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CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
PROJETO DE GRADUAÇÃO
Vitória
Julho de 2008
ii
Vitória
Julho de 2008
iii
Comissão Examinadora
______________________________________
Prof. D.Sc. Geraldo Rossoni Sisquini - Orientador
Universidade Federal do Espírito Santo
______________________________________
Prof. D.Sc. Rogério Ramos
Universidade Federal do Espírito Santo
______________________________________
Prof. D.Sc. Carlos Friedrich Loeffler Neto
Universidade Federal do Espírito Santo
iv
Agradecimentos
Agradeço ao Pai do céu que sempre guiou o meu caminho até aqui. Rendo meus
sinceros agradecimentos aos meus pais Elson Matos de Almeida e Maria Shirlei
Pereira da Silva que foram guerreiros até o fim lutando ao meu lado, bem como os
meus irmãos Clebson P. Alemida, João M. Almeida Neto e minha futura esposa
Polliany F. Sossai. Agradeço de maneira especial ao meu professor orientador
Geraldo Rossoni Sisquini que sempre deu o suporte necessário para que este
trabalho se concretizasse. Foram muitos aqueles que contribuíram para a conquista
do objetivo então alcançado, meu muito obrigado a ANP e ao PRH-29 que muito
colaboraram com o apoio financeiro e pela oportunidade de ter cursado a ênfase em
petróleo e gás, abrindo assim um leque maior para minha formação técnica.
Resumo
Lista de Figuras
Figura 7.8 – Volume específico para gás real e perfeito pela pressão. T =
313K. ................................................................................................................... 69
Figura 7.9 - Propriedades de estagnação e críticas do Metano relacionados
ao número de Mach. .......................................................................................... 70
Figura 8.1 - Relação de variáveis ..................................................................... 77
Figura 8.2 – Probabilidade de Morte Devido a Chama de Fogo do Gás
Natural................................................................................................................ 87
Figura 8.3 – Comprimento Fatal numa Localização Específica ................... 89
viii
Lista de Tabelas
Lista de Símbolos
a rf - aceleração ( m / s 2 )
c - velocidade do som ( m / s )
C - valor constante
C D - coeficiente de descarga
c p - calor específico à pressão constante ( J / kg .K )
d , D - diâmetro ( m )
D - quantidade de carga característica da falha para um determinado tempo de
exposição
Dh - diâmetro hidráulico ( m )
FB - forças de campo ( N )
F f - fator de atrito de Fanning
FS - forças de superfície ( N )
g - aceleração da gravidade ( m / s 2 )
h , H - entalpia específica e entalpia total ( J / kg )
h , H - distância específica e distância entre o gasoduto e a área povoada ( m )
hi - distância adimensional
i - cenários de acidentes
I - fluxo de calor por radiação térmica no local de interesse ( W / m 2 )
K - relação entre calores específicos: c p cv
p - pressão ( N / m 2 )
pa - pressão atmosférica ( N / m 2 )
p R - pressão reduzida
p t - pressão de estagnação ( N / m 2 )
Q - transferência de energia ( J )
Q - vazão mássica ( kg / s )
t - tempo ( s )
TR - temperatura reduzida
Tcrit - temperatura crítica ( K )
x , y , z - coordenadas retangulares
Z - fator de compressibilidade
Letras Gregas
Sumário
CAPÍTULO I INTRODUÇÃO........................................................................ 1
1.1 OBJETIVO ..................................................................................................................... 1
1.2 JUSTIFICATIVA DO TRABALHO ............................................................................ 1
1.3 METODOLOGIA........................................................................................................... 2
1.4 CONTEÚDO DOS CAPÍTULOS ................................................................................. 6
CAPÍTULO II CAUSAS DA FALHA ............................................................ 7
2.1 FALHAS POR CORROSÃO ........................................................................................ 7
2.1.1 CORROSÃO ATMOSFÉRICA ............................................................................. 7
2.1.2 CORROSÃO INTERNA......................................................................................... 8
2.1.3 CORROSÃO DE METAIS ENTERRADOS ...................................................... 10
2.2 FALHAS POR FADIGA .............................................................................................. 12
2.2.1 CARACTERÍSTICAS DAS FALHAS POR FADIGA ...................................... 13
CAPÍTULO III IDENTIFICAÇÃO DOS POSSÍVEIS CENÁRIOS ........ 15
3.1 CARACTERIZAÇÃO DOS CENÁRIOS DE ACORDO COM O TAMANHO DA
RUPTURA NATUBULAÇÃO .......................................................................................... 15
CAPÍTULO IV DESENVOLVIMENTO DAS EQUAÇÕES BÁSICAS
UTILIZADAS NOS MODELOS DA TAXA DE LIBERAÇÃO DO GÁS .. 18
4.1 CLASSIFICANDO O ESCOAMENTO COMO COMPRESSÍVEL OU
INCOMPRESSÍVEL .......................................................................................................... 18
4.2 HIPÓTESE DO GÁS NATURAL COMO GÁS PERFEITO .................................. 19
4.3 TERMODINÂMICA DE GÁS PERFEITO .............................................................. 20
4.3.1 FATOR DE COMPRESSIBILIDADE ................................................................ 20
4.3.2 ENERGIA INTERNA, ENTALPIA E CALORES ESPECÍFICOS ................. 22
4.3.3 EQUAÇÃO DE GIBBS ......................................................................................... 24
4.3.4 VARIAÇÃO DE ENTROPIA NUM GÁS PERFEITO ..................................... 26
4.4 PROPAGAÇÃO DE ONDAS SONORAS.................................................................. 27
4.5 ESTADO DE REFERÊNCIA: PROPRIEDADES DE ESTAGNAÇÃO
ISOENTRÓPICA LOCAL ................................................................................................ 33
4.6 ESCOAMENTO COM ATRITO EM UM DUTO DE SEÇÃO CONSTANTE ..... 39
xiv
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO
1.1 OBJETIVO
com que se atinja o nível de segurança necessário para que se possam operar os
mecanismos que nos permitem usufruir desta fonte de energia eficaz e de menor
agressividade ao meio ambiente se comparado com outras oriundas do petróleo.
1.3 METODOLOGIA
• Interferência externa;
• Defeitos de fabricação/falha do material;
• Corrosão.
