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1.3 O Fordismo
Fordismo foi um sistema de produção e gestão idealizado por Henry Ford em 1913/1914 e
implementado em sua fábrica de automóveis. Consistia em padronizar, uniformizar, otimizar todo o
processo produtivo por meio da inserção de linhas de montagem/produção no chão de fábrica de
modo a tornar mais fácil, prático, dinâmico, a montagem dos objetos/produtos finais/acabados e/ou
semiacabados.
Além disso, Ford como um fiel seguidor de Taylor, pai da Administração Científica, baseou-se
também na teoria dos movimentos do trabalhador, elaborada por Friedrich Taylor, que buscava
eliminar movimentos desnecessários à execução das atividades laborais de modo a maximizar a
produtividade do fator trabalho nas indústrias e consequentemente aperfeiçoar a produtividade das
empresas. Vale lembrar e talvez o mais importante,
Barateamento Produção em
Especialização Pagamento de Simplificação
da produção massa através Verticalização
da mão de salários acima de modelos
para consumo da linha de de produção
obra do mercado
em massa montagem
Além disso, outro efeito colateral dessa separação diz respeito à implantação de uma nova
mentalidade de consumo, isto é, o consumo em massa, ou seja, constitui-se um padrão de
comportamento baseado em padrão de consumo, isto é, a produção controlando a vida social e isso
perdurará até meados da década de 1980, quando a rigidez dá lugar a flexibilização/precarização das
relações de trabalho, percebemos aqui que a subjetividade é substituída pela materialidade das
relações sociais, quer dizer, as relações humanas, o homem, são pautadas, passa a ser, pelo que têm,
o que consome.
Esse estilo de vida que se eternizou ao longo da trajetória do capitalismo, denomina (ou)-se:
Americanismo ou American Way of Life e serviu de campanha de marketing que propagandeava e
promovia esse novo projeto, cuja base era o próprio fordismo.
Outro ponto importante, que se faz necessário frisar, e que diz respeito à própria logística do
sistema Ford diz respeito ao barateamento da produção para consumo em massa. Presume-se que a
adoção da produção em larga escala reduziria os custos de produção, isso aliado à verticalização da
produção. Entretanto, algo de especial relevância fica oculto ou, melhor dizendo, fora da perspectiva
nessa passagem, aqui, com relação à redução dos custos dos insumos, fica fora da discussão que
custos são esses, quer dizer, presume-se que referem-se aos meios de produção, matérias primas,
maquinaria, ferramentas de trabalho, instalações, etc. mas esquece-se de frisar que a própria mão de
obra é parte integrante dos meios de produção do que Karl Marx vai chamar de capital variável.
Portanto, fica evidente que essa dissociação entre saber e prática, concepção e execução,
que consequentemente acaba por desqualificar o trabalho do operário, obstando-o tão somente a
prática repetitiva e extenuante das tarefas cíclicas impostas pelo sistema da fábrica, como se o
operário fosse mera ferramenta, coadjuvante de todo o processo produtivo, de fato, torna a mão de
obra barata, desmantelando as relações sociais inerentes a tal processo, inviabilizando o poder de
barganha/negociação dos trabalhadores como um todo e suprimindo a própria humanidade dos
indivíduos que a ser tratados como meros objetos de trabalho a serviço do capitalismo.