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Objetivos
Seu objetivo principal é melhorar a habilidade do sistema cardiovascular
liberando mais oxigênio e melhorarando a capacidade aeróbica de endurance
nos músculos durante os exercícios. É dito que os exercícios aeróbicos
equilibram a pressão arterial, diminuem o % de gordura e diminuem o risco de
ataques cardíacos nos indivíduos.
É muito comum entre profissionais mais experientes de Educação Física (os
que atuam há vários anos na área), o comentário preciptado de que a
"aeróbica"não é um exercício aeróbico por não tratar-se de um tipo de exercício
conhecido como exercício cíclico (movimento repetido constantemente em
forma de ciclos), comentário este seguida da afirmação de que a corrida e a
natação são formas mais eficientes de exercício cíclico aeróbico.
Denominamos preciptado por dois motivos:
Se a fonte energética predomina nos 20 a 30 min. de exercício intenso,
normalmente oferecidos em uma aula de aeróbica, não fosse o metabolismo
oxidativo ou "aeróbico", definitivamente não seria possível para as pessoas que
a ela se submetessem, permanecendo em movimento constante durante todo o
tempo da aula, dados aos efeitos da acidose provocada pela produção de
lactato, subproduto do metabolismo glicolítico ou "anaeróbico".
O estímulo cardiovascular, como forma de incrementar a condição aeróbica
geral, está muito longe de ser o único objetivo da aeróbica, o que afasta
qualquer possibilidade de comparação da mesma com outra forma de
exercício, seja ele cíclico ou acíclico.
Os exercícios aeróbicos têm como característica comum a utilização de uma
intensidade média e uma média/longa duração. A intensidade média é
conhecida normalmente pela mensuração da F.C., que não aparece igual em
indivíduos diferentes, mas que normalmente situa-se numa mesma faixa para
uma média populacional submetida a um mesmo estímulo, quando
aproximadas as condições iniciais de cada componente desta população teste.
Existem tentativas de estabelecer um patamar mínimo e um patamar máximo
de F.C. , que isolaria a faixa chamada de "Zona alvo de Treinamento. De
acordo com esta tabela, o indivíduo deveria permanecer dentro dessa faixa
para que os melhores resultados, em termos de capacidade aeróbica geral,
fossem alcançados. Já com relação à duração, considera-se que seriam
necessários 20/30 minutos em cada sessão para que os beneficios acima
citados pudessem ser alcançados. Além disso, somente após esse período de
tempo, os ácidos graxos livres (AGL) começariam a ser metabolizaodos em
quantidades importantes para um programa de diminuição da porcentagem de
gordura corporal.
A mais importante meta relacionada à prática desta atividade não está ligada
a fatores fisiológicos, mas sim aos aspectos motores da mesma.
Vamos ver detalhadamente os objetivos:
Fisiológicos
Prevenção de doenças do coração;
Prevenção de doenças pulmonares;
Melhoria das capacidades físicas (força, resistência, etc...)
Redução do percentual de gordura;
Melhoria do bem-estar geral;
Motores
Melhorar as capacidades motoras ( coordenação, agilidade, consciência
corporal, etc...)
Aprendizagem de novas habilidades motoras específicas;
Harmonização dos movimentos corporais;
Prevenção de problemas e vícios posturais;
Sócio-afetivos
Fazer amigos;
Sentir-se parte de um grupo;
Incorporar novos valores sociais;
Melhorar a capacidade de convivência em grupo;
Incrementar a relação instrutor/aluno;
Psicológicos
Resgate do auto-conceito positivo;
Incorporar novos valores pessoais;
Adquirir novos hábitos e estilo de vida;
Combate ao estresse;
Aprender a motivar-se através do movimento, dentre outros...
Estrutura de uma aula de Aeróbica
Como toda sessão de atividade física, uma aula de aeróbica tem a duração
de 60 minutos e é separada por diferentes etapas. Vamos ver:
Aquecimento: 5-10 min
Trabalho aeróbico principal: 10-40 min
Esfriamento: 3-10 min
Localizado (quando houver): 10-25 min
Alongamento/ relaxamento: 5-15 min
Aquecimento
Essa fase da aula tem um papel importantíssima no contexto geral não só
por preparar as estruturas musculares, articulares e cardíacas para uma
solicitação mais intensa, mas também para possibilitar através de movimentos
simples e similares aos da fase principal, uma facilitação no processo de
aprendizagem fundamental ao bom aproveitamento da aula por parte dos
alunos.
