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GIANCARLO RODRIGUES RÉGIS

PLATAFORMA MODULAR PARA AUTOMAÇÃO,


CONTROLE E SUPERVISÃO DE SISTEMAS

Florianópolis
2014
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃOEM DESENVOLVIMENTO DE
PRODUTOS ELETRÔNICOS

GIANCARLO RODRIGUES RÉGIS

PLATAFORMA MODULAR PARA AUTOMAÇÃO,


CONTROLE E SUPERVISÃO DE SISTEMAS

Monografia submetida à banca


examinadora do curso de Pós-Graduação
em Desenvolvimento de Produtos
Eletrônicos do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Santa
Catarina, como requisito parcial à obtenção
do título de Especialista em
Desenvolvimento de Produtos Eletrônicos.

Professor Orientador: Clóvis Antônio Petry, Dr. Eng.

Florianópolis, 2014
CDD 629.895
R467p

Régis, Giancarlo Rodrigues


Plataforma modular para automação, controle e supervisão de sistemas [MP] /
Giancarlo Rodrigues Régis; orientação de Clóvis Antônio Petry. – Florianópolis,
2014.

1 v.: il.

Monografia de Pós Graduação (Desenvolvimento de Produtos Eletrônicos) –


Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina.

Inclui referências.

1.Controle e programação. 2. Automação. 3. Plataforma modular. 4. Relés. 5.


Sistemas automatizados. I. Petry, Clóvis Antônio. II. Título.

Sistema de Bibliotecas Integradas do IFSC


Biblioteca Dr. Hercílio Luz – Campus Florianópolis
Catalogado por: Ana Paula F. Rodrigues Pacheco CRB 14/1117
PLATAFORMA MODULAR PARA AUTOMAÇÃO,
CONTROLE E SUPERVISÃO DE SISTEMAS

GIANCARLO RODRIGUES RÉGIS

Este trabalho foi julgado adequado para obtenção do Certificado


de Especialista em Desenvolvimento de Produtos Eletrônicos e
aprovado na sua forma final pela banca examinadora do Curso
de Pós-Graduação em Desenvolvimento de Produtos Eletrônicos
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa
Catarina.

Florianópolis, 22 de setembro de 2014.

Banca Examinadora:

_________________________________
Clóvis Antônio Petry, Dr.Eng.
Orientador

_________________________________
Reginaldo Steinbach, Me.
Co-Orientador

_________________________________
André Luís Dalcastagnê, Dr.Eng.

_________________________________
Everton Luiz Ferret dos Santos, M.Eng.
RESUMO

O presente trabalho tem como título “Plataforma modular para


automação, supervisão e controle de sistemas”. Este projeto
propõe o desenvolvimento de uma plataforma de automação
genérica, ou seja, que se adapte a variadas aplicações, pois foi
projetada para ser um dispositivo versátil de automação,
supervisão e controle. A plataforma é composta pelo módulo
principal, onde se encontra o software de controle e
programação, e módulos secundários que possuem
funcionalidades específicas. Assim, permite adaptar suas
configurações de acordo com as necessidades do projeto a qual
se pretenda adequá-las, isto é possível através da inclusão de
módulos com configurações distintas. A primeira parte deste
trabalho foi dedicada à revisão bibliográfica, na qual foram
trazidos conceitos técnicos dos temas abordados, bem como a
documentação referente às tecnologias utilizadas, como o
microcomputador Raspberry PI e o barramento I2C empregado
na comunicação da central com os módulos secundários. No que
concerne ao desenvolvimento, delimitou-se criar o conceito da
plataforma, utilizando um módulo de controle de relés e o módulo
principal com uma interface intuitiva que viabilize a programação
pelo próprio usuário. A terceira parte foi reservada a
demonstração dos resultados. Por fim, objetiva-se obter êxito no
desenvolvimento da plataforma modular ao final deste trabalho
científico.

Palavras-Chave: Automação, Raspberry PI, Sistema Embarcado.


ABSTRACT

This work is entitled "Modular Platform for automation,


supervision and control systems." This project proposes the
development of a generic platform automation, ie, that suits
various applications because it was designed to be a versatile
device automation, supervision and control. The platform consists
of the main module, where the control software and
programming, and secondary modules that have specific
features. So lets adjust your settings according to the needs of
the project which it is intended to fit them, this is possible through
the inclusion of modules with different configurations. The first
part of this work was devoted to the literature review, which were
brought technical concepts of the topics covered, as well as the
documentation of technologies used, such as the Raspberry PI
PC and the I2C bus used in communication with the central side
modules. With regard to development, was delimited create the
concept of the platform, using a control module relay and the
main module with an intuitive interface which facilitates the
programming by the user. The third part was reserved to the
income statement. Finally, the objective is to succeed in
developing the modular platform at the end of this scientific work.

Key-Words: Automation, Raspberry PI, Embedded System.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Zipato ZipaBox. ........................................................... 17


Figura 2 – Loxone. ...................................................................... 18
Figura 3 - Visão geral da plataforma ........................................... 19
Figura 4 - Moinho Hidráulico. ...................................................... 23
Figura 5 - Raspberry PI. .............................................................. 25
Figura 6 - Raspberry PI modelo B+. ........................................... 26
Figura 7 - Placa CM e módulo de desenvolvimento CMIO. ....... 26
Figura 8 – Câmera digital OTTO. ................................................ 27
Figura 9 – Slice media center. .................................................... 28
Figura 10 - NPE X500. ................................................................ 28
Figura 11 – Barramento I2C. ....................................................... 30
Figura 12 – Transmissão de dados no protocolo I2C ................. 30
Figura 13 – Transmissão de dados I2C. ..................................... 31
Figura 14 - Transmissão com endereçamento de 7 bits. ........... 32
Figura 15 - Aplicação típica do LTC1694.................................... 33
Figura 16 - Comparação do LTC1694 com resistor de pull-up. . 33
Figura 17 – Estrutura de automação proposta para o
desenvolvimento.......................................................................... 35
Figura 18 – Caixas da empresa Phoenix Contact. ..................... 37
Figura 19 – Caixas do fabricante Italtronic. ................................ 37
Figura 20 – Modelo de caixa Modulbox. ..................................... 38
Figura 21 – Caixa para o módulo relé. ........................................ 38
Figura 22 – Dimensões da caixa para o módulo relé. ................ 39
Figura 23 - Esquemático Placa RTC/Acelerador I2C. ................ 42
Figura 24 - Placa RTC/Acelerador I2C. ...................................... 43
Figura 25 – Fluxograma do firmware do módulo do relé. ........... 44
Figura 26 - Atmega328P 32 MLF ................................................ 45
Figura 27 – Corrente da fonte de alimentação x frequência de
operação (1-20 MHz). ................................................................. 46
Figura 28 – Relé utilizado no projeto. ......................................... 47
Figura 29 – Circuito eletrônico da placa 1 do módulo de relés. . 47
Figura 30 – Visualização 3D da placa 1 desenvolvida. .............. 48
Figura 31 – Circuito eletrônico da placa 2 do módulo de relés. . 48
Figura 32 – Visualização 3D da placa 2 desenvolvida. .............. 49
Figura 33 – Fluxograma da rotina de varredura implementada. 49
Figura 34 – Comando de três bytes referente ao registro. ......... 50
Figura 35 – Padrão de envio de comandos. ............................... 50
Figura 36 - Placas Módulo Relé. ................................................. 51
Figura 37 – Placas do módulo relé na caixa de montagem. ...... 52
Figura 38 – Módulo Relé montado. ............................................. 52
Figura 39 – Raspberry PI com placa RTC e acelerador I2C. ..... 53
Figura 40 – Módulos Central e Relé conectados. ....................... 53
Figura 41 – Módulos Central e Relé conectados........................ 54
Figura 42 – Módulos visão superior. ........................................... 54
Figura 43 - Cenário dos testes. ................................................... 55
Figura 44 - Software de programação Selff Designer. ............... 56
Figura 45 – Tela para adicionar novo alvo.................................. 57
Figura 46 – Tela com a lista de alvos. ........................................ 57
Figura 47 – Tela edição de alvo. ................................................. 58
Figura 48 – Tela para adicionar nova instrução.......................... 58
Figura 49 - Tela com instrução para ligar relé. ........................... 59
Figura 50 – Tela com instrução para CPU.................................. 59
Figura 51 - Tela com instrução para desligar relé. ..................... 60
Figura 52 – Tela lista instruções. ................................................ 60
Figura 53 – Tela salvar arquivo com instruções. ........................ 61
Figura 54 – Janela salvar. ........................................................... 61
Figura 55 – Arquivo gerado contendo as instruções. ................. 62
Figura 56 – Formas de onda para acionamento do relé............. 63
Figura 57 - Comando liga relé 0x2A 0x01 0x01. ........................ 63
Figura 58 - Comando desligar relé 0x2A 0x01 0x00. ................. 64
Figura 59 – Bug de extensão de clock do Raspberry. ................ 65
Figura 60 – Verificação clock-stretching. .................................... 65
Figura 61 – Lexone Miniserver e Projeto Plataforma. ................ 67
LISTA DE ABREVIATURAS