O fluxo de gás altamente comprimido possui um alto nível de energia podendo, sob
certas situações e um período de tempo suficiente, causar o aumento do diâmetro
do orifício em função de alguns parâmetros tais como uma mudança da
microestrutura do material que compõe a tubulação. O resfriamento causado pela
descompressão pode causar uma fragilidade e uma falha repentina que permite que
um pequeno vazamento se transforme em um grande vazamento.
A British Gás, uma empresa britânica, realizou uma pesquisa onde concluiu que se a
razão entre a pressão operacional sob a tensão de escoamento do material que
compõem a tubulação for maior que 0,3 o vazamento se transformará em uma
ruptura “full-bore”, ou seja, aquela ruptura que possui aproximadamente o diâmetro
da tubulação. Para rupturas desse tipo, os parâmetros que governam os riscos são:
o diâmetro, a pressão operacional e a extensão do duto, desde o supridor de gás
(origem) até o ponto da falha. O pior evento é uma ruptura “fullbore” com liberação
de gás resultando em explosão e incêndio.
3
No evento de uma ruptura, uma nuvem de gás se formará, mas pela natureza do
gás ela tenderá a crescer e a subir/dispersar rapidamente; apenas um jato de gás se
formará. Se o ponto de ruptura estiver próximo de uma construção, o gás que vazou
irá migrar na edificação e poderá formar uma significante explosão devido a uma
ignição qualquer. Este tipo de explosão ocorreu no “Bridge Port”, no estado do
Alabama, no Estados Unidos em 22 de janeiro de 1999. O limite inferior da
explosividade é um fator importante para estimar o risco da explosão. Se o gás que
vazou não for trapeado e se ocorrer uma ignição imediata, apenas um jato de fogo
se desenvolverá [2].
A área afetada pelo evento da falha pode ser estimada pela modelagem da
dispersão de jato horizontal, que caracteriza a concentração, e pela modelagem do
incêndio que caracteriza a intensidade de calor associado com a ruptura do duto. A
área afetada dependerá da taxa de liberação do gás, que é dependente da pressão
e do tamanho do orifício.
A explosão de uma nuvem de vapor não confinada produz uma baixa sobrepressão
com a chama viajando pela mistura de ar-combustível. Quando objetos, como
construções, estão próximos da nuvem de gás em chama, eles restringem a
expansão livre dos produtos de combustão e causam uma significante
sobrepressão. Uma construção típica com tijolos pode ser destruída por uma
explosão de 0,07 bar de sobrepressão. Portanto, construções podem ser destruídas
por explosões semi-confinadas do lado de fora do prédio ou por migração entre
edificações.
A estimativa da área de perigo será necessária para impedir perdas e danos nas
proximidades da posição da falha. Assim será necessário predizer a área
4
influenciada pela chama do fogo que geralmente ocorre após a liberação do gás,
então se saberá a que distância do ponto da falha ocorrerá fatalidade [3].
CAPÍTULO II
CAUSAS DA FALHA
A corrosão é uma das maiores geradoras de prejuízos no que diz respeito às perdas
de materiais. Apesar de grande parte da tubulação que está implantada para o
8
transporte de gás natural estar enterrada, esta condição não dá imunidade diante
dos fenômenos corrosivos aos dutos, assim eles não estão isentos da corrosão
atmosférica. Esta se baseia na mudança química no material do duto resultante da
interação do material com a atmosfera. É preciso verificar as condições de
isolamento do duto enterrado, pois é possível que ocorra a acumulação de umidade
junto à parede do mesmo, permitindo assim que a corrosão se inicie e prossiga sem
que seja notada.
A corrosão interna é causada pela reação entre a parte interna da parede do duto
com o produto que está sendo transportado. Os fatores que determinam como se
dará à corrosão interna podem ser de uma maneira mais simples estudados quanto
a corrosividade do produto e a proteção interna.
9
Na maioria dos casos que envolvem a proteção catódica, esta pode ser aplicada
para prover a proteção de uma tubulação de aço enterrada. Sua análise se dá de
acordo com a existência ou não das condições mínimas requeridas para a proteção
do sistema, tais como: a existência suficiente de força eletromotiva para gerar
qualquer potencial de corrosão, e a realização de provas ou testes durante períodos
apropriados para garantir que o sistema está funcionando corretamente.
Algumas medidas podem ser tomadas para minimizar os efeitos desta interferência,
tais como o uso de ânodos distribuídos, juntas de isolamento, escudos elétricos e
células de polarização.
• A maioria das falhas mecânicas que ocorrem na prática é causada por fadiga,
mas o trincamento é lento, gradual e aditivo, gerando um dano restrito à
região crítica da peça;
• A geração e a propagação de uma trinca por fadiga normalmente não
provocam mudanças evidentes nem na forma nem no comportamento global
da estrutura.
Nas peças não trincadas, as falhas por fadiga envolvem a geração (no seu ponto
mais solicitado) de uma trinca. Na prática este processo quase sempre ocorre a
partir da raiz de um entalhe concentrador de tensão.
14
Quando as tensões cíclicas que solicitam o ponto crítico são baixas em relação à
sua resistência (macroscópica) ao escoamento, a geração da trinca por fadiga é
lenta (requer muitos ciclos de carregamento) e é muito influenciada pelas
características locais do ponto crítico, ou pelos detalhes das propriedades
mecânicas do material, do acabamento superficial, do gradiente das tensões
atuantes, do estado de tensões residuais. A resistência do ponto crítico no que diz
respeito à fadiga pode ser aumentada com a resistência localizada à ruptura, a
melhoria do acabamento superficial, o aumento do gradiente das tensões, a
presença das tensões residuais compressivas. Quando estes detalhes do ponto
crítico têm menos importância, a carga possivelmente será elevadíssima, induzindo
um escoamento cíclico macroscópico, e uma vida de iniciação curta. Deste modo, o
principal fator a ser controlado será a ductilidade do material, ao modelar o
problema, devem ser quantificadas as tensões e as deformações elastoplásticas que
atuam na raiz do entalhe crítico. De maneira geral vale à pena considerar a gama
das deformações como a causadora das trincas nos modelos de previsão das vidas
de iniciação curtas. A vida de iniciação termina ao se detectar uma pequena trinca
gerada pelos ciclos de carga alternada na peça, mas a vida total à fadiga das
grandes estruturas pode ser dominada pela propagação da trinca até a fratura final
[4].
