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Provas-modelo

Teste 1
Grupo 1 Um novo equilíbrio global – a difícil recuperação económica da Europa e
a dependência em relação aos Estados Unidos
Grupo 2 As opções totalitárias – o estalinismo.
A resistência das democracias liberais – o intervencionismo do Estado

Teste 2
Grupo 1 O tempo da Guerra-Fria – a consolidação de um mundo bipolar

Grupo 2 Portugal: da Revolução à estabilização da democracia

Teste 3
Grupo 1 Os polos do desenvolvimento económico

Grupo 2 Mutações sociopolíticas e novo modelo económico


4 NOVA CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA 12 – CADERNO DO ALUNO

Teste 1 Grupo I Grupo II

> A prova inclui dois grupos.


> Todos os itens são de resposta obrigatória.
> Todos os itens exigem a análise dos documentos apresentados.
> No Grupo II, a questão 3 exige resposta desenvolvida.

Teste 1 Grupo I Grupo II


Um novo equilíbrio global – a difícil recuperação económica da Europa e a dependência
em relação aos Estados Unidos

Este grupo baseia-se na análise da seguinte fonte:


Fonte 1 – Dependência ou interdependências?

Fonte 1 Dependência ou interdependências?


O estabelecimento do "triângulo" financeiro fora um dos elementos-chave da estabilização da Europa: os bancos
norte-americanos emprestavam dinheiro à Alemanha e esta podia assim pagar as anuidades das reparações que devia –
o que permitia à França reembolsar os Estados Unidos das suas dívidas de guerra. Se acrescentarmos que o défice do
comércio dos países europeus só podia ser compensado por meio de outros empréstimos americanos, compreender-
-se-á que todo o equilíbrio económico do Mundo e, portanto, da Europa se baseava no constante fluxo de capitais entre
os Estados Unidos e a Europa. A principal corrente desse fluxo circulava entre Nova Iorque e Berlim. Entre 1924 e
1929, a Alemanha recebeu perto de 2,5 mil milhões de dólares provenientes dos Estados Unidos, mais uma soma equi-
valente, emprestada pela Grã-Bretanha, a Suíça e a Holanda.
Jean Carpentier e François Lebrun (dir.), História da Europa, Ed. Estampa

1. Como funciona o “triângulo” financeiro a que se refere a fonte?


2. Que efeitos teve esta política sobre a economia e a sociedade alemãs?
3. Consideras que se pode falar de uma dependência da economia europeia face à americana? Justifica com base na
fonte.

Teste 1 Grupo I Grupo II


As opções totalitárias – o estalinismo
A resistência das democracias liberais – o intervencionismo do Estado
Este grupo baseia-se na análise das seguintes fontes:
Fonte 2 – Diferentes resultados
Fonte 3 – Parentesco de ideias
Fonte 4 – O 1o. plano quinquenal
Fonte 5 – É preciso agir
PROVAS-MODELO 5

Fonte 2 Diferentes resultados Fonte 3 Parentesco de ideias


Wells: O senhor e Roosevelt partiram de dois pontos de vista
diferentes. Porém, não há uma relação de ideias, uma espécie
de parentesco de ideias, entre Washington e Moscovo? Em
Washington, impressionaram-me as mesmas coisas que se
passam aqui: ampliação do aparelho de direção, criação de
uma série de novos organismos reguladores do Estado, organi-
zação de um serviço público universal.
Estaline: Os Estados Unidos buscam um propósito diverso do
que buscamos na URSS. O propósito que perseguem os norte-
-americanos surgiu das dificuldades económicas, da crise eco-
nómica. Os norte-americanos pretendem desembaraçar-se
A América sombria e a URSS sorridente: Os anos são os mesmos,
das crises à base da atividade capitalista privada sem mudar
os resultados diferentes. a base económica.
Estão tratando de reduzir ao mínimo a ruína, as perdas
causadas pelo sistema económico existente. Aqui, entretanto, como o senhor sabe, foram criadas (…) bases inteiramen-
te diferentes; uma nova base económica (…) O senhor jamais conseguirá que um capitalista aceite uma taxa de lucro
menor para satisfazer as necessidades do povo. (…)
Ao falar da impossibilidade de realizar os princípios da economia planificada enquanto se conserva a base económi-
ca do sistema capitalista, não desejo, de forma alguma, diminuir as destacadas qualidades pessoais de Roosevelt, a sua
iniciativa, a sua coragem e determinação (…) mas só a sociedade socialista pode salvaguardar firmemente os interes-
ses do indivíduo. (…) Pelo que sei, Roosevelt não teve êxito em encontrar a conciliação entre esses interesses.
Entrevista de Estaline a H. G. Wells, Reformismo ou Revolução?, a 23 de julho de 1934,
in http://www.marxists.org/portugues/stalin/1934/07/23.htm