USB Universal Serial Bus


RCA Radio Corporation of America
GPIO General Purpose Input/Output
CM Compute Module
CMIO Compute Module IO Board
SODIMM Small Outline DIMM
DDR2 Dual Data Rate 2
HDMI High-Definition Multimedia Interface
HD Hard Disk
I2C Circuito Inter-integrado (Inter-Integrated Circuit)
IO Entrada/Saída (In/Out)
PCI Placas de Circuito Impresso
RTC Relógio de Tempo Real (Real-Time Clock)
SCL Serial Clock
DAS Serial Data
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................... 15
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ....................................................... 16
1.1.1 Formulação do Problema ............................................. 16
1.1.2 Solução Proposta ......................................................... 18
1.2 OBJETIVOS....................................................................... 19
1.2.1 Objetivo Geral ............................................................... 19
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................... 20

2 METODOLOGIA .................................................................... 21

3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................. 23
3.1 AUTOMAÇÃO............................................................... 23
3.2 RASPBERRY PI ................................................................ 25
3.3 BARRAMENTO I2C ........................................................... 29
3.3.1 Transmissão de Dados................................................. 30
3.3.2 Início e Fim de Transmissão ........................................ 31
3.3.3 Protocolo ....................................................................... 31
3.4 ACELERADOR I2C ........................................................... 32

4 DESENVOLVIMENTO ........................................................... 35
4.1 VISÃO GERAL................................................................... 35
4.2 ESTRUTURA MECÂNICA................................................. 36
4.2.1 Caixa de Montagem Módulo Central ............................ 37
4.2.2 Caixa de Montagem Módulo Relé ................................ 38
4.3 MÓDULO CENTRAL ......................................................... 39
4.3.1 Software de Programação e Controle .......................... 40
4.3.2 Hardware ...................................................................... 41
4.4 MÓDULO RELÉ................................................................. 43
4.4.1 Firmware ....................................................................... 43
4.4.2 Hardware ...................................................................... 44
4.5 COMUNICAÇÃO MÓDULO CENTRAL E MÓDULO RELÉ
49

5 RESULTADOS ....................................................................... 51
5.1 Testes ................................................................................ 55
5.1.1 Cenário ......................................................................... 55
5.1.2 Programação das Instruções ....................................... 56
5.1.3 Teste das Instruções Programadas ............................. 62
5.2 Bug de clock-stretching no I2C do BCM2835 ................... 64
5.3 Levantamento de Custos................................................... 66
5.4 Comparação com Produto Similar .................................... 66
5.5 Considerações Referentes aos Resultados ...................... 68

6 CONCLUSÃO ........................................................................ 69

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................... 71


1 INTRODUÇÃO

Primeiramente, entende-se pertinente abordar a evolução


histórica da automação. Assim, de acordo com Goeking (2010), o
conceito de automação foi iniciado nos Estados Unidos em 1946,
tendo como seu primeiro setor as fábricas automotivas. Com o
passar do tempo o conceito foi ampliado e atualmente
automação aborda todo o sistema que utiliza computação e
substitui o trabalho humano. Tendo como escopo aumentar a
velocidade e a qualidade dos processos produtivos, aliado a isso
a segurança dos funcionários, obtenção de controle de gestão,
planejamento e flexibilidade na produção.
A criação do transistor em 1947, auxiliou a impulsionar o
desenvolvimento da automação. O transistor é um componente
eletrônico apto ao controle de passagem da corrente elétrica em
determinados sistemas. O uso do transistor e da eletrônica,
propiciou o desenvolvimento dos primeiros computadores
industriais. No entanto, o microprocessador foi comercializado
somente a partir de 1960, nesse período surgiram os primeiros
robôs mecânicos a incorporar sistemas de microprocessamento
e unir tecnologias mecânicas e elétricas. (GOEKING, 2010)
Assim, a princípio a automação foi aplicada nas
indústrias automobilística e petroquímica. A tecnologia se
disseminou para outras áreas e atualmente é instrumento das
indústrias alimentícia, química, siderúrgica, residencial, dentre
outras. (GOEKING, 2010)
Conceitua Moraes e Castrucci (2007), que automação é
qualquer sistema, apoiado em computadores, que substitui o
trabalho humano, em favor da segurança, da qualidade dos
produtos, rapidez na produção e redução de custos, assim
aperfeiçoando os objetivos das indústrias, dos serviços ou
propiciando bem estar.
Neste contexto, o presente trabalho tem como propósito
desenvolver uma plataforma que permita a automação de
edificações e equipamentos, tornando-os mais eficientes e tendo
como um dos objetivos ser uma opção de produto de baixo
custo.
16

Assim, o projeto é elaborado visando criar uma


plataforma genérica que permitisse a automação em geral.
Portanto, as futuras áreas de aplicação são diversas, podendo
esta plataforma ser base para inúmeros produtos e serviços.
No que diz respeito à aplicação, esta plataforma
possibilita o desenvolvimento de diversos sistemas de gestão
inteligente, como: Controle de iluminação, paisagismo,
segurança, monitoramento de energia elétrica, automatização de
equipamentos, dentre outros.
Este dispositivo permiti a diminuição do tempo de
implementação e, ainda, dispensará a necessidade de prévio
conhecimento em programação pelo implementador.
A plataforma traz flexibilidade de inserir e remover
diferentes tipos de módulos, permitindo aos usuários a
possibilidade de adquiri-los conforme a aplicação que desejam
obter. Deste modo, reduz-se o custo na compra do equipamento.
Em suma, o projeto busca desenvolver uma plataforma
base, que permita uma gama de opções de desenvolvimento de
sistemas automatizados de forma descomplicada. Bem como,
tornando-se uma opção atrativa para o setor de automação que
apresenta grande crescimento no país.
Destaca-se a viabilidade comercial do projeto, haja vista
que equipamentos similares a esse são onerosos no mercado
nacional, de difícil implementação e voltados para aplicações
específicas.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

1.1.1 Formulação do Problema

Em virtude do grande crescimento do setor de automação


no Brasil, que engloba a automação residencial, predial e de
equipamentos, surge a necessidade no mercado de dispositivos
para estes fins com as mais variadas aplicações.
17
No momento atual, o mercado brasileiro oferece poucos
produtos para automação de propósito geral, que possibilitem
flexibilidade de instalação (que permitam escolher quais e
quantos equipamentos serão automatizados conforme a
necessidade e demanda).
Ademais, aplicações que exijam certo nível de inteligência
podem tornar o sistema de automação oneroso, pois exigem
conhecimento técnico específico para a implementação.
Em virtude da escassez de equipamentos no cenário
nacional, encontra-se na importação de dispositivos uma solução
para esta situação. No entanto, suas aplicações costumam ser
específicas, o que acarreta a impossibilidade da reutilização
destes para aplicações distintas.
Algumas empresas como a Zipato (Figura 1) e Loxone
(Figura 2) oferecem produtos desta natureza. Entretanto estes
são voltados para a automação residencial e têm custo elevado.