A propagação das macro-trincas por fadiga pode ser modelada de maneira eficiente
usando os conceitos de mecânica da fratura uma vez que esta propagação depende
primariamente da intensidade de tensões atuantes no elemento.
15
CAPÍTULO III
Após a falha na tubulação, o primeiro cenário que ocorre após a ignição imediata do
jato de gás é o desenvolvimento de um jato de fogo. As características do jato de
fogo dependem das condições do escoamento externo na superfície dos tubos. A
análise de perigo se baseia principalmente no tamanho da ruptura da tubulação
como mostrado nos casos seguintes:
Para rupturas com diâmetros maiores que 0,5d a tubulação experimentará uma
rápida relação de despressurizarão, de maneira que a taxa de vazamento do fluido
após cerca de dez minutos consegue atingir valores entre 21 e 50% do valor de pico
inicial [5].
*
∫ Q (t )dt
h
Qh (t ) = T =0
60
Em que:
Qh (t ) é a vazão mássica de dispersão do gás no local do vazamento em Kg / s .
*
Qh (t ) é a vazão mássica média do escoamento externo do gás em Kg / s .
Para rupturas com diâmetros maiores que 0,5d a tubulação experimentará uma
rápida relação de despressurizarão, de maneira que a taxa de vazamento do fluido
após cerca de dez minutos consegue atingir valores entre 21 e 50% do valor de pico
inicial.
Para rupturas grandes a modelagem de perigo é mais complexa, uma vez que a
possível chama de fogo pode atingir distâncias de 30 a 60 metros ou mais
dependendo da gravidade da falha. Vários efeitos podem ocorrer quando se trata de
ruptura total do diâmetro da tubulação, sendo que os riscos de danos associados a
este tipo de falha são bem maiores.
CAPÍTULO IV
Como será demonstrado no item 4.3, um gás pode ser considerado como gás
perfeito quando seu fator de compressibilidade ( Z ) for próximo da unidade. No
desenvolvimento deste trabalho, consideraremos as propriedades do metano, pois
se sabe que este gás é o principal componente do gás natural, compreendendo
quantidades que podem superar 90 ou 95%. Outros gases como nitrogênio, etano,
CO2 ou restos de butano ou propano, são encontrados em menores proporções. O
fator de compressibilidade do metano depende da região pressão e temperatura no
diagrama de fases.
O fluido é denominado gás perfeito quando sua massa específica apresenta valores
muito baixos. Nesta situação, a distância entre as moléculas é tão grande que a
energia potencial pode ser admitida como inexistente. Assim temos um sistema
composto por partículas independentes [8].
pv = RT , (4.1)
R
R= , é a constante para um gás particular,
Μw
Nm KJ
onde R = 8314,5 = 8,3145 , é a constante universal dos gases e Μ w é o
KmolK KmolK
peso molecular do composto químico.
pv
O fator de compressibilidade Z é definido pela relação Z = . Para um gás
RT
perfeito, Z = 1 . O afastamento de Z em relação à unidade é uma medida do desvio
do comportamento do gás real em relação ao previsto pela equação de estado dos
gases perfeitos.
Se definirmos as propriedades reduzidas como:
p
• Pressão reduzida pR = ,
p crit
T
• Temperatura reduzida TR =
Tcrit
∂u ∂u
du = dT + dv
∂T v ∂v T
∂u
Sendo = cv , para substâncias simples compressíveis puras. ( cv ) - Calor
∂T v
Uma vez que a energia interna específica u de uma substância modelada como
∂u
incompressível depende somente da temperatura, dv = 0 , o calor específico cv é
∂v T
du
= cv 0 (4.2)
dT
Esta equação (4.2) utiliza uma derivada ordinária já que u depende somente de T .
23
∂h ∂h
dh = dT + dp
∂T p ∂p T
∂h
Sendo: = c p , definida para substâncias simples compressíveis puras.
∂T p
dh
= c p0 (4.3)
dT
⇒ dh = du + RdT
du dh
Para substancia modelada como incompressível: = cv 0 (4.2); = c p 0 (4.3).
dT dT
⇒ c p 0 dT = cv 0 dT + RdT
24
Assim:
c p 0 − cv 0 = R (4.4)
⇒ c p 0 − c v 0 = R (Base molar)
⇒ (Kcv 0 ) − cv 0 = R
Então:
R
cv 0 = (4.6)
(K − 1)
De maneira análoga:
KR
c p0 = (4.7)
(K − 1)
δQ = TdS e δW = pdV
A equação descrita acima pode ser aplicada num processo irreversível entre dois
estados dados, porém a integração desta equação é realizada ao longo de um
processo reversível entre os mesmos estados inicial e final, pois as propriedades de
uma substância dependem somente do estado.
dT Rdv
ds = cv 0 +
T v
2
dT v
⇒ s 2 − s1 = ∫ cv 0 + R ln 2
1
T v1
T v
s 2 − s1 = cv 0 ln 2 + R ln 2 (4.12)
T1 v1
dT Rdp
ds = c p 0 +
T p
2
dT p
⇒ s 2 − s1 = ∫ c p 0 + R ln 2
1
T p1
T p
s 2 − s1 = c p 0 ln 2 − R ln 2 (4.13)
T1 p1
T p
s 2 − s1 = 0 = c p 0 ln 2 − R ln 2
T1 p1
27
T R p2
⇒ ln 2 = ln
T1 c p 0 p1
R
T2 p 2 cp0
= (4.14)
T1 p1
R c p 0 − cv 0 K − 1
= = (4.15)
c p0 c p0 K
K −1
( K −1)
T2 p2 K v
= = 1 (4.16)
T1 p1 v2
K
p2 v1
= ou ⇒ p1v1K = p2v2K = ... = pnvnK (4.17)
p1 v2
pv K = cte (4.18)
∂ r r
∂t ∫VC ∫SC ⋅ dA
0= ρd V + ρ V (4.19)
Assim:
c
dV x = dρ (4.21)
ρ
r r r ∂ r r r r
FS + FB − ∫ a rf ρdV = ∫ V xyz ρdV + ∫ V xyz ρV xyz ⋅ dA
VC ∂t VC SC
r r r
FB = ∫ Bdm = ∫ BρdV
VC
r
O vetor FS representa todas as forças de superfície atuando sobre o volume de
r r
FS = ∫ − pdA
A
∂ r r
FS x + FBx − ∫ a rf x ρdV =
∂t ∫VC ∫SC x xyz
V x ρ d V + V ρ V ⋅ d A (4.22)
VC
Considerações:
(3) FBx = 0
(4) a rf x = 0
FS x = − Adp
Assim:
1
dV x = dp (4.23)
ρc
dp
c2 =
dρ
dp ∂p
lim =
int ensidade →0 dρ ∂ρ S = cons tan te
∂p
Para se obter é necessário o conhecimento do processo termodinâmico.
