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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA
DISCIPLINA: HISTÓRIA E TEORIA DA ARQUITETURA E URBANISMO 02
DOCENTE: EDJA TRIGUEIRO
DISCENTE: CARLA ELIZABETH GODEIRO DE ARAÚJO
ZWEIG, S.; MORES, R. (ed). GALLOTTI, O. (trad). O Rio de Janeiro. In: ______. Brasil, país do
futuro. p. 240-306.
Enquanto isso, é indispensável perceber que Zweig valoriza imensamente o fato de a cidade ter
subido o morro como consequência do desenvolvimento da sociedade. Considerar que as favelas não
devem ser removidas do Rio de Janeiro pois a cidade só se torna mais interessante quando apresenta
contrastes, é uma atitude louvável do ponto de vista urbano e social. No entanto, mesmo realçando a
importância dessas ocupações informais, a sua busca inicial é por Petrópolis, a cidade vienense
brasileira, onde ele pretende vivenciar um exílio criativo, e não de abandono. Ou seja, mesmo
admirando a naturalidade que o brasileiro possui para conviver com as diversidades – aspecto já
evoluído desde a época de Macquaire – sua preferência é por suas raízes, o que provavelmente
esboça seu desejo de permanecer numa atmosfera profundamente relacionada à sua identidade, e que
ele sabia que não sofreria as consequências de um ataque nazista. Não é à toa que ele afirmou ser a
força do Brasil o multiculturalismo, e que com valores europeus esse país construiria um novo
mundo, evidenciando, assim, a grandiosidade de sua visão exterior.
A cidade é, portanto, e mais uma vez plataforma para a evolução social. O Rio de Janeiro vem
comprovar que comparações entre realidades urbanas e culturais podem ser feitas, mas que não
deixará de ser o símbolo da modernidade e da nacionalidade enquanto capital do Brasil, apagando
tudo que representava o atraso no Império, mantendo o que significa moderno, nacional e essencial.