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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA

DO SISTEMA DOS JUIZADOS DA COMARCA DA SENHOR DO


BONFIM – BAHIA.

CLARINHA DE ALENCAR, brasileira, viúva, pensionista do ,


portador da cédula de identidade n. º 00000000000, inscrito no CPF
sob o n.º 000.000.000-00, residente e domiciliado à Rua da Aurora,
n.º 26, Centro, sob o CEP 48970-000, em Senhor do Bonfim, no Estado
da Bahia, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, através de
seus procuradores e advogados abaixo assinados, inscrita na Ordem
dos Advogados do Brasil – Seção Bahia, propor a presente

AÇÃO REVISIONAL DE CONTRATO DE EMPRESTIMO C/C


OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C TUTELA DE URGÊNCIA

Em face de BANCO SAIA DO SUFOCO, pessoa jurídica privada,


inscrita no CNPJ sob o nº 00.000.000/0001-00, sito na Rua das
Arvores, nº 122, Centro, Senhor do Bonfim, BA, CEP 48970-000, pelos
fatos e argumentos que passa a aduzir:

DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

Inicialmente, vem requerer o benefício da Gratuidade de


Justiça, com fulcro na Lei nº 1.060/50, com alterações da Lei nº
7.510/86, por não ter condições de arcar com as custas e honorários
advocatícios sem prejuízo de seu sustento e de sua família, conforme
documento em anexo.

DOS FATOS

Devido a problemas financeiros, a requerente contraiu em maio


do corrente ano, um financiamento na modalidade empréstimo,
adquirindo o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais), divididos em 30
(parcelas) parcelas iguais e sucessivas, debitadas da conta corrente
vinculada ao seu benefício/pensão.
Importante frisar que a pensão recebida pela postulante é a
única fonte de renda, sua e de seus dois filhos, sendo utilizada para
que que as despesas correntes como aluguel, escola, alimentação,
vestuário, etc., sejam mantidas minimamente e garantindo uma
qualidade de vida essencial, sendo que após não conseguir solver com
tais despesas, viu-se obrigada a contrair tal empréstimo, o qual tinha
como única finalidade saldar tais despesas.

Ocorre que após esse lapso temporal a solicitante passou a


atentar que seus proventos vêm sendo consumidos quase que na sua
integralidade pela prestação mensal debitada de sua conta, trazendo
prejuízos a manutenção de suas necessidades e seus filhos.

Salutar traz a lide que embora o contrato tenha sido pactuado


por boa fé entre as partes, a suplicante ao contratar o
supramencionado empréstimo encontrava-se fortemente abalada
emocionalmente, uma vez que passava a receber em vários
momentos do seu dia ligações de cobrança, situação vexatória a esta
que anteriormente a tais dificuldades, sempre honrou com seus
compromissos pontualmente.

Assim, o referido contrato vem de forma desumana e


predatória, vem comprometendo de forma inexorável seu sustento e
de sua família, chegando ao limite, extrapolando o razoável, ficando
a autora, após várias tentativas amigáveis de revisar o contrato
firmado, em total desamparo e obrigada a recorrer ao Poder
Judiciário, com vistas a obtenção da tutela jurisdicional.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

A tutela de urgência ora pleiteada encontra guarida na expressa


dicção do artigo 300, do Novo CPC, que diz:
“ Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e
o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”
(gn).

A situação narrada pela autora, bem como a necessidade de


adequação dos descontos em conta corrente, limitando-os ao
percentual de 30% (trinta por cento) é imperativa, sob pena de
perecimento da autora e sua família, que ora encontram-se privadas
do básico para o sustento.

Tal fato, é claro, justifica a limitação dos descontos, o que é


entendimento predominante na jurisprudência dos nossos Tribunais,
inclusive no Superior Tribunal de Justiça.

Com efeito, inegável que os descontos efetuados podem


comprometem a subsistência da autora, uma vez que consomem
parcela significativa do que recebe a título de pensão, sendo razoável
a sua redução, conforme pleiteado.

Do contrário, haverá flagrante desrespeito aos princípios


constitucionais da dignidade da pessoa humana, bem como do artigo
7º, inciso X, da Carta Magna, que prevê a proteção salarial.