Além disso, psicologicamente, o aquecimento tem importância comprovada
na medida em que permite ao aluno um primeiro contato com o professor antes
do momento principal da aula, ou seja, livre da atenção necessária à execução
de movimentos mais complexos ou organizados. Além disso, tem o objetivo de
aumentar a pressão do sangue e temperatura corporal, fazendo com que o
corpo fique mais disposto e ápto para a execução do alongamento.
Discute-se hoje a função indispensável dos exercícios de alongamento no
início da aula, ou seja, na fase de aquecimento. Não são mais usados hoje, nas
aulas de aeróbica movimentos que exigem grande amplitude na movimentação
de grandes segmentos corporais, como por exemplo os chutes altos. Desta
forma, levando-se em conta a grande eficiência dos movimentos globais que
iniciam a aula no sentido de ativar o metabolismo e aumentar a circulação
periférica, torna-se muito discutível a obrigatoriedade das técnicas de
alongamento nesta fase da aula.
Pesquisa publicada no "Jornal of Applied Physiology"em junho de 1991,
afirma que o aquecimento pouco auxilia na prevenção de micro-lesões
provocadas tanto por exercícios de explosão, quanto por exercícios de
intensidade média e constante, provando o caráter polêmico do tema e a
necessidade do aprofundamento das discussões e pesquisas.
O Ritmo indicado para a aula nesta fase é de 135-145 bmp, possibiilitando
assim a conclusão e melhor a proveitamento dos movimentos, além de não
exigir demasiado esforço do músculo cardíaco logo no início da aula.
Exercícios Indicados:
Balanceios;
Passos de baixo impacto (manter pelo menos um dos pés no chão todo o
tempo);
Exercícios localizados em um determinado segmento corporal.
Exercícios contra-indicados:
Movimentos de flexão de tronco ou inclinação lateral em alta velocidade;
Movimentos balísticos de forma geral, técnicas de alongamento por
insistência ou flexionamento intenso;
Hiperflexão de joelhos, hiperflexão cervical;
Movimentos de pescoço em alta velocidade;
Mudanças bruscas de plano;
Excesso de exigência de coordenação motora;
Posição básica com pernas extendidas.
Impacto
Impacto = Velocidade (intensidade) X H (altura) X Massa (peso)
Existem dois tipos de impacto:
Todos estes movimentos podem ser utilizados nas aulas com variações de
repetições e movimentação de braços sendo interligados por transições
simples ou :
Giros;
Piruetas no solo ou no alto;
Saltos;
Pliométricos;
Funk;
Movimentos isolados quaisquer.
As características metabólicas da aula podem ser diferentes de acordo com
objetivos pré-determinados. Tanto o metabolismo aeróbio quanto o anaeróbio
podem ser enfatizados nas aulas que estarão adaptadas sempre com as
características individuais dos alunos.
Criação de Movimentos
Um dos aspectos mais importantes na atuação de um bom professor de
aeróbica é a sua capacidade de "criar"novas rotinas e movimentos para serem
introduzidos em suas aulas, gerando maior motivação nos alunos que,
geralmente, reclamam de coreografias repetitivas. Pusemos o termo entre
aspas porque, na verdade, são muito poucos os movimentos realmente novos
que aparecem nas aulas de aeróbica. Na maior parte das vezes, são
habilidades antigas remodeladas, com cara nova. Isto não é demérito algum
para o professor, pois é justamente essa capacidade de adaptação que
caracteriza os professores mais conceituados atualmente e certamente
contribui, e muito, para o seu sucesso.
Muitas variações vieram após a GA, que também podem ser chamadas de
Ginástica Aeróbica, embora tenham qualidades específicas de acordo com o
ritmo e tipo de música adotada. Como a Aerobahia (aeróbica com cara de
bahia), aerofunk (aeróbica com funk), aerodance (entram todos os tipos de
ritmos), aerolambada (aeróbica com lambada), e por aí vai. O que vale é
manter a mesma estrutura criando estilos de aulas diferentes.
Fonte:
AKIAU, Paulo. Técnicas em Ginástica Aeróbica. Professional Instructor -
IV Convenção Fitness Brasil - Santos , 1994.
Fitness - Theory & Practice , AFAA, 1995,