∂ρ
Como não há gradientes de temperatura (transferência de calor) e os efeitos de
atrito são desprezíveis, exceto dentro da própria onda, então o processo é
adiabático reversível (isoentrópico).
∂p ∂p
c 2 = = k1
∂ρ
(4.24)
∂ρ s T
A equação anterior é válida para qualquer fluido, seja este líquido, gás ou até
mesmo sólidos. Em sólidos ou líquidos é comum definir o módulo de elasticidade
volumétrico do material k1 , como:
32
∂ρ ∂p
k1 = −v =ρ
∂v s ∂ρ s
∂p
O cálculo de pode ser feito utilizando a equação de gás perfeito:
∂ρ
pv = RT (4.1)
Então:
p ∂p
= RT ⇒ = RT ,
ρ ∂ρ
( )
Exemplo: Para ar R = 287[m 2 / s 2 K ], K = 1,4 na temperatura padrão ao nível do mar
(T = 15,5º C = 288,7 K ) ⇒ c = 340m / s .
Para Gases Reais utilizamos uma equação de estado empírica chamada BWR
(Benedict-Webb-Rubin):
RT RTBw − Aw − C w / T 2 RTbw − a w a wα w c γ v2
p= + 2
+ 3
+ 6 + 3 w 2 1 + w2 e −γ w
v v v v vT v
etc.).
Figura 4.3 - Para o escoamento suposição um processo hipotético de desaceleração até a velocidade
zero [6].
Da equação da continuidade:
∂ r r
0= ∫
∂t VC
ρdV + ∫ ρV ⋅ dA
SC
(4.19)
Considerações:
(1) Escoamento permanente
(2) Escoamento uniforme em cada seção
Então:
Assim:
∂ r r
FS x + FBx − ∫ a rf x ρdV =
∂t ∫VC ∫SC x xyz
V x ρ d V + V ρ V ⋅ d A (4.22)
VC
35
Considerações:
(3) FBx = 0
(4) a rf x = 0
dp
FS x = p + dA + pA − ( p + dp )( A + dA) , ou:
2
dpdA
Fs x = pdA + + pA − pA − dpA − pdA − dpdA
2
⇒ FS x = −dpA .
− Adp = (− V x + V x + dV x )(ρV x A)
Então:
dp V x2
+ d = 0 (4.27)
ρ 2
dp V 2
+ d =0 (4.28)
ρ 2
pv K = cte (4.18)
p
= cte = C (4.29)
ρK
p = C ρ K e ρ = p 1 K C −1 K
V 2 dp
− d = = p −1 K C 1 K dp
2 ρ
0 V
2
pt
− ∫ d = C 1 K ∫ p −1 K dp
V
2 p
Obtendo:
V2
2
= C1 K
K
K −1
[
p ( K −1) K ] pt
p = C1 K
K
K −1
pt[( K −1) K
− p ( K −1) K ]
pt
p
( K −1) K
V2 1K K
( K −1) K p t
=C p − 1
2 K −1 p
Como C 1 K = p 1 K ρ , temos:
( K −1) K
V2 K p 1 K ( K −1) K pt
= p − 1
2 K −1 ρ p
( K −1) K
V2 K p pt
= − 1
2 K − 1 ρ p
Uma vez que buscamos uma expressão para a pressão de estagnação, podemos
reescrever essa equação como:
( K −1) K
pt K −1 ρ V 2
= 1+
p K p 2
K ( K −1)
pt K − 1 ρ V 2
= 1 +
p K p 2
K ( K −1)
pt K − 1 V 2
= 1 +
p 2 KRT
K ( K −1)
pt K − 1 V 2
= 1 +
p 2 c2
K ( K −1)
pt K − 1 2
= 1+ M (4.30)
p 2
p
= cte (4.29)
ρK
Dessa forma:
K 1K
pt ρ t ρ p
= e t = t
p ρ ρ p
−1 K ( K −1) K
Tt p ρ p p p
= t = t t = t
T p ρt p p p
39
K ( K −1)
pt K − 1 2
= 1+ M (4.30)
p 2
Tt K −1 2
= 1+ M (4.31)
T 2
1 ( K −1)
ρt K − 1 2
= 1+ M (4.32)
ρ 2
Figura 4.4 – Volume de Controle Diferencial em Duto de Seção Constante com Atrito
∂ r r
∂t ∫VC ∫SC ⋅ dA
0= ρd V + ρ V (4.19)
Considerações:
(1) Escoamento permanente
(2) Escoamento uniforme em cada seção
Então:
Assim:
ρVA = (ρ + dρ )(V + dV ) A
Que se reduz a:
∂ r r
FS x + FBx − ∫ a rf x ρdV = ∫ V x ρdV + ∫ V x ρV xyz ⋅ dA (4.22)
VC ∂t VC SC
Considerações:
(3) FBx = 0
(4) a rf x = 0
dF f
− − dp = ρVdV (4.34)
A
∂ r r
Q& − W& S − W& cisalhamento − W& outros = ∫ eρdV + ∫ (e + pv )ρV ⋅ dA (4.35)
∂t VC SC
Onde:
V2
e=u+ + gz
2
Considerações:
(5) Escoamento adiabático,
42
V2 V2 V 2
0 = u + + pv {− pVA } + u + du + + d + pv + d ( pv ){(ρ + dρ )(V + dV )A }
2 2 2
V 2
dh + d = 0 (4.36)
2
fρV 2
τw = (4.38)
8
43
Os dutos de forma não circular podem ser incluídos na nossa análise pela
introdução do diâmetro hidráulico:
4A
Dh =
P
4A
D= (4.39)
P
fρV 2 4 A
dF f = τ w Pdx = dx
8 D
Ou:
fA ρV 2
dF f = dx (4.40)
D 2
f ρV 2
− dx − dp = ρVdV (4.41)
D 2
44
Essa equação pode ser utilizada para que se estime a queda de pressão ao longo
de um duto com a área da seção transversal constante, ela considera a perda por
atrito ao longo do duto num processo adiabático. Uma vez que o termo ρdV é