Este tem sido o entendimento jurisprudencial, inclusive no E.


Superior Tribunal de Justiça:

“Trata-se de recurso especial (...), fundamentado no artigo


105, inciso III, alíneas a e c, da Constituição Federal,
manejado em face de acórdão proferido pelo Tribunal de
Justiça do Estado do Paraná. Nas razões do especial, alega a
parte recorrente, violação dos artigos 187 e 944 do CC, 535
e 649, IV, do CPC, 6º, IV e V, 14, 51, I e IV, do CDC e à
Súmula 297/STJ e dissídio jurisprudencial.(...) Com efeito, no
que pertine ao desconto em folha, a decisão proferida pelo
Tribunal a quo, ao limitar em 30% (trinta por cento) os
descontos decorrentes de empréstimo bancário efetuados na
conta-corrente do ora recorrente, está em consonância com
o posicionamento firmado por este Egrégio Tribunal, no
sentido de não se admitir que a instituição financeira se
aproprie integralmente do salário do cliente depositado em
sua conta corrente, com o objetivo de solver a dívida
decorrente do contrato de empréstimo, ainda que exista
previsão contratual para tanto. Isso porque, tais verbas, por
terem nítido caráter alimentar, não podem sofrer qualquer
tipo de constrição” (STJ, Resp 1.227.376-PR (2010/0218179-
1), 3ª-T., j. Em 7.2.2011, Rel. O Min. VASCO DELLA
GIUSTINA).

É, também, o entendimento do Egrégio TJSP:

“AÇÃO REVISIONAL Contrato de Financiamento - Desconto


em folha de pagamento - Pretensão de reforma da sentença
que limitou o desconto de parcelas de empréstimo
consignado em folha de pagamento e por meio de débito em
conta corrente em importância equivalente a 30% do salário
líquido do autor - Descabimento - Hipótese em que a
amortização do mútuo bancário, com a retenção de salário
do apelado, atinge patamares que prejudicam a própria
subsistência do mutuário e de sua família, o que não pode
ser admitido - Total do desconto que deve se limitar a trinta
por cento do valor da remuneração percebida pelo mutuário
Recurso Desprovido” (TJSP, Apel. Nº 0004190-
77.2009.8.26.0038, 13ª Câmara de Dir. Priv., v. U., j.
16.3.2011, Rel. A Desª. ANA DE LOURDES COUTINHO
SILVA).

“APELAÇÃO Autora Ação de Obrigação de não fazer c. C.


Reparação moral - Mútuo bancário - Desconto automático da
conta corrente em que o Apelante recebe seus vencimentos
– Cláusula autorizadora - Desconto da totalidade dos
vencimentos – Abusividade da conduta - Ato ilícito Descontos
não podem exceder a 30% (trinta por cento) do valor líquido
do salário recebido - Analogia à Lei 10.820/03, que regula o
empréstimo consignado em folha de pagamento - Limitação
dos descontos e imposição de multa por descumprimento
(art. 461, §§ 4º e 5º, CPC)- Dano moral configurado -
Sentença reformada. Recurso parcialmente provido.” (TJSP,
Apel. nº 990.10.556599-9, 37ª Câmara de Direito Privado, v.
U., j. 17.3.2011, Rel. O Des. Tasso Duarte de Melo).

Imperioso observar que a Lei nº 10.820/2003, em seu artigo


2º, inciso I, estabelece uma limitação para os descontos consignados
em um percentual máximo de 30% (trinta por cento) sobre o total da
remuneração líquida dos empregados regidos pela CLT, pois
descontos superiores a tal margem comprometeriam a sobrevivência
do tomador dos empréstimos.
Logo, reputa-se razoável o pedido da concessão da tutela de
urgência para que tais descontos não excedam a 30% dos
vencimentos líquidos da devedora, fazendo analogia ao caso descrito,
com o quanto explicito no dispositivo da Lei nº 10.820/2003.

DA NECESSIDADE DA REVISÃO / ADEQUAÇÃO DOS


CONTRATOS

Por decorrência lógica, e em homenagem ao princípio


constitucional acima elencados, há de ser procedida a revisão dos
contratos em apreço, de modo a limitar os descontos na forma
prevista em lei.

