em média 12 mm de água para cada
10 cm de profundidade de raízes (quadro 1)
2. A profundidade das raízes do tomate varia de 25 a
70 cm.
3. O máximo de água disponível seria os 70 cm de
profundidade vezes 15 mm dividido por 10, assim:
 70 cm x 15 mm  10cm = 105 mm de água.
4. O mínimo de água disponível ficaria assim: 25
cm x 9 mm  10 cm = 22,5 mm de água.

Consumo de Água pelas Plantas

Devemos avaliar os seguintes parâmetros:

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1. Condições climatológicas – dias quentes, com uma


leve brisa e sem nuvens favorecem o maior
consumo.

2. Idade das plantas ou estádio de crescimento – as


necessidades aumentam na medida que as plantas
crescem e aumenta a cobertura foliar

3. Tipo de lavoura – os requerimentos de água variam


com espécie (variedade?) devido ao tamanho de
cada planta, do espaçamento entre elas, da área
foliar e do tipo de folha.

4. Umidade aproveitável – a capacidade efetiva do


solo armazenar água em beneficio das plantas
representa um volume de água que se retém neste
solo no lugar onde existem raízes da lavoura.

5. Profundidade radicular – varia com o


desenvolvimento da planta e com a presença de
condições favoráveis ou não ao desenvolvimento
das raízes. O quadro 2 mostra a profundidade
máxima das raízes efetivas para várias culturas.

Consumo Total Durante o Ciclo da Lavoura

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Quadro 3 – Consumo de Água Durante o Ciclo da


Lavoura para Diversos Climas.
Deserto Deserto
Cultura Frio Moderado Quente
Alto Baixo
Beterraba 584 635 711 732 914
Milho 508 559 610 660 762
Algodão x 559 660 , 813
Tomate 457 508 559 610 660
Batata 406 457 553 584 533
Hortaliças 305 356 406 457 508
Melão 381 406 457 508 559
Morango 457 508 559 610 660
Cítrus 1 508 559 660 , 711
Cítrus 2 635 711 813 , 889
Pomar 1 483 533 584 635 762
Pomar 2 635 711 813 914 1016
Vinhedo 356 406 457 508 610

Pico de Consumo Diário

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Quadro 4 – Consumo Máximo Diário – Pico – Para


Diversos Climas.

Cultura Deserto Deserto


Frio Moderado Quente
Alto Baixo
Dia Dia Dia Dia Dia
Beterraba 4,6 5,8 6,9 8,1 9,1
Milho 5,1 6,4 7,6 8,9 10,2
Algodão x 6,2 7,6 x 10,2
Tomate 4,6 5,1 5,6 6,4 7,1
Batata 4,6 5,8 6,9 8,1 6,9
Hortaliças 4,1 4,6 5,1 5,6 6,3
Melão 4,1 4,6 5,1 5,6 6,4
Morango 4,6 5,1 5,6 6,1 6,6
Citrus 1 4,1 4,6 5,1 x 5,6
Citrus 2 4,1 5,6 6,4 x 6,9
Pomar 1 3,8 4,8 5,8 6,6 7,6
Pomar 2 5,1 6,4 7,6 8,9 10,2
Vinhedo 3,6 4,1 4,8 5,6 6,4

Evapotranspiração de Referência – Eto

A Eto é o consumo de água de uma cultura


hipotética, e que pode ser determinada através de uma
grande quantidade de métodos empíricos.
No gráfico 1 abaixo temos os valores de Eto médias de
vários anos para 4 localidades do Brasil.

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8
E t o di v e s a s l o c a l i da de s

7
E to-R N

6 E to-SP

E to-GO
5 E to-R S

2
pe r i o do do a no

Em 1976 a FAO publicou o documento nº 24, onde


encontramos a descrição de quatro métodos para estimar a
Eto . Este documento é aceito como uma norma de uso
internacional pelos melhores profissionais do mercado. O
método de Pennman-Monteith, que apesar de não ter uma
aplicação em larga escala, se apresenta como o método
mais exato para estes cálculos. A Eto varia para cada local e
período considerado do planeta.
O gráfico 2 abaixo é uma cópia do anterior com algumas
modificações. Somente para três locais e foi adicionada
uma linha de tendência.

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.
Eto de algum as localidades
Eto-RN

Eto-SP

7 Eto-RS
14 por. M éd. M óv. (Eto-RN)
6 14 por. M éd. M óv. (Eto-RS)

14 por. M éd. M óv. (Eto-SP )


5

di a do ano após 1 º j an.

Coeficiente Cultural – Kc

O coeficiente cultural é diferente para cada espécie


de planta e influenciado por algumas circunstâncias como:
fase de crescimento da cultura, mês do ano, cultivo com e
sem controle de mato.

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Quadro 5 – Coeficiente Cultural de Algumas


Culturas em Diferentes Fases.
Cultura I II III IV Ciclo total
Abobora 0,40 - 0,50 0,65 - 0,75 0,90 - 1,00 0,70 - 0,80
Alface 0,50 - 0,60 0,70 - 0,80 0,95 - 1,05 0,90 - 1,00
0,40 - 0,50 0,70 - 0,80 1,05 - 1,20 0,85 - 0,95
Batata
20 a 30 dias 30 a 40 dias 30 a 60 dias 20 a 35 dias
Banana 0,40 - 0,50 0,70 - 0,85 1,00 - 1,10 0,90 - 1,00 0,70 - 0,80
Melancia 0,40 - 0,50 0,70 - 0,80 0,95 - 1,05 0,65 - 0,75
Melão 0,40 - 0,50 0,70 - 0,80 0,95 - 1,05 0,65 - 0,75
Tomate Ind. 0,50 - 0,60 0,60 - 0,65 0,75 - 0,85 0,60 - 0,65
0,40 - 0,50 0,70 - 0,80 1,05 - 1,25 0,60 - 0,65 0,75 - 0,90
Tomate mesa
10 a 15 dias 20 a 30 dias 30 a 40 dias 30 a 40 dias 100 a 140 dias
Brassicas 0,40 - 0,50 0,70 - 0,80 0,95 - 1,10 0,80 - 0,95

Quadro 6 – Kc para Algumas Culturas Perenes.