diferente de zero, a variação da massa específica é considerada durante o processo
de expansão do gás, como será demonstrado no capítulo V para o modelo das
equações teóricas. A equação (4.41) servirá também como base para o cálculo da
queda de pressão no capítulo VI, sendo ρdV = 0 , para um modelo simplificado,
chegando na seguinte equação:
dp ρV 2
= −4 F f (4.42)
dx 2D
Na equação (4.41) o fator de atrito f pode ser substituído por 4 F f , como será
CAPÍTULO V
p1 dp 1 2
∫po ρ
+
2
( )
V1 − V02 = 0 , (5.1)
Como já foi demonstrada no Item 4.3.4, para uma expansão isoentrópica do gás
perfeito, podemos reescrever as equações (4.16) e (4.17) considerando os
subscritos já mencionados, assim:
47
( K −1)
p K
T1 = T0 1 , (5.2)
p0
1
p K
ρ1 = ρ 0 1 . (5.3)
p0
Pela integração da equação (5.1) com os termos das equações (5.2) e (5.3), a
velocidade do escoamento no bocal é:
( K −1)
K p0 p1 K K p0 T1
V12 = 2 1 − = 2 1 − . (5.4)
K − 1 ρ 0 p0 K −1 ρ0 T0
V1 V2
M1 = ⇒ M 12 = 12 ⇒ V12 = c12 M 12 . (5.5)
c1 c1
12 R KR T1
c1 = (KRT1 ) ; R = ⇒ c12 = . (5.6)
Μw Μw
KR T1
V12 = M 12 . (5.7)
Μw
48
2
T1 = T0 2
, (5.8)
(K − 1)M 1 + 2
K
2 ( K −1)
p1 = p0 (5.9)
(K − 1)M 1 + 2
2
πd 2 KRT1 πd 2
Qn = ρ1 A1V1 = ρ1 M 1 = M 1 Kρ1 p1 , (5.10)
4 Μw 4
do reservatório.
dp f ρV 2 ρVdV
=− dx − . (5.11)
p D 2p ρ
49
( )
Notando que p ρ = RT = c 2 K , e VdV = d V 2 2 , obtemos:
dp f KM 2 K V 2
=− dx − 2 d .
p D 2 c 2
E, finalmente:
dp
=−
f KM 2
dx −
KM 2 V 2
d .
( ) (5.12)
p D 2 2 2
( )
Para relacionar M e x , devemos eliminar dp p e d V 2 V 2 da equação (5.12). Da
( )
dV2
=
dT d M 2
+ .
( ) (5.13)
V2 T M2
Da equação da continuidade, dρ ρ = − dV V :
dρ
=−
( )
1 dV2
.
ρ 2 V2
dp dρ dT
= + .
p ρ T
dp 1 dT 1 d M 2
= − .
( ) (5.14)
p 2 T 2 M2
1 dT 1 d M 2
−
( )
= −
f KM 2
dx −
KM 2 dT KM 2 d M 2
− .
( )
2 T 2 M2 D 2 2 T 2 M2
1 + KM 2
dT
=−
f KM 2 1 − KM 2
dx +
( )
d M2
. (5.15)
2
2 T D 2 2 M
K −1 2
T 1 + M = cte .
2
Assim:
K −1
M2
dT
+ 2 ( )
d M2
= 0. (5.16)
T K −1 2 M 2
1 + M
2
M2
(K − 1) 1 + KM 2
2 2 d M2( )f KM 2 1 − KM 2 d M2 ( )
= dx − .
K −1 2 M2 D 2 2 M
2
1 + M
2
(1 − M )
2
d M2( )
f
= dx . (5.17)
4
K − 1 2 KM D
1 + M
2
51
τw
Ff = ,
1 2
ρV
2
na forma:
4 F f KL dM 1− M 2
=2 2
. (5.18)
d M3 1 + (( K − 1) 2 )M
A equação (5.18) pode ser integrada do estado 1 até o estado 2 como indicado na
figura 5.1, deste modo:
4 F f KL 1 1 (K + 1) M 12 (2 + M 22 (K − 1))
= 2 − 2 + ln 2 , (5.19)
d M
1 M 2 2 M
2 (2 + M 1
2
( K − 1))
T2
=
(
2 + M 12 (K − 1)
.
) (5.20)
T1 (
2 + M 22 (K − 1) )
52
A relação pressão por número de Mach pode ser calculada a partir da equação
(5.11) pela eliminação de L e de V :
dp (
dM 1 + M 2 (K − 1) )
p
=−
M 1 + M 2 (K − 1) 2
( ). (5.21)
p2 M 1
=
(2 + M (K − 1)) .
2
1
(5.22)
p1 M 2 (2 + M (K − 1))
2
2
πd 2 KΜ w
Qp = M 2 Kρ 2 p 2 = A p M 2 p 2 , (5.23)
4 RT2
estado 2 que pode ser calculada pela Lei dos Gases Perfeitos usando as equações
(5.8) (5.9), (5.20) e (5.22).
Para um gás que se comporte como gás perfeito com o coeficiente isoentrópico
constante, a taxa de massa que passa através do furo por onde o gás é liberado
pode ser expressa em termos da pressão e temperatura de estagnação.
KΜ w
Qh = Ah C D M 3 p3 .
RT3
53
Assim:
( K +1)
KΜ w 2 ( K −1)
Q h = Ah C D M 3 p 2t . (5.24)
RT2t (K − 1)M 2 + 2
3
2
T3 = T2t 2
,
(K − 1)M 3 + 2
K
2 ( K −1)
p3 = p2t ,
(K − 1)M 3 + 2
2
descarga.
( K +1)
M p
α= 2 2 =
(
T3 M 2 2 + M 32 (K − 1) )( 2 K −2 )
, (5.25)
M 3 p3 (
T2 M 3 2 + M 22 (K − 1) )
( K +1)
K +1 (2 K −2 )
α = M2 2 . (5.26)
(K − 1)M 2 + 2
É válido ressaltar que a vazão mássica Qh para o furo possui um desvio em relação
ao modelo de gás perfeito adotado para a modelagem, este erro será discutido na
seção 7.1.