Concernente à limitação de 30% dos rendimentos líquidos, já se


manifestou o E. Tribunal de Justiça de São Paulo, senão vejamos:

CONTRATO BANCÁRIO. Empréstimos. Desconto em conta


corrente-salário. Apropriação do numerário existente na
conta do cliente para pagamento das parcelas.
Inadmissibilidade. Limitação a 30% dos rendimentos
líquidos. Recurso parcialmente provido. Os descontos
de empréstimos na folha de pagamento são limitados
ao percentual de 30% (trinta por cento) em razão da
natureza alimentar dos vencimentos e do princípio da
razoabilidade. (TJ-SP - APL: 00055209320118260344 SP
0005520-93.2011.8.26.0344, Relator: Gilberto dos Santos,
Data de Julgamento: 24/04/2015, 11ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 24/04/2015).” [g. N.].

“APELAÇÃO – AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER – CONTRATO


DE EMPRÉSTIMOS – LIMITAÇÃO DOS DESCONTOS NA FOLHA
DE PAGAMENTO DO APELANTE E NA SUA CONTA CORRENTE
EM QUE RECEBE SEU SALÁRIO EM 30% (TRINTA POR CENTO)
DE SEUS VENCIMENTOS. Os descontos em valores
superiores a 30% dos vencimentos do Apelado
mostram-se excessivos, visto o caráter alimentar da
verba recebida. Ademais, embora o Apelado tenha
anuído com consignação das parcelas em valores
superiores a 30% de sua verba salarial, deve ser
observada a limitação do percentual prevista na Lei
Federal nº 10.820/2003. Precedentes do STJ e desta
Câmara. Também não há que se falar na aplicação do
Decreto Estadual nº 51.314/2006, a fim de justificar a
possibilidade de limitação dos descontos no percentual de
50% (cinquenta por cento) dos vencimentos do Apelado, isto
porque, é de se balizar a questão pelo Princípio da
Razoabilidade com base na Lei Federal nº 10.820/2003,
sendo certo que o desconto de valor excessivo fere a
Dignidade da Pessoa Humana. – RECURSO IMPROVIDO
NESTE PONTO. [...]. (TJ-SP - APL: 10104036520158260008
SP 1010403-65.2015.8.26.0008, Relator: Eduardo Siqueira,
Data de Julgamento: 16/12/2015, 38ª Câmara de Direito
Privado, Data de Publicação: 17/12/2015).” [g. N.].

Na mesma esteira, têm-se o entendimento esposado pelo


Colendo Superior Tribunal de Justiça, posto que, em atenção aos
Princípios da Razoabilidade e da Dignidade da Pessoa Humana, fixou
o entendimento de que os descontos de valores realizados de forma
consignada em folha de pagamento de salário, aposentadoria e
pensão ou diretamente na conta bancária em que o indivíduo recebe
seus proventos ou benefícios previdenciários devem ser limitados em
30% (trinta por cento), por força do caráter alimentar que envolve a
verba em questão.

Neste sentido, destaco os seguintes julgados:

BANCO. Cobrança. Apropriação de depósitos do devedor. O


banco não pode apropriar-se da integralidade dos
depósitos feitos a título de salários, na conta do seu
cliente, para cobrar-se de débito decorrente de
contrato bancário, ainda que para isso haja cláusula
permissiva no contrato de adesão. Recurso conhecido e
provido.” (STJ REsp. 492.777-RS, Rel. Ministro RUY ROSADO
DE AGUIAR, J. 05/06/2003, DJ de 01.09.2003, p. 298).” [g.
N.].

“AGRAVO REGIMENTAL NO ARESP. EMPRÉSTIMO BANCÁRIO.


DESCONTO EM CONTA CORRENTE DE PERCENTUAL
LIMITADO A 30% DOS VENCIMENTOS DO CORRENTISTA.
POSSIBILIDADE. 1. A jurisprudência desta Casa
consolidou-se em admitir que os descontos de
empréstimos em conta corrente devem ser limitados a
30% da remuneração, tendo em vista o caráter
alimentar dos vencimentos. Precedentes. 2. Agravo
regimental a que se nega provimento. (STJ; AgRg no AREsp
314.901/SP, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA
TURMA, julgado em 18/06/2015, DJe 24/06/2015).” [g. N.]