Fonte 4 O 1º. plano quinquenal


A tarefa essencial do plano quinquenal era fazer passar o nosso país da sua técnica atrasada, por vezes medieval,
a uma técnica nova, moderna.
A tarefa essencial do plano quinquenal era transformar a URSS, de pais agrário e débil, que dependia dos caprichos
dos países capitalistas, num país industrial e poderoso, perfeitamente livre nas suas ações e independente dos capri-
chos do capitalismo mundial.
A tarefa essencial do plano quinquenal era, ao transformar a URSS num país industrial, eliminar completamente os
elementos capitalistas, alargar a frente das formas socialistas da economia e criar uma base económica para a supres-
são das classes na URSS, através da construção de uma sociedade socialista.
A tarefa essencial do plano quinquenal era criar no nosso país uma indústria capaz de reapetrechar e de reorgani-
zar, sobre a base do socialismo, não só a indústria no seu conjunto, mas também os transportes e a agricultura. (…)
Por fim, a tarefa do plano quinquenal era criar no país todas as condições técnicas e económicas necessárias para
elevar ao máximo a capacidade de defesa, para lhe permitir organizar uma réplica vigorosa a todas as tentativas de
intervenção armada, a todas as tentativas de agressão armada do exterior.
(…) O que é que ditava esta tarefa essencial no plano quinquenal? O que é que a justificava?
A necessidade de fazer cessar o atraso económico e técnico da URSS, que a condenava a uma existência pouco inve-
jável; a necessidade de criar no País as condições que lhe permitam não só igualar mas ultrapassar com o tempo, do
ponto de vista económico e técnico, os países capitalistas avançados…
“Relatório de Estaline ao Comité Central do Partido Comunista”, 7 de janeiro de 1933,
in J. M. Jennemey, Documents économiques
6 NOVA CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA 12 – CADERNO DO ALUNO

Fonte 5 É preciso agir


Temos de fazer face às nossas dificuldades comuns. Os preços desceram a níveis inimagináveis: as unidades indus-
triais falidas espalham-se por toda a parte; os agricultores não encontram mercados para os seus produtos; as econo-
mias amealhadas durante anos por milhares de famílias desapareceram. Mais importante ainda, uma multidão de
desempregados não sabe como resolver o terrível problema da sobrevivência e um número igualmente grande sofre
duramente em troca de um salário de miséria.
A abundância está à nossa porta mas o consumo enfraqueceu relativamente à produção. A nossa maior tarefa, a
primeira tarefa, é fazer voltar o povo ao trabalho. Isso pode conseguir-se através da criação de empregos diretamen-
te pelo Governo e, ao mesmo tempo, realizando os trabalhos necessários para reorganizar o aproveitamento dos nos-
sos recursos naturais. Devem igualmente fazer-se esforços decididos para elevar os preços dos produtos agrícolas e o
poder de compra que permitirá absorver a produção. É preciso agir e agir depressa.
Discurso de Franklin Roosevelt, Presidente dos Estados Unidos da América, 30 de março de 1933

1. Observa a fonte 2.
1.1 Quem a produziu? Justifica a tua resposta.
1.2 Quais os contextos que determinaram os diferentes resultados verificados?
2. Por que razão considera Wells, na fonte 3, que existe “um parentesco de ideias” entre Estaline e Roosevelt?
3. Com base no conjunto das fontes e nos teus conhecimentos, analisa as diferenças entre as políticas económicas
de Estaline e de Roosevelt, tendo em atenção os seguintes aspetos:
– As intenções do 1o. plano quinquenal;
– O New Deal do Presidente Roosevelt;
– O intervencionismo estatal como resposta ao receio de uma contaminação totalitária.
PROVAS-MODELO 7

Teste 2 Grupo I Grupo II

> A prova inclui dois grupos.


> Todos os itens são de resposta obrigatória.
> Todos os itens exigem a análise dos documentos apresentados.

Teste 2 Grupo I Grupo II


O tempo da Guerra-Fria – a consolidação de um mundo bipolar
Este grupo baseia-se na análise das seguintes fontes:
Fonte 1 – Colisão
Fonte 2 – Direitos adquiridos
Fonte 3 – Democracias populares
Fonte 4 – Plano Marshall
Fonte 5 – Relatório Jdanov
Fonte 6 – Segundas intenções?

Fonte 1 Colisão
Na Carta do Atlântico (…) Reino Unido e Estados Unidos renunciavam ao engrandecimento territorial, declarando
que quaisquer mudanças territoriais resultantes da guerra deveriam estar de “acordo com os desejos, livremente
expressos, do povo em questão”, anunciando o seu compromisso para com os mercados livres, liberdade dos mares,
e libertação do medo e da miséria para a humanidade. Isto implicava uma colisão com as ambições territoriais de
Estaline. (…)
A colisão implícita tomaria a forma de mais de cinquenta anos de Guerra-Fria, na qual, exausta pelas lutas intesti-
nas das quatro décadas anteriores, a Europa se encontrava dividida, passando a hegemonia do mundo para os Estados
Unidos e para a União Soviética.
Paul Preston, The Great Civil War,
in The Oxford Illustrated History of Modern Europe, pp. 180 e 181