Figura 1 - Zipato ZipaBox.


Fonte: http://www.zipato.com.
18

Figura 2 – Loxone.
Fonte: www.loxone.com.

Ressalva-se que o avanço tecnológico trouxe a minoração


no preço dos equipamentos, apesar disso o custo ainda é alto.
Levando em consideração este cenário, o presente
trabalho trás uma nova opção para o mercado da automação,
visando conciliar baixo custo, flexibilidade e facilidade de uso.

1.1.2 Solução Proposta

Há uma necessidade premente no mercado nacional de


uma plataforma genérica que permita variadas formas de
automação e supervisão. Isto posto, pretende-se desenvolver
uma plataforma inovadora de propósito geral, assim abrindo um
leque de aplicações em uma única plataforma que abarquem as
necessidades de diversos ramos e que permita ao
implementador uma fácil implantação.
Na Figura 3 mostra-se a estrutura modular da plataforma
proposta, formada por um módulo central que faz o controle da
plataforma e submódulos de automação.
19

Figura 3 - Visão geral da plataforma


Fonte: Adaptada pelo autor (http://ecatalog.weg.net)

A plataforma proposta possui três blocos de


desenvolvimento, cada um com funções específicas, quais
sejam: software de controle e programação; hardware do módulo
principal; e, submódulos.
No que diz respeito aos submódulos, para delimitar as
aplicações exemplificadas durante o projeto, opta por
desenvolver somente um submódulo de controle sobre relés.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver um dispositivo programável e modular para


automação com interface de programação amigável, de fácil
instalação e baixo custo.
20
1.2.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos do presente trabalho são:


Elaborar uma interface gráfica de programação do
dispositivo;
Implementar o interpretador de instruções
responsável por enviar comandos para os módulos;
Desenvolver os módulos de acionamento sobre
relés.
21
2 METODOLOGIA

Para alcançar os objetivos do projeto proposto faz-se


necessário primeiramente levantar os requisitos de
funcionamento da plataforma.
Antes de dar início ao desenvolvimento do software de
controle, é realizada a modelagem do interpretador de instruções
responsável por comandar os módulos de automação através de
um fluxograma ou UML.
Com o software interpretador pronto, são feitos os primeiros
testes, já utilizando a interface I2C conectada a uma placa de
desenvolvimento Arduino que simula o comportamento dos
submódulos.
O módulo principal é implementado embarcando o software
de controle em um microcomputador Raspberry PI, adquirido
para este projeto.
O objetivo do teste supracitado é verificar o comportamento
do barramento I2C (Inter-Integrated Circuit) para esta aplicação
que, se possível, será testado com vários Arduinos, assim
simulando diferentes tipos de submódulos.
Com o barramento testado, é desenvolvida a placa do
submódulo, fabricada no laboratório da Instituição de Ensino ou
por uma empresa especializada, incluindo a montagem dos
componentes.
Para a montagem final da plataforma, são adquiridas caixas
de montagem do tipo trilho DIN, são duas no total, uma para o
módulo principal e outra para o submódulo, isto permitirá maior
facilidade de instalação.
Por fim, com o produto em estado final, são realizados
testes com aplicações reais.
22
23
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1 AUTOMAÇÃO

Conceitua-se automação como a aplicação de técnicas


computadorizadas ou mecânicas para diminuir o uso de mão de
obra em qualquer processo, principalmente o uso de robôs nas
linhas de produção. A automação minimiza os custos e aumenta
a velocidade da produção. (LACOMBE, 2004)
A automação surgiu como a via para a redução da
participação da mão humana sobre os processos industriais.
Partindo desse ponto, podemos dizer que a utilização em larga
escala do moinho hidráulico para produção de farinha, no século
X, foi uma das primeiras criações humanas com o propósito de
automatizar o trabalho, mesmo que de modo arcaico. Segundo
alguns autores, esse desenvolvimento da mecanização teria
impulsionado mais tarde o aparecimento da automação,
(GOEKING, 2010).
A disseminação do moinho hidráulico pela Europa
ocidental conduziu a um crescimento da produção de alimentos
nunca antes visto. Na época, um moinho era capaz de substituir
o trabalho de dez a vinte homens. Desde então o homem tem
conduzido o seu conhecimento para o desenvolvimento de
tecnologias que dispensem suas atividades braçais. Como
exemplo cita-se a máquina a vapor, que começou a ser utilizada
com a finalidade de movimentar equipamentos industriais,
(GOEKING, 2010).

Figura 4 - Moinho Hidráulico.


Fonte: http://www.osetoreletrico.com.br.
24

De acordo com Teza (2002), passa-se a expor os estudos


sobre automação.
A automação teve suas raízes no início da civilização,
ausente de uma data que estabeleça o seu marco. Considera-se
automatização qualquer processo que auxilie o ser humano nas
suas tarefas cotidianas, sejam elas industriais, comerciais,
domésticas ou no campo.
A Revolução Industrial que iniciou no século XVIII
propiciou o desenvolvimento da automação no mundo, surgida a
partir da mecanização, da qual utiliza-se suas bases até hoje em
muitos processos produtivos.
A automatização é o método pelo qual empregam-se
dispositivos automáticos, eletrônicos e inteligentes para
promover a automação dos processos em questão.
A automação industrial vem numa crescente evolução até
o presente momento, sobretudo com o rápido progresso da
informática e dos softwares de supervisão e gerenciamento que
apresentam aspectos de grande complexidade. Atualmente os
comércios em sua maioria têm suas operações integradas. Até
mesmo o pequeno comércio e prestadores de serviço utilizam-se
dos benefícios da automação.
Da mesma forma, surgiram os chamados prédios
inteligentes, nota-se maior adesão àqueles voltados ao uso
comercial, que utilizam os sistemas automatizados de modo a
privilegiar as últimas tecnologias seja no campo de
telecomunicações, condicionamento do ar, segurança e controle
de acesso.
Ainda, sobre a automação residencial observa-se a
utilização de processos automatizados em casas, apartamentos
e escritórios. Essa área da automação recebe outras
denominações, como: Automatização Residencial ou Domótica,
bem como Automação Doméstica.
25
3.2 RASPBERRY PI

Raspberry PI é um computador de baixo custo do tamanho


de um cartão de crédito criado pela Fundação Raspberry PI,
concebido com o intuito educacional para que crianças de todo o
mundo tivessem a oportunidade de aprender como funciona um
computador, manipular o mundo eletrônico e como programar
computadores.

Figura 5 - Raspberry PI.


Fonte: http://www.rs-online.com.

O primeiro modelo do microcomputador foi chamado de


modelo A. Posteriormente foi substituído pelo modelo B no qual
não houve alteração de layout, as mudanças mais relevantes
correspondem a: upgrade de memória de 256 MB para 512 MB,
inclusão de uma porta USB e uma interface Ethernet.
Recentemente o modelo B foi atualizado para incorporar algumas
melhorias solicitadas pela comunidade que utilizam o Raspberry,
nasceu então o modelo B+, basicamente foram feitas algumas
alterações no layout, a inserção de mais duas entradas USB, a
retirada do terminal RCA de vídeo e o aumento no número de
pinos GPIO (ELINUX, 2014).
26

Figura 6 - Raspberry PI modelo B+.


Fonte: www.raspberrypi.org.