Não menos importante, consoante se extrai de trecho


consignado no julgado da Apelação nº 0005520-93.2011.8.26.0344,
prolatado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, o cliente não pode
sujeitar-se à um regime de escravidão, haja vista a natureza social
do contrato:
“O simples fato de a cliente ter firmado o contrato e
autorizado os débitos não pode bastar para tornar a situação
imutável. Já é tempo de ser entendido que a expressão
“pacta sunt servanda” não mais tem o significado que se lhe
emprestam os Bancos, pois o contrato não mais serve à
escravidão, porém à libertação da pessoa humana.
Como dispõem a Constituição Federal e o Código Civil, o
contrato só se justifica “em razão e nos limites da função
social”, donde o princípio da força obrigatória jamais pode
superar o da justiça contratual.

Afinal, no mundo atual qualquer contrato tem importância para


toda a sociedade, donde o que prepondera já não é o relacionamento
entre as partes contratantes, mas os reflexos do negócio jurídico no
meio social. Portanto, acima de tudo devem imperar a dignidade
humana, o solidarismo e a função social do contrato.” [g. N.].

Logo, sendo os descontos das prestações de contratos bancários


em folha e débito em conta corrente, é nítida sua forma privilegiada
de cobrança e, ainda que haja no contrato cláusula que autorize a
instituição debitar automaticamente as prestações na conta corrente,
tal cobrança deve sofrer revisão assim que o devedor se insurge
contra ela.

De fato, embora seja válida a cláusula que autoriza o desconto


em folha de pagamento e, por conseguinte, na conta corrente onde
creditados os salários, o certo é que ao devedor é preciso garantir
condições para sobrevivência. A jurisprudência tem sido bastante
firme em tal sentido:

“A jurisprudência desta Corte tem se firmado no


sentido de que os empréstimos com desconto em folha
de pagamento (consignação facultativa/voluntária)
devem limitar-se a 30% (trinta por cento) dos
vencimentos do trabalhador, ante a natureza alimentar
do salário e do princípio da razoabilidade.” (STJ - AgRg
no REsp 1455715 / SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, J.
11/11/2014, DJe 21/11/2014)
“É válida a cláusula que autoriza o desconto em folha de
pagamento da prestação de empréstimo contratado, desde
que não ultrapasse o limite de 30% do salário bruto do
devedor, excluídos os valores relativos ao imposto de renda
e fundo previdenciário.” (STJ - AgRg no RMS 30821 / RS, Rel.
Ministro RAUL ARAÚJO, J. 17/12/2013, DJe 04/02/2014).” [g.
N.].

Por conseguinte, os descontos em valores superiores a 30% dos


vencimentos da autora mostram-se excessivos, visto o caráter
alimentar da verba recebida e devem ser limitados. Ademais, embora
a Autora tenha anuído com consignação das parcelas em valores
superiores a 30% de sua verba salarial, deve ser observada limitação
prevista na Lei Federal nº 10.820/2003.

Nesse viés, destaco os seguintes julgados da 38º Câmara de


Direito Privado do TJSP:

“AÇÃO REVISIONAL C. C. REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS.


CONTRATOS DE EMPRÉSTIMOS. SERVIDORA PÚBLICA
ESTADUAL APOSENTADA. Vários contratos que
estabelecem descontos das prestações em conta
corrente na qual a autora recebe seus proventos de
aposentadoria. Legitimidade dos descontos, porém
limitados a 30% dos vencimentos líquidos. Percentual
que garante a dignidade e a subsistência da devedora.
Inteligência ao art. 2º, inciso I, da Lei nº 10.820/03.
Honorários Advocatícios que não comportam redução.
Sentença mantida. Recurso não provido. (TJSP, Apelação nº
1004571-21.2014.8.26.0482, 38ª Câmara de Direito
Privado, Rel. Des. FERNANDO SASTRE REDONDO, J.
26/11/2014). [g. N.].