Fonte 2 Direitos adquiridos


Os povos do grande Estado Soviético ganharam o direito a ser respeitados como uma das grandes potências do
mundo. O glorioso Exército Vermelho, ao fazer frente à besta fascista, salvou o mundo do sanguinário regime hitleriano.
O exército alemão invadiu a nossa pátria Soviética, destruindo tudo à sua passagem e atingindo os arredores de
Moscovo em 1941. Só os esforços sobre-humanos do povo Soviético os fizeram retirar. (…) O vitorioso Exército Vermelho
libertador, conduzido pelo seu grande líder e comandante, Camarada Estaline, afastou definitivamente os invasores
alemães da União Soviética, da Polónia, da Roménia, da Bulgária, da Finlândia, de uma parte considerável da Checos-
lováquia e da Hungria.
Notícia de um jornal soviético de 1945,
in Christopher Culpin, Making History, Collins, Londres, s.d.
8 NOVA CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA 12 – CADERNO DO ALUNO

Fonte 3 Democracias populares Fonte 4 Plano Marshall


RÚSS A política dos Estados Unidos não é dirigida contra
POLÓNIA Democracias populares
SOVIÉT um país ou uma ideologia, mas contra a fome, a
Mar
Báltico pobreza, o desespero e o caos. Quem tentar bloquear
Mar
do a reconstrução de outros países não pode esperar
Norte URSS
Berlim
ajuda.
Discurso de George Marshall, em 5 de junho de 1947
POLÓNIA
RDA
RFA
LUX. CHECOSLOVÁQUIA

HUNGRIA
ROMÉNIA
Mar Negro

BULGÁRIA
0 250 km
Fonte: Wikipédia

Fonte 5 Relatório Jdanov


O objetivo que o novo surto expansionista dos Estados Unidos pretende alcançar é o estabelecimento da dominação
mundial do imperialismo americano. Este novo surto visa consolidar a situação de monopólio dos Estados Unidos sobre
os mercados.
Andrei Jdanov, “Relatório sobre a Situação Internacional”,
Conferência de Informação dos partidos comunistas na Polónia, 09/01/47

Fonte 6 Segundas intenções?


Não terá sido a proposta americana sabiamente calculada para provocar a recusa soviética? Por esse facto, não
terá ela acentuado a fratura da Europa? Por outras palavras, não seriam os Estados Unidos, indubitavelmente, o “mau
da fita”?
Seguramente, a participação da União Soviética não era de todo desejada em Washington. (…)
Mas, inversamente, o governo americano não queria assumir a odiosa responsabilidade de deixar a Europa de Les-
te desprovida de qualquer assistência. Donde a formulação da proposta que é um risco calculado. Isto porque, para o
bom andamento da operação, Washington solicitava aos seus futuros parceiros informações claras e números sobre a
sua situação económica e, nesta matéria como noutras, a transparência raramente tem o condão de agradar ao Krem-
lin. Em última análise, a recusa soviética não só era desejada como esperada.
Denise Artaud, La Fin de L’Innocence, les États-Unis de Wilson à Reagan, 1985

Responde às questões baseando-te no conjunto das fontes 1 a 6.


1. A que se deve a colisão entre as políticas externas das duas superpotências, EUA e URSS, após o final da Segunda
Guerra Mundial?
2. Quais as justificações invocadas por Estaline para a sua ação na Europa de Leste?
3. De que forma contribuiu o Plano Marshall para adensar o clima de Guerra-Fria?
PROVAS-MODELO 9

Teste 2 Grupo I Grupo II


Portugal: da Revolução à estabilização da democracia

Este grupo baseia-se na análise da seguinte fonte:


Fonte 7 – O Movimento, as Forças Armadas e a Nação

Fonte 7 O Movimento, as Forças Armadas e a Nação


O regime aponta intransigentemente para a via unitária como solução do problema ultramarino; como se torna dia
a dia mais evidente a inexequibilidade de tal via, as Forças Armadas aparecem cada vez mais aos olhos da Nação como
a grande responsável, não só do impasse africano, como da crise geral que atinge o País, e que não é só crise política,
como também económica, social e moral.(…)
O problema maior do povo português, e que em larga medida condiciona todos os outros, é, neste momento, o da
guerra em três territórios africanos: Angola, Moçambique e Guiné. (…) Os militares conscientes sabem, porém, que a
solução do problema ultramarino é política e não militar e entendem ser seu dever denunciar os erros de que são víti-
mas (…); uma solução política que salvaguarde a honra e dignidade nacionais, bem como todos os interesses legítimos
de portugueses instalados em África, mas que tenha em conta a realidade incontroversa e irreversível da funda aspi-
ração dos povos africanos a governarem-se por si próprios (…).
E porque assim pensamos, entendemos necessário, como condição primeira de solução do problema africano, da
crise das Forças Armadas e da crise geral do País, que o poder político detenha o máximo de legitimidade, que as suas
instituições sejam efetivamente representativas das aspirações e interesses do povo. Por outras palavras: sem demo-
cratização do País não é possível pensar em qualquer solução válida para os gravíssimos problemas que se abatem
sobre nós. Trata-se, portanto, antes de mais nada e acima de tudo, da obtenção a curto prazo de uma solução para o
problema das Instituições no quadro de uma democracia política.
1o. Manifesto dos Capitães, 5/3/1974,
in Orlando Neves (org.), Textos Históricos da Revolução, vol. I,
Lisboa, Diabril, 1976, pp. 17-18