55
CAPÍTULO VI
SIMPLIFICAÇÃO DO MODELO
A taxa de liberação do gás pode ser estimada pelo cálculo da queda de pressão de
estagnação ao longo da tubulação para uma expansão isoentrópica no furo, como
mostrado na Figura 5.2. A queda de pressão para o escoamento permanente em
uma tubulação pode ser estimada, como sabemos, pela equação de Fanning.
Assim, como demonstrado na equação (4.2), a relação de Fanning nos dará a queda
de pressão no bocal da tubulação como sendo:
dp ρV 2
= −4 F f (6.1)
dL 2d
4Q
V = (6.2)
ρπd 2
56
p2 t 32 F f LQ 2
∫
p0
ρdp = −
π 2d 5
(6.3)
( K +1)
πd 2 ρ 0 p 0 d K p 2t K
QP ≅ 1 − (6.4)
4 2 F f α K + 1 p 0
A relação entre a vazão mássica e a queda de pressão, relacionada diretamente
pela expansão livre no furo, pode ser solucionado usando a equação (5.24):
( K +1)
2 ( K −1)
Qh = Ah C D M 3 Kρ 2 t p 2 t
(K − 1)M 3 + 2
2
, (6.5)
1 ( K +1)
πd 2
p 2 K ( K −1)
Qh ≅ M 3α Kρ 0 2t p 2t , (6.6)
(K − 1)M 3 + 2
2
4 p0
K
1 ( K +1)
p 2t = p 0 (6.6)
η + 1
( K +1)
2F f α 2 ( K −1)
η = α 2 M 32 (K + 1)
(K − 1)M 3 + 2
2
d
Qh =
((πd α ) 4)
2 ( K +1) ( K −1)
Kρ 0 p 0 (2 (K + 1))
(6.7)
1 + ((4α ) ) 2 ( K −1)
2
F f L d (2 (K + 1))
A vazão mássica Q pode ser adimensionalizada de forma que se faça a razão entre
o seu valor em um comprimento qualquer da tubulação e o seu valor no
comprimento L = O equação (6.8). O comprimento do duto também pode ser
adimensionalizado, basta que se faça o produto entre o comprimento da tubulação a
o fator de fricção, posteriormente divide-se o termo obtido pelo diâmetro do duto de
gás equação (6.9).
58
Q Q
Q= = (6.8)
Q | L=0 (( ) )
πd α 4 Kρ 0 p0 [2 (K + 1)]( K +1) ( K −1)
2
Ff L
L= (6.9)
d
1
Q= (6.10)
2 ( K −1)
1 + 4α 2 L [2 (K + 1)]
CAPÍTULO VII
Figura 7.2 – Taxa de liberação variando com a razão dos calores específicos
Figura 7.3 – Taxa de liberação por um modelo simplificado e pelas equações teóricas
3
cv = R. (7.1)
2
R
K = 1+ = 1,67 . (7.2)
cv
Sabe-se que para uma molécula diatômica a energia interna total a baixa
temperatura é 5 2 KT em que 3 2 KT é referente a energia translacional e 2 2 KT é
devido a energia rotacional. A razão K para um gás de molécula diatômica a baixa
temperatura é cerca de 1,4. Contudo, quando a temperatura aumenta a energia
interna total do gás aproxima-se de 7 2 KT , isso acontece devido ao acréscimo da
energia vibracional que é estimada em 2 2 KT , e a razão K torna-se próxima de
1,23.
Para alguns gases em processos químicos o valor de K varia na faixa de 1,1 a 1,5.
[2] Entretanto isso não é uma regra, uma vez que o valor de K pode estar fora
dessa faixa como, por exemplo, é o que ocorre numa ruptura de tubulação de tipo
full-bore. O erro associado ao raio de risco devido à simplificação do modelo pode
variar entre 8 a 20% acima dos valores reais obtidos quando se trata da liberação do
gás, como mostrado na Figura 7.5. Isso se o ponto de liberação de gás não estiver
fechado, assim como o reservatório.
63
Figura 7.5 – Desvio das equações teóricas para uma ruptura full-bore.
rrh ~ Q (7.3)
Por outro lado à distância radial r , originária da chama é definida como aquela em
que uma típica estrutura de madeira não suportaria a ignição do jato de gás e se
queimaria. A intensidade de radiação suficiente para que isso ocorra está por volta
de 15KW/m². Esse é um parâmetro médio que serve como referência para estimar o
raio de risco em que florestas inteiras dentre outros podem ser consumidas pela
intensidade das chamas [10]. Assim conforme o cálculo do fluxo de calor em uma
área de risco como proposto pela norma API RP 521:
64
η t τ a Qh H c
I=
4πr 2
Esta relação será revista no capítulo VIII. Em que η t é relação entre a radiação
rr h = 10,285 Q (7.4)
A simplificação do modelo segundo Do J. Young (2003) pode ser usada para análise
da área de risco, calculando-se de maneira conservadora a taxa de liberação. Caso
o segundo termo na raiz quadrada do denominador da Equação 6.7 for maior que a
unidade, que é o que ocorre em alguns casos, então, o raio de risco pode ser
aproximado pela seguinte equação:
' p 0(1 2 ) d (5 4 )
r h = 1512 (7.5)
L(1 4 )
tubulação, este jato pode ter seu comportamento estimado considerando que a
liberação do gás ocorre em regime permanente. A distância estimada pelas
equações anteriores é significativamente maior que a distância real atingida pela
área de risco onde realmente ocorreram queimadas. É notável que com o uso da
equação (7.5), o raio de risco obtido é maior do que aquele obtido da equação (7.4),
sem simplificações para o cálculo da vazão na tubulação, como foi desenvolvido no
capítulo VI, isso é mostrado na Tabela 7.1.
ruptura foi de 14,2 toneladas por segundo, isso para um comprimento da tubulação
considerado igual a zero. O resultado da taxa de liberação em regime estacionário
foi de 0,985 toneladas por segundo, considerando esta taxa calculada pelas
equações teóricas desenvolvidas no capítulo V, enquanto com o uso de equações
desenvolvidas de maneira simplificada no capítulo VI foi de 1,072 toneladas por
segundo. A velocidade com que o gás é liberado diminui com o passar do tempo,
isso faz com que a taxa de liberação caia de 14,2 para 1 tonelada por segundo
depois de certo tempo. Valores de dados reais nos revelam que nos primeiros cinco
minutos, após a ruptura, os valores obtidos das equações aqui descritas cobrem
cerca de 96% dos valores previstos [10].