Além do modelo B atualizado, a Fundação Raspberry PI


trouxe recentemente outra novidade, o Raspberry PI Compute
Module (CM) em conjunto com o Compute Module IO Board
(CMIO), mostrado na Figura 7.

Figura 7 - Placa CM e módulo de desenvolvimento CMIO.


Fonte: http://www.raspberrypi.org.

O CM é uma pequena placa contendo um Raspberry


simplificado, ou seja, sem os componentes periféricos, composta
somente pelo processador e memória com conector tipo
SODIMM DDR2. Esta placa possibilita que o projetista crie seu
próprio módulo, trazendo mais flexibilidade na criação de
sistemas personalizados.
27
A CMIO é um módulo para conectar a placa CM
fornecendo os periféricos como USB, HDMI, alimentação entre
outros. Esta placa serve para auxiliar projetistas a construir ou
testar um sistema ou até mesmo utilizar como base para projetar
seu próprio módulo.
De maneira geral o projeto Raspberry vem sendo utilizado
em projetos de produtos comerciais devido a sua capacidade de
processamento, o custo baixo e conexões exteriores.
O primeiro produto desenvolvido a partir de um módulo
Raspberry PI Compute Module foi o OTTO, uma câmera digital
que vai além de tirar fotos, ela permite ao usuário fazer GIFs e
vídeos e compartilha-los via smartphone.

Figura 8 – Câmera digital OTTO.


Fonte: www.kickstarter.com.

Outro exemplo é o Slice, um media center para conectar


um televisor via HDMI e reproduzir filmes, vídeos e músicas que
estão armazenadas em um HD (Hard Disk) interno.
28

Figura 9 – Slice media center.


Fonte: www.raspberrypi.org/tag/media-centre.

O NPE X500 é uma plataforma de automação programável


da série de computadores industriais do fabricante Techbase que
também utiliza-se do módulo Raspberry PI como base. Esta
plataforma permite uma variedade de aplicações devido a sua
arquitetura bastante flexível com uma gama de interfaces e
modos de funcionamento.

Figura 10 - NPE X500.


Fonte: http://solutions.techbase.eu/products/npe-x500-series.

O Quadro 1 mostra os modelos oferecidos pelo fabricante


e as interfaces suportadas por cada um. Para interfaces sem fio
29
a Techbase oferece módulos de expansão Wi-Fi, ZigBee,
LTE/3G/GPRS, Bluetooth e GPS.

Quadro 1 – Modelos do NPE X500.


Mini Standart Max
4 x DO X X X
4 x DI X X X
1 x 1-Wire X X X
Ethernet X X X
USB X X X
RTC X X X
1xRS323/RS X X
4x DIO X X
4x ADC X
1x PCI_Express X
2x PCI_Express X
HDMI X
Áudio X

3.3 BARRAMENTO I2C

A fim de maximizar a eficiência de hardware e


simplificação de circuito a Philips Semiconductors desenvolveu
um protocolo de dados de dois fios chamado I2C-bus. Este
protocolo permite que vários dispositivos se conectem em um
barramento, conforme demonstrado na Figura 11, e possui as
seguintes características:
Duas vias de transmissão - SDA (dados seriais),
SCL (clock serial);
Mestre/Escravo – Dispositivo mestre gera o sinal
de clock e começa e termina a comunicação, o
escravo verifica o barramento e responde ao
mestre;
Endereçamento – Para que os dispositivos do
barramento se comuniquem, cada um deles deve
possuir um endereço único, com exceção do
mestre. O endereçamento pode ser de 7 ou 10 bits,
30
permitindo 112 ou 1024 dispositivos conectados
respectivamente;
Taxa de transmissão – bidirecional 100 kbps
(standard-mode), 400 kbps (fast-mode), 1 Mbps
(fast-mode plus), 3,4 Mbps (high-speed mode) ou
unidirecional 5 Mbps (ultra fast-mode);
Capacitância – máxima capacitância do barramento
400 pF.

Figura 11 – Barramento I2C.


Fonte: www.societyofrobots.com/member_tutorials/book/export/html/35.

3.3.1 Transmissão de Dados

Os dados transmitidos no barramento são enviados um bit


a cada pulso de clock, como mostrado na Figura 12.

Figura 12 – Transmissão de dados no protocolo I2C


Fonte: www.nxp.com/documents/user_manual/UM10204.pdf
31
3.3.2 Início e Fim de Transmissão

A condição de barramento livre é dada com SDA e SCL em


nível lógico alto, ambos possuem resistores de pull-up
conectados a VDD. O início da transmissão é dado na transição
de SDA do nível alto para baixo com SCL em nível alto por um
dispositivo mestre e a finalização ocorre na transição do SDA do
nível baixo para o alto com SCL em nível alto (Figura 13).

Figura 13 – Transmissão de dados I2C.


Fonte: www.nxp.com/documents/user_manual/UM10204.pdf.

3.3.3 Protocolo

A transferência típica de dados no protocolo I2C segue o


formato conforme a Figura 14. O primeiro formato é utilizado para
enviar ou escrever dados em um determinado dispositivo, a
transmissão é iniciada de acordo com a condição inicial
mencionada anteriormente, seguida do endereço de 7 bits do
dispositivo escravo, mais 1 bit de controle (R/W) identificando
que se trata de uma escrita. O escravo responde com 1 bit de
confirmação (ACK) mantendo SDA em nível baixo. Desta forma,
o mestre inicia a transmissão dos dados enviando 8 bits por vez,
sempre recebendo o ACK do escravo até executar a condição de
parada, assim finalizando a transmissão.
Para a leitura de dados, o bit R/W deve ser 1. O escravo
reponde o ACK e começa a transmissão dos dados. O mestre
deve responder com o ACK a cada conjunto de 8 bits recebido.
32

Figura 14 - Transmissão com endereçamento de 7 bits.


Fonte: www.nxp.com/documents/user_manual/UM10204.pdf.

O protocolo permite algumas variações como alterar o bit


de controle de leitura ou escrita ou fazer uma nova transmissão
sem liberar o barramento. Isto pode ser feito entrando na
condição inicial novamente, esta técnica é conhecida como
reinício.
O endereço “0000 000” é reservado e definido como
endereço de chamada geral que possibilita o envio de dados
para todos os dispositivos do barramento de uma única vez.

3.4 ACELERADOR I2C

Visando aumentar a velocidade de transmissão de dados e


a inserção de um número maior de dispositivos em barramentos
I2C sem comprometer a integridade dos dados transmitidos, a
Linear Technology desenvolveu um dispositivo de pull-up ativo
específico para barramentos deste tipo.
A Figura 15 mostra como o dispositivo é conectado no
circuito.
33

Figura 15 - Aplicação típica do LTC1694.


Fonte: www.linear.com/product/LTC1694.

Este dispositivo funciona diminuindo o tempo de transição


de subida do nível lógico do barramento, ou seja, faz com que o
pulso de dados chegue ao nível alto mais rapidamente. Por esta
razão, é chamado de acelerador. Permite maior distância e
aumento do número de dispositivos conectados, podendo atingir
além do limite de 400 pF especificado para o I2C.
A Figura 16 compara o uso deste dispositivo com o resistor
de pull-up.

Figura 16 - Comparação do LTC1694 com resistor de pull-up.


Fonte: www.linear.com/product/LTC1694.
34
O acelerador I2C fornece uma alta corrente de pull-up para
as transições de subida e zero para as transições de descida,
possui comparadores internos que verificam a variação de
tensão do barramento e possibilita entrar em modo de espera
reduzindo a corrente de alimentação.
35
4 DESENVOLVIMENTO

4.1 VISÃO GERAL

Uma vez proposta à solução deu-se início ao


desenvolvimento da plataforma de automação.
Em um segundo momento passou-se a fase de delimitação
da proposta. Optou-se por um módulo de relé, comum na
automação, tendo em vista o tempo necessário para desenvolver
uma solução mais completa.
Nesse contexto, a plataforma foi projetada baseada na
ideia inicial proposta conforme a Figura 17.