1. Como se caracteriza “a crise geral que atinge o País”, de acordo com os autores da fonte 7?
2. Porque consideram os autores da fonte 7 que “a solução do problema ultramarino é política e não militar”?
3. Que objetivos políticos estão contidos no Manifesto dos Capitães? Porquê?
4. Analisa o desmantelamento das estruturas de suporte do Estado Novo, atendendo aos seguintes aspetos:
– Tensões político-ideológicas na sociedade portuguesa;
– A opção constitucional de 1976;
– O reconhecimento dos movimentos nacionalistas e o processo de descolonização.
10 NOVA CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA 12 – CADERNO DO ALUNO

Teste 3 Grupo I Grupo II

> A prova inclui dois grupos.


> Todos os itens são de resposta obrigatória.
> Todos os itens exigem a análise dos documentos apresentados.
> No Grupo I, a questão 4 exige resposta desenvolvida.

Teste 3 Grupo I Grupo II


Os pólos do desenvolvimento económico
Este grupo baseia-se na análise da seguinte fonte:
Fonte 1 – Preparar a nação para uma nova era

Fonte 1 Preparar a nação para uma nova era


Que nos encontramos no meio de uma crise é agora bem claro. A nossa nação encontra-se em guerra contra uma
eficiente rede de violência e de ódio. A nossa economia está muito fragilizada, consequência da ganância e da irrespon-
sabilidade de alguns, mas também do nosso falhanço coletivo de efetuar escolhas difíceis e de preparar a nação para
uma nova era. (…) Estes são os indicadores de crise, sujeitos a dados e a estatísticas. Menos mensurável mas não menos
profunda é uma quebra de confiança que se verifica na nossa terra – um medo incomodativo de que o declínio da Amé-
rica é inevitável, e de que a próxima geração deve baixar as suas expectativas. (…) Permanecemos a mais próspera,
poderosa nação da Terra. (…) Nem se trata de nos questionarmos se o mercado é uma força benéfica ou maléfica. O seu
poder para gerar riqueza e expandir a liberdade é inigualável, mas esta crise recordou-nos que, sem vigilância, o mer-
cado pode perder o controlo – e que uma nação não pode prosperar por muito tempo quando favorece apenas os privi-
legiados. (…) Quanto à nossa defesa comum, rejeitamos como falsa a escolha entre a nossa segurança e os nossos
ideais. Os nossos Pais Fundadores, enfrentando perigos que mal podemos imaginar, delinearam um documento para
assegurar o cumprimento da lei e os direitos do homem (…). Nós somos os guardiães desse legado. Guiados por esses
princípios uma vez mais, podemos enfrentar as novas ameaças que exigem ainda maior esforço – ainda maior coope-
ração e compreensão entre as nações. Começaremos a deixar responsavelmente o Iraque ao seu povo, e a forjar uma
paz, que foi difícil de estabelecer no Afeganistão. Com velhos amigos e antigos inimigos, trabalharemos incansavel-
mente para aliviar a ameaça nuclear, e fazer recuar o espectro do aquecimento planetário. (…) Ao mundo muçulmano,
propomos um novo caminho, baseado no interesse mútuo e no respeito mútuo. Aos líderes por esse mundo fora que
procuram provocar conflitos, ou colocar os males das suas sociedades no Ocidente, saibam que os vossos povos vos
julgarão pelo que construírem, não pelo que destruírem.
In http://millercenter.org/scripps/archive/speeches/detail/4453

1. Quais os aspetos críticos da sociedade americana apontados pelo Presidente Obama no seu discurso de tomada de
posse?
2. Que soluções aponta o Presidente Americano para ultrapassar a crise?
3. Como encara Obama a hegemonia americana na “nova era” que refere?
4. Analisa a evolução dos principais vetores da hegemonia americana, tendo em consideração os seguintes aspetos:
– A supremacia militar
– O modelo económico
– O domínio científico e tecnológico
PROVAS-MODELO 11

Teste 3 Grupo I Grupo II


Mutações sociopolíticas e novo modelo económico
Este grupo baseia-se na análise das seguintes fontes:
Fonte 2 – Rebeldes tchetchenos
Fonte 3 – Tchetchénia: uma região em estado de sítio
Fonte 4 – A luta pela independência na Ossétia do Sul
Fonte 5 – Entrevista do Presidente da Arménia, Serzh Sargsyan, à Euronews em 10/11/2008

