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APRESENTAÇÃO DE SEMINÁRIOS DAS DISCIPLINAS IC-115 E CV-081

UNICAMP FEC
CAMPINAS, BRASIL, JUNHO DE 2014.

REVISÃO DE LITERATURA SOBRE O EQUACIONAMENTO DE TRANSPORTE DE


SEDIMENTOS PROPOSTO POR ENGELUND E HANSEN (1967)
Daniel Iozzi Sperandelli, Ricardo Ramiro Ferreira e Daniel Colinques Palfi
AES Tietê, Brasil.
sperandelli@yahoo.com.br, ricardo.rferreira@aes.com, daniel.palfi@aes.com

Introdução de seus predecessores e contemporâneos no estudo do


transporte de sedimentos. Na próxima seção apresenta-se a
O objetivo deste texto é elucidar, em forma de revisão de visão de diversos autores a respeito da obra de Engelund e
literatura, o equacionamento de transporte de sedimentos Hansen.
proposto por Frank Anker Engelund e Eggert Hansen, em
1967, no trabalho intitulado “Uma monografia sobre
transporte de sedimentos em rios aluvionares” (tradução Revisão de literatura
nossa).
Moreira (2012) realça que a simplicidade de aplicação é o
A obra original está dividida em seis capítulos. No prefácio os grande atrativo da equação de transporte sólido de Engelund e
autores afirmam que o texto foi concebido para servir de base Hansen (1967), especialmente para os casos em que poucos
para estudantes de Engenharia Costeira e Hidráulica da parâmetros do curso d’água estão disponíveis.
Universidade Técnica da Dinamarca, por isso, asseveram que
evitaram sofisticações matemáticas, baseando-se apenas em Scheer, Ribberink e Blom (2002) afirmam que a fórmula
“métodos de engenharia”. proposta por Engelund e Hansen (1967) é semi-empírica, ou
seja, apesar de utilizar dados de experimentos em laboratório
No primeiro capítulo, Introdução, os autores reforçam a ideia também desenvolve conceitos partindo de formulações
de simplificação matemática posto que o fenômeno já é analíticas e princípios da mecânica dos fluidos. Yang (2006)
complexo por si só. acrescenta que, para obter uma equação de transporte de
O capítulo 2, Propriedade do sedimento, fornece ao leitor sedimentos, os autores empregaram o conceito de potência da
ótimo referencial teórico sobre as características dos corrente de Bagnold e o princípio de similaridade da Mecânica
sedimentos como: tamanho, gradação, velocidade de dos Fluidos.
sedimentação, peso específico, dentre outras, com foco para a Na visão de Almeida (2012) o equacionamento de Engelund e
areia e o cascalho que são os principais sedimentos Hansen aborda apenas o transporte de sedimento de fundo e
encontrados em rios aluvionares. Os autores acrescentam que possui a peculiaridade de não considerar o efeito da
as propriedades de forma e gradação dos grãos, por serem viscosidade cinemática do fluido.
muitas vezes negligenciadas nas formulações, são a causa
primária de desvios entre o transporte de sedimento obtido em As formulações de Engelund e Hansen foram validadas em
teorias e as observações em campo. experimentos utilizando sedimentos com d50 variando entre
0,19 e 0,93mm, que correspondem da areia fina até a areia
No terceiro capítulo, Hidráulica de rios aluvionares, reside a média (ENGELUND e HANSEN, 1967; SCHEER,
base teórica da pesquisa, onde os autores introduzem, de RIBBERINK e BLOM, 2002).
forma analítica, as formulações de tensões agindo sobre a
partícula, perda de energia, influência das conformações de Scapin, Paiva e Beling (2007) afirmam que a equação pode ser
fundo e também apresentam as formas adimensionais de utilizada para sedimentos com diâmetro superior a 0,15mm,
tensões e vazão sólida. não devendo ser utilizada para fundo com rugas. Batalla e Sala
(1996) asseveram que as equações mencionadas devem ser
É no capítulo 4, Princípio da similaridade, cujo título remonta utilizadas somente para fundo com dunas, porém não se
à Mecânica dos Fluidos, que Engelund e Hansen explicam recomenda sua aplicação para leitos com distribuição
como utilizaram análise dimensional e modelos reduzidos na granulométrica muito dispersa.
obtenção das equações de resistência ao escoamento e
transporte de sedimentos. Os experimentos em modelos
reduzidos foram realizados por Guy, Simons e Richardson Conclusão
(1966) em Fort Collins, empregando uma calha artificial com
8 pés de largura e grãos de quatro tamanhos distintos (0,19 – O trabalho de Engelund e Hansen (1967), assim como toda e
0,27 – 0,45 e 0,93mm). qualquer formulação em Hidráulica Fluvial, possui suas
O capítulo 5, Fluviologia, trata da dedução de equações que limitações e desvios em relação a observações em campo,
expressam o equilíbrio fluvial, onde variações da largura, mesmo quando se trabalha dentro das condições de contorno
declividade e profundidade produzem alterações na vazão recomendadas pelos autores. Contudo, sua facilidade de
líquida e sólida. aplicação e pouca exigência de informações, permitiram-na
ganhar espaço nas aplicações práticas e teóricas. Ressalta-se
Por fim, no capítulo 6, Exemplos numéricos, os autores também que os autores embasaram suas formulações em
elucidam passo a passo a aplicação das equações para princípios bem fundamentados de Mecânica dos Fluidos,
elaboração da curva-chave líquida e sólida, e o projeto de quando isto não foi possível, em procedimentos empíricos
canais. Também descrevem a utilização de um ábaco para bem calibrados e ajustados.
facilitar os cálculos, uma vez que na década de 1960 ainda não
eram difundidas as planilhas eletrônicas.
Vale ressaltar que durante todo o texto os autores citam obras
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UNICAMP FEC
CAMPINAS, BRASIL, JUNHO DE 2014.

Referências Bibliográficas
Almeida, L.M. (2012). “Análise de metodologias para cálculo de
descarga de fundo, aplicada ao Rio Doce, ES”. Dissertação (Mestrado
em Engenharia Ambiental). Vitória, 151p.
Batalla, R.J.; Sala, M. (1996). “Aplicación de modelos de transporte
de sedimento em um río permanente com granulometria dispersa”. IV
Reunión de Geomorfología, La Coruña, Espanha.
Engelund, F. e Hansen, E. (1967). “A monograph on sediment
transport in aluvial streams”. Teknisk Forlag, Danish Technological
University, Copenhague, Dinamarca. 62p.
Guy, H.P.; Simons, E.V. e Richardson, E.V. (1966) “Summary of
alluvial channel data from flume experiments, 1956-1961” U.S.
Geological Survey Professional Paper 462-I.
Moreira, M.C.A. (2012). “Avaliação da influência da Barragem de
Barra Bonita-SP na morfodinâmica do Rio Tietê e seus impactos na
navegação”. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Campinas,
99p.
Scapin, J.; Paiva, J.B.D. e Beling, F.A. (2007). “Avaliação de
métodos de cálculo do transporte de sedimentos em um pequeno rio
urbano”. Revista Brasileira de recursos Hídricos, Vol. 12, No. 4, Out-
Dez 2007, p5-21.
Scheer, P. van der; Ribberink, J.S. e Blom, A. (2002). “Transport
formulas for graded sediment: Behaviour of transport formulas and
verification data”. Civil Engineering, University of Twente, Enschede,
Holanda.
Yang, C.T. (2006) “Noncohesive Sediment Transport”. In: Erosion
and Sedimentation Manual: U.S. Bureau of Reclamation, Technical
Service Center, Denver, CO, capítulo 3, 111p.

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