A taxa de liberação da massa de gás, para avaliar a área de risco associada com
tubulações de gás natural, pode ser explicitamente estimada pelo modelo
simplificado, porém esta será maior que a taxa de liberação real do gás, isso ocorre
devido às simplificações feitas no modelo, em que se adotou o gás como perfeito e
foi desconsiderada a variação da sua densidade ao longo da tubulação. Entretanto,
a taxa de liberação pode ser utilizada no cálculo da distância de risco na equação
(7.4) uma vez que fornecerá um raio de risco maior que o real, assim como o raio de
risco dado pela equação (7.5) que será um pouco maior que aquele descrito na
equação (7.4), isso pode ser visto comparando os resultados para o raio de risco
real como mostrado no incidente número 4 da tabela 7.1.
1.400
1.200
Vel. Som [m/s]
1.000
800 Vel. do Som Real (m/s)
400
200
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Pressão [MPa]
Figura 7.6 – Velocidade do som para gás real e perfeito pela pressão. T = 313K.
Na maioria dos casos do transporte de gás natural por meio de dutos, a pressão
média de operação é de 6 Mpa. Isso implica que o modelo de gás perfeito insere
erros que irão se propagar no posterior desenvolvimento do cálculo do raio e da área
de risco inerente ao vazamento do gás. A partir da análise do gráfico da Figura 7.6,
68
70
60
Massa Esp. [kg/m³]
50
40 Massa Esp. Real (Kg/m³)
Massa Esp. Perf. (Kg/m³)
30
20
10
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Pressão [MPa]
Figura 7.7 – Massa específica para gás real e perfeito pela pressão. T = 313K.
É possível notar do gráfico da Figura 7.7 que existe uma considerável diferença
entre a massa específica do gás em seu comportamento real com o aumento da
pressão operacional do duto.
69
1,80
1,60
1,40
Vol. Esp. [kg/m³]
1,20
1,00 vol. esp. Real (Kg/m³)
0,60
0,40
0,20
0,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Pressão [Mpa]
Figura 7.8 – Volume específico para gás real e perfeito pela pressão. T = 313K.
Os dados obtidos do gráfico da Figura 7.8 revelam que para o volume específico
essa diferença entre o valor real e perfeito não é tão alta como para a massa
específica. Portanto, neste caso, a hipótese de gás perfeito pode realmente cobrir
amplas faixas de pressão, uma vez que o comportamento dessa propriedade do gás
tanto no modelo real quanto perfeito resulta em valores semelhantes.
Como já foi mencionado no capítulo IV, para o número de Mach menor que 0,3 o
escoamento pode ser considerado incompressível e as relações acima são próximas
de 1,0. Porém isso não acontece quando o número de Mach é maior do que 0,3,
como é verificado durante a expansão do gás através do furo no escoamento. Isso
implica que serão observadas variações relevantes nas relações desenvolvidas no
71
CAPÍTULO VIII
8.1 RISCO
O risco devido a uma determinada atividade pode ser entendido como o potencial de
ocorrência de conseqüências indesejadas decorrentes da realização da atividade
considerada. Os riscos podem ser classificados em duas categorias: riscos
aceitáveis e riscos inaceitáveis.
8.2 PERIGO
considerado como a fonte de riscos. Simbolicamente pode ser dado como a razão
entre o perigo pelas medidas de controle.
Tradicionalmente temos:
II. Riscos individuais: (a) Risco individual médio; (b) Risco individual máximo; (c)
Contornos de risco individual; (d) Curva de risco individual em função da
distância [11].
O método proposto para avaliação quantitativa de riscos deve ser usado para
coordenação de riscos durante um planejamento e etapas de construção do novo
duto, e modificações do duto enterrado [11].
causados por atividades de terceiros que não são incluídas no modelo de Thomas
[11].
IR = ∑i∫ ϕi Pi dL ,
l+
(8.1)
l−
rh = 10,285 Qh , (8.2)
77
l ± = ± 106Qh − h 2 . (8.2)
tubulação, condições de projeto e idade da tubulação; deste modo sempre que estas
condições forem alteradas o gasoduto deve ser dividido em seções para posterior
análise. Ao assumirmos que a taxa de falha na tubulação é constante, o risco
individual pode ser calculado como:
IR = ∑i ϕ i ∫ Pi dL .
l+
(8.3)
l−
IR = ∑iLFL,iϕi , (8.4)
N i = ∫ ρ P Pi dAi . (8.5)
Ai
F = ∑i ∫ ϕ i u ( N i ≥ N )dL .
L
(8.6)
0
F = ∑i ϕ i LCFL ,i ( N i ≥ N ) .
A taxa de falha para uma tubulação de gás natural ou óleo é determinada pela
divisão do número de falhas por ano por unidade de comprimento do gasoduto ou
oleoduto, supondo que as condições ao longo do comprimento de interesse da
tubulação de gás natural sejam uniformes. É um pouco diferente do caso em que
existe um ponto específico em relação ao incidente, uma vez em que existe um
determinado ponto fonte do incidente no qual a taxa de falha se dá como o número
de falhas por ano. Para a tubulação de gás natural associada com cada cenário, a
taxa de falha pode ser expressa pela seguinte equação:
necessário reconhecer as principais, uma vez que é muito difícil reconhecer todas
elas.
A partir dos dados da Tabela 8.1 é possível inferir que a principal causa de acidentes
graves relacionados com rupturas grandes e médias, é interferência externa de
terceiros. Assim se faz necessário um estudo mais detalhado dos acidentes
causados pela atividade de terceiros. Sabe-se que a medida dos danos causados
por essas atividades depende de fatores como o diâmetro da tubulação, espessura
da parede do duto, densidade populacional e o método utilizado na manutenção
preventiva do duto. Segundo os relatórios da EGIG não foram verificados métodos
de prevenção adotados pelos operadores de gasodutos para atenuar os danos
causados pela interferência externa de terceiros.