Fonte 2 Rebeldes tchetchenos Fonte 3 Tchetchénia: uma região em estado de sítio


A Tchetchénia voltou à ribalta da atualidade mundial com a ação espetacu-
lar de um grupo de meia centena de rebeldes independentistas que tomaram de
assalto um teatro em Moscovo fazendo mais de 700 reféns. A principal exigên-
cia do grupo, que já se afirmou disposto a morrer pelo seu "país", é a retirada das
tropas russas da província caucasiana, depois do recrudescimento do conflito
em 1999, quando o Presidente Vladimir Putin chegou ao poder.
Público online, 25.10.2002

N
Fonte 4 A luta pela independência na Ossétia do Sul Mar
Negro RÚSSIA
A Rússia e a Geórgia encontram-se esta sexta-feira à beira de uma guerra pela OSSÉTIA
Ossétia do Sul, uma província georgiana separatista, depois de Tbilisi ter iniciado uma GEÓRGIA DO SUL
ofensiva militar contra o enclave [na noite de 7 para 8 de Agosto de 2008], situado na Tsidninvali
TURQUIA Tbilisi
fronteira com a Rússia e a menos de 60 quilómetros da capital georgiana. Trata-se do
mais grave incidente na região desde 1992. ARMÉNIA
0 300 km
Ao ataque da Geórgia na república separatista da Ossétia do Sul, a Rússia, que AZERBEIJÃO
apoia a independência, prometeu uma resposta. (…) Moscovo enviou uma centena de
carros de combate, blindados e peças de artilharia para reforçar as suas forças de paz naquele território. (…)
Entretanto, o Ministério do Interior da Geórgia anunciou ter abatido dois aviões de combate russos (…) quando efe-
tuavam ataques ao território do país, na sequência dos quais morreram 30 pessoas, na sua maioria militares.
In http://diario.iol.pt/internacional/ossetia-do-sul-russia-guerra-ossetia-georgia/979789-4073.html

Fonte 5 Entrevista do Presidente da Arménia, Serzh Sargsyan, à Euronews em 10/11/2008


Euronews: O enclave de Nagorno Karabakh é um problema eterno entre a Arménia e Rússia
N

o Azerbeijão. O que é que torna possível uma solução nesta altura? Mar Mar
Serzh Sargsyan: Eu não vou entrar em definições ou fórmulas pois a própria população Negro Geórgia Cáspio

de Nagorno Karabakh aspira à autodeterminação. O povo exprimiu a sua vontade de se


juntar à Arménia, ou seja, de ser independente e estar fora das fronteiras do Azerbeijão. Arménia Azerbeijão
Turquia
Considero que a declaração assinada há poucos dias entre os presidentes Medvedev e
0 250 km
Aliyev abre boas possibilidades para a resolução do problema. Esta declaração, mesmo Irão
que não seja um acordo, prevê unicamente uma solução pacífica e exclui a via militar.
In http://www.euronews.net/pt/article/10/11/2008/sargsyan-armenia-joining-nato-is-not-on-the-agenda

1. Que razões estão por detrás dos conflitos descritos nas fontes 2 a 5?
2. De que forma se podem relacionar os conflitos na Tchetchénia (fontes 2 e 3), na Ossétia do sul (fonte 4) e em Nagorno
Karabakh (fonte 5) com a desagregação da União Soviética?
3. Como se explica o recrudescimento dos nacionalismos num mundo globalizado?
12 NOVA CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA 12 – CADERNO DO ALUNO