Cultura Kc para o ciclo todo
Cítrus 0,65 - 0,75
Cana de açúcar 0,40 - 0,50 0,85 - 1,05
Café - até 1 ano - 3 x 1 0,6
Café - 1 a 3 anos - 3 x 1 0,8
Café - adulto - 3 x 1 1
Café - adulto - menos de 2 x (0,5 a 1,0) 1,3

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Evapotranspiração de Cultivo – Etc

Este é o valor que realmente nos interessa. O Etc é o


consumo de água do cultivo que queremos irrigar. Podemos
ter vários Etc , o de cada dia, o semanal, o mensal, a média
de vários dias, meses, anos, etc.. Para o cálculo de um
anteprojeto de irrigação, temos que encontrar o Etc máximo
para o período de plantio para a nossa cultura. Pois o nosso
sistema de irrigação terá que fornecer esta quantia de água
para atender este máximo consumo.
Para encontrarmos a Etc, multiplicamos a Eto pelo
Kc correspondente. Para dimensionar a parte hidráulica
devemos encontrar um ponto de coincidência entre a maior
Eto e o maior Kc durante um ciclo de plantio.
Exemplo: Calcular a Etc máxima para uma cultura
de tomate envarado com ciclo de 110 dias, plantado 210
dias após 1º de janeiro (primeira semana de julho) em Passo
Fundo – RS – usando os dados históricos deste município.
Resposta: pelo quadro 4 verificamos que o maior Kc
para o tomate envarado é de 1,05 a 1,25, vamos usar uma
média destes dois números que é 1,15. Este Kc ocorre mais
ou menos 72 dias após o plantio. Então este Kc ocorre 282
dias depois de 1º de janeiro (210 + 72). No gráfico 1 ou 2,
encontramos que 282 dias após o 1º de janeiro o Eto
histórico de Passo Fundo é de 4 mm.
Agora é só multiplicarmos esta Eto pelo Kc que teremos a
Etc, então fica: 4 mm x 1,15 = 4,6 mm. Teoricamente,
esta seria a quantia de água a ser aplicada neste dia. Mas,
na prática, isto não ocorre, pois sempre temos que aplicar
um pouquinho mais de água, para compensar algumas
perdas, ou mesmo promover uma pequena lavagem do solo,

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arrastando para longe das raízes uma concentração de sais


indesejada.

Coeficiente De Cobertura Ou Sombreamento – Ks

É a porcentagem da superfície do solo que é


sombreada pela lavoura, quando os raios de sol incidem ao
meio dia. Considerando que os atuais cultivos intensivos,
em sua fase adulta, têm uma cobertura vegetal de 80% ou
mais, e para fins de dimensionamento hidráulico, fixamos o
valor de Ks igual a 1. Para fins de manejo de irrigação, este
fator deve ser reconsiderado para maior eficiência do
sistema.

Manejo e Calendário de Irrigação

O nosso reservatório, o solo, funciona como uma


conta corrente. Você o enche de água (deposito bancário) de
acordo com os quadros 1 e 2, isto é o máximo que você
pode depositar (ou irrigar). No momento que você põem a
planta na terra, é como se você desse uma folha de cheque
em branco mas assinada todos os dias. Então a planta todo
dia vai preencher este cheque de acordo com a sua
necessidade de água (opps, de dinheiro!) . Você deve ir ao
Banco todos os dias e depositar uma quantia equivalente ao
valor deste cheque multiplicado por um fator que você vai
perguntar para o gerente, este fator é o nosso Kc (quadro 4)
para o dia que foi emitido o cheque. Lembre-se o Banco
não funciona aos sábados e domingos, então na segunda
feira, você deve fazer um depósito para compensar estes

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dias. Ou pode fazer um depósito extra na sexta feira. Ou


melhor ainda, deposita este extra, metade na sexta feira e
metade na segunda feira. A planta vai emitir um cheque
todos os dias, até nos fins de semana e feriados. Se você
manejar bem esta conta corrente, quando terminar a
colheita o gerente do Banco vai te dar um premio.

Determinação da Vazão, Tempo de Irrigação e Número


de Setores do Sistema

A vazão dimensionada tem que atender o período de


máximo consumo de água pelas plantas.
O número de setores é determinado pela equação:

Ns = T * Efi * qch / (Eto * Ks * Kc * Esp)


(equação 1)

O tempo de irrigação pode ser determinado pela


equação:

T = Ns * Eto * Ks * Kc * Esp / (Efi*qch)


(equação 2)

Usamos a seguinte equação para determinar esta


vazão:

Q = 10 * Eto * A * Ks * Kc /(T * Efi)


(equação 3)

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onde:

Q  vazão de bombeamento, em m3/h


Eto  evapotranspiração de referência, em mm/dia (usar a
máxima para o período de cultivo da lavoura)
A  área, em ha
Ks  coeficiente de cobertura
Kc  coeficiente cultural
T  tempo, em horas por dia - decimal
Efi  eficiencia do sistema, em decimal
Ns  número de setores
Esp  Espaçamento médio entre fitas gotejadoras
qch  vazão da fita gotejadora, em litros por hora e metro
– l/h.m

Exemplo: Um agricultor pode funcionar a motobomba no


máximo 15 horas por dia, e deseja irrigar 16 hectares de
tomate industrial. O espaçamento será de 1,20 m por 0,50
m. Ele foi a uma faculdade de agronomia de sua região e
lhe informaram que naquela região a Eto máxima tem sido
em média de 5,5 mm/dia e que o Kc máximo para o tomate
é de 1,15 (dados imaginados).
A fita gotejadora escolhida fornece 3,73 litros por hora e
metro.
Ele quer um projeto com eficiência de 90% ( =0,9).
Considerar o Ks igual a 1. O agricultor quer saber:

1)Qual a vazão que devera bombear?

2) Qual o número de setores que tera que dividir a lavoura?

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O que temos:

Q  ?
Eto  5,5 mm
A  16 ha
Ks 1
Kc  1,15
T  máximo de 15 horas por dia
Efi  0,9
Ns ?
Esp  1,2 metros
qch  3,73 l/h.m

Usando a equação 1, temos:


Ns = T * Efi * qch / (Eto * Ks * Kc * Esp)

Substituindo pelos dados informados:

Ns = 15 * 0,9 * 3,73 / ( 5,5 * 1 * 1,15 * 1,2)  Ns =


50,355 / 7,59  Ns = 6,634 ... Setores !?

Não é lógico um projeto com 6,634 setores: ou temos com


6, ou temos com 7. Vamos verificar o tempo de
bombeamento usando 6 e 7 setores.

Para 6 setores o tempo fica: T = Ns * Eto * Ks * Kc * Esp /


(Efi*qch) 

T = 6 * 5,5 * 1 * 1,15 * 1,2 / (0,9 * 3,73)  T = 45,54 /


3,357  T = 13,56 horas ~~ 13h33min  (para 6
setores)

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Agora com 7 setores temos:


T = 7 * 5,5 * 1 * 1,15 * 1,2 / (0,9 * 3,73)  T = 53,13 /
3,357  T = 15,82 horas ~~ 15h49min (para 7
setores)
Concluímos que dividindo a área em 7 setores teríamos que
bombear 15 horas e 49 minutos. Obedecendo ao critério do
agricultor que quer no máximo 15 horas de bombeamento,
temos que dividir a área no máximo em 6 setores. E cada
setor terá 2,66 ha (16 ha / 6 = 2,66... ha).
Podemos adotar como regra que sempre devemos
arredondar para baixo o número de setores encontrados.
Agora temos que calcular a vazão necessária de
bombeamento para 6 setores, usando a equação 3:
Q = 10 * Eto * A * Ks * Kc /(T * Efi) 
Q = 10 * 5,5 * 16 * 1 * 1,15 / (13,56 * 0,9) 
Q = 1012 / 12,204  Q = 82,92 m3/hora.
Resumindo: Para os dados fornecidos, no período de maior
consumo de água pelas plantas, o agricultor terá que
bombear 82,92 m3/hora durante um período de 13,56 horas
(13 horas e 33 minutos) para irrigar os 16 hectares de
tomate. Quanto tempo terá que irrigar por setor? Resposta:
dividimos às 13,56 horas pelo número de setores que é 6,
então fica: 13,56 / 6 = 2,26 horas (2 horas e 15 minutos).
Observação: lembre-se: este é o tempo para quando as
plantas estiverem consumindo o máximo de água. Durante
o período fora do pico de consumo de água, cada projeto
deve seguir a orientação de um profissional para determinar
o tempo de irrigação. É muito fácil projetar um sistema de

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irrigação, o difícil é manejá-lo de maneira que as plantas


recebam somente a água que realmente precisam (e mais
um pouquinho). Temos que irrigar hoje o que a planta
consumiu ontem.