Figura 17 – Estrutura de automação proposta para o desenvolvimento.


Fonte: Adaptada pelo autor (http://ecatalog.weg.net).

Os principais componentes da plataforma são:


Módulo Central – possui um computador Rasberry
PI e uma placa contendo um RTC (Real Time
Clock), uma bateria e o um acelerador I2C. Esta
central faz todo o controle dos demais módulos
conectados a ela;
36
Módulo Relé – contém quatro relés para
acionamento de diversos tipos de equipamentos.

4.2 ESTRUTURA MECÂNICA

Inicia-se esse tópico relatando o processo que envolveu a


escolha da estrutura mecânica. Convém mencionar que não foi
uma parte difícil, no entanto trabalhosa, haja vista que foi
necessário pesquisar o que o mercado disponibilizava em
equipamentos e vincular essas informações com a viabilidade
orçamentária, tempo de entrega dos equipamentos,
desenvolvimento do projeto, testes, bem como documentação e
data de conclusão do trabalho científico.
Nesse sentido, foi realizada uma pesquisa em diversos
fornecedores em busca de caixas de montagem que se
adequassem ao projeto. Faziam-se necessárias as caixas para
dar início ao projeto de dimensionamento das placas e da
conexão entre elas.
Importante destacar, que a empresa alemã Phoenix
Contact com representação no Brasil disponibiliza excelentes
caixas para montagem eletrônica em trilho DIN conforme
mostrado na Figura 18. Contudo, os produtos são direcionados
ao desenvolvimento de placas que se adequem as suas
dimensões. Levando em consideração que o módulo principal do
projeto teria como placa um Raspberry PI, critério que levou a
não aquisição dos produtos desse fornecedor, pois não seria
possível obter um acabamento mais próximo de um produto final
da plataforma de automação para este trabalho.
As pesquisas levaram então a empresa austríaca Italtronic
que desenvolve caixas de montagem em trilho DIN específicas
para Raspberry PI.
37

Figura 18 – Caixas da empresa Phoenix Contact.


Fonte: www.phoenixcontact.com.

Opta-se pelo produto da Italtronic por fornecer um melhor


acabamento e maior compatibilidade, em termos de design, com
as outras caixas para montagem dos submódulos.
Após a exposição da visão geral do projeto mecânico,
passa-se para a fase de pormenorização do desenvolvimento.

4.2.1 Caixa de Montagem Módulo Central

Em contato com a empresa SOB Brasil, distribuidora da


Italtronic no Brasil, foram fornecidas duas amostras de caixa de
montagem para Raspberry PI conforme modelos mostrados na
Figura 19.

Figura 19 – Caixas do fabricante Italtronic.


Fonte: www.farnell.com.
38

Para este projeto o modelo Modulbox mostrou-se o mais


apropriado, pois além de possuir maior espaço interno
possibilitando inserir placas auxiliares, também tem seu design
mais compatível com as caixas mais comuns para a montagem
dos demais módulos.

Figura 20 – Modelo de caixa Modulbox.


Fonte: http://embedded-computing.com.

4.2.2 Caixa de Montagem Módulo Relé

Para o módulo de relé foi adquirida uma caixa de


montagem conforme a Figura 21.
Esta caixa possibilita inserir três placas eletrônicas, pois
possui três andares para instalação.

Figura 21 – Caixa para o módulo relé.


Fonte: www.eletrodex.com.br.
39
A Figura 22 mostra as dimensões da caixa e das placas
que podem ser instaladas em seu interior.

Figura 22 – Dimensões da caixa para o módulo relé.


Fonte: www.eletrodex.com.br.

4.3 MÓDULO CENTRAL

Trata-se do núcleo da plataforma de automação. O módulo


central é responsável por controlar os submódulos de
automação. Cabe a ele rodar as instruções pré-programadas
pelo usuário via software.
Após apresentado, passa-se a especificação dos seus
componentes.
40
4.3.1 Software de Programação e Controle

O software de controle é a parte principal do projeto, haja


vista que ele detém a capacidade de comandar os mais diversos
tipos de hardwares (submódulos) e suas funcionalidades.
Objetiva-se desenvolver um software que se subdividisse em
duas partes, quais sejam:

Interface de Programação: Trata-se de uma interface


gráfica que possibilita ao usuário-programador criar
instruções para a plataforma de automação permitindo
manipular tipos de submódulos com funções pré-
definidas.
Feita a programação, esta aplicação gera um arquivo
contendo as instruções criadas pelo usuário, o mesmo é
interpretado pelo processo responsável por executá-las e
enviado para o submódulo de destino.

Controlador: Possui a função de controlar o barramento


de dados que interconectam os submódulos e aplicar as
instruções que o usuário-programador determinar. É
importante ressaltar que o controlador em tela foi
projetado para conhecer somente um perfil de hardware,
ou seja, o módulo de relé e uma instrução lógica de
espera definida como módulo CPU, isto sob a ótica da
delimitação deste trabalho científico. No entanto, o
projeto é moldável, assim podendo enquanto produto ser
adaptado para conhecer diversos perfis de hardware e
condições lógicas.

Importante salientar que o módulo CPU permite futuros


desenvolvimentos de funções lógicas, bem como geração de
imagens para monitoramento via interface HDMI. Essas funções
são de fácil inclusão, tendo em vista que a arquitetura do
software de controle foi desenvolvida visando garantir futuras
aplicações.
41
4.3.2 Hardware

Inicialmente a parte de hardware trazia alguns pré-


requisitos necessários para o bom desenvolvimento do trabalho.
Como já mencionado em item anterior, foi necessário
primeiramente buscar-se uma placa que oferecesse bons
recursos de hardware, e minimamente as seguintes interfaces:
rede, HDMI, USB e serial. Esses recursos faz-se necessários,
como será visto a seguir:
Rede: Conexão a internet para possibilitar a supervisão
remota;
HDMI: Permite a utilização de monitor para controle
visual;
USB: Visando flexibilizar e facilitar a inserção de novas
interfaces;
Serial: A principal interface que é responsável pela
comunicação com os submódulos.

Este foi o caminho que levou a Rasberry PI, que possui


todos os requisitos do projeto, além de ser de baixo custo.
Acerca da escolha do tipo de barramento é importante
mencionar que estava totalmente atrelada ao custo do projeto,
tendo em vista que não poderiam ser escolhidos dispositivos que
elevassem o custo dos módulos.
As opções de interface que a Raspberry fornece são:
I2C, I2S (Integrated Interchip Sound), SPI (Serial Peripheral
Interface), UART (Universal Asynchronous Receiver/Transmitter).
Portanto, dentro dessas opções encontrava-se liame de escolha
do projeto.
Opta-se pelo barramento I2C, pois grande parte dos
microcontroladores de baixo custo possui este tipo de interface.
Contudo, essas interfaces não são específicas para este tipo de
aplicação.
Para contornar a previsão da possibilidade de haver
algum problema futuro utilizando o I2C, procurou-se uma
alternativa para garantir mais confiabilidade ao barramento.
Após pesquisas chegou-se ao dispositivo chamado
acelerador I2C, que possibilita conectar maior número de
dispositivos ao barramentos, maior distância entre eles, bem
como assegurar maior confiabilidade nas transmissões de dados.
42
Além disso, esse dispositivo tem custo baixo. Foi
importado do país de origem (China) por $ 1,57, descontando-se
o frete.
Nesse trabalho o acelerador foi projetado para ficar
dentro do módulo central e ligar-se ao barramento. Assim, fez-se
necessário criar uma placa para dispor o componente e conectá-
lo ao Raspberry.
Como foi necessário criar esta placa, aproveitou-se para
acrescentar um componente RTC (Real Time Clock). As Figuras
23 e 24 mostram o aspecto final da placa projetada e seu
esquemático, respectivamente.