Propostas de resolução

Teste 1
Grupo I 1.2 superprodução dos finais dos anos vinte, pela retirada dos
capitais americanos aplicados no estrangeiro e precipitada
1. O “triângulo financeiro” funcionava, com os EUA a empresta-
pelo crash financeiro em Wall Street em 1929. Assim se
rem dinheiro à Alemanha, e esta usava esse dinheiro para
explica a queda acentuada da produção industrial no mundo
pagar as indemnizações de guerra, nomeadamente à França.
capitalista ilustrada pelo termómetro com valores negativos.
Esta última, por sua vez, pagava com esse dinheiro “america-
O contexto soviético era completamente diverso – numa eco-
no” as dívidas que tinha para com os EUA (de importações
nomia planificada, controlada pelo Estado, sem especulação
durante o conflito, principalmente de material bélico). Quem
ganhava mais com este processo eram os EUA que recebiam financeira e “fechada” ao exterior, os efeitos da crise interna-
os pagamentos de todos, acrescidos de juros – “todo o equi- cional capitalista não se fizeram sentir. Assim se explica o
líbrio económico do Mundo e, portanto, da Europa se basea- crescimento da produção industrial soviética, pois o Estado
va no constante fluxo de capitais entre os Estados Unidos e investia fortemente nesta área para tentar alcançar e, even-
a Europa”, mas as economias europeias também lucravam, tualmente, ultrapassar os países capitalistas avançados.
pois a reconversão e a modernização das suas estruturas 2. Porque ambos se preocupam com a “ampliação do aparelho de
produtivas dependiam destes capitais americanos. direção, criação de uma série de novos organismos reguladores
2. A Alemanha foi o único país, devido às exigências das indemni- do Estado, organização de um serviço público universal”.
zações, a não poder utilizar os capitais que pedira emprestados 3. As diferenças são notórias, apesar das aparentes semelhanças,
na modernização das suas estruturas produtivas, o que provo- notadas por Wells na fonte 3: “ampliação do aparelho de dire-
cou uma enorme crise económica e social, marcada por uma ção, criação de uma série de novos organismos reguladores do
elevadíssima inflação e muito desemprego. Esta situação fez Estado, organização de um serviço público universal”. Roosevelt
com que os alemães sentissem que tinham sido tratados muito leva a cabo estas medidas sempre dentro de um quadro de refe-
injustamente pelas potências vencedoras da Primeira Guerra, rência capitalista e demoliberal. Apesar de os seus detratores o
abrindo caminho a Hitler e ao seu ultranacionalismo. denominarem “presidente vermelho”, o que ele pretende alcan-
3. Sim e não, pois mais do que dependência deve-se falar de çar com as suas medidas económicas e sociais dirigistas é o
interdependência: “todo o equilíbrio económico do Mundo (…) relançamento da economia, sempre numa perspetiva capitalis-
se baseava no constante fluxo de capitais entre os Estados ta. Apesar de se verificar uma maior regulação por parte do
Unidos e a Europa”. A Europa dependia dos capitais america- Estado, tal destinava-se a evitar que desmandos como os que
nos tanto quanto os EUA dependiam do pagamento dos juros tinham originado a crise se repetissem e a evitar também que a
europeus para o crescimento da sua economia nos anos 20 degradação social devida ao elevado desemprego conduzisse os
(que, inflacionada por esses ganhos, cresceu de forma arti- mais desfavorecidos a abraçarem ideologias radicais, como a
ficial, acabando por “rebentar” no crash de 1929). comunista: “uma multidão de desempregados não sabe como
resolver o terrível problema da sobrevivência e um número
Grupo II igualmente grande sofre duramente em troca de um salário de
miséria”, e “a nossa maior tarefa, a primeira tarefa, é fazer voltar
1.1 Esta fonte foi produzida pela agência de propaganda sovié- o povo ao trabalho. Isso pode conseguir-se através da criação de
tica, pois é evidente a mensagem que se quer transmitir – empregos diretamente pelo Governo e, ao mesmo tempo, reali-
de um lado, o lado sombrio e frio do capitalismo, represen-
zando os trabalhos necessários para reorganizar o aproveita-
tado pelas nuvens e pelo relâmpago indicadores de tempes-
mento dos nossos recursos naturais”. Roosevelt, em vez de estar
tade, assim como pelo termómetro que mede os resultados
a abrir portas ao comunismo, como alguns o acusavam, estava,
da produção, negativos; do outro, o lado solarengo e feliz do
de facto, com as suas políticas sociais, a fechá-las.
comunismo, representado pelo sol radioso e pelo termóme-
Quanto a Estaline, as suas medidas económicas não se des-
tro com o indicador francamente positivo (e a vermelho,
tinam a melhorar a vida dos trabalhadores, apesar da retó-
como convém). Até as figuras humanas se opõem – uma, a
rica oficial. O que se pretende, por um lado, com o 1o. Plano
comunista, é um jovem bem parecido e com um ar saudá-
Quinquenal, é o desenvolvimento da economia da URSS
vel; a outra, a capitalista, é um homem de meia-idade, feio,
numa perspetiva de engrandecimento do país, ou seja, para
cinzento e com ar doentio.
melhorar a sua posição internacional, dando-lhe força rela-
1.2 O contexto americano e dos países capitalistas em geral tivamente aos países capitalistas avançados da época, e
era um contexto de profunda recessão económica, a maior, libertando-a de qualquer ligação menos vantajosa que ainda
até hoje, da história do capitalismo, originada pela crise de existisse com o mundo capitalista: “a tarefa essencial do
plano quinquenal era transformar a URSS, de pais agrário e
PROPOSTAS DE RESOLUÇÃO 13

débil, que dependia dos caprichos dos países capitalistas, num URSS, criando bases sólidas para o estabelecimento de uma
país industrial e poderoso, perfeitamente livre nas suas ações e verdadeira sociedade socialista, sem classes: “a tarefa essen-
independente dos caprichos do capitalismo mundial”. Com isto cial do plano quinquenal era, ao transformar a URSS num país
melhorava-se também a capacidade defensiva (e ofensiva) da industrial, eliminar completamente os elementos capitalistas,
URSS, tornando-a um parceiro a temer pelos Estados capitalis- alargar a frente das formas socialistas da economia e criar
tas, que assim hesitariam em tentar combatê-la nos seus ter- uma base económica para a supressão das classes na URSS,
ritórios. Por outro lado, este plano pretendia ainda acabar de através da construção de uma sociedade socialista”.
vez com todos os resquícios de capitalismo que existissem na