Quanto Tempo Devemos Irrigar?


Usando os dados do exemplo anterior, como
calcular o tempo de irrigação para 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 mm
de Eto, supondo que o Kc e o Ks sejam os mesmos e
constantes (isto é pura imaginação) ? É muito fácil:
substituímos na equação 2 os mm que queremos, e
encontraremos o seguinte quadro:

T = 6 * 1 * 1 * 1,15 * 1,2 / (0,9 * 3,73)  T = 2,46 horas


( 2h27) total  ou 0h24 por setor
T = 6 * 2 * 1 * 1,15 * 1,2 / (0,9 * 3,73)  T = 4,93 horas (4h55)
total  ou 0h49 por setor
T = 6 * 3 * 1 * 1,15 * 1,2 / (0,9 * 3,73)  T = 7,40 horas (7h24)
total  ou 1h14 por setor
T = 6 * 4 * 1 * 1,15 * 1,2 / (0,9 * 3,73)  T = 9,86 horas
( 9h51) total  ou 1h38 por setor
T = 6 * 5 * 1 * 1,15 * 1,2 / (0,9 * 3,73)  T = 12,32 horas
(12h19) total  ou 2h13 por setor
T = 6 * 6 * 1 * 1,15 * 1,2 / (0,9 * 3,73)  T = 14,79 horas
(14h47) total  ou 2h27 por setor
T = 6 * 7 * 1 * 1,15 * 1,2 / (0,9 * 3,73)  T = 17,26 horas
(17h16) total  ou 2h52 por setor

Note: a vazão de bombeamento do projeto não muda,


continua sendo de 82,92 m3/hora.

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Quadro 7 – Tempo de Irrigação para Várias Lâminas de


Aplicação de Água.
Lâminas de Água a Serem Aplicadas
Tempo de 4
1 mm 2 mm 3 mm 5 mm 6 mm 7 mm
Irrigação mm
Diário 2h27 4h55 7hn24 9h51 12h19 14h47 17h16
Por Setor 24 49 1h14 1h38 2h13 2h27 2h52
min. min.

Notamos no quadro acima que para aplicarmos 7 mm, temos


tempo de irrigação acima de 15 horas diárias, o que o agricultor
não deseja, mas numa emergência, temos que sacrificar esta
exigência.

Tubulação

Temos que encontrar um ponto de equilíbrio


técnico/econômico na escolha dos diâmetros dos tubos.
Diâmetros menores são mais baratos, mas provocam mais perda
de carga por atrito para uma mesma vazão, exigindo bombas
mais potentes (mais caras e que consomem mais energia).

Velocidade

Uma boa dica para escolhermos o diâmetro, é definirmos


a velocidade aceitável da água dentro to tubo. Hoje a tendência é
mantermos esta velocidade abaixo de 2 metros por segundo nos
recalques e abaixo de 1,5 metros por segundo na sucção da
motobomba. Calculamos a velocidade com a seguinte equação:

V = 1273 * Q / D2
(equação 4)

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onde:
V  velocidade em metros por segundo, m/s
Q  vazão, em litros por segundo, l/s
D  diâmetro interno, em milímetros, mm.

Perda de carga

Existem diversas fórmulas para o cálculo das perdas de


cargas, e para escolhermos as mais usuais, fica mais fácil se
conhecemos o número de Reynolds.

NÚMERO DE REYNOLDS

É calculado pela seguinte equação:

R = V * D / 0,00112 - válido para água a 15ºC


(equação 5)
R = V * D / 0,000984 - válido para água a 21ºC
(equação 5)
R = V * D / 0,00077 - válido para água a 32ºC
(equação 5)

onde:

R  número de Reynolds
V  velocidade em m/s
D  diâmetro interno, em mm

FÓRMULAS DE PERDA DE CARGA

Abaixo apresentamos a equação teórica geral de perda de


carga para tubos de plástico a 20ºC :

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Pc = K * L * Q m / Dn
(equação 6)

onde:

Pc  perda de carga, em metros de coluna de água, m.c.a.


L  comprimento da tubulação, em metros, m.
Q  vazão em l/s.
D  diâmetro interno, em mm.
K, n e m  coeficientes de perda de carga, conforme tabela
abaixo:

Quadro 8 – Equações Mais Utilizadas em Função do Número de


Reynolds.
Número de Coeficientes
Equação Reynolds
* 1.000 k n m
1- Hazen-Williams 40 a 1.000 1,1361 * 4,871 1,852
106
2- Darcy- 0a2 4,20 * 4,0 1,0
3
Weisbach/Hagen- 10
Poiseuille
3- Darcy- 2 a 100 7,89 * 4,750 1,75
Weisbach/Blasius 105

Mas a melhor opção de cálculo de perda de cálculo, é


consultamos o catalogo do fabricante do tubo. Nunca esqueça:
fazer cálculos somente com os diâmetro internos dos tubos.

Notas: DN  diâmetro nominal, é o diâmetro comercial do


tubo.
PN  pressão nominal de trabalho, que o fabricante
recomenda, em m.c.a..

Luiz Andrade
Dimensionamento Hidráulico Fitas Gotejadoras

DI  é o diâmetro interno, que nos interessa para os


cálculos de perda e carga. Nunca devemos usar o DN para
cálculos hidráulicos.