Figura 23 - Esquemático Placa RTC/Acelerador I2C.


Fonte: Elaborada pelo autor.
43

Figura 24 - Placa RTC/Acelerador I2C.


Fonte: Elaborada pelo autor.

4.4 MÓDULO RELÉ

Escolhida a caixa de montagem para este módulo,


passou-se a definir os seus componentes. Houve uma pesquisa
prévia antes da aquisição dos componentes na qual buscou-se
que todos tivessem dimensões compatíveis.
A análise prévia dos componentes permitiu acoplar
quatro relés na caixa de montagem.
Apresentado o módulo de relé, passa-se a abordagem do
firmware.

4.4.1 Firmware

Para o firmware do módulo de relé foi desenvolvido um


fluxo bastante simples.
Partindo-se do princípio que o módulo tem como função
somente acionar relés, desta forma o firmware desenvolvido faz
com que o microcontrolador entre em loop aguardando
comandos do módulo central.
Além disso, foi implementado o estado de inicialização
onde o módulo registra-se no barramento, este procedimento
será abordado posteriormente.
A Figura 25 mostra o fluxo do módulo em funcionamento.
44

Figura 25 – Fluxograma do firmware do módulo do relé.


Fonte: Elaborada pelo autor.

4.4.2 Hardware

Acerca da escolha do microcontrolador, optou-se por


utilizar o modelo AVR ATmega328 da Atmel.
Essa escolha foi baseada nos benefícios que o fabricante
agregava ao trabalho, pois este material comunga de alguns
elementos relevantes, quais sejam: Disponibilidade no mercado,
ferramentas que facilitam criar provas de conceito, dimensões e
custo.
Algumas das características do ATmega328:
Dimensões reduzidas;
Frequência de operação de até 20 MHz;
Alimentação de 1,8 V à 5,5 V;
Flash 32 KB;
EEPROM 1 KB;
45
RAM 2 KB;
Timers de 8 bits e 16 bits;
Conversores A/D;
Comparadores Analógicos;
Interfaces seriais SPI, TWI(I2C) e USART;
Portas digitais.

Apesar do microcontrolador ter recursos além do que se


necessitava para o projeto, optou-se por adquirí-lo pelo fator
custo-benefício. Tendo em vista, que o produto tem bom custo de
mercado e concilia a isso à sua qualidade.

Figura 26 - Atmega328P 32 MLF


Fonte: www.sparkfun.com/datasheets

Para que a interface I2C do microcontrolador fosse


compatível com a interface do Raspeberry, deveria a primeira
operar em 3,3 V. Conforme as especificações do fabricante do
microcontrolador (Figura 27), tendo essa tensão de 3,3 V, havia
uma limitação de velocidade de clock em torno de 12 MHz.
46

Figura 27 – Corrente da fonte de alimentação x frequência de operação


(1-20 MHz).
Fonte: www.sparkfun.com/datasheets.

Assim, adquiriu-se um cristal oscilador de 12 MHz. Após


montada a placa, esta apresentou mau funcionamento. Após
trocar-se o cristal que fora adquirido, confirmou-se que este
encontrava-se com defeito. Para poder seguir no mesmo ritmo de
desenvolvimento do projeto, optou-se por inserir um cristal de 8
MHz.
Uma vez definido o modo de operação do
microcontrolador, deu-se início a próxima fase, pesquisar e
definir quais seriam os relés a serem utilizados no projeto.
Destaca-se que já havia sido realizada uma pesquisa
anterior sobre os relés, haja vista que era necessário saber suas
especificações visando a compatibilidade com as dimensões da
caixa de montagem, portanto já detinha-se o conhecimento de
que haviam dispositivos no mercado que detinham as qualidades
as quais eram essenciais para o desenvolvimento.
Os relés escolhidos foram do fabricante PANASONIC
modelo JS1-5V-F (Figura 28) que são acionados por uma tensão
de 5 V e tensão máxima de chaveamento de 250 V (AC) 100 V
(DC) e corrente máxima de 10 A (AC) e 5 A (DC).
47

Figura 28 – Relé utilizado no projeto.


Fonte: www.jameco.com/Jameco/Products/ProdDS/843155.pdf.

Respeitando as características da caixa de montagem é


possível inserir até três placas eletrônicas, por sua vez isso
possibilita diminuir as dimensões do produto final.
Nesse projeto o módulo de relé foi dividido em duas
placas para que fosse possível dispor todos os componentes em
seu interior.
Acerca da composição da placa 1, está detém:
microcontrolador, conjunto de componentes reguladores de
tensão, LED’s indicadores.
As Figuras 29 e 30 ilustram o desenvolvimento da placa
1, seu circuito eletrônico e a seu aspecto em três dimensões,
respectivamente.

Figura 29 – Circuito eletrônico da placa 1 do módulo de relés.


Fonte: Elaborada pelo autor.
48

Figura 30 – Visualização 3D da placa 1 desenvolvida.


Fonte: Elaborada pelo autor.

No que concerne a placa 2, é composta por: módulos de


relé, componentes gerais para acionamento, terminais de
conexão externa. As Figuras 31 e 32 ilustram o desenvolvimento
da placa 2, seu circuito eletrônico e a seu aspecto em três
dimensões, respectivamente.

Figura 31 – Circuito eletrônico da placa 2 do módulo de relés.


Fonte: Elaborada pelo autor.
49

Figura 32 – Visualização 3D da placa 2 desenvolvida.


Fonte: Elaborada pelo autor.

4.5 COMUNICAÇÃO MÓDULO CENTRAL E MÓDULO RELÉ

Para que os módulos da plataforma possam fazer a troca


de dados, são criados padrões de comunicação. Desse modo,
foram criados os três padrões apresentados a seguir:

1) Implementação de uma varredura no barramento,


haja vista que o protocolo I2C não permite que escravos enviem
dados diretamente a outros dispositivos. Portanto, ficando por
conta do mestre solicitar aos escravos que enviem seus dados.
Desta forma, o módulo central solicita aos dispositivos
conectados que enviem seus dados, se houverem, para que o
mesmo possa tratá-los. O fluxograma da rotina implementada é
mostrado na Figura 33.

Figura 33 – Fluxograma da rotina de varredura implementada.


Fonte: Elaborada pelo autor.
50
2) Sempre que um submódulo é conectado ao
barramento pela primeira vez, é necessário que o mestre (neste
caso o módulo central), conheça seu endereço. Desta forma, foi
definido um endereço padrão para dispositivos que se conectem
no barramento, pois quando o módulo central faz a varredura no
barramento irá verificar se existe algum módulo que respondeu
neste endereço. Se esta verificação for respondida, o módulo
recebe um novo endereço atribuído pelo módulo central. A isso
dá-se o nome de registro. A Figura 34 mostra o comando de três
bytes referente ao registro.

Figura 34 – Comando de três bytes referente ao registro.


Fonte: Elaborada pelo autor.

3) Padrão definido para envio de comandos de


controle, especificamente para o módulo de relé (Figura 35).

Figura 35 – Padrão de envio de comandos.


Fonte: Elaborada pelo autor.
51
5 RESULTADOS

Finalizado o desenvolvimento, passa-se para a fase de


testes. De início a apuração da plataforma de automação
apresenta resultados satisfatórios, justificando a proposta inicial
deste trabalho.
Cabe destacar que são realizados testes durante o
processo de desenvolvimento do projeto nos quais obteve-se
êxito nos resultados. A fim de comprovar o propósito inicial deste
projeto, apresenta-se a seguir as fotos da montagem da
plataforma, os testes finais que corroboram os resultados obtidos
durante a pesquisa e o levantamento de custos.

Figura 36 - Placas Módulo Relé.


Fonte: Elaborada pelo autor.
52

Figura 37 – Placas do módulo relé na caixa de montagem.


Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura 38 – Módulo Relé montado.


Fonte: Elaborada pelo autor.
53

Figura 39 – Raspberry PI com placa RTC e acelerador I2C.


Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura 40 – Módulos Central e Relé conectados.


Fonte: Elaborada pelo autor.
54

Figura 41 – Módulos Central e Relé conectados.


Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura 42 – Módulos visão superior.


Fonte: Elaborada pelo autor.
55
5.1 Testes

É criado um cenário simples para os testes, com o fito de


demonstrar o funcionamento da plataforma. Deste modo,
apresentam-se os resultados a seguir.

5.1.1 Cenário

Acerca desta etapa, é preparado um cenário que permita


aferir as instruções programadas na plataforma através do
osciloscópio.
O cenário preparado para a realização do teste abaixo
descrito em seis instruções:
1. Acionar o relé 1;
2. Aguarda 2s;
3. Desliga o relé 1;
4. Aguarda 3s;
5. Liga o relé 1;
6. Aguarda 4s.
Após a exposição dos indicadores supramencionados,
passa-se a pormenorizar as fases realizadas nos testes.
Abaixo demonstra-se a bancada de testes na qual foi
montado o cenário e alocados os equipamentos.

Figura 43 - Cenário dos testes.


Fonte: Elaborada pelo autor.
56
5.1.2 Programação das Instruções

Acerca da programação das instruções da plataforma de


automação, apresenta-se na Figura 44 a sua interface gráfica.
Esta foi desenvolvida visando ser de fácil operação e intuitiva.
A interface gráfica subposta foi projetada com a finalidade
de demonstração, não foi privilegiado na delimitação do trabalho
incluir os inúmeros recursos gráficos possíveis, haja vista que
optou-se por dedicar tempo ao desenvolvimento do motor lógico
do software.
Conforme a Figura 44, a parte superior da tela inicial do
software exibe a denominação dada a este, correspondente a:
Selff Designer.
Logo após vê-se duas abas, são elas:
1. Módulos: são listados os módulos disponíveis à
programação;
2. Alvos: local a qual são criadas as instruções a
serem executadas pelos módulos.

No que diz respeito ao botão arquivo, este é utilizado para


salvar as instruções realizadas.

Figura 44 - Software de programação Selff Designer.


Fonte: Elaborada pelo autor.
57
Na Figura 45 exibe-se a tela alvo, que é o campo
destinado a nomear o conjunto de instruções que será criado.
No caso subposto, o alvo criado é “Teste Relé”.

Figura 45 – Tela para adicionar novo alvo.


Fonte: Elaborada pelo autor.

A figura 46 demonstra que o novo alvo foi criado com


sucesso. Assim, passa-se a fase de inserir as instruções.

Figura 46 – Tela com a lista de alvos.


Fonte: Elaborada pelo autor

Ao clicar em “Editar” no alvo criado, é apresentada a tela


exposta na Figura 47. Esta tela disponibiliza o espaço reservado
para a lista de instruções, que por sua vez podem ser criadas
clicando no botão “Adicionar Instruções”.
58

Figura 47 – Tela edição de alvo.


Fonte: Elaborada pelo autor.

Após os passos supramencionados, é aberta a janela que


permite inserir uma nova instrução.

Figura 48 – Tela para adicionar nova instrução.


Fonte: Elaborada pelo autor.

Na tela mostrada na Figura 49 foi criada a primeira


instrução do teste proposto:
Módulo: trata-se do campo que permite escolher o
módulo que executará a instrução. Como vislumbra-se na
Figura 49, no teste o módulo relé foi selecionado;
Instrução: corresponde aos tipos de instruções que o
módulo suporta;
Relay (Relé): partindo do ponto que o módulo relé
desenvolvido neste projeto possui quatro relés, este
campo possibilitou a escolha do acionamento do Relé 1
(Figura 49);
59
Status: neste campo é definido o comportamento deseja
para o relé adote, ou seja, (1) um para ligado e (0) zero
para desligado.

Figura 49 - Tela com instrução para ligar relé.


Fonte: Elaborada pelo autor.

Na próxima instrução foi utilizado o módulo lógico CPU,


valendo-se da instrução wait (espera), definindo o tempo de 2000
ms que equivale aos 2 segundos estipulados no teste.

Figura 50 – Tela com instrução para CPU.


Fonte: Elaborada pelo autor.
60
A imagem da Figura 51 determina a etapa de desligamento
do relé. Dando fim ao primeiro ciclo do teste.

Figura 51 - Tela com instrução para desligar relé.


Fonte: Elaborada pelo autor.

Os demais ciclos do teste são uma repetição do primeiro


ciclo, com uma variação no tempo correspondente a quatro
segundos mais uma espera de três segundos entre os ciclos.
Inseridos todos os passos para o teste do alvo “Teste
Relé”, pode-se observar na tela a lista das instruções
programadas para serem executadas (Figura 52).

Figura 52 – Tela lista instruções.


Fonte: Elaborada pelo autor.
61
Finalizada a programação faz-se necessário salva-la
conforme Figura 53, na aba “Módulos” clicar em arquivo.

Figura 53 – Tela salvar arquivo com instruções.


Fonte: Elaborada pelo autor.

Isso faz com que abra uma janela para nomear o arquivo
que contém as instruções (Figura 54).

Figura 54 – Janela salvar.


Fonte: Elaborada pelo autor.
62
O arquivo gerado é composto por dados no formato JSON
(Java Script Object Notation) que compõe o conjunto de
instruções programados (Figura 55).

Figura 55 – Arquivo gerado contendo as instruções.


Fonte: Elaborada pelo autor.

5.1.3 Teste das Instruções Programadas

Vencida a fase anterior aborda-se a seguir os testes


supracitados.
Primeiramente, o arquivo gerado na programação das
instruções foi carregado para a plataforma. Esta foi inicializada e
as instruções rodaram como planejado.
Para aferir o funcionamento da plataforma foi verificado o
comportamento do relé programado por meio do osciloscópio,
conforme demonstra-se na Figura 56.
Ainda, a imagem demonstra que os tempos programados
ocorreram de acordo com o predeterminado. Deste modo, o
primeiro degrau representa o início do acionamento do relé com
duração de dois segundos. Após o decurso deste, ele foi
desligado permanecendo nesse estado por três segundos; Logo
voltando a ser acionado e mantendo-se por mais quatro
segundos. Posteriormente, foi concluído o ciclo com o
desligamento do relé.
As figuras 57 e 58 demonstram respectivamente, os
comandos enviados de ligar e desligar o relé pelo Raspberry.
63

Figura 56 – Formas de onda para acionamento do relé.


Fonte: Elaborada pelo autor.

Figura 57 - Comando liga relé 0x2A 0x01 0x01.


Fonte: Elaborada pelo autor.
64

Figura 58 - Comando desligar relé 0x2A 0x01 0x00.


Fonte: Elaborada pelo autor.

5.2 Bug de clock-stretching no I2C do BCM2835

No desenvolvimento do projeto foi descoberto durante


pesquisas de ferramentas para testes no barramento I2C do
Raspeberry, um possível problema de implementação do I2C,
pois o processador Broadcomm BCM2835 do Raspeberry não
suporta a extensão do relógio (clock stretching), conforme as
informações relatadas pela empresa Advamation Mechatronic
este problema não consta no datasheet do fabricante.
Acerca do clock estendido, esse ocorre quando o
dispositivo escravo segura o clock no nível lógico baixo por um
instante, com isso o Rasberry não compensa o tempo que foi
estendido, fazendo com que no próximo ciclo de clock o pulso
venha a ficar curto. Desta forma, o escravo não o detecta
acarretando a dessincronização dos dispositivos.
A Figura 59 mostra um exemplo fornecido pela Advamation
em que um dispositivo mestre envia o comando de escrita “0x4F
0xAA” para o escravo que faz a utilização da extensão de clock
causando o encurtamento do pulso deste.
65

Figura 59 – Bug de extensão de clock do Raspberry.