Teste 2
Grupo I 2. portugueses que habitavam nas colónias. A solução militar não
era viável porque tal só seria possível, na ótica portuguesa,
1. A colisão deve-se ao facto de os EUA renunciarem às expan-
sões territoriais, defendendo que todas as alterações “terri- com uma vitória total e completa sobre os seus inimigos, e os
toriais resultantes da guerra deveriam estar de ‘acordo com militares portugueses tinham consciência de que tal era
os desejos, livremente expressos, do povo em questão’”. Para impossível – “uma solução política que salvaguarde a honra e
além da liberdade de escolha defendiam ainda a liberdade dignidade nacionais, bem como todos os interesses legítimos
dos mercados, tudo características contrárias ao comunis- de portugueses instalados em África, mas que tenha em conta
mo soviético, que possuía ambições territoriais e recusava a a realidade incontroversa e irreversível da funda aspiração dos
liberdade de escolha e o mercado livre. povos africanos a governarem-se por si próprios”.
2. Como está expresso no título da fonte 2, Estaline considera que 3. O estabelecimento de uma verdadeira democracia no país,
os soviéticos possuem uma espécie de “direitos adquiridos” que represente legitimamente os portugueses, porque só
sobre esses povos, pois foram eles que os libertaram da “besta um governo verdadeiramente legitimado pelo povo conse-
fascista”, e como essa libertação foi obtida com enormes sacri- guirá resolver “os gravíssimos problemas que se abatem
fícios, esses povos têm para com eles uma enorme dívida. sobre nós”, nomeadamente a “solução do problema africano,
3. O Plano Marshall, que os americanos consideravam essencial da crise das Forças Armadas e da crise geral do País”.
para travar o desenvolvimento do comunismo na Europa 4. As estruturas de suporte do Estado Novo foram sendo des-
Ocidental e, na sua retórica propagandística, como um plano manteladas, não havendo nas oposições propostas alterna-
“contra a fome, a pobreza, o desespero e o caos”, foi encarado tivas verdadeiramente credíveis para as substituir, tirando a
com enorme desconfiança por parte das autoridades soviéti-
força política que, desde os anos 30, se vinha preparando de
cas, que o percecionaram como um instrumento privilegiado do
forma consistente para assumir esse papel – o Partido
capitalismo americano e das suas tendências expansionistas:
Comunista Português. Isto explica, apesar do peso modera-
“o objetivo que o novo surto expansionista dos Estados Unidos
pretende alcançar é o estabelecimento da dominação mundial do que este partido tinha no conjunto da sociedade portu-
do imperialismo americano”. Os EUA teriam aprofundado pro- guesa, pouco inclinada a radicalismos, a importância assu-
positadamente as divergências entre os dois blocos ao propo- mida pelo Partido Comunista Português nas estruturas do
rem que, para aderir ao Plano Marshall, era necessário possuir poder pós-revolucionárias. Esta era a única força partidária
“informações claras e números sobre a (…) situação económi- com propostas estruturadas e coerentes e com uma massa
ca” dos países proponentes, pois sabiam que transparência não de apoiantes bem mobilizada e, como tal, eficaz nas ações
era do agrado da URSS e que esta recusaria a ajuda americana, que levava a cabo. Isto explica também a importância des-
que seria o que os EUA pretendiam desde o início do processo, mesurada dada às ideias marxistas na Constituição de 1976
segundo a autora da fonte 6: “não seriam os Estados Unidos, e a pouca oposição a estas opções por parte das forças par-
indubitavelmente, o ‘mau da fita’? (…) Em última análise, a tidárias mais moderadas. De resto, no clima revolucionário
recusa soviética não só era desejada como esperada.” que então se vivia, poucas eram as vozes que se atreviam a
dizer abertamente que professavam ideias de direita, com
Grupo II medo de serem apelidadas de fascistas.
1. Uma crise geral porque “política, (…) económica, social e moral”. O processo de descolonização, ao ocorrer neste ambiente revo-
lucionário dominado pela esquerda mais radical, originou uma
2. Porque só os políticos podiam arranjar uma solução negociada série de sinergias que não acautelaram os interesses dos por-
com os movimentos independentistas das colónias, fosse essa tugueses residentes nas colónias e acabaram por privilegiar os
solução a independência total ou uma solução do tipo fede-
movimentos de libertação de idêntico sinal político, caso do
ralista. Para além disso, havia ainda a considerar os colonos
MPLA angolano e da FRELIMO moçambicana, relegando para
segundo e terceiro planos as outras forças políticas africanas.
14 NOVA CONSTRUÇÃO DA HISTÓRIA 12 – CADERNO DO ALUNO