Exercícios

1) Qual a vazão máxima que podemos usar um tubo


de PVC DN50 e PN40 JE, aceitando uma
velocidade máxima de 2,1 m/s ?
Primeiro passo: Encontrar, o diâmetro interno para este
tubo. (48,2mm)
Segundo passo: Utilizar a equação 4 e encontrar a vazão.
V = 1273 * Q / D2 (equação 4)  2,1 m/s = 1273
*Q / 48,22  resolvendo esta equação, encontramos que a
vazão tem de ser de:
Q = 3,83 l/s  normalmente queremos saber
em metros cúbicos por hora. Para isto multiplicamos l/s por 3,6.
Temos então:
Qm3/h = 3,83 l/s * 3,6  Qm3/h = 13,78 metros
cúbicos por hora.
2) Qual é a perda de carga no tubo do exemplo
anterior, para um comprimento de 256 metros?
Primeiro passo: temos que calcular o número de
Reynolds.
R = V * D / 0,000984 (para água a 21ºC)  R = 2,1
m/s * 48,2 mm / 0,000984  R = 102.865

Luiz Andrade
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Segundo passo: procuramos na tabela V, em qual ou


quais equações este número de Reynolds se encaixa:
Constatamos que a fórmula 1 (Hazen-Williams) se
encaixa neste numero de Reynolds. Vamos conferir usando então
os coeficientes desta fórmula na equação 6:
Pc = K * L * Q m / Dn (equação 6)
Usando Hazen-Williams, temos que:
Pc = 1,1361 * 106 * 256 m / 3,83 l/s 1,852 / 48,2 mm4,871
 resolvendo temos que:
Pc = 22,16 m.c.a.  isto significa que durante o trajeto
dentro do cano, nestes 256 metros de comprimento, perdemos
22,16 m.c.a. de pressão por atrito. Exemplo, se no início do cano,
tivéssemos 40 m.c.a., nos fim teríamos teoricamente (40 – 22,16)
17,84 m.c.a. (= 1,784 kg/cm2).
3) Qual o diâmetro nominal que você recomendaria
para uma tubulação de recalque para uma vazão
de 82,92 m3/h, e mantendo a velocidade menor ou
igual a 1,9 m/s?
Primeiro passo: Vamos usar a equação 4, da velocidade,
para encontrarmos o diâmetro interno teórico para uma
velocidade máxima de 1,9 m/s. Nesta equação temos que
ter a vazão em litros por segundo (l/s), então vamos
transformar 89,92 m3/h em l/s, assim: multiplicando
89,92 por 0,277, que é igual a 24,9 l/s. Substituindo e
resolvendo na equação 4 temos:

V = 1273 * Q / D2 (equação 4)  1,9 = 1273 * 24,9 /


2
D  D > = 129,16 mm

Luiz Andrade
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Segundo passo: Agora procuramos um diâmetro interno


maior ou igual e mais próximo de 129,16 mm. Temos as
seguintes opções:
Na linha de PVC JE/PB temos o tubo DN 150, em que
duas opções de diâmetro interno, a primeira com 144 mm e
PN40 e a segunda com 139,6 mm e PN80. Se o sistema tiver
pressão de trabalho abaixo de 40 m.c.a., a opção mais lógica e
econômica é o tubo DN 150 PN40. Mas para a escolha
definitiva, temos que considerar a pressão que este tubo terá
quando a bomba estiver ligada, se for acima de 40 m.c.a. e
abaixo de 80 m.c.a. temos que escolher o tubo de PN80.
Também temos a linha DeFoFo como alternativa.

Conexões

Para calcularmos as perdas de cargas nas conexões


podemos usar a tabela seguinte

Quadro 10 – Perda de Carga em Conexões, em Metros


Equivalentes de Tubulações de Mesmo Diâmetro
Conexões ¾” 1” 1 1 2” 2 3” 4” 5” 6” 8” 10” 12”
¼” ½” ½”
Registro 0,1 0,12 0,18 0,2 0,28 0,34 0,46 0,65 0,83 1,1 1,5 1,8 2,37
Gaveta
Válvula
de 1,1 1,5 2,1 2,5 3,4 4,3 5,5 7,7 10,2 12,6 17,6 21,7 28,6
Retenção
Registro 5 6,8 9,7 11,8 16 20 26 37 48 60 83 103 135
Globo
Curva 0,3 0,4 0,6 0,7 1 1,2 1,5 2 2,8 3,5 4,9 6 7,9
90º
Cotovelo 0,3 0,4 0,5 0,6 0,9 1,1 1,4 1,9 2,5 3,2 4,4 5,4 7,1
45º
Cotovelo 0,6 0,8 1,1 1,3 1,8 2,2 2,9 4 5,2 6,5 9 11,3 14,8
90º E Tee
Válvula 10,8 14,9 21 26 35 44 57 79 100 130 180 225 300
De Pé

Válvula de pé – registro gaveta – cotovelo – curva 90º - etc....

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Dimensionamento Hidráulico Fitas Gotejadoras

Por exemplo: para calcularmos a perda de carga provocada por


uma válvula de pé de 5 polegadas, encontramos na tabela acima
o valor de 100 m, significando que se calcularmos a perda de
carga de um tubo de 5” com 100 metros de comprimento,
equivalerá a mesma perda de uma válvula de 5” para uma mesma
vazão.

Perda de Carga para Múltiplas Saídas

Nos tubos de distribuição de água, onde vamos conectar


as Fitas gotejadoras, o cálculo da perda de carga é feita em dois
passos:
Passo 1- Calculamos a perda de carga como se fosse um
tubo normal.
Passo 2 - Aplicamos um fator “F” de acordo com o
número de fitas gotejadoras que vão ser conectadas neste tubo,
conforme o quadro 11. Mas atenção, todas as fitas têm que ter o
mesmo comprimento e serem conectados com a mesma
eqüidistância uma da outra.
Quadro 11 – Valores de “F” para Múltiplas Fitas Gotejadoras
Conectadas ( vazão igual em cada saída) .
Número de Fitas Fator Número de Fitas Fator
Conectadas “F” Conectadas “F”
1 1,0 16 0,365
2 0,625 17 0,363
3 0,518 18 0,361
4 0,469 19 0,360
5 0,440 20 0,359
6 0,421 22 0,357
7 0,408 24 0,355
8 0,398 26 0,353
9 0,391 28 0,351
10 0,385 30 0,350

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Número de Fitas Fator Número de Fitas Fator


Conectadas “F” Conectadas “F”
11 0,380 35 0,347
12 0,376 40 0,345
13 0,373 50 0,343
14 0,370 100 0,338
15 0,367 infinitas 0,333

Motobombas

O modo mais prático de selecionarmos a motobomba


que forneça a vazão e a pressão requerida para o projeto é
consultarmos as tabelas dos fabricantes. Nestas tabelas, com
somente duas informações importantíssimas, (1) a vazão e (2) a
altura manométrica, você encontrará a bomba mais adequada.
Definimos a vazão como no exemplo anterior. A altura
manométrica é a soma de:

 desnível total de bombeamento, em metros.


 soma de todas as perdas de cargas –
tubulações, peças e equipamentos, para levar
água ao ponto mais crítico da lavoura - ponto
mais alto e ou mais distante em m.c.a.
 pressão de trabalho recomendada para a fita
gotejadora, em m.c.a.
 acrescente mais 10% na soma dos valores
acima, por uma questão de segurança.

