Matrícula: 201612200222 Fundações - Engenharia Civil 08 de agosto de 19
NBR 6122 – Projeto e execução de fundações
Esta Norma fixa as condições básicas a serem observadas no projeto e
execução de fundações de edifícios, pontes e demais estruturas.
Inicialmente há a necessidade de deixar claro algumas definições
adotadas para termos que serão posteriormente citados na norma. Também são mostrados alguns métodos para cálculos de tensão.
Para fins de projeto e execução, primeiramente é necessário realizar um
reconhecimento inicial e investigações geológicas, geotécnicas e complementares para caracterizar o local. São destacados alguns ensaios mais usuais na prática brasileira, em laboratório e em campo.
Com o solo caracterizado, o próximo passo é a identificação das ações
que atuaram na fundação. Essas ações podem ser classificadas em permanentes, variáveis e excepcionais. As permanentes são aquelas devido ao peso próprio da estrutura, as sobrecargas permanentes, empuxos e outras tensões que atuam a todo momento. As variáveis estão presentes apenas durante alguns momentos, como as sobrecargas variáveis, os impactos, as ondas de ventos e outras. Já as excepcionais, são ações raras previstas pelo projetista como ações que podem acontecer em algum momento durante a vida útil da estrutura, como incêndios, explosões, colisões de veículos, inundações.
No quesito segurança a norma é bem minuciosa, por se tratar de
fundações, onde pequenas variações podem ocasionar problemas graves a obra. É estabelecido a obrigação do projeto de assegurar que as fundações apresentem segurança quanto aos estados-limite último e de serviço, também são apresentados os elementos que caracterizam esses estados para a correta verificação. São dados ainda alguns valores de coeficientes de segurança que podem ser adotados no projeto de fundações. O item 7 da norma é dedicado as fundações superficiais. São especificados os fatores de ponderação que devem ser analisados para definir- se a tensão admissível das fundações, e os métodos para cálculo dessa tensão. Esses métodos são divididos em teóricos, semi-empíricos e prático (prova de carga, regulamentado pela ABNT NBR 6489). Em seguida são especificados alguns casos particulares: fundação sobre rocha, solos expansivos e solos colapsíveis. Por fim, é estabelecido como devem ocorrer os dimensionamentos, geométrico e estrutural.
O item 8 trata das fundações profundas. Semelhante ao item anterior, são
especificados os fatores de ponderação que devem ser analisados para definir- se a tensão admissível das fundações, e os métodos para cálculo dessa tensão. Há métodos utilizados para cálculo de estacas, como a prova de carga estabelecida pela ABNT NBR 12131, métodos estáticos e dinâmicos, e métodos para cálculo de tubulões. É falado sobre o efeito de grupo, que se trata do processo de interação dos diversos elementos que constituem uma fundação ao transmitirem ao solo as cargas que lhes são aplicadas. Esta interação acarreta uma superposição de tensões, de tal modo que o recalque do grupo seja, em geral, diferente daquele do elemento isolado. Outras solicitações que podem estar presentes na obra também são citadas, e são feitas orientações para o processo de construção da fundação. Por fim, é estabelecido como devem ocorrer o dimensionamento estrutural, com os parâmetros adotados para cada tipo de fundação profunda.
Quanto ao desempenho das fundações, este deve ser verificado através
de pelo menos o monitoramento dos recalques medidos na estrutura. Pode também ser necessário o monitoramento de outras grandezas, tais como: deslocamentos horizontais, desaprumos, integridade ou tensões. O resultado das medições deve ser comparado com as previsões do projeto.
É importante destacar que antes da concretagem de sapatas e tubulões
o solo de apoio deve ser aprovado por engenheiro. E em casos de dúvida, devem se programadas provas de carga em placas ou nos tubulões, que simulem o comportamento destes elementos, desde que se considere o efeito escala.
A tabela 6 da norma estabelece os critérios mínimos onde se faz
necessário a execução de provas de carga, sempre no início da obra, igual a no mínimo 1% da quantidade total de estacas que serão utilizadas na fundação, arredondando-se para mais. Logo em seguida, são especificadas as condições que comprovam um desempenho satisfatório das estacas postas em prova. E caso o resultado de uma prova de carga tenha sido considerado insatisfatório, deve-se elaborar um programa de provas de carga adicionais que permita o reexame dos valores de cargas admissíveis, visando a aceitação dos serviços sob condições especiais previamente definidas ou a readequação da fundação e seu eventual reforço.