Teste 3
Grupo I
1. O presidente Obama aponta a fragilidade da economia ame- 2. ao tentar isolar o país devido à obsessão securitária, a adminis-
ricana; a guerra contra o terrorismo: “a nossa nação encon- tração Bush acabou por prejudicar a economia, já de si abalada
tra-se em guerra contra uma eficiente rede de violência e de pelos ataques, e até a capacidade de produzir inovação, devido
ódio”; uma quebra de confiança, um medo insidioso do declí- aos entraves crescentes colocados aos investigadores e aca-
nio inevitável da América. démicos vindos do estrangeiro para trabalhar nos Estados
Unidos. Ao mesmo tempo que tudo isto ocorria, a Europa e a
2. Um maior respeito pelos valores americanos, postos em causa China tentavam consolidar as suas posições a nível mundial,
pelas políticas da administração Bush, rejeitando “como falsa a minando ainda mais a “hegemonia” americana. Este crescimen-
escolha entre a nossa segurança e os nossos ideais”, e também to progressivo destas duas outras áreas de influência leva mui-
um maior respeito pelos compromissos internacionais, num tos autores a referirem-se ao mundo atual como sendo um
clima de “maior cooperação e compreensão entre as nações”, mundo multipolar e não unipolar, pois nenhuma destas potên-
para tentar arranjar soluções para problemas que são globais cias detém, de forma evidente, o domínio mundial, encontran-
e, como tal, têm de ser tratados globalmente: “trabalharemos do-se este partilhado entre as três. A área militar é a única
incansavelmente para aliviar a ameaça nuclear, e fazer recuar onde os EUA parecem ainda não ter rivais de monta, mas esta
o espectro do aquecimento planetário”. situação dever-se-á modificar à medida que a UE e, principal-
mente, a China desenvolvam também esta área.
3. Uma hegemonia “partilhada”, escutando os outros interve-
nientes: “com velhos amigos e antigos inimigos, trabalhare- Grupo II
mos incansavelmente para aliviar a ameaça nuclear, e fazer
recuar o espectro do aquecimento planetário. (…) Ao mundo 1. São, essencialmente, razões independentistas e rivalidades
muçulmano, propomos um novo caminho, baseado no inte- étnicas, que estiveram sufocadas durante os 50 anos que durou
resse mútuo e no respeito mútuo”. a Guerra-Fria e que, devido ao colapso da URSS, emergiram.

4. Com o fim da Guerra-Fria, nos anos 90, os EUA sentiam-se 2. Enquanto o poder imperial soviético foi forte, estas tendências
independentistas e as rivalidades étnicas estiveram comple-
na “crista da onda”. Pareciam não ter rivais a nível económi-
tamente controladas. Quando este poder deu os primeiros
co, pois além de serem a potência mais próspera do planeta,
sinais de fraqueza, as diversas nações e as etnias que compu-
o seu modelo neoliberal era adotado cada vez por mais
nham o império começaram a tentar libertar-se do seu jugo e
nações, incluindo aquelas que durante 50 anos se lhes
a redesenhar o mapa da região. Este processo deu origem aos
tinham oposto ideologicamente. A nível tecnológico também
vários tipos de conflito retratados nas fontes: entre aqueles
eram líderes, não estavam aí as novas tecnologias como a que querem a independência e a antiga potência administran-
internet para o provar? A nível militar, a sua força era inigua- te (Tchetchénia vs Rússia), no interior das novas nações
lável, assumindo os Estados Unidos, cada vez com mais con- (Geórgia vs Ossétia do Sul) e entre novas nações (Arménia vs
vicção, o papel de polícias do mundo, de defensores do direi- Azerbeijão por causa do enclave de Nagorno Karabakh). A
to e da democracia. Ora, esta hegemonia, que para alguns intrincada distribuição étnica das populações na zona do
nunca existiu, viu-se fortemente abalada e questionada com Cáucaso dificulta as demarcações claras de território e poten-
os ataques de 11 de Setembro de 2001, a vários alvos nos cia a multiplicação dos conflitos.
Estados Unidos, e com as políticas subsequentes levadas a
3. Explica-se, principalmente, pelo fim do sistema da Guerra-
cabo na guerra contra o terror. Algumas questões se coloca-
-Fria, que “ancorava” as nações num dos lados que compu-
ram imediatamente: se os EUA eram assim tão poderosos
nham o todo. Este sistema dual limitava os conflitos, porque
militarmente como é que não se tinham conseguido defen-
“acima” das questões nacionalistas estavam as ideologias,
der daqueles ataques? O que era preciso fazer para colma-
com o seu enorme poder de atração. Ao desaparecer a ideo-
tar essas fraquezas? Apesar do capital de simpatia recolhi- logia comunista soviética, muitos povos viram-se como
do junto da maioria dos países na altura dos ataques, as “órfãos”, sentiram-se depauperados nas suas expectativas.
opções tomadas durante a administração Bush, em vez de É então que, em muitas partes do mundo, antigos valores
fortalecerem a posição americana a nível internacional, aca- nacionalistas e étnicos, guardados mas não esquecidos, ree-
baram por minar o prestígio de que os Estados Unidos goza- mergem. Para mais, num mundo globalizado, em que os
vam, especialmente entre os seus aliados mais fiéis, devido hábitos culturais têm tendência a estandardizar-se, as espe-
à invasão do Iraque sem um apoio internacional generaliza- cificidades nacionais, étnicas ou outras começam a fazer de
do e devido aos abusos cometidos para com os prisioneiros, novo mais sentido – as pessoas procuram os quadros de
suspeitos de serem terroristas, à guarda dos EUA. Para mais, referência tradicionais, já que os outros falharam.

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