Teoricamente podemos calcular a potência estimada da


motobomba pela seguinte equação:

Pt = m3/h * Amant / 151,2 (para motores diesel) , (equação 7)

Pt = m3/h * Amant /170,1 (para motor elétrico) (equação 8)

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Pt  potência em HP
Amant  Altura manométrica total

     

              
  
                

   

   
        
       
  




          




Luiz Andrade
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Consumo de Energia

No quadro abaixo, temos o consumo de energia para


várias potências de motobomba.
Quadro 12 – Energia Consumida em Função da Potencia
dos Motores.
Potência dos Consumo Médio Consumo Médio de Kw/Hora
Motores Em HP de Diesel (L/H) Monofásico Trifásico
1 0,30 1,10 1,00
2 0,50 2,10 2,00
3 0,70 3,20 2,90
4 1,00 4,10 3,90
5 1,40 5,20 4,80
7,5 1,80 7,50 7,10
10 2,40 9,70 9,40
12,5 3,00 - 11,40
15 3,50 - 13,50
20 4,70 - 17,70
25 5,80 - 21,90
30 6,90 - 25,70
40 9,20 - 33,80
50 11,40 - 41,30
60 13,70 - 29,60
75 17,20 - 61,30
100 22,70 - 81,80
125 28,40 - 102,00
150 34,00 - 123,00
200 45,30 - 164,00

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Equipamentos Obrigatórios

Válvulas e Reguladores

São essenciais para controlar a pressão e a vazão em


sistemas de irrigação por gotejamento. O seguinte é
recomendado?

1. Válvula de Retenção – usualmente instalada na saída da


bomba, previne o refluxo de água de volta à fonte.
2. Regulador de Pressão e Válvulas Reguladora de Pressão
– dissipam a pressão excessiva e variável que esta a
montante, liberando uma pressão desejada e constante a
jusante. Algumas vezes, usamos um registro de gaveta para
controle de pressão. Estes registros reduzem a pressão a
jusante mas não a regulam. Qualquer mudança na pressão a
montante mudará a pressão a jusante quando usamos um
registro de gaveta. Um verdadeiro regulador de pressão
mantém a mesma pressão a jusante, não importando as
variações que ocorrem na pressão a montante, isto na faixa
operacional recomendada por cada fabricante. Ver fig. 1
3. Válvula Aliviadora de Pressão – abre quando a pressão
ultrapassa um nível pré estabelecido, protegendo contra
ondas de pressão que podem danificar as tubulações e
equipamentos como os filtros.

4. Válvula de Ar Não Contínuas – permite que o ar escape de


dentro das tubulações quando se está enchendo as mesmas
de água. Estas válvulas devem ser instaladas logo depois da
bomba, nos pontos mais altos ao longo das tubulações
(costas de camelo) ou em locais em que o ar possa ser
chupado para dentro da tubulação. Uma vez o ar escapando,
a válvula fecha não permitindo a saída de água.

Luiz Andrade
Dimensionamento Hidráulico Fitas Gotejadoras

5. Válvula de Ar de Ação Contínua – também funciona para


permitir que o ar escape dos tubos durante o enchimento com
água, mas ela continua a liberar o ar (bolhas de ar) dos tubos
mesmo que esteja sobre pressão. Pode ser necessária em
lugares onde a água tem alto nível de gases (ar) dissolvidos.
6. Válvula de Vácuo – permite que o ar entre na tubulação
após a bomba ser desligada e iniciar a drenagem dos canos.
Previne a formação de vácuo dentro da rede.

Medidores de Vazão – Hidrômetros

Os hidrômetros medem o volume de água que passa


numa tubulação cheia de água. São essenciais para a eficiência
do manejo da irrigação e para monitorar o desempenho de todo o
sistema. Para manejar um sistema de gotejamento, temos que:
1- conhecer o quanto de água a cultura consumiu desde a
última irrigação
2- operar os sistemas para aplicar somente a quantia de
água desejada. Um hidrômetro é insubstituível, para
manejar o sucesso da irrigação.
Monitorando o hidrômetro de um sistema de
gotejamento, identificamos qualquer mudança na vazão durante
a irrigação (vazão medida a mesma pressão), que pode indicar
problemas como, vazamentos, entupimentos de gotejadores e
filtros, ou problemas com a bomba ou com a fonte de água.

Equipamento de Filtração

Como os gotejadores têm pequenas passagens que


podem entupir por material inorgânico (areia, silte, argila), por
precipitados químicos, ou por material orgânico (algas, bactérias
e limbos), a água de irrigação deve ser filtrada para ser usada no
sistema de gotejamento. Precipitados químicos estão
normalmente associados com água de poço, enquanto que
material orgânico são mais comuns em água superficiais.

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Dimensionamento Hidráulico Fitas Gotejadoras

Os precipitados químicos, normalmente ocorrem depois


dos filtros, neste caso, a análise de água é o melhor procedimento
para indicar o que fazer para enfrentar este problema.
Areia, silte, resíduos de plantas, algas, peixes e outros
materiais em suspensão na água devem ser removidas antes da
água entrar nas fitas gotejadoras. A remoção destes materiais é
realizada pela filtração da água. Qualquer partícula maior do que
um décimo do tamanho da passagem do gotejador deve ser
removida por filtração.

Tipos de Filtros

São os seguintes os tipos de filtros para remover


partículas sólidas:

 telas junto às válvulas de pé


 filtros de areia
 filtro de tela por gravidade – ainda nunca vi no Brasil.
 filtro de tela pressurizado.
 filtro de discos

O grau de filtração é expresso em mesh. Mesh é uma medida


norte americana e é o número de aberturas por polegada. Um
filtro de 200 mesh, tem 200 aberturas por polegada. Para
fitas gotejadoras, recomendamos 150 mesh, ou 120 mesh
para águas muito limpas.

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Quadro 13 – Tamanho Relativo das Partículas, Velocidade de


Decantação
Tempo
Velocidade para
Textura Mesh Polega- Mm Micra de Percorrer
da Decantação 1 Metro
da Metros por na Vertical
Partícu
- la Minuto em em Água
Média Parada
Areia
18 a
Muito
10
Grossa
Areia 35 a > 0,02 >0,5 > 500 38 1,5s
Grossa 18 0
Areia 60 a 0,01 a 0,25 250 a 22 2,7s
Média 35 0,02 a 500
0,50
Areia 160 a 0,004 a 0,10 100 a 5 12s
Fina 60 0,01 a 200
0,25
Areia
270 a 0,002 a 0,05 50 a 0,9 1 min 6s
Muito
160 0,004 a 100
Fina
0,10
Silte 400 a 0,00008 0,00 2 a 50 0,015 1h 6 min
270 a 0,002 2a 40s
0,05
Argila < 400 < < <2 0,0006 27h 46min
0,00008 0,00 40s
2

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Quadro 14 – Tamanho de Orifício de Um Filtro de Tela.


Mesh micra (valor aproximado)
20 711
40 420
80 180
100 152
120 125
150 105
180 89
200 74
270 53
325 44

Qual É O Melhor Filtro?

O melhor filtro depende do tipo das partículas em


suspensão na água. Filtros de areia são ideais para remover algas
e material orgânico, sem muita necessidade de retrolavagem
frequentes, quando comparados com filtros de tela e discos.
Filtro de tela e de discos podem remover estas partículas
também, mas entopem mais rapidamente, requerendo limpeza
constantes.