Tabela 8.2 - Fator de Correção das Freqüências de Falhas Causadas por Atividades de Terceiros
Uma vez que as taxas de falha, ϕ i , foram classificadas de acordo com o tamanho da
A partir dos dados da Tabela 8.4 podemos descrever ϕ i , EI ,d de uma forma genérica
por aproximação de uma curva, utilizando o método dos quadrados mínimos. Para
As taxas de falha relacionadas com fatores causadoras destas, tais como defeitos
de fabricação, corrosão, fadiga e outros, contribuem menos no valor total do risco,
isso em relação às interferências externas, mas essas taxas podem ser estimadas
com o uso de dados fornecidos pelos relatórios da EGIG. O valor total da taxa de
falha da tubulação é a soma de todas as taxas associadas com suas respectivas
causas, isso correlacionado com cada tamanho do furo no duto. A probabilidade de
ocorrência de um acidente pode ser de maneira conservadora assumida como
84
1 Pr − 5 2
P=
2π
∫
−∞
e − s 2 ds , (8.12)
Pr = a + b ln( D) , (8.13)
tI 4 3
Pr = −14,9 + 2,56 ln 4 , (8.14)
10
η tτ a QH c
I= , (8.15)
4πr 2
onde η t é relação entre a radiação térmica total e a radiação térmica devido a cada
foco de fogo na área de interesse. A relação de radiação η não pode ser estimada
de maneira teórica, esta é geralmente obtida de experimentos laboratoriais, para o
metano vários laboratórios revelam que o valor de η é 0,2 [11].
Q
Pr = 16,61 + 3,4 ln 2 (8.16)
r
capítulos V e VI.
ri ,1 = 60,3Qh ,i . (8.19)
tanto, esses valores de comprimento podem ser obtidos através do uso do operador,
Re . Este operador representa a parte real de um número complexo associado:
[
l i ,99−50 = 2 Qh ,i Re 30,4 − hi 2 − 15,3 − hi 2 , ] (8.21)
[
l i ,50−1 = 2 Qh ,i Re 60,3 − hi 2 − 30,4 − hi 2 , ] (8.22)
hi = h Q h ,i ,
fatalidades.
A média de mortes correspondentes para cada um dos três casos acima é obtida a
partir da análise da Figura 8.2. São dadas por:
15 , 3
∫0
Pdr
≈ 1, (8.23)
15 , 3
∫ 0
dr
30 , 4
∫ 15 , 3
Pdr
≈ 0,816 , (8.24)
30 , 4
∫ 15 , 3
dr
60 , 3
∫ 30 , 4
Pdr
≈ 0,156 . (8.25)
60 , 3
∫ 30 , 4
dr
89
L
LFL ,i = ∫ Pi dL ≈ l i ,100−99 + 0,86l i ,99−50 + 0,156l i ,50−1 (8.26)
0
r 99
∫ 0
rPdr
≈1 (8.27)
r 99
∫ 0
rdr
r 50
∫r 99
rPdr
≈ 0,802 (8.28)
r 50
∫r 99
rdr
r1
∫ rPdr ≈ 0,145
r 50
(8.29)
r1
∫ rdr
r 50
O número de vítimas pode ser calculado usando as equações (8.5), (8.12) e (8.16),
isso quando a área povoada estiver situada a uma distância H do gasoduto, como
mostrado na Figura 8.1. O número adimensional de vítimas mortais é dado pela
densidade populacional e novamente pela vazão mássica N = N (ρ p Qh ) . A distância
adimensional da área povoada está relacionado apenas pela raiz quadrada da taxa
de liberação, H = H Qh .
L
LCFL ,i ( N i ≥ N ) = ∫ u ( N i ≥ N )dL (8.31)
0
CAPÍTULO IX
CONCLUSÃO E SUGESTÃO
9.1 CONCLUSÃO
Uma vez encontrada a área de perigo, o processo de análise quantitativa dos riscos,
individual e social, pode ser simplificado através da utilização do comprimento fatal e
do comprimento fatal acumulado para dutos que transportam o gás natural.
Demonstrou-se que as taxas de falha esperada são altamente incertas no sistema
de tubulação, o comprimento fatal e o comprimento fatal acumulado com um
acidente hipotético podem ser empregados como uma medida de gerenciamento de
segurança. O comprimento fatal pode ser utilizado para mensurar o número de
vítimas associadas com acidentes hipotéticos. Já o comprimento fatal acumulado
pode ser empregado para predizer qual o número aproximado de mortes quando se
trata de incidentes envolvendo um número maior de fatalidades.
9.2 SUGESTÕES
Uma vez desenvolvida toda uma descrição simplificada dos processos envolvendo
os possíveis danos á sociedade devido á falha numa tubulação de gás natural, este
trabalho pode abrir caminhos para a pesquisa em várias vertentes contempladas
aqui, desde o processo de compressão do gás até a dispersão do mesmo através de
um furo na tubulação e suas conseqüências. Assim, é produtivo que se analise os
possíveis métodos propostos para análise de falha e risco no que se refere ao
gerenciamento do transporte de gás natural, a utilização dos parâmetros adotados
neste trabalho podem ser úteis principalmente para promover a confecção de
programas numéricos de gerenciamento de riscos, pois as falhas têm levado as
autoridades de vários países a adotarem normas de segurança buscando o
aprimoramento das técnicas de gestão dos seus processos produtivos. Para garantir
a segurança das instalações de gás a utilização de simulações numéricas de
explosões deverá ser realizada, isso com o intuito de predizer a distância de perigo e
as conseqüências da ignição do jato do gás, deste modo este trabalho pode ser
utilizado para o levantamento de mapas de riscos tanto em grandes metrópoles
onde existe uma zona densamente povoada quanto na zona rural onde ocorre baixa
95
densidade populacional, em ambos os casos este trabalho poderá ser útil, é válido
frisar que caso haja simulações de explosões relacionadas a um furo em tubulação
de gás natural geralmente o corpo de bombeiros é acionado, assim este trabalho
traz parâmetros que podem contribuir com a ação do corpo de bombeiros para isolar
a área de perigo, bem como precaver a população dos riscos em que está estará
exposta.
96
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
clear
clc
h=0.1:0.1:10;
t=1;
while t<=100
l100(t) = 2*sqrt(15.3-h(t)^2);
l50(t) = 2*((sqrt(30.4-h(t)^2))-(sqrt(15.3-h(t)^2)));
l1(t) = 2*((sqrt(60.3-h(t)^2))-(sqrt(30.4-h(t)^2)));
L(t)= l100(t) + 0.86*l50(t) + 0.156*l1(t);
t=t+1;
end
plot(h,L)