Fonte: http://www.advamation.com/knowhow/raspberrypi/rpi-i2c-
bug.html.

A fim de comprovar que a situação supramencionada não


refletiria prejuízos a este projeto, foram realizados testes que
evidenciaram que a implementação do microcontrolador do
módulo de relé não fez a utilização do clock estendindo.
Conforme Figura 60:

Figura 60 – Verificação clock-stretching.


Fonte: Elaborada pelo autor.
66
5.3 Levantamento de Custos

No que diz respeito ao levantamento de custos, é


importante reafirmar que manteve-se durante o desenvolvimento
do projeto um dos principais objetivos, ou seja, construir uma
plataforma de baixo custo, mas que oferecesse recursos de boa
qualidade e inteligência.
A automação permitiu desenvolver um projeto com essas
características, com custos que corroboraram a proposta inicial.
Abaixo apresentam-se os valores investidos e demonstra-
se cristalinamente a viabilidade financeira do projeto.

Quadro 2 – Levantamento de custos


Módulo Principal Módulo Relé
Componentes Valor Componentes Valor
R$ R$
Raspberry PI 218,00 ATmega328 10,00
Caixa montagem 18,15 Caixa montagem 10,00
Acelerador I2C 3,20 Transistores 0,24
LEDs 0,44 LEDs 1,10
Bateria e suporte 6,00 Regulador de tensão 1,00
RTC 6,10 Relés 16,00
Cristal oscilador 0,62 Cristal oscilador 1,65
Resistores e capacit. 0,30 Resistores e capacit. 1,90
Diodos 0,08 Diodos 0.16
Conector DB9 1,50 Conector DB9 3,00
PCI *SVE PCI *SVE
Borne PCI 3,20
Subtotal R$ 254,39 Subtotal R$ 48,25
Total R$ 302,64
*SVE – Sem valor estimado.

5.4 Comparação com Produto Similar

Para demonstrar o custo-benefício do projeto desenvolvido


nesta pesquisa, buscaram-se produtos similares para que
fossem analisadas suas características, deste modo permitindo a
comparação entre produtos que o mercado oferece e a
plataforma de automação.
67
Vencida esta etapa de pesquisa, optou-se pelo dispositivo
Lexone Miniserver, pelo fato deste ter características
semelhantes ao projeto proposto, conforme demonstrado na
figura abaixo.

Figura 61 – Lexone Miniserver e Projeto Plataforma.


Fonte: Elaborada pelo autor.

As informações técnicas do Lexone Miniserver foram obtidas


no sítio eletrônico: http://shop.loxone.com.
Levando em consideração o valor em moeda nacional da
plataforma Lexone, ou seja, aproximadamente R$ 1 229,00 (um
mil duzentos e vinte e nove reais). Soma-se a esse valor o
adicional da entrega postal internacional e os impostos devidos.
Constata-se que o produto tem um custo considerável, apesar do
fator de oferecer recursos a mais do que os desenvolvidos neste
trabalho acadêmico.
Como abordado no título anterior, o valor total da plataforma
de automação foi correspondente a R$ 302,64, ao compararmos
aos produtos assemelhados no mercado, conclui-se que a
plataforma desenvolvida trata-se de um produto de baixo custo.
Importante mencionar, que há diferenças ao compararmos a
plataforma da Lexone a este projeto, tendo em vista que Lexone
oferece um maior número de interfaces (englobando-se tipos e
68
quantidade), no entanto a plataforma desenvolvida neste trabalho
possui uma interface diferenciada que é a HDMI para conexão
com monitores.
Ao compararmos os valores e as características
supracitadas, vislumbra-se a discrepância entre os valores do
produto disponível no mercado da plataforma desenvolvida.
Isso reafirma o ideal deste projeto, ou seja, desenvolver um
produto eficiente e de baixo custo.

5.5 Considerações Referentes aos Resultados

De acordo com os dados expostos os resultados validam


o projeto. Tendo em vista, que os testes demonstraram que a
plataforma possibilita uma gestão inteligente de automação.
Assim, conforme as avaliações, o projeto respondeu
positivamente a sua proposta inicial.
Isso posto, passa-se para a parte de conclusões finais
deste trabalho científico.
69

6 CONCLUSÃO

O objetivo deste trabalho foi desenvolver uma plataforma


de automação flexível que possibilitasse criar sistemas
inteligentes de maneira descomplicada e conjuntamente fosse
um produto de baixo custo.
No que tange aos resultados, tomando-os como
referência, os testes de forma geral, demonstraram que a placa
Raspberry PI se mostrou estável e possibilitou criar provas de
conceito de forma eficaz haja vista suas ferramentas de
desenvolvimento serem versáteis e de fácil manipulação.
É importante mencionar que uma pesquisa mais profunda
sobre Raspberry PI demonstrou que empresas estão se valendo
desta plataforma para desenvolver seus produtos. Assim,
demonstrando a aceitação da placa no mercado tecnológico.
Acerca do barramento I2C, os testes apontaram a
viabilidade do uso deste tipo de interface de comunicação em
conjunto com os dispositivos aceleradores. Desse modo, foi
possível reduzir significativamente o custo do projeto dos
submódulos, pois esta é uma interface comum em
microcontroladores.
A arquitetura do software de controle foi a parte que mais
exigiu planejamento, pois era fundamental criar um design que
permitisse acoplar novos perfis de hardware, mas ao mesmo
tempo implementasse alterações mínimas no software.
Tendo em vista a delimitação do projeto e o cronograma
do curso, optou-se por criar uma interface gráfica de
programação com forma simples, no entanto pontual ao seu
propósito. Assim, a forma de programar ficou intuitiva e de fácil
controle.
No que diz respeito a avaliação econômica, baseada em
dados reais e valores aproximados, esta apontou que o
investimento na plataforma de automação e controle de sistemas
é uma opção viável e de baixo custo.
Em suma, o presente projeto cumpriu ao que foi proposto,
obteve êxito em sua fase de testes, confirmando a viabilidade do
produto, visando ser uma alternativa de baixo custo no mercado
nacional. Além disso, trazendo autonomia ao usuário do sistema,
através de uma interface intuitiva.
70

Com o objetivo de aprimorar o projeto, passa-se a


apresentar pontos que entende-se merecerem maior tempo de
pesquisa e prosseguimento do desenvolvimento. Com a
finalidade de aperfeiçoar à plataforma de automação, assim
gerando novas alternativas de produtos que tenham como
escopo solucionar as lacunas que o mercado apresenta em
eficiência, qualidade, conforto e custo.
Nesse contexto, passa-se a expor os tópicos:
Criação de submódulos que permitam novas funções e
interoperabilidade com outros equipamentos;
Aperfeiçoar a interface gráfica de programação;
Criar uma interface gráfica de monitoramento que
possibilite a visualização por meio da interface HDMI do
módulo central;
Desenvolver uma placa que contenha display de cristal
líquido para o módulo central, destaca-se que a caixa de
montagem possui espaço apropriado para a inclusão
desta placa;
Implementação de um webservice para consumir dados
da plataforma ou enviar comando via internet.
71

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Disponível em: <www.advamation.com/knowhow/raspberrypi/rpi-i2c-
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<http://elinux.org/BCM2835_datasheet_errata#p35_I2C_clock_stretc
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automação, 2010. Disponível em:
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Acessado em: 20 dez 2013.

TEZA, V. R. Alguns Aspectos Sobre a Automação Residencial -


Domótica. 2002. Disertação (Mestrado em Ciência da Computação)
- Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. Disponível
em:
<http://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/83015/21231
2.pdf?sequence=1> Acessado em: 07 ago 2013.

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