Filtros de Areia

Os filtros de areia para fitas gotejadoras devem ser


preenchidos com areia de 0,7 mm de tamanho efetivo. A
altura mínima de areia dentro do tanque é de 36 cm. Para
água muito suja, filtrar no máximo 37 m3 por hora por cada
m2 de superfície de areia, para água limpa filtrar até 60 m3
por hora para cada m2 de superfície de areia. Todo o ano a

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areia deve ser retirada de dentro dos tanques e exposta ao


sol. A cada dois anos deve ser trocada.

Quadro 15 – Número e Tamanho de Tanques de Areia


Recomendados em Função da Vazão
Vazão do Número e Vazão Reversa para
Sistema – Diâmetro (Mm) Retrolavagem – em
M3/Hora do Tanque M3/H
12 2 de 460 60 (cada tanque)
23 3 de 460
35 3 de 610 122
45 3 de 760 195
55 3 de 760
68 4 de 760
80 4 de 760
90 4 de 760
100 4 de 910 269
114 4 de 910
125 4 de 910
136 3 de 1220 464
147 3 de 1220
160 3 de 1220
170 3 de 1220
181 3 de 1220
193 4 de 1220

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Limpeza dos Filtros

Não importa o tipo ou tamanho do filtro (s). Todos


os modelos devem ser limpos antes da diferença de pressão
atingir 7 m.c.a. (0,7 bar). São obrigatórias duas tomadas de
pressão: uma antes e outra logo depois de cada filtro
sempre usando o mesmo manômetro para checar as
pressões, nunca usar manômetros fixos para esta finalidade
e fazer uma simples operação aritmética.
Diferencial próximo de 7 m.c.a.  limpar o elemento
filtrante.

Fitas Gotejadoras

Os comprimentos máximos que podemos instalar as fitas


gotejadoras dependem do modelo escolhido, da
uniformidade desejada e da declividade de instalação da
fita. No quadro 13, temos todas os detalhes, suficientes para
o dimensionamento de um projeto de irrigação com as fitas
gotejadoras Petroisa Chapin.

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Quadro 16 – Comprimentos Máximos Recomendados a 7


M.c.a. - Todas as Fitas Gotejadoras Têm CV ≤ 0,03
Vazão cm entre Uniformidade de Fórmula
L/H.M Emissores Distribuição
Declividade 95% 90% 85% 80% de Vazão Perda
de
Carga
-1% 112 158 188
Nível 122 203 259 297
2,23 30,5 Q=0,7489P0,55
1% 60 228 315 366
2% 30 259 325 366
-1% 101 134 168
Nível 81 149 202 244
3,05 20,3
1% 50 184 243 297
2% 30 193 252 305
-1% 81 122 144
Nível 61 132 175 207
20,3 cm Q=1,3072P0,54
1% 30 162 213 251
2% 30 167 221 259
3,73
-1% 98 127 152
Nível 91 142 190 213
30,5 Q=1,3072P0,54
1% 91 182 228 256
2% 30 193 236 267
-1% 79 112 134
Nível 61 122 152 183
22,86 cm Q=1,4931P0,60
1% 61 142 175 219
2% 30 152 190 226
4,84
-1% 79 112 135
Nível 122 152 178
30,5
1% 142 177 213
2% 153 189 219
7,45 10,16 cm -1% Q=2,7159P0,50
Nível 30 84 112
1% 30 99 131

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2%
30
106

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137
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início da fita gotejadoraHf=0,499*L*q1,896 - onde Hf é a perda de carga em metros; o L é o comprimento em metros e o “q” é a vazão em litros por segundo no
Dimensionamento Hidráulico Fitas Gotejadoras

Q  Vazão  litros por hora e metro; P  pressão em m.c.a.; q 


litros por segundo no início da mangueira.

Petroisa Se Reserva o Direito de Modificar as Características


das Fitas Gotejadoras Sem Prévio Aviso indicadas no quadro
anterior.

Análise de Água
A água mais cristalina aos nossos olhos pode causar
entupimento, e ao mesmo tempo, uma água suja pode ser
usada no gotejamento, desde que analisada e interpretada
por um profissional. Verifique no quadro abaixo o que
analisar.

Quadro 17 – Parâmetros a Serem Analisados e Risco de


Entupimento
Avaliação de risco de entupimento
Parâmetro Risco baixo Risco Risco alto
médio
pH Menor que 7,0 a 8,0 Maior que
7,0 8,0
Sólidos em
< 50 50 a 100 > 100
Suspensão – mg/l
Sais Dissolvidos
< 500 500 a 2000 > 2000
– mg/l
Condutividade
Elétrica – dS/m < 0,78 0,78 a 3,12 > 3,12
ou mmho/cm
Bicarbonato

Luiz Andrade
Dimensionamento Hidráulico Fitas Gotejadoras

(HCO3) – mg/l – < 30 30 a 122 > 122


para pH Maior
que 7,5
Ferro Total (Fe) – < 0,2 0,2 a 1,5 > 1,5
mg/l
Manganês (Mn)
< 0,1 0,1 a 1,5 > 1,5
– mg/l
Cálcio (Ca) – < 10 10 a 50 > 50
mg/l
Magnésio (Mg) – <10 10 a 50 > 50
mg/l
Potássio (K) – <1 1a5 >5
mg/l
Sódio (Na) – <5 5 a 20 > 20
mg/l

Obs.: Tomar a precaução de nunca interpretar um


parâmetro isoladamente, principalmente para os itens Ca,
Mg, K e HCO3 .
Consultar um técnico especializado para interpretar a
análise e sugerir as providencias a serem tomadas.

Salinidade da Água

Avaliamos indiretamente o nível de salinidade


através da condutividade elétrica da água, que é a
capacidade da água conduzir energia elétrica. Quanto mais
sais na água, maior a condutividade elétrica da água.

Luiz Andrade
Dimensionamento Hidráulico Fitas Gotejadoras

Quadro 18 - Níveis de Condutividade - CE - e


Características da Água a 25 ºC
CE - dS/m ou Sais por m3 de
Água mmhos/cm Água Aproximado Efeitos
da Chuva 0,15 96 g
Media dos Rios 0,2 a 0,4 128 a 256 g
Mar Mediterrâneo 63 40,3 Kg
Água de Irrigação
Com Salinidade 0,75 a 2,25 480 g a 1,44 Kg
Média
Reduz em 10 %
1,3 832 g produção de
moranguinho
2,5 1,6 Kg Reduz em 10 %
produção de batata
3,3 2,11 Kg Reduz em 10 %
produção de pepino
Extrato Saturado do
3,5 2,24 Kg Reduz em 10 %
Solo
produção de tomate
3,9 2,49 Kg Reduz em 10 %
produção de brócolis
3,6 2,304 Kg Reduz em 10 %
produção de melão
2,1 1,34 Kg Reduz em 10 %
produção de alface