Empréstimo mediante débito das parcelas em conta corrente


destinada ao recebimento de vencimentos. Limite de
desconto mensal de 30% da remuneração disponível
Obediência à Lei 10.820/03, art. 1.º, § 1.º e § 2.º e art.
6.º, § 5.º, regulamentada pelo Decreto 4.840/03, art.
3.º, I Ônus exclusivo da instituição financeira pela
verificação e a fiscalização da preexistência de outras
operações de natureza idêntica, porventura
impedientes da renovação ou da concessão de novos
financiamentos. Limitação legítima perante o direito
positivo devido à natureza alimentar da verba,
indispensável à sobrevivência digna. Recurso não
provido. (TJSP, Apelação nº 1008760-19.2014.8.26.0037,
38ª Câmara de Direito Privado, Rel. Juiz CÉSAR PEIXOTO, J.
11/03/2015).” [g. N.].

Nessa hipótese, a limitação dos descontos a 30% (trinta por


cento) do salário encontra amparo na Jurisprudência vigente,
conforme inúmeros julgados aqui avocados, bem assim, na Lei
Federal nº 10.820/2003.
Destarte, ainda que a autora tenha celebrado os contratos com
o Banco réu no afã de socorrer-se, é certo que as instituições
financeiras possuem a obrigação de verificar a capacidade de
endividamento de seus clientes antes de autorizar empréstimos,
sobretudo com descontos automáticos em conta corrente ou na
própria folha de pagamento.

Assim, deve ser rechaçada de plano a conduta das instituições


financeiras de se apropriarem de considerável parte dos recursos da
remuneração de seus consumidores para se reembolsarem dos
empréstimos concedidos, sem que se faça um rigoroso controle sobre
a saúde financeira de seus clientes. O consumidor, parte
hipossuficiente na relação tem que ser preservado de descontos que
comprometam a proteção constitucionalmente assegurada ao seu
salário, bem como sua própria sobrevivência, em violação ao princípio
da dignidade da pessoa humana.

Ademais, não se controverte que o Banco réu tem pleno


conhecimento do salário auferido pela autora, vez que este é
depositado em conta corrente do próprio Banco, o qual mantêm
convenio com a Instituto Nacional de Seguridade Social, que é o
provedor do seu beneficio/pensão.

Porém, apenas a limitação dos descontos no patamar acima


apontado não sana a injustiça e imoralidade das cobranças extorsivas
de juros e encargos, os quais se mostram abusivos e contrários à boa
fé e ao sistema consumerista.

DOS PEDIDOS

Posto isto, é a presente para requerer:

a) Seja concedida a tutela de urgência pleiteada, limitando os


descontos na forma pretendida, até o deslinde do feito;

b) A citação do réu na pessoa de seu representante legal, para


que, querendo, apresente a defesa no prazo legal, sob pena de
sujeitar-se à revelia e confissão sobre a matéria de fato;

c) Seja deferido o benefício da justiça gratuita a autora, por


declarar-se pobre na acepção jurídica do termo, juntando inclusive,
declaração de hipossuficiência;

d) A apresentação do contrato pelo banco réu, sob pena de não


o fazendo seja aplicada a inversão do ônus da prova, na forma do
artigo 6º, VIII, da Lei 8.078/90;
e) A limitação dos descontos a serem procedidos em folha de
pagamento / conta corrente, no patamar de 30% dos vencimentos
líquidos da autora;

f) Requer a PROCEDÊNCIA TOTAL de todos os pleitos, tornando


definitiva a tutela de urgência, bem como, condenando o réu ao
pagamento de custas, despesas processuais, honorários
sucumbenciais e demais cominações de estilo;

h) Requer provar o alegado por todos os meios em direito


admitidos, sem exclusão de nenhum, mormente pela oitiva das partes
e testemunhas, perícias técnicas e contábeis, juntada de novos
documentos e demais que se mostrarem necessárias para o deslinde
do feito.

Dá-se ao presente o valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais).

Termos em que, pede e espera deferimento.

Senhor do Bonfim, 06 de agosto de 2019.

Phablo Alexandre Lucas Angelim


OAB/BA 00.000

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