Luiz Andrade
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Perda de carga (pressão) a cada 100 metros de tubos – PVC


e FF.
Vazão PVC FF PVC FF PVC FF PVC FF PVC FF PVC FF PVC FF PVC FF PVC FF
m3/h ¾” 1” 1 ¼” 1 ½” 2” 2 ½” 3” 4” 5”
0,5 1,72 2 0,60 0,70 0,18 0,2
1,0 5,79 7 2,0 2,7 0,62 0,75 0,2 0,22 0,07 0,08
1,5 11,8 16 4,0 6,0 1,25 1,6 0,45 0,5 0,15 0,17
2,0 19,5 27 6,8 10,0 2,1 2,7 0,70 0,8 0,25 0,28 0,06 0,07
2,5 28,8 35 10,0 16,0 3,1 4,5 1,10 1,4 0,37 0,4 0,09 0,12
3,0 39,6 58 13,7 21,5 4,2 6,0 1,50 1,8 0,5 0,6 0,13 0,16 0,04 0,05
3,5 52,0 80 18,0 26,0 5,5 8,0 1,95 2,4 0,68 0,8 0,17 0,22 0,07 0,08
4,0 65,5 100 22,7 37,0 7,0 10,0 2,5 3,0 0,85 1,05 0,21 0,27 0,09 0,1
4,5 80,5 27,9 45,0 8,6 12,0 3,0 3,7 1 1,30 0,26 0,32 0,11 0,12
5,0 97,0 33,5 55,0 10,4 15,5 3,6 4,7 1,25 1,6 0,31 0,42 0,13 0,15
5,5 39,6 65,0 12,3 18,0 4,3 5,5 1,5 2,0 0,37 0,5 0,15 0,17
6,0 46,2 80,0 14,3 22,0 5,0 6,6 1,7 2,2 0,43 0,6 0,18 0,2 0,05 0,07
6,5 53,1 95,0 16,5 25,0 5,7 7,5 2 2,4 0,49 0,7 0,21 0,26 0,06 0,08
7,0 60,5 18,7 29,0 6,5 8,3 2,3 3,0 0,56 0,8 0,24 0,28 0,07 0,1
7,5 63,3 21,2 35,0 7,3 11,0 2,6 3,5 0,63 0,9 0,27 0,30 0,08 0,12
8,0 76,4 23,6 37,0 8,2 11,5 2,9 3,9 0,70 1,0 0,31 0,35 0,09 0,13
8,5 85,0 26,3 38,0 9,1 13,0 3,2 4,5 0,78 1,2 0,34 0,4 0,1 0,16
9,0 94,0 29,0 40,0 10,0 14,0 3,5 4,8 0,87 1,25 0,38 0,45 0,11 0,18
9,5 32,0 50,0 11,0 15,0 3,9 5,1 0,96 1,4 0,41 0,47 0,12 0,19
10 35,0 56,0 12,1 17,0 4,2 5,7 1,05 1,5 0,45 0,50 0,13 0,20 0,04 0,06
12 48,0 80,0 16,8 24,0 5,8 8 1,45 2,2 0,62 0,8 0,17 0,28 0,06 0,09
14 63,0 100,0 22,0 35,0 7,6 11,5 1,9 3 0,80 1 0,23 0,31 0,08 0,12
16 80,0 28 40 9,5 14 2,4 3,7 1 1,2 0,28 0,4 0,1 0,14
18 98,0 34 52 12,0 17 3 4,5 1,25 1,8 0,35 0,45 0,12 0,17
20 41 63 14,2 21,5 3,6 5,7 1,5 2 0,42 0,7 0,15 0,23
25 60 95 21,0 33 5,2 8,5 2,2 3 0,62 1,1 0,23 0,35
30 83 29,0 45 7,2 12 3,0 4,2 0,85 1,5 0,3 0,5
35 100 38,0 61 9,4 16 4 5,7 1,2 2 0,4 0,65
40 48,0 78 12 20,5 5,1 7 1,45 2,5 0,5 0,8
45 59 100 14,5 26 6,3 9 1,8 3,1 0,6 1
50 70 18 32 7,5 11 2,1 3,8 0,7 1,25
55
60
Para sucção, não usar os dados abaixo da83
linha
97
21
24
41
45
9
10,5
13
16
2,5
2,9
4,3
5,5
0,9
1
1,6
1,8
65 em negrito. (velocidade em excesso) 28 55 12 18 3,3 6 1,2 2,1
70 32 60 13,6 21 3,8 7,2 1,35 2,4
75 36 68 15,5 23 4,3 8 1,5 2,6
80 40 76 17,2 26,5 4,8 9,2 1,7 3,1
85 44 19 29 5,3 11 1,9 3,5
90 49 21 31 5,9 12 2,1 3,8

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95 54 23,2 37 6,5 13 2,3 4,1


100 69 25,5 40 7 14 2,5 4,7
120 81 35 58 10 20 3,5 6,6
150 52 15 30 5,2 10
200 85 25 50 8,5 17,5
250 40 80 13,5 26,5
300 50 18 36
350 65 25 50
400 80 30

QUIMIGAÇÃO

Prevenção de Refluxo.
A injeção de produtos químicos na água apresenta
um perigo potencial para o meio ambiente e para a saúde
publica. Devemos tomar todas as providências cabíveis
para evitar este risco. A providência mais simples é a
instalação de duas válvulas de retenção na tubulação
principal antes dos dispositivos de injeção.

Mão de Obra Qualificada


O sucesso da quimigação está diretamente
relacionado com a qualidade empregada neste processo.
Desde quem projetou e preparou as recomendações até a
pessoa que irá operar o sistema, todos devem estar
capacitados e conscientizados da importância de seu
trabalho. Afirmamos com absoluta convicção que se
tivéssemos que falar sobre as desvantagens da
quimigação/fertirrigação, em primeiro lugar estaria :
EXIGÊNCIA DE CONSIDERÁVEL GERENCIAMENTO
E TREINAMENTO DE PESSOAL.

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Seleção de Injetor Venturi

Na tabela abaixo temos a performance de modelos


de Venturi mais utilizados no processo de quimigação.
Desempenho de Injetores Venturi para Fertirrigação
Modelo Diâmetro Diferencial de Fluxo Motor a Taxa de Injeção
Entrada/Saída Pressão 35 mca – em em Litros por
L/H Hora
584 ¾”- ¾” 18% 1450 95
1583 1” x 1” 18% 7720 680
2081 2” x 2” 18% 22930 1890

Considerações Sobre o Sistema de Irrigação

1 – Estar atento ao risco de prejudicar o meio


ambiente.
2 – Aplicar a quantia correta de
químicos/fertilizantes no tempo adequado.
3 – Aplicar o produto na concentração correta.
4 – Usar um sistema de manutenção de ótima
qualidade.
5 – O sistema de gotejamento é o que apresenta os
melhores resultados.

Concentração de Fertilizantes

Para evitar danos as raízes das plantas, causadas por


altas concentrações, a concentração de fertilizantes na água
de irrigação não deve exceder a 5%. Para diminuir os
riscos, é mais aceitável trabalharmos com 1 a 2 % de
fertilizantes dentro da água de irrigação. Exemplo: Se
tivéssemos um sistema de irrigação com vazão de 25 mil

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litros, deveríamos colocar no máximo de 250 a 500 litros


ou Kg de fertilizantes.

Fertilizantes Sólidos

Fertilizantes Sólidos Básicos Utilizados em Fertirrigação


% de Solubilidade Temp. Equivalente
Composto
Fertilizantes Elemento g/100g de
molecular ºC de CaCO3
Água
Amônia NH4 82 % N 90 0 148
118 0
Nitrato de 187
Amônia
NH4NO3 34% N 20 62
590
80
Sulfato de 21 % N 71 0
Amônio
(NH4)2SO4 24% 95 110
80
Carbonato de 0,0006 0
CaCO3
Cálcio
Nitrato de Ca(NO3)2 134 0
Cálcio 4H2)
15,5% N 364 -20
100
Fosfato 18% N 25 0
Diamonico (NH4)2HPO4 20 % P 70
(DAP)
Fosfato 11% N 43 0
Monoamonic NH4H2PO4 22% P 58
o (MAP)
Cloreto de 60% de 28 0
KCl 51
Potássio K2O 80
Nitrato de 13% N 13 0
Potássio
KNO3 46% K2O 169 -26
80
Sulfato de 53% K2O 8 0
Potássio
K2SO4 Neutro

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Nitrato de 165 N 73 0
Sódio
NaNO3 -29
67 0
108
Uréia CO(NH2)2 46% N 20 71
167
40

Fertilizantes Líquidos

No passado, os fertilizantes líquidos eram


considerados mais caros (é uma maneira de vender água) e
ofereciam somente baixas concentrações de nutrientes.
Como a demanda vem aumentando, isto em breve não será
verdade, com eles oferecendo muitas vantagens.
Fertilizantes líquidos são disponíveis como soluções
concentradas e suspensões, ambas podendo conter mais de
um nutriente. Soluções são definidas como líquidos que
têm os nutrientes numa solução, enquanto suspensões
mantêm parte dos nutrientes suspendidos no líquido com o
auxílio de um agente.

Vantagens das Soluções:


1 – Líquidos são especialmente adaptados para aplicação
através de gotejamento.
2 – Líquidos são excelentes transportadores de herbicidas e
inseticidas.
3 – Levam micronutientes, que aplicados através do
gotejamento, são colocados precisamente nas raízes.
4 – Sempre estão mais disponíveis para as plantas.

Vantagens das Suspensões


1 – O custo de produção é menor, pois menos materiais são
usados para a produção de suspensões.

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2 – Podem ser produzidos fertilizantes mais concentrados,


especialmente quando contêm potássio.
3- Maiores quantidades de micronutrientes podem ser
adicionadas em suspensões do que em soluções.

Calibrando o Sistema

A calibração do sistema envolve os seguintes


passos:
1. Determinar a área a ser tratada ou o número de
plantas a serem tratadas com o sistema de
gotejamento.
2. Determinar a quantia de produto a ser aplicado por
hectare ou planta.
3. Calcular o total de produto a ser aplicado.
4. Determinar o tempo de injeção em horas. Os fatores
que influenciam são o tempo de duração da
irrigação; a vazão do sistema; o tempo que a água
leva para ir desde o ponto de injeção até o setor que
se quer colocar o produto e a quantia de produto que
deve ser aplicado.
5. Selecionar os compostos químicos a serem usados
na injeção.
6. Fixar a taxa de injeção no venturi.

Se todos os parâmetros são conhecidos, a taxa de


injeção pode ser calculada usando a seguinte fórmula:

I = Qc * A /(C * T )

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I  Taxa de injeção do produto (l/min)


Qc  Quantidade de produto a ser aplicado na área
objeto (Kg/ha)
A  Área (ha)
C  Concentração da solução a ser injetada
T  Duração da injeção (min).

Exemplo:

Um fazendeiro quer aplicar 15g de fósforo para cada


árvore frutífera, em 8 aplicações, sendo uma por
semana. Cada setor tem 20 ruas e cada rua tem 50
plantas. A vazão do projeto é de 4 mil litros/hora. Cada
setor está sendo irrigado por duas horas ao dia. Ele quer
usar o MAP como fonte de fósforo.

Passos:

1 - Número de plantas = plantas por rua X


número de ruas = 50 X 20
= 1000

2 – Quantia de nutriente a ser aplicado por


aplicação.
- Sabemos que o MAP tem 11 % de N
- O MAP tem 22% de P – (Observe que o
fertilizante fornece a quantia de fósforo
como P2O5 . Para converter P2O5 para P,
dividimos o teor de P2O5 por 2,3)
- Solubilidade – 43 g / 100 g de água.
- CaCO3 equivalente é 58 – (Se aplicarmos
o MAP freqüentemente, pode ocorrer a

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acidificação, que pode ser corrigida com


calcareo).

3 – A quantia de P a ser aplicado por aplicação é

Quantia aplicada = QA
QA = (g planta X número de planta) / número de
aplicações X % de P no fertilizante.

QA = (15 g X 1000) / (8 X 0,22) = 8,522g  8,5


Kg

4 – Volume de solução

O menor volume de solução requerida para


dissolver a quantia de fertilizante será:

Volume da solução = total a ser aplicado /


solubilidade

= 8,5 Kg / 0,43 Kg/l

= 19,8 litros

O vasilhame mínimo requerido é então 20


litros. Neste exemplo vamos usar 30 litros de água para
dissolver os 8,5 kg de fertilizante.

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A concentração da solução é então de 8,5 kg / 30


litros = 0,28 kg/litro

5 – Taxa de injeção

Todo a solução tem que ser injetada em uma


hora. A taxa de injeção será então de 30 litros por hora.
A máxima concentração injetada dentro da água de
irrigação que queremos é de 1%. Como a vazão é de 4000
litros por hora, temos:

Concentração da solução na água de


irrigação é :

= taxa de
injeção / vazão do sistema

= 30 l/h / 4000
l/h

= 0,0075 ou
0,75% (o que é aceitável)

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TABELA de CONVERSÃO

0
0,1 % 1000 ppm 1000
miligramas por
litro
0,01 % 100 ppm 100
miligramas por
litro
0,001 % 10 ppm 10
miligramas por
litro
0,0001 % 1 ppm 1
miligrama por litro

1 acre 0,4047 ha
1 atmosfera 1,0333 kg/cm2
1 bar 0,9869 atmosfera
1 bar 1,020 kg/cm2
1 kPa 0,14503 PSI
1 kg/cm2 14,22 PSI (libras por
polegada quadrada)
1 galão americano 3,785 litros
1 hectare 2,471 acre
1 mil (milésimo de 0,0254 mm
polegada)

MANUTENÇÃO PREVENTIVA
Drenagem forçada de limpeza.
Cronograma operacional
Checagem diária de pressão

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Operação pré-recolhimento das fitas após


colheita
Ferramentas obrigatórias – condutivímetro,
pHmetro, medidor de cloro, medidor de volume, sonda,
succionador de solução de solo, etc...

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